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OS DESAFIOS E METAS DA NOVA GESTÃO FECOMÉRCIO-RS MERCADO GUIA DE GESTÃO Repartindo o pró-labore Trabalhar em casa Entrevista ZILDO DE MARCHI, PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO-RS, E A EXPERIÊNCIA COMO EMPRESÁRIO BENS & SERVIÇOS Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 63 / JULHO 2010 F E C O M É R C I O - R S

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os desafios e metas da nova gestão

Fecomércio-rS

mercado

Guia de GeStão

Repartindo o pró-labore

trabalhar em casa

entrevista Zildo de maRchi, pResidente da fecoméRcio-Rs, e a expeRiência como empResáRio

Bens&SerViÇoSrevista da Federação do comércio de Bens e de Serviços do estado do rio Grande do Sul – Número 63 / juLho 2010

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EXPE

DIEN

TE

Publicação mensal do sistema Fecomércio-rs Federação do comércio de bens e de serviços do estado do rio Grande do sul

Rua Alberto Bins, 665 – 11º andar – Centro CEP 90030-142 – Porto Alegre/RS – BrasilFone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

Presidente: Zildo De Marchi

vice-Presidentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Olmiro Lautert Walendorff, Renato Turk Faria, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, João Francisco e Micelli Vieira

diretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edgar Christian Tardio Serrano, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jaime Gründler Sobrinho, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luís Alberto Ribeiro de Castro, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti Guidugli, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt.

conselho Fiscal

titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel. suplentes: Luiz Roque Schwertner, Nelson Keiber Faleiro, Gilda Lúcia Zandoná.

deleGados rePresentantes cnc: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster. Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari.

conselho editorial: Antonio Trevisan, Derly Cunha Fialho, Everton Dalla Vecchia, Ivo José Zaffari, José Paulo da Rosa, Luiz Carlos Bohn, Manuel Suárez, Moacyr Schukster, Renato Turk Faria e Zildo De Marchi

assessoria de comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Borba, Fernanda Romagnoli, Liziane de Castro e Simone Barañano

coordenação editorial: Simone Barañano

edição: Fernanda Reche (MTb 9474) e Svendla Chaves (MTb 9698)

rePortaGem: Bianca Alighieri, Eloisa Beling Loose, Francine Desoux, Patrícia Campello, Arthur Puls colaboração: Edgar Vasques, Ricardo Felizzola, Moacyr Scliar, Priscilla Ávila, Thiago Tieze revisão: Flávio Dotti Cesa

edição de arte: Silvio Ribeiro

Foto de caPa: Lúcia SimontiraGem: 25,5 mil exemplares

imPressão: Pallotti

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

sumárIo

opinião

agenda 06palavra do presidente 07notícias & negócios 08crédito 12guia de gestão 14

17entrevista 18copa 24fecomércio-rs 26saiba mais 32mercado 34qualidade

eleições 38manutenção

saúde

profissionalização 44visão tributária 46glossário 47visão trabalhista

crônica

48

50

mais & menos 49

36

4042

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63

&sErVIÇosbens

0514

rePartindo o bolo dos lucros

O pró-labore não deve ser pautado pelas necessidades pessoais

do empresário, mas estar de acordo com os valores de

mercado e dentro do que a empresa pode pagar guia de gestão

18entrevista

Zildo de marchi

Zildo De Marchi revela por que é um dos mais

importantes empresários gaúchos. Reconhecimento que

lhe permitiu o retorno à gestão da Fecomércio-RS

40

Pequenos Problemas, diFíceis soluções

Achar bons profissionais para realizar serviços cotidianos

de manutenção pode dar mais dor de cabeça do que o

próprio problema a ser resolvido manutenção

26a Força de um sistema

Com a posse da nova diretoria, no dia 5 de

julho, a Fecomércio-RS entrou em um novo

ciclo de gestão, garantindo a continuidade das

bandeiras e dos valores da Federação

Fecomércio-RS

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6306A G E N D A julho / agosto16 a 27/07Música i

O Arte Sesc apresenta a dupla Kleiton e Kledir, em formato acús-tico, nas cidades de Gravataí, Osório, Bom Jesus, Cruz Alta, Santa Rosa, São Borja, Uruguaiana, Alegrete e São Leopoldo.

29/07 a 1o/08Música ii

O Arte Sesc apresenta o espetáculo “Francisco forró e frevo”, do cantor e compositor paraibano Chico César, em turnê por Montenegro, Santa Cruz do Sul, São Leopoldo e Porto Alegre.

até 30/07concurso fotográfico

As imagens finalistas do “VI Concurso Sesc de Fotografias – O Outono no Rio Grande do Sul” podem ser con-feridas na exposição que ocorre na Biblioteca Pública de Canela.

02 a 30/08gincana sesc

Ocorre a 3ª Gincana Estadual do Pro-grama Sesc Sorrindo para o Futuro. Informações: www.sesc-rs.com.br/sorrindoparaofuturo.

até 10/09PrêMio do ano

Inscrições para o Prêmio Comerciário do Ano 2010. Informações: www.sesc-rs.com.br/comerciariodoano.

22/07ação social

Ocorre a integração entre idosos, co-laboradores e alunos do Programa de Inclusão Social das Faculdades Senac-RS. Informações: (51) 3022-1044 ou (51) 3212-4444.

dia dos avós

Faculdade de Tecnologia Senac pro-move doação de material para higiene pessoal ao Asilo Padre Cacique. Informações: (51) 3022-1044.

21 a 24/07fisl

11º Fórum Internacional do Soft-ware Livre, no Centro de Eventos da Puc-RS, na capital. Senac é apoiador educacional do evento e participa com stand de 20m².

23/07Palestra esPortiva

Joca Zampolli, ex-jogador de vôlei da seleção brasileira, fala sobre Marketing Esportivo na Fatec Poa, na Capital. Informações: (51) 3022-1044.

24/07visita na sogiPa

Palestra de Alberto Molnar, gerente de Esportes da Sogipa, para os alunos de Especialização em Marketing Es-portivo da Fatec Poa.

26 a 29/07oficinais ead

O Senac Ead promove oficinas virtuais gratuitas sobre Gestão de TI. Informações: www.sencead.com.br ou (51) 3284-1990.

29/07Palestra eM siniMbu

Palestra “Reduzindo gastos e otimizan-do os resultados do seu negócio”, na Câmara de Vereadores de Sinimbu. Informações: (51) 3711-6460.

* Mais inforMações sobre as atividades culturais do sesc-rs estão no site www.sesc-rs.coM.br/artesesc

18/07 A 02/09CirCuito de Humor SeSC

Farroupilha, São Leopoldo, Três Passos, Montenegro, Gravataí, Igrejinha, Carazinho,

Taquara e Crissiumal recebem os espetáculos “Guri de Uruguaiana”, com Jair Kobe; “Nelson Freitas e Você”, com

Nelson Freitas (foto); além de André Damasceno e Fábio Porchat.

alle

vida

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sane

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21 a 22/07negócios

3ª Rodada de Negócios da Região Sul, no Armazém 3 do Porto Velho, em Rio Grande. O Senac Rio Grande terá um espaço para divulgar seus cursos.

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Palavra do Presidente

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Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS

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O dinamismo da vida está nas surpresas que ela nos proporciona quando menos se imagina. E retornar à presidência da Fecomércio-RS foi uma destas surpre-sas. Penso que os motivos que me trazem de volta a este posto de gestão tenham sido as crenças no valor do trabalho, na empresa privada e no compromisso com a realidade. Valores que ao longo de mi-nha vida sempre acreditei e busquei.

Como trabalhador e empresário conhe-ço, a força dessas atividades para fazer gerar não só conquistas econômicas, como também para enriquecer o es-pírito humano. O trabalho é a bênção do corpo. Por isso, sempre que pude, ao longo de minha carreira, tenho sido um criador de postos de trabalho, um amigo de quem trabalha, um batalhador do em-prego e dos que criam oportunidades.

Esse amor ao trabalho fez de mim, en-quanto jovem empregado, um dirigente empresarial. A partir dessa trajetória e experiência, aprendi a acreditar no po-tencial da empresa privada e no desejo de empreender. Ser empresário é uma atividade que envolve um imenso valor social: é ter a capacidade de fazer fun-cionar em harmonia trabalho e capital.

Recordo-me que, quando cheguei ao posto de dirigente de empresa, a capi-tal federal ainda era a cidade do Rio de Janeiro. Nessa trajetória de vida, vi o país passar por incontáveis realidades, econômicas e sociais. Algumas mais in-centivadoras, outras menos empolgan-tes. Ultrapassá-las foi um desafio que enfrentei, acreditando na realidade que vejo e nos ideais que me movem.

Por carregar comigo esses valores e pela fé que me motiva, aceito a surpresa que a vida me proporciona. Ainda mais gra-tificante do que a confiança deposita-da em mim é saber que contarei com o companheirismo de um grande time para defender as bandeiras desta casa.

A s crenças que me movem

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Edga

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Abertas inscrições para Olimpíada Comerciária 2010A 30ª edição da Olimpíada Comerciária, promovida pelo Sesc-RS, será

realizada em 80 municípios gaúchos. A expectativa é de que envolva 2

mil atletas a mais que na anterior, que foi disputada em 70 municípios.

As modalidades (futsal, futebol sete, futebol de campo, voleibol e bo-

cha) serão disputadas em fases municipais, nos meses de agosto e se-

tembro; e nas regionais, em outubro. A final ocorrerá em Porto Alegre,

nos dias 13 e 14 de novembro. Já na natação, no xadrez e no atletismo

haverá somente a etapa final estadual. As inscrições podem ser feitas

nas 39 Unidades Operacionais do Sesc-RS e nos 21 Balcões Sesc/Senac

no Estado. Mais informações pelo telefone (51) 3284-2047.

Porto Alegre no celular

O Ministério do Turismo, por

meio da Embratur, desenvol-

veu um aplicativo que acessa

informações sobre o patri-

mônio, arquitetura, atrações

culturais, lazer e compras de

Porto Alegre, entre outras

cidades brasileiras. O visitante

também pode acessar fotos

e rotas pelo Google Maps,

tudo pelo celular. A nova

ferramenta está disponível,

gratuitamente, em redes sem

fios da Infraero nos aeropor-

tos e no site WAP www.

embratur.gov.br/mobile.

João

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Prêmio Comerciário do Ano chega à 7ª ediçãoA melhor história com o tema “Era uma vez no comércio” ganhará seis diárias de

hospedagem em um hotel na capital carioca. Esta é a premiação para o ganhador

do concurso de narrativas Prêmio Sesc Comerciário do Ano 2010. Voltada aos

trabalhadores do comércio dos municípios onde há unidades do Sesc-RS e bal-

cões Sesc/Senac no Rio Grande do Sul, a iniciativa chega a sua 7ª edição. O texto

deverá conter entre 25 e 30 linhas e terá como critérios de avaliação a ortografia,

organização da narrativa, criatividade, curiosidade e o fato inusitado. As inscrições,

que são gratuitas, encerram-se no dia 10 de setembro. O resultado será conheci-

do no final de outubro, quando se comemora o Dia do Comerciário.

Informações adicionais no site www.sesc-rs.com.br/comerciariodoano.

Pós-graduação Senac-RS com inscrições abertasEstão abertas as inscrições para 15 cursos de

Pós-graduação das Faculdades do Senac-RS e da

escola Senac EAD. Em Passo Fundo, os candidatos

poderão optar entre os cursos de Gestão Estratégica

em Marketing e Vendas ou Gestão da Logística

Empresarial. Já em Pelotas, são oferecidos os cursos

Gestão de Eventos e Hotelaria, Logística Aplicada e

Docência na Educação Profissional.

Na capital gaúcha, os alunos poderão optar entre

Segurança da Informação ou Finanças. O Senac EAD

oferece capacitações em Artes Visuais: Cultura e

Criação, Gestão Cultural, Gestão do Varejo, Educação

Ambiental, Gestão da Segurança de Alimentos,

Governança de TI, Especialização em Educação a

Distância e Gestão Educacional. Saiba mais no site

www.senacrs.com.br/pos.

Atendimento via web em defasagem

Segundo pesquisa realizada pela GFK em parceria

com a revista Consumidor Moderno, a tendência é de

queda na qualidade da prestação de serviço no Brasil.

Nesse estudo, a GFK falou com empresas de 50

segmentos diferentes, totalizando 3.420 formas de con-

tato, divididas igualmente entre telefonemas e e-mails,

e concluiu que as empresas ainda não dão a devida im-

portância aos canais via web. Alguns dados preocupam,

como, por exemplo, o tempo médio de espera do con-

sumidor no telefone até ser atendido subiu de 1min30s

para 2min24s. Ainda, 41% das empresas contatadas por

e-mail não responderam, sendo que 28% responderam

mais de 8h depois, contra 24% do ano anterior.

Segurança na redeAs facilidades proporcionadas pela virtualização das

relações com contribuintes e empresas têm feito o

governo se preocupar com a segurança digital. Para

relações virtuais mais confiáveis, a Receita Fede-

ral lançou o e-CPF e o e-CNPJ, que são cadastros

eletrônicos com certificação digital A1 e A3, além do

NF-e, criado para desburocratizar os processos fiscais

nas empresas. Vale lembrar que, segundo a Portaria

162/2008, indústrias e comércios atacadistas estão

obrigados a substituir a nota fiscal modelo 1 ou 1A

pela NF-e modelo 55 até outubro deste ano.

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10N &

Senac-RS divulga vencedores da Feira de ProjetosA Feira de Projetos Senac-RS, que ocorreu nos dias 8 e 9

de julho, escolheu 13 vencedores, entre 56 projetos. Com

o tema “Conhecimento e atitude podem salvar o planeta”,

a primeira edição do evento propiciou a troca de experi-

ência entre as escolas que integram a instituição. Os três

primeiros colocados da categoria Educação Profissional

Técnica de Nível Médio e outros sete projetos deste nível

foram selecionados para participar da Feira Estadual de

Ciência e Tecnologia da Educação Profissional (Fecitep),

que ocorre em setembro.

