esab - metodologia de pesquisa cientifica
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MDULO DE:
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTFICA
AUTORIA:
Dr. JAIME ROY DOXSEY
Copyright 2009, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil
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Mdulo de: METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTFICA
Autoria: Dr. Jaime Roy Doxsey
Primeira edio: 2003
1 Reviso: 2005
2 Reviso: 2006
3 Reviso: 2007
4 Reviso: 2009
Segunda edio: 2011
CITAO DE MARCAS NOTRIAS
Vrias marcas registradas so citadas no contedo neste Mdulo. Mais do que simplesmente
listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de explorao ou ainda imprimir
logotipos, o autor declara estar utilizando tais nomes apenas para fins Editoriais Acadmicos.
Declara ainda, que sua utilizao tem como objetivo, exclusivamente, aplicao didtica,
beneficiando e divulgando a marca do detentor, sem a inteno de infringir as regras bsicas
de autenticidade de sua utilizao e direitos autorais.
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrnicos, os quais foram
analisados em pesquisas de laboratrio e de literaturas j editadas, que se encontram
expostas ao comrcio livre editorial.
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Apresentao Este Mdulo explora temas relacionados Metodologia Cientfica, introduzindo alguns
procedimentos bsicos de pesquisa em geral. Tambm apresenta passos necessrios para a
elaborao de um projeto de pesquisa bem como, uma introduo s normas acadmicas
em vigor, para uma produo cientfica. importante que outras fontes sejam pesquisadas,
na Internet ou em livros e textos adicionais, para suprir suas necessidades de aprendizagem
sobre Metodologia de Pesquisa Cientfica na sua rea de conhecimento. O Mdulo apresenta
fontes de leituras adicionais.
Objetivo Introduzir a Metodologia da Pesquisa enquanto processo de aprendizagem referente
produo de conhecimento e a comunicao cientfica de resultados.
Ementa Pressupostos da pesquisa. Fichamentos. Utilizao de instrumentais. Elaborao de
relatrios. Estrutura e organizao de relatrio. Regras oficiais acadmicas. Trabalho
Cientfico. Monografia.
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Sobre o Autor Dr. Jaime Roy Doxsey
Ph.D. in Inter-American Studies: Processos Sociais de Desenvolvimento - University of
Miami; Mestre em Educao - UFES - ES; Graduado em Sociologia - Pfeiffer University
Masters in Inter-American Studies - University of Miami.Masters in Inter-American Studies -
University of Miami
Professor de Metodologia de Pesquisa - Universidade Federal do Esprito Santo
Consultor Acadmico - ESAB/BOU
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SUMRIO
UNIDADE 2 ........................................................................................ 12
A Pesquisa Cientfica .................................................................................... 12
UNIDADE 3 ........................................................................................ 15
Os Mtodos .................................................................................................. 15
UNIDADE 4 ........................................................................................ 18
Mtodos, Tcnicas e Metodologia. ................................................................ 18
UNIDADE 5 ........................................................................................ 24
Autonomia do Pesquisador ........................................................................... 24
UNIDADE 6 ........................................................................................ 29
Classificao dos Trabalhos Cientficos ........................................................ 29
UNIDADE 7 ........................................................................................ 32
Por que e para que Pesquisar? .................................................................... 32
UNIDADE 8 ........................................................................................ 34
Elaborao da Pesquisa Cientfica ............................................................... 34
UNIDADE 9 ........................................................................................ 42
Definindo o Objetivo da Pesquisa ................................................................. 42
UNIDADE 10 ...................................................................................... 44
O Objetivo Determina o Carter da Pesquisa ............................................... 44
UNIDADE 11 ...................................................................................... 47
Justificando a Importncia da Pesquisa ........................................................ 47
UNIDADE 12 ...................................................................................... 50
Organizando um Quadro Terico Inicial ........................................................ 50
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UNIDADE 13 ...................................................................................... 54
Elaborando Resumos e Fichamentos ........................................................... 54
UNIDADE 14 ...................................................................................... 56
UNIDADE 15 ...................................................................................... 63
Fazendo a sua Escolha ................................................................................ 63
UNIDADE 16 ...................................................................................... 64
Delimitando a Pesquisa ................................................................................ 64
UNIDADE 17 ...................................................................................... 68
Cronograma de Execuo da Pesquisa ........................................................ 68
UNIDADE 18 ...................................................................................... 70
A busca pela Orientao ............................................................................... 70
UNIDADE 19 ...................................................................................... 72
A Execuo da Coleta e da Anlise de Dados .............................................. 72
UNIDADE 20 ...................................................................................... 75
Um Exemplo de Anlise Temtica ................................................................ 75
UNIDADE 21 ...................................................................................... 83
UNIDADE 22 ...................................................................................... 87
Critrios Mnimos para a Produo Cientfica nos Cursos da ESAB ............. 87
UNIDADE 23 ...................................................................................... 91
Redigindo o Trabalho Cientfico .................................................................... 91
UNIDADE 24 ...................................................................................... 99
Dialogando com outros Autores: o uso da citao ........................................ 99
UNIDADE 25 .................................................................................... 102
Que Tipo de Material Consultar? ................................................................ 102
UNIDADE 26 .................................................................................... 106
Linguagem a ser Utilizada ........................................................................... 106
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UNIDADE 27 .................................................................................... 110
A Integridade Acadmica na Produo Cientfica ....................................... 110
UNIDADE 28 .................................................................................... 115
Responsabilidades e Direitos dos Professores/Tutores s dos Alunos On-line ................................................................................................................... 115
UNIDADE 29 .................................................................................... 117
Desenvolvimento do Compromisso da tica on-line nas Atividades da ESAB ................................................................................................................... 117
UNIDADE 30 .................................................................................... 120
Concluso ................................................................................................... 120
GLOSSRIO .................................................................................... 122
BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 127
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UNIDADE 1 Objetivo: Facilitar o incio dos estudos on-line, na ESAB, e do Mdulo Metodologia da
Pesquisa Cientfica.
Introduo Unidade 1
Caros alunos,
Antes de iniciar os estudos deste mdulo fundamental que leia e entenda o recado abaixo:
Muitas vezes, o (a) aprendiz se sente perdido (a) iniciando os seus estudos a distncia.
Para que isso no acontea, importante conhecer o ambiente CAMPUS ON-LINE da
ESAB para dar procedimento a leitura das unidades e completar as atividades sugeridas. Os
tutores so responsveis por apoia-lo (a) no seu processo de aprendizagem. No entanto,
essencial: (1) Acessar o link Regulamentaes, que fica no Campus On-line, e ler as
Informaes Acadmicas disponveis no Manual do Aluno e nas Resolues ESAB, (2)
Assistir o Vdeo Tour de Campus On-line e (3) Explorar os links e ferramentas, no seu
Ambiente Sala de Aula.
Informaes Acadmicas
Alm das informaes e orientaes disponibilizadas no site da ESAB, atravs do Suporte
Acadmico o aluno pode esclarecer algumas dvidas. Nota-se que h o link Manual de
TCC, que orienta sobre a Produo da Monografia. No ser necessrio definir o seu tema
monogrfico ainda no incio do curso. A vantagem principal de estudar on-line que cada
aprendiz pode estabelecer o seu prprio ritmo de aprendizagem de acordo com as suas
necessidades e tempo disponvel para leitura e pesquisa.
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Solucionando Problemas
Problemas com prazos, provas, acesso ao material para download ou dificuldades tcnicas
podem ser resolvidos atravs do Suporte Acadmico. Os tutores no tm acesso aos dados
acadmicos dos alunos e no resolvem pendncias como: liberao de provas, mdulos ou
informaes financeiras. Muitos aprendizes acompanham as dvidas e dificuldades dos
outros ajudando com palpites e sugestes. A comunidade da ESAB, tutores, alunos e equipe
tcnica, tm interesse em minimizar os problemas e buscar solues rpidas.
Obrigado.
Este Mdulo explora temas relacionados Metodologia Cientfica, introduzindo alguns
procedimentos bsicos de pesquisa em geral. Tambm apresenta os passos necessrios
para a elaborao de um projeto de pesquisa, bem como introduz as normas acadmicas em
vigor para uma produo cientfica. importante pesquisar outras fontes, na Internet ou em
livros e textos adicionais, para suprir suas necessidades de aprendizagem sobre Metodologia
de Pesquisa Cientfica, na sua rea de conhecimento. O Mdulo apresenta fontes adicionais
e sugere leituras suplementares, em algumas unidades.
Ementa do Mdulo
Os pressupostos tericos e metodolgicos da pesquisa cientfica, bem como a utilizao de
instrumentos, inerentes ao processo das regras oficias acadmicas para elaborao do
trabalho cientfico.
Objetivos do Mdulo
Introduzir a Metodologia da Pesquisa enquanto processo de aprendizagem referente
produo de conhecimento e a comunicao cientfica de resultados.
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O Estudo da Metodologia Cientfica
Apesar da maioria dos cursos de graduao oferecer aos estudantes disciplina e/ou
atividades ligadas pesquisa cientfica como Metodologia, Procedimento da Pesquisa,
Filosofia da Cincia ou matrias semelhantes. Para alguns alunos, um bom tempo se passou
sem que os mesmos tivessem oportunidades de utilizar os contedos dessas matrias.
Portanto, em um curso de ps-graduao o estudo da Metodologia de Pesquisa torna-se um
dos requisitos indispensvel, sendo ainda recomendado pelo MEC, uma vez que busca
reforar os conceitos cientficos da pesquisa e dos trabalhos acadmicos, e ultrapassa a
barreira da simples memorizao de contedos e forma de aplicao de mtodos, para ser
uma aquisio de conhecimento pelo aprendiz.
O estudo da Metodologia da Pesquisa Cientfica tambm pode ser algo novo para os que se
formam em uma cincia tecnolgica ou aplicada. Nesse sentido, difcil conciliar as
necessidades de alunos oriundos de realidades to eclticas atravs de um mdulo nico.
