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ANO 2 EDIÇÃO N.º 8 ABRIL 2018 Empresa Pública de Produção de Electricidade NESTA EDIÇÃO: Funcionários da PRODEL recebem casas Ministro radiografa sector em Benguela Mesa redonda discute matriz energética GRANDE REPORTAGEM

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ANO 2 � EDIÇÃO N.º 8 ABRIL 2018Empresa Pública de Produção de Electricidade

NESTA EDIÇÃO:

Funcionários da PRODEL recebem casas

Ministro radiografa sector em Benguela

Mesa redonda discute matriz energética

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INFORMATIVOEmpresa Pública de Produção de Electricidade

Empresa Pública de Produção de Electricidade

RUMO CERTO…

FICHA TÉCNICADirector Geral: José António Neto | Director Executivo: Mariano de Almeida | Conselho Editorial: Cândido Paiva, Carlos Domingos, Famoroso Gonga e Deolinda Peixoto | Produção: Gabinete de Comunicação e Relações Institucionais | Web: www.prodel.co.ao, [email protected] | Co-ordenação Editorial: Distance Comunicação Lda · E-mail: [email protected] | Design, Impressão e Acabamentos: EAL - Edições de Angola, Lda · [email protected] · Web: www.edicoesdeangola.com | Periocidade: Mensal | DIREITOS RESERVADOS

O Presidente do Conselho de Adminis-tração, Engº José Neto, no âmbito das suas competências, exarou vários des-pachos que o PI transcreve para o co-nhecimento de todos os trabalhadores.

DESPACHO Nº.30/GPCA/2018É o Sr. Domingos José Kamela exone-

rado do cargo de chefe de Núcleo de Segurança, Saúde, Qualidade e Am-biente do Aproveitamento Hidroeléc-trico do Biópio, afecto a Direcção de Produção Hídrica, para o qual tinha sido nomeado, por força do Despa-cho nº 148/GPCA72015, de 04 de Julho.

DESPACHO Nº. 31/GPCA/2018É o Sr. Tomás Malafaia Baptista exone-

rado do cargo de Chefe de Núcleo de Planeamento e Estatística do Aproveita-mento Hidroeléctrico do Biópio, afecto a Direcção de produção Hídrica, para o qual tinha sido nomeado, por força do Des-pacho nº 148/GPCA/2015, de 04 de Julho.

DESPACHO Nº. 32/GPCA/2018É o Sr. José Hunda da F. Carvalho exone-

rado do cargo de Chefe de Divisão de Operação do Aproveitamento Hidroe-lectrico do Biópio, afecta a Direcção de produção Hídrica, para o qual tinha sido nomeado, por força do Despacho nº 137/GPCA/2015, de 13 de Julho.

DESPACHO Nº. 33/GPCA/2018É o Sr. Agostinho Salgado Franco Caium-

ba exonerado do cargo de Chefe de Divisão de Manutenção do Aproveita-mento Hidroelectrico do Biópio, afecta a Direcção de produção Hídrica, para

JOSÉ ANTÓNIO NETO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

DESPACHOS

Aos poucos, a tempestade vem dan-do lugar a bonança. O caminho para a estabilização do fornecimento de elec-tricidade está longe de estar concluí-do, todavia, não passa despercebido a ninguém que a página das restrições está a virar. Em 2017, por exemplo, o gráfico atingiu níveis muito baixos de produção por conta da aposta forte na produção hídrica, com o centro ne-vrálgico no médio kwanza, onde estão concentrados o grosso dos investi-mentos. O sistema, no geral, ressentiu. A população viveu períodos de extre-ma dificuldade, tal era o regime severo de restrições, que chegaram a um for-necimento diário de 6 horas, em mé-dia. Técnicos e responsáveis do sector

chegaram a quase exaustão para gerir um período tão dificílimo. Era necessá-rio aprovisionar água em Laúca para os testes que se avizinhavam, por isso faltava água para Cambambe funcio-nar em pleno. As térmicas, em proces-so acelerado de instalação, revelavam--se insuficientes para cobrir o deficit. Não há memória de constrangimentos dessa magnitude!

Entretanto, o cenário foi alterando gradualmente. Laúca inaugura a gera-ção com duas máquinas colocadas su-cessivamente em serviço, no espaço de quatro meses, e Cambambe começou a dispor de mais água e aumentando a sua capacidade de produção. As chu-vas acabaram por ter papel decisivo. O aumento da precipitação proporcio-nou, igualmente, à Capanda condições de produzir na plenitude da potência instalada. Situação semelhante verifi-cada noutros aproveitamentos hidroe-lectricos espalhados pelo país, como o do Gove.

Em consequência, hoje, somos obri-gados a reduzir a produção por falta de consumo para absorver. Quem diria! Objectivamente, não é intelectualmen-te honesto caracterizar a produção como suficiente para a demanda, por-que há factores da equação, mormen-te no segmento da distribuição, que precisam ser considerados. Mas, esta-mos cientes de que o paradigma está a mudar. A tempestade vem dando lu-gar a bonança, sinal de que estamos no rumo certo. Com este apelo, queria fazer este sublinhado. Estamos juntos…

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ANO 2 � EDIÇÃO N.º 8Empresa Pública de Produção de Electricidade

o qual tinha sido nomeado, por força do Despacho nº 137/GPCA/2015, de 13 de Julho.