Evento sobre econegócios acontece em São Paulo

A Eco Business 2010, evento que dissemina e discute

conceitos e práticas sustentáveis, será realizada entre

31 de agosto e 2 de setembro, na cidade de São

Paulo. A 3ª edição da Feira e Congresso Internacional

de Econegócios e Sustentabilidade tem a intenção de gerar negócios, promovendo a integração e a troca de

conhecimento entre os participantes. Outras informações no site www.ecobusiness.net.br.

João

AlV

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EnAC

-rs

Franquias em SalãoUm dos destaques da Feira do

Empreendedor, que ocorre entre os

dias 9 e 12 de setembro na capital

gaúcha, será o 1º Salão de Franquias do

Rio Grande do Sul. Com a finalidade

de estimular ideias empreendedoras,

o Salão reunirá 54 empresas de

franchising em 790 metros quadradros,

onde se encontrarão as melhores

oportunidades de negócio em franquias.

Os interessados em participar devem

entrar em contato com a Associação

Brasileira de Franchising, pelos telefones

(11) 3020-8823 e (22) 8159-1809, ou

pelo e-mail [email protected].

O que é o luxo para você? Essa foi a pergunta que norteou uma

pesquisa realizada com cem paulistanos

da classe média, no mês de abril. Com

base nos resultados, o luxo pode ser

observado a partir de dois pontos de

vista. Em um deles, está diretamente

relacionado a gastos e altos valores para

comprar produtos e serviços. No outro,

o luxo é algo mais subjetivo e filosófico, voltado para atitudes, escolhas

e estilo de vida. Entretanto, nas duas visões, luxo é poder fazer o que

quiser e ter acesso ao que se almeja. O estudo foi feito pela Análise,

Pesquisa e Planejamento de Mercado (APPM), que também registrou as

marcas Louis Vuiton, Prada, Calvin Klein, Armani, Diesel, Dior e Lacoste

como as representantes do luxo para os adultos.

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& GE Ó IC O S& N

Ponto polêmicoO prazo para que as empresas que

utilizam o ponto eletrônico se adaptem à

nova legislação se encerra dia 25 agosto.

Publicada em agosto do ano passado, a

Portaria nº1.510/09 apresenta uma série

de novas exigências para os equipamentos

de registro de pontos eletrônicos.

Uma delas obriga que os aparelhos

possuam uma impressora acoplada,

obrigando a emissão de comprovante cada vez que o funcionário ‘bater’ o ponto.

Esse mesmo equipamento também deve dispor de uma memória de alta capacidade

de armazenamento, para manter guardados por período ilimitado todos os registros

efetuados – identificado pelo nome de Registrador Eletrônico de Ponto (REP).

Queda na desigualdade socialQuando o assunto é desigualdade de renda, os extremos geográficos do Brasil se en-

contram. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os estados do Rio

Grande do Sul e do Amazonas atingiram índices de desigualldade idênticos em 2008: 0,5.

Quanto mais próximo de 1, mais desigual é a sociedade. Na região Sul, a taxa de pobreza

absoluta caiu 47,1% e a taxa de pobreza extrema caiu 59,6% entre 1995 e 2008; entretan-

to registrou o menor ritmo de expansão médio anual do PIB por habitante (2,3%). Ainda

segundo o estudo, nesse período, 12,8 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza

absoluta (famílias com renda de até meio salário mínimo mensal), com isso a taxa nacional

dessa categoria de pobreza caiu 33,6%, passando de 43,4% para 28,8%.

lúCi

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CNC acompanha implementação do ponto eletrônicoA Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) tem

se articulado com o governo federal para amenizar o impacto da Portaria 1510/09

sobre as empresas. No dia 13 de julho, representantes da Confederação estiveram na

Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em

Brasília, para tratar do assunto. A secretária de Inspeção do Trabalho do MTE, Ruth

Vilela, participou do encontro com os empresários e recebeu todas as informações

de incongruências que inviabilizam o cumprimento da portaria. Na oportunidade foi

solicitado um período maior para que as empresas possam se adequar às exigências

do MTE. Em seguida, a comitiva de empresários se dirigiu à sede da CNC no Distrito

Federal, onde se reuniram com o vice-presidente da Confederação, Gil Siuffo, para

preparar novas estratégias a serem adotadas sobre o assunto.

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réditoC

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6312

mercado de cartão de crédito movimenta no Brasil valores superiores a R$ 550 bilhões por ano, por meio de mais de 6 bilhões de transações feitas por 80 milhões de portadores. Ou seja, quase metade da população brasileira utiliza o “dinheiro de plástico” para fazer suas compras. Os números são da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), que no fi-

nal de junho anunciou uma importante conquista para o setor de cartões, o fim da exclusividade entre credenciadores e bandeiras. Isso significa que desde 1º de julho, o comerciante precisa de ape-nas uma máquina para aceitar as duas principais bandeiras do mercado: Visa e Mastercard. A mudança permitirá a interoperabilidade dos Points of Sale (POS), ou seja, cartões da bandeira Visa

O

dinâmica comercialNo 1º de julho passou a vigorar a interoperabilidade entre as máquinas de cartão de

crédito. É o fim do reinado de exclusividade das grandes credenciadoras. A mudança vai

estimular a concorrência, trazendo benefícios para comerciantes e consumidores

poderão ser utilizados em máquinas da Redecard e vice-versa.

Segundo a Abecs, surgirá uma nova dinâmica comercial, permitindo o con-vívio e a concorrência de múltiplas plataformas, e também estimulando a inovação tecnológica e comercial, a di-ferenciação de produtos e a livre iniciati-va. “É o fim da relação de exclusividade entre as grandes bandeiras e as creden-ciadoras Cielo e Redecard”. Com a inte-roperabilidade haverá ainda mais conve-niência, uma vez que a mesma estrutura de equipamento poderá ofertar serviços agregados, como recarga de celulares e pagamento de contas, entre outros.

MudançasA unificação das máquinas leitoras

de cartões traz uma série de mudanças que vão beneficiar empresários e creden-ciadoras. Em curto prazo, haverá uma redução, ainda que pequena, no custo

uMa nova

Crescimento do dinheiro de plástico

Brasil fechou o primeiro semestre com a marca histórica de 597 milhões de cartões

no mercado, entre crédito, débito e de redes de varejo – aumento de 10% em

relação ao ano passado

Nesse período os cartões movimentaram R$ 244 bilhões, expansão de 21% na

comparação com 2009 e fizeram 3,3 bilhões de transações

A função crédito foi a mais usada, movimentando R$ 142 bilhões entre janeiro e junho

Em junho os cartões de crédito chegaram a 145 milhões de unidades, outro recorde

do setor. Já os de débito somaram 241 milhões. Os de loja totalizaram 211 milhões

Fonte: AssoCiAção BrAsileirA dAs empresAs de CArtões de Crédito e serviços

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 13

até se decidir por aquele que oferecer as melhores condições.

Ao se verem diante da abertura da concorrência de um mercado altamente lucrativo, as credenciadoras de cartão de crédito já estão visitando lojistas ofe-recendo descontos em troca de fideliza-ção. Entretanto, o Sindilojas alerta os empresários para que tenham cuidado na hora de assinar o contrato, especialmente quando se tratar de fidelidade. “Com a mudança, o lojista só tem a ganhar. Ele tem status de cliente, pois está sendo dis-putado pelas credenciadora. Mas os des-contos que elas estão oferecendo hoje, em troca de fidelização, ainda são irrisórios.” Longe das amarras que os prendiam a vá-rios equipamentos, os empresários podem agora assumir as negociações. “Com mais opções, tanto o consumidor quanto os lojistas poderão escolher os serviços que mais lhes agradarem.”

com aluguel das máquinas. Uma loja, por exemplo, que opera com dois equipamen-tos vai cortar de suas despesas por volta de R$ 80 ao utilizar um só. “A diminuição das taxas é positiva, especialmente para as pequenas empresas, pois o impacto de redução de custo é maior para essa categoria de empresários. Entretanto, a mudança só trará impacto positivo nas vendas se junto com as taxas de adminis-tração fossem antecipados os prazos de repasse do dinheiro das compras a prazo. Hoje ainda não é possível repassar o des-conto ao consumidor, pois o impacto da redução não é tão grande”, explica Ro-naldo Sielichow, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas Porto Alegre).

O benefício que virá a longo prazo será fruto do estímulo à concorrência de credenciadores, processadoras e bandei-ras que já atuam ou planejam entrar no

mercado. Acredita-se que esse aumento de competitividade implique a redução do valor do aluguel e da taxa de descon-to que incide sobre cada compra. “Hoje, 95% do mercado está nas mãos da Mas-tercard e Visa, sendo que cada uma delas cobra uma taxa de aluguel das máquinas. Com a integração, muitos estão prevendo uma redução de 70% no aluguel futura-mente”, observa Sielichow.

Escolha do coMErciantEA Abecs frisa que a troca ou substi-

tuição das máquinas não é obrigatória. “Trata-se de uma decisão que caberá ao lojista, de acordo com sua análise quanto ao negócio, economia, entre outros as-pectos”, informou a Associação por meio de sua assessoria de imprensa. O comer-ciante poderá manter equipamentos de mais de um credenciador ao mesmo tem-po – por exemplo a Cielo e a Redecard –,

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63

uia de GestãoG14

D

Os sócios de uma empresa que trabalham em alguma função específica recebem uma

remuneração complementar aos dividendos. Saiba como sintonizar esse ganho de forma

transparente para que a sociedade não termine em divórcio litigioso

o bolo dos lucros

ois conhecidos descobrem uma afinidade em determinada atividade eco­nômica e decidem abrir um negócio em sociedade, dividindo o lucro meio a meio. Um deles pretende atuar como gerente na empresa e o outro não quer ocupar um cargo, apenas entrar com parte do capital. Ainda pouco escolados no assunto, logo entram num impasse, já que o primeiro passa a imaginar que merece uma fatia maior do lucro por trabalhar no negó­cio. Pesquisando um pouco, descobrem que, sim, cada um fica com sua metade dos lucros. A diferença é que o sócio trabalhador deve também receber ou­tra remuneração, chamada pró­labore.

A expressão, de origem latina, sig­nifica “pelo trabalho”. Todo sócio que atua em alguma função na empresa tem direito a receber este pagamento.

Ele pode ser fixo ou variável e deve ser adequado ao cargo e ao contexto de mercado. São, então, duas as formas de remunerar os sócios de um empreendi­mento: pelo capital e pelo trabalho.

Como acontece esse pagamento pelo trabalho? Os valores precisam ser

fixados de forma bem clara, preferen­cialmente em contrato. “A definição da remuneração deve ser o mais transpa­rente possível, independentemente de a empresa ser pequena, média ou gran­de. Um acordo formal e registrado por escrito entre os sócios”, orienta Renata Bernhoeft, sócia da Höft Consultoria Societária, de São Paulo. Isso ajuda a evitar qualquer tipo de problema futuro envolvendo o que se paga ao sócio.

E qual deve ser a quantia desse pró­labore? “Na minha visão, deve ser um valor pago à pessoa pela sua capacida­de empresarial e sua responsabilidade para ocupar o cargo a ela designado na empresa”, acredita Luiz Carlos Bohn, contabilista e ex­presidente do Sescon­RS. O pró­labore deve ser equivalente à função exercida dentro do negócio, seja

RepaRtindo

TexTo: ArThur Puls

renata, da höft: a definição deve ser transparente

DivulGAção/höfT ConsulToriA

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 15

o sócio majoritário ou não. É uma des­pesa administrativa, semelhante ao salá­rio de um funcionário comum, embora tenha diferenciação fiscal – não recolhe FGTS, por exemplo. O ideal é que seja compatível com o valor de mercado da função. “Numa padaria, por exemplo, o dono trabalha como gerente­geral. Ele precisa descobrir quanto ganha o ge­rente geral de uma padaria para definir seu pró­labore”, afirma Moacyr França Filho, consultor da Nível 10 Consultoria Empresarial, de Blumenau.

Assim como é um direito do sócio que trabalha, é um dever que a empresa faça o pagamento. “Não posso dizer que não vou tirar nada de pró­labore, que vou tirar só lucro. A pessoa terá um proble­ma fiscal com a Previdência se fizer isso”, enfatiza Bohn. Toda atividade deve ser remunerada, como se o cargo fosse ocu­

pado por um funcionário convencional. A empresa tem liberdade para fixar o pró­labore como bem entender, acima ou abaixo do nível de mercado. Mas essa atitude pode gerar efeitos indese­jáveis. Com um valor mais baixo, sobra mais lucro para todos os sócios, mas “não é aconselhável, pois a empresa passa a rodar numa condição artificial”, diz França Filho. É a mesma coisa que contratar um colaborador por um valor inferior ao que ele deveria receber – se o sócio que recebe o pró­labore precisar recrutar alguém para o seu posto atual, essa situação artificial será obrigatoria­mente desfeita.

Renata também vê problemas, es­pecialmente se a questão não foi de­finida de forma transparente: “Mais tarde você pode ter uma pessoa que trabalhou e alocou o seu tempo por um

valor baixo, e vai sentir que precisa de algum tipo de compensação. Se isso não veio quando a pessoa estava exercen­do o papel dela, pode acontecer de o sócio dizer algum dia que merecia mais participação por ter um salário abaixo daquele de mercado”.

O prejuízo ao caixa da empresa é vi­sível quando o valor é fixado acima da média. Nesse caso, existe o risco de o capital de giro e de investimento serem afetados, além da óbvia redução geral dos lucros. “O empresário deve manter o foco na geração do lucro, não no pró­labore. A partir do momento em que o lucro aparece, este pode ser distri­buído”, França Filho enfatiza. E Bohn reforça: “O importante é engordar o porco, deixar a empresa se capitalizar. É fazer com que ela tenha capital próprio, que possa depois fazer suas compras sem

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uia de GestãoG16

tomar dinheiro no mercado, sem com­prar a prazo”. O pró­labore não deve ser pautado pelas necessidades pessoais do empresário, mas estar de acordo com os valores de mercado e dentro do que a empresa pode pagar.

