ensino da potenciaÇÃo com calculadora: um...
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ENSINO DA POTENCIAÇÃO COM CALCULADORA: UM
EXPERIMENTO NO 5° ANO
AUTORES
Pedro Franco de Sá, UEPA/ UNAMA, [email protected]
Adrielle Cristine Mendello Lopes, UEPA, [email protected]
Fábio José da Costa Alves, UEPA/UNAMA, [email protected]
RESUMO
Este trabalho apresenta os resultados de uma experiência didática no ensino da
operação potenciação de números naturais, com o objetivo de avaliar a
potencialidade do ensino da referida operação por meio de atividades mediadas
por calculadora científica como recurso didático. A experiência ocorreu numa
turma do 5º ano de uma escola pública da rede estadual em Belém-PA. A
comparação dos resultados dos pré- e pós-testes apontam para um significativo
potencial do ensino da potenciação no 5° ano com auxílio da calculadora, no que
diz respeito ao cálculo e as propriedades básicas de potenciação.
Palavras-chave: Educação Matemática, Ensino por atividades, Calculadora na
sala de aula, Ensino de potenciação.
ABSTRACT
This article presents the results of a teaching experience in teaching the
operation exponentiation of natural numbers, in order evaluate the potential of
education to that through activities mediated by scientific calculator as a teaching
resource. The experience was a 5th grade class at public school of the Belém-PA.
The comparison of the results of pre and posttest indicate a significant potential
enhancement of teaching in the 5th grade with a help of the calculator, as regards
the calculation and basic properties of exponentiation.
Key-words: Mathematics Education, Teaching through activities, Calculator in
the classroom, Teaching of exponentiation.
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1 Introdução
A matemática é tida como ciência essencial para a construção do
conhecimento em várias áreas curriculares, pois está presente em quase tudo o que
nos cerca, todavia, ainda causa diversas sensações, desde a aversão até o
entusiasmo. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a matemática
nos anos iniciais começa a se configurar para o aluno como algo que foge à sua
possibilidade de compreensão, sendo de pouca utilidade prática, gerando
representações e sentimentos que vão se concretizar muitas vezes no divórcio entre
aluno e conhecimento matemático (BRASIL, 1998, p. 62).
Em busca dos motivos que levam alunos a terem dificuldades no
aprendizado, Feltes (2007) desenvolveu uma pesquisa com alunos do ensino
fundamental e médio para verificar os erros cometidos em potenciação, radiciação e
função exponencial, e constatou que uma das maiores dificuldades está relacionada
às regras de potenciação e que alunos em anos mais avançados têm dificuldades de
aprendizagem por conta desta deficiência, pois a maior incidência de erros está
relacionada ao fato de os alunos desconsiderarem o expoente da potência e não
entenderem o significado do expoente negativo.
Sá, Alves e Almeida (2010) revelam que o ensino tradicional da potenciação,
realizado através de definições e exemplos, não tendo sido eficaz. Assim, é
necessária uma busca de possibilidades educativas que visem à construção do
conhecimento, desde que saibamos abordá-la corretamente, por meio de aulas
investigativas e atividades. Indo ao encontro das ideias de Sá (2009) e de Mendes e
Sá (2006), podemos apontar o ensino de matemática por atividades de
redescoberta, que tem como característica essencial o fato de que os tópicos a
serem aprendidos serão descobertos pelo próprio aluno durante o processo de
busca conduzido pelo professor.
Ainda com respeito a tais possibilidades educativas, destacamos o uso da
calculadora como recurso didático, pois além de os PCN autorizam expressamente o
emprego da calculadora em sala de aula, apontando para a sua eficiência no ensino
da matemática, estudos e experiências evidenciam que a calculadora é um
instrumento que pode contribuir para a melhoria do ensino de matemática. Em Sá e
Jucá (2008) encontramos os resultados de uma experiência bem sucedida no ensino
dos algoritmos operatórios com números decimais com a calculadora; e Sá, Jesus e
3
Alves (2010) apresentam resultados animadores o sobre o ensino das operações
com frações por meio da calculadora e atividades de redescoberta. Sendo um
instrumento de uso popular, bastando observar que a calculadora está ao alcance
dos jovens por meio de celulares, consideramos que com seu uso, diminui-se o
tempo perdido com cálculos rotineiros que os alunos precisam realizar liberando
desta forma mais tempo para raciocinar.