DESPACHO Nº. 34/GPCA/2018É o Sr. Cangahi Mendes Tómas exone-

rado do cargo de Chefe de Divisão de Núcleo de Planeamento e Estatística do Aproveitamento Hidroelectrico de Luachimo, afecta a Direcção de produ-ção Hídrica, para o qual tinha sido no-meado, por força do Despacho nº 144/GPCA/2015, de 04 de Agosto.

DESPACHO Nº. 35/GPCA/2018É o Sr. N’Simba Adriana Afonso exone-

rado do cargo de Chefe de Divisão de Núcleo de Segurança, Saúde, Quali-dade e Ambiente do Aproveitamento Hidroelectrico de Luachimo, afecta a Direcção de produção Hídrica, para o qual tinha sido nomeado, por força do Despacho nº 144/GPCA/2015, de 04 de Agosto.

DESPACHO Nº. 36/GPCA/2018É o Sr. António Muachiânvua exonera-

do do cargo de Chefe de Núcleo de Ob-servação e Segurança de Barragens do Aproveitamento Hidroelectrico de Luachimo, afecto a Direcção de pro-dução Hídrica, para o qual tinha sido nomeado, por força do Despacho nº 144/GPCA/2015, de 04 de Agosto.

DESPACHO Nº. 37/GPCA/2018É o Sr. João Carvalho N’Guiji exonerado

do cargo de Chefe de Manutenção do Aproveitamento Hidroelectrico de Lua-chimo, afecta a Direcção de produção Hídrica, para o qual tinha sido nomea-do, por força do Despacho nº 1135/GPCA/2015, de 13 de Julho.

DESPACHO Nº. 38/GPCA/2018É o Sr. Manuel Sango Manuel exone-

rado do cargo de chefe de Divisão de Operação do Aproveitamento Hidroe-lectrico de Luachimo, afecta a Direcção de produção Hídrica, para o qual tinha sido nomeado, por força do Despacho nº 1135/GPCA/2015, de 13 de Julho.

CASAS VAO SER ENTREGUES EM BREVEProcesso de selecção chega ao fim

Num processo marcado pela trans-parência, 63 funcionários da PRO-DEL foram selecionados para

receber habitações nos projectos habi-tacionais do Estado, nas Centralidades do KM 44, Capari e nos Zangos 0 e 8000.

Na reunião do passado dia 24 de Abril, a coordenação do processo anun ciou os nomes dos beneficiários e prestou informação complementar ao seguimento do processo, que pas-sa para a fase de entrega.

Segundo apurou o PI, as habita-ções serão entregues à medida que forem concluídas as infra-estruturas externas dos Projectos, que, de acordo com informação da IMOGESTIM, deverá ocorrer ainda neste semestre.

Participaram do processo candida-tos, que foram sendo afastados ao

longo das diferentes fases que culmi-naram com a selecção dos 63 contem-plados, que merecem as felicitações da redação do PI.

COMISSÃO COORDENADORAUm processo desta natureza nunca

é fácil de dirigir pelas incompreen-sões a que estão sujeitas as pessoas que têm a responsabilidade de con-duzir o trabalho. Mererecem, por isso, também, as felicitações da redação do PI, a comissão constituída por, Manuel Panzo, (Coordenador), Tere-sa Correia, (DRH), Kubikilaudia Garcia, (DFC), Benício Machado, (GAI), Ma-riano de Almeida, (GCMRI), Manuel André, (DF), Haille Ferrão, (GAI), Ma-ria Nanguengue, (DRH) e Ekacterina Francisco, (DCOP).

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INFORMATIVOEmpresa Pública de Produção de Electricidade

Empresa Pública de Produção de Electricidade

MINISTRO VISITA INFRA-ESTRUTURAS ELÉCTRICAS DE BENGUELAMelhorias à vista

O parque electroprodutor da PRO-DEL, localizado na província de Benguela pode ganhar uma

nova dinâmica após visita de Sua ex-celência Ministro da Energia e Águas, Engº. João Baptista Borges, no âmbi-to de uma deslocação àquela região durante os dias 12 e 13 de Abril.

No “perímetro” PRODEL, o Ministro Baptista Borges ladeado do Governa-dor da Província, Rui Falcão, e de altos

responsáveis do Sector passou pela Central Térmica do Biópio e o Apro-veitamento Hidroeléctrico que, como é do domínio público, suspendeu re-centemente a actividade de produção devido a degradação na sua parte civil e em alguns equipamentos elec-tromecânicos.

Apesar de suspender a produção, as estruturas eléctricas do A.H. Biópio (central, subestação e linhas) estão in-

tegradas no anel da rede de transpor-te que alimenta a província, tal como os serviços da Central Térmica, daí me-recerem toda a atenção e inseridas no roteiro da visita.

Outra paragem da visita foi a subes-tação do Lobito, afecta a Rede Nacio-nal de Transportes, (RNT), que está a beneficiar de obras para aumentar a sua capacidade de transformação tendo em conta que brevemente re-ceberá electricidade da barragem de Laúca, através de uma linha de 200 kV, em fase de conclusão.

E, finalmente, o A.H. Lomaum, explo-rado por uma entidade privada, que disponibiliza 50 MW para o sistema.

Tal como na região Norte onde se sente os efeitos dos investimentos realizados na produção hídrica, loca-lizada no médio kwanza, (sobretudo as barragens de Cabambe e Laúca), brevemente será a vez da região cen-tro, em particular Benguela.

