entre a causa e o efeito - a falta de ética da mídia no...

25
Entre a causa e o efeito A falta de ética da mídia no caso do massacre do Realengo Gerhard Erich Boehme [email protected] [email protected] [email protected] http://gboehme.blogspot.com/ Nota: Esta mensagem tem o propósito de subsidiar a reflexão sobre a falta de ética de nossa mídia no caso da tragédia da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro - RJ. A questão é que como agimos damos causa a esta e possivelmente estamos alimentando outras tragédias. O estamos fazendo principalmente por desconsiderar as causas da violência e neste caso em particular, dando notoriedade a um assassino, um assassino que é fruto de nossa sociedade. Com a notoriedade dada a ele estamos estimulando outros tantos. Uma das causas da escalada da violência no Brasil é sua vulgarização, começa dentro de casa quando “pais” permitem que seus filhos participem de jogos que estimulam a violência, quando deixam seus filhos aos cuidados de uma babá eletrônica chamada Televisão, onde os desenhos estão longe dos nossos melhores, produzidos por verdadeiros gênios, como os de muitos brasileiros, a começar pelo cartunista, desenhista e escritor Maurício de Souza ou o cartunista, chargista, pintor, dramaturgo, escritor, cronista, desenhista e jornalista Ziraldo Alves Pinto. Qual é a razão de desconsiderá-los? Esta pergunta já foi feita pelos mais importantes educadores do Brasil, como os que escrevem seus excelentes artigos nas revistas Nova Escola da Editora Abril e Profissão Mestre, do não menos genial Julio Clebsch. São revistas que deveriam estar nos lares brasileiros. Mas não estão lá.

Upload: dinhngoc

Post on 17-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Entre a causa e o efeito A falta de ética da mídia no caso do massacre do Realengo

Gerhard Erich Boehme [email protected]

[email protected] [email protected]

http://gboehme.blogspot.com/

Nota: Esta mensagem tem o propósito de subsidiar a reflexão sobre a falta de ética de nossa mídia no caso da tragédia da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro - RJ. A questão é que como agimos damos causa a esta e possivelmente estamos alimentando outras tragédias. O estamos fazendo principalmente por desconsiderar as causas da violência e neste caso em particular, dando notoriedade a um assassino, um assassino que é fruto de nossa sociedade. Com a notoriedade dada a ele estamos estimulando outros tantos.

Uma das causas da escalada da violência no Brasil é sua vulgarização, começa dentro de casa quando “pais” permitem que seus filhos participem de jogos que estimulam a violência, quando deixam seus filhos aos cuidados de uma babá eletrônica chamada Televisão, onde os desenhos estão longe dos nossos melhores, produzidos por verdadeiros gênios, como os de muitos brasileiros, a começar pelo cartunista, desenhista e escritor Maurício de Souza ou o cartunista, chargista, pintor, dramaturgo, escritor, cronista, desenhista e jornalista Ziraldo Alves Pinto. Qual é a razão de desconsiderá-los? Esta pergunta já foi feita pelos mais importantes educadores do Brasil, como os que escrevem seus excelentes artigos nas revistas Nova Escola da Editora Abril e Profissão Mestre, do não menos genial Julio Clebsch. São revistas que deveriam estar nos lares brasileiros. Mas não estão lá.

Muito menos nas nossas escolas, nas nossas bibliotecas especializadas, na mesa ou cabeceira de nossos professores. Mas qual é o pai que as adquire? Seguramente muitos pais se vangloriam de dar uma boa educação aos seus filhos, mas a questão é que não buscam se aperfeiçoar neste campo. Pecamos por omissão, esta é a verdade. Quem é pai ou mãe de verdade deveria acessar diariamente alguns sites, com destaque para: http://revistaescola.abril.com.br/ http://www.profissaomestre.com.br http://criancasegura.org.br/ A questão é que não nos damos conta das causas que levam o Brasil a ser hoje um dos países mais violentos do mundo, superando países em conflito como o Afeganistão ou o Iraque em termos de número de mortes pelo número total de sua população. Em 2009 foram mais de 150mil mortes devido à violência, em 2010 as estatísticas estão sinalizando mais de 180mil, com crescimento constante. O custo da violência segundo o IPEA supera em mais de 5% do PIB, isso em um estudo subestimado e superado pelo tempo, o Banco Mundial estima que o Brasil perde mais de 7,5% do PIB com a violência, eu estimo em mais de 10%, a começar pela renda perdida com o turismo que hoje somente atrai o turismo sexual, que é igualmente uma violência. E somos hoje referência mundial neste campo, sendo o termo “brasileira” sinônimo de prostituta em muitas grandes capitais na Europa. E ficamos indignados quando jovens são despachados de volta nos aeroportos internacionais, não se divulgam as razões.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EDG77064-6009,00.html http://desafios2.ipea.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=2518 Sem entender estas questões, dificilmente iremos retirar o Brasil da rota da escalada da violência, que vemos crescer dentro da sociedade brasileira, em especial nestes últimos oito anos, ou, segundo outros, nestes últimos dezesseis anos, quando se passou a relativizar a justiça e as instituições públicas foram propositadamente enfraquecidas para que pudesse ser levado adiante um projeto de poder e não um projeto para a nação, para os brasileiros. No que se refere à prevenção da violência cito questões importantes, as quais posso esclarecer e detalhar caso me seja solicitado: a) Combater a discriminação espacial – que é no meu entender a principal causa, em especial os erros cometidos em programas como o “Programa Minha casa, Minha vida, este que é o principal responsável pela escalada da violência, repete os mesmos erros desde os tempos da Favella, isso mesmo, grafado com dois “l”. b) Assegurar nos planos diretores em elaboração nos cinco mil e tantos municípios que as entidades que atuam na prevenção à violência e na esfera da justiça, da polícia judiciária, se façam presentes, com espaços físicos apropriados às suas atividades, que assegurem a visibilidade, logística e segurança necessários no contexto do planejamento urbano. c) Evitar a vulgarização da violência, restringido todas as formas de divulgação da violência, seja através da mídia, em especial da televisão. E evitar a vulgarização através do exemplo de todas as pessoas que atuam na área pública, como a posição dos professores ou dos policiais.