Este trabalho apresenta resultados de um experimento que teve como
objetivo: avaliar a potencialidade do ensino de potenciação no 5° ano por meio
de atividades desenvolvidas com o uso da calculadora.
2 Metodologia
A parte experimental da pesquisa foi realizada numa turma do 5° ano de uma
escola pública de ensino fundamental no bairro de Val-de-Cães, em Belém do Pará,
no período de 20 de outubro de 2011 a 5 de janeiro de 2012 num total de 13 aulas
de 45 minutos cada. O experimento foi dividido nas seguintes etapas: diagnóstico
inicial, elaboração e aplicação das atividades, fixação, diagnóstico final e
análise dos resultados.
O diagnóstico inicial da turma foi elaborado a partir dos resultados da
aplicação de formulário contendo questões sobre dados pessoais e questões sobre
assuntos escolares. O resultado mostrou que os alunos possuíam idade variando de
12-17 anos, caracterizando uma turma com faixa etária acima do previsto para o 5°
ano, distribuídos em 42% do sexo masculino e 58% do sexo feminino, em que 58%
afirmaram gostar um pouco de matemática, 17% gostavam muito pouco, 17%
gostavam nenhum pouco e 8% afirmaram gostar muito de matemática. Além disso,
42% dos alunos afirmaram que estudavam matemática apenas no período de
provas, 42% somente às vésperas da prova, e 16% todos os dias. Todos os alunos
afirmaram que a maioria das aulas de matemática na sua escola começava pela
definição seguida de exemplos e exercícios, e que ainda, para fixar o conteúdo, o
professor apresentava uma lista de exercícios para serem resolvidos.
Após a construção do perfil dos alunos, foi aplicado um pré-teste para
diagnosticar os conhecimentos que dos mesmos sobre a potenciação e suas as
propriedades. O pré-teste foi dividido em duas partes: a primeira consistia de 11
questões sobre o cálculo da potenciação e a segunda, em 15 questões nas quais os
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alunos deveriam analisar a veracidade das sentenças e justificar suas respostas. A
análise do desempenho dos alunos no pré-teste, indicou que 91,7% não
responderam as questões e os que tentaram responder, erraram, o que permitiu
concluir que os mesmos não possuíam conhecimento de potenciação.
A elaboração das atividades seguiu as sugestões encontradas em Sá
(2009), foram elaboradas 11 atividades cujo objetivo é introduzir o conceito de
potenciação e estudas suas propriedades operatórias, utilizando a calculadora como
recurso didático. A turma foi dividida em grupos de 3 ou 4 alunos, cada aluno
recebeu o roteiro da atividade e foi disponibilizada uma calculadora científica para
cada grupo utilizar durante a atividade, indicada na imagem abaixo. Inicialmente, foi
indicado como manipular a calculadora para a realização dos cálculos.
Figura 1 – calculadora Kenko, modelo KK88MS-1 Autoria: Adrielle Cristine Mendello Lopes
A aplicação das atividades também seguiu as orientações de Sá (2009). A
atividade 01, foi aplicada no dia 20 de outubro, com 12 alunos presentes, tinha como
objetivo introduzir o conceito de potenciação e está descrita abaixo.
ATIVIDADE 01
Título: Potenciação Objetivo: Introduzir o conceito de potenciação. Material: Papel, lápis ou caneta e máquina de calcular. Procedimento: Com a ajuda da calculadora, efetue as operações abaixo e registre os resultados obtidos: 1) 3
2 =
2) 42 =
3) 23 =
4) 52 =
5) 13 =
6) 33 =
7) 04 =
8) 102=
9) 24 =
10) 72 =
11) 62=
12) 82 =
13) 103=
14) 05 =
15) 15 =
Com base nos resultados obtidos, descubra como a máquina operou para obter os resultados em cada operação! A operação que a máquina realizou é denominada de potenciação!
Na potenciação 23 = 8, o número 2 é denominado de base, o número 3 é denominado de expoente e
o número 8 é denominado de potência.