COMPOSIÇÃO DA DELEGAÇÃO

MINISTÉRIO: João Baptista Borges (Ministro); PRODEL: José Neto (PCA); RNT: Rui Gourgel (PCA); ENDE: Ruth Safeca (PCA)

ESTRATÉGIA ORIENTADA PARA A PRODUÇÃO HÍDRICA

Olhando para orientação dos inves-timentos levados a cabo no sector, facilmente se pode constatar que a opção das autoridades vai para os grandes aproveitamentos hidroéléc-tricos. Laúca (2070 MW), Caculo Cabaça (2172) e Cambambe (920 MW), sendo esta uma questão que sempre inco-modou uma corrente de opinião de especialistas nacionais, que defendia a escolha por aproveitamentos me-nos imponentes.

A opção em curso tem o respaldo dos estudos efectuados pelas autori-dades coloniais, mas seja como for, a

verdade, porém, é que os resultados come-çam a aparecer.

Não obstante os constrangimentos no segmento da distri-buição e os investi-mentos em linhas de transporte que impli-carão capital intensi-vo, é fácil registar a re-lativa estabilidade na produção. Na região Norte é sintomática a melhoria. As arreliadoras restrições, por défice na produção deixaram de existir e esti-ma-se que a região Centro venha em breve e de forma gradual a conhecer

o mesmo cenário, com a chegada da linha de Laúca.

Enquanto isso, é oportuno apelar à unidade e à solidariedade dos funcio-nários do sector.

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ANO 2 � EDIÇÃO N.º 8Empresa Pública de Produção de Electricidade

FUNCIONÁRIOS MELHOR CAPACITADOSPlano de formação 2018

A formação continua a merecer prio-ridade na estratégia da Administração da PRODEL. É a pensar nisso que 13 fun-cionários oriundos de diversas áreas da empresa concluíram com êxito uma acção de formação “on job”, ministrada pelo Centro Nacional de Formação de Formadores – CENFOR, no quadro das melhorias das suas capacidades para o exercício das funções.

As matérias curriculares abordaram “O valor e importância sobre elabo-ração de manual de procedimentos para a instituição e consequente-mente nas tarefas diárias dos traba-lhadores”, tema que permitiu notá-vel interação entre os formandos e os orientadores do curso, ajudando sobremaneira na apreensão dos co-nhecimentos.

De recordar que a referida forma-ção decorreu no auditório da sede do Camama, de 12 a 14 de Março do corrente ano, tendo os participantes recebido certificados da formação.

PARTICIPANTESAlexandrina Correia Felipe Neto; Alfredo Dias dos Santos Imperial; Balbina Umba Barros João; Cândido Jacinto Castro Paiva; Dirce Daniel Simões Gas-par Panzo; Eduardo Martins Fragoso dos Santos; Ekatarina Koskova Francisco; Isabel Lu-cília Gomes Sebastião Diogo; Isabel Nzinga Fernandes Ma-tias Neto Oliveira; Joana Claris-se Pereira Pinto Delgado Da-vid; Leonor Brunet Patrocínio Miguel; Manuel Sousa Panzo; Miguel José Luís.

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO SUBSTITUEM AGENDA EM PAPELAgenda electrónica

Promovida pela Direcção de Tec-nologias de Informação, está em curso desde há alguns meses,

uma campanha que visa integrar a agenda electrónica nos processos de comunicação da empresa, em substi-

tuição da tradicional agenda física ou em papel.

Apesar dos esforços de mudança, a DTI tem deparado com uma resistência generalizada que compromete o tem-po de implementação desta tarefa, pondo consequentemente em causa o processo de modernização da em-presa e, em última análise, não permi-te reduzir os custos inerentes à utiliza-ção da agenda física. Estão em causa custos com o papel, tinteiros ou toner, entre outro material gastável.

No seu folheto publicitário digital, que o PI teve acesso, a DTI disponi-biliza um roteiro que facilita a utiliza-

ção e acesso à Agenda Electrónica.O procedimento inicia com a aber-

tura de um qualquer dos motores de busca Google Chrome, Firefox, Internet Explorer, etc, e depois colocar endere-ço: http://10.102.1.5/agenda/ na barra de endereço.

Para conclusão do procedimento, deve-se seguir os passos que a pla-taforma solicita, todos eles de fácil compreensão.

O factor “X” da aplicação está an-corado na rapidez e na comodidade de comunicação e no reduzido custo para a Empresa, bastando ao utiliza-dor possuir um email corporativo.

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INFORMATIVOEmpresa Pública de Produção de Electricidade

Empresa Pública de Produção de Electricidade

OEFERTA DE ELECTRICIDADE SUPERA NECESSIDADE DA DISTRIBUIÇÃO

GRANDE REPORTAGEM AO PLANALTO CENTRAL

A produção de electricidade na pro-víncia do Huambo regista um cenário nunca verificado depois que Angola alcançou a independência. O défit de produção deu lugar a um superavit, ou seja, as necessidades da distribui-ção, em termos técnicos designado por ponta, situam-se abaixo da capa-cidade de produção disponível.

Dito de outra forma, a PRODEL não precisa utilizar toda a potência que tem instalada para atender as neces-

No Huambo e Bié

sidades da distribuição, iluminação pública, incluída.

Este novo quadro resulta dos in-vestimentos que Estado vem fazen-do com a construção e reabilitação de aproveitamentos hidroeléctricos, a instalação de centrais térmicas e a interligação dos sistemas.