Temos que saber observar o Estatuto da Criança e do Adolescente e deixar de relativizar a violência, a publicação ou exposição pública de imagens com violência. d) Assegurar que nas escolas privadas, confessionais, públicas, cooperativadas e as ligadas a muitas ONGs sejam desenvolvidas ações de educação visando a prevenção da violência, bem como assegurar a valorização do trabalho policial, avaliando a realização de palestras ou aulas inaugurais por policiais, seja na prevenção às drogas, violência contra as mulheres e as crianças e adolescentes, bem como à violência no trânsito, esta última com a participação de peritos criminais, pois são os policiais com a melhor formação na área. Esta questão merece uma reflexão por parte das emissoras de televisão. Programas infantis ou noticiários focando a violência, apresentados em horário em que as crianças estão a frente do televisor sejam isentos de violência. E deve haver uma profunda reflexão por parte de nossa sociedade, pois ela está doente e necessita urgentemente de ser curada, pois temos inúmeros programas infanto-juvenis que não apenas não trazem a violência como a desestimula, como é o caso do sucesso brasileiro chamado “Turma da Mônica”, Sítio do Picapau Amarelo, Menino Maluquinho, etc..

e) Assegurar ações coordenadas frente aos países produtores a erradicação do cultivo do Erythroxylum coca Lamarck (Ler estudo de Gerhard Erich Boehme “Como combater a violência através da erradicação do cultivo do Erythroxylum coca Lamarck”). Devemos exigir que entidade como o Ministério das Relações Exteriores e nossas Forças Armadas atuem exemplarmente em defesa dos interesses do Brasil e dos brasileiros e não de uma suposta ideologia que está tirando a vida dos brasileirinhos, assim como rechaçarmos qualquer tentativa de se subjugar o Brasil ao Foro San Pablo, entidade que dá força e sustentação a inúmeros grupos de narcotraficantes, como as FARC e sustentação política a presidentes que estimularam a produção da Erythroxylum coca Lamarck, como o “presidente” Juan Evo Morales Ayma que é o atual presidente da Bolívia e líder do movimento de esquerda boliviano cocalero. Acaso não nos damos conta de como o crack, merla, craconha, ziré e tantas outras drogas fazem parte do cotidiano de nossos jovens. f) Assegurar a ampla divulgação da Lei Maria da Penha, entender a dicotomia na qual ela está inserida e orientar a população em geral como agir nos casos em que se constate a violência doméstica e familiar contra a mulher. A Lei Lei 11.340/06 foi editada nos termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

g) Assegurar que os telefones e endereços eletrônicos de serviços de informações e denúncia dos órgãos de prevenção ao crime, bem como da polícia judiciária e do Ministério Público sejam amplamente divulgados e prestados com qualidade. De igual forma os contatos das corregedorias de polícia. h) Exigir que os CONSEG – Conselhos Comunitários de Segurança sejam certificados em conformidade com os requisitos da ABNT NBR ISO 9001:2008 e a eles incluir requisitos adicionas relativos ao combate da “privatização” das polícias militares, civis e técnico-científicas que ocorrem através de práticas nefastas como através: • da aceitação do fornecimento de privilégios especiais ou prestação de serviços não remunerados aos órgãos de polícia e seus integrantes, popularmente conhecidos como “passar o chapéu”, em detrimento da ética e dos valores morais; • da prestação de serviços de segurança através de empresas que contratam ou estimulam o bico de policiais, incluindo o uso de equipamentos, viaturas e armamentos dos órgãos de segurança ou de militares; • da criação de milícias; • do não entendimento de que cargos de comando e chefia sejam ocupados por critérios de competência e não sejam ocupados com base nos critérios de tempo de serviço ou de carreira, ou pior, por apadrinhamento ou nepotismo. • do não entendimento que as equipes policiais que atuam na linha de frente, de atendimento ao cidadão, tenham de fato os melhores recursos, e não retidos pelas chefias ou lideranças, como computadores, viaturas ou outros recursos, como que se os recursos fossem prêmios aos que ocupam cargos de comando ou direção.

