(página deixada propositadamente em branco) · borreguero zuloaga, paloma pernas izquierdo e...

147
A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso. Marcadores discursivos e(m) tradução Autor(es): Loureiro, Ana Paula (coord.); Carapinha, Conceição (coord.); Plag, Cornelia (coord.) Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra URL persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/43261 DOI: DOI:https://doi.org/10.14195/978-989-26-1446-5 Accessed : 7-Feb-2021 08:58:13 digitalis.uc.pt pombalina.uc.pt

Upload: others

Post on 01-Oct-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis,

UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e

Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.

Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de

acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s)

documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença.

Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s)

título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do

respetivo autor ou editor da obra.

Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito

de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste

documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por

este aviso.

Marcadores discursivos e(m) tradução

Autor(es): Loureiro, Ana Paula (coord.); Carapinha, Conceição (coord.); Plag,Cornelia (coord.)

Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra

URLpersistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/43261

DOI: DOI:https://doi.org/10.14195/978-989-26-1446-5

Accessed : 7-Feb-2021 08:58:13

digitalis.uc.ptpombalina.uc.pt

Page 2: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

Série Investigação

Imprensa da Universidade de Coimbra

Coimbra University Press

2017

Este volume reúne, entre outros, os trabalhos apresentados no 1.º e no 2.º

Colóquios MarDisT (MarDisT e MarDisT 2), que tiveram lugar na Faculdade de

Letras da Universidade de Coimbra em 2015 e 2016, com a participação de

especialistas internacionais na área.

Os trabalhos aqui compilados abarcam diferentes línguas, diferentes perspeti-

vas teóricas, diferentes géneros textuais, problemas de tradução, e problemas

de aprendizagem de L2/LE, tendo como denominador comum os marcadores

discursivos.

Esperamos que a diversidade de reflexões venha a suscitar o interesse na área

e a incentivar novas pesquisas.

9789892

614458

ANA PAULA LOUREIROCONCEIÇÃO CARAPINHACORNELIA PLAG(COORDS.)

Ana Paula de Oliveira Loureiro é Professora Auxiliar da Faculdade de Letras

da Universidade de Coimbra. Exerce a sua atividade docente e de investigação

na área da Linguística Portuguesa. É investigadora do CELGA-ILTEC (Centro

de Investigação da FCT).

Maria da Conceição Carapinha Rodrigues é Professora Auxiliar da Faculda-

de de Letras da Universidade de Coimbra. Exerce a sua atividade docente e de

investigação na área da Linguística Portuguesa. É investigadora do CELGA-ILTEC

(Centro de Investigação da FCT), sendo as suas principais áreas de pesquisa a

Linguística Jurídica, domínio de investigação em que desenvolveu a sua tese de

doutoramento, a Pragmática, a Análise do Discurso, a Linguística Textual e ainda

a Tradução.

Cornelia Plag é Professora Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade

de Coimbra. Exerce a sua atividade docente e de investigação nas áreas da

Tradução e dos Estudos de Tradução. É investigadora do CELGA-ILTEC (Centro

de Investigação da FCT), sendo a sua principal área de pesquisa a Tradução

Jurídica e áreas conexas.

AN

A PA

ULA

LOU

REIROC

ON

CEIÇ

ÃO

CA

RAPIN

HA

CO

RNELIA

PLAG

(CO

ORD

S.)M

ARC

AD

ORES D

ISCU

RSIVO

S E(M) TRA

DU

ÇÃ

O

IMPRENSA DAUNIVERSIDADE DE COIMBRACOIMBRA UNIVERSITYPRESS

MARCADORES DISCURSIVOS E(M) TRADUÇÃO

Obra publicada com a Coordenação Científica

Page 3: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

(Página deixada propositadamente em branco)

Page 4: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se
Page 5: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

edição

Imprensa da Univers idade de CoimbraEmail: [email protected]

URL: http//www.uc.pt/imprensa_ucVendas online: http://livrariadaimprensa.uc.pt

coordenação editorial

Imprensa da Univers idade de Coimbra

conceção gráfica

Imprensa da Univers idade de Coimbra

infografia

PMP

infografia da capa

Mickael Silva

execução gráfica

www.artipol.net

iSBn

978-989-26-1445-8

iSBn digital

978-989-26-1446-5

doi

https://doi.org/10.14195/978-989-26-1446-5

oBra puBlicada com o apoio de

POCI-01-0145-FEDER-006986

© SetemBro 2017, imprenSa da univerSidade de coimBra

Page 6: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

ANA PAULA LOUREIROCONCEIÇÃO CARAPINHACORNELIA PLAG(COORDS.)

IMPRENSA DAUNIVERSIDADE DE COIMBRACOIMBRA UNIVERSITYPRESS

MARCADORES DISCURSIVOS E(M) TRADUÇÃO

Page 7: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

(Página deixada propositadamente em branco)

Page 8: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

S u m á r i o

Nota prévia ..............................................................................................7

Apresentação ..........................................................................................11

Metadiscursive functions and discourse markers in L2 Italian

Margarita Borreguero Zuloaga,Paloma Pernas Izquierdo,

Eugenio Gillani ......................................................................................15

Los marcadores discursivos y otros mecanismos de enlace

de oraciones en el discurso

María Victoria Pavón Lucero .................................................................59

Cuestiones retórico-traductológicas de los marcadores del discurso

(y de su ausencia), ejemplificadas en la traducción española

de Atemschaukel (Herta Müller).

Alberto Gil ............................................................................................75

O marcador discursivo ‘sim’ em Português Europeu Contemporâneo:

contributos para a sua tradução em Inglês

Sara Sousa ............................................................................................91

Traduções alemãs do marcador ‘aliás’ – uma análise

do corpus Europarl

Cornelia Plag, Ana Paula Loureiro, Conceição Carapinha ..................105

Índice remissivo ................................................................................... 135

Page 9: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

(Página deixada propositadamente em branco)

Page 10: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

n o ta p r é v i a

Este primeiro volume, intitulado Marcadores Discursivos e(m)

Tradução (MarDisT), reúne, entre outros, os trabalhos apresenta-

dos no 1.º e no 2.º Colóquios MarDisT (MarDisT e MarDisT 2), que

tiveram lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,

nos dias 20 de novembro de 2015 e 18 de novembro de 2016, e que

reuniram diversos especialistas na área.

A sua edição tem os seguintes objetivos: (i) difundir o projeto

homónimo e assinalar a sua forte dimensão internacional, cons-

truída ora, naturalmente, na própria definição da área de trabalho,

ora através da rede de relações e contactos que vai instituindo; (ii)

constituir um espaço de divulgação dos trabalhos desenvolvidos no

âmbito do projeto.

Sediado no centro de investigação CELGA-ILTEC e integrado na

linha de investigação Bridging Communities (http://celga.iltec.pt/

projects/mardist.html), o Projeto MarDisT foi pensado para propor-

cionar um espaço de discussão e partilha de ideias no âmbito de

uma área interdisciplinar escassamente trabalhada e com aplicação

prática evidente: a abordagem dos marcadores discursivos em con-

texto de tradução. Apesar da rica produção de estudos com enfoque

nos marcadores discursivos, a relevância destes elementos na e para

a tradução não tem merecido a devida atenção. Estes itens linguísti-

cos invariáveis – que desempenham funções diversas, embora quase

sempre de natureza discursivo-pragmática, revelam-se especialmente

recalcitrantes a uma tradução padronizada. Constituindo elementos

Page 11: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

8

coesivos importantes, a sua tradução exige cuidado redobrado, tendo

em conta a sua polifuncionalidade e a sua extrema sensibilidade às

variações co- e contextuais. Aliás, este seu estatuto fuzzy dificulta,

como se sabe, o seu tratamento lexicográfico, pelo que, não raro, os

dicionários ficam aquém das necessidades dos tradutores/intérpretes.

Foi na confluência de todas estas questões que o projeto MarDisT

nasceu, com o objetivo de analisar/investigar o comportamento dos

marcadores discursivos no âmbito da Tradução/Interpretação e de

propor os trabalhos iniciais que, mais tarde, conduzam à elaboração,

online, de um dicionário contrastivo de marcadores discursivos que

possa tornar-se uma ferramenta útil para tradutores e intérpretes.

Concomitantemente, deseja-se, a longo prazo, que este dicionário

possa vir a ser permanentemente atualizado, considerando não ape-

nas a dinâmica das línguas, mas também recebendo o feedback

permanente dos próprios profissionais da tradução, assim instados

a colaborar, ainda que indiretamente, no projeto. Pretende-se, desta

forma, que este espaço constitua, a montante, uma forma de intera-

ção entre investigadores oriundos de vários quadros teóricos, bem

como de diferentes países, e se constitua, a jusante, como elo de

ligação com/entre os reais utilizadores do dicionário, ligando assim

a investigação académica à vida prática.

Em simultâneo, houve o cuidado de envolver os estudantes de

Mestrado e de Doutoramento no Projeto, concretizando-se assim a

vertente formativa que esteve também presente na sua génese; com

efeito, e por um lado, é desejável que o domínio da investigação

se articule com o contexto profissional futuro dos formandos; por

outro lado, é importante que este Projeto de investigação, levado a

cabo no âmbito de um Centro de Investigação, mobilize os alunos da

pós-graduação logo desde as fases iniciais, de modo a gerar massa

crítica e trabalhos na área que potenciem maior conhecimento, que

tragam resultados originais e de qualidade, suscetíveis de divulgação

em encontros internacionais.

Page 12: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

9

Uma palavra de reconhecimento deve ser dirigida aos membros da

Comissão Científica deste volume, a quem agradecemos os pareceres

emitidos e o valioso contributo que deram, com os seus comentários

e sugestões, à versão final desta obra.

Estamos também muito gratas à Tânia Santos Ferreira, por todo

o trabalho realizado.

Gostaríamos ainda de endereçar um especial agradecimento à

Imprensa da Universidade de Coimbra, que tornou possível a edição

desta obra.

Coimbra, maio de 2017

Cornelia Plag

Ana Paula Loureiro

Conceição Carapinha

Page 13: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

(Página deixada propositadamente em branco)

Page 14: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

a p r e S e n taç ão

Os trabalhos aqui compilados congregam autores diversos que

apresentam perspetivas diferentes aplicadas ao mesmo objeto de

estudo – os marcadores discursivos. Embora o tópico constitua um

elemento agregador, os estudos apresentados revelam reflexões dis-

tintas que, esperamos, venham a suscitar o interesse na área e a

incentivar novas pesquisas.

Através de uma abordagem onomasiológica, Margarita

Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani

analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-

se markers in L2 Italian”, a aquisição de marcadores discursivos na

aprendizagem de línguas estrangeiras. O artigo debruça-se sobre

as funções discursivas ativadas pelos falantes nativos de espanhol

(de três níveis distintos) na aprendizagem de italiano como L2 e

na forma como essas funções discursivas são, ou não, verbalizadas

através de MD. A análise procura ainda descobrir quais os MD

preferencialmente usados por estes aprendentes no processo de

aquisição de italiano. A partir de um corpus constituído por 36 con-

versações, ocorridas entre aprendentes, e entre aprendentes e um

professor nativo, o estudo ilustra as divergências e as convergências

entre nativos e não nativos relativamente ao uso de MD. Os autores

argumentam que esta perspetiva onomasiológica oferece uma pano-

râmica dos diferentes estádios no processo de aquisição de MDs e

permite ainda perceber quais as funções discursivas adequadamente

Page 15: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

12

adquiridas, bem como aquelas cuja aquisição é difícil em qualquer

um dos níveis de aprendizagem.

María Victoria Pavón Lucero, num texto intitulado “Los mar-

cadores discursivos y otros mecanismos de enlace de oraciones en

el discurso”, propõe-nos uma reflexão em torno da delimitação do

conceito de marcador discursivo, tendo em conta o que o distingue

de outros conjuntos de mecanismos que operam na articulação de

orações para formar discurso. Situando o seu estudo «a medio camino

entre la sintaxis de la oración y el análisis del discurso» e colocando

a tónica na questão dos limites entre estes dois planos de análise,

Pavón Lucero compara, com base em exemplos concretos, o com-

portamento dos marcadores discursivos, tradicionalmente definidos

a partir de critérios textuais, com o comportamento de elementos

de coordenação e subordinação, aos quais se atribui tipicamente um

papel no âmbito da sintaxe da oração.

No texto intitulado “Cuestiones retórico-traductológicas de los

marcadores del discurso (y de su ausencia), ejemplificadas en la

traducción española de Atemschaukel (Herta Müller)”, Alberto Gil

Arroyo aborda o papel dos MD no texto literário e a dificuldade

em traduzi-los noutra língua, argumentando que é difícil manter

os matizes estilísticos do texto original. Discutindo a relação entre

hermenêutica e criatividade, o autor equaciona o papel do tradutor

na tradução do texto literário e examina a complementaridade entre

o processo tradutivo e o interpretativo. A obra alemã Atemschaukel,

dotada de uma especial dimensão poética, e a sua tradução em lín-

gua espanhola constituem objeto de análise do autor e permitem-lhe

procurar as soluções tradutivas encontradas para os MD presentes

na obra original. A análise efetuada permitiu constatar não apenas

a diversidade dos recursos adotados, mas sobretudo comprovar os

desequilíbrios poéticos gerados por algumas dessas opções.

Page 16: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

13

O marcador discursivo ‘sim’ constitui o objeto de análise do texto

de Sara Sousa. No texto “O marcador discursivo ‘sim’ em Português

Europeu Contemporâneo: contributos para a sua tradução em inglês”,

a autora carateriza ‘sim’ como marcador de valor refutativo-retificati-

vo e assinala a importância da manutenção deste valor no processo

de tradução, ao mesmo tempo que constata a inexistência de um

equivalente direto em língua inglesa. A análise de enunciados ex-

traídos do corpus Europarl, bem como das respetivas traduções para

aquela língua, dá conta das dificuldades dos tradutores em traduzir

o marcador, das estruturas preferenciais a que recorrem para manter

o seu valor e dos desvios gerados que parecem decorrer, segundo

a autora, das condições de trabalho dos profissionais da tradução

no Parlamento Europeu, isto é, das constrições que enformam a

tradução simultânea.

O último texto desta coletânea, intitulado “Traduções alemãs

do marcador ‘aliás’– uma análise do corpus Europarl”, da autoria

de Cornelia Plag, Ana Paula Loureiro e Conceição Carapinha,

apresenta uma caraterização dos diferentes valores de ‘aliás’ em

português europeu contemporâneo. As autoras argumentam que

essas funções podem atuar no plano do ‘dizer’, através da operação

de reformulação-retificação, mas também no plano do ‘dito’, através

da operação de adição de informação, e constatam que os valores

do marcador surgem frequentemente amalgamados. A análise de um

corpus alargado, constituído por traduções realizadas no Parlamento

Europeu, permite evidenciar os possíveis equivalentes alemães da

partícula, ao mesmo tempo que comprova a dificuldade/a impos-

sibilidade de encontrar, na língua de chegada, uma expressão que

combine o cluster de valores que ‘aliás’ pode ter em português.

Page 17: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

(Página deixada propositadamente em branco)

Page 18: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

m e ta d i S c u r S i v e f u n c t i o n S a n d d i S c o u r S e m a r k e r S i n l2 i ta l i a n

Margarita Borreguero Zuloaga

(Universidad Complutense de Madrid)

[email protected]

Paloma Pernas Izquierdo

(Escuela Oficial de Idiomas – Segovia)

[email protected]

Eugenio Gillani

(Escuela Oficial de Idiomas – Alcalá de Henares)

[email protected]

Abstract: The onomasiological approach (from function to form) to the

study of the acquisition of discourse markers in L2 proposed here takes

discursive functions as a starting point and analyses which strategies are

employed by the learners to convey those functions. In this paper this

theoretical approach is briefly presented and illustrated with some meta-

discursive functions found in a corpus of Spanish speakers of L2 Italian

and a corpus of L1 Italian speakers. Its main advantage is that it offers

a complex picture of the acquisitional process that goes beyond lexical

acquisition of these units and allows for a global understanding of the

dynamics of learner varieties.

Key words: Discourse markers, L2 acquisition, metadiscursive functions,

onomasiological approach, code-switching.

DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-1446-5_1

Page 19: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

16

1. Discourse markers in Romance Second Language Acquisition:

previous research

Although research on the presence and role of discourse markers

(DM) in Second Language Acquisition, and particularly in the case of

Romance Languages, does not go back more than 20 years there are

already some well-established facts upon which most researchers agree.

What has been observed to date is that DMs appear from the first sta-

ges of language acquisition (Andorno 2007, 2008; Bardel 2002, 2003;

Bini & Pernas 2007; Diao-Klaeger & Thoerle 2013) and their number

rises throughout the acquisitional process (Guil 2015, Pauletto & Bardel

2015 for L2 Italian; Pascual Escagedo 2015 for L2 Spanish; Hancock &

Sanell 2010 for French). The first DM to emerge in the interlanguage

are those phonetically similar to the ones in the L1 and those phone-

tically ‘light’ (one syllable or maximum two syllables) such as Italian

sì, no, ok, bene, ma, French oui, non, si, bien, alors, Spanish sí, no,

vale, pues. In intermediate and advanced levels there is an enrichment

of lexical units functioning as DMs, mainly connectives but also those

linked to politeness strategies such as mitigation and intensification

(Guil et al. 2008). However, pragmatic competence seems to improve

at a slower rate than lexical and morphosyntactic competence (e.g.

use of verbal tenses) and some DMs are completely absent or scarcely

found in the interlanguage and therefore experts talk about a ‘fossili-

zation’ process when compared to acquisitional paths in L1 (Romero

Trillo 2002). This fossilization concerns not only the lexical level but

also the prosodic and the functional level, i.e. the fact that some of

these DMs are never pronounced in spoken discourse with the right

intonation or adjustment of the intonation to the function1 and the fact

1 In the field of prosody in L2 acquisition there is still a long way to go. An excellent first step in this direction is De Meo and Pettorino (2012), although it contains no article devoted to the prosodic acquisition of DMs.

Page 20: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

17

that learners do not attribute exactly the same functions to these DMs

as native speakers (NS): either less functions or, more frequently, more

and different functions from the ones the DMs fulfill in L1.

The research we present here is mainly centered on this last as-

pect: functional symmetries and asymmetries in L1 and L2’s uses of

DMs. We are convinced that the functional approach is more fruitful

in acquisitional research than the lexical approach as it does not

determine a previous inventory of DMs and allows the researcher to

find not only how many DMs are used to convey a certain function

at each level but also to discover what other strategies a learner may

be using to convey that function (paralinguistic cues, repetition, mi-

micking, etc.). Thus in this study we will adopt an onomasiological

approach to try to find out which discursive functions are activated

by Spanish learners in their process of learning Italian as a second

language and, when these functions are carried out using DMs,

which DMs are chosen in each case.

The assignment of discursive functions to DMs is based on the

taxonomy of discursive functions presented in López Serena and

Borreguero (2010) and revised in Borreguero (2015). Thus after a

general presentation of the database of the study (2), we will briefly

describe this taxonomy (3.1) to focus later only on the metadiscur-

sive function and present the data about DMs related to different

metadiscursive functions found in our corpus (3.2).

2. Aims and methodology of the research

This article will show some partial results obtained in a long-

-term complex study about the acquisition of Italian DMs by

Spanish NS. The initial aim of this research (which has been

conducted by the members of the A.Ma.Dis. Research group and

developed through different financed research projects since

Page 21: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

18

20062) was to assess the acquisition of textual strategies in spoken

competence in L2 Italian by a group of learners whose mother-

-tongue was Spanish, i.e. a closely related language. Among these

textual strategies we have studied politeness strategies (Guil et al.

2010), interruptions (Borreguero & Pernas 2010) and modifications

of word order with pragmatic purposes (Borreguero 2014), but

our main focus of interest has been the acquisition of discourse

markers (Guil et al. 2008; Guil 2009a/b, 2015; Borreguero 2009b,

2012; Pernas 2009; Bazzanella & Borreguero 2011).

Our results are based on data extracted from an audiovisual

corpus of Italian L2 (360 minutes, 38.000 tokens approximately).

The corpus, collected in 2006, is formed by 36 conversations (10

minutes each) divided into 3 levels of competence (initial, interme-

diate, advance, 12 interactions per level) and 2 types of interactions

(symmetric and informal, between learners, and asymmetric and

more formal, between a learner and a native teacher). All of the

informants were learning Italian in an institutional context for four

hours a week. Learners at the initial level were recorded 7 months

after their first Italian course (level A1.3-A2.1 of the CERF), learners

at the intermediate level had followed Italian courses for almost

3 years (level B1.3-B2.1) and learners at the advanced level had

studied Italian for almost 5 years (level C1). Moreover, some of the

informants at the intermediate and advanced levels had spent some

time in Italy, but less than a year in any case. The interactions of the

learners (4 per level) were recorded with a videocamera without the

presence of the researcher (although in some cases the researcher

also acted as a teacher in the asymmetric interactions). Learners re-

ceived only vague indications about the topic of conversation and the

fictitious roles (friends, students sharing a flat) they had to assume

2 Detailed information about this group and the projects, including the corpus, the database and main publications, can be found at www.marcadores-discursivos.es

Page 22: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

19

and in all cases there were task-oriented interactions (such as buying

a present for a mutual friend, or getting a job as baby-sitter in an

Italian family), thus the result was semi-spontaneous interactions.

We also had a control-corpus of two NS (different from the ones

participating in the asymmetric interactions) carrying out exactly

the same task-oriented interactions as the learners3. The number of

participant and their level of competence is shown in Table 1:

Table 1. Participants in the A.Ma.Dis. Corpus

Participants

Italian Native Speakers

Italian L2 learners

Initial Level Intermediate level Advanced level

4 4 4 4

In order to study the acquisitional process, interactions were

transcribed in Conversational Analysis transcription conventions and

also in the CHAT-LAN conventions established by the CHILDES

Programme, and exhaustively read to identify all of the DMs and

their occurrences. Each DM was attributed one or more discursive

functions according to its context of occurrence. All this information

was collected in an Access Database in order to be able to make an

automatic query by DM, level of competence, type of informant and

function. Each index/file card in the Database contains information

about the conversation (number, type, place of registration), the

informant (type, level of competence), the DM, its function, its con-

text of occurrence and other relevant information to understand its

functions (position, whether it is part of a chain of DMs, prosodic

features, etc.).

The advantages of having such an amount of information at our

disposal is that we can track the number of DMs in each level of

3 For the purposes of this study we have taken into account both the productions of native speakers in symmetric and in asymmetric conversation.

Page 23: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

20

competence, the functions ascribed to a single DM and the number

of DMs fulfilling a single function across the corpus, among others.

Here we will focus our attention on which DMs are chosen by the

learners to serve the purpose of expressing metadiscursive functions

such as opening and closing the interaction, signaling changes in

discursive topics, or reformulation among others.

3. Metadiscursive functions

3.1. A functional approach to DMs: a taxonomy of discursive

functions

Bazzanella (1995) divided DMs into two main macrofunctions –

interactional and metadiscursive – and in later works (Bazzanella

2006) announced a third cognitive macrofunction which has not

been fully developed. Taking these three macrofunctions as a point

of departure, López Serena and Borreguero (2010) developed a

detailed taxonomy that has been recently revised in Borreguero

(2015)4.We will briefly present here this taxonomy in order to un-

derstand the position of the metadiscursive functions to which this

study is devoted.

The interactional macrofunction gathers together all the functions

relating to the relationship between the speaker and the listener in

conversation and can be divided into 3 main subgroups: a) functions

assumed by the speaker who takes the turn (also called conversation

control functions), for example, functions related to turn alternation,

such as taking, keeping and leaving the floor; functions whose aim

4 This is, of course, only one proposal of taxonomy among many others (cf. Pons 2000, 2006; Loureda and Acín 2010), but we have found it especially useful for the study of DMs in the interlanguage. Due to space limitations we cannot offer here examples of all the functions mentioned, but the reader can find a more detailed description of this function and numerous examples in the studies quoted in this paragraph.

Page 24: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

21

is to request or keep the receiver’s attention, and functions linked

to politeness strategies such as mitigation and intensification; b)

functions assumed by the listeners who have no intention of taking

the floor but produce phatic cues and express their emotions regar-

ding what the speaker says; c) functions assumed by listeners who

intend to take the floor and react to what has been said by showing

agreement (i.e. producing a collaborative answer) or disagreement

(reactive answer) or by requesting an explanation.

As we will see below, the metadiscursive macrofunction gathers

together all the functions related to text building and production and

can be divided into two main subfunctions: a) functions related to

the organization of textual information, such as marking the order of

different topics in the text, marking out the introduction, change and

closing of discursive topics, inserting digressions, topic resumption

and summing-up, marking the opening and closing of interactions,

focusing relevant information and adding new information about a

settled topic; b) functions related to the linguistic formulation of the

text. This function covers all the strategies to keep the floor while

having difficulties to plan an utterance and are therefore strictly

linked to online planning in spoken communication. But linguistic

formulation also encompasses the reformulation function and its

variants (paraphrastic and not paraphrastic).

Finally, the cognitive macrofunction assembles all the functions

that have an impact on the semantic contents conveyed by the utte-

rance. This function can be divided mainly into two subgroups: a)

connective functions linking the semantic contents of the utterances

and reflecting or creating among them logic or argumentative relations

(cooriented relations such as addition, cause-consequence, finali-

ty, justification, etc.; and anti-oriented relations such as opposition,

contrast, and mitigating the relevance of what has previously been

said). We have introduced a further distinction in these connective

functions according to what is being ‘connected’. When a DM establi-

Page 25: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

22

shes a connective relationship between two utterances or segments

of an utterance we speak of connection, but when the relationship

is established between a linguistic component (utterance or segment

of utterance) and implicit information that the listener/reader must

infer from the co-text or context, we are then talking about inferential

connection; b) functions related to the conveying of modal values,

such as epistemic and doxastic modality, engagement or distance

from the propositional content or indications about the source from

which the speaker has had access to the information (evidentiality).

All these functions are summed-up in Table 2. However, the

inventory of subfunctions is far from exhaustive and only intends

to suggest possible functions subsumed under each main type of

function.

Table 2. Taxonomy of discourse functions

Discursive macrofunctions

Types of functions Some subtypes of functions

• Interactional→ otherness axis

Conversation control

Taking, keeping and leaving the floorRequest for attention, reception control, request for confirmation Mitigation, Intensification

Conversational contact

Phatic function, expression of emotions and attitudes

ReactionCollaborative answer, reactive answer, request for explanation

• Metadiscursive→ textual axis

Information organization

Information ordering, marking out discursive topics (topic change, digression, recovering, summing-up), focusing, adding a comment on a settled topic

Linguistic formulation

Online planning, reformulation

• Cognitive→ semantic axis

Logic-argumentative connexion

Argumentative co-orientation (e.g. addition, consequence, finality) Argumentative anti-orientation (e.g. opposition, contrast, minimizing the relevance of some information)

Inferential connexion

Utterance modal values

Engagement or distance from utterance contentEpistemic / doxastic modalityIndicating the source of information (evidentiality)

Page 26: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

23

It is important to take into account the fact that all these functions

are not exclusive to DMs but there is a variety of discourse elements

that may fulfill them in oral and written discourse: interjections,

filled pauses, repetitions, prosodic cues, etc. From the onomasiolo-

gical perspective adopted here (from the function to the linguistic

element), the focus is on how speakers carry out these necessary

functions while producing their discourse and to what extent DMs

are only one of the many strategies employed by the speakers.

However, in this paper attention will be mainly paid to the tokens

of DMs in the interlanguage, leaving aside other strategies.

Due to the polyfunctionality of DMs, the same DM can frequently

assume more than one function in the same context (the so-called

syntagmatic polyfunctionality, cf. Bazzanella 1995). On the other

hand, these functions are not exclusive in the sense that they can

converge in the same DM, especially in the case of interactional

functions. It is thus very frequent to find a DM marking both floor

taking and mitigating at the same time, to give just one example.5

3.2. Metadiscursive functions in learner varieties

In this section we will analyse the main metadiscursive functions

found in our corpus. We will try to identify the type of DM employed

to carry out each of these functions by native speakers (NS) and

non-native speakers (NNS) distributed in the three above-mentioned

levels of linguistic competence. Although in our corpus we have

many tokens of DMs with interactional and cognitive functions, we

have chosen to analyse DMs with metadiscursive functions becau-

se, as far as we know, studies in this field have not paid enough

attention to the strategies adopted by the learners to build their

5 In our analysis we have taken into account the primary functions as well as the secondary and tertiary functions of the DM. This hierarchical difference will not be meaningful for the present study.

Page 27: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

24

texts in order to provide them with a clear structure and to ease

the information processing on the side of the interlocutor (but cf.

recently Pascual Escagedo 20146, Jafrancesco 2014).

Due to space limitations we will not analyse all the metadiscur-

sive functions we have found in our corpus. We will focus mainly

on two functions related to information organization (opening and

closing interactions, changing topics) and two functions related to

formulation of the message (online planning and reformulation),

leaving aside important functions such as ordering, focalization and

topic progression.

