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1 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela Empresarial III – Títulos de Crédito PROF: Rubia Carneiro Neves - [email protected] UNIDADE I – PARTE GERAL ...................................................................................................... 3 Introdução:..................................................................................................................................... 3 Histórico dos Títulos de Crédito: ................................................................................................... 3 Conceito: ....................................................................................................................................... 4 Características dos Títulos de Crédito: ......................................................................................... 4 PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ................................................................................. 5 Cartularidade: ................................................................................................................................ 5 Literalidade: ................................................................................................................................... 5 Autonomia: .................................................................................................................................... 5 CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ........................................................................ 6 Quanto ao modelo: ........................................................................................................................ 6 Quanto à estrutura: ....................................................................................................................... 6 Quanto ao modo de criação: ......................................................................................................... 6 Quanto à circulação: ..................................................................................................................... 7 LETRA DE CÂMBIO ..................................................................................................................... 8 Lei uniforme de Genebra: .............................................................................................................. 8 Letra de Câmbio ............................................................................................................................ 8 Reservas feitas pelo Brasil ............................................................................................................ 9 ACEITE NA LETRA DE CÂMBIO ................................................................................................ 9 Formas de vencimento da LC: art. 33, LUG: .............................................................................. 10 Forma do aceite (art. 25, LUG): .................................................................................................. 10 Quem aceita a letra: .................................................................................................................... 10 Sacado pode: .............................................................................................................................. 10 AULA 05 – ENDOSSO ............................................................................................................... 12 AVAL ........................................................................................................................................... 14 Conceito: ..................................................................................................................................... 14 Forma: ......................................................................................................................................... 14 Outorga conjugal: ........................................................................................................................ 15 Aval parcial: ................................................................................................................................. 15 Responsabilidade do avalista:..................................................................................................... 15 Direitos do avalista: ..................................................................................................................... 16 Avais simultâneos: ...................................................................................................................... 16

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1 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Empresarial III – Títulos de Crédito

PROF: Rubia Carneiro Neves - [email protected]

UNIDADE I – PARTE GERAL ........................... ........................................................................... 3

Introdução: ..................................................................................................................................... 3

Histórico dos Títulos de Crédito: ................................................................................................... 3

Conceito: ....................................................................................................................................... 4

Características dos Títulos de Crédito: ......................................................................................... 4

PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ................................................................................. 5

Cartularidade: ................................................................................................................................ 5

Literalidade: ................................................................................................................................... 5

Autonomia: .................................................................................................................................... 5

CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO .............. .......................................................... 6

Quanto ao modelo: ........................................................................................................................ 6

Quanto à estrutura: ....................................................................................................................... 6

Quanto ao modo de criação: ......................................................................................................... 6

Quanto à circulação: ..................................................................................................................... 7

LETRA DE CÂMBIO ................................... .................................................................................. 8

Lei uniforme de Genebra: .............................................................................................................. 8

Letra de Câmbio ............................................................................................................................ 8

Reservas feitas pelo Brasil ............................................................................................................ 9

ACEITE NA LETRA DE CÂMBIO ......................... ....................................................................... 9

Formas de vencimento da LC: art. 33, LUG: .............................................................................. 10

Forma do aceite (art. 25, LUG): .................................................................................................. 10

Quem aceita a letra: .................................................................................................................... 10

Sacado pode: .............................................................................................................................. 10

AULA 05 – ENDOSSO ................................. .............................................................................. 12

AVAL .............................................. ............................................................................................. 14

Conceito: ..................................................................................................................................... 14

Forma: ......................................................................................................................................... 14

Outorga conjugal: ........................................................................................................................ 15

Aval parcial: ................................................................................................................................. 15

Responsabilidade do avalista:..................................................................................................... 15

Direitos do avalista: ..................................................................................................................... 16

Avais simultâneos: ...................................................................................................................... 16

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2 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

AULA 07 – VENCIMENTO E PAGAMENTO DO TÍTULO DE CRÉDI TO.................................. 16

PROTESTO ................................................................................................................................. 19

NOTA PROMISSÓRIA .................................. .............................................................................. 20

1) Conceito .................................................................................................................................. 20

2) Requisitos (art 75 e 76 LUG) .................................................................................................. 21

3) Regime Jurídico ...................................................................................................................... 21

4) Emissão de Nota Promissória vinculada a contrato ............................................................... 21

ENTREGA DA 1ª PROVA: .............................. ........................................................................... 22

CHEQUE ..................................................................................................................................... 23

DUPLICATA ......................................... ....................................................................................... 27

1) Conceito: ................................................................................................................................. 27

2) Fatura: ..................................................................................................................................... 27

3) Nota Fiscal-Fatura: .................................................................................................................. 27

4) Elementos Pessoais: ............................................................................................................... 27

5) Requisitos:............................................................................................................................... 28

6) Padronização das Duplicatas:................................................................................................. 28

7) Emissão das duplicatas: ......................................................................................................... 28

8) Aceite ou recusa do aceite: ..................................................................................................... 28

9) Protesto da Duplicata: ............................................................................................................. 29

9.2) Protesto da Duplicata de Prestação de Serviço: ................................................................. 30

10) Execução da Duplicata: ........................................................................................................ 31

Boleto Bancário x Duplicata: ....................................................................................................... 31

OUTROS TÍTULOS DE CRÉDITO ............................................................................................. 32

CÉDULA DE CRÉDITO RURAL ................................................................................................. 32

OUTRAS CÉDULAS ................................................................................................................... 32

CÉDULA DE PRODUTO RURAL – LEI 8929/94: ....................................................................... 33

CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO ........................................................................................... 33

EXEQUIBILIDADE DA CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO: 2 CORRENTES .......................... 33

Adendo: questão dos juros: ......................................................................................................... 34

EXEQUIBILIDADE DA CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO: EXCEÇÃO .................................. 34

CDCA – CERTIFICADO DE DIREITOS CREDITÓRIOS DO AGRONEGÓCIO ........................ 34

LCA – LETRA DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO ................................................................... 35

NCA – NOTA COMERCIAL DO AGRONEGÓCIO (AGRINOTE) ............................................... 36

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3 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

06/03/2013

Provas:

Provas individuais, com consulta à lei e abertas.

Prova 1: 30pts: 17/04.

Prova 2: 30pts: 15/05.

Prova 3: 40pts: 19/06.

Bibliografia:

BULGARELLI. “Títulos de Crédito”.

MARTINS, Fran. “Títulos de Crédito”.

ROSA JR. “Títulos de Crédito”.

TOMAZETE. “Curso de Direito Empresarial”, v.2.

COSTA, Wille. “Títulos de Crédito”.

MIRANDA. “Curso Teórico e Prático dos títulos de crédito”.

FERNANDES, Sean. “Títulos de crédito” (coletânea de artigos de professores mineiros).

NEVES, Rúbia. “Cédula de Crédito: doutrina e jurisp rudência”.

Legislação:

DEC 2044/1908 – Letra de câmbio e nota promissória. OBS: atualmente são títulos pouco usados, mas sua legislação serve de base para outros títulos de crédito.

DEC 57663/1966 – Lei Uniforme de Genebra (LUG).

Unidade I – Parte Geral

1) Histórico; 2) Conceito; 3) Características

Introdução:

Os títulos de crédito se inserem em contexto importante da sociedade. Empréstimos, financiamentos, etc.

Crédito: relação creditícia possui 2pólos, credor e devedor. Credor é alguém que poupou, que não consumiu toda a renda. Devedor é aquele deficitário, que consumiu mais que a renda.

Efeitos do Direito Cambial: circulação livre, circulação segura.

Histórico dos Títulos de Crédito:

Letra de câmbio (LC) foi o primeiro título de crédito criado na história. Idade Média: séculos XII e XIII, na época do renascimento comercial em Gênova e Veneza. Cidades com regimentos próprios e moedas próprias. Surge o contrato de câmbio para facilitar as negociações, o câmbio manual.

Câmbio trajetício: contrato de câmbio para viagens. As viagens eram perigosas e as pessoas não queriam carregar dinheiro.

Letra de Câmbio ou Carta de Câmbio: ordem para que o representante na outra cidade entregasse o dinheiro.

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DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013

Conceito:

VIVANTE, Cesari: “Documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado”.

Diferença entre título de crédito e contrato: o TC é documento transferido.

TC não era definido por lei até 2002. Art. 887, CC, estabelece que o TC deve seguir requisitos da lei.

Art. 887, CC: O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito litera l e autônomo nele contido , somente produz efeito quando

Características dos Títulos de Crédito:

1) Regulado pelo Direito Comercial;2) Bem móvel; 3) “Pro solvendo”; 4) Circulação; 5) Obrigação quesível; 6) Título de resgate; 7) Executividade (art. 585, I, CPC);8) Presunção de liquidez e certeza;9) Formalismo; 10) Solidariedade cambial.

Regulado pelo Direito Comercial: Letra de Câmbio foi criada e aprimorada por banqueiro e comerciante. Hoje é regulado pelo Direito Comercial por apego à tradição. Napoleão (1807): atos de comércio. Mesmo não comerciante, aquele que praticasse atos de comércio seria regido pelo Direito Comercial.

Bem móvel: TC possui fácil transporte. Quem o porta é o dono, se emitido ao portador.

“Pro solvendo”: TC incorpora obrigação “pro solvendo”, isto é, o seu pagamento não extingue a obrigaç(???).

VER OBRIGAÇÃO PRO SOLVENDO E PRO SOLUTO!!!

Circulação: TC inicialmente foi criado para resolver problema de transporte, mas percebeucircular de mão em mão, antes do vencimento, bastando apenas um

Obrigação quesível: como circula de mão em mão, o devedor não sabe para quem está devendo, assim o credor deve ir atrás do pagamento.

Título de resgate: sua entrega é necessária para o resgate.

Presunção de liquidez e certeza: O TC nasce, em geral, de um contrato. Prevê valor certpresunção de liquidez e certeza.

Formalismo: TC deve ser preenchido com rigor, justamente para poder circular e ter presunção de liquidez e certeza. Isso confere segurança jurídica.

Solidariedade cambial: diferentemente da solidariedade só. Ela é compartimentada. Nem sempre todos os devedores da letra poderão ser acionados.

Exemplo:

Rúbia emite nota promissória, com vencimento de 1 ano, em favor de Fabiano. Fabiano é credor e beneficiário, mas precisa do dinheiro antes do vencimento e

Titulos de Credito - Aulas 2013-1

Danilo Milagres Ruela

VIVANTE, Cesari: “Documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado”.

Diferença entre título de crédito e contrato: o TC é documento necessário e suficiente

TC não era definido por lei até 2002. Art. 887, CC, estabelece que o TC deve seguir requisitos da lei.

documento necessário ao exercício do direito litera l e autônomo nele , somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei .

Características dos Títulos de Crédito:

pelo Direito Comercial;

Executividade (art. 585, I, CPC); Presunção de liquidez e certeza;

Regulado pelo Direito Comercial: Letra de Câmbio foi criada e aprimorada por banqueiro e comerciante. Hoje é regulado pelo Direito Comercial por apego à tradição. Napoleão (1807): atos de comércio. Mesmo

que praticasse atos de comércio seria regido pelo Direito Comercial.

Bem móvel: TC possui fácil transporte. Quem o porta é o dono, se emitido ao portador.

“Pro solvendo”: TC incorpora obrigação “pro solvendo”, isto é, o seu pagamento não extingue a obrigaç

VER OBRIGAÇÃO PRO SOLVENDO E PRO SOLUTO!!!

Circulação: TC inicialmente foi criado para resolver problema de transporte, mas percebeucircular de mão em mão, antes do vencimento, bastando apenas um endosso .

circula de mão em mão, o devedor não sabe para quem está devendo, assim o

Título de resgate: sua entrega é necessária para o resgate.

Presunção de liquidez e certeza: O TC nasce, em geral, de um contrato. Prevê valor cert

Formalismo: TC deve ser preenchido com rigor, justamente para poder circular e ter presunção de liquidez e certeza. Isso confere segurança jurídica.