Alguns podem achar o Mdulo fcil demais e outros sero confrontados com as incertezas
geradas por conceitos no estudados e novas dvidas tericas apresentadas pelas
perplexidades que a pesquisa provoca (CHIZZOTTI, 2006). preciso ainda considerar a
insegurana do pesquisador, natural a todos que aceitam o desafio de ir alm da mera
reproduo de conhecimento.
Com o propsito de motivar o aluno a aceitar esse desafio sugere-se uma verdadeira ruptura
com o estilo passivo de aprendizagem. Para tanto, prope-se alm da leitura deste Mdulo,
que o aluno consulte a Internet e livros didticos sobre as pesquisas e a bibliografia sugerida
aqui. Antes de buscar respostas com o tutor, que estar sempre disponvel para suas
dvidas acadmicas, lembre-se da possibilidade de construir sua aprendizagem de forma
ativa, superando lacunas da graduao e retomando o caminho da autonomia e da
autodependncia. O bom pesquisador algum que levanta seus prprios questionamentos,
procura informao para formular e organizar seus pensamentos e chega a concluses
prprias sobre esses questionamentos. O Mdulo pretende incentivar nesse caminho.
Este Mdulo no exige que defina um projeto de monografia ou plano de pesquisa. O aluno
receber orientao da ESAB para a organizao de um plano de monografia aps o ltimo
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mdulo de seu curso. No entanto, pode comear desde agora registrando suas ideias, e,
sobretudo, lendo material em sua rea de interesse.
Antes de continuar a leitura, da prxima unidade, responda atividade a seguir que tem por
objetivo uma reflexo quanto a sua posio enquanto futuro pesquisador e aprendiz de
Metodologia da Pesquisa Cientfica.
Ao (re) estudar Metodologia Cientfica, Mtodos e Tcnicas de Pesquisa, muitas vezes o
aluno se questiona em como aplicar esses conhecimentos em termos prticos. J que
alguns sero pesquisadores ou autores de uma produo cientfica pela primeira vez.
Responda as perguntas abaixo, tendo como parmetro este Mdulo de estudo, e guarde
suas respostas para uma reflexo final.
Obs.: as respostas a essas reflexes formam parte de sua aprendizagem e so
individuais, no precisando ser comunicadas ESAB ou ao tutor.
1. Nesse momento no estou me sentindo muito preparado para executar uma
pesquisa cientfica.
[ ] Concordo muito [ ] Concordo [ ] Nem concordo ou discordo [ ] Discordo [ ] Discordo muito
2. Na graduao no estudei Metodologia de Pesquisa Cientfica.
[ ] Concordo muito [ ] Concordo [ ] Nem concordo ou discordo [ ] Discordo [ ] Discordo muito
3. O contedo de Metodologia de Pesquisa me interessa muito.
[ ] Concordo muito [ ] Concordo [ ] Nem concordo ou discordo [ ] Discordo [ ] Discordo muito
4. Sinto-me preparado (a) para ser um (a) aprendiz autnomo (a) em um curso a
distancia.
[ ] Concordo muito [ ] Concordo [ ] Nem concordo ou discordo [ ] Discordo [ ] Discordo muito
5. Aprender a fazer pesquisas muito importante para o meu desenvolvimento
profissional.
[ ] Concordo muito [ ] Concordo [ ] Nem concordo ou discordo [ ] Discordo [ ] Discordo muito
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UNIDADE 2 Objetivos: Analisar os conceitos de pesquisa e do mtodo cientfico
A Pesquisa Cientfica
Quando se fala em Pesquisa Cientfica, vrios elementos
vm mente: pensa-se em laboratrios bem equipados,
nos experimentos com ratos, na manipulao de plantas,
nos microscpios, nos engenheiros criando as parafernlias
tecnolgicas, etc.
Ou seja, a ideia que o termo Pesquisa Cientfica traduz,
est muito ligada s reas de sade e tecnologia. No entanto, possvel tambm estudar os
fenmenos sociais e as aplicaes das novas tecnologias; tarefas que ficam a cargo das
Cincias Humanas e das Cincias da Informtica, quando tem no homem seu objeto de
estudo.
Assim, a pesquisa cientfica abarca as cincias naturais, exatas e sociais. Em todas
essas reas, homens e mulheres se vem intrigados por enigmas que precisam
decifrar. E embrenham-se na busca de respostas para eles.
Essa busca acontece desde que o mundo mundo, pois o ser humano traz consigo a
curiosidade e a necessidade de transformar o ambiente em que vive. Por isso mesmo, se
olhar para trs, ver que os antepassados sempre estiveram em busca de respostas para
seus problemas, tentando entender como os fenmenos aconteciam, movimentando o fazer
cientfico.
A cincia, portanto, busca respostas, a investigao metdica, organizada, da realidade,
para descobrir a essncia dos seres e dos fenmenos e as leis que os regem com o fim de
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aproveitar as propriedades das coisas e dos processos naturais em benefcio do homem
(PINTO apud RICHARDSON, 1999, p. 21).
Aristteles
Plato
As respostas, por sua vez resultam em novos conhecimentos, pois respondem a muitas,
muitas indagaes. Para chegar a essa etapa, no entanto, o cientista precisa passar por
outras duas: refletir sobre o fenmeno estudado e saber como ele acontece, para,
finalmente, explicar como ele acontece (RICHARDSON, 1999, p. 20).
Como fazer cincia: o mtodo cientfico
Cincia no algo que se faa assim, de qualquer maneira. Quando um cientista realiza uma
pesquisa, deve seguir mtodos. Mtodo a juno dos termos gregos meta (alm de, aps
de) e dos (caminho), sendo definido como o caminho ou maneira para chegar a
determinado fim ou objetivo (RICHARDSON, 1999, p. 22).
Na Grcia antiga, pensadores como Plato e Aristteles j tentavam organizar um mtodo
para a produo do conhecimento. No sculo XVI, Galileu defendia a elaborao e a
testagem de hipteses, etapas que fazem parte do mtodo usado pela cincia moderna, que
se consolidou com Francis Bacon e Ren Descartes. Para Descartes, o conhecimento
verdadeiro deveria ser produzido com rigores, por meio de demonstrao, seguindo os
princpios da Matemtica.
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O Mtodo Cientfico Clssico, segundo Richardson (1999), sempre caracterizado pela
observao da realidade que leva :
Em resumo, pode-se pensar no Mtodo Cientfico como uma sntese trplice (PHILLIPS,
1971). Essa sntese envolve a integrao da experincia por meio de um processo simblico
de ideias, conceitos e teorias. A sntese integra novos conceitos e ideias com outros
conceitos e ideias, de ideias com experincia, e de experincia com experincia (p. 23).
Cada disciplina tem seu prprio arranjo de smbolos e proposies para a melhor forma de
investigar os fenmenos.
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UNIDADE 3 Objetivos: Definir alguns mtodos cientficos; incentivar mais leitura sobre os mtodos.
Os Mtodos
H vrios mtodos cientficos: indutivo, dedutivo, experimental, fenomenolgico, entre outros.
De acordo com Gil (1999), os mtodos proporcionam as bases lgicas da investigao
cientfica. Os diversos mtodos so vinculados s correntes filosficas que se propem a
explicar como se processa o conhecimento da realidade (p. 27).
Neste Mdulo, no possvel uma reviso de todas as correntes filosficas (os mtodos),
mas oferece uma viso que facilita a compreenso. Em cursos de ps-graduao mais
extensos, como os de mestrado, as correntes so normalmente apresentadas em disciplinas
especficas sobre Metodologia Cientfica, que abordam a Filosofia e a Epistemologia da
cincia1).
A seguir, encontram-se algumas definies bsicas das principais correntes encontradas em
textos didticos sobre mtodos:
Indutivo: (...) um processo pelo qual, partindo de dados ou observaes constatados, pode-
se chegar a proposies gerais... Fundamenta-se em premissas (fatos observados), que
servem de base para um raciocnio. O Mtodo Indutivo parte de premissas, dos fatos
observados, para chegar a uma concluso que contenha informaes sobre fatos ou
situaes no observadas RICHARDSON, 1999, p. 35-36).
Dedutivo: Popper criticou o Mtodo Indutivo afirmando que s o Mtodo Dedutivo poderia
testar uma teoria. Argumentou que a inferncia universal, a partir de singulares, por mais
frequente que fosse o nmero de observaes, no comprovaria sua refutabilidade
1 Ver o GLOSSRIO se precisar refrescar a definio de epistemologia.
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emprica.2 Para Laville e Dione, a deduo a forma de raciocnio que parte de uma
proposio geral para verificar seu valor por meio de dados particulares. Em pesquisa, essa
proposio , em geral, uma hiptese, e fala-se ento em raciocnio hipottico-dedutivo
(1997, p. 332).
Experimental: importante dizer que, tanto o Mtodo Indutivo quanto o Dedutivo segue
esse mtodo - um procedimento central de pesquisa, com dados criados, pelo qual o
pesquisador atua sobre um ou vrios fatores ou variveis da situao em estudo com o
objetivo de observar e, eventualmente, medir as mudanas que da resultam (Ibid, p. 334).
(Ver CHIZZOTTI, A. Pesquisa em cincias humanas e sociais. So Paulo: Cortez, 1998
para um detalhamento do mtodo experimental com excelente bibliografia.)
Fenomenolgico: Esse mtodo enfoca o fenmeno, entendido em suas diferentes formas
de manifestao. O fenmeno examinado em sua totalidade, de maneira direta, sem a
interveno de conceitos prvios que o definam e, sem basear-se em um quadro terico
prvio que enquadre as explicaes sobre o visto. O pesquisador fenomenolgico dirige-se
para o fenmeno da experincia; para o dado; procurando v-lo da forma como percebido.
O sujeito e o objeto no so separados, pois so ontologicamente unidos, uma vez que o ser
sempre ser no mundo.
