enfretamento da diabetes (resumo)
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Estudo sobre o enfrentamento de adolescentes diabéticos do Rio de Janeiro sobre sua doença.TRANSCRIPT
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA MARTAGÃO GESTEIRA
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
ENFRENTAMENTO DA DIABETES POR JOVENS ADOLESCENTES:
Recursos pessoais na adesão ao tratamento
Trabalho de apresentação de curso apresentado pela
residente Tatyana Sant’Anna Reis para avaliação a fim
de concluir a Residência Multiprofissional em Saúde
da Criança e do Adolescente do Instituto de
Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira
(IPPMG/UFRJ)
Orientação da Prof. Dr.ª Ana Cristina Barros da Cunha
RIO DE JANEIRO
2013
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RESUMO
O estudo pretendeu identificar e analisar as estratégias de enfrentamento relacionadas
à adesão ao tratamento que adolescentes portadores de Diabetes Mellitus Tipo 1 utilizam para
lidar com sua condição crônica de saúde. O estudo foi realizado no ambulatório de Diabetes,
do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da Universidade Federal
do Rio de Janeiro junto a adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 12 e 18 anos. O
estudo possui um caráter quantitativo no qual foi adotada uma análise estatística correlacional
onde os dados foram processados através do software SPSS (Statistical Package for the Social
Sciences 20.0) e realizada a correlação entre as variáveis principais do estudo. Os
adolescentes foram submetidos aos seguintes instrumentos: 1) EMEP - Escala Modos de
Enfrentamento de Problemas, para identificar e analisar o estilo de enfrentamento (coping) que
utilizam para lidar com o diabetes; 2) Protocolo de dados gerais, para identificar e analisar o
perfil psicossocial do adolescente participante da pesquisa. Com isso, pretendeu-se identificar
e analisar quais os recursos pessoais que esses jovens possuem para conviverem com a
diabetes, bem como o estilo de enfrentamento que adotam, relacionado à adesão ao tratamento
da doença.
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MOTIVAÇÃO
Durante a prática no Programa de Residência Integrada Multiprofissional dentro de
um hospital universitário pediátrico do Rio de Janeiro, tive a oportunidade de acompanhar,
como residente de Psicologia, as reuniões dos grupos de espera do ambulatório de diabetes.
Enquanto as crianças e adolescentes aguardavam o atendimento junto com seus responsáveis,
os profissionais do Setor de Psicologia, em parceria com o ambulatório de diabetes,
conduziam grupos de sala de espera que representavam um espaço de fala e escuta com a
finalidade de acolher as demandas trazidas pelos pacientes e seus. Neste espaço, abre-se a
possibilidade de cada paciente ou familiar dividir com os demais participantes seu modo de
enfrentar esta condição de vida, bem como suas dificuldades e angústias diante do diabetes, se
beneficiando, assim, da escuta das experiências dos demais pacientes que vivem na mesma
situação.
No período em que observei esses grupos pude ouvir diversos relatos a respeito das
dificuldades deste público em conviver com uma doença crônica. Percebi então que a adesão
ao tratamento pela criança ou adolescente é facilitada quando tem o apoio de amigos e da
família. Além disso, percebi que a adesão ao tratamento durante a adolescência é muito mais
complexa do que em crianças menores, possivelmente pelas questões próprias desta fase do
desenvolvimento, quase sempre repleta de dúvidas e conflitos existenciais. Porém, mesmo
diante de tantos desafios apareceram relatos de como, paciente e família, conseguiam de
forma resiliente superar suas dificuldades frente ao diabetes e prosseguirem com suas vidas.
Nessa perspectiva, o presente estudo pretendeu investigar e discutir os recursos
pessoais que adolescentes diabéticos utilizam para lidar com sua condição crônica de saúde a
fim de contribuir para adoção de uma prática de assistência, ensino e pesquisa baseada no
conhecimento do estilo de enfrentamento que jovens com diabetes tipo 1 utilizam e contribuir,
assim, para elaboração de medidas que possam favorecer a adesão ao tratamento.
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INTRODUÇÃO
A Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma doença crônica de cunho metabólico
causada pela ausência de produção de insulina pelo pâncreas, exigindo que o paciente obtenha
de maneira artificial este hormônio. Dentre os tipos da doença, a tipo 1 é habitualmente
diagnosticada na infância e na adolescência, gerando muitos desafios e medos a enfrentar,
pelo fato de se ver forçado a modificar sua rotina e seus hábitos de acordo com as limitações
que a doença lhe impõe.
