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Enquadre Prof. Mauro Hegenberg Psicoterapia Breve – Instituto Sedes Sapientiae

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Page 1: Enquadre Prof. Mauro Hegenberg Psicoterapia Breve – Instituto Sedes Sapientiae

Enquadre Prof. Mauro Hegenberg

Psicoterapia Breve – Instituto Sedes Sapientiae

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Enquadre

O maior risco do enquadre é seu mutismo, porque, como tendemos a dá-lo por fixo e estável, não o interpretamos adequadamente (Etchegoyen, 1985, p. 301).

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Enquadre

• Sociedade sustenta a relação.

• Terapeuta? Diploma na parede .

• Enquadre influencia a relação.

• Psicanálise, psicodrama, corporal.....

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Funções do enquadre

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Função dinâmica

Indissociável da função tópicaDelimita um campo diferente das regras sociais.

Suspende tabus e institui outros.Pode falar tudo, fazer não. Polidez ‘out’.Relação genitor-filho se reproduz. Filho paga

honorários!Terapeuta responde parcimoniosamente às

demandas (frustração) do paciente, através de interpretações (nova relação se estabelece).

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Função tópica

• Neutralidade e constância dos locais• Freqüência das sessões• Horários• Duração• Posição divã, F-F

Suporte do tratamento; só aparece quando se modifica

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Definição Gilliéron

Enquadre = o setting + relação terapêutica

Setting = parâmetros fixos

Relação terapêutica = associação livre, interpretação, apoio, contato físico, massagem, jogo do rabisco, AT, perguntas...

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Setting parâmetros fixos

- Número de participantes: indiv., casal, grupo- Número de sessões: 1 a 5x/sem; 2x/dia?- Disposição temporal: tempo da sessão (20’);

(i)limitado- Disposição espacial: divã, poltrona, tablado- Honorários, férias, faltas

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Enquadre Gilliéron• As variações do enquadre são suficientes para

modificar o funcionamento psíquico e intensificam as trocas relacionais.

• A técnica de interpretação deve ser estudada e adaptada a essas modificações.

• É possível na PB respeitar as regras básicas da Psicanálise, desde que se compreendam as resistências que aí surgem.

• A função do enquadre é criar uma situação psíquica apropriada para favorecer a legitimidade e a eficácia da interpretação.

• O enquadre se apóia na cultura ambiental.

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Enquadre

Se o enquadre varia, a relação entre terapeuta e

paciente também se altera.

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Psicanálise

• Frente a frente/divã• Uma/ várias sessões por semana• Tempo limitado/ilimitado.

• Análise clássica: divã; 3 a 5x/sem; sem prazo• PIP: F-F; 1 a 2x/sem; sem prazo• PB: F-F; 1x/sem; tempo limitado

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Enquadre variável

Tanto a análise clássica = divã, várias sessões semanais e tempo ilimitado

quanto a PB = frente-a-frente, uma sessão semanal e tempo limitado

seguem o vértice psicanalítico

- o que varia é o enquadre -

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Vértice Considero vértice psicanalítico a articulação entre a teoria psicanalítica e um procedimento determinado.

Para se situar dentro do vértice psicanalítico, além da teoria, o procedimento considerado se dá a partir da fixação de quatro pilares fundamentais:

- a investigação/análise da transferência, - a interpretação, - a utilização das associações livres/atenção flutuante e - o respeito à neutralidade.

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Psicanálise

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PB e intervenções breves

• Intervenções breves: um ou mais encontros não-programados

• Psicoterapia: encontros com seqüência no tempo, horários combinados, continuidade garantida

• PB: máximo de um ano.

O profissional utiliza a relação com finalidade terapêutica (não reage, compreende)

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PB psicanalítica

• A interferência real do analista não é um ruído, mas sua presença é fundamental no processo de análise (Ferenczi e Winnicott).

• Não há bebê sem a mãe (ambiente) –Winn

• Diferença entre invasão e apresentação - Winn

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Tratamento-padrãoou análise clássica (ou psicanálise !?)

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Regressão O enquadre do Tr-P propicia a regressão (holding):- Várias sessões/sem = analista disponível.- Divã = facilita o fantasiar sobre o analista e o ensimesmamento pela

privação sensorial.

Ao diminuir a responsabilidade do P, este enquadre leva à maior dependência, colaborando com a regressão e prolongando o tratamento.

A regressão é condição necessária para que se constitua uma neurose de

transferência analisável. O que influencia a regressão, influencia a neurose de transferência.

A regressão depende das condições de personalidade do paciente.

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Regressão

• Um acordo entre T. e P. sobre o objetivo a ser atingido favorece a aliança terapêutica e limita a regressão.

• A fixação de um tempo desde o início acelera o processo e parece empurrar o P. a se limitar aos aspectos mais importantes de sua problemática.

• Não há necessidade de evitar a regressão ou a neurose de transferência.

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Neurose de transferência

• É a neurose artificial em que tendem a se organizar as manifestações de transferência;

• É uma nova edição da neurose clínica;• P. repete na transf. seus conflitos infantis. • Na neurose de transferência todo o

comportamento patológico do P. se vem re-centrar na sua relação com o T.

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Neurose de transferência

Freud: desde que o P. respeite as condições de existência do tratamento, conseguimos conferir a todos os sintomas da doença um novo significado (Laplanche, p.399).

A repetição dos conflitos com o analista está

facilitada pelas condições do enquadre (Etchegoyen, 1985, p.314).

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Neurose de transferência• Re-centrar os conflitos com o analista torna

indispensável a análise desta relação em seus vários aspectos. A neurose de Transf. exige tempo para ser analisada, o que tende a prolongar o tratamento.

• O tempo ilimitado cria condições que facilitam a instalação da neurose de transf., o que implica em maior tempo de análise, e assim por diante.

• A maior convivência (5x/sem, t’ ilim) facilita (não cria) as condições para que a neurose de transferência se instale.

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Resistências

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Compulsão à repetição

O que permanece incompreendido retorna; como uma alma penada, não tem repouso até encontrar resolução e libertação (Freud).

Processo incoercível e de origem inconsciente, pelo qual o indivíduo se coloca em situações penosas, repetindo experiências antigas sem se recordar do protótipo e tendo, pelo contrário, a impressão muito viva de que se trata de algo plenamente motivado na atualidade (Laplanche).

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Resistências

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PB

O limite de tempo inibe as satisfações regressivas, não alimenta as resistências e dificulta a instalação da neurose de transferência.

O tempo limitado da terapia faz com que o P. se veja diante de uma condição em que os benefícios secundários não fazem mais sentido em relação à angústia maior dos conflitos.

O tempo limitado transporta o P. para o registro da castração, modificando a compulsão à repetição.

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Resistências

• Enquadre F-F favorece a importância das interações pela restrição do espaço fantasmático. “Vc está triste hoje” (presente/passado)

• F-F facilita a ilusão de realização possível de desejos. Presença do T. estimula investimento na pessoa. Confundir fantasia com realidade.

• Favorece resistência ao insight.

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fim