Solidariedade cambial: diferentemente da solidariedade civil, a cambial não coloca os devedores em 1pólo só. Ela é compartimentada. Nem sempre todos os devedores da letra poderão ser acionados.

Rúbia emite nota promissória, com vencimento de 1 ano, em favor de Fabiano. Fabiano é credor e precisa do dinheiro antes do vencimento e faz endosso ao Banco do Brasil, o qual lhe

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Danilo Milagres Ruela

VIVANTE, Cesari: “Documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado”.

necessário e suficiente e pode ser

TC não era definido por lei até 2002. Art. 887, CC, estabelece que o TC deve seguir requisitos da lei.

documento necessário ao exercício do direito litera l e autônomo nele

Regulado pelo Direito Comercial: Letra de Câmbio foi criada e aprimorada por banqueiro e comerciante. Hoje é regulado pelo Direito Comercial por apego à tradição. Napoleão (1807): atos de comércio. Mesmo

que praticasse atos de comércio seria regido pelo Direito Comercial.

Bem móvel: TC possui fácil transporte. Quem o porta é o dono, se emitido ao portador.

“Pro solvendo”: TC incorpora obrigação “pro solvendo”, isto é, o seu pagamento não extingue a obrigação

Circulação: TC inicialmente foi criado para resolver problema de transporte, mas percebeu-se que poderia

circula de mão em mão, o devedor não sabe para quem está devendo, assim o

Presunção de liquidez e certeza: O TC nasce, em geral, de um contrato. Prevê valor certo, por isso possui

Formalismo: TC deve ser preenchido com rigor, justamente para poder circular e ter presunção de liquidez e

civil, a cambial não coloca os devedores em 1pólo só. Ela é compartimentada. Nem sempre todos os devedores da letra poderão ser acionados.

Rúbia emite nota promissória, com vencimento de 1 ano, em favor de Fabiano. Fabiano é credor e faz endosso ao Banco do Brasil, o qual lhe

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

paga R$8000,00. O Banco do Brasil faz endosso à Caixa, a qual lhe paga R$7000,00, mas exige avalista. Ao vencer o título, se Rúbia não paga, os demais são corresponsáveis. CEF pode cobrar de Fabiano, mas Fabiano não pode cobrar do BB, pois este já lhe pagou a quantia. Fabiano só poderá entrar contra Rúbia.

13/03/2013

Aula 02

Princípios dos Títulos de Crédito

1) Cartularidade; 2) Literalidade; 3) Autonomia.

Cessão civil x Endosso: Cessão civil é negócio jurídico bilateral (art 286 CC). Endosso aplica-se aos títulos de crédito e processa a transferência do documento e do direito, independente da causa (art 887 CC).

Exemplo: Ana é credora de Paulo, em contrato de mútuo no valor de R$10.000,00. Ana passa o crédito a Maria por meio de cessão civil. Paulo não precisa concordar, mas deve ser notificado. Maria (cessionária) passa a ser titular do crédito de Ana, com todas as suas garantias, acessórios, benefícios e problemas.

Com relação ao endosso, o devedor não pode opor-se ao novo credor, pois o direito é literal e autônomo. Deve pagar o que está escrito, não interessando as circunstâncias do contrato que gerou o título.

Os princípios dos títulos de crédito estão ligados aos elementos do art 887 CC.

Cartularidade:

Cártula é papel ou documento. Significa que o documento será necessário e suficiente .

Exemplos de exceção ao princípio da cartularidade: RESP 330.086/MG e RESP 878.944/DF.

STJ - REsp330086 / MG: I - A juntada da via original do título executivo extrajudicial é,em princípio, requisito essencial à formação válida do processo deexecução, visando assegurar a autenticidade da cártula apresentada eafastar a hipótese de ter o título circulado, sendo, em regra, nulaa execução fundada em cópias de cheques, ainda que autenticadas.II – Devolvidos, no entanto, os originais dos cheques ao credor pordecisão judicial, tendo em vista inexistência de cofre no cartório,e reapresentados em audiência, sem qualquer impugnação àautenticidade da cópia apresentada, não há falar em nulidade.Recurso não conhecido, com ressalvas quanto à terminologia.

STJ - REsp878944 / DF: 4 - É possível o prosseguimento da execução com a cópia da notapromissória quando o título original, juntado com a petição inicial,foi extraviado no curso do processo e não há impugnação quanto à suaexistência ou autenticidade.

Literalidade:

Vale a quantia que está escrita. Se o título for nominal, o credor será a pessoa que está escrita. Só serão válidos os direitos que estão escritos no título.

Assinatura falsa no endosso e na cessão civil: Se há assinatura falsa na cessão civil, a responsabilidade se transfere para o cessionário (Maria)(?). Isso não ocorreria com o endosso(?).

Art7, anexo I, DEC 57663/1966: Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser v alidas.

Autonomia:

Significa que a causa que deu origem à emissão/saque do título não se vincula ao título. Ele não leva os vícios e questionamentos da causa originária.

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6 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Independência e abstração : direito desvinculado da causa, independente.

Restrição à autonomia: a autonomia do título poderá ser restringida, desde que a restrição conste por escrito no título.

Exemplo: se emitir cheque para pagamento de prestação de serviço, é possível escrever a finalidade no verso (“Este cheque foi emitido para o fim de confecção de armário...”), o que torna o título causal . A causalidade compromete a plena autonomia do título.

ATENÇÃO: do princípio da autonomia decorre o princípio da inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa fé . Por este princípio, causas pessoais não poderão ser alegadas para justificar o não pagamento do título a 3º.

Exemplo: o armário não foi feito, e o cheque (não causal) já foi repassado a terceiros. A não confecção do armário não pode ser justificativa para o não pagamento do cheque.

OBS: o título causal não significa que o 3º que o recebe age de má fé, mas levanta indícios, uma vez que ele terá ciência da finalidade do cheque.

Classificação dos Títulos de Crédito

A classificação não é feita por lei, mas sim por doutrina. As classificações possuem problemas e algumas são controversas. Por exemplo, alguns autores classificam como títulos impróprios o vale-transporte, o ingresso de cinema, etc. Outros consideram as ações de uma companhia.

Quanto ao modelo:

1) Livre; 2) Vinculado.

Modelo livre: título possui forma livre, desde que respeitados os requisitos básicos (obrigatórios). Exemplo: nota promissória, letra de câmbio.

Modelo vinculado: títulos que devem respeitar o modelo (forma) do Conselho Monetário Nacional (CMN). Exemplo: duplicatas e cheques.

Quanto à estrutura:

1) Ordem de pagamento; 2) Promessa de pagamento.

Ordem de pagamento: envolve 3 figuras: emitente, sacado e tomador . Emitente (sacador) é quem dá a ordem; sacado é a quem a ordem é dada; e tomador é o beneficiário ou credor. Exemplos: cheque (ordena ao banco que pague), letra de câmbio e duplicata.

Promessa de pagamento: envolve 2 figuras: devedor e credor. Exemplo: nota promissória, cédula de crédito.

20/03/2013

Quanto ao modo de criação:

1) Causal

2) não causal

Não causal: Título de crédito que não se vincula à sua causa originária. não se sabe qual NJ deu origem à ordem. Não se sabe por que o sacador deu a ordem, porque o sacado deveria aceitar. Ex: letra de câmbio, nota promissória, cheque.

Os títulos não causais podem tornar-se causais, caso se coloque alguma observação. Isso não modifica sua natureza não-causal, mas compromete o princípio da autonomia e da inoponibilidade aos terceiros de boa fé.

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7 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Causal: Menciona o NJ subjacente. Ex: duplicata, cédula de crédito. Títúlo vinculado. Menciona o número da nota fiscal fatura, a qual menciona o produto, o preço, etc.

Quanto à circulação:

1) ao portador;

2) nominativo.

a) à ordem

b) não à ordem

c) registrados

1) aquele que se transfere pela traditiomanus (entrega em mãos). Ex: cheque ao portador.

2a) circula por meio de endosso . Declaração do tipo endosso coobriga o endossante. Ex: cheque nominal pode ser endossado e passado a terceiros.

2b) circula por meio de cessão civil . Ex: cheque possui cláusula “à ordem”. Se riscar essa cláusula, se tornará não à ordem. A cessão civil exige notificação ao dono do cheque.

2c) art. 921, CC.Se transfere pela entrega e registro no livro próprio.

Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.

OBS1: Os títulos nominativos registrados foram criados com o CC. Não haviam antes.

OBS:2: Ordenamento jurídico brasileiro

OBS3: existe a possibilidade, mas não existe lei específica criando esse tipo de título.

2c) se assemelha à ação nominativa registrada. Art. 31, L6404:

Art. 31. A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de "Registro de Ações Nominativas" ou pelo extrato que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações.

§ 1º A transferência das ações nominativas opera-se por termo lavrado no livro de "Transferência de Ações Nominativas", datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus legítimos representantes.

OBS: as ações negociadas na bolsa não são assim, são escriturais, isto é, são registradas na escrituração da companhia. Permanecem em mãos da instituição negociante.

PROCURAR SABER SOBRE: títulos de crédito eletrônicos x títulos de créditos escriturais.

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8 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Aula 03

Letra de Câmbio

- Lei uniforme de Genebra sobre letras de câmbio e notas promissórias (LUG) (D 2044/1908) e reservas feitas pelo Brasil ao LUG.

- Letra de câmbio:

a) conceito

b) partes integrantes

c) requisitos

d) aceite.

Lei uniforme de Genebra:

D 2044/1908 regula letras de câmbio e notas promissórias.

1930: LUG.

1966: Brasil introduz LUG no ordenamento jurídico. DEC 57663.

Anexo I: regras sobre LC e NP

Anexo II: reservas.

Perceberam-se incompatibilidades entre o anexo I e o ordenamento de cada país da convenção. Decidiram flexibilizar alguns aspectos do anexo I, mediante as reservas. Fizeram 23 reservas.

Brasil adotou 13 reservas. As regras que o Brasil reservou estão no D2044/1908 (? se traduzem nele?).

Anexo I:

art. 1 regulamenta letra de câmbio.

art. 75: regulamenta nota promissória.

Anexo II: Brasil não adotou todas as reservas, somente as elencadas no preâmbulo do decreto.

Letra de Câmbio

Conceito: ordem dada por uma pessoa a outra para pagar a uma terceira.

Partes integrantes:

1) SAcador: quem dá a ordem. Emitente. 2) Sacado: para quem a ordem é dada. 3) Tomador: beneficiário ou portador. Aquele que receberá o valor da letra

Letra de câmbio foi criada para facilitar o comércio entre cidades diferentes, que usavam moedas diferentes.

Nos dias de hoje, dependerá da pessoa possuir criatividade para usar esse título (?). Hoje há travel cheque, cartão de crédito internacional, cartão de débito internacional. Hoje a letra de câmbio poderia ser usada para comprar uma máquina na Itália.

Aceite:

Declaração cambial que compete ao sacado, que se apuser na Letra de Câmbio, passa a ser o principal devedor.

O fato de sacar a letra indicando o sacado, não o obriga. Há necessidade do aceite.

A letra traz consigo a noção de promessa de pagamento, pois o sacado não deu aceite.

Requisitos (anexo I:

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DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013

1) Estar escrito “letra de câmbio”.

2) Mandato: ordem.

3) Nome daquele que deve pagar. Deve ter também CPF e identidade (L6268/1975).

4) Época do pagamento;

5) Indicação do lugar onde efetuar o pagamento;

6) Nome da pessoa a quem a ordem será paga;

7) Indicação de data e lugar onde a letra pasar.

8) Assinatura do sacador.

OBS: Item 4, 5 e 7 (parte final) não são absolutamente essenciais (art. 2, anexo I). Sua ausência não invalida a letra. Pois há estratégias pa

Se não há indicação de tempo de pagamento, será considerado à vista.