De uma maneira geral, quando a DM1 é descoberta na adolescência, o quadro se torna
ainda mais complexo por conta das demandas emergentes desse período evolutivo que são
típicas da idade, como por exemplo, o surgimento da sexualidade, que somadas às questões
próprias da doença, nem sempre é uma experiência fácil de vivenciar.
O adoecimento, a possibilidade de hospitalização e o temor da morte causam impactos
tanto no adolescente diabético quanto na sua família, podendo, inclusive, causar uma
desestruturação familiar e a modificação do ritmo habitual de vida e das relações (Kassiou e
Tsamasiro, 1999; ABP, 2012).
Para Jaser (2010), a entrada na adolescência está associada com uma piora na adesão
ao tratamento, seguido de uma deterioração do controle metabólico e de maior risco de
ocorrência de distúrbios psicológicos em portadores de DM 1.
Diante de tantos temores, não apenas o jovem diabético como também seus familiares
sofrem com as dificuldades do manejo da doença, devido à exigência de uma significativa
adaptação alimentar e psicossocial, além de um permanente controle glicêmico com
aplicações regulares de insulina.
Durante a infância o manejo da doença é assumido pela família, entretanto, na
adolescência espera-se que tais responsabilidades sejam transferidas gradualmente para o
próprio jovem, buscando promover habilidades de auto-cuidado e sua consequente autonomia.
Mesmo que o adolescente venha a assumir o controle pelo seu tratamento, o papel dos
familiares permanece no sentido de apoiá-lo diante das eventuais dificuldades frente ao
manejo da doença, mantendo-os como co-responsáveis frente ao tratamento da Diabetes.
O Diabetes Mellitus Tipo 1 na Adolescência
Segundo a OMS a adolescência consiste no período entre 10 e 19 anos de idade,
porém no Brasil, conforme o ECA, esta faixa de idade é menor e compreende ao período dos
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12 aos 18 anos de idade. Essas delimitações têm por objetivo marcar o período da puberdade,
que consiste em inúmeras modificações biológicas de causa principalmente hormonal, com
alterações físicas, tais como o aumento da estatura e mudanças no formato corporal, com
reflexos sociais devido ao novo lugar que este jovem assume diante da sociedade.
A combinação de todas essas mudanças gera no adolescente uma nova forma de
pensar sobre si mesmo e sobre o mundo, favorecendo a busca de uma nova identidade, na
medida em que aumentam as relações com seus pares e diminui a interação com os adultos
(Cole & Cole, 2003 apud Silva, 2011).
Para Leite, Zanim, Granzotto, Heupa e Lamounier (2008), na puberdade geralmente
ocorre um difícil controle glicêmico por parte do jovem diabético, que necessitará de
modificações na administração da insulina, reajustes na rotina e outros fatores que podem ser
geradores de estresse.
3.2 – O Coping e o Diabetes Mellitus Tipo 1
O termo coping, comumente encontrado na literatura em saúde, não tem um
correspondente exato na língua portuguesa, contudo a expressão “estratégias de
enfrentamento” surge com o objetivo de melhor entender o termo. Este termo pode ser
entendido como as habilidades desenvolvidas pelos indivíduos diante de situações de estresse,
e de adaptação a elas, no intuito de reduzir seus efeitos aversivos (Santos e Enumo, 2003).
As pesquisas a respeito do coping tem se intensificado desde os anos 80 e diversos
autores tem contribuído para definir seu conceito. Skinner e Zim-Gembeck (2007) definiram o
coping como um processo de regulação do individuo frente a condições estressoras. Já
Lazarus e Folkman (1984) entendem o coping como “os esforços cognitivos e
comportamentais constantes para gerir as exigências específicas externas e/ou internas que
são avaliadas como limitando ou excedendo os recursos da pessoa” (p.141). Savóia (1999)
complementa que o coping também possui o objetivo de aumentar, criar ou manter a
percepção do controle pessoal diante da situação estressante.
