entrevistas para emprego - “o candidato”

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Entrevistas para Emprego - “O Candidato” Gabinete de Imagem e Relações com o Exterior Bolsa de Emprego da FCUP Elisabete Rodrigues Tel.: 22 0100766 Fax: 22 0100767 e-mail: [email protected] Web: www.fc.up.pt

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Page 1: Entrevistas para Emprego - “O Candidato”

Entrevistas para Emprego - “O Candidato”

Gabinete de Imagem e Relações com o Exterior Bolsa de Emprego da FCUP Elisabete Rodrigues Tel.: 22 0100766 Fax: 22 0100767 e-mail: [email protected] Web: www.fc.up.pt

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1. Antes da Entrevista Pág. 2

2. A Caminho da Entrevista Pág. 9

3. Variantes da Entrevista para Emprego Pág. 19

Entrevistas para Emprego - “O Candidato”

Índice

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CONCORRA AOS EMPREGOS CERTOS Quer esteja desempregado a concorrer a muitos empregos ou empregado, mas à espera de mudar, só faz sentido candidatar-se a lugares onde tem de facto oportunidade de ser bem sucedido. Para isso tem de saber: o que é capaz de fazer; o que espera de um emprego e os seus pontos fracos para estar preparado para contrapor qualquer pergunta negativa. É mau para o moral e, por conseguinte, mau para o seu desempenho em entrevistas futuras se for constantemente rejeitado por ser evidente que não se ajusta ao emprego a que concorre. AUTO-AVALIAÇÃO Em primeiro lugar sente-se e faça uma lista dos seus pontos positivos e negativos. Uma auto-avaliação bem feita ajudará a esclarecer o seu espírito em relação àquilo em que você melhor se enquadra e o que realmente quer. Isto fará de si um candidato muito mais positivo em qualquer entrevista. Dar-lhe também uma ideia mais objectiva de como o patrão o encara ao ler a sua carta ou impresso de concurso. Pode então começar a enfatizar os seus pontos fortes e fazer qualquer coisa, contrariar os pontos negativos. MÉTODO A maneira mais fácil e óbvia de fazer auto-avaliação é dividir uma folha de papel ao meio com uma linha, pôr-lhe em cima “mais” e “menos” e escrever por baixo tudo o que conseguir pensar. Alguns pontos podem ligar-se a ambos os lados do papel. Por exemplo, você pode ser alguém que não gosta da camaradagem forçada da vida de escritório. Por outro lado, o aspecto positivo disso pode ser que você seja bom a trabalhar sozinho, sem uma supervisão constante. Se achar que a auto-avaliação é difícil, o que provavelmente achará, então poderá gostar de consultar pessoas cuja opinião respeite e que você sinta que realmente o conhecem, possivelmente ex-colegas ou ex-professores. Tente lembrar-se de qualquer coisa de que os outros o elogiaram ou criticaram. É importante ser honesto para consigo próprio para que possa aprender a ajustar-se com certa precisão aos empregos para os quais verdadeiramente se enquadra.

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1. Antes da Entrevista

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Algumas perguntas que podem ser úteis na auto-avaliação:

Quais são as minhas habilitações literárias? Na escola, quais as disciplinas em que era melhor? Na escola, em que actividades extracurriculares me envolvi? O que é que isso revela sobre os meus interesses? O que é que isso revela sobre a minha capacidade de mostrar iniciativa e poder de organização? Que conhecimentos adquiri desde que saí da escola? Que empregos tive desde que deixei de estudar a tempo inteiro? Que outras aptidões suplementares adquiri nesses empregos? Por que estou à procura de um novo emprego? Prefiro trabalhar sozinho ou fazendo parte de uma equipa? O que é que isso me diz acerca de mim próprio? Por que tipos de empregos me sinto atraído? O que quero da minha vida profissional? Tive sucesso nos vários empregos que tive? A empresa beneficiou por eu fazer parte do pessoal? Qual o emprego que achei mais agradável do pessoal? Qual o emprego que achei mais fácil? Qual o emprego de que menos gostei? Qual o emprego que achei mais difícil? O que é que me elogiaram no meu trabalho? O que é que me criticaram no meu trabalho? Qual foi a minha reacção à crítica? Qual foi a minha reacção ao elogio? A segurança de emprego é importante para mim? Como me descrevo? Como acho que os outros me descreveriam? Que livros e jornais leio? Que programas de televisão vejo? Que esforços adicionais desenvolvi para aumentar os meus conhecimentos gerais (aulas nocturnas,

etc)? O que faço no meu tempo livre? Qual seria a minha atitude se me pedissem para mudar de terra para aceitar um emprego?

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Qual seria a minha atitude se tivesse de fazer uma viagem difícil ou longa? Estaria preparado para ganhar menos dinheiro, para me treinar em qualquer coisa nova? Estaria preparado para ganhar menos dinheiro por causa de um emprego “de que gosto” ou por outro

que seja muito criativo? Tenho alguns compromissos familiares que me restrinjam no tipo de emprego que posso vir a

aceitar? Sei guiar, escrever à maquina, trabalhar com um vídeo, etc? Sinto-me estimulado ou assustado com a ideia de mudança? Que idade tenho? Isso pode ser encarado como problema? Como posso mostrar que isso é uma vantagem? Demonstrei ter: qualidades de iniciativa, resistência e liderança; flexibilidade; dar-me bem com as

pessoas; capacidade de trabalhar sem supervisão? COMO VOCÊ SE AJUSTA AO EMPREGO Quando tiver feito avaliação inicial dos seus pontos fortes e fracos achará mais fácil reconhecer os empregos aos quais você efectivamente se ajusta. Pode então apontar um método semelhante em relação à segunda maior etapa de preparação, antes de se candidatar a um emprego: ajustar-se ao emprego a que se poderá candidatar. Muito simplesmente isto significa anotar o que se requer e ver se pode corresponder. Isto terá como consequência:

1. Tornar mais fácil assegurar-lhe que a sua carta-impresso de candidatura contenha os aspectos em que você se ajusta ao emprego. Então terá mais hipóteses de chegar ao estádio de entrevista;

2. Torná-lo consciente do que deve enfatizar, para demonstrar ao entrevistador o seu encaixe em relação ao emprego;

3. Pô-lo de sobreaviso sobre alguns dos aspectos menos favoráveis, que o entrevistador pode detectar. Método Mais uma vez, a maneira mais simples de obter uma imagem clara é dividir em duas colunas uma folha de papel e fazer a si próprio algumas perguntas óbvias. Do lado esquerdo faça uma listagem das capacidades e habilitações requeridas na descrição do emprego ou sobre o que você, por experiência, sabe ser inerente ao emprego.

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Do lado direito tente ajustar as suas próprias habilitações, pontos fortes e experiência, com aquilo que se pede.

Se já se deu ao trabalho de fazer uma avaliação pormenorizada de si próprio como candidato, isto não será demasiado difícil.

Algumas questões para ver como você se ajusta ao emprego:

O que é que este emprego implica? O que é que se esperará de mim? Já alguma vez fiz qualquer coisa semelhante? Que habilitações é que fiz? Que habilitações é que pedem? Tenho essas habilitações? Tenho quaisquer outras habilitações que possam ser uma vantagem? Que experiência é que pedem? Tenho essas experiências? Tenho qualquer outra experiência que possa ser útil? Que conhecimentos são pedidos? Tenho esses conhecimentos? Se não, poderei adquiri-los? Que qualidades é que pedem? Tenho essas qualidades? Como posso provar que tenho essas qualidades? Tenho algumas qualidades adicionais que me façam ajustar ao emprego? Que responsabilidade terei? O anúncio específica limites de idade? Tenho a idade adequada? Se não, posso apresentar a minha idade como uma vantagem? Qual é o salário? Está dentro da ordem de valores que penso precisar? Onde se situa o emprego? Serei capaz de lá chegar a horas? Gastarei demasiado dinheiro nos bilhetes de transporte? Terei de mudar de terra e estarei preparado para isso? Por que concorro a este emprego em particular? Qual o meu contributo para este emprego?

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O emprego ajusta-se aos meus compromissos familiares? Por que penso que posso fazer esse trabalho melhor do que os outros candidatos? Há alguém que me sirva de referência ou que recomende para este emprego?

RECOLHA DE INFORMAÇÃO DE BASE ACERCA DO EMPREGO E DA EMPRESA Mal tenha uma data marcada, ou antes de a saber, é uma boa ideia começar a reunir informação de base acerca do emprego a que se candidatou e das pessoas para quem irá trabalhar. Pode até suceder que venha a descobrir informações que o deixem menos entusiasmado com o posto de trabalho, apesar de ter tido o cuidado de fazer o seu ajustamento ao emprego, antes de efectuar a sua candidatura. O mais importante de tudo é que quanto mais informado estiver, tanto melhor será o seu desempenho na entrevista.

Às vezes os entrevistados pensam quando um entrevistador lhes pergunta “Tem alguma pergunta que gostaria de fazer?”, isso é uma oportunidade para perguntarem quando terão um aumento de vencimento. Infelizmente, perguntas como estas podem dar uma imagem negativa acerca das suas prioridades. O entrevistado preferia ouvi-lo fazer perguntas acerca da empresa, de oportunidades de cursos de formação e da possibilidade de progredir para lugares de maior responsabilidade.

É quase sempre possível descobrir, antes da entrevista, as respostas a perguntas básicas sobre pagamentos e condições de trabalho. Deste modo, terá uma melhor ideia sobre se o emprego se adequa a si, evitar perder o seu tempo e o do entrevistador e põe de parte uma possibilidade de criar uma imagem negativa.

Se ao ser chamado para uma entrevista, não receber ao mesmo tempo literatura que cubra uma informação básica, telefone, escreva e pergunte se existe alguma ou consulte a internet. Se não existir nada publicado deve pedir para falar com a pessoa mencionada na carta para a entrevista, ou com o departamento de pessoal, o monitor dos cursos de formação ou o responsável pelos mesmos e obter as respostas às mais importantes.

Se possível vá obter informações pessoalmente (telefone antes de ir, se isso lhe transmite maior confiança) a não ser que a empresa seja muito pequena e ache que isso dá nas vistas. Uma visita antecipada dá-lhe uma oportunidade de ficar a saber como é a empresa, como são as outras pessoas e também como se vestem, para você poder ir convenientemente vestido para a entrevista. Pode também ter a oportunidade de perguntar a alguém algo acerca da empresa e das condições de trabalho. Uma visita pode também funcionar como uma ida simulada, para o ajudar a lá chegar a horas no próprio dia.