No Huambo, em particular, há a re-gistar a entrada em funcionamento da Centrais Térmicas de Belém e do Lossambo, com uma potência disponí-

vel de 50 e 8,5 MW, respectivamente, e a hidroeléctica do Gove, que passou a poder debitar no sistema mais de 20 MW, fruto das chuvas que permitiram encher a sua albufeira até ao nível de 1.582 metros (o nível máximo é 1.590).

Com isso, mais do que cobrir a pon-ta da distribuição, foi possível criar re-serva e/ ou submeter as máquinas a um regime de funcionamento menos severo, sendo de assinalar a suspen-são da produção na Central Térmica do Benfica (7 MW, disponíveis). A Cen-tral Térmica de Belém, no período de exploração máxima chega a pouco mais de 30 MW e a de Lossambo, 1,2 MW. Já a hidroeléctica do Gove vai al-ternando entre os 13 e os 21 MW.

Em conclusão, diremos que esta-mos diante de um cenário bastante satisfatório, dado que existe uma re-serva de mais de 25 MW. As condições, entretanto, vão melhorar se tiver-mos em conta que está a chegar ao Huambo a linha de transporte que vai levar energia da Barragem de Laúca.

AH – GOVE GARANTE O FORNECIMENTO AO BIÉ E HUAMBO E REGULAÇÃO DO RIO CUNENE

Entrevista ao Director do AH-Gove, Engº. Pedro Sebastião

O Aproveitamento Hidroéléctrico do Gove configura uma peça de relevo na geração de electricidade para atender as regiões centro e sul do país. Se por um lado produz e contribui para o equilíbrio das necessidades da região centro, por outro, serve de regulador do caudal do rio Cunene com objectivo de garantir o

funcionamento dos aproveitamentos a jusante, destaque para o de Ruacaná, na Namíbia. Pela importância estratégica, a nossa reportagem entrevistou o director do AH-Gove, Engº. Pedro Sebastião.

Faça-nos uma breve retrospectiva his-tórica da construção do AH-Gove.

R: O AH-Gove está localizado na Província do Huambo, no leito do rio Cunene, tendo a sua cons-trução nascido de um convénio entre os governos português e sul-africano, para o controlo das cheias e secas na região da Na-míbia.

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ANO 2 � EDIÇÃO N.º 8Empresa Pública de Produção de Electricidade

Mas entretanto, houve uma altera-ção ao projecto inicial?

R: Afirmativo. Com a independência de Angola, em 1975, e, em 1992, da Na-míbia, este convénio e acordos passa-ram a ser entre os dois países, que de-cidiram pela criação de uma Comissão Técnica Permanente Conjunta (CTPC), fa-zendo parte desta o GABHIC (Gabinete de Administração da Bacia Hidrográfica do Cunene), Barragem de Calueque, a PRODEL- EP (AH Gove, AH Matala), NAM-POWER, NAMWATER para a gestão dos caudais do rio Cunene, dando suporte a nova perspectiva do projecto.

E quando iniciaram e terminaram as obras?

R: Com o advento da PAZ, entre 2007 e 2012, sob a tutela do Ministério de Energia e Águas teve início o processo de reparação da barragem e constru-ção da central hidroeléctrica do Gove e respectiva subestação, coordenados pelo GABHIC.

Tecnicamente, como está servido o aproveitamento?

R: Em primeiro lugar, devemos referir que a potência instalada do Aproveita-mento são 60 MW. A central está equi-pada com 3 turbinas do tipo Francis (Vertical), com 20 MW cada uma.

Qual a importância do Gove no conjun-to das fontes de produção na Região?

R: Dentro da região, o Aproveitamen-to Hidroelétrico de Gove tem um gran-de impacto no conjunto de fontes de produção. Primeiro, porque faz parte, dentro do contexto de produção de energia elétrica, das fontes de ener-gia limpa, cujo impacto ambiental é reduzido. O AH Gove desempenha um papel preponderante no fornecimento de energia às províncias do Huambo e do Bié.

Parte do ano de 2017, foi uma fase crí-tica...

R: Em 2017, dada a estiagem rigorosa, a albufeira atingiu limites críticos de produção, havendo mesmo um pe-ríodo em que ficou fora do sistema. A situação mereceu um estudo aprofun-dado conjunto entre a direcção local e a Direcção de Produção Hídrica, que resultou na recuperação dos níveis da albufeira e, através de uma gestão ri-gorosa, temos garantido uma produ-ção regular. Paralelamente, foi imple-mentado um regime de exploração de carga adequado às necessidades do consumo das duas Províncias, Huam-bo e Bié, bem como garantir o cumpri-mento do acordo de gestão da bacia do Cunene rubricado com o governo namibiano.

Qual foi estratégia adoptada?R: Passamos a funcionar em regi-

me de potência no AH Gove e na CT Dango, em regime Frequência. Assim, conseguimos tirar maior rendimento das unidades geradoras e garantimos uma estabilidade absoluta a nível da rede, o que fez com o que passasse-mos as restrições para zero.

Com que recursos humanos é garanti-do o funcionamento da Barragem?

R: Em primeiro lugar, é preciso referir que o colectivo de trabalhadores é to-talmente angolano. Jovens oriundos de várias províncias, como Huambo, Benguela, Cabinda, Moxico, Luanda e Bengo. Somos no total 60 trabalha-dores, dos quais quatro mulheres, distribuídos pelas áreas de Recursos Humanos, QSSA e Operação.