Se não indicar o local do pagamento, supre

Se não indicar o local de passamento, consdiera

Reservas feitas pelo Brasil

1) Art. 2º, anexo II:

Refere-se ao Art. 1º, nº 8. Anexo I. Ao ter feito o Brasil adoção da reserva do art. 2 do Anexo II, que trata da forma de suprir assinatura do sacador, o Brasil quis que fosse aplicada a lei Brasileira (D2044/1908, art. 1, V).

Art. 1, n.8, anexo I não é aplicável plenamente.

Nosso decreto admite que o sacador seja representado por procurador com poderes especiais. A LUG não.

27/03/2013

Aula 04

Aceite na Letra de Câmbio

Esquema 1:

Esquema 2:

Conceito de aceite (art. 287, LUG)vencimento, o pagamento da ordem que lhe é dada

Titulos de Credito - Aulas 2013-1

Danilo Milagres Ruela

3) Nome daquele que deve pagar. Deve ter também CPF e identidade (L6268/1975).

5) Indicação do lugar onde efetuar o pagamento;

me da pessoa a quem a ordem será paga;

7) Indicação de data e lugar onde a letra pasar.

OBS: Item 4, 5 e 7 (parte final) não são absolutamente essenciais (art. 2, anexo I). Sua ausência não invalida a letra. Pois há estratégias para identificá-los.

Se não há indicação de tempo de pagamento, será considerado à vista.

Se não indicar o local do pagamento, supre-se com o domicílio do scaado.

Se não indicar o local de passamento, consdiera-se o do sacador.

se ao Art. 1º, nº 8. Anexo I. Ao ter feito o Brasil adoção da reserva do art. 2 do Anexo II, que trata da forma de suprir assinatura do sacador, o Brasil quis que fosse aplicada a lei Brasileira (D2044/1908, art. 1,

.8, anexo I não é aplicável plenamente.

Nosso decreto admite que o sacador seja representado por procurador com poderes especiais. A LUG não.

(art. 287, LUG): ato formal segundo o qual o sacado (Rúbia) se obriga a efetuar, no vencimento, o pagamento da ordem que lhe é dada.

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Danilo Milagres Ruela

3) Nome daquele que deve pagar. Deve ter também CPF e identidade (L6268/1975).

OBS: Item 4, 5 e 7 (parte final) não são absolutamente essenciais (art. 2, anexo I). Sua ausência não

se ao Art. 1º, nº 8. Anexo I. Ao ter feito o Brasil adoção da reserva do art. 2 do Anexo II, que trata da forma de suprir assinatura do sacador, o Brasil quis que fosse aplicada a lei Brasileira (D2044/1908, art. 1,

Nosso decreto admite que o sacador seja representado por procurador com poderes especiais. A LUG não.

(Rúbia) se obriga a efetuar, no

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Formas de vencimento da LC: art. 33, LUG:

1) à vista; 2) a certo termo de vista (aceite) = 30 dias da vista (do aceite); 3) a certo tempo = prazo determinado = 30/03/2014; 4) a certo tempo da data (emissão) = 30 dias da data (da emissão).

Forma do aceite (art. 25, LUG):

1) Simples assinatura = anverso; 2) Assinatura + declaração. Assinatura no anverso ou no verso.

Quem aceita a letra:

1) Sacado; 2) Procurador com poderes especiais.

Sacado pode:

1) Aceitar 100%; 2) aceitar parcial (art. 43, 1, LUG); 3) modificar aceite (art. 43, 1, LUG); 4) não aceitar

Art. 26, LUG.

Prazo para apresentar a Letra de Câmbio para o aceite se outro prazo não foi estipulado pelo sacador ou endossante (art. 22, LUG):

Pode ser apresentada até o vencimento (art. 21): à vista, prazo certo e a certo tempo da data.

Deve ser até 1 ano da data:

1) à vista: art. 34, LUG; 2) a certo tempo da vista: art. 24, LUG.

OBS: art. 43, 1 e art.53, LUG!

***

Direito cambial: não é muito usado no nosso cotidiano. Forte redução do uso dos títulos de crédito. Novos mecanismos de circulação do crédito foram criados, aprimorados, etc. Exemplo: cartão de crédito acoplado ao cartão de débito. Segmento do mercado financeiro, agrário, ainda utiliza muito.

Regulamentação da letra de câmbio possui regras gerais de aplicação sobre os demais títulos de crédito.

Esquema 1: Rúbia toma 10000 emprestados de Patrícia. Celebrou-se instrumento particular.

Esquema 2: Patrícia compra máquina da Agrale. Foi exigido título de crédito. Pelo fato de ela ser credora de Rúbia, ela preferiu usar LC. Ao invés de Patrícia prometer pagar, ela mandou Rúbia pagar. Necessário consentimento da Agrale.

Teoria da criação: devo criar e emitir o título. Brasil: teoria que admite que o credor deve

Aceite:

Aceite é condição para que Rúbia se torne a principal devedora.

Rúbia deve dar o aceite: uma vez dado o aceite, torna-se aceitante, isto é, condição de principal devedor da LC (art. 28, LUG).

Art. 28 - O sacado obriga-se pelo aceite pagar a letra a data do vencimento.

Na falta de pagamento, o portador, mesmo no caso de ser ele o sacador, tem contrao aceitante um direito de ação resultante da letra, em relação a tudo que pode ser exigido nos termosdos arts 48 e 49.

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Se o sacado não aceita, ele não se torna devedor.

O sacado deve provar que não aceitou? A forma do aceite é a simples assinatura. Se ele não assinou

Forma do aceite:

A declaração do aceite pode ser escrever “aceito” na LC. O aceite deve ser dado na cártula, para que ela se torne instrumento literal e suficiente.

Art. 25 - O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ouqualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simplesassinatura do sacado aposta na parte anterior da letra.

Assinatura do sacador (emitente): tem efeito de declaração cambial ou cambiária, isto é, cria a letra de câmbio. Entrega para o portador: a LC se aperfeiçoa com a circulação.

ATENÇÃO: LC é pouco usada e era usada para negócios realizados em localidades distintas. Na prática atual, visualiza-se outras modalidades de crédito, como TED, DOC. Daí a dificuldade de entendimento.

Vantagem da LC: Agrale pode fazer dinheiro com a LC, antes do vencimento. Poderia endossar para o BB, que também poderia endossar.

É preciso ter o aceite para endossar? NÃO.

Existe prazo para apresentar um aceite: ele pode ser buscado no dia do vencimento.

Formas de vencimento:

Apresentação da LC:

Para que o sacado dê o aceite. Ainda não se tem certeza de que o sacado se colocará na posição de devedor. Caso isso aconteça (não se tornar aceitante), todos os agentes intermediários (quem emitiu, quem endossou, etc) poderão ser acionados.

Art. 47 - Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todossolidariamente responsáveis para com o portador.

O portador tem o direito de acionar todas estas pessoas individualmente, sem estaradstrito a observar a ordem por que elas se obrigaram.

O mesmo direito possui qualquer dos signatários de uma letra quando a tenha pago.

A ação intentada contra um dos co-obrigados não impede acionar os outros,mesmo os posteriores aquele que foi acionado em primeiro lugar.

“Ou a sua ordem”: Não significa que o aceitante pode ordenar outra pessoa para pagar. Significa que o título não poderá ser endossado, podendo circular apenas por cessão civil.

Assinatura falsa poderá ser discutida?

Art. 745. Nos embargos, poderá o executado alegar:I - nulidade da execução, por não ser executivo o título apresentado;

O sacado deverá provar que está de boa fé, que o terceiro é de má fé, e que a assinatura é falsa.

Sacado pode:

A aceitação parcial, modificação do aceite e não aceitaçãogeram vencimento antecipado da letra.

Consequência: o sacador corre o risco de ter de pagar a letra antes do vencimento.

Art. 43 - O portador de uma letra pode exercer os seus direitos de ação contra osendossantes, sacador e outros co-obrigados:

No vencimento:Se o pagamento não foi efetuado.

Mesmo antes do vencimento:

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

1 - Se houve recusa total ou parcial de aceite;

2 - Nos casos de falência do sacado, quer ele tenha aceite, quer não, de suspensãode pagamentos do mesmo, ainda que não constatada por sentença, ou de ter sido promovida, semresultado, execução dos seus bens.

3 - Nos casos de falência do sacador de uma letra não aceitável.

Caso: esquema 2, em que o prazo de vencimento seja à vista. A Agrale terá prazo de 1 ano para apresentar a LC.

Art. 34 - A letra à vista é pagável a apresentação. Deve ser apresentada apagamento dentro do prazo de um ano, a contar da sua data. O sacador pode reduzir este prazo ouestipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser encurtados pelos endossantes.

O sacador pode estipular que uma letra pagável à vista não deverá ser apresentada apagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a apresentação conta-se dessa data.

Se esse prazo não for obedecido: tomador entra em mora. Consequências da mora: Se sacado aceitou, só poderá acionar o aceitante. Perde direito de ação contra endossante, sacador, avalista, exceto contra o aceitante. Se não aceitou, o tomador não poderá acionar ninguém.

Art. 53 - Depois de expirados os prazos fixados:

- para a apresentação de uma letra à vista ou a certo termo de vista;

- para se fazer o protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento;

- para a apresentação a pagamento no caso da cláusula "sem despesas";O portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes contra o sacador e contra os outros co-obrigados, a exceção do aceitante.

Sacador, endossante, avalista: passam a condição de devedores principais (quando?).

03/04/2013

Aula 05 – Endosso

1) Função dos títulos de crédito; 2) Conceito de endosso; 3) Cláusulas

a) à ordem; b) não à ordem.

4) Legitimidade para ser endossante. 5) Forma: art. 13, LUG. 6) Efeitos do endosso

a) Translativo; b) Responsabilidade do endossante: art. 15, LUG.

* Endossatário de boa fé: art. 16 e 17 LUG.

7) Endossos impróprios: a) Endosso – Mandato: art. 18, LUG; b) Endosso – Caução: art. 19, LUG.

***

Utilidade das LC nos dias atuais:

Letra de Câmbio tem estrutura que envolve figura do sacador (emitente), do sacado e do tomador (credor/beneficiário).

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13 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

NJ atuais com utilização de LC: corretora de valores de SP que oferece opção de investimento em letras de câmbio.

Ordem de pagamento x Letra de Câmbio: Ordem de pagamento com o banco: negócio jurídico bilateral, que pressupõe a existência de conta aberta e de fundos na conta. Sacar LC não exige saldo.

Documentário: “insidejob”.

A atuação dos bancos foi responsável pela subutilização das LC. O governo tem interesse também, pois tem maior controle sobre as operações. Se os bancos quebrarem em massa, a necessidade dos LC irá crescer.

Estudo de caso 1:

Sacada: Renda Comercial Aviamentos LDTA.

Sacadora e Tomadora: Rendabrás (emitiu uma letra em favor próprio). Isso é juridicamente possível.

Art. 9, 28, 43, 44 e 47, LUG.

A parcela poderia ter sido cobrada sem ser pela letra de câmbio. LC é autônoma, literal, etc. LC foi emitida para não haver necessidade de discussão sobre o NJ que originou a letra.

Autora não discute se deve ou não.

Caso real: Apelação Cível: TJRS 70051656633. Nulidade de título e cancelamento do débito. Protesto abusivo.

O problema é a má orientação dos tabeliães de protesto. Deveria ter sido feito protesto por falta de aceite, e não por falta de pagamento (art. 44).

Protesto por falta de pagamento suja o nome do sacado.

Para se voltar contra o sacado, endossantes, etc, é requisito o protesto por falta de aceite!!!

Endosso:

Função dos TC: promover a circulação de riquezas. Impulso à atividade econômica. Essa circulação é possível por meio do endosso.

Conceito de endosso: ao mesmo tempo é declaração cambial e natureza de declaração unilateral de vontade. Diferente de cessão civil, que é declaração bilateral.

