em tempo - 2 de setembro de 2012

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ANO XXIV – N.º 7.752 – MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO TEM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, LANCE!, ELENCO E CONCURSOS MÁX.: 34º MÍN.: 25º TEMPO EM MANAUS Mais de 3 salários mínimos para manter o vício . Dia a dia C 1 Cocaína CARLOS ROBERTO/AE Omar convida e Lula vem apoiar Vanessa ELEIÇÕES 2012 A disputa por territórios políticos entre o PT e o PSDB em Miinas, São Paulo e Amazonas trará Lula a Manaus para apoiar a candidata do PCdoB. Eleiçoes 1 HUDSON FONSECA Se o espaço é público, “também é meu”. E a lei que disciplina usos e abusos? Sem pagar água, luz, aluguel, eles são os ‘donos’ da cidade INVASÃO Sem projeto econômico que atenda às classes populares, os informais tomam conta dos espaços públicos de Manaus e viram proprietários . Dia a dia C3 O ex-presidente Lula defende em BH a candidatura de Patrus Ananias Pesquisa “Retratos da Leitura do Bra- sil”, do Instituto Pró-Livro, confirma que a Região Norte ainda é a que conta com menos leitores no país Plateia B1 O Norte não lê. Está explicado o atraso regional PESQUISA EM MANAUS Marina ‘detona’ o novo Código Florestal Ela não desiste: quer fundar novo partido e considera um retrocesso a reforma do Código Florestal, sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Com a palavra A7 A Sonny ensaia ser a maior produtora de TV do país a partir de Manaus e para comprar carro popular é preciso entrar na fila. Economia B1 e B2 Já falta carro popular nas revendedoras CONSUMO

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 2 de setembro de 2012

ANO XXIV – N.º 7.752 – MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO TEM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ELEIÇÕES, ECONOMIA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, LANCE!, ELENCO E CONCURSOS MÁX.: 34º MÍN.: 25º

TEMPO EM MANAUS

Mais de 3 salários mínimos para manter o vício. Dia a dia C1

Cocaína

CARL

OS

ROB

ERTO

/AE

Omar convida e Lula vem apoiar Vanessa

ELEIÇÕES 2012

A disputa por territórios políticos entre o PT e o PSDB em Miinas, São Paulo e Amazonas trará Lula a Manaus para apoiar a candidata do PCdoB. Eleiçoes 1

HU

DSO

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ON

SECA

Se o espaço é público, “também é meu”. E a lei que disciplina usos e abusos?

Sem pagar água, luz, aluguel, eles são os ‘donos’ da cidade

INVASÃO

Sem projeto econômico que atenda às classes populares, os informais tomam conta dos espaços públicos de Manaus e viram proprietários . Dia a dia C3

O ex-presidente Lula defende em BH a candidatura de Patrus Ananias

Pesquisa “Retratos da Leitura do Bra-sil”, do Instituto Pró-Livro, confi rma que a Região Norte ainda é a que conta com menos leitores no país Plateia B1

O Norte não lê. Está explicadoo atraso regional

PESQUISA

EM MANAUS

Marina ‘detona’ o novo Código FlorestalEla não desiste: quer fundar novo partido e considera um retrocesso a reforma do Código Florestal, sancionada pela presidente Dilma Rousseff . Com a palavra A7Com a palavra A7

DIE

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A Sonny ensaia ser a maior produtora de TV do país a partir de Manaus e para comprar carro popular é preciso entrar na fi la. Economia B1 e B2

Já falta carro popular nas revendedoras

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Page 2: EM TEMPO - 2 de setembro de 2012

A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Aos estudantes que estão represen-tando o Amazonas nas Olimpíadas Escolares, em Poços de Caldas (MG).

Olimpíadas Escolares

APLAUSOS VAIAS

NotaNa sexta-feira, Braga

distribuiu nota dizendo que não participou de tal acor-do para votação da medida provisória 571, que trata do Código Florestal.

Ele afi rmou que sempre tra-balhou para que fosse aprova-do o texto-base da MP.

— Inclusive na definição de áreas de Preservação Permanente (APPs) para pe-quenas, médias e grandes propriedades.

Bilhetinho A presidente Dilma foi foto-

grafada na quinta-feira com o bilhete que enviou a Izabella e Ideli cobrando explicações pelo acordo.

— Por que os jornais estão dizendo que houve um acordo ontem no Congresso sobre o Código Florestal e eu não sei de nada? -, se queixou a presidente, deixando seus aliados numa verdadeira “saia justa”.

Primeiro os meus Mateus, primeiro os meus!,

reza um velho ensinamento.É isso que acontece na Es-

planada dos Ministérios, onde os titulares das pastas têm favorecido os próprios parti-dos na liberação de emendas. Dados do sistema de controle orçamentário mostram que em alguns casos mais da me-tade dos recursos vai para correligionários.

Descarregou Por exemplo:No Desenvolvimento Agrá-

rio, sob o comando de Pepe Vargas (PT), R$ 5,3 milhões dos R$ 10 milhões desembol-sados este ano foram para emendas petistas.

Tudo em casa O deputado José Geraldo

(PA), com R$ 1,7 milhão, e a ministra das Relações Insti-tucionais, Ideli Salvatti, com

R$ 1,1 milhão, fi guram entre os cinco mais contemplados.

Ideli é senadora por Santa Catarina e agora responsável pela negociação das emen-das com o Congresso.

Nossa sardinha Na Educação, sob o coman-

do do petista Aloizio Merca-dante (SP), R$ 8,7 milhões favoreceram o PT, num total de R$ 26,8 milhões.

Puxando brasa para a nossa sardinha, o deputado Francisco Praciano (PT-AM) abocanhou mais R$ 1 mi-lhão para investimentos em nosso Estado.

Bamburraram Já o Turismo desembol-

sou R$ 23,7 milhões em emendas específicas, dos quais R$ 7,2 milhões foram para membros do partido do ministro Gastão Vieira (PMDB-MA).

Os mais benefi ciados são o deputado paulista Antônio Bu-lhões, com R$ 3,2 milhões – que deixou o partido rumo ao PRB –, e Odílio Balbinotti (PMDB-PR), com R$ 1,8 milhão.

Efeito Marina Não se pode dizer que

a ex-senadora Marina Silva vai conseguir transferir votos para o candidato a prefeito, Serafi m Corrêa.

Mas o certo é que ela deu um gás à campanha do ex-prefeito, que está em terceiro lugar nas pesquisas.

Chance Durante sua agenda polí-

tica em Manaus de apoio ao candidato, Marina soltou pérolas do tipo:

— Sei que o povo de Ma-naus se arrependeu de não ter continuado com Serafi m e, agora, é a grande chance.

Desapadrinhado Em outro momento, veja o

que Marina disse de Sarafa:

— A diferença dele para os outros candidatos é que Sera-fi m não tem padrinho forte. Se ganhar, só terá a agradecer ao povo de Manaus.

AusenteEm visita recente à Sam-

sung, Vanessa comentou com o presidente da in-dústria, Chunjae Lee, que será uma prefeita diferente e que vai estar em Brasília sempre que for preciso de-fender o Polo Industrial de Manaus.

— Em 14 anos de ativi-dade parlamentar, eu nunca vi um prefeito em Brasília para defender os trabalha-dores de Manaus.

Brasília esperaVanessa garante que com

ela será diferente.Se eleita prefeita, não será

alheia aos problemas da Zona Franca de Manaus.

— Pode acreditar, vou estar sempre em Brasília! - afi rmou a candidata.

IncansávelA presidente de honra do

Fundo de Promoção Social (FPS) e primeira-dama, Nej-mi Aziz, entrega amanhã um caminhão e implementos agrícolas que vão benefi-ciar mais de 180 famílias de produtores rurais de Autazes.

O pacote faz parte do conjunto de convênios fir-mados com o FPS e as-sociações de agricultores familiares do município.

Presença de OmarA ação faz parte de um

compromisso do gover-nador Omar Aziz de gerar oportunidades.

A presença de Nejmi é a for-ma do governador, por meio da primeira-dama, acompa-nhar in loco a implementação de projetos que gerem renda às famílias.

Para a Prefeitura de Manaus, que permite a ocupação desordenada do espaço público em toda a cidade.

Prefeitura

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), não participou do entendimento com a bancada ruralista em acordo sobre o Código Florestal.

O suposto acordo provocou uma bronca da presidente Dilma Rousseff no bilhete enca-minhado às ministras do Meio Ambiente e das Relações Institucionais, Izabella Teixeira e Ideli Salvatti, respectivamente.

Bronca de Dilma

EMANUEL MENDES SIQUEIRA/SEJEL DIVULGAÇÃO

Comemorações de datas cívicas começaram em escola e terminaram ontem com a fi xação da pira na Ponta Negra

Semana da Pátria inicia com acendimento de pira

DIVULGACAO/AGECOM

As comemorações da Semana da Pátria e do Amazonas 2012 tiveram início na ma-

nhã de ontem, com o tema “Amazonas: terra de oportu-nidades”. A abertura ocorreu no Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) Elisa Bessa Freire, na avenida Itaúba, bairro Cidade Nova, Zona Norte, onde a pira foi acesa. A solenidade de aber-tura foi realizada pelo vice-governador do Estado, José Melo; pelo novo secretário de Educação, Rossieli Soares, e autoridades policiais.

“Nada melhor do que tra-

zer esse tema à tona e é importante ressaltar que o nosso governo tem buscado reascender na população os valores de amor à pátria e ao Estado, oferecendo oportuni-dades. Na área de educação, na área social, e em tantas outras frentes, estamos cum-prindo esse papel, que é o de retroalimentar o sentimento de respeito e amor ao Ama-zonas e ao país”, disse.

Após a solenidade de aber-tura, a pira olímpica foi condu-zida pelo Corpo de Bombeiros até a praia da Ponta Negra, onde fi cará fi xada e exposta até o dia 7 de setembro.

Na manhã de ontem, a pira foi recepcionada pela fanfarra da Escola Estadual

Djalma da Cunha Batista, e por professores e represen-tantes da rede estadual.

Segundo o secretário de Educação, Rossieli Soares, a solenidade marca o início das comemorações da Semana da Pátria do Amazonas. “A data é muito especial para o nosso Estado, e a pira faz parte da história e o que ela (pira) re-presenta. Decidimos trazê-la para cá (Ponta Negra) por ser um local público”, fi nalizou.

As atividades da Semana da Pátria e do Amazonas serão realizadas em todas as zonas da cidade, com o objetivo de evidenciar os fatos históricos que marcaram a Independên-cia do Brasil e a autonomia administrativa do Amazonas.

Vice-governador José Melo discursou na abertura da Semana da Pátria, no bairro Cidade Nova

Matou por conta de um ‘tô nem aí’

Leandro Dias Mesquita, 23, foi assassinado a facadas, 0h12 de ontem, em via pública no Nova Vitória, Zona Leste. Os golpes foram desferidos por Lípio Marinho Brasil, 29, que supostamente teria tido a casa assaltada pela vítima.

De acordo com o boletim divulgado pela Polícia Militar, o autor desferiu golpes de faca ao questionar a vítima se ela teria assaltado sua casa e ter recebido como resposta um: “Estou nem aí”, de Leandro.

Revoltado com a resposta, Lípio Brasil foi até sua casa, pegou uma faca e voltou ao local, onde atingiu Leandro, matando-o. O crime foi regis-trado no 4º Distrito Integra-do de Polícia (DIP), no bairro Grande Vitória, Zona Leste de Manaus, onde Lípio está detido. (RR)

NOVA VITÓRIA

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

Administrador pede muro para o local

Ontem, ainda era possível encontrar ossos humanos no cemitério Santo Alberto, no bairro Colônia Antônio Aleixo. O local está em situação pre-cária, sem muro e tem crianças brincando com as ossadas. Segundo o administrador do cemitério, Marco Antônio, ele registrou um Boletim de Ocorrência, e solicitou à Se-cretaria Municipal de Infraes-trutura (Seminf) que um muro fosse erguido para evitar ain-da mais transtornos.

CEMITÉRIO

Preso na Monte Cristo com 102 trouxinhas de cocaína

Na madrugada de on-tem, por volta das 3h, o desempregado Ronaldo da Silva Ferreira, 22, foi preso por tráfico de drogas na invasão Monte Cristo, no bairro Nova Cidade, Zona Norte de Manaus. Com ele foram apreendidas 102 trouxinhas de pasta-base de cocaína e uma trouxinha de maconha. A prisão foi realizada por policiais da 15ª Companhia Interativa

Comunitária (Cicom). De acordo com o 5º Dis-

trito Integrado de Polícia (DIP), a prisão ocorreu após o infrator ser denunciado por moradores da área. Com ele também foram encontradas uma bolsa, utilizada para carregar os entorpecentes apreendidos, três cordões de ouro e R$ 125.

Ferreira foi preso em fla-grante e encaminhado ao 5º DIP, de onde seguiu na manhã de ontem para a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, Centro.

INVASÃO

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

Acidentes de trânsito fazem duas vítimas fatais no AM

Em menos de seis horas duas pessoas morreram ví-timas de acidente de trânsi-to no Amazonas. O primeiro acidente ocorreu às 16h da última sexta-feira (31), no quilômetro 180 da rodovia AM-010. A vítima foi Maria Socorro Dutra da Cruz, 45.

Segundo registro do Ins-tituto Médico Legal (IML), a mulher foi socorrida ainda no local do acidente e con-duzida ao Hospital Pronto-Socorro 28 de Agosto, Zona Centro-Sul, mas não resistiu aos ferimentos e morreu às 23h25 do mesmo dia.

O segundo acidente ocor-reu às 22h de sexta-feira, na avenida Autaz-Mirim, no bairro São José, Zona Leste, e teve como vítima o cobrador Manoel Laércio de Sousa, 62. De acordo com a Polícia Militar, o co-brador estava em uma pa-

rada de ônibus quando foi atropelado por uma moto desgovernada, de placa OAI 6907, conduzida por Maurí-cio Silva dos Santos, 21.

A vítima e o condutor fo-ram conduzidos ao Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, Zona Leste, mas duas horas depois do ocorrido o cobrador morreu. O condu-tor da moto foi preso em fl agrante. (RR)

EM SEIS HORAS

VÍTIMAUma das vítimas, o cobrador Manoel La-ércio de Souza, tinha 62 anos. Ele estava em uma parada e ôni-bus quando foi atro-pelado por uma moto desgovernada, condu-zida por um jovem

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 A3Opinião

Editorial

Relatório divulgado na sexta-feira, 31, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta que o Brasil tem 3,7 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos fora da escola, com maior defasagem na pré-escola e no ensino médio. Entre as crianças de 4 e 5 anos, o número chega a 1,4 milhão. São números que preocupam, tendo em vista que o resultado dessa pesquisa tem como mote a renda familiar brasileira.

Enquanto 32% das crianças de famílias com renda familiar per capita de até um quarto do salário-mínimo estão fora da escola, apenas 6,9% daquelas oriundas de famílias com renda superior a dois salários-mínimos per capita estão na mesma situação. Ou seja, a educação – que deveria ser um direito de todos – não conseguiu, até agora, ser prioridade no Brasil.

A inserção de crianças na escola ainda é um desafi o na sociedade brasileira. Sai governo, entra governo e a educação é jogada para escanteio, sendo consumida por “prioridades” oportunistas, sem incentivo moral e vontade política. Todos têm respostas para o problema, porém, na prática, nada se faz de concreto. Esquece-se que sem educação uma nação não cresce, não se desenvolve, não sobrevive.

Como priorizar o estudo vivendo abaixo da linha da pobreza? Como preencher escassas vagas nas escolas públicas brasileiras? É preciso copiar, sim, modelos de educação que deram certo em outros países, mas para isso é necessário planejamento, investimento, conhecimento, vontade política. Obviamente há que se reconhecer pro-jetos que, de alguma forma, exibem tentativas de fazer a educação engatar a primeira marcha no Brasil, como o Proinfância e o Brasil Carinhoso, por exemplo.