i) Assegurar a universalização e alcance a todas as polícias técnico-científicas, federal e estaduais ao Programa Nacional de

Normalização e Metrologia Forense (PNNMF). De todas as ações desenvolvidas nos últimos tempos, a que merece destaque pela exemplaridade, foi a criação do Programa Nacional de Normalização e Metrologia Forense (PNNMF), isso sim nos leva em direção a possibilidade de ser desenvolvido um bom trabalho pericial, compatível com um serviço público de qualidade, adequado à justiça que tanto queremos no Brasil.

Mas mesmo ele, o Programa Nacional de Normalização e Metrologia Forense (PNNMF), carece da constância de propósitos e que alcance a todas as polícia técnico-científicas, o que não é uma característica de nossos políticos, ou melhor, dos brasileiros, assim dito no plural. j) Assegurar que todos os batalhões da polícia ou brigada militar sejam avaliados por entidades e critérios similares ao Prêmio Qualidade da Polícia Militar de São Paulo e que estas premiações sejam amplamente divulgadas e valorizadas pelos governos estaduais, com destaque às figuras dos governadores e dos secretários de segurança pública, bem como pela sociedade. k) Assegurar que sejam revisadas e atualizadas os Códigos de Processo Penal, o Código Penal e as Leis de Execução Penal e de Crimes Ambientais, entre outras, visando a atualização ao estado da arte, à celeridade e facilidade de utilização e interpretação.

l) Avaliar a possibilidade de ser criada junto ao Ministério da Fazenda a Polícia Fazendária, visando termos uma polícia especializada no combate à sonegação e que também auxilie as policias judiciárias em localidades onde esta não se fizer presente. m) Avaliar a possibilidade, face à Copa do Mundo de 2014, às Olimpíadas em 2016 e todo o potencial turístico de que o Brasil dispõe, de que sejam criadas equipes das polícias judiciárias federal e estaduais especializadas no trabalho com estrangeiros. Devemos abominar os chamados arautos do combate à violência É fundamental que os políticos não venham em busca da promoção pessoal, como “arautos do combate à violência”, com ações que se concentram nos efeitos, mas sim nas suas causas, na causa raiz ou causa fundamental. As ações devem ser pela valorização da prevenção e da justiça. Devemos rejeitar a “Cultura da Lombada”. Rejeitar os governos e políticas públicas que levam somente a um bom trabalho da polícia judiciária (Polícia Federal, Policia Civil e Polícia Técnica) quando esta está submetida às luzes dos holofotes e das câmaras e microfones da imprensa. Não devemos promover a desvalorização do serviço público Começa pela desvalorização dos principais servidores públicos, o educador e o policial, infelizmente a questão salarial torna-se questão política neste quadro distorcido que temos no Brasil. E pior, agora temos políticos que propositadamente buscam confundir, por conta de ideologias, as tarefas que cabem ao Estado, com as de governo, e o mais grave, as confundem com políticas de um partido e as estendem para a esfera privada.

O trabalho da polícia judiciária como um todo, da perícia em especial, que é uma função do Estado, da justiça, é desprestigiado pelos políticos, primeiro por ser uma questão do Estado e não de governo, segundo, porque decorre do fato dos políticos estarem a serviço de seus interesses e das demandas sociais que passam a ter interesse em atender, assegurando assim as futuras reeleições. Devemos entender que o “político brasileiro” não tem interesse na justiça, ainda mais na área criminal. Para eles a justiça é um entrave às suas ações, pois pensam e raciocinam em conceder privilégios, desconsideram que a justiça, incluindo a polícia judiciária é um bem público e seus serviços são serviços públicos. "Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado ao deficiente físico ou mental ." (Gerhard Erich Boehme) Quando mencionamos a justiça, vemos que o trabalho da polícia judiciária (Polícia Federal, Policia Civil e Polícia Técnica) se faz necessário, pois o cidadão não tem poder para executá-la, e mesmo que pudesse sairia muito caro, e mais ainda, não é desejável que o faça, pois não pode ser imparcial, como de fato são um perito, um juiz ou um delegado. Já muitos papéis da polícia preventiva, este podem ser executados pelo particular ou pela iniciativa privada, o que de fato ocorre, com as escoltas, empresas de vigilância, proteção de executivos e autoridades, etc..