Cláusulas à ordem: título é suscetível de ser endossado. É presumida, para facilitar a circulação. Não precisa vir expressa.

OBS: Títulos de crédito são endossáveis em regra.

Cláusula não à ordem: só pode ser transferido por meio da cessão civil ou cessão de crédito. Deve ser expressa .

Legitimidade para endossar: o 1º endossante é o beneficiário (tomador, credor). O terceiro que recebe chama-se 1º endossatário. Se este endossar, será o 2º endossante; o próximo será o 2º endossatário. E assim por diante.

Forma: basta assinatura no verso. O endossatário pode ser indicado (“endosso em preto”) ou não (“endosso em branco”).

Efeitos:

1) Translativo: Endosso promove a transferência da propriedade. A entrega da cártula confere a posse.

OBS: Ao endossatário de boa fé não poderão ser opostas as exceções pessoais. O título é desvinculado da situação que o gerou.

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14 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

2) Responsabilização do endossante: responde pelo aceite e responde pelo pagamento, em regra. Se escrever “sem garantia”, poderá se safar.

Endosso mandato: não tem o efeito de transferir a propriedade, apenas a posse do título. Um dos assuntos mais recorrentes do Poder Judiciário hoje. Endosso-mandato é uma transferência para efeitos de cobrança. O endossante continua sendo credor da letra. Responde pela culpa in eligendo e pela culpa in vigilando.

Endosso caução:ex: endossar cheque de outra pessoa como caução.

Estudo de caso 2:

Credora: Renda Comercial Aviamentos.

Sacador (emitente): Antônio.

Sacado e aceitante: Rendabrás.

Tomador, credor, beneficiário: Renda Comercial Aviamentos.

Caso real: STJ: agravo regimental no agravo em RESP 273256-SP. BB pôs em cobrança, sem extrapolar os limites do mandato.

BB não poderá figurar no pólo passivo. Deverá ser o endossante-mandatário (Renda Comercial Aviamentos).

STJ: Sum 476: endossatário do TC por endosso mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido, se extrapolar os poderes de mandatário.

10/04/2013

Aval

1) Conceito; 2) Forma; 3) Outorga Conjugal; 4) Aval Parcial; 5) Responsabilidade do avalista; 6) Direitos do avalista; 7) Avais simultâneos.

Conceito:

Aval é declaração cambial em que uma pessoa se disponha a pagar caso um devedor não cumpra esse dever.

Declarações cambiais: manifestação unilateral de vontade. Aceite e endosso são manifestações unilaterais de vontade. Aval é declaração unilateral de vontade de garantir o pagamento.

Avalista (quem presta o aval). Avalisado (beneficiário do aval).

Aval só é possível em título de crédito. Em contratos , usa-se fiança. Fiança é contratual e possui duas declarações de vontade. Fiança é secundária e acessória. Qualquer vício da principal afeta a fiança.

Avalista ocupa posição autônoma perante o endossante, o sacado, o sacador, etc.

Título de crédito só tem existência por lei, não é possível conceber outra forma de TC não legal.

Forma:

A forma é a simples assinatura.

Art. 31, LUG:(...) O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na faceanterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador (...).

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15 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

É possível que a assinatura do sacado/aceitante se confunda com aval? NÃO! Sacado até pode ser avalista, mas terá de assinar 2 vezes, mas qual seria a utilidade disso? Aceitante que presta aval: não há utilidade, mas não há vedação legal. Mas ele poderá avalisar outra pessoa, como um endossante. Poderá ser acionado 2 vezes, como sacado e como avalista.

Quem pode ser: qualquer pessoa.

Aval é dado no anverso (regra). STJ: é possível aval no verso, desde que a assinatura não se confunda com endosso (se o avalista não está na cadeia de endossos, logicamente não será endossante).

Outorga conjugal:

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: III - prestar fiança ou aval.

Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.

Enunciado nº 114, I, Jornada de Direito Civil: 114 – Art.1.647: o aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal , de modo que o inc. III do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu.

MARCELO FERES: o código civil, ao instituir o art. 1647 (autorização do cônjuge para aval, exceto separação absoluta, etc), pelo disposto no art. 903 e na legislação dos títulos de crédito, não há dispositivo similar (a respeito de outorga conjugal) em legislação especial. Logo, aplica-se a regra geral do art. 1647.

Conclusão: 3º de boa fé pode se prejudicar, caso cônjuge dê aval sem autorização.

Qual o limite da eficácia do art. 1647? Atinge todo o aval ou a meação do cônjuge fica excluída?

Mauro Tomazete: o entendimento contrário ao art 1647 necessitaria de regulamentação para garantir o patrimônio familiar.

Feres + jurisprudência: entende cabível o entendimento contrário parcial. Direito cambial prevaleceria sobre direito familiar (proteção ao 3º de boa fé x proteção ao patrimônio da família).

Art. 17, LUG: As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portadoras exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sac ador ou com os portadores anteriores , a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimentodo devedor.

O art 17 da LUG seria adequado para esse caso?

Aval parcial:

Aval parcial é válido pela LUG:

Art. 30, LUG: O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval.

Mas vedado pelo código civi:

Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.Parágrafo único. É vedado o aval parcial.

Exceção(???): art. 899, CC. Segundo Rubia Neves, o título de crédito atípico não existe (o que isso tem a ver com o assunto?).

Responsabilidade do avalista:

Art. 47, LUG - Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todossolidariamente responsáveis para com o portador (...).

VER: STJ – RESP 209478/SC

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Solidariedade cambial é diferente da solidariedade civil: na cambial, os solidários respondem por inteiro, mas credor deverá cobrar do devedor antes de ir para o avalista (claro! (?)).

STJ: nome do avalista poderá ir para o Serasa e SPC, desde que haja comunicação da falta de pagamento, independente de protesto ou ação judicial.

Maior característica do aval: garantia pessoal (fidejussória).

Aval é garantia pessoal , não garantia personalíssima, ou seja, outra pessoa poderá pagar no lugar do avalista, como os herdeiros. A dívida por aval se transmite aos herdeiros, desde que não ultrapasse a herança (art. 1792, CC).Não importa se o avalista morreu antes do venciment o.

Garantia personalíssima: aquela que só a pessoa poderia exercer.

Avalista assume a mesma posição do avalizado: devedor principal ou indireto. Exemplo: se avalizado é principal devedor, o avalista também o será. Avalista poderá deter o título de crédito e fazer ação de regresso (ver “Direitos do Avalista”).

Direitos do avalista:

Avalista, ao pagar, torna-se proprietário do título e poderá regressar contra os co-obrigadosanteriores (regresso). Os anteriores já receberam o deles, por isso podem ser cobrados.

Poderá mover ação de execução contra todos os co-obrigados ao mesmo tempo.

Avais simultâneos:

Aval simultâneo é possível, e os avalistas são solidários civis.

Solidariedade civil: um avalista poderá cobrar a cota-parte do outro avalista.

VER - STF: Súmula189.

Esquema de exemplo:

Título emitido: Letra de Câmbio.

Vencimento: 1/10/2013.

Valor: 5000.

Ana é sacadora. Ramon é sacado/aceitante. Mauro é avalista de Ana. Cláudia é tomador e endossa o título (1º endossante) para Tomás (1º endossatário), que endossa o título (2º endossante) para André (2º endossatário). Ricardo é avalista de Tomás.

Se Ricardo tiver de pagar a letra, não poderá entrar contra André, somente contra Tomás e os coobrigados anteriores. Se Mauro tiver que pagar, somente poderá entrar contra Ana.

24/04/2013

Aula 07 – Vencimento e pagamento do título de crédi to

(esquema enviado no email pela professora)

1). vencimento – confere a exigibilidade ao crédito – enseja o ajuizamento da ação de execução - serve para a). definir o termo inicial do prazo de prescrição; b). para definir termo inicial dos juros moratórios legais;

2). Tipos de vencimento na Letra de câmbio

� Vencimento a vista: obrigação se torna exigível no momento da apresentação ao sacado - arts. 33 e 34, LUG

� Vencimento em dia certo: numa data estabelecida no calendário – art. 37, LUG

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

� Vencimento a certo termo da data: um prazo assinalado no título que se conta a partir do dia da emissão – art. 33, LUG

� Vencimento a certo termo de vista: título se torna exigível após certo tempo do aceite – art. 35, LUG

3). Vencimento antecipado: ocorre em virtude de fatos previstos em lei: - art. 43, LUG prevê - Brasil – reserva art. 10 do Anexo II – “fica reservada para a legislação de cada uma das Altas Partes contratantes a determinação precisa das situações jurídicas a que se referem os nos. 2 e 3 do art. 43” – art. 19, D. 2044/1908:

a). falta ou recusa total ou parcial de aceite;

b). falência do aceitante

4). Tipos de pagamento:

a). extintivo – extingue a vida útil do título – feito pelo aceitante ou pelo sacador de letra não aceita

b). recuperatório – não extingue a vida útil do título – faz nascer o direito de regresso – feito por devedor indireto – quando lhe permite recuperar o valor pago dos obrigados anteriores

5). Apresentação do título para pagamento: condição fundamental – segurança para credor – circulação da cártula

� legítimo portador – art. 38, LUG

� Prazo para apresentação para pagamento (art. 38, LUG):

a). nos títulos a vista: até um ano após a emissão.

b). nos demais casos: no dia do vencimento ou dia útil seguinte – reserva art. 5º, anexo II - art. 20, do Decreto n. 2.044/1908

6). Juros moratórios: penalidade pelo atraso no pagamento da obrigação

- art. 48, LUG – objeto de reserva pelo Brasil – art. 13, Anexo II

- art. 406, CC/02 – SELIC - Recurso Especial 727.842 julg. 08/09/08 – (1% ao mês prevista no art. 161, §1º, do CTN)

7). Juros remuneratórios: fruto civil do capital

- depende de pacto expresso: literalidade

- art. 5º. LUG – permite estipulação de juros - letra vencimento à vista e a certo termo de vista

- Limites para pactuar juros remuneratórios: a). art. 591, CC/02; b). Lei da Usura (D. 22.626/33)

- contratos bancários – exceção: Súmula STF 596; art. 4º, Lei n. 4595/64 - compete ao CMN fixar a taxa de juros aplicáveis às instituições financeiras; Resolução n. 1064: taxas são livremente pactuadas (onerosidade excessiva – arguida)

8). Capitalização: art. 591, CC/02; cédulas de crédito – Súmula 93, STJ

9). Prova do pagamento: no próprio título: art. 324, CC/02

10). Pagamento parcial: art. 39, 2, LUG: não pode o credor recusá-lo - dupla quitação – uma no título e outra em separado.

***

Títulos de crédito conferem o direito ao credor de receber uma importância consignada no título.

Tempo de exercício do direito: a regra é no vencimento. Entretanto, o título pode ser transformado em dinheiro antes do vencimento, exemplo: desconto bancário e troca da letra em instituição de factoring.

Vencimento é o momento em que a quantia passa a ser exigível (1º efeito do vencimento).

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Efeitos do vencimento:

1) exigibilidade do crédito;

2) criação do direito de propositura da ação de execução.

3) termo inicial do prazo de prescrição;

4) termo inicial dos juros moratórios legais.

ATENÇÃO: Letra de cámbio ou outro TC não admite vencimentos sucessivos, somente um único vencimento. O vencimento não pode ser condicional, nem impreciso. Só pode ser dentro das 4 formas dos arts 33, 34, 35 e 37 da LUG.

Vencimento antecipado (vencimento extraordinário): previsto no art 37 da LUG. Lei instituiu vencimento antecipado e também as causas para o vencimento. São circunstâncias que denotam que o pagamento não ocorrerá no vencimento, exemplo: caso não haja aceite.

Art 43 da LUG foi objeto de reserva pelo art 10 do anexo II. Como Brasil não regulamentou, fica valendo o art 19 do DEC 2044/1908.

Fran Martins e Rubens Requião: mesmo sendo objeto de reserva, o art 43 continua em vigor.