OrGanizandO lucrOSO lucro também deve ser alvo de al­

guns cuidados na hora da distribuição. A remuneração pelo capital deve ser sempre variável, proporcional aos resultados. “Se você começar a dar ao sócio uma remu­neração fixa sobre o capital,” explica Re­nata, “você evita que ele tenha a noção dos altos e baixos do negócio. Ele acabará desvinculado do risco”, o que torna difí­cil a condução da empresa, já que o sócio está fora da realidade da mesma. O lucro retirado mensalmente sempre no mesmo valor pode ser encarado como pró­labore e taxado como tal.

Os sócios também precisam lembrar do capital de giro e dos investimentos. A retirada excessiva dos ganhos pode acabar esgotando o caixa do negócio, inviabilizando a continuidade da em­presa. França Filho sugere que o lucro seja dividido em três partes: uma para os sócios, outra para reforçar o caixa e a terceira para fazer o negócio crescer. As proporções entre as partes variam de acordo com as necessidades: se a empre­sa precisa construir uma nova unidade, por exemplo, a maior parte deve ser di­recionada para o setor de investimentos. “Todo o dinheiro que você pega empres­tado é muito mais caro que o capital próprio. Os juros são abusivos, como sempre foram no Brasil”, ele completa.

Alguns empreendedores ficam na tentação de antecipar a retirada dos

lucros, atitude pouco aconselhável. “O mundo todo passou por um terremoto muito grande recentemente. A eco­nomia ia muito bem no fim de 2007. Quando entrou 2008, o céu caiu”, lem­bra o consultor. Na opinião dele, em­presas já consolidadas devem enxergar a antecipação dos ganhos com reser­vas. Os donos de novos negócios nem devem pensar nisso, justamente pelas surpresas que o mercado pode trazer. O exemplo da recente crise financeira de­monstra que é extremamente arriscado fazer alguma projeção para justificar sua antecipação. A periodicidade das retiradas deve obedecer à sazonalidade do ramo em que a empresa atua: uma empresa têxtil deve fazer sua distribui­ção somente depois das aferições dos lucros das coleções de cada estação, geralmente semestrais. Já uma empresa com faturamento mais regular pode fa­zer fechamentos trimestrais.

“Antecipação de lucros é como você comprar no crediário”, compara França Filho. “É uma coisa psicológica, a pessoa vai e compra alguma coisa. Ela satisfaz uma necessidade dela. Quando as pres­

tações acabam, ela já está tão polarizada para comprar algum outro produto que entra em outro crédito.” Ele recomenda que o empresário recorra ao mercado fi­nanceiro caso tenha necessidade imedia­ta de dinheiro. O caixa da empresa deve ser encarado como algo sagrado, e nunca deve ser usado para despesas pessoais. “Os donos têm que trabalhar e agir para satis­fazer as necessidades da empresa. Quan­do isso dá certo, a empresa remunera o dono com lucro. Este pode ser gasto da forma que for conveniente”, explica.

rEcurSO familiarAlgumas peculiaridades aparecem

quando os sócios são parentes, ou seja, o negócio é uma empresa familiar. Como existe uma proximidade afetiva entre as partes, algumas regras acabam afrouxadas. “É até comum os sócios fi­xarem um valor [do pró­labore] que fica aquém daquilo que a empresa poderia pagar. Mas, havendo necessidades pon­tuais, eles tiram um valor maior por um determinado período”, relata Bohn.

O risco particular do negócio entre parentes onde a fronteira entre o cai­xa da empresa e o bolso dos sócios não está bem definida é a empresa minguar, o que acabaria reduzindo o dinheiro da própria família. França Filho é taxativo: “A solução para esse tipo de problema passa pelo empresário assimilar a neces­sidade de separar o que é família e o que é empresa. Toda vez que o empreende­dor prioriza as necessidades pessoais ou familiares em detrimento das necessida­des da empresa, ele inicia um processo de degradação do negócio.” Ou seja, no empreendimento da família, trate seus parentes como colegas de trabalho.

Para frança filho, é preciso avaliar os valores de mercado

JAmir Boz/DivulGAção nível 10

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Ricardo Felizzola Presidente do Conselho Diretor do PGQP

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A inovação é tema do momento, coe-rente com os avanços tecnológicos, com a globalização e com os desafios da constan-te competição entre os grupos organizados de seres humanos. A Copa do Mundo que acaba de encantar mais de um bilhão de es-pectadores primou por ser um evento econô-mico ímpar e por explorar todas as nuances das inovações pertinentes ao futebol. Diante disto, cabe uma análise sobre, afinal, o que faz uma organização acompanhar este fenô-meno e explorar seus dividendos e oportuni-dades: a gestão inovadora.

Gerir recursos é o dia a dia fundamental dos responsáveis pelas organizações. Daí os resultados aparecem com maior ou menor abundância. Estes gestores comandam times, equipes. Estas equipes estão encarregadas de processos que vão gerar o valor proposto pelo método organizacional de explorar mercados. As equipes precisam de liderança. O líder mo-derno, apto a aproveitar as oportunidades da inovação, tem um perfil completamente ade-quado à provocação de mudanças e à geração do novo nos processos, nas atitudes pessoais e nos desafios que impõe a seus comandados.

Na prática, a organização moderna abra-ça múltiplas atitudes de liderança e proativi-dade, cria espaços para discussão, brainstorm e sugestões. Daí surgem inovações: em pro-cessos e produtos. A gestão inovadora cria lideres novos que comandam novos proces-sos em novos mercados. Este fenômeno é contínuo e inesgotável, sendo o resultado da infinita criação de oportunidades pela inova-ção e da própria riqueza gerada por isto.

A prosperidade advém da competitivi-dade, que por sua vez aplica-se às organi-zações mais inovadoras. Alí estão os líderes responsáveis pela gestão desta composição de sucesso. Este sucesso vale para organi-zações privadas e para as públicas. No am-biente democrático, nas organizações públi-cas, escolhemos pelo voto os líderes. Cabe muito bem pensar no perfil destes escolhi-dos quando uma eleição se aproxima. Em qualquer nível a expectativa de uma gestão inovadora não pode ficar apenas no âmbito dos problemas das empresas, esta sim, nas soluções de uma nação. Atenção para as pos-sibilidades de gestão inovadora nas eleições que se aproximam.

G estão inovadora, mola mestra da transformação competitiva...

“Gerir recursos é o dia a dia fundamental dos responsáveis pelas organizações. Daí

os resultados aparecem com maior ou menor abundância.”

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E N T R E V I S T AFOTOS: lúcia SimOn

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 19Quais as principais ações da nova gestão do Sistema Fecomércio-RS? O que será prioridade?

ZildO Nosso objetivo é avançar a estrutura do Sistema Fecomércio para podermos integrar todas as nossas entidades, fortalecendo nossas bases e automaticamente fortalecendo o Sistema como um todo. Para tanto, contamos com o apoio de todos os nossos Conselhos e Comissões,

A sabedoria de um

empReSáRiO

E N T R E V I S T A

dando sustentabilidade para o bom funcionamento das demandas que nos são solicitadas e contribuindo assim para o bom andamento da economia do setor terciário. Além disso, esperamos atender todas as nossas entidades mantendo uma boa comunicação com o mercado e uma inter-relação com as outras entidades coirmãs, para que possamos ter um diálogo com todas as esferas governamentais. Só assim teremos

resultados positivos e uma convivência e desempenho que atendam às expectativas dos associados.

O senhor faz parte do Sistema já há bastante tempo. O que mudou no setor terciário nesse período? Quais são os novos desafios institucionais?

ZildO Houve uma mudança muito importante. O setor terciário é o responsável por manter os parâmetros,

Aos 16 anos, Zildo De Marchi deixou o interior gaúcho para trabalhar no almoxarifado

de uma empresa alimentícia, de onde saiu presidente. Ao longo dessa trajetória, ele

viu o Brasil mudar de governo, de moeda e de plano econômico diversas vezes,

acumulando, assim, uma carga de conhecimento e experiência que ele agora traz para

seu mandato à frente do Sistema Fecomércio-RS.

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entrevista

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6320

o equilíbrio e a harmonia entre capital e trabalho. Ele tem desenvolvido sua função de modo bastante sintonizado com o mercado, uma vez que seu avanço aconteceu porque hoje o diálogo está fluindo positivamente. O setor terciário gaúcho conta com uma Federação que é um exemplo entre as demais federações brasileiras.

Esse fortalecimento, entretanto, é fruto também da contribuição de nossos funcionários. Como nós vamos do patronal ao laboral, naturalmente as duas esferas se completam na sintonia, no desenvolvimento e nos desafios permanentes do mercado, em função da globalização da economia. O Sistema tem demonstrado avanços

significativos, que nos mantêm situados não só no contexto nacional, como também nos referencia internacionalmente. Entretanto, em alguns momentos faltou união da cadeia produtiva para fazer enfrentamentos com o Governo e não esperar que ele tomasse as decisões sozinho. A Agenda 2020, por exemplo, foi uma mobilização da sociedade para que o Governo melhorasse sua política para promover o desenvolvimento da economia gaúcha. É por esforços como estes que o setor sindical se sente gratificado pelos avanços que têm acontecido nos últimos anos.

O comércio de bens e de serviços já se livrou do fantasma da crise mundial de 2009? como estão os números e expectativas do setor?

ZildO O setor terciário se superou. Tivemos um aquecimento, um entusiasmo que lamentavelmente foi encoberto pela depressão internacional. Ela causou impacto no comércio, mas foi menor do que na indústria. Quando o setor industrial desempregou, tivemos reflexos no comércio, pois a sociedade funciona em cadeia. Agora, com o aquecimento da economia, a indústria está se reposicionando e o comércio crescendo a patamares satisfatórios.

O Rio Grande do Sul passou por uma série de dificuldades nos anos 2000, que acabaram ecoando no ambiente de negócios e no comércio como um todo durante anos seguidos. como está a situação hoje?

“NOSSO OBJETIVO é AVANçAR A ESTRuTuRA

DO SISTEMA FECOMéRCIO-RS pARA pODERMOS INTEgRAR

TODAS AS NOSSAS ENTIDADES, FORTALECENDO

NOSSAS BASES E AuTOMATICAMENTE FORTALECENDO

O SISTEMA COMO uM TODO.”

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ZildO Nesse período o crescimento do Rio Grande do Sul ficou muito prejudicado. Tivemos fatores climáticos que afetaram o nosso desenvolvimento, uma vez que somos um Estado agrícola, com dependência do setor primário. Também tivemos problemas políticos, de governos que se sucederam e não trataram a economia como esta deveria ser naturalmente considerada: uma economia em desenvolvimento, como atualmente está acontecendo. Houve um choque, e se criou um efeito negativo, fazendo com que crescêssemos menos do que os outros estados brasileiros. A guerra fiscal é um dos exemplos. O governo não ofereceu apoio para atrair os investimentos necessários para desenvolver a economia gaúcha. Depois de termos passado por vários períodos ruins e chegado ao ponto de essas questões terem se evidenciado, felizmente elas já foram resolvidas. Hoje os três candidatos ao governo do Estado se pronunciam em favor de fortalecer o mercado gaúcho para que nos reposicione dentro do cenário econômico nacional. Quais as características do comércio de bens no Rio Grande do Sul? e do setor de serviços? no que nos diferenciamos do resto do país?

ZildO Inicialmente, o Estado é caracterizado pela atuante participação das micro e pequenas empresas. Temos uma mão de obra especializada e um Estado politizado e bem informado que se destaca entre os melhores do Brasil,

“QuEM NãO SEguIR ESSA MODERNIDADE pODE SOFRER

uMA DEFASAgEM E SER pREJuDICADO.

Há A NECESSIDADE DE NOS MANTERMOS SEMpRE BEM

ATuALIZADOS pARA pODERMOS NOS SITuAR

DENTRO DESSE CENáRIO.”

e em muitos segmentos até mesmo em esfera internacional. Nesse ponto podemos nos orgulhar de termos um comércio atuante e atualizado que está acompanhando de forma bastante positiva a evolução dos cenários nacional e internacional.

Um forte papel do Sistema Fecomércio-RS tem sido a interface no âmbito governamental em favor das bandeiras

do setor terciário. Quais são as principais questões defendidas pela entidade?

ZildO São várias. Entretanto, antes de entrarmos nessa questão, é importante registrarmos o avanço de nossas entidade de apoio. O Sesc, que proporciona qualidade de vida para os nossos funcionários, e o Senac, que colabora na qualificação profissional. Hoje a demanda do mercado exige

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entrevista

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“pODEMOS NOS ORguLHAR DE TERMOS uM

COMéRCIO ATuANTE E ATuALIZADO QuE ESTá

ACOMpANHANDO DE FORMA BASTANTE pOSITIVA

A EVOLuçãO DOS CENáRIOS NACIONAL E

INTERNACIONAL.”

tecnólogos muito mais preparados; o mercado não está conseguindo atender a todas as demandas geradas em função do aquecimento da economia, e temos uma responsabilidade muito grande de crescermos para atender a essas solicitações. Nesse sentido, o papel do Senac é extremamente importante. Essas entidades têm

um desempenho muito grande não só aqui, mas em todo o território nacional, com índices extremamente positivos de resultados. Nós temos liderado diálogos de comum acordo com os interesses da Fecomércio-RS e de todos os sindicatos que nos são vinculados, inclusive com as federações nacionais,

as entidades coirmãs e toda a cadeia produtiva. Com isso nós temos diálogos extremamente positivos com resultados na área tributária, na questão salarial regional, da jornada de trabalho e da liberdade do comércio interagir nos finais de semanda e feriados. A nossa responsabilidade é atender o consumidor, a sociedade. E para isso nós temos que encontrar mecanismos que possam atender sem prejuízos; isso só se consegue por meio de um diálogo bem fundamentado entre as partes. Por exemplo, a governadora (Yeda Crusius) falou da necessidade de se fazer uma reavaliação do Simples Estadual. Sabendo disso, nós elaboramos um trabalho para entregar ao Governo a fim de colaborar nessa reavaliação. Acreditamos que teremos uma resposta satisfatória, dentro das expectativas de nossas entidades.