Porém, é preciso, acima de tudo, combater a desi-gualdade social. É inaceitável um país ter 1,5 milhão de adolescentes entre 15 e 17 anos fora da escola porque essa faixa etária se vê obrigada a entrar no mercado de trabalho mais cedo do que merecia. Se continuar assim, o que será dessa geração? O educador Paulo Freire já disse, certa vez: “Se a educação sozinha não pode tranformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

Verificando os resultados de estudo feito pela Fundação Instituto Nacional de Pesqui-sas Econômicas de São Pau-lo, encomendado pela Câmara Brasileira do Livro, fiquei até um pouco feliz: o brasileiro comprou mais livros nos anos mais recentes. Foram quase 470 milhões de unidades vendi-das, só em 2011. Esse número configura um aumento de 7,2% em relação ao ano anterior.

É bem verdade que o fato de levarem clássicos da literatu-ra infantojuvenil para as telas dos cinemas, tem colaborado muito para que os especta-dores se interessem em ler a obra que originou o filme. Esse incentivo à leitura é sempre bem-vindo.

Luiz Carlos Amorim, por e-mail

www.emtempo.com.br

Há mais de três anos, a avenida Buriti, no Distrito Industrial, Zona Sul de Manaus, está sem sinalização. Cabe aos motoristas a certeza do conhecimento sobre as regras de trânsito, que nem sempre são respeitadas como deveriam. Boa sorte, motorista.

Educação, eterno desafi o para um Brasil empírico

A contundência e o rigor da escolha das palavras têm sido a marca dos votos dos ministros do Supremo Tri-bunal Federal no trato do mensalão, desde o acolhimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República, em agosto de 2007.

Há cinco anos, expressões como “esquema escancarado” (Marco Au-rélio Mello); “fatos extremamente graves” (Celso de Mello); “denúncia típica de quadrilha ou bando” (Ayres Britto); “mentor supremo da trama”, de Joaquim Barbosa ao apontar a existência de indícios sufi cientes para que José Dirceu merecesse “ser investigado”, surpreenderam.

Mas, postas no contexto de um processo que apenas se iniciava e da descrença generalizada na Justiça, tendo ainda como única referência de comparação, mais ou menos à altura, a absolvição de Fernando Collor 13 anos antes, aquelas pala-vras soavam a mera retórica.

Uma hipótese remota de condena-ção que vai agora se materializando na montagem de um quebra-cabeça, cuja junção das peças desenha um cenário de punições.

Collor foi absolvido da acusação de corrupção passiva por falta de provas cabais sobre a existência do ato de ofício. O entendimento hoje é outro, com a maioria dos ministros admitindo não ser indispensável a demonstração de causa e efeito.

O que mudou? A audácia foi ao topo e, no exagero, cavou seu fundo de poço. O Judiciário não fi cou imune à realidade de exorbitâncias e coni-vências dos últimos anos, descrita no discurso de posse do ministro Marco Aurélio Mello na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, em maio de 2006.

Ao apontar a “rotina de desfaçatez e indignidade que parece não ter limite”, Marco Aurélio ressaltava a urgência de se iniciar um “processo de convalescença e cicatrização” no

qual o Judiciário teria necessaria-mente de “assumir sua parcela de responsabilidade nessa avalancha de delitos que sacode o país”.

Tanto a corda foi esticada, tantos abusos foram cometidos sob olhares benevolentes e gestos coniventes de autoridades e sociedade, que ao Su-premo só restou a opção da resposta em grau de tolerância zero.

Mal na foto – Se prêmio houvesse para quem disse ou fez algo que pa-rece, agora, falácia ou manobra à luz da conclusão da primeira etapa do julgamento do mensalão, a medalha de ouro iria para o ex-presidente Lula em seu anunciado intuito de “desmontar” a aludida “farsa”.

Dividindo a prata, os ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toff oli. Não pelos votos de absolvição a João Paulo Cunha, mas por seus argumentos terem sido considera-dos pelo advogado Márcio Thomaz Bastos como uma “vitória” da tese do caixa 2.

Convenhamos: não fi ca bem um magistrado ser apontado como arauto de uma prática que o próprio advogado, quando ministro da Jus-tiça, havia classifi cado como “coisa de bandido”.

O bronze, por ora, fi ca com os conselheiros do Tribunal de Contas da União que aprovaram parecer que conferia ares de legalidade aos desvios de dinheiro do Banco do Brasil, considerados ilegais pela unanimidade do STF.

Na categoria “hors concours”, te-mos a Câmara dos Deputados, que no dia 5 de abril de 2006 conside-rou João Paulo Cunha inocente da quebra de decoro – agora motivo de condenação por corrupção pas-siva - por ter recebido R$ 50 mil do valerioduto e cinco anos depois viria a aceitar, placidamente, que o deputado presidisse a comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

Uma hipó-tese remota de conde-nação que vai agora se materia-lizando na montagem de um que-bra-cabeça, cuja junção das peças desenha um cenário de punições”

Tolerância zero

Segundo o estudo, houve au-mento de vendas nas livrarias, coisa que vinha diminuindo nos últimos anos, pois não é mais só nesse lugar específi co que en-contramos livros para compra. Atualmente é comum encontrar-mos livros em bancas de jornais e revistas e em supermercados, além de existir a opção de com-pra pela internet, onde existem várias livrarias virtuais, com a comodidade de recebermos o

produto em casa.Mas a notícia mais alvissa-

reira do tal estudo é que os jovens e as crianças são os maiores consumidores de li-vros, atualmente. Isso significa que os leitores em formação estão lendo mais. O que pode melhorar o número de brasilei-ros que leem, no futuro, pois eles poderão passar esse gosto pelos livros, esse bom hábito da leitura para seus filhos.

IONE MORENO

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Page 4: EM TEMPO - 2 de setembro de 2012

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Neste ano, o tema do Mês da Bíblia é o Evangelho de Marcos, o mais anti-go e menor dos quatros Evangelhos. Muitos pen-sam que os evangelistas narram a vida de Jesus, quando, na verdade, eles relatam sim a catequese das comuni-dades onde viviam”

Comemos, vestimos, usamos e, de um modo geral, com-pramos não aquilo de que necessitamos ou que nos possa atrair e motivar de um modo natural, mas sim aquilo que nos é impingido pelo marke-ting como bom, bonito ou ‘fashion’”

João Bosco

Araújo

Em 1980, o compositor e cantor mi-neiro Beto Gonçalves escreveu a letra e compôs a música da canção “Sol de Primavera”, que chegou a ser tema de novela da Globo. A letra tão boa como a música dizia: “Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos, /quero brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez. /Já sonhamos muito semeando as canções no vento, /que-ro ver crescer nossa voz no que falta sonhar. Já choramos muito, muitos se perderam no caminho. /Mesmo assim não custa inventar uma nova canção. /Sol de primavera, abre as janelas do meu peito...”. Bela mensagem!

Setembro entrou semana a dentro e, como sempre, é para nós católicos, mês dedicado especialmente à Bíblia. A leitura, a meditação, e acima de tudo, a oração dos textos sagrados são o sol da primavera que ilumina e esquenta as mentes e os corações. A palavra de Deus (a boa nova que anda nos campos do mundo) nos ajuda a viver melhor, nos abre caminhos de esperança (quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar), nos leva a construir laços de unidade (muitos se perderam pelo caminho, mes-mo assim não custa inventar uma nova canção), nos faz enxergar a beleza da criação e das criaturas.

Por meio dela podemos exercitar o perdão, o amor, a partilha (quero brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez). Mesmo diante de acontecimentos infelizes ou desconcertantes, a Palavra Divina nos dá forças para conservar fé e serenidade. Ela é o raio de luz que entra pelas janelas de nossas existências. Ao ler e contemplar os ensinamentos do Senhor, depositados nos livros bíblicos, nos reconhecemos amados e amadas por Deus. Portanto, setembro vem acordar-nos mais e mais para a boa notícia a nós ofertada pelo Pai do céu através de seu Filho Jesus.

Neste ano, o tema do Mês da Bíblia é o Evangelho de Marcos, o mais antigo e menor dos quatros Evangelhos. Muitos pensam que os evangelistas narram a vida de Jesus, quando, na verdade, eles relatam sim a catequese das comu-nidades onde viviam. Marcos, logo no início de seu escrito, apresenta quem é Jesus: ”Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc1,1). A palavra grega evangelho significa boa notícia. Portanto a grande novidade é ter vivido entre o Filho de Deus.

A divindade de Jesus aparece também no batismo do Senhor, nos ensinamen-tos, nos milagres, na transfiguração e na confissão do centurião romano após a morte de Jesus. Mas, Marcos também afirma que Jesus é verdadeiro homem e revela-lhe os traços humanos mais que os outros evangelhos: era carpinteiro, tinha emoções e sentimentos, sofria a dor dos excluídos, gostava das crianças, ensinava amor e perdão, amava os doen-tes. Sua missão consistiu no anúncio do Reino e na salvação de todos. Encontrou rejeição da família, dos discípulos e das lideranças, mas ressuscitou. Jesus, Deus e homem verdadeiro, é a grande notícia, o sol da primavera que nos ilumina e aquece.

PainelRENATA LO PRETE

O PSB interpreta as críticas do PT a Eduardo Campos (PE) como declaração de guerra e explicita o racha na coalizão de Dilma Rousseff . “A quem interessa, no PT, criar difi culdades com a base? Não é Lula, nem Dilma. É a direita do PT? Isso seria a divisão do campo da es-querda”, diz o vice-presidente socialista, Roberto Amaral. O ex-ministro evoca a fi delidade no Código Florestal para elevar o tom. “Tem grupos querendo turvar a água. Isso não interessa ao governo”.

Linha direta Socialistas buscam negociar com Lula um armistício nas praças confl agradas, como Recife e Belo Horizonte, mas que-rem eliminar “porta-vozes” que tacham o governador pernambucano de “traidor” e propor coexistência pacífi ca até a eleição.

Porta a porta Celso Russomanno colocará nas ruas 1.000 cabos eleitorais a partir de segunda-feira. Uniformizados e traba-lhando em dois turnos, dis-tribuirão panfl etos, dando prioridade aos bairros em que o candidato do PRB tem melhor desempenho. O objetivo é combater a subexposição do líder nas pesquisas na TV.

Paternidade Projeto de instalação de creches e berçários em estações do metrô da capital, explorado por José Serra em sua pro-paganda, tramita na Assem-bleia paulista desde 2008. O texto é de autoria do petista Enio Tatto.

Lá vem ela O PT defi ne amanhã a data que marcará a entrada de Marta Suplicy na campanha de Fernando Haddad. As opções são um evento com intelectuais no Tuca e o Dia Nacional Lilás, festa do movimento femi-nista no dia 13 organizada pela mulher do candidato, Ana Estela.

Círculo O próximo pro-grama de Haddad será sobre o Arco do Futuro, promessa de gerar empregos em re-giões fora do centro. Será um dos carros-chefes da TV, junto com o Rede Hora Certa e o Bilhete Único Mensal.

Salvo... A OAB encami-nhará ação direta de in-constitucionalidade ao STF questionando a lei que regu-la a contratação de publici-dade por órgãos públicos. O texto, sancionado por

Lula em 2010, permite que agências recebam comis-sões, chamadas de “bônus de volume”, sobre acordos já fi nalizados.

... conduto Ophir Ca-valcante, presidente da entidade, concorda com o ministro Carlos Ayres Britto quanto ao refl exo da lei no julgamento do mensalão. A mudança fez com que o TCU validasse a ação de Marcos Valério.

Solidário Lula este-ve semana passada na casa do ex-deputado José Genoino, que aguarda o julgamento do mensalão. Durante a visita, tirou fotos com netos do petista. O ex-presidente também ligou para prestar solidariedade a João Paulo Cunha, con-denado no caso.

Vida real Interlocuto-res dizem que os réus do mensalão começam a cobrar a distância que se-para os prognósticos de seus advogados dos vo-tos proferidos pelos mi-nistros do STF no caso.

Dominó Os réus têm cobrado que as previsões otimistas começaram a ruir antes do julgamen-to. “Diziam que não seria julgado este ano, que o revisor não liberaria o pro-cesso. Todas as certezas caíram”, diz um petista.

Bola fora O Ministério do Turismo divulgou em seu site o “Garota Copa Pan-tanal 2014”, evento sob investigação do Ministério Público de Mato Grosso por suposta exploração sexual de menores.

Outro lado A assessoria do ministério informou que só soube da investigação pela coluna e excluiu o even-to da página. A Justiça de MT mandou bloquear sites do evento.

Tiroteio

Para desespero de Lula, que sabe da força do PSDB em São Paulo, só há um candidato assegurado no segundo turno: José Serra.

Contraponto

O ex-ministro Walfrido dos Mares Guia (PSB) ofereceu jantar na sua casa na quinta-feira para receber o ex-presidente Lula e amigos. O principal tema das conversas foi o vídeo em que o senador Aécio Neves (PSDB) aparenta estar embriagado, saindo de um bar no Rio de Janeiro.– Se fosse comigo, ia ser um escândalo –, disse Lula.No dia seguinte, em almoço com candidatos, o fotógrafo que acompanha o ex-presidente pediu que ele afastasse de sua frente um copo d’água para tirar uma foto.– Vamos tirar o copo, senão os tucanos vão dizer que é vodca --, provocou Lula, voltando ao assunto.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

DO COORDENADOR DA CAMPANHA TUCANA, EDSON APARECIDO, sobre o telefonema do ex-presidente a Haddad prevendo embate com Russomanno.

Eu ia beijar mui-to, eu ia namorar muito, eu ia dar

muito… eu ia para alguns lugares que não posso ir, fazer o que eu quises-se e ninguém ia

escrever em lugar nenhum

Lá no século 18, Emanuel Kant, o grande filósofo do idealismo alemão, in-sistia enfaticamente na necessidade da preservação da autonomia da vontade, como condição prévia e indispensável ao exercício da moralidade, a partir do pressuposto de que só uma vontade livre pode ser moralmente julgada e qualifica-da. Puxo o assunto porque percebo nos nossos dias a enorme dificuldade que cada um de nós enfrenta para tentar manter-se livre.

Em tempos passados a liberdade nossa, de homens comuns, era cerceada pelo autoritarismo e pelo despotismo daque-les que detinham em suas mãos o poder econômico e político de que se serviam para manter sob o seu controle as vidas à sua volta, nos reinos e nos feudos.

Hoje os meios são outros, mas, pre-cisamente porque mais sutis, de muito mais difícil percepção e identificação, precisamente porque atuam abaixo do limiar da consciência e são cada vez mais sofisticados e audaciosos, na medida em que se servem com maior eficiência das técnicas capazes de determinar de modo heterônomo as nossas escolhas e decisões.

Comemos, vestimos, usamos e, de um modo geral, compramos não aquilo de que necessitamos ou que nos possa atrair e motivar de um modo natural, mas sim aquilo que nos é impingido pelo marketing como bom, bonito ou “fashion”, segundo critérios de cuja ela-boração não participamos, postos num a priori que não nos compete discutir e muito menos criticar.

Apenas a título de ilustração, vem-me à mente o caso da empresa coreana que nos apresenta um carro sem qual-quer tradição e repete incessantemente, até nos convencer, que é “o melhor sedã já fabricado até hoje no mundo”. Aí, esquecemos os excelentes carros alemães, italianos, ingleses, franceses, americanos, de larga tradição e acredi-tamos, como também acreditamos que um pequeno carro por eles fabricado tenha suplantado similares ingleses na própria Inglaterra.

Nossas roupas não valem pelo conforto que proporcionam e nem mesmo pela boa aparência que exibem, mas apenas pelas etiquetas que ostentam e que lhes confe-rem a condição de “marcas de grife”.

Menos mal, enquanto se trata de carros ou de roupas.

A coisa ganha maior gravidade quando passamos ao terreno das mercadorias que nos são oferecidas pelos políticos e que precisamente são as que trazem em si a capacidade de interferir direta-mente nas nossas vidas pessoais e na própria trama total da sociedade que nos abriga e condiciona. Estendem-se as técnicas de marketing a um terreno complexo como é a política, onde não se poderia deixar que imperassem as leis do mercado.

