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AIMMAP APOSTA NA PROMOÇÃO EXTERNA Pág. 08 Uma economia pujante e um sector bancário liderante em eficiência, rentabilidade e inovação fazem com que Espanha seja um mercado atrac- tivo para o investimento português que, em apenas quatro anos, ultra- passou os sete mil milhões de euros. Com o terceiro maior crescimento do PIB a nível europeu e com um poder de compra que duplicou nos últimos 10 anos, Espanha é o destino natural para a internacionalização das empresas portuguesas, que contam já com mais de 140 lojas próprias ou em regime de fanchising. Segundo Vital Morgado, adido comercial de Portugal em Espanha, há um número crescente de pequenas e médias empresas interessadas em investirem no mercado espanhol. Energia, banca, telecomunicações e ac- tividades imobiliárias são os sectores mais importantes. A PME Portugal acaba de abrir uma delegação em Espanha. Pág. 05 Os municípios têm um amplo leque de atribuições e obrigações para com as populações, designa- damente ao nível das infra-estru- turas. Deparam-se, porém, com restrições orçamentais cada vez maiores. Os parceiros privados aparecem, neste contexto, como uma solução a abraçar, podendo o poder lo- cal e central aproveitar a maior eficiência, dinamismo e mesmo capacidade de endividamento dos privados. A maior característica das PPP é que o financiamento e o risco corre, em regra, por conta do privado, podendo as PPP ser auto- -sustentáveis ou não. PÁG. 6 Parceiros privados podem melhorar eficiência das câmaras Empresas portuguesas investem em Espanha mais de sete mil milhões PORTUGAL ESTÁ MAIS ATRACTIVO PARA O INVESTIMENTO PÁG. 07 ORACLE ACREDITA NA MODERNIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PÁG. 28 “CRÉDITO AO CONSUMO É UM NEGÓCIO RENTÁVEL PARA OS BANCOS” PÁG. 36 CONFIANÇA NA PROPRIEDADE INTELECTUAL AJUDA A RELANÇAR SECTOR TÊXTIL PÁG. 26 MIBEL PODERÁ ALARGAR-SE A MARROCOS E ARGÉLIA PÁG. 11 “CONSUMIR PRODUTOS PORTUGUESES É GARANTIR O FUTURO DO PAÍS” PÁG. 25 Mais de 300 empresas portuguesas estão instaladas em Espanha PME Portugal abre delegação em Vigo para apoiar investidores SUPLEMENTO METAL “VIDA ECONÓMICA” LIDERA JORNAIS ECONÓMICOS A “Vida Económica” é o jornal especializado com maior circu- lação no mercado português. Os dados da APCT – Associa- ção Portuguesa de Controlo de Tiragem relativos ao primeiro semestre de 2006 revelam que a “Vida Económica” lidera o ranking das publicações do seu segmento em circulação paga e em circulação total. (continua na página 34) DIRECTOR João Peixoto de Sousa Nº 1172 / 27 Outubro 2006 / Semanal / Portugal Continental 2www.vidaeconomica.pt PUB “É NECESSÁRIO ALTERAR A CULTURA ANTIEMPRESA” PÁG. 35 Empresas IKEA INVESTE 660 MILHÕES DE EUROS ATÉ 2015 Pág. 09 CUSTOS DE PRODUÇÃO AFASTAM JONHSON CONTROLS PÁG. IV SUPLEMENTO ARAN ACÇÕES DA GALP INICIAM NEGOCIAÇÃO EM ALTA Pág. 37 CRÉDITO ÀS EMPRESAS AUMENTA 6,6 MIL MILHÕES DE EUROS Pag. 36 C&A QUER ABRIR MAIS 18 LOJAS Pág. 09 9 720972 000037 01172 VENDAS PARA ESPANHA AUMENTAM 62,5% Fonte: INE Espanhol Valores em percentagem 1995 2000 14.5 16.6 27 29 Exportações Importações

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AIMMAP APOSTA NA PROMOÇÃO EXTERNA

Pág. 08

Uma economia pujante e um sector bancário liderante em eficiência, rentabilidade e inovação fazem com que Espanha seja um mercado atrac-tivo para o investimento português que, em apenas quatro anos, ultra-passou os sete mil milhões de euros.Com o terceiro maior crescimento do PIB a nível europeu e com um poder de compra que duplicou nos últimos 10 anos, Espanha é o destino natural para a internacionalização das empresas portuguesas, que contam já com mais de 140 lojas próprias ou em regime de fanchising.Segundo Vital Morgado, adido comercial de Portugal em Espanha, há um número crescente de pequenas e médias empresas interessadas em investirem no mercado espanhol. Energia, banca, telecomunicações e ac-tividades imobiliárias são os sectores mais importantes.A PME Portugal acaba de abrir uma delegação em Espanha.

Pág. 05

Os municípios têm um amplo leque de atribuições e obrigações para com as populações, designa-damente ao nível das infra-estru-turas. Deparam-se, porém, com restrições orçamentais cada vez maiores.Os parceiros privados aparecem, neste contexto, como uma solução a abraçar, podendo o poder lo-

cal e central aproveitar a maior eficiência, dinamismo e mesmo capacidade de endividamento dos privados.A maior característica das PPP é que o financiamento e o risco corre, em regra, por conta do privado, podendo as PPP ser auto--sustentáveis ou não.

PÁG. 6

Parceiros privados podem melhorar eficiência das câmaras

Empresas portuguesas investem em Espanha mais de sete mil milhões

PORTUGAL ESTÁ MAIS ATRACTIVO PARA O INVESTIMENTO

PÁG. 07

ORACLE ACREDITA NA MODERNIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PÁG. 28

“CRÉDITO AO CONSUMO É UM NEGÓCIO RENTÁVEL PARA OS BANCOS”

PÁG. 36

CONFIANÇA NA PROPRIEDADE INTELECTUAL AJUDA A RELANÇAR SECTOR TÊXTIL

PÁG. 26

MIBEL PODERÁ ALARGAR-SE A MARROCOS E ARGÉLIA

PÁG. 11

“CONSUMIR PRODUTOS PORTUGUESES É GARANTIR O FUTURO DO PAÍS”

PÁG. 25

Mais de 300 empresas

portuguesas estão instaladas em

Espanha

PME Portugal abre delegação em

Vigo para apoiar investidores

SUPLEMENTO METAL

“VIDA ECONÓMICA” LIDERA JORNAIS ECONÓMICOS

A “Vida Económica” é o jornal especializado com maior circu-lação no mercado português. Os dados da APCT – Associa-ção Portuguesa de Controlo de Tiragem relativos ao primeiro semestre de 2006 revelam que a “Vida Económica” lidera o ranking das publicações do seu segmento em circulação paga e em circulação total.

(continua na página 34)

DIRECTORJoão Peixoto de Sousa

Nº 1172 / 27 Outubro 2006 / Semanal / Portugal Continental 2€

www.vidaeconomica.pt

PUB

“É NECESSÁRIO ALTERAR A CULTURA ANTIEMPRESA”

PÁG. 35

EmpresasIKEA INVESTE 660 MILHÕES DE EUROS ATÉ 2015

Pág. 09

CUSTOS DE PRODUÇÃO AFASTAM JONHSON CONTROLS

PÁG. IV

SUPLEMENTO ARAN

ACÇÕES DA GALP INICIAM NEGOCIAÇÃO EM ALTA

Pág. 37

CRÉDITO ÀS EMPRESAS AUMENTA 6,6 MIL MILHÕES DE EUROS

Pag. 36

C&A QUER ABRIR MAIS 18 LOJAS

Pág. 09

9 720972 000037

0 1 1 7 2

VENDAS PARA ESPANHA AUMENTAM 62,5%

Fonte: INE Espanhol

Valores em percentagem

1995 2000

14.516.6

27 29Exportações

Importações

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O FIM DAS SCUT A NORTE

O que vem de ser anunciado quanto à introdução de portagens nas SCUT a Norte, fere os mais elementares princípios da justiça, da equidade e da solidariedade nacional.

Não é fácil viver em Portugal com uma economia em transição ace-lerada, uma profunda crise nas fi nanças públicas e uma sociedade em profunda mutação, e tudo isto, ainda, num contexto interna-

cional incerto e inseguro.Mas é um grande desafi o.O processo de destruição criativa (Schumpeter) que marca indelevel-

mente o tempo português actual pode levar não só à substituição do velho pelo novo como à passagem da mediocridade à excelência. E este é, por isso, um tempo de esperança a que não se deve fi car indiferente, mas nos há-de comprometer, também, na mudança em curso.

A questão não será, pois, a mudança, mas o sentido da mudança, a que, aliás, o Orçamento de Estado (OE) para 2007 já marca inegáveis linhas. Sobre a respectiva proposta de lei têm-se afi rmado três correntes críticas: uma técnica, outra partidária e uma outra ideológica. Na primeira perspec-tiva, o OE terá acolhido as opções mínimas necessárias para responder à crise do défi ce público; na perspectiva partidária, o OE é mau porque não e é bom, porque sim; na perspectiva ideológica, releva, sobretudo, a matriz da luta de classes. Tendo em conta estas visões parcelares, é necessária uma síntese – e fazê-la cabe naturalmente ao Governo que recebeu mandato democrático para conduzir os destinos do país, e não às oposições.

Aos sacrifícios exigidos por todos os processos e dinâmicas em curso, têm os portugueses reagido, apesar de tudo, com bastante lucidez e muita compreensão, apesar de alguns serem demasiado gravosos. E creio que, em geral, a resposta há-de continuar no mesmo tom desde que impere sempre a justiça e a equidade e não sejam ignorados, também, os valores da certeza, da segurança e da solidariedade, sem os quais, de resto, nada se pode cons-truir e é difícil viver em sociedade.

Ora o que vem de ser anunciado quanto à introdução de portagens nas SCUT a Norte (Norte Litoral, Grande Porto e Costa da Prata) fere os mais elementares princípios da justiça, da equidade e da solidariedade nacional. Não há justifi cação que valha a tão atrabiliária e desnorteada decisão. Tra-ta-se de um tipo de decisão que, disfarçada de técnica, assenta no poder gratuito e autista, tanto quanto ignorante e centralista.

Na verdade, nenhum dos índices invocados – mas não provados! – pelo Governo tem aplicação: os índices de poder de compra no Norte têm caído ( e não subido); o produto interno bruto regional é dos mais miseráveis de todas as regiões europeias; e não há alternativas em matéria de estradas que justifi quem a opção.

É mais um prego no caixão do desenvolvimento do Norte.É mais uma prova de que a Norte não há poder político.É mais um crime contra a solidariedade nacional.A doutrina política que sufraga a existência das SCUT é sã, tanto quanto

o é a introdução posterior de portagens desde que se mantenham as linhas essenciais daquela doutrina. Ora a decisão anunciada pelo Governo não resiste à mais simples análise da situação dos índices que a introdução de portagens implica que se verifi que.

A prova da pertinência da decisão cabe ao Governo, que nunca a conse-guirá fazer.

A contraprova, essa caberia aos deputados do Norte, aos autarcas da região e às elites políticas nortenhas. Se tivessem dimensão humana e política…

EMPRESAS CITADAS

Impresa ................................ 03

E.ON .................................... 03

Banco Popular ....................... 04

Miranda ................................ 04

Esomar ................................. 07

Citigroup ............................... 08

SAP ..................................... 08

eBay ..................................... 08

Skype ................................... 08

YouTube ................................ 08

Google .................................. 08

Ttata Steel ............................ 08

Corus ................................... 08

REN ..................................... 11

HoraInox ............................... 13

Albino Ibérica ........................ 13

Casa Cadaval ......................... 14

Paxar .................................... 14

OPCA ................................... 14

Massimo Dutti ....................... 16

Chamartín ............................. 19

Amorim Imobiliária ................ 19

Lena ..................................... 21

Imocom ................................ 21

Nersant ................................ 21

Grupo Lar ...................... .......21

Millennium bcp ..................... 21

J. A. Santos Carvalho ............. 21

PT ........................................ 25

BPI ...................................... 25

Vila Sol ................................. 25

José de Mello Saúde .............. 25

Gesventure ............................ 27

Motorola ............................... 27

Vodafone ............................... 27

Optimus ............................... 27

Oracle .................................. 28

McAffe ................................. 29

Omigma ................................ 29

Mainroad .............................. 29

Creative Labs ........................ 45

Sogrape ................................ 45

PRODUTIVIDADE LABORAL DAS EMPRESAS NACIONAIS

ESTÁ A CRESCER

Os gestores portugueses consi-deram que, no ano passado, a produtividade laboral das suas empresas terá crescido cerca de 15%, uma informação que con-tradiz os últimos dados da OCDE, que aponta mesmo para um de-créscimo do PIB por hora traba-lhada. O estudo da consultora Proudfoot revela optimismo por parte das empresas nacionais.Para os gestores, o objectivo mais importante é manter a tendên-cia de crescimento. O executivos afi rmam que efi ciência é obtida sobretudo por via da retenção dos funcionários mais produtivos, da realização de investimentos em tecnologias da informação e da externalização de algumas das funções. A maioria destacou que o nível de produtividade está rela-cionado com os incentivos econó-micos baseados na qualidade do trabalho desenvolvido. Ainda no ano passado, as empresas portu-guesas terão benefi ciado de uma redução nas horas de trabalho perdidas.

ACTUALIDADE

INFORMÁTICA

FISCO ABRE MÃO DE 100 MILHÕES NOS PPRA reposição dos benefícios fi scais nos Planos de Poupança Reforma (PPR) é uma das raras medidas de incentivo à poupança por parte do actual Executivo. Com esta medida, o Estado terá que “abrir mão” de cerca de 100 milhões de euros, contra os apenas dez milhões previstos para o presente exercício. No entanto, os benefícios não serão iguais para todos os planos.

MAGIRUS QUER TER PRESENÇA NOS MAIORES DISTRIBUIDORES

Portugal é ainda um mercado apetecível para a maioria das empresas de tec-nologia. A Magirus está consciente desse facto e está a desenvolver esforços para se implantar entre os maiores distribuidores. A empresa centra a atenção, numa primeira fase, na integração das suas três unidades de negócio. O gran-de objectivo é actuar, na medida do possível, junto do utilizador fi nal.

ESPANHÓIS RECUSAM PRODUTOS PORTUGUESESO presidente da Associação Nacional de Comerciantes e Industriais de Produ-tos Alimentares (ANCIPA) acha que o tratamento que nós damos aos espanhóis não tem reciprocidade no país vizinho. Os espanhóis pensam que, se têm produtos semelhantes, não há que os comprar a estrangeiros. A notoriedade dos produtos portugueses não é reconhecida no mercado espanhol. O inverso já não é verdade. Muitas feiras mais não são que um veículo de internaciona-lização da indústria espanhola.

NESTA EDIÇÃO

Abertura

HUMOR ECONÓMICO

ASSOCIATIVISMO

CAUSAS DO DIA-A-DIA

ANTÓNIO VILARADVOGADO

[email protected]

EDITOR E PROPRIETÁRIO: Vida Económica Editorial SA

REDACÇÃO: Virgílio Ferreira (Chefe de Re-dacção), Guilherme Osswald, Sandra Ribeiro, Susana Marvão, Gabriela Raposo, Bárbara Andrade, Aquiles Pinto, Martim Porto, Rute Barreira e Adérito Bandeira.

SECRETÁRIA DA REDACÇÃO: Lisbeth Ferreira [email protected]

PAGINAÇÃO: Célia César, Mário Almeida, Flá-via Leitão, José Barbosa e Susana Almeida.

CENTRO DE INFORMÁTICA: Paulo AlexandreContactos Porto: Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq. 4049-037 PortoTel.: 223 399 400 • Fax: 222 058 [email protected] Lisboa: Campo Pequeno, 50 - 4º Esq. 1000-081 Lisboa Tel.: 217 815 410 • Fax: 217 815 415

DEPARTAMENTO COMERCIAL:Porto: Teresa Claro e Madalena [email protected]@vidaeconomica.pt

Secretária Comercial: Alzira [email protected]. 223 399 404

Lisboa: Sónia PiresE-mail: [email protected]. 217 815 410

EMPRESA CERTIFICADA

TIRAGEM CONTROLADA PELA:

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 25.100

4000 Município (Porto) TAXA PAGARegisto na D. G. C. S. nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN. 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

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P. 29

BREVES

PÁG. 04

sexta-feira, 27 Outubro de 2006ACTUALIDADE02

P. 25

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49% Queda nos lucros da Impresa até

Setembro

EXPANSIÓN

E.ON completa supercrédito de mais de 37 mil milhõesO gigante alemão da energia E.ON completou a operação de um megacré-dito de 37,1 mil milhões de euros para adquirir a espanhola Endesa. Trata-se de um novo empréstimo sindicado, sendo que o processo ficou concluído em apenas duas semanas e foi subscrito por 18 entidades creditícias. A empre-sa germânica fez questão de anunciar que se trata do maior financiamento sindicado do mundo e da fé do merca-do financeiro internacional na E.ON e o seu apoio à oferta pela Endesa. O empréstimo será refinanciado por meio de diversas emissões de dívida e/ou ampliação de capital (...).

FINANCIAL TIMES

Crescimento na zona euro não impressiona BCEOs políticos podem ter falado prema-turamente ao afirmarem que as pers-pectivas mudaram, em termos econó-micos, na zona euro. O Banco Central Europeu deitou água fria no dinamis-mo registado ao nível do crescimento da produtividade laboral (...). O banco central afirma que esse crescimento pode ser apenas a extensão de um fe-nómeno cíclico e avisa que será neces-sário esperar ainda alguns anos para se saber se essa produtividade é um facto incontestável, superior mesmo à dos Estados Unidos.

INVESTIRPatrões e sindicatos franceses começam a entender-seFoi colocada primeira pedra do mer-cado de trabalho. O patronato e oito líderes sindicais encontraram-se para debaterem a reforma do mercado de trabalho. Foi a primeira reunião deste género desde há mais de seis anos. Os participantes mostraram-se satisfeitos, à excepção da CGT. Três grupos de trabalho vão agora debater os assuntos mais pertinentes, como os contratos de trabalho, os percursos profissionais e o seguro de desemprego (...).

ECONÓMETRO

REVISTA

DE IMPRENSA

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VIEIRA DA SILVAO ministro do Trabalho não dá muito nas vistas, mas apresenta trabalho, de uma maneira geral meritório. Desta vez toca num assunto que há muito deveria ser motivo de maior controlo, o financiamento à formação profissional. A partir de agora, os apoios à formação vão-se destinar apenas às empresas com melhores re-sultados. Por outro lado, as empresas perdem apoios do Estado na contratação de jovens com menos de 23 anos sem o curso do secundário.

ÁLVARO PORTELAA Sonae Sierra continua o seu processo de expansão de forma consistente. E quando não é possível avançar isoladamente, nada como encontrar parceiros credíveis e com experiência reconhecida. Foi o que aconteceu no mercado brasileiro. A empresa do universo Sonae alie-nou 50% da Sierra Brasil a uma empresa norte-america-na com que encaixou quase 119 milhões de euros.

JOSÉ SÓCRATESO Primeiro-Ministro deu uma imagem muito pálida pe-rante as adversidades. Os erros sucederam-se por parte dos seus ministros, os argumentos utilizados para justi-ficar certas medidas são descabidos e repetiram-se os avanços e recuos. Sócrates preferiu nem sequer apare-cer, mais preocupado em salvaguardar a sua posição do que em esclarecer os portugueses.

MARIANO GAGOO ministro do Ensino Superior é quase virtual, raramen-te aparece e quando o faz é mensageiros de boas no-tícias. Mas a realidade é bem diferente. Há situações incompreensíveis ao nível dos docentes. Enquanto uns dão aulas em três e quatro instituições, há doutorados no desemprego. Naturalmente, os alunos também pa-gam esta forma de estar de muitos docentes no ensino superior. Parecem figuras intocáveis, se se pensar nos anos em que se fala nos “turboprofessores”.

2,1 mil milhões de eurosCrédito malparado dos particulares

em Agosto

260milhões de eurosReceitas do jogo

nos nove primeiros meses

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 03ACTUALIDADE

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Américo Amorim, administrador do Banco Popular Espanhol, premiado pela EGP

“Sector bancário espanhol é extremamente agressivo”O sector bancário espanhol é “extremamente agressivo”, comparado com o português, e, além do mais, as instituições financeiras do país vizinho “têm muito rigor no controlo dos custos”, que são “nitidamente inferiores” aos praticados pela banca nacional. A afirmação é do empresário corticeiro Américo Amorim, em declarações à “Vida Económica” à margem da cerimónia de entrega do prémio Empreendedor 2006, atribuído pela Escola de Gestão da Universidade do Porto (EGP).

“Portugal em contraciclo com a Europa”

“Hoje há pouca coragem e pou-ca visão estratégica”, sentenciou, ainda, Américo Amorim e “a eco-nomia tem de se provocar per-manentemente” de “construir-se em cada dia”. É, aliás, necessário “reprivatizar a economia”, disse Amorim, frisando que “não há justificação para o Estado ainda intervir em cerca de 100 empre-sas” nacionais.

É preciso “pôr os portugueses a nadar”, acrescentou, insurgindo-se contra o número – “700 mil” – de funcionários públicos existentes no país. É uma situação “incomportá-vel para Portugal”, “um país amor-daçado há muitos anos” e “em con-traciclo com a Europa”.

O empresário, que, em 2005, reorganizou o grupo que co-manda pela quarta vez e que, em parceria com a Sonagol, adquiriu 33,44 por cento do capital da Galp, aponta outra receita para o sucesso: o “comando diversi-ficado”. “Eu nunca tive só um produto, nunca apostei num só mercado, nunca trabalhei com uma só divisa”. Depender de uma só moeda é “um altíssimo risco empresarial”.

Américo Amorim falou à “Vida Económica” na qualidade de ac-cionista e membro do Conselho de Administração do Banco Po-pular Espanhol e realçou a prin-cipal diferença entre o sistema fi-nanceiro espanhol e o português: “eles têm muito rigor no controlo do custos, a grande diferenciação é essa, os custos, o que é um dado extremamente importante do sistema financeiro, nitidamente mais baixo em Espanha do que em Portugal”.

“Esta diferença dos custos é gri-tante entre os sistemas financeiros dos dois países”, complementou, acrescentando que “as variáveis do mercado e as especificidades, que são completamente distintas entre os dois países”, completam a diversidade entre os dois esta-dos.

Portugueses “acríticos” e “pouco irreverentes”

A informação e a comunica-ção são “condição de sobrevivên-cia” de um empresário líder de um grupo de empresas, afirmou Américo Amorim, perante uma plateia de empresários, alunos e ex-alunos da Escola de Gestão do Porto, que acompanharam a en-

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O Grupo Editorial Vida Económica tem condições para lhe proporcionar formação à medida dos objectivos e necessidades dos seus trabalhadores, colaboradores ou associados, em qualquer ponto do país, em horário laboral ou pós-laboral.

Grupo Editorial Vida Económica. R. Gonçalo Cristóvão, 111 - 6º Esq. 4049-037 PortoInf: Ana Maria Vieira Telf. 223 399 457/00 Fx. 222 058 098 [email protected]

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“Miranda” eleita sociedade de advogados africana no ano

A Chambers & Partners, um dos mais importantes directórios jurídicos internacionais, nomeou a Miranda Correia Amendoeira & Associados (“Miranda”) e a sua rede de escritórios associados, Miranda Alliance, para a catego-ria de “African Law Firm of the Year”, no âmbito da atribuição dos prémios “Chambers Global Awards” promovidos anualmente por aquele directório.

“Fazer parte de uma lista em que ombreamos com algumas dessas firmas é sinal de que o nos-so trabalho consegue competir com o daqueles que largamente nos superam em dimensão”.

A cerimónia da entrega do ga-lardão da edição de 2006 irá rea-lizar-se no dia 16 de Novembro, no The London Hilton, Park Lane, em Londres.

trega do prémio Empreendedor 2006. “Não é possível liderar e comandar um grupo de empre-sas sem essa condição” – “decidir com informação”.

A receita para o sucesso é, pois, entre outros factores, ter consci-ência de que “a informação não tem pausas” e de que a mesma é fundamental, mesmo que à custa do sacrifícios de “noites”, “fins-de-semana” ou “férias”, garan-te Américo Amorim. Só assim, com a “recusa da comodidade” se “constroem as grandes decisões”. “Com informação, com muita informação”, reafirma, acrescen-tando a importância da “leitura”, do “sentido crítico”, da “irreve-rência” - “sem obstinação” - e do “conhecimento do terreno”, atra-vés das viagens pelo mundo. “Os portugueses lêem muito pouco, falam de mais e são pouco irreve-rentes” e “quando uma sociedade não lê, estamos no abstracto da economia”.

“Deixem menos coisas aos vos-sos filhos, mas incentivem-nos e dêem-lhes condições para eles viajarem”, atirou Américo Amo-rim aos empresários que o ou-viam, criticando o ambiente de “excessivo facilitismo” que certos pais proporcionam aos filhos.

Fisco abre mão de 100 milhões nos PPR

A reposição dos benefícios fis-cais nos Planos de Poupança Re-forma (PPR) é uma das poucas medidas de incentivo à poupan-ça deste Orçamento de Estado. Com esta medida, haverá um acréscimo de 100 milhões de eu-ros face aos 10 milhões estimados para este ano.

Os benefícios não serão iguais para todos os PPR. Serão maiores para quem optar por uma renda vitalícia, em vez de um resgate, ou seja, para quem optar por re-ceber uma parcela do PPR ao lon-go dos anos, em vez de resgatar o dinheiro aplicado de uma vez. O OE introduz a “discriminação positiva para a opção de rendas vitalícias”.

Deste modo, “a prestação paga no âmbito de planos poupança reforma ou planos de pensões ou outros regimes complementares de Segurança Social, que corres-ponde ao reembolso de capital, será considerada em 80%. Tal significa que, neste caso, o va-lor do rendimento sujeito a IRS passa a ser de 20% do valor da renda”, refere o OE. “Com esta alteração pretende-se incentivar a opção pelo recebimento do be-nefício sob a forma de renda, em

detrimento do recebimento em capital”, defende o Executivo.

Despesas fiscais disparam

Para além do agravamento da despesa fiscal em 100 milhões de euros com a reposição dos PPR, as despesas com os contribuintes portadores de deficiência vai pas-sar de 150 para 159 milhões de euros. Entre os benefícios fiscais onde a despesa também dispara está a aquisição de computadores, onde o Estado dará benefícios de 75 milhões de euros face aos 1,4 milhões estimados para o ano cor-rente. Com um montante também considerável, estão os desportistas que absorverão benefícios fiscais de 13,5 milhões de euros.

Entre as alterações introduzidas ao Estatuto dos Benefícios Fiscais estão algumas das recomendações da Comissão de Reavaliação des-tes benefícios. Entre elas: o refor-ço da caducidade das normas que os instituem; o aperfeiçoamento e actualização de algumas medidas de incentivos fiscais; e a concreti-zação da unidade e consolidação normativa do quadro regulador dos benefícios fiscais.

FII prejudicados

Com a revisão do Estatuto, os benefícios fiscais associados aos fundos de investimento imobi-liário (FII) diminuíram. É que, no caso dos FII fechados de subs-crição particular por investidores não qualificados ou por institui-ções financeiras por conta daque-les, a isenção de IMT e de IMI desaparece, passando apenas a re-duzir-se em metade a taxa destes impostos.

Por outro lado, foram criados benefícios adicionais para FII em que 75% do activo esteja afecto à exploração de recursos florestais. Também foi desenvolvido um regime fiscal para os fundos de capital de risco.

Teixeira dos Santos , ministro das Finan-ças, reavalia benefícios fiscais.

“É necessário reprivatizar a economia”, pois “não há justificação para o Estado ainda inter-vir em cerca de 100 empresas” nacionais, disse Américo Amorim na EGP.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006ACTUALIDADE04

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Road Show da PME Portugal revela

Empresas portuguesas investem em Espanha mais de sete mil milhões

Um poder de compra que duplicou nos últimos 20 anos e um crescimento económico muito acima da média europeia são algumas das razões para que Espanha seja o destino de muitos portugueses. Os números não deixam margem para dúvidas: mais de 64 mil residentes e mais de 300 empresas fizeram essa opção. Os dados foram re-velados durante um “road-show” da PME Portugal.

Retirando o valor dos imóveis em Espa-nha, relativamente aos quais se fala numa “bolha imobiliária”, resultante da especu-lação do mercado, parece que só há boas razões para os portugueses estarem em Espanha. O crescimento económico de 3,7% no terceiro trimestre de 2006, muito acima da média europeia, atesta a vitalida-de económica deste país, que é nada mais nada menos do que a sétima economia da OCDE e a quinta maior da União Euro-peia.

Mas podem apontar-se outros pontos fortes: forte cres-cimento do investimento, forte capitalização bolsista, uma economia cada vez mais internacionalizada e um sector bancário liderante em rentabilidade, em eficiência e em inovação.

Espanha é mais competitiva

O défice comercial que Portugal mantém com Espanha não é apenas o nosso único ponto negativo. Segundo um estudo recentemente divulgado pela Espírito Santo Invest-ment, sobre “A banca de investimento e a competitividade portuguesa”, constata-se que a economia portuguesa per-deu competitividade face à espanhola no período de con-vergência com a Europa (1985-2001).

De facto, se no início do processo de convergência Por-tugal apresentava quase o dobro do PIB per capita face a Espanha, e superior ao da Irlanda, na última década caiu para níveis nunca alcançados, estando agora na cauda da Europa, atrás da Grécia e inclusivamente da média da União Europeia a 15.

O diferencial de produtividade entre Portugal e a Eu-ropa é acentuado. Em 2004, a diferença do PIB por hora efectiva de trabalho apresentava um “gap” de 42 pontos percentuais face à média da União Europeia a 15 e de qua-se 30 pp face a Espanha.

Ao nível do endividamento familiar o panorama não é muito melhor, atingindo Portugal um dos níveis mas

elevados da Europa (118% do rendimento disponível vs. 97% em Espanha e 62% em França), constituindo um travão ao crescimento económico do país.

O défice orçamental crescente (6% em 2005 vs. 3,2% em 1998) torna impossível voltar ao ritmo de crescimento passado. As restrições ao endividamento do Estado e em-

presas tem vindo também a provocar a que-da do investimento (crescimento de apenas 0,7%/ano de 2000 a 2005 vs. 6,8%/ano em 1985-2000).

Perante este cenário, não admira que Es-panha seja um destino natural para as em-presas e cidadãos portugueses que, de uma forma ou outra, se sentem prejudicados por uma deficiente prestação de serviços públi-cos nacionais, pela burocracia e falta de transparência nos processos públicos, pela deficiente regulamentação de mercados e produtos ou pelos desincentivos ao trabalho

e custos ligados à legislação laboral e sistemas de segurança social. Aliás, não é por acaso que impera no nosso país uma escassez de capacidade de investimento e inovação, onde o peso de novas empresas no total do parque empre-sarial é de apenas 1,4% (contra 4,2% da União Europeia e 3,5% de Espanha).

O nosso principal parceiro comercial

Espanha absorve neste momento 27% das nossas vendas para o estrangeiro e é o principal parceiro comercial de Portugal.

O nosso país vendeu a Espanha, em 2005, mais do triplo do que tinha vendido há 10 anos atrás. Entre 200 e 2005, aumentámos as vendas para o país vizinho em 62,5% Se as exportações para o mercado espanhol representavam, em 1995, cerca de 14,5% do total, hoje atingem cerca de 27%. Nas importações, a subida foi de 16,6% para 29%. Note-se que Portugal é o quarto mercado para as exporta-ções espanholas.

Registe-se que o comércio de Portugal com Espanha é maioritariamente entre empresas (B2B) e ainda pouco com o consumidor final. Daí a importância, como frisou Vital Morgado, adido comercial de Portugal em Espanha, durante a apresentação que fez no “road-show” da PME Portugal, “da participação em feiras especializadas para profissionais e conseguir artigos de opinião nas revistas es-pecializadas”.

Ao nível do turismo, mais de 5,4 milhões de espanhóis

visitam Portugal, dos quais 1,3 milhões ficam mais de um dia. Em sentido inverso, dois milhões de turistas portu-gueses visitam Espanha.

Mercado natural para a internacionalização

No que toca ao investimento português em Espanha, verifica-se que este país é o mercado natural para a interna-cionalização das empresas portuguesas, com mais de sete mil milhões de euros de investimento realizados nos últi-mos quatro anos.

Energia, banca telecomunicações e actividades imobili-árias são os sectores mais importantes. Já existem actual-mente 140 pontos de venda em Espanha através de lojas próprias ou em regime de franchising (Onara, Lanidor, Petit Patapon, Salsa, Wesley, Quebramar, Labrador, Peter Murra são algumas das marcas conhecidas).

Conforme foi dado também a conhecer naquele encon-tro, “um número crescente de PME contactam o Centro de Apoio ao Investidor Português em Madrid solicitando informação estratégica para os seus investimentos em Es-panha”.

VIRGÍLIO FERREIRAvirgilio@vidaeconómica.pt

DIFERENCIAL DE PRODUTIVIDADE É ACENTUADO

Fonte: OCDE 2004

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 05ACTUALIDADE

Poder de compra espanhol duplicou nos últimos 20 anos

A Associação das PME-Portugal abriu uma delegação em Espanha.

“Ajudar as PME a entenderem qual a melhor altura para entrarem no mercado espanhol e qual a melhor forma de o fa-zerem, informando-as e apoiando-as” é, segundo Joaquim Cunha, presidente da PME Portugal, o objectivo desta platafor-ma

O anúncio foi feito durante assinatura do protocolo de parceria com a Proactive & Proasa, representada por Alberto Ro-cha, e com a Pro-Office, representada por Pilar Blanco, realizada na sessão de encer-ramento do RoadShow Informativo da PME Portugal, no Porto.

Durante a sessão, marcada pelo tema investimento em Espanha, Alberto Rocha afirmou que “ter Portugal como vizinho é uma grande sorte.

Há cerca de dez anos começou a ha-ver um grande interesse de empresas portuguesas em Espanha. Inicialmente começou por serem as grandes empre-sas, fazendo com que Portugal fosse uma economia emergente, transmitindo uma

ideia muito positiva do país, chegou a vez das PME”.

A plataforma, instalada em Vigo, pres-tará assessoria e apoio na constituição e no acompanhamento das pequenas e médias empresas, serviço de consultoria para o de-senvolvimento da actividade no mercado espanhol e, disponibilizará um Escritório

Virtual, ou seja, irá permitir aos empresá-rios utilizarem o endereço do Centro com telefone e fax, utilizarem a morada social, fiscal e comercial do Centro, aplicarem a Web como suporte técnico do escritório virtual e instalarem uma placa publicitária com o logotipo da firma, nas instalações do Centro.

“Road show” percorreu cinco cidades

Na última sessão do RoadShow foram, ainda debatidos temas e soluções para as PME. As telecomunicações (PME-Tele-com), a Certificação de Qualidade, For-mação Profissional, Legislação e 35 horas de Formação, Gestores PME, Empreende-dorismo e o Programa PRIME, foram des-tacadas com o intuito de elucidar os cerca de 150 empresários e empreendedores pre-sentes sobre a melhor forma de aumentar a competitividade do seu negócio, cumpri-rem a lei, reduzirem custos e marcarem a diferença.

O dia foi, ainda, marcado pelo almoço/reunião do Conselho Nacional da Associa-ção das PME-Portugal e pela discussão do tema Internacionalização.

Lembre-se que o RoadShow Informativo decorreu em cinco cidades do país (Lisboa, Leiria, Aveiro, Braga e Porto), cumprindo o seu objectivo inicial, informar e esclare-cer as centenas de empresários, que marca-ram presença, durante todas as sessões.

PME Portugal abre delegação em Vigo

PIB por hora efectiva de trabalho – em dólares

Portugal Espanha Irlanda

20.3

25.9

41Média UE 15:

35,2

A plataforma, instalada em Vigo, prestará assessoria e apoio na constituição e no acompanhamento das pequenas e médias empresas

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Os municípios têm um am-plo leque de atribuições e obrigações para com as po-

pulações, designadamente ao nível das infra-estruturas. Deparam-se, porém, com restrições orçamentais cada vez maiores, o que os obriga a procurarem soluções para ultrapas-sar estas contingências.

Os parceiros privados aparecem, neste contexto, como uma solução a abraçar, podendo o poder local e central aproveitar a maior eficiên-cia, dinamismo e mesmo capacida-de de endividamento dos privados.

As PPP não devem, porém, ser utilizadas só para ultrapassar res-trições orçamentais. O objectivo é aproveitar as melhores qualidades do sector público e privado, con-jugando-as, partilhando riscos e ultrapassando as falhas do mercado e as falhas públicas. Para as PPP, a melhor via de financiamento será, talvez, o recurso ao “project finan-ce”. Estas foram algumas das con-clusões em destaque no seminário “Parcerias público-privadas – De-safios e oportunidades para os mu-nicípios”, encontro organizado pela “Vida Económica”, com o apoio da sociedade de advogados António Vilar & Associados e Câmara Mu-nicipal de Aveiro.

Aveiro oferece oportunidades

Num momento em que se fala tanto de PPP (Parcerias Público-Privadas), temos mais um exemplo de como há pessoas, cidades, regi-ões empenhadas na sua concretiza-ção. Foi esta a ideia que Élio Maia, presidente da Câmara de Aveiro, deixou a todos os que tiveram a pos-sibilidade de participar neste semi-nário, quando afirma que “Aveiro e a sua região oferecem oportunida-des” para que projectos desta na-tureza se concretizem. E podemos dizer que Élio Maia não se fica pe-las palavras e dá exemplos práticos, segundo o edil, paradigmáticos: a construção da pista de remo do

Portugal está mais atractivo para o investimento estrangeiro

Rio Novo do Príncipe. Perante isto, surge a pergunta: o que leva Aveiro a apostar neste tipo de iniciativas? Tais como outras personalidades da nossa praça, também Élio Maia vê nas PPP uma oportunidade de ra-cionalização das práticas de gestão que visam o interesse comum. Mas não só. Para o autarca de Aveiro, as PPP podem ser também uma “forma de encontrar um equilíbrio entre a defesa do interesse público e a equitativa distribuição da rique-za gerada e a iniciativa particular”, esta marcada por aspectos como o risco, a concorrência, a criatividade e a ousadia.

“PPP não são uma varinha de condão”

“As PPP não são viáveis para todo o tipo de projectos, as PPP não são uma varinha de condão”. As ideias fortes pertencem a um dos outros oradores deste seminário, Jorge Abreu Simões, professor universi-tário e encarregado na missão das PPP na área da saúde. Apesar de reconhecer, como seria de espe-rar, vantagens a este instrumento – Abreu Simões destaca a anteci-pação na prestação de serviços, a prestação de melhores serviços, a optimização da gestão dos riscos ou a obtenção de ganhos globais para o sector público -, este especialista alerta para alguns dos perigos de se apostar de forma indiscriminada nas PPP. Abreu Simões lembra que as PPP podem implicar compro-missos plurianuais e, como tal, para serem vantajosas, têm, de igual for-ma, de ser suportáveis em termos sociais – quando existe cobrança ao utilizador – e, sobretudo, ao nível financeiro.

Alternativa ao endividamento municipal

Para Bárbara Costa Pinto, aqui a representar o BPI, não há margem para dúvidas: num momento em

Partilha de riscos pode ajudar a ultrapassar falhas do mercado e falhas públicas

Parceiros privados podem melhorar eficiência das câmaras

que se fala tanto de apertar os limi-tes ao endividamento das câmaras, as PPP firmadas ao nível municipal podem ser uma possível alternativa ao problema. Segunda esta especia-lista, é preciso “garantir a realização do investimento público, o cum-primento das restrições orçamen-tais e aumentar os níveis de eficiên-cia” e as PPP podem, de facto, ser um “dos instrumentos para atingir esse fim”.

Os promotores terão que de-monstrar algum compromisso no financiamento dos projectos. Da-niel Amaral, da Caixa Banco de Investimento, lembra que estes são pequenos – entre os 10% e os 25% - e mostra-se pouco “apologista” daquilo que diz serem as “tentati-vas de serem os bancos a financia-rem integralmente os projectos”. E acrescenta. “É importante que os accionistas demonstrem e tenham algum interesse na gestão do pro-jecto”.

“É preciso despertar o interesse dos municípios para as PPP”

Os municípios debatem-se, como todos sabemos, com o pro-blema do financiamento. Para An-tónio Vilar, advogado e promotor deste seminário, a solução poderá estar nas PPP.

As suas palavras são reveladoras: “Perante a impossibilidade ou a dificuldade de financiamento pú-blico para grandes projectos e obras públicas e não só, por exemplo, ser-viços, os privados vão ser chamados a cooperar com o sector público”. “É preciso encontrar as soluções de cooperação”, diz ainda este jurista. E António Vilar lembrar que as parcerias entre o público e o priva-do já existem – temos os exemplos dos hospitais e das SCUT -, sendo, apenas, necessário alargá-las às au-tarquias. “Aqui a novidade é des-pertar, tentar despertar o interesse dos municípios para as parcerias público-privadas”.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006ACTUALIDADE06

Em relação ao investimento estrangeiro, Portugal me-lhorou qualitativamente.

Embora os números não corres-pondam a essa realidade, o pano-rama tende a mudar.

A Ernst & Young apresentou esta semana o seu segundo estudo sobre a atractividade de Portugal (“Portugal: cause for optimism”) na captação de investimento di-recto estrangeiro. Os dados são referentes a 2005 e demostram que, nesse período, o país perdeu pontos face à Europa. O número de projectos anunciado desceu de 37 para 29 (entre 2004 e 2005), representando uma quebra de 22% no valor investido. No entanto, segundo o mesmo estudo, há mo-tivos para optimismo.

Se na vertente quanti-tativa os valores não são muito famosos, quando se analisa, vertente quali-tativa (referente a Março deste ano), as coisas mu-dam de figura. Muitas das acções do Governo já tinham sido anuncia-das e nalgumas já havia mesmo resultados, e isso fez toda a diferença. Esta é a explicação de Ma-nuel de Pinho, Ministro da Economia. Se no ano passado a imagem que Portugal passava para o exterior era a de um país com instabilidade polí-tica, esse aspecto já foi corrigido. E no próximo ano, quando sair o estu-do referente a 2006, surgirão gran-des novidades. Essa é a promessa do Ministro da Economia. Isto porque aparecerão novos sectores que não foram mencionados. É o caso da química e petroquímica, da energia e do turismo. Já a lo-gística terá um maior destaque do que o actual.

Segundo Manuel de Pinho, aproximam-se bons tempos, com grandes investimentos a serem feitos no país. Só a Repsol, por exemplo, vai investir 650 milhões de euros em Sines. No entanto, para perceber melhor a dimensão da questão, há que distinguir en-tre investimentos feitos por em-presas que já se encontram a ope-rar no nosso país dos efectuados por organizações que contactam com o mercado nacional pela pri-meira vez. Em relação à primeira situação, é inegável o domínio das multinacionais alemãs e espa-nholas. E os investimentos feitos só podem ser encarados de uma forma: é uma garantia de que vão ficar em Portugal mais uns anos. E temos excelentes casos. Veja-se a Vulcano, por exemplo. 40% dos esquentadores vendidos na Europa são fabricados em Portu-gal. Ou a Siemens, que aposta na vertente da investigação e desen-volvimento.

Quanto aos projectos de raiz, nos últimos tempos tem-se veri-ficado uma grande atenção por parte das empresas relacionadas com o turismo, quer ao nível do

desenvolvimento de empreen-dimentos, como na entrada de novas companhias aéreas, no-meadamente as chamadas “low cost”. Outra área que também está a crescer, segundo Manuel de Pinho, é a energia. E deu como exemplo o anúncio que será efectuado a próxima semana, da maior central solar da Europa, que ficará no Alentejo. E não podemos esquecer o sector da pe-troquímica. Sines e Estarreja são duas localizações bem conheci-das. E aqui o factor determinante foi a logística, explica o Ministro da Economia. Os seis centros eu-ropeus não só estão sobrelotados

como praticam preços elevados. Portugal surgiu como uma exce-lente oportunidade.

API tem 1,5 mil milhões em projectos contratualizados

Basílio Horta, presidente da Agência Portuguesa para o Investi-mento (API), afirma que estamos a assistir a uma mudança nas expor-tações. E dá como exemplo o facto de, hoje em dia, as máquinas e fer-ramentas não só terem ultrapassado o turismo na liderança como repre-sentarem o dobro do seu valor. Ao nível dos entraves ao IDE, Basílio Horta aponta como principal con-tratempo os custos administrati-vos, que, aliados à morosidade do licenciamento muitas vezes provo-cam a desistência do investimen-to. “Não é possível um investidor estar à espera 10 ou 15 anos pela aprovação de um projecto e con-sequente investimento”, afirma. “As intenções de investimento não esperam”, conclui. Mesmo assim, a API tem já 1,5 mil milhões de eu-ros em projecto contratualizados. E as expectativas é de que esse valor suba para os 3000 milhões até ao final do ano.

Eduardo Catroga referiu outro factor a ter em conta. A despe-sa pública primária do Governo português não permite grandes aventuras. E é um factor de com-petitividade a ter em conta.

ALEXANDRA [email protected]

Manuel Pinho, Ministro da Economia

As parcerias entre o público e o privado já existem, sendo, apenas, necessário alargá-las às autarquias.

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Rocha de Matos.

positiva deste indicador, com repercussões também negativas ao nível do cres-cimento do PIB”, adverte a AIP.

A AEP – Associação Em-presarial de Portugal consi-dera como “particularmente negativa para a economia e sobretudo para as exporta-

Por outro lado, será dada uma especial atenção à forma-ção, quer dos trabalhadores, quer das chefias intermédias ou mesmo dos quadros superiores. Neste caso, destaque para as áreas emergentes o os sectores a montante, como os moldes ou os componentes. Tornou-se essencial dar res-posta em tempo muito rápido, o que obriga à conciliação da inovação tecnológica e da melhoria das qualificações profissionais. Igualmente, os próximos tempos serão de-terminantes no sentido de potenciar a aposta no desenvol-vimento de novos materiais.

Face a este cenário, vai-se realizar um conjunto de con-ferências temáticas, a primeira das quais terá já lugar no próximo dia 16 de Novembro, no Centro Tecnológico do Calçado, em São João da Madeira. O tema escolhido tem a ver com a internacionalização e a competitividade. São esperadas algumas das figuras mais importantes, nacionais e internacionais, do sector do calçado.

considerados “projectos do regime especial” – não su-jeitos ao regime de selecção por fases – os projectos de investimento com um va-lor superior a 25 milhões de euros.

Com esta alteração, o Governo ajusta o regime legal do SIME aos Estatu-tos da API, que passa a ter um novo “argumento de negociação” dos grandes investimentos com interes-se estratégico para Portu-gal, de origem nacional ou estrangeira.

A alteração é extensível aos projectos candidatos ao SIME sobre os quais ainda não tenha recaído decisão no âmbito do PRIME.

Orçamento despreza investimento privadoAEP e AIP consideram pernicioso aumento das receitas de IRC

à promoção das exporta-ções”.

Na proposta do OE’2007 prevê-se um aumento do peso da receita pública cor-rente de meio ponto per-centual no PIB, decorrente sobretudo de um “elevado” crescimento das receitas de IRC. “Perde-se assim mais uma oportunidade para diminuir a carga fiscal, possibilitando uma maior competitividade fiscal e con-tribuindo para desbloquear a capacidade de expansão da iniciativa privada, nome-adamente nos sectores aber-tos à concorrência externa”.

Recorde-se que a AEP defende o princípio segun-do o qual os resultados do

combate à fraude e evasão fiscais devem reverter a fa-vor da redução da carga fiscal suportada pelos con-tribuintes cumpridores. “Lamentavelmente, ainda não será em 2007 que se dará cumprimento a este princípio”, acrescenta.

Ainda relativamente ao PIDDAC, a AEP contesta que, “mais uma vez, a re-gião do Norte seja também a que tem uma menor capi-tação das despesas de inves-timento e desenvolvimento da Administração Central”.

AIP prudente nas expectativas

A análise da AIP - Asso-

Calçado com novo plano estratégico

O novo plano estratégico para o sector do calçado tem por objectivo definir prioridades para os próximos anos. Sobretudo, o que a Associação Portuguesa dos Industrias de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e seus Suce-dâneos (APICCAPS) pretende é garantir novas oportuni-dades para uma indústria que tem investido fortemente na sua modernização. O plano é da responsabilidade de uma equipa do Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica do Porto.

“A nova matriz estratégica do sector deverá assentar no alargamento da base exportadora a um cada vez maior número de empresas, na procura de novos mercados de elevado potencial de crescimento e na aposta em nichos de mercado de elevada rentabilidade. Importa, portanto, reforçar a promoção externa, para atenuar o défice de ima-gem que ainda se faz sentir no exterior”, de acordo com os responsáveis da associação.

Estudos de mercado valem 64 milhõesSociety for Marketing and Opinion Research).

Em termos de variação homóloga o cenário não é melhor. A nossa taxa de crescimento real é das mais baixas da Europa. Para este ano, a Esomar espera um crescimento de 3%, um valor próximo do espera-do para a média da União Europeia. A lista dos pa-íses europeus com maior

dimensão deste mercado é liderada pelo Reino Unido (1,9 mil milhões de euros, seguido da França (1,8 mil milhões) e da Ale-manha (1,7 mil milhões de euros).

Os estudos destinam-se, maioritariamente, a clien-tes nacionais, os quais re-presentam cerca de 80%

da facturação. Por sua vez, a maioria desses clientes é oriunda do sector indus-trial, com mais de 42% de quota. O segundo sector são os media, com perto de 13% da respectiva factura-ção. Dentro da indústria,

o segmento dos bens de consumo rápido é o mais relevante, seguindo-se a farmácia.

A pesquisa ao consumi-dor é a mais importante no mercado nacional, com cerca de 60% dos estudos. Quanto a métodos de pes-quisa, dominam os estudos quantitativos, com cerca de 88% do mercado, enquan-to que os estudos qualita-tivos representam apenas 11% do mercado. O mé-todo de recolha mais utili-zado passa pelas entrevistas “face-to-face”, seguindo-se o telefónico. E o tipo de es-tudos mais realizado é o “ad hoc”, os quais representam mais de 50% do mercado.

O Governo alargou o âmbito de candidaturas do SIME – Sistema de Incen-tivos à Modernização Em-presarial.

Nos termos da Portaria nº 1111-A/2006, de 17 de Outubro, podem de futuro candidatar-se ao SIME os projectos de investimento, ainda que inferiores a 25 milhões de euros, apresen-tados por empresas com facturação anual consolida-da superior a 75 milhões de euros ou por entidades não empresariais com um orça-mento anual superior a 40 milhões de euros .

Na legislação anterior (DL nº 130-A/2006, de 14 de Fevereiro), apenas eram

Portugal Fashion com “show-room” comercial

Está a decorrer a maior edição nacional de sempre do Portugal Fashion. Du-rante quatro dias, de 25 a 28 de Outubro, no CACE cultural do Porto, têm lu-gar 18 desfiles individuais de criadores e marcas e, em três desfiles colectivos, são apresentadas as propostas de 11 marcas de vestuário, oito etiquetas de calçado e 11 jovens criadores.

Subordinado ao tema “Human”, o evento de moda organizado pela ANJE em parceria com a ATP (Associação Portugue-sa de Têxtil e Vestuário) e o ICEP apresenta as colec-ções Primavera/Verão 2006 dos mais conceituados de-signers e marcas nacionais.

Uma das grandes novi-dades do evento é a organi-zação de um “show-room”

Contrafacção penaliza trabalhadores

“Ao protegermos as mar-cas/patentes estamos igual-mente a proteger os traba-lhadores, pois no mundo chamado ‘pirata’ os produ-tos são desenvolvidos por pessoas a quem não são da-das condições e esquecidos os direitos mais básicos dos trabalhadores”, afirma o juiz norte-americano Peter Metisse.

Peter Metisseoi, o primei-

O sector dos estudos de mercado ainda tem um peso reduzido em Portugal. No ano passado teve um va-lor de cerca de 64 milhões de euros, com um cresci-mento de apenas 3,3% face ao ano anterior. O nosso país está em penúltimo lugar da tabela na União Europeia, apenas à frente do Luxemburgo, de acordo com a Esomar (European

SIME alargado

Clientes nacionais representam cerca de 80% da facturação.

ções” a queda abrupta de 68% que sofre a dotação do PIDDAC na área do Mi-nistério da Economia e da Inovação.

“Em consequência desta interrupção dos apoios ao sector produtivo nacional, o efeito acelerador das ex-portações de que estamos presentemente a beneficiar poderá sofrer um grave bloqueio”, afirma no seu

Comentário à proposta de Orçamento do Estado para 2007.

Em suma, a associação liderada por Ludgero Mar-ques contesta que tenha sido “claramente despreza-do o apoio ao investimen-to privado e, sobretudo,

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 07ACTUALIDADE

ro convidado da Faculdade de Direito - Escola de Lis-boa, da Universidade Ca-tólica, para o ciclo de deba-tes lançados no âmbito do início do primeiro Master of Laws em Portugal.

A propriedade estimula a inovação já que, ao devol-ver ao “produtor” lucros a médio/longo prazo, pos-sibilita o investimento em novos produtos, conclui.

comercial denominado BRAND UP, que compre-ende um espaço promo-cional e comercial de cerca de mil m2 onde cerca de 70 criadores e marcas de vestuário e calçado têm a oportunidade de apre-sentar as suas propostas a agentes de compras e ou-tros profissionais do sec-tor, bem como à imprensa nacional e estrangeira.

ciação Industrial Portugue-sa à Proposta do OE incidiu nas expectativas de cresci-mento económico em 2007 que, como se sabe, na sua base, um forte crescimento das exportações (7,2%).

“Ao contrário do que su-cedeu em 2006, no qual a FBCF terá registado uma evolução negativa (- 2,6%) a previsão para 2007 aponta para um valor po-sitivo (1,9%). Tendo pre-sente o aumento da carga fiscal, designadamente em IRC (15,4%) e, por outro lado, a evolução negativa dos resultados operacionais das empresas não finan-ceiras, poderá ocorrer, em 2007, uma evolução menos Ludgero Marques.

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Turquia mais longe da adesão à UE

Bruxelas quer manter as con-versações de adesão da Turquia à União Europeia. Isto apesar de tudo indicar que Ancara não vai cumprir o prazo limite para abrir o seu comércio. No próximo mês, as negociações deverão ser par-cialmente suspensas, caso a Tur-quia continue a recusar abrir os seus portos ao Chipre, tal como a Comissão tinha exigido.

Devido a este problema, a re-alidade é que a adesão da Tur-quia pode estar em risco. Pode suceder uma crise, da qual será impossível recuperar. O Chi-pre considera mesmo que a Turquia deve ficar suspensa das negociações, caso não cumpra o estabelecido. Entretanto, são cada vez mais os países que estão descontentes com a forma como a Turquia está a desenvolver as suas reformas. Praticamente nada tem sido feito, sobretudo ao nível das liberdades civis. A França, por exemplo, está a dar sinais muitos fortes de recuo na adesão daquele país muçulmano ao espaço comunitário.

Criado quinto maior produtor de aço do mundo

O grupo siderúrgico anglo- -holandês Corus aceitou a oferta de aquisição de seis mil milhões de euros do gigante indiano Tata Steel. A união das duas entidades dará lugar ao quinto maior pro-dutor de aço do mundo, numa altura em que o sector continua em processo de concentração.

Tata, o segundo maior gru-po da indústria do aço indiana, quer garantir uma posição mais forte no mercado a nível mun-dial. A oferta excedeu as expec-tativas, num claro movimento para evitar uma contra-oferta. Por seu lado, os títulos da Co-rus registaram uma valorização, face à possibilidade desta união. A compra da Corus será a maior aquisição realizada por uma em-presa indiana no estrangeiro. A capitalização bolsista da Tata Steel ascende a mais de 6,6 mil milhões de dólares.

SAP com resultados melhores do que os previstos

SAP, o maior fabricante mun-dial de software, aumento o lucro em 23,6%, nos nove primeiros meses, para cerca de 1084 milhões de euros. O acréscimo ter-se-á fi-cado a dever ao aumento das ha-bitações e da quota de mercado em todas as regiões, especialmen-te nos EUA e na Europa.

A facturação da empresa cres-ceu 12,5%, para perto de 6,5 mil milhões de euros. Os responsá-veis do grupo fizeram questão de valorizarem estes resultados, de-pois do abrandamento das ven-das no segundo trimestre. Já fo-ram revistas em alta as previsões dos lucros para a globalidade do ano. Quanto à facturação das li-cenças para uso do seu software aumentaram 17,1% no terceiro trimestre, para mais de 690 mi-lhões de euros.

Google faz aumentar receios de “bolhas”

Internet perante nova onda de fusões e aquisições

O sector da internet está a passar, novamente, por um processo de concentração. Há mesmo quem pense que se está perante uma bolha e que receia coisas menos boas nos próximos tempos. Primeiro, a eBay pagou 2,6 mil milhões de dólares pela Skype, depois a Luego News deu 580 milhões pela MySpace e, mais recentemente, a Google de-sembolsou mais de 1,6 mil milhões pela YouTube. A questão que se coloca é saber se as empresas ad-quiridas valerão tanto e se não se estará a assistir a um movimento excessivo.

Fora estas últimas aquisições, a maioria das com-pras dos últimos tempos situaram-se em montan-tes inferiores a 100 milhões de dólares. Algumas aquisições nem sequer chegaram aos 50 milhões de dólares. É por isso que alguns analistas recusam a possibilidade de uma nova bolha, tal como sucedeu nos idos anos noventa. Acreditam que as operações, ao contrário do que sucedeu há uns anos atrás, têm sentido de negócio e um valor estratégico para as empresas. An-teriormente, o movimento foi artificial, nem sequer existia o sentido de rentabilidade.

