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na Bahia 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 Especial editado pelo Jornal Folha da Manhã e Fundação de Ensino Superior de Passos - FESP JORNAL FOLHA DA MANHÃ Carlos Antônio Alonso Parreira - Diretor Jornalístico Maria das Graças Lemos - Diretora Comercial FESP/UEMG Prof. Fábio Pimenta Esper Kallas - Presidente do Conselho Curador EDIÇÃO EDIÇÃO EDIÇÃO EDIÇÃO EDIÇÃO: : : : : Carlos Antônio Alonso Parreira/ Profª. Selma Tomé PESQUISA E REDAÇÃO: PESQUISA E REDAÇÃO: PESQUISA E REDAÇÃO: PESQUISA E REDAÇÃO: PESQUISA E REDAÇÃO: Profª. Leila Maria Suhadolnik Oli- veira Pádua Andrade REVISÃO: REVISÃO: REVISÃO: REVISÃO: REVISÃO: Prof. José dos Reis Santos IMA IMA IMA IMA IMAGENS E FO GENS E FO GENS E FO GENS E FO GENS E FOTOGRAFIA OGRAFIA OGRAFIA OGRAFIA OGRAFIA: Prof. Diego Vasconcelos PROJ PROJ PROJ PROJ PROJ. . . . . GRÁFICO/MONT GRÁFICO/MONT GRÁFICO/MONT GRÁFICO/MONT GRÁFICO/MONTAGEM GEM GEM GEM GEM/CAP /CAP /CAP /CAP /CAPA: Profª. Heliza Faria Fascículo 06/10 - Agosto de 2008 EXPEDIENTE EXPEDIENTE EXPEDIENTE EXPEDIENTE EXPEDIENTE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Alberto Kirchner de. Estação de Itaú, berço histórico de uma cidade, Itaú, Gráfica e Editora Letrícia, 2001. BORGES, Sebastião Wenceslau. Memoriando, 3ed, Passos, Editora São Paulo, 2003. FAUSTO, Boris. História do Brasil , EDUSP, 2ed,1995. GRILO, Antonio Theodoro. Sindicato Rural de Passos, Passos, Editora São Paulo, 2002. GRILO, Antonio Theodoro. Câmara Municipal 150 anos, Passos, Editora São Paulo, 1998. LEMOS, Domiciano José. As Tiradas do Coronel, São Paulo, Editora CLA, 1995. NORONHA, Washington. História da cidade de Passos, do Senhor Bom Jesus dos Passos, vol. 1 e 2. PRETTI, Leonel. Lembranças de Passos, 1936. VASCONCELOS, Elpídio Lemos de. Álbum de Passos, 1920. Acervo Darcy Maria da Silveira Moraes Darcy Maria da Silveira Moraes Darcy Maria da Silveira Moraes Darcy Maria da Silveira Moraes Darcy Maria da Silveira Moraes - Fotos e documentos. Gazeta de Passos, Edições nºs 113 a 268 de 1943 a 1945. Tombo. Volume 1. Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus. Itaú de Minas,1941-1985. p. 03-07. Moeda de níquel de 1948. Ela valia 10 centavos e foi cunhada em homenagem a José Bonifácio. Semana de Arte Semana de Arte Semana de Arte Semana de Arte Semana de Arte Moderna de 22 Moderna de 22 Moderna de 22 Moderna de 22 Moderna de 22 Realizada no Teatro Municipal de São Paulo nos dias 13, 15 e 17 de feve- reiro de 1922, a Semana de Arte Moderna foi organi- zada por Mário de Andra- de, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Manu- el Bandeira, Tarsila do Ama- ral, Anita Malfatti e outros. Enquanto isso, no Brasil e no mundo... A Semana marca o advento do modernismo brasileiro e é o ponto de encontro das várias tendências modernas que vinham, desde a Primeira Guerra Mundi- al (1914-18), se fir- mando em São Paulo e no Rio de Janeiro. Tais tendências defendiam a liberdade nas artes e o rompimento com os pa- drões europeus, inau- gurando uma arte visual e letrada es- sencialmente brasileira. Era V Era V Era V Era V Era Var ar ar ar argas gas gas gas gas A República do Café com Leite du- rou até 1930, quando, por meio da Re- volução de 30, Vargas instalou um go- verno que durou 15 anos. Nesse perío- do, as liberdades democráticas foram pra- ticamente abolidas e a Constituição de 1891 foi suspensa. Os governadores elei- tos foram destituídos de seus cargos, sendo substituídos por interventores no- meados pelo governo federal. A Era Vargas é tradicionalmente di- vidida em três fases. Período Provisório (de 1930 a 1934) ou da instalação do regime var- guista. Encontrou uma forte oposição por parte de São Paulo, que liderou a Revo- lução Constitucionalista, iniciada em 9 de julho de 1932. O governo federal venceu São Paulo, mas iniciou um pro- cesso de redemocratização. De 1934 até 1937 houve um bre- ve período chamado de Constitucional, marcado pela elaboração de uma consti- tuição com características democráticas e o retorno do direito de voto. Com a expansão dos regimes dita- toriais de direita nazi-fascista e dos mo- vimentos da esquerda socialista, a si- tuação política européia influenciou o surgimento da Ação Integralista Brasi- leira (AIB), de inspiração fascista, e da Aliança Nacional Libertadora (ANL), que seguia o modelo socialista. Esses grupos tiveram um grande chamamento popular, dando oportunida- de para os seguidores de Vargas alega- rem, devido à insegurança que causaram os movimentos, o perigo de uma ameaça comunista. Vargas, aproveitando-se da situação, deu o Golpe Cohen e ficou no poder até 1945. A partir de 1937, o regime ditatorial foi explícito com ações direcionadas por dois departamentos: o Departamento de Imprensa e Propagan- da (DIP) e o Departamento Administrati- vo do Serviço Público (DASP). A Segunda Guerra Mundial, que opôs Aliados e Eixo, criou uma contradi- ção interna no Brasil. Vargas, ditador, en- trou na guerra, em 1944, para defender as democracias aliadas. No Brasil, vozes se levantaram, especialmente em Minas Gerais, com o Manifesto dos Mineiros. Vargas foi deposto em 1945, pondo fim aos 15 anos de poder. Logo após, foi eleito o General Du- tra, herdeiro do varguismo. Em 1946, uma nova constituição foi elaborada, iniciando o período denomi- nado República Nova ou populista dos anos 50 a 60. O Brasil na Guerra O Brasil na Guerra O Brasil na Guerra O Brasil na Guerra O Brasil na Guerra Em pleno desenrolar da Segunda Guerra, em janeiro de 1943, o presiden- te norte-americano Franklin Roosevelt esteve em Natal, no Rio Grande do Nor- te, onde se reuniu com Vargas, comentan- do as decisões importantes tomadas na Conferência de Casablanca. Os dois líde- res estabeleceram que o Brasil colocaria navios mercantes à disposição dos Esta- dos Unidos e mandaria forças armadas para a guerra, lutando ao lado dos Aliados. A FEB foi incorporada ao Exército Americano, passou por treinamentos de adaptação ao clima e compreensão de ins- truções e armamentos. Enfrentando difi- culdades, eles combateram as tropas do Eixo na Itália em diversas regiões: Vecchi- ano, norte de Pisa, Massarozza, Camaio- re, Monte Prano, Galiciano, Barga e Mon- te San Quirino, fechando a primeira fase de operação da tomada de Castel Nuovo. Os expedicionários da FEB, conhe- cidos popularmente como pracinhas, re- tornaram ao Brasil em julho de 1945. Desembarcaram no Rio de Janeiro em meio a uma grande e emocionante co- memoração de recepção pelo povo. Após os conflitos intensos que levaram à matança do Fórum, os políticos passenses canalizaram a disputa política por meio de dois partidos, que ficaram conhecidos pelos nomes de Pato e Peru. Após o incidente, o primeiro presidente da Câmara foi o Coronel João de Barros, que concluiu várias obras iniciadas por Neca Medeiros: construiu o adro e as escadarias da Matriz e o Jardim Público. O Coronel João de Barros era alto e vermelho e por isso apelidado de Peru, enquanto seu oponente, Joaquim Gomes de Souza Lemos, tinha baixa estatura, o que favoreceu o apelido de Pato. Assim, surgiram as denominações de Pato e Peru.