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Lista de verificação de perguntas para informação própria, para serem respondidas antes da entrevista:

Onde vou trabalhar? Qual é o vencimento? Quando é que os salários são revistos? Existe um plano de reforma? O plano de reforma é contributário ou não contributário? Existe bónus anual? Como é que vou ser pago? Que férias tenho? As minhas próximas férias, já programadas, serão respeitadas? Como é o transporte? É possível estacionar o carro? Existe refeitório? Há senhas de subsídio para almoço? Há horas extraordinárias? As horas extraordinárias são pagas? Há trabalho ao fim-de-semana? Há trabalho até a tarde? Há mudanças no pessoal superior? A empresa está suficientemente bem estabelecida para oferecer segurança de emprego? Posso encontrar-me com a pessoa que deixa o emprego? Para quem vou trabalhar? Há qualquer coisa organizada sobre possibilidade de formação e oportunidades? A empresa tem ama-enfermeira? Qual é a atitude se faltarmos para tomar conta de filhos doentes? Quais são as oportunidades de promoção?

Quando poderei começar?

As pessoas que se candidatam a posições de gestão ou de executivo devem efectivamente fazer tudo o que possam para se familiarizarem completamente com afirma, os seus rendimentos e a sua posição no mercado. É perfeitamente natural pedir uma cópia do relatório anual folha de balancetes e qualquer outro material promocional, logo que seja chamado para entrevista ou até antes.

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Algumas bibliotecas públicas têm informações sobre as maiores empresas, como a internet. Também faz sentido perguntar a pessoas do mesmo ramo para ver se pode obter mais informações acerca da firma.

Lista de perguntas fazer sobre a empresa, para estar bem informado antes da entrevista:

O que é que a empresa produz/vende? A empresa é grande? Onde se localiza? Qual o seu capital revertível? Qual a sua rentabilidade? Quem são os clientes? Quais são as perspectivas de carreira dentro da empresa? Um emprego nesta empresa está segura? Que tipo de trabalhadores já têm? Quantos trabalhadores existem? O que sei acerca das suas realizações recentes/história comercial? O ambiente de trabalho é agradável?

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PONTUALIDADE O primeiro passo para o sucesso é, como é óbvio, chegar a horas à entrevista. Isso significa apresentar-se à recepcionista cerca de quinze minutos antes da hora marcada. A pontualidade causa sempre boa impressão e se você for à justa não estará tão calmo e confiante como deveria estar. Se chegar atrasado pode irritar o entrevistador ou perder a sua entrevista por completo. Certifique-se de que tem o endereço correcto do local da entrevista, que pode nem sempre ser o mesmo que o endereço principal da empresa.

A seguir descubra o melhor meio de lá chegar. Certifique-se dos horários dos transportes e do melhor trajecto, se for a guiar. se for difícil estacionar numa zona cheia de edifícios, pode ser melhor ir de transportes públicos. Finalmente, calcule quanto tempo lhe levará a viagem, incluindo ter de encontrar o escritório exacto. Não se esqueça de ter em conta a hora de ponta. Reserve tempo de sobra para vir da estação ou da paragem de autocarros ou para estacionar o seu carro sem pressas. Faça uma viagem fictícia, se for necessário. Então terá a certeza que sai de casa a horas. Se chegar atrasado Se, apesar de toda a planificação anterior descobrir que vai chegar tarde, tente telefonar para o escritório, para poder marcar novo horário para a entrevista. Chegar atrasado contará em seu desfavor, a não ser que não tenha feito ninguém esperar em vão. Se chegar atrasado, peça desculpa de modo directo, dando uma razão breve. Uma desculpa longa e elaborada tem sempre um ar menos convincente. Seja educado para todas as pessoas que encontrar Quer esteja atrasado ou com tempo é aconselhável e contribui para uma experiência mais agradável ser educado para todas as pessoas com quem contactar, tanto antes como depois da entrevista. Isto inclui pessoas como as senhoras que servem o lanche e as recepcionistas. Quanto mais simpático for para elas, mais elas o ajudarão a pôr-se à vontade. Mas ainda, você nunca pode ter a certeza sobre a quem se pedirá opinião acerca de si, depois de você se ter ido embora, especialmente se estiver em questão o você adaptar-se bem ou não ao resto do pessoal.

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2. A Caminho da Entrevista

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ASPECTO EXTERIOR Investigações revelam que as pessoas formam 90% das suas opiniões acerca de alguém, no prazo de minuto e meio após travarem conhecimento com a pessoa. Numa entrevista você não vai ter tempo para corrigi-las, se estiverem erradas. A impressão que você causa é dada tanto pelo seu aspecto e comportamento, como pelo que diz e isto certamente inclui o que você veste. Evite os extremos Nunca é de mais dizer que os patrões são muitos atentos aos extremos. Isto significa que você não deve aparecer com roupas práticas, que exprimam a sua personalidade de pessoa que não trabalha, embora isso possa ser encantador, nem deve usar o tipo de “as melhores” roupas, que fariam de si a estrela da festa, mas que obviamente não se adaptam a situações do dia-a-dia de trabalho. Estar completamente vestido com cores muito escuras transmite uma imagem negativa. O mesmo sucede, também, se usar óculos de sol, sendo este um gesto decidido de impedir que o entrevistador lhe veja os olhos e adivinhe o que se passa no seu espírito.

Tente pôr-se no lugar do patrão, ou talvez no lugar de uma das pessoas com quem poderá falar, o representante do patrão. Que tipo de pessoas gostaria que viesse ao seu encontro, se estivesse empenhado nos negócios da firma? Que tipo de pessoa acharia que lhe inspirava confiança? A sua resposta pode dar-lhe uma orientação para o tipo de roupas a usar para a entrevista. Se tiver a oportunidade de visitar o local antecipadamente, pode ver o tipo de roupas que as pessoas usam e usar qualquer coisa do género. Quanto mais ajustado parecer, tanto melhor.