De facto, são mais aqueles que defendem que se está longe de uma situação de bolha, até porque

o próprio mercado é muito diferente. Existe uma elevada penetração da internet e do telemóvel e o custo para desenvolver uma empresa é bastante me-nor. Ou seja, a internet é hoje uma realidade com as mais variadas possibilidades. Uma coisa é certa, o negócio milionário da Google vai ter consequências quase imediatas. As grandes empresas vão sentir que é necessário tomar posições, face à nova realidade.

Os especialistas estão de acordo quando afirmam que se está perto de uma nova onda de fusões e aqui-sições. Tudo indica que a Google, a Yahoo!, a eBay, a Microsoft e a Amazon, bem como os gigantes das telecomunicações, estarão no centro das atenções nas próximas operações. O alvo, segundo os analis-tas, serão empresas de serviços, com destaque paras

comunidades virtuais, as redes sociais ou os gestores de imagens. Naturalmente, também é possível que alguns se sintam algo receosos perante a possibilidade de uma bolha, para além que os critérios de valorização das empresas são tudo menos os tradicionais, facto que levanta algumas dificuldades aos operadores. Por outro

lado, hoje as empresas do sector são obrigadas a crescerem muito rapidamente e algumas não estão preparadas para tal.

BCE diz que taxas de juro devem subir no próximo ano

O Banco Central Europeu não coloca de parte mais subidas das taxas de juro no ano que vem. Para os seus responsáveis, as perspecti-vas de inflação a médio prazo têm que se “libertar” da volatilidade que se verifica no curto prazo. Os indicadores apontam para que a inflação torne a aumentar no final deste ano e começos do próximo.

Considera o BCE que deve estar particularmente atento aos riscos de inflação. Naturalmente que o crescimento também é uma ver-tente importante, mas o mandato do BCE é claro, vigiar de muito perto os riscos colocados pela taxa de inflação. A realidade é que as análises económica e monetária apontam para uma alta da inflação nos próximos tempos, o que im-plicará o agravamento das taxas de juro. No entanto, o BCE prefere não avançar com perspectivas exac-tas, para não introduzir mensagem que podem ser mal interpretadas nos mercados.

Citigroup lucra mais 10%

Citigroup, o maior grupo fi-nanceiro do mundo por valor de mercado, aumentou em 10% o seu lucro no terceiro trimestre, para 5,5 mil milhões de dólares. O bom resultado ter-se-á ficado a dever sobretudo às receitas mais elevadas por operações na sua divi-são de banca internacional, apesar do recuo que o banco sofreu nos Estados Unidos.

A entidade financeira norte-americana aumentou em 6% o seu lucro operacional, no terceiro trimestre, impulsionado pela uni-dade de consumo, ainda que as re-ceitas do maior grupo de serviços financeiros do mundo se tenham situado abaixo das expectativas do mercado. Entretanto, os gastos cresceram, enquanto as receitas fi-caram relativamente estáveis. Na divisão de banca de investimento, tanto os ganhos como as vendas registaram quebras. O volume de negócios foi de 21,4 mil milhões de dólares, enquanto que os gas-tos operacionais aumentaram 5%, para mais de 11,9 mil milhões de dólares.

Economistas contestam políticas de Merkel

Os principais institutos económi-cos alemães lançaram um forte ata-que às políticas do actual Executivo. Consideram que serão insuficientes para impulsionarem o potencial de crescimento, podendo mesmo causar danos. É um facto que exis-te desapontamento por parte dos economistas do sector privado e das organizações empresariais.

A coligação de cristãos e sociais-democratas começa a dar sinais de enfraquecimento, até está a ser vista de forma negativa por parte do grande público. Inicialmente, a coligação era encarada como uma oportunidade única para chegar a consenso quanto às reformas do mercado de trabalho e da Seguran-ça Social. O que está a acontecer é uma situação de imobilidade, com cada uma das partes a anular as iniciativas da outra.

Reforma fiscal afecta banca espanhola em dois mil milhões

A reforma fiscal que está a decorrer em Espa-nha, em sede de imposto sobre as sociedades, vai afectar, muito particularmente, o sector

da banca. Ainda que as entidades tirem benefícios no futuro, este ano os resultados podem sofrer um impacto negativo até dez pontos percentuais. É um facto que as empresas vão assistir a uma descida de 35% para 30% do IRC, mas a banca terá mais pro-blemas no imediato.

Os lucros deverão ser tributados entre mais 5% e 10%, pelo que, se se tiver em conta os resultados consolidados dos bancos no país vizinho, mais de 12,3 mil milhões de euros e neste momento a crescer a um ritmo anual de 20%, o impacto poderá superar os mil milhões de euros. Se se contar com as caixas, então esse valor deverá duplicar. A banca é o sector mais afectado devido às particularidades do seu ne-gócio. A chave está nas chamadas provisões genéricas, as quais são as realizadas pelas entidades que prestam crédito. É um sistema singular do mercado espanhol. Muito desse impacto virá do mesmo.

Entretanto, com as normas internacionais de con-tabilidade (NIC), a situação passa a ser diferente e o sistema deixa de funcionar como uma espécie de “colchão fiscal”. Muito dependerá agora dos ajustes que permitir o Banco de Espanha ao sector. A banca quer negociar precisamente esse ajustes. Quer as cai-xas quer os bancos reconhecem que os políticos fize-ram o possível para encontrarem a melhor solução. As entidades querem diluir o impacto no primeiro ano em que o novo sistema entra em vigor. Mas o re-gulador faz uma interpretação diferente e acha que as NIC devem ser aplicadas tal como estão definidas.

É um facto que a reforma fiscal afectará todas as empresas, mas o negócio dos bancos faz como que sejam mais sensíveis às mudanças. A grande diferen-ça entre as entidades financeiras e as outras empresas tem a ver com as provisões genéricas, só realizadas pela banca. Os números falam por si, quanto à sua dimensão. Nos seis maiores bancos espanhóis cor-respondiam a cerca de 13 mil milhões de euros até Junho e desde o início do exercício.

2,6 milmilhões custou

a SKype à eBay

sexta-feira, 27 Outubro 2006INTERNACIONAL08

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anual de mobiliário vai representar um acréscimo de cerca de 20% à produção nacional portuguesa”.

POR PALMIRA SIMÕ[email protected]

inclui, para além dos novos espa-ços, a remodelação dos actuais e uma campanha de publicidade a nível nacional, cujo lema é “Va-mos vestir Portugal inteiro”.

Os planos agora revelados para Portugal acompanham o plano de expansão da empresa para os res-tantes países da Europa. A empre-sa holandesa, de origem familiar e com mais de cem anos de activida-de, está presente em 13 países da Europa e factura cerca de 5,2 mil milhões de euros, divididos pelas 1000 lojas de que é proprietária (em 2002 eram 491). Para 2007, para além da abertura de novas lo-jas em todos os países, tem como prioridade a entrada em novos mercados como a Turquia, a Eslo-vénia e a Eslováquia. Em Portugal, onde está presente desde 1991, detém actualmente uma quota de mercado de 4,5%, sendo líder no segmento Kids, com 12%. Aqui, o volume de vendas no conjunto das vinte lojas foi de 78 milhões de euros em 2005, mais 18% do que no ano anterior.

FÁTIMA FERRÃ[email protected]

C&A Modas cresce em PortugalO grupo de lojas de pronto-a-vestir C&A acaba de adquirir nove lojas do grupo Maconde, situadas em diversas cidades do país. Esta aquisição integra-se na estratégia de crescimento definida pela empresa, que pretende abrir mais 18 lojas até 2008 e duplicar o número de colaboradores. O investimento em Portugal deve rondar os 18 milhões de euros até ao final do ano

Manter-se nos três primei-ros lugares no sector do pronto-a-vestir é um dos

objectivos estratégicos da marca C&A para Portugal. Para concre-tizá-lo, o grupo acaba de adquirir nove lojas do grupo Maconde (seis Macmoda e três Tribo), acrescen-tando 5300 metros quadrados de espaço à sua rede total e 120 co-laboradores aos quadros da em-presa. Segundo António Mendes, um dos responsáveis da C&A em Portugal, esta estratégia reflecte a aceitação da marca pelos portu-gueses e pretende estar cada vez mais perto dos consumidores. A empresa está, para tal, a estudar outras oportunidades no merca-do, nomeadamente, a localização de lojas fora dos grandes centros comerciais.

A abertura de 18 novas lojas até 2008 é um dos objectivos já definidos, bem como o aumento de colaboradores, que deve passar dos actuais 370 para 600. Entre Novembro e Dezembro deste ano, a marca pretende ainda abrir algu-mas lojas, investindo cerca de 18 milhões de euros. Um valor que

O ICEP Portugal e a As-sociação Industrial Por-tuguesa (AIP) querem

apoiar 2000 empresas nacionais a dar os primeiros passos na interna-cionalização e ajudar pelo menos 250 empresas a aumentar os seus índices de exportação. Para isso es-tão já a preparar o Fórum Missão Exportar, local privilegiado para debater, partilhar experiências e encontrar apoios para a exporta-ção. O Fórum decorre a 16 de No-vembro no Centro de Congressos de Lisboa.

A iniciativa surge integrada num conjunto de acções que o ICEP tem vindo a levar a cabo, em par-ceria com a AIP, para dinamizar as empresas exportadoras e potenciar a entrada de outras empresas lu-sas no mercado da exportação. O ICEP e a AIP pretendem acentu-ar o crescimento das exportações portuguesas, que em Julho regis-tava já um crescimento de 11% face ao período homólogo do ano passado. Marques da Cruz, pre-sidente do ICEP, não se deslum-bra com estes números e prefere acreditar que o crescimento real das exportações ronda os 8,5%. “Ainda assim, está claramente aci-ma das nossas expectativas, já que a nossa meta apontava para um crescimento de 6,5% em 2007 e já ultrapassámos esse objectivo.

2000 empresas procuram internacionalizaçãoLisboa acolhe a 16 de Novembro o Fórum Missão Exportar, para apoiar empresas no seu processo de internacionalização. Uma iniciativa do ICEP e da AIP, tendo em vista a dinamização das exportações nacionais, que este ano já cresceram 11%.

O crescimento mais significati-vo (31%) regista-se nas expor-tações para mercados fora da União Europeia, com especial destaque para Angola e China, onde o ICEP e a AIP preten-dem apostar significativamente. As exportações para Espanha cresceram 11%, mantendo-se o país vizinho como destino de 25% dos produtos portugueses vendidos no exterior. As vendas para os restantes países europeus registaram um ligeiro acréscimo de 1,3%, mas estas representam já 50% das exportações nacio-nais. Assim, a Europa representa 75% das vendas de produtos portugueses para o exterior.

Exportações representam 32% do PIB

No final do primeiro semestre, o saldo acumulado da balança co-mercial havia melhorado 2,9%. As exportações portuguesas cobrem agora 65,6% das importações. Marques da Cruz recorda que Por-tugal é actualmente o país do Sul da Europa onde o peso das expor-tações no Produto Interno Bruto (PIB) nacional é mais favorável. Com efeito, as exportações por-tuguesas correspondem a 32% do PIB nacional, quando em Espanha esse peso é de 26,8%, na França

de 29,2%, na Itália de 28,7% e na Grécia de 23,9%. As máquinas, os veículos e os metais estão entre os produtos mais vendidos por em-presas portuguesas para o exterior. As máquinas constituem também o grupo de produtos mais procu-rado nos mercados extra-comuni-tários. A exportação de máquinas rende actualmente a Portugal per-to de 11,5 mil milhões de euros. Ultrapassa, assim, o turismo, que rende ao país 6,5 mil milhões de euros e a moda, que gera 5,5 mil milhões de euros para Portugal.

ANA SANTOS GOMES

O grupo nórdico Swedwood aposta forte em Portugal

IKEA investe 660 milhões de euros até 2015O projecto arranca ainda este ano e prevê, já em 2007, a abertura da sua primeira fábrica ibérica. O local já está escolhido: Paços de Ferreira. Seguem-se mais duas. Só o investimento nestas três unidades industriais é de 135 milhões de euros e vai criar cerca de 1550 postos de trabalho directos e indirectos.

Dois anos após a abertura da sua loja em Alfragide, a IKEA comunicou o

reforço da sua presença no nosso país. Nada mais nada menos do que um total de sete lojas (a próxi-ma abre já no segundo semestre de 2007, em Matosinhos), três fábri-cas, dois centros comerciais e cerca de 2425 empregos directos e qua-lificados. Daqui a nove anos tudo isto estará a funcionar a velocidade de cruzeiro. Só das unidades fabris esperam-se 180 milhões de euros de produção anual, 90% da qual destinada a exportação para outros países da Europa e Estados Unidos da América.

O anúncio foi feito em Lisboa, no passado dia 24 por responsá-veis da IKEA, empresa sueca líder mundial no mercado de distribui-ção de móveis e artigos de deco-ração para o lar, na presença de diversas identidades, entre elas o ministro da Economia, Manuel Pinho. “Um dia feliz para o inves-timento português e para a mo-dernização da nossa economia”, disse.

Ainda segundo o ministro, tra-

ta-se de um projecto com uma imagem muito positiva que forta-lecerá o País, líder a nível europeu no que concerne à indústria da madeira, desde a pasta de papel à produção de papel e de aglomera-do de madeira, cortiça, mobiliário e biomassa. “Há, portanto, um verdadeiro cluster (conjunto de actividades relacionadas) da ma-deira em Portugal, que sai mais enriquecido com a criação desta unidade na área do mobiliário”, reforçou.

Mas não é só Portugal que se congratula com este negócio. O investimento de 135 milhões de euros na construção das três uni-dades fabris em Paços de Ferreira é o maior alguma vez realizado de uma só vez pela Swedwood, grupo industrial da IKEA, desde a sua constituição em 1991. Para o director-geral da IKEA Ibérica, André de Wit, “esta é uma oportu-nidade de crescimento para a nos-sa rede mundial de fábricas e de desenvolvimento para o país, quer ao nível da criação de emprego, quer da dinamização do já sólido e tradicional mercado português de

mobiliário”. O processo de insta-lação destas fábricas teve início em Janeiro último, com a assinatura do Memorando de Entendimento entre a IKEA e o Governo por-tuguês através da API – Agência Portuguesa para o Investimento, tendo na altura sido selecciona-dos como finalistas os concelhos de Paços de Ferreira, Paredes e Estarreja, mas o primeiro acabou ser o escolhido por ter apresenta-do a melhor proposta. Segundo Pedro Pinto, presidente da Câma-ra Municipal daquela cidade, “as garantias dadas corresponderam aos requisitos-base exigidos, ten-do que ver principalmente com a área infra-estruturada (250 000 m2) e outras condições, como por exemplo a nível fiscal”. Contu-do, a localização, a proximidade de boas vias de comunicação, as acessibilidades, bem como a capa-cidade de fornecimento energético e os estudos realizados de impacto ambiental, favoráveis, também ti-veram o seu peso. Pedro Pinto re-forçou ainda que “o impacto para a região será grande, quer a nível de emprego, quer a nível de absor-

ção do “know how” tecnológico avançado que a produção destas unidades fabris vai proporcionar. Para além disto, a previsão dos 180 milhões de euros de produção

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 09NEGÓCIOS E EMPRESAS

Propriedades no MinhoVENDE-SE

Dois Lotes de Terreno contíguos com 6.000 e 4.000 m2. Para construção de moradias, a confrontar directamente com o rio Coura. Local paradisíaco com óptimos acessos e excelente envolvente rural. A 8 km da saída A3 entre V.N. Cerveira e Paredes de Coura. Vende-se junto ou separado

Terrenos para Quintinha - A confrontar c/ rio Coura

Com casa térrea em pedra em estado novo. Sala 70 m2, 3 suites, tectos madeira, aq. central, água própria de mina, etc. Área descoberta: 4.000 m2. Boas vistas e exposição solar.

Quinta em Vila Nova de Cerveira

Propriedade composta de grande casa em pedra para restauro. Com projecto de arquitectura para 7 suites, 3 salas, etc. Anexos, pequena capela e terreno envolvente com cerca de 30.000 m2 (construtivos). Excelente local, com óptimas vistas e boa exposição solar.

Vila Nova de Cerveira – Valença - Quinta com 30.000 m2

Informações: Telem.: 917 798 865 E-mail: [email protected]

Marques da Cruz, presidente do ICEP.

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Figueira da Foz e Douro recebem hotéis de charme

Grupo Lágrimas abre dois hotéis em 2008O grupo Lágrimas Hotels&Emotions vai abrir mais duas unidades, reforçando a presença no mercado nacional. A Figueira da Foz e o Douro vão receber os dois hotéis de charme da família Júdice, que quer continuar o projecto iniciado com a emblemática Quinta das Lágrimas. Fazer projectos cheios de arte, amor e romance.

Vida Económica - Depois de Coim-bra, Lisboa e Algarve, o grupo Lágrimas Hotels&Emotions prepara-se para en-trar numa fase de expansão. Onde vão surgir as novas unidades?

Miguel Júdice - Um dos projectos vai surgir perto da Figueira da Foz, numa al-deia chamada Maiorca. Vamos recuperar um palacete dos séculos XVII-XVIII, que pertencia à nobreza rural do Baixo Monde-go. A outra unidade vai nascer no Douro, mais precisamente em Entre-os-Rios, Cas-telo de Paiva. Trata-se de um projecto, em parceria com dois sócios, que engloba um hotel e um conjunto de moradias para ven-da. O negócio imobiliário foi pensado para captar clientes nacionais, nomeadamente do Norte, que pretendam ter a sua segun-da residência. As obras na Figueira da Foz já começaram. Por isso, penso que as duas unidades deverão estar prontas no final de 2008.

VE - As novas unidades vão seguir a estratégia da empresa, que aposta no tu-rismo de charme e de experiências?

MJ - O hotel da Figueira, como esta-rá localizado num palacete, vai ser muito clássico, recriando um ambiente e uma memória do passado. É um hotel muito mais clássico do que o do Douro, que vai ser construído de raiz e ter uma compo-nente mais contemporânea.

VE - A arte e o design são duas carac-terísticas fortes no espaços – quer hote-leiros quer de restauração – do grupo. O hotel-galeria previsto para Braga segue esse posicionamento?

MJ - Temos várias vertentes no nosso posicionamento, mas a arte é, de facto, uma delas. A arte está presente em muitos dos nossos negócios. É visível na gastrono-mia, nos “spa”, nos restaurantes, nos ho-téis. Nessa linha, surge o hotel-galeria em Braga, que se encontra ainda em fase de definição. Trata-se de um projecto que está a ser desenvolvido em parceria com a gale-ria Mário Sequeira, que tem regularmente exposições de artistas contemporâneos na-cionais e internacionais. A ideia é criar na unidade um prolongamento da galeria. VE - E para quando os projectos para

o Porto e Alentejo?MJ - Ainda não estão definidos, mas

inserem-se na estratégia da rede nacio-nal.

Internacionalização é retomada com outro projecto no Brasil

VE - Após a venda do projecto do Bra-sil a Diogo Vaz Guedes, a internaciona-lização do grupo está fora de questão ou foi apenas adiada?

MJ - Foi apenas adiada. A nossa estra-tégia não passa por ter uma rede de gran-de dimensão no mercado internacional, à semelhança dos grandes grupos hoteleiros. Para mim, é quase um prazer pessoal ter uma experiência lá fora. Se resultar, talvez possamos crescer. Até porque o objectivo não é ter mais unidades no exterior do que no mercado nacional. Neste momento, estamos a estudar um outro projecto no Brasil.

VE - Os hotéis internacionais vão ter o mesmo conceito de charme e de turismo de experiência?

MJ - As unidades no estrangeiro não vão ser muito diferentes das nacionais. A in-tenção não é ter 300 hotéis, mas sim pou-cos e bons.

Restauração e catering com “amor” e arte

VE - O restaurante Kool, na Casa da Música, é mais um exemplo da aposta na área. Ao nível da restauração, estão previstos outros projectos?

MJ - Actualmente, não. Poderão surgir como oportunidade de negócio. Aliás, o Kool é exemplo disso. Não estávamos de todo à procura de ter um restaurante no Porto. Mas apareceram dois sócios que su-geriram o estabelecimento de uma parceria. Considerámos que seria uma boa oportu-nidade para termos a nossa marca, porque está localizado num edifício emblemático.

VE - O negócio do catering surgiu para aproveitamento dos espaços do grupo. Hoje é muito mais do que a rentabilização das unidades próprias?

MJ - Já é um negócio próprio e começou a fazer sentido, porque se aproveita uma es-trutura e uma base de trabalho que temos em todo o país. Hoje em dia, já temos um núcleo muito grande. Do que é feito, 70% é para empresas, 20% para clientes parti-culares. Um dos vectores do nosso posicio-namento é o romance, o amor, e, por isso, temos algum know-how na formatação de experiências e festas.

VE - O facto de trabalharem com che-fes de cozinha de prestígio e renome internacional leva-os à liderança no seg-mento gourmet?

MJ - O nosso posicionamento é precisa-mente proporcionar experiências gourmet, podendo levar os conceitos dos nossos res-taurantes a eventos e festas. Não pretende-mos ser exclusivamente uma empresa de catering, mas que este seja mais um pata-mar de serviços que podemos apresentar aos nossos clientes.

VE - Que balanço faz desde que as-sumiu, em 2003, a gestão de um grupo turístico?

MJ - É um sector com vantagens e des-vantagens, como qualquer outro. Mas é essencialmente uma actividade sexy, porque é muito interessante trabalhar com serviços e produtos que dão prazer e bem-estar aos outros. Tal como em ou-tras áreas de negócio, existem barreiras, nomeadamente os atrasos na obtenção de licenciamentos dos projectos. É muito complicado para um investidor estar uma série de anos a aguardar o parecer. Como se trata de investimentos muito avultados, na maioria das vezes, os empresários não conseguem manter e desistem. Conside-ro que se têm feito esforços para acelerar os processos, mas penso que a mudança deve estar ao nível da justificação do que é ou não aprovado. Deveria haver mais rapidez na resposta que é dada, para que o investidor possa ter oportunidade para reformular ou perceber que deve desistir. Estar na indefinição é muito complicado. Mas acredito que nem sempre é simples, porque estão envolvidas muitas pessoas e entidades. O importante é acabar com as pequenas “quintinhas”, os pequenos po-deres.

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GABRIELA [email protected]

sexta-feira, 27 Outubro de 2006NEGÓCIOS E EMPRESAS10

O grupo liderado por Miguel Júdice acabou de abrir o restaurante Kool, no sétimo piso da Casa da Música.

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MIBEL PODERÁ ALARGAR-SE A PAÍSES

COMO MARROCOS E A ARGÉLIA

Vida Económica – O Mibel já entrou em funcionamento. Mas a verdade é que os consumidores ainda não vêem os seus be-nefícios em suas casas, nomeadamente tarifas mais baratas. Quando é que isto vai acontecer?

Braga da Cruz – Como expliquei, o Mibel é um processo complexo com uma profunda implicação política e que representa, fundamen-

talmente, a vontade de dois Estados de cons-truírem um mercado regional, antecipando, dessa forma, o futu-ro mercado único da energia eléctrica.

VE – Como disse, o mercado único da energia eléctri-ca já foi aventado pelo presidente da Comissão Europeia, mas ainda não foi aceite?

BC – E ainda foi discutido, recente-mente, mas é evidente que há muitos interes-ses nacionais, há pro-fundas diferenças no modelo organizativo de cada Estado-mem-bro. No momento, o

que é preciso neste tipo de processo é identificar os pontos comuns e ver onde pode haver avanços, nomeadamente nas áreas que referi, nas interligações. Algo que me parece vital para que a energia possa fluir com maior facilidade, porque, no que diz respeito aos bene-fícios directos para o consumidor, a verdade é que nós podemos invocar a nosso favor o que aconteceu em países em que houve libe-ralização – aqui assistimos, de facto, a uma descida significativa das tarifas -, mas também não deixa de ser uma realidade essas descidas corresponderam a períodos em que os combustíveis estavam mais baixos. Agora, também devo dizer que tudo isto depende muito da forma como os mercados se organizam, da forma como aceitam as regras de mercado: estou a falar de aspectos como a transparência, a fluidez, a informação.

VE – A descida de preços seria muito bem-vinda, sobretudo num momento em que sabemos que o preço da energia vai so-frer um aumento de 8%?

BC – Portugal é o país da União que depende mais das importações de energia primária. Como tal, nós temos de fazer um grande esforço a favor das renováveis, não só das eólicas, mas também das grandes hídricas.

VE – Há quem diga que a aposta nas hídricas não foi aquela que o país precisaria? Apostamos nas renováveis e esquecemo--nos das hídricas?

BC – As hídricas também são renováveis. O facto de elas terem mais de 10 mW não é algo que impeça a sua utilização. Tudo isso são con-tributos. Agora, devo dizer também que as hídricas que estão por fazer trazem outros benefícios para a sociedade que vão para além da energia eléctrica. Destaco, aqui, o facto de estas permitirem suportar água e a água tem valor.

VE – No decorrer da sua intervenção, referiu que o Mibel po-derá vir a incluir, no espaço de 10 anos, países como Marrocos e a Argélia?

BC – Sim, porque também do Norpol – o mercado que inclui os Estados nórdicos – faz parte a Noruega, um país que não perten-ce à União Europeia. Como tal, esse projecto pode fazer sentido. Seria uma forma de estabelecer com esses países uma relação mais estável, até porque também estamos dependentes da importação do gás natural.

VE – Voltando um pouco atrás, o consumidor final vai ter aces-so às ofertas do mercado liberalizado, em 2007, 2008? Pode-mos apontar prazos ou é complicado falar desta forma?

BC – É complicado estar a estabelecer compromissos. Agora, o que posso dizer é que, se nós construirmos as condições de mercado libe-ralizado, estamos, claramente, a criar as condições necessárias ao surgi-mento de benefícios para os consumidores.

VE – Datas: é difícil apontar? BC – Aquilo que nós dissemos é que esperamos que, ao fim de um

ano, possamos ter um volume de transacções da ordem dos 20 mil GW/h, já estamos nos 3,5 GW/h. Essa foi a única meta que estabele-cemos.

SANDRA [email protected]

Braga da Cruz, presidente do OMIP, fala do Mibel e defende a eliminação dos contratos de aquisição de energia

“É preciso promover a entrada de mais produtores no sistema”

O Mibel – Mercado Ibérico de Electricidade – já está em funcionamento, mas, como des-taca Braga da Cruz, presidente do OMIP

(Operador de Mercado Ibérico de Energia), ainda “estamos longe de uma concorrência perfeita”. A so-lução?, poderá o leitor perguntar. Para este responsá-vel, o único orador de um pequeno-almoço/debate, recentemente, organizado pela “Vida Económica” e IusEuropa (Associação de Estudos de Direito Euro-peu), no hotel Meridien, no Porto, sobre o mercado ibérico de energia, a resposta a esta pergunta só pode ter um sentido: “É necessário promover a entrada de mais produtores no sistema”.

Uma afirmação que leva Braga da Cruz – este não deixa de lembrar que a “concentração da pro-dução é muito significativa e o poder de merca-do dos actuais produtores muito acentuado” – a

questionar-se sobre o modo como se pode dar a volta a esta situação. “Como abrir o mercado a mais operadores?”, foi uma das interrogações que fez neste pequeno-almoço. Aqui, Braga da Cruz defende aquilo que já foi divulgado, em público pelo Governo de José Sócrates, ou seja, a extinção dos chamados CAE (Contratos de Aquisição de Energia) que existem entre a REN (Rede Eléctrica Nacional) e os produtores de electricidade. Com esta medida, o presidente do OMIP considera que seria mais fácil levar a energia até ao mercado. Mas bem podemos dizer que as sugestões de Braga da Cruz não ficam por aqui.

Na opinião deste especialista, a evolução do OMIP só teria a ganhar se a PRE (Produção em Re-gime Especial) deixasse de ser remunerada a um va-lor definido por decreto e passasse a ter a alternativa de ir ao mercado. A isto, Braga da Cruz acrescenta coisas como: a continuação do programa de reforço de interligação, a comercialização independente, a possibilidade de passar do regime regulado para o regime livre e, deste modo, mudar, livremente, de fornecedor de energia. Para o presidente do OMIP, seria, igualmente, importante que, do lado de Espa-nha, afinal o nosso parceiro em todo este projecto, houvesse uma menor intervenção administrativa e política no controlo dos preços.

O Mibel pode subir as tarifas?

Numa altura em que se anunciam aumentos da energia na ordem dos 8%, esta pergunta assume uma particular importância: será que o mercado ibérico de energia vai ser responsável por um au-mento dos preços? Temos boas notícias.

Braga da Cruz considera que o Mibel pode re-duzi-los, mas, como destacou, há condições: este terá que ser capaz de se “aproximar das boas práticas do mercado e não perder de vista os princípios que quer tomar como referência”.

As ameaças a tudo isto? Braga da Cruz lembra algumas: a excessiva dependência dos combustíveis fósseis, a ineficiência energética ou o défice de com-portamentos e atitude no que diz respeito ao uso racional de energia.

Volume de transacções do Mibel nos 3,5 GW/h

O Mibel, pelo menos, na prática, é ainda algo de muito recente – o seu arranque deu-se no dia 3 de Julho deste ano — mas será que estamos no bom caminho? Os produtores podem ser poucos, mas já há alguns resultados: Braga da Cruz destaca o volu-me de transacções já atingido até ao momento: 3,5 GW/h. É certo que ainda há muito a fazer – Braga da Cruz fala da meta estabelecida: ao fim de um ano chegar aos 20 mil GW/h —, mas este responsável mostra-se confiante: estamos perante algo irreversí-vel que se insere, aliás, numa lógica de liberalização do sector eléctrico a nível europeu. O presidente do OMIP mostra-se, inclusive, a favor da criação de um regulador único europeu. “É inevitável conver-gir nesse sentido”, destaca Braga da Cruz. Resta-nos falar dos princípios que estão por detrás de toda esta “empreitada”. Afinal, o que levou os políticos a enve-redar pelo Mibel? Braga da Cruz destaca a melhoria da eficiência económica das empresas, o livre acesso ao mercado em condições de igualdade, transparên-cia e objectividade e, como não podia deixar de ser, a promoção da concorrência.

SANDRA [email protected]

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 11NEGÓCIOS E EMPRESAS

“Portugal é o país da União que depende mais das importa-ções de energia primária”, sublinha Braga da Cruz

A “concentração da produção é muito

significativa e o poder de mercado dos

actuais produtores muito acentuado”

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27 de Outubro de 2006 | Suplemento Nº69

Start Idea reduz os custos da certificação da ordem dos 50%

Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal

No cada vez mais feroz mercado concorrencial onde as empresas estão integradas e se debatem dia-a-dia para marcar a diferença, apostar em produtos e soluções que salientem e aumentem a qualidade, torna-se numa mais-valia para fazer face à grande competitividade.Inúmeros produtos existentes no mercado per-mitem às empresas melhorar a sua capacidade e a sua resposta perante o seu principal alvo, o cliente.

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Certifi que a sua empresa, optimize a sua actividade

Uma das soluções po-derá passar por cer-tifi car a própria em-presa, isto porque “a certificação permite a qualquer empresa

organizar e optimizar a sua ac-tividade”. A afi rmação parte de Estevão Silva, especialista na área e sócio da Start Idea.De acordo com o economista, “a certifi cação não se resume à obtenção de um carimbo no final do processo, mas sim aumentar a produti-vidade das empresas, traduzir em resultados todo o esforço e energia dispensada pela força do trabalho. Em suma, permitir que as empresas cresçam garantindo assim prosperidade e emprego por muitos anos”.A Start Idea, uma empresa nova no mercado, especializada nas soluções empresariais de con-sultoria de negócios, consultoria económico-financeira, imple-mentação de sistemas de gestão da qualidade e de sistemas de HACCP, surge “a partir do mo-mento em que duas entidades olharam para o mercado e perce-beram que sozinhas a travessia seria difícil”.“A empresa nasce de uma fusão de serviços entre duas empresas especializadas nos domínios em que cada uma delas actuava. En-quanto uma estava direccionada para a área fi nanceira, outra esta-va mais vocacionada para a área de sistemas de gestão de qualida-de. Devido às fortes sinergias e trabalhos que ambos os parceiros

vinham a desenvolver juntamen-te dos empresários, optou-se por aumentar a capacidade de resposta, bem como a satisfação dos clientes que nos procuram”, afi rma Estevão Silva.Surgida através do Programa PME XXI, uma iniciativa da As-sociação PME-Portugal, a Start Idea começa a marcar posição no mercado, com o seu Programa de Certifi cação, que se distingue dos de mais por possibilitar uma redução nos custos da ordem dos 50 por cento.Para os administradores as vanta-gens são muito mais do que ape-nas uma redução do valor mensal, a optimização da implementação ao simplificar procedimentos similares, independentemente do sector da actividade da empresa, é outro factor diferenciador dos Programas já existentes.Nos últimos anos, o número de empresas a obter a certifi cação segundo a norma ISO 9001:2000 aumentou consideravelmente e a explicação poderá passar pelo facto “dos empresários terem consciência que a evolução do mercado assim o exige. Em alguns sectores é mesmo uma exigência, ou por parte dos fornecedores, ou por parte dos clientes. Uma coisa é certa, o mercado é quem manda”, justifi cam os administradores da Start Idea.Em relação ao Programa e à Start Idea, os seus responsáveis esperam que “vá de encontro aos objectivos, metas e resultados que cada empre-sário se propõe alcançar”.

“A certificação não se resume à obten-ção de um carimbo no final do proces-so, mas sim aumentar a produtividade das empresas, traduzir em resultados todo o esforço e energia dispensada pela força do trabalho”

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Márcia Silva [email protected]

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HoraInox quer conquistar o mercado ibérico

representa 30% do volume de vendas”.

Crescimento de 57%

Com 21 trabalhadores, a em-presa cresceu, no primeiro se-mestre de 2006, cerca de 57%. “Pretendemos acabar o ano com uma facturação de 18 milhões de euros”, perspectivou Paulo Dias.

A HoraInox re-alizou um inves-timento global de 8,5 milhões de euros, en-tre a compra da unidade galega (2,5 milhões), a aquisição de no-vas instalações com seis mil m2 de área coberta (três milhões de

euros), a constituição da empre-sa HoraInox Ferramentas (1,5 milhões) e de um novo centro de serviços para segundas escolhas. Estas duas últimas perfilam-se como forma de “aproveitar o elo de ligação com os clientes, pe-netrando em nichos de mercado para o mercado nacional”.

Aliás, a empresa tem vindo a

procurar, no mercado nacional, clientes com uma vocação pre-dominantemente exportadora, pois “terão maior capacidade para aguentar o impacto provocado pela subida do preço das matérias primas”.

Estabilização de preços

O ano de 2007 será marcado pela subida ou, pelo menos, esta-bilização dos preços das matérias primas que compõem o sector do aço, pelo que as empresas na-cionais do sector da metalurgia e metalomecânica poderão sentir dificuldades acrescidas. Esta é a convicção do administrador da HoraInox, empresa que opera no segmento do aço inoxidável.

“A procura de todos os metais, e de aço inox em particular, é imensa, e sabemos de fábricas que têm já a sua capacidade de produ-ção para 2007 no limite. Por isso, o aumento de preços veio para ficar”, explica Paulo Dias.

Este responsável afirma ver “com alguma apreensão o facto de o nosso mercado registar um aumento do risco” e a metalurgia nacional conhecer maiores difi-culdades, sobretudo “em áreas direccionadas para a construção

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A expansão a toda a Espanha é o objectivo da HoraInox. “O mercado ibérico é agora a nossa prioridade, uma vez que existe um risco de saturação do mer-cado português”, afirma à “Vida Económica” Paulo Dias, admi-nistrador da HoraInox.

Criada em 1998, a HoraInox, empresa de raiz familiar, regis-ta uma média de crescimento anual de 25% a 30%, tendo atingido, em 2005, um va-lor de negócios de 12 milhões de euros.

Com uma voca-ção inicialmente comercial, a em-presa passou a ser marcada por um cariz industrial em 2002. Em 2005, a HoraInox ad-quiriu a Albino Ibérica, empresa espanhola da Galiza especializada na distribuição de produtos de aço inox no norte de Espanha, agora designada HoraInox Ibéri-ca.

Paulo Dias reconhece a neces-sidade de “penetrar no mercado do Norte de Espanha, que hoje

“Estado deveria olhar com cuidado para as PME e implementar estratégias de apoio e moderni-zação”, afirma Paulo Dias.

civil”. Outro aspecto que o em-presário ressalta é o atraso nos pagamentos, “pois muitos dos nossos clientes vivem do Estado, e, se este não cumpre, as empresas ficam numa situação difícil”.

Paulo Dias faz mesmo um ape-lo ao Estado para agir, “não no que toca ao controlo da subida de preços, pois não existe uma acearia nacional, mas pode olhar

com cuidado para as PME e im-plementar estratégias de apoio e modernização, pois o sector metalúrgico emprega 200 mil trabalhadores e para muitas das empresas mais pequenas 2007 poderá ser um ano difícil, dada a necessidade de esmagamento de margens comerciais”.

MARC BARROS

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 13PME

Preço do aço continuará em alta em 2007

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Produtores criam associação interprofissional

Rótulos sanitários nas bebidas alcoólicas é prejudicial ao sector

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A Plataforma Interassociativa, que integra as asso-ciações ACIBEV, ANCEVE, AEVP, ACVP, ANE-BE, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e a Fenadegas, está contra a introdução de Rótulos Sanitários nas embalagens dos vinhos.

Considerando que, “para problemas nacionais são precisas soluções nacionais”, este movimento asso-ciativo manifesta preocupação e reservas quanto ao anunciado conteúdo do Projecto de Comunicação Comunitária designada “Alcohol Harm Reduction Strategy” da DG SANCO (Direcção-Geral da Saú-de e da Protecção do Consumidor, da Comissão Europeia).

“Os consumidores são maioritariamente moderados e responsáveis e as bebidas alco-ólicas podem e fazem parte de um estilo de vida saudável”. Para além disso, defende a “absoluta necessidade de fazer basear todas as políticas públicas em dados científicos credí-veis e não em generalizações, ou preconcei-tos”.

Por isso, considera também que há desvan-tagens da utilização dos impostos e taxas para controlar consumos.

“Têm de ser contempladas as diferenças existentes entre países e regiões da União Europeia com culturas e hábitos de consu-mo distintos. Além disso, não podemos deixar de considerar, com base em casos já experimentados em vários mercados, que parte da regulamentação prevista não traz consequências positivas nem as al-terações desejadas”, afirma Diogo Saraiva e Sousa, porta-voz da Plataforma Interassociativa.

Este movimento interassociativo, que representa

VIOLAÇÃO DE PATENTES RESULTA EM INDEMNIZAÇÃO

DE 60 MILHÕESO Grupo Paxar, operador de

sistemas de identificação e solu-ções de rastreabilidade, ganhou o litígio que interpôs, em 2003, contra a Zebra Technologies Cor-poration, por violação de oito pa-tentes em mais de 50 produtos.

Mercê desta vitória, a Zebra vai pagar 63 750 mil dólares (cerca de 60 milhões de euros) à Paxar, o que lhe permitirá ganhos adi-cionais de aproximadamente 34 milhões de dólares, depois de impostos. Por outro lado, a Ze-bra foi obrigada a comprar uma licença de uso das patentes vio-ladas e outras relacionadas com estas, com a agravante de serem limitadas no tempo.

A violação foi tão grosseira que

o tribunal (de Ohio, Estados Uni-dos da América) antecipou a sua

decisão em pelo menos quatro meses, já que havia programado uma decisão só para Janeiro de 2007.

CASA CADAVAL LANÇA PINOT NOIR 2005

A Casa Cadaval, produtor de vi-nhos ribatejanos, acaba de lançar no mercado a colheita de 2005 do seu Pinot Noir, um dos únicos desta casta que é produzido em Portugal.

Este vinho, de uma casta característica de outros climas, adaptou-se na perfeição aos so-los e climas do Ri-

produtores, importadores e distribuidores nacionais de bebidas dos sectores dos vinhos, cervejas e bebi-das espirituosas, solicitou audiências às autoridades a propósito da política europeia nesta matéria.

“As medidas a tomar em matéria de saúde e ál-cool têm de ser equilibradas e sensatas, como por exemplo o são a fixação de uma Taxa de Alcoole-mia Máxima, ou o estabelecimento de uma Idade Mínima para Consumo de Bebidas Alcoólicas, não retirando ao consumidor nem o direito a informar--se nem o seu direito de escolha”, conclui.

Estas associações propõem-se, entre outras medi-

das, criar, em colaboração com as autoridades com experiência e competência nesta área, projectos edu-cativos para atrasar a introdução ao consumo de be-bidas alcoólicas dos jovens e, quando tal for inevitá-vel, tornar essa introdução informada e consciente.

VIRGÍLIO FERREIRAvirgí[email protected]

sexta-feira, 27 Outubro de 2006PME14

Máquina Pathfinder objecto de pleito Paxar vs Zebra.

batejo. Da responsabilidade do enólogo Rui Reguinga, é um tinto de cor rubi, macio e elegante, que

apresenta um aroma fruta-do. O seu paladar, com corpo

mediano e equilibrado, termina com longa persistência.O Casa Cadaval Pinot Noir

2005 é distribuído pela Vinalda e está disponível a um PVP reco-mendado de 13,5 euros.

ORDEM DOS ENFERMEIROS ESCLARECE

“Ao abrigo do Direito de Resposta consignado na Lei de Imprensa (Lei nº 2/99 de 13 de Janeiro), a Ordem dos Enfermeiros (OE) pre-tende repor a verdade dos factos relacionados com a notícia intitula-da “Sindicato acusa Ordem dos Enfermeiros de ‘bloquear’ emigração para EUA”, publicada na edição de 22 de Setembro de 2006.A OE não bloqueou, não está a bloquear, nem nunca impedirá que profissionais portugueses possam exercer noutros países. Todavia, existe um conjunto de procedimentos que e necessário formalizar. Os recém-licenciados não podem exercer a profissão antes que lhes seja atribuída a cédula profissional por parte da Ordem dos Enfer-meiros.Quanto à homologação deste tipo de processos, não faria qualquer sentido que a instituição a quem o Governo delegou a competência para regular, atestar e garantir o exercício de uma enfermagem de qualidade não analisasse escrupulosamente todos os processos. Isso não significa, porém, que os esteja a protelar indevidamente. Rejei-tamos veementemente a acusação de incompetência formulada pelo Sindicato dos Enfermeiros.Ao contrário do que se afirmou, NÃO EXISTEM 150 SITUAÇÕES de “bloqueio administrativo”. Até ao momento, NÃO EXISTE NENHUM PROCESSO DE CERTIFICAÇAO solicitado por entidades empregado-ras QUE NÃO O TENHA SIDO HOMOLOGADO PELA ORDEM DOS ENFERMEIROS.As acusações veiculadas pelo Sindicato dos Enfermeiros estão a ser estudadas pelo Gabinete Jurídico e pelo Conselho Jurisdicional da OE. Em breve tomaremos uma posição sobre esta matéria.”

Maria Augusta SousaBastonária da Ordem dos Enfermeiros

COLUNA DO LEITOR

IMIGRAÇÃO É TEMA DE CONFERÊNCIAS DO PROJECTO FICO FIC – “Formar, Integrar,

Competir” – acaba de realizar, na Associação Comercial e In-dustrial de Coimbra (ACIC) a segunda de um conjunto de seis conferências, cujo cenário comum é o fenómeno da imigra-ção em Portugal, muito particu-larmente a oriunda do Leste da Europa.

A conferência, subordinada ao tema “Multiculturalidade e Es-tratégias de Gestão de Recursos Humanos”, foi proferida pelo di-rector de Recursos Humanos da OPCA, José Bancaleiro, e mode-

rada por Pedro Vale, consultor e auditor de sistemas da qualida-de. A secretária-geral da ACIC, Rute Marinho, teve a seu cargo a abertura e o encerramento da conferência.

As próximas conferências te-rão como temas “O efeito da imigração na sustentabilidade da Segurança Social”, “Demo-grafia, assimetrias regionais e imigração”, “Dimensão social da imigração: perspectivas de exclusão e de integração” e “Imigração e as estratégias para o emprego”.

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México regista a maior subida na importação de vinho do Porto

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Segundo os resultados apresen-tados este mês relativo ao ano de 2006, a exportação de vinho do Porto engarrafado sofreu um de-créscimo de 1,6% em relação ao período homólogo do ano ante-rior. Este decréscimo das exporta-ções resultou numa perda de cerca de 0,8% do volume de negócios no mercado internacional.

A grande novidade foi o México, que durante este ano aumentou em 54,9% a sua taxa de impor-tação do vinho português, corres-pondendo, neste momento, a um volume de negócios de 0,4%, à frente de países como a Grécia, a Noruega ou a Finlândia.

A França continua a ser o prin-cipal destino da exportação de vinho do Porto, correspondendo a uma taxa de 35,7% do merca-do de expedição e exportação, logo seguida da Holanda, apesar

desta ter acusado um decréscimo de 7,9% nas importações entre Janeiro e Setembro do ano cor-rente.

No geral, os preços médios por litro subiram, o que pode justifi-car algumas quedas no volume de negócios em países como a Fin-lândia, onde um litro de vinho do Porto custa agora 7,02 euros.

Em relação ao mesmo período do ano transacto, o Ruby Reserva foi o vinho do Porto onde se regis-tou o aumento mais significativo de exportação, com uma subida de 10,8%.

De registar é também a subida da importação para o México em relação ao Estilo Tawny Colheitas, onde se verificou um aumento de 2981,8%, ainda que, no geral, esta categoria tenha registado um decréscimo de 6% (3.019.636 eu-ros) nas exportações.

Massimo Dutti premeia design português

A marca italiana Massimo Dut-ti lança este ano a primeira edição do Prémio Massimo Dutti De-sign. Trata-se da primeira distin-ção para a área do design indus-trial em Portugal.

O objectivo deste prémio é, an-tes de mais, constituir um incen-tivo a novos designers, bem como à produção de novo design para o mercado nacional e internacio-nal. Por outro lado, este evento passa também por divulgar e pro-mover o design português junto do público em geral, da indústria e dos profissionais. Para esta pri-meira edição do prémio 2006/07, o tema escolhido foi a “Organiza-ção do Espaço” e inclui duas áreas de criação: espaços domésticos e espaços comerciais.

O concurso ao Prémio Massi-mo Dutti Design 2006/07 desti-na-se a designers profissionais e a estudantes finalistas do curso de design, pelo que, foram criadas duas categorias distintas: profis-sionais e estudantes finalistas.

Os projectos a apresentar terão obrigatoriamente que pertencer à tipologia “mobiliário”.

Argentina analisa investimento luso

Nos próximos dias 6 e 7 de No-vembro, Buenos Aires será palco do 1º Congresso dos Investimen-tos Portugueses na América do Sul”, organizado pela Câmara Ar-gentina Portuguesa de Comércio.

Este Congresso contará com a participação de altas autoridades e de ministros argentinos que focarão aspectos essencialmente económicos. Estarão em análise perspectivas económicas nos pa-íses da América do Sul, os investi-mentos portugueses nessa região, o papel das Câmaras de Comércio portuguesas na área, bem como oportunidades de investimento na República Argentina. Jorge Faurie é o embaixador da Argen-tina em Portugal.

Eficácia da comunicação comercial vai a concurso

Já estão escolhidas as cam-panhas finalistas que estarão a concurso na entrega dos Prémios Eficácia 2006. De entre as 62 ins-critas, apenas 38 campanhas fo-ram seleccionadas para disputar os troféus de ouro, prata e bron-ze. Depois de mais de um mês de análise, o júri decidiu retirar do concurso 24 casos.

Esta gala tem como finalidade distinguir as campanhas em que a comunicação foi mais eficaz. Para isso, estará presente um júri com-posto por 10 elementos relacio-nados com a área do marketing, o mesmo que seleccionou as 38 finalistas.

Nesta segunda edição dos Pré-mios concorrem na short-list mais três casos na categoria de “Marketing de Causas” e mais dois em “Marketing Social” do que em 2005, sendo de registar um acréscimo de inscrições em relação a 2005.

A gala está prevista para No-vembro.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006PME16

O México aumentou em 54,9% a sua taxa de importação.

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Grupo Investvar cria centro de I&D para calçado

O grupo Investvar, que detém a marca Aerosoles, conti-nua a desenvolver um processo de reestruturação. No con-texto das mudanças organizacionais, a grande novidade é a criação de um centro de investigação e desenvolvimento, em Cortegaça, a escassos quilómetros da sede e das instala-ções industriais. A equipa de trabalho será responsável pela apresentação de quatro colecções de marca ao ano.

A empresa de calçado pretende desenvolver um míni-mo de quatro colecções a mais da Aerosoles, duas de A2 e duas de homem, bem como a produção de modelos específico para o retalho. “O objectivo passa por alcançar um patamar de competitividade ainda elevado, verifican-do-se uma aposta clara em novas matérias-primas. Tra-ta-se de manter o produto como factor diferenciador da Aerosoles”, de acordo com o responsável do novo centro, Fernando Brogueira.

O projecto implica a criação de duas equipas, mas con-vergentes: uma de desenvolvimento de produto e outra de design. A primeira é responsável pela criação das for-mas, solas e da modelação. A segunda assegura o desenho de novas propostas, utilizando para o efeito programas como o CAD e o desenho em três dimensões. O orça-mento previsto para esta nova divisão ronda os três mi-lhões de euros.

Steve Mills, CEO da MRINetwork, garante

Portugal tem mercado no sector do recrutamento de executivos

Unifar investe em sistemas de informação para a saúdeA Udifar, cooperativa de distribuição farmacêutica, colocou

no mercado um sistema inovador de informação, incorpo-rado no processo de entrega e recolha de medicamentos nas farmácias, sob a designação de InfoPlus Delivery (IPD). A cooperativa, cuja facturação anual ronda os 566 milhões de euros, tem investido em novas tecnologias. No total, foram aplicados mais de 4,5 milhões em sistemas de informação.

O sistema em causa representou um investimento de mais de um milhão de euros, estando disponível em cer-ca de 1300 farmácias, numa primeira fase. O novo siste-ma permite às unidades móveis a localização, gestão das comunicações, controlo das entregas e recolhas de forma mais imediata e precisa. Por outro lado, possibilita locali-zar o pedido automaticamente em cada ponto de distri-

buição, melhorar o controlo das entregas e desenvolver a cartografia das rotas completas feitas pelas viaturas.

De acordo com os responsáveis da Udifar, o sistema tem objectivos concretos, desde logo representa uma fer-ramenta que pode auxiliar bastante na gestão de stocks. Por outro lado, permite melhorar a gestão de expectativas relativamente à hora das entregas. A empresa prevê que a implementação deste sistema de informação esteja conclu-ída em Março do próximo ano. O grupo é composto por várias entidades, com destaque para a Codifar e a União de Farmacêuticos de Portugal, contando com mais de 500 colaboradores. A Udifar é uma central de serviços partilha-dos com uma estrutura cooperativa em que o associado é simultaneamente cliente.

A MRI pode acrescen-tar valor, na sua óptica, especialmente em três áre-as. Desde logo, a empresa “pensa globalmente, mas age localmente. Está pre-sente com mil escritórios em 37 países. Em Portugal, existem seis escritórios, com conhecimento aprofundado do mercado local. A gestão está a cargo de portugueses. “Por via da combinação de benefícios locais e globais, é possível disponibilizar uma posição de mercado única”, adiantou à “Vida Económi-ca” Steve Mills. Um segun-do aspecto importante é que é possível aceder a can-didatos de todo o mundo.

De facto, estando presen-te a nível global, a MRI-Network tem pelo seu lado a possibilidade de os seus clientes captarem talentos para o mercado de trabalho nacional. Além disso, aque-le responsável acha que a ex-

periência é outro factor de-terminante. Neste âmbito, não se trata apenas de recru-tamento, a empresa dispo-nibiliza serviços no acon-selhamento das tendências de mercado, questões rela-cionadas com salários ou incentivos, entre outras. O grupo está particularmente activo no sector industrial, onde se verificam algumas das maiores falhas em ter-mos de executivos.

Apesar do seu optimismo, Steve Mills não deixa de ad-vertir que não há uma gran-de oferta de talentos. É por isso que a procura se tornou mais complicada, sendo importante ter uma ideia exacta dos candidatos. “A nossa empresa tem que co-nhecer bem os candidatos, de modo a preencher cor-rectamente os lugares dis-poníveis. De notar que uma empresa só pode ser compe-titiva se tiver as pessoas ade-

quadas, particularmente em lugares de topo.”

Actualmente, o proces-so para empregar alguém é mais complexo que há escassos anos atrás, como explicou o empresário: “O processo de colocação tem que ser consistente e rápi-do. A empresa tem que ter a capacidade de explicar à entidade empregadora qual o processo a seguir, sendo que deverão existir prazos. Por outro lado, a questão salarial terá que se prender com as competências e não com a inflação.

Quanto à empresa em-pregadora tem que estar consciente, que não vai en-contrar o candidato perfei-to. É que tal não existe.”

Relativamente ao merca-do nacional, Steve Mills re-velou que tem conhecimen-tos sobre o mesmo. Na sua opinião, é possível aumentar os rácios de produtividade, mas tem que haver “atitude” e “liderança”. Neste último caso, em particular, é pre-ciso revelar mais e melhor liderança, o que implica lí-deres fortes, construtivos e combativos. “É necessário olhar para o verdadeira-mente importante, cultivar o empreendedorismo e as-sumir uma atitude positiva. Além disso, Portugal tem que definir uma política concreta para os mercados internacionais, promover o investimento e as marcas de qualidade”, concluiu.

EMPREENDIMENTO BOM SUCESSO INTENSIFICA INTERNACIONALIZAÇÃO

O conjunto turístico da pro-motora Acordo, Bom Suces-so, localizado em Óbidos, foi apresentado ao mercado alemão, no âmbito da Expo Real de Munique. É uma feira que ocupa já uma po-sição de relevo no mercado imobiliário a nível interna-cional, daí o investimento da promotora.Há algum tempo que o em-preendimento Bom Suces-so pretende entrar nos mer-cados externos. Depois do Reino Unido, da Irlanda e da Espanha, foi agora a vez de chegar ao importante

mercado germânico, o país europeu que mais investe na área do turismo. Aliás, o mercado internacional re-presenta, actualmente, cer-ca de 80% do volume de vendas do grande projecto que é o Bom Sucesso. Este tem com pilar central o golfe, sendo a partir dessa modalidade e do respectivo campo que se desenvolve o empreendimento. O imo-turismo está a merecer es-pecial atenção por parte da empresa promotora, a qual tem também a seu cargo a gestão da área turística.

CHRONOPOST PORTUGAL LANÇA NOVO SERVIÇO DESTINADO A EMPRESAS

A empresa logística Chro-nopost Portugal colocou no mercado um serviço ino-vador. O Chrono Swap tem como objectivo representar um serviço de valor acres-centado às empresas, por via da redução de custos e de ganhar o máximo de tempo possível. É um serviço logístico que garante entregas e recolhas expresso para qualquer des-tino em território nacional, para além de oferecer uma prestação adicional aquan-do da entrega ou da reco-lha de um envio. Destina-se essencialmente a empresas

das áreas informática, das telecomunicações, empre-sas que reparam equipa-mentos, entidades finan-ceiras e seguradoras, que necessitem de enviar um documento ou encomenda que tenha que regressar ao expedidor. Vai para além da recolha ou entrega de de-terminada mercadoria ou documento, na medida em que pode passar pela subs-tituição e instalação de ma-teriais e equipamentos téc-nicos ou pela entrega de um documento que necessite de uma assinatura e respectiva recolha no mesmo acto.

Procura aumenta na manutenção técnica e nas instalações de edifíciosA procura de serviços de

manutenção técnica de edi-fícios e de instalações man-teve, nos últimos anos, uma evolução favorável. Nos úl-timos três anos, o mercado cresceu a uma taxa anual de 8%, mas é esperada uma li-geira aceleração para 9% no presente exercício, pelo que o volume de negócios poderá atingir 1310 mi-lhões de euros. A tendên-cia é para o crescimento se

manter nos próximos anos.Os serviços de manu-

tenção de edificações não residenciais e de instala-ções industriais revelaram o comportamento mais di-nâmico. Faz sentido, tendo em conta a fraca penetração dos serviços de manutenção externa nestes segmentos de mercado, de acordo com a DBK, empresa de estudos de mercado espanhola. Nos curto e médio prazos deve-

rá manter-se a tendência de concentração dos serviços de manutenção num úni-co fornecedor, pelo que a diversificação, quer funcio-nal, quer geográfica, será mais importante enquan-to factor determinante da competitividade.

De facto, a actual estru-tura da oferta ainda é muito fragmentada. No ano passa-do, cerca de 1500 empresas estavam a operar neste sec-

tor, gerando um volume de emprego de mais de 17 mil trabalhadores. A forte ato-mização da oferta traduz-se numa baixa participação das principais empresas no con-junto do mercado. Assim, no ano transacto, as cinco primeiras empresas por vo-lume de negócio registaram uma quota de mercado con-junta de 12%, valor que che-gou a 15% se se considerar os dez principais operadores.

No entanto, no segmento dos ascensores, há uma for-te concentração da oferta, de tal forma que as três em-presas concentram perto de 75% das receitas totais.