Mas, já que assim ocorre, aí também devem valer as regras gerais de autodefesa do cidadão dentro do mercado, entre as quais aquela que diz que produto de mui rica embalagem e excessivamente propa-gado por si mesmo, com certeza é como a laranja madura à beira da estrada...

A difícil preservação daliberdade nos dias de hoje

Mês de setembro chegou com boas notícias

À fl or da pele

Teste do bafômetro

FrasesPor que os jornais estão dizendo que houve

um acordo ontem no Congresso sobre o Códi-go Florestal? Eu não sei de nada?

Dilma Rousseff , presidente, questionando, por meio de um bilhete, as ministras Ideli Salvatti e Izabella Teixeira, sobre os resultados da aprovação do Código Florestal

na comissão mista do Congresso.

Passamos a pior fase de desaceleração, que ficou concentrada no primeiro trimestre, e a

economia está acelerando gradualmente

Guido Mantega, ministro da Fazenda, ao afirmar na sexta-feira que a economia

está mostrando recuperação.

Xuxa, apresentadora, dizendo o que faria se tivesse 15 segundos

de anonimato.

Diretor Executivo do Amazonas EM

TEMPO

Dom Luiz Soares Vieira

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

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Page 5: EM TEMPO - 2 de setembro de 2012

MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 A5Política

FALA POVO“Tenho família e considero que a instituição fami-liar fazer parte das propagan-das eleitorais dos candidatos é positivo”.

Frank Eduardo Pessoa, 41, micro- empresário.

“Considero bom, porque mostra a importância que o candidato pode dar à es-trutura familiar e aos problemas que vêm da desestrutura”.

Elizângela Brito, 35, comerciante.

Não tem nada de estar colo-cando ninguém da família, quanto mais colocam mais distantes ficam, porque é só merchandising”.

Vandercila Veras, 34, Empresária.

“Nada a ver mostrar a família, história comovente. Eles fazem apenas se aproveitar das pessoas que não têm conhe-cimento”.

Lucas Dias, 17, estudante.

“Vejo isso como algo bom, por-que faz menção à instituição familiar, que hoje está tão marginalizada e desgastada”.

Heronildo dos Santos, 23, aten-dente de mesa.

Como você avalia essa estratégia?FOTOS: JOEL ROSA

Candidatos apelam para a imagem da boa famíliaDesde que se iniciou o horário gratuito e as inserções diárias, prefeituráveis têm usado a estratégia na garantia de votos

O quadro da família feliz, bem estrutu-rada e harmonio-sa tem sido umas

das imagens bem massi-ficadas nas propagandas eleitorais que, há duas se-manas, têm invadido a casa dos manauenses.

Usada como uma das ferramentas para cativar o

voto do eleitor, entretanto, o apelo familiar utilizado pela maioria dos nove candidatos à Prefeitura de Manaus, ao contrário do esperado pelos postulantes, não tem agra-dado a população já “vaci-nada” contra essa estratégia de marketing.

Entre os prefeituráveis que têm lançado mão dessa fer-ramenta se destacam os can-didatos Artur Neto (PSDB), Henrique Oliveira (PR), Sabino

Castelo Branco (PTB) e Vanes-sa Grazziotin (PCdoB).

A equipe de reportagem do EM TEMPO foi às ruas conferir como soa aos eleito-res a aparição de familiares na propaganda eleitoral com seus respectivos “políticos da família”.

A maioria dos entrevistados é casada, com filhos e uma média de idade entre 17 e 53 anos.

A microempresária no ramo

têxtil, Vânia Dias, de 40 anos, é casada e possui três filhos, acredita que a representação da família nas propagandas eleitorais é uma mera ferra-menta de apelo emocional. “Para falar a verdade acho que só é um apelo para comover a população menos instruí-da. Penso que eles deveriam dar ênfase às propostas que eles têm para a cidade. Não queremos ver ou conhecer a família deles”, disse.

Um discurso político. É as-sim que o professor de edu-cação física, Roberto Fonseca, de 53 anos, separado e com dois filhos, classifica a veicula-ção da família dos candidatos nos programas eleitorais. “É péssimo. Não concordo com essas inserções de mulher, filhos, figurando uma família perfeita que não existe. Para mim não passa de falácia do período eleitoral com a inten-ção de tocar aqueles que estão

vulneráveis”, afirmou.Já o atendente de mesa,

Heronildo dos Santos, de 23 anos, que é solteiro, mas tem um filho, a simbologia da família vinculada à cam-panha política é bem-vinda, tendo em vista a carência de estrutura familiar na atual sociedade. “Vejo isso como algo bom, porque faz men-ção à instituição familiar que hoje está tão marginalizada e desgastada”, destacou.

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

O presidente da Action Marketing e Pesquisas de Mercado, Afrânio Soares, confirmou que mostrar a família é um meio de sensi-bilizar e expressar a solidez nos relacionamentos ínti-mos, porém não é suficiente para cativar o voto. “Isso é a forma de as pessoas entrarem na intimidade do candidato, mostrar que ele é uma pessoa comum, que tem um lar estrutu-rado, denotando sucesso. Eles querem ser percebidos assim, e que as pessoas se identifiquem com suas

histórias”, analisou. Apesar desses apelos

familiares aparentemen-te não surtir mais o efei-to desejado, o professor de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Renan Freitas Pinto, disse que o artifício não é exclusi-vidade de Manaus. “Nos Estados Unidos usam a família como medidor do candidato até com certo exagero. A ideia é que, se você cuida bem da mulher e dos filhos, cuidará bem da cidade”, disse.

O voto guiado pela emoçãoMesmo com algumas mu-

danças na estrutura das fa-mílias brasileiras ocorridas nas últimas décadas, con-forme a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2009, que mostra o aumento do número de famílias chefia-das por mulheres, dois dos líderes religiosos da capital acreditam que ainda seja válido que os candidatos vin-culem suas imagens a um modelo familiar.

O arcebispo de Manaus,

dom Luiz Soares Vieira, ob-servou que o fato da base familiar estar passando por uma crise, devido ao peso da cultura pós-modernista baseada na liberdade, no individualismo e no não com-promisso, exaltar a família é uma característica positiva. “A família passa por uma das maiores crises da história, Basta ler as estatísticas de divórcios, separações de ca-sais, efeitos dos tempos de cultura pós-moderna. Entre-tanto, a fragilidade da união conjugal sente saudades das famílias sólidas. Essa é a

razão porque a imagem da família unida pelos laços de amor perene ter forte apelo diante do povo. Aí está o motivo de políticos do Brasil, dos Estados Uni-dos (Obama e Romney), de Manaus apelarem para a imagem da boa convivência familiar”, analisou.

Levantar a ‘moral’Para o líder espiritual do

Ministério Internacional da Restauração (MIR), apósto-lo Renê Terra Nova, a figura da família sempre terá im-pacto na sociedade por se

tratar da base de formação do indivíduo. “A família é a célula principal e nunca vai estar ultrapassada, mesmo com as teorias pós-moder-nas trazendo descrédito à célula mater. Acredito eu que por mais crise que haja, o ato de levantar o padrão moral das famílias traz credibilidade e o apa-recimento dos familiares consolida o voto. Se alguém consegue administrar sua família, conseguirá tam-bém administrar a cidade que ele se dispõe em ser o gestor”, ponderou.

Líderes religiosos defendem a iniciativa

ISMAEL NEVES/DIVULGAÇÃO

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Page 6: EM TEMPO - 2 de setembro de 2012

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Deputado que denunciou João Paulo teme ‘pizza’

Relator da cassação do mandato de João Paulo Cunha (PT-SP) na Câmara, em 2006, Cezar Schirmer (PMDB) – atual prefeito de Santa Maria – diz temer que o julgamento do mensalão vire um “espetáculo midiático, condenando uns e absolvendo outros”. Acha que seu parecer no conselho de ética contra o petista, con-denado no Supremo Tribunal Federal, “minucioso e apro-fundado”, pode ter ajudado no julgamento.

Carne-unhaAlinhado com o relator da

CPI dos Correios, Osmar Ser-raglio (PMDB-PR) Schirmer pediu a cassação de Cunha envolvido no mensalão.

Blindagem petistaO parecer contra o petista

foi aprovado por quase unani-midade no Conselho de Ética em 2006, mas rejeitado no plenário da Câmara.

Deixa estarApesar da condenação no

STF, os partidos de oposição decidiram não pedir a cas-sação do mandato de João Paulo Cunha.

Vanguarda do atrasoO espirituoso deputado

Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) acha que o PT é visto pela população como o “Are-na moderno”: “Fisiológico e coronelista”.

TAM cobra mais para o Nordeste que para os EUA

A anarquia gerencial e a falta de critérios lógicos na fi xação de tarifas, na aviação comercial brasileira, chegou a ponto de a TAM, a maior do setor, neste fi nal de se-mana, cobrar R$ 3.300 por passagem Brasília-Maceió, ida e volta, enquanto cobra menos da metade, R$ 1.440, pelo bilhete Brasília-Miami-

Brasília. Da capital para Nova York a passagem custa R$ 1.650. O trecho Rio-Frank-furt (Alemanha), apenas R$ 2.133.

Anac se omiteA Anac, boazinha com a

TAM, informou que a bilhete Brasília-Maceió “pode refl e-tir o custo de oportunida-de”, e não adotará qualquer medida.

Liberdade de explorarA Agência Nacional de

Aviação Civil (Anac) destaca a “liberdade tarifária” para explicar sua omissão no as-salto aos passageiros.

Cara-de-pauA explicação da TAM é um

exercício de caradurismo: os preços abusivos das passa-gens para Maceió seriam culpa da “demanda”.

DF: greve divide o governo

O governo do DF está di-vidido quanto ao pretendido reajuste dos policiais civis em greve. A área econômica nem quer pensar o assunto, mas o governador Agnelo Queiroz deverá conceder o reajus-te para que eles continuem ganhando o mesmo que os policiais federais.

Sinal vermelhoO PT cresce na capital pau-

lista com Fernando Haddad, nas sofre em seus feudos na Grande São Paulo, enrolado nos labirintos dos escândalos. O mensaleiro João Paulo Cunha caiu fora da disputa em Osasco e o petista Edgar Nóbrega re-nunciou em São Caetano.

Flagra O candidato do PT a pre-

feito de São Caetano, Edgar Nóbrega, desistiu após o vídeo em que ele aparece pedindo dinheiro ao gru-po do prefeito José Auricchio (PTB), para “azeitar”

as prévias internas.

TrapalhadaEm Mauá, também na Gran-

de São Paulo, o petista Donise-te Braga é acusado de pagar um panfl eto do PSOL atacando Vanessa Damo (PMDB), líder nas pesquisas. Ele chegou a ser citado no caso do assassina-to do ex-prefeito Celso Daniel (PT), em 2002.

Licença em reaisO diplomata Artur Virgílio

pediu licença do Itamaraty para “assuntos particulares”, ou seja, a campanha a pre-feito de Manaus pelo PSDB. Ganhava em dólares, em Lisboa, onde servia, e agora recebe em reais.

Adjunta em loja de cris-tais

Adjunta do advogado-geral da União, Rosângela Silveira quase impediu o acordo com os procuradores da AGU. Ela propôs a um grupo de traba-lho, aceito pelos sindicalistas, mas depois disse que “grupo a gente cria e extingue na hora que quer”. Quase inviabilizou o acordo.

Causa verdePresidente do Partido Eco-

lógico Nacional (PEN), Adilson Barroso afi rma que a sigla só decidiu apoiar Celso Russom-manno (PRB) em São Paulo porque “ele garantiu trabalhar em prol da sustentabilidade”.

MonitoramentoMesmo com uma hérnia

de disco recém-descoberta, o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN) usa suas manhãs para acompanhar as campanhas eleitorais do partido em todo o país.

Pensando bem......com o mensalão com-

provado, o Supremo Tribunal Federal vai condenando os mensaleiros a prestação, em sete vezes sem juros...

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

O governo não quer ferir contratos”

MINISTRO EDISON LOBÃO (MINAS E ENERGIA) sobre a MP do setor elétrico

PODER SEM PUDOR

Presidente da Infraero, o briga-deiro Adyr Vasconcelos era fi-gura importante na República, por isso seu aniversário foi muito concorrido naquele ano de 1994. Na entrada, aten-tas recepcionistas conferiam a lista de convidados. Com um presente nas mãos, ACM chegou e entrou.

- O sr. precisa se identificar – disse uma delas, alcançando-o já no salão.

- A senhora é que precisa ler a história! – respondeu ACM, dando-lhe as costas.

Sem documento

Encontro reunirá juízes brasileirosOs juízes de cooperação de

todos os 91 tribunais brasi-leiros terão, em 19 de outu-bro, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), seu primeiro encon-tro nacional. Organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com os tribunais fl uminenses, o en-contro servirá para que esses magistrados desenvolvam a metodologia da Cooperação Judiciária a ser adotada em

todo o país, no âmbito da re-cém-formada Rede Nacional de Cooperação (RNC).

Instituída pela Recomenda-ção nº 38/2011 do CNJ e em seguida transformada pelos tribunais em meta do Poder Judiciário para 2012 (Meta 4), a cooperação é uma tentativa de modifi car radicalmente a comunicação nos atos ofi ciais da Justiça. Com a intermedia-ção dos juízes de cooperação, os atos processuais de qual-

quer magistrado brasileiro que dependam de outro ma-gistrado ou tribunal tendem a ser cumpridos com maior celeridade e economia.

Os juízes de cooperação já designados pelos seus tri-bunais, os componentes dos Núcleos de Cooperação dos Tribunais, do Comitê Nacional da RNC e dos comitês estadu-ais serão inscritos automati-camente para o encontro de 19 de outubro.

CNJ

Esse é o entedimento de parte dos advogados dos 37 réus da ação penal 470, em curso no Supremo Tribunal Federal

Condenações do mensalão podem ter penas vultosas

Ministro Cezar Peluso (à esq), em sua última sessão no Supremo. Ele já adiantou seus votos

A avaliação de parte dos advogados de defesa dos 37 réus da ação penal 470, o

processo do mensalão, é a de que, nos casos de condenação pelo Supremo Tribunal Fede-ral (STF), difi cilmente haverá fi xação de condenação nas penas mínimas para os acu-sados que tiveram cargo de poder. A impressão se tornou mais forte depois da dosime-tria estabelecida pelo minis-tro Cezar Peluso, elogiado por ter dado um voto “técnico e equilibrado”. Peluso, que se aposenta compulsoriamente, amanhã, quando completa 70 anos, se despediu do STF na quinta-feira, dia 30, sua última sessão na corte.

Devido à aposentadoria, o ministro foi o único a se adiantar e fi xar as penas dos réus que julgou. Peluso con-denou João Paulo Cunha por corrupção passiva e fi xou pena de 3 anos de prisão. A pena mínima é de 2 anos. O mes-mo tempo foi fi xado para a

condenação por peculato, cuja pena mínima também é de 2 anos de prisão. No caso de Marcos Valério, a fi xação da pena foi ainda mais rigorosa: 3 anos para cada um dos dois crimes de corrupção ativa; 3 anos também para os dois crimes de peculato e 4 anos para o terceiro.

O caso de Henrique Pizzo-lato teve o mesmo rigor. A pena mais baixa fi xada por Peluso foi de 2 anos e seis meses. Apenas Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, sócios de Marcos Valério, receberam a pena mínima em algumas das acusações.

Para os advogados, as penas mínimas devem fi car restritas aos personagens periféricos da denúncia, se forem condenados. Eles dão exemplos como o de Geiza Dias, funcionária de Marcos Valério, ou Anita Leocádia, ex-assessora parlamentar do então deputado federal Paulo Rocha (PT-PA). “São pessoas que, se condenadas, devem

ter reconhecida, ao menos, a pena mínima”, afi rmou um dos advogados ouvidos. Essa é a opinião, também, de alguns ministros do Supremo.

O fato de ministros se re-ferirem com frequência às consequências dos atos dos acusados também faz com que os advogados acreditem que não haverá condescen-dência na fi xação das penas. Consequências essas como, por exemplo, “o prejuízo à confi ança nas instituições pú-blicas”, explica o advogado Fabrício de Oliveira Campos, do escritório Oliveira Campos Advogados, de Vitória (ES).