Quem pretende desenvolver um projeto de pesquisa e uma monografia ter que buscar
muitos subsdios para essa tarefa. Essa preparao envolve leitura tanto sobre o tema a ser
investigado, quanto sobre o mtodo de pesquisa a ser utilizado. Para uma leitura mais
aprofundada em mtodos de pesquisa, consulte a bibliografia que se encontra junto a esse
mdulo e alguns dos livros e/ou sites sugeridos no quadro a seguir.
Se as definies das correntes acima no esto claras, explore maiores informaes sobre
cada mtodo na Internet, usando como palavras chaves Mtodo Indutivo, Mtodo
Dedutivo, Fenomenologia, Mtodo Experimental, etc.
2 Popper, K. A lgica da investigao cientifica. So Paulo: Abril, 1980. (Os Pensadores). p. 5.
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Fontes para leitura aprofundada sobre mtodos de pesquisa na sua rea de conhecimento
esto disponveis na INTERNET. s digitar na linha da Ferramenta de Busca mtodos de
pesquisa em __________. Para quem usa pouco a INTERNET a Ferramenta de Busca ....
... um instrumento de pesquisa na web atravs de palavras-chave ou categorias,
orientadas por texto. um website que lista pginas da web que equivalem aos
caracteres escolhidos. Esses sites so armazenados em um sistema computacional,
como a 'World Wide Web', ou um computador pessoal. As ferramentas de busca so
muito teis porque a pessoa no precisa lembrar o endereo de um site para procur-
lo. As pessoas precisam dessas ferramentas pela mesma razo que elas precisam de
um catlogo em uma biblioteca. As ferramentas de busca, porm, ajudam a encontrar
informaes mais especficas.
(Disponvel em http://www.iberbrasconsultoria.com/seo-ferramentas-de-busca.html.)
Um exemplo de resultado com as palavras mtodos de pesquisa em administrao:
http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/C00-art01.pdf
AVISO: Os sites, artigos e informaes disponveis on-line mudam constantemente. O
exemplo do artigo acima pode ser retirado pelo autor ou programador. A ESAB no se
responsabiliza pelas mudanas ocorridas em sites recomendadas na data da reviso do
mdulo. A equipe agradece a comunicao de qualquer alterao nas informaes
registradas no Mdulo.
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UNIDADE 4 Objetivos: Diferenciar conceitos: mtodo, tcnicas e metodologia.
Mtodos, Tcnicas e Metodologia.
Cada um desses termos tem procedimentos metodolgicos prprios. Mtodo o mesmo que
Metodologia? No! Enquanto, Mtodo o caminho percorrido pelo pesquisador, como
pretende abordar o fenmeno a ser estudado, com o intuito de alcanar os objetivos do
estudo, Metodologia o conjunto dos procedimentos e tcnicas utilizados pelo mtodo
adotado. Metodologia ento engloba o Mtodo, os procedimentos e as tcnicas.
Chau define Mtodo como uma investigao que segue um modo ou uma maneira
planejada e determinada para conhecer alguma coisa; procedimento racional para o
conhecimento seguindo um percurso fixo. 3
Laville e Dionne (1999) apresentam trs definies importantes para compreender melhor a
terminologia.
Metodologia: Estudo dos princpios e dos mtodos de pesquisa (p. 335);
Mtodo: Conjunto dos princpios e dos procedimentos aplicados pela mente para
construir, de modo ordenado e seguro, saberes vlidos (ibid);
Tcnica de Pesquisa: Procedimento empregado para recolher dados de pesquisa ou
para analis-los. Tem tcnicas de coleta e tcnicas de anlise de informaes (ibid).
3 CHAU, M. Introduo histria da filosofia. Dos pr-socrticos a Aristteles. So Paulo: Brasilense,
1994, p. 354.
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Portanto, a entrevista, o questionrio, a anlise de contedo, a histria de vida e a histria
oral so procedimentos tcnicos e no mtodos. Como essa diferenciao gera confuso,
mesmo para autores de textos sobre pesquisa, interessante notar a opinio de Pedro
Demo (1981, p. 7):
Metodologia significa, etimologicamente, o estudo dos caminhos, dos
instrumentos usados para fazer a cincia. uma disciplina instrumental,
a servio da pesquisa.
Esse cientista entende que pesquisa :
a construo de conhecimento original, de acordo com certas
exigncias cientficas. No precisa ser tambm emprica, embora
normalmente se suponha esta como a mais comum e importante...
Metodologia ser, ento, definida como o estudo dos instrumentos de
montagem de uma teoria, o estudo dos arcabouos tericos... Atribui-se
Metodologia um interesse tendencialmente voltado teoria, ou parte
terica da produo cientfica, deixando a questo emprica para outra
disciplina, muitas vezes chamada de Mtodos e Tcnicas, dedicada s
tcnicas de coleta (dados) e mensurao (variveis) (DEMO, 1981, p.
7-8).
Como o pesquisador define os mtodos que vai utilizar no estudo que se prope a realizar?
Essa escolha deve depender, principalmente, do fenmeno que ser investigado e no do
mtodo preferido ou mais conhecido do pesquisador ou do seu orientador.
O Mtodo Cientfico deve ser seguido em estudos em qualquer mbito, mas os
procedimentos por ele utilizados devem ser compatveis com o objeto de estudo. Seria
complicado medir o comportamento humano da mesma maneira que se mede o
comportamento da matria em estudos fsicos. Isso porque os fenmenos sociais envolvem
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pessoas. E, os seres humanos esto em constante mudana, pois so dotadas de
conscincia e de subjetividade. Assim, nem sempre possvel submeter o comportamento
humano a situaes de experincia e controle.
No entanto, apesar da diferena nada bsica entre pessoas e plantas ou pessoas e troves,
at a poucas dcadas, as cincias sociais usavam mtodos com os mesmos procedimentos
do Mtodo Cientfico concebido por Descartes, ou seja, seguindo os rigores da Matemtica.
Quando perceberam a inadequao, os cientistas enxergaram a necessidade de estudar os
fenmenos sociais com mtodos cujos procedimentos fossem mais adequados a esse tipo
de anlise.
No caso das Cincias Humanas, as principais abordagens constituem-se em quadros de
referncia, subordinando outras teorias e sugerindo normas de procedimentos cientficos,
chegando, segundo Gil (1999), a serem designadas como mtodos (p. 36). Os principais
referenciais citados por Gil so Funcionalismo, Estruturalismo, Materialismo Histrico e
Etnometodologia.
Pode-se, tambm, rotular esses referenciais como perspectivas ou abordagens. Ao mesmo
tempo em que so importantes para diferenciar entre as posturas e correntes de
pensamento, no essencial construir os projetos de pesquisa unicamente em funo delas.
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Metodologia
importante ficar claro que a Metodologia da Pesquisa Cientfica estuda os mtodos e as
tcnicas de pesquisa. Alguns autores confundem os estudiosos atribuindo o significado da
palavra metodologia a palavra mtodo.
A Metodolgia entendida como disciplina que se relaciona com a Epistemologia ou a
Filosofia da Cincia. Seu objetivo consiste em analisar as caractersticas dos vrios mtodos
disponveis, avaliar suas capacidades, potencialidades, limitaes ou distores e criticar os
pressupostos ou as implicaes de sua utilizao. Em nvel mais aplicado, a metodologia lida
com a avaliao de tcnicas de pesquisa e, com a gerao ou a experimentao de novos
mtodos que remetem aos modos efetivos de captar e processar informaes e resolver
diversas categorias de problemas tcnicos e prticas da investigao. Alm de ser uma
disciplina que estuda os mtodos, a Metodologia tambm considerada como modo de
Tcnicas e /ou
Instrumentos
Mtodo
Metodologia
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conduzir a pesquisa. Neste sentido, a Metodologia pode ser vista como conhecimento geral e
habilidade que so necessrias ao pesquisador para que se oriente no processo de
investigao; tomar decises oportunas, selecionar conceitos, hipteses, tcnicas e dados
adequados. 0 estudo da Metodologia auxilia o pesquisador na aquisio desta capacidade.
Associado pratica da pesquisa, o estudo da metodologia exerce uma importante funo de
ordem pedaggica, isto , a formao do estado de esprito e dos hbitos correspondentes
ao ideal da pesquisa cientfica (THIOLLENT, 1988, p. 25).
Mtodo
Um mtodo pode ser definido como uma srie de regras para tentar resolver um problema
(ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 1998, p. 3). O Mtodo uma abordagem, repleta
de pressupostos sobre o mundo e o fenmeno a ser estudado. O Mtodo Cientfico nem
sempre definido da mesma forma pelos cientistas diferentes, independente de sua rea de
conhecimento ou suas ideologias. Estudar mtodos de pesquisa demanda mais tempo do
que muitos aprendizes gostariam de desperdiar.
Tcnicas e instrumentos
As pesquisas, quantitativas e qualitativas, modernas usam uma grande variedade de
procedimentos e instrumentos de coleta de dados. H para cada procedimento vantagens e
desvantagens. Todas as tcnicas podem ser complementadas por outras. As pesquisas
qualitativas so caracteristicamente multimetodolgicas... (ALVES-MAZZOTTI, A. J.;
GEWANDSZNAJDER, F., 1998, 163). Isso no quer dizer que um estudo quantitativo no
pode usar mais do que uma forma de coletar os seus dados nem que h diferenas
substanciais nos procedimentos utilizados.
As tcnicas mais utilizadas so: observaes, entrevista, anlise documental, questionrio,
etc. Alguns procedimentos de coleta de dados exigem um domnio de abordagens
complexas, como por exemplo, o estudo de caso. Vrios autores classificam o estudo de
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caso como Mtodo de Pesquisa, pois o mesmo requer pressupostos tericos e
metodolgicos.
Voc pode ler mais sobre Metodologia e Mtodo na INTERNET. Sabe-se que os conceitos
nem sempre so utilizados da mesma forma por todos os autores. No esquea que a
metodologia cientifica e a metodologia de uma pesquisa INCLUI, ABRANGE o mtodo, as
tcnicas e os procedimentos de um estudo.