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Os grupos não mostraram dificuldade para realizar a atividade 01. Esta
atividade durou pouco menos de 30 minutos, pois os alunos ainda não estavam
familiarizados com a metodologia usada, e ainda discutiam a respeito de seus
resultados com os grupos mais próximos. Ao final foi possível perceber que mesmo
a calculadora não mostrando em seu visor a maneira usual de escrita da
potenciação, no decorrer das atividades os alunos tiveram uma grande facilidade em
realizar os cálculos, o que foi muito animador. O desenvolvimento da atividade 01 foi
considerado bem sucedido. O resultado da atividade em questão é similar ao
resultado obtido por Sá, Alves e Almeida (2010).
Em virtude do sucesso da primeira atividade, a atividade 02 foi proposta a
turma em 21 de outubro, e está descrita a seguir.
ATIVIDADE 02
Título: A base 1 Objetivo: Descobrir uma relação entre as potenciações de base 1. Material: Papel, lápis ou caneta e máquina de calcular. Procedimento: Calcule as potenciações abaixo: 1) 1
2 =
2) 13 =
3) 14 =
4) 15 =
5) 16 =
6) 110
= 7) 1
12 =
8) 115
= 9) 1
30 =
10) 140
= OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:
A atividade 02 tinha como objetivo que os alunos descobrissem que quando a
base é 1 o resultado é sempre 1. Os grupos a desenvolveram em aproximadamente
15 minutos, identificando facilmente que o resultado sempre seria 1, independente
do expoente. O que merece destaque no decorrer da aplicação da atividade é que
eles testavam seus próprios exemplos, o que não seria tão viável sem o uso da
calculadora. Novamente o desenvolvimento da atividade foi um sucesso.
Estimulados pelo sucesso da atividade 03, no dia 27 de outubro foi aplicada a
atividade 03, que segue abaixo.
ATIVIDADE 03
Título: Potenciação de base zero. Objetivo: Descobrir uma relação entre as potenciações de base zero. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Calcule as potenciações abaixo: 1) 0
2 =
2) 03 =
3) 04 =
4) 05 =
5) 06 =
6) 07 =
7) 010
= 8) 0
15 =
9) 020
= 10) 0
30 =
OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:
A atividade 03 tinha como objetivo que os alunos descobrissem que quando a
base é zero e o expoente é diferente de zero, o resultado é sempre zero, foi
desenvolvida em pouco mais de 5 minutos. Assim como na atividade anterior, os
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alunos não apresentaram dificuldades, devido alguns alunos já possuíam certa
maturidade na multiplicação por zero e compartilhavam isto com outros colegas. O
sucesso da atividade 03 estimulou a aplicação da atividade 04, que está descrita a
seguir.
ATIVIDADE 04 Título: Potenciações de expoente 1 Objetivo: Descobrir uma relação entre as potenciações de expoente 1. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Calcule as potenciações abaixo: 1) 0
1 =
2) 11 =
3) 21 =
4) 31 =
5) 41 =
6) 61 =
7) 71 =
8) 81 =
9) 101 =
10) 10001 =
OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:
A atividade 04 tinha como objetivo que os alunos descobrissem que quando o
expoente de uma potenciação é o resultado é a própria base. Foi concluída com
sucesso em aproximadamente 10 minutos, e gerou discussões interessantes sobre o
expoente 1. Após os esclarecimentos, a turma se sentiu satisfeita e foi possível
propor a atividade 05 a seguir.
ATIVIDADE 05 Título: Potência de base 10 Objetivo: Descobrir uma maneira prática de calcular potenciações de base 10. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Calcule as potenciações abaixo: 1) 10
2 =
2) 103 =
3) 104 =
4) 105 =
5) 106 =
6) 107 =
7) 108 =
8) 109 =
9) 1010
= 10) 10
15 =
Descubra uma maneira mais rápida de calcular as potenciações! CONCLUSÃO:
A atividade 05 tinha como objetivo que os alunos descobrissem como calcular
potenciações de base 10 sem ter que realizar o cálculo. O desenvolvimento ocorreu
tranquilamente, tendo durado aproximadamente 20 minutos em virtude dos alunos
terem apresentado dificuldades na leitura dos números obtidos como resultados das
potenciações. Os alunos, com a ajuda docente, analisaram a quantidade de zeros e
os relacionaram com o expoente, e finalmente conseguiram chegar a conclusões
adequadas.
No dia 10 de novembro, foi aplicada a atividade 06 que está descrita a seguir.