Não devemos dar sustentação a políticos que acreditam serem eles a solução ou terem eles a solução O salário dos policiais, principalmente dos que integram a polícia judiciária, competem com os demais gastos públicos, aos quais se somam os demais gastos gerenciados pelo Governo. Quando fazemos as perguntas abaixo, elas logo nos remetem à reflexão, primeiro que o salário de um policial compete com a demagogia, pois desta decorrem as demandas sociais, ainda mais no Brasil, onde elegemos e sustentamos políticos demagogos, no sentido correto da palavra, os quais tem sempre uma queda especial para serem paternalistas. Políticos acreditam serem eles a solução ou terem eles a solução. Mas os recursos públicos, estes somente têm origem através dos impostos, ou de artifícios desonestos como o imposto inflacionário ou os juros.

Questões fundamentais a serem respondidas pela sociedade São elas as questões fundamentais:

1) Quais são as tarefas autênticas do Estado para que ele possa ser eficaz nos seus resultados?

2) Em que nível, federal, estadual ou municipal, devem ser realizadas?

3) Como controlar os gastos estatais e impedir que eles se expandam continuamente? Como assegurar a eficiência além da eficácia?

4) Como podemos organizar o estado de forma que a polícia judiciária seja efetivamente prestadora de bons serviços públicos, e as atribuições das guardas municipais, polícias militares ou brigadas militares, polícia rodoviárias federal e estaduais desenvolvidas em parceria e integradas com as inúmeras entidades que se dedicam à prevenção de crimes, incluindo as privadas?

5) Não caberia termos uma Agência de Segurança?

Político é aquele que consegue resolver os problemas do cidadão? Somente aqueles que desconsideram a realidade brasileira podem apresentar propostas que venham a transferir responsabilidades ao Estado, somando àquelas que são próprias do Estado, como a justiça, incluindo a polícia judiciária. É justamente o contrário que devemos propor, pois os políticos, que dependem do voto dos eleitores, vivem justamente do fato de se declararem necessários, em especial os de esquerda, pois suas propostas invadem de maneira assustadora o campo da ilusão, da promessa e das mentiras, do assistencialismo, da caridade com recursos públicos, etc...

Os políticos, assim dito no atacado, não têm interesse em defender o bem público e assegurar serviços públicos de qualidade, assim como na solução de problemas no âmbito das famílias, nos bairros através das iniciativas privadas dos cidadãos e de associações voluntárias, pois, se assim ocorresse, eles seriam supérfluos. Muito menos eles tem interesse nos problemas onde o poder coercitivo do Estado deve se fazer presente, como a justiça, a tributação, a obrigatoriedade quanto a educação e cumprimento da lei, etc.. Eles desejam ser "bonzinhos" e populares. Eles querem convencer os eleitores de que o político é aquele que consegue resolver os problemas do cidadão. E isso cria na mentalidade do brasileiro a figura centenária e republicana do "Salvador da Pátria". Eles têm o poder de decidir quem vai ser o beneficiário de certas políticas - e também quem vai ser a vítima. Eles detêm o poder de distribuir privilégios e de impor custos. Eles têm o poder de determinar o que constitui um problema, uma crise ou uma catástrofe que merece muita atenção - e o que pode ser descartado e esquecido. Para a maioria dos políticos, é fundamental que as pessoas sequer tentem solucionar os seus próprios problemas, deixando esta tarefa para eles. Para políticos, quanto mais afastado estiver da liberdade e mais próximo do entendimento de que o Estado é solução para tudo, o Estado e o governo são os meios preferidos de solucionar problemas. Eles sugerem aos eleitores que a solução vinda do Estado custa menos do que a solução gerada pela própria iniciativa, quando aplicável. Eles acreditam que bens e serviços públicos seja tudo que possa ser desempenhado, não pelo Estado, mas pelo Governo.

Para os políticos o Governo é capaz de solucionar todos os problemas e de dar fim a qualquer tipo de crise e catástrofe. E quando não o faz, as justificativas estão prontas, sabem achar logo um culpado, quando não criticam o governo anterior ou os políticos de oposição. Devemos exigir bens e serviços públicos de qualidade Concluindo, quanto mais demandas sociais transferirmos para o Governo, para os políticos de plantão, mais o Estado deixa de contar com os bens públicos e a sociedade deixa de contar com serviços públicos de qualidade, que requerem que os servidores contem com recursos necessários disponíveis e serem muito bem remunerados. E não se limita a isso, que sejam também bem preparados e competentes - com base na educação, formação profissional, habilidade e experiências necessárias e apropriadas. Em resumo, políticos têm o poder de decidir quem vai ser o beneficiário de certas políticas - e também quem vai ser a vítima, e esta deve ser a razão pela qual a polícia judiciária (Polícia Federal, Policia Civil e Polícia Técnica) deve ser uma função do Estado e não de governo, razão pela qual não devem estar subordinadas aos políticos de plantão. O caso da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro/RJ, é um caso que se soma a outras tragédias mundiais, é coloca o Brasil também neste triste quadro.