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UNIDADE 5 Objetivos: Demonstrar a importncia da autonomia do pesquisador no desenvolvimento de
seus pensamentos e em suas aprendizagens sobre pesquisa.
Autonomia do Pesquisador
Algumas escolas de pensamento delimitaram estritamente os
procedimentos cientficos (especificao do problema, do mtodo e das
tcnicas de coleta de dados). Hoje, h mais flexibilidade na organizao da
pesquisa cientfica. Em muitos cursos de ps-graduao, como o caso
dos cursos da ESAB, no requisito estabelecer uma linha nica de
pensamento na monografia ou uma tcnica nica de coleta de dados.
Aprendizes na ESAB so estimulados pelos tutores orientadores a:
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Para uma leitura mais avanada sobre Mtodos e Metodologia Cientfica, ver Lakatos e
Marconi (1991); Severino (1996); Laville e Dionne (1999); Alves-Mazzotti e Gewandsznajder
(1998); Chizzotti (2006) Oliveira (2007) e Poupart, (2008).
Torna-se pesquisador quem comea a investigar suas prprias dvidas. Estudar a
distncia oportunidade de praticar autonomia, buscando respostas em fontes
alternativas e com recursos disponveis na INTERNET. Tambm nos mdulos da ESAB,
h um tutor para trocar ideias e levantar dvidas. Neste Mdulo esto alguns exemplos de
dvidas de aprendizes, j respondidas pelo professor tutor. Essas dvidas tambm so
fontes de informao para consulta. Sempre pode consultar as dvidas respondidas para
conhecer o que j foi perguntado e respondido.
A seguir, para exemplificar, duas dvidas de ex-aluno, j respondidas, em relao ao
contedo da UNIDADE 4:
Aluno 01
Professor Jaime, A UNIDADE 4 do mdulo apresenta os conceitos de mtodos,
metodologia e tcnicas. Para mim, as definies no ficaram muito claras, uma vez
que, muitas vezes, alguns artigos e monografias trazem captulos chamados
"Materiais e mtodos" ou "Metodologia empregada". Nesses casos, me parece que os
captulos discutem, na verdade, as tcnicas utilizadas na pesquisa. Seriam esses
termos utilizados de forma errada? Poderia dar exemplos do que seria um o mtodo,
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uma metodologia e de tcnicas utilizadas em uma pesquisa? Desde j agradeo a
ateno. F.
Prezado F.: Acho que eu entendo a sua confuso, que frequente quando consultamos a
maioria dos livros sobre Metodologia de Pesquisa. Tentei escolher a melhor definio e
coloquei aqui, porm, se for para outros textos, os autores no tm consenso sobre as
mesmas definies. Sim, acho que na maioria das vezes o que o pesquisador quer dizer
"tcnica usada", porque a Metodologia envolve muito mais. O Mtodo a abordagem, o
referencial de como ser abordado o fenmeno em anlise.
Segundo Laville e Dionne, Mtodo o "conjunto dos princpios e dos procedimentos
aplicados..." Isso sugere uma associao entre os princpios que guiam como um fenmeno
pode deve ser estudado e, como devem ser coletadas e organizadas as informaes sobre
este fenmeno. Os procedimentos (metodolgicos) so as estratgias, instrumentos e meios
a serem empregados.
Voc pode fazer a sua prpria escolha; seu prprio entendimento sobre esses conceitos
estudando vrias definies e escolhendo a que achar melhor. Aqui, num breve mdulo,
infelizmente no possvel expandir a discusso. Voc pediu exemplos e respondi com
"teoria". Ainda sim, espero que tenha entendido.
Ol Professor! Desejo saber exemplos prticos de mtodos como INDUTIVO,
EXPERIMENTAL, FENOMENOLGICO e DEDUTIVO. Pois no encontrei no material
didtico. J.
J:
Quando recebo uma dvida assim parecida, aproveito sempre para sugerir um caminho para
o aluno, e no uma resposta direta que aparentemente satisfaa a dvida, mas raramente
estimula a verdadeira aprendizagem; j que ela se encontra nas mos do aprendiz e no na
resposta do tutor/professor. Buscando no Google, descobri com as palavras chave -
pesquisa + indutivo o seguinte: [http://www.herbario.com.br/cie/universi/artigos/1018filo.htm]:
O legado do filsofo da cincia Karl Popper, que completaria cem anos hoje 18/10/2002.
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Shozo Motoyama Especial para a Folha. Para as pessoas que vivem no mundo conturbado e
ambguo de hoje, poderia parecer estranho o renome alcanado pelo filsofo Karl Raimund
Popper (1902-1994), sobretudo na segunda metade do sculo 20. Afinal, o que teria a
oferecer um filsofo, ainda mais da cincia, para a soluo de problemas atuais marcados
pela parafernlia de cunho informtico e ciberntico, no aparente reinado capitalista do
mercado? J no existe mais aquela polarizao ideolgica que to bem caracterizou o
sculo passado e na qual Popper destacou-se como paladino do Liberalismo. Sua
veemncia contra o Fascismo e o Comunismo, a sua defesa apaixonada de uma sociedade
aberta, parecem, hoje, um anacronismo. E, no universo da cincia, onde a simulao tornou-
se um recurso corriqueiro, graas ao avano computacional, fundindo e confundindo a
realidade virtual com a real; os seus ataques contra o Mtodo Indutivo j no tm o apelo de
outrora. Para muitos, a pesquisa cientfica adquiriu um tom mecnico digital, talvez fosse o
termo mais adequado no ritmo de computadores.
Ento, por que Popper? Porque, mais do que ningum, ele tentou analisar com clareza e
mtodo - um mundo conturbado, cheio de guerras e contradies, como foi o sculo 20. E
encontrou uma soluo para os paradoxos da Histria, embora sua maneira. Com
otimismo, que raro entre intelectuais, vislumbrou o progresso do conhecimento humano
como um genuno problema filosfico. Na base desse progresso do conhecimento, segundo
ele, estaria a Cincia. Da, privilegiar a questo da Cincia e do Mtodo Cientfico, pondo-a
no centro da sua filosofia. Uma vez delineadas as linhas-mestras do seu pensamento,
lanou-se ao combate pela defesa dos seus ideais. Esse otimismo e essa confiana na
inteligncia contrastam singularmente com a atitude de vrios filsofos do seu tempo, alguns
deles muito famosos, que no seu niilismo descartaram a existncia de problemas
genuinamente filosficos.
Popper uma inspirao. Uma lgica para a pesquisa. Quando, no incio da dcada de
1930, o ainda jovem Popper comeou a frequentar o famoso "Crculo de Viena", nem ele
prprio poderia imaginar o papel central que desempenharia posteriormente no campo de
Filosofia da Cincia... A nica coisa que o distinguia dos demais integrantes do crculo,
constitudo por filsofos como Moritz Schlick (1882-1936), Otto Neurath (1882-1945),
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Rudolph Carnap (1891-1970), Hans Reichenbach (1891-1953), Herbert Feigl (1902-1988) e
outros afamados "positivistas lgicos" da poca, era a sua rejeio da induo como lgica
da Cincia, em flagrante oposio aos seus companheiros. De fato, estes defendiam que o
Mtodo Cientfico era o Indutivo. Em outras palavras, partindo-se de enunciados singulares,
resultantes de descries de observaes ou experimentos, chega-se a (induz-se)
enunciados universais, hipteses ou teorias.
Mas, como argumentava Popper, no existe nenhuma garantia lgica capaz de assegurar a
inferncia dos enunciados universais a partir de enunciados singulares, por mais numerosos
que fossem estes. Mesmo observando milhares e milhares de cisnes brancos, no se pode
afirmar que todos os cisnes so brancos, pois, a despeito de serem raros, tambm existem
cisnes negros. Essa questo sobre a validade e as condies de inferncia indutiva
conhecida como "problema da induo....
A est um exemplo do que voc mesmo pode fazer para explorar mais os conceitos
metodolgicos. Bom trabalho, Jaime.
CONSULTE AS DVIDAS ACADMICAS NA REA DE DISCUSSO NO CAMPUS ON-
LINE PARA LER A RESPOSTA COMPLETA E SABER QUAIS AS DVIDAS
LEVANTADAS POR APRENDIZES DESSE MDULO.
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UNIDADE 6 Objetivos: Diferenciar entre os vrios tipos de trabalho cientfico comuns na produo
acadmica brasileira.
Classificao dos Trabalhos Cientficos
O produto da Cincia o conhecimento, o mesmo se constri pela
realizao de trabalhos cientficos. H vrios tipos de trabalhos
cientficos ou de trabalhos de concluso de curso (TCC) que so os
requisitos especficos para cada qualificao acadmica. Os mais
comuns so: os artigos, as monografias, as dissertaes, teses ou
resenhas crticas.
Cada uma dessas produes est associada a um nvel educacional, com exceo do artigo
cientfico, tambm chamado de paper, que pode ser produzido por estudantes de vrios
nveis de ensino ou por pesquisadores independentes, sem vnculos institucionais.
Ao nvel da graduao no Brasil o TCC e a monografia so termos usados como sinnimos.
TCC a denominao mais frequentemente dada aos trabalhos realizados por alunos que
esto concluindo a graduao. Pode ser uma monografia ou no. A monografia tambm
elaborada como um pr-requisito para a obteno do ttulo em alguns cursos de ps-
graduao lato sensu e de especializao. J a dissertao e a tese so elaboradas por
alunos de mestrado e doutorado, respectivamente.
A monografia ento um tipo de Trabalho de Concluso de Curso. uma produo
cientfica comum em alguns cursos de graduao, dependendo da instituio e do colegiado
do curso. Alguns cursos lato sensu ou de especializao exigem trabalhos escritos mais
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simples, tipo proposta de interveno institucional, um produto especifico ou apenas o
esboo de um projeto de pesquisa.