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ATIVIDADE 06 Título: Expoente zero Objetivo: Descobrir uma relação entre as potenciações de expoente zero. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Preencha o quadro abaixo:
Potenciações Resultado
10
20
30
40
50
60
70
100
5000
OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:
Inicialmente, os alunos fizeram questionamentos sobre os resultados obtidos,
afirmando ser zero e não 1, e ainda explicaram que esta seria a correta porque a
base não iria se repetir e por isso, a resposta seria “nada” (zero). Testaram inúmeros
exemplos, até concluírem que 1 seria a resposta correta. Também falamos a
respeito da potência 00, pois apesar da calculadora não efetuar este resultado, o
consideramos como 1.
A atividade 07, apresentada a seguir, foi aplicada em 17 de novembro, e tinha
como objetivo que os alunos descobrissem que no produto de potenciações de
mesma base o resultado é a base elevada à soma dos expoentes. Para que os
grupos desenvolvessem a atividades foi sugerido a eles que escrevessem as
potenciações como multiplicações e depois reescrevessem como potenciações.
ATIVIDADE 07 Título: Produto de Potências Objetivo: Descobrir uma maneira prática de calcular o produto de potências de mesma base. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Escreva o produto de potências como uma única potência: 1) 2
3. 2
4=
2) 35. 3
5 =
3) 53. 5
4 =
4) 44. 4
5 =
5) 67. 6
6=
6) 73. 7
2 =
7) 83. 8
3 =
8) 32. 3
7 =
9) 97. 9
3 =
10) 104.10
5
Descubra uma maneira mais rápida de obter os resultados! CONCLUSÃO:
Após escreverem todos os produtos como uma única potenciação, os grupos
facilmente observaram que a base se conservava em todas as questões, e
concluíram que o expoente da resposta era a soma dos expoentes do produto de
potências.
Em seguida foi aplicada a atividade 08, que está descrita a seguir, tinha como
objetivo que os alunos descobrissem que na potenciação de uma potenciação o
8
resultado é a base e o expoente o produto dos expoentes. Para que os alunos
realizassem a atividade, foi necessário sugerir que considerassem a primeira
potenciação com a base e procedessem como na atividade 07.
ATIVIDADE 08 Título: Potência de potência Objetivo: Descobrir uma maneira de calcular potências de potências. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Escreva as potências na forma de uma única potência: 1) (2
2)2 =
2) (33)3 =
3) (54)4 =
4) (35)2 =
5) (76)5 =
6) (610
)4 =
7) (312
)2 =
8) (815
)4 =
9) (320
)2 =
10) (230
)6 =
Descubra uma maneira mais rápida de obter os resultados! CONCLUSÃO:
Ocorreram algumas dificuldades, pois a maioria dos alunos não dominava a
multiplicação. Todavia, após 20 minutos os grupos concluíram com sucesso a
atividade.
A atividade 09 foi aplicada em 21 de novembro e está descrita a seguir, teve
como objetivo que os alunos descobrissem que na divisão de potencias de mesma
base o resultado e a base e o expoente a diferença entre os expoentes. Para que a
atividade fosse desenvolvida, sugerimos aos grupos que escrevessem as divisões
com as potenciações na forma de multiplicação, em seguida simplificassem e
finalmente escrevessem o resultado na forma de potência.
ATIVIDADE 09 Título: Divisão de Potências Objetivo: Descobrir uma maneira prática de calcular a divisão de potências. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Escreva as divisões na forma de uma única potência:
1)
2)
3)
4)
5)
6)
7)
8)
9)
10)
Descubra uma maneira mais rápida de obter os resultados! CONCLUSÃO:
A atividade 09 seguiu o mesmo rumo que a atividade 07, com duração de 15
minutos, pois os alunos tinham o domínio das operações de adição e subtração, o
que facilitou a visualização do produto e da divisão de potências de mesma base.
Em seguida foi proposta a atividade 10 que descrita a seguir, cujo objetivo era
que os alunos percebessem que o quadrado de uma soma é diferente da soma dos
quadrados.
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ATIVIDADE 10
Título: O quadrado da soma Objetivo: Descobrir uma relação entre os quadrados de adições Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento
Valores (a+b)2 a
2 + b
2 a
2 +2ab + b
2
a = 2 e b = 3
a = 3 e b = 4
a = 4 e b = 5
a = 5 e b = 1
a = 4 e b = 2
a = 3 e b = 1
a = 2 e b = 1
a = 6 e b = 2
a = 7 e b = 1
a = 5 e b = 3
OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:
Durante a realização da atividade os alunos apresentaram dificuldades em
virtude de sua inexperiência (inabilidade) na determinação do valor de expressões
numéricas. Após as devidas orientações os alunos chegaram ao final da atividade
percebendo o que estava programado. Os alunos gastaram 30 minutos para realizar
a atividade com sucesso.