Folkman e Moskowitz (2004 apud Filipi, 2011), descreveram um modelo cognitivo de
coping, onde perceberam que diante de uma situação específica o indivíduo primeiramente a
avalia e depois avalia seus recursos diante desta condição. Esta observação é compreendida de
acordo com as características, experiências, expectativas e crenças que o indivíduo traz
consigo, gerando emoções (positivas ou negativas) que resultam em comportamentos (de ação
ou evitamento). A necessidade de ajustes das estratégias será avaliada pelo indivíduo de
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acordo com os resultados, o contexto e as contingências de cada situação, e sempre que os
objetivos não forem os esperados, pode ocorrer uma reestruturação para novas estratégias.
De acordo com a conceitualização de cada autor, poderá haver uma diferenciação no
que se refere à apresentação das estratégias de coping. Uma das tipologias mais utilizadas é a
de Lazarus e Folkman (1984), que dividiram o coping de acordo com duas dimensões:
centrado no problema ou centrado nas emoções. O primeiro diz respeito a uma forma ativa de
tentar solucionar a questão através de um conjunto de medidas instrumentais, já no segundo o
indivíduo lida com as emoções geradas através da situação estressora. O coping focado no
problema é ser mais comum diante de situações em que se observa uma possibilidade de
alteração ou controle, enquanto o coping focado na emoção, geralmente está presente em
situações incontroláveis e inalteráveis.
A forma que cada pessoa utiliza o coping depende das facilidades e/ou dificuldades,
dos seus recursos pessoais e contextuais, tais como saúde e energia, crenças existenciais,
habilidades de soluções de problemas, habilidades sociais, suporte social e recursos materiais
(Savóia, 1999).
Supõe-se que diante de um diagnóstico de DM1, o adolescente pode apresentar um
estilo de coping focado na emoção, caso ele avalie de forma negativa a revelação diagnóstica,
com o objetivo de se proteger diante da situação que ainda não sabe ou não foi preparado para
lidar. Por outro lado, ao perceber que existe a necessidade de conviver com a doença, o
adolescente pode reinterpretar a situação conferindo a ela uma interpretação positiva, o que
favoreceria o coping focado no problema. Isso prova que não existem estratégias certas e
erradas, e sim aquelas consideradas mais adaptativas e adequadas para determinadas
circunstâncias, de acordo com a percepção e significados que a pessoa atribui à experiência.
Ou seja, conforme o grau de maturidade do jovem, um mesmo problema pode ser narrado de
diferentes formas dependendo de como interpreta tal situação adversa.
Rutter (2006) apresenta estudos empíricos que comprovam o aumento da resistência
ao stress vivenciado após uma dificuldade, do mesmo modo que o organismo se adapta às
mudanças. Nessa perspectiva faz-se importante introduzir o conceito de resiliência, onde
Assis, Avanci, Njaine e Pesce (2008) destacam ser a capacidade que o sujeito possui em
resistir às conseqüências negativas das adversidades e desenvolver-se adequadamente.
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JUSTIFICATIVA
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2012), cerca de 350 milhões de pessoas no
mundo são portadoras de diabetes e mais de 1,3 milhões de pessoas morreram em 2009. No
Brasil, no mesmo período, foram registradas 529 mortes por complicações dessa doença
(DATASUS, 2012), cujos agravos estão relacionados a comprometimentos oftalmológicos,
renais, amputação de membros inferiores, dentre outros. Os dados da Federação Internacional
de Diabetes (2011), demonstram que cerca de 490,1 mil crianças no mundo são portadoras da
doença, e que esse número tende a aumentar 3% a cada ano. Dentre os tipos de diabetes, a
Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é mais comumente encontrado em crianças e adolescentes do
que em adultos, onde a maior freqüência é o tipo 2.
Segundo Castro e Piccinini (2002), a doença crônica pode ser vista como um estressor
que afeta o desenvolvimento normal da criança e do adolescente, e também atinge as relações
sociais dentro e fora do sistema familiar. A rotina de toda família muda, com as constantes
visitas ao médico, aplicações de insulina, constante medição das taxas de glicose, restrições e
novos hábitos alimentares, além disso, a auto-imagem pode ser afetada e a relação com os
outros também podem sofrer modificações.
Diante de tantas mudanças que afetam diretamente o dia-a-dia do jovem diabético,
somadas às mudanças próprias da adolescência, faz-se importante conhecer quais estratégias
de enfrentamento (coping) são adotadas por ele no intuito de lidar com a diabetes. Cada
jovem adotará um estilo próprio de coping de acordo com suas características de
personalidade e experiência pessoal e com o apoio recebido pela família e amigos, na
tentativa de se adequar a sua realidade de tratamento.