Agora poderemos fazer uma sinopse e acrescentar o caso brasileiro a esta triste relação, a qual teve início na cidade americana de Columbine hoje referência e quase sinônimo de assassinatos em massa de estudantes, em razão do longa-metragem “Tiros em Columbine” (“Bowling for Columbine”), que rendeu ao diretor Michael Moore o Oscar de melhor documentário em 2002. A tragédia no Estado norte-americano do Colorado, ocorrida em 20 de abril de 1999, não foi, contudo, a maior do gênero no mundo e nem mesmo nos Estados Unidos. A seguir uma relação dos maiores e mais marcantes massacres de jovens na história: Beslan, Rússia – 2004 (330 mortos) O maior massacre mundial em escolas não foi praticado por jovens ou ex-alunos, mas por guerrilheiros que lutam pela independência da Chechênia, hoje pertencente à Federação Russa. Em 1º de setembro de 2004, um grupo de terroristas islâmicos tchetchenos e árabes invadiu uma escola na cidade de Beslan, na Rússia, e fez mais de 1000 reféns – entre pais, estudantes e funcionários da escola. No terceiro dia do sequestro, uma granada presa com fita adesiva no teto da escola caiu, matando cerca de 330 pessoas, em sua maioria crianças. Entre as exigências feitas pelos invasores estavam a retirada das tropas russas da Chechênia e o reconhecimento da independência desta república do Cáucaso. Bath School, EUA – 1927 (46 mortos) O maior massacre em escolas na história dos Estados Unidos custou as vidas de 38 crianças, dois professores e quatro adultos em Bath Township, no Estado de Michigan. O assassino A.K., de 55 anos, invadiu a escola no dia 18 de maio de 1927. Membro do conselho escolar, ele atirou três bombas na Bath School e detonou uma junta ao próprio corpo. Antes disso, matou sua mulher e incendiou sua fazenda.

Virginia Tech, EUA – 2007 (34 mortos) Em 17 de abril de 2007, C.S, de 23 anos, invadiu o campus do Instituto Politécnico de Virginia, nos Estados Unidos, e matou 33 pessoas – em sua maioria, estudantes que estavam nos dormitórios e nas salas de aula. Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas. Sul-coreano e estudante do último ano de Letras no Virginia Tech, o atirador se suicidou após o massacre. Dunblane, Reino Unido – 1996 (18 mortos) A invasão de uma escola primária em Dunblane, na Escócia, deixou 16 crianças e um adulto mortos. O atirador T.H., de 43 anos, disparou diversas vezes sem direção, em um ataque que durou apenas três minutos, em 13 de março de 1996. T.H., que estava munido de quatro armas, cometeu suicídio. Os motivos são desconhecidos até hoje. Erfurt, Alemanha – 2002 (17 mortos) O jovem R.S., de 19 anos, invadiu em 26 de abril de 2002 o Colégio Gutenberg, na cidade de Erfurt, Alemanha, matando 16 pessoas. As vítimas fatais incluem 13 colegas de classe, dois estudantes e um policial. Quando chegou ao campus da escola, R.S. foi direto aos lavatórios, onde vestiu roupas de ninja. Depois dos assassinatos, cometeu suicídio. Mais sete pessoas ficaram feridas na tragédia. Winnenden, Alemanha – 2009 (16 mortos) A cidade de Winnenden, na Alemanha, foi cenário de um massacre que deixou 15 mortos, na manhã de 11 de março de 2009. T.K., de 17 anos, invadiu a escola secundária de Albertville, onde havia se formado no ano anterior. O adolescente havia pego a arma – uma pistola semi-automática – no quarto dos pais. Com a chegada dos policiais na escola, o jovem abriu fogo e conseguiu fugir, matando o zelador de uma instituição psiquiátrica. T.K. roubou um carro, com o qual se dirigiu à cidade de Wendlingen, invadiu uma concessionária de automóveis e depois se matou com um tiro na cabeça.