Quais as perspectivas para o estado nos próximos anos? as eleições devem mudar o panorama do setor? O que se espera do próximo governador e do próximo presidente da República?

ZildO Isso depende de quem será vitorioso. Naturalmente todos os candidatos estão bem intencionados para atender o crescimento da economia, focando na busca por mais investimentos. Para podermos ter o crescimento médio proposto de 5 a 6% por ano, temos que ter um investimento entre 22 e 25% na atividade, senão não teremos contribuição no crescimento total do PIB. Além disso, temos que

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estar atentos para desenvolvermos diálogos extremamente fortes com o governo para melhorar a questão da infraestrutura. A carência nesse setor é muito grande, ela é mais evidente nos aeroportos, portos e ferrovias, sem falar na infraestrutura energética e parques de saneamentos, ambos extremamente importantes para melhorar a qualidade de vida de nossa gente.

Que medidas podem favorecer, hoje, o desenvolvimento do setor terciário? O que é preciso fazer para impulsionar as empresas?

ZildO As empresas devem estar bem informadas e situadas dentro do panorama e dos cenários regional, nacional e internacional. É preciso acompanhar e se atualizar no que diz respeito aos atuais mecanismos de comunicação – que hoje são bem extensos e simultâneos –, além das áreas mercadológica e de marketing. Quem não seguir essa modernidade pode sofrer uma defasagem e ser prejudicado, inclusive sendo excluído do mercado. Há a necessidade de nos mantermos sempre bem atualizados para podermos nos estabelecer dentro desse cenário.

a imensa maioria das empresas brasileiras é de micro e pequeno portes, e a Fecomércio-RS tem trabalhado em prol desses negócios. Qual a situação das micro e pequenas no comércio gaúcho?

ZildO Para você ter uma ideia, a Alemanha, que é um dos países mais ricos da Europa, tem 74%

de sua economia movida pelas pequenas e médias empresas. No Brasil o coeficiente é maior, 90% de pequenos e médios empreendimentos impulsionam o setor terciário com um número expressivo de funcionários, que naturalmente estão enquadrados

nas normas legais. Temos uma informalidade grande, entretanto está havendo um crescimento cada vez maior dos empresários para ingresso desses profissionais dentro de normas estabelecidas pelas leis que regem o direito do trabalhador.

“O SETOR TERCIáRIO gAúCHO CONTA COM uMA

FEDERAçãO QuE é uM ExEMpLO ENTRE AS DEMAIS

FEDERAçõES BRASILEIRAS.”

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Jogos levaram centenas de consumidores ao shopping

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omo em toda Copa do Mun-do, a participação da Seleção Brasileira no campeonato alterou a rotina de todo país. Várias lojas e serviços pararam nos horários de jogos brasileiros. Cidades ficaram desertas por algumas horas, em clima de feriado. Uma pesquisa realiza-da pela Curriculum com 659 empresas revelou que 68,3% delas liberaram seus funcionários para assistir às partidas fora da empresa, enquanto 31,7% providen-ciaram que elas fossem vistas dentro do ambiente de trabalho.

Diversos empreendimentos, no entan-to, notaram que a empolgação da Copa poderia ser um atrativo para aumentar o fluxo e a quantidade de vendas de seus negócios. O Shopping Total, de Porto Alegre, foi um desses lugares. De olho no tamanho da torcida, o Total, em parceria com a Vonpar/Coca-Cola, instalou um telão na sua praça de alimentação, o que concentrou uma média de 1.800 pessoas em cada jogo do Brasil. De acordo com a

gerente de Marketing do shopping, Kari-ne Diniz, a ação de criar um espaço para que os clientes assistissem às disputas de futebol gerou um aumento de fluxo em torno de 18% nos corredores do Total.

Mas não foram somente os espaços de comercialização de comes e bebes que aproveitaram os jogos do Brasil para fa-turar. Estar disponível até mesmo quando o país parece parar pode ser um grande diferencial, em especial para aquelas pes-

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Balançoda Copa de 2010No comércio, durante os jogos do Brasil, ficou a dúvida: fechar as portas e torcer pela

seleção ou aproveitar o momento para aumentar as vendas nesse período? Acompanhe

como alguns gaúchos que trocaram a folga pelo trabalho avaliaram esta oportunidade

soas com pouco tempo para dar conta das tarefas do cotidiano.

Em uma capital movimentada e na qual se perde muito tempo para se loco-mover de um lugar a outro, como Porto Alegre, ter as ruas vazias e o comércio aberto pode ser um grande incentiva-dor para não assistir às partidas. Ana Maria Lovato Leiria, proprietária do Anna Espaço de Beleza, que fica na zona sul da cidade, sentiu que manter

texto: eloisa Beling loose

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o estabelecimento de portas abertas po-deria ser bom para o seu público, majo-ritariamente feminino. “Algumas clien-tes aproveitaram o horário de dispensa do trabalho para fazer serviços rápidos como manicure ou escova. No primeiro jogo do Brasil, o desempenho do salão foi acima da média dos dias do meio da semana”, conta Ana Maria.

longe da capitalNo interior do Estado também ocorre-

ram mudanças. Na Região Noroeste, em Panambi (município com cerca de 35 mil habitantes), a Copa modificou o comércio. Embora tenha havido menos dispensas que na capital, nas lojas que mantiveram seu horário habitual de atendimento o movimento diminuiu bastante.

Com menos clientes, sobrou tempo para acompanhar o Brasil nos dias de jogo no próprio estabelecimento. Televi-sões foram levadas até os locais de traba-lho para animar o dia daqueles que con-tinuavam à espera de algum cliente não interessado no futebol.

As vantagens não pareceram muitas nos municípios onde as distâncias são menores. A Matheus Informática, que atua na comercialização de computado-res e suprimentos de informática, foi um dos lugares que, contrariando a maioria, apostaram nos clientes que seriam libe-rados e, portanto, teriam o horário livre para resolver assuntos de ordem pessoal. Porém, o gerente da loja, Jean Carlo Cas-

tanho, admitiu que a atitude não valeu a pena: “Apesar de deixarmos a empresa aberta durante os jogos, apenas em uma partida um cliente entrou para se infor-mar sobre um produto”.

Mesmo frustrado com o desempe-nho dessa Copa, Castanho acredita que quando o Brasil sediar o campeonato vai ser diferente, pois em 2014 haverá mais oportunidade de crescimento.

copa de 2014Com o famoso Mundial de Futebol

em terras brasileiras, todas essas expe-riências tendem a se amplificar. Uma pesquisa realizada pela Ernst & Young com a Fundação Getulio Vargas (FGV) estimou que o fluxo turístico induzido direta e indiretamente por esse evento seria responsável por receitas adicionais de até R$ 5,94 bilhões para as empresas brasileiras. Lógico que, para esse número se tornar realidade, é preciso uma con-trapartida: preparo e qualificação dos

serviços, investimentos públicos e priva-dos, produtos e pessoal para acolher de forma satisfatória tantos turistas diferen-tes, e por aí vai.

O estudo informa ainda que o vai e vem de turistas traz consigo uma boa oportunidade de negócios, sobretudo nos setores de hotelaria, transporte, co-municações, cultura, lazer e comércio varejista. Rachel Lima, auxiliar adminis-trativa da Fast Clean, lavanderia de Porto Alegre que manteve as portas abertas du-rante os jogos, já prevê que mudanças são necessárias para lucrar em 2014: “Para a próxima Copa devemos estar mais organi-zados e preparados, pois não iremos lidar apenas com o nosso público tradicional; iremos receber estrangeiros”.

As perspectivas positivas se espa-lham em todos os segmentos. A gerente de Marketing do Shopping Total confir-ma que o pensamento já está lá na próxi-ma Copa: “Nossa expectativa é grande, já que Porto Alegre será uma das sedes”. Mas lembra que este é um evento inter-nacional e que deve oferecer infraestru-tura para receber os visitantes, além de capitalizar todas as oportunidades possí-veis. “Vamos ter que fazer nosso dever de casa”, reforça Karine.

o salão de beleza encheu durante o primeiro jogo da Copa

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loja de informática em Panambi não ficou tão satisfeita com as vendas

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F E É OC R - SO C RM I

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27

TexTo: Francine Desoux

iMaGeM De aBerTura: lúcia siMon

om a missão de assegurar às empresas do setor terciário as melhores condições para gerar resultados positivos e desenvolver a sociedade, o Sistema Fecomércio-RS é composto por 112 sindicatos patronais do Rio Grande do Sul e representa 600 mil empreendimentos que garantem aproximadamente 1,4 milhão de empregos formais. Fazem parte do Sistema: o Serviço Social do Comércio (Sesc-RS), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-RS), o Instituto Feco-mércio de Pesquisa (Ifep) e o Centro do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Sul (Ccergs).

No dia 5 de julho, a nova diretoria da entidade tomou posse. O empresário gaúcho Zildo De Marchi – eleito para o quadriênio

A força De uM

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o 63

Responsável por defender os interesses das empresas do comércio de

bens, serviços e turismo, a Fecomércio-RS é hoje uma das entidades

mais representativas do Rio Grande do Sul. Em julho, a nova diretoria

tomou posse e garantiu dar continuidade às bandeiras da Federação

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ecomércio-rsF

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6328

2010-2014 – assume a presidência com o propósito de trazer ao Sistema uma ca-racterística tradicional da sua personali-dade empreendedora e sindical: a inova-ção. A nova diretoria da Fecomércio-RS é formada por presidentes de sindicatos dos setores varejista, atacadista, serviços e de turismo de todo o Estado. Para o presidente Zildo De Marchi, além da va-liosa função representativa setorial – que é de sua essência com os atores sociais políticos e econômicos –, impõe-se à Fecomércio-RS o princípio da subsidia-riedade. “A entidade fará aquilo que seus filiados não possam fazer por si mesmos. Assim, espero que estes só façam aquilo que as empresas associadas não possam fazer por si mesmas. E que a Confedera-ção só faça aquilo que as Federações não possam fazer por si mesmas.”

Entre as metas da diretoria, a busca por maior representatividade merece destaque. De acordo com De Marchi, um dos focos da gestão será a própria representatividade. “Os sindicatos, sen-

do valorizados, valorizarão, por sua vez, os associados. Para o comércio como um todo será muito bom, o empresário sentirá a Fecomércio-RS bem próxima de si.” Dessa forma, a aproximação com as empresas do setor e o fortalecimento dos sindicatos filiados serão temas constantes.

De janeiro a junho deste ano, a Fe-comércio-RS foi presidida por Moacyr Schukster, que assumiu após o falecimen-

to de Flávio Roberto Sabbadini, presiden-te da Federação no período 2001-2009.

UnIãO E FORtAlECIMEntODesde que foi criada, em 1998, a

Fecomércio-RS esteve presente nas principais discussões do Estado e do país, sempre trabalhando para o desenvolvi-mento do setor terciário. A atual com-posição, que engloba comércio, serviços

Unidades em 2001

24

28

3

1

-

71

Entidades

Serviço Social do Comércio – Sesc

Serviço nacional de Aprendizagem Comercial – Senac

Balcões Sesc/Senac

Instituto Fecomércio de Pesquisa – Ifep

Centro do Comércio de Bens, Serviços e turismo – Ccergs

Sindicatos filiados e associados

Unidades em 2004

32

32

14

1

-

109

Unidades em 2007

38

38

19

1

1

111

* previsto

unidadesA presença física da entidade nos diversos municípios do Rio Grande do Sul demonstra o crescimento da

Fecomércio-RS. Veja os números:

Unidades em 2009

39*

40

21

1

1

112

FonTe: FecoMércio-rs

Fórum de Gestão estadual é uma das iniciativas da entidade

DivulGação/sisTeMa FecoMércio-rs

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 29

e turismo, foi elaborada em dezembro de 2000, com o propósito de reunir as enti-dades do segmento. O novo presidente da instituição viu de perto a unificação das cinco federações – atacadista, varejista, gêneros alimentícios, turismo e agentes autônomos. “Com a fusão e a liderança de Sabbadini, a entidade criou mais mus-culatura em termos de representativida-de e hoje tem o reconhecimento de toda a sociedade gaúcha”, afirma De Marchi.

Atualmente, por meio das unidades operacionais do Sesc-RS e do Senac-RS e de sua rede de relacionamentos, o Sis-tema está presente nos 496 municípios do Rio Grande do Sul.

Alinhado a uma estrutura nacional – na qual a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) está no topo da pirâmide, se-guida pelas federações estaduais e, em seguida, pelos sindicatos –, o Sistema atua em sinergia e cooperação com a CNC, assegurando que haja desenvol-vimento conjunto.

O Sistema conta com princípios norteadores, são eles: ação pelo propó-sito; busca de harmonia; consciência em ação; seu melhor estado; foco na verdade; responsabilidade pelo todo; pró-soluções; equilíbrio de interesse; au-tonomia nas pontas, e auto-organização. Quanto às bandeiras da entidade, aquela que cita o fortalecimento da representa-tividade deve ganhar força. O presiden-te De Marchi afirmou em sua posse que gestão pública eficaz, racionalização de impostos, modernização da relação entre capital e trabalho e fomento ao empre-endedorismo também continuarão na pauta da Federação. “Esta nova gestão fará mais ações em defesa do interesse

dos empresários, sempre contando com o apoio das demais entidades gaúchas”, explica Luiz Carlos Bohn, primeiro vi-ce-presidente da nova gestão. Confor-me o primeiro vice-presidente, as metas da Fecomércio-RS não foram mudadas, inclusive porque fazem parte do plane-jamento estratégico. “Há, porém, uma pequena mudança de foco, que busca o fortalecimento da entidade sindical.”

Segundo o vice-presidente admi-nistrativo, Luiz Antônio Baptistella, a nova gestão seguirá trabalhando muito pela pequena e microempresa, redução de tributos e aperfeiçoamento do Sim-ples Nacional. “Um trabalho muito importante desta gestão são as unida-des operacionais do Sesc e Senac.”

