energia muscular em lombalgia (1)

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20 Aplicação de técnica de energia muscular em coletores de lixo com lombalgia mecânica aguda Application of muscle energy technique in garbage collectors with acute mechanical lumbar pain Daniel Salvador 1 , Pedro El Daher Neto 1 , Fernando Pierette Ferrari 2 1 Fisioterapeutas pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco, MS) 2 Fisioterapeuta pela UNESP (Universidade Estadual Paulista); Mestre em Educação pela UCDB; Prof. do Estágio Supervisionado em Reabilitação Musculoesquelética da UCDB ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA Daniel Salvador Rua Antônio Abdo, 519 Bairro Taveirópolis 79090-070CampoGrandeMS e-mail: [email protected]; [email protected] DESCRITORES Dor lombar/terapia. Espasmo/prevenção & controle. Trabalhadores. Saúde ocupacional. KEYWORDS Low-back pain/therapy. Spasm/prevention & control. Workers. Occupational health. Trabalho apresentado à VII Jornada de Produção Científica das Universidades Católicas do Centro-Oeste, Campo Grande MS, 12-14 nov. 2003 ACEITO PARA PUBLICAÇÃO nov. 2004 RESUMO: Devido ao esforço excessivo da coluna lombar, é alta a incidência de lombalgia entre lixeiros. Este estudo visou avaliar a eficácia da técnica de energia muscular com relaxamento pós-isométrico (TEM/RPI) para reduzir a dor de lombalgias agudas mecânicas em coletores de lixo e verificar a repercussão da técnica sobre a amplitude de movimento. Do quadro de trabalhadores de uma empresa de coleta de lixo, foram selecionados todos os portadores de lombalgia aguda. Dos 30 indivíduos localizados e submetidos a testes de comprimento muscular dos paravertebrais, isquiotibiais, piriforme e quadrado lombar, 28 se enquadraram nos critérios de inclusão e foram alocados em dois grupos: o Grupo I, experimental, foi tratado pela técnica; o Grupo 2, controle, recebeu eletroestimulação transcutânea. Utilizou-se a escala analógica-visual da dor para mensurar a intensidade dolorosa antes e após a aplicação da técnica, quando também se refizeram os testes de comprimento muscular. Os dados, analisados por estatística descritiva, mostram que houve significativa redução da dor após a aplicação da técnica no Grupo I, que teve ganho significativo de amplitude de movimento nos músculos isquiotibiais direito e esquerdo e quadrado lombar direito; não foi encontrada, porém, correlação entre diminuição da dor e ganho de amplitude. Conclui-se que a TEM/RPI é eficaz na redução da dor de lombalgia aguda mecânica dos coletores de lixo, sobretudo nos casos de dor e espasmo severos. ABSTRACT: Due to excessive effort at the lower back, there is a high incidence of low-back pain among garbage collectors. This study assessed the efficacy of a technique of muscle energy with post-contraction relaxation to reduce pain among garbage collectors with acute mechanical low-back pain, also assessing the impact of the technique onto muscle movement width. Subjects with acute low-back pain were selected among workers at a garbage collection company. Thirty subjects were found and submitted to muscle length tests for erector spinae longuissimus, biceps femoris, semimenbranosus, semitendinosus, piriformis and quadratus lumborium; among them, 28 complied to inclusion criteria and were divided into two groups; the test group was treated by the muscle energy technique and the control group was treated with TENS. The pain analogical visual scale was used to assess pain intensity before and after the application of the technique. Muscle length tests were again made after therapy. Data analised by descriptive statistics show significant pain reduction in test group subjects, who also showed significant movement width increase in the muscle groups semitendinosus right and left and right quadratus lumborium. There was no correlation between pain reduction and increase in movement width. Thus the muscle energy technique with post-contraction relaxation proved efficient to reduce mechanical acute low-back pain of garbage collectors, mainly in the cases with severe pain and spasms. FISIOTERAPIA E PESQUISA 2005; 12(2): 20-7

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Page 1: Energia Muscular Em Lombalgia (1)

20 FISIOTERAPIA E PESQUISA 2005; 12(2)

Aplicação de técnica de energia muscular em coletores de lixo comlombalgia mecânica aguda

Application of muscle energy technique in garbage collectors with acutemechanical lumbar pain

Daniel Salvador1, Pedro El Daher Neto1, Fernando Pierette Ferrari2

1 Fisioterapeutas pelaUCDB (UniversidadeCatólica Dom Bosco,MS)

2 Fisioterapeuta pelaUNESP (UniversidadeEstadual Paulista);Mestre em Educaçãopela UCDB; Prof. doEstágio Supervisionadoem ReabilitaçãoMusculoesquelética daUCDB

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA

Daniel SalvadorRua Antônio Abdo, 519Bairro Taveirópolis79090-070 Campo Grande MSe-mail:[email protected];[email protected]

DESCRITORES

Dor lombar/terapia.Espasmo/prevenção &controle. Trabalhadores.Saúde ocupacional.

