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ENSINO DA POTENCIAÇÃO COM CALCULADORA: UM EXPERIMENTO NO 5° ANO AUTORES Pedro Franco de , UEPA/ UNAMA, [email protected] Adrielle Cristine Mendello Lopes, UEPA, [email protected] Fábio José da Costa Alves, UEPA/UNAMA, [email protected] RESUMO Este trabalho apresenta os resultados de uma experiência didática no ensino da operação potenciação de números naturais, com o objetivo de avaliar a potencialidade do ensino da referida operação por meio de atividades mediadas por calculadora científica como recurso didático. A experiência ocorreu numa turma do 5º ano de uma escola pública da rede estadual em Belém-PA. A comparação dos resultados dos pré- e pós-testes apontam para um significativo potencial do ensino da potenciação no 5° ano com auxílio da calculadora, no que diz respeito ao cálculo e as propriedades básicas de potenciação. Palavras-chave: Educação Matemática, Ensino por atividades, Calculadora na sala de aula, Ensino de potenciação. ABSTRACT This article presents the results of a teaching experience in teaching the operation exponentiation of natural numbers, in order evaluate the potential of education to that through activities mediated by scientific calculator as a teaching resource. The experience was a 5 th grade class at public school of the Belém-PA. The comparison of the results of pre and posttest indicate a significant potential enhancement of teaching in the 5 th grade with a help of the calculator, as regards the calculation and basic properties of exponentiation. Key-words: Mathematics Education, Teaching through activities, Calculator in the classroom, Teaching of exponentiation.

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ENSINO DA POTENCIAÇÃO COM CALCULADORA: UM

EXPERIMENTO NO 5° ANO

AUTORES

Pedro Franco de Sá, UEPA/ UNAMA, [email protected]

Adrielle Cristine Mendello Lopes, UEPA, [email protected]

Fábio José da Costa Alves, UEPA/UNAMA, [email protected]

RESUMO

Este trabalho apresenta os resultados de uma experiência didática no ensino da

operação potenciação de números naturais, com o objetivo de avaliar a

potencialidade do ensino da referida operação por meio de atividades mediadas

por calculadora científica como recurso didático. A experiência ocorreu numa

turma do 5º ano de uma escola pública da rede estadual em Belém-PA. A

comparação dos resultados dos pré- e pós-testes apontam para um significativo

potencial do ensino da potenciação no 5° ano com auxílio da calculadora, no que

diz respeito ao cálculo e as propriedades básicas de potenciação.

Palavras-chave: Educação Matemática, Ensino por atividades, Calculadora na

sala de aula, Ensino de potenciação.

ABSTRACT

This article presents the results of a teaching experience in teaching the

operation exponentiation of natural numbers, in order evaluate the potential of

education to that through activities mediated by scientific calculator as a teaching

resource. The experience was a 5th grade class at public school of the Belém-PA.

The comparison of the results of pre and posttest indicate a significant potential

enhancement of teaching in the 5th grade with a help of the calculator, as regards

the calculation and basic properties of exponentiation.

Key-words: Mathematics Education, Teaching through activities, Calculator in

the classroom, Teaching of exponentiation.

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1 Introdução

A matemática é tida como ciência essencial para a construção do

conhecimento em várias áreas curriculares, pois está presente em quase tudo o que

nos cerca, todavia, ainda causa diversas sensações, desde a aversão até o

entusiasmo. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a matemática

nos anos iniciais começa a se configurar para o aluno como algo que foge à sua

possibilidade de compreensão, sendo de pouca utilidade prática, gerando

representações e sentimentos que vão se concretizar muitas vezes no divórcio entre

aluno e conhecimento matemático (BRASIL, 1998, p. 62).