Certo é que o crescimen-to do mercado verificado nos últimos anos provocou a entrada no sector de novos operadores. Relativamente a este facto, destaque para as empresas integradas em grupos multisserviços, em-

Um dos problemas que continua a colocar-se no mercado empresarial tem a ver com a dificuldade em encontrar executivos. A MRINetwork, de alguma forma, pretende preencher essa importante lacuna das empresas nacionais. Steve Mills, CEO do grupo, considera que Portugal representa um mercado interessante, tendo em conta as suas características e o que ainda há a fazer nas áreas do recrutamento de executivos e da consultoria.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 17PME

Mercado vale mais de 1,3 mil milhões de euros

presas de instalações e mon-tagens, bem como empresas de instalação de ascensores. Estes operadores procuram disponibilizar aos clientes um serviço global, com a in-corporação da manutenção da sua carteira de serviços. De notar que a manutenção de elevadores, no ano pas-sado, gerou um volume de negócios de 160 milhões de euros, cerca de 15% do va-lor total do mercado.

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Micro-ideias para ajudar à produtividade

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O nome é, por si só, explicativo. Chama-se Ide-aSystem (Sistema de Ideias) e pretende contribuir para o aumento da produtividade das empresas, através da resolução de pequenos problemas que, muitas vezes, assolam os vários departamentos das organizações. Problemas esses que, na sua grande maioria, nunca chegam a ser reportados ao topo da pirâmide, dada a sua “insignificância”.

Mas Miguel Monteiro, presidente do grupo Avanport, holding que reúne as participações da Chip, Seara e Introduxi, acredita que todas as ideias são bem-vindas e podem efectivamente contribuir, quantas vezes directamente, para a melhoria dos resultados. Depois de assistir a uma pa-lestra de Alan Robinson, autor de “Ideias are free” (“As ideias são gratuitas”), o em-preendedor resolveu criar um software – disponível via intranet – que regista e faz a gestão das sugestões dadas pelos colaboradores. Um verdadeiro softwa-re de gestão de ideias. “No dia-a-dia, os funcionários deparam-se com uma série de pequenos problemas que lhes roubam tempo e, desde logo, custam di-nheiro à empresa. A ideia deste sistema é precisa-mente permitir que todos possam contribuir para a melhoria do trabalho, através da sugestão de micro-ideias que são aprovadas, ou rejeitadas, pelo chefe de departamento. Não têm de ir à administração”, explicou o presidente da holding.

E como não há nada como experimentar o pró-prio cozinhado, há mais de um ano que as empresas do grupo de Miguel Monteiro já utilizam o siste-ma. “No início as pessoas olham com alguma des-confiança, pensam que vão ser avaliados por causa disso. Mas aí cabe ao chefe de cada departamento entusiasmar e encaminhar as pessoas a entender correctamente o conceito”.

O primeiro grande objectivo deste sistema é au-mentar a produtividade. “É necessário estarmos constantemente a pôr em causa a maneira de fazer as coisas. Pôr em causa todos os processos. Encetar--lhes melhorias”, defende o gestor. O segundo papel

EMPRESAS PORTUGUESAS BEM COTADAS

A Primavera, empresa portu-guesa especializada no desen-volvimento e comercialização de soluções de gestão e pla-taformas para integração de processos empresariais, está, pelo sexto ano consecutivo, no ranking “2006 Europe’s 500” que classifica as 500 empre-sas europeias com maior po-tencial de crescimento.

Este ranking, elaborado e divulgado pela GrowthPlus (h t tp : / /www.eu ropes500.com/), identifica as 500 em-presas europeias com maior crescimento de emprego e vo-lume de negócio, entre 31 de Dezembro de 2002 e 31 de Dezembro de 2005. Segundo esta organização, o total das

500 empresas originou a cria-ção de 148 500 novos postos de trabalho e um volume to-tal de negócios de 88,45 mil milhões de euros. Em termos relativos, registou-se um cres-cimento médio de 57,3% e 66,6% respectivamente, nesse mesmo período.

No ranking “2006 Europe’s 500”, a empresa lusa ocupa a 410ª posição, com um cres-cimento, entre 2002 e 2005, de 33,3% em novos postos de trabalho e de 51,7% em vo-lume de negócios. Para além da Primavera, estão também incluídas neste ranking outras empresas nacionais, como a Novabase, a ChipIdeia, a Uni-cer e a SulPasteis.

NOVO PROJECTO DE INOVAÇÃO A NÍVEL

INTERNACIONALO projecto “Wireless Broad-

band Cities – Portugal 2007” vai ser um show-case a nível nacional e internacional a decorrer ao longo do ano de 2007, promovendo estudos, demonstrações e projectos de novas plataformas tecnológi-cas, de telecomunicações e informática, em serviços pú-blicos suportados através de banda larga. A importância das novas realidades wireless – WiFi, Wireless fiber, Wimax, RFID, e outras – a par de novos tipos de utilização da banda larga, nomeadamente vídeo, e de novos sistemas Informáticos – serão objecto deste projecto que pretende

reunir em Portugal as mais re-centes tecnologias mundiais.

Os principais promotores do projecto são a AR Tele-com, a Cisco e a Microsoft, que contarão com o apoio do ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão e terão o enquadramento do Plano Tec-nológico e da iniciativa “Ligar Portugal”.

Este projecto permitirá projectar internacionalmente Portugal e assegurar a sua visibilidade nos domínios da modernização e da Sociedade da Informação, funcionando também como um verdadeiro “cartão de visita” da capaci-dade tecnológica nacional.

é a integração cada vez mais profunda dos recur-sos humanos na empresa. O presidente da Avan-port garante que esta pode ser uma forte motivação para os funcionários que sentem directamente que estão a contribuir para a melhoria dos resultados. “As pessoas começam a sentir que as suas ideias são levadas em conta”. E mesmo uma ideia menos feliz pode ser bem aproveitada, afiança Miguel Montei-ro. “Se a ideia for completamente descabida, é uma excelente oportunidade de alinhar esse funcionário. É porque ele simplesmente não está a perceber o

que é pedido. É uma forma de contribuir para a integração

dos recursos”.Mas como se com-

pensa quem tenha uma boa ideia? Pa-gando? Miguel Monteiro segue o alinhamento de que as ideias são gra-tuitas. Tal como o autor do livro, este gestor tam-

bém é da opinião q u e p a g a r uma boa

ideia é d e s -

virtualizar o conceito. “Existem ou-tros mecanismos para compensar uma boa ideia”. No grupo de Miguel Mon-teiro, por exemplo, uma vez que existem prémios que dependem directamente do lucro, se os resultados forem melhores, também o prémio é mais recheado.

SUSANA MARVÃ[email protected]

sexta-feira, 27 Outubro de 2006PME18

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Imobiliário

Lisbon Prime index

Os valores de arrendamento no corredor Miraflores – Porto Salvo estabilizaram num patamar muito compe-titivo entre os 12 euros e os 14 euros / m2 / mês, para edifícios novos prontos a ocupar. Este nível de rendas é muito atractivo face à oferta de edifícios novos em Lisboa, nomeadamente quando em concorrência com o Parque das Nações, que mantém rendas mensais entre os 16 euros e os 18 euros.

Uma oferta de qualidade em Oeiras, com diversos “offi-ce parks” com disponibilidade e capacidade de apresentar um leque diversificado de alternativas, sustenta uma boa performance deste segmento de mercado.

Nomeadamente empresas que procuram áreas de 3 a 5

Rendas são um atractivo para Oeirasmil m2 podem encontrar edifícios que constituem solu-ções à medida para apenas um ocupante, o que é mais di-fícil de encontrar na cidade de Lisboa.

Desde o início do ano, o LPI regista a ocupação de cerca de 21 mil m2, num total de mais de 30 empresas que op-taram por edifícios novos em Oeiras.

Este volume de negócios acompanha a realidade do ano de 2005, quando foram colocados neste mercado um total de 28 mil m2.

As empresas multinacionais presentes em Portugal reve-lam uma especial preferência por esta localização, nomea-damente empresas farmacêuticas e de novas tecnologias e informática.

O empresário Américo Amo-rim chegou a acordo para ven-der 100% do capital da Amorim Imobiliária ao grupo espanhol Inmobiliaria Chamartín, num negócio avaliado em cerca de 500 milhões de euros, e prepara-se para tomar, de seguida, posição na empresa espanhola. O negócio está ainda está sujeito à realização de uma “due diligence” para po-der ser concretizado.

A empresa compradora da Amorim Imobiliária já tem ne-gócios conjuntos no desenvolvi-mento de um centro comercial na Corunha em negociações com a Inmobiliária Chamartín com vista a eventual alienação da Amorim Imobiliária e aquisição, pelo Grupo Américo Amorim, de participação social relevante na referida companhia espanhola, a reforçar numa eventual entrada em bolsa da sociedade, após a aquisição da Amorim Imobiliá-ria”.

de grande notoriedade, como as Torres de Lisboa, a Nova Campoli-de, o Edifício Miraflores Offices e o Monumental, entre outros.

A Amorim tem vindo a apostar cada vez mais em pro-jectos de requalificação urbana, e que têm como objectivo a reconversão, recuperação e requali-ficação de edifícios já existentes. Neste âmbito destacam-se os projectos habitacionais do Palácio Studio Residence e a re-qualificação e renovação do Convento dos Inglesi-nhos, em Lisboa.

A empresa é também detentora dos empreendi-mentos “Studio Residence”, uma marca nacional de habitação diri-gida a um público mais jovem, e que totalizam uma oferta de 1800 apartamentos em todo o país, cor-respondentes a um investimento de 100 milhões de euros.

De salientar que, apesar de o negócio ter sido acordado na to-talidade, a sua concretização será feita faseadamente: ou seja, num primeiro momento, é vendida a Imobiliária e só depois se dará a tomada de posição na Chamar-tín, em percentagem que o em-presário preferiu não divulgar.

Este negócio valoriza a Amo-rim Imobiliária em mais de 500 milhões de euros mas está ainda sujeito à realização de uma due diligence, que deverá. Em decla-rações ao “Jornal de Negócios”, Américo Amorim confirmou que “deverá estar concluída antes do final do ano”.

Empresa gere activos avaliados em 1465 milhões de euros

Presente no sector imobiliá-rio desde 1989, actualmente, a Amorim Imobiliária gere uma carteira de activos estimada em

Américo Amorim prepara-se para tomar posição na empresa espanhola

Inmobiliaria Chamartín investe 500 milhões na compra da Amorim Imobiliária

Proibida a reprodução

do

LISBON PRIME INDEX

cerca de 1465 milhões de euros, correspondentes a uma área total de 1.418.628 m² sob gestão, di-vididos sobretudo pelos sectores Residencial (26%), Escritórios (29%) e Retail (40%).

Fundada no final da década de 80, a Amorim Empreendimentos Imobiliários, SGPS, SA veio gal-vanizar uma série de investimen-tos e transformar a Imobiliária numa das actividades mais repre-sentativas do Grupo Amorim.

Ainda nesse mesmo ano, o Grupo entra no mercado de Lis-boa, criando a INOGI - Inova-ção Imobiliária Gestão e Investi-mento, S.A., em associação com o prestigiado grupo Imobiliário Francês ISM, S.A.

Em 1999 - o Grupo Amorim associa-se com o Grupo General Electric - GE Capital Real Estate, para o investimento imobiliário, constituindo uma joint-venture a 50% - a Imolisboa, SA. Desta asso-ciação começam a surgir projectos

Negócio ainda está sujeito à realização de uma “due

diligence”

A transacção deverá envolver um montante de 500 milhões

de euros

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 19

O segmento de centros comer-ciais parece estar a ganhar cada vez mais força no portefólio da Amorim, que, para além de estar a desenvolver projectos de grande

dimensão – os centros comerciais “Dolce Vita” –, lançou também um novo conceito comercial apli-cado a cidades de pequena e mé-dia dimensão, os Sportsforum, e que aliam o comércio a activida-des desportivas.

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LISBOA ORIENTEAVENIDA INFANTE D. HENRIQUE ZONA 7

O edifício Lisboa Oriente situa-se próximo do Parque das Nações, cerca de 5 minu-tos a pé, na esquina entre a Av. Infante D. Henrique e a Av. de Pádua. Edifício moderno inserido numa zona recatada do Parque das Nações.

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Localizado entre o Saldanha e o Marquês de Pombal o Edifício de Escritórios para arrendamento dispõe de áreas entre os 170 e 3170m2 com estacionamento em cave.

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EDIFÍCIO SONY

PARQUE DAS NAÇÕESZONA 5: RECINTO DO PARQUE DAS NAÇÕES

O edifício Sony é composto por 4 pisos de escritórios em 3 Alas distintas: Ala Sul; Ala Norte e Elipse. Neste momento existem áre-as disponiveis para arrendamento na Ala Sul com aproximadamente 716 m2. O edifício conta ainda com 2 pisos de estacionamento em cave.

Áreas disponíveisde 700 m² a 718 m²

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EDIFICIO AMÉRICARUA SOEIRO PEREIRA GOMES ZONA 3: EIXO DA 2ª CIRCULAR AO CAMPO GRANDE, INCLUINDO PRAÇA DE ESPANHA / JOSÉ MALHOA

Localizado perto da Praça de espanha, o edifício dispõe de escritórios para arrenda-mento com áreas entre os 400 e 3700m2 com estacionamento em cave.

Áreas disponíveisde 400 m² a 3.700 m²

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ESTRADA DE ALFRAGIDE, KM 1,5 - ALFRAGIDE - AMADORA ZONA 6: EIXO DA AUTO-ESTRADA A5 DE MIRAFLORES A PAÇO D’ARCOS

O Edifício F do Alfrapark está inserido num parque de escritórios com uma área total de construção de 35.000 m2 distribuída por 9 Edifícios, contemplando ainda 18.000 m2 de espaços verdes. O edifício dispõe de 140 lu-gares de estacionamento em cave, bem como arrecadações. Situado em Alfragide, junto à EN 117, pela sua proximidade a Lisboa o empreendimen-to dispõe de excelentes acessos rodoviários. Insere-se numa zona consolidada de escri-tórios e comércio e de futura expansão de áreas de lazer.

TORRE ZENITH

ARQUIPARQUEZONA 6: EIXO DA AUTO-ESTRADA A5 DE MIRAFLORES A PAÇO D’ARCOS

Edifício de Escritórios com 12 pisos. Os escritórios encontram-se equipados com tecto falso, piso elevado com calha técni-ca e cabelagem estruturada já instalada. Segurança de 24h/24h, sistema de gestão centralizada de ar condicionado (chiller e ventiloconvectores), sistema anti-intrusão, sistema automática de detecção de incên-dios. Possui ainda um Auditório para 75 pessoas e um refeitório. Disponibilidade de estacionamento privativo no interior ou exterior.

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AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO, 21 ZONA 1: EIXO DA AV. DA LIBERDADE À PRAÇA DO SALDANHA

Edifício de escritórios de prestígio com cerca de 1.700 m2 de área em 9 pisos e ainda 200 m2 de Loja. Antiga sede da CMVM em Lisboa. - Excelentes acaba-mentos interiores - 2 elevadores - 1 Mon-ta-autos - AVAC independente por piso - Sistema de detecção de incêndios - 26 lugares de estacionamento em cave - Ar-recadação de 18 m2

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O Ed. Arcis está localizado na Rua Ivone Silva nº6, perto da confluência da Av. 5 de Outubro com a Av. de Berna. O edifício é composto por 19 pisos destinados a escritórios, e 3 caves de estacionamento. O escritório já se encon-tra dividido com divisórias amovíveis, e está equipado com calhas técnicas, tecto falso com iluminação embutida, ar condicionado e vidros duplos. Existem apenas duas fracções por piso, e neste caso podem ser interligadas. Cada uma delas está equipada com uma copa e 2 casas de banho. O edifício dispõe ainda de recepção com segurança 24h.

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Lena, Imocom e Nersant investem 556 milhões em Áreas de Localização Empresarial

na Rua do Bonjardim e consis-tirá na reconversão dos edifícios de escritórios em apartamentos com lugares de estacionamento privativo.

De referir que se trata do pri-meiro projecto significativo de habitação dotado de capitais ex-clusivamente privados ao nível da reabilitação urbana da baixa portuense. De acordo com nota de imprensa divulgada pela insti-tuição bancária, a gestão da pro-moção imobiliária ficará a cargo da John Neild & Associados.

FII do Millennium BCP apostam na reabilitação urbana na cidade do Porto

J.A. Santos Carvalho entrega os primeiros apartamentos do Alto dos Moinhos

A promotora J.A.Santos Car-valho já iniciou a entrega das chaves aos proprietários da pri-meira fase do empreendimento Alto dos Moinhos. São, no to-tal, 77 apartamentos de 2, 4 e 5 assoalhadas, correspondentes aos lotes um e dois.

Até ao momento já estão ar-rendados cerca de 70% dos es-paços para escritórios disponí-veis durante esta primeira fase, e, dentro de três meses, abrirá a primeira unidade de restaura-ção localizada na praça de en-trada do Alto dos Moinhos.

Entretanto já foi iniciada a comercialização da segunda fase do projecto, que tem vindo a decorrer de forma bastante po-sitiva, de acordo com o promo-tor. Até ao momento já foram celebrados 70 % dos contratos de promessa de apartamentos da segunda fase, ainda em fase de construção. A promotora prevê começar a entregar estes

O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) AF Portfólio Imobiliário, do banco Millen-nium BCP e com consultoria da F&C Portugal, vai investir na reabilitação urbana na cidade do Porto, lançando um projecto que visa a criação de 44 novos apartamentos no centro da cida-de Invicta.

Este projecto de reabilitação urbana deverá estar concluído no primeiro semestre de 2008. Abrange dois edifícios contíguos, localizados na Praça D. João I e

O Grupo Lena, o Grupo Imo-com e a Nersant, em parceria com cinco Câmaras Municipais da Região de Lisboa e Vale do Tejo, estão a investir na constru-ção e exploração de cinco Áreas de Localização Empresarial. O investimento total será superior a 556 milhões de euros.

Deste valor, 86 milhões cor-respondem a investimento de construção e infra-estruturação

dos parques. Os restantes 470 milhões de euros dizem respeito ao investimento previsional dos pavilhões a construir pelas socie-dades gestoras e pelas empresas a instalar.

O principal objectivo é criar condições qualificadas para a ins-talação de empresas nesta zona do país. Assim, prevê-se que os postos de trabalho a criar por este projecto totalizem os 6994.

As localidades abrangidas por este megaprojecto são os conce-lhos de Rio Maior, Torres Novas, Santarém, Fátima/Ourém e Car-taxo.

Segundo informações avança-das em comunicado de impren-sa, o arranque deste investimen-to tem estado condicionado por pequenas alterações dos Planos Director Municipal das autar-quias.

apartamentos dentro de um ano.

Implantado numa área de 81 mil m², no seu conjunto, o Alto dos Moinhos integra 26 edifí-cios de 7 pisos, com 418 apar-tamentos no total e 12.000 m² de área para comércio e escritó-

O Grupo Lar Portugal está a desenvolver cinco projectos imo-biliários no mercado português, que representam um investimen-to total na ordem dos 300 mi-lhões de euros, disse à VI News Rui Meneses Ferreira, director-geral do Grupo Lar em Portugal.

Em entrevista à “Vida Imobi-liária”, este res-ponsável disse que o grupo está neste momen-to a desenvolver quatro projectos habitacionais em Lisboa, um dos quais em parceria com a Praedium, do Grupo Sonae. Embora ainda sem nome defini-do, estes projectos residenciais vão dar origem a uma oferta de cerca de 800 fogos.

O desenvolvimento destes projectos será faseado, tendo o director-geral do Grupo Lar

Grupo Lar investe 300 milhões em Portugal

adiantado à VI News que “no ano de 2007 esperamos lançar qualquer coisa como 400 fogos na capital”.

Além destes quatro projec-tos, o Grupo Lar está também a desenvolver um quinto em-preendimento em Portugal.

Trata-se do Ma-rina Village, um complexo de tu-rismo residencial localizado em Lagos, no Algar-ve. Este projecto tem uma área de 11.000 m², e uma oferta cons-tituída por 105 fogos, e cobre o segmento da se-

gunda habitação, disse Rui Me-neses Ferreira à VI News.

Presente no mercado por-tuguês há cerca de seis anos, o Grupo Lar tem actuado apenas no mercado habitacional dirigi-do às classes média-alta e alta.

derá actualizar a renda apli-cando o coeficiente de 0,9, que corresponderia ao nível 3 ine-rente ao estado de conservação médio .

Caso o leitor opte por este procedimento, só será obriga-do a requerer a determinação do nível de conservação do imóvel, se o inquilino, na res-posta que der à comunicação do senhorio para actualização da renda, invocar que o estado de conservação é mau ou pés-simo.

Neste caso, o coeficiente a aplicar à nova renda será o que resultar da determinação efec-tuada pela CAM que poderá ser superior ao referido de 0,9 inicialmente aplicável ao caso de dispensa da determi-nação.

Legal & ImobiliárioArrendamento

Dispensa de determinação do nível de conservação do imóvel

vigor no 30.º dia após a publi-cação, isto é, em 07.09.2006, estando, em muitos casos ain-da em curso, o procedimento necessário à respectiva consti-tuição e funcionamento.

Seja como for, efectivamen-te, a lei estipula que poderá ser dispensada a determinação do nível de conservação para efeitos de actualização do valor da renda quando o senhorio entender que o imóvel se en-contra em bom ou excelente estado de conservação, como parece ser o caso do imóvel do leitor.

Neste caso, bastará ao leitor entregar na CAM comunicação na qual informará que vai pro-ceder à actualização da renda indicando o nível de conserva-ção em que avalia o locado.

Contudo, se o leitor decidir usar esta possibilidade só po-

«Há cerca de um ano foi-me doada uma vivenda que se encon-tra arrendada desde 1989 aos mesmos inquilinos.Em Agosto li, nesta coluna, um artigo que explicava que, para actualizar a renda era preciso requerer, às finanças, a avaliação do imóvel e, à Comissão Arbitral Municipal, a determinação do nível de conservação do prédio.Como a actualização do valor do imóvel nas finanças foi feita por causa da doação, fui á Câmara onde a única coisa que me souberam dizer foi que a tal CAM ainda não estava a funcio-nar.Será que terei que esperar o início do funcionamento da CAM para poder actualizar a renda? É que o estado de conservação do imóvel até é bom, talvez superior ao médio que, pelo visto, já me permitiria actualizar a renda e no referido artigo li que ha-veria uma possibilidade de obter dispensa deste procedimento. O que poderei fazer?»

Efectivamente, a actuali-zação de rendas só po-derá ser promovida pelo

senhorio se, cumulativamente, for feita a supra referida avalia-ção do locado nos termos do CIMI e desde que, tratando-se de arrendamento habitacional, o nível de conservação do pré-

dio não seja inferior a médio.Acontece que a legislação

que contém o regime de deter-minação e verificação do coefi-ciente de conservação, bem as-sim como a que aprova e regula as Comissões Arbitrais Muni-cipais (CAM) foi publicada em 08.08.2006, mas só entrou em

MARIA DOS ANJOS GUERRA*

[email protected]

“A actualização terá por base o coeficiente

de 0,9”

rios e cerca de 1500 lugares de estacionamento subterrâneo.

O projecto imobiliário em de-senvolvimento prevê um inves-timento e operações de constru-ção e urbanização na ordem dos 125 milhões e dos 80 milhões de euros, respectivamente.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 21IMOBILIÁRIO

Projectos representam um

investimento total na ordem

dos 300 milhões de euros

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O tamanho do rouboA. MAGALHÃES PINTOEconomista

[email protected]

É muito difícil, a maior parte do tem-po, estar de acordo com o doutor Francisco Louçã, o líder do Bloco de

Esquerda. Pela minha parte, essencialmen-te por duas razões. A primeira é a de que a sua visão é extremamente extremista, pas-se o pleonasmo formal. A segunda é que é pouco flexível. Geralmente, para ele, o fil-me da Vida é a preto e branco, quando nós sabemos que, na realidade, é colorido. Mas esse facto não pode impedir-nos de ver que as posições que assume são coerentes e que, em muitas ocasiões, ele desmascara o mundo de faz de conta que os políticos são férteis em criar. Assim está a suceder a propósito do triste episó-dio do aumento do preço da electricidade para as famílias, no qual o Go-verno andou uma semana envolvido. Não sei bem se voluntária se involunta-riamente.

Recordemos que Louçã afirmou, quando o Go-verno decidiu reduzir os aumentos de 16% para 6%, que “a única coisa que mudou foi o tamanho do roubo, que em vez de ser um roubo grande passou a ser um rou-bo mais pequeno”. Numa afirmação que, a meu ver, nem sequer está perfeitamente correcta. Porque o roubo continua o mes-mo. Só que é feito em prestações menores e durante mais tempo. Parece-me profun-damente óbvio que o doutor Louçã tem razão. E espero poder convencer os meus Leitores do enorme embuste que rodeia os aumentos da electricidade com meia dúzia de afirmações que vou produzir.

O debate está desfocadopara que não vejamos a realidade

Os autores do aumento dos preços da energia eléctrica têm-se esforçado por nos mostrar que o aumento dos custos do fuel, as secas, os custos ambientais agora sobre-carregando directamente o custo de pro-dução de energia — todos principais entre outros — encareceram a produção e que não há outro remédio senão o consumidor pagar a energia mais cara. Não precisam

esforçar-se mais.Todos nós sabemos que isso é verdade.

Aliás, temos pago a energia mais cara cada ano e sempre que os custos o justificam, pelo valor da taxa de inflação, tal como foi colocado em vigor em 1998, por um De-creto do Governo.

Ponto final, parágrafo. E ninguém pode deixar de estar de acordo de que o consu-midor tem que pagar a energia mais cara, de modo adequado ao encarecimento dos preços dos respectivos factores de produ-ção.

Mas o que está em causa não é isso. O que está em causa é os consumidores te-

rem que pagar as perdas — melhor será dizer os menos lucros da EDP — na produção e distri-buição da energia eléctri-ca nos anos passados. E fazê-lo só relativamente às famílias, uma vez que os cálculos da EDP e da Entidade Reguladora mostram que foi neste segmento de mercado que os custos não foram totalmente recuperados. Ora, isso é um roubo.

Fazer pagar agora os custos dos anos em que a lei de actualização inflacionária este-ve em vigor é revogar a lei retroactivamente ao momento em que ela foi publicada.

Esta é que é a questão. E quem quiser negar isto deve pensar que todos os outros portugueses são cegos ou burros. Pois não é, meu Caro Leitor? Se o vão fazer pagar agora aquilo que, por Lei, o meu Caro Lei-tor não pagou de 1998 a 2006, não é como se a Lei nunca tivesse existido? É nisto que o Dr. Louçã está seguramente a pensar quando diz que continua a ser um roubo, seja o aumento de 6% seja de 16%, desde que nesse aumento se contemple, como contempla, a recuperação daquilo que, POR LEI, o meu caro Leitor não teve que pagar naqueles anos transactos.

Ou o Governo mente ou a administração da EDP exorbitou as suas competências, logo, um dos dois tem que demitir-se.

E este é um dos factos mais graves. O Governo disse desconhecer que ia haver estes aumentos. Ou a sua dimensão, o que

quase é a mesma coisa. Vamos por partes. No seu Relatório e Contas relativo ao Exer-cício de 2005, o Conselho de Administra-ção da EDP diz que as perdas verificadas em 2005, reconhecidas pela Autoridade Reguladora, serão recuperadas pelo incre-mento das tarifas no sector de Baixa Ten-são durante os anos de 2007 a 2011.

Agora repare, meu Caro Leitor. Aquele documento, assinado pelo Conselho de Administração da EDP, que assume como certo o aumento brutal de preços necessário para recuperar os efeitos de uma Lei da Re-pública, foi publicado pelo fim do primeiro trimestre deste ano. O Estado — através da Parpública e da Caixa Geral de Depósitos — é o maior accionista relativo da EDP, com mais de 25% dos votos. Os maiores accionistas seguintes são os espanhóis da Iberdrola e da Cajastur, com 5% cada um. Logo, a representação e a força do Estado (e, por isso, do Governo) no Conselho de Administração da EDP é muito forte, como é, aliás, publicamente notório. Por acréscimo, como é que o Conselho de Ad-ministração poderia tomar por certo um facto que dependia, obviamente, da alte-ração da Lei, o que só o Governo poderia fazer? Não há terceira conclusão. Ou o Governo sabia dos aumentos e os auto-rizou, e, por isso, nos mente ao dizer-nos que só o soube agora. E, se nos mente, não há outro remédio senão demitir-se. Ou o Conselho de Administração julgou-se com força suficiente para decretar os aumentos antes do próprio Governo — e sem nada lhe dizer — e um atrevimento como esse não pode ter outro fim que não seja a porta da rua.

Mas pode ser que tudo isto tenha sido um grande embuste

Isto é, pode ter sido tudo uma fantocha-da. Pretendendo alterar o preço da energia eléctrica para as famílias para além do que os custos actuais justifiquem, digamos 6%, 7% ou 8%, e sabendo o impacto que isso teria na opinião pública, designadamente das famílias, o Governo coloca os seus pe-ões — entre eles um Secretário de Estado — a dizer que a subida dos preços vai ser astronómica para, depois, e “generosamen-te”, nos oferecer o bodo que a época já vai

justificando de apenas subir desmesurada-mente. E assim se justificaria o alarido dos 16% para depois nos ficarmos pelos 6%.

O problema agrava-se com a decisão do Governo de reduzir o aumento para 6%

Algo que não pode passar despercebido. Aprovado este aumento nos termos em que o é, algo fica consubstanciado na Lei. É que os consumidores vão ter que pagar em anos futuros o que deixaram de pagar em anos passados. Isto é, o Governo só está adiar o pagamento que inexoravelmente vamos ter que fazer. E ISTO, REPITO, É QUE ESTÁ MAL! Isto é a ruptura total da certe-za que as Leis devem dar aos cidadãos. Isto é, repito, revogar uma Lei com reporte ao momento em que ela foi publicada. ISTO É COMO SE AQUELA LEI DE 1998 NUNCA TIVESSE EXISTIDO!

A EDP é uma empresa altamente rentável

É relativamente irrelevante para a discus-são. Mas atente o meu Leitor nos seguintes factos:

- Teve de lucros líquidos, em 2005, a quantia de MIL E SETENTA E UM MI-LHÕES DE EUROS, isto é, quase DU-ZENTOS E QUINZE MILHÕES DE CONTOS;

- Esse lucro representa uma remuneração dos capitais próprios dos accionistas da or-dem dos 17,5%, o que é excelente;

- E representa uma remuneração dos capitais totais aplicados na empresa da or-dem dos 4,5%, o que é elevadíssimo para uma empresa tão capital intensiva como é a EDP;

- Teve de lucro, na distribuição de ener-gia, CENTO E VINTE E OITO MI-LHÕES DE EUROS, isto é, mais de VIN-TE E CINCO MILHÕES DE CONTOS (o que é só 3,4% das vendas, rentabilidade baixa, mas, mesmo assim, positiva).

Grave o que se passa em tudo isto. Uma gravidade que todas as manobras para ta-par o sol da verdade têm o mesmo efeito de uma peneira. O respeito pelo cidadão e contribuinte esboroa-se todos os dias um bocado. Viva este “rigor”!

Fracasso ou sucesso no mundo dos negócios

No mundo dos negócios chamam “em-preendedores” às pessoas que se atrevem a correr riscos. São aqueles que acredi-tam em oportunidades, que não têm medo de falhar uma vez, ou duas vezes, ou mesmo dez vezes. Os empreende-dores tentam sucessivamente até serem bem sucedidos!

Frequentemente, quando alcançam o sucesso, o resto do mundo reconhece-os e anuncia a sua glória, como se fosse con-seguida da noite para o dia.

Felizmente, aqueles que rodeiam os empreendedores sabem bem que eles ex-perimentam períodos de dificuldade e de incerteza, até terem almejado e aprecia-do a vitória. Eles conseguiram erguer-se sempre após cada fracasso e tentaram de novo. Não deixaram que o fracasso inter-ferisse com os seus sonhos.

Para alcançarem o sucesso e realizar o

sonho da sua vida, é importante que te-nha a consciência que fracassar faz parte do processo.

Se tem medo de fracassar, então terá medo de tentar, de experimentar.

Na realidade, é mais construtivo olhar para os fracassos para aprendermos a melhorar do que apren-dê-lo com os sucessos.

Muitas das vezes é a nos-sa própria mente que nos atraiçoa, porque a natu-reza humana arranja-nos sempre desculpas para jus-tificarmos os fracassos.

Parece-me a mim que, a maioria das pessoas desis-te, quando está quase lá, depois de des-pender 90% do esforço. Chega muito perto do “big money”, mas quando está

lá a chegar não está disposta fazer um es-forço adicional.

Depois, pensa: “Se não consigo ser bem sucedido no meu negócio, vou-me dedi-car a um outro...” Contudo, essa outra

oportunidade só é apa-rentemente mais atractiva porque sai fora do âmbito dos negócios de que do-mina.

Esforce-se apenas mais 10%! Eu sei que é a parte que mais custa, mas verá inteiramente o seu esfor-ço abençoado com o SU-CESSO.

Reflicta comigo: “quem não está disposto a dar

100% de si ao nível do empenho e esfor-ço para o sucesso do seu negócio, está li-teralmente a desperdiçar oportunidades”.

E, lembre-se que depois de conseguir o sucesso, será muito mais fácil replicá-lo...e tornar-se milionário.

Não pense ou reflicta demasiado nos as-suntos, mas apenas o suficiente. Mais im-portante que reflectir e pensar demasiado nos assuntos é passar à acção. Na realidade, é a acção que constrói a riqueza.

Esteja à alerta para contornar os obstá-culos. Tudo o que acontece, acontece por alguma razão. Focalize-se no seu negócio. Tenha uma atitude positiva e transforme os seus pensamentos em acção, rapida-mente. Mantenha sempre a sua palavra porque sem ela nunca formará uma equi-pa vencedora.

Por último, saliento-lhe que o único verdadeiro fracasso é quando deixamos de experimentar.

Comece já e transforme a Sua Empresa no Líder de mercado que almeja!

AZUIL BARROS

Especialista no Crescimento de NegóciosPartner & Director Geral da Quantum Portugalwww.QuantumCrescimentoNegocios.com

sexta-feira, 27 Outubro de 2006OPINIÃO22

Os consumidores vão ter que pagar

em anos futuros o que deixaram

de pagar em anos passados.

É mais construtivo olhar para

os fracassos para aprendermos a melhorar.

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sexta-feira, 27 Outubro de 2006 23OPINIÃO

bém aos consumidores finais suportar o sobrecusto com a aquisição de energia eléctrica a produtores em regime especial a partir de fontes de energia renováveis, que existe uma subsidiação cruzada dos consu-midores em baixa tensão aos consumidores nos restantes níveis de tensão (contrária à legislação comunitária) e que o custo da energia é onerado pela manutenção em alta dos preços do petróleo e do gás natural.

Há igualmente que considerar os chama-dos “custos de interesse económico geral”, que terão este ano um aumento de 45% face a 2006 e que representam já 13% do preço médio dos clientes do sistema pú-blico. Incluem-se nesta rubrica as rendas aos municípios (234 milhões de euros), o sobrecusto com a cogeração (164 milhões de euros), o sobrecusto com as energias re-nováveis (157 milhões de euros) e os custos com a convergência tarifária com as regiões autónomas (118 milhões de euros).

Tudo somado, percebe-se que tais au-mentos das tarifas resultavam de opções políticas equívocas, com que se pretendeu evitar a contestação dos agentes económi-cos ao longo dos últimos anos, mas que procuravam sanar um défice real do siste-ma energético nacional.

Se ninguém pode razoavelmente de-fender aumentos anuais de mais de 15% de um bem essencial, alguém duvida que a decisão do Ministro Manuel Pinho de fixar os aumentos em apenas 6% resulta exclusivamente da actual conjuntura po-lítica?

E será por estas e por outras que o En-genheiro José Sócrates já começa a estudar a aquisição de algumas fontes de energias alternativas para a sua equipa?

RICARDO [email protected]

“Este tipo de declarações deviam ter mais aderência à realidade social e económica do País, às dificuldades de cada agregado familiar.”

O Governo On e OffPor mais que o Engenheiro Sócrates

se esforce por dar a ideia de que este é um Executivo que funciona em

corrente contínua, as últimas semanas de-ram inúmeros exemplos de falhas na capa-cidade de interligação entre sectores e de abastecimento de energia aos cérebros de alguns dos membros do Governo.

Um dos exemplos mais significativos des-ta sucessão de curtos-circuitos ouvi-o pela boca da Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Carmen Pignatelli, no decurso de uma intervenção em que dava como con-denada a reforma dos cuidados de saúde primários – uma das principais bandeiras do actual Ministério da Saúde – por falta de apoio e recursos dos colegas do Ministé-rio das Finanças.

Na ocasião, afirmava mesmo a Secretária de Estado que a situação no sector se apro-ximava do abismo, tais as dificuldades que resultam da falta de financiamento e das objecções à contratação de pessoal actual-mente em vigor.

A título de exemplo, acrescentava, “veja-se o caso do apoio informático: como é que eu posso informatizar e ligar em rede as várias unidades de saúde se, por exem-plo, da meia centena de funcionários que o IGIF tem no Porto nem uma dezena são informáticos? O resto são motoristas, se-cretárias, funcionários de limpeza e demais pessoal administrativo!...”

Encontrando-me em viagem, esperei para confirmar se não se tratava de um excerto da Palmilha Dentada ou de uma qualquer versão radiofónica do Contra-Informação. Afinal não: o noticiário prosseguiu e a ver-dade é que, 15 dias volvidos, a Secretária de Estado continua em funções...

Já na semana passada, foi a vez de o Mi-nistro da Economia viver o seu momento de especial iluminação. Com pompa mas sem circunstância anunciou aos quatro ventos: “A crise em Portugal acabou!”

Aceita-se o desabafo do Ministro à luz da irrefutável verdade estatística. Compreen-de-se a sua intenção numa lógica de incentivo aos agentes económicos que o próprio viria a realçar al-guns dias mais tarde.

Todavia, este tipo de declarações deviam ter mais aderência à realida-de social e económica do País, às dificuldades de cada agregado familiar e às próprias orientações políticas do Governo da Nação que, como eviden-ciam o novo Orçamento de Estado e uma série de medidas implementadas nas diferentes áreas de Governação, dão a enten-der que o horizonte pró-ximo dos Portugueses não será construído sob hori-zontes cor-de-rosa...

A concluir esta série de incidentes de baixa ten-são, os ânimos exaltaram-se com a proposta de au-mentos das tarifas eléctricas na ordem dos 15,7% para os consumidores domésticos, formulada pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

Perante a revolta generalizada, foi a vez do Secretário de Estado Adjunto da Indús-

tria e Inovação, Castro Guerra, afiançar da justiça dos aumentos, enquanto forma de penalizar os consumidores. “Consumiram, têm que pagar”, garantia determinado an-tes de inverter o rumo e vir dizer dois dias mais tarde que tais declarações haviam sido feitas “num dia não”.

De acordo com os fun-damentos da proposta da ERSE, este aumento de-corria de um leque alarga-do de factores, encimados pelo chamado “défice ta-rifário”.

A saber, “de acordo com o nível de custos do siste-ma eléctrico, em 2006 as “Tarifas de Venda a Clientes Finais” (TVCF) em baixa tensão deve-riam ter subido 14,7%, relativamente a 2005. No entanto, o n.º 4 do artigo 4º do Decreto-Lei n.º 187/95, de 27 de Ju-lho, estabelecia que “[o] valor global resultante da aplicação dastarifas e pre-ços,(…), a clientes finais em baixa tensão (BT), não pode, em cada ano, ter aumentos superiores à taxa de inflação esperada para esse ano.”

O défice tarifário foi assim de 369 mi-lhões de euros em 2006, que a ERSE agora se propunha recuperar ao longo dos próxi-mos três anos através do aumento de tarifas proposto.

Por acréscimo, registe-se que cabe tam-

A tampa da sanita

Com toda a naturalidade de longos e ines-timáveis serviços prestados, deu o sentido berro há algumas semanas – havia que com-prar um tampo novo para a sanita do quarto de banho. Não sei se por última homena-gem ou por cautela (“- Não será melhor …?), decidimos desmontar a dita-cuja, guardá-la na mala do carro e procurar uma substituta quinze anos mais nova.

A primeira paragem foi no AKI da Cir-cunvalação, no Porto. Localizada a pratelei-ra, houve dúvidas sobre aspectos técnicos de montagem e, por isso, decidimos pedir aju-da. “- Miguel, por favor ao sector das sanitas ”. Passados dez minutos bem puxados, outra vez “- Miguel, por favor ao sector das sanitas”. Quando estavam a cumprirem-se os segun-dos dez minutos, devolvi o cesto das outras compras entretanto escolhidas e saímos por-ta fora.

Resolvi investigar. Parece que as queixas são permanentes e a razão é simples: o geren-te daquela loja AKI teve uma ideia luminosa – especializar os empregados por áreas de atendimento. Conclusão: se aparecerem, ao mesmo tempo, dois clientes para as sanitas, a coisa entope; sem embargo, os colegas do desgraçado do encarregado, eventualmente sem fregueses na respectiva área, assistem ao espectáculo até lhes acontecer o mesmo.

No AKI de Vila Nova de Gaia fomos mui-to bem e rapidamente recebidos. O proble-ma é que parecem estar especializados em tampos exclusivos para a geração morangos com açúcar. Transparentes com bonecos da Disney, florzinhas, corações e outros enfeites.

Estive quase, quase, a comprar uma cheia de pregos à vista, virados para cima, mas fui li-minarmente desautorizado pela gestora dos fundos familiares.

Na MaxMat fizemos a visita mais curta de toda a busca. Dissemos ao que íamos e o em-pregado, abanando negativamente a cabeça, saiu-se com “- Já foram ver no AKI ?” Ainda ensaiei uma piada “- Nem em MDF … ?!” mas o homem não percebeu.

No Cunha Gomes estive (confesso que irritado) durante uma hora. Pediram-nos muita desculpa por não terem mostruário presencial “como havia na loja antiga”. De-pois, fiquei a saber que o senhor Samuel é, de longe, a pessoa que mais sabe lá de tam-pos de sanita; só que trabalha muito longe da área das vendas e está sempre muito ocupa-do – por nossa causa, fizeram-lhe cinco cha-madas, a todas pareceu responder telegrafi-camente e, ainda por cima, com a estranha coincidência de elas irem todas abaixo.

Fiquei a saber que havia tampos para sani-ta em muitos materiais diferentes. Com ou sem tabela anterior. Também aprendi que é difícil distinguir entre pergamon, almonde ou pérola. Só que, em existência de arma-zém, só em branco - aliás, a entrega imediata para a Cunha Gomes é de quinze dias “- A culpa não é nossa; temos de fazer a encomenda ao fornecedor ”.

Na Sanistar e na Cimaca, ficámos a saber que a desgraçada da sanita era do modelo P1, que a Valadares já tinha descontinuado e substituído por outro modelo mais curto (ainda dizem que os portugueses estão a ficar

perigosamente obesos …). O curioso, en-tretanto, é que já tínhamos acumulado um conjunto assinalável de potenciais fornece-dores que se dispunham a fazer a tampa por medida - só que nenhum sabia a que prazo e por que preço.

Confesso humildemente que já com a ca-beça neste artigo e no último inquérito re-alizado em Espanha a propósito da Ibéria, fui direitinho à Porcelanosa. Só que a tia Isabel Presley deve ter dado instruções estri-tas “para portuga, basta blanquito”. E assim foi - o rapaz foi educado mas muito firme no seu for-mal desempenho corpo-rate: aqui, só vendemos branco.

Já tinha revisitado Avintes por causa do tampo - porque não voltar aos Carvalhos ? O gasóleo está barato … E assim conheci, através da Sisal, o sr. Henrique, comercial da Valada-res que nos ensinou a diferença entre o Europa e o Europa Plus. Foi muito simpático: mandou dizer que ia dar uma volta pelos monos da fábrica… era tudo uma questão de sorte!

Acreditem ou não, ainda não tenho tam-po de sanita e, pior ainda, não faço a mais pequena ideia de quando a terei.

A questão de base é uma só: quando é que os nossos arquitectos, construtores civis,

promotores imobiliários e fornecedores em geral da construção se habituarão à ideia de que Portugal é uma insignificância de mer-cado em termos de dimensão e profundida-de? E quando nos habituaremos a considerar que a diferenciação de produto é, de facto, um luxo exorbitante num mercado tacanho e, portanto, indiciador de um preço que só pode ser de fora de concorrência?

O cliente final, no acto da compra, tem de ser obrigatoriamente esclarecido do efec-

tivo e elevadíssimo cus-to de substituição do seu produto quando a escolha recair em séries pequenas e de alto grau de descontinuidade, sob pena de privilegiar os factores errados e aces-sórios da sua opção.

Esta experiência pesso-al permite-me acrescen-tar valor à relação com o meu leitor: vai comprar casa? Não é milionário? Então siga um conselho grátis: compre as louças

todas brancas, mesmo que à sua volta di-gam que parece mais um hospital. Quando lhe perguntarem porquê, a resposta é fácil: quando quiser pergamon, almonde ou péro-la vou viver para Espanha. No mínimo.

(*) A direcção do jornal certamente rele-vará por razões mais que óbvias a publici-dade encapotada que espalhei neste artigo

M. J. CARVALHO

Economista

[email protected]

Quando nos habituaremos a considerar que a diferenciação de produto é, de facto, um luxo exorbitante num mercado tacanho.

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rá também a Clínica Cuf Torres Vedras. Na frente externa o grupo exportou Vasco Luís de Mello para administrador-execu-tivo do Grupo Hospitalario Quiron, o seu parceiro espanhol que abre em Novembro um hospital em Madrid. O carácter fami-liar dos grupos Mello e Cordon facilitou uma aliança estratégica entre dois opera-dores que, por coincidência, enveredaram na mesma altura pela área da saúde. As primeiras unidades Quiron (Saragoça) e CUF (Infante Santo) abriram na década de 50.

MELLO NO PORTO

Filhos & percursosO filho mais velho, entre cinco, do engenheiro Jar-

dim Gonçalves já foi quadro no BPI. Transferiu-se para o escritório europeu do Banco Itaú, instalado em Lis-boa, por sinal um dos principais accionistas do BPI. Ainda assim, herdou do pai o gosto pela finança.

A OPA lançada pelo BCP não lhe passa completa-mente ao lado, mas a verdade é que já não o envolve nem o tornará um elemento à força do universo finan-ceiro impulsionado pelo pai. O inverso nunca foi ver-dadeiro. Nenhum dos quatro filhos de Artur Santos Silva trabalha no BCP. No entanto, um deles está no negócio da banca, mas numa companhia francesa.

O percurso mais extravagante dos filhos do casal Santos Silva foi protagonizado pelo mais novo. For-mado em Direito, refugiou-se na Costa Esmeralda, no México, onde gere um projecto pessoal de ecoturismo. Um negócio tranquilo e uma vida abençoada, longe do stresse e da pressão de OPA e operações afins. Um

outro filho, formado em Gestão, preferiu o Brasil, ins-talou-se em S. Paulo. Os dois mais velhos estão cá. A filha de Santos Silva trabalha num banco de crédito ao consumo, do universo Credit Agricole, e o irmão optou pela distribuição da Jerónimo Martins, através da cadeia Pingo Doce.

Jardim e Santos Silva investiram tudo na educação dos filhos, mas sem os apaparicarem com excessos de generosidades e gentilezas. Cada um deve saber pedalar a sua própria bicicleta.

Por exemplo, António Champalimaud, logo após ter vendido o seu universo financeiro aos espanhóis do Santander, presenteou cada um dos cinco filhos com um milhão de contos. Afinal, o que representavam cin-co milhões num negócio de 300 milhões de contos? Jardim e Santos Silva serão mais moderados. Afinal, Champalimaud era banqueiro, eles gestores bancários de elevado rendimento.

Filhos & PT

TRAPALHADA NO SOLARCom escri-

tura marcada para o fim de Setembro, a transacção do Solar da Rede (30 quartos, 40 hectares, 150 pipas de vinho) em Mesão Frio, e n c a l h o u , aparentemen-te, na teia bancária.

O grupo Vila Sol, do empresário lis-boeta Farinha dos Santos, entregara há algum tempo um cheque de sinal a Má-rio Ferreira, mas o negócio envolveria também o banco que financia a opera-ção e o banco que deteria uma penhora sobre o activo em movimento. Mário Ferreira não gostou de ler na imprensa o comunicado do grupo Vila Sol dando o negócio como fechado e muito menos de ver um número (18 milhões de eu-ros) no qual não se revê. O tal número incorporará uma parte para investimen-

grupo PT lhe ter comprado, há cinco anos, a empresa que ele mesmo ajudou a construir. São vários os sistemas de recrutamento uti-lizados pela PT.

Para os cargos de topo, o grupo socor-re-se de empresas de “head hunting” que seleccionam o perfil do candidato. Para os cargos intermédios, recorre ao recrutamen-to realizado através de anúncios em jor-nais e nas parcerias que estabeleceu com universidades por-tuguesas. Talvez por reconhecer a pujan-ça e excelência desta nova linha geracional, é que o engenheiro Belmiro encarregou o filho da ofensiva so-bre a PT. Quando assumir a gestão, Paulo encontrará muita e promissora gente da sua geração.

A José de Mello Saúde conta estrear-se no mercado do Porto em meados do pró-ximo ano, com a abertura do seu primeiro instituto – o Instituto Cuf Porto. A unida-de resulta de uma parceria com um grupo de médicos liderado por Campos Costa, envolve um investimento de 30 milhões de euros e funcionará como uma plataforma tecnológica de diagnóstico, tratamento e reabilitação.

O instituto constituirá a terceira linha de negócio do grupo, que se dedica a clínicas e à gestão hospitalar. No próximo ano, abri-

FC PORTO SEM CAPITAL Após os prejuízos de 30 milhões de

euros do último exercício (25 milhões se descontarmos a dívida que teve de ser provisionada do Dínamo de Moscovo), o capital próprio da SAD do FC Porto aproxima-se perigosa-mente do zero.

De um capital social de 75 mi-lhões, sobram uns 8 milhões que se-rão facilmente derretidos durante o 1º semestre deste exercício. Neste quadro, a

O grupo nacional que conta com mais filhos de famosos, notáveis e políticos é a Portugal Telecom. Por lá se encontram ou por lá passaram o filho do ministro Tei-xeira dos Santos, a filha da ex-presidente da Câmara de Sintra, Edite Estrela, uma filha do engenheiro Jardim ou um irmão de Pedro Santana Lopes.

Neste lote dos que estão ou passa-ram, cabem ainda exemplos já revelados como os filhos de Jorge Sampaio, An-tónio Guterres ou Marcelo Rebelo de Sousa. Estes últimos foram recrutados por terem sido os melhores alunos dos respectivos cursos e alguns deles perten-ciam a bancos de investimento interna-cionais como é o caso da Merryll Linch. Caso diferente é protagonizado pelo filho de Otelo Saraiva de Carvalho.

Sérgio Carvalho tornou-se administrador na PT Sistemas de Informação, depois de o

Aguarelasde Manuel Baldemor

patentes até 5 de Novembro no Centro Cultural

de Cascais &ÓcioNegócios

O QUE SE DIZ

A equipa da AEP que está a promover a patriótica campanha do “Compro o que é nosso” tem recebi-do muitas cartas de apoio e sinais de in-centivo. Afinal, todos reco-nhecem justeza à sabedoria popular segundo a qual “Cá se fazem, cá se compram”. Mas a primeira prova de en-tusiasmo veio de uma fábrica de acessórios para saneamento e distribuição de águas, com o mesmo nome de uma revista de informa-ção geral. É que a Fábrica Visão lançara, por ocasião do Europeu de Futebol que se jogou nos estádios lusos, uma iniciativa similar com um dístico autocolante, precisamen-

Visão patrióticate para promover os seus produtos pelo lado patriótico. Mas, a sua carta de apoio

à campanha incorpora uma queixa amarga. Se os serviços do Es-

tado são o maior cliente da economia, seria essencial que os seus agentes fos-sem os primeiros a dar o exemplo e a comprar português. Mas passa--se precisamente o in-verso. Segundo a Visão,

os municípios são facil-mente seduzidos pelo «marketing» de empresas

estrangeiras e visitas às suas unidades com passagens por

Paris ou Nice, preferindo depois produtos estrangeiros e não nacionais.

Neste caso, o slogan mais adequado seria “Lá se viaja, lá se compra”.

tos futuros do novo dono, sendo que a transacção representará 10 milhões. Mas do que Mário Ferreira não apreciou nada foi saber que uma representação do grupo Vila Sol se instalara e banqueteara duran-te uns dias, como se o solar já fosse deles. Afinal, parece que ainda não é. Depois do golfe resort Vila Sol no Algarve, o gru-po de Farinha dos Santos pretende criar uma rede nacional de resorts, que com-bine enoturismo, gastronomia e hotéis de charme. Douro, Alentejo e Ribatejo são as regiões que acolherão os complexos tu-rísticos.

Horácio Roqueeleito Personalidade do Ano

de 2006 pela Câmara de Comércio no Brasil,

em São Paulo

sociedade terá de preparar uma recom-posição de capitais, que poderá incluir

uma operação harmónio para limpar prejuízos, ou a injecção de dinheiro fresco dos actuais ou novos accionis-tas. Mas, se os capitais próprios não ajudam, a verdadeira má notícia vem dos capitais alheios. Segundo circula

no mercado, os dois bancos que traba-lham habitualmente com o clube recusa-ram firmar um novo empréstimo.

sexta-feira, 27 Outubro de 200624

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Manuel Tarré, Presidente da ANCIPA, decepcionado

Espanhóis recusam produtos portugueses“Os espanhóis chegam a Portugal e são muito bem acolhidos, temos prazer em dialogar e em fazer negócios com eles”. Em Espanha, porém, “isso não acontece” com os empresários portugueses, afirma o Presidente da ANCIPA - Associação Nacional de Comerciantes e Industriais de Produtos Alimentares. Em entrevista à “Vida Económica”, Manuel Tarré justifica. “A posição dos espanhóis é bem esclarecedora: ‘se temos produtos semelhantes, não há por que comprá-los a estrangeiros’”.

Vida Económica – Terminou há escassas três se-manas, em Vigo, a VIII edição da Conxemar (Feira Internacional de Produtos do Mar Congelados). Portu-gal participou pela quinta vez. É possível contabilizar ganhos para as empresas portuguesas do sector, ao nível da internacionalização e do aumento das expor-tações, decorrentes da presença continuada neste certame? Ou a internacionalização das nossas empre-sas não passa pela feira?

Manuel Tarré – A Conxemar é uma das feiras mais im-portantes da Europa e a mais importante da Península Ibérica, ao nível do peixe congelado. Sentimos, no en-tanto, por parte da organização da feira, um desejo e um posicionamento forte no sentido de a transformar numa concor-rente séria da ESE [European Seafood Exposition] de Bruxelas e há três anos atrás acreditávamos que a Conxemar po-deria vir a competir directamente com a ESE. Este ano, porém, não sentimos isso. A feira concentra muitas, muitas empresas espanholas, acabando por ser esse o seu traço marcante.

VE – Mas não seria de esperar ou-tra coisa, dada a sua realização em Espanha. Esse sentimento foi mais marcante este ano?

MT – O que sentimos foi uma certa incomodidade para nós, portugueses, porque a feira está feita para a in-ternacionalização das empresas espanholas. O mercado espanhol é muito concorrencial, muito empreendedor, movimenta-se com outros valores. Pareceu-me que esta foi uma feira nacional. A Direcção da ALIF a que presido ainda não decidiu se, para o ano, vamos estar presentes. Há um problema de mentalidades, de posturas. Enquanto os espanhóis chegam a Portugal e são muito bem acolhi-dos e até lhes chamamos “nuestros hermanos” e temos prazer em dialogar e em fazer negócios com eles e tantas vezes até lhes preferimos comprar por alguma notoriedade que lhes reconhecemos, em Espanha isso não acontece. A posição deles é bem esclarecedora: se nós temos produtos semelhantes, não há porque comprá-los a estrangeiros.

VE – E esse ‘não há que comprar aos estrangeiros’ aplica-se especificamente aos portugueses?

MT – A postura é com os estrangeiros, mas os portu-gueses são vistos de uma forma diferente, diferenciada. E isto sente-se nesta abordagem desta feira em particular. Não vou dizer que não haja um ou outro contacto com um ou outro associado [da ALIF] que tenha tido algum êxito, mas não é dimensionado, não está de acordo com a representação portuguesa. E há alguma decepção nesse

aspecto. O certame não conseguiu dar o salto para a in-ternacionalização, como aparentava vir a dar há dois ou três anos atrás. O stand português, nomeadamente em termos de imagem, é capaz de ter sido o melhor da feira. Os directores da Associação decidirão se no próximo ano voltaremos a estar presentes.

VE – Isso leva-nos à questão inicial. A internacio-nalização das empresas portuguesas do sector não passa por este certame?

MT – Pode não passar. Para quem se quer internacio-nalizar, Espanha é a continuação de Portugal. Nós temos forçosamente de começar por Espanha, mas é muito di-

fícil essa internacionalização, porque temos de ser muito bons naquilo que fazemos. Eu já tive situações em que ouvi de dirigentes de empresas espa-nholas que: “porque é que eu hei-de comprar a empresas portuguesas se eu tenho cá tantas em Espanha a quem comprar?”. “Além disso, se a sua em-presa quer vender cá os seus produ-tos, abra uma empresa em Espanha e depois nós avaliaremos a possibi-lidade de compra, porque não vou comprar a uma empresa estrangeira”. Quando nós falamos numa Europa aberta, há empresários espanhóis, em

empresas estratégicas de distribuição, por exemplo, que têm esta posição. Enquanto, em Portugal, os nossos gru-pos na distribuição não agem de igual forma, colocando em igualdade, tantas vezes, empresas es-panholas ou de qualquer país da Europa, porque o que mais se valoriza não é toda a envolvente, mas a competitividade da cada operação, mesmo que daí resultem danos na economia nacional.