KEYWORDS

Low-back pain/therapy.Spasm/prevention &control. Workers.Occupational health.

Trabalho apresentado à VIIJornada de ProduçãoCientífica das UniversidadesCatólicas do Centro-Oeste,Campo Grande MS, 12-14nov. 2003

ACEITO PARA PUBLICAÇÃOnov. 2004

RESUMO: Devido ao esforço excessivo da coluna lombar, é alta a incidênciade lombalgia entre lixeiros. Este estudo visou avaliar a eficácia da técnicade energia muscular com relaxamento pós-isométrico (TEM/RPI) para reduzira dor de lombalgias agudas mecânicas em coletores de lixo e verificar arepercussão da técnica sobre a amplitude de movimento. Do quadro detrabalhadores de uma empresa de coleta de lixo, foram selecionados todosos portadores de lombalgia aguda. Dos 30 indivíduos localizados esubmetidos a testes de comprimento muscular dos paravertebrais,isquiotibiais, piriforme e quadrado lombar, 28 se enquadraram nos critériosde inclusão e foram alocados em dois grupos: o Grupo I, experimental, foitratado pela técnica; o Grupo 2, controle, recebeu eletroestimulaçãotranscutânea. Utilizou-se a escala analógica-visual da dor para mensurar aintensidade dolorosa antes e após a aplicação da técnica, quando tambémse refizeram os testes de comprimento muscular. Os dados, analisados porestatística descritiva, mostram que houve significativa redução da dor apósa aplicação da técnica no Grupo I, que teve ganho significativo de amplitudede movimento nos músculos isquiotibiais direito e esquerdo e quadradolombar direito; não foi encontrada, porém, correlação entre diminuição dador e ganho de amplitude. Conclui-se que a TEM/RPI é eficaz na reduçãoda dor de lombalgia aguda mecânica dos coletores de lixo, sobretudo noscasos de dor e espasmo severos.

ABSTRACT: Due to excessive effort at the lower back, there is a high incidenceof low-back pain among garbage collectors. This study assessed the efficacyof a technique of muscle energy with post-contraction relaxation to reducepain among garbage collectors with acute mechanical low-back pain, alsoassessing the impact of the technique onto muscle movement width. Subjectswith acute low-back pain were selected among workers at a garbagecollection company. Thirty subjects were found and submitted to musclelength tests for erector spinae longuissimus, biceps femoris,semimenbranosus, semitendinosus, piriformis and quadratus lumborium;among them, 28 complied to inclusion criteria and were divided into twogroups; the test group was treated by the muscle energy technique and thecontrol group was treated with TENS. The pain analogical visual scale wasused to assess pain intensity before and after the application of the technique.Muscle length tests were again made after therapy. Data analised bydescriptive statistics show significant pain reduction in test group subjects,who also showed significant movement width increase in the muscle groupssemitendinosus right and left and right quadratus lumborium. There was nocorrelation between pain reduction and increase in movement width. Thusthe muscle energy technique with post-contraction relaxation provedefficient to reduce mechanical acute low-back pain of garbage collectors,mainly in the cases with severe pain and spasms.

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Salvador et al. Técnica de energia muscular para tratar lombalgia

INTRODUÇÃOAs dores de coluna são tão

antigas quanto a própria humani-dade e confundem-se com nossacondição de seres humanos1.Segundo o 1o Consenso Brasileirosobre lombalgias e lombociatal-gias, cerca de 80% da populaçãomundial, em alguma fase da vida,será acometida por dor lombar2.

A população economicamenteativa é a faixa de maior incidên-cia da lombalgia, que se tornou aprimeira causa de afastamento dotrabalho entre os segurados doInstituto Nacional de SeguridadeSocial3 e custa ao mundo bilhõesde dólares anuais em dias perdi-dos de trabalho, seguros e trata-mentos2,4,5. Essa realidade evidenciaa necessidade de estudos e inves-timento em informação, prevençãoe formas de tratamento adequadase efetivas6.

As manifestações de dorlombar podem decorrer dediversos fatores precipitadores.Um deles é o esforço laboral. Paracada categoria profissional existeuma característica particular deexigência motora e a dor estáassociada à função exercida7.Segundo o Conselho Nacional deSegurança dos EUA, os coletoresde lixo constituem um dos gruposde maior incidência de lombalgia,sendo a dor resultante do esforçoexcessivo na manipulação devolumes de lixo e de movimentosabruptos de flexão, extensão erotação da coluna lombar8.