Votos dados até agora mos-tram que a expressão “conse-quências do crime”, prevista no artigo 59 do Código Penal, será aplicada, o que, por si só, já impedirá penas na dosagem mínima. O fato signifi ca a vitó-ria da Procuradoria-Geral da República, que, ao se referir ao caso, insistiu em expressões como “o maior escândalo da história do país”.

NELSON JR/SCO/STF

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Page 7: EM TEMPO - 2 de setembro de 2012

MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 A7Com a palavra

Estava ali re-presentando a potência ambiental que é o Bra-sil e o desa-fio que é a sustentabili-dade. Obvia-mente, vivi um momen-to de muita felicidade (...) É a reação que prefiro guardar”

Corremos o risco de nunca mais se criar uma terra indí-gena nes-se país. O governo não tem a di-mensão para perceber a importância da susten-tabilidade e isso é la-mentável”

Marina SILVA

‘O CÓDIGO florestal É um RETROCESSO’

Maria Osmarina Silva de Lima, a Marina Silva, saiu dos seringais do Acre, onde viveu até os

16 anos, analfabeta, para ganhar reconhecimento internacional na de-fesa do meio ambiente. Ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina é apontada como umas das maiores defensoras da sustentabi-lidade no mundo.

De grande influência política, ar-rasta legiões de admiradores por onde passa. Por isso, virou alvo de disputa em todo o país, entre can-didatos desta eleição. Essa semana Marina visitou Manaus para apoiar a campanha política do candidato Serafim Corrêa.

A ex-senadora, que não está coliga-da a nenhum partido político, afirma que tem caminhado “Brasil adentro, Brasil a fora”, lutando pelo movimento da preservação ambiental e apoiando candidatos que estão realmente com-prometidos com a causa da susten-tabilidade, pois acredita que o povo brasileiro está cansado de políticos que estão no meio apenas para provar quem são poderosos.

Em entrevista ao EM TEMPO, a ambientalista, que chegou em 1996 ao Senado Federal como a mais jovem senadora do país, falou sobre o seu trabalho “missionário” de apresentar apoio aos candidatos que tenham in-teresses em defender agendas éticas; da sua participação nas Olimpíadas deste ano; do julgamento do mensa-lão; e de seu futuro político.

EM TEMPO – Como aconte-ceu esse convite para a senhora apoiar a candidatura da coligação “Agora somos nós e o povo”, que tem como candidato ao cargo majoritário Serafim Corrêa?

Marina Silva – Para mim, é uma alegria estar ao lado desses ami-gos. Desde a primeira campanha, em 1996, quando Serafim se can-didatou ao cargo de prefeito de Manaus estive apoiando o trabalho desse companheiro. E, desde então, iniciamos essa parceria. Este ano, Serafim foi me procurar em Brasília e prontamente aceitei o convite de vir fazer essa afirmação à campanha dele. “Sarafa” é uma pessoa correta e comprometida com o crescimen-to de sua cidade e melhoria na qualidade de vida das pessoas que aqui habitam. É muito bom fazer a campanha de uma pessoa leve, tranquila, que combina com o meu estilo, como é o caso do Serafim. Nessa campanha não será preciso falar dos adversários do Serafim, apenas exaltar as qualidades do meu candidato, porque isso basta. Deixo minha solidariedade e compa-nheirismo à campanha do “Sarafa”, porque sei que iremos surpreender nessas eleições.

EM TEMPO – A senhora está sem partido político desde o ano passado, quando saiu do Partido Verde, o PV. Como está a sua po-sição política. Já simpatizou com alguma outra sigla?

MS – Ainda não estou avaliando isso. Por estar sem partido tenho essa liberdade política de apoiar em todos os Estados, aqueles candidatos que tenham um compromisso de abraçar candidaturas que estejam com a agenda compatível com a susten-tabilidade e a ética política. Estou fazendo um apoio programático, e não pragmático. Ainda não estou pen-sando em novo partido político ou em me aliar a alguma outra sigla. Quero fortalecer o movimento sustentável. Tenho apoiado candidatos do PSOL, do PSB, do PV e até do PT. Meu apoio será para aqueles que estejam com um olho no progresso, e outro na sustentabilidade, sem interesse de futuras coligações.

EM TEMPO – Como a senhora vê o Amazonas, quando se trata de projetos voltados para a sus-tentabilidade?

MS - Vejo como uma grande opor-tunidade. A Amazônia tem um peso por sua importância geográfica e não deve ser vista como um problema para o Brasil, e sim um grande avanço. As dificuldades que temos são por-que não foram feitos investimentos de forma estratégica. A Amazônia é uma grande produtora de energia, e essa energia pode ser produzida de forma sustentável. Temos um poten-cial de eletricidade que se mantém 63% na Amazônia, mas precisamos ganhar com isso. Desenvolvemos espaços para o manejo sustentável e a exploração madeireira, porém esse trabalho precisa ser feito com responsabilidade. É preciso investi-mento. Percebo que a grande vontade dos amazônidas é que a Amazônia se desenvolva, mas sem perder a identidade.

EM TEMPO – Qual a sua posição política sobre o envolvimento do Partido dos Trabalhadores (PT) nesse julgamento do mensalão, já que a senhora marchou tanto tempo com os petistas?

MS – Minha posição é de que seja feita a justiça. Nesse momento, o Brasil inteiro está olhando para esse julgamento com o olhar de quem acre-dita no amadurecimento de nossas instituições, e nesse caso, na mais alta corte do país. Se tiver alguém que pareça inocente, mas é culpado, que o processo culpe e julguem todos esses. Se tiver alguém que parece ser culpado, mas é inocente, que o processo o inocente de fato. Não sou aquele tipo de pessoa que quer ver alguém ser enviado para o sacrifí-cio. Quero que seja feita apenas a justiça. Sempre repito as palavras de William Shakespeare: “o contrá-rio de injustiça não é justiça, e sim

amor”. E toda justiça que se pratica sem amor, é vingança. Não encaro esse julgamento como processo de vingança contra ninguém.

EM TEMPO – Como a senhora avalia essa implantação do novo Código Florestal no país?

MS - Achei uma coisa terrível. É um dos piores retrocessos da história ambiental. O Brasil, depois de 20 anos de avanços, está vivendo um atraso nessa agenda. É o Código Florestal, a retirada do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Natu-rais Renováveis (Ibama) na fiscaliza-ção do desmatamento, implantação de medida provisória que dá poderes à presidente da República, em di-minuir a unidades de conservações já criadas, é a ameaça de que ter-ras indígenas só podem ser criadas com uma lei aprovada no Congresso. Agora imagina, se formos contar, no Congresso Nacional, no máximo, 60 parlamentares são favoráveis às terras indígenas, e no Senado, ape-nas meia duzia debatem esse tema. Corremos o risco de nunca mais se criar uma terra indígena nesse país. O governo não tem a dimensão para perceber a importância da sustenta-bilidade e isso é lamentável.

EM TEMPO – Nas Olimpíadas deste ano, a senhora teve uma participação muito importante, que, segundo a mídia nacional, até ofuscou a presença da presidente Dilma Rousseff. Como foi essa experiência em Londres?

MS - Eu e a Dilma tivemos par-ticipações em esferas diferentes. Nossa presidente estava na tribuna de honra com a monarquia londrina, cumprindo o papel dela como chefe de uma confederação, e eu senti muito orgulho de ter uma mulher como representante. E eu estava, simboli-camente, representando uma causa, junto com pessoas que também de-sempenham papéis importantes em seus países. Estava ali representando a potência ambiental que é o Brasil e o desafio que é a sustentabilidade. Obviamente, vivi um momento de muita felicidade, o Brasil ficou fe-liz por ser representado pela minha imagem, e essa será a reação que prefiro guardar.

EM TEMPO – Podemos espe-

rar Marina Silva nas próximas eleições para presidente da Re-pública?

MS – Esse não é o foco que debato no momento. A única coisa que sei agora é que a causa da sustentabilida-de precisa ser um processo relevante. Por isso, estou fazendo um trabalho quase que “missionário” em todo país, dando esse apoio político a candidatos que queiram abraçar essa agenda da sustentabilidade. Faço isso sem interesse político ou retorno financeiro para campanhas. Quero apenas ajudar a criar um Brasil melhor.

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

Ainda não estou pen-sando em novo partido político ou em me aliar a alguma outra sigla. Quero fortalecer o mo-vimento sustentável. Tenho apoiado candida-tos do PSOL, do PSB, do PV e até do PT”

FOTOS: DIEGO JANATÃ

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

O Amazonas possui 4,7 mil presos provisórios, sendo que 2,4 mil deverão votar em outubro

Em outubro, os candida-tos ao pleito recebe-rão o voto de confian-ça de 2,4 mil eleitores

que só os conhecem por meio do programa eleitoral veicula-do pela televisão e que talvez não desfrutem do programa de governo implantado pelo prefeito vitorioso. Eles são os presos provisórios.

Em todo o Estado do Ama-zonas, segundo dados da Se-cretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), existem 4,7 mil presos nessa condi-ção – sem condenação de-finitiva -, mas apenas esses 2,4 mil estão aptos a votar nestas eleições. Desse uni-verso, metade se concentra na capital amazonense.

Eles não representam nem 1% do eleitorado, mas têm o direito de assistir ao horário eleitoral obrigatório todos os dias e de escolher, no dia 7 de outubro, o prefeito e os vereadores de suas respecti-vas cidades. A assessoria de comunicação da Sejus infor-mou que os presos têm acesso a aparelhos de televisão nos espaços comuns e durante os

banhos de sol.Segundo o Tribunal Regional

Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), dos 62 municípios ama-zonenses, apenas seis, entre eles Manaus, possuem presos provisórios que poderão votar neste pleito.

Em Manaus, 1,2 mil presos provisórios, o equivalente a 47,91% dos 2,4 mil cadastra-

dos, irão votar nas próximas eleições. Destes, 300 estão presos no Centro de Deten-ção Provisória de Manaus; 350 estão na Cadeia Pública De-sembargador Raimundo Vidal Pessoa; e 500 estão esperan-do a condenação definitiva no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat).

Na Cadeia Pública Raimun-

do Vidal Pessoa, os provisó-rios votam desde a eleição de 2004. No Ipat, os presos foram cadastrados em 2010 e já “ajudaram” a escolher o presidente da República e este ano, os detentos do Cen-tro de Detenção de Manaus adquiriram o mesmo direito e vão votar para prefeito e vereadores que concorrem às eleições deste ano.

No interior do Estado, os 1,2 mil presos aptos a vo-tar estão nos municípios de Parintins (400); Maués (50); Eirunepé (200); Boca do Acre (200) e Itacoatiara (400). Com exceção da Delegacia Inte-rativa de Boca do Acre que cadastrou os presos provi-sórios este ano, em todas as outras quatro Unidades Prisionais os detentos votam desde as últimas eleições.

ObrigatoriedadeA Constituição Federal ga-

rante que todo cidadão tem o direito de escolher seus representantes políticos por meio do voto.

O voto do preso provisório iniciou no Brasil em 2002, em Sergipe e, seis anos depois outros 11 Estados aderiram à iniciativa.

CAMILA CARVALHOEquipe EM TEMPO

ARQUIVO EM TEMPO/REINALDO OKITA

Presos aptos a votar são 2,4 mil em todo o EstadoMetade desses eleitores se concentra em centros de detenções em Manaus e representa menos de 1% do eleitorado

URNA MÓVELConforme a resolução 23.219/2010 do TSE, o preso provisório deve alistar-se ou transferir título até o dia 5 de maio do ano eleitoral. As urnas de votação são levadas até às unidades penais

Até o dia do pleito, o TRE-AM deverá firmar convê-nios de cooperação técnica com as entidades ligadas ao sistema prisional para garantir condições indis-pensáveis de segurança.

Os servidores dos depar-tamentos penitenciários e da Sejus serão escolhidos

para serem membros das mesas receptoras de vo-tos e de justificativa. Eles contarão com o apoio de servidores dos Ministérios Público do Estado (MPE-AM) e Federal (MPF), além de defensores públicos e mem-bros da Ordem dos Advo-gados do Brasil seccional

Amazonas (OAB/AM).Os presos serão levados

das celas até às urnas de votação e após o voto, retornam para suas celas escoltados por agentes pe-nitenciários. Após o término da votação, as urnas são retiradas dos presídios e levadas para o TRE-AM.

Força-tarefa para monitorar voto

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EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 (92) 3090-1045Economia B2

Revendedorasantecipam pedidos

IONE MORENO

Sony disputa o ‘ouro’ em produção até

2014A japonesa promete investir R$ 500 milhões para ser a “número 1” na produção de televisores no Polo Industrial de Manaus

Única fabricante de eletro-eletrônicos patrocinadora da Copa de 2014, a Sony pretende se tornar a “nú-

mero 1” na produção de TVs no país até o ano do evento esportivo. Em um prazo de menos de dois anos, a multinacional deve investir R$ 500 milhões em comunicação, infraes-trutura, logística e em melhorias na unidade fabril do Polo Industrial de Manaus (PIM).

O gerente de marketing da japo-nesa, Luciano Bottura, ressalta que o aporte milionário vai possibilitar à “gigante” dobrar os negócios no país até o Mundial. “Nosso foco é assumir a liderança em todos os segmentos em que atuamos. Hoje, ocupamos o primeiro posto em uma série de segmentos, como fi lmadoras, com mais de 70% de marketshare, e câmeras digitais (51%). No segmen-to de TV, hoje somos terceiro, mas estimamos atingir a liderança em breve”, salienta.

Conforme o executivo, a Sony par-ticipará de forma ativa do evento futebolístico. “Contamos com uma pla-taforma de ações exclusivas, que inclui a possibilidade de lançar produtos em edições especiais, com temáticas relacionadas à Copa, participação em grandes eventos da Federação Inter-nacional de Futebol (Fifa) e temos confi ança na popularização do 3D, especialmente se as TVs abertas trans-mitirem jogos com essa tecnologia. Queremos criar uma Copa do Mundo nossa, tendo em vista que só 2% dos brasileiros terão acesso às arenas ofi ciais”, destaca.

Para “levar” a Copa à casa dos bra-sileiros, Bottura enfatiza que a Sony aposta no recurso de R$ 500 milhões. “A Sony investirá de forma ampla para fi delizar os consumidores das classes A e B e conquistar a classe C, que atualmente soma mais de cem milhões de pessoas. A unidade fabril da Sony, instalada no PIM, também receberá investimentos para a ampliação de sua capacidade”, pontua o gerente de marketing, ao observar que por ser uma empresa de capital aberto, a Sony não pode divulgar o aporte específi co

para a fábrica de Manaus. Sobre os televisores Sony fabricados

no parque fabril manauense, a japo-nesa informa que a linha de TVs 2012 contará com 10 modelos, dos quais seis produtos estão conectados em 3D. “Já lançamos oito modelos de TVs este ano e outros dois devem chegar ao mer-cado nos próximos meses. Não temos como pontuar quantos novos modelos deverão ser lançados até 2014, mas garanto que o que oferecemos e o que está por vir atenderá as necessidades do consumidor brasileiro”, assegura.

Tecnologia para conquistarUma das grandes apostas da Sony

para conquistar o primeiro lugar no ranking das produtoras de TVs é a tecnologia. Conforme a empresa, o consumidor poderá usufruir da tec-nologia Sony Link, que possibilita a integração entre TV, celular, tablet e

notebook. “Por meio dessa novidade, será possível transferir e comparti-lhar arquivos entre os equipamentos, transformar tablets e celulares em controles remotos, joysticks. Servi-dores de mídia e teclado”, adianta Luciano Bottura.

O executivo observa, ainda, que assim como os produtos recém-lan-çados, os novos e futuros itens da marca continuarão em desenvolvi-mento, de acordo com o interesse dos consumidores dos produtos Sony. “Fizemos pesquisas em mais de duas mil residências Brasil a fora para entendermos os hábitos e desejos do nosso público. Percebemos que, para o brasileiro, a TV tem uma respon-sabilidade muito grande e, mais do que isso, os compradores dos itens Sony passam por um processo de entendimento de tecnologias, como internet TV e 3D”, explica.