3.2.1. Information organization

As explained above, under the label of information organiza-

tion we gather all the functions fulfilled by different elements that

provide indications about the internal structure of the text. While

building a text of a certain extension, the speaker/writer must offer

some indications about the order in which the information is pre-

sented, the changes in the discursive topics dealt with, the most

important information in each utterance and the thematic progression

or development of a discursive topic by adding new information

(comments) about it, once the topic has been established. Some of

these functions are more frequent in written texts (such as ordering

the information) and some are not often realized through the use of

DMs, for example focusing important information in spoken texts

is usually accomplished through prosody. These differences are to

some extent reflected in our corpus, but our focus of interest here

6 This author adopts the same onomasiological approach that has been presented here but she takes into account of all the functions at each level of competence, paying exclusive attention to DMs and not to other textual strategies. She has observed that DMs with metadiscursive functions are scarcely represented in her corpus of Italian speakers of L2 Spanish (only 35 DMs, 15% in A1-A2 levels, 2% in B1 and 5% in C1 of the total number of DMs in her corpus) and there is only a slight increase at the advanced level (Pascual Escagedo 2014: 153).

Page 28: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

25

is to discover which DMs deployed by the learners reflect the nati-

ve use and which ones are not usual or less frequent in L1 Italian.

3.2.1.1. Opening and closing the interaction

One function fulfilled by DMs is to formally signal the opening

or the closing of the interaction immediately after or immediately

before the exchange of greetings (DMs occupy the absolute initial

position of the interaction less frequently, see below).

We have found different DMs with the function of opening the

interaction: be’ ‘well’, allora ‘then’, dunque ‘therefore’, cioè ‘that is

to say’, sì ‘yes’ and e ‘and’, as can be seen in Table 3.7 Sometimes

these DMs are followed by a DM with an interactional function

such as guardi ‘look’, senta ‘hear’, ascolta ‘listen’, the most frequent

combination being allora guardi ‘well look’. We have also found two

cases in which DMs with a mainly interactional function are the only

explicit marks to open the interaction: ascolta, senta ‘listen, hear’

(this happens only in NS turns as can be seen in Table 3). According

to Pons (1998: 219-220) and Ghezzi and Molinelli (2015), DMs derived

from verbs of perception not only function as attention-getters in

conversation, but they also focus the relevance of what is being said

by conveying an instruction to carefully process the information.

In this case, they mark an action with very high communicative

relevance as the opening of the interaction.

The number of tokens of these DMs in our corpus is very low both

in NNS and NS, thus this is clearly a metadiscursive function which

is not mainly fulfilled by DMs. We can still observe a light increase

of DMs in the advanced level, which almost equals NS production.

7 The English translations of Italian DMs are only meant to help the non-Italian speaker reader to get an approximate idea of their meaning. The high number of pragmatic values and discursive functions adopted by DMs in different contexts makes it extremely difficult to offer an accurate and at the same time valid-for-all-contexts translation.

Page 29: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

26

Table 3. Opening / closing interaction functions

BEGINNER INTERMEDIATE ADVANCED NATIVE

Opening Interaction

allora 1 3 4

ascolta 2

be’ 1

cioè 1

dunque 2

e 1

senta 1

sì 1

Total 2 1 6 6

Closing Interaction

allora 1 6

bene [benissimo] 1

d’accordo 2 2 5

niente 1 3

ok 3 2 1 7

pues 1

va bene 1 1 6

Total 8 3 7 27

However, only one of these DMs (allora) is found with this func-

tion in L1 Italian8. In fact, allora in that position is an almost

completely desemantized DM which can signal the absolute begin-

ning of an interaction, quite an odd position for most DMs:

(1) A: alloraaa ↑ B: ciao!

A: &eh / Laura &eh / dunque / sei arrivata da quando? /

non so→

8 We have also found one occurrence of ah! in absolute initial position in L1 but interjections, though clearly assuming discursive functions in text construction, will not be taken into account in this study. For a discussion about why interjec-tions should or should not be considered as DMs, see Porroche and Laguna 2015, Borreguero 2015.

Page 30: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

27

B: &eh da pochissimo / guarda! / sono→ / tre giorni↓ / sono

arrivata qua il fine settimana↓ (5SG6, 1-4, A is an advanced

learner and B a native spaker)9

‘A: soooo

B: hi!

A: &eh / Laura &eh / then / when did you arrive? / I don’t know

B: &eh very recently / look! / I have / three days / I have

arrived here last weekend’10

What is more interesting are the tokens of DMs in absolute initial

position which are uncommon in L1. This is the case of be’ that

usually indicates a reaction to what has been said (Pauletto and

Bardel 2015). We can hypothesize that the learner is not able to

distinguish between the common function of taking the floor with

be’ as a reactive answer and taking the floor for the first time in

conversation, which is its primary function in this occurrence (or

maybe that we are dealing with a transfer from Sp. bien).

(2) A: be’ / [scusami =]

B: [°(ciao)°]

A: = maa / &eh / [non=]

B: [°(dimmi)°]

A: =ho capito il tuo nome tra tanta gente! (5VA4, 1-5)

‘A: well / [excuse me =]

B: [º(hi)º]

9 References to the corpus contain information about the level of competence (1 for beginners, 3 for intermediate, 5 for advanced), the place where the informants were registered (SG = Segovia, VA = Valencia) and a number identifying the type of interaction according to the topic (1-2 are symmetric interactions, 3-6 are asym-metric interactions).

10 Translations of the examples are only intended to facilitate the comprehension of the Italian texts. They are not meant to provide an accurate translation in any case.

Page 31: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

28

A: buut / &eh/ [I haven’t =]

B: [º(tell me)º]

A: = understood your name among all these people!’

The same applies for this very uncommon use of cioè in absolute

initial position:

(3) A: cioè / [ma cosa fa-]

B: [dai! / che CA]SIno!

A: sìì / lo so↓ / che facciamo con questo? / vi hanno

aumentato→ B: ci hanno [aumentato l’affitto]

A: [ci hanno aumentato] / sì (3VA2, 1-5)

‘A: I mean / [but what is he doing]

B: [come on! what a DISASTER]

A: yeees / I know / what should we do with this? / they

have increased

B: they have [increased our rent]

A: [they have increased] / yes’

We have also taken into account DMs which are not placed in

the first turn of the conversation, but instead immediately after the

greetings. In this position allora appears already at the initial level,

as can be seen in (4):

(4) A: &eh ciao! / Chelo / come stai?

B: ciao / ciao / bene / e tu?

A: &eh / bene / &eeeh allora // &eh / noi abbiamo fatto

questee appu- queste appuntamento / peer / preparare / il-

una festa aaaa no stra amica (1SG1, 1-3)

‘A: &eh hi! / Chelo/ how are you?

Page 32: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

29

B: hello / hello / well / and you?

A: &eh / good / &eh so // &eh / we have made these appoint-

these appointment/ tooo / prepare / the- a partyyy our friend’

In this case, after the greetings A (Beginner) show some diffi-

culties to take the floor and begin her utterance as it is shown by

the filled pause preceding her answer (bene ‘well’) to B’s question.

After another filled pause allora, which in L1 Italian has reached

the necessary level of desemantization (and thus of grammaticaliza-

tion) to appear in absolute initial position (similar to Spanish bien

/ bueno, cf. Pons & Estellés 2014), formally signals the opening of

the interaction and the introduction of the first topic (see below).

At the advanced level we have a discrete increase of DMs in this

function, incorporating be’ and dunque. However, it must be said

that three of these tokens are produced by the same learner who is

a teacher of French and here we may hypothesize a positive trans-

fer with French discourse markers: alors / allora, donc / dunque.11

(5) A: (buono) questo caffè!

B: ((a che è)) molto buono! / [certo!]

A: [è] buono! / &eh / &eh / bellissimo

questo posto↓ B: (RISATE)

A: &eh dunque! / hai pensato qualcosa peer→B: &eh sì / è quello che volevo dirti↑ / perché io non ho

avuto appena il tempo↑ / e mi è venuto così in fretta che→

11 These transfer phenomena are evident also in other cases. For example, two learners at the initial level working as a French teacher in one case or having a good knowledge of French in the other produce 58 tokens of d’accordo while the other two learners of this level produce none. We have found more transfers between L2 and L3 DMs than between L1 and L2.

Page 33: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

30

/ non ho- non ho avuto il tempo / ((e)) dobbiamo decidere

adesso cosa regaliamo a Laura↓§ (5SG1, 1-7)

‘A: (good) this coffee!

B: ((it is)) really good! / [for sure]

A: [it is] good! / &eh / &eh / very beautiful

this place

B: (LAUGHS)

A: &eh then! / have you thought about something for

B: &eh yes / this is what I wanted to tell you / because I

have hardly had the time / and it has come to me in a rush

so that / I didn’t have the time / ((and)) we must decide now

what to offer to Laura’

Contrary to this situation, DMs are frequent in the metadis-

cursive function of closing the interaction12. Most conversations

finish with an interchange of agreements, but we consider clo-

sing DMs those ones which express agreement with not only

what has been said in a previous turn, but with the end of the

conversation in general (for example, when the speaker repeats

the agreement marker in successive turns). DMs in this function

are mainly va bene, bene, ok, d’accordo ‘ok’, all of them showing

agreement with what has been previously said, but also niente

‘nothing’, that explicitly signals that there is nothing to add to the

conversation. The most striking difference with the DMs opening

the interaction, which are also very frequent in their common

function of showing agreement from the initial level (collabora-

12 Also in this case we have take into account not only the final closing of the interaction but also some pre-closing DMs, i.e. DMs that signal that one of the par-ticipants is willing to close the interaction and begin to prepare the interlocutor for that (normally asking him to arrange a meeting or to exchange phone numbers). The most frequent DM in this pre-closing function in our corpus is allora.

Page 34: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

31

tive answer), is the high frequency of DMs at the initial level (8

tokens, although in 6 of them their primary functions is to show

agreement), whereas we have found only 3 and 7 tokens respec-

tively in the intermediate and advanced level. As we can see in

Table 3, NS tend to use a variety of DMs to mark the closing of

a conversation, thus this seems to be a function that is not well

integrated in the interlanguage.

A good example of how these closing and pre-closing DMs can

cluster together are the final turns of this symmetric interaction

between NNS:

(6) A: ok / e se §

B: § d’accordo?

A: se c’è qualcosa andiamo in giro

B: d’accordo!

A: eh! / [benissimo!]

B: [va bene!] / ciao!

A: deciso! / (RISATE) (5SG1, 259-265)

‘A: ok / and if §

B: § ok?

A: if there is anything we go for a walk

B: ok!

A: eh! [perfect!]

B: [ok!] / bye

A: decided! (LAUGHS)’

However what we have not found in learner’s interlanguage is a

string of DMs such as the one we have found in NS:

Page 35: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

32

(7) B: d’accordo / guardi / io sono molto interessato al lavoro

[eee]

A: [allora] / adesso/ mi lascia il suo numero di telefono↑ / [...] ee le daremo una risposta se / se le va bene

B: d’accordo / va bene // allora§

A: §niente§

B: §molte grazie eee / ci [sentiamo=]

A: [sentiamo]

B: =d’accordo / [((..))]

A: [arrivederci] (NAT4, 96-103)

‘B: ok / look / I am very interested in this job

[aaand]

A: [so] / now / you give your telephone number / and

probably / in a week / we will call you aand give you

an answer / if it is ok for you

B: I agree / ok // so §

A: § alright §

B: § thank you very much aaand /

see [you =]

A: [you]

B: = ok / [(())]

A: [bye]’

In NS allora is frequently used as a pre-closing DM, i.e. it is the

DM employed by NS to indicate that the conversation is reaching its

end and the only task left is to arrange an appointment for a further

meeting. In this sense, allora has the double function of opening

and closing interactions at the same time (Bazzanella & Borreguero

2011), as it can be seen in (8), but while the opening function is

acquired at the advanced level, learners show bigger difficulties in

acquiring the closing function:

Page 36: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

33

(8) A: buongiorno ↑ B: buongiorno

A: piacere↑ / Eugenio Bellanca / lei si chiama? §

B: § sì / &eh / Paula

A: Paula↓ / allora / Paula / guardi / &eh / uhm / non so se

ha parlato con la mia segretaria ↑ / le ha già spiegato un po’→[...]

A: sì! / anche ↑ / volendo / allora / guardi / facciamo così /

io↑ / &eh / mi faccio vivo io / &eh / se non ha altre domande

da farmi ↑ / per me il colloquio→ //

B: ok

A: è [concluso↑=] (5VA5, 1-5, 137-139, conversations ends at

turn 149, A is a NS)

‘A: good morning

B: good morning

A: pleasure / Eugenio Bellanca / what’s your name? §

B: § yes / &eh

/ Paula

A: Paula / so / Paula / look / &eh / uhm / I don’t know if

you have talked to my secretary/ she has already explained

a little bit

[…]

A: yes! / also / if we want to / so / look / we do it like that

/ I / &eh / I’ll call you / &eh / if you haven’t any other ques-

tions / for me the interview //

B: ok

A: is [finished=]’

3.2.1.2. Changing topics

In a spontaneous conversation, even when there is a prespecified

topic, speakers tend to introduce new topics and digressions during

Page 37: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

34

the conversation. Sometimes the rapid succession of topics can be

hard to follow and the speakers need to signal these changes. In

Table 5 we present the different functions we have analyzed and the

DM used in the corpus by the NS and NNS to serve this purpose.

3.2.1.2.1. Introducing a new topic or changing the current topic of

conversation is a metadiscursive function fulfilled by a great variety

of DMs (in our corpus we have found 31 different DMs and combi-

nations of DMs, as can be seen in Table 5; DMs introducing the first

conversational topic are not taken into account because they have

been analyzed under the opening/closing interaction function). The

most frequent of all by and large is e ‘and’ which is present from

the initial level (72 occurences) and surprisingly close to the use of

NS (88 occurrences). E can introduce a topic which is part of the

encyclopaedic knowledge of the interlocutors (Guil 2012, Mandelli

2006) and that explains why it is so often employed by NS. The

phonetic simplicity of this DM and its semantic and pragmatic simi-

larity to the Spanish DM y ‘and’ may explain the rapid acquisition

of this DM in this function. However, with this exception, the use

of DMs by learners of the initial level is scarce and limited to single

tokens of allora ‘then’, però ‘but’ anche ‘also’, per quanto riguarda

‘regarding x’. The striking use of per quanto riguarda in the first

level can be explained as a consequence of the mirror effect, that

is, the fact that learners repeat expressions that are very often used

by the native speaker they are interacting with, as it can be seen in

(10), where A is the native speaker and B the learner.

(10) A: perfetto // ee poi per quanto riguarda per esempio il luogo

/ noi andremoo vicino aa→ / a Malaga ↑ B: sì

A: più a sud ↑ / [verso]

B: [al mare?]

Page 38: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

35

[...]

A: per cui / non so / vivresti con noi ↑ / staresti lì con noi

B: ok

A: eee / per quanto riguarda le mansioni ↑ / non so se / &eh

B: e cosaa // devo fare?

A: sì / &eh / io non so se ti piace lo sport / pensavamo di

farti fare anche [attività=]

[...]

A: = possiamo fare così

B: per quanto riguarda i soldi?

A: sì / lo stipendio→ / io ho pensato una cifra intorno ai mille

euro (1VA3, 103-106, 111-115, 177-179, A is a NS, B a NNS)13

‘A: perfect // and then regarding for example the place / we

will goo near tooo / to Malaga

B: yes

A: further south / [towards]

B: [to the sea?]

[…]

A: therefore / I don’t know / you would live with us / you

would stay there with us

B: ok

A: aaaand / regarding your tasks / I don’t know if / &eh

B: and what // do I have to do?

13 The interaction that simulates an interview to get a job as a baby-sitter is the one with a more rigid structure. The native speaker has a very active role playing the part of the employer and asking questions to the learner. There are several issues that have to be tackled such as time, salary, timetable, the children, the tasks, etc. so it is precisely in this conversation where the function of introducing and changing topics is more necessary. The native speakers use very frequently topic introducer DMs such as per quanto riguarda ‘as far as x is concerned’ (25 tokens in the corpus), but we have only found two tokens in the interlanguage and this shows that the mirror effect is very weak in asymmetric conversations. However, this occurrence of per quanto ri-guarda at the initial level can only be explained as a consequence of the mirror effect.

Page 39: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

36

A: yes / &eh / I don’t know if you like sport / we were

thinking about you doing some [activity]

[…]

A: = we can do so

B: regarding the money=

A: yes / your salary / I have thought something around one

thousand euro’

The situation does not improve significantly in the intermediate

level, except in the use of adversatives ma and però ‘but’ as DMs spe-

cialized in this function (10 and 3 tokens respectively). More interesting

are the changes observed at the advanced level: DMs such e poi ‘and

then’ and no ‘no’, which have almost no presence in previous levels,

serve this purpose and other DMs scarcely used in previous levels be-

come more systematically used, such as allora (9 occurrences), anche

/ e anche (5 occurrences), però (9 ocurrences), but notice that però is

never used by native speakers with this function. Maybe the variety

of DMs employed at this level could explain the decrease of tokens

of the otherwise omnipresent e at this level. Finally, as far as NS are

concerned, we have observed three important differences with the

learners’ interlanguage: a) first of all, NS employed both a considerably

higher number of DMs (191) and a great variety of them (15 different

DMs, while only 7 at the initial level and 11 at the intermediate and

advanced levels); b) secondly, NS use DMs that are never present (or

almost never) in the interlanguage, such as e poi, per quanto riguarda

(see ex. 10), and ti dico/le dico and variants, as we can see in (11):

(11) A: [quindi conosci abbastanza bene] una zona abbastanza ↑ / ti dico / il complessoo / alberghiero è abbastanza nuovo mi

sembra che l’abbiano inaugurato l’anno scorso // il campo da

golf l’hanno inaugurato sei mesi fa perché io ci sono stato→

/ così ho fatto→ /// (3VA5, 223)

Page 40: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

37

‘A: [then you know quite well] an area quite / I tell you / the

hotel / structure is quite new I think it has been inaugurated

last year // the green has been inaugurated six months ago

because I was there / so I have done ///’

And c) finally L2 Italian speakers resort to some DMs for these

functions that are not frequent in NS such as additive focus particles

(cf. anche) and adversative connectives (cf. ma and però).

Besides, we have found some cases of code-switching. As this is

quite a difficult function for a beginner it comes as no surprise that

learners code switch and use a DM from their L1 (bueno ‘well’) to

signal the introduction of a new topic14.

(12) B: devo→ / no / dobbiamo aspettare cinque minuti↓ / (RISATE)

A: lo stai caricando anche [la=]

B: [sì↓]A: = batteria?

B: anche la batteria↓ / (RISATE)

A: (RISATE) / bueno possiamoo→ / vado a fare un un caffè ↑ // sì / si vuoi sì / gradisci un caffè ↑ / e mentre possiamo

pensare en altre→ / en altre possibilità ↓ (3SG1, 110-115)

‘B: I must / no / we must wait for 5 minutes/ (LAUGHS)

A: you are also charging [the=]

B: [yes]

A: = battery?

B: also the battery / (LAUGHS)

14 This could also be the case of però, because one of the main difficulties we have had during the analysis have been the phonetically similar DMs such as Italian però / Spanish pero. It is hard to assess whether the learner has acquired the lexical unit but not its prosodic profile or it is just a case of transfer.

Page 41: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

38

A: (LAUGHS) / well we can / I go to make a a coffee // yes

/ if you want to yes / would you like a coffee / and in the

meanwhile we can think about / about other possibilities’

In any case, a change of topic is not always explicitly marked

by a DM. Speakers (both NS and NNS) can resort to other textual

strategies to indicate a topic change such as word order alternation,

prosodic breaks (13) or an utterance with explicit information an-

nouncing a new topic (14):

(13) B: sì / però / anche quattro anni nove / loro / i bambini

hanno / qualcuna difficoltà qualcuna ma[lattia // sono ner-

vosi?=] (3VA3, 48, NNS)

‘B: yes / but / as well as four years nine / they / do the kids

have / any difficulty any illness // are they nervous?’

(14) A: ah / una domanda / una curiosità / come hai studiato tu

l’italiano? / dov’è che l’hai [imparato?] (1VA3, 263; NS)

‘A: ah / a question /a curiosity / how come you have studied

Italian? / where have you [learned it]?’

Table 4. Topic switch functions

BEGINNER INTERMEDIATE ADVANCED NATIVEIntroduction / Change of topic or subtopicallora / e allora 3 9 10anche /e anche 1 1 5 2anzi 2ascolta 1be’ / ma be’ 1 1bueno 1 2

15 Sometimes ma ‘but’ is pronounced as me due to a transfer with French mais ‘but’.

Page 42: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

39

comunque 1 5dunque 1 1 2e 72 65 43 88e poi / e dunque / e quindi 1 2 11 23invece / e invece 1 5ma / e ma15 5 10 9 10no / no sì / sì 4 22 9per quanto riguarda 1 15per quel che riguarda 1però 1 3 9poi 3riguardo a 1ti dico / le dico / ti spiego / le spiego / (ti) direi

1 2 23

tra l’altro 1vediamo 1Total 85 91 115 209Closing the topicallora 2 3 10comunque 1d’accordo 9 1 12dunque 1niente 2ok 1 5 2 18quindi 1sì 2 1va bene 2 2 1 5Total 14 10 8 49Digressiona proposito 2Picking up a topicallora 1 2 2 3comunque 2dunque 1e 1 2 1e poi 2e quindi 1effettivamente 1le dico 1ma 1 2 1niente 2no 2 1però 11Total 1 4 24 9Summing upallora 2bueno 1cioè 1

Page 43: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

40

dunque 1in fin dei conti 3insomma 38ok 1 2poi 1quindi 1va bene 1Total 3 3 4 42

3.2.1.2.2. Closing topics. The function of closing the topic is nor-

mally not marked during conversation, because the introduction of

a new topic is enough to close the active topic. On the other hand,

many interactional DMs which have the function of showing agree-

ment (such as ok, va bene, bene, d’accordo, certo, etc.) can also be

interpreted as a kind of closing: once the interlocutors have agreed

upon something they feel ready to move to a new topic. So in our

analysis we have only taken into account the DMs that explicitly

signal the closing of a topic after the agreement has been reached.

This is the case in (15) where after a long talk about what to eat in

the city of Segovia, the learner reintroduces a previous topic using

the explicit DM ok that can be considered a topic closing mark.

(15) A: è molto calorico va be’ però se poi uno dopo cammina

B: sì / è vero

A: smaltisce un po’ quindi / [ah ok]

B: [è vero] e ci sonoo altro posti

che visitare (3SG4, 247-250)

‘A: it has a high caloric value ok but if afterwards you walk

B: yes / it is true

A: you work it off a little bit thus / [ah ok]

B: [that’s true] and there are

other places to visit

Page 44: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

41

In our database we have observed a significant difference between

NS and NNS as far as the use of DMs in this function is concerned.

The most striking thing, however, is not that NS use more DMs than

NNS but the fact that is not possible to outline a clear acquisitional

process, as initial level learners use more DMs than advanced level

ones (except for the use of d’accordo at the initial level cf. note 14

above) and the most used DMs are different in each level of com-

petence. In any case NNS do not use any DMs that does not serve

this same purpose in NS speech, with the exception of dunque and

quindi ‘then, therefore’ that in L1 Italian have mainly interactional

and logic-argumentative functions, such as taking the floor after a

question and presenting a consequence, respectively.

3.2.1.2.3. Digression: we have only found 2 tokens of a prototy-

pical DM for marking digression such as a proposito in NS turns.

Therefore, this function is not fulfilled by DMs in our corpus which

does not mean that NNS and NS speakers do not abandon the main

thread of discourse at several points, but digressions are marked as

simple introductions of new topics – and it is rarely the case that

a topic previous to a digression is explicitly resumed – or speakers

resort to other devices such as interjections and prosodic markers.

Moreover, in NS the introduction of a digression is reinforced by

some metalinguistic comments such as in (16):

(16) A: ah / a proposito / scusa se ti interrompo e cambio di-

scorso però / mi interesserebbe sentire un po’ / laa→ / la

tua opinione / in Italia si parla tantoo / di Zapatero / di

questoo→ / nuova / maniera di fare la politica / eccetera

/ in Italia soprattutto la sinistra / è veramentee→ / uhm /

molto / direi quasi tifosa di questo Zapatero // eee // ma qua

come- come- la gente come lo vede? (NAT3, 57)

Page 45: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

42

‘A: ah / by the way/ excuse me if I interrupt and change topic

but / I am interested a bit / in your / your opinion / in Italy

people talk a lot / about Zapatero / about this / new / way of

making politics / etc / in Italy particulary the left / is really

/ uhm / very / I would say almost a fan of this Zapatero //

aaand // but here how- how- do the people see him?’

3.2.1.2.4. Picking up a topic after a digression. This is a metadis-

cursive function which is usually explicitly marked by a DM contrary

to digressions and topic closing. Although the number of DMs found

in our corpus with this function is low, this could be explained by

the linear development of the interaction, especially the asymmetric

ones, where there is not much opportunity to go back to previous

topics. Besides, this function can be fulfilled by an utterance and

not exclusively by DMs, as in (17-18) where the NS playing the role

of the interviewer goes back to the description of the job with come

le dicevo ‘ as I told you’, after the topic closing mark d’accordo ‘ok’:

(17) A: ah / quindi / le farebbe anche bene insomma / no?

B: sì sì

A: ah / d’accordo / ehm // &eh appunto come le dicevo stiamo

cercando questa persona perché venga con noi al mare con

i bambini ee vorremmo andare nella zona di Malaga [più o

meno] (3SG5, 65-67)

‘A: ah/ so / it would be good for you then / no?

B: yes yes

A: ah / ok / ehm // &eh precisely as I told you we are looking

for someone to come with us to the sea with the children

aand we would like to go to the area of Malaga [more or less]’

Page 46: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

43

(18) A: [guardi / da noi] / innanzitutto si tratta di di questo pe-

riodo di vacanze / poi non lo sappiamo come organizzeremo

la la cosa però chiaramente / se dovremo ricorrere a una

persona e con lei ci troveremo bene / magari / il nostro

rapporto /potrà continuare però // tornando↑ / aa→ // alle

vacanze / no? / le dico noi noi andremo↑ / ooo / nella Costa

del Sol / &eh§ (NAT4, 61)

‘A: [look / with us] / first of all it is for the holiday season

/ so we don’t know how we will organize things but clearly

/ if we need someone and we are happy with you / maybe

/ our relationship can continue but // going / baack to // to

the holidays / ok? / I tell you we we will go / eeeither / to

the Costa del Sol / &eh§’

While this function is almost absent in initial and intermediate

levels, it is expressed using 24 DMs at the advanced level. The only

DM which seems to be consistently used with this function is però

‘but’ which is never used by NS. However, what is most interesting

is the increasing awareness of the learners that they have at their

disposal some textual mechanisms to indicate that a topic is brought

forward again in the conversation. Let us analyze an example in

(19) where the topic of buying a present in the sex shop shows up

regularly during conversation:

(19) B: no / però qualcosa dobbiamo trovare perché / allora /

praticamente / avevamo pensato / lui c’ha questo zaino che

porta sempre in giro con-con- con lui però è un poo’ / vec-

chioo↓ / °(che fa un po’ cagare)° / e quindi /avevamo pensato

compraree / uno zaino cosìì / carino come parte del regalo

// poi c’era l’altra Elena che diceva di andare al sex shop /

ee comprare qualcosa di divertente (2’’) [(( ))]

Page 47: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

44

[...]

A: cinque persone→ / °(be’ / qualcosa si può fare)° non è

chee / e poi che questo del sex shop es un poo’ buffo perché↑ / poi compri sempre le stesse cosee→[...]

B: sì / (3”) e poi questa cosa del sec- del sex shop lo facciamo

pure ↑ / sì /dai (5VA1, 14, 57, 94)

‘B: no / but we must find something because / well / practi-

cally / we had thought / he has this backpack that he always

carries on with-with-with him but it is a bit / old / º(it stinks)

º / and then / we had thought / a backpack soo / pretty as

a part of the present / besides there was Elena proposing to

go to the sex shop / aand buy some funny stuff (2’’)

[…]

A: five people / º(well / we might do something)º / and then

this sex shop stuff is a bit weird because / you always buy

the same stuff after all

[…]

B: yes / (3’’) an then this sec- sex shop stuff we do it too /

yes / come on’

This is, however, one of the discursive functions where the di-

fference between NNS and NS does not consist of a lesser variety

and quantity of DMs in the interlanguage, but rather of a higher

quantity and a certain abuse, i.e. learners attribute to some DMs a

discursive function that it normally does not have in L1: this is the

case of dunque, e poi, effettivamente, niente e però to which advan-

ced level learners attribute the function of picking up the thread of

discourse after a digression.

Page 48: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

45

3.2.1.2.5. Summing-up. The last function in topic management

is the summing-up function. When the speakers consider they have

reached an agreement about some issue or provide enough informa-

tion about it they may be willing to present a summary of what has

previously been said. This strategy reflects a good management of

text information and requires an appropriate linguistic competence.

As Table 5 shows there is a considerable distance between NNS and

NS in the use of DMs fulfilling this function. However, it must be

taken into account that 38 out of 42 tokens from NS are instances

of the DM insomma ‘to sum up’, which is particularly frequent in

one of the NS (33 occurrences) while it is never used by 2 of the 4

native speakers. Learners cannot identify the right DM to mark this

function which, incidentally, is scarcely present in their discourse,

thus they recur to other DMs (normally those used for closing the

interaction or the topic) and even to code-switching like in the ini-

tial-level bueno. We can therefore say that this function is not very

frequent in our corpus, except in the case of one single NS, which

can be considered a sort of idiosyncratic phenomenon.