O modelo de gestão adotado nos úl-timos anos tem se mostrado referência. O formato de planejamento da entida-de é executado conforme a conceitua-da metodologia de Balanced Scorecard (BSC); e o Mapa Estratégico – revisado em 2008 – mostra a visão de longo prazo da entidade, além do compromisso com os objetivos estabelecidos. O desenvol-vimento dos sindicatos e de seus líderes

e a implantação do Sistema de Excelên-cia em Gestão Sindical (Segs) foram os projetos priorizados no mapa e alcança-ram êxito.

Para os próximos dez anos a Feco-mércio-RS conta com diferentes priori-dades, entre elas, a formação e a conso-lidação de lideranças, a qualificação de sistemas de informação, a ampliação da rede de relacionamentos e projetos de empreendedorismo e desenvolvimento socioambiental.

MAIS PlAnOS PARA O FUtUROJá na cerimônia de posse da nova

diretoria, Zildo De Marchi defendeu as iniciativas da Federação. “Tenho jun-to a mim uma diretoria forte e focada, que é capaz de levar à frente os proje-tos grandiosos desta Federação. Reforço meu entendimento de ter, nas bandeiras defendidas por esta casa, uma de minhas prioridades como presidente.” Uma das principais marcas desta nova forma de ge-renciar deve ser a gestão compartilhada.

Há cerca de dez anos na entidade, Baptistella presenciou o crescimento da Fecomércio-RS. “Hoje a entidade é mui-

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através de mobilização política, a Federação luta pelos direitos da classe

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ecomércio-rsF

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6330

to importante para o Rio Grande do Sul.” A ascensão da organização acom-panhou o desenvolvimento do setor e da economia nacional. “O setor está em franca expansão. Nesse último ano as vendas do setor estão muito boas”, co-memora. O vice-presidente administra-tivo constata ainda a valorização da re-presentatividade por meio do aumento do número de vice-presidentes. “Com esta participação na diretoria teremos um crescimento grande de representa-tividade no interior do Estado. Isso será importante, já que a força do Sistema está nos sindicatos”, afirma, acrescen-tando que no momento em que o sin-

dicato atua em toda a sua base, repre-sentando efetivamente os empresários locais, os próprios empreendedores são cada vez mais participativos na Federa-ção, fortalecendo toda a entidade.

Ronaldo Sielichow, vice-presidente financeiro, registra o dinamismo do segmento. “Vivemos sob uma certa tensão, pois surgem no dia a dia muitos projetos e leis que inviabilizam o nosso crescimento. É uma mudança constan-te, inclusive na própria tributação, não visando ao desenvolvimento de setores e sim à maior arrecadação para órgãos governamentais. A atenção a questões tributárias é uma marca da Fecomércio-RS, que trabalha de forma articulada com as demais entidades empresariais para defender os interesses do segmen-to empreendedor.”

Para o futuro, a nova diretoria pro-mete a melhoria contínua da gestão propriamente dita. “Toda a estrutura organizacional será desenvolvida cada vez mais com base em uma gestão eficaz,

respeitando e criando processos de orga-nização como um todo e, acima de tudo, com comprometimento.”

A mudança na presidência da en-tidade implica diferentes formas de ge-renciar. Outra questão destacada pelos diretores é o novo método de trabalho sugerido pelo presidente De Marchi. “Temos um presidente que é conheci-

DivulGação FecoMércio-rs

DivulGação FecoMércio-rs

entre amigos, nova diretoria da Fecomércio-rs tomou posse no dia 5 de julho

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 31

do em todas as esferas da sociedade. Seu sistema de trabalho não é centralizador, significando que as decisões serão toma-das em grupo. Com isso a Fecomércio vai ganhar muito”, argumenta Sielichow. Luiz Antônio Baptistella concorda. “O presidente está defendendo reuniões participativas. Podemos notar que ele irá delegar muito e exigir de toda a diretoria, que se façam ações em benefício dos re-presentados (sindicatos e empresários).”

SAúdE, CUltURA E EdUCAçãODesde que foi criado, em 1946, o Ser-

viço Social do Comércio (Sesc-RS) vem desempenhando um importante papel entre a sociedade gaúcha. Presente em 462 municípios, a entidade realizou, so-mente em 2009, aproximadamente 75 milhões de atendimentos. O investimen-to na inovação e melhoria de seus pro-dutos e serviços e no fortalecimento do relacionamento com clientes e parceiros é uma marca; os resultados podem ser percebidos de diferentes maneiras, uma delas é o reconhecimento a 17 unidades operacionais do Sesc-RS do Prêmio Qua-lidade RS em 2009.

São 35 unidades operacionais e 3 hotéis, além da promoção de ações vol-tadas ao esporte, cultura e educação em diferentes formatos e estruturas. Entre os principais projetos estão: Arte Sesc – Cul-tura por toda parte, OdontoSesc, educa-ção para todas as idades, competições esportivas e academias, Programa Mesa Brasil, Programa de Comprometimento com a Gratuidade e Turismo Social.

Voltado para a educação profissional no segmento de comércio de bens, ser-viços e turismo, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-RS)

visão estratégicaEntre os objetivos estipulados pelo Planejamento Estratégico da entidade para

o período 2009/2020 estão:

desenvolvimento econômico e social sustentável

defesa dos interesses do setor com ética e independência

desenvolvimento de competências empresariais com visão global

Garantir estrutura organizacional e econômica sólida, a fim de assegurar

sustentabilidade interna e benefícios para o setor

Atuar em prol das causas do Sistema e da Sociedade

Ampliar e fortalecer a base de representação política

Atuar no desenvolvimento setorial e regional

Atuar na vanguarda nas áreas educacional e social e inovar em produtos e serviços

disponibilizar informações e fomentar o empreendedorismo

desenvolver práticas de gestão para busca da excelência

Consolidar ações de comunicação de forma sistêmica e estratégica

desenvolver ações de responsabilidade socioambiental

Identificar e capacitar lideranças sindicais e empresariais

Garantir tecnologias adequadas às necessidades dos processos

Assegurar competências essenciais à realização das estratégias

FonTe: FecoMércio-rs

forma cerca de 200 mil profissionais to-dos os anos no Estado. Para tanto, conta com 40 unidades operacionais e 19 bal-cões de atendimento a serviço da comu-nidade gaúcha.

Contemplando desde a formação inicial até a pós-graduação, a entidade é mantida e administrada pela classe em-presarial do setor terciário há 63 anos e atende os 496 municípios gaúchos.

Criado em julho de 2001, o Institu-to Fecomércio de Pesquisa (Ifep) tem

o propósito de ser o instrumentador do Sistema Fecomércio-RS, com dados relevantes para o setor do comércio de bens, serviços e turismo. E em 2007 foi desenvolvido o Centro do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio Grande do Sul (Ccergs), que agre-ga empresários e instituições dos mais diversos segmentos do setor terciário do Estado, a fim de fomentar o empreende-dorismo e atuar fortemente pelas causas do setor empresarial e da sociedade.

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aiba maisS

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6332

1 – Procure ser discreto, evite deixar o conteúdo das suas bagagens à mostra

2 – Evite ostentar joias e relógios caros

3 – Não leve dinheiro em grande quantidade, carregue somente o necessário para gastos

durante a viagem

4 – Não abandone seus pertences na praça de alimentação; se precisar levantar, leve-os junto

i m a g i n a s ó !

[i m p o s t o

Preço baixo, mas de péA companhia aérea Ryanair, com sede em Dublin, Irlanda, pre-

tende instalar poltronas verticais em seus aviões até 2012. As

passagens, aos que estiverem dispostos a viajar em pé no avião,

custarão entre R$ 10 e R$ 17. Os passageiros serão acomodados

no espaço que hoje corresponde às últimas dez fileiras de assentos

dos aviões, que serão transformadas em quinze fileiras de poltro-

nas verticais. Os assentos verticais seriam inicialmente utilizados

apenas em voos de curta duração, de menos de uma hora.Di

vulg

ação

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s e g u R a n ç a

Cuide-se nos aeroportos

O crescimento do movimento nos aeroportos brasileiros traz consigo uma crescente preocupação: a segurança. Com mais pessoas transitando pelos saguões, a segurança fica fragilizada e, assim, os passageiros devem estar mais atentos para evitar furtos e roubos. Veja algumas dicas dos especialistas:

Organize a gestão tributária A rotina da prestação de declarações ao Fisco seria

bem mais tranquila se as empresas se organizassem

para tanto. Segundo Mauro Scheer Luís, sócio da

Scheer & Advogados Associados, aguardar o momento

de prestar contas para se organizar, um ano após

os acontecimentos financeiros e contábeis, é a pior

forma de gerenciar a contabilidade. Ele aconselha que,

além de escriturar toda a movimentação financeira,

inclusive a bancária, as empresas sempre devem exigir

nota fiscal. Assim, a melhor maneira para gerenciar a

contabilidade é trabalhá-la dia a dia.

maRia HeRReRa/stock.xcHng

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 33

D i R e i t o s

i n t e R n e t

e m t e m p o

Medicina turísticaViajar a um país buscando tratamento

médico ou alternativo, embora não seja

novidade, tem chamado a atenção. O

Banco Mundial recentemente publicou que

o turismo de saúde movimenta 60 bilhões

de dólares anualmente e prevê, para este

ano, um crescimento de 30% neste tipo de

viagem. Segundo dados do Ministério do

Turismo, 54 mil estrangeiros, principalmente

norte-americanos e europeus, passaram

pelo Brasil para tratamentos médicos em

2006. Um dos principais fatores de atração

é o preço, até 70% menor se comparado

com os Estados Unidos. Ainda este ano, será

realizado o primeiro Medical Travel Meeting

no país, de 25 a 28 de agosto, na cidade

de São Paulo. De olho neste mercado, a

prefeitura da capital gaúcha e os hospitais

São Lucas (Puc-RS), Santa Casa, Moinhos de

Vento e Mãe de Deus assinaram, em junho,

um termo de cooperação para a criação do

Porto Alegre Health Care Cluster.ma

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Transparência e confiança são fundamentais

Na contratação de uma consultoria empresarial é preciso haver confiança. Esse é o primeiro passo, segundo o consultor Jarbas Marques, da TMC, empresa de consultoria empresarial, para que cliente e consultores se entendam e andem para o mesmo lado. Para ele, a consultoria precisa ser transparente e deixar claro que o trabalho tem que ser realizado em conjunto; como, também, explicitar ao cliente que os consultores não sabem mais do que ele sobre o seu próprio negócio. Transparência, confiança e esforço em equipe são as peças-chave para o sucesso em um trabalho de consultoria.

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ck.xc

Hng Estabilidade para gestantes

A empregada grávida durante o aviso prévio,

ainda que indenizado, tem a estabilidade

provisória garantida. Embora não haja lei que

preveja a conduta patronal a ser seguida, já

há jurisprudência. O Tribunal Superior do

Trabalho entende que o fim do contrato só se

concretiza depois de expirado o aviso prévio.

Assim, segundo Márcio José Mocelin, advogado

e consultor trabalhista e previdenciário do

Centro de Orientação Fiscal, a empregada que

engravida durante o aviso prévio, ainda que

indenizado, fará jus a estabilidade provisória

desde a confirmação da gravidez até 5 meses

após o parto.

Negocie pelo TwitterQuanto mais tempo demorar para participar das redes sociais, menores serão as

chances de explorar estas oportunidades. Entre julho de 2008 e 2009, o número

de usuários do Twitter aumentou 1.600%. Pesquisas apontam para um crescimento

ainda maior das redes sociais. Interessado em participar? Calma, para Silvio Tanabe,

consultor da Magoweb, é necessário primeiro se planejar:

1 – Entender como as mídias sociais funcionam

2 – Entender como seu público-alvo interage

3 – Definir a estratégia

4 – Criar um diferencial

5 – Ter objetivos claros e mensurar os resultados

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ercadoM

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6334

s possibilidades de atividades que podem ser executadas em casa são inúmeras. Vão desde o preparo de ali-mentos, como congelados e doces, até a possibilidade de um estúdio fotográfico, escritório de advocacia ou um atelier de costura. Entretanto, por mais cômodo que possa parecer, trabalhar em casa sig-nifica disciplina e comprometimento na realização de atividades. “Cabe ao em-presário ser muito rígido com seu horá-rio de trabalho, caso contrário perderá o

controle de seu tempo, afetando desfavo-ravelmente os resultados de seu negócio”, aconselha Alvaro Melo, professor da Bu-siness School São Paulo e autor de livros sobre teletrabalho e empreendedorismo.

O fator motivador para trabalhar em casa pode ser o mais diverso. A fotógrafa Carlota Taulus, de Camaquã, por exem-plo, montou seu estúdio na garagem de sua residência, que era usada como depósito, até ter segurança para se esta-belecer no centro da cidade. “Meu obje-

A

Uma casapara trabalhar e viverSeja por comodidade, por economia ou pela falta de capital para alugar

um ponto comercial, a opção por trabalhar em casa requer mais que

iniciativa: exige visão empreendedora e muita disciplina

tivo era testar o mercado e saber se meu trabalho seria bem aceito; enquanto isso eu também me equipava”, conta. Para o casal de advogados Tatiane Olivei-ra e Luciano Zambonin, a questão que mais pesou na decisão foi economizar no aluguel de salas. Hoje, eles mantêm dois escritórios residenciais, um localizado em Alvorada e instalado em uma casa de propriedade de Tatiane, outro em Canoas, na casa onde ambos residem.

Sobre o jovem casal de advogados recai, além do desafio do home office, o trabalho conjunto entre marido e mulher. “No início achávamos estranho trabalhar juntos, foi um pouco complicado, mas passado o período de adaptação o negó-cio começou a fluir. Disciplina é o segredo do sucesso de se trabalhar em casa.” Para driblar a tentação de fazer as atividades domésticas em detrimento do negócio, os profissionais estabeleceram uma rotina: “Ao acordar a primeira coisa que fazemos é tomar banho e nos vestirmos de acor-do com a profissão que exercemos, pois a Para manter a disciplina, o casal de advogados instituiu uma rotina que começa assim que acordam

Lúci

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 35

apresentação pessoal é muito importante. Ninguém contrataria um advogado que os recebesse de pijamas”, brinca.