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

APOSTALinha de TVs produzidas este ano contará com 10 modelos, dos quais, seis estão conecta-dos em 3D. Para 2014, a Sony não divulgou detalhes, mas garante que os aparelhos “en-cantarão” os consumidores

Além de tecnologias e infraestrutura, a Sony pretende aplicar parte dos R$ 500 milhões na ampliação da unidade

“Queridinha” das classes A e B, a Sony investirá pesado para conquistar a classe C até 2014. A japonesa assegura que estará “de olho” nesse público e investirá em campanhas.

“As pesquisas nos mostraram

que o brasileiro preza muito ques-tões como potência e visual em seus parelhos de som, mais até do que o preço e, para lhes atender, temos um case de mercado que foi lançado da linha do Shake, um mini system desenvolvido para o

Brasil, que está com as vendas aceleradas”, ressalta o gerente de marketing da japonesa, ao acres-centar que, nos últimos anos, a Sony desenvolve produtos com a “cara” do brasileiro, especialmente da classe média.

Novidades para conquistar a classe C

FOTOS: DIVULGAÇÃO

ARQUIVO EM TEMPO/BRENO FREITAS

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Enquanto o Brasil e o mundo acompanham o desenrolar do julgamento histórico que ora põe na berlinda a própria Supre-ma Corte do país, o Amazonas aguarda, na fi la da inquietação, a apreciação, por parte de um daqueles ministros, do emba-raço criado pelo processo de Tombamento do Encontro das Águas e seus refl exos na socio-economia regional. A iniciativa do tombamento, medida provi-dencial e oportuna, desperdiçou todos os ingredientes de unani-midade por conta de um aço-damento, no mínimo curioso, de sua poligonal restritiva. Açoda-mento que travou o interesse público, no contexto sombrio da protelação estratégica, da modernização da infraestrutura portuária contígua ao polo in-dustrial de Manaus. O caminh o do embaraço jurídico, com efeito, tem sido formidavel-mente – no sentido trágico do termo – efi caz, contrariando o bom senso, incentivando o

atraso e protegendo os ilíci-tos, e respectivos prejuízos de toda a ordem, aí embutidos. O que fazer?

Criado há mais de duas déca-das para proteger e resguardar o interesse de crianças e adoles-centes, no âmbito de afi rmação e confi guração jurídica de seu Estatuto, o Termo de Ajuste de Conduta-TAC foi transformado num mecanismo avançado, ci-vilizado e ético para equacionar confl itos, afi rmar direitos e pro-piciar entendimentos à luz do bem comum. De quebra, a con-sagração dessa fi gura jurídica e cívica de solução de encrencas, atualiza a máxima ecumênica de João 23, o papa da sabedoria bíblica e do entendimento, que iniciou o diálogo da Igreja com as demais religiões e com a modernidade: “Façamos valer mais o que nos une e menos o que nos separa”. Este é ou deveria ser o mote da ação pública e a escolha inteli-gente das ações d e cunho

político, público ou privado, ou seja, da conduta que busca assegurar o ordenamento da polis, a vida social, das boas práticas que dão suporte a bons negócios e a prosperi-dade social perseguida.

O imbróglio da protelação estratégica passou, como ro-maria de penitência ou teste de paciência, pela avaliação da Vara Ambiental e de Questões Agrárias da justiça estadual, quando surgiu a primeira ini-ciativa de entendimento por meio de um Termo de Ajuste de Conduta visando equacionar a questão do Terminal Portuário das Lajes. Para quem não sabe essa área ambiental da justiça, no Amazonas, tem exportado mecanismos e paradigmas de resolução de confl itos para a magistratura em todos os qua-drantes judiciais do planeta. E foi exaltada, recentemente, na Rio+20, pelos participan-tes da Conferência da ONU, pela solidez de seus conceitos

. A proposta do juiz Adalberto Carim, então, incluía – além do rigoroso acatamento dos dispositivos legais e socioam-bientais - a criação de um fundo destinado a programas de educação ambiental na co-munidade, e de fortalecimento institucional da Brigada Am-biental da Polícia Militar, para atuar em parceria com a comu-nidade. Em padrões similares, diga-se de passagem, aos ado-tados pela Índia, para reduzir drasticamente a violência e a depredação ambiental. Desca-minhos sombrios e forças de desarticulação, entretanto, es-vaziaram a iniciativa, impondo novas competências, alheias e estranhas ao bem comum que se impunha.

Por que os Ministérios Pú-blicos e demais integrantes da magistratura, órgãos am-bientais e de guarda patri-monial, entidades de classe, instituições do tecido social, proativamente focadas no in-

teresse da coletividade, não retomam esta e outras pen-dências em questão? Por que não retomar o bom senso, a efi cácia inteligente e coerente do TAC, um Termo, que pode ser um Tratado de novos ajustes e soluções?. O que impede que essa conduta, social, ambien-tal ou patrimonial, assegure o exercício da cidadania e me-lhore as condições de vida das pessoas, de todas as pessoas? Importa, se de fato é isso que todos queremos, então, por isso e a partir de agora, assegurar e fazer funcionar o imperativo da conciliação, numa mobilização urgente de atores e fatores pendentes na agenda social. Mobilida-de urbana, infraestrutura de crescimento com responsabi-lidade e sustentabilidade, com respeito sim, ao patrimônio e à memória, mas também na perspectiva de uma nova história que é preciso escrever e materializar. Já!

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

A iniciativa do tom-bamento desperdiçou todos os ingredientes de unani-midade por conta de um açodamento, no mínimo curioso, de sua poligo-nal restriti-va”

Infraestrutura: ajustes de uma nova conduta

Com os pátios ‘vazios’, lojas antecipam pedidosConcessionárias adiantam encomendas para atender clientes que devem comprar o carro zero, com a prorrogação do IPI

A redução do Imposto sobre Produtos Indus-trializados (IPI) teve refl exo positivo nas

revendedoras de veículos em Manaus. A corrida dos clientes às lojas esvaziou os pátios de carros populares. E, agora, com a prorrogação do incen-tivo pelo governo na última semana, as concessionárias devem antecipar os pedidos para atender a demanda.

Segundo representantes do setor, em agosto, o fl uxo de clientes e número de vendas praticamente dobraram, por conta do IPI menor. A expec-tativa é de que o setor aqueça ainda mais nos próximos dois meses. O gerente de vendas da

Via Marconi, representante da marca Fiat em Manaus, Antô-nio Carlos Lima, estima que a loja registre alta de 55% nas vendas neste período, o que pode ocasionar em um desa-bastecimento geral no estoque da concessionária. “A demanda está acima da oferta, o que gera uma espera de até 11 semanas para o cliente receber o carro”, ressalta.

O gerente destaca que nem as montadoras estavam pre-paradas para atender toda essa demanda, tanto que a saída dos veículos das fábricas demora até 8 semanas. Entre os modelos mais “cobiçados” estão o Siena e o novo Pálio, mas devido a falta do produ-to à pronta-entrega, clientes topam até mudar a opção da compra. Até os carros que ain-

da estão em trânsito também entraram na cota de procura. “Atualmente, 65% das vendas estão sendo fi nalizadas por carros que ainda estão che-gando. Não dá tempo nem de colocar no pátio”, destaca.

Segundo a Via Marconi, até maio deste ano a demanda de pedidos semanais para as fábricas era de 30 carros de diversos modelos, e nesse úl-timo trimestre, com a redução do IPI esse número duplicou. Em abril deste ano, a venda mensal de veículos era de 200 unidades, a partir de julho esse número saltou para 450 carros vendidos ao mês.

Na concessionária Braga Veículos, representante da Chevrolet, a situação não é diferente. O estoque atual da empresa conta apenas com

5% de carros à pronta-entrega. Segundo o gerente da revende-dora, Osni Mota, só no mês de agosto, houve um crescimento de 43% nas vendas.

Mota observa que os mo-delos mais disputados como Celta, Classic e Prisma são entregues no prazo de 30 dias. Mas, de acordo com

ele, para enfrentar os pró-ximos dois meses de grande procura, a empresa se anteci-pou ao fazer um pedido extra de veículos. “Além da oferta enviada pela fábrica fi zemos uma demanda de mais 300 veículos extras”, completa.

O gerente recomenda que os consumidores interessados na oferta corram para conseguir o tão sonhado carro zero a um preço mais em conta. “Como estamos com uma sobrecarga nas fábricas é preciso correr, pois a nota fi scal só é emitida quando o carro sai da fábrica e, atualmente, esse prazo é de quatro semanas”, alerta.

Com o preço do IPI reduzi-do, na concessionária um carro modelo Celta duas portas com condicionador de ar custa R$ 23,9 mil. No momento, segundo

a revendedora, o modelo mais disputado é o Celta quatro por-tas completo a R$ 27, 9 mil.

Cautela como aliadaO consultor fi nanceiro Carlos

Veiga orienta aos compradores que, antes de fechar compra do carro zero, verifi quem se houve redução vantajosa no preço do carro, com o IPI, e concretizar a transação a vis-ta. “No fi nanciamento os juros podem estar ‘embutidos’ em taxas adicionais”, frisa.

Outra dica do especialista é que os clientes façam uma pesquisa de mercado antes de fechar uma compra. “O cliente deve evitar a pro-cura na última hora, assim aproveita as melhores opções e vantagens disponíveis no mercado”, ressalta.

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO OFERTA

Na Via Marconi, devi-do a grande demanda, em 65% das vendas os carros ainda estão a caminho. A Braga vai antecipar a compra de 300 veículos extras, com o foco na prorro-gação do IPI menor

Recomendação de especialista é que a compra seja feita a vista, para evitar “ta-xas embutidas”

IONE MORENO

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Setor primário consome R$ 38 milhões em crédito Montante destinado pela Afeam corresponde a 49% do total de recursos injetados pela agência, em um ano, no Amazonas

Mola que move o in-terior do Estado, o setor primário, em um ano, de-

mandou investimentos de R$ 38 milhões, do total de R$ 77,4 milhões injetados pela Agência de Fomento do Es-tado do Amazonas (Afeam) para estimular a produção nos municípios.

Segundo dados da agên-cia, que hoje comemora 13 anos, 49% do recurso disponibilizado este ano foi direcionado para o setor pri-mário, especialmente para o cultivo de mandioca, banana, juta e malva, pesca arte-sanal e pecuária, na forma de custeio, infraestrutura e aquisição de animais. A outra parcela, 51%, foi dividida entre os setores da indús-tria, comércio e serviços na capital e interior.

Para o presidente da Afe-am, Pedro Falabella, o dire-cionamento desse montante para o setor rural assegura à população a garantia de acesso ao crédito de forma prática e desburocratizada. “Temos a certeza da impor-tância desses recursos apli-cados todos os anos no inte-rior, principalmente porque muitas vezes é a única chance

que o homem do interior tem de conseguir melhorar suas condições de trabalho e ga-rantir a continuidade de sua atividade econômica”, frisa.

Segundo Wanderlan Mari-nho Júnior, secretário execu-

tivo do Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Estado do Amazonas (FMPES), que prevê condições especiais referentes a taxas de juros e limites de crédito, o comitê de administração do fundo prioriza ações que garantam o progresso para o homem do interior. “Os programas e projetos desenvolvidos pela Afeam para o setor têm moti-vado a fixação dos produtores rurais no interior, evitando o inchaço na capital”, destaca.

INCENTIVOInvestimento de R$ 38 milhões adquiri-do pelo setor primário, por meio da Afeam, foi aplicado, principal-mente, no cultivo da mandioca, banana, juta e malva, pesca artesa-nal e pecuária

De acordo com informações da Gerência de Crédito da Afeam, hoje, a agência atende 17 cooperativas e 12 associa-ções envolvidas nas ativida-des extrativistas, pesqueiras e agropecuárias no Amazonas. Essas cooperativas e asso-ciações ajudam produtores

familiares a escoar suas pro-duções e se fortalecer econô-mica e socialmente.

Pedro Falabella frisa que as cooperativas se mos-tram nesses e em outros setores um importante ins-trumento de inclusão de agricultores no mercado de

trabalho, na produção e na economia do Estado.

“Os investimentos cum-prem a missão de propiciar mais oportunidades de ge-ração de emprego, renda e melhoria da qualidade de vida do povo amazonense por meio da inserção de crédito em todo

o Estado”, destaca Falabella.Conforme a Afeam, o cré-

dito rural, institucionalizado pelo governo federal, visa esti-mular os investimentos rurais que são efetuados pelos pro-dutores ou suas cooperativas, além de incentivar o aumento da produtividade.

Instrumento de inclusão dos agricultores

A aquisição de crédito por meio de cooperativas resulta na inserção de agricultores amazonenses no mercado de trabalho

ALFREDO FERNANDES/AGECOM

Castanha como insumo para geração de energiaProjeto de parintinense é desenvolvido na Unicamp e pode estar pronto para atender ao Amazonas dentro de dois anos

Dentro de dois anos, o Amazonas poderá contar com energia elétrica produzida

por meio do ouriço da cas-tanha-do-brasil e madeira. A viabilidade da utilização da bio-massa na geração de energia é parte de um projeto de dou-torado iniciado em 2010 pelo parintinense Francisco Otávio Miranda, na Universidade Es-tadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo.

Segundo o professor e dou-torando, a primeira etapa do projeto, na qual foi contatado o potencial da castanha-do-brasil e da madeira, já foi concluída. “Foram feitos vários testes e chegou-se à conclusão de que as fontes de energia limpa podem ser utilizadas na geração de energia elétrica”, explica o professor.

Segundo Miranda, foram utilizados, na primeira etapa no processo, outras biomassas amazônicas, mas o aprofunda-mento ocorreu quando cons-tatado o maior potencial do ouriço da castanha-do-brasil e da madeira, itens, na maio-ria das vezes, desperdiçados.

“Diante da finalização do es-tudo de viabilidade concluído, vamos para a segunda etapa. Nessa fase, serão buscados meios de como transformar a biomassa em combustível utilizado na geração de energia para substituir o diesel, por exemplo” explica. “A previsão é de que essa fase seja concluída em 2014”, projeta.

O professor se mostra oti-mista com relação à utiliza-ção das duas biomassas como fonte de energia. “Temos a plena convicção de que o ou-riço da castanha-do-brasil e a madeira terão condições de ser utilizados na geração de energia limpa em diversas localidades do Amazonas e do país”, destaca Miranda.

Fonte de energia limpa, a biomassa é utilizada no Brasil para reduzir a poluição ambiental, pois utiliza lixo orgânico, res-tos agrícolas, aparas de madeira ou óleo vegetal para produzir energia. Restos de cana, com seu alto valor energético, têm sido utilizados na produ-ção de eletricidade.

Os estudos para a con-versão de biomassa em eletricidade vem não só do potencial de baixo custo, do fornecimento de energia para comu-nidades indígenas, mas também pelos bene-fícios ambientais e de desenvolvimento.

A produção de energia eléctrica a partir de ma-deira é uma tecnologia emergente, com grandes chances de sucesso.

Biomassa como fonte renovável

Professor testa como a castanha-do-brasil e a madeira podem ser utilizadas como fonte de energia

RAFAEL NOBRE/DIVULGAÇÃO UEA

TESTESDe acordo com o pro-fessor parintinense, na primeira etapa do pro-jeto, outras biomassas amazônicas foram tes-tadas, mas o sucesso da pesquisa veio com o uso da castanha-do-brasil e da madeira

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Setor primário consome R$ 38 milhões em crédito Montante destinado pela Afeam corresponde a 49% do total de recursos injetados pela agência, em um ano, no Amazonas

Mola que move o in-terior do Estado, o setor primário, em um ano, de-

mandou investimentos de R$ 38 milhões, do total de R$ 77,4 milhões injetados pela Agência de Fomento do Es-tado do Amazonas (Afeam) para estimular a produção nos municípios.

Segundo dados da agên-cia, que hoje comemora 13 anos, 49% do recurso disponibilizado este ano foi direcionado para o setor pri-mário, especialmente para o cultivo de mandioca, banana, juta e malva, pesca arte-sanal e pecuária, na forma de custeio, infraestrutura e aquisição de animais. A outra parcela, 51%, foi dividida entre os setores da indús-tria, comércio e serviços na capital e interior.