Due to space limitations we will not deal with other metadiscur-

sive functions related to the organization of text information, such

as ordering or focalization of relevant information or development of

a well-established topic by addition of new comments. We will just

mention that while focalization is a function fulfilled by a variety

of elements, such as additive and exclusive focus particles (anche,

solo) and particularizers such as soprattuto, appunto, ecco (overall,

exactly) (cf. König 1991 for a detailed description of these categories),

the development of topics is mainly restricted to DMs with additive

meaning, mainly e, anche, tra l’altro and poi16:

16 We have found 17 tokens of poi in NS, which is by far the most frequent DM in this function.

Page 49: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

46

(20) B: guarda / se vogliamoo pagare di meno / andiamo in pe-

riferia¯ / ma io in periferia- vado in periferia↓ // non c’è il

carattere della città / poi devi spendere tanti soldi anche in

trasporto pubblico / e andare a casa soltanto per dormire↑ (3VA2, 23-24)

‘B: listen / if we want to pay less / we can go to the suburbs

/ but I in the suburbs- I’d go to the suburbs // there is not

the character of the city there / so you must spend so much

money on public transport / and go back home only to sleep’

3.2.2. Formulation

The second group of metadiscursive functions, according to our

classification, encompasses all the functions related to the formula-

tion of discourse. As we are analyzing spontaneous spoken discourse,

which has not been previously planned and cannot be reviewed and

modified after it has been produced, two functions seem to be of

special relevance as part of the formulation process: (a) the function

of gaining time while thinking of what to say next without losing

the floor, which we have called online planning and (b) the func-

tion of reformulating what has just been said in order to rephrase

or modify it.17

3.2.2.1 Online planning

Spontaneous conversation requires the special ability to produce

discourse with a very short term of preplanning. This highly de-

manding cognitive ability becomes more difficult when speaking

17 Notwithstanding the high number of studies on reformulation strategies in Romance and Germanic languages (cf. Garcés Gómez 2008), few of them are devo-ted to the acquisition of these strategies by L2 learners, although there have been some attempts to introduce reformulation in language learning, focusing mainly on the language processing of written texts (Thornbury 1997).

Page 50: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

47

a foreign language. The difficulties to keep on track with the on-

line planning are reflected in different ways in the speech itself:

silences, filled pauses, vowel lengthening and of course DMs. The

literature has named the DMs with this specific function as fillers

(It. riempitivi, Sp. muletillas) often attributed to the scarce linguis-

tic competence of the speaker. But, as it can be observed in Table

5, DMs with this function are highly present in both NS and NNS

interventions. This cleary contradicts claims such as Jafrancesco’s

(2015: 13) about the decrease of DMs with this function along with

an increase of linguistic competence.

The most striking difference between them, however, concerns

the frequency and variety of DMs. Contrary to what could be ex-

pected, NS produce not only a larger quantity of DMs but overall

they are able to monitor their online planning activity with a huge

variety of DMs (16 different DMs to be precise), while NNS employ

both a smaller quantity and a more restricted inventory of these

units although following a clear acquisitional path (4 in the initial

level, 7 at the intermediate level and 13 at the advanced level).

Most of the DMs fulfilling this function are polyfunctional, which

means that they do not only serve the mentioned purpose of online

planning but assume other functions in discourse. For example, just

to mention the more frequent in our corpus, diciamo (che) ‘let’s

say (that)’ is also a DM for mitigation, so the speaker is adopting

a polite strategy to present information to the listener at the same

time that he is trying to gain time to formulate his utterance; va be’

‘ok’ adds a positive value about the commented situation or idea

while formulating it; insomma ‘to sum up’ presents the utterance as

a kind of conclusion or resumption of what has been said before,

but without actually formulating any.

In (22) the NS in the role of the employer must answer the

learner’s very direct question about her salary and he tries to gain

time while thinking about how to present information with which

Page 51: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

48

the interlocutor might not agree by pausing frequently, lengthening

the final vowel in noi and using a DM (notice, by the way, how du-

ring her turn the learner uses in a very clear way both strategies of

closing and opening a topic with DMs):

(22) B: [uscire↑ / ok / ok] / e il compeenso? / avete

pen[sato]

A: [sì] / noii / diciamo / che saresti spesata di tutto / e a

parte quello pensavamo aa a un compenso dii / uhm

millecento euro / al mese (3VA3, 126-127)

‘B: [go out / ok / ok] / and the salary) / have you [thought

about]

A: [yes] / weee / let’s say / that we will cover all your ex-

penses / and besides this we have thought about a salary of

/ uhm one thousand one hundred euros / a month’

However, with the exception of non so ‘I don’t know’ (and its pho-

netic and syntactic variants non lo so, no so and code-switching no

sé18) which is very frequent in L1 and L2 Italian, there are significant

differences between the DMs employed to convey this function, lea-

ving aside those which are never present in the interlanguage (come

dire, diciamo, ecco, insomma). We can observe two main tendencies: a)

the selection of very few forms which are constantly repeated, without

excluding that some of these are clearly idiosyncratic (the use of cioè

by one of the students of the intermediate level is a good example)

and b) the resort to code-switching, which is particularly obvious in

the case of Sp. bueno but also in the assignment of discursive func-

tions to the Italian adjective buono, which is phonetically similar to it.

18 The Spanish form no sé and transfer variants such as no so are present in the three levels of acquisition.

Page 52: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

49

Table 5. Online planning function

BEGINNER INTERMEDIATE ADVANCED NATIVE

Online planning

allora 1 1 1

be’ 1 5 8

bueno 3 5

buono 2 1

cioè 26 7 17

come dire 11

così 5 12

diciamo (che) 1 53

dunque 3 4

ecco 12

in effetti 1

insomma 26

le dico 4

niente 1 5 26

no 2 12 11

non so / non lo so / no so / no sé

21 53 83 90

poi 4 2

va be’ 3 4 31

voglio / volevo dire 3 5

Total 27 91 134 314

3.2.2.2. Reformulation

Reformulation is a textual strategy closely linked to online plan-

ning. Following a classical division we can distinguish between

paraphrastic and non-paraphrastic reformulation. In the first case,

speakers try to rephrase what they have just said in order to make

it more understandable for the listener. This function is almost

exclusive to NS speech in our corpus (with the exception of the 9

tokens of cioè in the intermediate level due to the incorrect overuse

of this DM by one participant). NS resort to a variety of DMs to mark

paraphrastic reformulation, but cioè ‘that is to say’ and diciamo ‘let’s

say’ are the most frequent ones.

Page 53: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

50

Table 6. Reformulation functions

BEGINNER INTERMEDIATE ADVANCED NATIVE

Paraphrasticreformulation

bueno 1

cioè 9 2 12

diciamo 7

dunque 1

insomma 4

vale a dire 1

voglio dire 3

Total 10 2 28

Non-paraphrasticreformulation

anzi 1

bueno19 4 3

buono 1

cioè 2

diciamo 1

no 1 1 1 2

va be’ 1 1

voglio dire 1 2 3

Total 6 8 3 8

On the other hand, non-paraphrastic reformulation responds to

the speaker’s intention to modify what has already been said. This

modification can entail either a simple rectification or a conclusion

or summary (Rossari 1994). Due to the small number of DMs with

this function in the corpus we have not taken into account these fur-

ther distinctions in our analysis. This second type of reformulations

is much less frequent in our corpus but more equally distributed

throughout the 4 levels of linguistic competence. However initial

and intermediate level learners resort frequently to code-switching,

as it can be seen in (22), where the learner rectifies to clarify that

she only has visited one city in Tuscany:

19 At the intermediate level it adopts the incomplete form bué in one of the occurrences.

Page 54: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

51

(22) A: ma / io sono toscana↓ / vivo in un posto- in un paesino

vicino a Pisa↓ / quindi / forse è una zona che no→ / ancora

non hai visto↓B: IO!? / sì! / [io conoscoo la =]

A: [sì!? / conosci la Toscana!? / uhm uhm]

B: = Toscana→ / bueno / Firenze →/ [qualcheee] (1SG4, 47-50)

‘A: but / I am from Tuscany/ I live in a place- in a small vi-

llage near to Pisa / so / it is maybe an area that /you still

have not visited

B: ME? / yes! / [I have visited it=]

A: [really? / have you visited Tuscany? / uhm uhm]

B= Tuscany / well / Florence / [someee]’

4. Conclusions

The onomasiological approach allows us to adopt a different pers-

pective from the usual one in acquisitional studies and in studies on

DMs in general. Instead of focusing on the single lexical units, their

presence and functions in the interlanguage, the focus is on which

discursive functions are carried out by learners, what strategies they

resort to in each case (prosodic cues, vowel lengthenings, pauses),

when they use DMs and which ones they use for which functions.

This approach has the advantage of highlighting the differences

between discursive functions. In fact, from the analysis presented

here it is easy to see that DMs are hardly employed to carry func-

tions such as opening interaction or reformulation20 – especially

20 Another function found in our corpus which is scarcely signalled by a DM is the ordering of information: speakers present successive information but without using explicit markers, which otherwise are very frequent in written texts (such as first of all, secondly, on the other hand). In our corpus we have only found 1

Page 55: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

52

non-paraphrastic reformulation – and that in these cases NS and NNS

tend to resort to other strategies such as prosodic cues.

However, functions such as introducing a new topic rely heavily

on DMs which become the preferred textual strategy in this case,

a result that agrees with what was found by Jafrancesco (2015: 35)

in her corpus. Besides, the onomasiological approach allows us to

compare better L1 and L2 as it shows which functions are lacking

in the learner varieties and which lexical elements are lacking in

each function. This clarifies that the acquisition of a lexical unit

does not imply necessarily that NNS are able to use that lexical

unit with the appropriate functions and makes it easy to identify

divergences from the L1.

As far as functions are concerned, we can see in Table 7 that there

is a strong disymmetry between the different analysed functions:

in L1 Italian, DMs are used mainly in the changing of a topic and

online planning; they are also used in closing a topic, summing-up,

closing an interaction and paraphrastic reformulation and scarcely

used in the other functions (opening interaction, digression, picking

up a topic and non-paraphrastic reformulation).

Table 7. Metadiscursive functions and DM tokens

BEGINNER INTERMEDIATE ADVANCED NNS NS

Opening interaction 2 1 6 9 6

Closing interaction 8 3 7 18 27

Introduction / Change of topic

85 91 115 291 209

Closing topic 14 10 8 32 49

occurrence of innazittutto ‘first of all’ in NS and 2 of prima di tutto ‘first of all’ in intermediate and advanced NNS respectively. DMs with the function of continuing or closing a sequence of ideas are slightly more frequent: da un’altra parte ‘on the other hand’ (2 tokens in advanced NNS and 1 in NS), dopo ‘secondly’ (1 token in intermediate and 2 in advanced NNS) and poi ‘secondly / then’ (1 token in inter-mediate, advanced and NS, respectively). This shows how spoken/written varieties determine the presence or absence of discursive function and their marks.

Page 56: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

53

Digression 0 2

Picking up a topic 1 4 24 29 9

Summing-up 3 3 4 10 42

Online planning 27 91 134 252 314

Paraphrastic reformulation 10 2 12 28

Non-paraphrastic reformulation

6 8 3 17 8

In learner varieties the presence of DMs in metadiscursive func-

tions is clearly underrepresented in functions such as summing-up

and paraphrastic reformulation, while markers are overrepresented

in picking up a topic and non-paraphrastic reformulation. From an

acquisitional point of view, we observe that DMs increase, according

to expectations ( Jafrancesco 2015: 11), in functions such as topic

switching and recovery, and online planning, while in other cases

the evolution is far from clear: their presence decreases (moving

away from L1) in functions such as closing a topic and paraphrastic

reformulation. These facts are still hard to explain and contradict

the general expectation, but we must not forget that learners’ idio-

syncrasies are an important and disturbing function when analyzing

learner varieties, especially in relatively small interlanguage cor-

puses. Finally, phenomena such as L1 (or other L2) transfer and

code-switching indicate that functions have been appropriately ac-

quired but the learner is still lacking enough lexical resources to

convey them.

To sum up, the proposed onomasiological approach offers a clea-

rer picture of the different stages in the acquisitional process as

far as the presence of DMs is concerned but also pays attention to

the development of certain discursive functions. DMs do not have

a homogenous distribution in the different functions in the L1 and

this should be a starting point to assess the progress in language

acquisition (other factors such as situation, text type and discourse

genre should also be taken into account). We have illustrated this

approach with metadiscursive functions, but it can evidently be ap-

Page 57: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

54

plied also to interactional or cognitive functions in order to have a

much more complete and complex picture of the situation. Thus, it

would be easier to contrast not only L1 and L2 or different learner

varieties but also different L1 which could prove to be a very useful

tool for translation purposes.

Finally, the onomasiological perspective conceives DMs as a

possible textual strategy among many others (linguistic resources

such as NP and whole utterances but also prosodic cues and other

paralinguistic phenomena, mimics, kinesics) and makes possible a

global understanding of the complexity of the interlanguage and

its dynamic evolution, which is not limited to an increase of lexical

elements and morphosyntactic constructions.

References

Andorno, C. (2007). Strutturare gli enunciati e gestire l’interazione in italiano L2. L’uso dei connettivi anche, invece, ma, però. In A. M. De Cesare & A. Ferrari (Eds.), Lessico, grammatica, testualità. Acta Romanica Basiliensia 18, 223-243.

Andorno, C. (2008). Connettivi in italiano L2 fra struttura dell’enunciato e struttura dell’interazione. In G. Bernini, L. Spreafico & A. Valentini (Eds.), Competenze lessicali e discorsive nell’acquisizione di lingue seconde. Perugia: Guerra, 481-510.

Bardel, C. (2003). I segnali discorsivi nell’acquisizione dell’italiano L2. In C. Crocco, R. Savy & F. Cutugno (Eds.), API: Archivio del Parlato Italiano. Napoli: CIRASS [DVD].

Bardel, C. (2004). La pragmatica in italiano L2: l’uso dei segnali discorsivi. In F. Albano Leoni, F. Cutugno, M. Pettorino & R. Savy (Eds.), Il parlato italiano. Atti del convegno nazionale, Napoli 13-15 febbraio 2003. Napoli: D’Auria [CD-Rom].

Bazzanella, C. (1995). I segnali discorsivi. In L. Renzi, G. Salvi & Anna Cardinaletti (Eds.), Grande grammatica italiana di consultazione (225-257). Bologna: Il Mulino.

Bazzanella, C. (2006). Discourse Markers in Italian: Towards a ‘Compostional’ Meaning. In K. Fischer (Ed.), Approaches to discourse particles. Amsterdam: Elsevier.

Bazzanella, C. & Borreguero Zuloaga, M. (2011). Allora e entonces: problemi teorici e dati empirici. In E. Khachaturyan (Ed.), Discourse markers in Romance languages. Oslo Studies in Language 3 (1), 7-45.

Bini, M. & Pernas, A. (2008). Marcadores discursivos en los primeros estadios de adquisición del italiano L2. In R. Monroy, A. Sánchez (Eds.), 25 años de Lingüística

Page 58: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

55

Aplicada en España: hitos y retos. Actas del VI Congreso de la Asociación Española de Lingüística Aplicada (AESLA) (25-32). Murcia: Edit.um. [CD-Rom].

Borreguero Zuloaga, M. (2009a). I connettivi avversativi nei testi scritti degli apprendenti ispanofoni di italiano L. In  E. Corino & C. Marello (Eds.), VALICO: Studi di linguistica e didattica (51-69). Perugia: Guerra.

Borreguero Zuloaga, M. (2009b). L’espressione dell’avversatività nel’’interazione dialogica degli apprendenti di italiano L2: una prospettiva acquisizionale. In A. Ferrari (Ed.),  Sintassi storica e sincronica dell’italiano: subordinazione, coordinazione e giustapposizione. Atti del XI Convegno Internazionale della SILFI. Basilea 30 giugno-2 luglio 2008. Firenze: Franco Cesati, 1489-1504.

Borreguero Zuloaga, M. (2012). Focalizzatori nelle varietà di apprendimento: il caso di  anche. In P. Bianchi, N. De Blasi, C. De Caprio & F. Montuori (eds.),  La variazione nell’italiano e nella sua storia. Varietà e varianti linguistiche e testuali. Atti dell’XI Convegno della Società Internazionale di Linguistica e Filologia Italiana. Napoli, 7-10 ottobre 2010. Firenze: Franco Cesati. Vol. 2, 617-628.

Borreguero Zuloaga, M. (2014). Anteposiciones focales en italiano y español L2. In F. San Vicente & E. Morillas (Eds.), Oralidad contrastiva español-italiano: aspectos gramaticales, discursivos y textuales. Cuadernos AISPI 4, 21-48.

Borreguero Zuloaga M. (2015). A vueltas con los marcadores del discurso: de nuevo sobre su delimitación y sus funciones. In A. Ferrari, L. Lala & R. Stojmenova (Eds.), Testualità. Fondamenti, unità, relazioni (151-170). Firenze: Franco Cesati.

Borreguero Zuloaga, M. & Pernas Izquierdo, P. (2010). Cortesia e scortesia in un contesto di apprendimento linguistico: la gestione dei turni. In M. Pettorino, A. Giannini, F. Dovetto (Eds.), La comunicazione parlata 3. Atti del terzo congresso internazionale del Gruppo di Studio sulla Comunicazione Parlata (GSCP). Napoli, 23-25 febbraio 2009. Napoli : Università Napoli L’Orientale. Vol. I, 227-248.

Borreguero Zuloaga, M. & Gómez-Jordana Ferary, S. (Eds.) (2015). Marqueurs du discours dans le langues romanes: une approche contrastive. Limoges, Lambert-Lucas.

Casula, S. (2005). I segnali discorsivi nell’interlingua degli immigrati senegalesi. A. Dettori (Ed.), Lingue e cultura a contatto. Quaderni del Dipartimento di Linguistica ed Stilistica dell’Università di Cagliari 4: 75-92.

De Meo, A. & Pettorino, M. (Eds) (2012). Prosodic and Rhythmic Aspects of L2 Acquisition. The case of Italian. New Castle-upon-Tyne: Cambridge Scholars.

Diao-Klaeger, S. & Thoerle, B. (2013). Diskursmarker in L2. In C. Bürgel & D. Siepmann (Eds.), Sprachwissenschaft – Fremdsprachendidaktik: Neue Impulse. Baltmannsweiler: Schneider Hohengehren, 145-160.

Ferraris, S. (2004). Come usano ma gli apprendenti di italiano L1 e L2. In G. Bernini, G. Ferrari & M. Pavesi (Eds.), Atti del 3º congresso di studi dell’Associazione Italiana di Linguistica Applicata. Perugia 21-22 febbraio 2002. Perugia: Guerra, 73-91.

Fischer, K. (Ed.) (2006). Approaches to discourse particles. Amsterdam: Elsevier.

Garcés Gómez, P. (2008). La organización del discurso: marcadores de ordenación y de reformulación. Madrid / Frankfurt: Iberoamericana / Vervuert.

Page 59: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

56

Ghezzi, C. & Molinelli, P. (2015). Segnali allocutivi di richiamo: percorsi pragmatici e sviluppi diacronici tra latino e italiano. Cuadernos de Filología Italiana 21, 21-47.

Guil, P. (2009a). Segnali discorsivi come meccanismi di intensità in italiano L2. In B. Gili Fivela & C. Bazzanella (Eds.), Fenomeni d’intensità nell’italiano parlato (223-241). Firenze, Cesati.

Guil, P. (2009b). Interazione orale di apprendenti ispanofoni di italiano L2: usi e funzioni di e incipitaria. In A. Ferrari (Ed.), Sintassi storica e sincronica dell’italiano: subordinazione, coordinazione e giustapposizione. Atti del XI Convegno Internazionale della SILFI. Basilea 30 giugno-2 luglio 2008.. Firenze: Franco Cesati, 1504-1520.

Guil, P. (2015). Marcadores discursivos en la interlengua de aprendices de italiano L2. In M. Borreguero Zuloaga & S. Gómez Jordana Ferary (Eds.), Marqueurs du discours dans les langues romanes: une approche contrastive. Limoges: Lambert-Lucas, 373-385.

Guil, P., Bazzanella, C., Bini, M., Pernas, P., Gil, T., Borreguero, M., Pernas, A., Kondo, C. & Gillani, E. (2008). Marcadores discursivos y cortesía lingüística en la interacción de aprendices de italiano L2. In A. Briz et al. (Eds.), Cortesía y conversación: de lo escrito a lo oral. Actas del III Coloquio Internacional del Programa EDICE. Valencia: Universidad de Valencia/Programa EDICE, 711-729.

Guil, P., Pernas Izquierdo, P. & Borreguero Zuloaga, M. (2010). Descortesía en la interacción entre aprendices hispanófonos de italiano L2. In F. Orletti & L. Mariottini (Eds.), (Des)cortesía en español. Espacios teóricos y metodológicos para su estudio. Roma: Università Roma Tre / Programa Edice / Stockholm University, 679-704. [www.edice.org].

Hancock, V. & Sanell, A. (2010). Pragmaticalisation des adverbes temporels dans le français parlé L1 et L2: Étude développementale de alors, après, maintenant, déjà, encore et toujours. In L. Roberts, M. Howard, M. Ó Laoire & David Singleton (Eds.), EUROSLA Yearbook. Vol. 10. Amsterdam: John Benjamins, 62-91.

Jafrancesco, E. (2015). L’acquisizione dei segnali discorsivi in italiano L2. Italiano LinguaDue 1, 1-39.

López Serena, A. & Borreguero Zuloaga, M. (2010). Los marcadores del proyecto y la variación lengua hablada vs. lengua escrita. In Ó. Loureda & E. Acín (Eds.), Los estudios sobre marcadores del discurso en español, hoy. Madrid: Arco Libros, 415-495.

Manili, P. (2001). Funzioni e uso dei segnali discorsivi nell’italiano L2. Studi e saggi linguistici, Supplemento a L’Italia dialettale. Vol. LXII (n. s. XXXIX), 137-205.

Nigoević, M. & Sučić, P. (2011). Competenza pragmatica in italiano L2: l’uso dei segnali discorsivi da parte di apprendenti croati, Italiano LinguaDue, 2, 94-114.

Pascual Escagedo, C. (2015). Análisis de las funciones de los marcadores discursivos en las conversaciones de estudiantes italianos de E/LE. Lingue e linguaggi 13, 119-161.

Pauletto, F. & Bardel, C. (2015). Direi che: strategie di mitigazione nell’interazione di un’apprendente ‘quasi nativa´. In M. Borreguero Zuloaga &S. Gómez-Jordana Ferary (Eds.), Marqueurs du discours dans les langues romanes: une approche contrastive. Limoges: Lambert-Lucas, 425-437.

Page 60: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

57

Pernas Izquierdo, P. (2009): Il connettivo perché nell’interazione orale di apprendenti ispanofoni di italiano L2. In A. Ferrari (Ed.) Sintassi storica e sincronica dell’italiano: subordinazione, coordinazione e giustapposizione. Atti del XI Convegno Internazionale della SILFI. Basilea 30 giugno-2 luglio 2008. Firenze: Franco Cesati, 1521-1536.

Pons Bordería, S. (1998). Oye y mira o los límites de la conexión. In. M. A. Martín Zorraquino & E. Montolío (Eds.), Los marcadores del discurso. Teoría y análisis. Madrid: Arco Libros, 213-228.

Pons Bordería, S. (2000). Los conectores. In A. Briz & Grupo Val.Es.Co (Eds.), Cómo se comenta un texto coloquial. Barcelona: Ariel, 193-210.

Pons Bordería, S. (2006). A functional approach for the study of discourse markers. In K. Fisher (Ed.), Approaches to discourse particles. Amsterdam: Elsevier, 77-100.

Pons Bordería, S. & Estellés Arguedas, M. (2014). Absolute initial position. In S. Pons Bordería (Ed.), Discourse Segmentation in Romance Languages. Amsterdam: John Benjamins, 121-155.

Porroche, M. & Laguna, J. (2015). Los marcadores discursivos interrogativos en español: semejanzas y diferencias. In M. Borreguero Zuloaga & S. Gómez Jordana Ferary (Eds.), Marqueurs du discours dans les langues romanes: une approche contrastive. Limoges: Lambert-Lucas, 179-190.

Romero Trillo, J. (2002). The pragmatic fossilization of discourse markers in non-native speakers of English. Journal of Pragmatics 34, 769-784.

Rossari, C. (1994). Les opérations de reformulation. Analyse du processus et des marques dans une perspective contrastive français - italien. Bern: Peter Lang.

Schiffrin, D. (1987). Discourse markers. Cambridge: Cambridge University Press.

Sperber, D. & Wilson, D. (1986). Relevance: Communication and Cognition. Oxford: Blackwell.

Page 61: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

(Página deixada propositadamente em branco)

Page 62: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-1446-5_2

l o S m a r c a d o r e S d i S c u r S i vo S y o t r o S m e c a n i S m o S d e e n l ac e d e o r ac i o n e S

e n e l d i S c u r S o 1

María Victoria Pavón Lucero

(Universidad Carlos III de Madrid)

[email protected]

Resumen: El objetivo de este trabajo es revisar el concepto de marcador

discursivo poniéndolo en relación con otros tipos de unidades lingüísticas

que, por lo general, no se incluyen en esta clase, pero que también tienen

como cometido establecer relaciones entre oraciones en el discurso. En

primer lugar, observamos que, ateniéndonos a la definición habitual de

estos elementos, no es posible distinguirlos de otros elementos sintácti-

cos, como las conjunciones coordinantes y subordinantes; a continuación,

comparamos su comportamiento sintáctico con el de estas mismas clases

de palabras; y, por último, mostramos otros mecanismos formales que

también sirven para establecer relaciones entre oraciones.

Palabras clave: Marcador discursivo, conjunción, coordinación, subordi-

nación, yuxtaposición.

Abstract: The purpose of this paper is to review the concept of discourse

marker by relating it to other types of linguistic units which are not usu-

ally included in this class, but whose grammatical function is to connect

sentences in discourse. In the first place, we show that, according to the

1 La investigación que subyace a este trabajo ha sido financiada con cargo al proyecto De la oración al discurso: estudio contrastivo (FFI2015-65189-P, MINECO/FEDER, UE).

Page 63: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

60

usual definitions of discourse markers, it’s not possible to distinguish

them from other syntactic elements, like coordinating and subordinat-

ing conjunctions. Next, we compare their syntactic functioning with the

functioning of these other word classes. Finally, we bring our attention to

other formal procedures to establish grammatical and discursive relations

between sentences.

Key words: Discourse marker, conjunction, coordination, subordination,

juxtaposition.

1. Introducción

Los mecanismos de enlace de oraciones son un ámbito de es-

tudio que se sitúa a medio camino entre la sintaxis de la oración

y el análisis del discurso. Si bien la primera de estas disciplinas

tiene un objeto de estudio y unos límites bastante precisos, con

independencia de la disparidad existente entre las diversas escue-

las lingüísticas que se han ocupado de su estudio, la segunda de

ellas constituye un campo heterogéneo de límites poco precisos.

Así lo señalan, por ejemplo, Schiffrin, Tannen y Hamilton (2001: 1),

quienes sintetizan las diferentes definiciones que se han ofrecido

para este campo de estudio en tres categorías principales: (1) algo

que está más allá de la oración, (2) el uso del lenguaje, y (3) una

diversidad de prácticas sociales que incluyen usos no lingüísticos

y no específicos del lenguaje. Para nuestros efectos, y dado que

vamos a hablar de mecanismos para establecer relaciones entre las

oraciones que constituyen el discurso, será pertinente la primera

de estas categorías: el discurso como un constructo lingüístico que

está más allá de los límites de la oración.

El objetivo de esta breve contribución será revisar el concepto

de marcador discursivo en relación con otras clases de unidades

lingüísticas que también tienen como cometido establecer relaciones

Page 64: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

61

entre oraciones en el discurso, pero cuyo estudio se considera que

corresponde al ámbito de la sintaxis de la oración. Para comenzar,

veamos el siguiente texto:

(1) Una de las cuestiones que más me plantean en las entrevis-

tas, pero también por la calle, es por qué en el programa en

el que trabajo se le da tanta caña al PP. La impresión que

percibe un sector de la audiencia es que la balanza está muy

descompensada.

Cuando te detienes y les comentas que sólo se debe “dar

caña” al que comete fechorías, la respuesta es siempre la

misma: “Todos las hacen”. […]

Los votantes extrapolan la corrupción porque les resulta inad-

misible creer que “los suyos” son peores que “los otros”, ya

que esto les situaría en una posición moral comprometida,

y más en el caso de España, donde la derecha estaba toda

unida en un solo partido […]. La renuncia a votar su opción

por una cuestión ética les dejaría sin alternativa ya que, como

hemos visto, el crecimiento de Ciudadanos se ha desinflado

cuando hicieron la puesta en escena de aquella alianza ficticia

con el PSOE. Alianza, aunque no se entendió bien, pero que

cumplía una doble función. Por un lado permitía al PSOE

excluir a Podemos de cualquier posibilidad de pacto. Por otro,

situaba a Ciudadanos más en el centro de lo que lo hacía la

ciudadanía, empeñada en que se trataba de la marca blanca

del PP, al posicionarse como una fuerza que apostaba por la

gobernabilidad sin tener en cuenta la ideología, ese espacio

de los que se llaman apolíticos que se empeñan en que no

hay derechas ni izquierdas, pero votan a la derecha.