Em busca dos motivos que levam alunos a terem dificuldades no

aprendizado, Feltes (2007) desenvolveu uma pesquisa com alunos do ensino

fundamental e médio para verificar os erros cometidos em potenciação, radiciação e

função exponencial, e constatou que uma das maiores dificuldades está relacionada

às regras de potenciação e que alunos em anos mais avançados têm dificuldades de

aprendizagem por conta desta deficiência, pois a maior incidência de erros está

relacionada ao fato de os alunos desconsiderarem o expoente da potência e não

entenderem o significado do expoente negativo.

Sá, Alves e Almeida (2010) revelam que o ensino tradicional da potenciação,

realizado através de definições e exemplos, não tendo sido eficaz. Assim, é

necessária uma busca de possibilidades educativas que visem à construção do

conhecimento, desde que saibamos abordá-la corretamente, por meio de aulas

investigativas e atividades. Indo ao encontro das ideias de Sá (2009) e de Mendes e

Sá (2006), podemos apontar o ensino de matemática por atividades de

redescoberta, que tem como característica essencial o fato de que os tópicos a

serem aprendidos serão descobertos pelo próprio aluno durante o processo de

busca conduzido pelo professor.

Ainda com respeito a tais possibilidades educativas, destacamos o uso da

calculadora como recurso didático, pois além de os PCN autorizam expressamente o

emprego da calculadora em sala de aula, apontando para a sua eficiência no ensino

da matemática, estudos e experiências evidenciam que a calculadora é um

instrumento que pode contribuir para a melhoria do ensino de matemática. Em Sá e

Jucá (2008) encontramos os resultados de uma experiência bem sucedida no ensino

dos algoritmos operatórios com números decimais com a calculadora; e Sá, Jesus e

3

Alves (2010) apresentam resultados animadores o sobre o ensino das operações

com frações por meio da calculadora e atividades de redescoberta. Sendo um

instrumento de uso popular, bastando observar que a calculadora está ao alcance

dos jovens por meio de celulares, consideramos que com seu uso, diminui-se o

tempo perdido com cálculos rotineiros que os alunos precisam realizar liberando

desta forma mais tempo para raciocinar.

Este trabalho apresenta resultados de um experimento que teve como

objetivo: avaliar a potencialidade do ensino de potenciação no 5° ano por meio

de atividades desenvolvidas com o uso da calculadora.

2 Metodologia

A parte experimental da pesquisa foi realizada numa turma do 5° ano de uma

escola pública de ensino fundamental no bairro de Val-de-Cães, em Belém do Pará,

no período de 20 de outubro de 2011 a 5 de janeiro de 2012 num total de 13 aulas

de 45 minutos cada. O experimento foi dividido nas seguintes etapas: diagnóstico

inicial, elaboração e aplicação das atividades, fixação, diagnóstico final e

análise dos resultados.

O diagnóstico inicial da turma foi elaborado a partir dos resultados da

aplicação de formulário contendo questões sobre dados pessoais e questões sobre

assuntos escolares. O resultado mostrou que os alunos possuíam idade variando de

12-17 anos, caracterizando uma turma com faixa etária acima do previsto para o 5°

ano, distribuídos em 42% do sexo masculino e 58% do sexo feminino, em que 58%

afirmaram gostar um pouco de matemática, 17% gostavam muito pouco, 17%

gostavam nenhum pouco e 8% afirmaram gostar muito de matemática. Além disso,

42% dos alunos afirmaram que estudavam matemática apenas no período de

provas, 42% somente às vésperas da prova, e 16% todos os dias. Todos os alunos

afirmaram que a maioria das aulas de matemática na sua escola começava pela

definição seguida de exemplos e exercícios, e que ainda, para fixar o conteúdo, o

professor apresentava uma lista de exercícios para serem resolvidos.

Após a construção do perfil dos alunos, foi aplicado um pré-teste para

diagnosticar os conhecimentos que dos mesmos sobre a potenciação e suas as

propriedades. O pré-teste foi dividido em duas partes: a primeira consistia de 11

questões sobre o cálculo da potenciação e a segunda, em 15 questões nas quais os

4

alunos deveriam analisar a veracidade das sentenças e justificar suas respostas. A

análise do desempenho dos alunos no pré-teste, indicou que 91,7% não

responderam as questões e os que tentaram responder, erraram, o que permitiu

concluir que os mesmos não possuíam conhecimento de potenciação.