Para o presidente da Afe-am, Pedro Falabella, o dire-cionamento desse montante para o setor rural assegura à população a garantia de acesso ao crédito de forma prática e desburocratizada. “Temos a certeza da impor-tância desses recursos apli-cados todos os anos no inte-rior, principalmente porque muitas vezes é a única chance

que o homem do interior tem de conseguir melhorar suas condições de trabalho e ga-rantir a continuidade de sua atividade econômica”, frisa.

Segundo Wanderlan Mari-nho Júnior, secretário execu-

tivo do Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento Social do Estado do Amazonas (FMPES), que prevê condições especiais referentes a taxas de juros e limites de crédito, o comitê de administração do fundo prioriza ações que garantam o progresso para o homem do interior. “Os programas e projetos desenvolvidos pela Afeam para o setor têm moti-vado a fixação dos produtores rurais no interior, evitando o inchaço na capital”, destaca.

INCENTIVOInvestimento de R$ 38 milhões adquiri-do pelo setor primário, por meio da Afeam, foi aplicado, principal-mente, no cultivo da mandioca, banana, juta e malva, pesca artesa-nal e pecuária

De acordo com informações da Gerência de Crédito da Afeam, hoje, a agência atende 17 cooperativas e 12 associa-ções envolvidas nas ativida-des extrativistas, pesqueiras e agropecuárias no Amazonas. Essas cooperativas e asso-ciações ajudam produtores

familiares a escoar suas pro-duções e se fortalecer econô-mica e socialmente.

Pedro Falabella frisa que as cooperativas se mos-tram nesses e em outros setores um importante ins-trumento de inclusão de agricultores no mercado de

trabalho, na produção e na economia do Estado.

“Os investimentos cum-prem a missão de propiciar mais oportunidades de ge-ração de emprego, renda e melhoria da qualidade de vida do povo amazonense por meio da inserção de crédito em todo

o Estado”, destaca Falabella.Conforme a Afeam, o cré-

dito rural, institucionalizado pelo governo federal, visa esti-mular os investimentos rurais que são efetuados pelos pro-dutores ou suas cooperativas, além de incentivar o aumento da produtividade.

Instrumento de inclusão dos agricultores

A aquisição de crédito por meio de cooperativas resulta na inserção de agricultores amazonenses no mercado de trabalho

ALFREDO FERNANDES/AGECOM

Castanha como insumo para geração de energiaProjeto de parintinense é desenvolvido na Unicamp e pode estar pronto para atender ao Amazonas dentro de dois anos

Dentro de dois anos, o Amazonas poderá contar com energia elétrica produzida

por meio do ouriço da cas-tanha-do-brasil e madeira. A viabilidade da utilização da bio-massa na geração de energia é parte de um projeto de dou-torado iniciado em 2010 pelo parintinense Francisco Otávio Miranda, na Universidade Es-tadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo.

Segundo o professor e dou-torando, a primeira etapa do projeto, na qual foi contatado o potencial da castanha-do-brasil e da madeira, já foi concluída. “Foram feitos vários testes e chegou-se à conclusão de que as fontes de energia limpa podem ser utilizadas na geração de energia elétrica”, explica o professor.

Segundo Miranda, foram utilizados, na primeira etapa no processo, outras biomassas amazônicas, mas o aprofunda-mento ocorreu quando cons-tatado o maior potencial do ouriço da castanha-do-brasil e da madeira, itens, na maio-ria das vezes, desperdiçados.

“Diante da finalização do es-tudo de viabilidade concluído, vamos para a segunda etapa. Nessa fase, serão buscados meios de como transformar a biomassa em combustível utilizado na geração de energia para substituir o diesel, por exemplo” explica. “A previsão é de que essa fase seja concluída em 2014”, projeta.

O professor se mostra oti-mista com relação à utiliza-ção das duas biomassas como fonte de energia. “Temos a plena convicção de que o ou-riço da castanha-do-brasil e a madeira terão condições de ser utilizados na geração de energia limpa em diversas localidades do Amazonas e do país”, destaca Miranda.

Fonte de energia limpa, a biomassa é utilizada no Brasil para reduzir a poluição ambiental, pois utiliza lixo orgânico, res-tos agrícolas, aparas de madeira ou óleo vegetal para produzir energia. Restos de cana, com seu alto valor energético, têm sido utilizados na produ-ção de eletricidade.

Os estudos para a con-versão de biomassa em eletricidade vem não só do potencial de baixo custo, do fornecimento de energia para comu-nidades indígenas, mas também pelos bene-fícios ambientais e de desenvolvimento.

A produção de energia eléctrica a partir de ma-deira é uma tecnologia emergente, com grandes chances de sucesso.

Biomassa como fonte renovável

Professor testa como a castanha-do-brasil e a madeira podem ser utilizadas como fonte de energia

RAFAEL NOBRE/DIVULGAÇÃO UEA

TESTESDe acordo com o pro-fessor parintinense, na primeira etapa do pro-jeto, outras biomassas amazônicas foram tes-tadas, mas o sucesso da pesquisa veio com o uso da castanha-do-brasil e da madeira

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

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Page 14: EM TEMPO - 2 de setembro de 2012

B6 País MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Migração de comunidadehaitiana aumenta em SPO consulado do país estima que, desde janeiro, a comunidade de imigrantes na cidade passou de 1,5 mil para 6 mil

A escada da Pastoral do Migrante, no Gli-cério, centro de São Paulo, fica repleta.

Na Cáritas Brasileira, tam-bém no centro, a fila vai até a calçada. Nos dois lugares, ouve-se idioma parecido ao francês, que indica a na-cionalidade da mais nova onda migratória na cidade: os haitianos.

O consulado do país estima que, desde janeiro, a comunida-de haitiana na cidade passou de 1,5 mil para 6 mil pessoas. Como a maioria entra pela fronteira do Peru, o destino costumava ser Acre ou Ama-zonas. Mas a promessa de melhores empregos em São Paulo passou a atraí-los.

Para o advogado do consula-do, Edison di Paola, o aumento da migração também se deve ao fato de que muitos que chegaram entre 2010 - após o terremoto - e o ano passa-do, estão conseguindo agora documentos como CPF. “Com isso, passam a ter mais faci-lidade para viajar.” A sede do consulado, na Avenida Paulista, virou uma espécie de agência de empregos, onde empresários sensibilizados com a situação do país caribenho têm contra-tado imigrantes para trabalhar em obras, cozinhas industriais e fazendas. Mas, mesmo quando ganham acima do salário mí-nimo, muitos se sentem explo-rados. “Nós os lembramos que o salário-mínimo aqui é de R$ 622 e no Haiti, U$ 100 (o equi-valente a R$ 200)”, diz Paola. As expectativas dos haitianos são infladas por quadrilhas que co-bram para trazê-los ilegalmen-te. “Eles vêm com a promessa de

coiotes, de que o Brasil é a bola da vez, que ganharão em dólar. Quando chegam, a realidade não é bem essa”, diz o padre Mário Geremia, coordenador da Pastoral do Migrante. Segundo ele, questões culturais os fazem recusar empregos. “Eles não aceitam trabalho em confec-ção, por exemplo, por julgarem que é atividade feminina.”

DadosAté janeiro, o Brasil deu 3.141

autorizações de residência per-manente em caráter humanitá-rio a haitianos, segundo o Con-

selho Nacional de Imigração (CNI) do Ministério do Trabalho. Há outros 1.400 pedidos em tramitação. Comparando com outras nacionalidades, haitia-nos têm certa facilidade para mudar para o País. Desde que não tenham antecedentes criminais, podem pedir visto humanitário na Embaixada do Brasil em Porto Príncipe. De janeiro a agosto, foram 711. O País tem cota de cem autoriza-ções por mês, mas quem já está no Brasil e não fez o pedido no Haiti perde o direito.

Muitos ainda chegam ilegal-mente por terra.

Estado questionado pelo ‘Grito’A 18ª edição do Grito dos

Excluídos, que ocorrerá de 1º a 7 de setembro em todo o país, irá questionar se o Estado está atendendo ao interesse geral dos cidadãos. Com o lema “Um Estado a Serviço da Nação, que Garanta Direitos de Toda a População”, movimentos e pastorais sociais promo-verão manifestações, como marchas, romarias, vigílias, panfletagens, e passeatas.

“Se todos somos iguais pe-rante a lei, o Estado deve-

ria garantir isso”, disse dom Guilherme Antonio Werlan, presidente da comissão epis-copal Caridade, Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “O Brasil já nasceu um Estado que serve a interesses par-ticulares. E nós temos que mexer na estrutura deste Estado”, acrescentou.

Além do tema principal, o Grito dos Excluídos também abordará a violência contra os jovens, a corrupção, as

implicações das obras prepa-rativas para a Copa do Mundo e a construção de barragens na Região Norte do país.

“Nós, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), estamos discutindo a energia elétrica. Para que se produz energia elétrica no Brasil e para quem? A quem essa energia vai servir? Os benefícios dela serão para o conjunto da população bra-sileira ou serão para algu-mas corporações nacionais

e internacionais?”, perguntou Iury Charles Paulino, do movi-mento de Belo Monte.

O Grito dos Excluídos é organizado pela Pastoral So-cial da CNBB, pela Comissão Pastora da Terra (CPT), e movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhado-res Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Ameaçados por Barragens (Moab), MAB, pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e pela As-sembleia Popular.

EXCLUÍDOS

Grito também abordará corrupção e violência contra jovens

MARCELLO CASAL JR_ABR

“Vim porque falaram que aqui conseguiria trabalho, mas o Brasil não é fácil.” Quem diz isso é Micheli Jean, de 21 anos. Grávida, ela che-gou há três meses com o marido. Os dois moram no centro, em casa com “muita gente”. Sem trabalho, os dois não sabem como vão pagar a passagem aérea de US$ 3 mil até o Peru, além das viagens

de carro e ônibus a São Paulo. Como a maioria dos haitia-nos, Micheli veio pelo norte: entrou por Tabatinga (AM) e passou dias em Manaus. “Talvez volte para lá. Cidade pequena é melhor”, diz. “As pessoas aqui não gostam de haitiano. Bato na porta pedin-do trabalho e falam: ‘Grávida não, haitiano não!’.”

Ela e John Charles, de 25

anos, costumam passar a ma-nhã na Pastoral do Migrante. John entrou no País pela Ar-gentina, em setembro, e foi morar em Porto Alegre, onde arrumou bico na construção civil. “Me pagaram R$ 745 por mês. Muito pouco.” Há 15 dias, veio de ônibus a São Paulo porque aqui, disseram, conseguiria salário melhor. “Mas é mentira. Vamos na

agência de emprego todo dia. Quando tem, é para ganhar pouco, R$ 400. Você sabe quanto é o aluguel de um quarto? Seis, zero, zero”, diz, soletrando R$ 600.

Mais otimista, Thelor Yvoy, de 37, pensa em trazer a família, alugar casa, colocar os filhos na escola. “O Brasil é muito bom. São Paulo é muito bom.”

Vida no Brasil não é fácil como o previsto

Até janeiro, o Brasil concedeu 3.141 autorizações de residência permanente em caráter humanitário a haitianos

PRESSÃOApós pressão brasi-leira, o Peru passou a exigir vistos de hai-tianos. Isso porque coiotes, que chegam a cobrar US$ 5 mil por transportado, usavam a fronteira da Ama-zônia

MARCELLO CASAL JR_ABR

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B7MundoMANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

França planeja oferecer ajuda humanitária à SíriaPaís quer usar as “zonas liberadas” sob o controle de rebeldes para canalizar auxílio e diminuir o fluxo de pessoas que deixam o país

A França planeja usar “zonas liberadas” na Síria, que estão sob o controle de rebeldes,

para canalizar ajuda humanitá-ria e reduzir o fluxo de pessoas que deixam o país por causa dos confrontos.

Segundo o chanceler fran-cês, Laurent Fabius, seu gover-no identificou, com a ajuda da Turquia, pontos, em ao menos duas regiões do país, que não estão sob o comando do regime de Bashar Assad.

“O que podemos ver é que a oposição assumiu posições fortes em zonas liberadas no norte e no sul”, disse o francês em Nova York, ontem, após uma reunião do Conselho de Segu-rança da ONU.

“Talvez, nessas zonas libera-das, os sírios que desejem fugir do regime encontrem refúgio, o que torna menos necessário cruzar a fronteira.”

Agências humanitárias calcu-lam que 300 mil sírios já teriam saído do país em quase 18 meses de conflito. Só entre os registrados pelo Acnur (agência da ONU para refugiados), são mais de 157 mil. Destes, 60 mil foram para a Turquia, 46 mil para a Jordânia e 37 mil para o Líbano.

O plano, segundo o chanceler,

seria apoiar os opositores “fi-nanceira, administrativa e sani-tariamente”. “Estamos ajudan-do-os diretamente, assim como a Turquia.” Ainda em Nova York, Fabius prometeu uma ajuda de 5 milhões de euros (R$ 12,8 milhões) para a Síria, mas não deixou claro como essa quantia seria empregada.

As Nações Unidas, contudo, questionam a eficácia de “zonas

liberadas” dentro do país. Geral-mente, regiões de controle rebel-de são alvos de bombardeios das forças aéreas do regime.

“A experiência amarga já demonstrou que raramente é possível oferecer segurança e proteção efetiva nessas áreas”, disse o alto-comissário da ONU para refugiados, António Guter-res, à Reuters.

CONFLITOAgências humanitárias calculam que 300 mil sírios já teriam saído do país em quase 18 meses de conflito. Só entre os registrados pelo Acnur, são mais de 157 mil. Destes, 60 mil foram para a Turquia

A principal organização po-lítica de oposição, o Conse-lho Nacional Sírio, anunciou ontem que vai se expandir, para incluir mais grupos e se

tornar mais representativo. A declaração vem depois

de o governo francês pedir à oposição que forme um governo transitório a ser

apoiado por Paris. Segundo Abdulbaset Sieda, líder do CNS, o conselho realizará eleições para escolher seu sucessor.

Hoje, rebeldes disseram ter derrubado mais um heli-cóptero do regime, na provín-cia de Idleb. O governo não confirmou a informação.

Oposição anuncia expansão do grupo

MUZAFFAR SALMAN/AP

Conflitos já expulsaram 300 mil sírios. Regiões de controle rebelde são alvos de bombardeios das forças aéreas do regime

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

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Dia a diaCade

rno

C

[email protected], DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 (92) 3090-1041

Camelôs apelam para ‘gatos’

DIEGO JANATÃ

Página C3

Drogas: o barato que custa caro

Quando colocado “na ponta do lápis”, valor gasto por usuários de drogas pode

bancar melhoria de vida

O delegado adjunto da Delegacia Especia-lizada em Prevenção e Repressão a Entorpe-centes (Depre), Rafael Schimidt, informa que atualmente, em Ma-naus, existem diver-sos tipos de drogas, de preços variados. Dependendo da droga usada pelo dependen-te, os valores podem variar entre R$ 5 a R$ 50 por trouxinha.

As mais usadas são: a pasta-base de cocaína, conhecida como “Mel”; a maconha, o ‘oxi’ e o crack, cujo valor varia de R$ 5 a R$ 10 a trouxinha; e a cocaína “pó”, que custa R$ 20 a trouxinha ou o pino. O mercado também ofe-rece drogas sintéticas, como o ecstasy, que chega a custar R$ 50 um comprimido.

“A pasta-base de co-caína e ‘oxi’ são usa-das na periferia, por ser uma droga mais bara-ta. A maconha é usada por todas as classes. A cocaína é mais usada por pessoas da classe média”, esclarece.