Corrente Majoritária: Tomazete, Rosa Jr. Valdir Bugarelli, etc. Defendem que os parágrafos 2 e 3 do art 43 não podem ser aplicados.

§ 2 – falência do sacado não ´seria o problema, pois já está previsto no dec de 1908. O problema está no caso de susspensão de pagamentos. Não seria razoável acreditar que o sacado não tem condições de pagar a letra, somente pelo fato de ter os pagamentos suspensos. “Ou ter sido promovida, sem resultado, a execução dos seus bens”:

Rubia acredita ser melhor a aplicação do art 19 do DEC 2044.

Tipos de pagamento:

Recuperatório: ao invés de extinguir, ele cria direito. Nasce o direito de regresso.

Apresentação do título é condição fundamental para o pagamento. (item 5).

Legítimo portador: a pessoa deve ser o legítimo sucessor na cadeia sucessória do título (art 38 da LUG).

Prazo para apresentação para pagamento:

1 dia útil ou 2 dias úteis para apresentação? Corrente minoritária: aplicação dos 2 dias úteis (Fran Martins e Antônio Mercaod Jr). Majoritária: Fábio Ulhõa Coelho, Wilian Duarte Costa, etc. O prazo seria no dia útil seguinte.

Juros moratórios:art 48 também foi objeto de reserva (art 13 do anexo II).Art 406 CC é o que está em vigor. Menciona juros devidos à Fazenda Nacional. Qual taxa de juros? SELIC ou 1% (art 161, §1º CTN).

RESP 727842: juro moratório do art 406 CC é a taxa selic, na falta de estipulação. Questão: SELIC é juros mais correção monetária. Seria lícito usá-la? O STJ decidiu que, se usar SELIC, não pode cobrar correção monetária.

Juros remuneratórios: não será cobrado em todos os tipos de letra (art 5º LUG).

Lei da usura: continua valendo para contratos em geral, exceto contratos bancários (SUM STF 596).

VER súmula vinculante 7: não existe limite de taxa de juros para banco.

Capitalização: art 591 CC: pode ser pactuada somente em títulos de crédito que a lei expressamente autorize. Exemplo: cédulas de crédito. Na LC não é autorizada pela LUG.

Pagamento parcial: credor não pode recusar. Deve haver quitação parcial.

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

08/05/2013

Protesto

Trabalho em Sala: discussão sobre textos diversos sobre protesto.

Capítulo 1 monografia:

Distinção entre conceito legal e definição doutrinária: Definição legal seria incompleta: só prevê comprovação da falta de pagamento. Mas existe protesto também por falta de aceite.

Duas teses: protesto como meio probatório e como meio de constrangimento do devedor. Faltaria uma teoria mista.

Discussão sobre os efeitos negativos ao devedor: citado na monografia, tratado superficialmente na dissertação e desenvolvido por outro texto.

Capítulo 2:

Distribuição equitativa dos protestos entre os tabelionatos. Quando há mais de um tabelionato (ou tabelião?), a expressão mais correta seria “titular da execução do serviço”.

Como funciona em Belo Horizonte? O protesto de boletos bancários seria feito no próprio banco. O protesto seria enviado para o cartório distribuidor, com a única finalidade de distribuir o protesto (Art8 da Lei de protestos). Para cancelar o protesto, o protestado deve ir ao cartório para onde foi distribuído.

Art9: não cabe ao tabelião analisar decadência ou caducidade.

Art 33: desistência do protesto. Ir ao distribuidor.

Desistência: forma de manifestação do credor.

Sustação: art 17. Se o protesto é irregular.

Após o prazo de 3 dias, o protesto é efetivado. Se contiver vício, deverá ser anulado por ação anulatória. Antes dos 3 dias é ação cautelar. Ação anulatória possui prazo prescricional (talvez esteja no CPC).

O título deve ser deixado no cartório de protesto, salvo se for protesto por indicação. A intimação deve conter todos os elementos do título.

Art 19, §2º: legislador teria omitido a obrigação de se devolver o título ao devedor. Somente fala da quitação a ser dada. Se o título for colocado novamente em circulação e um terceiro de boa fé terá direito de receber. Poderá fazer 2º protesto?

Protesto póstumo: não há vedação legal. Se já houve protesto, já houve vencimento e inadimplemento. Rúbia acredita que não caberia novo protesto.

Capítulo 3:

Protocolização: deve ocorrer em ordem de chegada dos títulos.

Art 12: prazo de 3 dias para que o devedor se manifeste. Doutrina considera o prazo muito curto. Rubens Requião afirma que o prazo curto serve para proteger os coobrigados, para protegê-los de possível insolvência do devedor ou outros fatos supervenientes.

Procedimento de protocolização possui prazo máximo de 24 horas.

Art 13: se intimação ocorre no último dia, será concedido mais um dia. Código de Normas de SC prevê 3 dias a contar da intimação. A Lei federal infringiria a ampla defesa, devido ao prazo exíguo.

L.MG:15424/2004: fixa prazo para atos notariais em geral.

Lavratura do instrumento de protesto: após o prazo de 3 dias, é feito o instrumento de protesto, que é entregue ao credor.

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Documentação (art 26): solicitação de cancelamento. Necessário apresentação do documento protestado. Necessário carta de anuência para cancelar o protesto(???).

Dissertação – cap4:

Capacidade de prova: protesto é prova que constitui devedor em mora.

Protesto obrigatório: há situações em que o protesto é exigido, como ação regressiva .

Protesto facultativo: facultativo como produção de prova. Não é necessário para ação executiva .

Lei de protesto veda protestar boleto bancário? Boleto bancário é título de crédito?

Boleto bancário é emitido pelo banco segundo dados fornecidos por credores. Boleto é papel de cobrança. Não seria título executivo? A razão para não ser é falta de previsão legal .

Art 585 CPC: títulos executivos extrajudiciais poderão ser protestados (? não fala isso expressamente...).

Boleto bancário deveria ser acompanhado de um título de crédito. Boleto é extraído, pretensamente, da duplicata, mas na prática a duplicata não existe.

Protesto de boleto bancário gera direito a indenização? Essa questão levanta o assunto dos textos diversos.

Textos diversos:

Supressão documental da duplicata: ideia de cartularidade não seria mais necessária.

L9492/97 - Art1: “originada em títulos e outros documentos de dívida”. Não se restringe a títulos de crédito, até decisão judicial poderia ser protestada.

L5474/68 - Art2: emissão da duplicata. Comerciante vende mercadoria a prazo. Para conseguir o dinheiro adiantado, esse crédito pode ser negociado, por meio da extração de um título de crédito. A duplicata é emitida pelo credor contra o devedor. Duplicata, pois duplica os elementos da fatura.

Art3: duplicata deve indicar valor total da fatura.

Art6: o saque é a assinatura do título. O devedor deve dar o aceite. Prazo de 30 dias contados da emissão.

Art 13: protestável por falta de aceite, por falta de devolução da duplicata ou por falta de pagamento.

§1º: protesto por falta de aceite: entrega de duplicata ou, por perda do documento, por triplicata. Se devedor reter título, protesto se dá pelas indicações. Para reter duplicata, significa que ela foi enviada.

Prática mercantil: não saca duplicata, não envia duplicata e protesta o boleto bancário.

Protesto ilegítimo caberia ação penal (texto sobre abuso do direito no protesto de boleto bancário).

Erro no texto do Celsinho: fala que a duplicata não existe, nem precisa existir. Duplicata precisa existir sim.

Relativização do princípio da cartularidade? Existem certos segmentos que jamais abrirão mão do papel (agronegócio). CC já prevê título de crédito eletrônico. Autores defendem título de crédito eletrônico. Rúbia acha que não existe título de crédito eletrônico: uma coisa é título escritural, que não é de crédito. Atualmente, o título de crédito exige a cártula.Ex: debênture representa crédito, mas não é título de crédito. Risco de insegurança jurídica.

22/05/2013

Nota Promissória

1) Conceito

Espécie do gênero cambial. Duas espécies cambiais são NP e LC.

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

São cambiais pelos seus atributos, que são encontratos com mais precisão e aplicabilidade nesses dois títulos.

Atributos: literalidade, inoponibilidade, cartularidade, etc.

Diferença de estrutura: LC é ordem de pagamento. NP não possui a figura do sacado, pois traduz a figura da promessa de pagamento.

Conceito: título de crédito em que um subscritor promete pagar a um tomador. O emitente promete o pagamento diretamente ao tomador.

Subscritor = emitente = sacador.

Tomador = beneficiário = credor.

2) Requisitos (art 75 e 76 LUG)

Requisitos essenciais, em síntese:

a) “Nota promissória”: deve estar escrito.

b) promessa incondicional de pagamento de quantia determinada ;

c) Nome do tomador;

d) Data do saque;

e) Assinatura do subscritor (pois é um saque);

f) lugar do saque, ou menção de um lugar ao lado nome do subscritor;

3) Regime Jurídico

OBS: Aplica-se o mesmo das LETRAS DE CÂMBIO, DEVENDO-SE CONSIDERAR:

1) não se aplicam às NP as regras da LC incompatíveis com a natureza.Ex: regras relativas à promessa de pagamento. Ex: regra de apresentação ao aceite – e regras relacionadas – é incompatível com NP.

2) Aplicam-se ao SUBSCRITOR AS REGRAS RELATIVAS AO ACEITANTE. Aceitante é considerado como devedor principal.

Regras relativas ao aceitante:

a) Art 78 LUG: todo o processo de execução do aceitante na LC é aplicável ao subscritor na NP.

b) Inclusive o prazo de prescrição (ação de execução: 3 anos). Conta-se a partir do vencimento (1º dia útil seguinte), não da emissão.

3) AVAL EM BRANCO: subscritor é o beneficiário: art 77, “in fine”, LUG (“no fim”). Na LC, se o aval é em branco, presume-se em favor do sacador. Na NP, o aval em branco presume-se em favor do subscritor.

4) Modalidade de vencimento “a certo termo de vista” também é admitida, embora não haja aceite. Art 78 LUG. Partindo da ideia de que não há aceite, concluiria-se erradamente que não haveria “a certo termo de vista”, mas a lei expressamente o admite. A vista não teria natureza de aceite, mas sim natureza de visto. Visto não se confunde com a emissão, devem ser duas assinaturas distintas, por isso haveria possibilidade.

4) Emissão de Nota Promissória vinculada a contrato

Diversas situações: Contratos de empréstimos, abertura de conta corrente, cheque especial, locação, compra e venda de imóveis, etc.

LER A JURISPRUDÊNCIA ABAIXO!!!

REsp 14012/RJ: anulação de NP vinculadas. Perdem natureza abstrata, sendo oponível ao portador, mesmo se tem havido circulação.

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22 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

REsp 119719/RS: parece ser o oposto ao acórdão anterior, mas não é. NP vinculada a contrato de mútuo bancário. O simples fato de nascer vinculada não compromete autonomia, dependerá dos fatos (vinculação efetiva da nota, do contrato, da boa fé).

Não são fatos antagônicos. Fatos levam a decisões distintas. Em regra, se reconhece que a NP atrelada ao contrato não perde a condição de título de crédito, mas se reconhece que a autonomia e a abstração e independência ficam comprometidas, o que compromete o princípio da inoponibilidade aos terceiros de boa fé. Podendo acarretar na inviabilização da NP na condição de título executivo.

Na maioria das vezes a NP é emitida em branco (instituições financeiras, financiamento de veículo, etc).

STJ: Sum 258: NP vinculada não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. Precisa de apuração via contabilização dos extratos de movimentação de conta.

Fatos que comprometem: se a cártula circulou sem dizer que estava vinculada, preserva direito de terceiro.Se circulou mencionando o contrato, compromete o direito de terceiro.