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na Bahia

56565656565656565656

Especial editado pelo Jornal Folha da Manhã e Fundação deEnsino Superior de Passos - FESP

JORNAL FOLHA DA MANHÃCarlos Antônio Alonso Parreira - Diretor JornalísticoMaria das Graças Lemos - Diretora Comercial

FESP/UEMGProf. Fábio Pimenta Esper Kallas - Presidente do ConselhoCurador

EDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃO: : : : : Carlos Antônio Alonso Parreira/ Profª. Selma ToméPESQUISA E REDAÇÃO:PESQUISA E REDAÇÃO:PESQUISA E REDAÇÃO:PESQUISA E REDAÇÃO:PESQUISA E REDAÇÃO: Profª. Leila Maria Suhadolnik Oli-veira Pádua AndradeREVISÃO:REVISÃO:REVISÃO:REVISÃO:REVISÃO: Prof. José dos Reis SantosIMAIMAIMAIMAIMAGENS E FOGENS E FOGENS E FOGENS E FOGENS E FOTTTTTOGRAFIAOGRAFIAOGRAFIAOGRAFIAOGRAFIA::::: Prof. Diego VasconcelosPROJPROJPROJPROJPROJ. . . . . GRÁFICO/MONTGRÁFICO/MONTGRÁFICO/MONTGRÁFICO/MONTGRÁFICO/MONTAAAAAGEMGEMGEMGEMGEM/CAP/CAP/CAP/CAP/CAPAAAAA::::: Profª. Heliza Faria

Fascículo 06/10 - Agosto de 2008

E X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T EE X P E D I E N T E

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Alberto Kirchner de. Estação de Itaú,berço histórico de uma cidade, Itaú, Gráfica eEditora Letrícia, 2001.BORGES, Sebastião Wenceslau. Memoriando,3ed, Passos, Editora São Paulo, 2003.FAUSTO, Boris. História do Brasil, EDUSP,2ed,1995.GRILO, Antonio Theodoro. Sindicato Rural dePassos, Passos, Editora São Paulo, 2002.GRILO, Antonio Theodoro. Câmara Municipal150 anos, Passos, Editora São Paulo, 1998.LEMOS, Domiciano José. As Tiradas do Coronel,São Paulo, Editora CLA, 1995.NORONHA, Washington. História da cidade dePassos, do Senhor Bom Jesus dos Passos, vol. 1 e 2.PRETTI, Leonel. Lembranças de Passos, 1936.VASCONCELOS, Elpídio Lemos de. Álbum dePassos, 1920.Acervo Darcy Maria da Silveira MoraesDarcy Maria da Silveira MoraesDarcy Maria da Silveira MoraesDarcy Maria da Silveira MoraesDarcy Maria da Silveira Moraes- Fotos e documentos.Gazeta de Passos, Edições nºs 113 a 268 de1943 a 1945.Tombo. Volume 1. Paróquia Santa Terezinha doMenino Jesus. Itaú de Minas,1941-1985. p. 03-07.

Moeda de níquelde 1948. Ela

valia 10 centavose foi cunhada

em homenagema José Bonifácio.

Semana de ArteSemana de ArteSemana de ArteSemana de ArteSemana de ArteModerna de 22Moderna de 22Moderna de 22Moderna de 22Moderna de 22

Realizada no TeatroMunicipal de São Paulo nosdias 13, 15 e 17 de feve-reiro de 1922, a Semana deArte Moderna foi organi-zada por Mário de Andra-de, Oswald de Andrade,Menotti del Picchia, Manu-el Bandeira, Tarsila do Ama-ral, Anita Malfatti e outros.