A Monografia focaliza um nico assunto, uma discusso sucinta. A discusso resultado de
um referencial de conceitos e teorias e, muitas vezes, envolve a coleta de dados empricos.
A monografia pode ser um levantamento bibliogrfico, um ensaio terico, discursivo, sobre o
seu tema. Pode, tambm, ser o resultado de uma pesquisa de campo com a coleta de dados
primrios, dependendo do tempo, dos recursos e da inteno do investigador.
O formato de apresentao dos trabalhos cientficos estabelecido pela Norma NBR 14724,
da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), que apresenta a definio de cada
um deles:
1. Monografia: o conceito est ligado origem etimolgica do termo: mnos (um s) e
graphein (escrever). Assim, significa que nela o pesquisador aborda um s assunto, ou seja,
escreve a respeito de um assunto nico. Por isso, a monografia relaciona-se mais
assimilao de contedos, servindo como um ponto de partida para a prtica em pesquisa. A
monografia nem sempre requer uma pesquisa de campo, o desenvolvimento e avaliao de
um prottipo de sistema ou programa de computao.
2. Dissertao: estudo no qual o pesquisador rene, analisa e interpreta informaes a
respeito de um fenmeno, mostrando domnio de conhecimento a respeito do que j foi dito
sobre ele.
3. Tese: a principal caracterstica deste tipo de trabalho cientfico a originalidade na
investigao. Por isso mesmo, constitui-se em real contribuio para o conhecimento da
Cincia, com relao ao fenmeno estudado.
s vezes um curso requer um artigo cientfico como requisito de produo acadmica. O
artigo pode ser conceituado como:
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Um estudo realizado de maneira resumida sobre uma questo que se fundamenta em alguma natureza
cientfica. Devido sua dimenso, assim como contedo, visa representao de um resultado de
estudos efetuados.... Formalmente pode ser definido como um relatrio escrito e publicado que
descreve resultados originais de uma pesquisa. A finalidade primordial de um Artigo Cientfico seria
trazer a pblicos resultados de pesquisas realizadas ou estudos efetuados, sendo este o cunho
exercido na quase totalidade dos cursos de graduao ou ps-graduao.4
O Artigo Cientfico desenvolve um discurso distinto de uma monografia convencional,
devido maior conciso e natureza das informaes e dos dados tratados. A reviso da
literatura e discusso terica so menos detalhadas A monografia mais detalhada, mas
no a quantidade de pginas que a difere do artigo. O artigo cientfico no deve ser
qualificado como melhor ou mais significativo que uma monografia.
Em resumo, os mais diferentes tipos, de Produo Cientifica, servem funes diferentes e
requerem formatos e esforos diferenciados. importante reconhecer que toda a produo
acadmica visa aumentar o conhecimento.
Ao longo dos mdulos, o aprendiz pode ir organizando suas ideias sobre possveis temas de
interesse para a monografia. (Veja em Informaes Acadmicas na primeira pgina da ESAB
maiores detalhes sobre as etapas da monografia e designao do tutor orientador.)
Torna-se pesquisador quem comea a investigar e registrar essas ideias. Torna-se cientista
quem sistematiza sua investigao e comunica seus resultados no formato padronizado da
Cincia.
4 Monografia AC. Disponvel em http://www.monografiaac.com.br/artigocientifico.html. Acesso: 16 nov 2010.
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UNIDADE 7 Objetivos: Esclarecer o objetivo da produo cientfica na ps-graduao e na ESAB.
Por que e para que Pesquisar?
Quem est matriculado em um curso de ps-graduao possvel que j tenha
se perguntado algumas vezes: por que tenho que desenvolver um trabalho
cientfico ao final desse curso?
Um dos objetivos da educao desenvolver nas pessoas o senso crtico, estimulando nelas
o desejo da descoberta. Em outras palavras, preciso formar profissionais que possam
procurar respostas para os desafios que lhes so impostos cotidianamente. O trabalho
cientfico tambm uma mostra da aprendizagem adquirida pelo aluno e a produo coletiva
do curso ou instituio um indicador de sua qualidade.
Alm disso, a pesquisa ou a produo cientfica tem sido um dos ndices para medir o grau
de desenvolvimento de um pas. Infelizmente, o Brasil ocupa posio bem distante da ideal.
O desenvolvimento tecnolgico e o ndice de Desenvolvimento Humano IDH esto
diretamente associados. Segundo Selz (2005):
Em pases desenvolvidos, quando a tecnologia altamente desenvolvida, o IDH alto. Em pases em desenvolvimento, o IDH baixo, e o desenvolvimento tecnolgico baixo. J em pases subdesenvolvidos, o IDH no tem relao com o desenvolvimento tecnolgico. A perspectiva para anos vindouros de grande crescimento tecnolgico, mas sem o conhecimento cientfico, ser gerao da grande pobreza e misria.5
5 Seltz, R. Euroscience (Organizao governamental para avano da cincia na Europa) Desenvolvimento
tecnolgico e pobreza. Disponvel em http://www.universia.com.br /materia/materia.jsp?materia=7835.
Acesso em 16 nov 2010.
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O fato do Ministrio da Educao (MEC) estabelecer que a disciplina Metodologia da
Pesquisa Cientfica faa parte dos currculos dos cursos de graduao e de ps-graduao
representa um incentivo quanto aos aprendizes a se desenvolverem como profissionais da
cincia.
A preparao de um trabalho cientfico precisa ser visualizada como uma oportunidade de
pr em prtica seu lado e potencial de pesquisador, podendo, assim, contribuir para a
construo do saber cientfico, no apenas para obter uma nota e/ou alcanar um ttulo.
Atividades dissertativas
Considerando suas experincias, interesses, motivaes e expectativas para uma carreira
profissional, elabore um pequeno texto sobre sua potencialidade para produzir uma
monografia que contribua para o saber cientifico na sua rea de conhecimento. (limite de
300 palavras).
Bons Estudos!
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UNIDADE 8 Objetivos: Descrever as etapas do planejamento de um Projeto de Pesquisa e as etapas da
Monografia na ESAB.
Elaborao da Pesquisa Cientfica
A elaborao de um trabalho cientfico requer uma preparao por
parte do pesquisador.
Estamos falando, portanto, do Planejamento da Pesquisa. Toda
pesquisa precisa ser planejada. Esse planejamento mostrado em
um documento chamado projeto de pesquisa.
Planejamento da Pesquisa: escrevendo o projeto
Em geral, na ps-graduao, antes de executar uma pesquisa, o
pesquisador elabora um projeto ou plano de estudos, que entregue ao
orientador, para que, em conjunto, possam discutir a melhor forma de
executar a pesquisa, fase em que os dados so coletados para,
posteriormente, serem analisados.
No projeto, o pesquisador informa o que vai estudar; o que pretende alcanar com seu
estudo, as razes que o levaram a querer desenvolv-lo; o que j foi dito sobre o que ele
pretende estudar (as referencias e a bibliografia disponvel) e de que maneira o estudo ser
desenvolvido.
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O trabalho de concluso de curso (TCC) constitui-se em um momento de potencializao e sistematizao de habilidades e conhecimentos adquiridos, na forma de pesquisa acadmico-cientfica. Trata-se de uma experincia fundamental uma vez que proporciona a oportunidade de resolver de forma rigorosa e criativa problemas tericos e empricos relativos formao6.
Como trabalho que se submete aos padres da produo cientfica, a Monografia deve respeitar seus parmetros. Na ESAB, ela envolve trs etapas:
1. Plano de Monografia
2. Produo da Monografia
3. Avaliao da Monografia
Estas trs etapas conjugadas e sujeitas ao crivo da lgica de procedimento da Cincia asseguram Monografia um carter diferente dos trabalhos normalmente desenvolvidos pelos estudantes em suas respectivas disciplinas. A monografia , portanto, um trabalho de sntese que articula o conhecimento global do aluno no interior de sua rea de formao. Dessa forma, a Monografia deve ser concebida e executada como uma atividade cientfica.
Tomando como base o carter cientfico, a Monografia na ESAB compreende, em sua Primeira Etapa a elaborao de um Plano de Monografia. Como critrios bsicos para esta fase, o Plano ter que atender aos seguintes requisitos: a escolha da linha de pesquisa e tema, a definio do problema, a identificao dos objetivos da pesquisa, a estrutura do referencial terico e da bibliografia a ser utilizada e a breve descrio da metodologia.
A Segunda Etapa Produo da Monografia corresponde fase de elaborao e envio da monografia finalizada para anlise do tutor orientador. Para concluir a Monografia imprescindvel que o aluno aplique os conhecimentos cientficos de sua rea de conhecimento, bem como efetue as atividades dentro de parmetros mnimos de cientificidade. O aluno deve valer-se de mtodos e tcnicas universalmente aceitas pela comunidade cientfica que incluem pertinncia, consistncia, manipulao de variveis e de hipteses, mensurao de dados primrios e/ou secundrios de acordo com padres de representatividade e generalizao compatveis com seu tema, seu
6 Assim, que a ESAB define como etapa final de seus cursos Lato Sensu e MBA a apresentao da
Monografia como elemento avaliador.
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problema/hiptese de trabalho e sua rea de conhecimento ou de exerccio profissional. O trabalho deve obedecer s orientaes desse Manual, bem como os padres existentes para a produo cientfica.
Finalmente, na Terceira Etapa, Avaliao da Monografia, como toda investigao que possui carter cientfico, a Monografia deve ser submetida ao crivo da crtica da comunidade. De fato, para lograr sua aprovao final, ter que ser levada apreciao de uma Banca Examinadora. A Banca Examinadora tem a funo de avaliar a Monografia sob a tica de diferentes perspectivas. Neste sentido, a banca dever avaliar a consistncia lgica da investigao, a coerncia entre problema de investigao, hiptese e nvel de demonstrao ou de validade argumentativa na correlao entre pressupostos, postulados e corroborao emprica, observando as normas para a produo cientfica. Sujeito crtica, na multiplicidade de perspectivas representadas pelos avaliadores, a Monografia estar cumprindo seu papel de atividade de iniciao cientfica.