Preços atraem o usuário

Droga

Cocaína Pasta b. de cocaína Maconha Oxi Crack

A tabela de prejuízos dos usuáriosValor trouxinha comprimido R$ 20R$ 10R$ 10R$ 10R$ 10

Uso de 3 porções por diaR$ 60R$ 30R$ 30R$ 30R$ 30

Uso de 3 porções por mêsR$ 1,8 milR$ 900 milR$ 900 milR$ 900 milR$ 900 mil

Uso de 3 porções por anoR$ 21,6 milR$ 10,8 milR$ 10,8 milR$ 10,8 milR$ 10,8 mil

Um carro popular, par-celas de uma casa, um curso de gradua-ção em uma faculdade

particular, três anos de parcelas da escola particular de um fi lho, até mesmo viagens para o exterior. Tudo isso poderia ser obtidos por pessoas que gastaram dinheiro, por um ano, no consumo de drogas. Um usuário de cocaína, que de acordo

com a polícia é a segunda droga mais consumida em Manaus, e faz uso de,

no mínimo, três trouxinhas por dia, que chega a ser R$ 20 cada, chega a gastar

uma base de R$ 21,5 mil por ano. Já a pasta-base de cocaína, a mais consumida, se usada três vezes ao dia, com o custo de R$ 5 por trouxinha, chega ao gasto de R$ 5,5 mil em um ano.

Trabalhando há 10 anos com depen-dentes químicos em Manaus, no Núcleo de Apoio a Família (NAF), o doutor em psicanálise, Aluney Elfer, comenta que muitos pacientes não têm noção dos va-lores gastos por eles durante o tempo que passaram usando entorpecentes. Existem, ainda, pacientes em sua clí-

nica, que faliram grandes empresas devido ao uso da droga.

“É até ruim eles (usuários) colocarem na ponta do lápis o tanto de dinheiro que eles gastaram durante o tem-po que passaram nessa vida, porque eles fi cam preocupados e esses va-lores podem, até mes-mo, resultar em uma depressão. Esses gastos

feitos por eles durante o consumo de drogas muitas

vezes pode ser incalculável”, comenta.

Ainda de acordo com Elfer, alguns pacientes relata-ram a ele que chegaram

a vender car-ro, e até casa por causa do vício. Elfer comenta, ainda, se diz impressionado ainda com o caminho percorrido por essas pessoas para entrar no mundo das drogas. “No vício, as pessoas esquecem de tudo, nada de valor existe, somente a droga. Dinheiro que poderia ser revertido em melhoria de vida e eles não dão valor, como um carro, uma casa, entre outras coisas. Ano passado fi zemos um levantamento entre os internos e, 57% responderam que iam para as drogas por problemas familiares, e por amigos”, ressalta.

Um ex-jogador de futebol de 23 anos, que foi usuário de drogas por 10 anos, comenta que não faz ideia do dinheiro gasto com drogas em todos esses anos. Segundo ele, nesse tempo chegou a vender um carro, além de outros produtos da casa.

LUCAS PRATAEquipe EM TEMPO

“Vendi um carro que vale R$

7 mil, por R$ 1,2 mil, porque estava agoniado

para usar. Gastei a droga em menos de uma semana. A rescisão que peguei da empresa, onde eu era joga-dor, de R$ 5 mil, eu gastei em drogas em menos de um mês. Hoje não sei precisar o valor gasto nesses anos, mas tenho certeza que dava para fazer muita coisa”, desabafa o ex-jogador de futebol.

Ainda de acordo com o

ex-jogador, a família dele sempre foi de classe média. Sendo assim, todo o dinheiro que a família repassava para pagar uma faculdade, era “investido” em droga, além da carreira profi ssional que foi interrompida.

“Todo o trabalho que eu fazia era pensando no di-nheiro que eu ia receber no fi m do mês, para comprar droga. Cheguei a viajar, jo-guei fora do país, mas tive que voltar porque fui pego nos exames”, fi nalizou.

Carreira liquidada

FOTOS: DIEGO CAJÁ/FREELANCER

além de outros produtos da casa.

“Vendi um carro que vale R$

7 mil, por R$ 1,2 mil, porque estava agoniado

para usar. Gastei a droga em menos de uma semana.

ex-jogador, a família dele sempre foi de classe média. Sendo assim, todo o dinheiro que a família repassava para pagar uma faculdade, era “investido” em droga, além

Carreira

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Aliciadores se dão ao luxo de estipular gosto e preçoNovas denúncias de adolescentes vítimas de aliciamento nas escolas ou nas redes sociais foram registradas pelos pais

As denúncias publica-das no EM TEMPO de que estudantes são aliciadas na por-

ta de escolas públicas da capital amazonense ou por meio das redes sociais, le-varam a denúncias de novos casos envolvendo alunos. A conselheira tutelar da Zona Oeste, Karla Maria Vascon-celos Silva, alerta que, após matéria divulgada no último domingo, outros pais a pro-curaram para denunciar os aliciadores das filhas.

Uma delas foi a mãe de uma adolescente de 13 anos, aluna da Escola Estadual Pro-fessora Fueth Paula Mourão, na rua Dr. Dalmir Câmara, São Jorge, Zona Oeste. A aluna, segunda a mãe, era aliciada pelo adulto há um ano.

De acordo com a mãe, a descoberta foi “por acaso”, quando ela decidiu mexer na mochila da adolescente e en-controu determinada quantia em dinheiro. Desconfiada, a mulher pegou o aparelho ce-lular da filha e viu mensagens comprometedoras.

Decidida a saber a verdade, ela pressionou a filha, que confessou manter encontros e relações sexuais com um adul-to há um ano. A menina disse,

ainda, que tinha conhecido o suspeito pelo Facebook e que, após a troca de mensagens, decidiu marcar um encontro. No último ano, o suspeito sem-pre a pegava próximo à escola e a levava para um motel ou para a sua casa.

O homem, segundo a de-nunciante, estuprou outras adolescentes. “A mãe disse que esse mesmo homem ofe-recia R$ 100 para adolescen-tes virgens e R$ 70 para as que não eram mais virgens”, ressaltou a conselheira. As vítimas eram colegas de sala de aula da filha.

Troca de fotos sensuaisOutro caso denunciado foi

da mãe de uma estudante de 12 anos. Ela procurou o con-selho tutelar para denunciar que a filha tinha sido aliciada por um homem de 21 anos. A história é semelhante a da adolescente de 13 anos, no entanto, nesse caso, a mãe descobriu o caso ao achar fotos sensuais, encaminhadas do computador e do celular da filha para o aliciador.

A conselheira tutelar da Zona Oeste, Kátia Maria Vasconcelos, disse que an-tes dessas denúncias, outras já haviam sido atendidas na sede do conselho, no bairro São Jorge. Os denunciantes, segundo ela, eram pais e res-ponsáveis que relataram de-núncias com o mesmo teor.

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

Diante dos casos de pe-dofilia, prostituição e ali-ciamento, a Comissão de Constituição, Justiça e Re-dação, da Câmara Munici-pal de Manaus, aprovou, na última semana, projeto de lei (PL) que obriga lan houses e cyber café a man-ter ativo, por pelo menos 12 meses, um cadastro dos usuários que acessam os computadores dos es-tabelecimentos.

De acordo com o au-tor do projeto, o vereador Francisco da Jornada (PDT), o objetivo é proporcionar mais segurança a crianças e adolescentes vítimas de crimes praticados pela in-ternet. “Sabe-se da existên-cia de verdadeiros clubes de pedofilia que associam pedófilos no mundo intei-ro, proporcionando turismo sexual ou mesmo efetivan-

do o tráfico de menores e aliciando-os para a prática de abusos”, argumenta.

O projeto determina que os registros cadastrais previstos na propositura fiquem mantidos em sigi-lo, restringindo o acesso à polícia, ao Ministério Públi-co do Estado do Amazonas (MPE-AM) e à Justiça.

Todas as empresas que, de forma promocional ou não, permitirem o acesso à internet, excetuando-se sistemas do tipo intranet, estão inseridas na lei, sen-do obrigadas a manter o cadastro do usuário por um período mínimo de 12 meses, a partir da data de formação do registro.

As empresas que des-cumprirem as disposições serão multadas com os valores de R$ 7.044 a R$ 211.320.

Projeto combate a pedofilia

O EM TEMPO mostrou em reportagem publicada no último domingo (26) que, a fim de evitar casos de aliciamento na porta ou no entorno das esco-las públicas, a Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino (Se-duc) firmou parceria com a Polícia Militar.

Uma das medidas toma-das pela 21ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), segundo o major Saunier, foi reforçar o po-liciamento nas proximida-

des da Escola Fueth Paula Mourão e de outras escolas da Zona Oeste.

Uma guarnição, compos-ta por cinco policiais em uma viatura, se revezam em frente à escola para evitar aliciamentos e outros cri-mes como roubos.

Segundo o comandante, os policiais são orienta-dos a observar pessoas estranhas a pé ou dentro de carros próximos aos colégios, e abordá-los questionando o que ela fazem naquele lugar.

Parceria para reduzir casos

Com a farda da escola, adolescentes se expõem nas redes sociais e viram cobaia de aliciadores

DENÚNCIAConselheira tutelar alerta que melhor postura dos pais é recorrer ao conselho, levando todas as provas do aliciamento, como fotos, gravações e e-mails. Tudo pode servir de pista

Conselheira da Zona Oeste, Kátia da Silva disse que denúncia do EM TEMPO motivou outros pais a registrarem denúncia de aliciamento das suas filhas

FOTOS: JOEL ROSA

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Lanches e camelôs ignoram perigo e recorrem a ‘gatos’Além de muitos ‘escaparem’ dos impostos, ambulantes ainda colocam vidas em risco ao optar por ligações clandestinas

Quase 90% dos ven-dedores ambulan-tes e camelôs da capital amazonense

têm ignorado a determinação de cadastro junto à conces-sionária Eletrobras Amazonas Energia e apelado para fiações clandestinas, “os gatos”, para a iluminação elétrica de seus boxes. O problema é que, ao se poupar de custos com a energia elétrica – além de im-postos diversos decorrentes do espaço ocupado, alugueis – esses comerciantes ignoram os riscos que essas fiações representam para as pessoas que circulam nessas áreas.

A equipe do EM TEMPO caminhou por algumas ruas da cidade a fim de consta-tar essas situações de ris-co. Na avenida Constantino Nery, um lanche conhecido como “Mini MC”, possui uma ligação de luz clandestina. No momento em que a re-portagem esteve no local, o comércio estava fechado. No entanto, mesmo sendo dia, uma lâmpada estava ligada na fiação. Segundo pessoas que circulam na área, a lâm-pada passa o dia ligada.

No centro de Manaus, a maioria das barracas de lan-che com energia recorre à ligação clandestina. Dos qua-tro vendedores entrevistados, dois deles estão registrados na empresa de energia, en-quanto os outros dois recor-rem à ligação ilegal.

Em uma banca de pastel e de suco de cana-de-açúcar, na avenida Sete de Setembro, o vendedor, que não quis se identificar, alegou trabalhar há dois meses no local.

Disse, ainda, que tinha ob-servado a ligação do boxe, e tinha medo devido aos re-mendos dos fios. “Informei ao meu patrão que os fios estão muitos expostos e a qualquer

momento podem gerar um curto-circuito, mas até agora a fiação não foi trocada e fico a correr riscos”, ressalta.

Outro comerciante, que também é funcionário de um boxe de salgados, reconhece que a ligação utilizada para fornecer energia ao local de trabalho é irregular. Ressal-tou, ainda, que não se preo-cupa com a fiação porque ela é nova, mas que teve medo de fazer a ligação.

“Uma boa parte das bancas daqui faz a ligação irregular e, por isso, tenho medo de que esses fios não aguen-tem ou aconteça algo pior. Todo esse serviço da ligação também fica sob a minha responsabilidade. Fico pre-ocupado que aconteça algo

pior”, afirma o vendedor.Já na praça do Relógio, na

avenida Eduardo Ribeiro, o proprietário do lanche “Natu-reza”, Alexandre Nogueira, 42, trabalha no local há 17 anos e, por se preocupar com a se-gurança da propriedade, sua fonte de renda, se cadastrou na concessionária.

“Todos que trabalham aqui neste local sabem o risco de manter uma ligação clandesti-na e por isso, desde o início, fui até a empresa de energia e os próprios funcionários fizeram toda a ligação”, informa.

Segundo o empresário, men-salmente ele faz o pagamento de uma taxa cobrada perante o consumo de energia.

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

PERIGOQualquer curto-circuito pode provocar incidentes que colocarão em xeque a segurança, não só dos vendedores ambulantes, mas tam-bém da população que passa pelo local

Poucos são os vendedores de lanches que procuram a concessionária de energia para instalar a fiação e pagar mensalidade

FOTOS: DIEGO JANATÃ

De acordo com o assis-tente da diretoria comer-cial da empresa Eletro-bras Amazonas Energia, Geraldo Alves, a empresa tem observado um amplo número desses tipos de instalações incorretas.

“Essas pessoas não sa-bem como são passivas ao risco de problemas que podem ocasionar. Diante disso, estamos montando estratégias de evitar esse tipo de situação”, diz.

Segundo Geraldo Alves, a Eletrobras tem mapeado todas as áreas da cidade com o objetivo de reorga-nizar as ligações feitas de forma ilegal.

“Sabemos que existem áreas críticas com esse tipo de ocorrência, e, por serem muitas, ampliamos o número de equipes de inspeção de modo a intensi-ficar as fiscalizações desse tipo de situação e outras similares”, informa.

Eletrobras redobra fiscalização

Até mesmo as árvores servem de suporte para as fiações

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Brinquedos: perigo ou evolução para seus fi lhosPara psicólogos, jogos de lutas com violência são desaconselháveis. Ideal é procurar jogos que ajudem na evolução da criança

WILLIAM GASPAR Especial EM TEMPO

Jogos eletrônicos, bone-cas, carrinhos. Os brin-quedos são considerados importantes aliados no

processo de aprendizagem e educação das crianças, afi nal, é no brincar que a criança desenvolve elementos funda-mentais para a formação da personalidade. E é por isso que o momento da escolha desses produtos deve ter cuidado extremo dos pais. Na imensidão de ofertas que as lojas oferecem, nem to-dos são adequados para as crianças.

“É por meio do brinquedo que a criança aprende a agir em uma esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visu-al externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não dos incen-tivos fornecidos pelos ob-

jetos externos. Os objetos têm tal força motivadora, no que diz respeito às ações de uma criança muito pequena, e determinam tão extensi-vamente o comportamento dela”, afi rmou a pedagoga Jaqueline da Silva Lima.

De acordo com ela, os jo-gos são os mais efi cientes meios estimuladores das in-teligências. O espaço do jogo permite que a criança realize tudo que deseja.

“Socialmente, o jogo impõe o controle dos impulsos, a aceitação das regras, mas sem que a criança se alie-ne a elas, posto que são as mesmas estabelecidas pelos que jogam. Brincando com sua especialidade, a crian-ça se envolve na fantasia e constrói um atalho entre o mundo inconsciente, onde desejaria viver, e o mundo real, onde precisa conviver”, declarou Jaqueline.

Segundo a especialista, a criança apresenta evoluções no desenvolvimento, passan-do do jogo do exercício ao jogo de regras, da fantasia para situações reais. Ressal-ta, ainda, que em cada uma das fases haverá interesses diversifi cados pelos brinque-dos.

“Por meio deles a crian-ça pode assimilar modos e costumes do seu país, assim como os papéis masculinos e femininos. Isso deve ser aten-tado pelos pais na hora da escolha do brinquedo”, diz.

A pedagoga Jaqueline ex-plica que atualmente muitas coisas infl uenciam o cresci-mento das crianças. Algumas delas até fazem a criança criar opiniões e atitudes.

Por isso geralmente pais dão bonecas e casinhas para meninas, e carrinhos, bolas, bonecos de luta aos meninos. Segundo ela, nenhum pai vai

dar bonecas ou casinhas para seus fi lhos meninos, do mes-mo modo para as meninas.

O contato com uma va-riedade de brinquedos, diz Jaqueline, estimula a ação, a representação, a imaginação, a linguagem e o vocabulário da criança, ajudando-a su-perar barreiras e a desenvol-ver sua criatividade. Deve-se, no entanto, evitar a carência ou a superabundância dos brinquedos, o que pode ser prejudicial.

Outra dica da especialista é que os pais também devem prestar atenção aos brinque-dos eletrônicos, uma vez que eles não estimulam a criativi-dade das crianças. “Esse tipo de brinquedos não amplia ou infl uencia no intelecto dos pequenos, assim como atividades que requerem intera-ção”.