É evidente que alguns empregos podem de facto exigir roupas muito práticas ou roupas especiais para trabalho. Em qualquer dos casos, é claro que não deve usar nada de semelhante para a entrevista. Em vez disso escolha qualquer coisa absolutamente normal, conservadora e discreta, e com ar imaculadamente limpo e asseado. Homens Para os homens, à pergunta sobre o que vestir, quase sempre se responde um fato. É claro que deve estar limpo e bem passado e ser usado com camisa e sapatos limpos. O cabelo deve ter um corte bastante conservador. O objectivo é dar uma primeira impressão de eficiência. Se não conseguir dar uma certa harmonia ao seu todo, que possibilidades haverá de você ter utilidade para alguém?. Preocupar-se com a sua aparência é também um bom sinal de que o emprego é importante para si e isso encoraja um patrão previdente.

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Mulheres Para as mulheres, a questão do vestuário é um pouco mais complexa, porque há mais opções. No entanto, aplicam-se as mesmas directrizes. Não se tente pelos extremos. Opte por um vestuário perfeitamente normal e conservador, talvez uma saia-e-casaco e mantenha o cabelo sob controlo. Algumas pessoas ainda acham que as calças são um vestuário inaceitável para as mulheres, por isso jogue pelo seguro e restrinja-se às saias, a não ser que se sinta muito segura do assunto. Não use jóias em excesso, especialmente se forem das que tilintam. Quanto mais bem arranjada e limpa se apresentar, maior será a impressão de eficiência e de comando da situação que dará ao entrevistador. Evite a confusão Não vá para uma entrevista atravancado com embrulhos, cachecóis, grandes sacos de compras e sacos a tiracolo, que lhe dão uma ar derreado. Se precisar de trazer um guarda-chuva, um guia das ruas ou mais qualquer outra coisa que não seja uma pasta ou uma carteira, deixe-os na recepção.

LINGUAGEM CORPORAL

Primeiras impressões A primeira impressão que o entrevistador terá de si é sobre a maneira como você atravessa a porta. Bate e, assim que for convidado, entre com ar sorridente. Não meta a cabeça pela porta com ar hesitante, como que a verificar se de facto querem que entre ou não. As mulheres, especialmente, devem estar de sobreaviso em relação a desculparem-se indirectamente, através deste tipo de comportamento hesitante. Por muitas razões, muitas vezes falta-lhes a auto-confiança superficial que os homens têm, especialmente se durante anos têm estado limitadas pela domesticidade. Pessoas muito jovens podem igualmente ter uma abordagem em que lhes falta a confiança. Embora seja sensato mostrar uma certa diferença para com os mais velhos, que estão no emprego há anos e que se irritariam com uma impetuosidade superconfiante, não devem dar o ar de poder ser um empecilho para aqueles com quem espera vir a trabalhar. Postura Dirá ao entrevistador muita coisa acerca de si através do modo como movimenta o seu corpo. Tente entrar na sala com uma boa postura, embora não como um guarda numa parada. Ombros descaídos e costas encurvadas são sinais conciliatórios e pressupõem uma perigosa falta de confiança. Do mesmo modo, quando estiver sentado, deve tentar manter as costas bem direitas. Uma mulher deve colocar a carteira no chão, ao seu lado, para evitar a possibilidade de se sentar com ar ofensivo, com a carteira sobre o colo e inclinada sobre ela.

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Aperto de mão Aperte a mão ao entrevistador e sente-se quando for convidado a fazê-lo e não antes. As pessoas acham que podem dizer muito acerca de uma pessoa através do aperto de mão e têm razão. O aperto de mão é um gesto fundamental de amizade.

Nesta situação o que deve/não deve fazer:

1. Não tome a iniciativa do aperto de mão, mas corresponda com rapidez ao gesto do entrevistador; 2. Não aperte a mão com demasiada força, com a palma inclinada para baixo, pois isso também mostra

um desejo de dominar; 3. Não segure na mão do entrevistador durante demasiado tempo, pois isso revela demasiada

familiaridade; 4. Não aperte a mão sem firmeza, nem use só as pontas dos dedos, pois isso dá a impressão de ser um

carácter fraco; 5. Aperte as mãos com firmeza, mas não se envolva num aperto de mão “para tentar medir forças”.

Gestos que hostilizam Deve ter o cuidado de evitar o seguinte:

1. Recostar-se na cadeira com demasiada descontracção, possivelmente com as mãos atrás da cabeça. Isto é demasiado familiar para a situação e causará uma reacção muito má;

2. Aproximar-se demasiado do entrevistador. Isto invade o seu território e faz com que o entrevistador se sinta ameaçado;

3. Pôr as mãos nos bolso. Isto pode parecer insolente, agressivo ou defensivo, consoante o modo como o faz;

4. Cruzar os braços com firmeza. É uma posição muito defensiva e impedirá que se estabeleça uma atmosfera descontraída;

5. Pôr as mãos ou os dedos sobre a boca, quando fala. Este é o gesto clássico usado por aqueles que não estão a ser inteiramente honestos. Mesmo que recorra a isso por nervosismo ou com medo de ter mau hálito, causará ao entrevistador uma impressão muito negativa;

6. Fugir do olhar do entrevistador. Isto fará com que pareça inconstante, mesmo que seja só uma questão de nervos. Por outro lado não exagere, fixando o olhar do entrevistador.