Enquanto isso, no Brasil e no mundo...A Semana marca o

advento do modernismobrasileiro e é o pontode encontro das váriastendências modernasque vinham, desde aPrimeira Guerra Mundi-al (1914-18), se fir-mando em São Paulo eno Rio de Janeiro. Taistendências defendiam aliberdade nas artes e orompimento com os pa-drões europeus, inau-

gurando uma arte visual e letrada es-sencialmente brasileira.

Era VEra VEra VEra VEra Vararararargasgasgasgasgas

A República do Café com Leite du-rou até 1930, quando, por meio da Re-volução de 30, Vargas instalou um go-verno que durou 15 anos. Nesse perío-do, as liberdades democráticas foram pra-ticamente abolidas e a Constituição de1891 foi suspensa. Os governadores elei-tos foram destituídos de seus cargos,sendo substituídos por interventores no-meados pelo governo federal.

A Era Vargas é tradicionalmente di-vidida em três fases.

Período Provisório (de 1930 a1934) ou da instalação do regime var-guista. Encontrou uma forte oposição porparte de São Paulo, que liderou a Revo-lução Constitucionalista, iniciada em 9de julho de 1932. O governo federalvenceu São Paulo, mas iniciou um pro-cesso de redemocratização.

De 1934 até 1937 houve um bre-ve período chamado de Constitucional,marcado pela elaboração de uma consti-tuição com características democráticase o retorno do direito de voto.

Com a expansão dos regimes dita-toriais de direita nazi-fascista e dos mo-vimentos da esquerda socialista, a si-tuação política européia influenciou osurgimento da Ação Integralista Brasi-leira (AIB), de inspiração fascista, e daAliança Nacional Libertadora (ANL), queseguia o modelo socialista.

Esses grupos tiveram um grandechamamento popular, dando oportunida-de para os seguidores de Vargas alega-

rem, devido à insegurança que causaramos movimentos, o perigo de uma ameaçacomunista. Vargas, aproveitando-se dasituação, deu o Golpe Cohen e ficou nopoder até 1945. A partir de 1937, oregime ditatorial foi explícito com açõesdirecionadas por dois departamentos: oDepartamento de Imprensa e Propagan-da (DIP) e o Departamento Administrati-vo do Serviço Público (DASP).

A Segunda Guerra Mundial, queopôs Aliados e Eixo, criou uma contradi-ção interna no Brasil. Vargas, ditador, en-trou na guerra, em 1944, para defenderas democracias aliadas. No Brasil, vozesse levantaram, especialmente em MinasGerais, com o Manifesto dos Mineiros.Vargas foi deposto em 1945, pondo fimaos 15 anos de poder.

Logo após, foi eleito o General Du-tra, herdeiro do varguismo.

Em 1946, uma nova constituição foielaborada, iniciando o período denomi-nado República Nova ou populista dosanos 50 a 60.

O Brasil na GuerraO Brasil na GuerraO Brasil na GuerraO Brasil na GuerraO Brasil na Guerra

Em pleno desenrolar da SegundaGuerra, em janeiro de 1943, o presiden-te norte-americano Franklin Rooseveltesteve em Natal, no Rio Grande do Nor-te, onde se reuniu com Vargas, comentan-do as decisões importantes tomadas naConferência de Casablanca. Os dois líde-res estabeleceram que o Brasil colocarianavios mercantes à disposição dos Esta-dos Unidos e mandaria forças armadas paraa guerra, lutando ao lado dos Aliados.

A FEB foi incorporada ao ExércitoAmericano, passou por treinamentos deadaptação ao clima e compreensão de ins-truções e armamentos. Enfrentando difi-culdades, eles combateram as tropas doEixo na Itália em diversas regiões: Vecchi-ano, norte de Pisa, Massarozza, Camaio-re, Monte Prano, Galiciano, Barga e Mon-te San Quirino, fechando a primeira fasede operação da tomada de Castel Nuovo.

Os expedicionários da FEB, conhe-cidos popularmente como pracinhas, re-tornaram ao Brasil em julho de 1945.Desembarcaram no Rio de Janeiro emmeio a uma grande e emocionante co-memoração de recepção pelo povo.

Após os conflitos intensos que levaram à matança do Fórum, os políticos passenses canalizarama disputa política por meio de dois partidos, que ficaram conhecidos pelos nomes de Pato e Peru.

Após o incidente, o primeiro presidente da Câmara foi o Coronel João de Barros, que concluiuvárias obras iniciadas por Neca Medeiros: construiu o adro e as escadarias da Matriz e o JardimPúblico.

O Coronel João de Barros era alto e vermelho e por isso apelidado de Peru, enquanto seuoponente, Joaquim Gomes de Souza Lemos, tinha baixa estatura, o que favoreceu o apelido dePato. Assim, surgiram as denominações de Pato e Peru.

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Em 1882, pormeio da CâmaraMunicipal de Passos,importaram-se mu-das de cana. Desdeo início da formaçãodas fazendas, há re-ferências aos enge-nhos domésticospara a fabricaçãoda rapadura, doaçúcar mascavo e dagarapa.

A partir da impor-tação das mudas, aprodução passou aser mais efetiva e vaise desenvolver cadavez mais, chegando àformação das UsinasAçucareiras.