A elaboração das atividades seguiu as sugestões encontradas em Sá

(2009), foram elaboradas 11 atividades cujo objetivo é introduzir o conceito de

potenciação e estudas suas propriedades operatórias, utilizando a calculadora como

recurso didático. A turma foi dividida em grupos de 3 ou 4 alunos, cada aluno

recebeu o roteiro da atividade e foi disponibilizada uma calculadora científica para

cada grupo utilizar durante a atividade, indicada na imagem abaixo. Inicialmente, foi

indicado como manipular a calculadora para a realização dos cálculos.

Figura 1 – calculadora Kenko, modelo KK88MS-1 Autoria: Adrielle Cristine Mendello Lopes

A aplicação das atividades também seguiu as orientações de Sá (2009). A

atividade 01, foi aplicada no dia 20 de outubro, com 12 alunos presentes, tinha como

objetivo introduzir o conceito de potenciação e está descrita abaixo.

ATIVIDADE 01

Título: Potenciação Objetivo: Introduzir o conceito de potenciação. Material: Papel, lápis ou caneta e máquina de calcular. Procedimento: Com a ajuda da calculadora, efetue as operações abaixo e registre os resultados obtidos: 1) 3

2 =

2) 42 =

3) 23 =

4) 52 =

5) 13 =

6) 33 =

7) 04 =

8) 102=

9) 24 =

10) 72 =

11) 62=

12) 82 =

13) 103=

14) 05 =

15) 15 =

Com base nos resultados obtidos, descubra como a máquina operou para obter os resultados em cada operação! A operação que a máquina realizou é denominada de potenciação!

Na potenciação 23 = 8, o número 2 é denominado de base, o número 3 é denominado de expoente e

o número 8 é denominado de potência.

5

Os grupos não mostraram dificuldade para realizar a atividade 01. Esta

atividade durou pouco menos de 30 minutos, pois os alunos ainda não estavam

familiarizados com a metodologia usada, e ainda discutiam a respeito de seus

resultados com os grupos mais próximos. Ao final foi possível perceber que mesmo

a calculadora não mostrando em seu visor a maneira usual de escrita da

potenciação, no decorrer das atividades os alunos tiveram uma grande facilidade em

realizar os cálculos, o que foi muito animador. O desenvolvimento da atividade 01 foi

considerado bem sucedido. O resultado da atividade em questão é similar ao

resultado obtido por Sá, Alves e Almeida (2010).

Em virtude do sucesso da primeira atividade, a atividade 02 foi proposta a

turma em 21 de outubro, e está descrita a seguir.

ATIVIDADE 02

Título: A base 1 Objetivo: Descobrir uma relação entre as potenciações de base 1. Material: Papel, lápis ou caneta e máquina de calcular. Procedimento: Calcule as potenciações abaixo: 1) 1

2 =

2) 13 =

3) 14 =

4) 15 =

5) 16 =

6) 110

= 7) 1

12 =

8) 115

= 9) 1

30 =

10) 140

= OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:

A atividade 02 tinha como objetivo que os alunos descobrissem que quando a

base é 1 o resultado é sempre 1. Os grupos a desenvolveram em aproximadamente

15 minutos, identificando facilmente que o resultado sempre seria 1, independente

do expoente. O que merece destaque no decorrer da aplicação da atividade é que

eles testavam seus próprios exemplos, o que não seria tão viável sem o uso da

calculadora. Novamente o desenvolvimento da atividade foi um sucesso.

Estimulados pelo sucesso da atividade 03, no dia 27 de outubro foi aplicada a

atividade 03, que segue abaixo.

