epopeia
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Epopeia, características, planos narrativos, estrutura externa e estrutura internaTRANSCRIPT
Os Lusíadas
Luís Vaz de Camões
A Epopeia
O género épico remonta à Antiguidade Clássica, cujos expoentes máximos são A Odisseia e A Ilíada, do poeta grego Homero, e A Eneida, do poeta latino Virgílio.A epopeia é um género narrativo, em estilo elevado, que visa celebrar feitos grandiosos de heróis fora de comum, reais ou lendários. Tem, pois, um fundo histórico.
Elementos de uma narrativa épica
Como narrativa que é, mas em verso, inclui: central - a viagem de Vasco da Gamaação à descoberta do caminho marítimo para a Índia. real – a História de Portugal, desde o tempo dos lusitanos até à época de Camões.
principal – “o peito ilustre Lusitano”, ou seja, o povo português Personagens (personagem coletiva). secundárias – todas as outras. -o Gama – é o agente da ação. -o povo português – é o herói.
cristão – representado pelo Deus dos cristãos, pelos santos, crenças religiosas… O maravilhoso(personificação de
forças superiores ao homem) pagão – deuses greco-latinos, por razões de ordem estética e literária.
A forma (Estrutura externa) ▪ O poema encontra-se dividido em partes, que se
designam por Cantos – 10 Cantos . ▪ Dentro de cada Canto há unidades narrativas menores,
chamadas Episódios . ▪ Cada Canto é constituído por um número variável de
estrofes (conjunto de versos), uma vez que se trata de um poema (narrativa em verso).
▪ As estrofes são oitavas, ou seja, têm oito versos. ▪ Cada verso tem dez sí labas métricas , sendo, por
isso, denominados por decassílabos ; na sua maioria, os versos são heroicos (acentuados nas sextas e décimas sílabas).
▪ O esquema rimático é o mesmo em todas as estrofes da obra, sendo portanto, r ima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos (AB-AB-AB-CC).
A Estrutura Interna Os Lusíadas constroem-se pela sucessão de quatro partes:
▪ PROPOSIÇÃO – apresentação do assunto (canto I, estrofes 1 a 3).O poeta anuncia que vai cantar as navegações e conquistas no Oriente, os guerreiros e os navegadores, os reis que permitiram a dilatação da Fé e do Império e todos os que, pelas suas obras valorosas, se imortalizaram.
▪ INVOCAÇÃO – pedido de ajuda às divindades inspiradoras: às Tágides (Canto I, estrofes 4 e 5). Ao longo do poema Camões faz ainda outras invocações: a Calíope (musa da poesia épica e da eloquência) e às ninfas do Mondego.
▪ DEDICATÓRIA – Camões dedica a obra a D. Sebastião e aconselha-o a novas empresas guerreiras (canto I, estrofes 6 a 18). Termina com uma exortação ao rei para que também se torne digno de ser cantado, prosseguindo a luta contra os Mouros.
▪ NARRAÇÃO – parte do poema onde se narram as
ações levadas a cabo pelo herói (o povo português). Inicia-se «in media res», isto é, quando a viagem já vai a meio, encontrando-se já os marinheiros portugueses em pleno Oceano Índico (canto I, estrofe 19 e vai até ao final da obra).
A narração, por sua vez, constrói-se através da articulação de diversos planos :
▪ Plano da viagem - viagem de Vasco da Gama e a descoberta do caminho marítimo para a Índia (plano narrativo principal);
▪ Plano dos deuses/mitológico/maravilhoso – intervenção dos deuses do Olimpo nos acontecimentos (plano narrativo paralelo);
▪ Plano da História De Portugal – narração de factos alusivos à História de Portugal, desde Viriato até ao reinado de D. Manuel I (plano narrativo encaixado);
▪ Plano do poeta – considerações e opiniões do autor, que aparecem normalmente nos finais de canto e constituem, de um modo geral, a sua visão crítica sobre o seu tempo.