Apesar da crescente preocupa-ção com as patologias ocupacio-nais, são numerosos os riscos labo-rais a que os coletores de lixo estãoexpostos9. Além de algumas vezesdesvalorizado pela própria po-pulação a quem serve, encontra-se submetido a múltiplos riscoslaborais que, somados ao precárioacesso à assistência médica, aolazer e a alimentação, acabampor torná-lo um doente10.

As lombalgias mecânicas,objeto deste estudo, são as maisincidentes dentre todos os tipos epodem decorrer de alterações

estruturais, biomecânicas, vascula-res ou da interação desses fatores,que atuam alterando a configu-ração espacial da coluna lombar2.As demandas laborais contribuempara o desencadeamento das lom-balgias mecânicas6,11,12.

A técnica de energia musculardesenvolvida por Fred Mitchell,utilizada neste estudo, é ummétodo de terapia manual queutiliza a contração muscularvoluntária para restituir a mobili-dade articular, alongando músculosencurtados, contraturados ouhipertônicos e reduzindo quadrosálgicos decorrentes de espasmomuscular. Classifica-se entre astécnicas estruturais ativas, em queo indivíduo participa aplicandosua força muscular e dosificandoa técnica13.

A técnica de energia muscularcom relaxamento pós-isométrico(TEM/RPI) é um método manipu-lativo no qual o indivíduo utilizaativamente seus músculos a partirde uma posição controlada emuma direção específica contrauma força contrária. Pode ser apli-cada para alongar músculos en-curtados, fortalecer músculos enfra-quecidos e mobilizar articulaçõescom mobilidade restrita2. É indica-da a pacientes com sintomatolo-gia dolorosa do sistema locomotor,que apresentem atividade articularnormal, porém musculatura encur-tada ou com espasmo13.

A TEM/RPI baseia-se no fato deque, após uma contração pré-alongamento de um músculo re-traído, esse músculo irá relaxarcomo resultado da inibição auto-gênica e será alongado mais facil-mente. A contração antes doalongamento também leva a umrelaxamento reflexo, acompanha-do por uma diminuição na ativida-de eletromiográfica no músculoretraído14.

Há poucos estudos publicadosverificando a eficácia da TEM/RPIno tratamento da dor lombar.Autores como Brodin13, Campos eLoza14 e Chaitow2 preconizam autilização da técnica para a re-dução da dor lombar de origem

mecânica, mas novos estudos sãonecessários para que a eficácia datécnica seja comprovada.

Brodin13 realizou um estudo em1987 no Hospital Karolinska (emEstocolmo, Suécia) aplicando aTEM/RPI em 41 pacientes com dorlombar. Foram excluídos osindivíduos com lesão discal,espondilites ou sacroileítes. Aamostra compunha-se de 24mulheres e 17 homens divididosem dois grupos. Um gruporecebeu tratamento com a TEM/RPI três vezes por semana durantetrês semanas. O segundo grupo nãorecebeu tratamento. O autorconcluiu que o grupo que recebeua técnica apresentou melhorasignificativa em relação ao grupocontrole, sugerindo que a TEM/RPIpode ser usada com eficácia parao tratamento da dor lombar13.

Neste estudo propôs-se otratamento da lombalgia agudamecânica por meio da TEM/RPI,objetivando identificar a preva-lência dessas lombalgias entrecoletores de lixo e medir a eficá-cia da TEM/RPI, utilizando comoparâmetros de melhora a dimi-nuição da sintomatologia dolorosae o aumento da amplitude demovimento sem dor.

METODOLOGIAO projeto de pesquisa foi

encaminhado ao Comitê de Éticae Pesquisa da UniversidadeFederal de Mato Grosso do Sul(UFMS) e obteve parecer favo-rável para execução do estudo.

Dos 116 coletores (todoshomens) de uma empresa deCampo Grande (MS), foram sele-cionados os portadores de lom-balgia aguda, considerando os se-guintes critérios de inclusão:queixa de dor lombar aguda (dorconstante presente há no máximotrês semanas); encurtamento empelo menos um dos grupos mus-culares avaliados; ausência de tra-tamento medicamentoso ou fisio-terápico para dor lombar nasúltimas duas semanas.

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Não foram incluídos pacientesportadores de lombalgia crônica,que apresentassem alguma pato-logia reumática articular comoartrose ou osteoporose ou comfraturas. Foram excluídos ossujeitos sem encurtamento dosmúsculos pesquisados e pacien-tes com teste de Lasegue oumanobra de Valsalva positiva.