Austin, Texas – 1966 (16 mortos) Em 1º de agosto de 1966, depois de matar a mulher e a mãe, C.W., 25, invadiu um posto de vigilância na Universidade do Texas, assassinou três pessoas no local e passou a disparar de uma torre de observação, no 29º andar de um prédio. Acionou o gatilho durante 96 minutos, matando mais dez e ferindo outras 31, antes de ser silenciado por um franco atirador da polícia. O matador, que fora aluno da universidade, tinha problemas na família e suspeitava-se de que já havia sofrido abusos físicos e psicológicos. Columbine, EUA – 1999 (15 mortos) Os adolescentes E.H. e D.K., estudantes do colégio Columbine High School, no Estado do Colorado, nos Estados Unidos, mataram 12 alunos e um professor em 20 de abril de 1999. A tragédia ficou amplamente conhecida como o “massacre de Columbine” e despertou o debate sobre a facilidade de se adquirir armas no país. Os dois jovens se suicidaram. O grande erro em muitos desses casos e é o caso do Brasil agora, é a notoriedade que se está dando à figura do assassino, que no meu entender deveria quando muito ter as iniciais de seu nome apresentadas, nada mais que isso. A razão é que temos milhares de pessoas, jovens em especial, que estão entrando no chamado “parafuso” social, por uma infinidade de razões, como o bullying, perdem valores, principalmente os judaico-cristãos, como a solidariedade e passam a desconsiderar a importância de suas próprias vidas, e para isso encontram justificativa para a conquista da notoriedade, mesmo com a possibilidade de tirarem a própria vida. Em resumo, algumas recomendações são importantes para que possamos entender que a violência tem como causa fatores que começam com nós mesmos, quando deixamos nossos filhos assistirem noticiários ou programas infantis que estimulam a violência, assim como jogos ou a literatura que se afasta de valores e princípios éticos.

Somos responsáveis pela violência quando damos sustentação a políticos que promovem a mais perniciosa das discriminações, a discriminação espacial, quando confundimos o papel que as polícias devem ter dentro da sociedade. Os pais em especial quando não assumem de fato uma paternidade e maternidade responsável e não a valorizam dentro da sociedade. (1) Falácia - é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso. Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional, íntima, psicológica ou emotiva, mas não validade lógica. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia. (2) PIB - Produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região. Na contagem do PIB, considera-se apenas bens e serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo de intermediário (insumos). Isso é feito com o intuito de evitar o problema da dupla contagem, quando valores gerados na cadeia de produção aparecem contados duas vezes na soma do PIB.

(3) Princípio da subsidiariedade – O princípio de subsidiariedade é um princípio fundamental da filosofia social, segundo o qual toda a atividade deve ter por objetivo ajudar a favorecer a autonomia e realização responsável dos indivíduos. Este princípio que se baseia em privilegiar a individualidade e a responsabilidade do cidadão, é o princípio que observa o que pode ser feito pelos indivíduos não deve ser feito pelo Estado, e as atribuições do governo devem ser dadas à menor instância possível. Isto é, só é tarefa do governo federal aquilo que os estados não podem fazer. E só é tarefa dos estados aquilo que os municípios não puderem desempenhar. Aos municípios cabe somente o que a comunidade não possa realizar e estas o que as famílias não possam realizar. E por fim à família o que o cidadão não possa realizar. A adoção do princípio da subsidiariedade garante o máximo de descentralização administrativa. Os municípios se transformam na principal instância dos gastos estatais. E o eleitor ganha a possibilidade de votar também com o pé, ou seja, mudando-se do município que não oferecer serviços de qualidade compatível com sua carga tributária. Em termos econômicos a adoção do princípio da subsidiariedade implicaria limitar ao máximo as transferências orçamentárias entre o governo federal, os estados e os municípios. A exceção ficaria por conta das transferências do governo federal necessárias para equalizar as possibilidades das instâncias menores de governo nas áreas de educação e saúde. Não seriam feitas transferências para financiar projetos de políticos locais. As transferências do governo federal ficariam limitadas a programas que potencialmente pudessem beneficiar qualquer cidadão, impedindo o governo federal de transferir renda para grupos de interesse específicos. Acabariam os subsídios e as renúncias fiscais que beneficiam setores que não precisam delas e retiram recursos das áreas essenciais. Por exemplo, as renúncias fiscais de IPI e de imposto de importação representam hoje somas vultuosas.

Só o fim dessas renúncias teria representado cerca de um terço do programa de ajuste fiscal, que foi todo realizado em cima do aumento de impostos. A questão é que quando entendemos e respeitamos este princípio, passamos a entender que antes de tudo é fundamental não aceitar a injustiça, como quando alguém ou um grupo de pessoas tem por objetivo subtrair do indivíduo o que ele pode realizar a partir de sua própria iniciativa e capacidade, para o confiar a uma outra pessoa ou a um grupo. Começa na família quando os pais impedem que seus filhos tenham a autonomia com responsabilidade, ou criam situações para limitar o seu desenvolvimento e sua independência. Assim também é injusto conferir a autoridade e responsabilidade para a municipalidade, quando uma comunidade ou freguesia pode realizar e decidir por si. O mesmo vale quando passamos para uma província o que poderia ser realizado e decidido com autonomia pelos burgos ou pela municipalidade. Ou quando transferimos o poder a um reino ou país quando seus desígnios são próprios das províncias ou estados. É uma injustiça, um grave dano e perturbação da boa ordem social. O fim natural da sociedade e da sua ação é subsidiar os seus membros, não destruí-los nem absorvê-los através de políticas demagógicas e paternalistas ou atribuindo ao Estado deveres e direitos que cabem ao indivíduo e à sociedade de forma livre empreender. E muito menos subjugá-los como o fazem os regimes submetidos às ideologias de esquerda, direita e os totalitários. E muito menos dar ao cidadão total liberdade como pregam os anarquistas, que não se submetem ao poder da lei, do Estado de Direito, aos princípios democráticos e até mesmo a responsabilidade individual.

