esclarecimentos sobre a reportagem do programa fantástico

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Esclarecimentos do Juiz Vitor Bizzera sobre a matéria do programa Fantástico, da Rede Globo.

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Page 1: Esclarecimentos sobre a reportagem do programa Fantástico

OS FATOS ENVOLVENDO A NOTÍCIA VEICULADA PELO FANTÁSTICO SOBRE A ADOÇÃO

DE CRIANÇAS

A CRONOLOGIA

Em meados do mês de março de 2011, o Ministério Público do Estado da

Bahia foi comunicado de que o Conselho Tutelar havia recebido uma denúncia, noticiando a

prática de maus tratos e abandono de cinco irmãos, todos menores. Tratavam-se das

crianças R. W. S. S., D. S. S., D. S. S., L. S. S. e E. de J. S., filhos da Sra. Silvania Maria da Mota

Silva.

Em razão da gravidade da noticia, O Ministério Público solicitou a

realização de estudo social pelo Conselho Tutelar, o qual foi redigido em 23 de março de

2011.

Em virtude de não apresentar informações precisas sobre as condições em que

se encontravam as crianças foi pedido um novo estudo social, realizado em 14 de abril de 2011.

Nesse documento, o Conselho Tutelar narrou que a menor E. de J. S., com apenas um mês

de vida, não se encontrava registrada pelos pais e, conforme informações prestadas por

uma vizinha, a genitora não sabia cuidar da criança. Foi certificado, ainda, que, segundo

depoimento da própria mãe, Silvania Maria da Mota Silva, que o genitor de algumas das

crianças, o Sr. Geroncio de Brito Souza, era alcóolatra e não estava cumprindo com suas

responsabilidades alimentícias.

Por cautela, o Ministério Público solicitou um novo relatório, agora perante o

Centro de Referência Especializado em Assistência Social-CREAS, para a obtenção de

informações mais pormenorizadas, tais como a situação de higiene, alimentação, saúde e

vacinação das crianças, a existência de registros de nascimento, se estudavam; se faziam uso de

vestimentas apropriadas e de que forma estava sendo feito o acompanhamento e zelo pelos pais

e avós.

Em data de 06 de maio de 2011 o relatório subscrito pela Assistente Social

do Município foi enviado à Promotoria de Justiça. No documento, a referida profissional

assinalou que as crianças se encontravam, no dia em que a visita foi realizada, brincando em local

Page 2: Esclarecimentos sobre a reportagem do programa Fantástico

“com lama” e que, embora matriculadas na creche municipal, as mesmas não teriam comparecido

no estabelecimento de ensino, tendo a genitora alegado que estava ocupada, lavando roupa. Que

“foi identificada uma precariedade nas condições de higiene e saúde”. Que a vacinação dos

menores R. W. S. S. e D. S. S. estava incompleta e que o cartão de vacinas, bem como o registro

de nascimento de L. S. S. sequer foram encontrados.

Por sua vez, a menor E. de J. S., agora com 02 meses de idade, continuava

sem registro, sem estar sendo amamentada e se alimentando de leite de vaca, o que é impróprio

em virtude da sua pouca idade. Por fim, constou que a própria Silvania comentou que o genitor

da menor E. de J. S. era outra pessoa e não o Sr. Gerôncio de Brito Souza. Que o pai

biológico da menor era casado e não poderia aparecer como pai de E. de J. S. Que o Sr.

Geroncio, embora tivesse efetuado o registro dos menores D. S. S. e L. S. S., não era o pai

biológico dos mesmos.

Em razão dos elementos repassados à Promotoria de Justiça que

evidenciavam a situação de risco vivenciada pelas crianças, requereu-se, em favor das mesmas,

a aplicação de Medida de Proteção, nos termos do artigo 101, inciso VII, do Estatuto da Criança e

do Adolescente, para fins de colocação em abrigo provisório. Isso porque não havia informações

de que avós ou outros parentes próximos tivessem intenção de ficarem efetivamente com a

guarda dos menores, apesar de existirem noticias de que ajudavam, parcialmente, nas suas

manutenções (pagamento de aluguel, alimentação e fornecimento de botijão de gás).

Não se pode olvidar que, em seu relatório, a Assistente Social, descreve que

conversou com o avô materno das crianças, o Sr. José da Silva, que teria dito que “alugou uma

casa para Silvania morar com os filhos, pois o quarto que ela ocupava na casa estava pequeno

para tantas crianças”.