ATIVIDADE 03

Título: Potenciação de base zero. Objetivo: Descobrir uma relação entre as potenciações de base zero. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Calcule as potenciações abaixo: 1) 0

2 =

2) 03 =

3) 04 =

4) 05 =

5) 06 =

6) 07 =

7) 010

= 8) 0

15 =

9) 020

= 10) 0

30 =

OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:

A atividade 03 tinha como objetivo que os alunos descobrissem que quando a

base é zero e o expoente é diferente de zero, o resultado é sempre zero, foi

desenvolvida em pouco mais de 5 minutos. Assim como na atividade anterior, os

6

alunos não apresentaram dificuldades, devido alguns alunos já possuíam certa

maturidade na multiplicação por zero e compartilhavam isto com outros colegas. O

sucesso da atividade 03 estimulou a aplicação da atividade 04, que está descrita a

seguir.

ATIVIDADE 04 Título: Potenciações de expoente 1 Objetivo: Descobrir uma relação entre as potenciações de expoente 1. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Calcule as potenciações abaixo: 1) 0

1 =

2) 11 =

3) 21 =

4) 31 =

5) 41 =

6) 61 =

7) 71 =

8) 81 =

9) 101 =

10) 10001 =

OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:

A atividade 04 tinha como objetivo que os alunos descobrissem que quando o

expoente de uma potenciação é o resultado é a própria base. Foi concluída com

sucesso em aproximadamente 10 minutos, e gerou discussões interessantes sobre o

expoente 1. Após os esclarecimentos, a turma se sentiu satisfeita e foi possível

propor a atividade 05 a seguir.

ATIVIDADE 05 Título: Potência de base 10 Objetivo: Descobrir uma maneira prática de calcular potenciações de base 10. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Calcule as potenciações abaixo: 1) 10

2 =

2) 103 =

3) 104 =

4) 105 =

5) 106 =

6) 107 =

7) 108 =

8) 109 =

9) 1010

= 10) 10

15 =

Descubra uma maneira mais rápida de calcular as potenciações! CONCLUSÃO:

A atividade 05 tinha como objetivo que os alunos descobrissem como calcular

potenciações de base 10 sem ter que realizar o cálculo. O desenvolvimento ocorreu

tranquilamente, tendo durado aproximadamente 20 minutos em virtude dos alunos

terem apresentado dificuldades na leitura dos números obtidos como resultados das

potenciações. Os alunos, com a ajuda docente, analisaram a quantidade de zeros e

os relacionaram com o expoente, e finalmente conseguiram chegar a conclusões

adequadas.

No dia 10 de novembro, foi aplicada a atividade 06 que está descrita a seguir.

7

ATIVIDADE 06 Título: Expoente zero Objetivo: Descobrir uma relação entre as potenciações de expoente zero. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Preencha o quadro abaixo:

Potenciações Resultado

10

20

30

40

50

60

70

100

5000

OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:

Inicialmente, os alunos fizeram questionamentos sobre os resultados obtidos,

afirmando ser zero e não 1, e ainda explicaram que esta seria a correta porque a

base não iria se repetir e por isso, a resposta seria “nada” (zero). Testaram inúmeros

exemplos, até concluírem que 1 seria a resposta correta. Também falamos a

respeito da potência 00, pois apesar da calculadora não efetuar este resultado, o

consideramos como 1.

A atividade 07, apresentada a seguir, foi aplicada em 17 de novembro, e tinha

como objetivo que os alunos descobrissem que no produto de potenciações de

mesma base o resultado é a base elevada à soma dos expoentes. Para que os

grupos desenvolvessem a atividades foi sugerido a eles que escrevessem as

potenciações como multiplicações e depois reescrevessem como potenciações.

ATIVIDADE 07 Título: Produto de Potências Objetivo: Descobrir uma maneira prática de calcular o produto de potências de mesma base. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Escreva o produto de potências como uma única potência: 1) 2

3. 2

4=

2) 35. 3

5 =

3) 53. 5

4 =

4) 44. 4

5 =

5) 67. 6

6=

6) 73. 7

2 =

7) 83. 8

3 =

8) 32. 3

7 =

9) 97. 9

3 =

10) 104.10

5

Descubra uma maneira mais rápida de obter os resultados! CONCLUSÃO:

Após escreverem todos os produtos como uma única potenciação, os grupos

facilmente observaram que a base se conservava em todas as questões, e

concluíram que o expoente da resposta era a soma dos expoentes do produto de

potências.