Prós e contrasPara a fotógrafa Carlota, a principal

vantagem de trabalhar em casa era po-der acompanhar de perto o crescimen-to de sua filha, hoje com 4 anos. “Por outro lado, ter o trabalho interrompido pela rotina doméstica era muito ruim. O cliente chegar e sentir o cheiro do al-moço, por exemplo, quebrava um pouco do profissionalismo”, aponta. No caso da dupla de advogados, os prós estão na economia de tempo, já que não preci-sam enfrentar trânsito; mais facilidade na resolução dos problemas domésticos, flexibilidade de horário de atendimen-to – eles podem atender seus clientes fora do horário comercial, algo que é proibido em alguns prédios comerciais; mais produtividade e facilidade de es-tacionamento para os clientes. Do ou-tro lado da balança, Tatiane enumera: “O risco de nos tornamos escravos de nós mesmos, pois se não nos policiar-mos acabamos trocando o horário de lazer pelo trabalho, isolamento de co-legas de profissão e insegurança, pois ex-pomos nossa residência e nossa família para pessoas desconhecidas”.

Na visão do professor Alvaro Melo, as vantagens são muitas: “Economia de aluguel de imóvel comercial, mais tempo com a família desde que saibas planejar bem o tempo, melhor quali-dade de vida, alimentação saudável, pois está predominantemente fazendo suas refeições em casa, menos estres-se, respeito ao biorritmo na execução de suas atividades”, destaca. Mas para

que se tire proveito desses benefícios, completa Melo, cabe ao profissional colocar limites aos membros da família, deixando bem claro que seu espaço de trabalho deve ser respeitado.

termos legaisO professor classifica o trabalho em

casa em três categorias: o negócio for-mal, que é aquele legalizado e tido como micro ou pequena empresa; o negócio informal, que funciona sem legalização da junta comercial; e o negócio como profissional autônomo. “Com exceção da cidade de Fortaleza, no Ceará – que aprovou a Lei 8464/2005, autorizando o funcionamento dos negócios em casa, conferindo-lhe tratamento diferencia-do, simplificado e incentivado –, os de-mais municípios brasileiros não possuem dispositivos legais que facilitem a oficia-lização do trabalho em casa”, pontua. Melo orienta que antes de iniciar um negócio na residência deve-se examinar a convenção de condomínio do prédio, para verificar se é permitido o exercício de atividades comerciais no local.

No caso dos advogados Tatiane e Lu-ciano, para montar o escritório de advo-cacia em casa bastou se inscreverem no órgão da classe (Ordem dos Advogados do Brasil) e requererem um alvará de fun-cionamento junto à prefeitura da cidade onde o escritório está instalado. Mas antes de optar por trabalhar em casa, Melo frisa que o profissional precisa ter caracterís-ticas empreendedoras: “Começando por avaliar bem a viabilidade do seu negócio, pois o sucesso não dependerá do local físi-co, mas da sua visão de mercado”.

Dicas O professor universitário e autor de livros sobre teletrabalho e empreendedorismo Alvaro

Melo destaca algumas orientações para quem deseja começar um negócio em casa.

tarefas de planejamento – Identificação das tarefas a serem feitas, agendamento

do trabalho, flexibilização e programação

equipamentos necessários – Definir quais equipamentos são necessários para o

bom desempenho do profissional. Utilizar backup

Hábitos de trabalho em casa – Estabelecer regras familiares, quanto a horário,

local, espaço, móveis

comunicação eficiente – O sucesso do profissional depende também da

comunicação, tanto como empresa, quanto com o cliente. Os dias e datas e o

local que o profissional estará deve ser informado às pessoas que precisarão dele

a fotógrafa carlota Tulus manteve seu estúdio em casa até adquirir segurança

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6336

E

ferramenta para excelência da gestãoOs Comitês de Qualidade atuam como braço direito do Programa Gaúcho da Qualidade

e Produtividade, o PGQP. São eles os responsáveis por viabilizar a atuação da Associação

Qualidade RS nas organizações públicas e privadas participantes do Programa

m 2009, a Junta Comercial do Rio Grande do Sul registrou aumento de 6% no número de registros em re-lação a 2008: foram 53 mil novas em-presas. Esses registros são reflexo de que o mercado está em alta, acirrando a concorrência. Junte a isso um cliente cada vez mais exigente, que pouco tolera o serviço feito sem esmero ou produtos de baixa qualidade. É assim, exigente e competitivo, que se apresenta o cenário mercadológico do século 21. A resposta para se destacar diante da concorrência está na adoção de estratégias que pro-movam a excelência e o aprimoramento de produtos e serviços.

Há 18 anos os gaúchos contam com uma ferramenta desenvolvida para con-duzir as empresas que desejam atingir a excelência da gestão e assim se tornar mais competitivas: o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade, mais co-nhecido como PGQP. Hoje o programa é referência internacional, envolvendo

mais de 1,3 milhão de pessoas. Conta ainda com 8,8 mil organizações associa-das, particulares e públicas, e uma rede de 70 comitês setoriais e regionais. Esses comitês são os sustentáculos do PGQP para chegar a todos os cantos do Estado. De acordo com o regimento interno do Programa, eles são formados por institui-ções criadas com o objetivo de viabilizar a atuação da Associação Qualidade RS junto às organizações participantes.

Comitê feComérCio-rSIntegrando essa lista de gestão está

o Comitê Setorial Comércio e Serviços, instalado na Fecomércio-RS, que este ano foi escolhido, entre 79 comitês, como um dos 10 premiados como Co-mitê Destaque 2009. O reconhecimen-to veio por meio de troféu entregue du-rante a cerimônia do Prêmio Qualidade RS, no dia 20 de julho. O PGQP tem dois pilares fundamentais, a Capacita-ção e a Avaliação. O primeiro fornece uma série de produtos para treinamen-to e capacitação que vão auxiliar na implementação dos Critérios de Ava-liação. O segundo é a verificação, por meio de autoavaliação e avaliação ex-terna, da aplicação das melhorias.

O Comitê Fecomércio-RS utiliza em suas capacitações o Modelo de Excelên-cia em Gestão (MEG), de onde emer-gem oito critérios utilizados pela Fun-dação Nacional da Qualidade. São eles: liderança, estratégias e planos, clientes,

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sociedade, informações e conhecimento, pessoas, processos e resultados. Também são utilizadas ferramentas de gestão com o intuito de avaliar o desenvolvimento gerencial. “Tentamos mostrar que o ca-minho de uma organização em busca da excelência não é uma linha reta, bem como não se pode esperar um resultado rápido”, destaca José Paulo da Rosa, co-ordenador de capacitação do Comitê.

aS avaliaçõeSO segundo exercício proposto pelo

programa é a aplicação do Sistema de Avaliação, ferramenta de diagnóstico organizacional que identifica o estágio de desenvolvimento gerencial das orga-nizações. Com os resultados em mãos é

possível, então, elaborar o Plano de Ação do Sistema Gerencial (Pasg). Esse exercí-cio acontece em duas etapas. A primeira é a autoavaliação. “Neste momento a instituição identifica as falhas de sua ges-tão, podendo então reunir esforços para a melhoria contínua de seus processos”, ex-plica Joarez Miguel Venço, coordenador de avaliação do Comitê Fecomércio-RS. A segunda etapa é a Avaliação Externa, que identifica as melhorias do sistema de gestão da organização.

Todas as organizações que partici-pam do Sistema de Avaliação recebem diplomas ao final dos ciclos, e aquelas que se destacaram são reconhecidas por meio do Prêmio Qualidade RS do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade.

Calendário Confira a lista de eventos providos pelo Comitê Qualidade Fecomércio-RS para os meses

de julho e agosto. Para informações e inscrições nos cursos, consulte o site www.

comitequalidade.fecomercio-rs.org.br.

22 de julho

Capacitação de Atualização, das 9h às 17h30, na Fecomércio-RS. É destinado

àqueles que fizeram o treinamento de Avaliador em 2009. A realização do

EAD MEG 2010 é pré-requisito para este treinamento

26 e 27 de julho

Capacitação Interpretação dos Critérios de Avaliação, das 9h às 17h30, na

Fecomércio-RS.

Pode ser realizado por pessoas que apenas tenham interesse em conhecer a

metodologia do PGQP ou aquelas que pretendem atuar como avaliadoras

28 de julho e 25 de agosto

Curso para Avaliador, das 9h às 17h30, na Fecomércio-RS. Ensinará o

participante a fazer a autoavaliação e como realizar uma visita externa, tendo

como pré-requisito o curso de Interpretação dos Critérios de Avaliação

23 e 24 de agosto

Novas turmas para o curso de Interpretação dos Critérios de Avaliação, na

sede da Fecomércio-RS

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leiçõesE

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6338

de ninguém. Qualquer um pode ter um blog ou site e escrever qualquer coisa. Em relação a isto, Jovita José Rosa, diretora da Secretaria Executiva do Movimen-to de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), aconselha: “Os sites oficiais, como de órgãos públicos ou organizações sérias, normalmente são mais seguros. Eu

P

Votocom qualidade

partiria daí para minha pesquisa.” Jornais, revistas, rádio, televisão e propaganda eleitoral são outras fontes de estudo.

Quem é Você?Você escolheria um desconhecido

para cuidar de todos os seus interesses? Para decidir qual o seu futuro como cida-dão? O primeiro passo para não cair neste erro, segundo Caldas, da UnB, é verificar se o candidato tem qualquer tipo de con-denação judicial. Avalie a quais tipos de processo ele responde e questione-se se este é o político que você quer ver à fren-te do país ou do estado.

Jovita lembra que apesar do Ficha Limpa – que impede a candidatura dos condenados por um órgão colegiado –, a vida pregressa do candidato deve ser bem analisada. “É importante verificar se exis-tem outros processos e a gravidade deles. Se a pessoa é injustiçada, ela é processada e entra com recursos. Mas existem can-

As próximas eleições, em outubro, marcam o fim e o início de diferentes ciclos.

Candidatos e mídia já estão nas ruas. E você, está preparado para escolher quem será o

novo líder do Brasil? Saiba como e onde se informar

assada a euforia em função da Copa do Mundo, um novo/velho tema domina os noticiários. Em outubro os brasileiros deverão eleger presidente, governador, deputados estaduais e federais e senado-res. A complicada tarefa exige disposição e comprometimento com o seu futuro e o do país. Para fazer a escolha certa é pre-ciso buscar todo tipo de informação, utili-zando todas as tecnologias disponíveis.

Com o início da campanha eleitoral, muitos dados estão sendo divulgados – e parte deles incorretos –, por isso é impor-tante que o eleitor saiba o que questio-nar e onde buscar as respostas. Ricardo Caldas, professor de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), acre-dita que mais do que nas eleições ante-riores, a internet será a mídia da vez. “O mais simples a fazer é utilizar buscadores como o Google.”

No entanto, é preciso ter atenção: a internet é conhecida por ser território

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Jovita José rosa, diretora da mCCe

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 39

didatos que possuem diversos processos, alguns bastante graves.”

Outra questão levantada por Caldas e Jovita diz respeito às contribuições do candidato para a comunidade. “O que ele fez pelos outros? Antes de tudo, um político é representante da comunidade”, afirma o professor de Ciências Políticas. Para Jovita, é importante questionar que tipo de trabalho essa pessoa faz que justifique que ela seja representante da sociedade. “Ela é envolvida com movi-mentos sociais, ela tem uma vida de de-dicação? A política exige isso, exige que a pessoa tenha uma vida mais voltada para o outro do que para si. Confira que movimentos essa pessoa tem feito na vida para se candidatar.”

A ideologia do partido também deve ser considerada. É preciso ver de qual

partido o candidato faz parte para saber se aquele partido está de acordo com o que você pensa ideologicamente.

Um item muito importante, na opi-nião da representante do MCCE, é ver quem está financiando a campanha do

seu candidato. “Assim você vê quem ele irá defender quando eleito. Verifique ain-da se o seu candidato está fazendo uma campanha muito cara. Este também é um indício. Este dinheiro sai de algum lugar e, muitas vezes, de um lugar ilícito.”

Outra dica é pesquisar sobre compra de votos. “Se você vai eleger um candida-to que comprou votos, tenha certeza de que está elegendo um corrupto”, lamenta Jovita. As formas de compra de votos são muitas e variam conforme a criatividade do indivíduo: dinheiro vivo, promessa de emprego e favores, cestas básicas, com-bustível, uniformes para time de futebol. Na área da saúde há medicamentos, ci-rurgias, consultas com especialistas em que se burla a fila de espera. “A compra de votos se processa em um âmbito muito maior do que se possa imaginar.”

O conselho para se chegar a respostas claras é um pouco de organização. Seja você mais ou menos tecnológico, é im-portante montar um esquema – mesmo mental – do que está sendo divulgado, para que seja possível confrontar tantas informações e chegar a um veredicto ade-quado sobre o seu candidato.

informações a um clique de distânciaA internet disponibiliza uma série de sites que possuem dados sobre candidatos, partidos

e mandatos políticos. Antes de decidir em quem votar, vale conferir alguns deles:

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral: http://www.mcce.org.br

Voto Consciente: http://www.votoconsciente.org.br

Transparência Brasil: http://www.transparencia.org.br

Tribunal Superior Eleitoral: http://www.tse.gov.br

Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul: http://pentefinotcers.blogspot.com

Associação Contas Abertas: http://contasabertas.uol.com.br/website

Associação dos Magistrados Brasileiros: http://www.amb.com.br/eleicoeslimpas

lúCia Simon

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anutençãoM

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6340

Agora, quando precisa de pequenos prestadores de serviços, como achar este profissional no mercado? Qual a refe-rência que você terá? As opções variam entre modernas e tradicionais. É possível buscar esta indicação na internet, por meio de sites de busca, lista telefônica ou o bom e velho boca a boca. “Normal-mente, o fato de aparecer em sites de busca demonstra que o prestador é mais organizado”, comenta Franco.