Com o objetivo de verificar a produção científica e acadêmica sobre o tema do
presente trabalho, foram realizadas buscas em bancos de dados como a Biblioteca Virtual da
Saúde, o periódico CAPES e a base SCIELO, utilizando descritores como “Adolescente”,
“Coping” e “Diabetes Mellitus Tipo 1”, buscando publicações completas produzidas no
período de 1990 até 2012, tendo maior foco em publicações mais recentes. Foram então
encontrados 27 estudos, e com base neste levantamento bibliográfico foi possível observar
uma necessidade de produzir mais trabalhos a respeito do tema proposto, contribuindo para
sua produção e discussão principalmente na área da psicologia.
METODOLOGIA
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A pesquisa teve a participação de adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 12
e 18 anos, alfabetizados, portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1), em atendimento há
pelo menos 12 meses no IPPMG/UFRJ, pois estima-se que 12 meses seja um tempo razoável
para que o adolescente e sua família estejam adaptados à instituição e tenham recebido as
orientações necessárias ao tratamento. Os critérios de exclusão da amostra foram: 1) Outras
patologias crônicas em comorbidade com a DM1; 2) Adolescentes com menos de 12 meses de
atendimento; 3) Adolescentes analfabetos ou com déficit intelectual que comprometa a leitura
e compreensão da EMEP.
A coleta de dados foi realizada no ambulatório de diabetes do Instituto de Pediatria e
Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ), hospital universitário de referência em
pediatria, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Durante o período de 3 meses, os
participantes foram abordados durante a espera do atendimento médico.
Para a coleta de dados da presente pesquisa serão aplicados os instrumentos:
1) Escala Modos de Enfrentamento de Problemas, instrumento já padronizado
para a população brasileira, tem por objetivo identificar o estilo de enfretamento
(coping) diante de uma situação estressora em contexto de saúde. É composta por 45
itens, agrupados em quatro fatores: 1) enfrentamento focalizado no problema (18
itens); 2) enfrentamento focalizado na emoção (15 itens); 3) busca de práticas
religiosas (7 itens); 4) busca de suporte social (5 itens). As respostas são dadas em
uma escala do tipo Likert com cinco pontos (1=Eu nunca faço isso; 2=Eu faço isso um
pouco; 3=Eu faço isso às vezes; 4=Eu faço isso muito; 5 = Eu faço isso sempre). A
EMEP permite uma análise clínica ou qualitativa das estratégias de enfrentamento
utilizadas em situações de vulnerabilidade, a partir da avaliação da resposta dos 45
itens da escala.
2) Protocolo de Dados Gerais, elaborado para o presente estudo, teve como
objetivo identificar as variáveis que permitiram traçar o perfil psicossocial dos
adolescentes participantes da pesquisa. Os dados foram levantados diretamente do
prontuário e complementados com informações fornecidas pelo próprio adolescente. O
formulário é dividido em quatro partes: 1) dados do adolescente (sexo, idade,
endereço); 2) dados sociais (vida escolar, apoio social); 3) dados familiares (renda
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familiar, quantidade de pessoas residentes na casa, grau de instrução do responsável);
e 4) dados da diabetes (início da doença, hemoglobina glicada).
Os instrumentos adotados no estudo são auto-aplicáveis e também podem servir como
uma forma do jovem se conhecer melhor. Na medida em que responde às perguntas, ele pode
avaliar suas ações, o apoio recebido pela família, e quais estratégias está acostumado a utilizar
diante da diabetes. Ao organizar seus pensamentos para responder às perguntas os pacientes
puderam se beneficiar através da reflexão e da observação do que poderia auxiliá-los no
enfrentamento da diabetes e também o que está sendo prejudicial no tratamento.
A pesquisa teve um caráter quantitativo no qual foi adotada uma análise estatística
correlacional, onde o processamento dos dados coletados foi realizado através do software
SPSS (Statistical Package for the Social Sciences- versão em português 20.0) e realizada a
correlação entre as variáveis principais do estudo.