Resumindo, uma linguagem corporal positiva, que dê uma boa impressão, inclui:

1. Vestir bem e apropriadamente; 2. Andar e sentar-se com boa postura; 3. Apertar as mãos com firmeza e durante pouco tempo;

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5. Ter um comportamento descontraído; 6. Olhar para o entrevistador, quando estiverem a falar um com o outro; 7. Sorrir ao chegar e ao sair e sempre que for apropriado, durante a entrevista; 8. Falar com clareza e suficientemente alto para ser ouvido; 9. Saber quando já falou o suficiente.

O ESQUEMA DA ENTREVISTA

Estrutura padrão: Aperto de mão e cumprimento; Conversa de carácter geral, para descontrair o candidato e estabelecer o contacto; Breve resumo de si próprio, feito pelo candidato; Meio familiar; Passado educacional e habilitações; Por que muda de emprego/se candidata a este preciso emprego? Que tipo de emprego quer? Uma apreciação sobre o emprego em oferta e/ou a empresa; Termos e condições; Oportunidade de o entrevistador fazer perguntas adicionais; Agradecer e dizer adeus.

Fale ao entrevistador acerca de si próprio As perguntas sérias começarão provavelmente com a velha frase: “Fale-me acerca de si”. Não responda com uma descrição interminável da sua vida desde os primeiros anos.

Alguns minutos serão suficientes para resumir os seguintes pontos acerca de si: Profissão/ocupação; Principais áreas de experiência/conhecimentos; Aptidões e principais qualidades.

O entrevistador far-lhe-à então perguntas mais detalhadas acerca do seu passado/educação/experiência. Quanto mais importante for o emprego, tanto mais detalhadas serão as perguntas e mais bem preparado você precisará de estar para respondê-las.

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O entrevistador estará à procura de:

Um bom nível de “oralidade”. A pronúncia não conta, mas um discurso descuidado sim; Respostas simples às perguntas feitas; Um carácter confiante, não demasiado reservado nem demasiado arrogante; Um registo claro das experiências pessoais; Uma boa compreensão dos factos; Exemplos dados através da experiência, para corrobar as suas respostas;

Alguém que:

• tenha iniciativa,

• apresente soluções para os problemas,

• preste atenção aos detalhes,

• tenha capacidade para isolar o pormenor importante,

• trabalhe bem sob pressão,

• perceba do trabalho,

• tenha capacidade para cumprir prazos. Perguntas típicas numa entrevista:

Como descreve o seu meio familiar de origem? Esta questão surge geralmente quando os candidatos aos empregos são pessoas bastante jovens, que acabaram a sua licenciatura, pois o entrevistador não tem nenhum registo profissional ou tem pouca coisa, que lhe permita avaliar o perfil dos candidatos. Pergunta-se isto muitas vezes quando uma empresa está a recrutar pessoas para cursos de formação, em que se desperdiçará muito dinheiro se o formando não tiver qualidades para aguentar o curso. Se compreender o porque desta pergunta ser feita, sentir-se-à menos inclinado a achar que o entrevistado está indevidamente a meter o nariz na sua vida privada. Deve indicar os aspectos do seu meio familiar de origem, que o entrevistador está procurando, sem divagar por coisas que são irrelevantes. Pontos a sublinhar são a estabilidade; uma atitude positiva e encorajadora a um trabalho semelhante e uma atitude entusiástica em relação ao trabalho árduo. Tente captar os aspectos do seu meio familiar, que o tornaram especialmente moldado ao emprego a que se candidatou. Nunca inclua os aspectos negativos do seu meio familiar de origem.

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Por que fez as disciplinas (x) na universidade? Dê uma resposta construtiva. É óbvio que, se tirou um curso de Biologia, Física, Engenharia, entre outras e vai para um emprego onde se requerem estes conhecimentos, não será difícil explicar que isso é o que realmente lhe interessa e que escolheu essas cadeiras porque queria arranjar emprego dentro dessa área. Se falar de estudos de carácter mais geral ou se tirou um curso não vocacional na universidade, deve mostrar como isso prova que é capaz de se interessar por um vasto leque de assuntos e que pode transportar o mesmo entusiasmo para o seu trabalho. Também pode sublinhar o facto de que aprender a estudar uma disciplina e fazê-lo com sucesso, torna-o capaz de aprender coisas novas com mais rapidez e torna-o mais apto a familiarizar-se com os assuntos novos que terá de aprender no seu emprego. Nunca diga que não sabe por que escolheu certas disciplinas ou que foram pessoas que decidiram por si, pois isso dar-lhe-à uma má imagem. O que fez no emprego anterior? Aqui o entrevistador está essencialmente à procura de descobrir duas coisas. Primeiro, até que ponto os conhecimentos e experiência adquiridos e utilizados no emprego anterior se coadunam com os que são necessários ao novo emprego, de modo que a transição seja relativamente simples e não haja uma grande discrepância. Segundo, o qual o seu nível de sucesso no emprego anterior, de modo a ele poder avaliar o seu perfil profissional. A sua resposta deve portanto incluir não apenas o que efectivamente fez, mas quaisquer conhecimentos específicos que foi capaz de transpor para o emprego e qualquer e determinado equipamento que aprendeu a utilizar. Demonstre que tipo de pessoa é, referindo-se a quaisquer responsabilidades especiais e a qualquer promoção que teve.

Tente completar a sua resposta, demonstrando como o emprego anterior o tornou apto para aceitar o emprego a que se candidata. Por exemplo, se os dois forem empregos que exigem capacidade de lidar com pessoas, ressalte este ponto. Se o novo emprego representa uma subida de posição, sublinhe o facto de isso ser uma progressão lógica em relação ao emprego anterior. Não se limite a dar uma lista do trabalho que fez até à data, mas mostre como a experiência que adquiriu no outro emprego o torna perfeitamente apto para este.