A ordem social será tanto mais sólida, quanto mais tiver em conta este fato e não contrapuser o interesse pessoal ao da sociedade no seu todo, mas procurar modos para a sua coordenação, de forma que seja eficaz e produtiva. Se observarmos atentamente a história da humanidade, sempre onde o interesse individual é violentamente suprimido, acaba substituído por um pesado sistema de controle burocrático, que esteriliza as fontes da iniciativa e criatividade. Assim foi com as monarquias absolutistas, assim foi com os países que se submeteram ao socialismo, seja ele o internacional ou o nacional-socialismo, ao comunismo, ou mesmo a regimes totalitários, muitas vezes denominados erroneamente de direita. Se olharmos estes dois grupos, os quais possuem sobreposições, vemos como fundamental primeiro acreditar em si, desenvolver o seu potencial. É a forma inteligente de mudar o mundo, começando ao que está ao nosso alcance e não transferindo poder a políticos ou líderes demagogos, paternalistas, populistas ou clientelistas, este caracterizados pelo seu capitalismo de comparsas ou socialismo de privilegiados. Estes preocupados em formar uma base para a oclocracia e não para a democracia, que inclui a alternância do poder. Já o disse o Dr. Martin Luther, no início da Reforma, e o mesmo foi dito por Karol Józef Wojtyła - Johannes Paulus II, que foi por nós conhecido como Papa João Paulo II. Luther mencionou que o exemplo do cristão deve começar por ele mesmo, colocando os assuntos terrenos em primeiro plano sob sua responsabilidade, depois da família e viver em comunidade. Lançou o desafio que hoje é próprio dos luteranos: Cada cristão deve viver sua comunidade, em cada comunidade edificar uma igreja e ao lado desta uma escola.

Já Wojtyła nos alertou, quando empenhado em por fim aos regimes opressores, que a exemplo do que ocorreu em seu país, com seu povo, que passou pelo jugo e divisão imposta pelos nacional-socialistas, perdeu partes de seu território e ganhou outras no final da Segunda Grande Guerra, passando depois da destruição imposta pelos nacional-socialistas, por mais de cinquenta anos sob o jugo dos internacional-socialistas. Wojtyła soube viver seu tempo, deixou seu legado como Papa, mas de minha parte, como luterano, reconhece nele seus valores, soube aproximar as igrejas, e soube ser um grande líder espiritual e moral que trabalhou incansavelmente pela paz e pela justiça social, viajando mundo afora em prol da unidade da igreja e do compromisso da fé. Como professor, foi docente de Ética na Universidade Jaguelónica e posteriormente na Universidade Católica de Lublin. E merece ser destacada a sua passagem por esta cidade, pelo seu significado na história, Desde a segunda a metade do século XVI, movimentos da Reforma surgiram em Lublin, e uma grande congregação de irmãos poloneses esteve presente na cidade. Uma das mais importantes comunidades judaicas da Polônia também se estabeleceu em Lublin neste período. Ela continuou sendo uma parte vital da vida da cidade até quando deixou de existir durante o holocausto (Shoah) promovido pelos nacional-socialistas (nazistas). Ele nos deixou o alerta, sobre o qual devemos refletir, principalmente quando lhes trago a reflexão à importância da observação do princípio da subsidiariedade: “Quando os homens julgam possuir o segredo de uma organização social perfeita que torne o mal impossível, consideram também poder usar todos os meios, inclusive a violência e a mentira, para a realizar”. Infelizmente isso nos remete para América Latina da atualidade, ao Brasil em especial.