ANÁLISE DOS DADOS
O ambulatório de diabetes do IPPMG tem registrado atualmente 230 pacientes acima
de 12 anos de idade. Foi considerada uma amostra de 17% dos adolescentes diabéticos
atendidos no local (n=40), selecionados de acordo com os dias e horários disponíveis nas
consultas entre os meses de agosto, setembro e outubro de 2013.
Dados clínicos e adesão ao tratamento
No que diz respeito à idade dos participantes quando receberam o diagnóstico da
diabetes, a grande maioria (n=39) abriu o quadro da doença com menos de dez anos
(M=5,83;DP=2,81; Mdn=6,00), sendo o mais cedo com 10 meses e o mais tardio com 12
anos. Com relação aos níveis de hemoglobina glicada (HbA1c), 35,1% dos pacientes
apresentaram níveis <7,5% (n=13) considerados bons ou aceitáveis, 45,9% estavam dentro
dos níveis 7,6% a 9,5% (n=17) já considerados no estado de alerta para alto, e 18,9%
apresentaram níveis >9,6% (n=7) considerados altíssimos no sangue e sugerindo péssima
adesão ao tratamento. Os resultados da hemoglobina glicada de três participantes não foram
localizados e não foram considerados nesta análise (n=37).
No que se refere ao seguimento da dieta, pouco mais da metade (n=23) alegou
dificuldades respondendo que só consegue seguir a dieta às vezes, enquanto uma menor
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quantidade de participantes afirmou não ter dificuldades (n=17), além disso nenhum
participante respondeu não conseguir seguir a dieta. Ao serem perguntados sobre o
cumprimento dos horários de medição da glicemia, dois participantes admitiram não respeitar
o horário proposto pelo médico, enquanto quatro admitiram que só conseguem seguir às
vezes, em contraste com a maioria (n=34) que afirmou realizar os testes no horário certo. A
mesma pergunta foi refeita considerando a aplicação da insulina e todos os dados se
mantiveram, exceto um dos participantes que afirmou realizar as aplicações de insulina nos
horários certos mesmo não realizando o teste glicêmico.
Tabela1: Dados clínicos e adesão ao tratamento
Características n %
Idade no diagnóstico
De 0 a 5 anos 18 45%
De 6 a 10 21 52,5%
Acima de 10 anos 1 2,5%
Hemoglobina Glicada
(HbA1c) %
< 7,5% 13 35,1%
De 7,6 a 9,5% 17 45,9%
> 9,6% 7 18,9%
Consegue seguir à dietaSim 17 42,5%
Às vezes 23 57,5%
Cumpre os horários do teste de glicemia
Sim 34 85%
Não 2 5%
Às vezes 4 10%
Cumpre os horários da aplicação da insulina
Sim 35 87,5%
Não 1 2,5
Às vezes 4 10
Descrição sociodemográfica
A distribuição em relação ao sexo foi de 20 participantes do sexo feminino e 20 do
sexo masculino. Com relação à idade dos participantes, foi observada uma distribuição
amostral composta por 50% de jovens com a idade entre 12 e 13 anos (n=20), 30% entre 14 e
15 anos (n=12) e 20% entre 16 e 18 anos (n=8), demonstrando a rotina do serviço em
encaminhar os pacientes para o Hospital Universitário na medida em que se aproximam da
fase adulta e ganham mais autonomia. A média entre as idades foi de 14 anos (DP=2;
Mdn=14; Amplitude=5,8). Com relação ao grau de escolaridade dos adolescentes os dados
demonstraram que 75% encontram-se no ensino fundamental (n=29) com uma maior
concentração entre o 8º e 9º anos (n=18); seguido dos 20% dos participantes com o ensino
médio (n=10) e apenas 1 participante no ensino superior (2,5%). Ao declarar a renda
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familiar, 42.5% dos participantes não soube responder (n=17), enquanto outros estimaram a
renda da família entre 1 e 2 salários míninos (n=11), entre 3 e 4 salários (n=7) ou entre 5 e 6
salários mínimos (n=5).
Sobre o responsável que passa um maior tempo com o adolescente supervisionando e
auxiliando no tratamento, os resultados demonstram que a maioria dos jovens tem somente a
mãe como a figura do cuidador principal (n=25), em comparação com os jovens que recebem
cuidados somente do pai (n=5), com os jovens que recebem os cuidados de ambos (n=4) e
aqueles que recebem cuidados de outras pessoas (n=6). No que se refere à escolaridade do
cuidador principal, apenas um não era alfabetizado, outros estudaram até os anos iniciais e
anos finais (n=5 e n=2, respectivamente), sendo a maioria com o ensino médio (n=21),
seguido de nível superior (n=11).