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Os célebresPatos e Perus

PPPPPerus:erus:erus:erus:erus: Cel. João de Barros, Dr. Lou-renço Andrade, Cel. Azarias Lemos, Cel.Francisco de Silva Maia, Cel. José Stock-ler de Lima, Cap. João Inácio de Andra-de, Cap. Manuel Ferreira Cardoso, Cel.Joaquim Botrel, Cap. Lucio da Silva Maia,Cap. Antônio Domingos, Cel. AntônioDomingos, Cap. José Pinto Oliveira Cor-rea, Cel. José Israel, Cap. José de MeloPádua, Cap. Sabino Beraldo, Cap. Fran-cisco Cândido de Souza, Cap. OlimpioSouza Lima, Cap. Joaquim Alves da Sil-va, Cap. Sinfrônio de Vasconcelos, Cel.Adoniro José Lemos e Cel. Brígido JoséBernardes.

Patos:Patos:Patos:Patos:Patos: Cel. Joaquim Gomes S.Lemos, Cel. Francisco Gomes S. Le-mos, Cap. Urias Lopes, Cap. Eusébio,Cap. José de Melo Coelho, Cap. JoséRodrigues Teixeira, Cap. Irineu Fran-cisco, Cap. Vitalino Barbosa, Cap. Ran-dolfo Vasconcelos, Cap. Evaristo daSilveira, Cap. João de Melo Santos,Cap. Otaviano Cintra, Dr. Mario Amân-cio da Silveira, Cel. Saturnino GomesGrilo, Dr. Wellington Brandão e Nes-tor Vilela Lemos.

O ClubeInfantil deNatal foi umaagremiaçãoinfantil criadaem 1903,por Hilarinode Moraes,para celebraro nascimentodo MeninoJesus. Essas

festas eram muito populares em Portu-gal e denominavam-se apresentação dasPastorinhas. O Capitão Hilarino estudouno Colégio Caraça de Belo Horizonte e,de lá, trouxe a tradição e os hinos. FotoPastorinhas. Foto Capitão Hilarino.

O “Club” foi crescendo, organizouuma biblioteca que chegou a ter mais de1200 volumes e ganhou prestígio entre

Por váriosanos, o “Club”editou um fas-cículo intitula-do “O Natal”,que circulavauma vez porano, duranteas festas nata-linas. Além derelatos dos tra-balhos desen-volvidos peloclube, eram in-cluídos contos,poesias, home-nagens a vivose mortos e arti-gos sobre Itape-cerica, a cidadenatal do Capi-tão Hilarino.

Estação MogianaNo lançamento da pedra fundamen-

tal da Estação Mogiana de Passos, foramcolocadas no local moedas de circulaçãoda época, fotografias e uma cópia da atalavrada por Dr. Washington Noronha parao Livro de Ouro da Municipalidade.

A Estação Ferroviária foi inaugura-da em 1921, no mandato do Coronel Joãode Barros. Nesse dia, duas placas esta-vam fixadas na parede da plataforma: umacontendo os nomes dos vereadores quecompunham a Câmara Municipal e outrade agradecimento à diretoria da Cia. Mo-giana. Nenhuma das placas foi preserva-da; ambas encontram-se desaparecidasdesde a desativação da estação.

Em 1940, após várias petições dopovo passense, a empresa Mogiana colo-cou um trem expresso, de passageiros.

Os irmãos GomesJoaquim Gomes ficou no poder até

1915, sendo sucedido por seu irmão Fran-cisco Gomes. Jayme Gomes, irmão dosdois, era deputado estadual e, de BeloHorizonte, dava um suporte político parao Partido Pato. Assim, os irmãos Gomestrabalharam para conseguir trazer paraPassos a Ferrovia e o Telégrafo, entran-do em entendimento com a administra-ção da Companhia Mogiana, na cidadede Campinas, Estado de São Paulo.

Vários desencontros e incidentesdificultaram o início dos trabalhos deconstrução da estrada de ferro. No fi-nal do processo, a Cia. Mogiana exigiuque se fizesse uma mudança no traça-do inicial dos trilhos, aumentando em70 km o percurso entre Guaxupé ePassos, favorecendo a cidade de SãoSebastião do Paraíso.

O Clube de Natal do Capitão Hilarinoas famílias dos coronéis, que se envolvi-am com a preparação dos presépios edas fantasias. Inicialmente, os trabalhosforam modestos e simples; depois, ascelebrações foram ficando cada vez maisluxuosas. Nos anos 20, além do luxo comque se celebrava o Natal, havia disputaentre as adolescentes para ter a honra departicipar das apresentações.

Após a morte do Capitão, a sra.Elza Barros de Melo coordenou as Pas-torinhas até os anos 80. O grupo reli-gioso das Pastorinhas é uma encena-ção, na qual várias jovens vestidas depastoras visitam o Menino Jesus e fa-zem saudações por meio do canto e dadança. Um pastor e a pastora Briosa li-deram o grupo, fazendo contra-cantos.Todo o ano preparava-se o Natal, ensai-ando exaustivamente os passos e oscantos das pastorinhas.

Os pracinhas passenses na Segunda GuerraA partir de 1944, o Brasil envolveu-

se na Segunda Guerra Mundial e, devidoà presença do Tiro de Guerra na cidade,muitos jovens passenses foram convoca-dos para a guerra. Os nascidos em 1.922e 1.923 fizeram parte do 12º Regimentode Infantaria de São João Del Rey-MG,cidade sede da infantaria, que treinou di-versos jovens para compor a Força Expe-dicionária Brasileira (FEB).

A primeiraemissora

de rádio dacidade

Pracinhas semPracinhas semPracinhas semPracinhas semPracinhas semir à Europair à Europair à Europair à Europair à Europa

Jales Macha-do, Antonio Coe-lho de Melo e An-tonio Caetano (Cu-ecão) foram convo-cados pela FEB,mas não forampara a Europa. Per-maneceram pres-tando serviços naPraia de Marataí-zes e depois emVila Velha, no Espírito Santo.

A foto foi tirada em São João Del Rey, em 1943, e nela estão:Valdomiro Caetano, Antonieta, José Caetano Lemos e Jales (de pé); decócoras: Antonio Coelho de Melo, Antonio Caetano (Cuecão) e demaisrecrutas.