Com que meios e equipamentos é pos-sível garantir o serviço?

R: Quanto aos meios disponíveis nesta altura, apesar de não termos todos os meios necessários, possuí-mos os meios suficientes, que, através de uma gestão criteriosa, nos permite garantir o cumprimento das tarefas diárias para manter a Central em fun-cionamento.

Podia falar-nos do plano de formação dos quadros e técnicos do Aproveita-mento, em 2018?

R: O plano de formação de quadros permitiu recentemente a deslocação, para a República da Zâmbia, de técni-cos deste aproveitamento. Por outro lado, está em curso a nível nacional formações no domínio da mecânica, eletrónica, eléctrica e operação no IS-PETEC.

Que dificuldades podem ser aponta-das no exercício da vossa actividade?

R: O desenvolvimento dos equipa-mentos das centrais Hidroelétricas, so-bretudo no capítulo de instrumenta-ção e controlo, implementados nestes novos aproveitamentos: Gove, Laúca, Cambambe I e II e outros que, exigem materiais de reposição ou sobressa-lentes, que, por vezes, não estão dis-poníveis. Outra dificuldade está asso-

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INFORMATIVOEmpresa Pública de Produção de Electricidade

Empresa Pública de Produção de Electricidade

ciada a formações direcionadas, quer no domínio da supervisão e controle, instrumentação quer de alguns fenó-menos ligados à mecânica, em que salientamos o estudo das vibrações, alinhamento de máquinas e motores, bem como aos fenómenos de cavita-ção. Dificuldades, também, no contex-to social, desde o alojamento, um pos-to de tratamento primário de saúde para os técnicos ligados à esta área, uma vez que o AH Gove dista cerca de 130 Km da cidade do Huambo.

Fale-nos um pouco da área social. Como é garantida a sua gestão e manu-tenção?

R: A nossa área social tem uma pou-sada com dezanove quartos, quatro casas que foram recentemente reabi-litadas, incluindo a actual casa de pas-sagem. Temos mais cinco outras cons-truídas de raiz, no âmbito do Projecto de Reparação da Barragem. Estas infra-

-estruturas garantem a acomodação dos funcionários do aproveitamento que, como sabem, trabalhamos em re-gime de destacamento similar ao das empresas petrolíferas.

Pelo que vimos existem muitas dificul-dades na manutenção?

R: De facto, mas aguardamos que esta fase menos boa da empresa, em termos financeiros, passe, porque foi aprovado um modelo de dormitórios que será construído nas centrais hí-dricas através da Deliberação Nº 03/CA/2016. O levantamento aturado das necessidades e acções a executar no Gove foi efectuado, em Maio des-te ano, numa visita do Administrador Mário Mendonça, que esteve acom-panhado da Directora dos Serviços Gerais, Sra. Josefina Sangumba. Pelo que nos constou, para o AH Gove, es-tão previstas a construção de novos alojamentos, edifícios administrativos, posto médico e área de lazer.

Podia deixar uma mensagem para os colegas da PRODEL?

R: Muitas das falhas da vida ocorrem quando não percebemos o quão pró-ximo estávamos do sucesso na hora em que desistimos. Por isso estima-dos colegas, atendendo o contexto económico-financeiro do país, que não é dos melhores e que a mesma não é de todo permanente, unamos esforços de modo a manter a nossa empresa no auge. Muita coragem, per-severança e, sobretudo, atitude para o alcance dos objetivos.

DISCIPLINA INTERNAA redação do PI acusou a recepção

de três procedimentos disciplinares concluídos, no período de Março do ano em curso, no que resultou na apli-cação da medida disciplinar de Redução temporária de salário, de acordo com o arti-go 47º da Lei Geral do Trabalho.

CARLOS CHIMBINDEAlocado na Central Térmica do Benfica,

Província do Huambo, acusado de ter cometido faltas injustificadas referen-tes aos limites de faltas anuais de 2017.

O referido processo culminou na Re-dução Temporária do Salário por um pe-ríodo de cinco (5) meses aos 27/03/2018.

SEBASTIÃO JOSÉ MANUELAlocado no Central Térmica do Km9

Viana, acusado de ter cometido faltas injustificadas referentes aos limites de faltas anuais de 2017.

O referido processo culminou na Re-dução Temporária do Salário por um pe-ríodo de cinco (5) meses aos 27/03/2018.

PAULO JORGE RAFAELAlocado na Direcção de Engenharia

e Gestão de Projecto, acusado de ter cometido faltas injustificadas referen-tes aos limites de faltas anuais de 2017.

O ferido processo culminou na Redu-ção Temporária do Salário por um pe-ríodo de seis (6) meses aos 27/03/2018.

Nome completoPedro SebastiãoData de admissão01 de Agosto de 2009 (ENE-EP.)Funções que desempenhou?Comecei por desempenhar a

função de técnico de manuten-ção mecânica no AH-Biópio, dada a valência da formação académi-ca. Com o lançamento do projecto de construção e reabilitação do Aproveitamento Hidroelétrico do Gove, ainda na extinta ENE-EP, fui nomeado para o cargo de Chefe de Divisão de Manutenção Eléctri-ca, função que ocupei até o termo do Programa de Reestruturação do Sector Eléctrico (PTSE). Já na PRODEL-EP, desempenhei a função de Chefe de Departamento de Manutenção.