***

ENTREGA DA 1ª PROVA:

Questão 1)

Afirmativa falsa. Anexo II prevê 23 reservas, e o Dec 57663/66, 1º tópico, admite que o Brasil adotou 13 reservas, em cujas matérias aplica-se o D 2044/1908, e nos casos omissos aplicam-se outras leis e o CC.

Questão 2)

Nesse caso, a ação já havia sido proposta. O art da LUG sobre extravio não era aplicável (muito menos do CC).

Precisava explicar o princípio da cartularidade (art 887 CC): necessária e suficiente para o exercício do direito literal e autônomo nele contido.

segunda parte da resposta: jurisprudência. Existência e autenticidade. No processo de execução, a primeira medida da parte é apresentar embargos. Se a parte contrária não questionou existência e autenticidade do título, não é razoável frustrar a ação pelo posterior extravio do título.

Questão 3)

Art 18, anexo I, LUG: endossatário-mandatário é mero procurador, só tem a posse, não responde por dano, a não ser que ele exceda os poderes.

Responder por dano: ser pessoalmente responsabilizado por perda causada a outrem.

Questão 4)

Solidariedade cambial: só em título de crédito, abrange todos os coobrigados (sacador, sacado/aceitante, avalista e endossante).

Solidariedade civil: qualquer obrigação, abrange só os devedores solidários (instituída por vontade do devedor ou por lei).

Aval: declaração unilateral de vontade (Art 31 LUG); rege-se pelo direito cambial; obrigação formalmente acessória, mas possui conteúdo de obrigação principal; nulidade da obrigação do avalizado não anula aval; não há benefício de ordem (art 47 LUG).

Fiança: negócio jurídico “contrato” bilateral, rege-se pelo direito civil; acessória de conteúdo e de forma (art 837 CC); nulidade da principal compromete a fiança; há benefício de ordem (art 827 CC).

29/05/2013

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23 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Cheque

Exemplo: Maria emitiu um cheque no valor de R$17.000,00, no dia 15/04/2013, para um empresário que lhe vendera um carro, tendo aposto na cártula um “bom para dia 1/07/2013”.

O preposto designado pelo empresário para gerir a cobrança dos créditos inerentes ao estabelecimento empresarial, inobservando o “bom para”, apresentou o cheque para pagamento ao banco sacado, e este, observando a existência de fundos na conta-corrente do emitente, pagou o valor do chque para o credor.

Perguntas:

1) O banco agiu errado? Pode o banco ser responsabilizado pela inobservância do “bom para”?

2) E o empresário?

3) E o preposto?

***

PROVA: apresentar a prova corrigida com o critério de correção, de forma manuscrita e individual, até aula da próxima quarta-feira. Será avaliado o aprenedizado no conhecimenot. Poderá se ganhar de 0 a 5 pontos no geral da prova.

RECURSOS: poderá ser entregue na própria quarta-feira.

SEMINARIO: assinar lista e trazer relatório de 75% das palestras.

***

OBS: toda a teoria geral do Direito Cambial se baseia na letra de câmbio.

Preposto: designação genérica. Sujeito que está em relação de preposiçaõ com o preponente. O contrato de preposição é negócio jurídico típico. Não é mandato, apesar da semelhança. No mandato, nomeia-se a pessoa para agir em nome do mandante, nos estritos termos que ele determinou. No contrato de preposição não há necessidade de estipulação expressa do que ele deve fazer. Ele poderá praticar todos os atos inerentes à atividade empresarial.

Empresário responde pelos atos do preposto. Responde por culpa in eligendo e culpa in vigilando. Caixa, vendedor, vigia, todos possuem relação de preposição com o empresário.

Contrato de preposto: art 1169 a 1178 CC.

Sacador = emitente = devedor. Dá a ordem de pagamento.

Sacado = necessariamente um banco ou instituição financeira, contra quem a ordem é dada.

Tomador = beneficiário = credor.

OBS: sacador pode ocupar as duas posições.ex: usar o cheque do BB para fazer um depósito em uma conta própria do Itaú.

Cheque: título de crédito do tipo ordem de pagamento. Envolve emitente, sacado e tomador.

Chque é ordem de pagamento à vista.

Brasil fez resevas à LUG. A parte de cheque está em lei própria. L7357/85. Já introduziu o cheque adaptado pelas reservas. Não há necessidade de consulta.

Art. 32: cheque é pagável à vista. Cheque é pagável no dia da apresentação, mesmo se data de emissão for diferente (§único).

E validade do “bom para”? Data de emissão é requisito essencial? Art2: não vale como cheque a falta de requisitos. Se faltar data de emissão, não será considerado cheque. O “bom para” não está nos requisitos do art1.

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

“Bom para” não é regido pelo direito cambial, mas sim pelo direito obrigacional.

Cheque: vencimento à vista. Não pode ser a prazo, a certo termo de vista, nem a certo termo de data (como na Letra de Câmbio).

“Bom para” não serve para responsabilizar o banco. Serve para responsabilizar a pessoa que descumpriu o “bom para”.

Resp: 213940: dano material, moral e lucros cessantes podem ser cobrados a título de indenização, quando o beneficiário entra com o cheque antes da data do “bom para” e o sacador não tem fundo suficiente. Houve dano, prejuízo efetivo para o devedor. Juros e multa, etc.

Art4: A primeira condição para emitir cheque é ter fundos. Se não há fundos, o banco devolverá o cheque, que poderá ser protestado.

STJ 370: caracteriza dano moral a apresentação de cheque pré-datado. Súmula de 16/02/2009. O entendimento jurisprudencial mudou. Ver agravo de 2011.

AGRG no Resp 12785671/PR – 2011: devolução de cheque clonado. Inexistência de dano moral. Entendimento contrário à súmula.

Prescrição do cheque: 6 meses. Mas deve ser apresentado até 30 dias da emissão (art 33).

Preposto responde? Art 1178 CC e art 1177 CC.

05/06/2013

Cheque (cont.)

1) Maria, portadora de um cheque emitido no dia 07/04/13, em Belo Horizonte, o apresentou parapagamento perante o banco sacado ontem (05/06/2013).

a) Considerando que a agência bancária se localiza em BH, art 33, L7357/85 (LCH), o banco pode efetuar o pagamento?

ARt 33, L7357/85: prazo de 30 a 60 dias. Praça = município ou distrito.

Deveria apresentar em 30 dias a contar do dia 07.

SIM, o banco pode pagar sempre que o cheque for apresentado, independente do prazo. Cheque só não pode ser pago se estiver prescrito (6 meses).

b) Há consequências quando a apresentação do cheque for fora do prazo?

Art 47, II + §3º, L7385/85

Art 48

Art 59

Art 35, §único

Sum Stf 600.

Relevância do prazo do art 33: não é direcionado ao sacado. Relevante pelas consequências.

Consequências:

a) Perda do direito de regresso contra os coobrigados (endossantes e avalistas dos endossantes) (art 47, II). Não perde direito contra devedor principal e seu respectivo avalista (art 47, I).§1º: o protesto é dispensado.

ATENÇÃO: STF: Sum 600: cabe ação executiva contra emitente e avalistas , mesmo fora do prazo legal (art 47, I).

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25 DIR.EMPRESARIAL III - Titulos de Credito - Aulas 2013-1 Prof: Rúbia Carneiro Neves

Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

b) Perda de direito de ação contra emitente. Condição: emitente deveria ter fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e deixou de ter fundos em razão de fato que não lhe seja imputável (art 47, §3º). Emitente possui ônus de provar essas condições.

E depois que for desativada a conta? Cabe ação comum (?).

2) O banco pode ser responsabilizado pelo pagamento de cheque falsificado?

Banco celebra contrato com correntista. Contrato de prestação de serviço de abertura de conta corrente, na qual pode estar atrelado o fornecimento de talonário de cheque. A partir do momento em que há essa cláusula, banco possui dever.

Sum STF 28: Pagamento de cheque falso. Culpa recai sobre o banco, mas ele pode não responder, caso o correntista tenha atuado de forma culposa, negligente, etc (culpa exclusiva ou concorrente).

3) É possível que o emitente do cheque obste o seu pagamento?

3 possibilidades:

1) Contraordem ou revogação (art 35 LCH): só produz efeito depois do prazo de apresentação. Só pode ser feita pelo emitente. Banco não pode (ou não precisa?) exigir justificativa.

2) Sustação (art 36 LCH): obsta o pagamento de forma imediata, não aguarda o prazo de apresentação. POde ser feita por qualquer pessoa: emitente ou portador da carta. Banco não pode (ou não precisa?) exigir justificativa.

3) Cancelamento: cancelam-se as folhas de cheque (Res Bacen 2747/00).

Sutação e Contraordem: não pode ou não precisa exigir justificativa. Autor defende que, se for furto, deveria apresentar Boletim de Ocorrência.

3.1) E se o ato de obstar o pagamento for de má fé?

Art 171, §2º, VI CP: indução ao erro mediante meio fraudulento. Emissão de cheque sem fundos ou lhe frustra o pagamento.

STJ: HC 127.470/MG (12/06/2012): a pura e simples revogação ou sustaçãonão traduz estelionato, é preciso o dolo.

CUIDADO COM O POSSÍVEL EFEITO DA SUSTAÇAÕ E DA CONTRAORDEM!

4) Quais são os tipos de cheque?

a) Visado: art 7º LCH: modalidade que dá garantia de pagamento. Tanto emitente quanto portador pode solicitar ao banco. Possui mais garantia que o aceite. Ao visar o cheque, o banco afirma que há saldo na conta e que o dinheiro está reservado para isso.

b) Cruzado: art 45 LCH: mesmo efeito do cheque para ser creditado em conta. Brasil fez reserva ao art 18, anexo II da Lei Uniforme sobre cheques. Deveria ter optado por um dos dois, mas ficou omisso. Assim, ambas as figuras entraram. Duas listras diagonais no cheque. Significa que não poderá ser descontado na boca do caixa. Dá certa garantia, pois permite rastreabilidade do recebedor. Cheque cruzdo pode ser em branco, mas também pode ter o nome do banco escrito, só poderá ser compensado pelo banco indicado.

c) Para ser creditado em conta: art 46 LCH

d) Administrativo: 9º, II, LCH: emitido pelo próprio banco. Possui ainda mais garantia que o cheque visado.

OBS: cheque especial nõa é cheque!

5) Após a prescrição da ação executiva, ainda cabem outras ações?

SIM: ação de locupletamento e ação monitória.

Ação de locupletamento: 2 anos. Art 61, LCH. Argumento de que a parte teve acréscimo patrimonial às custas do credor.

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Ação monitória: art 1102, a, CPC; 5 anos (art 206, §5º, I, CC). Processo de conhecimento e execução.

Duarte Costa (2008): apresenta 6 acórdãos defendendo a necessidade de o credor apresentar a causa debente (que originou a emissão do título), além da prova, nas ações monitórias. Rúbia afirma que essa posição já foi revertida.

STJ: REsp 1162207/RS, 19/03/2013 (DO: 11/04/2013): pacificou entendimento que não há necessidade de apresentação da causa debenti na ação monitória. Devedor possui contraditório, tendo possibilidade de contestar a causa debenti, se for o caso. Autor não precisa levantar essa questão, isso é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente.

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

12/06/2012

Duplicata

L5474/68 (alterada pelo DEL436/69): regula contratos mercantis de compra e venda e contratos de prestação de serviço.

Para os contratos a prazo, lei exige a emissão de uma fatura. Da fatura poderá ser extraída um título de crédito chamado duplicata.

Art2: No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída umaduplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.

Duplicata é título genuinamente brasileiro. Estrutura “inversa”. Nos títulos de crédito genéricos, emitente = devedor. Na duplicata, emitente = credor. O emitente (sacador) emite a duplicata para que o devedor (sacado) seja responsável pelo pagamento.

1) Conceito:

Título de crédito que emerge de uma compra e venda mercantil ou prestação de serviço.

Título causal: é crime a emissão de duplicata que não corresponda a mercadoria vendida em qualidade e quantidade (Art 172 CP).