Sin embargo, esa actitud de compadreo con el PSOE, que

le ha funcionado a Susana Díaz en Andalucía para quitarse

Page 65: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

62

de encima el muerto de tener que pactar con la izquierda, a

ellos no les va bien. […]

(El gran Wyoming, “La balanza”, Infolibre, 8/11/2016, http://www.

infolibre.es/tags/ personajes/el_gran_wyoming.html)

En (1) hemos subrayado diversas unidades lingüísticas cuya fun-

ción en el texto es establecer conexiones, desde un punto de vista

semántico y formal, entre distintas oraciones2. Esas unidades son

las que en (2) presentamos agrupadas por clases:

(2) a. Conjunciones coordinantes: pero. 

b. Conjunciones subordinantes: porque; ya que; aunque. 3

c. Adverbios relativos: cuando; donde.

d. Preposiciones: para; a(l).4

e. Marcadores discursivos: por un lado… por otro; sin embargo.

Como podemos ver, todas las unidades de (2) aparecen clasifi-

cadas por su categoría gramatical, a excepción de los marcadores

discursivos. Podríamos, tal vez, haber utilizado para ellos el nombre

de alguna categoría gramatical, por ejemplo, adverbio o locución

adverbial, pero esto presentaría dos problemas: en primer lugar,

no está claro que solo sean adverbios las unidades que constituyen

2 Hemos excluido algunos pronombres relativos que introducen oraciones en función de complemento del nombre, los pronombres interrogativos y las conjun-ciones que introducen oraciones subordinadas completivas.

3 La mayoría de las conjunciones subordinantes que encabezan subordinadas adverbiales en español son en realidad locuciones conjuntivas, formadas a partir de otros elementos, como una preposición o un adverbio, seguidos de la conjunción que (<por + que>, <ya + que>, <aun + que>). Son muy pocas las conjunciones sim-ples, como si condicional (Si llueve, se mojará la ropa), o como condicional (Como llueva, se mojará la ropa) o causal (Como llovió, la ropa se mojó).

4 Como veremos en el apartado 4, quizás podríamos incluir aquí la locución conjuntiva porque, que hemos recogido en (2b).

Page 66: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

63

esta clase5; en segundo lugar, mientras que clases de palabras como

‘conjunción’, ‘adverbio relativo’ o ‘preposición’ son, por su propia

definición, elementos de unión, de enlace, la denominación ‘adver-

bio’, sin embargo, no recogería de forma transparente la función

discursiva de enlace de oraciones que los marcadores del discurso

llevan a cabo. Y es que, precisamente, la clasificación de estos ele-

mentos como tales solo toma en cuenta esa función.

En los apartados que siguen, en primer lugar revisaremos el

concepto de marcador discursivo, y veremos que, ateniéndonos a la

definición habitual de estos elementos, no es posible distinguirlos

de otros elementos sintácticos, como las conjunciones coordinantes

y subordinantes; a continuación compararemos su comportamiento

sintáctico con el de estas mismas clases de palabras y, por último,

mostraremos otros mecanismos formales que también sirven para

establecer relaciones entre oraciones.

2. La definición de marcador del discurso

Martín Zorraquino y Portolés Lázaro (1999) definen el concep-

to de marcador del discurso del siguiente modo (véase también

Portolés 2016):

(3) Los ‘marcadores del discurso’ son unidades lingüísticas inva-

riables, no ejercen una función sintáctica en el marco de la

predicación oracional –son, pues, elementos marginales– y

poseen un cometido coincidente en el discurso: el de guiar,

de acuerdo con sus distintas propiedades morfosintácticas,

5 La disparidad de elementos gramaticales que muchas veces se recogen dentro de la clase de los marcadores discursivos aparece señalada en numerosos trabajos sobre el tema, entre los que basta mencionar Jucker y Ziv (1998) y RAE-ASALE (2009: § 30.12a).

Page 67: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

64

semánticas y pragmáticas, las inferencias que se realizan en

la comunicación. (Martín Zorraquino y Portolés Lázaro 1999:

§ 63.1.2)

Si revisamos esta definición, vemos que ninguna de las tres

propiedades que distinguen a los marcadores discursivos (la inva-

riabilidad, el no llevar a cabo una función sintáctica y el orientar

las inferencias en el discurso) permite diferenciarlos de otras clases

de elementos de enlace, como las conjunciones. En efecto, tanto los

marcadores discursivos como las conjunciones, ya sean coordinantes

o subordinantes, son “unidades lingüísticas invariables”. En segun-

do lugar, al igual que los marcadores, las conjunciones tampoco

desempeñan una función sintáctica en el marco de la predicación

oracional: su función es estructural, de enlace, y, efectivamente,

no se puede determinar desde el punto de vista de la predicación,

como sí ocurre con funciones como sujeto, complemento directo,

etc. Por último, tampoco es exclusivo de los marcadores del discurso

el cometido de guiar las inferencias pragmáticas que se realizan en

la comunicación. ¿Qué otra cosa hacen, en el texto recogido en (1),

conjunciones (o locuciones conjuntivas) como pero o ya que?

3. Mecanismos formales para el enlace de oraciones en el

discurso y sus diferencias: marcadores discursivos y con-

junciones

Desde el punto de vista de la sintaxis de la oración, podemos dis-

tinguir los siguientes mecanismos formales para el enlace de oraciones:

(4) a. Coordinación (conjunciones coordinantes).

b. Subordinación (conjunciones subordinantes).

c. Yuxtaposición (marcadores del discurso).

Page 68: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

65

Los mecanismos de la coordinación y la subordinación disponen

de elementos específicos que son los que marcan formalmente el

enlace entre las oraciones: las conjunciones6. En cuanto a la yuxta-

posición, se caracteriza precisamente por la ausencia de elementos

formales explícitos de enlace. Si en (4c) hemos indicado entre pa-

réntesis ‘marcadores del discurso’ no es porque estos elementos

sean necesarios desde el punto de vista formal, que no lo son. Los

hemos situado allí porque, en ausencia de un elemento de enlace

que, además de llevar a cabo una función sintáctica específica, nos

permita interpretar el sentido en que las oraciones están relacio-

nadas, los marcadores discursivos permiten establecer esa relación

semántica precisamente cuando no hay otros nexos. Por decirlo de

otro modo, si bien su presencia no es necesaria desde el punto de

vista de la arquitectura sintáctica, es un elemento que contribuye a

la cohesión semántica del texto.

Vamos ahora a revisar las diferencias formales existentes entre

los mecanismos de enlace de oraciones señalados en (4). En el caso

de la subordinación, nos vamos a ceñir en nuestra exposición al

caso de las oraciones subordinadas adverbiales. El motivo es que

estas oraciones, a diferencia de las sustantivas y adjetivas, no nece-

sariamente forman un constituyente de la oración principal (como

sucedería con la oración temporal encabezada por cuando en El

teléfono sonó cuando ya me había acostado, donde desempeña la

función de complemento circunstancial de tiempo), sino que, en

muchas ocasiones, ocupan una posición sintáctica externa a esta.

Así, por ejemplo, en la oración, tomada del texto de (1), Los votantes

6 No mencionaré aquí más que tangencialmente el hecho de que la mayoría de las conjunciones, sobre todo las que introducen oraciones subordinadas adverbiales, son en realidad locuciones conjuntivas, con distintos orígenes y distintos grados de gramaticalización (véase Pavón Lucero 2012: § 6.2.2). Por otra parte, como veremos en el apartado 4, el fenómeno de la llamada subordinación adverbial comprende en realidad una multiplicidad de estructuras sintácticas. Puede consultarse al respecto Pavón Lucero (2012; 2016a) y Brucart y Gallego (2009; 2016).

Page 69: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

66

extrapolan la corrupción porque les resulta inadmisible creer que

“los suyos” son peores que “los otros”, ya que esto les situaría en una

posición moral comprometida, nos encontramos con dos oraciones

subordinadas causales: una, encabezada por porque, que parece

integrada dentro del sintagma verbal predicado, y otra, encabezada

por ya que, que se sitúa en una posición más externa, desde la

que modifica a toda la oración principal. Para dar cuenta de ello,

diversos autores, como Rojo (1978), Moya (1989) y Molina Redondo

(1995), añaden a los conceptos de coordinación y subordinación el

de interordinación. Las oraciones interordinadas se diferencian

de las subordinadas en el hecho de que ninguna de las oraciones

es un constituyente de la otra (véase también RAE-ASALE 2009: §

47.1i). Por razón de esta diversidad de grados de dependencia entre

la oración subordinada y la principal, el estudio de la subordinación

adverbial se sitúa a medio camino entre la oración y el discurso.7

Para comparar los tres tipos de procedimientos señalados, revi-

semos el siguiente texto:

(5) Aunque algunas facetas de estas teorías basadas en los instin-

tos son atractivas y poseen una cierta carga de racionalidad,

la verdad es que la tesis de las raíces naturales y espontá-

neas de la violencia humana no es hoy en día defendible. Es

7 Además de los señalados, son muchos otros los autores que han llamado la atención sobre los diferentes niveles en que puede concretarse la relación de depen-dencia formal entre la oración subordinada y la oración principal. Así, por ejemplo, Holler (2008) distingue entre la simple dependencia (“dependence”) y la incrustación (“embeddedness”). Las oraciones dependientes, a diferencia de las incrustadas, no desempeñan una función sintáctica en la oración principal, con la que guardan una relación fundamentalmente discursiva. Otro ejemplo puede ser el de Lehman (1988), quien establece un continuo dentro de las relaciones oracionales que va desde las oraciones independientes (“elaboration”) hasta los casos de mayor incrustación de la oración subordinada en la principal (“compression”). En este continuo, que incluiría también la coordinación y la yuxtaposición, la subordinación abarcaría un espectro que contempla diversos grados de dependencia hasta la mayor incrustación. Para más referencias sobre esta cuestión, véase Pavón Lucero 2016a: 18-21.

Page 70: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

67

cierto que la persona es la criatura más cruel que hay sobre

la Tierra, pero también es verdad que sólo algunos hombres

y mujeres lo son. Acusar a toda la especie humana por los

terribles excesos cometidos por una clara minoría es erróneo

e injusto. Todos nacemos con el potencial para ser violentos.

Pero también nacemos con la capacidad para la compasión,

la generosidad, la abnegación y la empatía.

En definitiva, como ya afirmé al principio de este prólogo,

la violencia se aprende y se aprende a fondo. A los pocos

días de nacer, las criaturas normales ya se relacionan activa-

mente con su entorno y se adaptan a los estímulos externos.

Desde estos primeros instantes, si sus necesidades biológicas

y emocionales se satisfacen razonablemente, los pequeños

comienzan a desarrollar el sentido de seguridad en sí mismos

y en los demás. Si, por el contrario, sus exigencias vitales

son ignoradas, tienden a adoptar un talante desconfiado y

temeroso.

(Luis Rojas Marcos, “Prólogo”, Las semillas de la violencia,

Madrid, Espasa, 1996)

El texto recogido en (5) resulta especialmente interesante para

nuestros propósitos porque en él se emplean los tres procedimientos

de enlace vistos en (4) para expresar un mismo tipo de relaciones.

El texto contrapone dos hipótesis: la de las raíces espontáneas de la

violencia y la de que la violencia es un comportamiento aprendido,

que es la que defiende el autor. A lo largo de él, el autor revisa argu-

mentos en defensa de la primera hipótesis, a los que contrapone los

suyos, en defensa de la segunda. Y para ello emplea la subordinación,

mediante la conjunción subordinante aunque; la coordinación, me-

diante la conjunción pero, y la yuxtaposición, en la que el marcador

discursivo por el contrario es el encargado de marcar la relación de

contraposición que se establece entre las oraciones yuxtapuestas.

Page 71: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

68

Veamos a continuación algunas diferencias entre los tres meca-

nismos formales señalados, para lo que comenzaremos contrastando

las secuencias enlazadas por marcadores discursivos y las encabe-

zadas por conjunciones. La diferencia fundamental, en este sentido,

es que los marcadores discursivos están en una posición sintáctica

más externa que las conjunciones en relación con la oración que

introducen: son incisos y, como tales, pueden aparecer en diversas

posiciones, según podemos apreciar en los ejemplos de (6):

(6) a. Si, por el contrario, sus exigencias vitales son ignoradas,

tienden a adoptar un talante desconfiado y temeroso.

b. Por el contrario, si sus exigencias vitales son ignoradas,

tienden a adoptar un talante desconfiado y temeroso.

c. Si sus exigencias vitales son ignoradas, tienden, por el

contrario, a adoptar un talante desconfiado y temeroso.

Las conjunciones, sin embargo, ya sean coordinantes o subor-

dinantes, deben ir al comienzo de la oración que introducen, y no

son incisos:

(7) a. Es cierto que la persona es la criatura más cruel que hay

sobre la Tierra, pero también es verdad que sólo algunos

hombres y mujeres lo son.

b. Todos nacemos con el potencial para ser violentos. Pero

también nacemos con la capacidad para la compasión, la

generosidad, la abnegación y la empatía.

c. *Todos nacemos con el potencial para ser violentos pero.

También nacemos con la capacidad para la compasión, la

generosidad, la abnegación y la empatía.

Page 72: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

69

También entre las oraciones encabezadas por conjunciones coor-

dinantes y subordinantes existen diferencias8. Una de ellas es que,

mientras que la oración encabezada por la conjunción subordinante

puede preceder o seguir a la oración principal (véase (8)), la oración

precedida por la conjunción coordinante no puede anteponerse a la

oración con la que se coordina, como muestra (9):

(8) a. Aunque algunas facetas de estas teorías basadas en los

instintos son atractivas y poseen una cierta carga de racio-

nalidad, la verdad es que la tesis de las raíces naturales y

espontáneas de la violencia humana no es hoy en día defen-

dible.

b. En el fondo, no le importa, aunque el olor a algas frescas

a veces lo asquea […] (Alexánder Obando Bolaños, El más

violento paraíso; CREA)

(9) *Pero también es verdad que sólo algunos hombres y mujeres

lo son, es cierto que la persona es la criatura más cruel que

hay sobre la Tierra.

Hemos visto diferencias gramaticales entre los diversos mecanis-

mos de enlace de oraciones y las partículas responsables de ellos.

Ahora bien, ¿a qué categoría gramatical corresponden los marca-

dores discursivos? La RAE-ASALE (2009: § 30.12a) dice al respecto

lo siguiente:

(10) […] el concepto de ConeCtor DisCursivo (también

MarCaDor u oPeraDor DisCursivo o Del DisCurso) no

8 En determinados modelos teóricos, como el de la Gramática Generativa, se considera que la conjunción es el núcleo sintáctico de la secuencia que encabeza (véase al respecto Pavón 2016b y las referencias allí señaladas). Siendo así, esta propiedad de las oraciones subordinadas derivaría de una propiedad de su núcleo, la conjunción.

Page 73: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

70

constituye una clase sintáctica de palabras análoga a verbo,

conjunción o adverbio, sino un grupo establecido con crite-

rios textuales. La mayor parte de los conectores discursivos

son adverbios o locuciones adverbiales, pero algunos son

conjunciones, preposiciones, interjecciones o bien locuciones

formadas con todas estas clases de palabras.

Desde un punto de vista gramatical, pueden pertenecer a di-

versas clases de palabras. Por ejemplo, entre los marcadores que

recogíamos en (2e) encontramos dos sintagmas preposicionales (por

un lado… por otro…) y una locución adverbial (sin embargo). La

mayoría de ellos, de hecho, son adverbios o locuciones adverbiales

(véase RAE-ASALE: § 13.12).

Queda claro que la de los marcadores discursivos es una clase

establecida según criterios textuales, y no gramaticales. Ahora bien,

la pregunta que cabe hacerse es por qué, normalmente, el estudio

de la coordinación y la subordinación y, en consecuencia, de las

unidades que introducen las oraciones coordinadas y subordinadas,

se excluye del estudio de las unidades que sirven para “guiar, de

acuerdo con sus distintas propiedades morfosintácticas, semánticas

y pragmáticas, las inferencias que se realizan en la comunicación”9,

como se define a los marcadores discursivos según veíamos en (2).

Y no son solo conjunciones las partículas que participan en estos

mecanismos de enlace, pues, como veremos en el apartado siguiente,

son otras muchas las estructuras, y las unidades lingüísticas, que

participan en ellos.

9 Por poner solo un ejemplo, entre los conectores contraargumentativos recogidos por Portolés (2016: 694) se encuentran las locuciones adverbiales en cambio, por el contrario, sin embargo, etc., pero no las conjunciones pero o aunque.

Page 74: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

71

4. Otras clases sintácticas en el enlace de oraciones

Hemos hablado de conjunciones coordinantes y subordinantes,

pero son más las categorías que participan en el enlace de oracio-

nes. En realidad, como se ha señalado en diversos trabajos (Pavón

Lucero 2012 y 2016a, y Brucart y Gallego 2009 y 2016, entre otros),

el fenómeno de la subordinación adverbial es muy complejo y no

se puede reducir a una sola estructura.

Podemos, por ejemplo, encontrar grupos o sintagmas preposi-

cionales entre las llamadas oraciones subordinadas adverbiales. Es

lo que sucede con las oraciones finales encabezadas por para que,

secuencia formada por la preposición para y la conjunción que,

que introduce oraciones subordinadas sustantivas. También es esta

la estructura de partida de las oraciones causales que, como la de

(11a), están encabezadas por porque, locución conjuntiva formada

por la amalgama de la preposición por y la conjunción que.10 De

hecho, como señala RAE-ASALE (2009: § 46.2a), la oración encabe-

zada por la conjunción subordinante que alterna en el término de

la preposición por con una oración de infinitivo, (11b), un grupo

nominal, (11c), o un pronombre neutro, (11d):

(11) a. Estaba muy triste, porque creía que ya no nos veríamos nunca

más. (Adelaida García Morales, El sur seguido de Bene; CREA)

b. Lo felicitaron por haber salido antes de cumplir la con-

dena, debido a buena conducta. (Manuel Puig, El beso de la

mujer araña; CREA)

10 También para que ha sido caracterizada como locución conjuntiva en la tradición gramatical española. De hecho, la diferencia fundamental entre las secuen-cias porque y para que es la separación gráfica de los elementos que componen la segunda, frente a la primera. Como se indica en RAE-ASALE (2009: § 46.2a), las construcciones encabezadas por una y otra admitirían un doble análisis: como oraciones encabezadas por locuciones conjuntivas o como sintagmas preposicionales que contienen una oración subordinada sustantiva como término de la preposición.

Page 75: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

72

c. Es más, casi que los veo y me desmayo por su grandilo-

cuencia. ( José Andrés Rojo, Hotel Madrid; CREA)

d. Y quizá por eso, porque no encontraba el modelo reen-

carnado de su ideal, a los 35 años, después de dos fallidos

romances, permanecía soltera. (Samuel Rovinski, Herencia

de sombras; CREA)

Por otra parte, cuando revisamos el texto de (1) observamos

también la presencia de otro tipo de unidades, como adverbios re-

lativos. Tenemos, por lo tanto, una estructura sintáctica más dentro

de lo que habitualmente se conoce como subordinación adverbial.

Recordemos el ejemplo que aparecía en el texto citado:

(12) Cuando te detienes y les comentas que sólo se debe “dar

caña” al que comete fechorías, la respuesta es siempre la

misma […]

Y podríamos añadir todavía al menos una estructura más: el gru-

po adverbial. Efectivamente, en (13a) tenemos un grupo adverbial

cuyo núcleo es el adverbio además, que toma como complemento

una oración subordinada sustantiva precedida de que. Vale la pena

observar que ese mismo adverbio aparece sin complemento en (13b)

y que en este caso se consideraría un marcador discursivo. Pero la

relación semántica que establece entre las dos oraciones yuxtapues-

tas es la misma que en (13a), donde una de las dos oraciones es

complemento del adverbio.

(13) a. Además de que tendríamos un apartamento en Caracas, po-

dríamos irnos de temporada […] [Guillermo Cabrera Infante,

La Habana para un infante difunto; CREA]

b. Tendríamos un apartamento en Caracas. Además, podría-

mos irnos de temporada.

Page 76: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

73

5. Conclusiones

Desde el punto de vista gramatical, los procedimientos de enla-

ce de oraciones son muy variados, y en ellos intervienen unidades

lingüísticas pertenecientes a diversas clases de palabras, con com-

portamientos formales, consecuentemente, muy distintos. Todas

ellas comparten, sin embargo, un mismo cometido discursivo: el

de establecer las relaciones semánticas existentes entre las diver-

sas oraciones que conforman el texto. Es esta, según indican las

definiciones habituales de esta clase de elementos, la tarea de los

marcadores discursivos (véase, más arriba, la definición de (2)). Sin

embargo, dentro de esta clase de elementos textuales solo se suele

incluir a una parte de las unidades gramaticales capaces de realizar

este cometido, unidades que, generalmente, corresponden a la cate-

goría gramatical de adverbio. El objetivo de nuestro trabajo ha sido,

precisamente, llamar la atención sobre este hecho, que nos lleva a

plantearnos dónde se encuentran, verdaderamente, los límites entre

la gramática de la oración y la gramática del discurso.

6. Referencias

Bosque, Ignacio y Demonte, Violeta (Dirs.) (1999). Gramática descriptiva de la lengua española. 3 vols. Madrid: Espasa Calpe.

Brucart, José M.ª y Gallego, Ángel (2009). “L’estudi formal de la subordinació i l’estatus de les subordinades adverbials”, Llengua & Literatura, 20, 139-191.

Brucart, José M.ª y Gallego, Ángel (2016). Aspectos formales e interpretativos de la subordinación adverbial. In Pavón Lucero, M.ª Victoria (Ed.), Las relaciones interoracionales. Categorías sintácticas y subordinación adverbial. Berlin/Boston: De Gruyter, 161-199.

CREA = Real Academia Española: Banco de datos (CREA) [en línea]. Corpus de referencia del español actual. <http://www.rae.es>

Gutiérrez-Rexach, Javier (Ed.) (2016). Enciclopedia de lingüística hispánica, 2 vols. London/New York: Routledge.

Holler, Anke (2008). German dependent clauses from a constraint-based perspective. In Fabricious-Hansen, Catherine y Ramm, Wiebke (Eds.), ‘Subordination’ versus

Page 77: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

74

‘Coordination’ in Sentence and Text. A Cross-Linguistic Perspective. Amsterdam/ Philadelphia: John Benjamins, 187-216.

Lehmann, Christian (1988). Towards a Typology of Clause Linkage. In Haiman, John y Thompson, Sandra A. (Eds.), Clause Combinng in Grammar and Discourse. Amsterdam/ Philadelphia: John Benjamins, 181-225.

López García, Ángel (1999). Relaciones paratácticas e hipotácticas. In Bosque, Ignacio y Demonte, Violeta (Dirs.), 3507-3547.

Martín Zorraquino, M.ª Antonia y Portolés Lázaro, José (1999). Los marcadores del discurso. In Bosque, Ignacio y Demonte, Violeta (Dirs.), 4051-4213.

Molina Redondo, José Andrés de (1995). En torno a la oración «compuesta» en español. In Serra Alegre, Enric, Gallardo Paúls, Beatriz, Veyrat Rigat, Montserrat, Jorques Jiménez, Daniel y Alcina Caudet, Amparo (Eds.), Panorama de la investigació lingüística a l’Estat Espanyol. Vol. I. Valencia: Universitat de València, 19-30.

Moya Corral, Juan Antonio (1989). Coordinación e interordinación, dos relaciones conjuntivas. In Borrego Nieto, Julio, Gómez Asencio, José J. y Santos Ríos, Luis (Eds.), Philologica II. Homenaje a D. Antonio Llorente. Salamanca: Ediciones de la Universidad, 211-226.

Pavón Lucero, M.ª Victoria (2012). Estructuras sintácticas en la subordinación adverbial, Madrid: Arco Libros.

Pavón Lucero, M.ª Victoria (Ed.) (2016). Las relaciones interoracionales. Categorías sintácticas y subordinación adverbial, Berlin/Boston: De Gruyter.

Pavón Lucero, M.ª Victoria (2016a). Relaciones entre oraciones y subordinación adverbial. In Pavón Lucero, M.ª Victoria (Ed.), Las relaciones interoracionales. Categorías sintácticas y subordinación adverbial, Berlin/Boston: De Gruyter, 11-39.

Pavón Lucero, M.ª Victoria (2016b). Conjunciones. In Gutiérrez-Rexach, Javier (Ed.), Enciclopedia de lingüística hispánica, Vol. 1. London/New York: Routledge, 473-483.

Portolés, José (2016). Marcadores del discurso. In Gutiérrez-Rexach, Javier (Ed.), Enciclopedia de lingüística hispánica. Vol. 1. London/New York: Routledge, 689-699.

Rojo, Guillermo (1978). Claúsulas y oraciones, Universidad de Santiago de Compostela.

Schiffrin, Deborah, Tannen, Deborah y Hamilton, Heidi E. (2001). Introduction. In Shiffrin, Deborah, Tannen, Deborah y Hamilton, Heidi E. (Eds.), The Handbook of Discourse Analysis, Oxford: Blackwell, 1-10.

Page 78: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

c u e S t i o n e S r e tó r i c o - t r a d u c to l ó g i c a S d e l o S m a r c a d o r e S d e l d i S c u r S o

( y d e S u au S e n c i a ) , e j e m p l i f i c a da S e n l a t r a d u c c i ó n e S pa ñ o l a

d e A t e m s c h Au k e l (H e r ta m ü l l e r )

Alberto Gil

(Universität des Saarlandes – Saarbrücken)

[email protected]

Abstract: Los marcadores discursivos (MD) cumplen la importante función

de procesar la información. Por eso son un apreciado campo de investigación

tanto en la lingüística del texto como en la traductología. Para su estudio

importa tanto su presencia como su ausencia, es decir su uso implícito, ya

que este último puede transportar instrucciones sutiles e incluso poéticas.

En Lingüística se ha tratado esporádicamente esta falta de explicitud en

los MD, pero en Traductología no se ha trabajado aún sobre el tema. En

el presente artículo se intenta impulsar este estudio poniendo las bases

teórico-traductológicas correspondientes y aplicándolas a la traducción

española de la sutil y poética novela de Herta Müller, Atemschaukel. En

este estudio puede ya entreverse cómo la necesidad de explicitud de

ciertos MD en la traducción lleva o bien a la pérdida de matices poéticos

o a una objetivación del texto que lo va convirtiendo en casi técnico. Se

propone una mayor correspondencia entre hermeneútica y creatividad,

observando esta relación bidireccionalmente, es decir, partiendo de que

la creatividad que lleva a una mejor comprensión del original es la mejor

forma de traducir.

Palabras clave: marcadores discursivos; traducción literaria; interpretación;

hermenéutica; creatividad

DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-1446-5_3

Page 79: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

76

Abstract: Discourse markers (DM) play an important role in the processing

of information. They are therefore a significant topic of research in Text

Linguistics and Translation Studies. Research into not only their presen-

ce but their absence is important and in particular their implicit use for

conveying subtle and even poetic instructions. This implicit use of DMs

has occasionally been the subject of studies in Text Linguistics, but not

in Translation. This paper intends to promote this research, establishing

initially the theoretical basis of Translation Studies and applying them

to the translation into Spanish of Herta Müller’s subtle and poetic novel

Atemschaukel. In this study, the explicitness of some of the DMs results in

the loss of poetic nuance and the objectivation of the translated text turns

some parts of the original into rather technical utterances. We propose a

translation method in which there is a greater correspondence between

hermeneutics and creativity, observing this relationship bidirectionally,

in other words, starting with the creativity which leads to a better com-

prehension of the original.

Key words: discourse markers; literary translation; interpretation; herme-

neutics; creativity

Introducción: Marcadores discursivos y traducción

Existe consenso en que los marcadores del discurso (en adelante

MD) tienen un significado de procesamiento, es decir, que sirven de

señalizaciones para ayudar a la interpretación de un texto. Ya Karl

Bühler (1982: 390), hablando de los recursos de la anáfora textual,

utilizaba la imagen de las flechas, que, si pudieran hablar, irían

orientando al lector hacia dónde ha de mirar, para así entablar las

relaciones contextuales convenientes. Pero, como no pueden hablar,

es el lector quien, con ayuda de estas señales, activa su capacidad

cognitiva en la recepción del texto.

En el presente artículo nos preguntamos: Y si faltan estos MD?

Bien sea por descuido o bien, más frecuentemente, sobre todo en

literatura, porque su falta obedece a una opción estilística. No se

Page 80: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

77

ha estudiado mucho este tema, si bien se pueden hacer algunas

referencias. Catalina Fuentes (2010: 722) señala para estos casos las

siguientes posibilidades:

1) El emisor elude su responsabilidad, dejando la comunicación

abierta y/o pretendidamente confusa.

2) Se deja al receptor mayor libertad para inferir lo más acce-

sible a su mente.

3) Esta estrategia potencia y enriquece el mensaje, porque ad-

mite varias líneas, varias continuaciones de interpretación.

4) En definitiva: es el lector quien tiene que completar lo no

expresado explícitamente, interpretarlo.

Esta última actividad hermenéutica es parte constituyente de toda

traducción, pero, a su vez, el estudio de las decisiones del traductor

(dejar en la traducción, como en el original, el marcador 0, o bien

interpretar ese hueco con un marcador de la lengua de llegada) dará

luz, por su explicitud, al estudio de las instrucciones contenidas en

los marcadores, al tratar de explicarse por qué se emplean de una

manera o de otra.

Así pues, desde esta perspectiva traductológica, nos preguntamos

concretamente: ¿Cómo es esta relación entre interpretar y traducir?