No feito, há informações do CREAS e do Conselho Tutelar de que os avós

acompanhavam a vida das crianças, mas mesmo assim, foi certificado que os menores se

encontravam em condições precárias de higiene e de saúde, sendo a situação da menor E. de J.

S. era ainda mais problemática, uma vez que não tinha sido registrada e estava recebendo

alimentação inapropriada para a sua tenra idade. Ocorre que, se os avós acompanhavam os

netos, eles tinham, portanto, conhecimento dessa situação, mas, ainda assim, não procuraram as

autoridades a fim de noticiar as irregularidades, revelando, com os seus comportamentos

omissivos, ausência, ao menos, a princípio, de condições para o exercício da guarda dos netos.

Ocorre que logo após o oferecimento da medida protetiva a Promotoria de

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Justiça foi contatada por servidores do Fórum de Monte Santo, comunicando que havia sido

protocolada uma Ação de Adoção c/c Pedido de Guarda Provisória por Marcelo Lopes Chbane e

Leticia Cristina Fernandes Chbane, em favor da menor E. de J. S.

Após analisar os autos de adoção e conversar, pessoalmente, com o

casal , o Ministério Público através de sua Promotora de Justiça proferiu parecer favorável,

uma vez que entendeu que os interesses da menor estariam assegurados mais

adequadamente se a guarda da criança fosse repassada à família substituta ao invés de

encaminhá-la para um abrigo público.

De todas as crianças, a situação da E. de J. S. era a mais problemática, uma

vez que sem registro, sem vacina, sem alimentação adequada e com apenas 02 meses de vida, a

mesma estava em evidente situação de risco, caso permanecesse com a mãe. Ressalta-se que a

adotante era médica, com especialidade em nutrição. Por fim, no bojo do parecer, foi requerido,

expressamente, a citação dos pais biológicos da menor para se manifestarem no feito, assim

como a abertura de registro de nascimento da criança.

Ressalte-se que independente dos pedidos de adoção, já tramitava sob nº

0000270-10.2011.805.0168 ação de iniciativa do Ministério Público para aplicar medida protetiva

em favor dos menores desamparados. A medida protetiva buscava a colocação das crianças em

abrigos. Ocorre que nem na cidade de Monte Santo, nem na região, existe abrigo adequado para

o encaminhamento de crianças em tal situação de abandono e com a saúde fragilizada.

Assim, do ponto de vista do cumprimento do princípio da proteção integral

inscrito no art. 3º do ECA – Lei 8.069/90 – bem como do disposto no art. 4º, também do ECA, que

prioriza a convivência em família em preferência a qualquer medida de internação em qualquer

estabelecimento, foi determinada, de forma provisória, ou seja, passível de reversão, a colocação

das crianças em famílias substitutas que se dispuseram a acolhê-las.

Este caso não é o único feito envolvendo o abandono de menores na comarca

de Monte Santo. Existem outros a exemplo de uma adoção feita por uma então Conselheira

Tutelar de uma criança encontrada em situação de semelhante abandono.

Em relação ao menor L. S. S. foi interposta a Ação de Guarda sob nº 273-

62.2011.805.0168 por Bernhard Michael Topschall e Carmem Kieckhofer Topschall, ainda em maio

de 2012. Contudo, o casal desistiu do pedido em 29 de agosto de 2011.

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Paralelamente ao pedido de guarda, foi protocolada outra Ação, ainda em

relação ao menor L. S. S., só que de adoção, nos autos sob nº 0000304-82.2011.805.0168,

interposta por Nelson Luiz Melecardi e Debora Brabo Melecardi. Esta informação comprova que

mais de uma família encontrava-se interessada em ajudar na alocação das crianças

abandonadas, evitando-se, assim, a permanência na condição de risco extremo em que se

encontravam.

Em 01 de junho de 2011 foi realizada audiência para tratar da situação do

menor L.S.S. O Ministério Público não se fez presente – justificadamente – por estar

participando de operação do Grupo de Combate ao Crime Organizado em outra região do

Estado. Em razão da urgência em alocar as crianças em situação de risco foi deferida medida

liminar e precária, ou seja, passível de reversão a qualquer momento, a guarda provisória da

criança para uma família substituta e aberto vista dos autos para manifestação do Ministério

Público fora da audiência.

Foi aberta vista dos autos sob nº 0000304-82.2011.805.0168 para o Ministério

Público em agosto de 2011. Nesse momento o Ministério Público solicitou que a Inicial de Adoção

fosse emendada, a fim de que os pais biológicos fossem incluídos no polo passivo da demanda e,

evidentemente, pudessem se manifestar, evitando assim uma eventual falha de natureza

meramente processual.