O estudo abrangeu os coletoresde resíduos domiciliares deCampo Grande, não incluindo oscoletores de resíduos de serviçosde saúde, motoristas dos veículoscoletores, trabalhadores respon-sáveis pelos serviços realizadosapós o despejo dos resíduos e oscoletores dos distritos municipais.Utilizaram-se os seguintes materi-ais: maca, fita métrica (Dynatronics®),flexímetro (Sanny®), aparelhode eletroestimulação transcutâneaTENS (Quark®).

Inicialmente, foi aplicado umquestionário a todos os coletorespara identificar os portadores delombalgia aguda, enquadrando-os ou não nos critérios de inclu-são. Após análise dos resultadosdo questionário, os indivíduospré-selecionados foram subme-tidos a uma avaliação física. Foisolici tado que o indivíduoassinasse um termo de consenti-mento esclarecido para partici-pação na pesquisa. Utilizou-separa avaliação um protocolocomposto por uma entrevistainicial, em que os trabalhadoresforam questionados a respeito dapresença ou ausência de dor apóso período de trabalho, presençaou ausência de irradiação dolo-rosa para os membros inferiores,melhora da dor ao repouso e exa-cerbação da dor pela flexão ouextensão ativa da coluna lombar.

Após a entrevista inicial, rea-lizou-se a manobra de Valsalva15

e a manobra de Lasegue11. Ape-nas os que apresentaram os doistestes negativos foram submeti-dos ao restante do protocolo deavaliação, sendo os demaisexcluídos do estudo e encami-nhados ao departamento médicoda instituição.

Após os testes especiais,

foram realizados testes de com-primento muscular. Para a mus-culatura paravertebral, utilizou-se o teste proposto por Chaitow2.O paciente foi posicionado sen-tado na maca com as pernas es-tendidas e a pelve vertical. Soli-citou-se a ele a flexão do tronco,buscando aproximar a testa dosjoelhos e os dedos das mãos àspontas dos pés. Não foi permitidaa f lexão do joelho, nem ainclinação da pelve. Foi medidacom fita métrica em centímetrosa distância entre o dedo médioda mão e o hálux do paciente.

Para o músculo quadrado lom-bar, utilizou-se o teste propostopor Busquet16. O paciente foiposicionado em decúbito dorsal.O terapeuta levantou-lhe os pésde modo a elevar as pernas apro-ximadamente na vertical. Casofosse verificada rotação do qua-dril nessa posição, o teste eraconsiderado positivo para o ladorodado. Quando se verificouaumento da lordose lombar, oteste foi considerado positivopara os dois lados.

Para a musculatura isquioti-bial, utilizou-se o teste propostopor Chaitow2. O encurtamentofoi mensurado pelo flexímetro emgraus. Antes de realizar a avalia-ção da musculatura isquiotibial,avaliaram-se os flexores de qua-dril, uma vez que, quando estesse apresentam encurtados,alteram a posição de aplicaçãodo teste para os isquiotibiais. Opaciente deitou-se em supinocom as nádegas o mais próximopossível da extremidade da ma-ca, sendo solicitado que manti-vesse a perna não testada emflexão de quadril e joelho. Aperna testada permaneceuestendida. Caso fosse verificadaelevação da coxa da pernaestendida, considerou-se a mus-culatura flexora de quadril encur-tada para aquele membro. Nocaso de os flexores de quadrilserem avaliados como encur-tados, a posição do teste para osisquiotibiais iniciou-se com aperna do lado não testado emflexão de joelho e quadril e com

o pé plano na superfície de trata-mento, de modo a assegurar ro-tação pélvica total para a po-sição neutra. Caso nenhumencurtamento dos flexores dequadril fosse observado, a pernanão testada permanecia esten-dida na maca durante a ava-liação dos isquiotibiais. Para oteste dos isquiotibiais, o pacientepermaneceu deitado em supinoe a perna testada foi levada auma posição elevada e esten-dida, não sendo permitida aflexão do joelho. Caso não fossepossível a elevação da pernaestendida de forma fácil e não-dolorosa a 90º, considerou-se amuscular isquiotibial como en-curtada. O grau de elevação al-cançado pelo paciente foi men-surado pelo flexímetro em graus.

Para o músculo piriforme uti-lizou-se uma variação da provapara mensuração do grau deanteversão do fêmur, proposto porCraig apud Gross17. O pacientefoi posicionado em decúbitoventral com os joelhos fletidos a90º e foi solicitado que deixasseo quadril pender em rotaçãointerna. O flexímetro foi posi-cionado no tornozelo do pacien-te e foi mensurado o grau deamplitude desse movimento,sendo comparado com a ampli-tude alcançada pela pernaoposta. Havendo um lado commenor amplitude, o mesmo foiconsiderado encurtado.