VE – O problema do proteccionismo espanhol em relação aos estrangeiros e, nomeadamente, aos portugueses foi abordado aquando da última visita presidencial a Espanha. Este poderá vir a tornar-se um problema diplomá-tico?

MT – Não, não. É um problema de postura. A diplomacia não passa por aí, passa pela nos-sa mentalidade. Os portugueses, de uma vez por todas, devem tomar consciência de que devem consumir em primeiro lugar produtos portugueses. Nós, como con-sumidores e como empresários, temos de tomar posições diferentes.

VE – Então, a recente campanha da AEP “Compro

Reduzir o IVA de 21% para 12%

“Se este assunto fosse ao contrário, ou seja, se Portugal tivesse uma taxa, no IVA, 14% mais baixa em produtos alimentares [em relação a Espanha] tínhamos conflitos nas fronteiras, na entrada em Espanha. Estes brandos costumes a que estamos habituados, de pessoas bem educadas, de receber todos de braços abertos, são posicionamentos que Portugal não pode continuar a ter. E aí, sim, a política tem de que intervir. Não é possível existir um abismo destes [em matéria de IVA] em produtos de primeira necessidade. Um pastel de bacalhau congelado paga 21% de IVA e uma Coca-cola paga 5%? Que interesses estão aqui inerentes? Quem é que pôde aceitar que isto fosse assim?”

A diferença entre uma Coca-cola e um pastel de bacalhau

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 25ASSOCIATIVISMO

“Enquanto os espanhóis chegam a Portugal e são muito bem acolhidos e temos prazer em fazer negócios com eles e tantas vezes até lhes preferimos comprar por alguma noto-riedade que lhes reconhecemos, em Espanha isso não acontece”, afirma, decepcionado, Manuel Tarré.

o que é nosso” vem mesmo a calhar?MT – Acho que foi uma campanha de muita coragem.

Deveria continuar todos os dias. De facto, consumirmos o que é português é garantirmos o futuro deste país, é tirar Portugal da situação em que está, é dar emprego àqueles que não o têm. O consumirmos o que não é português é defender precisamente o contrário. Temos de nos convencer que só defendendo os interesses portu-gueses é que conseguimos fazer evoluir o país. E é para isso que somos portugueses.

VE – Referiu há pouco que os espanhóis só com-prarão aos portugueses se abrirem uma representa-ção em Espanha. É esse o caminho? E já empresas nacionais a tomar essa opção?

MT – Sim. Ao fim e ao cabo, é um escritório de re-presentação. Não vou dizer que isso baste, porque essa é uma forma encapotada de dificultar as entradas, que não tem a ver com políticas. Os políticos aqui não têm uma responsabilidade. Tem-no sim quando permitem grandes diferenças no valor do IVA nos produtos ali-mentares. Decisões que possibilitem que produtos es-panhóis tenham uma diferenciação enorme no IVA, não favorecem a nossa economia. Como é possível que Portugal possa ter aceite taxas de 21% para os produtos alimentares enquanto em Espanha os mesmos produtos tenham 7%, como acontece nos transformados à base de pescado. Nós pagamos 21%, Espanha paga 7%, 14% de diferença entre países vizinhos?!

VE – Que consequências é que este diferencial de IVA traz para a economia portugue-sa?

MT –Por exemplo, na zona fronteiri-ça, quem viva próximo de Espanha faz as suas compras lá, beneficiando a eco-nomia espanhola. Na altura do Verão também se verifica em todo o Algarve. E depois em toda a orla fronteiriça. A distância para o interior varia consoante a importância do negócio. Em Portugal não há dificuldades de distância. É fácil circular de um lado para o outro. Há um problema de comportamento. Mas há mais ainda. As empresas espanholas, ao facturarem directamente, não conta-

bilizando adequadamente o IVA ou mesmo vendendo sem factura, dão aqui lugar a transacção de contrabando e a prejuízos nos cofres do Estado. Os nossos associados bem se queixam destas atitude. Nós não temos números da economia paralela, mas ela existe.

TERESA SILVEIRA

A diferença entre a carne e o peixe

“Eu nem quero acreditar, a não ser por lapso político na leitura dos documentos, que o Governo não vá aceitar a nossa proposta. Eu não posso, como Presidente de uma associação de produtores alimentares, entender como possível que os produtos à base de carne tenham 12% e os à base de peixe tenham 21% de IVA. Nós os produtores e os consumidores é que somos os penalizados. E isto quando nós, portugueses, que em consumo de peixe, somos só os terceiros maiores consumidores do mundo per capita (60 quilos), depois do Japão e da Islândia. Porque é que o peixe há-de ser mais penalizado do que a carne se o peixe até é mais saudável, de uma forma geral?”

A falta de garantias do Governo

Temos a garantia de que [o Governo] vai analisar o processo, mas sabemos que é difícil de levar a cabo nos próximos meses. Urge respeitar os empresários tal como estes respeitam os políticos e só com posturas e decisões equilibradas e sensatas nos podemos sentir dignamente tratados na nossa missão.Temos de defender a economia do país e aí os políticos têm uma grande palavra a dizer. Até podemos aceitar que Espanha mantenha 7% e Portugal tenha 12%. O diferencial, apesar de grande, já não é suficientemente atractivo para operações clandestinas, se bem que considere que tudo o que se desvie de 3% de diferencial entre países fronteiriços é demasiado.

“A Conxemar está feita para a internacionalização das empresas espanholas. É uma feira nacional.”

“Consumirmos o que é português é garantirmos o futuro deste país, é tirar Portugal da situação em que está.”

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Vida Económica – A proposta de Or-çamento de Estado para 2007 prevê um agravamento para as empresas em sede de IRC e também com a redução dos incentivos ao investimento. De que forma encara este cenário?

Orlando Lopes da Cunha – Neste mo-mento, estamos numa profunda crise eco-nómica que, com a aplicação de medidas demasiado drásticas, pode ser fatal para a indústria têxtil e de confecção. Qualquer agravamento da situação, já muito difícil, em matéria de competitividade é complica-do. Não estou a falar das empresas, e que já são poucas, que não se modernizaram. Até porque a indústria têxtil usufruiu muito bem dos fundos comunitários, permitin-do a sua inovação. A ideia de que o sector está desactualizado e baseado na exploração da mão-de-obra já não existe. A confecção não está morta, apesar de ter sido sepultada muitas vezes.

VE – Mas continua a assistir-se ao encerramento de pequenas empre-sas e à entrada de grandes “players” internacionais, nomeadamente espa-nhóis.

OLC – Os espanhóis não causam ne-nhum problema. Pelo contrário, são bem-vindos porque são o maior cliente para a indústria da confecção nacional. Nas trocas comerciais com Espanha o saldo é positivo. O sector representa 20% das exportações portuguesas. A Espanha faz parte do nosso mercado interno. Trata-se de um precon-ceito, de uma “Aljubarrota” que temos que destruir. Neste momento, não são só os es-panhóis a entrarem no nosso mercado, mas também há centenas de lojas abertas por marcas portuguesas no mercado vizinho.

VE – O têxtil beneficia de mais fa-cilidades ao entrar em Espanha, ao contrário de outros sectores?

OLC – Maiores entraves encontram-se ao tentar penetrar-se no mercado chinês. E a esses agentes estamos a dar todas as facilidades. A China “entrou” para a Co-munidade Europeia com todos os direitos dos Estados-membros e mais um: o direito de não cumprir com as regras do jogo. E o pior é que ninguém vê ou finge que não vê. Isto porque interessa aos importadores do Norte da Europa, que defendem que é importante reduzir os preços no consu-midor para baixar a inflação. Mas é claro que não está a beneficiar o consumidor.

VE – As empresas têxteis por-tuguesas já encontraram solu-ções para enfrentar a concor-rência asiática?

OLC – Não. Não encontraram as portuguesas, nem nenhuma empre-sa do mundo. A única resposta possível é a deslocalização, mas como português e eu-ropeu, não posso recomendar esta medida para que as empresas passem a ganhar mais dinheiro, mas fiquem centenas de pessoas no desemprego.

Não temos uma solução para enfrentar o problema causado pela concorrência asiática. Principalmente a chinesa. Existe

ainda a competitividade da Índia, do Pa-quistão, do Brasil, do Bangladesh, mas não tão fortes como da China, porque se regem por princípios iguais aos nossos. Contra-riamente, os chineses podem dar-se ao luxo de terem prejuízo, até dominarem o mer-cado e as cadeias de distribuição, até es-magarem totalmente a indústria ocidental. Já toda a gente percebeu, mas estão-se nas tintas. Há países no Norte da Europa que não têm a sensibilidade para com as empre-sas dos outros mercados, nomeadamente as do Sul da Europa. Há uma Europa a duas

velocidades. Não é Portugal que vai sofrer. O Norte da Itália está repleto de pequenas indústrias têxteis. O que se verifica é a exis-tência de duas indústrias: a do Norte e a do Sul da Europa.

VE – Estamos perante uma batalha perdida, quer para Portugal, quer para o resto da Europa?

OLC – O liberalismo é o fim da Euro-pa Ocidental. Enquanto nós nos abrimos totalmente, a China fechou-se e só vende. Quando compra, só adquire bens de equi-pamento e não bens de consumo. Trata-se de um acordo muito desigual que implica-rá efeitos graves no futuro do comércio e

da indústria. Eu não tenho nada contra os chineses, porque os culpados são os países atacados pelo neo-liberalismo.

Quem passar que um país pode importar permanentemente para vender mais barato no exterior, está a esquecer-se da balança de pagamentos e que não conseguirá pagar sempre. E assim o que temos? Uma africa-nização da Europa. Se continuar desta for-

ma, a Europa estará para a China como a África está para o mercado europeu.

VE – O ano de 2006 vai ser um exer-cício positivo para o têxtil e confec-ção?

OLC – Penso que estamos a recupe-rar. Muitos empresários dizem que alguns clientes que os abandonaram estão a regres-sar. Embora se assista a um relançamento, muitas empresas não vão conseguir resistir. Estamos perante um sector reestruturado, que se tem adaptado muito bem à inova-

ção. O que faz regressar alguns mercados à colaboração com Portugal é saberem que o nosso sector está preparado e garante con-fiança ao nível da propriedade intelectual. Eu gostaria que não fossem as melhoras da morte. Há sempre um efeito externo que não é de desprezar. O aumento do preço do petróleo vai tornar ainda mais aguda a ne-cessidade de proximidade e de flexibilidade dos fornecedores. Se a área dos transportes vier a ser beneficiada, penso que as empre-sas se tornarão mais competitivas.

VE – A elaboração do novo código de trabalho representa o desejável para reforçar a competitividade do sector?

OLC – Conseguiu chegar-se a um acordo de flexibilidade razoável, porque ainda não é o que desejamos. O novo código vai garantir uma me-lhor organização do trabalho, com maior motivação para os emprega-dos. A actual rigidez dos horários não se coaduna com uma indústria altamente sazonal. Considero que é um razoável compromisso para o re-

lançamento do emprego com os contratos a termo até seis anos.

Quando a legislação só beneficia um dos lados, saem prejudicadas ambas as partes. Como a nossa legislação proibia o encerra-mento das empresas, assistiu-se a situações dolorosas.

GABRIELA [email protected]

Orlando Lopes da Cunha, presidente da ANIVEC, refere

Indústria têxtil e da confecção recupera clientes apesar da concorrência asiáticaO têxtil e a confecção estão a recuperar de uma crise que continua a afectar muitos sectores da economia. A modernização e o investimento na inovação por parte da fileira estão a captar novos e antigos clientes.

Marcas próprias e inovação

podem colmatar concorrência

asiáticaVE – A criação de marcas fortes, ca-

pazes de vender e consolidar o sector nacional no exterior, é uma solução?

OLC – As marcas próprias são muito importantes. Aquele que conseguir triun-far nesta área é certo que vai subsistir no futuro. Mas nem todos podemos sonhar em ter marcas próprias. Em colaboração com o Icep, temos trabalhado no sentido de dar a conhecer o nome Portugal. Mas, na realidade, a maioria dos consumidores não sabe que muitas das marcas estrangei-ras que existem no mercado são de origem portuguesa. Chegou o momento de sair-mos do armário e mostrar que somos nós que produzimos.

É claro que desta forma não conseguimos resolver todos os problemas da indústria,

mas uma parte. Actualmente, a criação e o desenvolvimento da marca são feitos em Portugal. Hoje em dia, as colecções são totalmente desenvolvidas pelas empresas portuguesas, desde o design à imagem da marca, ao desenvolvimento do produto, à pesquisa de materiais e acessórios. A em-presa estrangeira só coloca a etiqueta. Por trás do produto final assinado pela marca X está um grande trabalho de pesquisa fei-to pelas empresas nacionais. Por exemplo, o grupo espanhol Inditex compra muito em Portugal. Os grupos que parecem ser os maiores em termos de produção nem sem-pre o são. Acontece que são muito fortes comercialmente. Nós pela constituição de uma marca europeia. É o caso da Finlândia em que se vêem nas montras painéis a dizer “todos os produtos expostos foram produ-zidos na Finlândia”. O provincianismo que favorece tudo o que é feito no estrangeiro vai acabar por ser substituído pelo favore-cimento do que é nacional.

“Se continuar a explosão asiática,

os empresários sentem-se pouco

encorajados em investir”

VE – A produção dos têxteis técni-cos é uma oportunidade de negócio e uma via para a reforçar a competitivi-dade do sector?

OLC - Se continuar esta explosão asiá-tica, os empresários sentem-se pouco en-corajados em investir em novas áreas. Os chineses também podem comprar essa tec-nologia e se tiverem a permissividade que a Europa lhes oferece …

O sector têxtil especializou-se no tradi-cional, mas existe um mundo à parte: o universo dos não tecidos. Um segmento solicitado por vários sectores e áreas de actividade. O que acontece é que também nesta área a indústria nacional enfrenta uma concorrência muito desleal. Também neste caso, foi a nossa tecnologia que che-gou às mãos dos chineses.

“A China “entrou” para a Comunidade

Europeia com todos os direitos dos

Estados-membro e mais um: o direito

de não cumprir com as regras do jogo”

sexta-feira, 27 Outubro de 2006ASSOCIATIVISMO26

“Eu não tenho nada contra os chineses, porque os culpados são os países atacados pelo neo-liberalismo”, defende Orlando Lopes da Cunha, presidente da ANIVEC, Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção.

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sexta-feira, 27 Outubro de 2006 27TELECOMUNICAÇÕES

Motorola apresenta ao mercado um novo carregador

A Motorola, fazendo jus à sua tradição, acaba de lançar no mercado mais um aces-sório. Desta feita, trata-se de um carregador portátil, o P790. Este, segundo o próprio fabricante, “funciona como fonte de ener-gia móvel e permite ao utilizador uma au-tonomia de duas cargas completas de bate-ria para o equipamento e mais

de 10 cargas para o auricular blue-

tooth”. Mas não só.

O novo P790 desta-ca-se ainda pelo facto de ser compatí-vel com todos os telemóveis e acessórios Motorola que

utilizem uma entrada USB. Algo que, de acor-

do com este fabricante, proporciona aos utilizadores mais tempo de conversação e um acesso prolongado às fer-ramentas multimédia existentes em quase todos os modelos da marca.

Em termos de estética, estamos perante um carregador de tamanho reduzido, de re-bordos redondos e lisos e com um conjunto diversificado de cores: rosa, laranja, verde, púrpura, azul e preto.

Operadores móveis lutam por um espaço no segmento fixo Convergência entre a rede móvel e a fixa: uma tendência cada vez mais forte deste mercado

Vodafone lança solução global de comunicações: as PME são o público-alvo

As pequenas e médias empresas: um segmento de mercado que desperta, cada vez mais, a atenção dos opera-

dores de telecomunicações. Que o diga a Vodafone que combina rede móvel e fixa e lançar, no mercado, o Vodafone PME. “Um conjunto de soluções que inclui ser-viços de voz e dados tanto para telemóveis como para utilização fixa no escritório”, podemos ler no comunicado de imprensa da Vodafone. E o que pretende o operador com isto?

Se, por um lado, o objectivo é reforçar

a “estratégia da Vodafone no segmento empresarial”, por outro, com esta solução a empresa liderada por António Carrapa-toso pretende responder, claro está, às ne-cessidades das PME através, como dizem, de uma “oferta alargada, simples, com custos previsíveis e equipamentos gratui-tos mediante contrato”. Em relação à rede móvel, isto quer dizer que os nossos em-presários vão ter à sua disposição um novo tarifário – o Pack PME -, o qual permite a realização de chamadas gratuitas entre os colaboradores e cobra uma tarifa única

A “luta” está ao rubro. Primeiro foi a Optimus, agora, algum tempo passado, TMN e Vodafone deci-

dem seguir os passos da sua ‘rival’ e lan-çar, no mercado, produtos semelhantes ao ‘Optimus Home’, ou seja, que têm por objectivo ser uma espécie de combi-nação entre a rede fixa e a móvel.

Fontes da Vodafone dizem à “Vida Económica” que a convergência entre os dois segmentos “é uma aposta” do operador. A prova está no recente lança-mento do Vodafone Casa. O que é que podemos esperar de novo? De acordo com o operador várias coisas. Afinal, es-tamos a falar de algo que surge em três diferentes versões: o TØ Voz, o T1 Net e ainda o T2 Voz+Net. Se a primeira surge como uma solução que pretende substituir o telefone de casa – este não tem assinatura, a mensalidade é de 12,5 euros e inclui ainda 10 horas de chama-das para qualquer número da rede fixa nacional, a qualquer hora do dia ou da noite -, já a segunda mais não é do que uma tradução a preços mais competiti-vos da banda larga móvel da Vodafone. O valor mínimo mensal é de 22,5 eu-ros. Por último, temos o T2 Voz+Net.

Como o próprio nome indica, esta inovação é uma combinação das duas anteriores com a vantagem dos poten-ciais utilizadores receberem, apenas, um factura pelos serviços prestados.

A ver vamos no que este súbito inves-timento das empresas móveis no fixo vai dar. Uma coisa é certa: as ofertas estão aí e a da TMN dá pelo nome de Casa T. O operador a Portugal Telecom diz que este “é o primeiro passo dado por um operador português na real conver-gência fixo-móvel” e do serviço em si, afirma, em comunicado, que este “per-mite falar, de forma gratuita, após o pri-meiro minuto, de um telemóvel TMN para qualquer número de rede fixa ou da rede TMN” e isto sempre, a partir de casa. O Casa T, acrescentam, “vem permitir aos mais de cinco milhões de clientes da TMN falar grátis de sua casa, após o primeiro minuto, sem limite de tempo”. Como aderir?

Aqui, a TMN explica que ao utili-zador bastará digitar *#125*0#, no seu telemóvel, acto ao qual se deverá seguir a digitação da tecla de chamada. Uma operação, como dizem, que deverá ser efectuada quando o cliente se encontrar

em casa por forma a que o operador, a TMN neste caso, possa definir a sua área de residência como área de actuação do Casa T. Como é habitual neste tipo de situações, a confirmação do serviço é, posteriormente, feita por SMS. Falta-nos falar dos preços. Lançado com uma mensalidade promocional de 5,9 euros para todo o dia, sem qualquer limitação horária, a TMN diz que isto vai mu-dar, a partir de Janeiro de 2007. Nesta altura, o Casa T vai funcionar entre as 21h e as 9h, sendo que as previsões do operador apontam para o lançamento de opções tarifárias para todo o dia.

A Optimus, perante estas ofensivas dos concorrentes, não quis ficar atrás e decidiu adicionar algo mais ao seu Op-timus Home, aquilo a que denomina de “Receita para a Poupança”. A ideia é idêntica à da TMN e tem um objec-tivo: dar aos utilizadores deste produto a oportunidade de falarem grátis entre os números Home. Há, contudo, uma condição: a adesão a esta “Receita” terá de ser feita, até 31 de Janeiro de 2007.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

APDC E GESVENTURE PROMOVEM

EMPREENDEDORISMO NA ÁREA DAS TIC

Quer criar um negócio, uma empresa ligada ao mundo das TIC (Tecnolo-gias da Informação e Co-municação)? Esta poderá ser a oportunidade de que estava à espera. Em bre-ve, nos dias 14, 15 e 16 de Novembro, no âmbi-to de mais um congresso das comunicações – este decorre no Centro de Con-gressos de Lisboa -, 20 jo-vens empreendedores vão ter a possibilidade mostrar as suas ideias inovadoras – à sua disposição vai es-tar um espaço próprio, o chamado Venture Lounge temático – e quem sabe arranjar aquele financia-dor que lhes permita con-cretizar o sonho de uma vida. Mas, parece que há algo mais a aproveitar deste evento – uma iniciativa or-ganizada em conjunto pela APDC (Associação Portu-guesa para o Desenvolvi-mento das Comunicações) e uma empresa de capital de risco, a Gesventure —,

sobretudo para aqueles que forem tidos como os autores dos cincos melho-res projectos. Estes vão ter a oportunidade de estar presentes, gratuitamente, nos três dias do congres-so e, deste modo, divulgar melhor o seu negócio. E as condições para che-gar até aqui? Em relação a este assunto, a APDC faz saber que os promo-tores do evento andam à procura, claro está, de um projecto inovador e assen-te num modelo de negócio consistente, com ambi-ções de chegar ao merca-do global e com uma equi-pa de gestão competente e motivada.Se, por acaso, possuir to-das estas características, terá que se apressar para ser um dos candidatos. As inscrições terminam, no próximo dia 3 de No-vembro, e deverão ser enviadas para a APDC, através de correio electró-nico. Aqui fica o endereço: [email protected]

de 0,14 euros por minuto para as restantes comunicações nacionais. A isto, afirma a Vodafone, acresce uma outra facilidade: o facto da empresa poder prever com facili-dade o valor total a pagar em cada mês, na medida em que lhe é dada a possibilidade de seleccionar o pacote de minutos que melhor se adapta às suas necessidades. No caso das comunicações fixas, a proposta da Vodafone é algo diferente: aqui, estamos de um serviço – o Voz Fixa – sem assinatura mensal e com a oferta do equipamento necessário às co-municações mediante o estabelecimento de um contrato. As chamadas gratuitas para os colaboradores da organização – tanto para números fixos como móveis – mantêm-se com a Vadafone a dizer que esta nova so-lução vai beneficiar, embora não apresente números, de preços “muito competitivos”, sobretudo quando se tratar de comunica-ções, claro está, para a sua rede.

Mas o Vodafone PME não ficaria comple-to se deixássemos de lado a banda larga. A ideia do operador é simples: uma nova oferta de acesso à internet no escritório – 640 Kb -, isto a partir, de 18,59 euros com opções adicionais para utilização em mobilidade e com maior largura de banda. A isto junta-se ainda o e-mail em mobilidade e um serviço de envio de SMS a partir do Outlook, ferra-mentas, destaca, uma vez mais a Vodafone, que “permitem aumentar a produtividade da gestão de mensagens da empresa”.

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João Taron, responsável pela multinacional em Portugal, garante

“Oracle está numa posiçãoúnica para ir ao encontrodas necessidades da AP”A Administração Pública é e sempre foi um dos mais fortes mercados para a Oracle. Temas como a factura electrónica, os “call centers” ou as compras electrónicas são as cartas fortes do baralho que a Oracle põe em cima da mesa quando joga com a Administração Pública. Mas João Taron, o homem que comanda em Portugal os destinos desta multinacional, não deixa de alertar para a necessidade de manter os centros de decisão das grandes empresas privadas no nosso país. Em entrevista à “Vida Económica”, João Taron adianta que a banca ainda tem muito que investir em TI e assume que o Plano Tecnológico é, acima de tudo, importante por estar na agenda. Por simplesmente ser motivo de conversa.

Vida Económica – O mercado das pequenas e mé-dias empresas estava longe de ser o tradicional mer-cado da Oracle. Mas hoje é uma forte e pública apos-ta. O que é que este tecido empresarial pode esperar de uma organização como a Oracle?

João Taron – Estamos a trazer para o mid-market o sof-tware sólido, de confiança e profissional em sistemas aber-tos que tipicamente era entendido como não acessível do ponto de vista do preço. E mesmo do ponto de vista da complexidade. Há dois anos que temos uma aposta mui-to clara em sistemas Linux. E o Linux é precisamente o não complexo, é o barato, é o standard. Ou seja, precisa-mente o que as organizações do mid-market necessitam. Agora que temos o produto e o preço, falta-nos o veículo para chegar a este mercado. Esse veículo é a nossa comu-nidade alargada de parceiros. A Oracle tem mais de uma centena de sólidos parceiros em Portugal e é através das soluções dessa comunidade – sobre as nossas peças de sof-tware – que a Oracle aparecerá no mid-market. Acima de tudo, estamos num momento de mudança de percepção. Mudança da percepção que os produtos de excelência da Oracle são caros e não estão adequados ao mid-market.

VE – Sabemos que a Administração Pública é um dos grandes mercados da Oracle e também sabemos que há grandes desafios pela frente. Que expectativas tem face a este mercado?

JT – A Oracle está hoje numa posição única para ir ao encontro das necessidades de transformação da Adminis-tração Pública. Senão vejamos: factura electrónica, uma das principais preocupações do Governo para Janeiro de 2007. Estamos na linha da frente deste processo porque numa das nossas aquisições está um produto bandeira na área da factura electrónica. Outra área é a dos call centers. Outra: as compras electrónicas. Processo bem conhecido, herdado pela UMIC ao longo dos últimos anos e que vai ter uma forte implementação em 2007. Isto para além do conceito fundamental que só a nossa tecnologia de base de dados consegue fornecer, nomeadamente o conceito do grid computing, também uma das prioridades do Plano Tecnológico para o nosso país. Estamos numa posição in-vejável para apresentar valor ao processo de transformação da Administração Pública em Portugal.

VE – A Administração Pública continua a represen-tar uma grande fatia da actividade da Oracle em Por-tugal?

JT – Sim. Estamos aptos a falar sobre uma diversida-de de temas com a administração pública. É claro que no outro prato da balança temos o problema do défice que estamos a atravessar e que nos atingiu a todos, nomeada-mente aos sistemas de informação. Este problema é com-plicado de gerir tanto do lado dos fornecedores como do lado das organizações, nomeadamente no que diz respeito à implementação e à celeridade de alguns processos. Tudo isto torna muito difícil para os decisores da Administração Pública a aquisição de determinadas soluções no timing pretendido.

VE – O volume de compra e dos serviços prestados ao sector público está alinhado com o que é normal para os outros países?

JT – Está alinhado. A evolução do “share” da Adminis-tração Pública do nosso negócio vai depender não tanto da Administração Pública em si mesma, mas do que vai acon-tecer às grandes empresas do sector privado. As grandes estruturas privadas são essenciais no negócio de uma mul-tinacional de TI em Portugal. E se essas grandes empresas perderem o poder de decisão no nosso país, aí sim, o “sha-re” da Administração Pública no nosso negócio pode subir abruptamente. É muito importante para nós, multinacio-nal Oracle, que os centros de decisão, nomeadamente de Tecnologias de Informação, das grandes empresas privadas não se percam. Caso isso aconteça, claramente tínhamos de reduzir a nossa estrutura. Se as grandes empresas do nosso tecido empresarial fossem adquiridas, muitas das empresas de TI iam ser afectadas.

VE – O sistema bancário em Portugal é um sector muito competitivo e é um dos poucos sectores onde temos um nível de produtividade acima da média eu-ropeia. Ainda continua a haver uma necessidade de investimento na área da banca?

JT – O sistema bancário é talvez a indústria que está a passar por um maior processo de transformação na área das TI. Os sistemas de core banking estão datados, tecnologi-camente obsoletos, os custos operacionais são muito altos

e o time-to-market para responder às necessidades é mui-to baixo... E claramente esses sistemas de core banking es-tão no final da sua geração e terão de ser substituídos por outro tipo de sistemas. Daí a aquisição que a Oracle fez da empresa i-flex. Já estamos, nesta altura, com um projecto em Portugal. Existem oportunidades muito interessantes no nosso país para substituir ou implementar sistemas de core banking. E acreditamos que esta é a principal prio-ridade dos departamentos de TI do sistema bancário em Portugal.

VE – Então estamos longe do ritmo de cruzeiro?JT – Estamos num processo de grande transformação.

E não só de core banking mas de sistemas de CRM e in-teracção com o cliente. Do nosso ponto de vista, digamos que essas são as duas principais áreas de transformação do mercado financeiro, a juntar a uma área mais infraes-trutural. Acreditamos que o sistema financeiro, quer em Portugal quer na Europa, está a passar por uma fase de transformação de controlo do custo operacional e isso é conseguido através dos sistemas abertos e do grid com-puting versus sistemas baseados em mainframe. Muitos dos nossos clientes estão em processo de migração, pelo menos de parte dos seus sistemas de mainframe, para sis-temas abertos baseados em grid computig.

VE – Então os bancos vão passar a investir mais em TI?

JT – Vão ter de continuar a investir para poupar.

VE – A modernização e o aumento da competitivi-dade de um país depende de um Plano Tecnológico?

JT – O Plano Tecnológico é, acima de tudo, importante por estar na agenda. Por ser motivo de conversa. Tem prós e contras e podemos sempre fazer melhor. Mas o facto de estar na agenda política e da sociedade faz com que todos nós tenhamos no nosso DNA a necessidade de modernizar baseada em TI, a necessidade de automatizar, a necessida-de de fazer mais barato. Acho que é uma vantagem para o país, para as organizações, para o sector público e para o sector privado existir um Plano Tecnológico em Portugal.

JOÃO LUÍS DE SOUSA E SUSANA MARVÃ[email protected]

InformáticaRicoh prepara-se para adquirir

operações europeias da Danka

SAP Receitas de software cresceram

17% no terceiro trimestre

sexta-feira, 27 Outubro de 200628

João Taron, o homem que comanda em Portugal os destinos da Oracle, alerta para a necessidade de manter os centros de decisão das grandes empresas privadas no nosso país.

VE – Que preocupações devem as em-presas ter no domínio da segurança dos dados?

JT – O tema de segurança é muito impor-tante para a Oracle, aliás, sempre esteve presente no seu DNA. A Oracle nasceu a partir de projectos quase experimentais, embrionários e de investigações em orga-

nizações como a CIA, a NASA ou a NATO. Daí a segurança sempre ter estado no nos-so core. Obviamente que as organizações, por um lado, ao passarem de meia dúzia de grande aplicações monolíticas para uma grande diversidade de aplicações e, por ou-tro, ao abrirem os seus sistemas, através da Internet, aos seus clientes, fornecedores e

SEGURANÇA FAZ PARTE DO NOSSO DNAparceiros, passaram a ter um exponencial aumento das suas preocupações com a se-gurança.

Esta tem sido também uma área de grande investimento da Oracle onde temos adquirido várias empresas especializadas nesta área. Nomeadamente na gestão da complexidade da comunidade de utiliza-

dores interna e externa que acedem às suas aplicações. A que aplicações podem aceder, com que tipo de direitos e que aplicações devo disponibilizar a um novo empregado? Este é um tema altamente prioritário para as organizações que têm um enorme número de aplicações nos seus sistemas.

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Magirus quer ter presençanos maiores distribuidores

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Portugal é um mercado apetecível para a maio-ria das empresas de tecnologia. O mercado está a evoluir a ritmos acelerados, tantos os

indivíduos como as empresas são apreciadores das últimas inovações e o potencial é interessante. Tudo isto leva a que muitas multinacionais considerem abrir filiais em Portugal ou estabelecer parcerias que lhes permita estabelecer negócios.

Mas talvez a forma mais simples seja a aquisição de uma organização já presente no mercado nacio-nal. Foi isso que aconteceu, embora tenha sido con-sequência de uma aquisição a nível europeu, com a Magirus. Vou explicar. A Alasso é uma multina-cional dedicada ao ramo da segurança informática. Só que na Europa os negócios não estavam a cor-rer como planeado. Foi então que a Magirus viu uma oportunidade e adquiriu o negócio europeu da Alasso (a empresa continua a existir e operar em outros países). Em Portugal, que funcionava como uma extensão comercial de Espanha, a empresa ces-sou funções e agora o que impera é a Magirus. Os últimos meses foram passados a integrar ambos os negócios (a Magirus aproveitou para alargar a sua oferta para uma área onde não estava presente) e agora é tempo de comunicar a mudança. Paulo Costa, director-geral da Magirus Portugal, afir-mou que a partir de Janeiro vão começar a vender os serviços da Magirus. Isto porque até aqui houve simplesmente uma manutenção dos negócios feitos pela alasso.

Com isto a Magirus centra a sua atenção em três unidades de negócio: Information Lifecycle Mana-gement (ILM), Virtualização de servidores e Segu-rança e Networking. “Com a integração a Magirus tem agora uma maior cobertura de mecado, novas competências técnicas, novas áreas de negócio e uma melhor organização logística e financeira”,

MAINROAD “RECUPERA” MAIS RÁPIDO

A Mainroad anunciou a dis-ponibilidade de um novo ser-viço que designa por Mainroad 2’Fast Recovery. Enquadrado na sua oferta global de Business Continuity, este serviço permite às empresas continuarem a ope-rar os seus sistemas após um desastre que comprometa o seu centro de dados principal.

O serviço Mainroad 2’Fast Recovery assenta numa plata-forma de sistemas de nível em-presarial, fornecendo uma base tecnológica de elevada perfor-mance, segurança e escalabi-lidade, garante a empresa. So-bre esta base, o 2FR define um conjunto de regras de partilha

dos recursos, garantindo sem-pre a segurança dos sistemas.

Consequentemente, o 2FR resulta numa solução economi-camente viável para uma orga-nização que pretenda minimizar o risco de paragem do seu ne-gócio. Resolve ainda o problema do custo elevado a que normal-mente estão associadas as solu-ções de recuperação de desas-tre disponíveis no mercado. O Mainroad 2’Fast Recovery des-tina-se a organizações médias e grandes, caracterizadas por possuírem entre 5 e 50 servido-res, com predominância para os sistemas operativos Windows e Linux.

MCAFEE ADQUIRE ONIGMAA McAfee adquiriu Onigma,

fornecedor de soluções de pro-tecção de dados para monito-rizar, informar e prevenir que os dados confidenciais saiam das empresas. Com esta aqui-sição, no valor de 20 milhões de dólares, a McAfee aumenta a sua capacidade de prevenção de perda de dados (DLP), para oferecer às empresas soluções capazes de garantir o cumpri-mento de políticas corporativas e regulamentos externos.

“Os clientes pediram-nos uma protecção robusta contra os riscos associados à perda de dados confidenciais e à pro-priedade intelectual”, afirmou Christopher Bolin, Chief Tech-

nology Officer e Vice-presidente Executivo da McAfee. “ A Onig-ma dá-nos uma maior capaci-dade e experiência para ajudar os nossos clientes a reduzir o risco associado ao incumpri-mento dos regulamentos, as-suntos de interesse corporativo, infracções de políticas internas e fugas de informação”.

Através da integração dos pro-dutos da Onigma para preven-ção de perda de dados a McAfee anuncia a solução McAfee Data Loss Prevention para prevenir a perda de dados nos sistemas, que irá ajudar as empresas a protegerem-se dos riscos asso-ciados à transferência, não auto-rizada, de dados para o exterior.

afirma Paulo Costa. Em relação à logística, uma pe-quena curiosidade. A Alasso tinha o seu centro de distribuição no Reino Unido. Já o da Magirus si-tua-se na Alemanha. A integração dos dois fez com que a Magirus não facturasse durante dois meses. O que comprometeu, em parte, a sua facturação. No entanto, apesar deste contratempo, Paulo Costa afirma que as expectativas foram cumpridas.

Para Portugal os objectivos são claros: aumentar a rede de distribuição. Neste momento, a empresa dispõe de 30 parceiros. No entanto, a meta é estar presente nos 50 maiores distribuidores a nível nacio-nal. E para os apoiar a Magirus pretende fomentar a procura, disponibilizando serviços de marketing avançados. A ideia é actuar junto do utilizador final, de forma a identificar necessidades, criar oportuni-dades e transmitir as competências da empresa.

ALEXANDRA [email protected]

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 29INFORMÁTICA

Paulo Costa, director-geral da Magirus Portugal.

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Fiscalidade

Finanças negam perdão fiscal à banca

Portugal aumenta contribuições

para o Orçamento comunitário

PRÁTICA FISCAL

Informação elaborada pela APOTEC - Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade [email protected]

AGENDA FISCAL

OUTUBROAté ao dia 31

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas- 2º prestação do pagamento especial por conta de IRC devido pelas entidades que exercem a título principal, actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento estável, excepto se abrangidos pelo Regime simplificado.

NOVEMBROAté ao dia 10

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relati-va às operações realizadas no mês de Se-tembro. O pagamento pode ser efectuado através das caixas automáticas Multibanco, nas Tesourarias de Finanças informatizadas e nos balcões dos CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado via Internet, seleccio-nando uma das Instituições Bancárias dis-

poníveis na opção Bancos. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às trans-missões intracomunitárias isentas, efectua-das no mês de Setembro.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singularesOs notários, conservadores, secretários judiciais e secretários técnicos de justi-ça devem entregar à Direcção-Geral dos Impostos a relação dos actos praticados no mês anterior, susceptíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS (artº 123º do CIRS).

Até ao dia 15

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentadoPeriodicidade trimestral - Pagamento do Im-posto sobre o Valor Acrescentado referente ao 3.º trimestre de 2006 pelos sujeitos pas-sivos abrangidos pela periodicidade trimes-tral do regime normal.

Até ao dia 20

IVA - Imposto sobre o valor acrescentado Pequenos Retalhistas - Pagamento do Im-posto sobre o Valor Acrescentado pelos su-

jeitos passivos abrangidos pelo regime dos pequenos retalhistas.

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas- Entrega das importâncias retidas no mês de Outubro sobre os rendimentos sujeitos a retenção na fonte de IRC (artº 75º do CIRC).

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- Entrega, pelas entidades obrigadas a efec-tuar retenção, do imposto deduzido em Ou-tubro pela aplicação das taxas liberatórias previstas no artº 71º do CIRS (artº 98º, nº 3, do CIRS).

- Entrega, pelas entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organiza-da, das importâncias deduzidas em Outubro sobre rendimentos de capitais e prediais e rendimentos de propriedade intelectual ou industrial e prestações de serviços (Catego-ria B), (art. 98º, nº 3, e 101º do CIRS).- Entrega do imposto deduzido em Outubro sobre os rendimentos do trabalho depen-dente e de pensões, com excepção das de alimentos (artº 98º, nº 3, e 99º do CIRS).

• Imposto de Selo- Entrega, por meio de guia, nas tesourarias da Fazenda Pública, do imposto cobrado em Outubro, pelas entidades a quem in-cumbe essa obrigação.

OE PARA 2007Actualização dos Escalões do IRS

Actualização dos escalõesNa proposta de Orçamento de Estado para 2007 o Governo propõe-se actualizar os escalões de IRS em 2,1%, precentagem correspondente à previsão para a inflação de 2007. Deste modo, as taxas de imposto não sofrem alteração, mas, no que respeita aos escalões de imposto, o montante do primeiro escalão passa de de 4451 euros para 4544 euros e o último sobe de 60.000 para 61.260 euros.Refira-se que para as deduções à colecta estão previstas actualizações que variam entre 1,7 e 2,6%.

Comissão Europeia cria medidas fiscais para racionalização do uso energético

sexta-feira, 27 Outubro de 200630

Uma empresa portuguesa, com sede em Lisboa, contacta uma empresa no Canadá para que lhe preste serviços na área da consultoria e para angariar clientes.

1 – Como é que esta operação se pro-cessa em termos de IVA? A empresa PT, mediante a factura canadiana, liquida/deduz IVA? Em que campos se declara na declaração periódica de IVA?

2 – E em termos de IRC? É neces-sário accionar a convenção para evi-tar a dupla tributação? Como funciona e como proceder? Qual das empresas tem de enviar à outra o certificado de residência fiscal? É preciso pedir NIF em Portugal para a empresa canadia-na?

RESPOSTA DO ASSESSOR FISCALNos casos em que o prestador dos

serviços de consultadoria não tenha sede, estabelecimento estável ou domi-cilio no território nacional [empresa ca-nadiana) e desde que o adquirente dos mesmos seja um sujeito passivo nacio-nal aqui residente (empresa portugue-sa, nestas condições, o sujeito passivo do imposto pela aquisição do serviço é a empresa portuguesa e não a empresa do Canadá [cfr. al. a) do n.º 1 do artigo 2.º e alínea c) do n.º 8 do artigo 6.º, ambos do CIVA], com direito a dedução (cfr. al. c) do n.º 1 do artigo 19.º do CIVA]. A operação é incluída na decla-ração periódica nos mesmos campos em que se mencionam normalmente as operações nacionais.

Os rendimentos provenientes da in-termediação na declaração de qualquer contrato [n.º 6 da alínea c) do n.º 3 do artigo 4.º do CIRC] e os derivados dos

Prestação de serviços de consultadoria por não residente; fonte dos rendimentos; retenção na fonte; convenção para evitar a dupla tributação dos rendimentos; NIF.

serviços de consultadoria, ainda que realizados integralmente fora do terri-tório português, mas cujo devedor tem sede ou direcção efectiva em território nacional, são considerados como obti-dos em território nacional [n.º 7 da alí-nea c) do n.º 3 e n.º 4 do artigo 4º do CIRC]. O IRC é pago por retenção na fonte com carácter definitivo à taxa de 15% [alínea g) do n.º 1, n.º 3 e sua alínea b), n.º 5 do artigo 88º e alínea e) do n.º 2 do artigo 80º do CIRC}. Existindo, como de facto existe, entre Portugal e o Canadá Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, em vigor desde 24.10.2001 (aviso n.º 111/2001, de 17.10, DR n.º 241), esta só será ac-cionada, se for caso disso, se o bene-ficiário dos rendimentos (empresa ca-nadiana) fizer entrega ao devedor dos mesmos (empresa portuguesa) o res-pectivo certificado de residência fiscal emitido pelas autoridades fiscais do Estado de que é residente. Quanto ao NIF, será de considerar que a inscrição para atribuição de número de identifi-cação fiscal a entidades não residen-tes que obtenham em território por-tuguês apenas rendimentos sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, será obrigatoriamente requerida pelas entidades residentes em território por-tuguês que se encontram obrigadas a proceder à respectiva retenção na fon-te do imposto, ou seja, os substitutos tributários, conforme disposto no art. 3º do Decreto-Lei n.º 463/79, de 30 de Novembro, com a redacção dada pelo art. 1º do Decreto-Lei n.º 81/2003, de 23 de Abril.

O Ministério das Finanças conside-ra que houve uma interpretação errada a propósito da não exigên-

cia de imposto, relativamente à retenção na fonte sobre juros de obrigações emi-tidas por uma entidade residente, através de uma sucursal no exterior.

O ministério rejeita a acusação de que terá existido um perdão fiscal à banca, tendo como base um despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Para aquele ministé-rio, o despacho terá sido proferido na sequência de um pedido de reapre-ciação do acto de liqui-dação adicional formu-lado por uma instituição bancária. E justifica da seguinte forma: “Tratou-se de um procedimento em que, como noutros casos, através da utilização de um grau de decisão diferente daquele que proferiu o acto contestado, se concluiu não estar este acto conforme a legislação aplicável.

A reapreciação dos actos de liquidação por entidade diferente daquela que os

praticou consubstancia um acto normal e que se insere no âmbito das garantias dos contribuintes. Uma decisão favorável não pode ser entendida como um perdão fis-cal, mas como a reposição da legalidade.”

Quanto ao caso em concreto, diz o Mi-nistério das Finanças que não era exigível imposto relativamente à retenção na fonte

sobre juros de obriga-ções emitidas por aquela entidade, através da sua sucursal no exterior.

E adianta: “O facto de não ser conhecido qualquer entendimento da administração fiscal sobre esta matéria, bem como a susceptibilida-de de utilização para o mesmo fim de outras vias isentas de tributa-ção, criaram a convic-ção de que o regime

fiscal aplicável seria o da não obrigação de retenção na fonte, por deverem os juros, legalmente, serem considerados como ob-tidos fora do território nacional.

A protecção da boa fé determinou a não aplicação retroactiva daquela interpreta-ção sobre esta norma do CIRC.”

Uma decisão fa-vorável não pode ser entendida como um perdão fiscal, mas como a reposição da legalidade

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Uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) com as valências de Centro de Dia e Apoio Domiciliário iniciou, em Outubro do ano passado, o fornecimento de refeições às escolas da fregue-sia, sendo a facturação feita à autarquia local. Pese embora este fornecimen-to de refeições tenha cariz so-cial e se insira no âmbito do estatutos da instituição, está a proceder-se à liquidação do IVA. Deve manter-se esta prá-tica ou suspendê-la, visto que existem outras instituições, em igualdade de circunstâncias, que estão isentas, dado que invocaram a celebração de pro-tocolos, tendo os serviços de Finanças aceite a isenção?

As actividades desenvolvidas pelas IPSS estão em princípio isentas de IVA ao abrigo do n.º 8 do art.º 9.º do CIVA, desde que verificados os condicionalismos atrás referidos.

A isenção, conforme se depre-ende do referido normativo, só se aplica numa relação directa com os respectivos utentes, pelo

Contas & Impostos

Em determinada fase do seu percurso, as sociedades necessitam de capitalização ou porque atravessam uma fase de expan-são e crescimento ou porque se encon-tram em recessão e correm o risco, por exemplo, de ver perdido mais de metade do seu capital social, violando a norma do artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais. Daí surge a necessidade, por vezes imperiosa, de se capitalizarem e a figura das prestações suplementares.

As prestações suplementares de capital têm uma função dupla: a capitalização da sociedade, ou seja, adequar o capital próprio às necessidades sociais ou então também pode funcionar como uma ga-rantia dos credores, porque não podem ser restituídas se o Capital Próprio ficar inferior à soma do capital e da reserva legal, ou seja, é uma garantia para os credores e é essa uma das funções do Capital Pró-prio de uma sociedade.

As prestações suple-mentares, ao contrário dos suprimentos, repre-sentam um reforço do Capital Próprio da socie-dade e contribuem para a capitalização da empresa e para a protecção dos credores. O Capi-tal Próprio e o Capital Social devem ser vistos cada vez com maior credibilidade e não apenas como uma obrigação legal,

decorrente do cumprimento do Direito Societário.

As prestações suplementares, apesar de poderem ser consideradas um capital adicional, não implicam um aumento do capital ou uma redução, caso haja a restituição. Com efeito, o capital social representa um montante fixo, enquanto as prestações suplementares, podem ser consideradas uma parte móvel do Capi-tal Próprio.

Questão interessante e que suscita mui-tas dúvidas é a distinção entre prestações acessórias e prestações suplementares. As prestações acessórias são contabiliza-das como passivo, se forem onerosas ou restituíveis ou noutras rubricas apro-priadas. As prestações suplementares,

como já vimos, são sempre contabilizadas como Capi-tal Próprio. As prestações suplementares dependem sempre de uma delibera-ção, mediante autorização no contrato de sociedade originário ou mediante al-teração do mesmo, enquan-to nas prestações acessórias basta a sua consagração no contrato de sociedade para que sejam directamente

exigíveis aos sócios.As prestações suplementares não são

remuneradas e as prestações acessórias podem vencer juros.

O não cumprimento das prestações suplementares pode acarretar a exclusão do sócio, enquanto que nas prestações acessórias, não afecta a situação do sócio, salvo disposição contrária constante do contrato de sociedade.

Quanto aos requisitos de reembolso, também existem diferenças substanciais, pois a restituição das prestações suple-mentares depende da integridade do ca-pital social, como também já vimos, não existindo esta limitação para as presta-ções acessórias.

Situação diversa é a necessidade de fi-nanciamento, decorrente de dificuldades financeiras, mais ou menos pontuais, estrangulamentos de tesouraria, fundo de maneio insuficiente e daí o recurso muito frequente aos empréstimos ou ao contrato de suprimento. Com efeito, o Código das Sociedades Comerciais esta-belece um tipo legal de contrato para as sociedades por quotas no âmbito do Direito Societário: o contrato de supri-mento.

Os suprimentos são empréstimos dos sócios à sociedade fazendo parte e influenciando o seu Passivo, ficando esta obrigada a restituí-los e não se cir-cunscreve apenas ao mero empréstimo de fundos. Para que o empréstimo seja considerado um crédito de suprimento, tem de ter um carácter de permanência e há ainda a destacar o facto de, regra geral, serem remunerados, ao contrário

do que acontece com as prestações suple-mentares. Caso não tenha o tal carácter de permanência de, pelo menos um ano, não passa de uma vulgar crédito, não se identificando como uma situação jurídi-ca de suprimento.

Como é sabido, a figura do contrato de suprimento apenas está prevista para as sociedades por quotas. Contudo, há autores que defendem que, quanto aos suprimentos resultantes do pacto social, a sua aplicação às sociedades anónimas é possível (1) , sendo considerada uma obrigação acessória.

Questão interessante é saber se os su-primentos podem transformar-se em capital. Os suprimentos visam, antes de mais, atender a dificuldades económicas e/ou de tesouraria, pelo que não estão vocacionados para se transformarem em capital. Certos autores consideram os su-primentos um sucedâneo de capital, mas que evita o seu aumento formal e legal. Contudo, havendo a renúncia expressa ao seu reembolso e estando os suprimentos devidamente comprovados e avalizados por um revisor oficial de contas, parece-nos legal o aumento do capital social por esta via (2).

(Notas)(1) Parte final do artigo 287.º do C.S.C.(2) Bibliografia: Sofia Gouveia Pereira, As pres-

tações Suplementares de Capital João Aveiro Pereira, O Contrato de Suprimento

As prestações suplementares e acessórias e os suprimentos

JOÃO ANTUNESConsultor da CTOC

que, qualquer operação realizada com terceiros, não se enquadra na mencionada isenção.

Assim, na situação em apreço, fornecimento de refeições a esco-las (que não estão sob a sua alça-da) e que são debitadas à Câmara Municipal, são operações sujeitas a imposto e dele não isentas.

Deverá o fornecimento de re-feições ao exterior efectuado pela entidade ser tributado em IVA, à taxa intermédia de 12 por cento (verba 3.1 da Lista II anexa ao CIVA), porque se está perante uma actividade denominada de “prestação de serviços de alimen-tação e bebidas”.

A IPSS passará a praticar si-multaneamente operações sujei-tas a IVA e operações isentas, que não conferem direito a dedução, passando a ser um sujeito misto, podendo escolher um dos dois métodos previstos no art.º 23.º do CIVA- Afectação real ou pró-rata. Deverá também comunicar esta modificação mediante entre-ga de declaração de alterações.

(Informação elaborada pela Câmara dos Técnicos Oficiais

de Contas)

Actividades desenvolvidas pelas IPSS estão isentas de IVAA isenção de IVA só se aplica num a relação direc-ta com os respectivos utentes, pelo que qualquer operação realizada com terceiros não se enquadra na referida isenção de imposto.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 31FISCALIDADE

Um empresário em nome indivi-dual viu, por força da degradação do imóvel, alugado, onde exerce a sua actividade, o seu contrato de arrendamento revogado. Em virtude dessa situação, irá rece-ber 150 000 euros referentes a benfeitorias no imóvel, em duas tranches de 75 000 euros cada. Qualquer incidência de natureza fiscal fica a cargo do arrendatário e não do senhorio. Tratando-se de indemnização de benfeitorias (totalmente amortizadas e sem valor comercial) e tendo o indi-víduo que liquidar a indemniza-ção a um funcionário, entretanto despedido devido à quebra das vendas pelo estado do imóvel, serão tributadas em sede de IRS ou estão isentas? Se se verificar o primeiro caso, enquadrando-se no conceito de mais-valias (CIRS, art.º 9.º, n.º 1, al. b), é tributado à taxa de 10% sobre metade?

Conforme o disposto na alínea d) do n.º 2 do art.º 3.º, constituem rendimentos da categoria B “as

importâncias auferidas, a título de indemnização, conexas com a acti-vidade exercida, nomeadamente a sua redução, suspensão e cessação, assim como pela mudança do lo-cal do respectivo exercício;”.

Assim, a in-d e m n i z a ç ã o recebida pelo empresário para compensar as benfeitorias efec-tuadas no imóvel arrendado, e vis-to o contrato de arrendamento ter sido revoga-do, irá ser tributado em IRS como rendimentos da categoria B.

De realçar que o empresário, con-tabilisticamente, deverá efectuar o abate das benfeitorias realizadas, no momento em que cessa esse mesmo contrato de arrendamento, aten-dendo ao que na realidade ocorreu. Ou seja, como o senhorio paga uma contraprestação pelas benfeitorias

Indemnização para compensar benfeitorias em imóvel arrendado é tributada em IRSUma outra situação que se pode colocar é a sujei-ção em sede de IVA, pois são tributáveis aquelas indemnizações que tenham subjacente uma trans-missão de bens ou prestação de serviços, pelo que configuram uma contraprestação a obter do adquirente de uma operação sujeita a imposto.

O empresário deverá efectuar o abate das benfeitorias realizadas, no momento em que cessa esse mesmo contrato de arrendamento

As prestações acessórias são contabilizadas como passivo.

feitas, será esta a importância que figurará como “valor de realização” no abate dos bens.

Outra situação será a sujeição a IVA, pois são tributáveis em im-posto sobre o valor acrescentado aquelas indemnizações que tenham subjacente uma transmissão de bens ou prestação de serviços e, como tal, configuram a contraprestação a ob-ter do adquirente de uma operação sujeita a imposto.

Se as indemnizações sancionam a lesão de qual-quer interesse, sem carácter remuneratório, não são tributá-veis em impos-to sobre o valor acrescentado, na medida em que não têm subja-cente uma trans-missão de bens ou prestação de serviços.

Deste modo, a indemnização em causa está sujei-ta a IVA, pelo facto de o valor em causa ser considerado como uma contraprestação pelas benfeitorias feitas no imóvel pelo empresário, que de uma forma genérica o se-nhorio pode vir a usufruir.

(Informação elaborada pela Câmara dos Técnicos Oficiais de

Contas)

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Em Foco

AIR LUXOR PERDE LICENÇA DE TRANSPORTADORA AÉREAA companhia Air Luxor viu retira-da, esta semana, a licença de trans-portadora aérea por parte do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC). Em Diário da República, a entidade reguladora refere que a Air Luxor “deixou de ter uma licença de transporte aéreo válida e um COA (Certificado de Operador de Transporte Aéreo), deixando de poder exercer a actividade de transporte aéreo”. O INAC informa que a companhia, adquirida em Julho passado pelo grupo luso-canadiano Longstock, deixa de poder exercer voos até nova emissão de licença. A Air Luxor emitiu também esta semana um comunicado de imprensa, em que garante que está “em condições de iniciar os voos para São Tomé e Guiné-Bissau novamente”, aguardando “a autorização das autoridades locais des-tes dois países africanos”. A transportadora

SEMANA EM REVISTA

indica ainda a intenção de se tornar uma companhia low-cost, “operando inicialmente

dois destinos já definidos interna-mente, com dois aviões A320”. No mesmo documento, a empresa

informa que “decidiu suspender os voos para a Guiné-Bissau e São Tomé

e Príncipe por razões de ordem financeira e para reestruturar a empresa em termos de or-ganização interna”.

ENDIVIDAMENTO EXTERNO AGRAVA-SE NO PRIMEIRO SEMESTREA dívida externa da economia portuguesa agravou no primeiro semestre do ano, cor-respondendo a 70% da riqueza produzida. Os dados do boletim estatístico do Banco de Portugal (BdP) referem que o endividamento externo situou-se nos 103,4 mil milhões de euros na primeira metade de 2006, o que corresponde a um aumento de 15,5% face a igual período do ano passado e uma subida de 14 mil milhões de euros relativamente ao

final de 2005, acrescenta a análise do banco central português. O Banco de Portugal indi-ca que o agravamento da dívida de Portugal ao estrangeiro foi impulsionado pelo cresci-mento do endividamento externo por parte do sector bancário.

GROUNDFORCE FAZ ACORDO COM CINCO NOVOS CLIENTESA Groundforce Portugal assinou acordo com cinco novas companhias aéreas. A empresa de handling vai prestar serviço à Clickair, à Emirates, à LatCharter, à AtlasJet e à Copa Airlines. O contrato com a low-cost catalã Clickair prevê todos os serviços de “ramp handling” até Março de 2009, nas escalas de Lisboa e Porto da transportadora. Em Es-panha, e até 9 de Novembro de 2009, a em-presa nacional é também responsável pelos serviços de “ramp handling” à companhia aérea Emirates, na escala de Barcelona. “A LatCharter, por sua vez, assinou um contra-to com a Groundforce Marrocos, válido até

31 de Outubro de 2009, que prevê a presta-ção de serviços de full handling nas escalas marroquinas de Fez, Casablanca, Marrakech e Agadir”, acrescentou a empresa. O proto-colo com Copa Airlines, válido por três anos, abrange serviços de “ramp handling”, por parte da Groundforce México, no Aeroporto da Cidade do México.

INDÚSTRIA DA ZONA EURO RECEBE MAIS ENCOMENDAS EM AGOSTOO volume de novas encomendas efectuadas ao sector da indústria na Zona Euro aumentou 3,7% em Agosto face ao mês anterior. De acor-do com o Eurostat, o crescimento verificou-se também na comparação homólogo, ao subir 14,3% em relação a Agosto de 2005. A subida foi fortemente influenciada pela área dos equi-pamentos industriais e de transporte, acres-centou o gabinete de estatísticas da Comissão Europeia. Relativamente a Portugal, o Eurostat indica que o sector nacional está entre os que registaram as maiores descidas.