(En nuestro centro de investigación en Saarbrücken hablamos de la

relación entre hermenéutica y creatividad, (cfr. www. www.herme-

neutik-und-kreativitaet.de). ¿Se trata de una relación unidireccional

o bidireccional? Es decir, ¿solo se puede traducir después de una

perfecta hermenéutica o bien es el proceso creativo de la traducción

un paso importante para la interpretación, al verse uno obligado a

monosemizar lo que en principio era un signo polisémico? La otra

cuestión concreta es si en el caso de lo implícito en el original, la

explicitud de la traducción sirve para entender mejor el texto o bien

desarticula la poeticidad del original, cosificándolo.

Page 81: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

78

Trataremos de responder a estas preguntas dando los siguientes

pasos: en primer lugar, pondremos las bases de una fundamenta-

ción teórico-traductológica, para seguidamente pasar a aplicar esos

conocimientos a una traducción concreta, en nuestro caso haremos

un análisis de pasajes seleccionados de Herta Müller, premio nobel

de literatura en 2009, especialmente de su novela Atemschaukel.

Fundamentación teórico-traductológica

En traductología se ha tratado poco este campo de los MD, pues

los estudios de traducciones se concentran sobre todo en fenómenos

al parecer de mayor vigencia textual, como vocabulario, macro y

microestructuras, cuestiones culturales y de estilo, etc., sin haberse

dado mucho cuenta de la relevancia traductológica de estos MD,

tan decisivos precisamente para la creación de textualidad desde

su perspectiva cognitivo-comunicativa.1 De todas formas, se pueden

entresacar algunos trabajos al respecto, de gran valor orientador:

a) un estudio básico de Portolés en lengua española del 2002;

b) dos tesis doctorales en lengua alemana que se centran en

marcadores específicos: Wienen (2006): los así llamados

“conectores clivados” (ej. es por eso que o bien c’est pour

cela que) y Schröpf (2009): secuencias conectivas del tipo y

además / et en plus o bien y sin embargo / et pourtant.

No conozco estudios sobre el fenómeno de la explicitación de los

MD o del mantenimiento de su ausencia en la traducción, si bien,

como hemos visto en Catalina Fuentes, se reconoce como cuestión

a estudiar. De los estudios mencionados entresacamos las obser-

1 De ahí la importancia de los Colóquios MarDisT de la Universidad de Coimbra.

Page 82: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

79

vaciones que tienen más relación con la cuestión aquí abordada:

Portolés (2002) pone de relieve, al comparar las lenguas y estudiar

traducciones, que no solo no se puede hablar de una equivalencia

de marcadores en las diversas lenguas (155), sino que tampoco

existe un paralelismo completo entre las lenguas para procesar la

información (156). Precisamente el hecho de que en la lengua de

partida no haya un marcador, pero sí se ponga en la de llegada,

prueba que no existen instrucciones universales de procesamiento

que estén igualmente codificadas en las diferentes lenguas (159).

En las tesis alemanas se profundizan y amplían estas ideas. A la

pregunta de por qué no se encuentran frecuentemente equivalentes

de marcadores en las traducciones responde Schröpf (2009: 274),

como resultado de un análisis amplio de diferentes traducciones

y traductores, recalcando que en el original los MD mismos dejan

amplios márgenes de interpretación, lo que explica que vengan in-

terpretados diferentemente por los diferentes traductores. Es decir,

la polifuncionalidad del marcador lleva consigo una diversidad de

interpretaciones y, por consiguiente, de traducciones. Esta pluri-

dimensionalidad de la traducción se acentúa cuando la función

principal del marcador consiste en crear presuposiciones, como es el

caso de los conectores estudiados por Wienen. En este tipo de MD

(cfr. Wienen 2006: 373 y ss.), la traducción está ligada a la reproduc-

ción de la estructura de la información, en la que se combinan la

perspectiva del emisor (foco-fondo) con la del receptor (tema-rema).

En textos como el que analizaremos más abajo en esta contribución,

esta función de estructurar la información es de suma importancia,

dadas las características propias de la prosa artística.

Resumiendo, podemos constatar que el traducir o no traducir

un MD está ligado en primer lugar a la tipología de cada lengua.

Además, los márgenes de interpretación pueden variar según los

traductores y, finalmente, los MD están muy relacionados con lo

implícito, el gran problema de la traducción, pero uno de los más

Page 83: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

80

interesantes para la investigación, que vale la pena observar un

poco más detenidamente.

Ideas de fondo a este respecto, y que conviene discutir, parten

no de un traductólogo, sino de un filósofo, de Hans-Georg Gadamer

y de sus reflexiones sobre lenguaje y traducción. En su famoso en-

sayo de 1966 „Mensch und Sprache“ (“El hombre y la lengua”) (1993:

146-154) distingue el conocido hermenéutico tres dimensiones de la

traducción, que traemos a colación telegráficamente:

I. el hecho de traducir

II. los límites de la traducción

III. la principal tarea del traductor

ad I. El hecho de traducir

La traducción no es una mera transformación lingüística

(Sprachstoff ), el traductor es siempre un autor (ein Sagender).

ad II. Los límites de la traducción

Los límites están en lo implícito. Se traduce lo dicho. El verdadero

sentido se despliega en el lenguaje original y se va diluyendo en

su repetición y transformación.

ad III. La principal tarea del traductor

Por eso, el traductor no es un copista del original, sino un escritor

que utiliza la lengua para expresar lo que realmente constituye

el sentido total del original.

La cuestión de fondo en nuestro caso es si lo implícito es real-

mente el límite de la traducción o bien el lugar donde se desarrolla

la dimensión traductológicamente más importante, pues ahí es don-

de se cumple la tarea principal del traductor: ser un escritor, pero

evidentemente un escritor-transmisor.

Page 84: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

81

En base a este papel tan activo y creativo del traductor se po-

dría decir que la relación entre hermenéutica y creatividad no

es unidireccional, es decir, se ha de entender el texto de origen

perfectamente para poder traducirlo, sino que es bidireccional:

precisamente en el acto creativo de traducir se llega a comprender

definitivamente el texto de origen. No es aquí el lugar para una

exposición sistemática de la hermenéutica traductológica, para ello

remito a Cercel (2013), que desarrolla el tema tanto histórica como

sistemáticamente.

Aquí trataremos de responder a estas preguntas sobre la base de

una traducción profesional de un texto de especiales dimensiones

poéticas, Atemschaukel, de Herta Müller, preguntándonos si la tra-

ducción o no traducción de MD sirve para una interpretación más

aguda de las instrucciones contenidas en los marcadores.

Análisis de pasajes seleccionados de Herta Müller, especial-

mente de su novela Atemschaukel

La novela Atemschaukel es un objeto adecuado para el estudio

del fenómeno de la presencia o ausencia de marcadores, ya que la

prosa de Herta Müller presenta un estilo peculiar, que podríamos

llamar “telegráfico-poético”. En otro estudio (Gil, 2014) he analiza-

do éste y otros fenómenos de esta prosa como típicos del estilo de

Herta Müller. Remito a este trabajo, donde se encuentra abundante

bibliografía sobre el leguaje y estilo de la novelista germano-rumana.

Aquí nos ceñiremos al aspecto de los MD con el siguiente objetivo:

analizar las medidas de compensación para explicitar o no lo que en

el estilo del original no se ha hecho patente. Hemos podido observar

tres fenómenos de traducción, sobre los que habrá que reflexionar

traductológicamente.

Page 85: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

82

a) Se cambian o se añaden conectores

b) Se utilizan otros recursos, que conllevan sus aciertos y sus

problemas

c) No se traducen partículas modales alemanas (modalizadores),

con el consiguiente desequilibrio textual

Los dos primeros se ejemplifican con conectores y el tercero con

modalizadores. Finalmente trataremos de explicarnos lo que aporta

este análisis a la cuestión aquí abordada sobre el procesamiento

semántico y su dimensión translatológica.

ad a) Se cambian o se añaden conectores

(1) Fenómeno: un conector polisémico del original se monose-

mantiza en la traducción:

Am 9. Mai jährte sich zum ersten Mal der Frieden. Und er hat uns wieder nichts genutzt, für uns war es das zweite Lagerjahr. (127)

El 9 de mayo se cumplió el primer aniversario de la paz. Mas tampoco nos sirvió de nada, fue nuestro segun-do año en el campo de trabajo. (115)

En español sería también posible utilizar el conector Y con su

polisemia aditiva y adversativa. El traductor opta aquí, sin embargo,

por la explicitación de la relación semántica adversativa, lo que,

sin embargo, no refleja la sensación de desilusión del und alemán

combinado con el marcador aspectual repetitivo wieder. En español

se reflejaría con Y volvió a no servirnos de nada.

El ejemplo (2) constituye un caso claro de interpretación: al

conector 0 del original se le añade la conjunción final para que:

Page 86: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

83

(2)

Unsere Fuhren wurden auch nicht wegen der Schönheit gemacht. Wir holten tonnenweise gelben Sand, die Baustellen fraßen ihn. (127)

Tampoco nosotros la transportába-mos por su belleza. Traíamos toneladas de arena amarilla para que las obras la devorasen. (115 y s.)

Nos preguntamos: ¿Qué consecuencias tiene este acto de creati-

vidad? En alemán, el narrador es, sobre la base de la concatenación

asindética (Wir holten tonnenweise gelben Sand, die Baustellen

fraßen ihn), un mero observador de hechos, “no piensa”, constata.

En español, con la conjunción para que, el narrador aporta implí-

citamente su reflexión sobre el sentido o sinsentido del trabajo que

están haciendo, al explicitar la causa final de su trabajo (Traíamos

toneladas de arena amarilla para que…).

En el ejemplo (3) sigue a una comparación irreal una afirmación

categórica, reforzada por el orden marcado de las palabras con la

estructura Rema-Tema:

(3) (contexto: en una pausa del trabajo, los dos prisioneros se

dejan caer en la arena)

Es kam Ferne in den Kopf, als wäre man abgehauen und gehöre jedem Sand in jeder Gegend der Welt, nicht der Zwangsarbeit hier. Flucht im Liegen war das. (129)

La lejanía se adentraba en tu cabeza, como si te hubieras largado y formases parte de la arena de cualquier lugar del mundo y no de los trabajos forzados de aquí. Era como huir tumbado. (116 y s.)

La cuestión planteada por Schröpf de que diferentes traductores

interpretarían diferentemente las instrucciones de los marcadores

se pone claramente de relieve en este ejemplo. Constatamos que la

traducción española opta por el paralelismo lógico: expresión de

dos irrealidades en el pensamiento del narrador: (1) (era) como si

te hubieras largado y (2) Era como huir tumbado. Se pone de ma-

Page 87: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

84

nifiesto una estructura cuidada del texto. En el original podemos

observar un orden marcado en el que se focaliza el rema al principio

de la última frase, expresando así más claramente la emocionali-

dad espontánea, sin progresión temática, del hablante. Dado que el

español no goza de esa libertad de orden de las palabras, se podría

echar mano de una estructura clivada como no era sino huir tum-

bado, que focaliza también el rema. En este “desorden” sintáctico

se expresa mejor una especie de reproducción más directa de los

pensamientos espontáneos del narrador.

ad b) Se utilizan otros recursos, que conllevan sus aciertos

y sus problemas

Un fenómeno relativamente corriente en traducción es la concien-

cia del contraste de dos sistemas lingüísticos diferentes, estudiando

las posibilidades de la lengua de llegada para llegar a una equiva-

lencia o semiequivalencia. Este fenómeno se da en el ejemplo (4):

(4)

Wir sind zu zweit, der Albert Gion und ich, zwei Kellerleute unter den Dampfkesseln der Fabrik. (168)

Albert Gion y yo somos dos trabajado-res del sótano situado debajo de las calderas de vapor de la fábrica. (151)

La aposición es estructuralmente posible en las dos lenguas.

El texto español, que no ha optado por ella, da la impresión de

haber sido reformulado en la mente de la traductora, prescindien-

do de la aposición y con ella del pequeño suspense del original:

somos dos (wir sind zu zweit), añadiendo luego los nombres. Con

esta especie de “objetivación” se resuelve también el problema es-

tructural: como el sintagma alemán N+Prep.+N no se suele utilizar

en español, excepto en caso de complemento determinativo, la

traductora añade situado, que junto con la traducción literal del

Page 88: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

85

compuesto alemán Dampfkessel por calderas de vapor produce una

repetición triple de de, que destruye el ritmo dactílico del sintag-

ma alemán (zwei Kellerleute unter den Dampfkesseln der Fabrik).

Traductológicamente se puede decir que la hermenéutica (que aquí

ha funcionado bien) no es suficiente para una traducción adecua-

da, ya que – sobre todo en textos con vocación poética – falta la

creatividad de recrear matices informativo-estructurales y poéticos.

Sin embargo, cuando la estructura es idéntica en ambas lenguas,

el traductor puede llegar a verdaderos pasajes poéticos, como es el

caso de (5):

(5)

In der Hautundknochenzeit hatte ich nichts mehr im Hirn außer dem ewigen sirrenden Leierkasten, der Tag und Nacht wiederholte: Kälte schneidet, Hunger betrügt, Müdigkeit lastet, Heimweh zehrt, Wanzen und Läuse beißen. (249)

En la época de piel y huesos yo no tenía otra cosa en la cabeza que la eterna cantinela machacona que repetía día y noche: el frío corta, el hambre engaña, el cansancio pesa, la nostalgia consume, los chinches y piojos pican. (225)

El MD de los dos puntos es en ambas lenguas un marcador in-

troductor de una enumeración o de citas textuales. En la traducción

española – como pide la gramática – se añade el artículo, pero se

mantiene la bimembración y al final la trimembración. Además, se

consigue un efecto poético con las aliteraciones de la enumera-

ción (piojos pican). Dicho sea solo de paso, el compuesto creativo

Hautundknochenzeit traducido como época de piel y huesos no tiene

mucho sentido. En alemán, la autora ha sido creativa, jugando con

la asociación con la expresión popular: Sauregurkenzeit (= tiempos

difíciles); en español se podría decir creativamente: el-tiempo-en-

que-te-quedas-en-los-huesos)

Wienen (cfr. arriba) llama la atención sobre la estrecha relación

entre los MD (y su traducción) con fenómenos de la estructura de

Page 89: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

86

la información. En el ejemplo (6) se mantiene el marcador Aber/

Pero, rompiéndose, sin embargo, la textura (context boundness) del

original con un salto temático. La razón parece ser también aquí (cfr.

ej. 4) querer organizar la frase según estructuras lógicas (setting,

sujeto, verbo, objeto):

(6)

Statt auf solche Gedanken zu kom-men, könnte ich etwas lesen. Aber den schrecklichen Zarathustra, den dicken Faust und den dünnge-druckten Weinheber habe ich für ein bisschen Hungerstille längst als Zigarettenpapier verkauft. (205)

En lugar de entretenerme con estas ocurrencias, podría leer algo. Pero hace tiempo que vendí como pa-pel de fumar, para calmar un poco el hambre, el terrible Zaratustra, el grueso Fausto y el Weinheber impre-so en papel de biblia. (184)

En alemán se consigue el enlace textual (context boundness)

con la enumeración de los títulos después del verbo lesen (leer):

Zarathustra, Faust, etc.; en español se ordena la frase (hace tiempo

que vendí como papel de fumar, etc.) y al final se enumeran los

títulos. Se puede decir que la traducción del marcador con el mismo

valor semántico no es suficiente. MD y orden de las palabras for-

man una unidad como expresión de un mensaje con toda su fuerza

comunicativa y poética.

ad c) No se traducen partículas modales alemanas (modali-

zadores), con el consiguiente desequilibrio textual

Ya desde hace tiempo (cfr. Gil/Schmitt 1996: 310 y ss.) es conocido

el problema de la traducción de marcadores, cuando no existen en

la lengua de llegada. En la relación alemán-español se refleja este

fenómeno en el tema de las partículas modales.

En (7) propongo un ejemplo que parece reforzar la ya citada tesis

de Gadamer sobre los límites de la traducción, es decir, cuando se

Page 90: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

87

ve la necesidad de reproducir lo implícito. En alemán cumplen este

cometido las así llamadas partículas modales, usadas fundamental-

mente en diálogos, con funciones determinadas.

(7) (contexto: un encuentro con el temido vigilante Tur Prikulitsch)

Wie ist es denn bei euch im Keller.Gemütlich, sagte ich, jede Schicht ist ein Kunstwerk.(...)Wie dreckig gestern Dein Gesicht war, sagte er, und wie aus allen Löchern Deiner Kappe die Därme hingen. Mach ja nichts, sagte ich, Kohlestaub ist pelzig und finger-dick. (169)

Qué tal os va en el sótanoTan ricamente, contesté, cada turno es una obra de arte.(...)Qué sucia tenías la cara ayer, exclamó, y cómo te asomaban las entrañas por todos los agujeros de la gorra.No importa, repuse, el polvo del car-bón es afelpado y tiene un dedo de grueso. (152)

En el contexto de la novela, denn finge un tono amable conver-

sacional, una toma de contacto; mientras que ja tiene una función

reforzativa, como un adverbio focalizador, delante de nichts, en

el sentido de “absolutamente nada”. Ambas partículas revelan un

estado de ánimo que finge naturalidad, pero que en el primer caso

produce desconfianza y en el segundo miedo a que le pase algo

peor si se queja.

En la traducción española se opta por los recursos de variedad

léxica, como el coloquial Qué tal os va (…). Tan ricamente.. O bien

la expresión categórica, no modalizada, No importa. Un esfuerzo

creativo ayudaría a encontrar un MD español como Y qué tal os va

en el sótano para el primer caso, con el que se imitaría mejor el fin-

gimiento de inocente conversación iniciada por el temido vigilante.

En el segundo caso, se podría pensar en la expresión Y qué mas

da, con la que se expresaría el esfuerzo del protagonista por quitar

importancia al asunto.

Page 91: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

88

Cabe pues una argumentación diferente a la de Gadamer, mostran-

do que los límites de la traducción no son la implicitud, sino que

ésta es el desafío más interesante para la creatividad del traductor.

Conclusión

¿Que podemos entresacar del análisis efectuado? A nivel comu-

nicativo-subcutáneo, la presente traducción parece quedarse en los

límites de que habla Gadamer, es decir, concentrarse en lo explícita-

mente expresado. Con ello, el texto adquiere un matiz más objetivo

y funcional perdiendo en nivel poético.

Respecto a la pregunta de fondo de cómo se conjugan las dimen-

siones de hermenéutica y creatividad, se puede deducir del presente

análisis que, por un lado, la creatividad no siempre es positiva,

sobre todo si se reelabora el texto haciéndolo más explícito, más

gramaticalmente lógico a costa de su poeticidad. El secreto parece

estar entre líneas, es decir, en el amor del traductor por el detalle,

que primero con competencia lingüística y cultural ha sido captado

hermenéuticamente en el original, para luego buscar los recursos

más apropiados en la lengua de llegada.

El presente trabajo es un pequeño esbozo, pero que pretende

abrir algunas perspectivas para la investigación traductológica pos-

terior: Partiendo de la base de que los MD son procesadores de

información, se podrían añadir investigaciones traductológico-estilí-

sticas en torno a la solución de los problemas que plantean estos

elementos lingüísticos preguntándose si se puede reconocer en un

traductor un estilo propio, entre otras cosas, porque da soluciones

regulares a problemas similares o bien se concentra en resolver las

cuestiones por separado, es decir, sin un concepto traductológico

previo. También cabe preguntarse: ¿Es este concepto, en que se

unen hermenéutica y creatividad, una medida para definir la calidad

Page 92: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

89

de un traductor? Finalmente, estudiando las soluciones creativas

adoptadas por el traductor, se puede hacer la pregunta inversa:

¿Qué repercusiones puede tener la creatividad traductora para la

comprensión del original?

Referencias

A) CorpusMüller, Herta (2009). Atemschaukel. München: Carl Hanser.

Müller, Herta (2011). Todo lo que tengo lo llevo conmigo. Traducción: Rosa Pilar Blanco. Madrid: Santillana.

B) EstudiosBühler, Karl (1982). Sprachtheorie. Die Darstellungsfunktion der Sprache. Stuttgart,

New York: Gustav Fischer.

Cercel, Larisa (2013). Übersetzungshermeneutik. Historische und systematische Grundlegung. St. Ingbert: Röhrig Universitätsverlag (= Hermeneutik und Kreativität Bd. 1).

Fuentes Rodríguez, Catalina (2010). Los marcadores del discurso y la lingüística aplicada. In: Loureda Lamas, Óscar/Acín Villa, Esperanza (Coords.), Los estudios sobre marcadores del discurso en español, hoy, Madrid: Arco/Libros, 689-746.

Gadamer, Hans-Georg (1966). Mensch und Sprache. In ders. Hermeneutik II. Gesammelte Werke 2, Tübingen: J. C. B. Mohr 1993, 146-154.

Gil, Alberto / Schmitt, Christian (Eds.) (1996), Kohäsion, Kohärenz, Modalität in Texten romanischer Sprachen. Bonn: Romanistischer Verlag.

Gil, Alberto (2014). Kreativität und Problemlöseverfahren als translatologische Größen, am Beispiel der spanischen Übersetzung von Herta Müllers Atemschaukel. In Kunz, Kerstin / Teich, Elke / Hansen-Schirra, Silvia / Neumann, Stella / Daut, Peggy (Eds.), Caught in the Middle - Language Use and Translation. Festschrift for Erich Steiner on the Occasion of his 60th Birthday. Saarbrücken: Universität des Saarlandes universaar, 129 - 145.

Portolés Lázaro, José (2002). Marcadores del discurso y traducción. In: Fuentes Morán, María Teresa / García Palacios, Joaquín (Eds.), Texto, terminología y traducción. Salamanca: Almar, 145-167.

Schröpf, Ramona (2009). Translatorische Dimensionen von Konnektorensequenzen im Spanischen und Französischen. Ein Beitrag zur linguistisch orientierten Übersetzungswissenschaft Romanisch-Deutsch. Frankfurt a.M. etc.: Peter Lang.

Wienen, Ursula (2006). Zur Übersetzbarkeit markierter Kohäsionsformen. Eine funktionale Studie zum Kontinuum von Spaltadverbialen und Spaltkonnektoren im Spanischen, Französischen und Deutschen. Frankfurt a.M. etc.: Peter Lang.

Page 93: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

(Página deixada propositadamente em branco)

Page 94: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-1446-5_4

o m a r c a d o r d i S c u r S i vo ‘S i m ’ e m po r t u g u ê S e u r o p e u c o n t e m p o r â n e o : c o n t r i B u to S

pa r a a S ua t r a d u ç ão e m i n g l ê S

Sara Sousa

(Universidade de Coimbra – CELGA-ILTEC)

[email protected]

Resumo: Neste trabalho, pretendemos descrever o funcionamento se-

mântico-pragmático do marcador discursivo ‘sim’ em Português Europeu

Contemporâneo e analisar o modo como esta unidade pode ser traduzida

em Inglês. Recorrendo à análise de corpora, verificamos que, a par dos seus

usos enquanto advérbio ou nome que expressa afirmação, consentimento

e outros valores afins, ‘sim’ pode também constituir-se, nalguns contextos,

como um marcador ou conector discursivo que assinala a existência de uma

relação de retificação entre o segmento discursivo em que ocorre e o seg-

mento, de valor refutativo, que o precede. Mais concretamente, ‘sim’ assinala

a existência de um contraste de polaridade entre o segmento refutativo,

que contém tipicamente uma negação sintática, e o segmento retificativo,

indiciando, assim, que é este último que deve ser retido. Tanto quanto nos

foi possível verificar, não parece haver, em Inglês, nenhum marcador que

permita traduzir ‘sim’ em construções refutativo-retificativas deste tipo.

Neste contexto, o recurso a uma construção clivada acompanhada do ver-

bo auxiliar (de valor enfático) to do ou a utilização de uma construção de

coordenação do tipo not p… but q… parecem ser as opções preferenciais

dos tradutores/intérpretes para manter o valor refutativo-retificativo das

construções em que ocorre o marcador em análise.

Palavras-chave: Marcador discursivo / tradução / refutação / retificação

Page 95: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

92

Abstract: The aim of this paper is to characterise, from a semantic-pragmatic

perspective, the discourse connective ‘sim’ in contemporary European

Portuguese, and to analyse its translation into English. Based on data taken

from corpora, it may be concluded that ‘sim’ occurs not only as an adverb

or a noun, expressing confirmation, assent and other related values, but also

as a discourse marker that encodes a rectification/correction relation that

holds between the text span where it occurs and the previous one. More

specifically, ‘sim’ signals the existence of a polarity contrast between the

denial text span that precedes it (prototypically, this text span includes a

syntactic negation), and the corrective text span where it occurs, reinforcing

the preferential value of the latter. As far as we are aware, no equivalent

exists in English of a discourse marker to which we may translate ‘sim’ in

this type of denial-correction constructions. In this context, a cleft senten-

ce including the emphatic auxiliary to do or a coordination construction

of the form not p… but q… appears to be the preferred way to translate

the denial-correction meaning of the constructions in which ‘sim’ occurs.

Keywords: Discourse marker / translation / denial / rectification

1. Introdução

Nos dicionários de referência, ‘sim’ é geralmente apresentado como

um advérbio ou nome que expressa afirmação, aprovação, consenti-

mento e outros valores afins.

Em contextos deste tipo, a sua tradução pela forma yes em Inglês

não parece oferecer quaisquer dificuldades, tal como se ilustra nas

sequências seguintes, retiradas do corpus EUROPARL (European

Parliament Proceedings Paralell Corpus), que reúne as transcrições,

em 11 línguas, dos debates que tiveram lugar no Parlamento Europeu

no período de 1996 a 2011.

(1) a. Quanto à outra questão que levantou, a resposta é sim.

(EUROPARL, ep-00-03-15.txt)

Page 96: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

93

b. As for the other question you have raised, the answer is

yes. (EUROPARL, ep-00-03-15.txt)

(2) a. Seria muito difícil aos defensores do ‘sim’ a um futuro

tratado obter o apoio dos Irlandeses […]. (EUROPARL, ep-

00-02-5.txt)

b. It would be very difficult for those who propose a ‘yes’

vote in any such futur treaty to win the support of the Irish

people […]. (EUROPARL, ep-00-02-5.txt)

Todavia, o mesmo já não acontece quando ‘sim’ ocorre como um

marcador/conector discursivo, em construções refutativo-retificativas

como as seguintes:

(3) a. Se a União Europeia quer efectivamente dar passos em-

blemáticos nesta matéria, o caminho a seguir é outro: é o de

incluir no elenco dos textos internacionais de referência, no

artigo 6º do Tratado da União, todos os pactos e convenções

sobre matéria de direitos humanos já actualmente ratifica-

dos pelos Quinze Estados membros, assim os inscrevendo

claramente no acervo comunitário. Isso, sim, é que seria

um avanço. Esta Carta é uma falsa resposta a uma pergunta

inexistente […]. (EUROPARL, ep-00-03-14.txt)

b. If the EU really does want to take symbolic steps in this

field, it needs to go down a different path. That would

involve including all human rights agreements and conven-

tions already ratified by the 15 Member States in the list of

international texts referred to in Article 6 of the Treaty on

European Union. This would ensure that they were clearly

incorporated into the acquis communautaire. That would be

Page 97: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

94

a real step forward. This charter is the wrong answer to a

problem that does not even exist […]. (EUROPARL, ep-00-

03-14.txt)

(4) a. Na minha opinião, as contradições nem são assim tão

graves em termos de políticas comunitárias; são mais graves,

sim, no que diz respeito a certos objectivos e indústrias de

alguns Estados Membros. (EUROPARL, ep-00-02-16.txt)

b. In my opinion, these contradictions are not all that serious

in terms of Community policies. They are, if anything, more

serious as regards certain objectives and industries in some

Member States. (EUROPARL, ep-00-02-16.txt)

Como se pode constatar pela comparação de (3-b) e (4-b), a tradu-

ção de ‘sim’ em sequências deste tipo parece ser algo problemática:

enquanto, em (3-b), a opção pelo adjetivo real parece respeitar o

sentido global do discurso a traduzir,1 em (4-b), a seleção da ex-

pressão if anything não só não traduz de forma adequada o valor de

‘sim’, como altera profundamente o sentido do discurso de partida.

Tendo por base o corpus EUROPARL, do qual foram retirados

os exemplos anteriores, procuraremos, na exposição que se segue,

apresentar algumas das opções que nos parecem adequadas à tra-

dução de ‘sim’ e ao sentido das sequências em que ocorre, partindo

de uma breve descrição do seu valor semântico-pragmático e do seu

funcionamento discursivo.

1 O facto de, nesta sequência, a tradução de ‘sim’ não ser problemática poderá dever-se ao facto de o segmento em que ocorre o marcador retomar anaforicamente, em jeito de síntese, o que é dito no segmento anterior, onde o locutor apresenta o caminho que, no seu entender, deve ser seguido, por oposição a outros cuja va-lidade rejeita. Deste modo, o sentido do marcador torna-se mais claro e pode ser antecipado, o que parece facilitar a sua tradução.

Page 98: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

95

1. O marcador discursivo ‘sim’

Em Português Europeu Contemporâneo, o marcador discursivo

de origem adverbial ‘sim’ ocorre tipicamente em posição pós-verbal,

em construções de justaposição do tipo não p || sim q.

Vejam-se os exemplos seguintes, retirados dos Diários da

Assembleia da República (doravante, DAR) e do Corpus de Referência

do Português Europeu Contemporâneo (doravante, CRPC):

(5) Em primeiro lugar, não estamos perante propostas que apenas

concretizam os cortes salariais impostos pelo Orçamento do

Estado, estamos, sim, perante propostas que impõem novas e

acrescidas reduções remuneratórias aos magistrados, de forma

permanente e definitiva [...]. (DAR, I Série, XI Legislatura, N.º

38, p. 62)

(6) Falar do primado da educação e da formação não constitui

uma moda, constitui, sim, uma exigência do Estado social e

uma resposta às ilusões neoliberais [...]. (CRPC, COD_1015452).