Tabela 2: Resumo Sociodemográfico
Características n %
SexoMasculino 20 50%
Feminino 20 50%
Idade
Entre 12 e 13 anos 20 50%
Entre 14 e 15 anos 12 30%
Entre 16 e 18 anos 8 20%
Média 14 anos -
Ano escolar
Ensino Fundamental 29 72,5%
Ensino Médio 10 25%
Superior 1 2,5%
Cuidados Principal
Somente mãe 25 62,5%Somente pai 5 12,5%Pai e Mãe 4 10%Outros 6 15%
Escolaridade do cuidador principal
Analfabetos 1 2.5%Anos iniciais do EF 5 12,5%Anos Finais do EF 2 5%Ensino Médio 21 52,5%Superior 11 27,5%
Renda Familiar
N/Sabe 17 42,5%De 1 a 2 SM 11 27,5%De 3 a 4 SM 7 17,5%De 5 a 6 SM 5 12,5%
Dados Psicossociais
Entre os participantes da pesquisa, pouco mais da metade (n=24) já teria recebido
atendimento psicológico pelo menos uma vez, ao contrário daqueles que nunca foram ao
psicólogo (n=16). Ao serem perguntados se sentiam vergonha em ser diabéticos, a minoria
(n=2) respondeu afirmativamente, enquanto a maioria disse não se incomodar (n=32), no
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entanto, alguns responderam que sentiam-se envergonhados em algumas situações (n=6).
Com isso a maioria também disse que todos os amigos sabem de sua condição crônica
(n=36), enquanto alguns poucos preferem dizer apenas aos amigos mais íntimos (n=4). Esses
dados se modificam um pouco quando se fala de um ambiente escolar onde, embora a maioria
ainda afirme que todos dentro daquele espaço sabem da diabetes (n=30), outros disseram que
apenas os mais próximos sabem da doença (n-=10). Com relação à prática de esportes, a
maioria afirmou realizar algum tipo de atividade física (n=25), enquanto o restante afirmou
não praticar nenhum exercício regularmente (n=15).
Tabela 3: Resumo Psicossocial
Características n %
Já foi ao PsicólogoSim 24 60%
Não 16 40%
Sente vergonha em ser
diabético
Sim 2 5%
Não 32 80%
Às vezes 6 15%
Quem sabe da DiabetesTodos 36 90%
Os mais íntimos 4 10%
Na escola quem sabe da diabetes
Todos 30 75%
Os mais íntimos 10 25%
Faz algum esporte regularmente
Sim 25 62,5%
Não 15 37,5%
Estratégias de Enfrentamento
Os escores da EMEP indicaram a variabilidade de respostas dos participantes com
relação tipo de enfrentamento que cada um mais utiliza. Os resultados demonstraram que o
Fator 1 - Estratégia focada no problema é o estilo de coping mais utilizado pelos adolescentes
(M=3,72; DP=0,58; Mdn=3,76; amplitude=2,12), seguido do Fator 3 - busca de práticas
religiosas/pensamento fantasioso (M=3,51; DP=0,97; Mdn=3,64; amplitude=3,29) e depois
pelo Fator 4 – busca de suporte social (M=2,91; DP=0,97; Mdn=2,80; amplitude=4,00),
sendo o Fator 2 - foco na emoção o coping com menos frequência observada no conjunto de
informações respondidas pelos adolescentes (M=1,86; DP=0,70; Mdn=1,67;
amplitude=3,07).
Foi observada através de coeficientes de correlação de Pearson, uma associação
positiva significativa do coping focado no problema com as modalidades busca de práticas
religiosas/pensamento fantasioso (r=0,390; p<0,05) e busca de suporte social (r=0,393;
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p<0,05), o que indica o uso dessas duas estratégias como complementares no enfrentamento
da diabetes pelos participantes que utilizam do coping focado no problema. No coping focado
na emoção foi observado uma associação positiva significativa com a modalidade busca de
práticas religiosas/pensamento fantasioso (r=0,447; p<0,01) indicando o uso dessa estratégia
como complementar quando associada ao foco na emoção.