Do ponto de vista do aluno, a defesa diante de uma Banca Examinadora significa a possibilidade de testar sua competncia discursiva, de exercitar sua capacidade argumentativa e de defender sua perspectiva frente a outras diferentes ou concorrentes. Ao mesmo tempo, permitir-lhe- esclarecer elementos de seu trabalho que possam ter ficado obscuros ou frgeis do ponto de vista de sua consistncia ou pertinncia cientfica. Neste sentido, a defesa da Monografia exercitar a capacidade lgico-dedutiva, de anlise e de sntese do aluno, bem como sua fluncia em resposta diante de argumentos distintos daqueles que desenvolveu. A necessidade de defesa diante de uma Banca justifica-se pela imposio da previso legal.7
Vamos analisar as etapas de realizao da pesquisa cientfica, ento!
7 Resoluo CNE/CES n 1 de 2007.
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Definindo o Problema de Pesquisa
O primeiro passo definir o que vai pesquisar. Isso significa encontrar
o que se chama problema de pesquisa. No caso da Pesquisa
Cientfica, o problema no est ligado a coisas negativas, pelo
contrrio, se o pesquisador tem um problema para analisar, j esta
com meio caminho andado.
Assim, todo pesquisador precisa ter um problema de pesquisa. E, justamente o problema
que o torna um pesquisador. Sem problema no h pesquisa. Problema est relacionado a
dvida. E, se no se tem dvidas, para que pesquisar?
Em geral, os pesquisadores iniciantes confundem alguns pontos ao definir o problema de
pesquisa. Quando se pergunta a um deles sobre o que trata sua monografia, em geral, a
resposta que se recebe est mais relacionada rea ou ao tema, no se constituindo,
portanto, um problema. Pra clarear isso, vamos a alguns exemplos:
Uma aluna de ps-graduao lato sensu em Comunicao Empresarial diz que sua
monografia ser sobre a comunicao no setor de mrmore e granito em determinado local.
O que se tem aqui o assunto que ela vai tratar, no o problema.
O problema de pesquisa a pergunta a que o pesquisador busca responder durante a
execuo da pesquisa. E, a partir do assunto ou tema que ele define essa pergunta. No
exemplo anterior, a pesquisadora pode ter algumas dvidas, que podem ser problemas de
pesquisa. Por exemplo:
Qual a percepo dos empresrios do setor de mrmore sobre o uso das ferramentas de
comunicao e divulgao?
Quais as informaes recebidas pela populao local sobre o setor de mrmore e de que
forma so recebidas?
Qual a opinio da sociedade local sobre os impactos da extrao de mrmore sobre o meio
ambiente e a zona rural?
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Essas perguntas podem ser consideradas problemas de pesquisa. porque busca
respond-las que a pesquisadora realiza uma pesquisa e, ao final, espera, de fato, encontrar
a resposta. em funo do problema que o pesquisador define como vai executar cada uma
das etapas da pesquisa. Mas, como definir o que se quer pesquisar?
Pelo exemplo dado, pode-se observar que a definio de um problema de pesquisa parte do
macro (fenmeno, assunto, tema) para o micro. Portanto, para chegar ao problema de
pesquisa, preciso analisar detalhadamente de forma esmiuada.
Booth et al (2000, p. 57) mostram um esquema que pode ser til na hora de definir o
problema de pesquisa que voc pretende responder em sua monografia.
1) Especifique seu tpico:
Estou estudando_____________________________________________
2) Formule sua pergunta:
Porque quero descobrir. Quem? Como? Por qu?_______________________
3) Estabelea a fundamentao lgica para a pergunta e o projeto:
Para entender como / por que / o qu______________________________
um esquema que todo aluno pode e deve exercitar, pois vai ajud-lo a encontrar seu
problema de pesquisa. Os autores sugerem que o pesquisador continue utilizando-o tambm
durante a realizao da pesquisa, para que tenha clareza do ponto em que se encontra o que
facilita que se mantenha no rumo que traou para si.
Pensando bem, o esquema acima no representa novidade, pois, em algum momento, todos
j devem t-lo usado, ao tentar resolver problemas do dia a dia.
Booth et al (2000) afirmam que os problemas do dia a dia podem suscitar problemas de
pesquisa, porque nos fazem questionar algo que ainda no sabemos e que poderia
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solucion-lo. Quando no sabemos algo, temos um problema de pesquisa, que precisa ser
investigado, ajudando, dessa forma, a resolver os problemas do nosso cotidiano. A pesquisa,
portanto, faz parte da vida, de todos; o tempo todo.
A pesquisa desenvolvida na Monografia no est num mbito externo, bem distante do
aluno. Na verdade, os procedimentos executados ao longo da pesquisa tm mais a ver com
o aluno do que ele imagina. O esquema a seguir mostra isso.
importante ressaltar que esse ciclo no ocorre da mesma maneira com todas as pessoas.
Isso quer dizer que, para alguns, o desejo de pesquisar pode se iniciar, por exemplo, durante
a reflexo sobre determinado assunto ou quando se est executando determinada ao.
Para muitos alunos a necessidade consequncia de um pr-requisito de um curso:
Escrever uma monografia ou artigo cientfico.
O que importa que o pesquisador se reconhea nesse ciclo e que saiba em que posio se
encontra. Outro ponto interessante que, pela capacidade de discernimento, pode retornar a
alguma etapa, se perceber que algo na execuo da pesquisa no levar onde ele pretende
chegar.
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Utilizando o esquema de Booth tente responder as trs perguntas a seguir fazendo um
pequeno ensaio sobre um possvel tema de estudo. Esta reflexo no precisa ser
enviada ao tutor. para voc testar seu primeiro momento de concepo de um
projeto.
1. Especifique seu tpico:
Gostaria de estudar ____________________________________________.
2. Formule sua pergunta sobre um problema a ser estudado:
A pergunta deve comunicar o que especificamente voc quer descobrir:
___________________________________________________________
3. Estabelea a fundamentao lgica para a pergunta e para o projeto:
Esta fundamentao lgica deve ser uma espcie de justificativa da pergunta. Para
entender - O qu? Como? Por qu?
_____________________________________________________
AVALIA-SE. Qual o seu principal problema em escrever para voc? O que precisa
fazer para sentir mais confiana e segurana na sua escrita?
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UNIDADE 9 Objetivos: Explorar a importncia dos objetivos na definio da pesquisa.
Definindo o Objetivo da Pesquisa
Uma vez definido o problema de pesquisa, o pesquisador j sabe
qual o objetivo da sua pesquisa. Se o problema de pesquisa qual
a percepo dos empresrios do setor de rochas e granitos sobre a
utilidade das ferramentas de comunicao na divulgao de suas
empresas?, o objetivo do pesquisador conhecer a percepo dos
empresrios do setor de rochas e granitos sobre a utilidade das
ferramentas de comunicao na divulgao de suas empresas.
Quase a mesma coisa, no ? Quase! A mudana principal a palavra conhecer, um verbo.
Enquanto o problema de pesquisa apresentado em forma de pergunta, o objetivo
normalmente redigido em uma frase completa utilizando o verbo no infinitivo.
Exemplos:
1. Problema da pesquisa: Quais os efeitos da urbanizao da orla da Poligonal 11 Projeto
Terra Vitria, ES na percepo ambiental da populao residente?
Objetivo geral da pesquisa: Examinar a percepo e atitudes da populao residente
em relao aos processos de urbanizao do Projeto Terra, a recuperao e a preservao
do manguezal e dos ecossistemas adjacentes comunidade.
2. Problema de pesquisa: Qual a contribuio de software na administrao de
microempresas de confeco no plo da Gloria, ES?
Objetivo geral da pesquisa: Avaliar o impacto do uso de software na administrao de
microempresas de confeco no plo da Gloria, ES.
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Para facilitar a execuo de seu trabalho, o pesquisador define tambm objetivos especficos
para a pesquisa. Os objetivos especficos dizem o que o pesquisador ter de fazer para
alcanar o objetivo geral da pesquisa. Definem os vrios pontos a serem abordados e se
colocados em sequncia se tornam subtarefas na organizao do estudo. Os verbos dos
objetivos especficos tambm devem ser utilizados no infinitivo. (SALOMO, S.T. Projeto de
Pesquisa. Disponvel em
http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:AuJ7umd_FtMJ:www.faad.icsa.ufpa.br/admead
/documentos. Acesso em 17 nov 2010.)
Vejamos um exemplo de objetivos especficos
Objetivo geral: Identificar a percepo dos empresrios do setor de rochas ornamentais
capixaba sobre a importncia do uso das ferramentas de comunicao na divulgao da
imagem institucional
Objetivos especficos:
Levantar as ferramentas de comunicao j utilizadas pelo setor;
Analisar a influncia do modelo de gesto utilizado nessas empresas, no nvel de valorizao
das ferramentas de comunicao.
Em outras palavras, para identificar a percepo dos empresrios em relao ao uso das
ferramentas de comunicao, o primeiro passo do pesquisador identificar quais as
ferramentas usadas atualmente pelas empresas do setor.
Em geral, as empresas que utilizam um modelo moderno de gesto reconhecem a
importncia da comunicao. Se o pesquisador tem informaes sobre o modelo de gesto
adotado pelas empresas do setor investigado, ser possvel fazer uma anlise de como esse
modelo influencia o nvel de valorizao das ferramentas de comunicao.
Veja que, quanto mais informaes o pesquisador tem a respeito do assunto, mais fcil
encontrar a resposta para o problema da pesquisa, por isso, a leitura um hbito
fundamental para aprofundar no temtico do trabalho.
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UNIDADE 10 Objetivos: Entender a importncia do objetivo geral para explicitar o carter da pesquisa.