A

Pequenosproblemas, difíceis soluções

Independentemente da forma esco-lhida para encontrar o profissional, não existem garantias de que o serviço será executado corretamente. Para diminuir as dúvidas, Franco aconselha: “A partir do momento que se encontra esta pes-soa, se recomenda que sejam solicitados atestados de prestação de serviços ou que sejam indicadas empresas onde ele já prestou serviço. Para assim checar a refe-rência do trabalho. E é preciso conferir a referência, sim!”. Além disso, a postura do autônomo pode indicar se ele cumpre compromissos. “Se ele chega no horário combinado, se disponibiliza orçamentos adequados e no prazo certo, isto indica a sua seriedade com o trabalho.”

Ainda assim não há certeza da qua-lidade do trabalho, até porque aí surge uma nova questão: as expectativas. A diferença de expectativas entre contra-tante e contratado é muito comum. Para

Encontrar profissionais habilitados a executar serviços cotidianos de manutenção

em uma empresa pode ser uma tarefa muito mais complexa do que se imagina.

As dificuldades se iniciam já na busca por eles

persiana da sala da recepcio-nista estragou e a torneira do banheiro está pingando há semanas. O que fazer? Simples; chamar alguém para consertar. Certo, mas quem? Encontrar um profis-sional para realizar determinados tipos de manutenção não é tarefa fácil. Segundo Roni de Oliveira Franco, sócio da Trevi-san Outsourcing, existe uma dificuldade muito grande em encontrar prestadores, principalmente em determinado nível de serviços. “Dependendo do serviço que se busca, existem mecanismos que facilitam para saber quem é a pessoa.” Por exemplo, se o empresário quer con-tratar uma empresa que tenha expertise contábil, ele pode contatar esta empresa através do Conselho Regional de Conta-bilidade para obter informações quanto a idoneidade do empreendimento, assim como se existem penalidades junto ao CRC ou o registro de faltas graves.

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roni de oliveira Franco, da Trevisan outsourcing

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 41

minimizar o problema, a indicação é que se deixe bastante claro quais as pretensões no momento da contratação. Um contra-to é a melhor ferramenta para isso.

Ao contrário da aquisição de um produto, quando se contrata um serviço não é possível ver ou tocar no resultado antes da execução, por isso, dar priorida-de ao preço na hora de escolher a pres-tadora é um risco. “Neste caso, o barato pode sair caro, já que os melhores ten-dem a cobrar preços mais elevados pelo seu trabalho. Considere o preço como um dos critérios, não o único.”

Físico ou jurídicoPor questões de segurança, contratar

uma pessoa jurídica é sempre a melhor opção. De acordo com Fabrício Dameda, superintendente da regional Sul da Allis – empresa detentora da Top Service –, a dificuldade em encontrar bons prestado-res ocorre devido ao frequente amadoris-mo do setor. “É um segmento muito pou-co profissionalizado, com empresas que atuam de forma amadora.”

Dameda acredita que contratar um profissional autônomo pode ser um ris-co. “Do ponto de vista trabalhista ele pode ser percebido como um funcioná-rio, como uma atividade indireta.” Para ele, ao contratar o autônomo é preciso se certificar de que ele presta serviços a mais de uma empresa, para que não haja a habitualidade na prestação ex-clusiva para uma empresa tomadora.

No entanto, a escolha pela opção ju-rídica também demanda precauções. Um dos fatores mais importantes a observar na busca de uma empresa é a solidez fi-nanceira. “Hoje em todo o trabalho que envolve a locação de mão de obra de ter-ceiros, a empresa contratante é solidária com todo o encargo e salários dos contra-tados. Então é fundamental que o empre-endimento tomador de serviços busque empresas sólidas para evitar surpresas desagradáveis, como uma falência que acabe gerando um ônus trabalhista.” Ou-tro ponto importante é buscar empresas que tenham um histórico de atuação no segmento, com processos consolidados.

a pessoa/empresa certaJá sabe como solucionar os pequenos

problemas que atrapalham a sua

empresa? Confira as dicas:

Utilize a lista telefônica, internet e

indicações de contatos para encontrar

a pessoa certa para a manutenção

Pesquise sobre prestadores de

serviços na internet e em órgãos de

classe, caso haja

Dê preferência para pessoas jurídicas

Negocie o pagamento conforme a

execução do serviço

Lembre-se que, no caso de serviços,

preço pode ser uma armadilha

Utilize um contrato para especificar

quais são as expectativas em relação

ao trabalho

Neste mesmo contrato, estipule

prazos para a execução e se preciso

divida a atividade em etapas

Acompanhe de perto toda a

execução do trabalho para evitar

surpresas ao final

Crie e organize um cadastro – um

banco de dados – com profissionais

que prestam serviços eventuais, para o

caso de necessitar novamente

lúcia simon

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aúdeS

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6342

ideia surgiu no final de 2007 a partir de uma visita de Marines Marco-nato, ex-presidente do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama), ao Sin-dilojas de Cachoeira do Sul, conforme conta Antônio Trevisan, na época presi-dente do sindicato. “Fomos procurados para apoiar a fundação de um núcleo do Imama no município. Marines nos passou informações sobre o câncer de mama que

me surpreenderam.” Entre os dados que chocaram Trevisan, um deles se desta-ca ainda mais: o Rio Grande do Sul é o Estado com maior incidência da doença. E para combater este problema uma das maiores armas é o diagnóstico precoce.

Preocupado com o que acabara de saber, Trevisan procurou a Fecomércio-RS – que já contava com o programa Sorrindo para o Futuro, do Sesc-RS – e

A

Apoio àsaúde dos gaúchosQuanto antes for diagnosticada uma doença, maiores são as chances de cura.

O Sesc-RS sabe disso e lança a Unidade de Saúde Preventiva, que circulará pelos

municípios gaúchos para reduzir o tempo de diagnóstico de doenças

sugeriu que a entidade investisse nessa área também. “O Sesc-RS poderia salvar vidas!”, comemora. A proposta foi ana-lisada e defendida. Pouco mais de dois anos depois, a Unidade Sesc de Saúde Preventiva chega ao seu primeiro desti-no: Cachoeira do Sul.

Luiz Tadeu Piva, gerente de Saúde, Esporte e Lazer do Sesc-RS, explica que a unidade móvel faz parte de um contex-to. “Ano passado estruturamos um pilar de atividades que chamamos de Saúde Sesc, que possui cinco objetivos, um deles é reduzir o tempo de diagnóstico. Com foco neste objetivo é que a Unida-de Móvel entrou em operação.”

Conforme Piva, foram identificadas as patologias com maior frequência no Estado. São elas: o câncer de mama, de próstata, de colo de útero, doenças crônicas não degenerativas (colesterol, triglicerídios, glicemia e hipertensão) e problemas que afetam a visão. “Baseado

Como funcionaA Unidade Móvel de Saúde Preventiva circulará pelo Rio Grande do Sul

realizando exames para diagnosticar as seguintes doenças: câncer de mama, de

próstata, de colo do útero, doenças crônicas não degenerativas, hipertensão

arterial e doenças de visão. A Unidade Móvel conta com sala de mamografia,

consultório oftalmológico, laboratório para exames, sanitário adaptado para

cadeirante e consultório de ginecologia, ecografia e eletrocardiografia.

O número de senhas varia de acordo com a especialidade. Comerciários e

seus dependentes devem buscá-las na Unidade Sesc-RS da cidade (ou sindicato

indicado), e a comunidade, na Secretaria de Saúde municipal. Outras informações

podem ser obtidas pelo site www.sesc-rs.com.br/saudesesc.

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 43

neste quadro pensamos em quais meca-nismos deveríamos implementar para reduzir o tempo de diagnóstico. Então montamos a Unidade Móvel que conta com mamógrafo, consultório oftalmoló-gico, laboratórios de exames capilares, equipamentos de ecografia, eletrocar-diograma e coleta do citopatológico.”

A proposta é circular pelas cidades do Estado fazendo atendimento durante 20 dias úteis. Vale destacar que o obje-tivo não é fazer tratamento curativo, e sim, reduzir o tempo de diagnóstico, atu-ando ainda na prevenção.

primeirA pArAdAPara Tadeu Gomes, ex-secretário de

Saúde de Cachoeira do Sul, a iniciati-va possui grande relevância social não apenas para o município. “Parcerias que trazem recursos para a área de saúde são sempre bem-vindas. Todos conhecem as grandes dificuldades do Sistema Único de Saúde, especialmente em locais de

baixa arrecadação tributária.” O médico acrescenta ainda: “Sabemos que investi-mentos feitos em prevenção se mostram baratos em relação aos tratamentos”.

A Unidade Sesc de Saúde Preventi-va fica até o final de julho em Cachoei-ra, seguindo para São Leopoldo. “Mar-camos apenas em duas cidades, por ser o começo do projeto. Precisamos testá-lo, avaliar as rotinas de trabalho”, esclarece o gerente de Saúde, Esporte e Lazer do Sesc-RS.

Assim como o OdontoSesc – que já conta com quatro unidades móveis –, o projeto da Unidade Sesc de Saúde Pre-ventiva é ininterrupto. Para atender a aproximadamente 1.500 pessoas em cada destino, a iniciativa possui uma equipe de seis profissionais próprios, composta por uma enfermeira, duas técnicas em enfermagem, duas técnicas em radiolo-gia e uma médica supervisora. Também foi contratado o serviço de médicos of-talmologistas, ecografistas, radiologista e

um laboratório terceirizado para fazer a análise do material do citopatológico.

“Ouso dizer que iremos salvar vidas, pois nestas patologias específicas de câncer, o tempo é fator fundamental. Com a diminuição no tempo do diag-nóstico, ganhamos tempo para trata-mento. Existem relatos sobre pessoas que precisam esperar até quatro me-ses para marcar uma mamografia, por exemplo, e neste tempo elas acabam vindo a óbito”, afirma Piva.

Nas cidades onde existem unidades do Sesc-RS, as senhas são distribuídas para comerciários e dependentes lá mesmo e para a população na Secre-taria de Saúde. Nos municípios onde não existe unidade Sesc a distribuição será realizada em parceria com algum sindicato local. “Os empregados do se-tor sempre terão um lugar diferenciado para retirar senhas, e a população em geral deve se dirigir à Secretaria de Saúde do município.”

José Eduardo ramos da silva/sEsC-rs

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rofissionalizaçãoP

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 6344

porta

notório o déficit de profissionais especializados no país. Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral com as 76 maio-res empresas do Brasil mostrou que 67% têm dificuldades em contratar funcio-

nários. O tormento é maior nos setores automobilístico, ferroviário, moveleiro, siderurgia e metalurgia, transportes e serviços. Em contrapartida, estima-se que existam 8 milhões de brasileiros

É

para o mercado

desempregados. Diante dessa nação acometida pela disparidade de oferta e demanda de profissionais, a solução para gerar emprego e fazer a economia andar é o investimento nos cursos técnicos.

Com menor tempo de duração, em geral dois anos, e foco na prática, os cursos técnicos são cada vez mais procurados por jovens que desejam se aproximar do mercado de trabalho com uma bagagem de conhecimento espe-cífico. Após avaliar os resultados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE entre 2002 e março de 2010, o pes-quisador Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), concluiu que os egressos de cursos técnicos têm até 38% mais chance de conseguir um emprego com carteira assinada do que aqueles que possuem apenas o nível médio.

A favor dessa garotada está a possibi-lidade de cursar os técnicos concomitan-

A falta de profissionais qualificados tem colocado os cursos técnicos em destaque na

educação brasileira. Além de aumentar as possibilidades de inserção no mercado de

trabalho, eles ajudam os jovens a decidir seu futuro profissional

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as técnicas em enfermagem, Renata e Jéssica escolheram o Senac pela modernidade de seus laboratórios

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Bens & Serv iços / Julho 2010 / Edição 63 45

temente com o ensino médio, aumenta-do as possibilidades de sair da escola com emprego garantido. “Os cursos técnicos também ajudam a decidir se é realmente aquela área que desejam seguir antes de enfrentar um curso superior”, observa Lúcio José da Silva, gerente de Educa-ção Técnica do Senac-RS.

Sintonia com o mercadoPor integrarem o Sistema Fecomér-

cio-RS, estando ao lado dos empresá-rios gaúchos, as escolas de Educação Técnica do Senac-RS podem adequar sua oferta de cursos de acordo com os anseios do mercado. “Todo ano ali-nhamos 30% do nosso portfólio, que é renovado em função do mercado e a partir da conversa com empresários e sindicatos”, revela Silva. Atualmente as escolas possuem cerca de 4 mil alu-nos com idade entre 20 e 35 anos, que buscam principalmente os cursos nas

áreas de saúde, gestão e negó-cios, turismo e moda.