Isso significa que título perdeu princípio da autonomia? Não. Significa que o princípio da autonomia não é absoluto . Isso se relaciona com a fatura. Os princípios da autonomia ficam comprometidos. Para resguardar 3º de boa fé, comprador não deverá assinar o canhoto de “recebido”, deverá colocar ressalvas no verso da fatura.

2) Fatura:

Nas vendas a prazo é obrigatória a emissão pelo vendedor de fatura para apresentação ao comprador.

Fatura: relação das mercadorias vendidas (natureza, quantidade e valor).

Venda a prazo : superior a 30 dias – da entrega da mercadoria ao pagamento.

Art . 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias , contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.

§ 1º A fatura discriminará as mercadorias vendidas ou, quando convier ao vendedor, indicará sòmente os números e valores das notas parciais expedidas por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias.

Hoje é comum a emissão de fatura junto com a NF. Nota fiscal-fatura . Fatura diferente de NF. Fatura é documento mercantil, NF é documento tributário.

Emissão Obrigatória se venda a prazo superior a 30 dias.

Emissão Facultativa se venda a prazo inferior a 30 dias.

3) Nota Fiscal-Fatura:

Convênio de criação do Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico-Financeira

Art 19, §7º (qual norma?): “A Nota Fiscal poderá servir como fatura, feita a inclusão dos elementos necessários, caso em que a denominação prevista no inciso I passa a ser Nota Fiscal-Fatura”.

4) Elementos Pessoais:

Sacador: quem emite o título, que dá a ordem de pagamento, o vendedor.

Sacado: quem recebe a ordem de pagamento, o comprador.

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

5) Requisitos:

Art2,§ 1º A duplicata conterá:

I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;

II - o número da fatura;

III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;

IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador;

V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;

VI - a praça de pagamento;

VII - a cláusula à ordem;

VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;

IX - a assinatura do emitente.

6) Padronização das Duplicatas:

Duplicata é um título de modelo vinculado.

A duplicata foi padronizada pela ResoluçãoBACEN nº 102/68.

7) Emissão das duplicatas:

a) 1 duplicata contendo várias prestações;

b) várias duplicatas com uma parcela em cada uma, com a mesma numeração, acrescidas de letras. Ex: Duplicatas nº 501-A e 501-B.

Art 2º § 3º: Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata única, em que se discriminarão tôdas as prestações e seus vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a numeração a que se refere o item I do § 1º dêste artigo, pelo acréscimo de letra do alfabeto, em seqüência.

Art 3º: a duplicata indicará sempre o valor total da fatura , ainda que o comprador tenha direito a qualquer rebate, mencionando o vendedor o valor líquido que o comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar.

§1º: Não se incluirão no valor total da duplicata os abatimentos de preços das mercadorias feitos pelo vendedor até o ato do faturamento, desde que constem da fatura.

§2º: A venda mercantil para pagamento contra entrega da mercadoria ou do conhecimento de transporte, sejam ou não da mesma praça vendedor e comprador, ou para pagamento em prazo inferior a 30 dias, contado da entrega ou despacho das mercadorias, poderá representar-se, também, por duplicata, em que se declarará que o pagamento será feito nessas condições.

8) Aceite ou recusa do aceite:

A duplicata é uma ordem de pagamento.

A obrigação do sacado confirma-se pelo aceite.

ATENÇÃO: o aceite na duplicata é obrigatório.

É um título causal.

Só confirma dívida oriunda de um contrato.

Só se admite a recusa do aceite em casos de vício no cont rato .

Arts8 e 21 enumeram taxativamente os casos em que se pode recusar o aceite.

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Art8: compra e venda mercantil.

Art 21: prestação de serviços.

Art . 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:

I - avaria ou não recebimento das mercadorias , quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco;

II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na qu antidade das mercadorias, devidamente comprovados;

III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

Art . 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de serviços por motivo de:

I - não correspondência com os serviços efetivamente contratados;

II - vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados;

III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

Em função do seu caráter obrigatório, o aceite da duplicata mercantil pode ser discriminado em três categorias:

1) aceite ordinário: resulta da assinatura do comprador aposta no local apropriado do título de crédito;

2) aceite por comunicação: retenção da duplicata e comunicação do aceite.

3) aceite por presunção: recebimento das mercadorias sem que tenha sido comunicado a recusa por uma das causas previstas em lei.

Ex: dono de loja de bicicletas compra peças. Recebe, pois aparentemente estão ok. Depois descobre que há peças com defeito. Se houver negativa da substituição, o comprador deve manifestar-se, preferencialmente via cartório.

Questões relativas à causa deben (?) influenciam na autonomia da duplicata.

Apenas a sua devolução não assinada e acompanhada de declaração de recusa do aceite é que pode, se efetivamente havia causa para a recusa, liberá-lo da obrigação cambial.

9) Protesto da Duplicata:

Protesto da duplicata:

1) Por falta de aceite; 2) Por falta de devolução; 3) Por falta de pagamento.

Art . 5º Quando a mercadoria fôr vendida por conta do consignatário, êste é obrigado, na ocasião de expedir a fatura e a duplicata, a comunicar a venda ao consignante.

§ 1º Por sua vez, o consignante expedirá fatura e duplicata correspondente à mesma venda, a fim de ser esta assinada pelo consignatário, mencionando-se o prazo estipulado para a liquidação do saldo da conta.

“Expedirá”: obrigação.

§ 2º Fica o consignatário dispensado de emitir duplicata quando na comunicação a que se refere o § 1º declarar, que o produto líquido apurado está à disposição do consignante.

Art . 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois

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de assinada, ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo.

“Poderá”: confere faculdade. Remessa feita pelo vendedor ou pelos representantes (procuradores, instituições financeiras, etc).

ATENÇÃO: a remessa da duplicata pelo emitente ao sacado é ou não um procedimento obrigatório?

§ 1º O prazo para remessa da duplicata será de 30 (trinta) dias, contado da data de sua emissão.

Esse parágrafo prevê prazo para a remessa.

§ 2º Se a remessa fôr feita por intermédio de representantes instituições financeiras, procuradores ou correspondentes êstes deverão apresentar o título, ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de pagamento.

Há prazo para remeter a duplicata e prazo para apresentar.

Art . 7º A duplicata, quando não fôr à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite.

§ 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento , desde que comunique, por escrito, à apresentante o aceite e a retenção.

Esses dispositivos deixam claro que a remessa é obrigatória .

Protesto por indicação : pode-se protestar o título sem possuí-lo. Basta que se indique ao cartório seus dados – simples indicação do título pelo portador. O protesto por indicação surgiu da necessidade de se protestar título não devolvido.

9.1) Efeitos do protesto:

O portador que não protestar o título até 30 dias após vencimento perde o direito de ação contra coobrigados (pode ser qualquer tipo de protesto).

Não há necessidade de protesto para execução contra o aceitante e seu avalista.

A duplicata não aceita deve ser protestada para poder ser executada.

OBS: Duplicata duplica dados ou informações da fatura.

Art. 13. A duplicata é protestávelpor falta de aceite de devolução ou pagamento.

§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título.

§ 2º O fato de não ter sido exercida a faculdade de prot estar o título, por falta de aceite ou de devolução, não elide a possibilidade de protesto po r falta de pagamento.

Triplicata: é o título de crédito extraído quando a duplicata foi extraviada. Se duplicata foi retida, não poderá ser emitida a triplicata.

§ 3º O protesto será tirado na praça de pagamento constante do título.

§ 4º O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de30 (trinta) dias , contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.

ATENÇÃO: Prazo de 30 dias para tirar o protesto. Na legislação cambiária genérica é 1º dia útil.

9.2) Protesto da Duplicata de Prestação de Serviço:

Exige comprovação do serviço prestado ou do vínculo contratual.

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Art 20§ 3º Aplicam-se à fatura e à duplicata ou triplicata de prestação de serviços, com as adaptações cabíveis, as disposições referentes à fatura e à duplicata ou triplicata de venda mercantil, constituindo documento hábil, para transcrição do instrumento de protesto, qualquer documento que comprove a efetiva prestação, dos serviços e o vínculo contrat ual que a autorizou.

10) Execução da Duplicata:

Título Executivo:

1) Duplicata aceita, protestada ou não.

2) Duplicata não aceita (triplicata ou por indicação) + protesto + documento de comprovação da entrega da mercadoria + (– recusa justificada)

Art 15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicávelaos títulos executivos extrajudiciais , de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil ,quando se tratar:

l - de duplicata ou triplicata aceita , protestada ou não;

II - de duplicata ou triplicata não aceita , contanto que, cumulativamente:

a) haja sido protestada;

b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria; e

c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos motivosprevistos nos arts. 7º e 8º desta Lei.

§ 1º - Contra o sacador, os endossantes e respectivos aval istas caberá o processo de execução referido neste artigo, quaisquer que sejam a forma e as condições do protesto.

§ 2º - Processar-se-á também da mesma maneira a execução de duplicata ou triplicata não aceita e não devolvida, desde que haja sido protestada mediante indicações do credor ou do apresentante do título, nos termos do art. 14, preenchidas as condições do inciso II deste artigo.

Boleto Bancário x Duplicata:

Boleto Bancário é Duplicata?

Boleto não discrimina fatura. Não está elencado na lei de títulos de crédito.

Ver requisitos art2, §1º. Ex: deve estar escrito duplicata, deve ter número de ordem, etc.

Voltar a discussão dos textos lidos no seminário.

Boleto é legítimo enquanto boleto, não enquanto duplicata.

E a celeridade do Direito empresarial? Não poderia ser aceito como título de crédito? Direito cambial é rígido. Não é possível que a autonomia privada crie mecaniismos de cobrança. Direito cambial deve ser via lei. BOLETO BANCÁRIO NÃO PODE SER PROTESTADO POR INDICAÇÃO!

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19/06/2013

Outros Títulos de Crédito

CÉDULA DE CRÉDITO RURAL

Foi a primeira cédula de crédito. Seu arcabouço normativo serve para as demais cédulas.

Forma de contrato (DEL 167/67) e estrutura de títul o de crédito com natureza de título executivo extrajudicial , emitido necessariamente por um produtor rural, para fins de obtenção de financiamento junto a instituição financeira, com a finalidade específica de cumprir determinado orçamento. O orçamento é detalhado na cédula e vincula o crédito.

As garantias reais devem estar descritas.

FORMA DE CONTRATO – DEC.LEI 167/67

Variações:

• CÉDULA DE CRÉDITO RURAL PIGNORATÍCIA: GARANTIDA POR PENHOR CEDULAR – BENS SUSCETÍVEIS DE PENHOR RURAL OU MERCANTIL

• CÉDULA DE CRÉDITO RURAL HIPOTECÁRIA: GARANTIDA POR HIPOTECA – BENS IMÓVEIS RURAIS OU URBANOS

• CÉDULA DE CRÉDITO RURAL PIGNORATÍCIA E HIPOTECÁRIA – DUAS GARANTIAS • NOTA DE CRÉDITO RURAL – NÃO APRESENTA GARANTIAS REAIS – PRIVILÉGIO ESPECIAL -

ART.960, CC

Ordem na falência:

1) trabalhista até 150 SM

2) Real

3) Fiscal

4) Privilégio especial;

5) Privilégio geral

6) Quirografário (“assinatura de próprio punho”. Créditos que se consubstanciam com assinatura de próprio punho). Créditos comuns.

7) Subordinados.

Cédula de crédito se enquadra na segunda ordem, nota de crédito entra como “privilégio especial”.

OUTRAS CÉDULAS

1) CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL – DEC. LEI 413/69:GARANTIDA POR PENHOR CEDULAR, ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA E POR HIPOTECA CEDULAR – SEM GARANTIA- NOTA

2) CÉDULA DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO – LEI 6.313/75:GARANTIDA POR PENHOR CEDULAR, ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA E POR HIPOTECA CEDULAR – SEM GARANTIA-NOTA

3) CÉDULA DE CRÉDITO COMERCIAL – LEI 6.840/80 GARANTIDA POR PENHOR CEDULAR, ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA E POR HIPOTECA CEDULAR – SEM GARANTIA- NOTA

Essas 3 espécies admitem garantia via instrumento de alienação fiduciária (o que representa um avanço). Na cédula de crédito rural é só penhor ou hipoteca.