Em ambos os exemplos, temos, em não p, a refutação do que

foi dito ou implicitado por um outro locutor e, em sim q, a apre-

sentação da alternativa considerada mais adequada para substituir

o(s) constituinte(s) alvo de refutação no segmento anterior. Não

p terá, assim, uma função refutativa e sim q terá uma função

retificativa.

Em Sousa (2014), a refutação é definida como a relação, de ordem

pragmática, que se estabelece entre um determinado enunciado, da

responsabilidade de um locutor A, cuja função é rejeitar um outro

enunciado, e o enunciado, da responsabilidade de um locutor B,

Page 99: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

96

que é alvo de refutação.2 Este último pode ser um enunciado real

ou um enunciado meramente plausível num determinado contexto

enunciativo.3

O enunciado que desempenha esta função refutativa é tipicamente

materializado por uma negação metalinguística (Ducrot, 1972/1973;

Horn, 1989), que se caracteriza justamente por ter no seu escopo

um enunciado e não uma proposição, tendo por função a sua re-

futação e não a mera descrição de uma situação. Enunciados deste

tipo ocorrem tipicamente em contextos dialogais e em interações

de natureza polémica, como é o caso dos debates parlamentares.4

Um enunciado de caráter refutativo é tipicamente seguido de uma

continuação discursiva que estabelece com este e com o enunciado

alvo de refutação uma relação de retificação. Neste segmento, é

apresentado, pelo locutor B, o elemento considerado mais adequa-

do para substituir aquele que é alvo de refutação. Este segmento

constitui-se igualmente como uma justificação da refutação levada

a cabo, mitigando, desta forma, o caráter ameaçador de face que

carateriza este ato discursivo.

Neste contexto, o marcador ‘sim’, evidenciando o contraste de

polaridade existente entre os segmentos que conecta, permite não

só facilitar a computação da relação de retificação que entre eles

se estabelece, mas igualmente evidenciar que o segmento em que

ocorre é aquele que deve ser retido.

2 Sobre esta relação, vejam-se, entre outros, Moeschler (1982), van der Sandt (1991; van der Sandt & Maier, 2003), Geurts (1998) e Asher & Lascarides (2003).

3 A análise da refutação de enunciados não materializados na superfície textual convoca necessariamente a noção de polifonia: o locutor antecipa mentalmente um determinado enunciado, da responsabilidade de uma outra instância enunciativa, rejeitando-o e apresentando a alternativa considerada mais adequada para o subs-tituir. Sobre esta noção, veja-se Ducrot (1984).

4 Sobre a orientação tipicamente antagónica do Discurso Político Parlamentar, vejam-se, entre outros, Srikant & Slembrouck (1997) e Marques (2000).

Page 100: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

97

De facto, constituindo-se como um marcador/conector discursivo

(de origem adverbial)5 que articula parataticamente dois enunciados,

‘sim’ não contribui para o valor de verdade das sequências em que

ocorre e não é necessário à sua boa formação,6 tal como se evidencia

nas seguintes paráfrases de (5) e (6):

(5’) Em primeiro lugar, não estamos perante propostas que ape-

nas concretizam os cortes salariais impostos pelo Orçamento

do Estado, estamos perante propostas que impõem novas e

acrescidas reduções remuneratórias aos magistrados, de forma

permanente e definitiva [...]. (DAR, I Série, XI Legislatura, N.º

38, p. 62)

(6’) Falar do primado da educação e da formação não constitui

uma moda, constitui uma exigência do Estado social e uma

resposta às ilusões neoliberais [...]. (CRPC, COD_1015452)

No entanto, embora não contribuindo para o valor de verdade

destas sequências, ‘sim’ fornece instruções acerca do seu processa-

mento, constituindo-se, assim, como um elemento fundamental cujo

valor semântico-pragmático não pode ser descurado no contexto

da tradução.

5 Sobre as diferentes abordagens relativamente ao conceito de marcador dis-cursivo e à sua delimitação, vejam-se, entre outros, Fisher (2006) e Lopes (2016).

6 Indícios do seu caráter periférico, em termos sintáticos, nas sequências em análise é o facto de esta unidade surgir tipicamente como um constituinte prosódico, separado por pausas à esquerda e à direita (assinaladas, na escrita, por vírgulas), sendo igualmente o produto resultante da conexão dos segmentos não p e sim q de natureza textual e não frásica.

Page 101: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

98

2. A tradução do marcador ‘sim’ em Inglês

Tal como foi referido anteriormente, não parece haver, em Inglês,

um marcador que possa constituir uma tradução direta de ‘sim’ nas

construções em análise. Por essa razão, e tendo em conta as limi-

tações que enformam a interpretação simultânea – nomeadamente,

o reduzido intervalo temporal em que esta tem de ser realizada –,

facilmente se compreende as dificuldades existentes sempre que

esta unidade ocorre em contextos deste tipo (cf. (4)).

No entanto, pese embora os problemas enunciados, no corpus

EUROPARL encontrámos dois tipos de construções sintáticas que

parecem permitir contornar os problemas colocados pela ocorrência

desta unidade, mantendo não só o valor refutativo-retificativo das

sequências em que esta ocorre, mas igualmente evidenciando que

é o que se assere no segmento retificativo que deve ser retido em

termos discursivos.

Vejam-se os exemplos seguintes:

(7) a. Em Lisboa, depois dos processos do Luxemburgo, de

Cardiff e de Colónia, não queremos lançar um novo processo.

Queremos, sim, que se criem as condições para, em primeiro

lugar, articular, simplificar e aprofundar os três processos

existentes […]. (EUROPARL, ep-00-03-13.txt)

b. We do not intend to launch a new process in Lisbon as a

successor to the Luxembourg, Cardiff and Cologne processes.

What we do want is to establish new conditions so that we

can first of all coordinate, simplify and strengthen the three

existing processes […]. (EUROPARL, ep-00-03-13.txt)

(8) a. A discussão no âmbito dos Governos das propostas legis-

lativas não é do domínio público, é, sim, do domínio público

Page 102: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

99

o resultado dessas propostas legislativas […]. (EUROPARL,

ep-00-03-15.txt)

b. Discussion of legislative proposals within the government

is not in the public domain, but the result of these legislative

proposals is in the public domain […]. (EUROPARL, ep-00-

03-15.txt)

Em (7-b), o tradutor recorre a uma construção de clivagem, acom-

panhada do verbo auxiliar de valor enfático to do, para traduzir

o valor retificativo do enunciado em que ocorre ‘sim’ no discurso

de partida, evidenciando, pelo caráter focalizador deste tipo de

construções,7 que o que se pretende não é “lançar um novo proces-

so”, mas sim “[criar] as condições para, em primeiro lugar, articular,

simplificar e aprofundar os três processos existentes”.

Em (8-b), o tradutor transforma a estrutura de justaposição que

ocorre no discurso de partida numa construção de coordenação do

tipo not p… but q…., que permite igualmente, como tem sido con-

sensual desde o trabalho seminal de Anscombre & Ducrot (1977) a

propósito dos diferentes usos de ‘mas’, manter o seu valor refutativo-

-retificativo e evidenciar que é o que se assere em but p que deve

ser retido para efeitos discursivos.

Estas construções, cujo valor refutativo-retificativo tem vindo a

ser descrito particularmente no âmbito dos estudos sobre a marca-

ção do chamado foco contrastivo,8 parecem, assim, constituir uma

opção preferencial para a tradução das sequências do tipo não p ||

sim q em análise.

7 Sobre o valor semântico-pragmático das construções de clivagem, vejam-se, entre outros, Horn (1981), Hedberg (1990), Bosch & van der Sand, eds. (1999), Molnár & Winkler, eds. (2006) e Sousa (2014).

8 Cf. nota anterior.

Page 103: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

100

Todavia, é igualmente de notar que, tendo em conta a estrutura

sintática do discurso de partida, nem sempre o recurso a uma cons-

trução de clivagem ou a uma estrutura de coordenação do tipo em

análise seriam aceitáveis, tal como se ilustra em (4’-b) e (4’-c):

(4’) a. Na minha opinião, as contradições nem são assim tão

graves em termos de políticas comunitárias; são mais graves,

sim, no que diz respeito a certos objectivos e indústrias de

alguns Estados Membros. (EUROPARL, ep-00-02-16.txt)

b.?? In my opinion, these contradictions are not all that se-

rious in terms of Community policies, but more serious as

regards certain objectives and industries in some Member

States. (EUROPARL, ep-00-02-16.txt)

c. In my opinion, these contradictions are not all that serious

in terms of Community policies. * What they are is more

serious as regards certain objectives and industries in some

Member States. (EUROPARL, ep-00-02-16.txt)

Em contextos deste tipo, e na ausência de uma melhor alternati-

va, parece-nos que a omissão, por parte do tradutor/intérprete, do

marcador em análise seria uma melhor opção comparativamente à

sua tradução com recurso a outras expressões que, nalguns casos

(cf. (4.b), desvirtuam claramente o sentido do discurso de partida.

Conclusões

Em Português Europeu Contemporâneo, ‘sim’ pode ocorrer como

um marcador/conector discursivo, em construções de valor refutativo-

-retificativo do tipo não p || sim q. Neste contexto, em que este

Page 104: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

101

marcador permite evidenciar o contraste de polaridade existente

entre os segmentos que conecta, reforçando, assim, o valor retifica-

tivo do segmento em que ocorre, não há, em Inglês, uma unidade

que permita traduzi-lo diretamente.

Esta ausência de uma tradução direta, bastante frequente, aliás,

no âmbito da tradução de marcadores discursivos, acarreta várias

dificuldades que, nalguns casos, dão origem a traduções que se afas-

tam do sentido global do discurso de partida, o que, naturalmente,

poderá constituir um problema a vários níveis.

Não havendo uma tradução direta do marcador ‘sim’ em Inglês,

parece haver, no entanto, algumas construções que permitem manter

o valor refutativo-retificativo das sequências em que este ocorre. Tal

é o caso das construções de clivagem (acompanhadas, nalguns casos,

do verbo auxiliar de valor enfático to do) ou ainda de construções

de coordenação do tipo not p…but q…. Não sendo passíveis de ser

utilizadas em todos os casos cuja tradução se verifica problemática

(cf. (4’)), estas construções constituem, no entanto, um bom ponto

de partida para uma futura análise de outros recursos ou estruturas

para a tradução das sequências em que ocorre este marcador.

Referências

Academia das Ciências de Lisboa (2011). Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea. Lisboa: Editorial Verbo.

Anscombre, J.-C. & O. Ducrot (1977). Deux mais en français? Lingua 43, pp. 23-40.

Asher, N. & A. Lascarides (2003). Logics of conversation. Cambridge: Cambridge University Press.

Bosch, P. & R. van der Sandt, eds. (1999). Focus: linguistic, cognitive, and computational perspectives. Cambridge: Cambridge University Press.

Cartoni, B., Zufferey, S. & Meyer, T. (2013). Annotating the Meaning of Discourse Connectives by Looking at their Translation: The Translation Spotting Technique. Dialogue and Discourse, pp. 65-86.

Ducrot, O. (1972). Dire et ne pas dire. Principes de sémantique linguistique. Paris: Hermann.

Page 105: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

102

Ducrot, O. (1973). La preuve et le dire. Paris: Maison Mame.

Fisher, K. (ed.) (2006). Approaches to discourse particles. Amsterdam: Elsevier.

Fraser, B. (1998). Contrastive discourse markers in English. In A. H. Jucker & Y. Ziv (eds.) Discourse markers: descriptions and theory. Amsterdam: John Benjamins, pp. 301-326.

Geurts, B. (1998). The mechanisms of denial. Language 74, pp. 274-307.

Hedberg, N. (1990). Discourse pragmatics and cleft sentences in English. PhD dissertation. University of Minnesota.

Horn, L. R. (1981). Exhaustiveness and the semantics of clefts. In V. Burke & J. Pustejovksy (eds.) Proceedings of the Eleventh Annual New England Linguistics Society Conference, November 7-9, 1980. Amherst, Department of Linguistics: University of Massachusetts, pp. 125-142.

Horn, L. R. (1989) A Natural History of Negation. Chicago: The University of Chicago Press.

Houaiss, A., M. de Salles Villar & F. M. de Mello Franco (2015). Grande dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Lisboa: Círculo de Leitores.

Koehn, Philipp (2005). Europarl: A Parallel Corpus for Statistical Machine Translation. In The Tenth Machine Translation Summit: Proceedings of Conference.

Lopes, A. C. M. (2016). Discourse markers. In W. Leo Wetzels, S. Menuzzi & J. Costa (eds.) The Handbook of Portuguese Linguistics. Malden, MA: Wiley-Blackwell, pp. 441-456.

Marques, M. A. (2000). Funcionamento do Discurso Político Parlamentar: a organização enunciativa no Debate da Interpelação ao Governo. Braga: CEHUM – Universidade do Minho.

Moeschler, J. (1982). Dire et contredire. Pragmatique de la négation et acte de réfutation dans la conversation. Berne: Peter Lang.

Molnár, V. & S. Winkler (eds.) (2006). The architecture of focus. Berlin: Mouton de Gruyter.

Raposo, E. P. et al. (eds.) (2013). Gramática do Português. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Sanders, T., W. Spooren & L. Noordman (1992). Towards a taxonomy of coherence relations. Discourse Processes 15, 1-35.

Sousa, S. (2014). Contributos para o estudo da refutação em Português Europeu Contemporâneo. Tese de doutoramento. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Srikant, Sarangi & Stef Slembrouck (1997). Confrontational asymmetries in institutional discourse: a socio-pragmatic view of information exchange and face management. In Jan Blommaert & Chris Bulcaen (eds.) Political Linguistics (Belgian Journal of Lingustics 11). Amsterdam: John Benjamins, pp. 255-275.

Traugott, E. & R. Dasher (2002). Regularity in semantic change. Cambridge: Cambridge University Press.

Van der Sandt, R. (1991). Denial. In Papers from CLS 27(2): the parasession on negation. Chicago: CLS, pp. 331-344.

Page 106: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

103

Van der Sandt, R, & E. Maier (2003). Denials in discourse. Paper presented at Fall 2003 Workshop in Philosophy and Linguistics. University of Michigan. Disponível em: <URL:http://web.eecs.umich.edu/~rthomaso/lpw03/vandersandt.html/>.

Fontes

EUROPARL (European Parliament Proceedings Parallel Corpus, 1996-2011). Base de dados disponível em <URL: http://www.statmt.org/europarl/>.

CRPC (Corpus de Referência do Português Europeu Contemporâneo). Base de dados disponível em <URL: http://www.clul.ul.pt/pt/recursos/183-crpc#cqp/ >.

DAR (Diários da Assembleia da República). Base de dados disponível em <URL: http://www.parlamento.pt/DAR/Paginas/default.aspx/ >.

Page 107: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

(Página deixada propositadamente em branco)

Page 108: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-1446-5_5

t r a d u ç õ e S a l e m ã S d o m a r c a d o r ‘ a l i á S ’

u m a a n á l i S e d o c o r p u s e u r o pa r l

Cornelia Plag

(Universidade de Coimbra – CELGA-ILTEC)

[email protected]

Ana Paula Loureiro

(Universidade de Coimbra – CELGA-ILTEC)

[email protected]

Conceição Carapinha

(Universidade de Coimbra – CELGA-ILTEC)

[email protected]

Resumo: Este trabalho visa analisar a tradução do marcador discursivo

‘aliás’ para a língua alemã, bem como explorar as diferentes propostas

apresentadas por tradutores profissionais a respeito deste item. Com base

em pesquisas anteriores já efetuadas sobre as funções deste marcador em

língua portuguesa, o estudo descreve as convergências e as divergências

encontradas entre ‘aliás’ e os seus equivalentes alemães numa amostra

extraída do corpus Europarl. A pesquisa revela que ‘aliás’ ativa diferentes

clusters semânticos em português e demonstra a preferência dos tradutores

por um pequeno conjunto de marcadores de discurso alemães. A análise

contrastiva também comprova que ‘aliás’ tem um leque mais alargado de

funções semânticas do que os seus equivalentes em língua alemã e con-

firma a existência de uma função que nunca é traduzida.

Palavras-chave: Marcador discursivo; tradução; aliás; clusters semânticos;

corpus Europarl

Page 109: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

106

Abstract: The aim of this paper is to analyze the translation of the discourse

marker ‘aliás’ from Portuguese into German and to explore the different

proposals put forward by professional translators about this particular

item. Drawing on previous research about the functions of this specific

marker in Portuguese language this study analyses the convergences and

the divergences of Portuguese ‘aliás’ and its German equivalents in an ex-

cerpt of Europarl corpus. The study reveals that ‘aliás’ activates different

semantic clusters in Portuguese and demonstrates the preference for a

small set of German discourse markers in a significant part of the transla-

tions. The contrastive analysis also shows that ‘aliás’ has a larger semantic

range than its equivalents and confirms the existence of a function which

is not translated.

Key words: Discourse marker, translation, aliás, semantic clusters, Europarl

corpus

0. Introdução

A designação ‘marcadores discursivos’ (doravante MD) abrange

um vasto conjunto de expressões usadas para conectar enuncia-

dos e outros segmentos textuais de maior ou menor extensão. A

diversidade categorial de itens subsumíveis sob esta designação e

a multiplicidade de funções que cada um é capaz de desempenhar

em contexto determinam as reconhecidas dificuldades em os identi-

ficar e definir de modo adequado. A este respeito, Andersen (2001:

39) lembra que “there seems to be little consensus as to how this

category ought to be defined and delimited and as to which items

constitute the inventory of pragmatic markers (…).”1

Constituindo um grupo categorialmente heterogéneo, de dis-

tribuição desigual e com funcionalidades distintas, é possível,

ainda assim, atribuir aos MD um conjunto de caraterísticas que de

1 Esta continua a ser – algumas décadas passadas sobre os primeiros estudos sobre MD – uma das questões centrais na área.

Page 110: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

107

alguma forma os definem e que sobressaem na já vasta bibliografia

relativa ao tópico.

A primeira, a que mais se salienta, e que constitui a base para

muitas das definições propostas para a categoria, é precisamente a

conectividade (Schiffrin, 1987; Schourup, 1999; Degand, 2009), isto

é, a sua capacidade de articular fragmentos discursivos, assinalando

uma relação “between the interpretation of the segment they introdu-

ce, S2, and the prior segment, S1» (Fraser, 1999: 931). Neste sentido,

os MD funcionam como pistas que permitem otimizar o processo

interpretativo, e, no fundo, criar coerência. Em clara relação com

a conectividade, uma outra característica, já assinalada por Hölker

(1991), diz respeito à não contribuição dos MD para o conteúdo

proposicional dos enunciados em que ocorrem, uma vez que o seu

significado é meramente procedimental, equivalendo a um conjunto

de instruções acerca de como interpretar o enunciado. O mesmo

autor refere a função essencialmente emotiva e expressiva dos MD,

mais do que denotativa ou referencial, e Bazzanella et al. (2007)

salientam, por outro lado, a extrema sensibilidade às variações co- e

contextuais como outra das caraterísticas típicas do comportamento

destes itens no discurso.

Todas as línguas recorrem a estas partículas, quer no discur-

so oral quer no escrito, para sustentar a coesão, para guiar a

interpretação dos ouvintes/leitores, para expressar uma atitude;

fazem-no, no entanto, de modos diversos, pois “across languages

there is divergence in their usage, placement, and frequency”

(Steele, 2015: 110).

Os múltiplos estudos que, sob diversas perspetivas, têm vindo

a ser publicados sobre o tema dos MD abarcam agora, também, a

perspetiva tradutológica. É, aliás, recorrentemente referida a impor-

tância dos contributos trazidos pelos estudos em tradução para um

conhecimento mais fino destas partículas. Como afirmam Aijmer et

al. (2006: 113) “comparing translations of a text in different langua-

Page 111: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

108

ges can help to reveal the meaning of markers which might be less

accessible in a monolingual approach.”2

A tradução procura produzir, na língua de chegada (LC), um

texto funcionalmente adequado, o que pode passar – entre outras

estratégias possíveis – pela escolha de uma expressão que mantenha

o mesmo valor da língua original. Mas será tal procedimento sem-

pre exequível quando é necessário traduzir um MD? A sua extrema

dependência do contexto, a sua inerente indeterminação semântica

e a sua polifuncionalidade complexificam a tarefa de os traduzir.

Chaume (2004: 844) alerta precisamente para o facto de eles

constituírem “a usual pitfall in (…) translating” e Bazzanella et al.

(2007: 11) corroboram esta opinião ao afirmar que “translating DMs

appears to be particularly difficult, much more so than in the case

of other parts of speech, since words used in a DM function are

‘indeterminate’ per se, and one can determine DMs only with regard

to the specific usage in context.”

De facto, e uma vez que assumem uma função essencialmente

pragmática, sem intervenção direta na construção dos conteúdos

proposicionais, os MD que surgem num determinado ponto da se-

quência discursiva recebem muitas vezes, da parte do tradutor, um

tratamento desigual que os coloca num plano inferior face a outras

prioridades tradutivas. E as diferentes soluções encontradas para a

tradução de um MD podem abranger o recurso a estratégias lexicais,

sintáticas, mas podem também chegar à omissão.

2 Esse interesse dos estudos de tradução materializa-se em dois grandes tipos de análise. De uma perspetiva semasiológica, parte-se de um determinado termo para chegar à análise do sentido, permitindo testar, de um enfoque tradutório, se equivalentes lexicográficos (em duas línguas distintas) recobrem ou não o mesmo leque de valores. De um ponto de vista onomasiológico, parte-se de um conceito para chegar às formas que o consubstanciam, o que, no âmbito tradutório, permite chegar às certamente diferentes representações lexicais do conceito, em cada uma das línguas.

Page 112: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

109

Na interface destas duas áreas de investigação, este trabalho

apresenta um estudo contrastivo sobre o MD 'áliás' em contexto

de tradução, no par de línguas português-alemão. Ancorado num

quadro teórico cognitivo-funcional, o estudo parte de uma aborda-

gem polissémica dos MD, advogando que os diferentes sentidos de

uma partícula não devem ser entendidos como discretos, mas antes

relacionados, “in a chain-like fashion”, (Hansen, 1998: 87), através

de semelhanças de família, configurando um continuum em que as

fronteiras entre os seus diferentes valores são vagas e imprecisas e

em que há claras zonas de sobreposição.

Trabalhando numa perspetiva semasiológica, e tendo por refe-

rência os valores elencados para ‘aliás’ em português, (Lopes, 2010;

Ponce de León & Duarte, 2013; e Almeida, 2013), serão confrontadas

as ocorrências deste MD com os equivalentes encontrados no texto

alemão. Os objetivos deste estudo são os seguintes: (i) encontrar os

equivalentes funcionais de ‘aliás’ na LC; (ii) sistematizar as possíveis

convergências e divergências de sentido (iii) confrontar os dados

recolhidos com as informações disponíveis nos dicionários. Os da-

dos empíricos que sustentam a análise são provenientes do corpus

Europarl (Koehn, 2005), um acervo multilingue de dados resultantes

de debates ocorridos no Parlamento Europeu.

A estrutura deste trabalho é a seguinte: num primeiro momento,

apresentaremos, de forma sucinta, os diferentes valores de ‘aliás’

na atual sincronia do Português; a secção seguinte dará conta das

opções metodológicas por nós tomadas e do grande interesse de

um corpus traduzido como ferramenta heurística para obter infor-

mações sobre a semântica dos MD; de seguida, apresentar-se-ão

os resultados obtidos e a respetiva análise; finalizaremos com uma

pequena secção de conclusões.

Page 113: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

110

1. Os diferentes valores de ‘aliás’ na atual sincronia do

Português

O item ‘aliás’ é apresentado como advérbio pelos dicionários de

referência da língua portuguesa. O Dicionário da Língua Portuguesa

Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa (2001) avança,

na definição da partícula, as seguintes aceções:

(i) arc. Hipótese de polaridade contrária;

(ii) marcador de correção;

(iii) marcador de digressão;

(iv) bordão linguístico;

(v) utensílio metalexical (uso de Macau).

No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2002), ‘aliás’ as-

sume os seguintes valores:

(i) sinalizador de situação hipotética alternativa à situação avan-

çada anteriormente;

(ii) marcador de reforço;

(iii) marcador de correção/retificação;

(iv) marcador de digressão;

(v) marcador contrastivo.

Nas gramáticas, o item ‘aliás’ é identificado como partícula de

retificação e surge incluído no grupo, heterogéneo, das ‘palavras

denotativas’, (Cunha e Cintra, 1984: 549) ou ‘denotadoras’ (Bechara,

2005: 291), grupo que, segundo o autor brasileiro, diz respeito a um

grande conjunto de palavras “muitas das quais têm papel transfrás-

tico e melhor atendem a fatores de função textual (…).” Sob este

ponto de vista, a apreciação do gramático brasileiro converge com

as funções dos marcadores anteriormente apresentadas.

Já no domínio da investigação, e especificamente sobre esta par-

tícula, salientam-se os trabalhos de Lopes (2010), Ponce de León

Page 114: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

111

e Duarte (2013) e Almeida (2013). A indicação de duas funções é

comum aos quatro autores: ‘aliás’ é um marcador que sinaliza uma

digressão, indicando a adição de um mero comentário lateral (Lopes,

2010) ou, em alternativa, a adição de um argumento mais forte para

reforçar uma linha argumentativa, (Ponce de León e Duarte, 2013)

e também pode ser um marcador de reformulação e/ou retificação.

Ponce de León e Duarte acrescentam ainda uma outra possível fun-

ção do marcador: ‘aliás’ pode igualmente ser usado para assinalar

a mudança de tópico discursivo, à semelhança de um organizador

textual.

No cômputo de todas estas informações, sobressaem três funções

do MD na atual sincronia do português:

(i) sinalizar a iminência de uma reformulação (que pode até ser

uma retificação);

(ii) sinalizar a presença de um segmento discursivo de natureza

digressiva, dotado de um estatuto parentético;

(iii) sinalizar a adição de mais um argumento, neste caso, decisi-

vo (Koch, 1984: 196) e, neste sentido, funcionar já como um

marcador de reforço argumentativo [sentido que também é

assinalado pelo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa-

aceção(ii)].

Vejamos exemplos que atestam todos estes valores3:

(1) reformulação

par=ext658657-nd-95b-1: Mas escrevi esta carta por causa

dos belos poemas de Gedeão, aliás Rómulo de Carvalho, que

conheci como professor no Liceu D. João III, em Coimbra.

3 Os exemplos aqui inseridos foram recolhidos no CETEMPúblico, um corpus de imprensa contemporânea escrita, disponível online em <http://acdc.linguateca.pt>.

Page 115: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

112

(2) digressão com introdução de tópico lateral

par=ext196238-clt-92b-2: Para terminar, pode dizer-se que

esta tendência para o silêncio (aliás salientada por João

Barrento no seu belo prefácio) talvez se perceba levando em

conta dois aspectos: por um lado, uma irresistível atracção

pela morte como a serenidade maior e mais profunda, como

um «grande silêncio» (…).

(3) digressão com introdução de argumento decisivo

par=ext403209-soc-98a-2: Mas a área que aparentemente é

mais frágil na introdução dos conteúdos no Oceanário é a

da captura e fornecimento das espécies, como aliás o de-

monstra o facto de não ser conhecida com rigor a área de

proveniência do lote de tubarões que adoeceram.

Os diferentes matizes de sentido deste item parecem convergir,

tal como afirmam Ponce de León e Duarte (2013: 146) para o valor

etimológico de ‘aliás’ que, de acordo com o Dicionário Houaiss era,

em latim: “outra vez, outras vezes, noutro momento, noutra época,

de outro modo, etc.” Com efeito, este parece ser o semantismo bá-

sico do MD: sinalizar a introdução de outro enunciado, que pode

constituir uma operação metadiscursiva de reformulação do dito,

atuando no plano do autocontrolo discursivo (Fernandes, 2005); ou

assinalar a operação argumentativa de aditamento de uma outra

informação, atuando no plano temático-informacional.

Uma abordagem dos dicionários bilingues, na direção português-

-alemão, tanto impressos (Langenscheidt) como online (Pons e Leo),

revela alguma dispersão quanto aos equivalentes sugeridos para o

item ‘aliás’.

O dicionário Langenscheidt apresenta os seguintes equivalentes:

übrigens (a propósito; diga-se de passagem); jedoch (contudo); be-

ziehungsweise (ou seja / ou antes / mais concretamente).

Page 116: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

113

Os dicionários online de português-alemão ampliam ainda mais

as possibilidades tradutivas da partícula. O dicionário Pons propõe

as seguintes traduções: übrigens (a propósito; diga-se de passa-

gem); beziehungsweise (ou seja / ou antes / mais concretamente);

sonst (caso contrário); ohnehin (mesmo assim; de qualquer maneira).

O dicionário Leo recomenda as expressões seguintes: übrigens (a

propósito; diga-se de passagem); mit anderen Worten (ou melhor);

außerdem (além disso); besser gesagt (ou melhor); das heißt (ou

melhor); beziehungsweise (ou seja / ou antes / mais concretamente).