Com metodologia diferen-ciada, corpo docente especia-lizado e laboratórios adequa-dos ao momento tecnológico atual, as escolas do Senac-RS formam competidores. Exem-plos são as jovens Renata Araújo e Jéssica Amaral. A dupla ficou em segundo lugar na categoria Técnico de Enfermagem da Olimpíada do Conhecimento 2010, que aconteceu em mar-ço no Rio de Janeiro. Agora, o Senac-RS prepara seus alunos para participar da WorldSkills 2011, em Londres, a maior competição internacional de

habilidades vocacionais do mundo.Além da conquista em conjunto,

Renata e Jéssica trabalham juntas como monitoras do laboratório de enferma-gem do Senac Passo d’Areia. Ambas destacam como um dos principais dife-renciais da Educação Técnica do Senac a facilidade de estagiar. Hoje a institui-ção possui um cadastro com 80 empre-sas dispostas a receber seus alunos para estágios. Para facilitar ainda mais essa integração, no site www.senacrs.com.br há um link chamado “Empregos & Cur-rículos”, onde estudantes, ex-estudantes e empresas podem se comunicar sem que haja mediação direta da instituição.

a eScolhaAntes de optar pelo curso de Téc-

nico em Enfermagem do Senac-RS, Jéssica fez uma pesquisa no mercado educacional e encontrou na instituição renome e preço acessível. “A experiên-

cia de décadas em educação e a questão financeira foram decisivas para minha escolha”, conta. Não muito diferente fez sua colega Renata: “Além da pesqui-sa, amigos me indicaram o Senac”. Alu-no do curso de Moda do Senac Canoas, Daniel Confortin destaca a capacitação dos professores e a abertura para inova-ções: “É um curso que leva em conta a prática, pois além de desenvolver peças nós também aprendemos a costurar”. Daniel também destaca a biblioteca, montada especificamente para atender o curso de moda, e a disponibilidade dos professores em atender os alunos.

cursos disponíveisConfira a oferta de cursos de Educação

Técnica Senac-RS

Técnico em Administração

Técnico em Comércio Exterior

Técnico em Enfermagem

Técnico em Guia de Turismo

Técnico em Informática

Técnico em Marketing

Técnico em Óptica

Técnico em Podologia

Técnico em Produção de Moda

Técnico em Segurança do Trabalho

Técnico em Recursos Humanos

Técnico em Transações Imobiliárias

Especialização Técnica em Enfermagem

do Trabalho

Especialização Técnica em Assistência

de Enfermagem ao Idoso

Especialização Técnica em Enfermagem

Psiquiátrica

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daniel confortin, aluno de moda, frisa a oportunidade para inovação que encontrou nas escolas do Senac

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Rafael PandolfoConsultor tributarista da Fecomércio-RS

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ção

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A publicação do Decreto Estadual 47.301/10 revelou o rosto da criança cujas características genéricas já haviam sido anunciadas, como num exame de ressonân-cia, pelo Governo. Nesse caso, a realidade não confirmou a expectativa, apresentando problemas que deverão ser resolvidos, nor-mativa ou judicialmente.

Dentre esses problemas, deve ser ressal-tado o tratamento discriminatório que re-ceberão os contribuintes de boa-fé com par-celamentos em andamento, em detrimento daqueles que empurraram os débitos com a barriga até hoje. Esse tratamento fica eviden-ciado quando se observa que, pela sistemática adotada: a) quem protelou seus débitos será agraciado com redução de multa, juros e cor-reção sobre todo o passivo hoje existente, en-quanto aqueles que parcelaram seus débitos, ao final do processo administrativo, não terão qualquer redução de multa, e as reduções de juros incidirão apenas sobre as parcelas res-tantes do parcelamento em andamento; b) os parcelamentos já realizados seguirão, como regra geral, os respectivos prazos de pagamen-to, e não poderão ser pagos em até 180 meses,

como os débitos postergados até hoje; c) os débitos já parcelados, sobre os quais incidiu multa moratória, não sofrerão qualquer re-dução de multa.

Na prática, o contribuinte que apostou na inadimplência pagará muito menos, e em mais tempo, do que o contribuinte que, acredi-tando no Estado, procurou acertar suas contas. O princípio da igualdade em matéria tributária, como se observa, restou frontalmente violado, à medida que a diferenciação realizada utilizou critério inconciliável com a Constituição e com qualquer estado democrático de direito.

Last, but not least, a redução de 60% sobre os juros e atualização – decorrência do reco-nhecimento do descompasso entre os índices fazendários e a realidade, retratada pela Selic – foi mitigada pela exigência do pagamento de honorários de 10% sobre os débitos exigíveis em execução. Desconsiderada a invasão de competência (da União e do Judiciário) con-tida nessa determinação normativa, o percen- tual não reflete qualquer critério praticado pelos Tribunais, atualmente, em execuções fiscais.

Enfim, o Ajustar precisa de ajustes, ime-diatamente.

A justando o Ajustar RS

“Na prática, o contribuinte que apostou na inadimplência pagará

muito menos, e em mais tempo, do que o contribuinte que, acreditando

no Estado, procurou acertar suas contas.”

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lossárioG

Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 47

mposto é um tributo – assim como taxas e contribuições – que, no entan-to, não possui destinação específica. É devido pelo contribuinte, independen-temente da contraprestação do Estado, embora seja utilizado para financiar serviços universais, como segurança e saúde. Entre outros, temos o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Merca-dorias e Serviços (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços (ISS). Estes três tributos são indiretos e acompanham a cadeia produtiva de bens e serviços. Assim, os efeitos sobre os preços pagos pelo consumidor final não são muito claros, uma vez que seus valores, arrecadados em alguns estágios do processo de pro-dução e venda, são repassados.

Estes tributos estão totalmente re-lacionados. Entre o IPI e o ICMS, se-gundo Jorge Lobão, diretor técnico do Centro de Orientação Fiscal (Cenofis-co), ocorre o efeito cascata: “Quando uma indústria produz, paga o IPI das peças que adquiriu já industrializadas e

seu ICMS, ela tem o direito ao crédito desses impostos. Do IPI e do ICMS, se for industrial; e, caso comerciante, so-mente do último. Este incidirá na saída do produto industrializado ou na nova circulação da mercadoria sobre o valor cobrado. Ou seja, o preço desse produto será o valor de custo, agregado ao lucro mais o imposto”. No caso do ISS, o que pode acontecer é vender um produto e, junto dele, um serviço. “Se você instala cortinas, paga sobre o preço da instala-ção. Se você as vende e instala, paga o ICMS. Quando há incidência do tribu-

I

Impostossobre bens e serviços

to de circulação e o serviço não está na lista, incide o ICMS. Se está na lista e não paga ICMS, incide o ISS.”

No Brasil, a arrecadação está di-vidida em três segmentos: sobre a pro-priedade, a renda e o consumo. “Os impostos sobre a propriedade e a renda representam em torno de 30% a 35%. Os que incidem sobre o consumo, como ICMS, IPI, ISS e IOF, representam 53% da arrecadação total. A carga tributária fica perto dos 40%. Cerca de 21% desta carga diz respeito a impostos sobre con-sumo”, conclui Lobão.

As informações sobre o assunto pipocam. Nosso país conta com 85

tributos distintos – mas o que diferencia um do outro se todos parecem

iguais? Que relação existe entre o IPI, ICMS e ISS? Confira

Principais impostosIpI - O IPI é um imposto federal popularizado com as reduções promovidas

pela União a fim de aquecer o mercado interno. As alíquotas desse tributo são

estipuladas pelo governo federal e estão disponíveis na Tabela IPI.

ICms - Tributo estadual, incide sobre a circulação de mercadorias, transporte

e serviços de comunicação. É alvo de disputas entre estados geradores e

consumidores, que têm nele sua maior fonte de renda.

Iss - Municipal, é o imposto pago sobre o valor da prestação de serviços. As

prefeituras podem estipular sua alíquota entre 2% e 5%. Possui uma lista própria,

anexa à Lei Complementar 116/2003.

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Flávio Obino FilhoAdvogado trabalhista-sindical da Fecomércio-RS

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Em meados do ano passado uma empresa foi condenada ao pagamento de indenização de cerca de um milhão de reais por alegado dumping social. Tratava de ação recorrente na Justiça do Trabalho em que empregado de baixo salário pleiteava o pagamento de horas extras. Foi também determinado que o valor da indenização não seria destinado ao reclamante, mas depositado em conta à disposição da juíza para o pagamento de processos arquivados sem adimplemento de dívida na unidade judiciária à qual estava vinculada.

A magistrada, agindo como um Robin Hood de toga, saqueou os cofres de empresa formalmente estabelecida, grande geradora de emprego no país, e pretendia utilizar estes valo-res para pagar condenações que foram impostas a empresários que desapareceram do mundo formal e que atualmente devem empreender na informalidade.

Com efeito, alguns poucos magistrados “ativistas” espalhados pelo país não se limi-tam mais a produção de artigos, a ministrar românticas aulas onde defendem a Justiça do Trabalho como instrumento de Justiça Social. Encontros em “Sherwood“ onde concebem enunciados paralelos aos adotados pelo TST parecem pouco para quem se apresenta à so-ciedade como magistrado “sem medo de apli-car a Constituição”. Desfraldando a bandeira

do ativismo judicial em reclamações trabalhis-tas, fazem leitura própria da Constituição e da lei, instalando um clima de insegurança jurídi-ca no país.

Estes mesmos juízes dirigem suas baterias contra o CNJ, sustentando que “a democracia se encontra em risco quando criamos institui-ções paralelas com capacidade de censura po-lítica nitidamente autoritária”. Combatem os tribunais regionais e o TST e o que chamam de ditadura dos colegiados. O velho adágio po-pular de que pimenta nos olhos dos outros é colírio se aplica como uma luva aos “ativistas”.

Em um sistema econômico, o desenvol-vimento é diretamente proporcional à esta-bilidade e segurança jurídica propiciada pelas instituições. As sentenças trabalhistas que abri gam indenizações desproporcionais bene-ficiam pou cos e são nefastas para o desenvol-vimento quan do colocam em choque a neces-sária segurança jurídica para empreender.

A sentença referida foi reformada pelo TRT. Viva a “ditadura dos colegiados”. Viva a magistratura trabalhista de primeiro grau for-mada na sua quase totalidade por juízes que valorizam a Constituição, respeitam as insti-tuições, cumprem o importante papel de fazer Justiça com a aplicação da lei, e são responsá-veis pela segurança jurídica pela qual toda a sociedade clama.

J uízes Robin Hood

“Em um sistema econômico, o desenvolvimento é diretamente proporcional à

estabilidade e segurança jurídica propiciada pelas instituições.”

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Bens & Serviços / Julho 2010 / Edição 63 49

Mais Menos&

ExportaçõEs gaúchasAs exportações da indústria gaúcha

totalizaram

nos cinco primeiros meses deste ano

saltos Em quEdaA tendência é de que

comprem sapatos com saltos menores

neste ano. A busca pelo conforto gerado

por saltos mais baixos foi detectada por

Ray Smith, jornalista de moda do Wall

Street Journal

Exigência

dos consumidores brasileiros

buscam conveniência e praticidade nos

alimentos industrializados, revelou o

Ibope Inteligência

hotElaria crEscEA administradora

Hotelaria Brasil apontou

crescimento de

na ocupação de

quartos entre janeiro

e maio deste ano, em

comparação a 2009

dEdicaçãofutEbolísticaOs ingleses passam

falando sobre futebol durante a

semana, de acordo com pesquisa da

Heineken. Os brasileiros ficaram em

segundo lugar, com 1 minuto a menos

transparênciafinancEiraUm dos principais benefícios da divulga-

ção de informações financeiras, para

é a transparência, segundo estudo da

Grant Thornton International

confiança ElEtrônica

dos e-consumidores estão satisfeitos

com o desempenho do e-commerce

no país. É o que revela o

Índice de Confiança do e-consumidor,

desenvolvido pela e-bit

a globalização agradaDe acordo com pesquisa mundial,

realizada pela Ipsos, apenas

afirmam que o governo deveria

restringir o investimento de empresas

estrangeiras em seu país

52% dos empresários,

86,03%

3h e 21min

39% dos consumidores

US$ 4,76 bilhões

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das pessoas das classes A e B

adquirem algo após buscar dados na

internet, revelou pesquisa realizada

pelo Centro Avançado de Estudos da

Propaganda e Marketing da ESPM e

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Quando eu era criança e ficava doente, mi-nha mãe levava-me para consultar um médico na Venâncio Aires, o dr. Maurício. Excelente profissional, o dr. Maurício exercia sua ativida-de de maneira pouco comum: atendia em casa. Claro, tinha um consultório separado, mas de qualquer modo era como se estivéssemos sen-do admitidos à sua própria vida familiar. O que nos comovia, mas entre outros médicos cau-sava certa estranheza: na época, o fino era ter consultório no centro da cidade ou nos Moi-nhos de Vento, e o dr. Maurício era portanto uma exceção.

Não mais. Façam a seguinte experiência: entrem no Google e digitem a expressão “tra-balho em casa”. Vocês obterão nada menos do que 10 milhões de referências; e, se a expressão for traduzida para o inglês, “work at home”, o número subirá para 400 milhões. O que basta para evidenciar a importância de uma ativida-de que se expande sem cessar em nosso mundo, mesmo porque nos remete a um mercado que, ao menos nos anúncios, é muito promissor: “Tem acesso à Internet? Então ganhe dinhei-ro 24 horas por dia, mesmo enquanto estiver dormindo ou com o computador desligado”. Convenhamos que ganhar dinheiro dormindo é o sonho (sonho mesmo) de todos aqueles que não sofrem de insônia. A menção ao computa-dor aí é decisiva. Foi a rede que permitiu esta forma de trabalho não presencial, para usar uma outra expressão agora significativamen-te muito comum. E há várias razões para isso.

Quem trabalha em casa tem mais liberdade, em termos de horário, de forma de exercer a atividade e até de vestimenta: a gravata torna-se desnecessária (mas ficar de cuecas pode ser um exagero). Não há chefes ou patrões, não há cultura corporativa. É uma economia: de di-nheiro (adeus, aluguel de escritório), de tempo: já não é preciso ficar horas preso no trânsito. É uma oportunidade também para aqueles que, por idade ou por limitação física, ficam fora do mercado de trabalho. É menor estresse, é mais desafio, inclusive porque a pessoa não precisa ficar limitada a uma atividade única.

Assim como existem vantagens existem problemas. Trabalhar em casa significa conviver em tempo integral com a família, mas não são todos que gostam disso: existem pessoas que pre-cisam de uma certa privacidade, e não querem os familiares olhando por cima de seu ombro e lendo o que está na tela do computador. Além disso, nem todo tipo de trabalho pode ser feito em casa, por falta de material, de equipamento, de espaço até. E temos a questão da imagem: há gente que não leva a sério quem trabalha em casa, acha que é hobby, se bem que um dos ris-cos dessa situação é, ao contrário, representado por gente que vara a noite trabalhando.

Mas estas coisas todas podem ser corrigidas, mediante um pouco de disciplina, de limites entre a vida do trabalho e a vida pessoal. A pes-soa também não deve hesitar em mostrar sua atividade e a seriedade com que é feita. Acho que o dr. Maurício concordaria com tudo isso.

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