Tabela 4: Correlação entre as Estratégias de Enfrentamento
Problema Emoção Religioso Suporte social
Problema Pearson Correlation 1 ,253 ,390* ,393*
Emoção Pearson Correlation ,253 1 ,447** ,255
Religioso Pearson Correlation ,390* ,447** 1 ,227
Suporte social Pearson Correlation ,393* ,255 ,227 1
* Correlação é significativa ao nível de 0,05
** Correlação é significativa ao nível de 0,01
Tabela5: Distribuição das estratégias de enfrentamento por idade dos participantes
EMEP Total
Coping
focado no
problema
Coping
focado na
emoção
Prática
religiosa /
Pensamento
fantasioso
Busca de
suporte
social
Idade
Entre 12 e 13 anos 10 1 5 4 20
% 50,0% 5,0% 25,0% 20,0% 100,0%
Entre 14 e 15 anos 6 0 5 1 12
% 50,0% 0,0% 41,7% 8,3% 100,0%
Entre 16 e 18 anos 5 0 1 2 8
% 62,5% 0,0% 12,5% 25,0% 100,0%
Total21 1 11 7 40
% 52,5% 2,5% 27,5% 17,5% 100,0%
A tabela 5, expressa a distribuição das demais idades em relação ao coping, conforme abaixo:
Não houve diferença na distribuição do coping em relação ao sexo e aos níveis de
hemoglobina glicada (HbA1c).
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DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O estudo verificou que o coping mais utilizado pelos participantes tem o foco centrado
no problema, o que significa que os jovens lidam com a diabetes de forma ativa, através de
um conjunto de medidas instrumentais que busca resolver as dificuldades em manejar a
doença. Dentre as medidas principais estão: alimentação saudável, prática regular de esportes
e controle dos níveis de açúcar no sangue através de testes de glicemia e aplicação de insulina
nos horários recomendados. Ao responderem o que mais faziam para lidarem com a doença,
muitos participantes reconheceram a alimentação e a atividade física com bons estímulos para
o controle da glicemia:
“Faço muito exercício, alimentação balanceada e outras coisas boas para a
diabetes” (A18)
“Fazer muitos exercícios e tentar me controlar (dieta)” (A29)
“Distrair-me com um esporte” (A33)
Alguns responderam de forma generalizada, considerando o tratamento como um
conjunto de medidas, que juntas, atingem o objetivo de controlar a doença:
“Cumprindo com os meus deveres de fazer tudo certinho” (A1)
“Apenas sigo meu tratamento tentando fazer as coisas corretamente” (A12)
“Sigo todas as orientações médicas” (A31)
Outros conseguiram refletir mais além, demonstrando uma posição ativa frente à
doença, mantendo uma rotina de jovens normais, observando-se apenas com um pouco mais
de cuidado:
“Quando saio eu levo minhas coisas para ficar um pouco mais de tempo” (A17)
“Encarar e viver em frente, porque a vida continua...” (A23)
“Vivo como uma pessoa normal, não deixo de fazer nada por esse problema, eu sigo
minhas regras e faço minha dieta” (A34)
“Apenas me vejo como uma pessoa normal, só que toma injeções e com uma boa
alimentação” (A35)
As estratégias focadas no problema identificadas nesse estudo são em sua maioria
positivas, pois se observa uma posição ativa que favorece uma adesão ao tratamento. No
entanto, o coping focado no problema também pode ter efeitos negativos quando a ação de
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controle da diabetes desregula o tratamento ou causa efeitos adversos, como no caso do
participante A28, que para camuflar possíveis transgressões na dieta, aplicava uma dose maior
de insulina do que a recomendada para seu caso:
“Aplico insulina um pouco mais, puxo até 50 e me aplico”
Tais ações tendem a dificultar o panorama da doença, geram episódios importantes de
hipoglicemia, além de dificultar que a equipe médica construa um plano confiável de dieta e
níveis diários de insulina
Mesmo com a predominância do coping focado no problema, observou-se que duas
outras estratégias coexistem com esta. Os copings focados na busca de práticas
religiosas/pensamento fantasioso e na busca de apoio social apresentaram indícios de uso
complementar com a estratégia focada no problema. O relato abaixo demonstra a articulação e
complementaridade entre o foco no problema e o pensamento religioso:
“Eu tenho fé em Deus de que fazendo a minha parte se cuidando, no futuro os
médicos vão achar a cura da diabetes” (A7)
A busca de apoio social que também apresentou complementaridade com coping
focado no problema foi apresentada da seguinte forma:
“Tento me abrir com pessoas que já passaram pelo mesmo problema” (A2)
“Fazer novas amizades, se distrair e ter auto-estima” (A4)
“Auto-controle e apoio da minha mãe” (A14)
“Tenho conversado com amigos e amigas, até com meu namorado, pois são pessoas
que me ajudam muito me apóiam” (A26)
Tais declarações corroboram com os estudos de Goes (2002) evidenciando que o apoio
social (dos pares e da família) influi no ajustamento psíquico e na adesão do tratamento.