A atividade 11, aplicada em 22 de dezembro, tinha como objetivo que os
alunos percebessem que o quadrado da diferença é diferente da diferença dos
quadrados. Os alunos gastaram 30 minutos para realizar a atividade com sucesso.
No dia 03 de janeiro, foi proposta a atividade 11 que está a seguir.
ATIVIDADE 11
Título: O Quadrado da diferença Objetivo: Descobrir uma relação entre os quadrados de diferenças. Material: Papel, Lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular de potenciação. Procedimento:
Valores (a-b)2 a
2 – b
2 a
2 -2ab + b
2
a = 3 e b = 2
a = 4 e b = 3
a = 5 e b = 4
a = 4 e b = 2
a = 3 e b = 1
a = 2 e b = 1
a = 6 e b = 2
a = 7 e b = 1
a = 8 e b = 3
a = 5 e b = 3
OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:
10
Nesta atividade os alunos gastaram 30 minutos para realizar a atividade com
sucesso, apesar de terem ainda apresentado as mesmas dificuldades da atividade
10.
No mesmo dia, foi realizada a fixação do conteúdo. Para tal, mostramos
novamente as regras e os alunos se manifestavam rapidamente quando dávamos
exemplos verbais. Isto significa que, desenvolveram um raciocínio mental em se
tratando de propriedades de potenciação básicas, entretanto para o produto e
divisão de potências, por exemplo, precisavam escrever a questão para uma
visualização mais detalhada.
O diagnóstico final foi realizado no dia 05 de janeiro, por meio de um pós-
teste, com as mesmas questões do pré-teste, o qual foi aplicado aos alunos, tendo
duração aproximada de uma hora.
3 Análise dos Resultados
Para viabilizar a análise dos resultados obtidos com o experimento, foram
elaborados os quadros e gráficos a seguir, com a sistematização dos desempenhos
dos alunos nos pré- e pós-testes.
Quadro 1 – desempenho dos alunos na primeira parte do teste
Questões Acerto (%) Erro (%) Não fez (%)
Pré- Pós- Pré- Pós- Pré- Pós-
32 0 75 8,3 25 91,7 0
23 0 58,3 8,3 41,7 91,7 0
31 0 83,3 0 8,3 100 8,4
13 0 66,7 0 25 100 8,3
40 0 83,3 0 8,3 100 8,4
05 0 83,3 0 8,3 100 8,4
108 0 91,7 0 0 100 8,3
51 0 83,3 0 8,3 100 8,4
17 0 75 0 16,7 100 8,3
70 0 83,3 0 8,3 100 8,4
1015 0 91,7 0 8,3 100 0
A análise do quadro 1 indica que os alunos tiveram um desempenho no pós-
teste significativamente melhor em relação ao pré-teste, principalmente nos casos
em que era possível evitar a realização de multiplicação, como nas potenciações de
base 10, de expoente zero, base zero e expoente um.
11
Quadro 2 – desempenho dos alunos na segunda parte do teste
Marque (V) ou (F) e justifique
Acerto (%) Erro (%) Não fez (%)
Pré- Pós- Pré- Pós- Pré- Pós-
23. 24 = 27 0 100 0 0 100 0
23. 24 = 412 0 91,7 0 8,3 100 0
47: 43 = 410 0 66,7 0 33,3 100 0
47: 43 = 44 0 66,7 0 33,3 100 0
(2.3)4 = 24. 34 0 50,0 0 16,7 100 33,3
(5.3)2 = 22 0 58,3 0 8,4 100 33,3
(23)4 = 27 0 50,0 0 41,7 100 8,3
(35)4 = 320 0 25,0 0 66,7 100 8,3
30 = 1 0 75,0 0 16,7 100 8,3
00 = 1 0 75,0 0 25,0 100 0
71 = 7 0 91,7 0 8,3 100 0
91 = 10 0 83,3 0 8,3 100 8,4
(2+3)2 = 22+ 32 0 41,7 0 33,3 100 25,0
(7-3)2 = 72-32 0 58,3 0 16,7 100 25,0
(3+1)2 = 16 0 50,0 0 33,3 100 16,7
A análise do quadro 2 indica que dentre as propriedades operatórias da
potenciação a que os alunos tiveram melhor desempenho no pós-teste foi a do
produto de potências de mesma base, devido à operação a ser executada com os
expoentes ser a adição, cuja operação os alunos terem domínio maior. Entretanto,
na divisão de potências, ao invés de subtraírem os expoentes, alguns alunos os
somaram. Nas potências de potências, o desempenho não foi muito bom, apesar de
ter melhorado. Isso pode ter ocorrido por necessidade de mais atividades de fixação
ou por dificuldades na multiplicação.