Já fez este tipo de trabalho? Se a resposta for não, pode ser um problema. Se se candidata a um trabalho que nunca fez, se o faz por necessidade ou porque procura uma mudança de rumo, deve ter o cuidado de preparar-se para esta pergunta, fazendo uma lista de toda a experiência e qualidades pessoais que possui e que se enquadram no emprego. Comece a sua resposta de modo positivo, com a palavra sim e depois prossiga, descrevendo as experiências mais relevantes que teve. Apresente experiência profissional dentro desse âmbito, sublinhando a sua rapidez em aprender coisas novas. Se tiver qualquer experiência não laboral, que seja relevante, talvez um passatempo, mencione-o.

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Conceba antecipadamente o tipo de pessoa que pensa que melhor se ajusta ao emprego e diga ao entrevistador quais são as suas qualidades pessoais que pensa que se coadunam com o emprego. Nunca responda a esta pergunta directamente com um não, pois perderá imediatamente o interesse do entrevistador. Por que deixou o emprego anterior? É vital preparar uma maneira de contornar esta pergunta antes da entrevista. O entrevistador está a tentar descobrir se deixou o emprego anterior por razões que suscitariam problemas semelhantes, caso viesse a trabalhar na empresa. Por exemplo, se saiu por causa de má relação com o chefe ou por mau desempenho profissional, isto colocará uma série de dúvidas ao entrevistador, se você o disser directamente. Se houver qualquer problema, que teve como consequência você deixar o emprego, evite referi-se a isso, mas não recorra a uma mentira completa, pois isso reverteria em grande desvantagem para si se se descobrisse.

Em vez disso, coloque a ênfase nas causas mais directas que o levaram a deixar o emprego, visto que afinal poucas são as decisões que são resultado de um único factor. Geralmente são o resultado de um conjunto de circunstâncias. Algumas das razões que poderá achar que se ajustam ao seu caso incluem: decidir-se por uma mudança de carreira; procurar mais responsabilidade; chegar ao termo de um emprego sazonal ou de contrato a prazo; falta de dinheiro; querer trabalhar mais perto de casa. Se a causa for a redundância, não diga o que consideram redundante, mas que o próprio emprego é que se tornou redundante.

Há uma diferença subtil mas muito real no que você enfatiza e o entrevistador não entenderá automaticamente que há qualquer falha sua, que fez com que você se tornasse redundante. Se a razão para deixar o emprego for uma saúde precária refira-se a isso com breves palavras , explique que foi uma situação temporária e afirme o seu bom estado de saúde actual e a sua capacidade de assumir as exigências do novo emprego. Nunca critique ou fale mal de um antigo patrão mesmo que tenha de referir-se a desacordos. Se tiver que o fazer, explique o problema como uma diferença de maneiras de encarar o trabalho. Se denegrir um patrão anterior, o entrevistador partirá do princípio que você na próxima vez fará o mesmo.

Por que quer trabalhar nesta empresa? O entrevistador está à procura de alguém que tenha para com a sua empresa uma atitude entusiástica e positiva. Isto mostrará que você está genuinamente interessado neste trabalho anterior. Se for capaz de mostrar um entusiasmo autêntico pela empresa, o entrevistador ficará convencido de que você ficará na empresa durante bastante tempo e não estará constantemente à procura de qualquer coisa melhor. Se, como foi sugerido, você fez um trabalho de informação de base acerca da empresa, estará numa boa posição para fazer do que realmente gosta na empresa, porque acha que tem fama de bom patrão, porque o emprego se adapta perfeitamente a si. Indícios de que desenvolveu algum trabalho para informar acerca da empresa serão bastante a seu favor. Nunca diga que não há razões particulares para querer trabalhar nesta empresa.

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Quais acha que são as suas fraquezas/fracassos? É difícil saber porque é que os entrevistadores persistem em fazer esta pergunta. Se você for idiota ao ponto de enumerar todos os seus defeitos ao entrevistador, decerto já terá mostrado como inadequado ao emprego, de muitas outras maneiras. Mas uma vez, a chave para este problema é utilizar o pensamento positivo. Não diga: “Não tenho absolutamente nenhumas fraquezas”, pois isto será obviamente falso. Em vez disso, responda qualquer coisa como: “Acho que não tenho nenhumas fraquezas que afectem a minha capacidade de desempenhar este trabalho”. Se for pressionado a pensar nalguma coisa, então esteja preparado com uma “fraqueza” que possa também ser interpretada como um ponto a seu favor. Pode dizer, por exemplo: “Acho que tenho tendência para me deixar envolver demasiado pelo meu emprego”, ou “Gosto de ver as coisas correr com rapidez”. Nunca diga a um entrevistador nenhum dos fracassos. Deve estar a par das suas próprias fraquezas, se fez uma auto-avaliação completa, mas a informação é apenas para si. Se viesse para cá, como mudaria as coisas? Esta pergunta é muitas vezes feita a pessoas que se candidatam a um emprego de gestão ou administração. O entrevistador está à procura de ver se você tem de facto experiência de uma situação semelhante, aponto de saber onde residem as possíveis áreas de atenção. Também está à procura de iniciativa e indícios de que se dedicou a pensar no que o emprego envolve. Contudo, deve deixar claro que não espera entrar e começar imediatamente a mudar coisas só por mudar. Explique que precisaria de tempo para fazer uma avaliação correcta da situação e que estaria ciente dos perigos de pisar os calos aos outros. Uma gestão eficiente inclui saber como lidar com as pessoas, bem como organizar uma máquina que funcione com suavidade. Se não tiver certezas quanto ao que poderá mudar, ou se não houver uma resposta nitidamente correcta, então ressalte o facto de que não faria nada até estar completamente familiarizado com a organização. Algumas perguntas típicas de entrevista:

Quais acha que são os seus pontos mais fortes? (Seja positivo, mas evite gabar-se); Que interesses tem fora do trabalho? (Veja se tem alguns); Qual a opinião que o seu antigo patrão tinha de si?; O que o atraiu para este emprego em particular?; Por que havíamos de dar emprego a si em vez de a um dos outros candidatos?; Considera-se ambicioso? (Os entrevistadores gostam de uma certa dose de ambição); Qual a importância que atribuiu às habilitações?; Por que esteve tanto tempo no seu último emprego? (Realce a diversidade de experiências

profissionais nesse mesmo emprego e o facto de que gostava do seu emprego);

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Por que teve tantos empregos nos últimos anos? (realce ter tentado ganhar rapidamente uma vasta experiência. Mostre que têm uma sequência lógica, mas torne claro que está disposto a assentar);

Em questão de política, considera-se de esquerda ou de direita? (o melhor é evitar os extremos); Como conciliaria a barreira entre os trabalhadores e a gerência?; Quantas vezes faltou no emprego anterior?; Como é o seu estado de saúde?; Que providências tomou em relação aos filhos, quando estes estiverem doentes ou de férias?; Com que máquinas e equipamento está familiarizado?; Que tipo de vencimento procura?; Quando poderá começar?

Algumas perguntas para fazer ao entrevistado: Como surgiu a vaga? (se for consequência da expansão da empresa, então as oportunidades de

carreira são boas); Pode dar-me uma ideia mais exacta sobre o que o trabalho implica? (Não está na entrevista apenas

para ver se agrada à empresa, mas para ver se o emprego lhe agrada de facto a si); Como vai ser supervisionado o meu trabalho?; Quem avalia o meu trabalho?; Quando me considerarão para mais cursos de formação?; Quando me darão alguma responsabilidade?; Quem será responsável perante mim?; Acrescente a esta lista as suas próprias perguntas, quando lhe ocorrerem algumas.

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2. A Caminho da Entrevista

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ENTREVISTAS DE PAINEL Algumas vezes será entrevistado por várias pessoas em conjunto, a que se dá o nome de entrevista de painel. O painel consiste num presidente e duas ou mais pessoas, que aí se encontram porque têm conhecimentos ou responsabilidades numa determinada área. As entrevistas de painel podem ser bastante intimidantes, pois é fácil ter-se a sensação de “eu sozinho contra eles todos”. Os bons entrevistadores tentarão impedi-lo de se sentir oprimido, mas o facto de estar em desvantagem numérica cria inevitavelmente uma certa tensão. Identifique o entrevistador de maior influência Em teoria é o presidente, que está sentado ao meio, o membro mais importante da entrevista de painel, mas na prática um dos outros pode ter o verdadeiro poder de tomar decisões ou uma personalidade que domine os restantes. Deve tentar detectar se qualquer outra pessoa parece ter mais peso do que os restantes e dirigir as suas respostas a essa pessoa, sempre que possível. Não se deixe enganar, pensando que é o membro mais barulhento do painel, ou o que diz mais graças. É bastante mais provável ser a pessoa a quem os outros parecem dirigir-se, sempre que há qualquer questão ou discussão. As entrevistas de painel, se forem bem feitas e bem organizadas, podem ser muito minuciosas.

Em relação ao candidato, aplicam-se as mesmas regras básicas de actuação que nas entrevistas com uma só pessoa. Deve dirigir a sua resposta a quem efectivamente fez a pergunta e tentar englobar genericamente com um olhar a pessoa que lhe parece ser a mais importante, se houver um intervalo entre as perguntas. Embora as entrevistas de painel possam parecer intimidantes, algumas das perguntas com que você mais se preocupa podem passar esquecidas, porque várias pessoas podem ser menos bem organizadas do que uma só. Nesse caso terá de se debater com menos dificuldades e não com mais.

ENTREVISTAS EM SÉRIE Uma técnica de entrevista mais exigente é a entrevista em série. Isso significa que você é visto por várias pessoas individualmente e sucessivamente, em vez de encará-las todas como um grupo. Para as entrevistas em série, você precisa de todo o seu talento, ou seja, estar muito bem preparado e ter um sono repousado na noite anterior, para que a sua energia não esmoreça.