Há quanto tempo está no cargo de Director?

Ascendi ao cargo de Director do Aproveitamento Hidroelétrico do Gove, em Setembro do ano 2017.

Formação académica?Licenciado em Engenharia Elec-

tromecânica pela Universidade Jean Piaget de Angola.

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ANO 2 � EDIÇÃO N.º 8Empresa Pública de Produção de Electricidade

Em um ano, a potência eléctrica instalada na província do Huambo conheceu um aumento vertiginoso. De cerca de 77 MW, passou para 136,1 MW, uma evolução de quase 100%, distribuídos pelas Centrais Térmicas de Belém (50 MW), Benfica (15 MW), Lossambo (8,5) e Bailundo (2,6). A es-sas juntam-se 60 MW, da hidroeléc-trica do Gove.

A reanimação do parque industrial do Huambo exige mais, todavia as necessidades em baixa tensão res-piram de alívio, posto que, no mo-mento, os constrangimentos com as restrições estão afastados.

A reportagem do PI faz, a seguir, uma incursão aos sistemas electro-produtores atrás referidos.

APROVEITAMENTO HIDROELÉCTRICO DO GOVEOs estudos e as obras do AH – Hi-

droeléctrico do Gove iniciaram ainda no tempo colonial. A sua conclusão, porém, aconteceu em Agosto de 2012, altura em que foi inaugurado e entrou em operação comercial.

Nos seus dados técnicos, consta uma potência instalada de 60 MW, distribuídos por 3 turbinas, funcio-nando das 16 as 23 horas debitando 21 MW e das 23 as 16 horas, reduz para 12 MW. A subestação possui três transformadores de 75 MVA, que ele-vam a tensão de 11 para 220 kV.

O funcionamento do aproveitamen-to é assegurado por 59 funcionários, todos da PRODEL, repartidos por 2 grupos, que funcionam em regime ro-tativo similar aos das companhias pe-trolíferas: para os técnicos, 20 dias de trabalho e 18 de repouso, enquanto os responsáveis (directores e chefes de departamento) fazem 35/15.

A jornada diária começa sempre com um encontro que aborda a se-gurança no trabalho, com destaque para os riscos envolventes e aciden-tes, e a situação da exploração.

Através do sistema informático PRIS-MA é feita a gestão das tarefas ope-racionais, designadamente, a planifi-cação e posteriormente um reporte relacionado com a execução, quer in-dividual quer colectivo.

CENTRAL TÉRMICA DE BELÉMA Central tem um quadro de pes-

soal de dez operadores, quatro téc-nicos de manutenção e um técnico estatístico, que trabalham em regime de turno de oito horas.

As equipas da PRODEL são refor-çadas por técnicos da GRD, empresa que montou a Central.

No seu quadro de tarefas, constam a análise e colheita de dados, descarga de combustível, despacho com a RNT relacionado com a gestão de cargas.

A execução e monitoramento des-tas tarefas fazem-se com recurso à tecnologia de ponta, por meio do software SCADA e sistema CCTV.

CENTRAL DO BENFICA-HUAMBOÉ a mais antiga, possuindo uma po-

tência instalada de 15 MW e funciona desde 2009. Devido as condições se-veras de exploração e a ausência de manutenção regular, a Central vem

OFERTA DE ELECTRIDADE CRESCE DE FORMA VERTIGINOSAreduzindo a sua capacidade de pro-dução. Aquando da suspensão da produção, por razões que se pren-dem com o excedente de produção, produzia pouco mais de 7 MW.

Por falta de alternativa, a Central foi forçada a trabalhar de forma qua-se ininterrupta, até Abril passado, a altura em que foram entrando em serviço outros centros electroprodu-tores.

Por ser a mais antiga, na Central do Benfica estão concentrados todos os serviços administrativos relaciona-dos com a gestão do pessoal, sendo que 104 funcionários asseguram a execução das tarefas.

A CT-Benfica tem sob sua depen-dência operativa e administrativa a Central Térmica do Bailundo dotada de 2,6 MW de potência nominal, dis-ponibilizando para o consumo ape-nas metada, ou seja, 1,3 MW.

CENTRAL TERMICA DO LOSSAMBOEsta central foi instalada para ser-

vir a Centralidade de Lossambo, lo-calizada nos arredores da cidade do Huambo, tendo entrado em opera-ção em setembro de 2016.

A potência instalada distribui-se em 5 turbinas de 3,75 MW, perfazen-do 8,5 MW, dos quais apenas 1,2 são solicitados para atender as necessi-dades da Centralidade, o bairro da juventude e algumas instalações e residências nas proximidades.

Vinte quatro trabalhadores, incluí-do responsáveis, formam, três turnos de oito horas cada, que garantem a actividade da Central. Na gestão e monitoramento do funcionamento dos equipamentos e segurança da instalação são utilizados o sistema CCTV e o software SCADA.

Planalto Central com Excedente

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INFORMATIVOEmpresa Pública de Produção de Electricidade

Empresa Pública de Produção de Electricidade

ESPECIALISTAS DEBATEM MATRIZ ENERGÉTICAMesa redonda

A matriz energética de Angola es-teve em debate no anfiteatro da Faculdade de Engenharia da Uni-

versidade Agostinho Neto, no dia 20 de Abril último, num fórum organizado pela União de Estudantes do Ensino Superior de Angola – UEESA, em forma-to de mesa redonda. O fórum, cuja ce-rimónia de abertura foi presidida pelo Secretário de Estado da Energia, Engº. Belsa da Costa, visou, de acordo com o seu lema, “Promover o conhecimento e o consumo sustentável da energia eléctrica para um maior benefício de toda população Angolana”.