Ressalte-se que apenas no mês de agosto de 2011, alguns meses depois de

inciado todo o procedimento apuratório pelo Ministério Público, pela primeira vez a genitora dos

menores e a avó paterna procuraram o Ministério Público. Observe-se que o Ministério Público

foi procurado pela mãe biológica, mas esta nunca chegou a se pronunciar nos autos dos

processos que envolviam as crianças, apesar de ter sido disponibilizado advogados

gratuitos para a defesa de seus interesses.

Quando procurou o Ministério Público a Sra. Silvania, a mãe, já estava grávida

novamente. Informou nesta ocasião que teria interesse em recuperar a guarda dos seus filhos e

que estava disposta a melhorar a situação em que criava os menores. Nesta ocasião a própria

genitora reconhece que não estava oferecendo condições adequadas aos filhos, tendo os

abandonado.

Durante o atendimento a Promotora de Justiça deixou claro à genitora que a

recuperação da guarda seria plenamente possível, pois as medidas deferidas pela Justiça eram

provisórias e que o Ministério Público iria se posicionar de acordo com os interesses dos menores.

Page 5: Esclarecimentos sobre a reportagem do programa Fantástico

A Sra. Silvania, a mãe, foi inclusive orientada a contratar um advogado e que caso precisasse de

um defensor dativo, que entrasse em contato com o Juiz para a sua nomeação sem qualquer

custo, pois ela tinha o direito de ser assistida juridicamente e de forma gratuita se não tivesse

condições econômicas. Depois disso a Sr. Silvânia nunca mais retornou ao Ministério

Público ou procurou o Juiz para a designação de Advogado para fazer a defesa de seus

interesses.

A Sra. Silvania assumiu abertamente na Promotoria de Justiça que era

usuária de drogas e que havia deixado de consumir substâncias entorpecentes apenas em razão

dessa nova gravidez, conforme certidão proferida pelo servidor do Ministério Público.

Diante das particularidades do caso, o Ministério Público entendeu, por cautela,

que seria indispensável ouvir os pais biológicos antes de se manifestar pela alteração da situação

de fato em que se encontrava a criança, uma vez que a sua guarda provisória já havia sido

deferida à família substituta, há quase dois meses, sendo traumático promover uma nova

mudança na vida de uma criança de um ano e meio, sem ter a certeza de que se tratava da

medida adequada para o seu bem estar.

Ocorre que não se sabe a que título de interesse a pessoa que se identifica

como Eleonora Ramos, sem qualquer verificação ou consulta a dados documentais ofereceu, sem

base legal, fática ou justa, representação contra a então Promotora de Justiça e o então Juiz de

Direito. Após a análise dos fatos, tanto o TJBA e o MPBA concluíram em definitivo pela

ausência de qualquer irregularidade nos feitos em questão.

A dita Srª Eleonora Ramos informou que haveria possibilidade de que os fatos

configurem crime de comercialização e tráfico de crianças e que tais situações teriam sido

referendadas pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário, por motivos ainda desconhecidos.

A questão é que apesar de noticiar a prática de crime de tamanha gravidade, a

denunciante não apresenta os mínimos indícios objetivos que a levam crer que se trata de tráfico

de crianças. Em que, exatamente, consistiu o tráfico de crianças? Quem comercializou essas

crianças, ou seja, quem as vendeu e quem as adquiriu? Quem eram as crianças supostamente

comercializadas? Qual foi o benefício auferido com o delito? Quais eram os fatos concretos que

poderiam dar inicio a uma investigação pelo Ministério Público ou pela autoridade policial? Se há

elementos e pessoas que pudessem efetivamente atestar tal fato, por quê nunca foram

apresentadas ao Ministério Público, à Delegacia de Polícia e ao Judiciário, durante mais de um

ano, na comarca de Monte Santo? E se não foi formalizada qualquer denúncia nesse sentido, em

Page 6: Esclarecimentos sobre a reportagem do programa Fantástico

qualquer das instituições mencionadas, como pode ela afirmar que o Parquet e o Poder Judiciário

referendaram a prática de tais ilícitos na cidade?

Nesse ponto, é oportuno repetir que, desde quando principiaram os fatos

contidos na representação (março de 2011), até a presente data, transcorreram cerca de

dezenove meses. Ao longo deste período ocorreram diversas outras manifestações do

Ministério Público através de outros membros nos sobreditos processos, e, todos,

adotaram idêntica linha de atuação e entendimento na qual se baseou as decisões do então

Magistrado.