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

Aspectos positivos das cédulas de crédito: 1) é título de crédito (regido pelo Direito cambial); 2) É título executivo extrajudicial por específica disposição legal. Por mais que haja vinculação ao contrato, ela é válida e vantajosa. A literalidade se aperfeiçoa com a cártula + extrato de movimentação bancária. Por mais que seja diferente, é criado por lei e é, portanto, válida.

A estrutura da cédula é escolhida pelo banco.

Cédula de crédito possui aparência de contrato, mas é título de crédito.

CÉDULA DE PRODUTO RURAL – LEI 8929/94:

1) Representativa de promessa de entrega de produtos rurais, com ou sem garantia cedularmenteconstituída

2) A CPR FÍSICA: título líquido e certo, exigível pela quantidade e qualidade de produto nela previsto.

3) A CPR FINANCEIRA: título líquido e certo, exigível, na data de seu vencimento, pelo resultado da multiplicação do preço, apurado por instituição idônea segundo referenciais previstos na cártula.

CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO

L.10.931/04 – ART. 26 A 45.

ATENÇÃO: Possui toda a roupagem da cédula de crédito rural, mas não possui vinculação ao orçamento. Todas as anteriores possuem vinculação ao orçamento.

Discussão sobre sua a liquidez: CC afirma que o contrato possui exequibilidade se possui em si o valor da dívida. Já a cédula de crédito bancário necessita do extrato, o que põe em questão a sua exequibilidade.

* EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RESP 108259-RS, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 20/9/1999.

*CRIADA A PARTIR DA MP 1925, 14/10/1999 (cria nos mesmos moldes da cédula de crédito rural).

*CONCEITO: TÍTULO DE CRÉDITO COM NATUREZA DE PROMESSA DE PAGAMENTO E DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL LASTREADA EM OPERAÇÃO DE CRÉDITO BANCÁRIA ATIVA, COM OU SEM GARANTIA CEDULARMENTE CONSTITUÍDA.

• Não tem vinculação com atividade produtiva: pode ser emitida por qualquer pessoa. • Operações: mútuo bancário; abertura de crédito e outros. • Requisitos para emissão: art. 29, Lei 10.031/04

EXEQUIBILIDADE DA CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO: 2 COR RENTES

CONTRA (ZUNINO NETO, Nelson; FILIPPETO, Maria Elizabeth Carvalho Pádua; BRANCO, Gerson Luiz Carlos): UNILATERALIDADE DA APURAÇÃO DO VALOR DEVIDO; LIQUIDEZ DEVE EMANAR DO PRÓPRIO TÍTULO (APENAS OPERAÇÃO ARITMÉTICA); NEGA LITERALIDADE, EIS QUE VALOR CERTO E DEFINIDO NÃO ESTÁ ESCRITO NA CÁRTULA. Portanto, não seria título executivo.

BRANCO: INCONSTITUCIONAL – CF/88 NÃO PERMITE PARTICULARES CRIAREM OBRIGAÇÃO PARA TERCEIROS – UNILATERALIDADE – VIOLAÇÃO DO DEVIDO PROCESSO E AMPLA DEFESA .

*TJRS AP.CIV.70022491401. 12a.Câm.Civ. Rel Orlando Heemann Jr. julgado 15/05/08

A FAVOR (OYA, Marcio Koji; THEODORO JÚNIOR, Humberto; TOMAZETTE, Marlon; CUNHA FILHO, Silvio; NEVES, Rubia Carneiro; PEREIRA FILHO, Valdir Carlos): OBRIGAÇÃO NÃO DECORRE DO DEMONSTRATIVO DE DÉBITO; DECORRE DA OBRIGAÇÃO CARTULAR DE RESTITUIR SOMA

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Atualização:25/09/2013 Danilo Milagres Ruela

UTILIZADA CONFORME AJUSTE; LIQUIDEZ DECORRE DA LEI; PLANILHA DE CÁLCULO É PARTE INTEGRANTE DO TÍTULO (ART. 585, VIII, CPC; ART. 28, §2o, L. 10.931/04)

Súmula 14 TJSP: "A cédula de crédito bancário regida pela Lei nº10.931/04 é título executivo extrajudicial"

A FAVOR: “ A cédula de crédito bancário, mesmo quando o valor nela expresso seja oriundo de saldo devedor em contrato de abertura de crédito em conta corrente, tem natureza de título executivo, exprimindo obrigação líquida e certa, por força do disposto na Lei 10.930/2004 ” AgRg no AREsp 248784/SP, 4.T. ReL.Min. MARIA ISABEL GALLOTTI DJe 28/05/2013;

REsp 1103523/PR , 4.T. Rel. Min.LUIS FELIPE SALOMÃO, DJe 26/04/2012: lei 10930 estabelece que a cédula de crédito bancário é título executivo de extrajudicial. Título de crédito deve vir acompanhado de claro demonstrativo dos valores usados pelo cliente.

AgRg no Resp 1.326.137/AP , 3.T. Rel Min. PAULO DE TARSO SANSEVERINO Dje 20/05/2013. Apel. Cív. 1.0024.09.739022-3/001 Rel. Des.(a) Nilo Lacerda DJ. 26/04/2013

Adendo: questão dos juros:

Lei de usura não se aplica para empréstimos bancários. O valor fica a cargo do CMN, que não se manifesta. Bancos devem se restringir a média de mercado. Juízes usam SELIC, mas não há índice oficial, SELIC não é taxa média de mercado.

A questão é a omissão do CMN, do BACEN.

Sum 472 STJ: não pode ser cobrada comissão de permanência com juro moratório, juro remuneratório ou multa. Não se pode cumular.

Capitalização também é permitida: para cédulas de crédito rural (Sum 93 STJ), a capitalização é livre. Para cédula de crédito bancária é permitida por lei. Lei não faz restrição à periodicidade da capitalização.

OBS: STJ é pró-banco.

STJ: decidiu pela suspensão de todos os processos em que se discutam a cobrança das taxas bancárias. Semana retrasada.

EXEQUIBILIDADE DA CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO:EXCEÇÃ O

“A Lei n. 10.931/2004 estabelece que a Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial, representativo de operações de crédito de qualquer natureza, circunstância que autoriza sua emissão para documentar a abertura de crédito em conta corrente, nas modalidades de crédito rotativo ou cheque especial.

Para tanto, o título de crédito deve vir acompanhado de claro demonstrativo acerca dos valores utilizados pelo cliente, trazendo o diploma legal a relação de exigências que o credor deverá cumprir, de modo a conferir liquidez e exequibilidade à Cédula (art. 28, § 2º, incisos I e II, da Lei n. 10.931/2004).”

No caso: a planilha de cálculos não revelou de maneira clara, precisa e fácil, o valor e a origem do débito :REsp 1103523/PR , 4.T. Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, DJe 26/04/2012;

CDCA – CERTIFICADO DE DIREITOS CREDITÓRIOS DO AGRON EGÓCIO

• ART. 24, Lei 11.076/04 – promessa de pagamento em dinheiro • Emitido por cooperativa de produtores rurais ou pessoa jurídica (comércio, beneficiamento, indústria –

produtos e insumos agropecuários; máquinas e implementos usados na produção agropecuária) • O produtor vende leite – para cooperativa • Cooperativa vende leite à agroindústria – que emite uma NOTA PROMISSÓRIA RURAL para

pagamento futuro à cooperativa. • Cooperativa emite CDCA com lastro na NPR, na bolsa de valores. • Investidor compra CDCA, antecipando recursos à cooperativa. • No vencimento do CDCA, cooperativa recebe da agroindústria e repaga o investidor, liquidando a

operação.

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• Penhor – obrigatório – sem registro no RGI • Podeseremitidoemsérie • Forma: cartular (doc. Físico); escritural (sistema de registro e de liquidação financeira) • CustódiaemInstituiçãofinanceira – obrigatório • Custodiante: responsável pela liquidação física e financeira – endosso mandato – cobrança e

recebimento • Art.34 – endosso em preto – protesto indispensável.

ATENÇÃO: Pq foram criados os títulos do agronegócio? Pq não aproveitou a cédula de crédito (?). A cédula de crédito só tem natureza de título de crédito e de título executivo extrajudicial. Isso não é adequaod para se negociar na bolsa. Os títulos de credito do agronegócio possuem nature za jurídica de 3instituitos: 1) Título de Crédito; 2) Título Executivo extrajudicial; e 3) Valor mobiliário (suscetível de ser negociado em mercado de capitais).

OBS: essas estruturas estão intrinsecamente ligadas à característica do Estado regulador brasileiro (?). Estado não financia diretamente, mas sim o investidor privado.

OBS: esses títulos foram criados pela mesma lei em 2004.

LCA – LETRA DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO

• ART. 26, Lei 11.076/04 – promessa de pagamento em dinheiro • Emitidapor instituições financeiras públicas ou privadas (inclusive as de investimento e fomento) • Penhorobrigatório • Custódianãoobrigatória • Produtor toma empréstimo no banco e emite CÉDULA RURAL (recebível – lastro) • Banco emite LCA com lastro na Cédula Rural • Investidor compra LCA e antecipa recursos ao banco • No vencimento da LCA – banco recebe de seu cliente – Produtor- e repaga o investidor – liquidando a

operação

CRA – CERTIFICADO DE RECEBÍVEIS DO AGRONEGÓCIO

• ART. 36, Lei 11.076/04 – promessa de pagamento em dinheiro • Emitidapor companhias securitizadoras de direitos creditórios do agronegócio • Companhias securitizadoras: instituições não financeiras constituídas sob a forma de sociedades por

ações – fim – adquirir e securitizar direitos com a emissão e colocação de CRA no mercado financeiro e de capitais

• Cooperativa ou agroindústria vende produtos a prazo e fica com crédito a receber (recebíveis) • Cooperativa cede o crédito à Cia. Securitizadoraemtroca de recursos • Cia. Securitizadora emite o CRA com lastro nos recebíveis • Investidor compra CRA – recursos para Cia. Securitizadora • Quando a Cia. recebe valor dos recebíveis – paga o CRA (vencimento) – repaga investidor – liquidando

a operação

CDA – CERTIFICADO DE DEPÓSITO AGROPECUÁRIO eWA – WA RRANT AGROPECUÁRIO

• §1o, ART. 1o, Lei 11.076/04 – CDA - promessa de entrega de produtos agropecuário – derivados – subprodutos – resíduos de valor econômico depositados em instituições do sistema de armazenagem dos produtos agropecuários

• §2o, ART. 1o, Lei 11.076/04 – WA – promessa de pagamento em dinheiro que confere direito de penhor – sobre CDA e sobre produto nele descrito

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Esses 2 títulos já existiam desde 1902 (?). Armazém portuário emite esses 2 para o dono da mercadoria depositada. Facilita a negociação. A lei os criou novamente com a possibilidade de serem negociados na bolsa, junto com a lei dos armazéns gerais.

NCA – NOTA COMERCIAL DO AGRONEGÓCIO (AGRINOTE)

• ART. 2o, INSTRUÇÃO CVM 422/05 – Nota promissória comercial para distribuição pública – até 360 dias.

OBS: não foi “criada” pela CVM, mas deriva da nota promissória (commercialpaper). Lei da Nota Promissória autoriza uso para agronegócio.

• Emitida por companhias, sociedades limitadas e cooperativas (diferença do agrinote) – praticantes de atividades de produção, comercialização, beneficiamento, industrialização – produtos ou insumos agropecuários – máquinas e implementos utilizados na atividade agropecuária.

SUGESTÃO: estudar esses títulos sob a perspectiva da economia e seu impacto no mercado financeiro.