“Nos Estados Unidos, o Estado ajuda a economia a funcionar. Na Europa, o Estado atrapalha a maioria das economias. Em países mais atrasados, o Estado é a economia. Em Portugal ainda é pior, porque o Estado é o Governo”

Sérgio Figueiredo – “Jornal de Negócios Online”

“É uma vergonha ver um ministro da República dizer que foi na véspera surpreendido com um aumento de quase 16%, conhecendo ele todos os pressupostos em que essa subida assenta. É uma vergonha que tenha levado mais de um ano para legislar sobre a política tarifária eléctrica e agora desfazê-la em menos de um mês. E é um vergo-nhoso descaramento argumentar que na Europa os au-mentos não serão tão drásticos”

Idem ibidem

“O Orçamento de Estado para o ano de 2007 já nasceu um cadáver adiado. Quando se esperava que o Orçamento concretizasse o ‘impulso reformista’ do Governo, eis um documento frágil nas opções e tímido nas decisões. O con-traste com a imagem de autoridade e com o perfil agressi-vo do primeiro-ministro não poderia ser mais flagrante. O primeiro-ministro cometeu um erro político de palmatória - não foi capaz de gerir as expectativas que existiam em relação ao Orçamento. Prometeu muito e anunciou tudo, acabou por cumprir pouco e adiar quase tudo”

Carlos Marques de Almeida – “Diário Económico Online”

“O Governo de José Sócrates teve a semana mais negra desde que tomou posse. Começou com Manuel Pinho a retractar-se da decretação do ‘fim da crise’ (que sentido de oportunidade na véspera da apresentação de um Orça-mento restritivo) com um ‘lapsus linguae infantil’. Conti-nuou com Correia de Campos a anunciar a baixa de 6% no preço dos medicamentos – ‘esquecendo-se’ de anun-ciar ao mesmo tempo que a comparticipação do Estado também ia baixar (’lembrou-se’ depois) –; e com o alarga-mento das taxas moderadoras aos internamentos e actos cirúrgicos que não constava do programa do Governo”

MRamires – “Sol Online”

“Seguiu-se o a posteriori autoclassificado ‘dia infeliz’ do secretário de Estado Castro Guerra, proclamando a juste-za dos muito significativos aumentos da luz, uma vez que os consumidores não tinham pago o défice que resultou do não aumento dos referidos preços nos anos anteriores (dessa não se lembraram Teixeira dos Santos e Mário Lino ou ainda vinham cobrar aos utilizadores das SCUT que durante anos nada pagaram)”

Idem ibidem

“Não é novidade, apesar dos esforços de sucessivos gover-nos. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) parece estar doente, a julgar pela falta de organização que muitos lhe apontam! Claro está que na boa tradição portuguesa todos criticam e, tendencialmente, de uma forma destrutiva, esquecen-do-se que o sistema somos todos nós, e que, se não zelar-mos por ele, vai haver dificuldade em assegurar assistên-cia sanitária para todos!”

Hipólito de Aguiar – “Diário Económico Online”

FARPAS

sexta-feira, 27 Outubro de 200632

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“Vida Económica” lidera jornais económicos

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(continuação da página 1)No período compreendido en-

tre Janeiro e Junho de 2006, a “Vida Económica” registou uma circulação média total de 15.200 exemplares. Em segunda posição surge o “Diário Económico” com uma circulação média de 14.179 exemplares. O “Semanário Económico” está na terceira posição, com 11.171 exemplares, o que representa menos 26% face ao resultado obtido pela “Vida Económica”. Por seu turno, o “Jornal de Negócios” registou uma circulação média de 7574 exemplares.

A posição ocupada pela “Vida Económica” deve-se à qualidade e rigor da informação, que pro-cura responder às necessidades das empresas. Através das várias publicações periódicas, livros e

informação em suporte digital, o grupo “Vida Económica” tem o

FDO entra na última fase de vendas de parque industrial em Gaia

O grupo FDO está a concluir o processo de comercialização de um parque industrial em Vila Nova de Gaia. Localizado em Serzedo, o Núcleo Empresarial Serzedo (NES) destina-se a em-

presas de qualquer área de negó-cio (comércio, serviços, industria e armazéns), e está, segundo a empresa, “junto aos principais eixos rodoviários (IC1, A1, A3, A4, IP5 e futuro VL11), estação ferroviária das Devesas, porto de Leixões e aeroporto Francisco Sá Carneiro. Composto por 20 ar-mazéns – com áreas entre os 370 e os 1166 metros quadrados – e sete lojas – com áreas entre os 170 e 477 metros quadrados –, o NES tem já uma taxa de ocupação pró-xima dos 55%, pretendendo atin-gir o final deste ano com 100 por cento de ocupação.

UERN cria Observatório do QREN

A União das Associações Empre-sariais da Região Norte (UERN) vai constituir um Observatório do Quadro de Referência Estra-tégico Nacional (QREN).

Este Observatório irá moni-torizar a execução do QREN e dos seus planos operacionais, de forma a que o Governo encontre mais uma vez na UERN uma ins-tituição interventiva, cooperante e com larga capacidade de actua-ção, já que esta União de Associa-ções entende que não pode haver desenvolvimento regional susten-tado sem que as estruturas regio-nais, nomeadamente as de cariz empresarial, tomem parte.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006EM FOCO34

leque de produtos mais alargado dirigido ao mercado profissional.

Dois diários e semanários no mercado

Fonte: APCT; Circulação total Jan/Junho 2006

Vida Económica Diário Económico SemanárioEconómico

Jornal de Negócios

15.214.179

11.171

7.574

O “caso” Toyota foi o primeiro tema escolhido pelo IPAM para dar início à 4.ª edição das denomi-nadas “Quintas com marketing”, que decorrem em Matosinhos, precisamente às quintas-feiras, de Outubro a Dezembro. Paula Ar-riscado, directora de comunicação e marketing do gru-po Salvador Caetano, importador oficial da marca japonesa para o nosso país, teve a palavra durante mais de uma hora para “convencer” os alunos daquela ins-tituição que existe efectivamente uma “Toyota way”.

Para definir a “Toyota way” Paula Arriscado não precisou de falar em mais do que três ou quatro pontos. A directora de comunicação e marketing enfa-tizou obviamente a aprendizagem contínua (kaizen) e relevou o elo-

gio constante à motivação e cria-tividade, acompanhado por um sólido trabalho de equipa, onde, garante, o facto do capital mais importante de uma empresa ser as pessoas não é uma mera frase fei-ta. “Existe uma clara e constante formação dos recursos humanos,

apostando, sobretu-do, na sua capacidade de inovação”. Talvez por isso, relembrou, o “Financial Times” tenha subscrito que a Toyota é a melhor marca do ramo auto-móvel para se traba-lhar.

Paula Arriscado ex-planou aos alunos os valores que a marca

quis comunicar aquando do lança-mento da segunda geração do mo-delo Yaris e “mostrou” o novo mo-delo Auris, apresentado no Salão de Paris em Setembro deste ano.

SUSANA MARVÃ[email protected]

IPAM volta a animar “quintas”com “caso” Toyota

O “caso” Toyota foi o primeiro tema escolhido pelo IPAM.

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O método de ensino da AESE é, basicamen-te, um processo activo de formação que se apoia num instrumento pedagógico: o Méto-do do Caso. Um caso é a descrição de uma situação real, semelhante àquela(s) que um dirigente encontra na sua vida profissional, que vai servir de base a um processo for-mativo desenvolvido em três etapas: estudo individual; discussão em grupo reduzido; e sessão em plenário.Ao longo da formação, os participantes vão aprendendo novos conceitos de gestão nas diversas disciplinas e também aprendendo a aprender, isto é, a formar opiniões e a com-

pará-las com as dos outros, julgando com ri-gor e decidindo com prudência.Para além dos casos, têm lugar diversas con-ferências-colóquio. Para o estudo dos parti-cipantes é distribuída oportunamente do-cumentação complementar.O Método do Caso é um processo que decor-re por via da descoberta, garantindo um en-riquecimento pessoal do dirigente, que lhe será muito útil no desenvolvimento da sua vida profissional.As duas décadas de utilização deste instru-mento pedagógico pelos docentes da AESE conferem-lhes um especial domínio do mes-

MÉTODO DE FORMAÇÃO ORIENTADO PARA O ENRIQUECIMENTO PESSOAL

Vida Económica – Como surgiu o Caso Portugal?Ramalho Fontes – Queríamos comemorar os nossos primei-

ros 25 anos e verificámos que existia um ambiente de pessimis-mo e uma certa desorientação no país. Pensamos que a solução ideal, e assim surgiu e se impôs, seria tratar do assunto tal como nós desenvolvemos os nossos programas, ou seja, através do mé-todo do Caso. Decidimos que iríamos escrever um Caso sobre Portugal e que o iríamos discutir como nos nossos programas, com as adequadas adaptações..

Pedimos ao IESE, que nos acompanha desde há 25 anos, que escrevesse o Caso.

Depois de escrito, o Caso foi revisto por uma equipa composta por António Borges, Luís Cabral, Teodora Cardoso, Mira Ama-ral, Ferreira de Oliveira e Henrique Neto. Depois, três professo-res da AESE, entre os quais eu próprio, deram um toque final para o adaptar às circunstâncias.

VE – Face ao trabalho que está a ser feito, acha que o país corre o risco de continuar a atrasar-se face aos competidores europeus?

RF – Esta é uma questão interessante, à qual podemos res-ponder de uma forma algo fora do normal. Nós descobrimos, na discussão do caso, que o que era realmente importante e acessível era mudar o quadro mental dos nossos dirigentes.

Verificamos que, de alguma forma, a resolução do Caso tinha de passar por questões transversais que constituíssem uma nova maneira de olhar para a nossa competitividade e que pudessem ser postas em prática por cada um dos presentes, na Assembleia, mesmo em situações não ideais. Por exemplo, em Portugal as pessoas não são pontuais e isto afecta directamente a produtivi-dade das organizações, para além de gerar um clima de desordem e falta de rigor. Por isso concluímos que era importante todos melhorarem a pontualidade, melhorarem o aproveitamento de tempo nas reuniões, cumprir aquilo a que se comprometem em termos de observância de prazos de pagamentos. Isto está ao al-cance de cada um, no seu nível, e é o que de facto contribuirá para mudar o “mind-set”. Por outro lado, permitirá considerar que podemos crescer de forma significativa porque estamos a en-trar noutro paradigma, que é o de se ser competente, a primeira responsabilidade social de cada cidadão.

VE – O problema principal resulta dos erros das políti-cas públicas ou das fragilidades da iniciativa privada?

RF – Não vou discutir essa questão porque estaria a contra-dizer-me. Não me interessa quem é o culpado num contexto de acção. Evidentemente que a história se encarregará de mostrar de onde veio o erro e quem são os culpados e claro que temos uma opinião sobre isso. No entanto, esta não é altura de apontar o dedo aos culpados. É altura de arregaçar as mangas e actuar.

Diagnóstico acertado de Michael Porter

VE – Concorda com o diagnóstico de Michael Porter quando este afirma que era necessária uma mudança de atitudes?

RF – Certamente, aliás, é uma situação que ele próprio cons-tatou. Ele fez em 1995 um extenso estudo e, em 2004, quando voltou cá, usou os mesmos acetatos de 1995 apenas com uma li-geira adaptação em alguns casos para pior. e fez alguns comentá-rios mais negativos e de desapontamento. O que ele identificou e os diagnósticos que traçou não foram tidos em conta e, de algum modo, a situação deteriorou-se..

VE – O Caso Portugal não se pretende substituir a ou-tras iniciativas como o Fórum para a Competitividade?

RF – O Fórum para a Competitividade é uma consequên-cia imediata do estudo Porter, e poderia ter sido melhor gerido, no início. Actualmente, dedica-se a assuntos mais concretos e imediatos e está a ter uma maior eficácia no seu contexto, está a reencontrar-se num novo contexto do movimento associativo português.

VE – A AESE vê com bons olhos a iniciativa do Com-promisso Portugal?

RF - Claro, todas as iniciativas da sociedade civil são boas para alertar as pessoas. Mas para alertar as pessoas para a acção concreta. Nós reparámos também, no nosso Caso Portugal que das 500 pessoas que estiveram na nossa Assembleia, ou seja, tan-tas como as do Compromisso Portugal, uma parte significativa afirmou que as conclusões eram fantásticas e que queriam mudar mas continuam a proceder da mesma forma. No Compromisso Portugal os promotores seguramente tiveram a mesma experi-ência nestes dois anos mas estão a tentar reanimar as coisas. São pessoas muito responsáveis que andam a fazer teoria e doutrina e esperamos que desta vez tenham maior impacto no quotidiano das empresas.

VE – Qual é o papel da AESE em termos de desenvolvi-mentos das competências dos quadros das nossas em-presas?

RF – O papel da AESE, aquele que nos propusemos desen-volver há 25 anos, é qualificar os gestores para levarem a suas organizações a tomar um comportamento socialmente mais res-ponsável, que começa por eles serem mais competentes, e con-duz as empresas a serem mais competitivas, num contexto de concorrência mais forte, respeitando o ambiente e em interacção com os parceiros sociais.

Com esta acção, quisemos potenciar o nosso papel de dina-mizador da relação entre as empresas e os parceiros sociais como

uma “knowledge and learning network”, ou seja, uma rede de conhecimento e aprendizagem que fomos solidificando nestes cinco lustros.

Mudar a cultura antiempresa

VE - Em Portugal existe uma cultura anti-empresa: o mérito da iniciativa privada é encarado com reservas quer pelo Estado quer pela opinião pública?

RF – Sentimos que esse é um dos traços espontâneos de mui-tos portugueses e que é necessário mudá-lo porque as empresas fazem parte da solução do nosso Caso Portugal. Mais uma vez, voltamos à mesma questão, o que é importante em Portugal é mudar o “mind-set”..

VE –Tem algumas sugestões em termos do que deveria ser feito para relançar o espírito empresarial?

RF – De acordo com aquilo que temos vindo a fazer, e de uma forma parcial, demos prioridade a três aspectos: primeiro era sermos mais pontuais, aproveitarmos melhor o tempo das reuniões. Segundo, gerirmos as nossas famílias com base numa saudável economia familiar usando ferramentas de gestão tão simples como o orçamento familiar que conduz a um consumo responsável, uma poupança prudente e, pode mudar o mind-set das gerações seguintes, promovendo o seu espírito empreende-dor. Em terceiro lugar, sermos mais competentes, o que no nosso ponto de vista significa gerirmos melhor, seja uma associação, uma pequena empresa, um departamento de uma grande em-presa, uma grande empresa, ou mesmo os nossos alunos.

Gerir melhor é aproveitar melhor os recursos escassos de modo a atingir objectivos ambiciosos, tudo isto passa pela mudança do “mind-set”. Como sabe, a formação em gestão em Portugal é muito recente, particularmente em comparação com a Espanha o que nos fragiliza no plano da competição ibérica.

VE – Acha possível haver um aumento do número de projectos empresariais mesmo com a pressão fiscal que existe e com as normas que condicionam o nosso mer-cado de trabalho?

RF – Esses são aspectos importantíssimos que, em geral, estão já equacionados. Primeiro, estamos no limite absoluto da carga fiscal sobre as empresas e sobre as famílias, mas reconhecemos que é necessário alargar a base de empresas tributadas. Não se pode elevar mais o que cada empresa paga, mas é necessário que todas paguem, e aí tem havido uma melhoria de gestão por parte da Direcção-Geral dos Impostos através do seu Director Geral que, por acaso, foi nosso aluno e que colaborou connosco nesta área. Este é claramente um exemplo: uma melhor gestão torna o país mais competitivo.

José Ramalho Fontes, director-geral da AESE, explica Caso Portugal

É necessário alterar a cultura antiempresaUm dos traços espontâneos de muitos portugueses é a cultura antiempresa – considera Ramalho Fontes. O director-geral da AESE afirma que é possível contrariar o actual clima de pessimismo e desorientação, procurando mudar o comportamento dos portugueses. A AESE está a aplicar o método do Caso ao nosso país, olhando de uma forma diferente para os factores que afectam a competitividade das empresas existentes e inibem a criação de mais empresas. O trabalho desenvolvido pela AESE não pretende identificar os culpados pela actual situação. Ramalho Fontes considera preferível arregaçar as mangas e actuar. O Caso Portugal sugere uma mudança de atitude quanto à falta de pontualidade e um maior empenho nos prazos de pagamento e, no plano individual, os portugueses devem orientar as suas opções com base numa saudável economia familiar.

mo e permitiram desenhar, para a sede, sa-las de aula especialmente adaptadas.Com a escolha desta metodologia, o IESE promove o trabalho em equipa, já que, actualmente, os dirigentes trabalham cada vez mais em grupos heterogéneos – com qualificações académicas diversas, trajectó-rias profissionais distintas e características pessoais singulares – e se envolvem num processo social de interacção, ao longo do qual surgem dificuldades e barreiras cultu-rais e sociais de comunicação interpessoal, que necessitam ser superadas em benefício da organização.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 35EM FOCO

“Estamos no limite absoluto da carga fiscal sobre as empresas e sobre as famí-lias”, diz José Ramalho Fontes.

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Eurodólar (Fecho) (25.10) 1.258 Var. Semana 0,29%Var. 2006 6,64%

Euro Libra (Fecho) (25.10) 0.6702 Var. Semana 0,02%Var. 2006 -2,20%

Euro Iene (Fecho) (25.10) 149.93Var. Semana 0,74%Var. 2006 7,94%

INDICES

PSI 20 (Fecho) (25.10) 10564.68Var. Semana 1,00%Var. 2006 21,49%

Dow Jones (Fecho) (25.10) 12094.34Var. Semana 0,85%Var. 2006 12,85%

Nasdaq (Fecho) (25.10) 1721.52Var. Semana 1,22%Var. 2006 4,64%

Ibex (Fecho) (25.10) 13636.3Var. Semana 1,78%Var. 2006 26,65%

Dax (Fecho) (25.10) 6264.92Var. Semana 1,33%Var. 2006 15,84%

CAC40 (Fecho) (25.10) 5422.28Var. Semana 1,14%

Var. 2006 14,47%

MercadosEDP

+37,69%desde o início

do ano

PT

+14,04desde o início

do ano

Banif quer chegar a 2008 com 300 agências

PSI20

CÂMBIALEURODÓLAR

Euribor 6m (Fecho) (25.10) 3.6890Var. Abs. Semana 0,0430%Var. Abs. 2006 1,0520%

Euribor 3m (Fecho) (25.10) 3.5380Var. Abs. Semana 0,0270%Var. Abs. 2006 1,0500%

Euribor 1Y (Fecho) (25.10) 3.8550Var. Abs. Semana 0,0540%Var. Abs. 2006 1,0110%

MONETÁRIOEURIBOR 6M

Petróleo (Brent) (25.10) 58.08Var. Semana -0,12%Var.2006 -1,06%

Ouro (Fecho) (25.10) 582.80Var. Semana -1,12%Var. 2006 12,68%

Prata (Fecho) (25.10) 11.74Var. Semana -2,65%Var. 2006 19,67%

MERCADORIASPETRÓLEO

BES, BPI, Millennium bcp e Santander Totta apresentam resultados trimestrais

Crédito às empresas aumenta 6,6 mil milhões de euros

Os quatro maiores bancos priva-dos a operar em Portugal aumenta-ram o crédito às empresas em 6,6 mil milhões de euros, no último ano. “Este crescimento decorre da retoma da actividade económica, impulsionada pelo bom desempe-nho e pela diversificação geográfica das exportações, mercê da crescente aposta do grupo BES à internacio-nalização das empresas portugue-sas”, explica o BES.

De facto, o banco liderado por Ricardo Salgado foi o que mais cresceu no crédito às empresas com uma evolução de 3,281 mil mi-lhões de euros. Numa entrevista re-cente à “Vida Económica”, Luís de Carvalho da Direcção de empresas do BES, referiu que “os objectivos passam por um crescimento acima dos 10% pois pretendemos conti-nuar a ser lideres do crescimento no segmento das empresas”.

O BPI e o Millennium bcp se-guiram-se com um crescimento de 1,739 mil milhões de euros e 1,051 mil milhões de euros, respectiva-mente. O Santander Totta foi, dos quatro bancos, o que menos cres-ceu neste segmento. Entre Setem-bro de 2005 e Setembro de 2006 este banco financiou as empresas em 575 milhões de euros.

Resultados sempre a crescer

BES, BPI, Millennium bcp e Santander Totta apresentaram re-sultados líquidos que somam 3,359 mil milhões de euros. O Millen-nium bcp contribui com um resul-tado de 557 milhões de euros, mais 22% que em igual período do ano anterior. O Santander Totta ocu-pa o segundo lugar do pódio com um crescimento de 316,6 milhões de euros, mais 23,7% que em Se-tembro de 2005, logo seguido do BES com 304,7 milhões de eu-ros. O Banco de Ricardo Salgado cresceu, em termos homólogos, 46,5%, pelo que foi o que mais cresceu em termos relativos. O BPI registou uma evolução nos resulta-

dos de 218,1 milhões de euros, ou seja, mais 38% que em Setembro de 2005.

BPI cresce mais em recursos

Nos recursos captados, a menor quota do BPI não o impediu de registar o maior crescimento. Em termos homólogos, o banco de Fernando Ulrich registou um cres-cimento de 11,5%, para um total de 24,960 mil milhões de euros. Santander Totta e BES seguem-se com crescimentos semelhantes: 9,7%. O Santander Totta atingiu um total de recursos captados de 27,304 mil milhões de euros, en-quanto o BES aumentou a sua pre-sença para 44,818 mil milhões de euros. A liderança deste segmento é do Millennium bcp, com 56,047

milhões de euros de recursos cap-tados. No entanto, no último ano, o maior banco privado português apenas cresceu 3% neste mercado.

BES cresce mais em crédito concedido

No total do crédito concedido, o BES foi o banco que mais cresceu: 13,5% para um total de 38,974 mil milhões de euros. O BPI seguiu-se com uma evolução de 12,9% para um total de 22,323 mil milhões de euros. O Millennium bcp e o Santander Totta registaram cresci-mentos inferiores a 10%. O maior banco privado português cresceu 9% para um total de crédito con-cedido de 55,941 mil milhões de euros, enquanto o Santander Tot-ta se ficou por uma evolução de

7,3%, para um total de 29,323 mi milhões de euros.

Bancos lutam pela redução do “cost-to-income”

No Santander Totta, o produto bancário registou um crescimento de 10% de Setembro de 2005 para Setembro de 2006, em resultado da performance positiva da margem financeira e da margem Comercial, e apesar da quebra ligeira registada nos resultados de operações finan-ceiras. Por outro lado, o banco man-teve uma adequada evolução da sua estrutura de custos. Assim, a evolu-ção positiva do produto bancário, em conjunto com a estabilidade ao nível dos custos, reflectiu-se nos indicadores de eficiência, tendo-se registado uma descida de 3,7 p.p. no rácio de eficiência que evoluiu de 42,9% em Setembro de 2006 para 39,2% em Setembro de 2006.

No BES, por sua vez, o produto bancário cresceu 12,9%, impulsio-nado pela área internacional cujo crescimento foi de 26%. Os custos operativos, numa base comparável, aumentaram 1,7%, conduzin-do a novos ganhos de eficiência. O “cost-to income” baixou para 53,3% contra os 56,0% do exercí-cio anterior.

Já no Millennium bcp, os cus-tos de transformação da actividade em Portugal, em base recorrente, diminuíram 6%, o que permitiu melhorar o rácio de eficiência no terceiro trimestre para 54,7%. No trimestre homólogo de 2005, este valor era de 66,3%.

No BPI, e por último, o pro-duto bancário consolidado cres-ceu 10,4% em relação ao período homólogo de 2005. Os custos de estrutura consolidados no período de Janeiro a Setembro de 2006 au-mentaram 11,7%, relativamente ao período homólogo de 2005. As-sim, o rácio custos de estrutura em percentagem do produto bancário situou-se em 58,6%.

Bárbara [email protected]

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Fonte: Bancos

4% SUPERDEPÓSITO MÁXIMA REMUNERAÇÃO A PRAZO (NOVOS CLIENTES)

TAE DA EURIBOR A 3 MESES PARA O MONTANTE REMANESCENTE E RENOVAÇÕES. PODE SER ALTERADA EM FUNÇÃO DAS CONDIÇÕES DE MERCADO.

sexta-feira, 27 Outubro de 200636

BES FOI O QUE MAIS CRESCEU NESTE SEGMENTO(valores em milhões de euros)

BES BPI Millennium bcp Santander

0

10000

20000

30000

40000

2056023841

9535.211274.5

30740 31791

11346 11921

10 400

10 450

10 500

10 550

10 600

19-10 20-10 23-10 24-10 25-10

1.2500

1.2550

1.2600

1.2650

19-10 20-10 23-10 24-10 25-10

3.64

3.66

3.68

3.70

19-10 20-10 23-10 24-10 25-10

55.00

56.00

57.00

58.00

59.00

19-10 20-10 23-10 24-10 25-10

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WWW.FINANTIA.COMO Banco Finantia, é hoje em dia, um banco com dimensão ibérica com uma presença em segmentos de mercado seleccionados, como é o caso do crédito ao consumo, a banca de investimentos e o “private banking”. As actividades do Banco Finantia estão centradas no corredor Península Ibérica/América Latina através dos escritórios em Lisboa, Barcelona, Londres, Madrid, Nova Iorque, Porto e São Paulo. Através do site é possível aceder e explorar os três grandes segmen-

tos de mercado apontados (sem necessidade, numa primeira instância, de se ter de dirigir a nenhuma das metrópoles apontadas).Os serviços são aprestados para base diversificada de clientes do banco que inclui particulares, empresas e instituições. A Sofinloc (uma das empresas pioneiras no leasing mobiliário em Portugal) e o Banco Finantia Sofinloc (Espanha) oferecem produtos de crédito ao consumo, com especial destaque para o financiamento automóvel e o leasing de equipamentos. Os concessio-nários de automóveis constituem o canal de distribuição preferencial para o grupo. Os produtos e serviços oferecidos pelo Banco Finantia incluem as contas residentes e não residentes em euros e divisas, instrumentos de mercado monetário, gestão discricionária de carteiras de acções, obrigações e de fundos de investimento, aconselhamento ao investi-mento directo em dívida pública, obrigações de taxa fixa e taxa variável e acções, fundos de investimento nacionais e internacionais, produtos estruturados, ser-viços de custódia de títulos, serviços de planeamento fiscal, sucessório e de protecção de património. O Finantia Private baseia-se no conceito de “Global Asset Allocation” que assenta no equilíbrio entre as variáveis de risco e rentabilidade, aliado à prestação de um serviço personalizado e confidencial. O Banco Finantia desempenha um papel activo nos segmentos primário e secundário do mercado de Eurobonds, com destaque para operações de emitentes portugueses e brasileiros. O Banco liderou emissões para uma varie-dade de nomes prestigiados, desde o Banco Mundial e o BEI, até à República do Brasil, aos Estados Unidos Mexicanos e à Goldman Sachs. Nos últimos anos, o Banco tem-se classificado entre os principais líderes de emissões internacionais para os principais bancos e empresas brasileiras. O Banco tem sido também um participante activo nos mercados turco e russo de Eurobonds, sendo o primeiro banco ibérico a liderar, em finais de 2004, uma emissão para uma entidade russa.

NET.INVESTIDOR

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 37MERCADOS

Acções da Galp iniciam negociação em alta

As acções da Galp Energia entraram em bolsa com o pé

direito. Face ao preço fi-xado pelo Estado na OPV, as acções já valorizaram 7,7% tendo chegado aos 6,26 euros.

A subida das acções está a ser acompanhada pelo elevado volume de negó-cios. As acções da Galp surpreenderam na estreia com um ganho de 3,79% e continuam a valorizar. Vários analistas acreditam que esta tendência de su-bida se manterá na próxi-ma semana devido à ele-vada procura verificada.

O Governo vendeu as

acções da Galp a 5,81 eu-ros ao público em geral e investidores institucionais, e a 5,52 aos pequenos subs-critores, que beneficiaram de um desconto de 5%.

Este preço acabou por ficar muito perto do li-mite máximo do interva-lo definido pelo Governo antes da OPV, que variava entre os 5,06 e os 6,12 euros. A forte procura por parte dos investidores ins-titucionais para a venda directa é que permitiu ao Governo fixar o preço da OPV perto do limite má-ximo.

A Comissão de Índices determinou a entrada da

Galp Energia no PSI-20, já a partir do próximo dia 30 de Outubro, apli-cando a regra de Inclusão Extraordinária de Novas Emissões, atendendo à ca-pitalização e liquidez pre-visível das acções da Galp Energia, e por considerar que a sua omissão seja susceptível de afectar ne-gativamente a qualidade do índice enquanto indi-cador de mercado.

Recorde-se que a Euro-next.liffe Lisbon lançou contratos de futuros sobre as acções da Galp Energia no primeiro dia de nego-ciação, 24 de Outubro, o que é uma situação inédi-

ta em Portugal e que vai de encontro à confiança que o mercado está a de-positar nos títulos agora admitidos.

O lançamento de futu-ros sobre acções da Galp Energia desde o primeiro dia de negociação, per-mite aos investidores do-mésticos e internacionais a oportunidade de tirar todas as vantagens desta importante oferta públi-ca inicial, pois possibili-tará aos investidores uma boa gestão da sua carteira de investimento, tiran-do, desde o início, todas as vantagens em acções e respectivos futuros.

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Na maior parte dos países da UE não pertencentes à área do euro, o crescimen-to do produto aumentou ou manteve-se forte na primeira metade de 2006. Ao mesmo tempo, a inflação medida pelo IHPC registou uma moderação, com as pressões sobre os preços dos produtos energéticos a abrandarem. Em Setem-bro, a evolução do IHPC foi influencia-da por variações nos preços administra-dos em alguns países.

Na Dinamarca e na Suécia, os indica-dores de curto prazo para o terceiro tri-mestre de 2006 sugerem que a activida-de económica continuou favorável, após o fortalecimento do crescimento do PIB em ambos os países no terceiro trimes-tre. Nestes dois países, a recuperação da actividade económica parece ter sido impulsionada por facto-res internos e externos. Em Setembro e em com-paração com o mês an-terior, a inflação medida pelo IHPC registou uma ligeira moderação quer na Dinamarca, quer na Sué-cia (para 2% e 1,1%, res-pectivamente). A intensa concorrência no sector de retalho, a evolução mode-rada dos salários e o forte crescimento da produti-vidade contribuíram para a contenção dos aumentos inflacionistas.

Nos Estados-Membros que aderiram à UE em 2004, o panorama económico manteve-se, em geral, muito positivo, tendo sido dado um contributo signi-ficativo para o crescimento tanto pela procura interna, como pelas exportações líquidas. A actividade económica mos-trou-se dinâmica em algumas economias da Europa Central, em especial, na Es-lováquia, onde a taxa de crescimento ho-móloga do PIB real foi de 7,5% no ter-

ceiro trimestre de 2005. O crescimento económico também continuou muito dinâmico nos Estados bálticos. A infla-ção medida pelo IHPC foi relativamente elevada nesses países, sendo também im-pulsionada pelo dinamismo da procura interna e pelos aumentos dos preços dos produtos energéticos.

Reino Unido mais moderado

No Reino Unido, o crescimento eco-nómico registou uma recuperação mo-derada no terceiro trimestre de 2006. De acordo com a primeira divulgação de dados, o PIB real aumentou 0,6% em termos trimestrais em cadeia, im-pulsionado principalmente pelo consu-mo privado. O investimento desceu e o

crescimento das impor-tações abrandou. Dado o crescimento susten-tado das exportações, o contributo das ex-portações líquidas para o PIB foi positivo. As condições no mercado de trabalho registaram recentemente um ligei-ro enfraquecimento, com o desemprego a su-bir e os salários médios (excluindo prémios) a

registarem uma moderação.Numa análise prospectiva, o dina-

mismo da recuperação pode desacelerar ligeiramente na última parte de 2006, embora – em termos gerais – o cresci-mento do PIB em 2006 deva ser mais forte do que em 2005. Em Setembro de 2006, a inflação homóloga medida pelo IHPC situava-se em 1,9%, mantendo-se inalterada em relação a Julho. Embora os preços dos transportes tenham subido significativamente, quase todas as ou-tras componentes do IHPC registaram

uma redução. De acordo com o índice Halifax, os preços da habitação caíram 0,4%, em termos mensais em cadeia, em Setembro, resultando num aumen-to homólogo de 5,1%. O número de empréstimos aprovados para compra de habitação aumentou consideravelmente em Agosto passado.

Rússia cresce 7% ao ano

Passando à análise dos países europeus não pertencentes à UE, a actividade eco-nómica da Suíça regis-tou um fortalecimento no primeiro semestre de 2006. Embora até ao pre-sente as exportações te-nham continuado a dar o principal contributo para o crescimento, a procura interna parece melhorar gradualmente. Dados recentes de inquéritos sugerem que a actividade económica registou um novo fortalecimento. A inflação homó-loga situava-se em 1,3% em Setembro.

Na Rússia, o crescimento do PIB au-mentou para 7%, em termos homólogos, no terceiro trimestre de 2006. Enquanto os elevados preços do petróleo continu-am a suportar a actividade económica, a expansão robusta é progressivamente impulsionada pela procura interna. A produção industrial aumentou 4,4%, em termos homólogos, em Setembro. A inflação homóloga medida pelo IPC, embora recentemente tenha vindo a re-gistar uma tendência de descida gradual, mantém-se elevada (10,7%, em termos homólogos, em Setembro).

Inflação a Leste

Antes da adesão à UE, a inflação dimi-nuiu consideravelmente nos novos Esta-dos-Membros da UE. Em 2003, a média ponderada da sua inflação medida pelo índice harmonizado de preços no consu-midor (IHPC) atingiu um valor mínimo de 1,9%, face a 2,1% na área do euro. Contudo, no contexto da adesão à UE, as pressões inflacionistas subiram rapi-damente no primeiro semestre de 2004,

“Eurolândia” continua a divergir da UE não aderente ao euroApesar de a economia do Reino Unido ter refreado a sua recuperação económica, mimetizando o que sucede nos Estados Unidos, a eco-nomia dinamarquesa e sueca empurram o bloco não-euro para uma performance superior à media da “Eurolândia”. A Leste, junto dos no-vos aderentes, a inflação não dá mostras de abrandar. Mais ainda a Leste, a economia russa cresce a taxas de 7%.

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Mercado Cambial

Taxas de Juro

Commodities

R. Rainha Dª Estefânia, 246 – 11º -Sala 39 – 4150-303 PORTOTel. 22 609 5888 - Fax: 22 609 5933/36

[email protected]

R. Dr. Antº Loureiro Borges, 9 – 5ºB – 1495-131 ALGÉSTel. 21 324 1204 - Fax: 21 324 1209

[email protected]

sexta-feira, 27 Outubro de 2006MERCADOS38

atingindo 4,8% no terceiro trimestre. Posteriormente, a inflação voltou gradu-almente a abrandar na maior parte dos países, reflectindo também um efeito de base descendente sobre as taxas de infla-ção homólogas, à medida que diminuía o impacto inflacionista da adesão à UE; no terceiro trimestre de 2006, a inflação situava-se, em média, em 3,2%, em ter-mos homólogos.

Contudo, a evolução da inflação ao longo dos últimos três anos variou con-sideravelmente de país para país. Alguns

países com taxas de inflação relativamen-te elevadas em 2003, nomeadamente, Chipre, Hungria, Eslovénia e Eslová-quia, tinham reduzido significativamen-te as suas taxas de inflação no final de 2005. Outros países, como a República Checa e Polónia, que tinham partido de níveis de inflação mais baixos em 2003, registaram uma subida dessas taxas em 2004, seguida por um retorno a níveis mais moderados ao longo de 2005. Nos Estados bálticos, a inflação aumentou consideravelmente em 2004, na maior parte destes países a partir de um nível relativamente baixo ou, no caso da Li-tuânia, de um nível até negativo, e con-tinuou a aumentar no conjunto de 2005. Em geral, a evolução da inflação nos novos Estados-Membros tende a ser bas-tante volátil, devido, nomeadamente, à elevada percentagem dos preços dos pro-dutos alimentares no cabaz de consumo do IHPC, a um elevado rácio de depen-dência do petróleo e a alterações bastante frequentes nos impostos indirectos e nos preços administrados.

MARTIM PORTO

As taxas praticadas nos cartões de cré-dito são muito superiores às praticadas num crédito ao consumo nos mesmo bancos. Em caso de pagamento inferior a 100%, os utilizadores destes cartões têm este custo que é elevado.

A este nível, o Santander Totta é o mais competitivo, com o cartão Tot-ta Light. Este banco tem ainda na sua oferta o cartão Totta Card, com uma

CARTÕES DE CRÉDITO COM TAXAS ENTRE 13,8% E 22,2% AO ANO

taxa anual nominal bruta de 13,80%, que, mesmo assim, é dos mais competi-tivos do mercado. Em oposição surgem os cartões do BPI e do BBVA, com ta-xas anuais nominais brutas de 22,2% e 21,9%, respectivamente.

Estes cartões têm uma anuidade que, na maioria dos casos, ascende a 15 eu-ros, excepto no primeiro ano, em que é gratuita.

Fonte: Bancos

TANB TAE

BPI 22,20% 25,70%

BBVA 21,90% 25,31%

MG 20,88% 22,20%

CGD 20,75% 21,58%

Banif 20,597% 20,901%

Santander Totta 13,80% 15,33%

A inflação diminuiu consideravelmente nos novos Estados-Membros da UE

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Marques dos Santos, presidente do Banif, em entrevista à “Vida Económica”

“Crédito ao consumo é um negócio rentável para os bancos”O Banif quer aumentar a sua quota no crédito ao consumo. “Como este é um mercado em que temos margem para crescer e é um produto muito rentável, é uma aposta do banco”, explicou Marques dos Santos, presidente da comissão executiva do Banif (Banco Internacional do Funchal). A banca de empresas também é uma prioridade. Neste momento, são vários os bancos a querer ganhar quota neste segmento. “E, de facto, há bancos a lutar pelo preço,pelo que os outros têm que acompanhar”, refere o presidente. Neste segmento, o Banif está a crescer entre 10% e 12% ao ano.

Vida Económica – O Banif está a expandir a sua rede de agências. O que explica esta tendência?

Marques dos Santos – O banco aposta no crescimento orgânico da actividade. E agora que o grupo se encontra com uma posição mais consolidada é a altura para fazer um novo arranque. Queremos chegar a 2008 com 300 agências (Banif e BCA). Com este intuito, este ano já abri-mos 19 agências; vamos abrir mais nove até ao final do ano; e para o ano vamos abrir mais 37. Nestes dois anos, prevemos um total de 65 aberturas preferencialmente em Portugal Continental porque achamos que a região autó-noma da Madeira e dos Açores já estão suficientemente cobertas.

VE – Essas aberturas de agências vão ocorrer prefe-rencialmente em que zonas?

MS – Temos uma cobertura reduzida na zona da grande Lisboa e do grande Porto, pelo que vamos dar preferência a estas zonas. Mas, naturalmente, que queremos crescer em todo o Portugal, inclusive em zonas em que estávamos mal implantados como é o caso de Viana do Castelo, em que, no último ano, já abrimos quatro agências e onde provavelmente vamos abrir mais. O litoral tem sempre preferência, mas também queremos estar no Alentejo, e o Algarve é muito importante para nós. No sul contamos já com 13 balcões e queremos abrir mais.

VE – Qual o investimento associado à abertura de balcões?

MS – Em média, um balcão custa 500 mil euros.

VE – Qual o objectivo inerente a es-tas aberturas?

MS – Com o crescimento orgânico, queremos ganhar quota de mercado. Claro que esta é uma meta difícil porque o universo de população bancarizável não é inesgotável. Hoje, para um banco ganhar clientes, outro está a perdê-los porque todos queremos o mesmo: novos clientes. A diferenciação está na qualidade do servi-ço e na rapidez da resposta porque, em termos de produ-tos, a oferta é muito semelhante entre os vários bancos.

Mas outro aspecto em que apostamos bastante é a rela-ção da personalização do atendimento. Esta é uma aposta ganha pelo Banif, pois, atendendo à nossa dimensão, con-seguimos fazer a chamada banca da relação. De tal modo que, para levar ao extremo esta banca da relação, segmen-támos os nossos clientes. Os clientes em geral são trata-dos nas agências; as empresas que facturam acima de um milhão de empresas são tratadas nos centros de empresas; e os clientes com maior património são acompanhados no Banif privado. Esta segmentação permite optimizar a rela-ção do banco com o cliente.

VE – Então, a OPA do Millennium bcp sobre o BPI é uma oportunidade para o crescimento do banco?

MS – É uma oportunidade. Acho que todos os bancos de dimensão mais reduzida vêem essa OPA como uma opor-tunidade. Desde logo, porque os clientes que são comuns aos bancos em causa vão procurar uma segunda alterna-tiva. Claro que o Banif, sendo mais pequeno e estando há menos tempo no mercado, é uma das alternativas. Por outro lado, isto é agradável para nós porque sentimos que

temos uma imagem boa no mercado e aparecemos como uma alternativa que os clientes preferem. Mas quer a OPA se realize, ou não, durante este período, já ganhámos. Mas claro que, se a OPA se realizar, a oportunidade mantém-se e com mais força.

VE – Em que segmentos apostam mais?MS – Neste momento, os particulares são uma priori-

dade por razões de rendibilidade e porque temos uma im-plantação muito reduzida no crédito pessoal. Como este é um mercado em que temos margem para crescer e um produto muito rentável, é uma aposta do Banif.

Nas empresas, continuamos a crescer regularmente e dentro daquilo que está previsto. Neste segmento, estamos a crescer entre 10% e 12%, valor que está dentro da média do crescimento do banco.

VE – Concorda que os bancos incentivam mais o crédito ao consumo e não tanto o crédito ao investi-mento?

MS – Não é o crédito que incentiva o consumo e tam-bém não é a falta de crédito que desincentiva o investi-mento. Os bancos são empresas que têm que apresentar resultados e, como tal, apostam nas operações e nas opor-

tunidades de negócio que têm mais in-teresse. E ao apostar num determinado tipo de crédito não temos o intuito de incentivar o consumo. Só o fazemos porque sentimos que é uma oportuni-dade de negócio, pois há procura. Caso contrário, não o faríamos. O que se re-alça deste crédito é que o utilizador não se importa de pagar mais para obter o que necessita, o que é um bom negó-cio.

Quanto ao investimento: se apare-cerem projectos de investimento com boas condições de mercado, de rendi-bilidade e de viabilidade intrínseca, não

há nenhum banco que não a apoie. O Banif está ligado a várias operações de investimento, mas infelizmente não aparecem muitas. Mas o nosso banco de investimento é a unidade mais vocacionada para este tipo de crédito. Te-mos apoiado vários projectos e através da capital de risco temos entrado como participante nalgumas empresas. Por isso estamos a fazer o nosso papel, é preciso é que surjam iniciativas.

VE – Como comenta os “spread” 0% no crédito à habitação?

MS – O Banif não pratica esta taxa e não vejo razões para o fazer. Isto porque vi, recentemente, um trabalho comparativo dos créditos habitação e nós estávamos mais bem posicionados sque qualquer um dos bancos que fazem “spread” 0%. A taxa mínima que praticamos é 0,3% e só ocorre em situações muito excepcionais. Ao Banif interessa mais ser percepcionado pelo cliente como um banco sério, correcto, de confiança e transparente nos processos.

VE – E nas empresas, a actuação do Banif passa pela “guerra” do preço?

MS – Não podemos estar fora do mercado. Mas em to-dos os sectores há empresas boas e empresas más. Fala-se que o sector do calçado está mal, mas há excelentes empre-sas neste sector. E as excelentes empresas têm sempre bons

preços. O que determina o “spread” é o risco da empresa, daí que as más empresas paguem taxas mais elevadas. Por outro lado, as boas empresas para além de terem acesso a “spreads” mais baixos têm outro poder de negociação por-que têm a procura de todos os bancos.

Mas convém realçar que a rendibilidade de uma empresa para o banco não se vê só no “spread”. E essa análise global sempre foi feita pelo Banif.

Neste momento, são vários os bancos a querer ganhar quota no mercado das empresas. E, de facto, há bancos a lutar pelo preço, pelo que os outros têm que acompanhar.

VE – O Banif está a melhorar o rácio “cost-to-in-come”. O que explica que bancos de menor dimen-são consigam ser tão ou mais eficientes que bancos maiores?

MS – Todos os bancos estão a lutar pela redução do cost-to-income. Em termos gerais, podemos dizer que, em média, este rácio nos bancos em Portugal é superior aos bancos em Espanha. Mas os bancos portugueses con-seguem ser mais eficientes que os bancos em Inglaterra, Alemanha ou França.

Essa análise pode ser aprofundada, porque são vários os factores que o explicam. E a principal é a contenção de custos. Esta tem sido uma preocupação de todos os ban-cos. Alguns optaram por reduzir balcões, o que lhes per-mitiu, de facto, uma redução significativa de custos. No Banif, temos feito um grande esforço na redução de custos e, por outro lado, no crescimento. E como o “cost-to-in-come” é uma relação entre os custos e o produto bancário, isto quer dizer que o nosso produto bancário tem crescido mais do que proporcionalmente em relação aos custos. E é essa estratégia que vamos manter e, nesta fase de gran-de expansão, é nossa obrigação não deixar degradar esta relação.

VE – Quais os grandes objectivos para o ano de 2007?

MS – Queremos fechar o ano de 2007 a liderar o mer-cado da Madeira e dos Açores, queremos ser o banco de referência pela qualidade do serviço percebida pelo cliente e queremos melhorar o rating do banco.

BÁRBARA [email protected]

“Todos os bancos de dimensão mais reduzida vêm a OPA do Millennium bcp ao BPI como uma oportunidade”.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 39MERCADOS

“Queremos chegar a 2008 com 300 agências (Banif e BCA)”, refere Marques dos Santos.

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RICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios S.A.

www.pedroarroja.com

Nos últimos anos, a actividade dos “hedge funds” (em Portugal, são definidos como fundos especiais

de Investimento) cresceu de forma signi-ficativa. Antigamente, o investimento em “hedge funds” - um veículo especulativo que tanto aplica dinheiro na alta como na baixa dos mercados e que ambiciona ganhar dinheiro independentemente do comportamento dos índices – estava res-tringido aos investidores mais sofisticados e de maiores posses. Recentemente, os “hedge funds” têm evoluído na direcção oposta – hoje, directa ou indirectamente, qualquer investidor pode ter acesso a esta filosofia de gestão. Trata-se da especulação institucionalizada. A questão que se coloca é saber se todos os investidores estão pre-parados para este tipo de investimento. A minha resposta é: não.

Quem investe numa filosofia de “hedge fund”, também chamada de retorno ab-soluto, está a investir na competência do gestor. A rentabilidade do fundo será em boa medida determinada pela capacidade do gestor (o chamado efeito “alpha”). Por outro lado, a proporção de rentabilidade associada à escolha dos mercados em que o fundo investe (o chamado efeito “beta”) será de menor importância no sucesso ou insucesso final. Enquanto, no fundo de investimento indexado ao PSI-20, se espe-ra que o gestor termine o ano com uma

Especulação institucionalizadaEspeculação

rentabilidade não muito diferente da ren-tabilidade do índice, no “hedge fund” a rentabilidade final do PSI-20 será prova-velmente irrelevante no comportamento final do fundo, mesmo que este invista em acções portuguesas.

Pessoalmente, prefiro investir no veículo associado à filosofia de retorno absoluto, típica dos “hedge funds”, do que na filo-sofia de retorno relativo característica do fundo de investimento normal que segue a reboque de um índice. No primeiro, es-tou nas mãos de um gestor profissional que será recompensado ou penalizado em fun-ção da sua capacidade de ganhar dinheiro. No segundo, estou em piloto automático à mercê das oscilações aleatórias do mer-cado. Em média, a rentabilidade anual do mercado accionista (tomando por base o índice norte-americano S&P500) é positi-va – cerca de 7,5% ao ano. Mas também é verdade que, durante largos períodos de tempo – às vezes vários anos – os mercados accionistas podem permanecer estagnados. E, ocasionalmente, acontece um “crash”, uma crise financeira ou um atentado ter-rorista que, no espaço de poucos dias, leva os ganhos acumulados ao longo de vários meses ou anos.

Muitos investidores optam, por isso, pelo investimento no “hedge fund”, que mais não é do que investir no gestor. Mas quem o faz deverá compreender a filoso-

fia de investimento do gestor, pois apenas esse conhecimento lhe permitirá manter a confiança quando o inevitável ciclo de in-sucesso surgir. Esse é um dos desafios dos “hedge funds” de hoje – fazer com que os seus investidores compreendam os seus métodos. Não se trata de explicar “como se faz” – isso é propriedade intelectual do gestor. Trata-se apenas de explicar “o que se faz”, o que permitirá aos investidores ava-liar os riscos e as recompensas.

A transparência na comunicação entre gestor e investidor permite também ante-cipar e interpretar períodos de sucesso e insucesso. Por exemplo, existem gestores cujos métodos dependem da existência de volatilidade nos mercados. Se não há volatilidade, não é de esperar grande coisa destes gestores. Outros gestores só abrem posições após correcções dos mercados. Se os mercados fizerem novos máximos todos os dias, também não será de esperar que estes gestores alcancem grande performan-ce. Há também aqueles que necessitam de tendências para implementar os seus mé-todos. Se não existirem tendências, não esperem que estes gestores ganhem di-nheiro.

O panorama actual na indústria de “hed-ge funds” é que o seu sucesso trouxe para junto de si todo o tipo de investidores. Os que compreendem o veículo e os que vêm à procura de uma solução mágica para as

suas aplicações. Ao mesmo tempo, o suces-so destes gestores criou-lhes um problema de arrogância intelectual – poucos são os gestores que perdem tempo a explicar aos seus investidores o que fazem e os riscos a que os expõem. Na verdade, muitos são os que descaracterizam a natureza dos seus investimentos para ludibriar os clientes e crescerem em volume de activos sob ges-tão. São estes problemas de percepção que conduzem ao descrédito dos “hedge fun-ds”, sobretudo quando um daqueles “sem risco” estoura.

Por fim, o maior desafio do “hedge fund”: assumir-se como uma alternativa de gestão credível do ponto de vista comercial. Ges-tores como Soros, Robertson, Steinhart e tantos outros construíram a sua reputação através de anos de performance espectacu-lar – algo que não é possível sem grande risco. E claro, inevitavelmente, também tiveram anos muito maus que lhes custa-ram muitos clientes. O gestor que ganha 40% é genial. Aquele que perde 20% é um incompetente. Mas para se ganhar 40%, é preciso estar-se disposto a perder 20%. Moral da história, a realidade mostra que alguns dos gestores mais geniais, aqueles que não se deixam corromper por questões de natureza comercial, acabam a gerir a sua própria fortuna e a de alguns investidores que sempre acreditaram na sua valia – nos bons e nos maus momentos.

sexta-feiras, 27 Outubro de 2006MERCADOS40

A nossa análise

Millennium bcp lança site que dá condições especiais aos jovensO Millennium bcp lançou um site para os jovens, entre os 18 e os 25 anos, que permite o acesso a produtos com condições mais vantajosas. O www.jovenscomasas.com disponibiliza, para já, crédito pessoal, crédito automóvel e financiamento para a compra de um computador. Serão as condições oferecidas por este site as mais vantajosas? A “Vida Económica” analisa o produto e responde-lhe.

Tem a vantagem de ter período de carência…

O Millennium bcp disponibiliza aos jovens uma linha de crédito até 30 mil euros para “gastar no que qui-ser”. Nos primeiros 12 meses há a possibilidade de não pagar nada e ainda por cima beneficia-se de uma taxa de 0%. A partir do pri-meiro ano, a taxa é fixa de 8,5% (TANB).O prazo varia entre 24 e 84 me-ses; a comissão do dossier é de 100 euros, não financiável; e, em caso de amortização antecipada a penalização é de 2% sobre o capi-tal amortizado.

Este produto tem um período de carência de juros e capital de um ano o que é muito positivo para o segmento a que se destina. É que para a maioria dos jovens é complicado aceder a um crédito pessoal e começar logo a pagar. Atenção, no entanto, ao facto de depois ir pagar esta carência. Por outro lado, a taxa de juro praticada é competitiva.

CONSELHO

BÁRBARA [email protected]

Também aqui as taxas são competitivas…

Com esta oferta, os jovens usu-fruem de um desconto no preço de venda do carro, para os con-cessionários aderentes, e pagam apenas 100 euros por mês durante o primeiro ano. A TAEG associa-da a este crédito é de 5,867%, para o valor máximo financiado de 12.990 euros, um prazo, também máximo, de 72 meses e um valor residual de 10%.As despesas iniciais do leasing são de 75 euros mais IVA. Associado a esta campanha, que decorre até 29 de Dezembro, está um descon-to de 50% na cobertura obrigatória de Responsabilidade Civil, durante o primeiro ano de vigência do con-trato.

Nesta campanha, o Millennium bcp apresenta uma taxa muito competitiva, principalmente no segmento em questão. É que, na maioria dos casos, são poucas as garantias a dar ao banco, o que faz elevar as taxas. Neste caso, com a fiança dos pais todos os jovens entre os 18 e os 25 anos usufruem de taxas competitivas. Também aqui houve a preocupação de diminuir o valor da prestação no primeiro ano.

CONSELHO

Também aqui a taxa é competitiva. Convém, no entanto, referir que são vários os bancos que apresentam ofertas deste género, mas não tão direccionadas aos jovens.

CONSELHO

Esta é uma forma de adquirir um computador com um baixo custo mensal…

Esta campanha permite adquirir um computador Toshiba por ape-nas um euro por dia. Este valor corresponde a uma taxa de fixa de 8% (TANB). O montante a finan-

ciar é de 1199 euros por um pra-zo que varia entre os seis e os 48 meses.

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As taxas Euribor continu-am no seu lento ajuste às expectativas de mercado

de uma subi-da na taxa de referência por parte do BCE em Dezem-bro. Olhan-do para as ta-xas forward, ver i f icamos que o merca-

do está já a colocar as taxas de 6 meses em 4,0% a partir de Abril de 2007. Este factor demonstra o incremento da confiança do mer-cado que a autoridade monetária

FILIPE [email protected]

Eur/Usd em correcção técnica

europeia irão voltar a subir para 3,75% ao longo do primeiro tri-mestre de 2007. Os comentários dos responsáveis do Banco Cen-tral têm suportado esta ideia, sen-do que ainda na semana passada um dos membros do Conselho afirmou que continua a existir pressão sobre a estabilidade de preços, numa clara alusão à ne-cessidade de manter uma postura activa no diz respeito a taxas de juro.

Quanto a indicadores econó-micos, estes não têm saído todos no mesmo sentido. No início da semana foram reveladas as enco-mendas à indústria europeia, que

que a estimativa de um recuo de 1,4%.

Nos EUA cada vez menos ana-listas acreditam que um corte de taxas possa estar na calha para o primeiro semestre de 2007 e su-bidas nas taxas de juro estão de momento postas de lado. Esta alteração de convicções quanto às taxas nos EUA teve impac-to imediato nas obrigações dos EUA, com os rendimentos a su-birem de forma considerável. A alta dos índices accionistas para novos máximos do ano, e no caso do Dow Jones para máxi-mos históricos, também contri-buíram para a queda das obri-

gações. Na Europa, as taxas de longo prazo acompanharam o movimento, sendo que o prazo dos 5 anos já voltou para cima dos 4,0%. A baixa da notação de rating da dívida pública ita-liana por parte da Fitch e do S&P acabaram por ter pouco impacto, com o mercado a ter assimilado por antecipação tal possibilidade, exigindo mais 0,28% de rendimento nas obri-gações italianas a 10 anos que às alemãs com o mesmo prazo.

(Análise de mercados

produzida a 25-Out-06)

Mercado Monetário Interbancário

Mercado Cambial

YIELD CURVE EURO E DÓLAR EURIBOR - 3 M, 6 M E 1 ANO YIELD 10 anos euro “benchmark”

EUR/USD - O principal ob-jectivo para o movimento de re-cuperação técnica do Euro foi tes-tado no final da semana passada na casa dos 1,2630, valor que foi inclusivamente rejeitado. Con-

tudo, do ponto de vista de curto prazo, o Eur-Usd tenta estabele-cer um mínimo relativo mais alto (higher low), padrão que indica a necessidade de um movimen-to correctivo mais significativo.

Objectivos em alta para o curto prazo na casa dos 1,2720 dólares. Suporte imediato nos 1,2460 dó-lares.

EUR/JPY - O Eur-Jpy man-tém o movimento de consolida-ção, estando balizado para o mé-dio prazo pelas barreiras dos 148 em baixa e 150,20 em alta.

O gráfico diário mostra um padrão de triângulo simétrico, movimento técnico que tenden-cialmente é resolvido após cinco testes aos seus extremos. Até ao momento o Eur-Jpy apenas efec-tuou quatro destes testes, pelo que é improvável a quebra em alta dos 150,20 de forma sustentada. Aguardamos uma maior defini-ção técnica do gráfico do cross.