Após a aplicação dos testes,os pacientes que não apresen-taram encurtamento muscularnos grupos testados foramexcluídos da pesquisa e encami-nhados ao serviço médico dainstituição. Os indivíduos comencurtamento foram alocadosaleatoriamente em dois grupos,por ordem de seleção para oestudo. O primeiro indivíduoselecionado fez parte doprimeiro grupo, o segundo do se-gundo grupo, o terceiro doprimeiro grupo e assim suces-sivamente até que todos osindivíduos selecionados foramincluídos em algum grupo. Osdois grupos foram compostos

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pelo mesmo número de pacien-tes. O primeiro grupo, experi-mental, foi tratado por meio daTEM/RPI. O segundo grupo,controle, foi submetido a esti-mulação elétrica nervosa trans-cutânea (TENS) em dose míni-ma, por 5 minutos. Os doisgrupos foram submetidos aomesmo protocolo de avaliaçãopor um avaliador cego emrelação ao grupo ao qual opaciente pertencia (apenas oterapeuta executor da técnicasabia dessa pertença). Ambos osgrupos de pacientes foramtratados em apenas uma únicasessão, de mesmo tempoaproximado. Os pacientes nãousaram medicação ou outraterapêutica coadjuvante quepudesse interferir nos resultados.

Inicialmente, foi aplicada aescala analógica-visual da dor,que proporcionou uma medidaquantitativa da intensidade dedor do paciente. Esse instrumentoconsiste da utilização de umalinha não demarcada de 10cm,entre os extremos de “nenhumador” à “pior dor que se possasentir”18. Foi solicitado que opaciente traçasse uma marcavert ical no ponto em quejulgasse estar a sua dor.

A aplicação da TEM/RPI foibaseada na proposta de Chaitow2

para os músculos paravertebrais,quadrado lombar, isquiotibiais epiriforme. Para aplicação datécnica na musculatura paraver-tebral, o paciente foi posicio-nado sentado com as pernasestendidas inteiramente apoiadassobre a maca e os pés emposição neutra. Solicitou-se aopaciente que realizasse flexão dotronco a fim de aproximar asmãos da ponta dos artelhos. Oterapeuta se posicionou atrás dopaciente com uma mão naregião dorsal e outra na regiãolombar, impondo uma resistên-cia no sentido póstero-anterior.Solicitou-se que o paciente rea-lizasse uma força contra a resis-tência por 10 segundos e relaxas-se por 10 segundos; em seguida,o terapeuta realizou passiva-

mente o alongamento no pa-ciente. A técnica foi repetidamais duas vezes, solicitandocontração por 15 e 20 segundosna segunda e terceira repetiçõesrespectivamente, mantendo omesmo tempo de relaxamento10.A força aplicada pelo pacientefoi de 30% a 50% da sua capa-cidade máxima, impedindo aexacerbação dolorosa19. O tempoestabelecido de manutenção dacontração isométrica, além deevitar a fadiga muscular, dácarga aos órgãos neurotendíneose influencia neurologicamenteas fibras intrafusais, nos fusosmusculares, inibindo o tônus2.

Para a aplicação da técnicano músculo quadrado lombar, opaciente foi posicionado emdecúbito dorsal com flexão dejoelhos sobre o ombro do tera-peuta oposto ao lado encurtado.As mãos do terapeuta deramapoio ao quadril, girando-o emsentido contrário ao encurta-mento. Utilizou-se o mesmoprotocolo de alongamento des-crito anteriormente para a mus-culatura paravertebral.

Para a aplicação da técnica nomúsculo isquiotibial, o pacientefoi posicionado em decúbito dorsale foi solicitado que elevasse aperna com a musculatura encur-tada no limite de sua amplitude.O terapeuta posicionou-se dejoelhos sobre a maca e o pacienteposicionou a perna elevada noombro do terapeuta. Utilizou-se omesmo protocolo de alongamentodescrito anteriormente para amusculatura paravertebral.

Para a aplicação da técnicano músculo piriforme, o pacientefoi posicionado em decúbitoventral flexionando o joelho daperna encurtada a 90 graus,enquanto a outra permaneceuestendida na maca. O terapeutacom uma das mãos posicionadamedialmente no tornozelo dopaciente impôs resistência pararotação interna, movimento quesolicitou que o paciente reali-zasse. Simultaneamente, o tera-peuta aplicou uma pressão sobreo piriforme, situado “quatro de-

dos” acima do trocânter maior dofêmur em direção ao glúteo17.Utilizou-se o mesmo protocolode alongamento descrito ante-riormente para a musculaturaparavertebral.