Essa conformidade entre os posicionamentos de diversos Promotores de

Justiça e do Magistrado que decidiu nos casos demonstra a total coerência e licitude das

atuações. Ou estariam todos, no entender da autora da representação, compactuando com a

prática do suposto “tráfico de crianças”? Em verdade, o que se percebe é que o Ministério Público

e o Poder Judiciário, através dos seus agentes, tem procurado se orientar com prudência em suas

intervenções nos referidos processos, evitando alterações da situação de fato das crianças que

não convirjam para a melhor promoção de seus interesses.

É de ficar sem explicação o fato de que haja denúncia por tráfico e

comercialização de crianças por alguém que sequer teve acesso a todos os dados que envolvem

o feito – pois encontram-se sob sigilo de justiça - sem procurar antes conferir se as crianças

estão, de fato, com as famílias substitutas e em que condições se encontram.

Se existe uma pessoa que trafica crianças com nome já conhecido porque não

buscar investigá-la? Por que não acionar a polícia e o Ministério Público? Qual o proveito em se

atacar os órgão Estatais incumbidos constitucionalmente da guarda dos interesses dos menores?

Saiba-se que, diariamente, tanto o Ministério Público quanto o Poder

Judiciário atingem interesses diversos, principalmente daqueles alinhados ao ilícito. No

caso em tela, não se tem lógica a insistência em um tema de há muito ultrapassado, salvo

de tentar desacreditar as instituições que de alguma forma ou em algum momento

desagradaram quem realmente agiu na ilicitude.

O então Juiz do caso foi promovido por merecimento em dezembro de

2011. A promoção foi publicada no Diário da Justiça em 09 de janeiro de 2012, portanto é

fato público e notório. Eis a razão de ter deixado a Comarca e não simplesmente o caso.

Page 7: Esclarecimentos sobre a reportagem do programa Fantástico

O caso em si não denota maiores preocupações por não ser nada de novo no

cotidiano de comarcas como Monte Santo onde, infelizmente, há a corriqueira pratica da geração

de filhos visando a percepção dos auxílios públicos conhecidos como “bolsas”. A falta de

escolaridade, condições econômicas e questões culturais e sociais, fomentam sobremaneira o

abandono dos filhos gerados.

As declarações do Magistrado que atualmente oficia no feito na condição de

substituto legal serão levadas a apreciação das autoridades competentes seja pelo

impossibilidade de se manifestar publicamente sobre processo conforme preceitua o art. 36 da

LOMAN (Lei Complementar nº 35/79), seja por ter feito afirmação de existência de tráfico de

crianças sem qualquer base fática.

DOS FATOS EQUIVOCADEMENTE VEICULADOS

O casal não é de lavradores.

Nenhum deles trabalha na lavoura. O próprio depoimento dos apontados pais

relatam que suas atividades não são na lavoura. Nas comarcas do interior é usual se assumir a

qualificação de lavrador para fins de percepção de prestação assistencial pública por idade.

(ver depoimento do Conselheiro Tutelar Michelson Silva Caldas e certidões

diversas acostadas)

São viciados em drogas.

Isto está expresso nos depoimentos deles nos autos e perante o Ministério

Público. Apesar de não integrar os autos e não estar sujeito ao sigilo judicial, não há autorização

expressa para a divulgação deste documento com os nomes das autoridades neles contidas.

(Segue em anexo a certidão produzida pelo oficial do Ministério Público).

Não são um casal.

Page 8: Esclarecimentos sobre a reportagem do programa Fantástico

O próprio depoimento dos apontados como pais mostram que já não conviviam

mais como marido e mulher.

Em 21 de maio de 2012 o Sr. Gerôncio, na época ainda convivente com a Srª

Silvania, chegou a fazer uma denúncia da Sr. Silvânia perante o Conselho Tutelar por abandono

das crianças. (doc. em anexo)

A mulher tinha vários parceiros diferentes, o Sr. Gerôncio era apenas um deles.

Apenas uma das crianças é filho comum.

(este fato está contido no depoimento da Srª Silvânia ao Ministério Público.

Deixo de encanhar o dito depoimento por ter outros dados resguardados pelo

sigilo legal.)

As crianças foram encontradas sozinhas e abandonadas.

As crianças estavam abandonadas em chão batido, inclusive uma de 07 meses

de vida. (ver Certidão da Escrivã responsável pelo caso.)

As crianças não foram dadas em adoção.