O dicionário online da Porto Editora propõe as seguintes tradu-

ções: beziehungsweise (ou seja / ou antes / mais concretamente); im

Übrigen (de resto); ohnehin (mesmo assim; de qualquer maneira);

sonst (caso contrário); übrigens (a propósito; diga-se de passagem).

No dicionário bab.la, a partícula é traduzida por zudem (além disso)

e übrigens (a propósito; diga-se de passagem).

Observemos esquematicamente estes dados:

Quadro 1

Langenscheidt Pons Leo Porto Editora bab.la

übrigens √ √ √ √ √

beziehungsweise √ √ √ √

sonst √ √

ohnehin √ √

jedoch √

mit anderen Wor-ten

außerdem √

besser gesagt √

das heißt √

im Übrigen √

zudem √

A análise deste quadro torna evidente a grande variedade de

putativos equivalentes lexicográficos propostos pela língua alemã.

As informações obtidas nestes cinco dicionários permitem concluir

Page 117: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

114

que apenas übrigens (a propósito; diga-se de passagem) é comum

a todos eles e que apenas a expressão beziehungsweise (ou seja /

ou antes / mais concretamente) é partilhada por quatro dicionários;

todas as outras (nove) aparecem apenas num ou dois dicionários.

Podemos também concluir, por outro lado, que nenhum destes

equivalentes partilha o mesmo leque de valores de ‘aliás’. Com efeito,

mesmo os dois marcadores alemães mais frequentes só parcialmen-

te recobrem o valor de ‘aliás’: übrigens converge com o sentido

digressivo e beziehungsweise, com o reformulativo-retificativo. E

até as partículas sonst e ohnehin, comuns a dois dos dicionários,

apresentam valores que ‘aliás’ não tem na atual sincronia do por-

tuguês: sonst tem um valor condicional-contrastivo, equivalente a

‘caso contrário’ ou ‘senão’, enquanto ohnehin pode ter dois valo-

res: marcador de distanciamento, equivalendo a ‘em todo o caso’,

e o valor de introdutor de fecho de tópico ou de fecho de digres-

são, equivalente à expressão portuguesa ‘de qualquer maneira’4.

2. Algumas considerações de ordem teórico-metodológica

O estudo contrastivo que efetuámos parte de dados empíricos

recolhidos no corpus Europarl5 (Koehn, 2005), um corpus multilin-

gue, envolvendo debates políticos ocorridos no Parlamento Europeu

e as respetivas traduções paralelas nas vinte e uma línguas de

trabalho. A opção por um corpus deste tipo possibilitou a esco-

lha de discursos originalmente pronunciados por parlamentares

portugueses, condição óbvia para a obtenção de dados autênti-

cos produzidos por falantes nativos de português. Por outro lado,

4 É ainda pertinente assinalar que jedoch também não se aproxima dos valores contemporâneos de ‘aliás’.

5 Corpus acessível no sítio: <http://www.statmt.org/europarl/>.

Page 118: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

115

restringimos o intervalo temporal em análise aos períodos das pre-

sidências portuguesas (janeiro a junho de 2000 e julho a dezembro

de 2007), períodos em que haveria maior probabilidade de encontrar

oradores portugueses. Dada a facilidade em obter a correspondên-

cia entre o texto original e o traduzido, um corpus como este6

consentiu uma pesquisa mais rápida e mais eficiente, pois a opor-

tunidade de fazer alinhar o discurso original e o discurso traduzido

permitiu ter uma perceção imediata da natureza da tradução efetua-

da. Com efeito, uma das vantagens deste tipo de corpora consiste na

possibilidade de explorar concordâncias, isto é, apreender o cotexto,

mais ou menos alargado, de todas as ocorrências de uma palavra.

Nesses intervalos temporais, detetámos 885 ocorrências de ‘aliás’,

das quais 184 foram originalmente produzidas em português e não

resultaram de opções tradutórias relativamente a outras línguas de

partida. Foram essas 184 ocorrências, e as suas traduções em alemão,

que constituíram o nosso corpus inicial.

Um corpus com esta extensão garantia, à partida, que todos os

sentidos de ‘aliás’ previamente elencados estariam presentes, embora,

sob outro ponto de vista, tal argumento pudesse ser rebatido tendo

em conta tratar-se de um contexto institucional muito específico

e de um género textual também ele particular, os quais poderiam

promover o surgimento de alguns usos e não de outros. Para além

deste último, outros argumentos podem ser aduzidos em sentido

contrário ao uso deste tipo de corpora. Um deles diz respeito ao

facto de o corpus traduzido apenas representar uma das possíveis

traduções, proveniente de um tradutor, o que impede não só que

os dados sobre os quais se trabalha sejam representativos, como

também que outras traduções alternativas vejam a luz do dia; de

6 O corpus Europarl não corresponde exatamente ao protótipo de um corpus paralelo [língua de partida (LP)→ língua de chegada (LC)], já que os enunciados são organizados por língua, independentemente da sua origem; daí cada subcorpus reunir quer enunciados originais quer traduzidos.

Page 119: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

116

facto, como afirma Snell-Hornby (1988: 20), “the opinions of the

most competent translators can diverge considerably.” Por outro lado,

num contexto de interpretação simultânea, em que não é possível

corrigir e voltar atrás, a opção de um tradutor não permite muita

ponderação e pode não apenas vir a revelar-se inadequada tendo

em conta a avaliação final do enunciado, como não ser aquela que

o mesmo tradutor faria se tivesse, naquele contexto, mais tempo

de reflexão. É ainda pertinente observar que, ao desconhecermos

o número e a identidade dos tradutores envolvidos neste corpus,

também corremos o risco de obter algum enviesamento da amostra.

Por último, uma análise unidirecional das traduções, como a que

faremos neste estudo, apenas aclara parte do problema, tendo em

conta que a retrotradução poderia desvendar outras correspondências.

Cientes destas fragilidades, cremos, ainda assim, que este método

de análise, cross-linguistic, apresenta vantagens inequívocas. Em

primeiro lugar, trata-se de dados autênticos que nos dão a garan-

tia de estarmos a analisar a linguagem em uso; em segundo lugar,

esses dados apresentam tendências tradutivas não negligenciáveis,

na medida em que são o resultado do trabalho de profissionais; em

terceiro lugar, aparecem já contextualizados e traduzidos na LC, sen-

do de fácil e rápido acesso. Por outro lado ainda, e parafraseando

Aijmer, Foolen e Simon-Vandenbergen (2006) uma análise efetuada

em corpora paralelos pode revelar sentidos (de um MD) que passam

mais ignorados numa análise de natureza intralinguística.

De facto, “finding translation correspondences is in many ways a

more reliable method of describing individual DMs than providing

paraphrases and glosses, or establishing co-occurrence patterns,

exemplified by the majority of monolingual research” (Simon-

Vandenbergen e Aijmer, 2004: 1786). Ainda segundo as mesmas

autoras, o uso de traduções para analisar MD pode também permitir

equacionar questões mais amplas, relativas ao delineamento de cam-

pos semânticos nas diferentes línguas e à forma como esses campos

Page 120: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

117

podem ser diversamente instanciados em cada uma delas, facilitando

a destrinça entre universais discursivos e traços que são específicos

de determinadas línguas. A pesquisa dos equivalentes alemães de

‘aliás’ permitirá, pois, evidenciar as soluções adotadas relativamente

aos casos, sempre problemáticos, de indeterminação ou de amálgama

de sentidos contextualizados e demonstrar a forma como as línguas

convergem ou divergem no que toca ao uso destas partículas.

3. Análise e discussão dos resultados

A complexa tarefa de delimitação de sentidos do MD ‘aliás’ [na

língua de partida (LP)] tornou-se óbvia após uma primeira análise

dos dados constantes do corpus. Com efeito, na grande maioria dos

casos, os sentidos do MD encontram-se amalgamados e é difícil en-

contrar ocorrências de ‘aliás’ que instanciem apenas um dos sentidos

previamente elencados. A existência de zonas de sobreposição impli-

ca que há sentidos próximos e até indestrinçáveis, configurando um

cluster de sentidos. Tal facto vem corroborar a tese de que eles se

apresentam num continuum, uma vez que os exemplos encontrados

respondem bem a dois tipos de paráfrase distintos.

A análise a que sujeitámos o corpus fez sobressair esse continuum

de valores do MD, que se apresentam da seguinte forma:

Vejamos alguns exemplos que ilustram todos os casos.

Contexto A - Marcador de digressão

Senhor Deputado, antes de mais, e comentando aquilo que dis-

se o Senhor Presidente, quero dizer que tenho o maior prazer

Page 121: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

118

em estar sob o fogo dos deputados gregos - e tenho excelentes

amigos na Grécia onde, aliás, passei férias. (00-04-12 <SPEAKER

ID=188 NAME=”Seixas da Costa”>)

Neste excerto, ‘aliás’ introduz um comentário claramente pa-

rentético e sem aparente relevância em termos da argumentação

expendida. O falante sinaliza que a expressão subsequente ao MD

constitui um segmento lateral que constitui, apenas, um fait divers,

uma informação da qual poderia prescindir sem fazer perigar o con-

teúdo proposicional principal. Neste tipo de contextos, ‘aliás’ pode

ser substituído pelo marcador ‘diga-se de passagem’, o qual também

introduz “un ajout non plannifié, évoqué de façon spontannée à la

suite de l’énonciation du segment précédant” (Lopes, 2015: 346).

Contexto B - Marcador de digressão + Marcador de reforço

A nossa leitura comum é que esse partido tem uma posição ma-

nifestamente contrária aos valores que temos por essenciais no

quadro europeu e que, aliás, configuram o quadro de referência

que a União tem vindo a promover nas suas relações externas,

quer no tocante ao seu próximo alargamento, quer no quadro da

sua política externa e de segurança comum. (00-02-02 <SPEAKER

ID=13 NAME=”Seixas da Costa”>)

Num contexto como este, cremos que ‘aliás’ pode ter uma dupla

leitura, por um lado como introdutor de uma informação suplementar,

de natureza digressiva, apresentada como um dado já conhecido de

todos, e também parafraseável por ‘diga-se de passagem’; por outro,

como sinalizador de um argumento decisivo e irrebatível de um ponto

de vista argumentativo. Neste sentido, ‘aliás’ assinalaria o aditamento

de uma informação que reforça uma estratégia argumentativa anterior

e seria parafraseável por ‘de facto’ ou ‘na realidade’. Teríamos, pois,

aqui, um caso de cluster de sentidos em que aquilo que parece ser

Page 122: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

119

uma informação lateral pode também assumir o estatuto de argu-

mento mais forte, sendo visível o continuum entre os dois sentidos.

Contexto C - Marcador de reforço

A verdade é esta: a Europa tem relações de parceria ao mais alto nível

com a Ásia, onde há ditadores, e com a América Latina, onde também

alguns países não são democracias, aliás alguns desses ditadores

são recebidos com tapete vermelho em algumas capitais europeias.

(07-07-11 <SPEAKER ID=”051” NAME=”José Manuel Barroso”>)

Eis-nos perante um outro uso do marcador. ‘Aliás’ sinaliza ex-

plicitamente a introdução de um argumento decisivo na estratégia

discursiva de crítica à atuação da Europa relativamente aos parceiros

ditatoriais com os quais mantém relações. Numa escala argumentati-

va, e constituindo argumentos coorientados, o segundo argumento,

introduzido por ‘aliás’, é mais forte e tem mais peso no que respeita

à conclusão a que conduz. Como se torna evidente, neste contexto,

‘aliás’ não introduz um mero segmento parentético, mas sim o ar-

gumento mais importante, sendo, pois, parafraseável por ‘de facto’

ou ‘na realidade’.

Contexto D - Marcador de reforço + marcador de retificação

Pensamos que o papel da segurança alimentar, nomeadamente em

tudo o que se liga à saúde pública, é um elemento fundamental

a ser desenvolvido pela nossa Presidência; constitui, aliás, uma

das prioridades do nosso programa. (00-01-19 <SPEAKER ID=163

NAME=”Seixas da Costa”>)

Neste exemplo, ‘aliás’ permite também uma dupla interpretação

(tal como no anterior contexto B). Não só é parafraseável pelos

marcadores ‘de facto’ e ‘na realidade’, o que o aproxima do sentido

de reforço argumentativo, como também ilustra um contexto em

Page 123: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

120

que ‘aliás’ adquire um valor retificativo, isto é, parafraseável por

‘ou melhor’ ou ‘ou antes’. Nestes contextos, o falante reformula e

corrige o seu enunciado anterior, anulando a asserção prévia ou

simplesmente, como na ocorrência em análise, escolhendo um ar-

gumento que, apesar de integrar a mesma escala argumentativa, é

mais forte. Neste sentido, compreende-se a forma como a adição de

um argumento de reforço da argumentação pode aproximar-se muito

da reformulação (ou autorreformulação) retificativa.7

Relativamente ao contexto E, a presença de ‘aliás’ com valor re-

tificativo puro e inequívoco parece ser nula, no corpus em análise.

Com efeito, os casos em que essa interpretação é admissível coin-

cidem sempre com os contextos em que é também permitida uma

leitura reforçativa, o que nos reconduz ao contexto D.

No corpus em análise, os diferentes valores de ‘aliás’ distribuem-

-se da seguinte forma: o valor reforçativo, em que o MD prefacia os

argumentos de maior influência na argumentação, é o mais frequente

(contexto C); o cluster que associa o valor digressivo ao valor refor-

çativo é o segundo mais frequente (contexto B); em terceiro lugar,

surge a amálgama entre o valor reforçativo e o retificativo (contexto

D). São pouco frequentes as ocorrências de ‘aliás’ como mero mar-

cador digressivo (contexto A) e não foram detetadas ocorrências do

valor retificativo puro (contexto E).

Se observarmos agora o corpus traduzido, verificaremos que o

total de equivalentes propostos na língua alemã para as 184 ocor-

rências de ‘aliás’ é de 24.

Os resultados obtidos aparecem expostos, por ordem alfabética,

nas duas colunas do quadro seguinte, em que assinalámos a negrito

as opções mais utilizadas:

7 Naturalmente, há constrições sintáticas associadas aos marcadores retificativos clássicos que não afetam aliás; ‘ou melhor’ e ‘ou antes’ prefaciam sempre um cons-tituinte proposicional e só podem surgir antes desse constituinte, ao contrário do que acontece com ‘aliás’, que apresenta maior mobilidade na frase.

Page 124: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

121

Quadro 2

abgesehen davon 1 eindeutig 1

allein schon 1 ferner 1

auch 18 im Übrigen 63auch noch 1 ja 2

außerdem 15 ja auch 1

außerdem da 1 ja im Übrigen 1

außerdem ja 1 mehr noch 2

bereits 2 nebenbei bemerkt 2

dann 1 Ø 38darüber hinaus 2 überdies 1

darüber 1 übrigens 16ebenfalls 1 zudem 11

Uma simples observação do quadro anterior permite constatar

que o corpus devolveu resultados que divergem bastante do leque de

equivalentes esperados (se atendermos às propostas lexicográficas).

O quadro 3 exibe uma leitura estatística das opções mais fre-

quentes:

Quadro 3

É visível a relação de um MD na LP para muitos na LC e essa

dispersão não se dá apenas em termos numéricos, mas também no

plano semântico. É de assinalar a opção dos tradutores (cerca de

35% dos casos) por uma expressão – im Übrigen (de resto) – que,

Page 125: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

122

curiosamente, não consta dos dicionários alemães analisados, e cujo

significado agrega os valores reforçativo (além disso) e digressivo

(diga-se de passagem; a propósito; por falar nisso), deixando de

lado o retificativo.

Ora, tendo em conta que o contexto mais frequente para a ocor-

rência de ‘aliás’ é o contexto C (reforçativo), poderíamos pensar que

as traduções preferenciais seriam außerdem e zudem, os MD alemães

mais vocacionados para marcar o aditamento de informação; por

outro lado, consideremos que, de acordo com o projeto Wortschatz

Uni Leipzig8, de todas as opções possíveis, a expressão im Übrigen

é uma das menos frequentes em alemão, dado que podemos com-

provar no quadro seguinte.

Quadro 4

auch 2169078 ferner 4450

bereits 338708 überdies 3466

zudem 74576 im Übrigen 2823außerdem 67726 abgesehen davon 901

übrigens 29390 nebenbei bemerkt 133

darüber hinaus 18771

Então por que razão é a preferida dos tradutores? Consta apenas

de um dos dicionários bilingues, mas o seu uso sugere que é a so-

lução padrão, sobretudo se tivermos em conta que é a preferencial

para traduzir todos os valores de ‘aliás’. Estas observações sugerem

que o trabalho dos tradutores/intérpretes procura a relevância ótima

(Gutt, 1991: 199), isto é, procura o melhor efeito contextual com o

menor custo de processamento para o ouvinte/leitor.

Dadas as constrições do processo tradutivo em que se vê envol-

vido (a atenção ao discurso do falante original, o processamento

dessa informação em tempo real, a urgência em codificá-la numa

8 Wortschatz (2016): Deutscher Wortschatz – Portal, http://wortschatz.uni-leipzig.de

Page 126: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

123

língua diferente, a busca de soluções para problemas iminentes e

a pressão do tempo), o tradutor/intérprete tende a optar por um

MD cujo valor procedimental é mais lato, não limitando assim, em

demasia, o leque de potenciais sentidos e permitindo ao ouvinte/

leitor maior latitude interpretativa.

Em segundo lugar, verifica-se que, dos 184 casos de ‘aliás’, 38 não

são sequer traduzidos, (cerca de 21%), ou seja, mais de um quinto

das ocorrências. A omissão do marcador verifica-se sobretudo nos

contextos em que ele assume um valor claramente digressivo, como

é visível no exemplo seguinte, acompanhado da respetiva tradução:

A proposta do Parlamento Europeu contempla aspectos que me-

lhoram o projecto apresentado pelo Conselho, como por exemplo,

o reforço das verbas para a política de coesão, como aliás também

propusemos, embora devendo sublinhar-se que a sua aplicação

efectiva é em grande medida posteriormente desvirtuada para

a concretização dos objectivos da agenda neoliberal que é a

Estratégia de Lisboa, o que firmemente rejeitamos.

Der Vorschlag des Parlaments beinhaltet Aspekte, die den vom

Rat vorgelegten Entwurf verbessern, wie die Erhöhung der

Mittelzuweisungen für die Kohäsionspolitik, die ø auch wir

vorgeschlagen haben. Gleichwohl sollten wir betonen, dass de-

ren wirksame Umsetzung später größtenteils unterlaufen wird,

um die Ziele der neoliberalen Agenda der von uns abgelehnten

Lissabon-Strategie zu erreichen. (07-10-23 <SPEAKER ID=”228”

NAME=”Pedro Guerreiro” AFFILIATION=”GUE/NGL”>)

No entanto, esse apagamento ocorre também em alguns contextos

em que é permitida uma interpretação digressivo-reforçativa e até

claramente reforçativa, como se atesta, respetivamente, através dos

exemplos seguintes e das subsequentes traduções:

Page 127: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

124

Somos testemunhas, neste Parlamento, da excelente colaboração

que o Presidente da Comissão Europeia e esta Comissão Europeia

têm assumido com o Parlamento Europeu, como funcionou bem

a cooperação com todos os deputados, os deputados portugueses

são disso testemunha, os deputados do PSD orgulham-se de terem

contribuído para o bom sucesso desta Presidência.

Portugal deu, aliás, sempre o seu melhor quando exerceu a

Presidência do Conselho. Foi assim em 92 com Cavaco Silva e o

então Ministro dos Negócios Estrangeiros João de Deus Pinheiro,

foi assim em 2000, com o Primeiro-Ministro António Guterres,

foi assim em 2007, na terceira Presidência do Conselho da União,

com José Sócrates e o Ministro Luis [sic] Amado.

Wir konnten uns in diesem Parlament selbst von der hervor-

ragenden Zusammenarbeit des Präsidenten der Europäischen

Kommission und der Kommission selbst mit dem Parlament über-

zeugen; alle Europaabgeordneten haben gut zusammengearbeitet

– das können die portugiesischen Abgeordneten bezeugen –, und

die PSD-Mitglieder sind stolz darauf, dass sie zum Erfolg dieser

Präsidentschaft beitragen konnten.

Portugal hat ø stets sein Bestes gegeben, wenn es den Ratsvorsitz

geführt hat. Das war 1992 der Fall unter Herrn Cavaco Silva und

dem damaligen Außenminister João de Deus Pinheiro, das war

im Jahr 2000 der Fall unter Ministerpräsident António Guterres

und das war 2007 der Fall, als wir das dritte Mal den Ratsvorsitz

unter Leitung von José Sócrates und Minister Luis Amado in-

nehatten. (07-12-18 <SPEAKER ID=”031” NAME=”Carlos Coelho”

AFFILIATION=”PPE-DE”>)

Apesar do [sic] acordo introduzir prazos processuais estritos,

estabelecer taxas de visto preferenciais, incluindo uma isenção

total da taxa de visto para certas ”categorias de pessoas” (?) e

Page 128: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

125

prever um procedimento simplificado para diferentes situações,

fica aquém do que se exigiria e do que necessitam milhares e

milhares de cidadãos ucranianos.

Aliás, como os relatores deixam a entender, a necessidade que

se coloca é a da efectiva implementação de medidas com vista à

facilitação de vistos para grupos mais vastos da sociedade ucra-

niana, até a um regime de isenção da obrigação de visto, sem

discriminações, como a Ucrânia fez relativamente a cidadãos dos

diferentes países da UE.

Auch wenn das Abkommen strenge Verfahrensfristen einführt,

ermäßigte Visagebühren einschließlich einer vollständigen

Befreiung von der Visagebühr für bestimmte Personengruppen

(?) festsetzt und in einigen Fällen ein vereinfachtes Verfahren

vorsieht, ist es weit entfernt von dem, was erforderlich ist und

was Tausende von Bürgern der Ukraine bräuchten.

Die Berichterstatter haben ø nicht erkannt, wie notwendig es

ist, dass Maßnahmen zur Visaerleichterung für breitere Gruppen

der ukrainischen Gesellschaft bzw. eine nicht diskriminieren-

de Visabefreiung erforderlich sind, wie sie von der Ukraine bei

Bürgern einzelner EU-Länder praktiziert wird. (07-11-13 <SPEAKER

ID=”123” NAME=”Pedro Guerreiro ” AFFILIATION=”GUE/NGL”>)

O desaparecimento do MD suscita algumas reflexões. Em primeiro

lugar, este dado vem corroborar os estudos já efetuados e que afirmam

que a omissão constitui uma estratégia tradutiva bastante frequente

(Bazzanella et al., 2007: 11; Aijmer, 2008: 95; Furkò, 2014: 182).

Em segundo lugar, apesar de a sua omissão ocorrer tendencial-

mente em contextos de natureza digressiva, não deixa de causar

alguma perplexidade o facto de ocorrer também em contextos de

cariz reforçativo, o que vem a ter, obviamente, implicações no do-

mínio da própria argumentação. Como explicar a ausência de um

Page 129: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

126

marcador que introduz o argumento decisivo? Se essa instrução não

é dada ao ouvinte/leitor, que tipo de interpretação fará ele relativa-

mente à sequência de argumentos que se lhe apresenta?

De acordo com Hellberg (2013: 9), “[e]ven if pragmatic markers

are usually grammatically optional and their lexical meaning may

have been reduced, they still serve important pragmatic functions.”

De facto, ao funcionarem como pista interpretativa, os MD de-

sempenham um papel fundamental no processo interpretativo, na

construção das inferências, e a sua ausência resultará seguramente

numa interpretação diferente.

É ainda pertinente assinalar que a omissão do MD é anómala,

tendo em conta as diretivas que regulamentam a interpretação

simultânea e que preveem uma reprodução correta, completa e

precisa do dito (Setton & Dawrant, 2016a; 2016b). Se o MD é

necessário para uma avaliação mais fina do sentido do enunciado,

então como se justifica o seu apagamento?9 Será, como afirma

Gile (1999), um sinal de que o intérprete está a trabalhar perto do

ponto de saturação?

A ocorrência de ‘aliás’ em início absoluto de frase poderia

constituir uma explicação para esta estratégia de omissão, pois o

tradutor-intérprete não sabe ainda, no momento em que ouve o

marcador, qual dos sentidos vai ser ativado naquele contexto e,

mais tarde, quando compreende qual dos valores foi atualizado já

é demasiado tarde para o traduzir. Tal constrição não é, contudo,

preponderante nos exemplos em causa, pois apenas em oito das

ocorrências (que correspondem a omissão) ‘aliás’ ocupa tal posição

sintática. Paralelamente, verificou-se que, em outros exemplos nos

quais ‘aliás’ ocupa a posição de início absoluto, ele é traduzido

por um leque bastante variado de outras soluções – embora a

9 Serão as nuances prosódicas suficientes para transmitir, de outra forma, o valor do marcador? Sem acesso a dados orais, não é possível responder a esta pergunta.

Page 130: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

127

mais frequente seja im Übrigen – o que impede a construção de

um padrão de tradução e impossibilita o desenho de conclusões

consistentes.

Observemos agora o conjunto das quatro expressões que, em

número já bastante inferior, são usadas para traduzir ‘aliás’: auch;

übrigens; außerdem e zudem. Impõe-se desde já avançar a tradu-

ção (conquanto descontextualizada) que estas expressões têm em

português, a saber:

Quadro 5

auch também

übrigens a propósito / diga-se de passagem

außerdem além disso

zudem além disso

Compreende-se facilmente que enquanto auch, außerdem e zu-

dem abrangem melhor os sentidos de adição e reforço, übrigens

traduz melhor o sentido digressivo, distanciando-se claramente dos

outros três. Refira-se ainda que nenhum deles é tão polifuncional

como ‘aliás’.

Ao cotejarmos todas estas informações, sobressai a maior amplitu-

de semântica do marcador im Übrigen, que recobre um maior leque

de valores, e a maior especificidade semântica dos quatro últimos

(auch; übrigens; außerdem e zudem). E embora exista, como vimos

pela análise lexicográfica, pelo menos uma expressão capaz de dar

conta do cluster de sentidos reforço-retificação (beziehungsweise)

destaca-se ainda a ausência de uma tradução alemã que dê conta

deste valor (contexto D), uma vez que nenhuma das opções dos

tradutores tem valor retificativo.

Page 131: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

128

O Quadro 6 dá conta desta distribuição:

É notório que ‘aliás’ pode veicular três sentidos distintos, se bem

que frequentemente sobrepostos – embora aqui compartimentados

para efeitos de clareza expositiva – enquanto im Übrigen abarca

apenas dois desses sentidos; übrigens, por sua vez, apenas um deles,

e außerdem, zudem e auch, o outro.

O grupo de expressões designado por ‘outros’, no Quadro 3,

abrange 18 itens diferentes. Embora tratando-se de itens diversifica-

dos, podemos ensaiar a tentativa de os agregar tendo em conta os

seus valores semânticos. Assim, conseguimos identificar um grupo

de expressões cujo denominador comum é a possibilidade de serem

parafraseados por außerdem, e que têm, grosso modo, valor de adi-

ção: darüber, darüber hinaus, ebenfalls, ferner, überdies.

Um segundo grupo aproxima-se mais facilmente de im Übrigen,

tendo, como traço partilhado, o valor digressivo: ja, ja auch, ne-

benbei bemerkt, übrigens.

Sob esta ótica, poderemos então reformular as informações pre-

viamente avançadas relativamente às soluções procuradas pelos

tradutores. De acordo com este rearranjo, os equivalentes preferen-

ciais são os que integram o grupo im Übrigen e übrigens (86 opções)

e, em segundo lugar, os que integram o grupo de außerdem (com

50 opções), surgindo então, em terceiro lugar, a omissão do MD.

aliás

aliás

im Übrigen

Page 132: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

129

O Quadro 6 dá conta desta distribuição:

É notório que ‘aliás’ pode veicular três sentidos distintos, se bem

que frequentemente sobrepostos – embora aqui compartimentados

para efeitos de clareza expositiva – enquanto im Übrigen abarca

apenas dois desses sentidos; übrigens, por sua vez, apenas um deles,

e außerdem, zudem e auch, o outro.

O grupo de expressões designado por ‘outros’, no Quadro 3,

abrange 18 itens diferentes. Embora tratando-se de itens diversifica-

dos, podemos ensaiar a tentativa de os agregar tendo em conta os

seus valores semânticos. Assim, conseguimos identificar um grupo

de expressões cujo denominador comum é a possibilidade de serem

parafraseados por außerdem, e que têm, grosso modo, valor de adi-

ção: darüber, darüber hinaus, ebenfalls, ferner, überdies.

Um segundo grupo aproxima-se mais facilmente de im Übrigen,

tendo, como traço partilhado, o valor digressivo: ja, ja auch, ne-

benbei bemerkt, übrigens.

Sob esta ótica, poderemos então reformular as informações pre-

viamente avançadas relativamente às soluções procuradas pelos

tradutores. De acordo com este rearranjo, os equivalentes preferen-

ciais são os que integram o grupo im Übrigen e übrigens (86 opções)

e, em segundo lugar, os que integram o grupo de außerdem (com

50 opções), surgindo então, em terceiro lugar, a omissão do MD.

aliás

aliás

im Übrigen

Gostaríamos ainda de realçar algumas traduções que se desviam,

claramente, do sentido original, comprometendo, portanto, a exi-

gência de uma tradução fidedigna. Nestes casos, ‘aliás’ é traduzido

através de diferentes expressões que, como veremos, impõem uma

leitura muito específica e que se encontra já muito distante dos va-

lores do marcador na LP. Atentemos em dois exemplos:

Aliás, fica mais caro remediar do que prevenir.