O Objetivo Determina o Carter da Pesquisa
O objetivo geral da pesquisa, como foi dito, esclarece o que se pretende alcanar com a
investigao. Explicita, tambm, o carter ou especificidade da pesquisa: exploratrio,
descritivo ou explicativo. A seguir as caractersticas de cada uma delas.
Pesquisas Exploratrias: buscam uma aproximao com o fenmeno, pelo levantamento
de informaes que podero levar o pesquisador a conhecer mais a seu respeito.
Pesquisas Descritivas: realizadas com o intuito de descrever as caractersticas do
fenmeno.
Pesquisas Explicativas: ao realizar um estudo dessa natureza, o pesquisador procura
explicar causas e consequncias da ocorrncia do fenmeno.
O carter da pesquisa influencia todo o seu desenvolvimento, a comear pela maneira como
o pesquisador determina os objetivos de sua investigao.
O objetivo deve iniciar com um verbo. Porm, que verbo usar? Richardson d a seguinte
orientao:
Usualmente, em uma pesquisa exploratria o objetivo geral comea pelos verbos: conhecer, identificar, examinar, levantar e descobrir; uma pesquisa descritiva inicia-se com os verbos caracterizar, descrever e traar; e uma pesquisa explicativa, comea pelos verbos analisar, avaliar, verificar, explicar etc. (1999, p. 63).
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O pesquisador iniciante mais explora do que explica
Pesquisadores iniciantes, como o caso dos estudantes de graduao e de ps-graduao
geralmente realizam pesquisas de carter exploratrio. Isso no uma afirmao negativa.
Gil (1994) esclarece que a explorao do fenmeno tem como objetivos desenvolver,
esclarecer e modificar conceitos e ideias. A pesquisa exploratria to importante quanto os
outros tipos de estudo.
Esse tipo de pesquisa realizado, especialmente, quando h poucas informaes
disponveis sobre o tema a que se relaciona o objeto de estudo. Justamente pelo escasso
conhecimento do assunto, o planejamento flexvel, de forma que os vrios aspectos
relativos ao fato possam ser considerados. A escassez de informaes torna difcil a
formulao de hipteses, como requerem as pesquisas descritivas e explicativas.
Na verdade, sobre as pesquisas cientficas que descrevem e explicam os fenmenos que
mais se ouve falar. Elas so executadas com muita frequncia por pesquisadores da rea de
sade. Eles realizam experimentos, acompanham pacientes por anos, medindo taxas para
que, ao final do estudo, possam encontrar as respostas e relaes que procuram.
Bons trabalhos cientficos muitas vezes so trabalhos simples. Pesquisadores iniciantes no
precisam confeccionar projetos complicados ou ficar imobilizados pela mistificao
desnecessria da pesquisa. importante ter foco no problema a ser estudado, traar um
plano executvel com os recursos e tempo disponvel e usar procedimentos adequados para
a proposta.
Para dar continuidade aos seus estudos fundamental que voc complete a Atividade
nmero 1, localizada no link Atividades.
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O Estudo Complementar indica fontes e recursos para aprofundar seus
conhecimentos. Muitas informaes sobre o planejamento e especificao dos
objetivos de uma pesquisa esto disponveis:
ALVES, G. Dicas de pesquisa sociolgica. Disponvel em
http://pesquisasociologica.blogspot.com/ Acesso em 17 nov 2010. Consultar o site.
GUNTHER, H. (Org.) Planejamento de Pesquisa para as Cincias Sociais. Disponvel
em http://www.unb.br/ip/lpa/pdf/02Sugestoes.pdf. Acesso em 04 jul 2007. Ver MIDIATECA
para cpia em formato pdf.
PINHEIRO, I.A. Dicas para escrever um trabalho acadmico. Disponvel em
http://www.inf.ufsc.br/~rcampiol/downloads/dicas_escrever_texto_cientifico.ppt. Acesso em 04
jul 2007. Ver MIDIATECA para cpia em formato PowerPoint.
SOSSAI, J.A. Determinao de objetivos educativos Disponvel em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89101974000400009&lng=en&nrm=. Acesso em 04 jul 2007. Ver MIDIATECA para cpia
em formato pdf.
WAZLAWICK, R.S. Como fazer uma dissertao de mestrado em informtica na
educao: Uma anlise reflexiva sobre a ironia do processo. Disponvel em
http://zamorim.com/textos/tesedemestrado.html Acesso em 04 jul 2007. Consultar o site.
Z Moleza. Guia para a confeco de projetos de pesquisa. Disponvel em
http://www.zemoleza.com.br/como_fazer_projeto.asp Acesso em 04 jul 2007. Consultar
o site de Z Moleza para o esse guia e outras dicas para monografias.
AVISO: Os sites, artigos e informaes disponveis on-line mudam constantemente. Os
recursos recomendados acima podem ser retirados pelo autor ou programador. ESAB
no se responsabiliza pelas mudanas ocorridas em sites recomendadas na data da
reviso do Mdulo. Agradecemos a comunicao de qualquer alterao nas informaes
registradas no Mdulo.
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UNIDADE 11 Objetivos: Reconhecer a importncia da justificativa e do embasamento terico do trabalho
cientfico.
Justificando a Importncia da Pesquisa
Nenhum pesquisador acorda pela manh e diz Ah, vou pesquisar sobre tal
problema!, assim, sem mais nem menos. A Pesquisa Cientfica gira em
torno de uma dvida, em torno de questes que inquietam e que, por isso
mesmo, importante ter respostas para elas. Assim, se um pesquisador
procura respostas para determinado problema, esse problema surge em
decorrncia de uma motivao, um interesse, um desejo pessoal.
Pesquisa-se apenas aquilo que se considera importante. Para si, para a humanidade ou para
a rea de conhecimento.
Os pesquisadores que se dedicam a entender o fenmeno da evaso escolar, por exemplo,
o fazem porque as respostas que pretendem encontrar podero auxiliar na definio de
programas que contribuam para manter o aluno na escola. O ndice de desenvolvimento de
um pas se mede tambm pela escolaridade de sua populao. Da, a importncia de se ter
um maior nmero que esteja matriculado e frequentando a escola.
Ao escrever o projeto de sua monografia, o pesquisador dever explicitar os motivos
pessoais que o levaram a trabalhar com o problema de pesquisa que definiu para si. Em
seguida, apresentar o problema de pesquisa, apontando a importncia da realizao de tal
estudo. O que realmente constri uma justificativa so os argumentos que substanciam o
esforo para compreender melhor os fenmenos e suas interaes. Neste sentido, estar
contribuindo para a construo do saber e o avano do conhecimento.
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Fundamentao Terica e sua Organizao
Uma vez definida a problemtica da pesquisa e os motivos que o levam a pesquis-la, o
pesquisador levanta informaes a respeito de tal problema e como ele pode ser explicado.
Procurando as explicaes j existentes e as tentativas de buscar um entendimento mais
sistematizado sobre o problema, suas possveis causas e seus efeitos nas pessoas, nas
instituies e na sociedade.
Deve-se perguntar em que contexto o problema surgiu e como se encontra inserido,
levantando o seu contexto, suas caractersticas sociais, culturais e ambientais. importante
perguntar-se, ainda, quais as ideias, os conceitos, construtos, hipteses e teorias que
contribuem para entender esse problema. Trata-se da fundamentao, quadro ou referencial
terico de uma pesquisa!
Na fundamentao terica, o pesquisador d informaes sobre o que j foi produzido sobre
o fenmeno que ele pretende estudar. Quando se apresenta ideias e teorias, preciso deixar
claro por que elas esto sendo citadas, no que contribuem e/ou de que forma se relacionam
com o fenmeno que ser investigado.
Dessa forma, preciso identificar materiais existentes como livros, documentos, artigos,
monografias, dissertaes, teses. Portanto, a leitura e explorao de mltiplas fontes so
hbitos que devem ser cultivados pelo pesquisador. Ao analisar o material consultado, o
pesquisador pode, tambm, apresentar questes alternativas que podem ser estudadas
dentro desse referencial.
Richardson (1999) sugere uma sequncia para elaborar a fundamentao terica de uma
pesquisa cientfica:
Definir o fenmeno, apresentando algumas interpretaes dadas a ele e deixando
clara a conceituao que se pretende adotar ao longo da pesquisa (isso necessrio,
pois, nas Cincias Humanas, alguns fenmenos so interpretados de diversas
maneiras, como por exemplo, a intimidade, a autonomia, a paixo);
Caracterizar o fenmeno, explicitando os elementos que o compem e o que j foi dito
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sobre eles, apresentando, tambm, as relaes do fenmeno a ser estudado com
outros fenmenos;
Na concluso, o pesquisador torna a fazer referncias conceituao do fenmeno e
a sua caracterizao e reapresenta os objetivos de sua pesquisa.
Examine os referenciais de estudos publicados em revistas eletrnicas no campo de
estudo escolhido, bem como buscar teses e dissertaes defendidas na maioria das
universidades brasileiras. A biblioteca dos programas de ps-graduao muitas vezes tem
acervos disponveis de sua produo cientfica. Vrios cursos da ps-graduao oferecem
revistas eletrnicas com artigos de professores e alunos. Artigos publicados em revistas
cientficas tambm contm seus referenciais tericos destacados no incio do artigo, onde
citam as obras mais recentes relacionadas temtica do trabalho. Explora a INTERNET!
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UNIDADE 12 Objetivos: Apresentar os componentes do quadro terico de uma pesquisa.
Organizando um Quadro Terico Inicial
Ajuda bastante pensar em algumas definies bsicas. Se o quadro significa uma forma que
limita algo externamente e teoria, um conjunto de princpios fundamentais que sustentam
uma explicao de um dado fenmeno, o quadro terico de uma pesquisa iniciado pela
identificao do que sabemos sobre o problema a ser estudado.8
necessrio confirmar se o problema j foi estudado, quando e por quem. Na fase de
reviso do que foi escrito; se identifica os conhecimentos disponveis sobre o assunto a ser
investigado. Tambm se identifica conceitos e teorias que ajudam a explicar o fenmeno.