Houve também uma relação positiva entre o coping focado na emoção e o coping
focado na busca de práticas religiosas, exemplificado pelo relato a seguir:
“Minha fé se fortaleceu com essa doença, no início eu achava e pensava muitas
coisas insatisfatórias para mim mesma, mas com o passar do tempo tento encarar
de modo beneficiador e a única maneira de não se abater em meio a essa situação é
buscar ao Senhor dos Exércitos, Jesus Cristo” (A5)
Mesmo com poucas incidências o coping focado na emoção aparece algumas vezes
mostrando que os jovens também podem se utilizar de outros recursos de enfrentamento
dependendo da situação:
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“Evito me estressar com isso, quando as pessoas me zoam eu tento não ficar com
raiva” (A11)
Diante das adversidades multifatoriais que o adolescente diabético está sujeito, a
capacidade de resiliência desses jovens apareceu de forma evidente, contribuindo para a
superação das dificuldades na adesão ao tratamento:
“Penso no futuro, eu penso o qual feliz eu posso ser, e tento ver o lado positivo das
coisas e falo para mim mesma: eu sou capaz de superar isso, tudo tem solução”
(A6)
“Sempre pense no lado positivo, você não vai ficar gorda!” (A20)
“Depois de passar mal na rua sem ninguém para me acudir, percebi que estava me
destruindo, e que os médicos e a minha família só querem meu bem, encontrei um
objetivo para mim e percebi que ter diabetes não é tão ruim. Somos como qualquer
outra pessoa, com um pouco mais de cuidado” (A27)
“Aceitar é a melhor maneira, o diabetes têm que se adaptar a sua vida” (A30)
“Tenho vivido uma vida normal e existem coisas muito piorem que isso” (A39)
Tais jovens apontam para uma disposição individual em resistir às conseqüências
negativas do diabetes, pois mesmo se abatendo e sofrendo, conseguem superar as
adversidades da doença.
Durante a participação na pesquisa, na medida em que os jovens preenchiam os
instrumentos, faziam indagações e comentários a respeito de sua própria condição. Para Assis
(2008) a forma como a pessoa percebe e elabora os problemas faz com que ela dê um
significado singular a sua vivência, pois compreender e elaborar resulta em um processo que
manifesta em gestos e narrativas de seu próprio problema. Cada um tem seus sistemas de
significados que está sempre se transformando, dependendo do grau de maturidade e de
experiência individual. Sendo por isso, que a diabetes pode ser percebida de diferentes formas
dependo de como cada jovem vivencia sua condição.
(Esta parte ainda está em desenvolvimento)
CONCLUSÃO
Com este estudo foi possível conhecer o perfil dos adolescentes portadores de
Diabetes Mellitus Tipo 1, atendidos em um hospital universitário pediátrico no Rio de Janeiro.
Foi possível observar que a estratégia de enfrentamento mais utilizada pelos adolescentes é o
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coping focado no problema, o que demonstra uma posição ativa do jovem diante do seu
tratamento. Verificou-se que o apoio social e a busca por práticas religiosas agem de forma
complementar com a estratégia mais utilizada. E por fim, identifica-se a resiliência desses
adolescentes como o recurso pessoal mais potente na adesão ao tratamento, o que favorece
futuros estudos que desenvolvam melhor o tema.
Espera-se ter contribuído com profissionais de saúde para que possam traçar planos de
ação mais adequados à clientela jovem, visando uma adesão ao tratamento mais eficiente e a
promoção de estratégias mais resilientes de enfrentamento da diabetes.
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