ANÁLISE TÉCNICA - PSI-20 - XETRA DAX

EUR/USD 1.258 0.29% -0.63% 6.64%EUR/JPY 149.93 0.74% 0.40% 7.94%EUR/GBP 0.6702 0.02% -1.11% -2.20%EUR/CHF 1.5916 0.12% 0.22% 2.35%EUR/NOK 8.3380 -1.57% 1.25% 4.42%EUR/SEK 9.2125 -0.55% -0.72% -1.87%EUR/DKK 7.4551 -0.01% -0.03% -0.07%EUR/PLN 3.8855 -0.35% -2.16% 0.66%EUR/AUD 1.6561 -0.34% -2.54% 2.81%EUR/NZD 1.9038 0.72% -2.00% 10.24%EUR/CAD 1.4191 -0.66% 0.39% 3.40%EUR/ZAR 9.6349 1.42% -1.96% 29.08%EUR/BRL 2.711 1.62% -0.77% -1.20%

Taxas MIMIT/N 3.321 W 3.322 W 3.321 M 3.332 M 3.393 M 3.506 M 3.659 M 3.711 Y 3.82

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS

Euro Refinancing Rate 3,25%BCE Euro Marginal Lending 4,25% Euro Deposit Facility 2,25%

EUA FED Funds 5,25%R.Unido GB Prime Rate 4,75%Suíça Target Libor 3M 1,00-2,00%Japão Repo BoJ 0,10%

EURO FRA’SForward Rate AgreementsTipo* Bid Ask1X4 3.640 3.660 3X6 3.779 3.799 1X7 3.748 3.763 3X9 3.856 3.876 6X12 3.960 3.970 12x24 3.940 3.960*1x4 - Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterest Swaps vs Euribor 6MPrazo Bid Ask2Y 3.959 3.9693Y 3.960 3.9905Y 3.989 4.0198Y 4.060 4.08010Y 4.114 4.12420Y 4.251 4.26930Y 4.252 4.262

Evolução euribor (em basis points) 25.Out.06 17.Out.06 26.Set.06

1M 3.369% 3.350% - 0.018 3.222% 0.147 3M 3.537% 3.500% - 0.037 3.371% - 0.1671Y 3.856% 3.795% - 0.061 3.673% - 0.184LEILÕES BCE Last Tender Minium Bid 3.00%TMP 3.04%Marginal Rate 3.02%

EUR/USD

Daily EUR=

Price

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12 19 26 03 10 17 24 31 07 14 21 28 05 12 19 26 02 09 16 23Setembro 2005 Outubro 2005 Novembro 2005 Dezembro 2005 Janeiro 2006

GIL ARAÚ[email protected]

PSI-20 – O índice nacional prossegue com o movimento de alta, transaccionando mar-ginalmente abaixo do nosso objectivo de médio prazo nos 10 600 pontos.

Novamente alertamos para o estado de saturação dos in-dicadores técnicos, sendo este o único factor que coloca a tendência de alta em risco. Esta poderá ser considerada invalidada, caso o Psi-20 que-bre o limite inferior do canal ascendente, agora nos 10 400 pontos.

XETRA DAXXETRA DAX – A barreira dos 6200 pontos acabou por ceder, permitindo ao índice alemão renovar máximos do ano, já acima dos 6250 pon-tos.

Do ponto de vista técni-co, e com excepção do estado de saturação dos indicadores técnico, nada deverá impe-dir o índice de testar o limite superior do canal ascendente nos 6325 pontos. Em baixa, principal suporte permanece nos anteriores máximos do ano nos 6125 pontos.

FIXING Variação Variação Variação 25.Outubro.06 Semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)

Mercado preparado para mais subidas do BCEsubiram em Agosto 3,7% face ao mês anterior, quando o mer-cado esperava um aumento de apenas 0,8%. Já no que respei-ta às Contas Correntes, a Zona Euro aumentou o seu défice de 4,8 mil milhões para 6,9 mil mi-lhões de euros, contrariamente à expectativa de uma ligeira di-minuição desse défice. A Zona Euro registou uma saída líquida de capitais de 18,3 mil milhões face aos 6,7 mil milhões de euros registados em Julho. Também menos positivos foram os dados do consumo privado em França que caíram 2,7% em Setembro face a Agosto, ou seja, pior ainda

PSI-20

ças nas últimas análises, apontan-do câmbios na casa dos 0.6620 para o médio prazo.

No curto prazo, a zona dos 0,6710/20 continuam a repre-sentar o ponto de equilíbrio do Eur-Gbp. A barreira imediata do “cross” encontra-se nos 0,6750.

EUR/GBP - O Eur-Gbp man-tém o cenário negativo para o curto prazo, apesar de mostrar um possível padrão de duplo fun-do. No nosso entender, as pro-babilidades deste ser válido são diminutas, pelo que mantemos o cenário técnico que vimos a tra-

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 41MERCADOS

2.950

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24-Mar 23-Apr 23-May 22-Jun 22-Jul 21-Aug 20-Sep 20-Oct3.00

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EUR

USD

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01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10 17 24 31 07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23

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20 27 03 10 19 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10 17 24 31 07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30

Abr 06 Mai 06 Jun 06 Jul 06 Ago 06 Set 06 Out 06

Daily XETRA DAX

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6,100

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6,300

19 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 03 10 17 24 31 07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30

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O fecho de exercício de 2005 re-vela uma empresa líder e em cresci-mento?

Sem dúvida. Os resultados líqui-dos referentes ao exercício de 2005 da Novabase, atingiram 5,1 milhões de euros, o que representa um cres-cimento de 17,7% face aos 4,3 mi-lhões de euros registados no ano de 2004. O volume de negócios da em-presa foi de 226,4 milhões de euros em 2005, um aumento de 32% face aos 171,6 milhões registados um ano antes. O EBITDA, no mesmo período, ascendeu a 17,3 milhões de euros, montante que representa uma subi-da de 1,2% em relação aos 17,1 mi-lhões de 2004.

O que é que sustenta este resulta-dos da Novabase?

Em 2005, a Novabase desenvolveu a sua actividade em duas divisões de negócio, a Novabase Consulting e a Novabase Engineering Solutions. Na divisão da Novabase Consulting, cuja facturação cresceu 22% face a 2004, o ano de 2005 foi determinante na experiência internacional obtida em vários projectos em mercados inter-nacionais, como a Espanha, Bélgica, África do Sul, Egipto e Arábia Saudi-ta. Na divisão da Novabase Enginee-ring Solutions, o volume de negócios global foi de 163,7 milhões de euros, mais 36,4% que em 2004.

O volume de negócios da área de IT Infrastructures cresceu 36,4% face a 2004. A área de negócio de Digital TV da Novabase registou um aumento de 42,9% das vendas no ano passado é hoje uma das principais a nível euro-peu. Os desafios e oportunidades de crescimento abundam nos domínios em que esta área de negócio opera, especialmente na área da televisão de alta definição e da disponibilização de conteúdos de TV em dispositivos móveis/portáteis, salientou a empresa no comunicado, acrescentando que a Novabase tem investido significativa-mente em I&D e dispõe de inovadoras soluções nesta área que lhe permitem encarar com muito optimismo os pró-ximos anos.

Finalmente, nota para, em 2005, fruto da venda das operações no Bra-sil, foi registado, como resultados de operações descontinuadas, um pro-veito de 0,7 milhões de euros. Em 2004 tinha sido registado nesta ru-brica o efeito do fecho das operações

CONSULTÓRIO FINANCEIRO

da Novabase Brasil e da área de Forma-ção, num total de menos 4,1 milhões de euros.

Como se perspectiva o actual exercí-cio?

A empresa prevê um desacelerar do crescimento anual que tem registado exercício após exercício. Assim a Nova-base prevê ultrapassar os 250 milhões de euros de volume de negócios em 2006, o que, a confirmar-se, representa um decréscimo para um terço da evo-lução anual registada nos últimos dois exercícios.

Na base deste abrandamento está, por exemplo, o estádio da televisão em Portugal, onde se acredita que a digita-lização está a chegar ao fim, pelo que é previsível que uma parte do negócio seja compensada pela área internacio-nal. Note-se que a actividade externa da Novabase rendeu-lhe 21,4% do volume de negócios em 2005, mais 3,3 % do que em 2004, e mantendo-se a meta de atingir 30% em 2008.

As acções estão em alta?Em alta e sob os holofotes dos analis-

tas. Recentemente, subiram quase 5%, numa sessão depois do banco de inves-timento UBS ter iniciado a cobertura das acções dos títulos com uma reco-mendação de comprar e um preço-alvo de oito euros. Para o banco de investi-mento e tendo em conta um PER de 16 vezes os lucros estimados para 2006, a Novabase está a negociar em bolsa com um desconto de 15% face ao sector.

Sustenta o banco suíço que tanto a unidade de consultoria em tecnologias da informação como a das soluções de

engenharia devem beneficiar da nova aposta tecnológica do Governo portu-guês, que irá focar-se no rápido “up-grade” tecnológico da administração pública e dos sistemas de serviços. No que diz respeito à consultoria em TI, o UBS observa um forte potencial de crescimento no mercado nacional no curto prazo, devido aos níveis es-truturalmente mais baixos da pene-tração das tecnologias da informação (O sector das TI representa cerca de 1,5% do PIB, ao passo que a norma é de 2,5%-3% na maioria dos países da UE).

A unidade de soluções de engenha-ria observou um crescimento forte nos últimos quatro anos. Esta área de ne-gócio começou por ser construída em torno das “set-top boxes” (correspon-dentes a 50% das vendas desta divi-são) que a Novabase fornece à PT Mul-timédia (contrato exclusivo com a TV Cabo), se bem que as receitas fora da esfera da PT Multimédia representem agora metade daquela divisão e a em-presa tenha procedido a algumas aqui-sições – como a participação de 85% na GE Capital IT Solutions Portugal em 2001 e a «joint-venture» com a Tech-notrend alemã em 2004. A Novabase também ganhou contratos para “set-top box” na Alemanha, Reino Unido e França através da sua plataforma co-mercial Technotrend, com empresas como a Première e a Swisscom, mas está igualmente a crescer rapidamente através de acordos de licenciamento. A Novabase é também a líder de mer-cado portuguesa em bilhética e solu-ções de controlo de acesso.

Martim Porto

Novabase uma “tech-stock” sobrevivente

Criada em 1989 e funcionando inicialmente como uma empresa de software, a Novabase é a empresa líder de tecnologia de informação em Portugal, com duas áreas-chave de negócio actualmente: consul-toria em tecnologia da informação (TI) e soluções

“PRICE-TARGET” DA ACÇÃO (OITO EUROS) APROXIMA-SE DO PREÇO DO IPO (8,5 EUROS).

de engenharia. A Novabase entrou em Bolsa em 2000, a um preço de 8,5 euros por acção, quan-do o mar era favorável a todas as “tech-stocks”. Sobreviveu ao esvaziar da “bolha especulativa” e está cada vez mais perto do preço do IPO.

ASML – “guidance” conservador

confere oportunidade

de entradaSediada na Holanda, a ASML é a maior

fabricante mundial de equipamento uti-lizado na produção de semicondutores, dedicando-se ao design, desenvolvimento e comercialização de sistemas de litografia utilizados no processo produtivo de chips.

Tendo por clientes 90% dos maiores players tecnológicos à escala global, a em-presa é fornecedora de maquinaria nos mercados de memórias DRAM, de micro-processadores e de aplicações específicas. Dando nota do bom momentum vivido no sector de equipamento de semicondutores, os lucros do 3º semestre de 2006 da ASML mais que triplicaram, para os 172 milhões de euros, acima dos 160,5 milhões de euros antecipados pelos analistas, com as vendas a avançarem 80% face ao ano passado para os 958,4 milhões de euros. Bons números que

foram acompanhados por uma correcção no mercado na sequência de projecções conser-vadoras por parte da equipa de gestão.

Ainda assim, muito embora o “guidan-ce” para as entregas de sistemas de litografia conferido pela ASML para o 4º trimestre se tenha situado abaixo das expectativas do consenso de mercado (69 vs 76e), a equipa de gestão referiu que o risco de revisão é no upside, deixando antever que a procura tem permanecido relativamente sólida.

Isto, muito embora a tendência do in-vestimento em maquinaria não seja clara, atendendo às intenções recentemente ma-nifestadas por parte de alguns dos princi-pais fabricantes mundiais de chips. A Sam-sung alargando a sua capacidade instalada, e a Intel, revendo em baixa os seus planos anuais de investimento.

O título transacciona com múltiplos atractivos (P/E 2006E de 15,5x e P/E 2007E de 16,1x), atendendo à mediana a que negoceia o sector de equipamento de semicondutores (18,1x e 15,8x respectiva-mente). O “back log” de encomendas da empresa situa-se presentemente nos 151 sistemas de litografia, ou 2,13 mil milhões de euros, um nível recorde para a ASML.

Depois de ter repetido a meio de Outu-bro os máximos anuais fixados em Feve-reiro deste ano, a ASML foi alvo de uma correcção significativa, transaccionando agora próxima de níveis de suporte 17,5-18 euros. Numa óptica de trading, recomen-damos um nível de stop loss (limite de per-da máxima recomendado) de cerca de 5% face ao nível de entrada. Desta forma, uma entrada nos 17,75 euros traduzir-se-ia num nível de stop loss nos 16,85 euros.

RICARDO DUARTE SILVABanco BiG

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sexta-feira, 27 Outubro de 2006MERCADOS42

Os lucros do 3º semestre de 2006 da ASML mais que

triplicaram, para os 172 milhões de euros.2/5/2006 25/10/2006

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FUNDOS DE INVESTIMENTO

O Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan) é um fundo que investe pelo menos dois terços do seu activo

líquido em acções de emissores situados na Ásia (excluindo o Japão). Respeitando os li-mites das restrições de investimento, o fundo poderá igualmente investir em “warrants” sobre valores mobiliários e em obrigações convertíveis. Poderá também conter, a títu-lo suplementar, liquidez e instrumentos do mercado monetário, que deverão ser transac-cionados com regularidade e ter uma matu-ridade residual não superior a 12 meses. O investidor não terá pagar nenhuma comissão de subscrição pelo fundo, se o investimento for efectuado num organismo de investimen-to colectivo do mesmo promotor do fundo, e não será cobrada nenhuma comissão de gestão ou de aconselhamento relativamente à porção do activo investido neste organismo de investimento colectivo.

O fundo Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan) está sujeito a certos riscos ineren-

tes a cada investimento, nomeadamente, ris-cos inerentes a um mercado específico como é o asiático, variações das taxas de câmbio e de das taxas de juro. Neste sentido, o Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan) é um ve-ículo de investimento destinado aos investi-dores que pretendam investir em acções de sociedades asiáticas, excepto o Japão, que es-tejam dispostos a assumir fortes variações de taxas de câmbio e com fraca aversão ao risco e que tenham um horizonte de investimento a longo prazo (sete anos e mais).

China vs. Japão

Na China, a economia continua a expan-dir-se rapidamente, tendo o PIB registado um crescimento homólogo de 9,4% no terceiro trimestre de 2005, após 9,5% no primeiro semestre do ano. Este comportamento de-veu-se aos contributos quer da forte procura interna quer dos aumentos das exportações. Estas continuaram a expandir-se rapidamen-

Descrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1 ano 3 anos 5 anos (%) (%) (%)

FUNDOS DO MERCADO MONETÁRIO EURO FIM MG Monetário 62.7341 1.44 n.d n.dFIM Millennium Tesouraria 5.2606 1.41 n.d n.dFIM Barclays Curto Prazo 10.7585 1.29 n.d n.dFUNDOS DE TESOURARIA EURO FIM BPN Tesouraria 5.4423 2.08 n.d n.dFIM Caixagest Moeda 6.9390 1.88 n.d n.dFIM Esp. Santo Monetário* 6.3297 1.76 n.d n.dFIM Millennium Disponível 51.1047 1.68 n.d n.dFIM Banif Euro Tesouraria 6.7698 1.68 n.d n.dFUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA INDEXADA EURO FIM BPN Renda Mensal 5.0078 2.52 2.50 n.dFIM BPN Conservador 6.0054 2.50 2.45 2.58FIM Multibond Premium 5.4727 2.30 2.13 n.dFIM E.S. Capitalização Dinâmica 5.2402 1.96 n.d n.dFIM BPI Renda Trimestral 5.0070 1.96 1.86 2.24FIM MultiObrigações 5.8141 1.95 1.75 2.07FUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA INDEXADA INTERNACIONAIS FIM Finirendimento 5.1334 1.31 1.47 2.48FUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA FIXA EURO FIM Multi Taxa Fixa 9.9011 0.51 1.73 2.30FIM BBVA Taxa Fixa Euro 7.9772 -0.09 1.62 n.dFIM Barclays Premier Obrig. Euro 8.9768 -1.10 2.72 2.56FIM Esp. Santo Obrigações Europa 9.5470 -1.39 2.22 2.90FIM MG Taxa Fixa 62.2190 -1.55 0.72 1.97FIM Millennium Investimento Taxa Fixa 6.4479 -1.62 2.35 3.03FUNDOS DE OBRIGAÇÕES TAXA FIXA INTERNACIONAIS FIM Finibond Mercados Emerg. 11.3072 7.21 8.47 11.61FIM BPI Obrigações A.R.A.R. 7.3924 3.40 6.18 7.09FIM Esp. Santo Obrig. Global 9.0341 -1.60 1.61 2.30FUNDOS DE ACÇÕES NACIONAIS FIM Santander Accões Portugal 31.5158 35.53 25.77 15.08FIM Banif Acções Portugal 6.4277 33.61 25.22 14.56FIM Esp. Santo Portugal Accões 7.5995 33.57 23.67 12.96FIM BPI Portugal 16.3942 31.56 22.36 13.13FIM Millennium Acções Portugal 17.5288 31.43 23.73 14.49FIM Barclays Premier Acc. Portugal 16.9978 30.51 24.51 13.09FIM Caixagest Accões Portugal 21.5602 27.58 21.54 12.78FIM Postal Acções 12.1426 27.47 21.59 12.73“FUNDOS DE ACÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA, SUÍÇA E NORUEGA” FIM Finicapital 8.0298 29.58 24.58 n.dFIM BPI Europa Crescimento 13.9100 28.80 16.58 5.78FIM MG Acções 125.4188 27.23 18.82 7.75FIM BPI Europa Valor 24.8670 25.40 17.49 6.51FIM Millennium Eurocarteira 13.2662 24.07 15.36 3.84FIM Caixagest Acções Europa 10.6557 23.99 13.91 2.09FUNDOS DE ACÇÕES DA AMÉRICA DO NORTE FIM Acções Global 4.6996 13.89 n.d n.dFIM Millennium Acções América 3.1130 10.56 5.30 -3.93FIM Santander Acções América 4.5246 9.25 n.d n.dFIM Caixagest Acções EUA 3.7365 8.26 7.16 -1.19FIM BPI América 5.6296 7.86 4.77 -3.05FIM Esp. Santo Acções América 8.6319 4.77 8.57 0.85FUNDOS DE ACÇÕES SECTORIAIS FIM Millennium Euro Financeiras 6.1923 36.28 19.76 5.24FIM Euro Futuro Banca e Seguros 31.3289 35.11 19.98 6.29FIM MG Euro Utilities 72.2064 34.14 n.d n.dFIM Euro Futuro Ciclico 30.6363 24.22 19.45 6.91FIM Millennium Global Utilities 6.6415 22.76 21.63 6.80FIM Euro Futuro Acções Defensivo 28.8987 22.67 18.09 3.37OUTROS FUNDOS DE ACÇÕES INTERNACIONAIS FIM Esp. Santo Mercados Emerg. 6.6267 27.55 23.97 18.66FIM Caixagest Acções Emergentes 7.8327 23.26 n.d n.dFIMMillennium Mercados Emergentes 7.4892 22.72 17.41 13.15

FIM Caixagest Acções Oriente 4.6888 22.57 19.56 14.46FIM BPI Reestruturações 6.8466 22.23 18.05 10.17FIM Finifundo Acções Internacionais 4.9446 16.97 11.36 3.77FUNDOS MISTOS PREDOMINANTEMENTE OBRIGAÇÕES FIM BPN Optimização 6.1868 6.07 3.89 2.55FIM Esp. Santo Portf. Dinâmico 5.4228 4.94 4.49 1.26FIM Esp. Santo Invest 40 10.3335 4.24 4.71 1.75FIM BBVA Misto 5.0359 4.23 2.39 1.45FIM Multinvest 5.7995 3.51 3.43 1.64FIM Caixagest Estratégia Conservadora 5.6211 3.28 0.98 0.74FIM Esp. Santo Invest 15 10.5932 1.63 2.28 1.25FUNDOS MISTOS PREDOMINANTEMENTE ACÇÕES FIM BPN Valorização 6.7245 11.10 6.72 3.23FIM Caixagest Estratégia Agressiva 4.7829 8.15 4.92 n.dFIM Raiz Global 4.9225 5.82 3.82 0.37FIM Finiglobal 6.9978 5.51 5.18 5.82FUNDOS DE FUNDOS PREDOMINANTEMENTE OBRIGAÇÕES FIM Millennium Prestige Conservador 7.6690 6.43 4.05 1.99FIM Raiz Conservador 5.4022 4.36 4.01 n.dFIM Multi Gestão Prudente 51.1602 4.30 3.65 1.63FIM Caixagest Estratégia Moderada II 6.1251 3.73 2.41 0.78FIM Caixagest Estratégia Moderada 6.5177 3.73 2.40 0.79FIM Millennium Moderado 7.8482 2.81 2.51 1.34FUNDOS DE FUNDOS MISTOS FIM Millennium Prestige 2025 5.1532 11.03 8.37 1.86FIM Millennium Dinâmico 6.0362 8.83 6.48 n.dFIM BBVA Multifundo Equilibrado 5.0094 8.39 6.29 0.69FIM Millennium Prestige 2015 5.2551 7.85 6.55 1.80FIM Multi Gestão Equilibrada 49.3016 7.21 5.80 2.23FIM Barclays Global Moderado 11.7668 7.04 6.85 3.51FIM Millennium Prestige Moderado 7.7220 5.61 4.83 1.36FUNDOS DE FUNDOS PREDOMINANTEMENTE ACÇÕES FIM Barclays Global Acções 13.5774 18.22 n.d n.dFIM Multi Gestão Dinâmica 42.2261 14.13 10.36 2.25FIM Millennium Prestige 2035 4.9635 14.00 10.32 2.02FIM BPI Universal 6.3678 12.44 5.77 2.00FIM Esp. Santo Top Ranking 6.3512 10.38 8.16 2.94FIM Millennium Prestige Valorização 8.1611 9.14 7.47 1.43FIM Banif Estratégia Agressiva 3.2526 8.77 7.84 1.81 FUNDOS ABERTOS DE CAPITAL GARANTIDO FIM Fundo Garantido IBEX BBVA 6.1110 12.79 n.d n.dFIM Fundo Garantido IBEX BBVA II 5.8711 11.57 n.d n.dFIM Fundo Gar. BBVA 100 IBEX Positivo 5.4081 9.67 n.d n.dFIM Fundo Gar. BBVA Ranking Plus 5.6888 8.53 n.d n.dFIM Fundo Gar. BBVA Extra 5 Acções 5.1089 1.31 n.d n.dFIM Fundo Garantido Extra 5 BBVA 5.0837 0.83 0.63 n.d FUNDOS FLEXÍVEIS FIM BPI Brasil 5.8273 16.72 18.76 8.74FIM Millennium Gestão Dinâmica 57.1367 10.93 n.d n.dFIM Espírito Santo Estratégia Activa 5.4023 4.00 n.d n.dFIM BPI Global 7.4453 3.31 3.38 3.08 FUNDOS ÍNDICE FIM BBVA PPA - F. Indice (PSI 20) 7.2919 34.59 21.31 10.84 FUNDOS ESPECIAIS DE INVESTIMENTO FIM Banif Gestão Activa - F.E.I. 5.2776 6.15 n.d n.dFIM BBVA Gestão Flexível TT FEI 5.4386 5.32 n.d n.dFIM Sant. Carteira Alternativa - F.E.I. 5.5108 5.02 n.d n.dFIM Banif Gestão Patrimonial - F.E.I. 5.5295 4.16 n.d n.dFIM BBVA Imobiliário - F.E.I. 5.4501 3.64 n.d n.dFIM Caixagest Estratégias Alternativas 5.2453 3.46 n.d n.d OUTROS FUNDOS FIM Esp. Santo Opção Dinamica 4.5506 5.88 6.16 1.14FIM Millennium Equilibrado 5.2711 4.27 4.12 1.11FIM Esp. Santo Opção Moderada 5.0723 3.37 3.94 1.43

FUNDOS DIVERSOSFIM Esp. Santo Invest 90 8.2605 8.56 7.93 -0.60FIM Postal Gestão Global 56.8213 2.96 1.96 0.95FIM Postal Rendimento 5.0123 1.06 1.13 1.48FUNDOS POUPANÇA ACÇÕESFIM Santander PPA 41.0660 37.52 26.43 15.60FIM Banif PPA 8.4274 35.94 26.08 14.47FIM Esp. Santo PPA 17.4379 35.24 25.26 14.38FIM Raiz Poupança Acções 21.8183 34.96 25.52 15.08FP ESAF PPA 7.2665 34.66 24.42 16.48FIM Millennium PPA 28.8109 34.12 25.51 15.59FUNDOS POUPANÇA REFORMA / EDUCAÇÃO CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de Acções FIM Poupança Premium FPR/E 5.5890 3.18 3.36 n.dFIM Poupança Segura FPR/E 6.0814 2.81 3.01 3.50FIM BPI Taxa Variável PPR/E 5.7732 2.47 2.50 2.83FP PPR/E Garantia de Futuro 6.2461 1.91 2.14 2.50FP PPR/E Praemium S 14.6331 1.66 1.95 1.98FP Solidez PPR/E 5.2718 1.60 1.47 n.dCATEGORIA B - Entre 5% e 15% de Acções FP ESAF PPR/E Vintage 8.5473 6.74 4.96 4.19FP Patr. Ref. Garant. PPR/E (1) 6.1269 5.58 6.13 n.dFIM Poupança Investimento FPR/E 19.2785 4.06 4.39 3.02CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de Acções FP Patr. Ref. Equilib. PPR/E (1) 6.9871 7.82 8.51 n.dFP Patr. Ref. Prudente PPR/E (1) 1.4132 6.78 7.04 6.03FP PPR/E Platinium 6.2225 6.64 4.86 3.71FP Banif Previdência Privada PPR/E 10.8406 5.10 4.63 5.11FP CVI PPR/E 9.7132 4.62 4.62 3.19FP PPR/E Europa 7.7232 4.46 5.23 2.99CATEGORIA D - Mais de 35% de Acções FIM BPI Refoma Acções PPR/E 5.7956 13.71 n.d n.dFP Patr. Ref. Acções PPR/E (1) 6.2709 10.00 n.d n.dFP PPR/E Praemium V 17.9274 5.68 5.92 3.55FUNDOS DE PENSÕES ABERTOS (ADESÕES INDIVIDUAIS E COLECTIVAS)CATEGORIA A - Entre 0% e 5% de Acções FP Aberto Protecção 2020 5.2232 3.68 n.d n.dFP Aberto Protecção 2015 5.2101 3.42 n.d n.dFP Aberto Horizonte Segurança 8.1588 1.23 3.22 3.40CATEGORIA B - Entre 5% e 15% de Acções FP Aberto BPI Segurança 14.5610 4.33 5.37 4.91FP Aberto Esp.Sto Multireforma 8.7864 4.15 4.66 4.36FP Aberto Caixa Reforma Activa 11.7644 4.02 3.61 n.dFP Aberto Futuro Clássico 12.1472 1.62 2.35 3.04CATEGORIA C - Entre 15% e 35% de Acções FP Aberto BPI Valorização 13.5378 7.78 7.83 5.72FP Banif Previdência Empresas 6.3562 7.12 6.05 5.40FP Aberto Reforma Empresa 8.6134 6.78 5.72 3.29FP Aberto VIVA 12.1900 5.89 4.68 3.63FP Aberto Turismo Pensões 6.2296 5.44 6.19 4.01FP Aberto Horizonte Valorização 10.2894 5.20 6.00 3.77CATEGORIA D - Mais de 35% de Acções FP Aberto BPI Acções 11.1264 11.44 n.d n.dFP Aberto SGF Empresas (1) 10.0062 7.90 8.30 6.00FP Aberto Horizonte Valorização Mais 8.3163 7.57 7.42 4.27FUNDOS ABERTOS VIP 9.1509 5.08 5.09 5.56 CA Patrimonio Crescente 10.5478 4.81 n.d n.d Imovest 9.4298 4.66 4.81 5.46 Imofomento 5.5594 4.48 4.61 5.00 Fundimo 7.9319 4.44 4.90 5.31 AF Portólio Imobiliário 7.7178 4.09 4.71 5.47 Banif Imopredial 6.4869 4.01 4.46 5.43

20 Outubro 2006

Descrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1 ano 3 anos 5 anos (%) (%) (%)

Descrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1 ano 3 anos 5 anos (%) (%) (%)

te, crescendo 29,7% em termos homólogos, em Outubro de 2005, enquanto as importa-ções aumentaram 23,4%.

No Japão, por sua vez, a economia conti-nua numa trajectória de recuperação gradual, enquanto se continua a registar uma ligeira deflação dos preços no consumidor. Contu-do, nos últimos meses, a actividade económi-ca parece ter registado uma moderação, em comparação com as taxas de expansão muito rápidas observadas no primeiro semestre de 2006. De acordo com a primeira estimativa das contas nacionais, no primeiro trimestre deste ano, o PIB real aumentou 0,4% numa base trimestral, correspondendo a uma taxa anualizada de crescimento de 1,7%. Este va-lor compara com taxas anualizadas de 6,3% e 3,3% no primeiro e segundo trimestres do corrente ano, respectivamente.

A moderação do crescimento do PIB resul-tou principalmente dos menores contributos do consumo privado e do investimento não residencial, que constituem os principais motores da recuperação económica em cur-so, que está a ser impulsionada pela procura interna.

Um fundo com histórico

O Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan) foi criado a 27 de Novembro de 2002. Nes-

ta data, o Pictet Institutional Fund – Asian Equities (PIF - Asian Equities) entregou todo o seu activo ao fundo em troca das unidades deste. O fundo retomou a mesma política, dispondo do mesmo gestor e promotor que o PIF - Asian Equities, liquidado na data da transferência.

O fundo pagará, para além da comissão de gestão, os custos do banco depositário e da administração central, que não excedem uma taxa anual global máxima de 0,35%. O fundo suportará igualmente as comissões e custos de corretagem, taxa de assinatura, encargos jurídicos e de auditoria, bem como quaisquer outros encargos estabelecidos por conta do fundo.

O Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Ja-pan) está sujeito à legislação fiscal do Luxem-burgo. De acordo com a legislação em vigor no Luxemburgo, o fundo não está sujeito a qualquer imposto luxemburguês quer retido na fonte ou outro, sobre o rendimento ou as mais-valias. O activo líquido do fundo está, não obstante, sujeito à imputação de um imposto cobrado à taxa anual de 0,05%, no final de cada trimestre e calculado com base no activo líquido do fundo, no final de cada trimestre. No entanto, esta taxa será reduzida para 0,01% para o activo aferente às unida-des reservadas aos investidores institucionais.

MARTIM PORTO

Pictet com um fundo identificado com o “Dragão Chinês” e os “Tigres Asiáticos”As perspectivas económicas para a Ásia, excluindo o Japão, mantêm--se favoráveis, impulsionadas pelo crescimento constante da procura interna e por uma nova recuperação no crescimento das exportações, com especial enfoque para a economia chinesa. Para aproveitar ape-nas a fase boa da Lua (ou seja, sem o estagnado Japão), a Pictet Fun-ds lançou o Pictet Funds – Asian Equities (Ex-Japan).

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 43MERCADOS

Page 44: Empresas portuguesas investem em Espanha mais de sete mil ...ve_ed1172-27c053eebf5df6ab7... · 49% Queda nos lucros da Impresa até Setembro EXPANSIÓN E.ON completa supercrédito

timento que terão de ter acções no seu portefólio, já que a Galp integrou o PSI 20 e irá integrar um índice internacional especializado.

A Jerónimo Martins será outro título a ter em atenção, depois da nota do BPI, onde se afirma que será negativo para a empresa portuguesa a entrada da mar-ca de “hard discount” Aldi no mercado polaco. Esta entrada vai implicar maior competição num mercado onde as mar-gens já estão muito esmagadas. A Aldi tem mais de cinco mil lojas na Europa e pratica preços baixos, trabalhando qua-se só com marcas próprias. A Jerónimo Martins, através da Biedronka, domina o mercado polaco, com 900 lojas, mas as duas ou três dezenas de unidades da Aldi poderão rapidamente aumentar. A JM pretende até 2009 ter 1200 lojas

A EDP – Energias de Portugal fechou a meio da semana nos máximos dos últi-mos seis anos. A Euronext Lisbon vive um momento de euforia, com subidas muito acentuadas, facto a que não será estranha a vivacidade dada pela entrada no mercado das acções da Galp.

O mercado financeiro andou a “alimen-tar” alguma especulação sobre os títulos EDP, com rumores de que o empresário Paulo Fernandes estaria a efectuar compras importantes, mas estas informações não passaram de rumores. Na quarta-feira, o tí-tulo EDP subiu 2,29%, para um máximo de 3,58 euros no fecho. Os bons resultados do terceiro trimestre no Brasil também aju-daram, mas terá sido sobretudo a especula-ção e o bom momento de uma nova grande companhia na bolsa, que acabou por des-pertar o interesse de novos investidores.

Loucura na Bolsa de Valores VÍTOR [email protected]

abertos naquele país do Centro da Eu-ropa.

A Altri é outro título que tem gerado “apetites”, situação que poderá estar ligada a alguma especulação, nomeadamente do envolvimento nos negócios da biomassa e de ligação à eléctrica nacional.

Internacionalmente, voltou a ser preo-cupante a questão do petróleo, que subiu a meio da semana, depois de o mercado ter tido conhecimento de que as reservas dos Estados Unidos caíram mais do que o esperado. Esta tendência verificou-se quer nos segmentos dos destilados quer na gasolina. Na Europa, a preocupação volta-se para o Banco Central Europeu e para as informações que dão como cer-ta a necessidade de subida dos juros em 2007, mesmo com uma nova progressão no final deste ano.

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A Sonae, SGPS atingiu, a meio da semana, os 1,49 euros, o melhor nível desde 2000, reflectindo as notícias en-corajadoras de que poderá ser alvo a sua participada Sonaecom a propósito da OPA sobre a PT. A oferente terá aceite a esmagadora maioria das imposições do regulador Anacom, depois de já ter acei-te as imposições da Autoridade da Con-corrência, entidade que tem o controlo sobre esta situação.

A nova estrela do mercado é a Galp, que saiu na privatização ao nível mais alto do intervalo, situação de desagra-dou aos investidores, mas que permitiu ao estado fazer um encaixe de 1100 mi-lhões de euros, o valor que necessitava para cumprir as suas metas. Os analistas acreditam que as subidas destes dias re-flectem o interesse dos fundos de inves-

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

Título Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est. 06 EPS Est. 07 PER Est. 06 PER Est. 07 Div. Yield Ind Div. Yield Est Data ALTRI SGPS 3.81 3.25% 3.95 1.25 0.23 0.31 16.35 12.49 0.66% 0.87% 24-10-2006 BANIF-SGPS 5.40 1.89% 5.98 2.14 0.30 0.36 17.76 15.13 1.57% 2.78% 24-10-2006 B.COM.PORTUGUES 2.55 1.19% 2.80 2.02 0.21 0.23 12.32 11.04 2.75% 3.41% 24-10-2006 B.ESPIRITO SANTO 12.35 -0.40% 12.50 10.21 0.93 0.95 13.22 12.97 2.97% 2.91% 24-10-2006 BANCO POP.ESPANOL 13.16 1.08% 13.45 10.16 0.85 0.98 15.43 13.42 3.12% 3.15% 24-10-2006 BANCO BPI 5.92 0.34% 6.05 3.50 0.36 0.41 16.35 14.55 2.03% 2.45% 24-10-2006 BRISA-PRIV. 8.73 0.58% 8.98 6.43 0.35 0.35 25.16 24.80 3.09% 3.36% 24-10-2006 “CIMPOR,SGPS” 5.50 -1.08% 5.81 4.46 0.43 0.47 12.94 11.75 3.45% 3.69% 24-10-2006 CIN 5.88 1.55% 6.06 4.70 0.41 0.43 14.34 13.67 2.64% 2.72% 23-10-2006 “COFINA,SGPS” 3.49 -1.69% 4.09 3.00 0.21 0.22 16.46 15.58 1.43% 1.72% 24-10-2006 CORTICEIRA AMORIM 1.95 0.00% 2.32 1.32 0.13 0.14 15.00 13.64 2.56% 2.31% 24-10-2006 EDP 3.50 2.04% 3.54 2.28 0.21 0.24 16.91 14.52 2.86% 3.11% 24-10-2006 MOTA ENGIL 4.90 4.93% 5.00 3.00 0.17 0.21 29.17 23.56 2.04% 2.10% 24-10-2006 “FINIBANCO,SGPS” 3.01 2.38% 3.15 1.85 -- -- -- -- 1.99% -- 24-10-2006 “IBERSOL,SGPS” 9.58 0.74% 9.58 5.87 0.53 0.58 18.25 16.66 0.57% 0.63% 24-10-2006“IMPRESA,SGPS” 4.38 0.00% 5.56 3.97 0.28 0.34 15.64 12.88 0.00% 0.00% 24-10-2006“J.MARTINS,SGPS” 14.67 -0.61% 14.97 11.92 0.86 0.96 17.04 15.30 2.86% 2.78% 24-10-2006MEDIA CAPITAL 8.50 1.92% 8.60 6.51 0.27 0.31 31.84 27.24 0.00% 0.58% 24-10-2006“NOVABASE,SGPS” 5.76 -0.17% 7.29 5.49 0.26 0.33 22.59 17.25 0.00% 0.00% 24-10-2006PARAREDE 0.25 -3.85% 0.32 0.21 -- -- -- -- 0.00% -- 24-10-2006P.TELECOM 9.70 -1.52% 10.44 7.33 0.54 0.60 17.96 16.14 4.90% 4.70% 24-10-2006PORTUCEL 2.25 0.90% 2.40 1.60 0.12 0.11 19.23 20.46 2.33% 2.89% 24-10-2006PT MULTIMEDIA 9.50 -0.52% 10.65 8.61 0.33 0.36 28.79 26.17 2.89% 2.87% 24-10-2006“REDITUS,SGPS” 3.58 -0.83% 3.94 3.05 0.10 0.21 35.80 17.05 0.00% 0.00% 24-10-2006SAG GEST 1.84 1.10% 2.32 1.53 0.15 0.18 12.69 10.22 7.28% 2.88% 24-10-2006S.COSTA 0.69 0.00% 0.78 0.26 -- -- -- -- 0.00% -- 24-10-2006SEMAPA 7.98 -1.12% 9.42 5.62 0.73 0.75 10.96 10.67 5.26% 1.54% 24-10-2006“SONAECOM,SGPS” 5.27 0.38% 5.44 3.35 0.03 0.05 155.00 101.35 0.00% 0.11% 24-10-2006“SONAE,SGPS” 1.44 0.00% 1.46 0.95 0.08 0.08 18.00 17.56 1.74% 1.60% 24-10-2006SONAE IND.SGPS 7.65 6.84% 8.24 5.40 0.26 0.37 29.42 20.51 0.00% 0.00% 24-10-2006

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Acção Cotação (*) Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est. 06 EPS Est. 07 PER Est. 06 PER Est. 07 Div. Yield Ind Div. Yield Est DataB.POPULAR 13.18 1.23% 13.52 9.91 0.85 0.98 15.45 13.44 3.11% 3.15% 24-10-2006INDITEX 38.07 3.03% 38.30 23.56 1.56 1.82 24.40 20.91 1.37% 2.20% 24-10-2006REPSOL YPF 25.73 0.12% 27.35 20.00 2.71 2.64 9.50 9.77 2.33% 2.63% 24-10-2006TELEFONICA 14.42 3.00% 14.47 11.88 1.12 1.21 12.83 11.95 3.81% 4.16% 24-10-2006FRANCE TELECOM 19.29 3.21% 23.24 15.50 1.80 1.80 10.69 10.75 5.18% 6.18% 24-10-2006LVMH 81.95 1.61% 85.95 65.30 3.92 4.36 20.92 18.80 1.46% 1.71% 24-10-2006BAYER AG O.N. 40.8 3.03% 41.04 27.70 2.29 2.72 17.79 15.01 2.33% 2.44% 24-10-2006DEUTSCHE BANK AG NA O.N. 98.51 2.06% 100.20 74.58 9.70 10.13 10.15 9.72 2.54% 3.35% 24-10-2006DT.TELEKOM AG NA 12.96 1.73% 15.13 10.64 0.91 0.93 14.23 13.97 5.56% 5.76% 24-10-2006VOLKSWAGEN AG ST O.N. 74.78 6.87% 74.90 43.50 4.41 5.70 16.95 13.12 1.54% 1.67% 24-10-2006ING GROEP 35.92 2.05% 36.19 23.38 3.27 3.40 11.00 10.58 3.42% 3.51% 24-10-2006

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna,no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006MERCADOS44

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Responsabilidade social

Música a favor do IPO de Lisboa

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A Creative Labs, Henrique Amaro e a Cobra Discos uniram-se para criar uma colectânea com 120 temas de música portuguesa. O preço é acessível porque o objectivo é ajudar as crianças

As empresas estão cada vez mais atentas à sua envolvente. Embora as receitas conti-nuem a ser importantes, também o é ser

responsável e ajudar a comunidade onde a orga-nização está inerida.

Pensando nisso, a Creative Labs decidiu unir-se à Cobra Discos e criar uma colectânea de 120 temas da música portuguesa. Com a particularidade de es-tas serem publicadas e formato MP3. Desde sempre as colectâneas despertaram a atenção do público e chegaram mesmo a ser a rampa de lançamento de alguns talentos.

Mas aqui trata-se mais do que a simples divul-gação da música nacional. O objectivo é vender 3000 unidades (a um preço recomendado de 8,5 euros), sendo que as receitas reverterão a favor do serviço de pediatria do IPO de Lisboa.

A selecção dos temas foi da responsabilidade de Henrique Amaro, em estreita colaboração coma Cobra Discos. A colectânea inclui uma amostra de grupos sem edição e outros envolvidos em edi-

ACER APOSTA NO BELOW THE LINE

Nem sempre a publicidade é a melhor forma de comunicar um produto ou marca. A Acer é um bom exemplo. A empresa prefere apostar no seu canal de distribuição, apoiando e promo-vendo acções junto dos seus par-ceiros. São estes que fornecem os serviços de valor acrescenta-do e que conhecem, melhor do que ninguém, o mercado e suas oportunidade. Mesmo porque a Acer não vende directamente nem ao utilizador final nem ao segmento corporate.

Outra aposta da Acer passa

por uma maior proximidade e di-vulgação dos seus produtos jun-to de líderes de opinião, como, por exemplo, os jornalistas. Daí que a marca, que até agora tem negligenciado este aspecto, ten-cione comunicar as suas novi-dades mais amiude e colocando produtos ao dispor de testes e comparações, até porque os por-táteis e os monitores são apenas duas das suas categorias de pro-dutos. Poucos sabem dos leito-res de Mp3 ou dos televisores LCD, área onde a marca está a apostar forte.

VINHOS PORTUGUESES RECEBEM TURISTAS

Os vinhos Mateus Rosé e Por-to Ferreira estão a dar as boas--vindas a todos aqueles que chegam a Portugal via aeroporto Sá Carneiro, no Porto. Na se-quência do lançamento das no-vas campanhas de publicidade para estes dois vinhos, a Sogra-pe aposta agora no reforço das duas marcas estratégicas atra-vés da colocação de outdoors gigantes no Aeroporto do Porto. Uma marca internacionalmente reconhecida e outra tipicamente portuguesa são a porta de entra-da num país com uma distingui-da tradição vitivinícola. As duas

marcas, líderes de mercado nos respectivos segmentos, têm es-tado a receber os viajantes des-de Setembro passado e deverão permanecer durante o próximo ano. Esta forma de comunicação reforça a aposta da Sogrape na divulgação dos seus vinhos e na notoriedade das suas marcas es-tratégicas, quer a nível nacional quer a nível internacional.

Baseados nas novas campa-nhas de Mateus e Porto Ferreira, os “outdoors” são um convite à frescura e ao calor, à modernida-de e à tradição que estas marcas da Sogrape representam.

ção de autor ou ligados a editoras indepedentes, cuja distribuição fica a cargo da Compact Recor-ds. De referir que as 60 bandas presentes (cada uma contribui com duas músicas, o que prefaz 120 temas e mais de sete horas de música) não só abdicaram dos seus direitos de autor como irão, durante o próximo mês (entre os dias 2 e 5), or-ganizar concertos nos espaços Forúm Fnac, em Lisboa (Colombo, Chiado, Cascais e Almada) e Porto (Norteshopping, Gaia e Santa Catarina).

ALEXANDRA [email protected]

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 45MARCAS, MARKETING E PUBLICIDADE

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APPM

O consumidor é reiNum mundo em constante evolução, nem sempre é fácil estar a par das últimas tendências. E quando o objectivo é vender um produto e/ou serviço, a tarefa fica ainda mais difícil. O consumidor tem acesso a mais informação e tornou-se mais exigente. Por outro lado, as técnicas que funcionavam, há dez anos agora têm pouco, ou nenhum, efeito. Estes foram alguns dos temas debatidos no oitavo Congresso Internacional de Marketing, realizado pela Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM). O futuro passa então pelo desenvolvimento de uma relação entre o cliente e a marca. E as novas tecnologias podem ser utilizadas para personalizar a mensagem e intensificar o relacionamento.

Hoje em dia, um produto fica rapidamente fora de moda. Esta foi a afirmação feita por Jean Baptiste Danet, CEO da Interbrand Continental Europe.

O que hoje é “cool” amanhã ninguém compra. Isto porque o comportamento do consumidor está a mudar a velocida-des nunca vistas. Por outro lado, a crise sentida em quase todo o globo, com o consequente aumento de preço, alte-rou os hábitos de consumo. Veja-se o caso das gasolineiras. Se antigamente o cartão de fidelização era um factor a ter em conta, hoje o que os consumidores procuram é o preço mais baixo.

Nesta envolvente, segundo este executivo, uma marca para sobreviver tem de investir no desenvolvimento de uma relação forte com os seus consumidores. Criar um valor que crie uma diferenciação e que evite a sua substi-tuição. Como é que isto se faz? Em vez de se tentar saber o que é que o consumidor pensa da marca, esta deve anali-sar-se a si mesma e definir como é que vê os clientes. Por-que só fortalecendo a marca e o seu valor é que se consegue assegurar futuras vendas.

Mas há que ter atenção. Toda a marca proporciona uma experiência ao consumidor, quer seja positiva ou negativa. O truque, afirma Victor Mirabet, managing director da Brand Partners Iberia, é controlar o processo. Porque se a marca não o fizer, outros (concorrência) o farão por ela. E esta experiên-cia tanto pode construir como destruir uma marca. Afinal, como afirma João Miguel Brás Frade, CEO da My Brand, hoje em dia a marca identifica, diferencia, garante e promete. No entanto esta relação vai exigir muito mais dos “markete-ers”. Isto porque implica uma maior monitorização do valor da marca e do seu valor financeiro. Vão surgir novas métricas, como, por exemplo, a avaliação da performance dos gestores e a evolução dos activos contabilizados.

Outra mudança a ter em conta, talvez a mais importan-te, reside no próprio consumidor. O acesso a mais infor-mação tornou-o mais exigente e crítico. E as marcas têm de saber responder. Veja-se o caso da internet. Segundo José Frade, director-geral da Media Contacts, e o meio de comunicação que hoje tem as taxas de crescimento mais elevado. Melhor. Apresenta resultados eficazes.

Estas novas tecnologias já estão a provocar algumas mudanças no mercado. Por um lado, assistimos a uma redução clara na tiragem dos jornais. Por outro, nos Es-tados Unidos, já houve mesmo revistas que ou fecharam, ou optaram por ter apenas versões em formato digtal. Até a televisão está a ser afectada. Tudo implica que se terá de desenvolver novos modelos de distribuição, dado que coexistirão um sem-número de formatos, que terão de es-tar disponíveis em qualquer lugar e a qualquer hora. A boa notícia é que, apesar de criar uma fragmentação nos media, também vai permitir a individualização/personali-zação da mensagem, o que vai conferir ainda mais poder ao consumidor. Basta lembrar que hoje em dia o que está na moda é ter um “blog”. Por outras palavras, na web, todos podemos ser editores. Mas isto não tem de ser uma coisa negativa. As marcas podem aproveitar os “blogs” para comunicar produtos e pedir sugestões. Veja-se o caso da Nike, aquando do Mundial de Futebol. A multinacional criou um “blog” específico, onde os utilizadores registados tinham acesso a conteúdos específicos.

O mesmo acontece com as ferramentas/“sites” de parti-lha de conteúdos de imagem e vídeo. Em Julho deste ano, só nos Estados Unidos, foram descarregados mais de 7100 milhões de vídeos. E o, podcasting pode ser utilizado para estabelecer essa tão desejada relação entre marca e consu-midor. Ou através das comunidades, como o Messenger.

Escala global, toque localÀ medida que o mundo apa-

rentemente fica mais pe-queno e a competitividade

aumenta, tornando-se global, as marcas locais têm mais dificul-dades em sobreviver. Porque se é certo que todos apreciamos um produto que se destine ao nosso mercado em particular (cultura, costumes, ...), também é verdade que o estágio de desenvolvimento de um país também pode ser de-finido pelas marcas mundiais que se encontram presentes.

E aqui coloca-se a questão do glocal ou global. Por outra pala-vras, qual é a melhor opção? Ter uma marca unicamente global, ou uma que se adapta ao merca-do local? Roger Kirman, senior vice president do departamento de Marketing Excellence da Uni-lever, procurou responder a esta questão com exemplos práticos da sua organização. Os produtos da Unilever são bem conhecidos do público, não só português como mundial. No início de 2005 a em-presa iniciou uma reorganização, de forma a ter um portefólio mais pequeno mas com marcas mais

notáveis. Não é por acaso que a filosofia da organização passou a ser “Fewer, bigger brands = global scale”. Porque a verdadeira ques-tão não é globalizar ou localizar uma marca. É necessário utilizar ambas as técnicas. E ter um pro-duto e uma comunicação con-sistente em todos os mercados. Veja-se o caso da Rexona. Cada país tinha a sua embalagem, a sua imagem, posicionamento,... Ago-ra houve todo um trabalho de simplificação do design, apresen-tando uma imagem única a nível mundial. Este trabalho de criação de marca mundial não significa, no entanto, um único nome. Há países onde a Axe não é Axe.

A estratégia vencedora passa en-tão por ter uma escala global mas com um toque local. Uma única imagem, adaptada a cada merca-do, com execuções locais sempre que necessário. Porque nem todos os países estão no mesmo estágio de desenvolvimento. Quando a Unilever foi para a Rússica não existia a categoria de antitrans-pirantes. Foi a Rexona que criou esse segmento. E a publicidade da

Europa Ocidental não funcionava lá. Na Rússia foi necessário ensi-nar, e criar, o mercado. Por outro lado, o facto de uma marca agir na vertente local permite-lhe fa-zer experiências com novos meios sem prejudicar a sua imagem.

O poder da palavra

Hoje a publicidade está a mu-dar. Em parte obrigada pelo con-sumidor. porque está provado que os meios tradicionais já não fun-cionam. Ou pelo menos não têm a eficácia a que as marcas estavam habituadas. No entanto há uma técnica utlizada desde os princí-pios dos tempos (o termo publi-cidade ainda não era conhecido) que sempre foi eficaz: a publici-dade/marketing boca-a-boca. A recomendação de um amigo ou de alguém de confiança provavelmen-te terem um maior peso na decisão de compra do que a pblicidade. Só para se ter uma ideia, segundo Jus-tin Kirby, managing director da Digital Media Communications, apenas 18% do investimento fei-to em televisão gera um retorno

positivo. Mais ainda, nos Estados Unidos, por cada dólar investido em publicidade tradicional, o ROI obtido é de apenas 54 cêntimos. Já a publiciade boca-a-boca não só manteve a sua credibilidade como é cada vez mais utilizada. Por exemplo, se vai comprar um carro, o mais certo é pedir a opi-niõ a alguns amigos e ler artigos de revista especializadas. O mesmo se passa na escolha de um hotel ou aquando da decisão de uma via-gem. As recomendações contam mais do que os anúncios. Isto por-que, como afirma o executivo, “os consumidores já não acreditam na publicidade”.

A publicidade/marketing boca-a-boca tem mais vantagens que a simples divulgação de uma mar-ca. O consumidor sente que a sua opinião conta e que as suas suges-tões têm um efeito prático. É por esta razão que a tradicional regra que define que uma empresa deve apostar nos 20% de clientes que proporcionam 80% das vendas já não se aplica. Agora a organiza-ção tem é de encontrar os 10% de consumidores que vão influenciar a decisão de compra do resto da população.

ALEXANDRA [email protected]

Em Portugal, o MSN chega a mais de 1,8 milhões de uti-lizadores. O Hi5, por exemplo, é o “site” onde os portu-gueses passam mais tempo. As pistas estão dadas. Agora as marcas só têm de aprender a utilizar estes novos meios.

ALEXANDRA [email protected]

sexta-feira, 27 Outubro de 2006MARCAS MARKETING & PUBLICIDADE46

O QUE O FUTURONOS RESERVA

• As marcas locais vão continuar a conviver com as marcas globais• Haverá uma intensificação de fenómenos de ódio/paixão por símbolos• Continuará a acontecer a exploração negativa das marcas• Acontecerá a internacionalização de marcas de mercados emergentes (por exemplo a China e a Índia)• Haverá ofertas específicas, desenhadas para segmentos de “baixa renda”• O consumidor será cada vez mais multifacetado, compran- do diferentes produtos• Haverá uma coexistência entre frugalidade e excentricida- de no mesmo consumidor• A experiência dada pela marca será cada vez mais impor- tante• Os elos emocionais entre o consumidor e a marca serão mais fortes• Haverá um aumento no número de pontos de contacto entre a marca e o consumidor• A marca “ideia” será extensível a novos negóciosFonte: João Miguel Brás Frade, My Brand

Carlos Manuel Oliveira, presidente da APPM.

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NOTA DE FECHO

Um cenário de passividade

“A sociedade portuguesa lamen-ta-se mas não provoca. As pessoas falam mas não controlam. A socie-dade é extremamente passiva”. As palavras são de Américo Amorim, na cerimónia de entrega do prémio Empreendedor 2006 atribuído pe-la Escola de Gestão do Porto. Da mesma forma que no anterior regi-me lutou contra o sistema do con-dicionamento industrial, Américo Amorim combate agora o amorfis-mo colectivo dos portugueses. É aí que está o principal obstáculo ao crescimento.

A sociedade é extremamente passiva quando devia ser exi-gente e irreverente. As pessoas lêem muito pouco e por isso não contribuem para o diálogo na sociedade.

Tendo estado na origem da criação da Telecel/Vodafone, o empresário garante que na comparação internacional de utilização de telemóveis os portugueses falam muito mais e de forma desnecessária. Portugal é o país que mais fala e tam-bém aquele onde mais palavras inúteis se dizem.

A capacidade de iniciativa que tanta falta faz ao país está hoje muito condicionada pela falta de exigência dos portu-gueses. A sociedade mantém-se mais ou menos enferma, em vez de se tornar mais irreverente.

A lição de Américo Amorim aos alunos e professores da EGP não podia ser mais clara: os parques de estacionamento das universidades portuguesas reflectem um enorme desafa-samento entre o consumo e a criação de riqueza, distorcendo

a perspectiva dos jovens e levando-os a ter atitudes erradas. Os pais vão-se aperceber que, ao serem demasiado generosos no plano material, estão a contribuir para o cataclismo dos filhos.

A capacidade de iniciativa está também muito condiciona-da pelo peso do Estado. Para Américo Amorim, o principal problema é a estrutura da economia portuguesa estar muito socializada: de ano para ano, sente-se que a economia se tor-na mais pública, com um maior número de funcionários. A evolução em Portugal faz-se em contraciclo em relação aos outros países da Europa. O facto de Portugal continuar a ter mais de 700 mil funcionários públicos é injustificável e insustentável. É necessário privatizar e reduzir o peso da Ad-ministração até porque a estatização faz com que as pessoas que dependem do sector público ou das normas fixadas pelo Estado estejam predipostas a utilizar os recursos económicos que não lhes pertencem.

O défice de capacidade de iniciativa manifesta-se no elevado grau de concentração das empresas. Américo Amorim lamen-ta que hoje se faça mais concentração de empresas do que no tempo de Salazar com o condicionamento industrial.

A manter-se a actual passividade, Américo Amorim não acredita que Portugal consiga aproximar-se dos países euro-peus, nem que consiga sequer manter a distância que existe através de uma taxa de crescimento semelhante. Mas admite que a diferença de Portugal face a Espanha e aos países da Europa de Leste será tal que dentro de alguns anos o país vai mudar por si próprio. A sociedade vai ter de ser atirada ao mar e as pessoas terão de aprender a nadar.

A expectativa para os próximos anos não pode ser positiva. Enquanto não ocorrer a inevitável mudança, o país vai con-tinuar a afastar-se do espaço comunitário. Um dos reflexos é o agravamento das diferenças salariais, fazendo com que Portugal volte a ser atractivo para a instalação de fábricas es-trangeiras interessadas em reduzir os custos de mão-de-obra. Da mesma forma que vemos hoje indústrias a encerrar e a serem deslocalizadas para outros países, poderão surgir no futuro empresas a querer instalar-se em Portugal devido às diferenças salariais que provavelmente irão acentuar-se.

A história também é feita de avanços e recuos.

João Luís de SousaDirector Adjunto

O défice de capacidade de iniciativa manifesta-se no

elevado grau de concentração. Américo Amorim lamenta que hoje se faça mais concentração

de empresas do que no tempo de Salazar com o condicionamento

industrial.

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N.º 1172 / 27 Outubro 2006 Semanal J2 Portugal Continental

artigos das áreas da gestão ou do investimento, entre outras. Trata-se de uma revista de carácter mensal e apenas por subscrição. Sobretudo, pretende ser um ve-ículo de comunicação com um mercado já bem defini-do”, de acordo com Ricardo Guimarães, novo director da revista.