Os expedicionários de Passoseram: Jones Pimenta de Vasconcelos,Geraldo Silvério de Almeida, AntonioFormágio, Lauro Sawaya, Jorge Jabur, Al-fredo Lemos de Vasconcelos, João Le-mos Filho, Maurício Gomes de Pádua eDjalma Bordezan.

Embora a guerra na Europa tenhaterminado em julho de 1945, os expe-dicionários chegaram a Passos somenteem novembro. Foram recebidos comgrande festa na Praça da Matriz, onde foirealizado um comício homenageando-os.O orador oficial foi o professor Teodoro,que assim se expressou:

“Queridos expedicionários, vocêssão as marcas luminosas de nossa era,amado povo de minha terra.(...) meucoração está seco como erva do campo,diante de nós desfila um rosário de ci-dades desoladas, guerra sanguinolen-ta, cruel, destruidora desumana, impla-cável. A cobra fumou: lutaram em Mon-tese, Marano, Soprassasso, Coléchio,Fornovo, Monte Castelo. Na Itália imor-tal venceram as batalhas. Vocês, praci-nhas passenses, representam nossosideais! Salve!”

Para homenagear aos pracinhas, aantiga Rua Primeira Chapada passou aser chamada de Avenida dos Expedicio-nários passenses, e na Praça Geraldo daSilva Maia (Praça do Rosário), foi erguidoum monumento.

Dr. Breno Soares Maia, Jacob Ne-grão, José Figueiredo e Geraldo StarlingSoares perceberam a necessidade do ve-ículo de informação e entretenimento eforam os responsáveis pela instalação daZYN4 - Rádio Sociedade de Passos. Nodia 22 de dezembro de 1945, o DiárioOficial da União publicou o decreto quepermitiu o surgimento da emissora.

O primeiro locutor a falar na RádioPassos, naquele dia, foi Antônio CaetanoLemos. Desde a fundação, a emissora tevea participação de um dos grandes comuni-cadores passenses: Alípio Ferreira Dias.

O primeiro operador de som e o pri-meiro funcionário registrado na RádioSociedade Passos foi Joaquim Almeida(Quinzinho do Cinema).

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Colégio Imaculada Conceição:91 anos de existência

As cinco primeiras re-ligiosas – Madre Maria delCamino Hualde, SórorMercedes D’Ávila, SórorMariana Cuenca, Sóror Ra-faela Perez e Irmã Rosa Al-calde – chegaram a Passosno dia 20 de junho de1917. O padre Dr. Eduar-do de Oliveira Batistaempenhou-se para queelas substituíssem as Ir-mãs da Providência, queestavam deixando o Co-légio São José e a cidade. Pe. Eduardo,além de sacerdote da Igreja Matriz doSenhor dos Passos, era advogado e ami-go de D. Maria Bárbara de Melo, quedoou a casa grande, onde as irmãs pas-saram a morar. Essa casa estava situadaonde hoje é a capela do CIC.

D. Maria Bárbara, esposa do Barãode Passos, doou também o terreno con-tíguo. Nesse terreno, por meio de ou-tras doações e da renda de quermesses,foi edificado o Colégio Imaculada Con-ceição. É o prédio onde moram as irmãs.Tem um estilo neoclássico, com decora-ção rococó na fachada.

O “Colégio das Freiras” passou aser a escola das filhas dos fazendeiros esempre ofereceu bolsas de estudo para

famílias das classes menos favorecidas,seguindo o exemplo da fundadora espa-nhola Madre Carmen Sallés. D. MariaBárbara era viúva e não tinha filhos. Foiacolhida pelas irmãs, que cuidaram deladurante a doença até a sua morte.

Em 1934, a superiora do Colégio,Me. Rosário Tejel, contou com a ajudade uma comissão para iniciar uma cam-panha visando à construção de uma ca-pela mais espaçosa. A casa grande foiderrubada e no seu lugar ergueu-se anova capela, que foi solenemente inau-gurada no dia 14 de abril de 1936. Osino foi doado pelo Sr. Joaquim Gomesde Pádua. Portanto, a casa das irmãs e acapela são dois importantes registros ar-quitetônicos e históricos de Passos.

Residênciasmodernas

No período de 1912 a 1915, a Câ-mara Municipal estabeleceu algumasposturas para modernizar as constru-ções de casas, o que embelezou muito acidade. A Câmara encomendou ao Co-ronel Jorge Davis, que morava em BeloHorizonte, alguns modelos de constru-ções para servir de referência para osconstrutores. As novas obras tiveramque seguir, obrigatoriamente, o padrãoestabelecido pela Câmara.

Em 1919, ainda na gestão do pre-sidente da Câmara, Francisco Gomes,foi construído o Paço Municipal para abri-gar a Câmara e, depois, a prefeitura. Ti-nha o estilo neoclássico com releiturasde rococó, representando um notável pa-trimônio da história passense. Foi du-rante muitos anos a sede do Fórum.

Liga Operária de PassosSociedade literária e recreativa

Durante os festejos de 1º de Maio,em 1919, vários operários reuniram-separa comemorar a data. Das conversas,nasceu a idéia de se criar uma associaçãocom o nome de Liga Operária de Passos.O seu primeiro presidente foi Leonel Pret-ti, o fotógrafo. Tinha como objetivos: “Pro-porcionar benefícios a seus associados econtribuir para o engrandecimento da clas-se operária, moral e materialmente.”

Uma das primeiras providênciasda diretoria foi fundar uma corporaçãomusical chamada Banda São José. Pormeio de apresentações, desfiles cívi-cos e saraus, a banda contribuiu para olazer dos passenses. A Liga possuíauma biblioteca e promovia aulas no-turnas e horas dançantes. Existiu até1947, quando foi extinta.