Em seguida foi aplicada a atividade 08, que está descrita a seguir, tinha como

objetivo que os alunos descobrissem que na potenciação de uma potenciação o

8

resultado é a base e o expoente o produto dos expoentes. Para que os alunos

realizassem a atividade, foi necessário sugerir que considerassem a primeira

potenciação com a base e procedessem como na atividade 07.

ATIVIDADE 08 Título: Potência de potência Objetivo: Descobrir uma maneira de calcular potências de potências. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Escreva as potências na forma de uma única potência: 1) (2

2)2 =

2) (33)3 =

3) (54)4 =

4) (35)2 =

5) (76)5 =

6) (610

)4 =

7) (312

)2 =

8) (815

)4 =

9) (320

)2 =

10) (230

)6 =

Descubra uma maneira mais rápida de obter os resultados! CONCLUSÃO:

Ocorreram algumas dificuldades, pois a maioria dos alunos não dominava a

multiplicação. Todavia, após 20 minutos os grupos concluíram com sucesso a

atividade.

A atividade 09 foi aplicada em 21 de novembro e está descrita a seguir, teve

como objetivo que os alunos descobrissem que na divisão de potencias de mesma

base o resultado e a base e o expoente a diferença entre os expoentes. Para que a

atividade fosse desenvolvida, sugerimos aos grupos que escrevessem as divisões

com as potenciações na forma de multiplicação, em seguida simplificassem e

finalmente escrevessem o resultado na forma de potência.

ATIVIDADE 09 Título: Divisão de Potências Objetivo: Descobrir uma maneira prática de calcular a divisão de potências. Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento: Escreva as divisões na forma de uma única potência:

1)

2)

3)

4)

5)

6)

7)

8)

9)

10)

Descubra uma maneira mais rápida de obter os resultados! CONCLUSÃO:

A atividade 09 seguiu o mesmo rumo que a atividade 07, com duração de 15

minutos, pois os alunos tinham o domínio das operações de adição e subtração, o

que facilitou a visualização do produto e da divisão de potências de mesma base.

Em seguida foi proposta a atividade 10 que descrita a seguir, cujo objetivo era

que os alunos percebessem que o quadrado de uma soma é diferente da soma dos

quadrados.

9

ATIVIDADE 10

Título: O quadrado da soma Objetivo: Descobrir uma relação entre os quadrados de adições Material: Papel, lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular. Procedimento

Valores (a+b)2 a

2 + b

2 a

2 +2ab + b

2

a = 2 e b = 3

a = 3 e b = 4

a = 4 e b = 5

a = 5 e b = 1

a = 4 e b = 2

a = 3 e b = 1

a = 2 e b = 1

a = 6 e b = 2

a = 7 e b = 1

a = 5 e b = 3

OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:

Durante a realização da atividade os alunos apresentaram dificuldades em

virtude de sua inexperiência (inabilidade) na determinação do valor de expressões

numéricas. Após as devidas orientações os alunos chegaram ao final da atividade

percebendo o que estava programado. Os alunos gastaram 30 minutos para realizar

a atividade com sucesso.

A atividade 11, aplicada em 22 de dezembro, tinha como objetivo que os

alunos percebessem que o quadrado da diferença é diferente da diferença dos

quadrados. Os alunos gastaram 30 minutos para realizar a atividade com sucesso.

No dia 03 de janeiro, foi proposta a atividade 11 que está a seguir.