Dá-se assim continuidade à publicação mais antiga do sector. Constitui uma ferramenta essencial para o mercado imobiliário, desde logo para a banca e os in-vestidores, bem como para os promotores e os media-dores. A nova Confidencial Imobiliário vai aproveitar o potencial dos sistemas de informação da Imométrica (IPD) e o Sistema de Informação Residencial (SIR).

SONAE INDÚSTRIA E PORTUCEL ENTRE AS MAIORES EMPRESAS FLORESTAISA Sonae Indústria (50º lugar) e a Portu-cel (65º) estão entre as 100 maiores empresas mundiais em termos de vendas nas indústrias florestal, de papel e embalagens. De acordo com o ranking da con-sultora PwC, a nível eu-ropeu estão nos 15º e 18% lugares, respecti-vamente. Destaque para o facto de no capítulo da ren-tabilidade dos capitais empregues as duas em-presas tiveram cresci-mentos no ano passa-do, o que só sucedeu com outras cinco con-géneres europeias. O ano transacto revelou que é muito difícil atin-gir rentabilidades acei-táveis neste sector de actividade. A inova-ção tornou-se essencial para a rentabilidade.

Auditores não podem fazer planeamento fiscal e revisão de contas em simultâneo

A directiva relativa à au-ditoria vai impor uma série de restrições, com destaque para o facto do mesmo au-ditor ficar impedido de fa-zer o planeamento fiscal e a preparação de contas de uma empresa. Esta é a prin-cipal actividade dos audito-res, pelo que a transposição da directiva vai implicar al-terações significativas para as empresas de auditoria.

De acordo com a direc-

qualquer dos seus sócios na empresa-cliente ou nas suas subsidiárias ou a avaliação de activos ou passivos ma-terialmente relevantes nas demonstrações. Foi cons-tituído um grupo de traba-lho por parte do Ministério das Finanças, no sentido de ser feita a referida transpo-sição, grupo esse que inte-gra a Comissão do Merca-do de Valores Mobiliários (CMVM).

tiva, que está agora a ser transposta para o direito português, não será obri-gatória a separação entre as actividades de auditoria e consultoria, ao contrário do que sucede nos Estados Unidos. Existem outras restrições que merecem es-pecial atenção, como a ac-tuação em nome de clien-tes em situação de litígio, a existência de interesses da empresa de auditoria ou de

Energias renováveis e Mibel em debate

Confidencial Imobiliário volta a ser relançadaA revista mais antiga do sector imobiliário torna a

surgir no mercado, depois de ter estado em risco de de-saparecer. Apresenta-se agora completamente renovada e propriedade de uma nova entidade, a Imoestatística, que tem como sócios a Imométrica e o grupo editorial Vida Económica.

O lançamento é já no dia 31 de Outubro, sendo re-tomada a série de valores de oferta de imobiliário mais longa em Portugal.

“A Confidencial Imobiliária assume alterações no seu posicionamento. De facto, é reforçada a natureza técnica da publicação, com uma maior incidência na estatística, nas análises de mercado imobiliário e nos

O início de Setembro marcou a liberalização do mercado nacional da ener-gia eléctrica em baixa tensão normal. Para se ter uma ideia mais concreta da situação real actual e da evolução pre-visível, a Câmara de Comér-cio Luso-Belga-Luxembur-guesa, em colaboração com

a Simmons & Simmons Rebelo de Sousa, realiza um seminário sobre as energias renováveis e o Mibel.

A sessão de trabalho tem lugar no dia 7 de Setem-bro, no Hotel Dom Pedro, em Lisboa. Ao evento asso-ciam-se ainda as câmaras de comércio luso-sueca e luso-

suíça e o Clube de Empresá-rios Luso-Finlandês. Conta também com o apoio das três regiões e da autoridade federal belga. Um evento que se justifica, já que o con-sumidor tem a possibilidade de escolher livremente o seu fornecedor de energia eléc-trica.

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Pedro Carvalho, responsável pela área da internacionalização da AIMMAP, em entrevista ao “Boletim Metal/Vida Económica”, faz um ponto de situação relativamente aos projectos em que a AIMMAP está envolvida nesta área, ao desenvolvimento dos mesmos e aos resultados obtidos.

AIMMAP aposta na internacionalização

Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica

Nº 10/Outubro 2006

Resíduos de embalagens

António Saraiva*

LEI-QUADRO DAS CONTRA- -ORDENAÇÕES AMBIENTAIS– Posição da AIMMAP Aproximando-se o final de mais

um ano civil, as empresas industriais começam a manifestar a sua inquie-tação a propósito de quais serão des-ta vez os aumentos que a Sociedade Ponto Verde (SPV) irá impor ao mercado pela gestão dos resíduos de embalagens.

Conforme é sabido, na sequência dos aumentos impostos para o ano de 2006, a AIMMAP empenhou-se intensamente no sentido de denun-ciar o ambiente intolerável em que se vive nesse âmbito.

Nesse sentido, interveio activa-mente junto das autoridades pú-blicas, da comunicação social, das empresas em geral e até mesmo da SPV.

Temos a absoluta convicção de que demos passos fundamentais para que esta situação venha a ser regularizada – diria mesmo moralizada –, a mé-dio prazo.

Mas estamos igualmente conscien-tes de que será precisa muita paciên-cia e persistência para que possamos deixar de nos preocupar com este assunto.

Convém, pois, que todos saibam que não esmoreceremos na nossa luta e que continuamos especial-mente atentos a este problema.

E gostaríamos de sublinhar muito especialmente que continuamos convencidos de que, embora essa não seja provavelmente a principal causa subjacente aos aumentos absurdos que a SPV nos impõe anualmente, o certo é que, enquanto a SPV continuar a gozar de uma posição monopolista neste domínio, difi-cilmente alguma coisa poderá mudar.

Quero, pois tranquilizar os nossos associados, asse-gurando-lhes que estamos a trabalhar nesse domínio específico.

Assim sendo, iremos durante o mês de Novembro le-var a efeito uma reunião entre empresas e associações

empresariais para reflexão neste âmbito e muito espe-cialmente para ponderação do interesse na constituição de uma sociedade que concorra com a SPV na obtenção da licença respectiva.

Nessa nossa luta estaremos acompanhados por mui-tas outras associações e empresas, as quais, tal como a AIMMAP, não se conformam com o actual estado de coisas.

Como é óbvio, contamos com o apoio das empresas associadas da AIMMAP. Daremos notícias em breve.

*Presidente da Direcção da AIMMAP

AIMMAP E ISHST EDITAM MANUAL DE PREVENÇÃO DO SECTOR

A AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúr-gicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal e o ISHST – Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no Tra-balho, irão realizar no próximo dia 13 de Novembro pelas 16 horas, na Escola de Gestão do Porto (EGP), no Pólo Tecnológico do Porto – INETI, a sessão de apresentação do Manual de Prevenção da Metalurgia e Metalomecânica, no âmbito da Segurança e Saúde do Trabalho.

Com este Manual procura-se dar resposta às ques-tões relacionadas com a grande diversidade de riscos profissionais, em consequência de diferentes processos tecnológicos existentes no sector metalúrgico e meta-lomecânico e disponibiliza-se o conhecimento e do-mínio de metodologias preventivas adequadas.

Na sessão contaremos com as presenças do Presi-dente da Direcção da AIMMAP, António Saraiva, e do Presidente do Conselho Directivo do ISHST, Jorge Gaspar, bem como dos autores do Manual e do seu Coordenador Técnico, Fernando Cabral.

Mais esclarecimentos sobre o programa da sessão poderão ser obtidos junto da AIMMAP, através do te-lefone 22 6166860.

FELUGA organiza encontros empresariais

ACTUALIZAÇÃO DAS RENDAS

ATERRO DE SERMONDE

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REUNIÃO DA JUNTA DIRECTIVA DA FELUGA

Decorreu, no passado dia 4 de Outubro de 2006, uma reunião da Junta Directiva da FELUGA – Fe-deração Luso Galaica dos Indus-triais Metalúrgicos.

Esta foi a terceira reunião da Junta Directiva realizada desde a constituição da FELUGA, no pas-sado dia 12 de Julho de 2005.

Nesta reunião estiveram presen-tes o Presidente, António Saraiva, o Vice-Presidente, José Maria Hi-dalgo, o Tesoureiro, Julio Gómez, os Vogais Rafael Campos Pereira, Jorge Casais, Antonio Vega Mar-tinez, José Ramon Franco, Jesús Sánchez González e Mário Dacos-ta Rodrigues Razões, e o Director Geral, Javier Martinéz López.

Na reunião em causa foram tra-tados vários temas, entre os quais a realização, nesse mesmo dia, dos Encontros Luso-Galaicos das Em-presas de Fundição e de Moldes, Cunhos e Cortantes, bem como a preparação de uma missão empre-sarial a Angola e de um encontro de empresas do sector automóvel.

CURSO DE CONTROLO ESTATÍSTICO DO

PROCESSO E OUTRAS FERRAMENTAS

A AIMMAP informa os seus as-sociados, que o CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica, entidade acredi-tada pelo IQF, irá realizar o curso Controlo Estatístico do Processo e Outras Ferramentas com a dura-ção de 30 horas.

Este curso será realizado nas instalações do CATIM, entre as 18,00h e as 21,00h, nos dias 7, 9, 14, 16, 22, 28, 30 de Novem-bro, 5 e 7 de Dezembro.

Aos formandos será distribuída documentação de apoio ao curso e emitido o respectivo certificado de formação profissional bem como será atribuído uma verba a título de subsídio de alimentação.

As inscrições são gratuitas, li-mitadas e aceites por ordem de chegada.

Para mais informações contac-tar: - CATIM, na Rua dos Plátanos, 197, 4100-414 Porto • tel: 226 159 000 – Fax: 226 159 035 • e-mail: [email protected]

Encontros empresariais dição Injectada, S.A.

- Samoldes – Indústria de Moldes, Lda

- Famikron – Fáb. Cortantes, Moldes, Peças, Lda

- Sociedade Metalúrgica António Fon-seca e Flora, Lda

- Metalurgia e Fundição Metafalb, Lda

Os encontros foram seguidos de um almoço no qual participaram o Presi-dente da Direcção da AIMMAP, Antó-nio Saraiva e o Presidente da Direcção da ASIME, José Maria Hidalgo, para além de membros das respectivas Di-recções. Esteve ainda presente o Presi-dente da Direcção da APF – Associação

Portuguesa de Fundição, Filipe Villas-Boas.

Estiveram, também, presentes o Direc-tor Geral da Indústria, Energia e Minas da Junta da Galiza, Anxo Ramon Calvo Silvosa, a Cônsul-Geral de Portugal na Galiza, Maria Regina Flor e Almeida, e a Delegada da Província de Pontevedra da Conselheria da Inovação e Indústria, Montserrat Prado Cores.

OUTUBRO 2004

IRC – Imposto Sobre o Rendi-mento das Pessoas Colectivas

- Entrega nos cofres do Estado, até dia 20 de Outubro de 2006, das im-portâncias retidas no mês de Setem-bro de 2006 a título de Imposto;

- As entidades que exerçam, a títu-lo principal, actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e as entidades não residentes com es-tabelecimento estável em território português, com excepção das que se encontram abrangidas pelo regime simplificado, deverão proceder ao 2º pagamento especial por conta, até dia 31 de Outubro de 2006.

IRS - Imposto Sobre o Rendi-mento das Pessoas Singulares

- Entrega nos cofres do Estado, até ao dia 20 de Outubro de 2006, das importâncias retidas no mês de Se-tembro de 2006 a título de impos-to;

IVA - Imposto Sobre o Valor Acres-centado

- Contribuintes do Regime Normal de Obrigação Periódica mensal - Envio até ao dia 10 de Outubro de 2006 da declaração periódica com referência o mês de Agosto de 2006, bem como dos anexos nela referidos.

Segurança Social - Pagamento, até dia 15 de Outubro

de 2006, das contribuições relativas às remunerações referentes ao mês de Se-tembro de 2006.

Imposto do Selo - Entrega, até dia 20 de Outubro de

2006, das importâncias retidas no mês de Setembro de 2006.

NOVEMBRO 2006

IRC – Imposto Sobre o Rendimen-to das Pessoas Colectivas

- Entrega nos cofres do Estado, até

- Contribuintes do Regime Normal de Obrigação Periódica trimestral – Envio até dia 15 de Novembro de 2006, da declaração periódica com referência 3º trimestre de 2006, bem como dos anexos nela referidos.

- Contribuintes do Regime Especial dos Pequenos Retalhistas – Entrega até dia 20 de Novembro de 2006, da declaração ou guia com referência 3º trimestre de 2006.

Segurança Social- Pagamento, até 15 de Novembro

de 2006, das contribuições relativas às remunerações referentes ao mês de Outubro de 2006.

Imposto do Selo- Entrega, até dia 20 de Novembro

de 2006, das importâncias retidas no mês de Outubro de 2006.

Com a colaboração de:PLMJ – A.M. Pereira, Sáragga Leal,

Oliveira Martins, Júdice e Associados - Sociedade de Advogados

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 03

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A FELUGA – Federação Luso-Galai-ca dos Industriais Metalúrgicos, Fede-ração constituída pela AIMMAP – As-sociação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal e pela ASIME – Associacion de Indus-triales Metalúrgicos de Galicia, orga-nizou, no passado dia 4 de Outubro de 2006, um encontro luso-galaico de empresas de fundição e de fabricantes de moldes, cunhos e cortantes.

O objectivo deste encontro foi o de facilitar e fomentar as relações directas entre as empresas, bem como o conhe-cimento mútuo e a possibilidade de cooperação entre ambas as regiões.

Esta acção contou com a colaboração da CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes e da APF – As-sociação Portuguesa da Fundição

Os encontros realizaram-se em Vigo, no Club Financero, e foram apoiados pela Conselleria de Innovación e In-dustria da Junta da Galiza.

Nos encontros referidos participaram as seguintes empresas portuguesas:

- Agostinho Vilaça da Cunha, Lda- Excelmolde - Tecnologia de Moldes,

Lda- Ferespe – Fundição de Ferro e Aço,

Lda- P.J. Ferramentas, Lda- A.M. Azevedo e Martins, Lda- Autoconceptus – Projectos de Enge-

nharia, Lda- Sonafi – Sociedade Nacional de Fun-

dia 20 Novembro de 2006, das impor-tâncias retidas no mês de Outubro de 2006 a título de Imposto.

IRS – Imposto Sobre o Rendimen-to das Pessoas Singulares

- Entrega nos cofres do Estado, até dia 20 Novembro de 2006, das impor-tâncias retidas no mês de Outubro de 2006 a título de Imposto.

- Entrega via Internet da Modelo 11 pelos Notários, Conservadores, Secretá-rios Judiciais, e Secretários de Justiça, até ao dia 10 de Novembro de 2006, das Relações dos actos praticados, no mês anterior, susceptíveis de produzir rendimentos.

IVA – Imposto Sobre o Valor Acres-centado

- Contribuintes do Regime Normal de Obrigação Periódica mensal – Envio até dia 10 de Novembro de 2006, da declaração periódica com referência ao mês de Setembro de 2006, bem como dos anexos nela referidos.

CALENDÁRIO FISCAL

Assembleia Geral da FELUGADecorreu, no passado dia 4 de Outubro

de 2006, a reunião da Assembleia Geral da FELUGA – Federação Luso-Galaica dos Industriais Metalúrgicos, na qual participaram os membros da Direcção da AIMMAP e da ASIME, as associações fundadoras desta federação.

A FELUGA engloba cerca de 2000 empresas que representam no seu con-junto cerca de 80.000 trabalhadores em Galiza e Portugal.

Esta Federação, sem fins lucrativos, tem como objectivo a representação e a defesa dos interesses dos associados, e re-presentar o sector junto das autoridades de ambos os países e perante as institui-ções da União Europeia.

O Presidente da Junta Directiva da FE-

LUGA, António Saraiva, abriu a sessão e, entrando na ordem de trabalhos, fez a apresentação das actividades da FELU-GA desde a sua constituição.

Referiu, assim, ter a FELUGA enviado, em Dezembro de 2005, uma carta ao Pri-meiro-Ministro de Portugal e ao Presiden-te da Junta da Galiza chamando a atenção para a importância da rede de alta velocida-de ferroviária entre Porto e Vigo

Referiu também terem sido organiza-das duas jornadas, uma em 20 de Janei-ro de 2006, no Porto, sobre “Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho na Galiza”, com representantes dos sindicatos e da Inspecção do Trabalho de Portugal e da Galiza, e outra, de carácter técnico, em 20 de Março de 2006, em Vigo, com a

colaboração do CATIM – Centro de Apoio Tecnológico à Industria Metalo-mecânica.

Informou ainda que a FELUGA par-ticipou, com um stand próprio, na feira Navalia, em Vigo, que decorreu de 23 a 25 de Março de 2006.

Disse ainda que, para além dos encon-tros empresariais de empresas de fundi-ção e de moldes, cunhos e cortantes, a decorrer nesse mesmo dia, em Vigo, es-tavam em preparação uma missão em-presarial a Angola e um encontro luso-galaico do sector automóvel, as quais se desenvolveriam no decurso do primeiro semestre de 2007.

Na reunião procedeu-se ainda à apro-vação das contas da FELUGA.

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responsável pela área laboral no seguin-te endereço electrónico: www.dgeep.mtss.gov.pt/.

O mapa do quadro do pessoal deve ser apresentado pelo empregador às se-guintes entidades:

a) À Inspecção-Geral do Trabalho;b) Ao departamento de estudos, es-

tatística e planeamento do ministério responsável pela área laboral;

c) Às estruturas representativas dos trabalhadores e associações de empre-gadores com assento na Comissão Per-manente de Concertação Social, que o solicitem ao empregador, até 15 de Outubro de cada ano.

Na data do envio, o empregador de-verá afixar, por forma visível, cópia do mapa apresentado, incluindo os casos de rectificação ou substituição, ou dis-ponibilizar a consulta, no caso de apre-sentação por meio informático, nos lo-cais de trabalho, durante um período de 30 dias, a fim de que o trabalhador inte-ressado possa reclamar, por escrito, di-rectamente ou através do respectivo sin-dicato, das irregularidades detectadas.

Quadros de pessoal

SÍNTESE DOS SUMÁRIOS DO DIÁRIO DA REPÚBLICA — 1ª SÉRIE

AGOSTO DE 2006 (CONTINUAÇÃO)

Lei nº 50/2006 (de 29 de Agosto)Aprova a lei quadro das contra-ordenações ambientais.

Portaria nº 872-A/2006 (de 30 de Agosto)Altera o nº 2 da Portaria nº 62/2003, de 16 de Janeiro, que extingue a Subcomissão da Regulamentação de Edifícios e cria a Sub-comissão para a Revisão do Regulamento Geral de Edificações Urbanas.

Declaração de Rectificação nº 57/2006 (de 31 de Agosto)De ter sido rectificado o Decreto-Lei nº 146/2006, que transpõe para a ordem ju-rídica interna a Directiva nº 2002/49/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Junho, relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente, publicado no Diário da República, 1ª série, nº 146, de 31 de Julho de 2006.

SETEMBRO DE 2006

Lei nº 52/2006 (de 1 de Setembro)Aprova as Grandes Opções do Plano para 2007.

Decreto-Lei nº 178/2006 (de 5 de Setem-bro)Aprova o regime geral da gestão de resíduos, transpondo para a ordem jurídica interna a

Directiva nº 2006/12/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de Abril, e a Directiva nº 91/689/CEE, do Conselho, de 12 de Dezembro.

Decreto-Lei nº 181/2006 (de 6 de Setem-bro)Estabelece o regime de limitação das emis-sões de compostos orgânicos voláteis (COV) resultantes da utilização de solventes orgâ-nicos em determinadas tintas e vernizes e em produtos de retoque de veículos, trans-pondo para a ordem jurídica interna a Di-rectiva nº 2004/42/CE, do Parlamento Eu-ropeu e do Conselho, de 21 de Abril.

Decreto-Lei nº 182/2006 (de 6 de Setem-bro)Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva nº 2003/10/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de Fevereiro, relativa às prescrições mínimas de seguran-ça e de saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agen-tes físicos (ruído).

Declaração de Rectificação nº 60/2006 (de 8 de Setembro)De ter sido rectificado o Decreto-Lei nº 131/2006, do Ministério da Administra-ção Interna, que altera o Regulamento Que Fixa os Pesos e as Dimensões Máximas Au-torizadas para os Veículos em Circulação, aprovado pelo Decreto-Lei nº 99/2005, de 21 de Junho, publicado no Diário da Re-

Define os elementos que devem acom- panhar o pedido de licenciamento das operações de armazenagem, triagem, tra-tamento, valorização e eliminação de re-síduos.

Decreto-Lei nº 189/2006 (de 22 de Se-tembro)Primeira alteração ao Decreto-Lei nº 322/2000, de 19 de Dezembro, que insti-tui o regime jurídico relativo à designação e à qualificação profissional dos conselheiros de segurança para o transporte de merca-dorias perigosas por estrada, caminho de ferro ou via navegável.

Decreto-Lei nº 190/2006 (de 25 de Se-tembro)Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva nº 2005/40/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 7 de Setembro, alterando o Regulamento de Homologação dos Cintos de Segurança e dos Sistemas de Retenção dos Automóveis, aprovado pelo Decreto-Lei nº 225/2001, de 11 de Agos-to.

Portaria nº 1057/2006 (de 25 de Setem-bro)Sujeita ao pagamento de taxas o requeri-mento de emissão, alteração, renovação e actualização de licença ambiental relativo às instalações que estejam fora do âmbito de aplicação do Decreto-Lei nº 69/2003, de 10 de Abril.

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pública, 1ª série, nº 132, de 11 de Julho de 2006.

Portaria nº 949-A/2006 (de 11 de Setem-bro)Aprova as Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão.

Decreto-Lei nº 184/2006 (de 12 de Se-tembro)Define os requisitos de homologação dos separadores de habitáculo que podem ser instalados em táxis, bem como o respectivo regime sancionatório.

Portaria nº 955/2006 (de 13 de Setem-bro)Determina os tribunais em que se aplica o re-gime processual experimental, aprovado pelo Decreto-Lei nº 108/2006, de 8 de Junho.

Resolução do Conselho de Ministros nº 114/2006 (de 15 de Setembro)Aprova a Estratégia Nacional para as Flo-restas.

Portaria nº 1022/2006 (de 20 de Setem-bro)Altera o zonamento dos coeficientes de lo-calização e da percentagem dos terrenos para construção de alguns municípios.

Portaria nº 1023/2006 (de 20 de Setem-bro)

Informamos os nossos associados que, nos termos do art. 454º da Lei nº 35/2004, de 29 de Julho, que regula-menta o Código do Trabalho, o empre-gador deve apresentar, no mês de No-vembro, o mapa de quadro de pessoal devidamente preenchido com elemen-tos relativos aos respectivos trabalhado-res, incluindo os estrangeiros e apátri-das, referentes ao mês de Outubro.

O quadro de pessoal deve ser apre-sentado por meio informático, nomea-damente em suporte digital ou correio electrónico, no caso de se tratar de uma pequena, média ou grande empresa.

No caso das microempresas, os ma-pas de quadro de pessoal poderão ser apresentados por meio informático ou em suporte de papel.

Os modelos a utilizar são os apro-vados por portaria e distribuídos pela Imprensa Nacional Casa da Moeda.

O empregador deve obter elementos necessários ao preenchimento do mapa do quadro de pessoal, que são forne-cidos pelo departamento de estudos, estatística e planeamento do ministério

No que respeita ao sector metalúrgi-co e metalomecânico, são os seguintes os contratos colectivos em vigor, para efeitos do preenchimento do mapa de quadro de pessoal:

a) Se o mapa respeitar a trabalhado-res filiados na fequimetal: CCT entre a AIMMAP e a FEQUIMETAL, pu-blicado no BTE nº 15 de 22/04/2003; data de início da última tabela salarial: 01/03/2003

b) Se o mapa respeitar a trabalha-dores filiados no SIMA: CCT entre a AIMMAP e o SIMA, publicado no BTE nº 19 de 22/05/2003; data de início da última tabela salarial: 01/03/2003

c) Se o mapa respeitar a trabalha-dores filiados no SINDEL: CCT entre a AIMMAP e o SINDEL publicado no BTE nº 16 de 29/04/2003; data de início da última tabela salarial: 01/03/2003

d) Se o mapa respeitar a trabalhadores filiados na FETESE: CCT entre a AIM-MAP e a FETESE, publicado no BTE nº 20 de 29/05/2003; data de início da última tabela salarial: 01/03/2003

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e) Se o mapa respeitar a trabalha-dores filiados no SITESC: CCT entre a AIMMAP e o SITESC, publicado no BTE nº 30 de 15/08/2000; data de eficácia da última tabela salarial: 01/04/2000

e) Se o mapa respeitar a desenha-dores: CCT entre a FENAME e o Sindicato dos Quadros e Técnicos de Desenho, publicado no BTE nº 20 de 29/05/94; data de eficácia da última ta-bela salarial: 01/03/94

f ) Se o mapa respeitar a engenheiros licenciados: CCT entre a FENAME e o Sindicato dos Engenheiros do sul, publicado no BTE nº 31 de 22/08/94: data de eficácia da última tabela sala-rial: 10/07/94

g) Se o mapa respeitar a engenhei-ros técnicos e economistas: CCT entre a FENAME e a FENSIQ, publicado no BTE nº 32 de 29/08/97; data de início da última tabela salarial: 01/06/97

i) Se o mapa respeitar a não sin-dicalizados: PE publicada no BTE nº 37, de 08/10/2003; data de eficácia da tabela salarial: 01/03/2003

Foram publicados no Diário da Repú-blica, 2ª série, nº 185, de 25 de Setembro de 2006, os Despachos nºs 19 24-B/2006, nº 19624-C/2006, nº 19624-D e nº 9 624-E/2006, do Ministério da Economia e da Inovação, relativos a Programas de Incentivos às Empresas.

Nos termos do Despacho nº 19 24-B/2006, foi suspensa a partir de 26 de Setembro, a apresentação de candidaturas aos seguintes regimes de apoio:

- Medida “Apoiar as parcerias empre-sariais”, aprovada pela Portaria nº 680-A/2000, de 29 de Agosto, alterada pelas Portarias nºs 97/2002, de 31 de Janeiro, e 109/2004., de 29 de Janeiro;

- Sistema de Incentivos à Cooperação Empresarial (SICE), aprovado pela Porta-ria nº 516/2004, de 20 de Maio;

- Medida “Dinamizar mecanismos de inovação financeira empresarial” aprova-da pela Portaria nº 37/2002, de 10 de Ja-

Programa de incentivo às empresasneiro, alterada pela Portaria nº 901/2003, de 28 de Agosto;

- Medida “Internacionalizar a eco-nomia” aprovada pela Portaria nº 88-B/2006, de 24 de Janeiro;

- Medida “Apoio à requalificação de áreas de produção mineral”

Foram suspensas também, a partir de 9 de Outubro de 2006 a apresentação de candidaturas aos seguintes regimes de apoio:

- Sistema de Incentivos à utilização da propriedade industrial (SIUPI), aprova-do pela Portaria nº 262/2005, de 17 de Março;

- Sistema de incentivos à Moderni-zação empresarial – Investigação & De-senvolvimento (SIME I&DT), aprovado pela Portaria nº 88-C/2006, de 24 de Janeiro;

- Sistema de incentivos à criação de núcleos de investigação e desenvolvi-

mento tecnológico no sector empresa-rial (NITEC), aprovado pela Portaria nº 441/2003, de 28 de Maio, alterada pela Portaria nº 911/2003, de 30 de Agosto;

- Programa Quadros, aprovado pela Portaria nº 1502/2002, de 14 de Dezem-bro, alterada pela Portaria nº 1257/2003, de 5 de Novembro;

- Medida “Apoio a infra-estruturas tec-nológicas, da formação e da qualidade”, aprovada pela Portaria nº 919/2003, de 3 de Setembro, alterada pela Portarias nºs 559/2004, de 26 de Maio, e 230/2005, de 1 de Março.

- Medida “Apoio a infra-estruturas associativas”, aprovada pela Portaria nº 90/2003, de 28 de Agosto, alterada pela Portaria nº 1295/2005, de 19 de Dezem-bro;

- Medida “Apoio às infra-estruturas turísticas”

É ainda suspensa a apresentação de

candidaturas ao Sistema de Incentivos a Projectos de Urbanismo Comercial (URBCOM), aprovado pela Portaria nº 188/2004, de 26 de Fevereiro, a partir das seguintes datas:

Candidaturas de empresas – 16 de Outubro de 2006;

Candidaturas de promotores globais (estruturas associativas e câmaras munici-pais) – 24 de Outubro de 2006.

Nos termos dos Despacho nº 19 624-C/2006, Despacho nº 19 624-E/2006 e Despacho nº 19 624-F/2006 publicados no dia 25 de Setembro, foram abertas novas fases de candidatura para o SIPIE (aprovado pela Portaria nº 88-D/2006, de 24 de Janeiro), o SIME Internacional (aprovado pela Portaria nº 88-E/2006, de 24 de Janeiro) e o SIED (aprovado pela Portaria nº 88-A/2006, de 24 de Janeiro) respectivamente, por um período que de-correrá até dia 9 de Novembro de 2006.

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OBJECTO DE RECURSORestrição do objecto do recurso – Contrato de trabalho a termo – Trabalhador à procura de primeiro emprego – Motivação

Sumário:1. Só pode haver restrição do objecto do recur-so quando a decisão é múltipla, isto é, quando a parte dispositiva da mesma contenha várias decisões distintas.2. Tal como acontece quando a decisão se limita a condenar o empregador a reintegrar o autor e a pagar-lhe as retribuições vencidas e vincendas, com o fundamento de que a cessação do último dos vários contratos de trabalho a termo entre eles celebrados era ilícita, por ser nulo o termo nele aposto, nulidade essa que resultava de não ser verdadeiro o motivo invocado (trabalhador à procura de primeiro emprego), uma vez que o termo aposto em anteriores contratos também era nulo por falta de concretização do motivo justificativo, o que significava que, aquando da celebração do último contrato, o trabalhador já tinha trabalhado por tempo indeterminado, não sendo, por isso, um trabalhador à procura do primeiro emprego.3. Com efeito, limitando-se o autor a invocar os anteriores contratos de trabalho para fundamen-tar a nulidade do termo aposto no último, sem com base neles formular qualquer pretensão, a apreciação que deles é feita na fundamentação da decisão não integra a parte dispositiva da mesma, não constituindo, por isso, uma deci-são distinta, para efeitos do disposto no nº 2, do artigo 684º, do C.P.C.4. Para efeitos do disposto na alínea h), do nº 1, do artigo 41º da L.C.C.T., consideram-se traba-lhadores à procura do primeiro emprego aqueles que nunca tenham sido contratados por tempo indeterminado.5. Era esse o conceito que constava da legisla-ção vigente (Decreto-Lei nº 257/86, de 27 de Agosto), à data da entrada em vigor do Decreto-Lei nº 64-A/89, de 27-02).6. Aquele conceito não foi alterado pela legisla-ção posteriormente publicada, referente à atri-buição de incentivos à criação de emprego.7. Essa legislação restringe a atribuição desses incentivos às pessoas que tenham determinada idade, considerando-se jovens à procura do pri-meiro emprego, mas o conceito de trabalhador à procura do primeiro emprego, ínsito no artigo 41º, nº 1, alínea h), da L.C.C.T., não é sobrepo-nível ao conceito de jovem à procura do primei-ro emprego contigo naquela legislação.8. Não é trabalhador à procura do primeiro em-prego quem anteriormente já tiver trabalhado mediante contrato de trabalho a termo, mas que este seja nulo pelo facto da justificação aposta no contrato (acréscimo temporário da activida-de) não estar devidamente concretizada.Acórdãos do STJ, de 12/01/2006; Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLV, nº 534.

RESCISÃO PELO TRABALHADORCaducidade – Dever de ocupação efectiva – Danos não patrimoniais – Prova por documentos particulares – Atestado médico

Sumário:1. O trabalhador tem direito ao chamado direito de ocupação efectiva.2. A violação daquele direito por um período de tempo que se prolonga por mais de três meses

JUSTA CAUSA DE DESPEDIMENTODever de assiduidade – Faltas injustificadas – Dever de lealdade – Atestado médico

Sumário:1. Viola culposa e gravemente os deveres de assiduidade e lealdade a trabalhadora que fez entregar ao empregador um atestado médico datado de 01-08-08 para justificar faltas da-das, do qual constava que estava doente e im-possibilitada de comparecer ao serviço por um período de 25 dias, sendo que o médico havia atestado que tal período de impossibilidade era de 15 dias e o número 15 foi rasurado e escrito por cima dele o número 25, o que era do conhe-cimento da autora que, não obstante informada da rasura por uma colega, insistiu no sentido da entrada do atestado nos serviços da ré, o que se concretizou.2. Este comportamento da trabalhadora, repor-tando-se a deveres principais emergentes da re-lação laboral e revelando um dolo intenso e sen-síveis arrojo e temeridade, para além de falta de lisura, respeito e lealdade pelo empregador, é de molde a que um empregador normal perca a confiança na futura actuação do trabalhador e integra justa causa de despedimento.Acórdãos do STJ, de 12/01/2006; Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLV, nº 534.

NULIDADE DE ACÓRDÃOJusta causa de despedimento – Dever de obedi-ência – Dever de zelo e diligência – Trabalhador de transporte de valores

Sumário:1. A arguição de nulidade de acórdão do Tribu-nal da Relação deve ser feita no requerimento de interposição do recurso, sob pena de não se tomar conhecimento da invocada nulidade.2. Integra infracção disciplinar laboral grave e culposa, por constituir violação do dever de realizar o trabalho com zelo e diligência e do dever de obedecer ao empregador em tudo o que respeita à execução e disciplina do traba-lho – alíneas b) e c), do artigo 20º, da L.C.T. -, o comportamento do trabalhador vigilante de transporte de valores que, quando exercia as funções de porta-valores e chefe de tripula-ção, saiu da viatura especial que transportava valores que ascendiam a �448.000 de terceiros clientes da ré em circuito pré-definido com o condutor da mesma, deixando as portas aber-tas, e afastaram-se da viatura dirigindo-se a uma fonte próxima, apesar de conhecer as nor-mas de segurança impostas pela ré de acordo com as quais nenhuma viatura dever permane-cer abandonada, devendo o vigilante porta-valo-res transitar para o compartimento do condutor previamente à saída deste, por qualquer motivo que seja, sendo que o local onde a viatura parou não é aconselhado pela ré para a paragem de viaturas com valores elevados no seu interior.3. Com esta conduta, e num contexto em que o autor já havia sido punido por ter incumprido normas de segurança estabelecidas pela ré, o au-tor quebrou irremediavelmente a confiança que a ré nele depositou para exercer as funções de vigilante dos valores a ele confiados pelos clien-tes, sendo justificado o seu despedimento.Acórdãos do STJ, de 12/01/2006Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLV, nº 534.

SUBSÍDIO DE REFEIÇÃOSubsídio de férias – Subsídio de Natal – Juros de mora

constitui justa causa para o trabalhador rescin-dir o contrato de trabalho com direito a chama-da indemnização de antiguidade.3. Aquela violação só existe se for culposamen-te imputável à entidade empregadora.4. Compete àquela entidade alegar e provar que a inactividade do trabalhador não lhe é (a ela) imputável.5. A violação daquele direito consubstancia uma infracção continuada e, por isso, o prazo de 15 dias de que o trabalhador dispôs para poder rescindir o contrato só começa a decorrer depois daquela violação ter cessado.6. O estado de nervosismo em que o trabalha-dor ficou pôs uma discussão com o seu superior hierárquico é um dano não patrimonial que não merece a tutela do direito.7. Os documentos são simples meios de prova.8. O documento emitido por um médico psi-quiatra, atestando que determinado trabalhador sofre de depressão por esgotamento, devido à situação de inactividade e de marginalização de que foi alvo na empresa onde trabalhava, é um documento particular de livre apreciação.9. Os factos nele referidos não podem ser con-siderados como provados se não fizerem parte do acervo dos factos que as Instâncias conside-raram como tal.Acórdãos do STJ, de 18/01/2006; Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLV, nº 534.

TRANSFERÊNCIA DE TRABALHADORLocal de trabalho – Prejuízo sério – Rescisão pelo trabalhador – Abuso de direito – Conhecimento oficioso

Sumário:1.Provando-se que a mudança do local de traba-lho determinou que as autoras passassem des-pender mais 30 a 40 minutos no trajecto de ida e de regresso para e do local de trabalho, deve reconhecer-se que essa transferência implicou incómodos e transtornos na organização da vida pessoal e familiar daquelas trabalhadoras.2. Todavia, atento que o aumento do tempo de trajecto de ida e de regresso para e do local de trabalho se situa na média do tempo de deslo-cação para o trabalhado despendido pela gene-ralidade dos trabalhadores nos grandes centros urbanos, e que a ré assegurou o transporte gra-tuito, em veículos da empresa, de ida para as novas instalações, não se pode considerar que essa transferência implica um prejuízo sério, antes configura uma contrariedade suportável face à necessidade que a ré teve de adoptar uma medida de recuperação de reestruturação financeira, que se traduziu na alienação das antigas instalações e na mudança total do seu estabelecimento para novas instalações, onde passou a laborar.3. Tendo o empregador provado que da mudan-ça do estabelecimento não resultou prejuízo sé-rio para aquelas trabalhadoras, não lhes assiste o direito à indemnização prevista no nº 2, do artigo 24º, do L.C.T.,4. Embora a questão relativa ao alegado abu-so de direito por parte da entidade empre-gadora não tenha sido suscitada pelas recor-rentes, nem nos articulados da acção, nem mesmo no recurso de apelação interposto da sentença de 1ª Instância, tratando-se pois, de questão inteiramente nova, sendo a ex-cepção de abuso do direito de conhecimen-to oficioso, deve a mesma ser apreciada em sede de recurso de revista.Acórdãos do STJ, de 12/01/2006Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLV, nº 534.

Sumário:1. O subsídio de refeição surgiu com o propósito de compensar o trabalhador pelos custos acres-cidos decorrentes de ter de tomar as refeições fora de casa (em regra mais onerosas) e não deve ser pago nas férias, nem contabilizado nos subsídios de férias e de Natal.2. Este perfil funcional dos subsídios de refeição mantém-se ainda que o trabalhador se alimente em sua casa, pois o fim visado continua a ser o de subsidiar as refeições que devem ter lugar (apenas) no decurso da jornada de trabalho.3. A obrigação de pagar férias, assim como a obrigação de pagar subsídio de férias e de Na-tal inserem-se num contrato com prestações de execução continuada (contrato de trabalho), tendo aquelas obrigações prazo certo, pelo que, se não forem cumpridas no tempo devido, o de-vedor fica constituído em mora do C.C. e artigo 2º do Decreto-Lei nº 69/85, de 18-03).4. Constituem requisitos da mora a ilicitude do retardamento, a culpa e ainda que a obrigação seja, ou se tenha tornado certa, exigível e liqui-da.5. Não tendo a ré pago ao autor diferenças de-vidas nas retribuições das férias e dos subsí-dios de férias e de Natal a título de trabalho suplementar e de trabalho nocturno e outros subsídios que deveriam integrar estas presta-ções, são devidos juros de mora (relativamente às parcelas em dívida) desde a data em que tais retribuições e subsídios deviam ser pagos (arti-go 805º, nº 2, alínea a) e 806º, nº 1, do C.C.).6. Tais situações configuram uma iliquidez aparente, uma vez que o devedor sabe ou pode saber, quanto deve pagar (tendo em seu poder todos os elementos para chegar ao seu exacto montante), e não de iliquidez real, a contempla-da na 1ª parte do nº 3, do artigo 805º, do C.C.Acórdãos do STJ, de 18/01/2006; Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLV, nº 534.

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Contrato de trabalho

Sumário:1. É de qualificar como contrato de presta-ção de serviços, o contrato celebrado entre um médico especialista em ortopedia e um Hospital Privado, com vista à prestação de serviços de atendimento, consultas e cirur-gia programada nas instalações hospitalares da ré, utilizando os instrumentos de traba-lho fornecidos pela ré e cumprindo o horário que esta lhe atribuía, não se tendo provado I) a existência de qualquer tipo de controlo da pontualidade e assiduidade do autor; II) o gozo de férias e o pagamento de subsídio de férias e de Natal; III) a sujeição do autor a regras de disciplina impostas pela ré; IV) o recebimento de quaisquer ordens ou instru-ções, seja do director clínico, seja nas reuni-ões entre médicos, o que aponta no sentido de que à ré apenas interessava o resultado da actividade médica especializada prestada pelo autor.2. A actividade médica, por sua natureza, implica a salvaguarda da necessária au-tonomia técnica e científica, podendo ser perfeitamente exercida mediante contrato de prestação de serviços, tendo os indícios recolhidos confirmado que a vontade real das partes coincide com a que expressaram no contrato escrito de prestação de serviços.Acórdãos do STJ, de 18/01/2006; Acórdãos Doutrinais do STA, Ano XLV, nº 534.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006 05

LEG

ISLA

ÇÃ

OJU

RIS

PR

UD

ÊN

CIAOs acórdãos referidos nesta secção resolveram, apenas, os casos concretos a que se reportam, não tendo força de Lei.

JURISPRUDÊNCIA

O Ofício-Circulado n.º 20 117, de 08/08/2006, veio escla-recer quais as condições neces-sárias para serem dedutíveis os prémios de seguro de vida, ao abrigo do n.º 1 do artigo 86º do CIRS e n.º 2 do artigo 16º do EBF

Para esse efeito o seguro só pode, em exclusivo, garantir:

• Os riscos de morte;• Invalidez;• Reforma por velhice. Neste

caso tem que estar expressamen-te estipulado no contrato de se-guro que o reembolso por refor-ma só está garantido (condições igualmente cumulativas):

• Após os 55 anos • Após cinco anos de dura-

ção de contrato;• O tomador do seguro se

encontre na situação de reforma

Prémios de seguro de vidaACTUALIZAÇÃO DAS RENDAS

Foi publicado no Diário da República, 2ª Série, nº 173, de 7 de Setembro de 2006, o Aviso nº 9635/2006, do Instituto Nacio-nal de Estatística, relativo à actualização das rendas para o ano de 2007, o qual passamos a publicar na íntegra:“O artigo 24º da Lei nº 6/2006, de 27 de Fevereiro, que aprova o Novo Regime do Arrendamento urbano (NRAU), atribui ao Instituto Nacional de Estatística o apura-mento do coeficiente de actualização anu-al de renda dos diversos tipos de arrenda-mento, o qual deve constar de aviso a ser publicado no Diário da República até 30 de Outubro.Nestes termos, torna-se público, em cum-primento do disposto no nº 2 do artigo 24º da Lei 6/2006,de 27 de Fevereiro, que o coeficiente de actualização dos diversos ti-pos de arrendamento, para vigorar no ano civil de 2007 é de 1,027.24 de Agosto de 2006 – A Presidente, Alda de Cae-tano Carvalho

ALVARÁS

Conforme noticiámos na edição de Dezembro de 2005 do “Metal”, a Portaria nº 1308/2005, de 20 de Dezembro, veio prorrogar até 31 de Dezembro de 2006 a possibilidade de as empresas se adaptarem às exigências do quadro mínimo de pessoal definido no nº 8 da Portaria 16/2004 de 10 Janeiro. Assim, as empresas cuja capacidade técnica seja conferida por consultores ou encarregados ao abri-go da legislação anterior devem, nos termos desta portaria, adaptar-se às novas exigências legais até à referida data.No entanto, o Conselho de Administração do IMOP-PI decidiu que as empresas que mantenham ao seu serviço os consultores e encarregados previstos no regime jurídico revogado poderão apresentar profis-sionais desde que estes apresentem Cadernetas de Competências relativa a perfis adequados às habili-tações contidas no Alvará.As empresas que estejam nestas condições deverão, no prazo de 6 meses a contar de 1 de Janeiro de 2007, ou seja, até 30 de Junho de 2007, comprovar ao IMOPPI a obtenção dos respectivos CAP- Certi-ficados de Aptidão Profissional por parte daqueles profissionais.

por velhice.Só no caso de Invalidez é

que poderá haver pagamento de capital antes da verificação das três condições anterior-mente enumeradas.

Não são dedutíveis os pré-mios cujo contrato permita o reembolso ou o pagamento de qualquer capital anterior-mente à verificação dessas si-tuações.

No caso de a pessoa segura ser deficiente (nº 2 do artigo 16º do EBF), para além das condições anteriormente enu-meradas, é necessário ainda que o grau de invalidez per-manente, do sujeito passivo ou dependente, seja igual ou superior a 60% e que este fi-gure como primeiro benefici-ário do seguro em causa.

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sexta-feira, 27 Outubro de 200606

Empresa associada loca-lizada na região do Porto pretende vender os equi-pamentos referidos abai-xo.Aos eventuais interes-sados forneceremos as

Venda de máquinas industriais

AS

SU

NTO

S A

CT

UA

US

Descrição Preço pedido

Prensa Pitzmann & Pfeiffer com 100 t EUR 30.000,00

Prensa Hesa com 250 t

EUR 40.000,00

coordenadas completas da empresa vendedora e o contacto privilegiado. Contactar o Departamento Técnico, Carlos Silva (Fax 22 6107473 / e-mail: [email protected]).

O Departamento de Enge-nharia Mecânica do Insti-tuto Superior Técnico vai promover a terceira edição do Curso de Empreendedo-rismo, Design e Engenharia de Produtos.O curso decorrerá entre os dias 8 e 12 de Janeiro de 2007, terá a duração de 35 horas, e propõe-se fornecer uma visão integradora de todo o processo de desenvol-vimento de um novo produ-to, desde a identificação de uma necessidade do merca-do e a geração de ideias ino-

vadoras até ao lançamento em fabrico do produto que satisfaz essa necessidade.O curso destina-se a Direc-tores de I&D, engenheiros de projecto, de produto ou de processo, responsáveis por linhas de produtos, de-signers industriais, gestores de marketing e docentes do ensino superior que queiram iniciar ou aprofundar o ensi-no dos tópicos versados.Mais informações poderão ser obtidas em www.dem.ist.utl.pt/~edep, ou através do telefone 21 841 7351

EMPREENDEDORISMO, DESIGN E ENGENHARIA DE PRODUTOS

A Swedish Trade Council, STC, que representa a Secção Comercial da Embaixada da Suécia, tem como objectivo a cooperação e a procura de par-ceiros comerciais entre ambos os países, visando a cooperação e o desenvolvimento de negócios.A AIMMAP recebeu dessa entidade um pedido de ajuda no sentido de estabelecer uma parceria comercial em Portugal para uma empresa sue-ca (170 anos de existência) com fabricante(s) nacional(is) que efectuem a distribuição para o segmento de Hotelaria, Restauração e Hospitais em Portugal. A empresa sueca fabrica e forne-ce utensílios para a indústria da restauração e

Parceria com empresa suecahospitais, não tendo como objectivo aumentar a concorrência nacional, mas sim o de operar como uma empresa de complemento, com a fi-nalidade de aumentar a sua gama de oferta e va-riedade dos seus produtos próprios para o merca-do nacional. Naturalmente, a empresa nacional manterá a sua marca nos produtos.Empresa sueca = Lindén International AB – www.lindenint.se.Aos eventuais interessados forneceremos o con-tacto privilegiado da Embaixada da Suécia. Con-tactar o Departamento Técnico, Carlos Silva (Fax 22 6107473 / e-mail: [email protected]).

Projecto rede beneficia pequenas empresas no reforço da sua capacidade competitiva

O projecto disponibiliza o apoio de um consultor/formador que, ... fará o acompanhamento do jovem na empresa...

Encontra-se novamente em fase de selecção de empresas o projecto REDE, Linha 1, para o princípio de 2007.

- Iniciativa da responsabilidade do IEFP, Instituto do Emprego e Forma-ção Profissional, em parceria com Ins-tituições de Formação Profissional. Tal parceria se desenvolve, no nosso caso, através do CENFIM, que é responsá-vel pela contratação de consultores-formadores de acompanhamento.

- Tal projecto permite às pequenas empresas, com menos de 50 trabalha-dores, ter na sua estrutura, por um pe-ríodo de pelo menos nove meses, um jovem bacharel ou licenciado, a custos muito reduzidos.

- Estes custos resumem-se no pagamento de 50% de duas vezes o salário mínimo nacional, ou seja, o

correspondente a apenas um salário mínimo, mais o pagamento do sub-sídio de alimentação em vigor na em-presa.

O projecto dispo-nibiliza o apoio (50 horas anuais) de um consultor/formador que, depois da selec-ção da empresa e de feito o diagnóstico e o plano de acção, fará todo o acom-panhamento do jo-vem na empresa nas áreas que a empresa indicar, fornecendo, inclusive, a possibi-lidade da intervenção de um ou mais consultores especialistas para darem

formação em áreas bem específicas, e que não sejam da competência do con-sultor/formador. Tais áreas poderão ser,

por exemplo, Qua-lidade, Certificação, Segurança e Higiene, Custeio Industrial, Programação da Pro-dução, etc...

Para os empresá-rios serão disponibi-lizados seminários, previamente prepa-rados, de formação, sendo exigida a sua participação em pelo menos três.

Para participarem no projecto, as empresas deverão ter ausência de dívidas à segurança Social

e às Finanças, para além de não terem entrado neste projecto nas oito edi-ções anteriores.

Os interessados em beneficiar deste projecto deverão contactar os Centros de Formação CENFIM, sendo que a AIMMAP neste momento também re-colhe candidaturas de empresas situa-das na área do Grande Porto.

Os interessados da área do Gran-de Porto deverão contactar a AIM-MAP, Departamento Técnico (Car-los Silva), para se inscreverem como potenciais beneficiários. Pedimos que o façam com urgência, devido a que as vagas são limitadas (5) e de-verão ser efectuadas até ao princípio de Dezembro, sendo que, a todo o momento, poderão ser totalmente preenchidas.

específico das actividades de cada empresa.O Protocolo celebrado com o Banco Santan-

der Totta, S.A, por outro lado, determina que serão desenvolvidas diversas acções, entre as quais a divulgação de uma oferta de produtos e serviços bancários especialmente desenhada para

responder às necessidades das empresas exportadoras, incluindo um conjunto de linhas e soluções de finan-ciamento a PMEs exporta-doras até ao montante glo-bal de cento e cinquenta milhões de euros.

O Santander Totta dis-ponibilizará, nos termos do protocolo, a oferta de pro-dutos e serviços bancários de negócio internacional destinada a empresas expor-tadoras, ou detentoras de produtos certificados pelo Icep Portugal no âmbito do Clube de Marcas Portugue-

sas, em condições mais vantajosas, com redução face ao preçário em vigor das comissões prati-cadas pelo Santander Totta à generalidade dos seus clientes.

O Santader Totta, entre outros, lançará ain-da uma linha de crédito e serviços bancários até 150 milhões de euros, para apoio das empresas exportadoras, em determinadas condições.

Protocolos celebrados pelo ICEP e diversas entidades bancárias

O Icep Portugal celebrou protocolos com o Banco Comercial Português, S.A. e com o Banco Santader Totta, S.A. com o objectivo de criar condições preferenciais em diversas áreas no sentido de apoiar as empresas exportadoras portuguesas.

Nos termos do protoco-lo celebrado com o Banco Comercial Português, S.A. (Millennium BCP), serão desenvolvidas produtos e serviços bancários especial-mente desenhados para res-ponder às necessidades das empresas na expansão dos seus projectos com o exte-rior, serão realizadas sessões de divulgação regionais em Portugal, focadas nas em-presas exportadoras e res-pectivos interesses e neces-sidades, bem como todas as iniciativas que promovam e impulsionem as exportações portuguesas.

Ainda nos termos deste protocolo, o Millen-nium bcp disponibilizará às empresas um Cen-tro de Competências Especializado, o Millen-nium Trade Solutions, recentemente criado com o objectivo de apoiar as empresas no âmbito da sua actividade internacional, através da oferta de soluções estruturadas de acordo com o perfil

Através do Despacho n.º 19624-E/2006, de 25/09/2006, foi determina-da a abertura da 2ª fase de candidaturas ao SIME Inter-nacional.Esta 2ª fase, que teve início a 27 de Setembro e decorre até ao dia 9 de Novembro próximo, tem uma dotação orçamental de 10 milhões de euros, dos quais 4 mi-lhões de euros afectos a projectos apresentados por novos exportadores e a res-tante dotação a projectos considerados gerais.Consideram-se novos expor-tadores as empresas cujo peso das vendas ao exterior

ABERTAS AS CANDIDATURAS AO SIME INTERNACIONAL

seja igual ou inferior a 15% do volume de negócios total, sendo para este efeito consi-derada a média dos três anos anteriores à data de abertura desta fase de candidatura e devendo as vendas ao exterior estar devidamente reveladas na contabilidade das empre-sas.Saliente-se, ainda, que nesta fase de candidatura se consi-deram como mercados priori-tários ou de proximidade os mercados de Espanha e Ma-greb (Argélia, Líbia, Marrocos e Tunísia).Para mais informações con-sulte o site do PRIME em: www.prime.min-economia.pt

O Icep Portugal celebrou protocolos com o objectivo de criar condições preferenciais, em diversas áreas, no sentido de apoiar as empresas exportadoras portuguesas...

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sexta-feira, 27 Outubro de 2006 07

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AResultados do inquérito ao sector metalúrgico e metalomecânicoAlguns indicadores económicos

Este artigo contém alguns dados econó-micos relativamente às divisões 7 – Arames e Derivados e 8 – Louça Metálica, cutela-rias e Utensílios Domésticos.

Como se poderá verificar em seguida, à divisão 7 acederam responder 9 empresas enquanto na divisão 8 responderam 13 empresas.

1. Volume de negóciosO gráfico apresenta o volume de negó-

cios das empresas que responderam das divisões 7 e 8.

O valor total das vendas e prestação de serviços varia entre 1,2 e 18 milhões de euros, no entanto, a diferença significa-tiva deve-se somente à performance das empresas da amostra que são na totalidade PME.

Por exemplo, a empresa 1 pertencente à divisão de Arames e derivados facturou cerca de 18 milhões de euros, ao passo que a empresa 21 da divisão de Louça Metálica obteve um volume de negócios de 4,8 mi-lhões de euros.

2.Volume de negócios por mercadoO destino das vendas das empresas da di-

visão 7 reparte-se entre o mercado nacional e o mercado externo. Contudo, o volume de facturação total desta amostra no mer-cado exterior é superior ao nacional.

Na divisão 8, a totalidade das empresas têm clientes nacionais e estrangeiros, sendo que 46,15% destas empresas apresentam uma facturação superior quando expor-tam.

3. Volume de negócios por trabalhador

O volume de negócios médio gerado por cada trabalhador na divisão 7 varia entre 17 e os 170 mil euros, discrepância que de-corre do maior volume de negócios obtido pela maioria das empresas.

Na divisão 8, as empresas apresentam este indicador de produtividade entre os 22 e 87 mil euros.

4. Rentabilidade das vendasO indicador da rentabilidade das vendas

representa o resultado líquido como uma per-centagem do volume de negócios e significa tendencialmente um bom desempenho da empresa quanto mais elevado for o seu valor. Pela observação do gráfico, constata-se que existem 2 empresas (uma de cada divisão) cujo indicador é negativo, em consequência da obtenção de um resultado líquido negativo no ano de 2004.

Os valores reduzidos (o valor mais elevado é de 13%) deste indicador de rentabilidade são uma constante entre as empresas desta amostra.

5. Percentagem de investimento por volume de negócios

Analisando à proporção do volume de negócios que é investida, constata-se que a maioria das empresas que investem detêm percentagem entre 0,5% e 9,5%. É, contudo, importante notar que entre as empresas que, responderam ao inquérito, existe uma que efectuou no ano de 2004 um investimento superior a 60% do seu volume de negócios.

6. Percentagem de trabalhadores com formação superior

Como se pode verificar no gráfico, a per-centagem de empregados com formação su-perior na divisão 7, para 71%, das empresas já é superior a 10% (podendo mesmo atingir 33%).

Na divisão 8, a média de trabalhadores com formação superior é menor, rondando os 5,73%.

7. Investimento por áreaO investimento é afecto, principalmente,

à aquisição de equipamento produtivo. A ex-cepção ocorreu na divisão 8, em que 2 empre-sas da amostra investiram significativamente em I&D.

Como se pode verificar nos gráficos, 2 em-presas da divisão 7 não apresentaram qualquer investimento, situação idêntica que ocorreu numa empresa da divisão de Louça Metálica.

1. Volume de negócios

2.Volume de negócios por mercado Divisão 7

2.Volume de negócios por mercado Divisão 8

3. Volume de negócios por trabalhador

4. Rentabilidade das vendas

5. Percentagem de investimento por volume de negócios

6. Percentagem de trabalhadores com formação superior

7. Investimento por áreaDivisão 7

7. Investimento por área Divisão 8

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Pedro Carvalho, responsável pela área da internacionalização da AIMMAP, em entrevista ao “Boletim Metal/Vida Económica”, faz um ponto de situação relativamente aos projectos em que a AIMMAP está envolvida nesta área, ao desenvolvimento dos mesmos e aos resultados obtidos.

AIMMAP aposta na internacionalizaçãoA AIMMAP, nos últimos anos, tem apostado fortemente no apoio à internacionalização das empresas do sector metalúrgico, metalomecânico e electromecânico, tendo esta aposta surtido já os seus efeitos a nível do aumento dos valores das exportações do sector.

BoletimMetal - Quais os pressupos-tos que a AIMMAP tem em linha de conta na construção dos seus planos de internacionalização?

Pedro Carvalho - Devido à diversidade sectorial e tendo em conta a heterogenei-dade da dimensão das empresas do sector Metalúrgico e Metalomecânico (M.M.), a AIMMAP procura nos seus planos de internacionalização abranger o maior nú-mero de subsectores de forma a chegar ao maior número de empresas.