(4) The term training refers to the acquisition of knowledge, skills, and competencies as a result of the teaching of vocational or practical skills and knowledge that relate to specific useful competencies. It forms the core of apprenticeships and provides the backbone of content at institutes of technology (also known as technical colleges or polytechnics). In addition to the basic training required for a trade, occupation or profession, observers of the labor-market[who?] recognize today[update] the need to continue training beyond initial qualifications: to maintain, upgrade and update skills throughout working life. People within many professions and occupations may refer to this sort of training as professional development. (5) Universidade Corporativa Universidade corporativa é um conceito de boas práticas de gestão que surgiu nos Estados Unidos da América, em 1995, quando a General Eletric criou a Cotronville. No Brasil este conceito foi introduzido no início dos anos 90, quando tivemos a partir do IPEA e do Governo Federal uma revolução no campo da qualidade, com o PBQP, a adoção da ISO 9001, a subsequente criação do PNQ e do PQGF, etc.. Foi quando se assistiu a um aumento considerável destes novos espaços de formação. Outro componente que contribuiu para o rápido crescimento das universidades corporativas é a necessidade de contínua formação, como consequência das vertiginosas mudanças no mundo do trabalho, em razão dos avanços tecnológicos permanentes e do processo de globalização da economia. As universidades corporativas surgem como solução para o alinhamento das iniciativas de formação com a estratégia da organização e de criação de vantagem competitiva, com a constância de propósitos e busca contínua da inovação.

Mas justamente na esfera do 1º Setor são encontradas muitas resistências, a começar pela manutenção da inércia, onde a competência é relegada a um segundo plano, a indicação para cargos de liderança ou se dá por critérios de carreira, de antiguidade, e o pior é o político ou o apadrinhamento, onde impera a subserviência e não a competência. Hoje muito conhecido também devido ingerências políticas, sendo mais característicos nos últimos anos o nePTismo e a emPTização. Desconsidera-se que o mundo vem passando por constantes e significativas transformações que colocam não apenas as empresas, mas todas as instituições, diante da necessidade de se adaptarem a um novo ambiente bastante competitivo, veloz e permeado por incertezas. O grande desenvolvimento tecnológico observado e vivido por todos nas últimas décadas contribuiu para essa mudança. É o caso das forças Armadas que milenarmente sempre foram e continuam sendo uma das principais pontas de lança do desenvolvimento científico e tecnológico, principalmente quanto a sustentabilidade, o que inclui também o Brasil, basta ver o avanço de nossa marinha durante o império ou a Força Aérea Brasileira nos anos 70-90, com a criação de um verdadeiro pólo de desenvolvimento, hoje entre um dos mais significativos contribuídores com a balança comercial, como é o caso da EMBRAER, cm produtos com alto valor agregado, que de fato geram riqueza, emprego e renda frente aos commodities, que são concentradores de renda. Diante disto, as entidades não apenas se veem obrigadas a alterar sua forma de atuação para responder ao mercado, mas isso inclui todos os setores da economia, em especial o 1º Setor, para que este possa disponibilizar ao cidadão excelentes serviços e bens públicos e para isso é fundamental o crescente investimento das instituições na formação de seus profissionais, que tem um enfoque estratégico e amplo, oferecendo a compreensão do contexto no qual a instituição está inserida.

Neste sentido, surgem as universidades corporativas como complemento estratégico de gestão, de formação, de aprendizado e desenvolvimento dos profissionais. Uma vez que todas as intituições necessitarem que as pessoas aprendam mais rápido, acompanhando a velocidade da geração de conhecimento do mundo atual, elas vêm com a missão de alinhar as iniciativas de formação com a estratégia da organização, considerando a cultura organizacional, o contexto organizacional no setor da economia em que atua e as competências essenciais. Para a Prof. Drª. Marisa Eboli - FEA/USP a crença de que as competências, habilidades e o conhecimento formam a base de vantagem competitiva reforça a necessidade de intensificar o desenvolvimento dos funcionários nesses âmbitos e justifica, portanto, a existência da universidade corporativa. Na verdade, as universidades corporativas personificam a filosofia de formação e educação, assim como a criação das habilidades necessárias, cuja meta é oferecer, a todos os que nela trabalham, o conhecimento e as competências necessárias para que os objetivos estratégicos sejam alcançados e assim as entidades possam cumprir suas missão. Elas também percorrem o processo de seleção de parceiros de aprendizagem, que envolvem profissionais de treinamento, consultores e instituições de educação superior. Neste contexto o desafio do ensino superior será o do reconhecimento de sua pertinência, segundo a UNESCO (1999), tendo em vista a rapidez e a amplitude das mutações em curso e os desdobramentos esperados, tanto em âmbito mundial como no âmbito de cada sociedade. A sociedade está se tornando cada vez mais cognitiva e dependente, portanto, da qualidade do ensino superior e de sua abertura internacional.

De acordo com a UNESCO (1999), a sociedade do século XXI será uma sociedade da comunicação. A chegada dessa sociedade provoca inúmeras conseqüências no mundo do trabalho: a tomada de decisão afasta-se cada vez mais dos lugares de produção e pode se fazer, em tempo real, a milhares de quilômetros de distância; o dinheiro circula não mais em espécie nem em papel, mais virtualmente; as contabilidades tornam-se cada vez mais deslocadas; os lugares de produção, de distribuição e de pesquisa estão cada vez mais separados espacialmente, mais interligados em rede, graças às novas tecnologias.