Após a aplicação da técnica,foi solicitado que o paciente mar-casse novamente a intensidadedolorosa na escala analógica-visual da dor. O paciente nãoteve acesso a sua marcação an-terior, para evitar o elo compa-rativo. Foram refeitos os testesde comprimento muscular paraos músculos que se apresen-tavam encurtados anteriormente.A aplicação da TEM/RPI e daTENS foi realizada sempre pelomesmo terapeuta.

Posteriormente, foi verificadaa regressão ou progressão da dormediante a aplicação da TEM/RPI pela análise dos índicesobtidos na marcação da escalaanalógica-visual da dor antes eapós a técnica. A mesma análisefoi feita em relação à aplicaçãoda TENS no grupo controle.

A análise da intensidadedolorosa foi realizada pela men-suração das marcações feitaspelo paciente na escala analó-gica visual da dor, antes e apósa aplicação da técnica. A escalafoi dividida em três partes iguaise a dor foi considerada leve se amarcação ocorreu no primeiroterço da escala; média, se ocor-reu no segundo terço da escala;e forte, se no terceiro terço daescala. A redução da intensida-de dolorosa foi dada pela dife-rença das marcações realizadasantes e após a aplicação daTEM/RPI.

Também foi analisada a reper-cussão da aplicação da TEM/RPIsobre a amplitude de movimen-to e pelos testes de comprimentomuscular. Da mesma forma foianalisado o grupo controle.Traçou-se um paralelo compara-tivo entre os resultados dos gru-pos experimental e controle, paraconfirmar se a diferença entre osdois foi significativa ou apenascasual.

Salvador et al. Técnica de energia muscular para tratar lombalgia

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Depois de tabulados, os dadosforam transcritos para o progra-ma GraphPad InStat 3.0, ondeforam submetidos ao teste Mann-Whitney com p<0,05, ao testeexato de Fisher e ao teste decorrelação de Sperman. Os va-lores obtidos foram analisados einterpretados. Foi assegurada aosparticipantes a confidencialida-de dos dados.

RESULTADOSDo total de 116 coletores da

empresa, 40 relataram sentir dorem alguma região da coluna. Aregião de maior incidência dolo-rosa indicada foi a coluna lombar(30 casos), tendo 5 sujeitos rela-tado dor na coluna cervical ecinco na coluna dorsal.

Dentre os 30 coletores com dorlombar, 43,3% relataram sentirpiora da sintomatologia dolorosaapós o dia de trabalho; os demaisnão referiram piora, relatando quea dor não se exacerbava nos movi-mentos requeridos durante a ati-vidade laboral.

Após a entrevista inicial, doiscoletores dos trinta pré-sele-cionados pela análise dos resul-tados do questionário inicial foramexcluídos. Um deles apresentouteste de Lasegue positivo e outronão apresentou encurtamentomuscular nos grupos avaliados.Ambos foram encaminhados aoserviço médico da instituição. Osvinte e oito coletores restantesforam incluídos no estudo.

Os dados encontrados de en-curtamento dos quatro grupos mus-culares testados são resumidos naTabela 1, revelando que os mús-culos quadrado lombar, piriformee isquiotibiais se apresentaramencurtados em grande parte dosavaliados. A musculatura para-vertebral mostrou-se encurtada emapenas 10% dos avaliados.

Os resultados da análise dosdados da intensidade dolorosa dosgrupos experimental e controlesão apresentados no Quadro 1,demonstrando o número de pa-cientes incluídos em cada grupo

e a porcentagem de redução dolo-rosa média após a técnica. Den-tre os pacientes alocados no gru-po experimental, três apresenta-ram dor leve, sete dor média equatro dor forte.

O teste Mann-Whitney foi apli-cado nos dados da intensidadedolorosa, revelando não haver di-ferença significante de inten-sidade dolorosa inicial entre osgrupos experimental e controle(Quadro 2). Também se constataque houve significativa reduçãoda intensidade da dor inicial, apósa aplicação da técnica, entre ospacientes do grupo experimental,quando comparados ao grupo con-trole.

O teste Mann-Whitney tambémfoi aplicado aos dados de ampli-tude de movimento inicial para osmúsculos isquiotibiais, paraver-tebrais e piriforme, analisando-secomparativamente os grupos ex-perimental e controle. O testedemonstrou não haver diferençasignificante entre os grupos paraos músculos paravertebral epiriforme esquerdo. Verificou-sediferença significante entre os gru-pos para os músculos isquiotibiaisdireito e esquerdo e piriforme di-reito. Para o músculo quadradolombar aplicou-se o teste exato deFisher, que demonstrou não haverdiferença significante entre os gru-pos experimental e controle quan-to a esse músculo.