A AMMAP tem no seu seio 28 subsec-tores, que por sua vez se multiplicam em subprodutos. Esta situação faz, por vezes, com que algumas das melhores empre-sas do sector (aquelas que apresentam maior facturação, bons níveis de ino-vação técnica, boa organização e diver-sificação de merca-dos e clientes), não tenham parceiros no seu subsector que os acompanhem nos mercados inter-nacionais que lhes permitam a criação de massa crítica su-ficiente, de forma a criar na mente dos consumidores ex-ternos uma ideia de que Portugal é efec-tivamente um “player” de nível mundial no sector M.M.

Neste contexto, a AIMMAP poderia por vezes ficar impossibilitada de realizar acções de maior dimensão para estas em-presas, sendo então o impacto menor que o desejado.

Desta forma e com o objectivo de ultra-passar esta limitação, a AIMMAP procura envolver-se no maior número de parcerias, no sentido de abranger o maior número de subsectores e assim auxiliar as empresas no seu esforço de internacionalização.

BM - Quais os projectos de interna-cionalização em que a AIMMAP está envolvida?

PC - A AIMMAP, em parceria com o ICEP Portugal e no âmbito da medida 8 do Prime, encontra-se envolvida em três projectos de Internacionalização:

1 Fileira Máquinas e Moldes:

Este projecto destina-se ao sector M.M. em geral e tem como parceiros a ANEMM, a AFIA, a CEFAMOL, a ABI-MOTA e o PEMAS

2 Fileira Habitat – Casa:

Esta fileira no sector MM contempla

Mas para além destas acções, os pro-jectos também incluem outras, tais como catálogos, a realização de encontros de sectores, estudos de mercado, compra de base de dados, levantamentos sectoriais, publicidade em revistas internacionais e acções promocionais em pontos de venda para os bens de consumo.

Além disso, os nossos parceiros simul-taneamente realizam outras acções o que possibilita aos nossos sócios um grande leque de opções na entrada ou consolida-ção de mercados.

BM - De que forma a AIMMAP com-puta os resultados obtidos pelas em-presas?

PC - Através dos inquéritos de avaliação preenchidos pelas empresas participantes nas acções e através do contacto direc-to com as empresas, pois na AIMMAP acompanhamos sempre muito de perto a evolução das exportações das empresas.

BM - Qual a evolução dos valores das exportações nos sectores?

PC - O sector MM exportou, em 2005, 12,6 mil milhões de Euros, o que corres-ponde a 8,54 % do PIB português. Im-porta salientar que o crescimento do PIB português no ano transacto foi de 0,3% enquanto a taxa de cres-cimento do volume das exportações do sector foi de 3,5 %. Relativamente ao primeiro quadrimes-tre de 2006, o aumento das exportações cifrou-se nos 5%, criando boas ex-pectativas para 2006.

Conforme é do conhe-cimento geral, o sector das Máquinas e outros Aparelhos foi aquele que apresentou o maior crescimento das expor-tações no nosso país, uma subida de 304 milhões de euros ou 30,5 por cento para um total de 1300,5 milhões de euros.

O crescimento do valor das vendas de “máquinas e aparelhos” corresponde a cerca de 30 por cento do aumento do va-lor das exportações.

Podemos então dizer com orgulho que o trabalho que tem vindo a ser desenvol-vido pela AIMMAP nos últimos anos tem contribuído para os bons resultados que este sector apresenta.

Na Fileira dos Materiais de Constru-ção congratulamo-nos com os efeitos que começam a ser visíveis do nosso trabalho neste âmbito. Na verdade, no que respei-ta à Fileira, as exportações têm tido uma evolução extremamente positiva, sendo de referir que a análise dos valores entre os anos de 2002 e o de 2005 permite tirar as seguintes conclusões:

Em 2007... Iremos continuar a inovar, fazendo abordagens a mercados de elevado potencial de crescimento

sexta-feira, 27 Outubro de 200608

A AIMMAP procura envolver-se no maior número de parcerias, no sentido de abranger o maior número de subsectores e assim auxiliar as empresas nos seus esforços de internacionalização.

as empresas produtoras de Louça Metá-lica, Cutelarias, Utilidades Domésticas e Equipamentos para Hotelaria e tem como parceiro a APICER

3 Fileira dos Materiais de Constru-ção:

Esta fileira abrange a indústrias produ-tora de materiais de construção, que no caso da AIMMAP, engloba entre outros, os produtores de Ferragens, Torneiras e Acessórios de Casa de Banho, Arames e Derivados, Estruturas Metálicas e os pro-dutores de Equipamentos e Ferramentas para a construção civil. Tem como parcei-ros a APICER, a Assimagra, a ANEMM,

a APCOR e a AIMMP.

BM - Qual a par-ticipação do Icep nos projectos?

PC - O Icep Portugal é nosso parceiro no planea-mento, execução e controlo de todos os projectos, através dos escritórios em Portugal ou através das delegações no estrangeiro.

É um apoio fun-damental, em re-

sultado da vasta experiência que esta instituição tem dos vários mercados in-ternacionais.

O Icep Portugal é igualmente financia-dor e regulador dos projectos e a entidade a quem temos que reportar os resultados qualitativos e quantitativos obtidos em resultado das acções desenvolvidas.

BM - Quantas empresas já participa-ram nos projectos da AIMMAP

PC - No período compreendido entre 2000/2006 e das acções decorrentes dos 9 projectos de internacionalização desen-volvidos, a AIMMAP já esteve presente em 4 continentes, 22 países, auxiliando mais de 210 empresas no âmbito das 3 parcerias em que está envolvida:

Na Fileira dos Materiais de Construção 7 acções (6 missões, 1 feira) que envolve-ram 62 empresas, do sector: MM, Cerâ-mico, Mármores e Granitos, Madeiras e Corticeiro.

Na Fileira Moldes e Máquinas 31 ac-ções (10 missões, 21 feiras) que envolve-ram 132 empresas, do sector MM.

Na Fileira Habitat – Casa 7 acções (1 missão, 6 feiras) que envolveram 22 empresas produtoras de Louça Metáli-ca, Cutelarias, Utilidades Domésticas e Equipamentos para Hotelaria, Louça Decorativa e Utilitária e Vidro

Para Pedro Carvalho, “Por vezes algumas das melhores empresas do sector têm parceiros no seu subsector que os acompanhem nos mercados internacionais.”

- Aumento significativo das exportações da fileira, com um incremento de 22,8% no referido período;

- Crescimento do peso das exportações da fileira no total das exportações nacio-nais, passando de 4,89% em 2002 para 5,55% em 2005.

O sector MM representa cerca de 35% do total das exportações da fileira.

Finalmente o subsector Louça Metáli-ca, Cutelarias e Utilidade Domésticas é responsável por um volume de exporta-ções na ordem de 50 de milhões de Eu-ros, que se tem mantido constante nos últimos anos, o que não deixa de ser no-tável, tendo em conta o número bastante elevado de empresas deste subsector que infelizmente cessaram a sua actividade.

BM - O que está previsto para 2007?

PC - Em 2007, vamos continuar a estar presentes nas feiras tradicionais que a AIM-MAP considera estruturantes para o sector, organizando stands colectivos. Estaremos presentes em Hannover na Alemanha, nos certames, Feira da Industria, na Ligna, e na EMO. A ANEMM, nosso parceiro e que partilha igualmente desta nossa visão, irá realizar stands colectivos em importantes certames do sector, como são os casos do

Midest, em França e da Subcontratation, em Es-panha.

Iremos continuar a inovar, fazendo abor-dagens a mercados de elevado potencial de crescimento, indepen-dentemente da localiza-ção geográfica ou regi-me político.

Assim no prolonga-mento do estudo que está a ser realizado para o Cazaquistão, realiza-

remos uma missão para o sector MM, no início do próximo ano.

Mantendo a já tradicional aposta nos mercados que estavam no passado, no outro lado da cortina de ferro, e num esforço de consolidação, a AIMMAP or-ganizará missões à Eslováquia e Hungria em Junho.

Em Abril e para o Chile está previs-ta uma acção promocional em ponto de venda (num Department store) para os bens de consumo.

Organizará pela segunda vez a par-ticipação colectiva portuguesa no Big 5 Show no Dubai para os Materiais de Construção.

No final de 2007 irá apontar as suas baterias para o mercado indiano, mas como esta acção ainda está a ser pensa-da e planeada, oportunamente daremos mais notícias.

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Editorial

Em termos de Imposto Automóvel (IA) a proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2007 não apresenta alterações de monta, es-tando apenas prevista a “clássica” actualização do seu valor em 2%, praticamente de acordo com a taxa de inflação prevista pelo Gover-no (2,1%).

A grande novidade é que o OE para 2007 é que o Executivo se compromete a efectuar a muito discutida reforma do IA até ao fim do ano. Segundo o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomaz, a reforma deve ir avante em Julho. Uma vez que, ao que tudo indica, o novo imposto irá transferir parte da receita

fiscal do momento de aquisição (IA) para a utilização (imposto de circulação, vulgo “selo”), o Governo prevê uma quebra nas receitas oriundas do IA em 2007 para 1140 milhões de euros, menos 3% face ao valor cobrado em 2005 e 2006 (1173 milhões e 1175 mi-lhões, respectivamente). Ao prever uma quebra de 3% nas receitas de IA e admitindo que a cilindrada média se mantém, o OE apon-ta para uma quebra equivalente na venda de ligeiros para 2007.

(continua na página II)

* presidente da direcção da ARAN

Orçamento de Estado para 2007: prós e contras para o sector automóvel

António Teixeira Lopes *

Citroën C4 PicassoO familiar...

Suzuki Swift Sport... o individualista

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Orçamento de Estado para 2007: prós e contras para o sector automóvel

tor automóvel é o facto de haver incentivos fiscais à renovação das frotas de veículos pesados nas em-presas transportadoras. No caso das vendas dos pesados com mais de 12 toneladas, o proveito da venda só é considerado 20% em termos de receita fiscal de IRC, se houver reinvestimento.

Destacaria ainda a questão da importação de automóveis ligei-ros usados, que em 2005 teve um ano-recorde com 40 mil no-vas matrículas. Dessas, não sei quantas foram importadas por particulares, que, ao contrário das empresas, não estão sujei-tos ao pagamento de IVA sobre o IA. Posso referir um exemplo académico (não passa disso, pois não tive acesso aos dados). Se supusermos que foram 20 mil as

viaturas usadas importadas por particulares e que estas têm um valor médio de IA de cinco mil euros, o IVA médio a cobrar se-ria de mil euros. Assim não pa-rece muito, mas, feita a conta de multiplicar, chega-se à conclu-são de que o Estado poderá ter deixado de arrecadar 20 milhões de euros de IVA!

Interrogo-me se não seria me-lhor para Portugal se a política fiscal do Estado incentivasse a aquisição de viaturas mais re-centes, permitindo uma melhor e mais eficaz renovação do par-que automóvel circulante – com inegáveis vantagens ambientiais e de segurança – e contribuindo para um melhor funcionamen-to para as empresas idóneas do sector.

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Este agravamento do preço dos combustíveis que pode ser ainda maior se a cotação do petróleo voltar a subir é claramente des-favorável ao sector automóvel.

No entanto, o OE para 2007 prevê um crescimento de 10,6% nas receitas de ISP, o que acho estranho, já que o consumo de combustíveis tem vindo a dimi-nuir, segundo fontes da Direc-ção-Geral da Energia.

O OE 2007 prevê também um aumento do benefício fiscal por abate de veículos. Em 2006, este benefício custou ao Estado, em IA não cobrado, quatro milhões de euros. Para 2007, o Governo prevê que o valor deste benefício atinja 6,24 milhões de euros, su-bindo mais de 50%.

A única boa notícia para o sec-

Associado do mês – JM Coutinho

“Sector automóvel ainda permite criar um bom negócio”

ARAN- Quando foi fundada a empresa e quais as datas impor-tantes?

Rui Coutinho- A empresa inicial foi fundada há muitos anos pelo meu pai e pelo meu tio, mas em 2005 passou a designar-se J.M. Coutinho, Lda., dada a extinção da anterior empresa, fican-do o meu irmão e eu como res-ponsáveis por desenvolver o negócio legado pelo nosso pai.

ARAN- Quais os serviços prestados?

RC- A empre-sa neste momen-to é uma oficina multimarca, mas já fomos conces-sionários Skoda, o que origina a nossa especialização em modelos do grupo Volkswagen. Actualmente, fa-zemos serviços de reparação mecâni-ca, pintura, chaparia, alinhamentos, rodas e direcção, diagnóstico e repa-ração de motor.

ARAN- Quais as vantagens que destaca por ser associado da ARAN?

RC- Essencialmente, é o apoio prestado. Seja no acesso a informa-ção jurídica, a legislação automóvel, a legislação do trabalho, ou mesmo quando quisemos reformular as nos-

sexta-feira, 27 Outubro de 2006II

(Continuação da página I)A proposta refere que “para a

previsão do IA considerou-se a actualização das taxas deste im-posto de acordo com a taxa de inflação esperada para 2007, a evolução das vendas no mercado automóvel, assim como as alte-rações legislativas no âmbito da reforma do IA que o Governo irá apresentar à Assembleia da República até final de 2006”.

Até final do ano mantém-se indefinição da reforma do IA – embora exista o comprome-timento com a mudança até ao fim deste ano –, o que pode le-var ao adiamento das decisões de compra, actuando como um “corpo estranho” no normal funcionamento da economia do sector. Por exemplo, em Es-

panha, quando foi decidida a alteração do formato das ma-trículas, não houve informação prévia, para que esse fenómeno não se registasse.

Há, além disso, a registar um agravamento dos custos ineren-tes à utilização de automóveis por via do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP). Na previsão de receita é considera-da a actualização das taxas do imposto igual à taxa de inflação prevista e ainda um acréscimo de 2,5 cêntimos por litro na taxa do ISP da gasolina e do gasóleo rodoviário. Em termos globais, a entrada em vigor do OE para 2007 irá provocar o agravamen-to de cerca de 5% no preço da gasolina e do gasóleo a manter-se a cotação actual do petróleo.

FICHA DO ASSOCIADO

Empresa: J.M. Coutinho, Lda.

Constituição da empresa inicial: 28/03/1977

Associado desde: 01/09/1983

Número Associado: 2998

Administradores: Rui Coutinho, José Coutinho

Actividade principal: Especialistas em veículos grupo Volkswagen

Morada: Rua do Godim, 807

4300-242 Porto telf. 22 510 41 21

Produção mundial de automóveis cresceu 6% no primeiro semestre

A produção mundial de veículos registou um cres-cimento na ordem dos 6% no primeiro semestre de 2006, em comparação com o período homólogo do ano passado, anunciou a Organização Internacional dos Construtores de Automóveis (OICA). Estes re-sultados correspondem a um aumento de quase dois milhões de unidades, o que perfaz um total de 35,4 milhões de veículos produzidos.

A OICA prevê que os resultados anuais de 2006 registem um aumento de 5%, podendo chegar aos 70 milhões de veículos.

Segundo o presidente da OICA, Bernd Gotts-chalk, “os resultados demonstram que a indústria automóvel está a crescer de forma dinâmica em todo o mundo, assumindo-se como um sector-chave em

muitos mercados mundiais devido aos seus eleva-dos níveis de inovação”. Todos os anos, a indústria investe aproximadamente 70 mil milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento internacional e mais de nove milhões de pessoas trabalham directamente para empresas do sector. O crescimento dos merca-dos automóveis no primeiro semestre de 2006 foi heterogéneo nos vários países. Nos países NAFTA (Estados Unidos, México e Canadá) registou-se um aumento de cerca de 2% e na União Europeia 1,5%, ao passo que na América do Sul o crescimento foi de 18% e nos países da Europa de Leste, não perten-centes à União Europeia, foi de 5,4%. Por seu lado, a produção de automóveis no Japão teve um incre-mento de mais de 4% e na Coreia do Sul de 5,5%.

sas instalações, também nos foi pres-tado um aconselhamento e orienta-ção para a legalização da oficina.

ARAN- Se tivesse oportunida-de de começar do zero, voltaria a apostar no sector automóvel?

RC- Eu e o meu irmão ainda so-

mos muito novos, temos muito para trabalhar e o sector automóvel ainda permite criar um bom negócio.

É preciso saber trabalhar com profissionalismo e qualidade para se transmitir credibilidade e atingir o sucesso, senão os clientes vão para quem faz o serviço mais barato. Neste momento que se vive no sector auto-móvel, não podemos querer semear e colher instantaneamente. É preciso dedicação, tempo e saber crescer sus-tentadamente. Começámos há pouco tempo mas voltaríamos a apostar no mesmo negócio.

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As personalidades e as empresas distinguidas

António Augusto Clemente da Costa Concessionário da Renault desde 1926, o Stand Clemente, do Porto, é um dos mais antigos representantes da marca em Portugal. Depois da Segunda Guerra Mundial, a empresa inaugurou em 1957 uma nova oficina, na rua do Bolhão, já com o homenageado António Augusto Clemente da Costa, filho do fundador José Mário Clemente, à frente dos destinos. Em 1969, inaugurou as instalações de Serpa Pinto (hoje as principais) e tornou a ligação à Renault exclusiva. Hoje, é o filho José Miguel Clemente que está “ao volante” do Stand Clemente, embora continue a contar com o precioso auxílio do pai.

Fernando Diogo Simão(Prémio recebido por Jorge Simão)O grupo Fernando Simão teve a sua origem em 22 de Março de 1947, numa oficina situada na

rua Visconde de Bóbeda (Porto), com a denominação de Oficinas Simão. Hoje constituem o grupo

32 empresas espalhadas por todo o país, estando também em Espanha, em Santander e Torrelavega. Na actualidade, o

grupo Fernando Simão tem a sua actividade centrada no sector

automóvel, sendo concessionário de marcas como a Opel, Isuzu,

Chevrolet, Mercedes, Smart, Volkswagen, Audi, Seat, Skoda,

Mitsubishi, Hyundai, BMW e Mini. A actividade alarga-se ainda à

distribuição de peças.

Manuel Moreira Coutinho O percurso de Manuel Moreira Coutinho é indissociável da actividade empresarial e da ligação ao sector automóvel. Para este empresário do Marco de Canaveses, este tem sido um ano de ouro: em Julho comemorou os seus 75 anos, em Agosto assinalou os 50 anos de actividade no sector automóvel e em Setembro foi festejar as bodas de ouro. Apesar de a actividade do grupo MCoutinho se centrar desde sempre no negócio automóvel (em vários distritos acima do Mondego), o grupo está actualmente presente noutras áreas de negócio, como por exemplo o sector imobiliário e o da construção civil.

Salvador Fernandes Caetano Nascido em 1926, em Vila Nova

de Gaia, Salvador Fernandes Caetano criou aos 20 anos a

fábrica de carroçarias Martins & Caetano & Irmão, que seria o embrião do grupo Salvador

Caetano. Em 1967, exportou o primeiro autocarro para o Reino

Unido e, em 1968, tornou-se representante exclusivo da

Toyota em Portugal, construindo uma unidade de montagem em

Ovar, inaugurada em 1971. O crescimento da empresa foi imparável e a expansão

dos negócios estendeu-se ao estrangeiro.

Ao longo dos 60 anos de actividade, o empresário tem recebido variadas distinções.

Tomaz Jervell A Auto-Sueco representa produtos da Volvo, desde os automóveis, camiões, autocarros os equipamentos para a construção até aos motores marítimos e industriais da Penta. Nos automóveis, a Auto-Sueco vende a retalho, além da Volvo, a Land Rover, a Mazda, a Ford e a Honda. Este grupo 100% português está presente em três continentes – Europa, África e América do Norte – e actua, além do automóvel, no sectores industrial e de serviços. Tomaz Jervell tem 62 anos e representa a segunda geração da empresa portuense, fundada pelo seu pai, Luiz Oscar Jervell, e Yngvar Poppe Jensen.

IIIsexta-feira, 27 Outubro de 2006

Em parceria com a “Vida Económica”

ARAN distinguiu empresários do sector automóvelA Associação Nacional do Ramo Automóvel apresentou os Managements Awards. Na edição “zero” da iniciativa, desenvolvida em parceria com a “Vida Económica”, foram distinguidos cinco empresários do sector automóvel que dispensam apresentações: António Augusto Clemente da Costa, Fernando Diogo Simão, Manuel Moreira Coutinho, Salvador Fernandes Caetano e Tomaz Jervell.

“Foto de família” dos distinguidos no Palácio do Freixo. Da esquerda para a direita: Tomaz Jervell (Auto-Sueco), Clemente da Costa (Stand Clemente), Paula Arriscado (em representação de Salvador Caetano), Manuel Moreira Coutinho (MCoutinho) Jorge Simão (em representação de Fernando Simão), João Peixoto de Sousa (Vida Económica) e Teixeira Lopes (ARAN).

Foram muitos os empresários do sector presentes no evento.

A Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) le-vou a cabo edição “zero” dos Management Awards, na passada quinta-feira, 28 de Setembro, no Palácio do Freixo, no Porto. Ins-tituídos em parceria com a “Vida Económica”, estes galardões têm como objectivo premiar os casos de sucesso na gestão de empresas automóveis, as quais actuam num mercado cuja conjuntura actual é muito desfavorável.

A ARAN afirma-se “uma asso-ciação virada para o futuro e para a defesa dos interesses dos associa-dos”, uma postura que, aliás, lhe “permitiu crescer 75% nos últimos três anos”. Segundo a entidade, “estes prémios são mais uma prova dessa postura e procuram encora-jar a ‘luta’ por melhores dias deste sector, que é vital para a economia nacional ao empregar milhares de pessoas e permitir ao Estado uma grande receita fiscal”.

No evento, o presidente da ARAN, António Teixeira Lopes, explicou que os Management Awards destinam-se a concessio-nários (distribuidores) e a grupos de retalho automóvel, de acordo com o volume de vendas anuais de viaturas novas.

Estes estão divididos em duas classes, a de concessionários inde-pendentes e a de grupos de con-cessionários. Em cada uma das classes, há prémios para os dois primeiros classificados de cada um dos seguintes critérios: me-lhor evolução de facturação em anos consecutivos (“mix” de fac-turação e sua evolução); melhor rentabilidade (com ponderação de melhor margem de viaturas novas e sem resultados excepcio-nais); e melhor “overhead absorp-tion” (absorção dos custos fixos).

Grande Prémio Histórico do Porto associou-seao evento

No “ano zero” dos Manage-ment Awards foram distinguidos alguns empresários com relevo no sector automóvel nacional, tais como António Augusto Clemen-te da Costa (Stand Clemente), Fernando Diogo Simão (grupo Fernando Simão), Manuel Mo-reira Coutinho (grupo MCouti-nho), Salvador Fernandes Cae-tano (grupo Salvador Caetano) e Tomaz Jervell (grupo Auto-Sue-co). Tiveram ainda menções hon-rosas Manuel Teixeira dos Santos (grupo Filinto Mota) e João Pei-xoto de Sousa (grupo Vida Eco-nómica), que, apesar de não ser empresário do sector automóvel, é, de acordo com a ARAN, “um símbolo de empreendedorismo empresarial para qualquer ramo de actividade”.

Antes da divulgação de prémios e premiados, a noite tinha sido enriquecida com uma apresenta-ção do Grande Prémio Histórico do Porto de 2007. Esta esteve a cargo de Francisco Santos, da Ta-lento, uma das entidades promo-toras da competição, em conjun-to com a Câmara Municipal, que anunciou as datas definitivas da próxima edição: 7 e 8 de Julho, com corridas de modelos con-temporâneos, e 14 e 15 de Julho, com bólides de outros tempos.

Tendo a bela paisagem do Dou-ro e do Palácio do Freixo como cenário, o encerramento foi feito com “chave de ouro”, com a actu-ação do grupo de fados de Coim-bra “Canto da Saudade.

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tactadas pela “Vida Económi-ca” convergem é na necessida-de de apostar em projectos de pequena e média dimensão, menos sujeitos a deslocaliza-ções. O autarca de Portalegre explica a sua posição no facto das multinacionais analisarem as contrapartidas proporciona-das e terem períodos de chega-da e de partida. “Isto não sig-nifi ca que, se me aparecerem propostas de investimentos de uma, duas ou dez multinacio-nais, eu não as receba. Agora, se me derem a escolher várias situações, eu prefi ro o tecido empresarial que nos caracteri-za, que é o nosso. Aliás, já te-mos projectos nesse sentido”, acrescenta José Mata Cáceres.

João Cotta não tem dúvi-das que, do ponto de vista do risco, “faz muito mais sentido apoiar várias pequenas empre-sas do que só uma grande”, já que esta terá mais impacto, mas tem riscos de deslocaliza-ção grandes e quando encer-ram há consequências sociais graves. “Temos o exemplo da Opel, agora o exemplo da Jo-hnson Controls e haverá, pos-sivelmente, mais no futuro, porque estas empresas são ge-ridas por critérios unicamente economicistas, em que não há, em Portugal, a componente patriótica”, disse o presidente da AIRV.

Jorge Pais, por seu turno, crê numa solução mista. “Se-riam necessárias em Porta-legre duas ou três empresas com 150 a 250 trabalhadores, já que teria um efeito amplifi-cador da economia. Contudo, é importante que não se des-cure, em paralelo, o apoio ao empreendedorismo e ao for-talecimento de uma rede em-presarial de pequena e média dimensão”, explica o líder do NERPOR.

AQUILES [email protected]

Vendas automóveis com quebra de 5,4% As vendas de automóveis ligeiros desceram 6,9% em Setembro face ao mesmo mês do ano passado, um valor que no acumulado já vai em 5,4%, o que comprova que as “nuvens negras” con-tinuam a pairar sobre o sector. A única excepção à conjuntura são os pesados de mercadorias. Segundo a ARAN, “os números mostram que o sector automóvel está ainda longe de inverter o ciclo negativo que o afecta” há al-guns anos. “A ARAN mantém, por isso, a sua opinião de que é urgente a recuperação económica do país, além de uma total re-estruturação da fi scalidade que se aplica aos automóveis em Por-tugal. No entanto, mostra-se – como tem vindo a fazer sempre – disponível para contribuir para uma nova realidade nesta área junto das entidades governamentais”, acrescenta a associação em comunicado.

Secretaria de Estado do Ambiente comprou Honda Civic HybridA Secretaria de Estado do Ambiente adquiriu um veículo híbrido Honda Civic, equipado com motor a gasolina e motor eléctrico.Este automóvel permite bene-fícios na redução do consumo de combustível (4,6l / 100 km) e das emissões de CO2, o principal gás responsável pelo efeito de estufa. A redução ao nível do consumo é obtida não só através da utilização do motor eléctrico acoplado ao motor convencional a gasolina, mas também devido ao sistema Au-toStop que desliga automaticamente o motor quando o automóvel se imobiliza, como, por exemplo nas situações de pára/ arranca do trânsito citadino. A redução de dióxido de carbono do Civic Hybrid em comparação com o nível de emissões de um modelo similar com um motor 1.4 a gasolina, é de aproximadamente 30 g por cada quilómetro realizado. Signifi ca, portanto, que um condutor que realize 20 mil quilómetro por ano, durante quatro anos, reduz as emissões de CO2 para a atmosfera em cerca de 2,40 toneladas.

Subaru suprime ausência de diesel com GPLA Subaru lançou em Portugal o Legacy 2.0R BiFuel, que pode uti-lizar GPL e gasolina. Disponível com carroçaria berlina e carrinha, o modelo é proposto por 32 900 euros. A Galp Energia associou- -se à apresentação, possibilitando a oferta de mil litros de GPL na compra do modelo.O porta-voz do importador da marca japonesa para Portugal, o En-tresposto Comercial, disse à “Vida Económica” que o objectivo do lançamento é “tentar contrariar a ausência de diesel na gama da marca com um modelo que permite maior economia, além de poupar, igualmente, o ambiente”. Segundo Pedro Castelo, a aposta da Subaru no GPL é estratégica e não se vai fi car pelo Legacy 2.0R BiFuel: “Em breve, haverá mais novidades nesta matéria. Primeiro com a Forester e depois com uma versão Legacy com motor de 138 cv, que terá um preço muito competitivo”.

Duas das três fábricas que a mul-tinacional americana de compo-nentes para a indústria automóvel Johnson Controls tem em Portugal vão fechar até ao fi m de 2007, dei-xando no desemprego 875 pessoas, 650 em Nelas, no distrito de Viseu, e 225 em Portalegre. A empresa justifi ca a decisão na falta de enco-mendas e na pressão nos custos de produção e garante que a terceira fábrica que tem no nosso país, a Vanpro, em Palmela, uma parceria com a francesa Faurecia, não cor-re o risco de encerrar. Contudo, as perspectivas em relação a esta uni-dade também são de risco, já que a empresa produz em exclusivo para a VW Autoeuropa e ainda não ga-rantiu mais produção para além dos actuais monovolumes ali pro-duzidos, os que vão ser descontinu-ados em 2007.

O facto de o encerramento acon-tecer em dois distritos do interior do país aumenta as preocupações. O presidente da Câmara Municipal de Portalegre, José Mata Cáceres, disse à “Vida Económica” que “vai reivindicar aquilo que for possível”. “Estamos a dar passos no sentido de tentar encontrar soluções alter-nativas que arranjem esquemas de empregabilidade para as pessoas que vão fi car sem emprego, à semelhan-ça do que já estávamos a fazer para outros casos, como forma de dar res-posta às carências que a região exibe nesta matéria”, acrescentou Mata Cáceres. O presidente do Núcleo Empresarial da Região de Portalegre (NERPOR), Jorge Pais, também quer uma solução. “Tentaremos arti-cular esforços com entidades como a autarquia e o Governo para darmos alguns contributos em termos de ideias para possíveis iniciativas, des-de logo a própria Johnson Controls, que tem outras áreas além do auto-móvel, para a possibilidade de dar outra ocupação às instalações, que são recentes”. Segundo o dirigente associativo, o “tecido empresarial muito frágil” desta cidade alentejana “difi cilmente conseguirá absorver” os cerca de 225 trabalhadores da unidade de Portalegre.

Encerramentos vão ocorrer até ao de 2007.

Maior ainda será o impacto da decisão da empresa em Nelas, que emprega quase o triplo das pessoas. O presidente da Associação Empre-sarial da Região de Viseu (AIRV) acredita que o tecido empresarial da região não deverá absorver mais do que 10% dos desempregados que resultarão do encerramento. João Cotta advoga que “isto levanta algumas preocupações sobre a eco-nomia portuguesa, já que estamos habituados a deslocalizações para países onde a mão-de-obra é mais barata, mas é preocupante quando esta acontece para mercados em que a mão-de-obra é mais cara. Dá para perguntar porquê”.

O responsável pelo NERPOR teme que haja (mais) desertifi ca-ção, pelo que deveria haver medi-das para dinamizar o interior do país: “A cidade de Portalegre estag-nou em termos de população desde há duas décadas, tendo a totalidade da região vindo a perder popula-ção. E só não há uma diminuição mais acentuada da população de-vido a investimentos públicos, mas a nossa é um região cada vez mais de funcionários públicos e reforma-dos”.

Já o responsável pela AIRV apon-ta o dedo ao Governo, que, segun-do João Cotta, “além de procurar atrair investimentos sonantes, tam-bém deve preocupar-se com o teci-do económico existente e procurar criar condições que não haja deslo-calizações”, até porque “a legislação laboral é pouco fl exível e a carga fi scal às empresas é elevada”.

Apostar em projectos de pequena e média dimensão

Algo em que as três fontes con-

Custos de produção afastam Johnhson Controls de Portugal

sexta-feira, 27 Outubro de 2006IV

Fonte: ACAP

Setembro 2006 Janeiro – Setembro 2006

Ligeiros 17 489 -6,9% 198 668 -5,4%

Pesados 1170 146,3% 5 071 27,6%

Total 18 659 -3,1% 203 739 -4,8%

MAPA COMPARATIVO 2006 VS. 2005

Suplemento ARAN - Associação Nacional do Ramo AutomóvelDirector: António Teixeira LopesRedacção: Aquiles Pinto, Bernardo Silva, Cristina Ferreira, João Lopes, Luís Ca-bral, Maria Manuel Lopes, Miguel Sinval, Neli Valkanova e Nuno SantosArranjo Gráfi co e Paginação: Célia César, Fernando Pinheiro, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário AlmeidaPropriedade, Edição, Produção e Administração: ARAN - Associação Na-cional do Ramo Automóvel, em colaboração com o Jornal Vida EconómicaContactos: Rua Faria Guimarães, 631 • 4200-191 PortoTel. 225 091 053 Fax: 225 090 646 • [email protected] • www. aran.ptPeriodicidade mensalDistribuição gratuita aos associados da ARAN

fi cha técnica

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“Percepção da Alfa está a mudar” “A percepção do público português da Alfa Romeo está a mudar todos os anos para melhor”. A garantia é dada à “Vida Económica” pelo responsável de marketing da marca italiana em Portugal, Pablo Rosso, que faz um balanço positivo do evento Alfa Romeo Summer Drive.

Vida Económica- Que balanço faz do Alfa Romeo Summer Drive?

Pablo Rosso- O Alfa Romeo Summer Drive tinha uma multiplicidade de ob-jectivos que podemos afirmar que foram integralmente cumpridos. Em primeiro lugar queríamos mostrar aos nossos clien-tes e potenciais clientes os novos produtos Alfa Romeo. O entusiasmo com que o Alfa Brera e a 159 SW foram recebidos encheu-nos de orgulho e aumentou o nosso nível de confiança quanto aos bons resultados comerciais previstos. São viaturas que pela sua beleza estética ímpar não deixa-ram ninguém indiferentes. Por outro lado, quisemos também mostrar às pessoas que não são viaturas inatingíveis convidando os curiosos e simpatizantes da marca Alfa Romeo a testá-los. Quebrámos recordes de “test drives” e recebemos um “feedback” muito positivo.

VE- E também quiseram premiar os actuais clientes...

PR- É claro que também quisemos pre-miar os nossos actuais clientes, dar-lhes a oportunidade de estar em contacto directo com os responsáveis da marca em Portugal em ambientes que reflectissem os valores da marca e a sua postura no mercado. Mui-tos ficaram surpreendidos com a abertura da direcção da Alfa Romeo, com a possibi-

lidade de discutir directamente com quem está por detrás da sua marca de eleição. Re-sumindo, consideramos que a iniciativa foi um verdadeiro sucesso.

VE- Iniciativas com o Alfa Romeo Summer Drive podem constibuir para “apagar” a imagem de má qualidade da marca?

PR- Nunca negámos problemas de fiabi-lidade que se tornaram muito óbvios com o 33. Mas esse tempo já lá vai, terminou, morreu. A forma mais honesta de prová-lo é permitindo aos consumidores portu-gueses que testem as novas viaturas Alfa Romeo. Não ficamos a dever nada à con-corrência, bem antes pelo contrário. É por isso mesmo que em cada acção, em cada evento, em cada actividade Alfa Romeo convidamos as pessoas a testarem os car-ros, permitindo assim que o público seja o juiz.

VE- Qual a percepção actual que o consumidor português tem da marca?

PR- A percepção do público português da Alfa Romeo está a mudar todos os anos para melhor. O Alfa Romeo Summer Dri-ve demonstrou isso mesmo. A marca está a posicionar-se correctamente dentro do segmento “premium” e isso é notório. Ter hoje um Alfa Romeo é motivo de orgulho,

esperar da marca?PR- De futuro vamos ver um incremen-

to de actividades na área da vela, onde a Alfa Romeo já tem nome, fama e história e também vamos ter algumas surpresas na área do Golfe, desporto com cada vez mais adeptos. A Alfa Romeo vai estar presente com muitas actividades em inúmeras áre-as de interesse público, mas não queremos ainda desvendar tudo. Queremos continu-ar a surpreender os nossos actuais e futuros clientes.

AQUILES [email protected]

de diferenciação, de estilo e de personali-dade. E é claro que é através de iniciativas deste género que o público se vai aperce-bendo das alterações. O que não se altera é a percepção da beleza estética, o design, o primor da imagem, tudo elementos que o público português aprecia. Quando em Portugal se fala de beleza automóvel nin-guém fica indiferente à beleza única dos modelos da Alfa Romeo. Aí, somos líde-res.

VE- Depois da Alfa Romeo Summer Drive, que outras iniciativas se podem

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Vsexta-feira, 27 Outubro de 2006

Pablo Rosso não nega que a marca teve problemas de fiabilidade, sobretudo com o 33, mas garante que “esse tempo já lá vai, terminou, morreu”.

O IV Salão AutoClássico, que decorreu na Exponor, no Porto, de 29 de Setembro a 1 de Outubro, manteve a tendência de subida na afluência de público, tendo re-cebido, segundo a organização, mais de 45 mil visitantes ao longo dos três dias de exposição.

Em declarações à “Vida Económica”, o responsável pela empresa de comércio e re-paração de automóveis (contemporâneos e clássicos) Cardoso e Pereira, José Cardoso, referiu que a presença no certame é van-tajosa, “quanto mais não seja pelos contactos que fi-cam e pela imagem” que se passa. “Além de ser um ex-celente para conversar com muitos do visitantes sobre esta paixão comum, é uma boa forma de promoção da empresa, que complementa outros meios, como a nossa página na Internet (www.cardosoepereira.web.pt)”, acrescentou.

Além dos clássicos expostos, mereceram destaque eventos complementares. Um foi o MotorShow, em que vários pilotos mos-traram a sua destreza, entre os quais o ci-neasta Manoel de Oliveira, que, apesar dos 98 anos, não resistiu a conduzir o Ford V8 Especial (hoje propriedade de um coleccio-nador alemão) que conduziu nas décadas de 1930 a 1950. Outro foi o Topcar Porto,

a mostra de veículos usados de segmentos “premium” (mais de 225 cv para os moto-res a gasolina e 200 para os diesel).

Vinci GT com poucas definições

Um dos veículos em destaque entre os cerca de 200 expositores foi o modelo des-portivo de inspiração “retro” que a empresa de comércio e restauro de automóveis clás-

sicos Auto Museu da Maia (AMM) se propõe a produ-zir, o Vinci GT. Este veícu-lo continua sem motor nem chassis definido, apesar de a empresa manter o objectivo de em Dezembro ter o pri-meiro protótipo funcional e, a partir de Janeiro, ter o protótipo industrial, para consequente produção.

Recorde-se que o Vinci GT resulta de um investi-

mento de três milhões de euros e está a ser desenvolvido em parceria com o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel.

Com uma produção estimada de cerca de 50 unidades, terá um preço de 200 a 300 mil euros, tão exclusivos com as perfor-mances: 270 km/h de velocidade máxima e 5,6 segundos para atingir os 100 km/h.

AQUILES [email protected]

AutoClássico encheu Exponor “pelas costuras”

A quarta edição do certame receberá 45 mil visitantes.

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“SECTOR AUTOMÓVEL

É ‘GALINHAS DOS OVOS DE OURO’ FISCAL”Vida Económica- Tem sido noticiado que Governo poderá baixar o Imposto Automó-ve (IA) em 10% em 2007, transferindo esse valor para o Imposto de Circulação (selo). Como comenta?Rodrigo Silva- Temos que esperar para ver, na apresentação do Orçamento de Estado para 2007 [entrevista realizada antes da apresen-tação na Assembleia da República]. Se for para criar um IA mais justo, de certeza que será bem-vindo, se for para penalizar ainda mais o consumidor automóvel, não será. Te-nho muito medo de aumentos camuflados e todos os anos tem havido aumentos ao IA,

fazendo com que as pessoas comprem cada vez mais imposto e menos automóvel.

VE- A confirmar-se, pode piorar a perfor-mance no mercado no terceiro trimestre de 2006 ao levar ao adiamento de decisões de compra?RS- O pior que pode acontecer é a indecisão e nenhum consumidor gosta disso. Mais do que haver uma reformulação do IA, o impor-tante é que o Governo anuncie rapidamente o que vai mudar. Vamos esperar para ver, embora eu não acredite muito que o IA vá baixar.

“O PIOR QUE PODE ACONTECER É A INDECISÃO

NA REFORMA DO IA”

Vida Económica- As vendas de automóveis ligeiros desceram 6,9% em Setembro, estando o acumulado nos 5,4%. Os analistas previam uma ligeira subida, mas se calhar vai haver uma ligeira quebra...

Rodrigo Silva- O mercado espelha o que se passa com a economia e a dificuldade das empresas e das famílias e, no curto prazo, não vejo possibilidades de melhorias significativas da economia que vá aumentar a procura. Segundo os últimos dados a que tive acesso, o ciclo de recompra de automóvel em Portugal ronda os nove anos, quando em outros mercados este ronda os quatro a cin-co anos. Além disso, continuamos a ser um país onde comprar e utilizar um automóvel é altamente penalizados pelo estado.

VE- Há cerca de um ano, disse, em entrevista à “Vida Económica”, que o objectivo do grupo MFS é diversificar as áreas de actividade, ficando menos dependente do sector automóvel. Que balanço faz da opção?

RS - Há claramente uma preocupação em diversificar a actividade do grupo para não pormos os “ovos” todos no mes-mo cesto. Porém, continua a haver um forte esforço em reforçar a nossa posição no sector automóvel. O que quero dizer com isto é que não vamos diversificar à custa de desinvestir no sector automóvel. Ou seja, além dos recursos que investimos no automóvel, abrimos as portas em outros negócios, alguns deles com-plementares ao sector automóvel, que acreditamos que possam vir a ser rentáveis para os accionistas do grupo.

VE- Mas o sector automóvel já não tem a mesma rentabilidade que tinha há alguns anos...

RS- É um facto que o sector vive uma mudança e uma incerteza que, se calhar, nunca viveu, mas conhecemos momentos de crises petrolíferas e de revoluções no país, etc., em que o mercado teve oscilações. Portanto, não é

a primeira vez que o mercado vive uma crise e no grupo conhecemos momentos bons e momentos maus. E tam-bém estamos a preparar-nos para, quando o mercado der sinais mais positivos, estarmos numa posição estratégica mais vantajosa do que quando começou a crise. O último bom ano do sector foi 2000 e nos últimos quatro anos passamos a representar quatro marcas novas, sempre em contra-ciclo com o mercado nacional. Isto sempre numa perspectiva de melhorarmos a complementaridade da oferta para os nossos clientes e menos numa perspectiva de querer as marcas todas e mais algumas.

VE- Uma das quatro marcas novas é a Hyundai, que representam desde Maio. Ainda é cedo, mas já pode fazer algum balanço?

RS- É cedo para fazer um balanço exaustivo, mas já conseguimos ter algu-ma percepção. A aposta na Hyundai sur-giu porque acreditamos no seu projecto, especialmente nesta fase, em que está a apostar muito no mercado europeu. É uma marca de um grupo que já é o sexto maior do mundo, é uma marca coreana – e o grupo só tinha marcas japonesas e europeias – e tem uma gama muito alar-gada. As vendas este ano não são o mais importante, porque há obstáculos natu-rais de reconhecimento, apesar das cam-panhas que temos feito, mas têm sido

positivas e estamos dentros dos objectivos definidos, pelo que esperamos chegar ao fim do ano com mais de meia centenas de unidades vendidas.

Sector automóvel continua a ser o mais impor-tante no grupo

VE- Como conta o grupo fechar o ano em termos de unidades vendidas e qual o ordenamento por mar-ca?

RS- Contamos fechar 2006 com cerca de um milhar

de unidades novas. O negócio automóvel no grupo está a ter um ano positivo. Agora, já estamos a trabalhar é para outros anos...

VE- Que novidades é que se podem esperar do gru-po MFS em 2007?

RS- Voltando à pergunta com que começou a entre-vista, estamos interessados em diversificar nossa activi-dade, mas também estamos interessados em reforçar a nossa posição no sector automóvel. Posso adiantar que até 2010 queremos duplicar o número de marcas que re-presentamos, para 10, e as vendas por ano que efectua-mos. Nessa altura, poderemos ter todos os segmentos de produto para satisfazer qualquer tipo de necessidade que os nossos clientes possam ter.

VE- Posso concluir que, à escala portuguesa, que-rem passar da classe média-alta para a classe alta dos grupos retalhistas do sector automóvel?

RS- Este objectivo prende-se com a forma como enca-ramos o negócio e não tanto pela dimensão. Em 2000 tí-nhamos duas marcas e hoje temos cinco – e seriam sete, se a MG e a Rover não tivessem falido. Portanto, esta é uma questão estratégica e não de ganhar dimensão só por si. No que queremos ser grandes é na satisfação de clientes, dos nossos colaboradores e dos resultados e da rentabilidade para os accionistas. A dimensão não é, então, um objectivo em si, mas antes uma consequência da estratégia.

VE- E com essa estratégia também se protegem de aquisições por parte de outros grupos...

RS- Nós não estamos nem para comprar ninguém, nem para ser comprados. O grupo tem uma estratégia definida a longo prazo e é essa visão que nos dá alguma estabilidade para, no curto e no médio prazo, não fa-zermos “asneiras” e termos os pés bem assentes no chão. É lógico que se até 2010 vendermos o dobro, obrigato-riamente vamos ganhar dimensão, mas, repito, será uma consequência e não um objectivo.

AQUILES [email protected]

Avança Rodrigo Silva, em entrevista

Grupo MFS quer duplicar dimensão em quatro anosA MFS quer duplicar o número de marcas representadas, para 10, e de unidades vendidas, para cerca de duas mil unidades por ano, até 2010. Em entrevista à “Vida Económica”, Rodrigo Silva, um dos administradores do grupo sediado na Maia, garante que “a dimensão não é um objectivo, mas antes uma consequência da estratégia”: “O grupo tem uma estratégia definida a longo prazo e é essa visão que nos dá alguma estabilidade para, no curto e no médio prazo, não fazermos ‘asneiras’ e termos os pés bem assentes no chão. É lógico que se até 2010 vendermos o dobro, obrigatoriamente vamos ganhar dimensão, mas, repito, será uma consequência e não um objectivo”.

O ciclo de recompra em Portugal é de nove anos, enquanto em outros mercados é de cinco

“Se até 2010 vendermos o dobro, obrigatoriamente vamos ganhar di-mensão, mas será uma consequência e não um objectivo”, garante Ro-drigo Silva.

sexta-feira, 27 Outubro de 2006VI

Vida Económica- O aumento da consciên-cia ambiental e o aumento da utilização de transportes públicos ao invés do individual não pode legitimar a maior pressão fiscal do Estado?Rodrigo Silva- Falta legitimidade ao Esta-do desde logo ao ter mais despesa do que a receita e quando não sabe gerir as recei-tas que tem. Além disso, a própria elec-tricidade que o país consome é produzida em centrais que consomem combustíveis fósseis, ou seja, não polui no destino, mas polui na origem. Por outro lado, o Estado não abdica da “galinha dos ovos de ouro”

e mantém o sector como grande financia-dor.

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“Paleta” com mais corA Citroën alargou a “família” de monovolumes para três elementos. Situado, em termos de dimensões, entre o Xsara Picasso e o C8, o modelo é proposto, no mercado nacional, apenas com motores diesel.

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A Citroën lançou em Portugal o C4 Picasso, um modelo de sete lugares que alarga para três a gama de monovolumes do constru-tor, situando-se entre o C8 (o maior) e o Xsara Picasso (o mais pequeno), que não vai ser descontinuado. Na conferência de imprensa da apresentação interna-cional do modelo, que de-correu em Montauban, em França, Gérald Ponce, do departamento de comuni-cação da Automobiles Ci-

troën, referiu que “a oferta de monovolumes vai de 4,3 a 4,9 metros de com-primento” e que o subseg-mento de 4,5 a 4,9 metros “tem uma oferta restrita de modelos, pelo que há uma oportunidade para três ou quatro modelos”.

Com 4,59 m compri-mento, 1,83 de largura e 1,66 de altura, o Citroën C4 Picasso tem a assinatu-ra “Visionspace”, ou seja, espaço e visão. Em maté-ria de visibilidade, a marca

garante que o modelo tem a maior superfície vidrada do segmento, a qual pode chegar aos 6,4 m2, quan-do equipado com o tecto panorâmico (opcional). Mas a maior inovação do modelo neste capítulo é o pára-brisas panorâmico de grandes dimensões (de série em todas as versões), que duplica a visibilidade à frente. A trave de supor-te foi recuada mais de 30 cm relativamente à média dos monovolumes com-

pactos, sendo as cortinas para o sol recolhíveis, se-melhantes às utilizadas nos helicópteros ou nos comboios TGV.

Outro facto que contri-bui para a sensação de es-paço a bordo é a ausência de consola central, o que é potenciado em caixas de velocidade de funcio-namento automático, já que o selector surge junto ao volante multifunções

de centro fixo “herdado” do C4. No caso da caixa manual, a manete “sai” do tablier, onde também está o comando do travão de mão eléctrico, que está as-sociado ao apoio ao arran-que em subidas.

Em termos de capacida-de da bagageira, o modelo oferece 576 litros na con-figuração de cinco lugares (893 até ao tejadilho) e 208 litros com sete lugares.

100% diesel em Portugal

Quanto a motores, o modelo vai contar, no mer-cado português, apenas com opções turbodiesel, o 1.6 HDi com 110 cv e o 2.0 HDi com 138 cv. O primeiro pode ter acopla-da a caixa manual de cinco velocidades ou a caixa ma-nual pilotada (de funcio-namento automático) de seis marchas. Já o motor 2 litros vai ser proposto com caixa manual pilotada, de-vendo, numa fase posterior da comercialização, rece-ber uma caixa automática convencional.

Em outros mercados, estão disponíveis também dois propulsores a gasoli-na, um 1.8 com 127 cv e um 2.0 com 143 cv. Ma-rília Custódio, gestora de produto do Citroën C4 Picasso da Automóveis Citroën, representante da marca em Portugal, jus-tifica a opção no facto de “93% da mercado neste segmento” é composto por motores diesel. “Os clien-tes que fizerem questão de optar pela gasolina podem sempre fazê-lo, mediante encomenda, mas os prazos de entrega serão diferen-tes”, acrescenta a mesma fonte.

AQUILES [email protected]

São quatro os níveis de equipamento por que o Citroën C4 Picasso é proposto: Base, SX, Confort e Exclusive. O primeiro faz jus ao nome e é apenas completo em termos de segurança – oferece ESP (controlo de estabilidade), travão de esta-cionamento eléctrico, sete airbags e quatro assentos com Isofix –, obrigando quem deseja ter rádio com CD e ar condicionado manual tem de “subir” ao SX. O Confort junta a estes elementos jantes de liga leve, ar condicionado automático e vidros eléctricos atrás, entre outros. O mais completo, o nível Exclusive oferece ainda, por exemplo, estofos em alcântara e sensores de estacionamento.O motor 1.6 HDi com caixa manual está disponível em todos os níveis, ficando o Confort e o Exclusive destinados apenas ao 1.6 HDi com caixa pilotada e ao 2.0 HDi. Marília Custódio acredita que o grosso das vendas em Portugal será do nível Confort com o motor 1.6.

QUATRO NÍVEIS DE EQUIPAMENTO

VIIsexta-feira, 27 Outubro de 2006

Preços entre 26 600 e 37 mil euros

Base SX Confort Exclusive1.6 HDi 26 600 27 800 29 400 32 1001.6 HDi CMP - - 30 200 32 9002.0 HDi CMP - - 34 300 37 000

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O regresso de um mitoCerca de uma década depois, o Suzuki Swift volta a ter uma versão desportiva. Proposto por 21 600 euros, o modelo mantém-se aguerrido, mas também é, segundo a marca, mais seguro

O Suzuki Swift já recebeu a versão Sport, que remete para a enérgica versão GTI da primeira geração do modelo japonês, a qual fez as delícias de muitos jovens apai-xonados por automóveis ao longo das dé-cadas de 1980 e 1990.

Em relação à versões “normais”, o Swift Sport tem novos pára-choques, com duas aberturas de ar à frente. Na traseira, as óp-ticas têm novo desenho e há um “spoiler” na extremidade traseira do tejadilho e duas ponteiras no escape. A vista lateral é realça-da pelas jantes de grandes dimensões. No interior, há uma combina-ção entre vermelho e preto, bancos dianteiros específi-cos e componentes de apa-rência metálica, incluindo um painel de instrumentos com três mostradores e pe-dais em aço inoxidável.

Não fosse este um mo-delo desportivo, a princi-pal diferença está, porém, no motor. O Suzuki Swift Sport monta um 1.6 a ga-solina com 125 cv capazes de levarem o pequeno modelo aos 200 km/h de velocidade máxima e aos 100 km/h em 8,9 segundos. Os consumos não serão a principal preocupação dos potenciais com-pradores do modelo, mas, ainda assim, a marca anuncia um valor razoável de 7,2 litros aos 100 km em percurso misto.

Principal diferença face à primeira geração é a segurança

Para fazer face ao aumento de potência, a versão desportiva também apresenta dife-renças na estrutura. De facto, chassis e sus-pensões têm a mesma estrutura básica dos

demais Swift, mas foram alvo de melhora-mentos. Além disso, como hoje a realidade do sector automóvel é outra e as preocu-pação das marcas e dos consumidores com a segurança é incomparavelmente maior, o Suzuki Swift Sport apresenta seis airbags e ESP (controlo de estabilidade) de série.

Esta preocupação da Suzuki com a segu-rança não é, por isso, de estranhar. É que o grande senão do Swift GTI, como o de outros pequenos “diabos” concorrentes da altura, era não corresponder em termos de segurança a performance do motor.

Aliás, este modelo e os seus principais concorren-tes, como, por exemplo, o Citroën AX GTI ou os Volkswagen Polo GT e G40, entre outros, tinham fama por fazer as delícias dos jovens (e menos jovens) condutores apaixonados em termos de performance, mas o comportamento des-te modelos em estrada era muito pouco equilibrado e a capacidade de travagem

insuficiente. Mas não era só a segurança activa que era pouca, também a passiva não mostrava grande resistência a choques. Esta menor preocupação com a segurança, em conjunto com a inconsciência de al-guns condutores, levou a que muitos “bap-tizassem” estes pequenos desportivos como carros perigosos. Felizmente que os novos desportivos desta natureza, apesar de terem pequenas dimensões, estão a anos-luz dos modelos que os antecederam, tanto em ter-mos de segurança activa, como passiva.

Disponível apenas na carroçaria com três portas, o modelo é proposto em Portugal por 21 600 euros. A porta-voz da Cim-

Hyundai quer continuar a “seduzir”Europa

A Hyundai quer manter o cres-cimento que tem registado na Europa, que lhe valeu um cresci-mento de 218% nas vendas entre 1995 e 2005, de 110 mil para 350 mil unidades vendidas. Estes números significam cerca de 2% de quota de mercado e o segundo lugar entre os construtores asiáti-cos, com a Nissan muito próxima (o líder continua a ser a Toyota, com cerca de 5%).

Na apresentação da nova sede da Hyundai Motor Europe (HME), nos arredores de Frankfurt, o pre-sidente desta filial, Y.K. Oh, afir-mou que os objectivo do constru-tor é ser “ainda mais atractivo para os clientes europeus e manter a liderança na qualidade e satisfação de clientes”. Para conseguir atingir essa meta, a marca vai introduzir novos modelos em todos os seg-mentos, introduzir novos valores e manter a aposta no patrocínio aos maiores eventos futebolísticos mundais. Além disso, está a cons-truir uma fábrica na República Checa. Localizada perto de Ostra-va, a unidade, que resulta de um investimento de 1,3 mil milhões de euros, estará pronta em 2008 e terá uma capacidade instalada de 300 mil unidades por ano.

A Hyundai é comercializada no mercado europeu desde 1978, mas a verdadeira entrada da mar-ca só se deu ao longo da década

A marca conta vender em Portugal uma média de 100 Swift Sport por ano

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sexta-feira, 27 Outubro de 2006VIII

de 1990. Foi, porém, a partir de 2000 que a Europa entrou, em definitivo, nas “contas” do cons-trutor com a criação da HME. Sempre baseada na Alemanha, a filial da marca coreana começou

num espaço a arrendado em Ech-born (Alemanha) e transferiu-se em 2003 para instalações pró-prias, situadas em Rüsselsheim. Com o arranque da nova sede, este espaço passa a ser integral-mente ocupado pelo centro euro-peu de Investigação & Desenvol-vimento da Hyundai, que acaba de receber novas áreas destinadas ao desenvolvimento e teste de motores bem como um novo es-túdio de design.

Situada em Offenbach, per-to de Frankfurt, a nova sede da HME resulta de um investimento superior a 50 milhões de euros e vai passar a albergar as as divisões europeias de vendas, marketing e após-venda.

AQUILES PINTO (EM FRANKFURT)[email protected]

pomóvel Veículos Ligeiros, Ana Guerrei-ro, disse à “Vida Económica” que o Swift Sport “tem um excelente posicionamento” face aos concorrentes – os principais são o Citroën C2 VTS, que tem motor 1.6 de 125 cv e custa 21 445 euros, e o Mitsubishi Colt CZT Turbo, que tem motor 1.5 de 150 cv e é proposto por 22 550 euros –, pelo que a marca conta vender uma média de 100 unidades por ano em Portugal.

Além disso, como reconhece Ana Guer-reiro, o Suzuki Swift Sport pode contri-buir para construir a imagem do modelo no mercado nacional. “Estas versões têm pouca representatividade em termos de vo-lume, mas são importantes em termos de

Suzuki Swift Sport

Cilindrada: ............................ 1586 ccPotência: ................................125 cvVel. máx.: ............................200 km/h Acel. O-100 km/h: ................... 8,9 seg.Cons. Misto: ..................7,2 L/100 km Preço: .......................... 21 000 euros

imagem, além de permitirem divulgar o resto da gama do modelo, que, no caso do Swift, é muito completa, com carroçarias de três e cinco portas e motores diesel e a gasolina.

AQUILES [email protected]