Tratando-se de um tema transversal à sociedade, as entradas foram livres, mas a organização do evento convidou distintas personalidades entre políticos, empresários, docentes e profissionais de diferentes áreas do conhecimento, que debateram novas formas de ener-gias renováveis, sua inserção no siste-ma energético e a interação com o meio ambiente. Igualmente, foi debatida a

actualização de conhecimentos bem como a troca de experiências multidis-ciplinares na área das energias limpas e o meio ambiente, na perspectiva de oferecer subsídios para as políticas pú-blicas sectoriais relacionadas ao tema.

O evento teve como oradores o Eng. Pedro Afonso, Administrador PRODEL; Engª. Sandra Cristóvão, Directora Nacio-nal de Energia Renovável; Engº. Manuel Quintino, Director Geral do Instituto dos Recursos Hídricos; Engº. António Este-ves, Director Geral da KANAZURO Electric, S.A.; Engº. João Simão Silva, Director Geral da LUXSERVISA Energia; e o Engº. Adriano Manico, Director do Departa-mento Técnico de Fiscalização da Qua-lidade de Serviços.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕESMaior implementação do “Programa

Aldeia Solar do MINEA”; Mais aposta nas Energias Renováveis com o objec-tivo de aumentar o Grau de Inserção de Energias Limpas no Mix Energético

Nacional; Aprovação célere dos Regula-mentos e Decretos Leis em fase de revi-são e aprovação pelas Entidades Com-petentes; A interligacao dos sistemas eléctricos é necessária para o aumento da fiabilidade do Sistema Eléctrico Pú-blico; Maior aposta na formação e ca-pacitação dos Quadros Técnicos; Maior abertura para os programas de Está-gios para os Jovens; Maior aposta e aumento dos investimentos na produ-ção de energia eléctrica a partir do Gás Natural e Maior abertura e adopção de novas estratégias para a captação de investimento privado e externo.

VISÃO DA PRODEL Em entrevista à comunicação social,

o Engº. Pedro Afonso, representante da PRODEL no evento, referiu que o objectivo da empresa é explorar centrais hidroelé-tricas que estão a ser construídas com re-cursos públicos, através do GAMEK, bem como a produção térmica, onde se ope-ram os sistemas a gás e gasóleo.

Entretanto, a PRODEL tem estado a acompanhar e a criar competências para intervir nas variantes renováveis que es-tão em estudo pela tutela, para compo-sição do mix energético a adoptar.

Por outro lado, Pedro Afonso infor-mou que a produção hídrica, ao contrá-rio dos anos anteriores, observa um ce-nário bastante favorável em função das cargas pluviométricas que têm permiti-do regularizar o caudal do rio kwanza e a garantir a exploração dos aprovei-tamentos ali localizados (Capanda, Laú-ca e Cambambe), quase na plenitude.

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ANO 2 � EDIÇÃO N.º 8Empresa Pública de Produção de Electricidade

BARRAGENS - A ENERGIA COM POTENCIAL ECOTURÍSTICO

Os aproveitamentos hidroeléctricos (chamados vulgarmente por barra-gens) são conhecidos por produzirem energia eléctrica, mas por detrás des-tas infraestruturas existe um potencial ecoturístico desconhecido da maioria dos habitantes e visitantes das pro-víncias onde se encontram localizadas.

Em Angola, a geração hídroelec-trica aproveita o potencial hídrico que banha o território, sendo o rio Kwanza o expoente máximo, com as barragens de Capanda, Laúca e Cam-bambe. Porém, o país não se fica por esses ex-libris. O registo é bem mais longo, não obstante a menor visibili-dade diante das atrás citadas.

A esse respeito podemos citar as Mabubas nas terras do “jacaré ban-gão” (Bengo); Gove, na pitoresca pro-

víncia do Morro do Moco (Huambo) Biópio e Lomaum, nas terras balnea-res de M’Ombaka (Benguela) Luachi-mo, nas terras fertéis das luboyas (Lunda Sul) Hidrochicapa, nas terras dos Tchinganjes (Lunda Norte) Matala, nas terras altas da Tundavala (Huíla).

Em cada uma das barragens há um potencial turístico muito grande, quer do ponto de vista natural (fauna, flo-ra e paisagem) incomparável, quer do ponto de vista arquitectónico, de cons-trução civil e eléctrico ligado à constru-ção e ao funcionamento da barragem, à central e à subestação, no local.

A curiosidade que desperta a quem por lá passa como os estudantes, es-pecialistas e cidadãos em geral é um convite a regressar.

Para cada um destes grupos sociais referidos existe um ponto de inte-resse. O complexo do Aproveitamen-to Hidroeléctrico de Cambambe, por exemplo, oferece uma diversidade de opções. Desde logo, o centenário forte, constituído património histórico nacio-nal. Capanda alberga um antigo cemi-tério de líderes dos povos que habita-ram e habitam a região. O Gove tem o marco ao cimo da colina que separa da Huíla, que, no passado, serviu de refúgio durante os conflitos armados.