A adoção se torna irrevogável e irretratável. Ocorreu que no âmbito de uma

ação de adoção houve o deferimento da guarda provisória. Esta é apenas o dever de cuidar e

responder pelo menor até que seja definida a situação deste. A decisão dada é reformável, ou

seja, reversível a qualquer momento. A medida buscou evitar a colocação em abrigo público, por

não existir na região. Foram analisadas ainda as demais peculiaridades que apontaram

claramente que em poder da mãe biológica as crianças estavam em risco por estarem

abandonadas. (veja certidão da Escrivã e do Oficial do Ministério Público)

Toda a apuração dos fatos iniciou pelo Conselho Tutelar.

Veja o termo de advertência dado à mãe já em 02 de dezembro de 2010.

O Ministério Público que ingressou em Juízo pedindo medida protetiva

em favor das crianças.

Page 9: Esclarecimentos sobre a reportagem do programa Fantástico

Ver a certidão do oficial do Ministério Público.

Em Juízo todas as informações de risco às crianças foram reavaliadas e

comprovadas.

Nos autos todo o caso é olhado sob a ótica do conjunto de fatos e

circunstâncias, nunca com base em um único documento ou depoimento. O conjunto probatório

que se encontra em sigilo de justiça é robusto em definir a necessidade da medida. Os

documentos ora acostados – por não se caracterizarem como sigilosos – já dão a exata dimensão

da extrema situação de risco das crianças.

Já existiam advertências do Conselho Tutelar

O sr. Gerôncio já representou a mãe biológica pelo abandono no próprio

Conselho Tutelar. (ver as denúncias do Conselho Tutelar nº 039 e 037 de 2010 em anexo, bem

como o termo de advertência).

As crianças não foram retiradas à força.

Foram encontradas em casa sozinhas quando em cumprimento à ordem

judicial, devidamente acompanhada pelo próprio Conselho Tutelar. (ver a certidão da escrivã

responsável e declaração da Juíza Leiga da Comarca de Euclides da Cunha)

As crianças estavam bastante doentes.

O fato está consignado nos vários relatórios produzidos pelo Conselho Tutelar

e CREAS e que constam dos autos, estando resguardados pelo sigilo judicial.

Os pais não recorreram da decisão.

Consulte-se o andamento processual e as diversas certidões e depoimentos

anexados.

Page 10: Esclarecimentos sobre a reportagem do programa Fantástico

Considerações Finais

Problemas maiores existem em Monte Santo, mas que a poucos interessam a

divulgação e muito menos a elucidação.

Foi o mesmo Ministério Público e Poder Judiciário de Monte Santo que efetivou

uma série de ações de “limpeza social” como a prisão de grupos armados associados ao PCC,

especializados em assaltos a bancos, e que dentre os acusados existem advogados, pessoas

públicas e servidores de bancos. O processo deste caso encontra-se parado e sem andamento,

sem que ninguém se pronuncie a favor da sociedade para que seja concluída a apuração.

Destaca-se ainda a “Operação Monte Santo” que uma simples consulta na

internet poderá mostrar os videos que dão noção da dimensão da quadrilha formada por

servidores públicos, policiais, delegados de polícia e políticos cujo processo encontra-se também

parado por falta de Juiz titular na Comarca de Monte Santo.

Se há uma luta pela transparência e persecução de irregularidades que se faça

como um todo, mas não se cubra intenções escusas sob esta bandeira.

Havendo a intenção de apurar ilegalidades que os “denunciantes” e a imprensa

divulguem fatos e não simples versões distorcidas que podem fazer com que se tornem

instrumento de ilegalidades e promoção de injustiças.

É de se estranhar que a imprensa tenha divulgado uma matéria contendo o

nome de um profissional público, onde lhe imputam ilegalidades, divulgando fatos notoriamente

falsos. Qual o tipo de notícia que se está produzindo?

Por fim, acredito que todo e qualquer questionamento suscitado por quem

tentou manipular a opinião pública através da imprensa fornecendo informações falsas e

distorcidas restou elucidado.

O responsável pela reportagem procurou o Juiz anterior e foi informado de que

ele estaria em outra comarca trabalhando como Juiz Eleitoral. Foi-lhe dado o e-mail de contato,

mas este preferiu veicular a matéria sem a devida oitiva. Foi marcado dia e hora para conversar

com o repórter, mas este não retornou na data agendada.

Page 11: Esclarecimentos sobre a reportagem do programa Fantástico

As entrevistas realizadas com o Ministério Público e com as pessoas que

informaram a verdade dos fatos acima não foram veiculadas.

Os documentos acima foram entregues ao jornalista que não os considerou

como se não existissem.

Barra, 15 de outubro de 2012.

Vitor Bizerra