Heilen ist eindeutig kostspieliger als Vorbeugen.

(A cura é claramente/sem dúvida mais cara do que a prevenção)

(07-09-03 <SPEAKER ID=”069” NAME=”Edite Estrela”

AFFILIATION=”PSE”>)

Neste exemplo, a expressão eindeutig possui um valor modal, de

natureza epistémica, que está ausente de ‘aliás‘.

Esta situação é ainda agravada pela reserva de verbas que a

Comissão faz para si, o que, aliás, aliado às acções pontuais,

apenas deixa para as organizações três milhões de euros, verba

manifestamente diminuta.

Erschwerend kommt hinzu, daß die Kommission eine Mittelreserve

für sich einführt. Zusammen mit den punktuellen Maßnahmen

bleiben dann für die Organisationen nur noch drei Millionen

Euro, eine offenkundig unzureichende Finanzausstattung.

(...Juntamente com as medidas pontuais ficariam, então / assim /

nestas circunstâncias, para as organizações apenas 3 milhões...)

(00-03-17 <SPEAKER ID=21 NAME=”Figueiredo”>)

A expressão dann pode ser traduzida por qualquer uma das

expressões propostas, sendo verdade que a última já não é conside-

Page 133: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

130

rada MD, embora, em qualquer dos casos, o sentido veiculado seja

o consequencial-conclusivo que ‘aliás’ não possui.

Conclusões

A análise das ocorrências de ‘aliás’ nos textos originais permitiu-

-nos confirmar a existência de todos os sentidos do MD em uso

na atual sincronia do português e constatar que ele opera em di-

ferentes planos do significado, nomeadamente no plano do dizer,

da enunciação, através da operação de reformulação-retificação,

no que se consuma uma dimensão meta; e no plano do dito, do

enunciado, através da operação de adição de informação (valores

digressivo e reforçativo). Analisados esses dados, pudemos ainda

concluir que esses sentidos surgem, na sua esmagadora maioria,

agregados em clusters, e que nem sempre é fácil apreender qual o

sentido mais saliente.

Por seu turno, a análise das traduções permitiu também delinear

algumas conclusões interessantes. Em primeiro lugar, evidenciou

que as escolhas dos tradutores se encontram muito distantes das

sugestões propostas pelos dicionários. Tal distância é reveladora das

lacunas e das omissões presentes nos dicionários, sempre aquém

das necessidades tradutivas dos profissionais, e comprova que, para

traduzir um MD, os tradutores-intérpretes se apoiam mais na função,

contextualizada, da partícula.

Em segundo lugar, pudemos verificar que, em alemão, é possível

encontrar expressões capazes de traduzir cada um dos valores de

‘aliás’, per se, e que até se encontra um equivalente capaz de con-

jugar dois desses sentidos (im Übrigen); todavia, comprovou-se não

existir, na LC, nenhum equivalente que combine os três valores do

MD português. Esta inexistência, a polifuncionalidade do MD e a

sua extrema sensibilidade aos contextos dificultam o trabalho do

Page 134: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

131

tradutor-intérprete que, em tempo real e sob pressão, tem proble-

mas em identificar o sentido e/ou cluster de sentidos ativado e em

escolher o correspondente mais adequado. Nestas circunstâncias,

a opção tradutiva recai sobre o MD im Übrigen, ou seja, sobre

aquele que apresenta uma correspondência ‘quase’ perfeita com o

português ‘aliás’.

Se pensarmos, no entanto, que o contexto D (reforçativo-retifi-

cativo) é o terceiro mais frequente no corpus e considerando, por

um lado, que im Übrigen não tem esse valor retificativo e, por outro

lado, que nenhum dos marcadores de natureza reformulativa/reti-

ficativa propostos pelos dicionários foi utilizado pelos tradutores,

podemos também concluir que o valor reformulativo-retificativo se

perde completamente nas traduções, restando apenas a leitura de

reforço, o que, não desvirtuando a intenção do falante original,

ainda assim empobrece claramente o leque de possibilidades inter-

pretativas. Este mesmo comentário é também extensivo às muitas

omissões encontradas na tradução, pois o apagamento do MD na

LC resultará certamente num discurso menos rico e mais neutro,

isto é, destituído de alguma informação de natureza pragmática que

auxilia o processo interpretativo.

Os resultados aqui apresentados devem, naturalmente, ser con-

firmados através da análise de outros géneros textuais, de modo a

obtermos um conhecimento mais amplo e rigoroso acerca do MD

e dos seus valores.

Referências

Aijmer, Karin (2008). Translating discourse particles: a case of complex translation. In Gunilla Anderman e Margaret Rogers (Eds.), Incorporating corpora: The Linguist and the Translator. Clevedon/Tonawanda/Ontario: Multilingual Matters

Aijmer, Karin, Foolen, Ad e Simon-Vandenbergen, Anne-Marie (2006). Pragmatic markers in translation – a methodological proposal. In Kerstin Fischer (Ed.), Approaches to Discourse Particles. Oxford: Elsevier, 101-114.

Page 135: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

132

Almeida, Daniel M. (2013). O marcador do discurso aliás e suas possibilidades para a língua espanhola. Entretextos, vol. 13, n.º 2, 344-362.

Andersen, Gisle (2001). Pragmatic Markers and Sociolinguistic Variation: A Relevance-theoretic approach of the language of adolescents. Amsterdam: John Benjamins.

Bazzanella, Carla et alii (2007). Italian «allora», French «alors»: functions, convergences, and divergences. Catalan Journal of Linguistics, 6, 9-30.

Bechara, Evanildo (2005). Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna.

Chaume, Frédéric (2004). Discourse Markers in Audiovisual Translating. Meta : journal des traducteurs / Meta: Translators’ Journal, vol. 49, n° 4, 843-855.

Cunha, Celso e Cintra, Lindley (1984/1991). Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Sá da Costa (8.ª ed.).

Degand, Liesbeth. (2009). On describing polysemous discourse markers. What does translation add to the picture? In Stef Slembrouck, Miriam Taverniers, Mieke Van Herreweghe (Eds.), From will to well. Studies in Linguistics offered to Anne-Marie Simon-Vandenbergen. Gent: Academia Press, 173–183.

Fernandes, Ivani C. S. (2005). Estudio comparativo de los marcadores del discurso en el español y en el portugués: el caso de los reformuladores en la prensa escrita. In: Interlingüística, n. 16, (2), 1019-1028.

Fraser, Bruce. (1999). What are discourse markers? Journal of Pragmatics, 31: 931–952.

Furkò, Bálint Péter (2014). Perspectives on the Translation of Discourse Markers. A case study of the translation of reformulation markers from English into Hungarian. Acta Universitatis Sapientiae, Philologica, 6, 2, 181-196.

Gile, Daniel (1999). Testing the Effort Models’ tightrope hypothesis in simultaneous interpreting - a contribution. Hermes, 23, 153-172.

Gutt, Ernst-August. (1991). Translation and Relevance: Cognition and Context. Oxford: Basil Blackwell.

Hansen, Maj-Britt Mosegaard (1998). The Function of Discourse Particles. Amsterdam: John Benjamins.

Hellberg, Sanna Estling (2013). Translating Pragmatic Markers - or whatever you want to call them. Texto disponível online em <http://www.sannahellberg.com/wp-content/uploads/2014/12/Pragmaticmarkers.pdf>

Hölker, Klaus. (1991). Französisch: Partikelforschung [Research on French particles]. Lexikon der Romanistischen Linguistik [Lexicon of Romance Linguistics], 5 (1) Tübingen: Niemeyer, 77-88.

Koch, Ingedore G. (1984). Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez Editora.

Koehn, Phillipp (2005). Europarl: A parallel corpus for statistical machine translation. Proceedings of the Tenth Machine Translation Summit, September 13-15. Phuket, Thailand, 79-85.

Lopes, Ana Cristina Macário (2010). Aliás: évolution d’un marqueur de discours en portugais. Comunicação apresentada no Coloquio Internacional Marcadores del Discurso en las Lenguas Románicas (Madrid, Univ. Complutense, 5-7 de mayo de 2010).

Page 136: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

133

Lopes, Ana Cristina Macário (2015). Aliás: contribution à l’étude diachronique d’un marqueur du discours du Portugais. In Margarita Borreguero-Zuloaga e Sonia Gómez-Jordana Ferary (Eds.), Marqueurs du discours dans les langues romanes: une approche contrastive. Limoges: Lambert-Lucas, 2014.

Ponce de León, Rogelio & Duarte, Isabel Margarida (2013). Aliás / alias: diferencias de empleo en portugués y en español. In Nicole Delbecque, Marie-France Delport e Daniel Michaud Maturana (Eds.). Du signifiant minimal aux textes. Etudes de linguistique ibero-romane. Leuven: Lambert-Lucas, 137-152.

Schiffrin, Deborah (1987). Discourse Markers. Cambridge: Cambridge University Press.

Schoroup, Lawrence (1999). Discourse Markers. Lingua 107 (3-4), 227-265.

Setton, Robin & Dawrant, Andrew (2016a). Conference Interpreting – A Complete Course. Amsterdam: John Benjamins.

Setton, Robin & Dawrant, Andrew (2016b). Conference Interpreting: A Trainer’s Guide. Amsterdam:John Benjamins.

Simon-Vandenbergen, Anne-Marie e Aijmer, Karin (2004). A model and a methodology for the study of pragmatic markers: the semantic field of expectation. Journal of Pragmatics, 36, 1781-1805.

Snell-Hornby, Mary (1988/1995). Translation Studies: An Integrated Approach. Amsterdam: John Benjamins.

Steele, David (2015). Improving the Translation of Discourse Markers for Chinese into English. Proceedings of NAACL-HLT 2015 Student Research Workshop (SRW). Denver, Colorado. Association for Computational Linguistics, 110–117.

Dicionários

Dicionário bab.la (http://pt.bab.la/dicionario/portugues-alemao/)

Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea. Academia das Ciências de Lisboa (2001).

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Lisboa: Círculo de Leitores (2002).

Infopédia. Grupo Porto Editora. (https://www.infopedia.pt/).

Langenscheidt-Redaktion (Berlin/München), Hoepner, L., Kollert, A. M. C., & Weber, A. (1999). Langenscheidt Taschenwörterbuch Portugiesisch: portugiesisch-deutsch, deutsch-portugiesisch. Langenscheidt.

LEO Wörterbuch Portugiesisch-Deutsch. LEO GmbH. (https://dict.leo.org/portugiesisch-deutsch).

PONS Online-Wörtebuch. PONS GmbH. (http://de.pons.com/).

Page 137: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

(Página deixada propositadamente em branco)

Page 138: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

Í n d i c e r e m i S S i vo

Nota: marcadores discursivos e/ou expressões equivalentes estão repre-

sentados em itálico

a proposito, 39, 41

a propósito, 112, 113, 114, 127

a(l), 62

A.Ma.Dis, 17, 19

abgesehen davon, 121

absolute initial position, 25, 26, 27,

28, 29

acquisition, 15, 16, 17, 18, 34, 46, 48,

52, 53

acquisitional process, 15, 16, 19, 41,

53

acquisitional research, 17

addition, 21, 22, 45

además, 72, 78

adição de argumento, 111, 120

adição de informação, 13, 130

advérbio, 91, 92, 110

afirmação, 92

agreement ,21, 30, 31, 40, 45

além disso, 113, 122, 127

aliás, 5, 13, 105, 106, 109, 110, 111,

112, 114, 115, 117, 118, 119, 120,

122, 123, 126, 127, 128, 129, 130,

131

allein 121

allora, 25, 26, 28, 29, 30, 32, 33, 34,

36, 38, 39, 43, 49

allora guardi, 25

ameaçador de face, 96

anáfora textual, 76

análisis del discurso, 12, 60

anche, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 42, 45,

46

and, 25, 34

and then, 35, 36, 44

anzi, 38, 50

apagamento do MD, 131

appunto , 42, 45

aprovação, 92

argumentative anti-orientation, 22

argumentative relations, 21

argumento decisivo, 112, 118, 119,

126

as far as x is concerned, 35

ascolta, 25, 26, 38

assim, 129

asymmetric conversations, 35

asymmetric interactions, 18, 19, 27

asymmetries, 17

auch, 121, 122, 127, 128

Page 139: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

136

aunque, 61, 62, 68, 69

außerdem, 113, 121, 122, 127, 128

autorreformulação retificativa, 120

be’ 25, 26, 27, 29, 38, 40, 44, 47, 49, 50

bene, 16, 26, 28, 29, 30, 36, 40, 42, 43

bereits, 121

besser gesagt, 113

beziehungsweise, 112, 113, 114, 127

bidireccional, 77, 81

bordão linguístico, 110

but , 28, 34, 36, 38, 40, 42, 43, 44,

46, 51

but p, 99

c’est pour cela que, 78

calidad, 88

caso contrário, 113, 114

cause-consequence, 21

certo, 29, 40

changing topics, 33

CHAT-LAN, 19

CHILDES, 19

cioè, 25, 26, 28, 39, 48, 49, 50

clases de palabras, 59, 63, 70, 73

closing, 20, 21, 24, 25, 26, 30, 31, 32,

34, 40, 42, 45, 48, 52, 53

closing topics, 40

cluster de sentidos, 117, 118, 127, 131

cluster de valores, 13

code-switching, 15, 37, 45, 48, 50, 53

coesão, 107

cognitive functions, 23, 54

cognitive macrofunction, 20, 21

cognitivo-funcional, 109

collaborative answer, 21

come dire, 48, 49

competence, 18, 19, 20, 23, 24, 27,

41, 45, 47, 50

comunque, 39

conclusion, 47, 50

conectividade, 107

conector discursivo, 69

conector polisémico, 82

conectores, 79, 82

conectores clivados, 78

conectores contraargumentativos, 70

conectores discursivos, 70

conjunción, 59, 62, 63, 67, 69, 70,

71, 82, 83

conjunciones coordinantes, 59, 63,

64, 69, 71

conjunciones subordinantes, 59, 63,

67, 69, 71

connective functions, 21

connectives, 16, 37

consentimento, 92

constituinte proposicional, 120

constituinte prosódico, 97

context, 19, 22, 23, 25

contexto enunciativo, 96

continuum, 109, 117, 119

contrast, 21, 22

contraste de sistemas lingüísticos , 84

control-corpus, 19

contudo, 112, 126

conversation, 18, 19, 20, 25, 27, 28,

30, 31, 32, 33, 34, 35, 40, 43, 46

conversation control functions, 20

Conversational Analysis, 19

conversational contact, 22

co-occurrence patterns, 116

coordenação, 12, 91, 99, 100, 101

coordinación, 59, 65, 66, 67, 70

Corpus de Referência do Português

Europeu Contemporâneo, 95

Page 140: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

137

co-text, 22

creatividad, 75, 77, 81, 83, 85, 88, 89

criatividade, 12

CRPC, 95, 97

cuando 61, 62, 65, 72

d’accordo, 26, 29, 30, 31, 32, 39, 40,

41, 42

dann, 121, 129

DAR, 95

darüber, 121, 122, 128

darüber hinaus, 121, 122, 128

das heißt, 113

de facto, 118, 119

de qualquer maneira, 113, 114

de resto, 113, 121

debates parlamentares, 96

denial, 92

denn, 87

desemantization, 29

desemantized DM, 26

desequilibrio, 82, 86

Diários da Assembleia da República,

95

diciamo, 47, 48, 49, 50

diga-se de passagem, 112, 113, 114,

118, 122, 127

digression, 22, 41, 42, 44, 52

direi, 39, 41

disagreement, 21

discourse markers, 5, 11, 15, 16, 18,

29, 60, 76, 102, 106, 132

discursive functions, 15, 17, 19, 20,

25, 26, 44, 48, 51, 53

discursive topics, 20, 21, 22, 24

dispersão, 112, 121

distribuição, 106, 128

disymmetry, 52

DMs, 16, 17, 19, 20, 23, 24, 25, 26,

27, 28, 29, 30, 31, 34, 35, 36, 37,

40, 41, 42, 43, 44, 45, 47, 48, 49,

50, 51, 52, 53, 54, 76, 108, 116

donde, 61, 62

doxastic modality, 22

dunque, 25, 26, 29, 39, 40, 41, 44,

49, 50

e poi, 36, 39, 44

ebenfalls, 121, 128

ecco, 45, 48, 49

effettivamente, 39, 44

eindeutig, 121, 129

em todo o caso, 114

emisor, 77, 79

enfático, 91, 99, 101

enlace de oraciones, 12, 59, 60, 63,

64, 65, 69, 71, 73

então, 129

enunciado, 95, 96, 99, 107, 112, 116,

120, 126, 130

enunciado plausível, 96

enunciado real, 96

epistemic modality, 22

equivalencia, 84

equivalencia de marcadores, 79

equivalente, 13, 114, 130

equivalentes lexicográficos, 108, 113

es por eso que, 78

estructura de la información, 79

et en plus, 78

et pourtant, 78

EUROPARL, 92, 93, 94, 98, 99, 100

evidentiality, 22

explicitación, 78, 82

explicitud, 75, 77

ferner, 121, 122, 128

Page 141: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

138

filled pauses, 23, 47

fillers, 47

final turns, 31

finality, 21, 22

floor, 20, 21, 22, 23, 27, 29, 41, 46

focalization, 24, 45

foco-fondo, 79

focus particles, 37, 45

focusing, 21, 22, 24, 46, 51

fossilization, 16

função, 95, 96, 105, 107, 108, 110,

111, 130

função denotativa, 107

função emotiva, 107

função expressiva, 107

função pragmática, 108

função referencial, 107

função refutativa, 95, 96

função retificativa, 95

função textual, 110

funções discursivas, 11

functional approach, 17, 20

gramática de la oración, 73

gramática del discurso, 73

grammaticalization, 29

grosso modo, 128

guardi, 25, 32, 33, 43

hear, 25

hermeneútica, 75

hermenêutica, 12

I don’t know, 27, 33, 35, 36, 48

if anything, 94

im Übrigen, 113, 121, 122, 127, 128,

130, 131

implícito, 75, 77, 79, 80, 87

in effetti, 49

in fin dei conti, 40

inferential connection, 22

Information organization, 22, 24

início absoluto de frase, 126

innanzitutto, 43

insomma, 40, 42, 45, 47, 48, 49, 50

intenção do falante, 131

intensification, 16, 21

interaction, 20, 25, 26, 27, 29, 30, 31,

34, 35, 42, 45, 51, 52

interactional functions, 23

interactional macrofunction, 20

interjections, 23, 26, 41

interlanguage, 16, 20, 23, 31, 35, 36,

44, 48, 51, 53, 54

interordinación, 66

interpretación, 75, 76, 77, 79, 81, 82

intonation, 16

invece, 39

ja, 87, 121, 128

jedoch, 112, 113, 114

justaposição, 95, 99

justification, 21

L2 acquisition, 16

L2 Italian, 5, 11, 15, 16, 18, 37, 48

L2 Spanish, 16, 24

le dico, 36, 39, 43, 49

le spiego, 39

let’s say, 47, 48, 49

lexical acquisition, 15

lexical and morphosyntactic compe-

tence, 16

lexical approach, 17

listen, 25, 46

logic-argumentative functions, 41

look, 25, 27, 32, 33, 43

ma, 16, 28, 36, 37, 38, 39, 41, 46, 51

macrofunctions, 20, 22

Page 142: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

139

mais concretamente, 112, 113, 114

marcador, 59, 69, 91, 105, 117, 118, 119

marcador contrastivo, 110

marcador de correção, 110

marcador de digressão, 110

marcador de distanciamento, 114

marcador de reforço, 110, 118

marcador de reforço argumentativo,

111

marcador discursivo, 5, 12, 13, 59,

60, 62, 63, 67, 72, 76, 91, 95, 97,

105

marcador introductor de enumeración,

85

marcadores del discurso, 5, 12, 63,

64, 65, 74, 75, 76, 89, 132

MD, 11, 12, 75, 76, 78, 79, 81, 85, 86,

87, 88, 106, 107, 108, 109, 111,

112, 116, 117, 118, 120, 121, 122,

123, 125, 126, 128, 130, 131

mecanismos de enlace, 5, 12, 59, 60,

65, 69, 70

mehr noch, 121

metadiscursive functions, 15, 17, 20,

23, 24, 25, 30, 34, 42, 45, 46, 53

metadiscursive macrofunction, 21

mimicking, 17

mit anderen Worten, 113

mitigation, 16, 21, 47

modal values, 22

modality, 22

modalizadores, 82, 86

muletillas, 47

na realidade, 118, 119

não p, 95, 97

não p || sim q, 95, 99, 100

native speaker, 34

nativos e não nativos, 11

nebenbei bemerkt, 121, 122, 128

negação metalinguística, 96

nestas circunstâncias, 129

niente, 26, 30, 32, 39, 44, 49

nivel comunicativo-subcutáneo, 88

NNS, 23, 25, 31, 34, 35, 38, 41, 44,

45, 47, 52

no, 36

no sé, 48, 49

no so, 48, 49

non so, 26, 33, 35, 48, 49

non-native speakers, 23

non-paraphrastic reformulation, 49,

52, 53

not p… but q…, 91, 92, 99

NS, 17, 19, 23, 25, 31, 32, 33, 34, 35,

36, 37, 38, 41, 42, 43, 44, 45, 47,

49, 52

ohnehin, 113, 114

ok, 16, 26, 30, 31, 32, 33, 35, 39, 40,

42, 43, 47, 48

omissão, 100, 108, 123, 125, 126, 128

online planning, 21, 24, 46, 47, 49,

52, 53

onomasiological approach, 15, 17, 24,

51, 52, 53

opening, 20, 21, 24, 25, 29, 30, 32,

34, 48, 51, 52

opposition, 21, 22

oração, 12

oración, 12, 59, 60, 61, 64, 65, 66,

68, 69, 71, 72, 73

oraciones yuxtapuestas, 67, 72

ordering, 22, 24, 45, 51

ou antes, 112, 113, 114, 120

ou melhor, 113, 120

Page 143: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

140

ou seja, 112, 113, 114

para, 62

para que, 62, 71

paralelismo lógico, 83

paralinguistic cues, 17

paraphrastic, 21, 49, 50, 52, 53

paraphrastic reformulation, 49, 52,

53

particularizers, 45

partículas modales, 82, 86, 87

per quanto riguarda, 35

per quel che riguarda, 39

pero, 61, 62, 64, 67, 68, 69

però, 34, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 43, 44

perspetiva onomasiológica, 108

perspetiva semasiológica, 108, 109

phatic cues, 21

phatic function, 22

poeticidad, 77, 88

polaridade, 91, 96, 101, 110

polifonia, 96

polifuncionalidad, 79

polifuncionalidade, 8, 108, 130

polisemia aditiva, 82

polisemia adversativa, 82

politeness strategies, 16, 18, 21

polyfunctionality, 23

por eso, 72

por , 62, 71, 72

por el contrario, 67, 68

por falar nisso, 122

por un lado… por otro, 62, 70

porque, 61, 65, 66, 71

pragmatic competence, 16

pre-closing, 30, 31

preposición, 62, 63, 71

prima di tutto, 52

primary functions, 23, 31

proceso creativo de la traducción, 77

processo interpretativo, 107, 126, 131

prosodic cues, 23, 51, 52, 54

prosodic features, 19

prosodic markers, 41

prosody, 16, 24

pues, 16, 26

quindi, 36, 39, 40, 41, 42, 43, 51

reaction, 22

reactive answer, 21, 22, 27

receiver, 21

receptor, 77, 79

rectification, 50, 92

reforço, 110, 111, 118, 119, 120, 123,

127, 131

reformulação, 13, 111, 112, 120, 130

reformulation, 20, 21, 22, 24, 46, 49,

50, 52, 53, 57

reformulativo, 114, 131

refutação, 91, 95, 96, 102

relaciones contextuales, 76

relevância ótima, 122

rema, 84

repetition, 17

resumption, 21, 47

retificação, 13, 91, 96, 110, 111, 119,

127, 130

retificativo, 91, 98, 99, 101, 114, 120,

122, 127, 131

riempitivi, 47

roles, 18

schon, 121

Second Language Acquisition, 16

secondary and tertiary functions, 23

semiequivalencia, 84

semi-spontaneous interactions, 19

Page 144: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

141

senão, 114

senta, 25, 26

setting 86

sì, 16, 25, 26, 28, 29, 33, 34, 35, 37,

38, 39, 40, 42, 44, 48, 51

signo polisémico, 77

sim, 5, 13, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97,

98, 99, 100, 101, 119

sim q, 95

sin embargo, 62, 70

sinalizador, 110, 118

sintaxe, 12

sintaxis, 12, 60, 61, 64

solo, 45

sonst, 113, 114

soprattutto, 41

speaker., 20, 21, 22, 24, 25, 30, 34,

35, 47, 50

subfunctions, 21, 22

subordinação, 12

sujeto, 64, 86

summary, 45, 50

summing-up, 21, 22, 45, 52, 53

symmetric, 18, 19, 27, 31

symmetries, 17

taking the floor, 27

task-oriented interactions, 19

taxonomy, 17, 20

tema-rema, 79

texto literário, 12

that is to say, 25, 49

thematic progression, 24

ti dico, 36, 39

ti spiego, 39

to do, 99, 101

topic management, 45

topic progression, 24

Topic switch functions, 38

tópico lateral, 112

tra l’altro, 39, 45

tradução, 5, 7, 8, 12, 13, 91, 92, 94,

97, 98, 99, 100, 101, 105, 107, 108,

109, 115, 123, 127, 129, 131

traducción, 5, 12, 75, 76, 77, 78, 79,

80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88

traductológico-estilístico, 88

transfer, 27, 29, 37, 38, 48, 53

translation, 25, 54

turn alternation, 20

überdies, 128

übrigens, 112, 113, 114, 121, 122,

127, 128

utensílio metalexical, 110

va be’, 40, 47, 49, 50

va bene, 26, 30, 31, 32, 39, 40

valor condicional-contrastivo, 114

valor de verdade , 97

valor digressivo, 120, 128

valor enfático, 91, 99, 101

valor modal, 129

valor procedimental, 123

valor reforçativo, 120

valor refutativo-retificativo, 13, 91,

98, 99, 100, 101

valor retificativo, 120

valor semântico-pragmático, 94, 97,

99

variações co- e contextuais, 8, 107

vediamo, 39

verbo, 70, 86

verbo auxiliar, 91, 99, 101

voglio dire, 50

volevo dire, 49

vowel lengthening, 47

Page 145: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

142

y además 78

y qué mas da, 87

y sin embargo, 78

ya que, 61, 62, 64, 65, 66

yes, 25, 28, 30, 33, 35, 36, 37, 38, 40,

42, 44, 48, 51, 92, 93

yuxtaposición, 59, 65, 66, 67

zudem, 113, 121, 122, 127, 128

Page 146: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

(Página deixada propositadamente em branco)

Page 147: (Página deixada propositadamente em branco) · Borreguero Zuloaga, Paloma Pernas Izquierdo e Eugenio Gillani analisam, no texto intitulado “Metadiscursive functions and discour-se

Série Investigação

Imprensa da Universidade de Coimbra

Coimbra University Press

2017

Este volume reúne, entre outros, os trabalhos apresentados no 1.º e no 2.º

Colóquios MarDisT (MarDisT e MarDisT 2), que tiveram lugar na Faculdade de

Letras da Universidade de Coimbra em 2015 e 2016, com a participação de

especialistas internacionais na área.

Os trabalhos aqui compilados abarcam diferentes línguas, diferentes perspeti-

vas teóricas, diferentes géneros textuais, problemas de tradução, e problemas

de aprendizagem de L2/LE, tendo como denominador comum os marcadores

discursivos.

Esperamos que a diversidade de reflexões venha a suscitar o interesse na área

e a incentivar novas pesquisas.

9789892

614458

ANA PAULA LOUREIROCONCEIÇÃO CARAPINHACORNELIA PLAG(COORDS.)

Ana Paula de Oliveira Loureiro é Professora Auxiliar da Faculdade de Letras

da Universidade de Coimbra. Exerce a sua atividade docente e de investigação

na área da Linguística Portuguesa. É investigadora do CELGA-ILTEC (Centro

de Investigação da FCT).

Maria da Conceição Carapinha Rodrigues é Professora Auxiliar da Faculda-

de de Letras da Universidade de Coimbra. Exerce a sua atividade docente e de

investigação na área da Linguística Portuguesa. É investigadora do CELGA-ILTEC

(Centro de Investigação da FCT), sendo as suas principais áreas de pesquisa a

Linguística Jurídica, domínio de investigação em que desenvolveu a sua tese de

doutoramento, a Pragmática, a Análise do Discurso, a Linguística Textual e ainda

a Tradução.

Cornelia Plag é Professora Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade

de Coimbra. Exerce a sua atividade docente e de investigação nas áreas da

Tradução e dos Estudos de Tradução. É investigadora do CELGA-ILTEC (Centro

de Investigação da FCT), sendo a sua principal área de pesquisa a Tradução

Jurídica e áreas conexas.

AN

A PA

ULA

LOU

REIROC

ON

CEIÇ

ÃO

CA

RAPIN

HA

CO

RNELIA

PLAG

(CO

ORD

S.)M

ARC

AD

ORES D

ISCU

RSIVO

S E(M) TRA

DU

ÇÃ

O

IMPRENSA DAUNIVERSIDADE DE COIMBRACOIMBRA UNIVERSITYPRESS

MARCADORES DISCURSIVOS E(M) TRADUÇÃO

Obra publicada com a Coordenação Científica