Carlos Suhado-lnik dirigia, em1932, o CurtumeSanta Isabel e umasapataria que produ-zia botinas. O gover-no de Minas entrouem entendimentocom o curtume paraque produzisse boti-nas para os solda-dos que lutavam naRevolução Constitu-cionalista de 32. As-sim foi feito. Umapartida de botinasfoi produzida emtempo recorde e en-viada ao governo es-tadual, que nuncapagou a encomen-da.

De 1922 a 1927, foi presi-dente da Câmara o Cel. José Sto-ckler de Lima (o Juca Stockler), quetambém era do Partido Progres-sista ou Peru. Seu governo contri-buiu para a construção da SantaCasa e do Asilo São Vicente dePaula. Com seu mandato, encer-rou o ciclo dos coronéis.

De 1923 a 1926, foi depu-tado estadual o passense Dr. Bernardino Vieira de Medeiros. Estudou Medicina no Rio de Janeiro,destacando-se no estudo de doenças cardíacas. Além da medicina e da atividade agrícola, tinhaum talento para as letras e para a oratória. Escreveu vários poemas e dedicou-se, ferrenhamente,à política local. Liberal e boêmio, desinteressou-se pela reeleição para deputado, mudando-se dacidade. Seus poemas mais conhecidos são: Flor Azul, Castália, Vozes, O despertar do gigante sulamericano, Terra Natal e Passos.

Em 1927, Dr. Lourenço Ferreira de Andrade foi eleito vereador e presidente da Câmara, depois deuma acirrada disputa. O partido Peru venceu as eleições e despontou, desde esse primeiro período, aliderança do Dr. Lourenço. Com a ditadura Vargas, ele permaneceu 18 anos dirigindo a cidade.

Notas políticas

Anos 30: Passos ganhaorganizações e cultura

1930Foi fundado o Passos Club –

uma sociedade literária e recreati-va com 88 sócios. Seus primeirosdirigentes foram Dr. Sidney doAmaral, Cel. Symphronio de Vas-concellos e Dr. Carlos José Lemos.

1934Fundada a Associação Co-

mercial de Passos. O primeiro pre-sidente foi o Dr. Wellington Bran-dão e o secretário, Dr. Eduardo deCarvalho. É a semente da ACIP.

Fundação da Associação Es-pírita Santo Agostinho. Desde asua fundação, dedicou-se a servi-ços gratuitos de ajuda à comuni-dade, como o Natal dos pobres,distribuição gratuita de medica-mentos, assistência social e Esco-las do Evangelho. Mantém hojeum albergue e uma creche queatendem muitos necessitados

Foi construído o primeiro cine-ma de Passos – o Cine São Luiz –,por Ângelo Oliveri. Os filmes erammudos, acompanhados de partitu-ras que eram executadas ao vivopela exímia pianista D. Arminda.

1935Foi fundado o Gymnásio de

Passos, um estabelecimento de en-sino primário e secundário situa-do na Rua Cristiano Stockler, ex-clusivo para alunos do sexo mas-culino.

Fundação da Loja MaçônicaDeus Universo e Virtude na casado Sr. Fernandes de Souza Bueno.

1939Em 02 de março, foi inaugu-

rado o Cine Rex (atual Cine Roxy),localizado na praça Presidente Ge-túlio Vargas (hoje Monsenhor Mes-sias Bragança).

A partir de 1921,com a expansão da Mis-são Cristã “West Brasil”,a propaganda do cultoevangélico foi iniciada emPassos pelos pioneirosRev. Roberto Daffin e o sr.Paulo Valetim.

Houve muita resistên-cia aos cultos evangélicos nacidade que, até então, erasomente católica. Em 1925,a Congregação comprou umterreno na Primeira Chapa-da e continuou a expandir as pregações.Os católicos ficaram incomodados com apresença do novo culto e os protestantesqueriam continuar sua missão. Foi neces-sária a interferência da Câmara Municipal,especialmente do Dr. Lourenço de An-drade e de Washington Noronha, já quecatólicos exaltados e radicais depredaramo local de culto dos evangélicos.

Contornada a situação, que foi re-provada por grande parte da populaçãocatólica, a Congregação Presbiteriana dePassos progrediu e foi pastoreada por lí-deres religiosos como Rev. Eduardo Lane

A Igreja Presbiteriana em Passos

e Rev. Joaquim Augusto Machado. A par-tir de 1944, assumiu o pastorado o Rev.Jairo Borges, que continuou à frente daigreja até 1980, expandindo a ação pas-toral para os bairros Coimbras e Bela Vis-ta. Em 1966, a Presbiteriana e outrasigrejas evangélicas fundaram uma asso-ciação – a Servirás.

Em 1949, com o empenho de to-dos os congregados, foi inaugurado onovo e majestoso templo no centro dacidade, na Rua Cel. Neca Medeiros. Otemplo é importante herança arquitetô-nica de Passos.

–, havia con-centração di-ária de zebu-zeiros e agri-cultores dePassos e re-gião. A Sele-ta, como pas-sou a ser cha-mada, trans-formou-se noponto de en-contro da eli-te passense.

Nesse tempo, era também o reduto dopartido Peru, enquanto o bar Pingüim,na mesma rua, acolhia o partido Pato.

Nesses bares, os homens divertiam-se jogando, apostando e exibindo os lu-cros que conseguiam com o gado. Vacaseram batizadas com champanhe importa-do e alguns, em vez de usar palha paraenrolar o famoso cigarro de palha, usavamuma nota de 100 réis. Era o delírio!

Em maiode 1938, poriniciativa dosprodutores ru-rais, foi funda-da a União Ru-ral de Passos.

E m1.943, a 1ª Ex-posição Pecuá-ria de Passos,realizada pelaPrefeitura epela SociedadeRural no Largo do Rosário, foi um suces-so econômico e político. Foram monta-das barracas, houve leilões e shows. Apresença do cantor Vicente Celestino,muito famoso na época, despertou nopovo grande emoção e constante pre-sença no local.