Aplicou-se o teste Mann-Whitneyainda aos dados da amplitude demovimento dos músculos isquio-tibiais, paravertebral e piriforme,após a realização da técnica nogrupo experimental. Nesse grupo,observou-se ganho significante deamplitude de movimento nos gru-pos musculares isquiotibiais direito

e esquerdo. Para o músculo quadra-do lombar, aplicou-se o teste exatode Fisher que demonstrou terhavido ganho significativo de am-plitude de movimento após atécnica para o músculo quadradolombar direito do grupo experi-mental. O Quadro 3 apresenta osresultados da análise estatística doganho de amplitude após a apli-cação da técnica para o grupoexperimental.

O teste de correlação de Spermanfoi aplicado aos dados objetivan-do-se verificar se houve correla-ção entre a redução da dor e oganho de amplitude de movimen-to entre os coletores do grupoexperimental. Observou-se quenão há correlação entre essas va-riáveis (r variando de –0,28 a 0,32e p>0,05).

DISCUSSÃOApesar do progresso da ergo-

nomia aplicada à coluna vertebrale do uso de sofisticados métodosdiagnósticos, entre as décadas de70 e 90, as lombalgias tiveram umcrescimento 14 vezes maior queo crescimento da população, cau-sando prejuízos anuais incal-culáveis3,20. As causas mais fre-qüentes de dor lombar são as denatureza mecânico-degenerativas.Inúmeras circunstâncias contribu-em para o desencadeamento des-sa dor, tais como os hábitosposturais, trabalhos geradores decarga às vértebras e a realizaçãode trabalhos pesados21.

Estudos revelaram que o tipo deatividade laboral desenvolvidapode ser o principal fator desen-cadeador de dor em trabalhado-res, apresentando grande influên-cia na incidência de lombalgia7,12.

Músculos Incidência de encurtamento

Quadrado lombar 31%

Piriforme 30%

Isquiotibiais 29%

Paravertebrais 10%

Tabela 1 Freqüência de encurtamento muscular segundo os músculos

encurtados

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A atividade vigorosa desempenha-da em uma função correlaciona-se positivamente com a dor mús-culo-esquelética na coluna lom-bar em homens de 18 a 39 anos22.Os fatores ocupacionais sãoimportantes na gênese dalombalgia, predispondo a sinto-mas e doenças da coluna lombar.Esses estresses ocupacionais sãoo peso e a freqüência da sobre-carga, posturas assimétricas e vi-bração3, 23, 24.

Em um estudo longitudinal pu-blicado recentemente, foram estu-dados fatores ocupacionais rela-cionados com a lombalgia. Osresultados apontaram que, emambos os sexos, tanto o sedenta-rismo como o trabalho com gran-

des cargas representam indicado-res de risco para lombalgia. Mús-culos fracos associados ao uso ina-dequado no dia-a-dia expõem asestruturas da coluna a agravos5.

Os movimentos realizados coti-dianamente pelos coletores delixo, como a flexão e a inclinaçãolateral de tronco, com levanta-mento de grandes cargas, possivel-mente ocasionam o encurtamentodos músculos laterais e posterioresdo tronco. Freqüentemente, asso-ciado à inclinação lateral, o cole-tor realiza rotação de tronco, fa-zendo com que os músculos oblí-quos externos do lado que rodouanteriormente e os oblíquosinternos do lado oposto se tornemencurtados21.

A dor na coluna lombar é fre-qüentemente acompanhada deespasmo, fraqueza muscular e di-minuição da amplitude de movi-mento21. Certas atividadesocupacionais podem exigir pos-turas que impõem tensões contí-nuas a determinados grupos mus-culares. Dentre os músculos maisenvolvidos no desencadeamentoda lombalgia estão os eretores dacoluna, posteriores da coxa e qua-drado lombar14,24.

Vinte e oito dos 30 coletoresportadores de dor lombar aguda,selecionados por meio do ques-tionário inicial, apresentaramencurtamento muscular em pelomenos um dos grupos muscularesavaliados. O músculo que apare-ceu mais freqüentemente encur-tado foi o quadrado lombar. Essemúsculo forma uma camada qua-drilátera que se expande entre aúltima costela, a crista ilíaca e acoluna vertebral25. Na atividadelaboral que exige levantamentode peso e movimentos abruptos deflexão e inclinação lateral, comoé o caso dos coletores de lixo, omúsculo quadrado lombar fre-qüentemente está encurtado26.