Haverá, porventura, em qualquer desses pontos outras nuances das no-vas vertentes de turismo que a nossa limitada capacidade não alcança, mas estamos seguramente diante de um

enorme potencial que a natureza a vol-ta das barragens oferece, quanto mais não seja para lazer, como o faz muita boa gente que deixa as suas casas e se dirige para esses locais em busca de repouso e de reposição de energias perdidas durante a semana laboral.

Neste particular, Cambambe, que conhecemos bem, é um regalo, vis-to que o silêncio agradável nos ine-briantes “assobios” dos cazizis, di-coles, cucos, rolas, gaviões, águias e outras aves, em harmonia com os coros apaixonantes dos jinzeus, das cigarras, dos pucos e outros kyamafu-los que por lá deambulam e que são a causa das pessoas se deleitarem, enquanto se refrescam à sombra das frondosas árvores que kudibotam se-gredos na brisa que acompanha os visitantes, oferecem saborosas frutas locais como as mangas, tamarindos, múkuas, muhalahalas, mutambas sesselas, gajajas, muxiluxilos, mabo-ques, entre outras.

Quer seja por trilhas quer por mira-douros criados em pontos estratégi-cos de modo que os turistas possam observar a biodiversidade local de forma segura, saudável, sustentável e agradável, com apoio de guias que conheçam e facultem informação de-talhada e útil quer nas praias lindas que fimbam as alegrias, estaríamos a extrair os benefícios do enorme potencial turístico concentrados nos Aproveitamentos Hidroelectricos. Katé mais!

Por: Carlos Renato Ferreira Domingos - Estudante e amante de Turismo

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INFORMATIVOEmpresa Pública de Produção de Electricidade

Empresa Pública de Produção de Electricidade

O Jackson, o Emídio e o Américo têm em comum o facto de serem funcio-nários da PRODEL. Os três oriundos da extinta ENE, foram admitidos em épocas distintas, seguindo o princípio de renovação para garantir a continui-dade. São efectivamente de gerações diferentes e a sequência cronológica, bem como a competência fazem-nos crer que o presente e futuro da nossa empresa estão garantidos.

A recente viagem, ao Huambo, de uma equipa de reportagem do PRODEL INFORMATIVO constatou essa realidade.

O Américo é o responsável máximo da Central Térmica do Benfica (Huam-bo). Admitido no distante ano de 1988, curiosamente fez aí toda a sua carreira. Contou-nos que as condições de ex-ploração naltura “eram extremamente difíceis. Havia carência de tudo, mas tinham que garantir o fornecimento a cidade do Huambo, cuja única fonte era a antiga Central. Fazíamos das tri-

pas coração para manter a cidade ace-sa. Situação que melhorou em 2012, com a entrada da nova Central, mais moderna e que exige menos esforço físico.” Hoje, a caminho da reforma, Américo mantém o ar jovial e, acima de tudo, muito à-vontade porque sen-te que a continuidade está garantida.

A leva do Engº. Emídio e do Engº. Jackson está em acção. Emídio, já vai nos 18 anos de casa, com o percurso todo ele feito no sistema hídrico. Por onde passou, diz que ganhou muita experiência e aprecia muito a organi-zação da escola brasileira. Colocado actualmente no AH - Gove, exerce a função de Chefe de Departamen-to de Manutenção. De ideias muito próprias, acredita que o Gove pode produzir o máximo da sua potên-cia instalada (60 MW), bastando que a sua albufeira atinja a quota 1.588 metros, de um máximo de 1.590. Pre-sentemente ronda os 1.582 metros.

Por seu turno o Jackson que, nos seus 8 anos de serviço, faz carreira no segmento térmico. É o Chefe da Operação e Manutenção da Central Térmica do Belém e fá-lo com um domínio e uma paixão que só visto. Comparando a CT-Belém com as ou-tras por onde passou, por exemplo, a da Boavista, em Luanda, Jackson não tem dúvidas que, tendo em conta o modelo organizacional implementa-do e os meios técnicos e tecnológicos instalados, um técnico, nas outras centrais, levaria 4 anos para amadu-recer enquanto na de Belém, 1 ano seria suficiente.

Citamos neste apontamento o Amé-rico, o Emídio e Jackson como podería-mos optar por outros colegas, porque encontramos na nossa deslocação ao Huambo gente muito competente, muito jovem e, mais importante que tudo, muito entusiasmada com o tra-balho, apesar das dificuldades.

FUTURO GARANTIDOReflectindo

LAZER

Anedotas1- No pátio do hospício há um louco que ri

sozinho. Outro aproxima-se e diz-lhe:– O que te faz rir tanto?– Bom, eu conto anedotas a mim mesmo

e acabo de contar uma que ainda não conhecia!

2. Amanhã é o aniversário do nosso casamento... trinta anos – diz uma camponesa ao marido. E acrescenta: – Para festejarmos, podíamos matar o porco.– Porquê? – responde o marido. – Que culpa

tem o animal?

Adivinhas1 O que é o que é que dá muitas voltas e não sai do lugar?

2. O que é, o que é. Uma casinha branca, sem porta, sem tranca?

3. Qual a única pedra que fica em cima da água?4. O que é que quanto mais cresce, mais baixo

fica?5. O que é que é? Tem pernas, mas não anda.

Tem braço, mas não abraça?

1 R: o relógio | 2 R: O ovo. | 3. R: a pedra de gelo. 4. R: o rabo do cavalo. | 5. R: a cadeira