Na Confeitaria Seleta, de Souza,Cintra e Cia. – um bar com salões debilhares e snookers, na Praça da Matriz

A Sociedade Rural na cidade

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Lourenço de Andrade: 18 anos de poder

Álbuns de Passos: preservação da História através de fotos

No dia da reinaugura-ção da igreja, o bispodiocesano Dom Ranul-fo da Silva Farias, aolado do MonsenhorJoão Pedro, benzeu-aapós uma missa festiva.

Em 1920, foi publica-do o Álbum do Município dePassos, organizado por Elpí-dio Lemos de Vasconcelosdurante o mandato do Co-ronel João de Barros, queexerceu a presidência daCâmara de 1918 a 1922.

Nas 264 páginas doálbum, podemos percebercomo era importante oramo do comércio na cida-de de Passos. Naquelaépoca, havia 146 armazéns de secos emolhados, ferragens e gêneros; 38 nego-ciantes de fazendas (tecidos), armarinhose novidades, 32 açougues de gado e por-cos e 11 padarias e confeitarias.

Pelas páginas dedicadas pelo Álbumde Elpídio às fazendas criadoras, pode-se observar a importância que alcançoua criação do gado zebu na região, trans-formando-a num dos melhores centrospastoris de Minas Gerais. Os fazendei-

mirio de Paula e Silva; Casa das Louças, deJ. M. Duarte; Confeitaria Seleta; Casa Con-fiança, de Elias Kallás, etc.

O Álbum de Leonel Pretti mostra aurbanidade em franco progresso e, nasentrelinhas dos textos, podemos perce-ber que nos anos 30, a cidade passavapor grandes modificações: estava aban-donando o passado da exclusividade pe-cuária invernista para dedicar-se tambémao comércio e às pequenas indústrias.

Os dois álbuns, deixaram uma contri-buição muito grande para o estudo históri-co e para a memória fotográfica da cidade.

ros retrataram seus es-pécimes mais valiosospara a posteridade.

Um novo álbumfotográfico foi organi-zado por Leonel Pret-ti, em 1936, conten-do 284 pág inas .Comparando-se os re-gistros deste com osdo Álbum do Elpídiode 1920, pode-seobser var um cresci-

mento da cidade no setor comerciale industrial, destacando-se: bancos,hotéis, escritórios jurídicos, em-preiteiros e construtores, médicos,dentistas, advogados, alfaiates, cabelei-reiros, seleiros e açougues. Entre as vá-rias casas de comércio, estão; Casa DoisIrmãos, de Jorcelino José Esper; CasaNogueira, de Alexandre de Mello No-gueira; Casa Alux; Padaria São João, deEduardo Moraes; Casa Brasileira, de Li-

Durante a Revolução de 30, Getú-lio Vargas assumiu o poder, destituindoWashington Luís e impedindo a possede Júlio Prestes, que havia saído vitorio-so nas eleições. Todos os cargos públi-cos foram destituídos e, para seus luga-res, foram nomeadas pessoas da confian-ça de Vargas. Benedito Valadares foi no-meado interventor para Minas Gerais e,aqui em Passos, Dr. Lourenço de Andra-de permaneceu durante 18 anos à frentedo poder municipal, com a criação do car-go de prefeito.

Assim, quando iniciou o governo pro-visório de Vargas, Dr. Lourenço foi indica-do para o cargo. No Período Constitucio-nal, que durou de 1934 a 1937, Dr. Lou-renço de Andrade foi reeleito para o seusegundo mandato à frente da PrefeituraMunicipal. Deveria permanecer por qua-tro anos, mas ficou até 1945, devido aoGolpe de 1937, quando foi novamenteindicado pela ditadura varguista.

Nesse período até 1942, a políti-ca passense foi marcada pelo protecio-nismo. Vargas, Valadares e Lourençorepresentavam a aliança a favor da di-tadura populista. Dr. Lourenço de An-drade exerceu um mandato com muitaação. Um dos seus principais feitos foidotar a cidade de um moderno sistemade abastecimento de água, finalizandoa canalização e concluindo a constru-ção do reservatório da Praça do Rosá-rio. Assim, a população estava “abas-tecida de puríssima água potável, comprevisão mínima de 20 anos, assina-lando-se, desde já, a baixa de 50% damortalidade”, segundo suas própriaspalavras.

Conseguiu do governo do Estadoa construção da estrada Passos-SãoJosé da Barra, importantíssima na liga-ção com a capital Belo Horizonte. Aconstrução do Mercado Municipal e ocalçamento das ruas Antônio Carlos,Rui Barbosa (hoje Deputado Lourençode Andrade) e Avenida da Estação tam-bém foram obras de sua administração.

Dr. Lourenço preocupava-se com aeducação. Incrementou a instrução pri-mária e secundária, com a construção deprédios escolares, incentivando o funci-onamento de 25 escolas rurais. Em 1929,com apoio de sua esposa Blandina deAndrade, do Cel. Azarias Lemos e dopresidente do Estado Antonio Carlos de

Andrada, foi criada a Escola Normal Ofi-cial de Passos. O primeiro diretor foi oDr. Washington Álvaro de Noronha e osecretário foi Eduardo Ferreira de Car-valho.

A escola funcionou provisoriamen-te na Rua do Colégio e depois foi trans-ferida, em 1934, para o Largo do Rosá-rio, permanecendo por 24 anos.

Lourenço Andrade promoveu tam-bém a remodelação das praças da Matrize do Rosário, com a criação de belos jar-dins, com traçado harmonioso, de inspi-ração européia. Pagina 188 e outras Al-bum Pretti Dedicou especial zelo ao se-tor da saúde pública, reestruturando aSanta Casa de Misericórdia, da qual eradiretor clínico.

Organizou e comandou a “Compa-nhia de Guerra de Passos”, um grupo de112 homens que participou da Revolu-ção Paulista de 32. Os combatentes di-rigiram-se para a região de São Sebasti-ão do Paraíso e Guaxupé, onde perma-neceram por quinze dias, evitando queas tropas paulistas invadissem territóri-os de Minas Gerais.