ATIVIDADE 11

Título: O Quadrado da diferença Objetivo: Descobrir uma relação entre os quadrados de diferenças. Material: Papel, Lápis ou caneta, roteiro da atividade e máquina de calcular de potenciação. Procedimento:

Valores (a-b)2 a

2 – b

2 a

2 -2ab + b

2

a = 3 e b = 2

a = 4 e b = 3

a = 5 e b = 4

a = 4 e b = 2

a = 3 e b = 1

a = 2 e b = 1

a = 6 e b = 2

a = 7 e b = 1

a = 8 e b = 3

a = 5 e b = 3

OBSERVAÇÃO: CONCLUSÃO:

10

Nesta atividade os alunos gastaram 30 minutos para realizar a atividade com

sucesso, apesar de terem ainda apresentado as mesmas dificuldades da atividade

10.

No mesmo dia, foi realizada a fixação do conteúdo. Para tal, mostramos

novamente as regras e os alunos se manifestavam rapidamente quando dávamos

exemplos verbais. Isto significa que, desenvolveram um raciocínio mental em se

tratando de propriedades de potenciação básicas, entretanto para o produto e

divisão de potências, por exemplo, precisavam escrever a questão para uma

visualização mais detalhada.

O diagnóstico final foi realizado no dia 05 de janeiro, por meio de um pós-

teste, com as mesmas questões do pré-teste, o qual foi aplicado aos alunos, tendo

duração aproximada de uma hora.

3 Análise dos Resultados

Para viabilizar a análise dos resultados obtidos com o experimento, foram

elaborados os quadros e gráficos a seguir, com a sistematização dos desempenhos

dos alunos nos pré- e pós-testes.

Quadro 1 – desempenho dos alunos na primeira parte do teste

Questões Acerto (%) Erro (%) Não fez (%)

Pré- Pós- Pré- Pós- Pré- Pós-

32 0 75 8,3 25 91,7 0

23 0 58,3 8,3 41,7 91,7 0

31 0 83,3 0 8,3 100 8,4

13 0 66,7 0 25 100 8,3

40 0 83,3 0 8,3 100 8,4

05 0 83,3 0 8,3 100 8,4

108 0 91,7 0 0 100 8,3

51 0 83,3 0 8,3 100 8,4

17 0 75 0 16,7 100 8,3

70 0 83,3 0 8,3 100 8,4

1015 0 91,7 0 8,3 100 0

A análise do quadro 1 indica que os alunos tiveram um desempenho no pós-

teste significativamente melhor em relação ao pré-teste, principalmente nos casos

em que era possível evitar a realização de multiplicação, como nas potenciações de

base 10, de expoente zero, base zero e expoente um.

11

Quadro 2 – desempenho dos alunos na segunda parte do teste

Marque (V) ou (F) e justifique

Acerto (%) Erro (%) Não fez (%)

Pré- Pós- Pré- Pós- Pré- Pós-

23. 24 = 27 0 100 0 0 100 0

23. 24 = 412 0 91,7 0 8,3 100 0

47: 43 = 410 0 66,7 0 33,3 100 0

47: 43 = 44 0 66,7 0 33,3 100 0

(2.3)4 = 24. 34 0 50,0 0 16,7 100 33,3

(5.3)2 = 22 0 58,3 0 8,4 100 33,3

(23)4 = 27 0 50,0 0 41,7 100 8,3

(35)4 = 320 0 25,0 0 66,7 100 8,3

30 = 1 0 75,0 0 16,7 100 8,3

00 = 1 0 75,0 0 25,0 100 0

71 = 7 0 91,7 0 8,3 100 0

91 = 10 0 83,3 0 8,3 100 8,4

(2+3)2 = 22+ 32 0 41,7 0 33,3 100 25,0

(7-3)2 = 72-32 0 58,3 0 16,7 100 25,0

(3+1)2 = 16 0 50,0 0 33,3 100 16,7

A análise do quadro 2 indica que dentre as propriedades operatórias da

potenciação a que os alunos tiveram melhor desempenho no pós-teste foi a do

produto de potências de mesma base, devido à operação a ser executada com os

expoentes ser a adição, cuja operação os alunos terem domínio maior. Entretanto,

na divisão de potências, ao invés de subtraírem os expoentes, alguns alunos os

somaram. Nas potências de potências, o desempenho não foi muito bom, apesar de

ter melhorado. Isso pode ter ocorrido por necessidade de mais atividades de fixação

ou por dificuldades na multiplicação.