Apenas 10% dos coletores delixo incluídos no estudo apre-sentaram encurtamento da mus-culatura paravertebral. Emboraautores como Kraemer e Fleck27 eKendall e Mc Creary28 afirmem seralta a incidência de encurtamen-to dos paravertebrais emlombalgias mecânicas, esse acha-do foi observado em pequena por-centagem neste estudo.

A maior redução dolorosa mé-dia foi encontrada entre os pacien-tes que apresentaram dor lombarde intensidade forte no momentoem que a técnica foi aplicada.Uma vez que a dor era intensa, oespasmo muscular também eramais forte nesses pacientes. O es-pasmo muscular após a atividadelaboral deve-se em grande partea esforços musculares excessivos,com hipersensibilidade e rigideztemporária29. A contração mus-cular prolongada tem como respostaalterações circulatórias e metabó-licas locais que ocorrem quando o

Salvador et al. Técnica de energia muscular para tratar lombalgia

Grupo experimental (n=14) Grupo controle (n=14)

Intensidade

dolorosa

Número de

pacientes

Redução média (%)

Intensidade

dolorosa

Número de

pacientes

Redução média

(%)

Leve 3 60,4 Leve 2 47,9

Média 7 62,5 Média 4 18

Forte 4 91,4 Forte 8 13,3

Quadro 1 Intensidade da dor antes do atendimento e redução média da dorapós o atendimento

Quadro 2 Análise da intensidade dolorosa por meio do teste P

Intensidade de

dor inicial

Grupo experimental

(Intensidade de dor inicial X final)

Redução da intensidade da

dor após o atendimento

GE* GC* II* IF* GE* GC*

Média 4,39 3,21 4,39 1,74 3,01 0,71

DP* ± 2,20 ± 2,70 ± 2,20 ± 1,50 ± 2,85 ± 0,54

P 0,12 0,0015 0,0008

* GE=grupo experimental; GC=grupo controle; II=intensidade inicial;IF=intensidade final; DP=desvio padrão.

ITDE* ITEE* QLEE*

Inicial Final Inicial Final Inicial Final

Média 76,93 85,86 79,00 86,64 - -

DP* ±15,36 ±12,60 ±14,96 ±13,10 - -

VC* (±) 5+/9 0+/14

P 0,027 0,038 0,04

Quadro 3 Grupo experimental: representação estatística dos músculos queapresentaram ganho de amplitude significante após a aplicação daTEM/RPI

* ITDE=isquiotibial direito (grupo experimental) ; ITEE=isquiotibial esquerdoexperimental; QLEE=quadrado lombar esquerdo experimental; DP=desviopadrão; VC=variável categórica.

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26 FISIOTERAPIA E PESQUISA 2005; 12(2)

músculo está em contração con-tinua, tornando-a autoperpetuante30.

Neste estudo, não foi observa-da correlação significante entre adiminuição da dor e o ganho deamplitude de movimento após arealização da técnica. Esse acha-do pode ser decorrente do fato deque as técnicas de energia mus-cular são particularmente eficazesem pacientes que apresentam dore espasmo muscular severo e nãonecessariamente restrições de am-

plitude de movimento importantes2.

CONCLUSÃOA análise estatística dos dados

obtidos demonstrou que houve signi-ficativa redução da intensidade do-lorosa inicial, após a aplicação datécnica TEM/RPI, entre os pacientesdo grupo experimental, quando com-parados ao grupo controle.

Conclui-se, portanto, que a técni-ca de energia muscular pode ser uti-

lizada de forma eficaz para a redu-ção da intensidade dolorosa e res-tituir a mobilidade articular de lom-balgias agudas de origem mecânicanos coletores de lixo, sobretudo quan-do a dor e o espasmo são severos.

Sugere-se que novos estudos sejamrealizados para ratificar a real eficá-cia da TEM/RPI no tratamento delombalgias mecânicas em categoriasprofissionais em que o esforço laboralseja considerado como precipitadorda sintomatologia dolorosa.

1 Thompson D, Phty B, Phty M. Medidas deeficácia terapêutica nas desordens da colunalombar. Disponível em <http://www.terapiamanual.com.br/br/artigos.php> [acesso 15mar.2003].

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REFERÊNCIAS

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27FISIOTERAPIA E PESQUISA 2005; 12(2)

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Referências (cont.)

Agradecimentos aos professores Mara L. dos Santos, Albert S. de Souza e Ivanilde Saad; à colaboração de minhaesposa Juliana P. Salvador; e à empresa VEGA SOPAVE, na pessoa da funcionária Andressa Andrade, que tornou possívela realização deste estudo.

Salvador et al. Técnica de energia muscular para tratar lombalgia