Em 1945, a ditadura varguista esta-va desgastada devido a uma dicotomiainterna. O Brasil, país com um governoditatorial, entrou na guerra defendendoos Aliados democratas. O governo Var-gas caminhou rapidamente para a depo-sição e, com ele, os governantes de Es-tados e municípios que o apoiavam ouque foram indicados por ele.

O longo período à frente da Pre-feitura trouxe desgaste político. Dr.Lourenço foi perdendo apoio de im-portantes líderes da cidade. Em 1.944,houve eleição para a diretoria da Soci-edade Rural do Sudoeste Mineiro.Francisco Ferreira Maia, apoiado peloDr. Lourenço, perdeu para José Meire-lles Junqueira (dono da empresa deenergia) e isso desgastou as relaçõesda família com o prefeito.

Com a abertura política partidária nopaís, os representantes políticos da ci-dade Francisco Ferreira Maia, Joaquim deMelo Pádua e Dr. Wellington Brandãodirigiram-se a Belo Horizonte a fim deconversarem com o governador Valada-res e pressioná-lo a destituir o prefeito.

A decisão do governador foi revela-da em 10 de maio de 1.945. Dr. Louren-ço foi exonerado do cargo e, para seu

Itaú de Minas,que pertencia a Pas-sos, era chamado deCórrego dos Ferros etinha uma indústriade cimento Portland.Foi a primeira fábri-ca a ser instalada noSul de Minas e eraum orgulho para apopulação passen-se. Desentendimen-tos entre o Dr. Lou-renço de Andrade,que era o chefe clí-nico da Santa Casa,com a empresa deenergia Siqueira,Meirelles, Junqueirae Cia. levaram a de-savenças políticas,culminando com acriação do municípiode Pratápolis, queencampou a regiãode Itaú.

lugar, foi nomeado o Dr. Geraldo Star-ling Soares. Houve comício, passeata emanifestações a favor do novo prefeitonomeado e contra o Dr. Lourenço. Foi ofim da “Era Lourenço de Andrade”.

De 1945 a 1946, Dr. Geraldo Star-ling Soares, natural da cidade de Alvinó-polis, deixou sua marca na história dePassos, apesar do pouco tempo de man-dato. Conseguiu uma verba de 150 milréis, com a qual foi construído o Estádiode futebol que leva seu nome. Foi tam-bém um dos criadores da primeira emis-sora de rádio passense.

Em 1947, Lourenço de Andrade foieleito Deputado Estadual representan-do a cidade e os distritos do Glória, Al-pinópolis e Delfinópolis.

A arte de Jerônimo Neto na MatrizEm 1925, foi composta uma comis-

são visando reformar a Igreja Matriz. Naépoca, o pároco era o Monsenhor JoãoPedro, mas a presidência dos trabalhosfoi entregue ao Padre Eusébio Leite e,depois, ao padre Felipe de Oliveira. Par-ticiparam da comissão: Capitão AdoniroJosé Lemos, Otávio de Vasconcelos, Dr.Lourenço Andrade, Capitão Lúcio da Sil-va Maia, Cel. Antenor Negrão, Arlindode Vasconcelos Figueiredo, Cel. EvaristoLemos, Alfredo Gomes de Souza Lemose o engenheiro Dr. Arthur Löfgren. OCel. Azarias José Lemos também se em-penhou pela reforma e a Câmara Munici-pal de Passos financiou a instalação elé-trica da igreja.

Durante os quatro anos de traba-lho, os senhores João Orlandi e DavidBaldini foram os construtores. A maisencantadora das modificações foi a de-coração do teto e das laterais do altar,feita pelo artista Jerônimo Neto.

Jerônimo Felipe da Costa Neto era na-tural de Formiga, onde nasceu em setembrode 1894. De família simples, cursou até oterceiro ano primário. Era autodidata, in-teligente, habilidoso e aprendeu váriosofícios. Residia à Rua Dois de Novem-

bro, em uma casa onde cultivava muitasflores: miosótis, açucenas, margaridas,rosas e cravos. Inspirado nelas come-çou a fazer os primeiros rabiscos. Foicarpinteiro, alfaiate primoroso das Lo-jas Sarno, cozinheiro, tocava flauta ebandolim, tendo participado da banda demúsica Nossa Senhora das Dores.

Para a família, era muito dedicado: faziadeliciosas balas de coco e muita goiabadapara guardar em caixas. As asinhas dos anjosusadas nas coroações eram feitas por ele.Era muito caridoso e querido: à porta da suacasa recorriam mendigos, doentes, neces-sitados ou quem queria apenas um apertode mão e uma palavra de atenção.

Em 1927, quando iniciou o traba-lho de pintura da Igreja Matriz, ele mes-mo preparou a madeira, os panos para apintura e as tintas. No barrado das bor-das do teto, foram usados mais de 80anjinhos diferentes e várias tonalidades.

O destaque são as quatro pinturasda nave central que rememoram o Nas-cimento, a Transfiguração, a morte deCristo e Deus Pai. O quadro do nasci-mento é singular, pois, numa época emque Jesus era comumente retratado loi-ro e de olhos azuis, Jerônimo buscou ins-

piração nas longínquas regiões do Ori-ente Médio para retratar o menino comfeições peculiares.

O quadro do centro, que retrata aTransfiguração de Jesus, é uma relei-tura do quadro renascentista de Rafa-el Sânzio. O Cristo Crucificado teminspiração em Velásquez, um artistado barroco espanhol.

Essas obras são muito valiosas e for-mam, com o corpo arquitetônico da igre-ja, um valioso conjunto do patrimônioHistórico de Passos. Não é um bem tom-bado, mas encontra-se muito bem con-servado pela Paróquia Matriz do SenhorBom Jesus dos Passos.