Nas questões que envolviam conceitos básicos de produtos notáveis o acerto

foi médio, indicando que os alunos perceberam a diferença entre o quadrado da

soma e a soma de dois quadrados, acontecendo o mesmo para a diferença.

Contudo, a porcentagem de questões em branco nestes itens, aponta uma possível

insegurança nestas questões.

Considerando o desempenho por aluno, o resultado é impressionante,

concluindo que a viabilidade do ensino de potenciação neste nível é possível, se

recursos metodológicos forem utilizados a fim de facilitar o processo de construção

do conhecimento. Abaixo, dispomos os desempenhos no pós-teste por aluno na

forma de gráficos:

12

Gráfico 1 – desempenho por aluno na primeira parte do pós-teste

De acordo com os quadros 1 e 2 no que diz respeito ao pré-teste, podemos

afirmar que o desempenho individual dos alunos alcançou um nível muito maior no

pós-teste, pois praticamente todos os alunos deixaram as questões do pré-teste em

branco. De acordo com o gráfico 1, mais de 90% dos alunos acertou mais da metade

das questões na primeira parte do pós-teste, e apenas o aluno 7 deixou questões

em branco, sendo que este aluno não participou de todas as atividades e no dia do

pós-teste mostrou pouco interesse na realização da atividade.

Gráfico 2 – desempenho por aluno na segunda parte do pós-teste

O gráfico 2 nos mostra que na segunda parte do pós-teste, houve

considerável número de acertos, entretanto o número de erros e em branco

aumentou, se comparado com o gráfico 1, justificado pelos motivos já mencionados

acima.

13

4 Considerações finais

Como já mencionamos, o objetivo deste trabalho é avaliar a potencialidade do

ensino de potenciação no 5° ano por meio de atividades desenvolvidas com o uso

da calculadora.

Os resultados obtidos no experimento com o uso da calculadora como

recurso didático em atividades para o ensino da operação de potenciação indicam

que o uso de tal instrumento permite que os alunos estudem as propriedades

operatórias da potenciação sem que as mesmas sejam previamente enunciadas

pelo professor. Dessa forma, acreditamos que o uso da calculadora influenciou

positivamente na construção do conhecimento, visto que estes alunos teriam contato

com o conteúdo apenas no 6° ano.

Assim, pelos resultados obtidos durante a análise dos dados terem sido

satisfatórios, podemos afirmar que o objetivo da pesquisa foi alcançado, apontando

para a necessidade continuação de outros estudos referentes ao tema. Estudos em

Educação Matemática mostram que as aulas de matemática concebidas na

memorização de regras já não são mais suficientes, sendo preciso busca de

metodologias que promovam uma aprendizagem significativa, uma alternativa que

pode vir a desenvolver habilidades e estimular ideias de transformações da realidade

escolar.

Consideramos que, com o uso da calculadora, os alunos puderam observar

as propriedades de potenciação de forma mais significativa, além de que as

atividades de redescoberta permitiram que eles desenvolvessem a capacidade de

expressar e registrar observações e conclusões. É claro que a calculadora

juntamente com as atividades não seriam a única forma de ensino, mas uma

metodologia que poderá facilitar o ensino da potenciação através da observação dos

alunos para que em seguida, o conteúdo possa ser formalizado. Vale ressaltar que

com calculadoras reais que apresentem os resultados da potenciação na forma bx e

calculem 00, como realiza a calculadora apresentada em Sá, Alves e Almeida (2010),

o processo de ensino da potenciação com o uso didático da calculadora ocorrerá de

maneira mais tranquila.

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Referências

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