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ENTREVISTAS DE GRUPO Os métodos de grupo são usados por grandes empresas e organizações, quando se trata de candidatos a empregos que requerem elevado poder de organização e chefia. Aos candidatos apurados será provavelmente ministrada uma formação muito cara e é receio de desperdiçar dinheiro a formar candidatos inadequados a razão para um exercício tão prolongado. Se compreender os motivos do seu potencial patrão, isso ajudá-lo-à a manter o sentido de humor ao longo do que poderá ser uma experiência bastante difícil, é porque vai ter de cooperar com os seus rivais e em alguns casos até terá de ajudá-los. Mantenha actualizados os seus conhecimentos gerais: É sempre bom, antes de cada entrevista, fazer um esforço para se manter a par dos assuntos internacionais e para formular opiniões abalizadas sobre alguns dos assuntos mais importantes. Isto é particularmente importante para as entrevistas de grupo, em que a discussão de grupo e a capacidade de formular o seu próprio ponto de vista e persuadir os outros com a sua opinião são invariavelmente a característica principal. A falta de conhecimentos acerca do mundo que o rodeia e um espírito sem ideias próprias revelar-se-ão com maior desvantagem, em comparação directa com os seus colegas de entrevista, do que numa entrevista só com uma pessoa. Não se exiba: Siga unicamente um padrão de discussão em grupo ou envolva um elemento de competitividade, dividindo todo o grupo em grupos mais pequenos com determinados objectivos a alcançar, deve ter presente umas quantas normas úteis. Tenha consciência da diferença entre mostrar qualidades de chefia e ser apenas exibicionista. Você quer chamar a atenção do assessor, mas não como um tirano insensível, que tenta abafar os outros. Uma abordagem educada e ponderada, evitando a confrontação directa, colocá-lo-à em melhor posição. Mostre que sabe trabalhar como elemento de um grupo: Causará melhor impressão se brilhar pelos seus próprios méritos do que tentar mostrar como os outros todos são estúpidos. Isto é particularmente verdadeiro se se fez uma divisão em grupos. Os assessores procurarão ver como você coopera com os outros e se você consegue ou não pôr os benefícios gerais do seu grupo à frente da sua glória individual.

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ENTREVISTAS SOCIAIS A maior parte das entrevistas são situações bastante formais, em que se coloca a ênfase em tentar criar uma atmosfera descontraída numa situação artificial. As entrevistas sociais, às vezes chamadas o “teste do álcool”, são ocasiões teoricamente descontraídas, tais como um coqueteil ou um jantar, mas a atmosfera tende a ficar bastante tensa, quando uma metade do grupo avalia e forma uma opinião acerca da outra metade. As entrevistas sociais podem variar desde o levar-se um candidato a um bar para tomar uma bebida e comer uma sandes, para que os futuros colegas possam ver se o recém-chegado se adapta ou não, até ocasiões altamente formais. Muitas vezes é a esposa acompanhante que está a ser calmamente avaliada, para se ver se consegue “manter-se ao nível do marido” ou ter influência num emprego em que há muitas solicitações sociais. Os candidatos que estão envolvidos em entrevistas de grupo, que muitas vezes se prolongam por um ou dois dias, também irão encontrar-se a comer e a conviver com os seus colegas candidatos e os assessores. Embora estas ocasiões sociais não façam estritamente parte do programa da entrevista de grupo, os candidatos devem ter sempre presente que qualquer irregularidade no seu comportamento ou qualquer situação embaraçosa serão sempre anotadas. Não há tréguas temporárias. Tenha consciência de que está a ser entrevistado: As entrevistas sociais criam vários perigos possíveis. Um é que os que estão a ser avaliados, embora de modo informal, estarão descansadamente desatentos em relação ao que se passa e revelarão muito mais acerca de si próprios do que seria aconselhável. Não beba demasiado álcool: Se consumir demasiado álcool (e isso acontece com facilidade pode revelar um aspecto do seu carácter que não é o verdadeiro). Em qualquer ocasião social relacionada com o trabalho, mesmo que não saiba que se está a fazer uma avaliação, limitar o consumo de álcool é uma mera questão de bom senso. Isso é essencial se souber que ele o afecta bastante. Infelizmente, mesmo hoje, em que as pessoas estão mais conscientes do perigo de beber demasiado álcool, é muitas vezes socialmente inaceitável parecer recusar a oferta de convívio proporcionada por uma bebida. Especialmente os homens podem achar que isto é um problema, quando ainda subsiste a ideia de que ser capaz de aguentar o álcool prova que se é um tipo extraordinário. Contudo, não faça questão de recusar uma bebida. Aceite uma bebida faça-a durar o mais possível. Durante a refeição aceite um copo de água e outro de vinho e beberique a água, para que não seja o copo de vinho que se esteja constantemente a encher. Tente beber vinho branco misturado com água mineral gaseificada ou soda. Depois do uísque inicial ou gim com água tónica mude para gingerale simples ou água tónica com limão e gelo que dão a impressão, se for necessário, de que ainda está a beber do autêntico.

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Tente agir com naturalidade: Uma outra maneira de causar uma má impressão numa entrevista social é estar tão ciente e conhecedor do que se está a passar, que se é incapaz de agir com naturalidade e revelar-se no que se tem de melhor. Se inicialmente se sentir muito inibido pela artificialidade da situação, causará uma impressão muito pouco clara sobre o tipo de pessoa que você realmente é, talvez até compensando o seu estado de nervosismo, sendo demasiado precário e óbvio e tornando claro que não se sai bem numa situação social. Trate uma entrevista social com seriedade: O elemento mais importante para se sair bem numa entrevista social é assumir o facto de que se trata realmente de uma entrevista. Por esse motivo não vai ser possível comportar-se como se estivesse numa situação social genuína e não será surpresa se se sentir nervoso e embaraçado. Uma vez que compreendeu isto, pode começar a encará-la como qualquer outra entrevista e a aplicar as mesmas regras básicas. Seja pontual, preste atenção ao que ouve, esteja atento a como os outros estão a reagir aos sinais que você emite. Acalme os nervos, respirando fundo e não bebendo uma coisa forte. Acima de tudo, lembre-se de que está a expor, por isso apresente-se com ar confiante, mas sem ser fanfarrão.

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Gabinete de Imagem e Relações com o Exterior Elisabete Rodrigues --- Ano 2006