Nas questões que envolviam conceitos básicos de produtos notáveis o acerto
foi médio, indicando que os alunos perceberam a diferença entre o quadrado da
soma e a soma de dois quadrados, acontecendo o mesmo para a diferença.
Contudo, a porcentagem de questões em branco nestes itens, aponta uma possível
insegurança nestas questões.
Considerando o desempenho por aluno, o resultado é impressionante,
concluindo que a viabilidade do ensino de potenciação neste nível é possível, se
recursos metodológicos forem utilizados a fim de facilitar o processo de construção
do conhecimento. Abaixo, dispomos os desempenhos no pós-teste por aluno na
forma de gráficos:
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Gráfico 1 – desempenho por aluno na primeira parte do pós-teste
De acordo com os quadros 1 e 2 no que diz respeito ao pré-teste, podemos
afirmar que o desempenho individual dos alunos alcançou um nível muito maior no
pós-teste, pois praticamente todos os alunos deixaram as questões do pré-teste em
branco. De acordo com o gráfico 1, mais de 90% dos alunos acertou mais da metade
das questões na primeira parte do pós-teste, e apenas o aluno 7 deixou questões
em branco, sendo que este aluno não participou de todas as atividades e no dia do
pós-teste mostrou pouco interesse na realização da atividade.
Gráfico 2 – desempenho por aluno na segunda parte do pós-teste
O gráfico 2 nos mostra que na segunda parte do pós-teste, houve
considerável número de acertos, entretanto o número de erros e em branco
aumentou, se comparado com o gráfico 1, justificado pelos motivos já mencionados
acima.
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4 Considerações finais
Como já mencionamos, o objetivo deste trabalho é avaliar a potencialidade do
ensino de potenciação no 5° ano por meio de atividades desenvolvidas com o uso
da calculadora.
Os resultados obtidos no experimento com o uso da calculadora como
recurso didático em atividades para o ensino da operação de potenciação indicam
que o uso de tal instrumento permite que os alunos estudem as propriedades
operatórias da potenciação sem que as mesmas sejam previamente enunciadas
pelo professor. Dessa forma, acreditamos que o uso da calculadora influenciou
positivamente na construção do conhecimento, visto que estes alunos teriam contato
com o conteúdo apenas no 6° ano.
Assim, pelos resultados obtidos durante a análise dos dados terem sido
satisfatórios, podemos afirmar que o objetivo da pesquisa foi alcançado, apontando
para a necessidade continuação de outros estudos referentes ao tema. Estudos em
Educação Matemática mostram que as aulas de matemática concebidas na
memorização de regras já não são mais suficientes, sendo preciso busca de
metodologias que promovam uma aprendizagem significativa, uma alternativa que
pode vir a desenvolver habilidades e estimular ideias de transformações da realidade
escolar.
Consideramos que, com o uso da calculadora, os alunos puderam observar
as propriedades de potenciação de forma mais significativa, além de que as
atividades de redescoberta permitiram que eles desenvolvessem a capacidade de
expressar e registrar observações e conclusões. É claro que a calculadora
juntamente com as atividades não seriam a única forma de ensino, mas uma
metodologia que poderá facilitar o ensino da potenciação através da observação dos
alunos para que em seguida, o conteúdo possa ser formalizado. Vale ressaltar que
com calculadoras reais que apresentem os resultados da potenciação na forma bx e
calculem 00, como realiza a calculadora apresentada em Sá, Alves e Almeida (2010),
o processo de ensino da potenciação com o uso didático da calculadora ocorrerá de
maneira mais tranquila.
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Referências
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