Assim, ao construir um quadro terico de um estudo cientfico, realizam-se trs tarefas
simultaneamente:
Sistematizam-se as representaes (conhecimentos) que temos acerca do problema,
at ento dispersos;
Organizam-se os fatos apresentados ou j verificados por outros estudos;
Apresentam-se as teorias e os conceitos que ajudam a explicar os fatos (DOXSEY e
MUGRABI, 2003, p. 37).
Em outras palavras, o quadro terico um mapa que guia o pesquisador durante toda a
pesquisa. No incio do estudo, antes do levantamento bibliogrfico, um quadro simples. O
8 Lembra que referencial terico e quadro terico so a mesma coisa!
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desafio do (a) pesquisador (a) melhorar e detalhar seu quadro ao longo do estudo,
acrescentando novos fatos e informaes. Na concluso do trabalho, voltamos a discutir o
problema, as informaes (dados) que coletamos a luz do quadro (mapa) que nos guiou.
O quadro seguinte um desenho que simboliza a organizao terica inicial. o referencial
para a pesquisa!
Quando o pesquisador escolhe um problema a estudar, certamente sabe algo sobre a
situao ou contexto do problema. Esse o ponto de partida.
Se o tema a ser explorado a evaso escolar brasileira:
O que j sabe sobre evaso escolar? Na escola, na faculdade, no municpio, no Estado de
residncia ou no Brasil? Que documentos ou livros existem sobre evaso? J leu algum
trabalho, artigo cientfico, livros sobre a evaso? Onde pode procurar mais referncias? Que
recursos humanos podem ser consultados sobre isso?
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A seguir, abaixo, um esquema simples de um quadro terico sobre a evaso em uma escola
especfica, localizada em uma estrada federal, a BR 101, no Esprito Santo. As informaes
conhecidas esto no lado esquerdo. No lado direito, alguns possveis conceitos, definies,
hipteses e teorias importantes para tentar explicar a evaso dessa escola esto listados. O
quadro um referencial inicial do conhecimento atual existente sobre o problema. A pesquisa
vai ser uma tentativa de documentar ou explicar melhor os fatos.
Mesmo configurando informaes superficiais, o quadro permite a elaborao de um mapa
mais detalhado. Que outros conceitos seriam importantes para esclarecer o problema? Quais
as outras teorias ou hipteses que existem sobre evaso? bvio que h necessidade de
trabalhar com conceitos claros e coletar dados sobre os fatos, contexto e histrico do
fenmeno investigado.
Em reas de conhecimento tcnico nem sempre h muito material disponvel. O pesquisador
no deve se desanimar por isso. Nesse caso necessrio buscar subsdios em projetos,
sistemas, em outras reas de conhecimento ou em tecnologias semelhantes. medida que
as informaes e fontes diversas da produo cientifica vo sendo organizadas, j se est
contribuindo para a construo do saber.
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UNIDADE 13 Objetivos: Introduzir a importncia de elaborar resumos e fichamentos de material
identificado, no levantamento bibliogrfico.
Elaborando Resumos e Fichamentos
A pesquisa ou levantamento bibliogrfico um importante
estgio na elaborao do quadro inicial. Se o pesquisador
utiliza teorias e conceitos para estudar fenmenos, a leitura
um hbito que deve ser cultivado. Pela leitura, o pesquisador
fica conhecendo o que outros pesquisadores e autores j
disseram a respeito do fenmeno que pretende estudar.
Para que possa otimizar o tempo, bom que, ao ler um livro, um documento ou qualquer
outro material o pesquisador faa um levantando das informaes que podero ser teis.
Alm de comentar resumidamente as ideias apresentadas, voc pode, por exemplo, destacar
o que o prprio autor diz sobre a obra ao apresent-la. Pode, tambm, escrever, destacando
trechos para serem usados em futuras citaes.
preciso no se esquecer de anotar as referncias da obra, que devem constar do item
referncias bibliogrficas, caso a obra venha a fazer parte do quadro terico da pesquisa ou
ser citada no texto. Mais adiante sero abordados os tipos de material que o pesquisador
pode consultar, bem como a maneira correta de apresentar as referncias das fontes
consultadas.
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Quando se sentir sem vontade ou sem muita criatividade para escrever o seu trabalho,
organizar as suas referncias, em formato de bibliografia. Mantenha esta lista bibliogrfica
em ordem alfabtica e atualizada. Isso pode poupar muito tempo durante a elaborao de
seu relatrio de pesquisa, monografia ou outro trabalho escrito. Converse com as pessoas
sobre suas ideias e dvidas, sempre consultando a INTERNET com novas palavras
chaves, conceitos e nomes de autores. Pesquisar e escrever tendem a ser tarefas
solitrias, mas depois, descobre-se vrias recompensas!
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UNIDADE 14 Objetivos: Conhecer os diversos processos de coleta de informaes e dados, diferenciando
entre a pesquisa bibliogrfica e a coleta de dados em campo; Mostrar que a escolha de um
mtodo especfico depende principalmente do objeto do estudo.Coleta de dados9
Processos de Coleta de Informaes e Dados
Pesquisar conhecer a realidade. levantar informaes significativas e
representativas existentes nesta realidade, chamados de dados. s
vezes, esses dados (atributos e caractersticas das pessoas e dos
fenmenos que se elege para estudar) podem ser observados, contados,
medidos diretamente. Nesse caso, so informaes tangveis. Outras
vezes, muitos fenmenos que interessam ao educador e ao cientista no
podem ser medidos ou observados diretamente.
Nas Cincias Humanas preciso estimular respostas, questionar e observar, para produzir
os dados. Esses dados, ento, sero examinados para que o pesquisador possa lhe atribuir
significados. E a partir da anlise e interpretao das informaes coletadas que ele ir
discernir padres de respostas, tendncias e associaes.
necessrio, ento, utilizar ferramentas que permitam chegar a coletar, organizar e analisar
os dados. Os instrumentos so os mecanismos pelos quais se organiza e sistematiza-se a
coleta de informaes. Para ser considerado um mecanismo adequado e confivel, o formato
do instrumento precisa facilitar o registro eficiente das informaes procuradas. Na coleta de
dados tambm necessrio garantir a uniformidade de aplicao do instrumento de unidade
de anlise para outra, ou seja, de uma pessoa, de um grupo, de uma situao, para outra
(Ver RICHARDSON, Captulo 11 Confiabilidade e validade, p. 174.).
9 Esse texto foi adaptado do Fascculo 01 Introduo pesquisa educacional, Captulo 3, da autoria de Doxsey
e Mugrabi, 2003.
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Isso significa que, o instrumento de coleta (questionrio, ficha de observao, roteiro de
entrevista etc.) deve ser organizado de tal maneira que a forma de sua aplicao no altere a
natureza dos dados registrados. J os itens e perguntas, so padronizados em termos de
seu formato.
importante construir instrumentos que coletem informaes que correspondam realidade
pesquisada, ou seja, que os instrumentos sejam vlidos, que produzam informaes
verdadeiras e vlidas para o objetivo do estudo. Para Richardson (1999), um instrumento
vlido quando mede o que deseja.
Resumir o que j foi dito ou ir a campo?
Ao preparar o projeto de pesquisa, um dos tpicos que devem ser includos
a especificao dos procedimentos metodolgicos planejados para
realizar o estudo. Dentre as informaes que devem constar deste item est
a classificao da pesquisa quanto coleta de dados. A confuso mais
frequente entre os pesquisadores iniciantes est relacionada justamente a
isso.
A grande maioria informa que vai realizar uma pesquisa do tipo bibliogrfica. Se este for o
tipo de pesquisa a ser realizada, significa que o pesquisador vai produzir um ensaio terico;
vai ler algumas obras e, a partir disso, fazer uma sntese do pensamento dos autores
consultados. A pesquisa bibliogrfica utiliza, exclusivamente, a coleta de informaes,
conceitos e dados em livros, revistas cientficas, publicaes eletrnicas e outros
documentos escritos (publicados ou no).
O que preciso ter claro o seguinte: no se deve confundir a construo do quadro terico
ou referencial terico com a pesquisa do tipo bibliogrfica. Toda pesquisa tem algum tipo de
referencial, que uma reviso sistemtica da literatura existente10. Todo pesquisador precisa
10 Obras, textos, artigos, informao de sites da Internet, dissertaes, teses, monografias, relatrios tcnicos,
revistas cientificas, resenhas, cartas, documentos escritos etc., publicados ou no.
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consultar livros, mas essa consulta aos livros, apenas, no caracteriza a pesquisa como
bibliogrfica.
Mais uma vez: uma pesquisa bibliogrfica aquela em que os dados apresentados
provm apenas de livros, revistas cientficas, publicaes eletrnicas e outros
documentos escritos. No entanto, o pesquisador pode escolher outro caminho para coletar
os dados: a pesquisa de campo. Nela, segundo a definio de Gil (2002), (...) o pesquisador
realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois enfatizada a importncia do
pesquisador ter tido, ele mesmo, uma experincia direta com a situao de estudo (p. 53).
Este outro caminho se trata de um estudo emprico, no qual o pesquisador sai a campo
para conhecer determinada realidade, no interior da qual, usando os instrumentos e tcnicas
j especificadas, coleta dados para sua pesquisa.
A escolha de um mtodo especfico depende principalmente do objeto do estudo, mas o fator
tempo e a necessidade para usar um ou vrios mtodos em conjunto influenciam a seleo.
Pesquisadores iniciantes no precisam ter domnio ou conhecimento de todos os mtodos
apresentados no quadro, mas importante saber da abrangncia de possibilidades
disponveis. O quadro a seguir mostra a complexidade de mtodos de coleta de dados.
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Alguns tipos de estudo usam mais do que um mtodo ou tcnica de coleta de dados. O bom
estudo de caso exige a utilizao de documentos, de observao e da coleta de informaes
diretamente com os principais atores envolvidos no problema. No entanto, por exemplo: a
observ