Mãe de um menino de 4 anos, a doméstica Karolyne Valentin diz ter muito cuidado na hora de escolher brinquedos para o seu fi lho. “Eu evito coi-sas relativas à luta e à violência, como armas de brinquedo e bonecos de luta. Acho que esse tipo de coisa pode infl uenciar de uma maneira negati-va a personalidade dele”, ressalta.

Karolyne garante tam-bém evitar fi lmes e dese-nhos que fogem da faixa etária do fi lho. “Como a televisão é um dos princi-

pais passatempos dele, eu não deixo

que ele

assista lutas. Acho que ele não tem idade sufi ciente para esse tipo de coisa”, justifi ca.

Contrariando a psicó-loga Jaqueline no que diz respeito a jogos eletrôni-cos, Karolyne diz não ver problema quando o fi lho brinca com o game boy.

“Acho que esses jo-guinhos eletrônicos são muito bons para distrair e encorajar a mente dele. Eu mesmo chego a passar horas brincando com ele e acho legal”.

Mas a mãe garante con-trolar os jogos utilizados pelo fi lho. “Mas claro que não posso deixá-lo jogar coisas violentas”.

Jogos de violência barrados

invés de numa esfera visu-al externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não dos incen-tivos fornecidos pelos ob-

e constrói um atalho entre o mundo inconsciente, onde desejaria viver, e o mundo real, onde precisa conviver”, declarou Jaqueline.

Por isso geralmente pais dão bonecas e casinhas para meninas, e carrinhos, bolas, bonecos de luta aos meninos. Segundo ela, nenhum pai vai

pequenos, assim como atividades que requerem intera-ção”.

pais passatempos dele, eu não deixo

que ele

pelo fi lho. “Mas claro que não posso deixá-lo jogar coisas violentas”.

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C5Dia a diaMANAUS, QUINTA-FEIRA, 5 DE JULHO DE 2012

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Um trânsito de ninguém Os próprios motoristas assumem que falta consciência da população ao volante e também fiscalização por parte dos órgãos fiscalizadores. Dribles na legislação colocam em risco a segurança também de pedestres, obrigados a andar pelas calçadas

A falta de educação e o estacionamento irregular de carros, caminhões e motos,

têm prejudicado o trânsito e incomodado e dificultado a passagem de pedestres, além de irritar motoristas em Ma-naus. As placas que proíbem o estacionamento são des-respeitadas constantemente nas principais vias locais dos bairros.Uma questão que bei-ra a desobediência civil.

Maus motoristas estacio-nam em qualquer lugar, a qualquer hora, seja em calça-das, áreas proibidas ou faixas de pedestres. Outros fazem conversões ilegais e andam na contramão, já que não há fiscalização frequente.

Na avenida São Pedro, na Compensa 2, Zona Oeste, por exemplo, existem estabele-cimentos comerciais, que levam a população não só às compras, mas também a deixar um grande número de veículos estacionados ao longo da via. Somado a isso, as barracas que tomam as calçadas e de parte da rua dão aquele tom de desordem ao cenário.

No local, o tráfego fica lento porque os carros em situação irregular ocupam uma parte da via. Isso obriga os mo-toristas a se arriscarem ao

recoorer a outra pista, por onde também passam carros e motos. Quem decide parar seu veículo nas vagas onde é permitido, acaba com a saída bloqueada por carros estacio-nados irregularmente.

Além disso, em frente a uma das lojas, que faz instalação de som em automóveis, é comum os carros dos clientes ficarem estacionados de forma irregu-lar, enquanto os funcionários

realizam a instalação de rá-dios e de auto-falantes.

“Essas pessoas daqui não ligam para quem trafega na rua ou nas calçadas e esta-cionam de qualquer jeito”, reclamou o motorista de ônibus Ricardo Lima.

Outra “zona”, mesmo sendo estreita, ocorre na rua Seis, no Alvorada, Zona Centro-Oeste, onde grande número de veí-culos também estaciona nos

dois lados da via. Enquanto os donos de carros vão fazer compras nas lojas existentes no local, os caminhões descar-regam as mercadorias.

O trânsito é bastante com-plicado no lugar. Principal-mente devido ao pequeno espaço deixado para os motoristas. As motocicletas também disputam lugar no estacionamento irregular. “Aqui todos os dias é assim. Quem não quiser enfrentar isso, tem de vir muito cedo ou muito tarde”, afirmou o comerciante Francisco Tei-xeira, que frequentemente faz compras no local.

Falta de placasNa avenida L, também no

Alvorada, não existem placas sinalizando para a proibição do estacionamento. Por isso, os motoristas aproveitam para estacionar em qualquer lugar. Existem carros, motos e cami-nhões dos dois lados, alguns deles, inclusive, na calçada.

Para os pedestres, a situa-ção também é complicada, por haver carros estacionados de maneira que apenas uma pes-soa consegue transitar pela calçada, com muita dificulda-de, devido ao pequeno espaço entre veículo e parede.

Para o taxista Cléber Souto, falta sinalização e fiscaliza-ção. “Se os motoristas soube-rem que há fiscalização, não vão fazer nada errado”.

WILLIAM GASPAREspecial EM TEMPO

Aqui (Alvorada), to-dos os dias é assim.

Quem não quiser enfrentar isso, tem de vir muito cedo

ou muito tarde para esta área

Francisco Teixeira, motorista

O taxista Rutemberg Queiroz, que atua na ave-nida Lourenço da Silva Braga, no Centro - com graves problemas de flu-xo devido ao comércio in-tenso na feira da Manaus Moderna - disse acredi-tar que a solução seria que dois agentes Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans) fiquem de prontidão nas ruas mais estreitas dos bairros.

“E mesmo assim, acho que ainda não vai ser suficiente, pois os motoristas não con-

seguem se organizar”, diz.O professor de educação

física Paulo Sérgio Vicente diz que a solução para esse tipo de problema é a cons-cientização da população. “Isso é um problema cultural e só vai mudar quando houver mudança em nossa mentali-dade também”, comenta.

Ele acrescentou que o poder público atua com trabalhos nas escolas, en-volvendo crianças e adoles-centes, para que aprendam a respeitar o próximo no trânsito da cidade.

Em nota, o Manaustrans

informa que fiscaliza a cir-culação de veículos não só nos principais corredores, como também nas vias lo-cais dos bairros de Manaus. Na Lourenço da Silva Bra-ga, diariamente, uma equipe de seis agentes de trânsito atua na área.

O instituto informou tam-bém, que os agentes autuam os motoristas que descum-prem as leis. Ano passado, de janeiro a junho, foram registradas 9.846 infrações, já no mesmo período deste ano foram 14.101 autua-ções da proibição.

Motoristas apontam soluções

Tentativas de desvios irregulares colocam em risco a vida do motorista e dos pedestres

Na ‘loucura’ do trânsito da capital, motoristas exageram nas infrações e irresponsabilidades

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Programa federal pretende ensinar sem complicaçõesSeja por meio de metodologia diferenciada ou aula repassada por email, ProEMI funciona em 41 escolas no Amazonas

A matriz curricular dos estudantes do ensino médio da rede estadual ganhou no Brasil um

novo adicional pedagógico por meio da implantação do pro-grama Ensino Médio Inovador (ProEMI). De iniciativa do gover-no federal, o ProEMI é aplicado em 41 escolas do Amazonas e tem beneficiado diretamente 18.856 estudantes.

Entre as instituições be-neficiadas está a Escola Es-tadual Isaac Werner, bairro São José 2, Zona Leste, que tem 2.080 alunos do Ensino Médio, divididos em três tur-nos. A gestora da unidade, professora Odisseia Rocha, informa que a instituição foi contemplada com o progra-ma no início do ano. A ini-ciativa visa reduzir o índice de evasão escolar, principal-mente durante a noite.

“O projeto foi selecionado e o recurso foi liberado, mas aguardamos orientações do MEC. Acredito que no início de 2013 o projeto já esteja funcionando, com orienta-ções dos nossos alunos à distância”, orienta.

O projeto, segundo ela, servi-rá para realizar o acompanha-mento de alunos com recursos da internet. “Por exemplo, a aluna está de licença materni-dade. Ela poderá acompanhar as aulas e ter informações do conteúdo acessando o e-mail. O monitor vai até a casa da aluna e presta orientação. Já os casos em que o mesmo tem que viajar a trabalho, eles podem acompanhar as aulas pela internet. Com isso eles não desistem de continuar os estudos”, declara.

Além desse projeto, confor-me a gestora, a instituição

mantém outros trabalhos de integração entre alunos e professores que estimulam o ensino aprendizado. “Os alunos precisam de aulas di-nâmicas que possam estimu-lar a leitura e o gosto pelos estudos. E nossos projetos vêm de encontro a essa ne-cessidade”, destaca.

Alunos aprovam projetos A aluna no 1º ano do ensino

médio, Raniele de Castro, 17, destaca que os projetos aju-dam os alunos a se interes-sarem mais pelos estudos. Ela, que mora no bairro Nova Floresta, diz que foi estudar na escola devido a fama de

ser uma das mais bem posi-cionadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“Todo projeto que ajuda o estudante a apreender as disciplinas de forma simples é muito legal. Gosto dos pro-jetos da escola e acredito que esse novo, a ser implantado, será um sucesso”, destaca.

O mesmo pensamento foi compartilhado pelo estudante Diego Henrique Serrão, 15. “Como pretendo fazer o vesti-bular para medicina, sei que a partir de hoje tenho que estudar muito. Acredito que aqui posso ter tudo isso”, declara.

Os alunos precisam de aulas dinâmicas que possam estimu-lar a leitura, o gosto pelos estudos. Nos-sos projetos visam essa necessidade

Odisseia Rocha, gestora da unidade

AURIANE CARVALHOEquipe EM TEMPO

Alunos da rede pública já consideram programa federal a melhor forma de aprendizado e confiam nele seu futuro profissional

De acordo com a Secre-taria de Estado de Educa-ção (Seduc), as instituições de ensino têm buscado be-neficiar estudantes a partir da aplicação de atividades complementares envol-vendo ciência, tecnologia, cultura e trabalho.

Atualmente, 41 escolas públicas estaduais no Ama-zonas desenvolvem o proje-to “Ensino Médio Inovador”, sendo 14 na capital ama-zonense e 27 no interior, beneficiando diretamente 18.856 estudantes.

Uma das unidades de en-sino que soma resultados positivos com o programa é a Escola Estadual Nossa

Senhora das Dores, em Eirunepé (a 1.160 quilô-metros de Manaus). Lá, o projeto é aplicado desde 2010 e atende atualmente a 798 alunos com os pro-jetos: “De olho no Enem”, “Recuperando”, “Investi-gação científica da ma-lária” “Projeto Feira de Ciências” “Produção de Texto”, “Leitura, “Vitali-dade”, entre outros.

Em Manaus, a Escola Estadual Isaac Swerner é uma das 14 instituições que aplicam o programa e, segundo a gestora da instituição, Odisseia Ro-cha, a expectativa pelos resultados é grande.

Atividades complementares

Lançado em 2009 pelo MEC, o ProEMI surgiu como incentivo ao sucesso es-colar de estudantes das escolas públicas, visando oportunizar a eles o aces-so e a participação em projetos como os de re-forço escolar, de iniciação científica, de preparação a

vestibulares, de estímulo à atividades artística.

Para a execução das atividades planejadas, as escolas selecionadas re-cebem verba específica, destinada pelo governo federal por meio de seu Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

Verba específica para projeto

JOEL ROSA

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

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MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012 [email protected] (92) 3090-1042

Início da série de entrevistas com os prefeituráveis

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Região Norte é líder em ranking de menos leitoresApenas 47% dos nortistas têm o hábito de ler, de acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura do Brasil”, Instituto Pró-Livro

Pesquisa possui excessões

O “Mania de Ler” é realizado pela Secretaria de Cultura Karine Pansa é presidente do Instituto Pró-Livro (IPL) A 1ª bienal do livro foi realizada este ano, no Studio 5

FOTOS: DIVULGAÇÃO DIEGO JANATÃ

DIEGO JANATÃ

Cerca de 47% da popula-ção do Norte possui o há-bito de ler regularmente

Mas nem todos os ama-zonenses se encaixam neste perfil da pesquisa. É o caso da empresá-ria Waleska Sales, que lê em média dois livros por semana. “Quando aca-bo um, já começo outro. Troco qualquer coisa por um livro”, diz, rindo. Ela lembra que esta paixão surgiu ainda quando crian-ça, sendo sempre muito incentivada pela mãe e pa-drasto. “Foi um hábito que criei e nunca mais larguei. Quando se é mais novo, é

mais fácil incentivar essas ações”, acredita.

InternetWaleska, que lê todo tipo

de livro (“Só não gosto muito dos de autoajuda”) e também revistas, revela que com a chegada da internet, fi cou mais fácil manter o hábito da leitura. “Notícias, principalmente, acompanho mais pela in-ternet, já que é uma fer-ramenta que me dá tudo de forma mais fácil e or-ganizada”, comenta.

A Região Norte ainda é a que conta com menos leitores no país, de acordo com

a pesquisa “Retratos da Lei-tura do Brasil”, do Instituto Pró-Livro (IPL), lançada no pri-meiro semestre deste ano. De acordo com a pesquisa, 47% dos moradores nortistas são leitores, porcentagem maior apenas do que no Sul, que conta com 43% de leitores.

“O percentual é menor do que o das regiões Sudeste (50%), Nordeste (51%) e Cen-tro-Oeste ( 5 3 % ) , mas é

maior do que o da região Sul”, diz Karine Pansa, presidente do IPL e também da Câmara Brasileira do Livro (CBL). “Em termos nominais, o Norte é a região com o menor número de leitores, já que apenas 8% dos 88,2 milhões de brasilei-ros que têm o hábito de ler estão na região”, acrescen-ta a presidente do IPL. “Há de se considerar, no entanto, que apenas 8% dos brasilei-ros vivem nesses Estados (do Norte)”, completa.

O diretor do departamento de literatura da Secretaria do Estado de Cultura (Sec), Antônio Ausier, admite que

esta seja uma questão que ainda preocupa,

mas a Sec traba-lha em ações

justamente para dimi-nuir este índice. “Só dentro do ‘Mania de

Ler’, pro-grama de incentivo à leitura, temos 50

projetos, como o ‘Encontro com o Escritor’, onde distri-buímos livros de escritores amazonenses para os alunos e, depois de eles lerem as obras e discutirem em sala, se encontram com o autor para um bate-papo. Isso, querendo ou não, faz com que as crian-ças se interessem mais pela leitura”, afi rma Antônio.

De acordo com ele, uma das estratégias da SEC é incentivar as crianças a lerem desde cedo, para criar este hábito e aumentar o número de leitores no futuro. “Além disso, estamos atualmente em processo de atualização do acervo das bibliotecas do

interior do Esta-do, para levar mais opções às pessoas que moram nesses m u n i c í p i o s ” ,

acrescenta o di-retor, que cita, tam-bém, a Bienal do Livro,

realizada no primeiro se-mestre e que contou com

a participação de mais de 200 mil

pessoas. “ S a b e -mos dos p r o b l e -

mas e por isso traba-

lhamos com essas ações contínuas, esses

projetos de incentivo, onde já vemos melhorias, principal-mente nas escolas”, revela.

Mas para Ione Sena Alfaia,

responsável pela biblioteca do Serviço Social do Comér-cio (Sesc) – espaço localizado na unidade Sesc Centro (rua Henrique Martins, 427) e que conta com 15 mil exemplares entre romances, livros di-dáticos, literatura brasileira, revistas e jornais –, ainda falta o poder público priorizar estes projetos de incentivo à leitura. “O que sinto é que é preciso dar mais oportunida-de à esse público, até porque ainda faltam políticas nesta área”, acredita.

Para ela, a máxima, de que amazonense não lê, não pode ser levada tão a sério. “No Sesc são trabalhados vários projetos que incentivam as pessoas, principalmente os jovens, a ler cada vez mais, criando ali um elo de inte-resse”, conta.

A pesquisa “Retratos da Lei-tura no Brasil”, considerado o mais completo estudo sobre comportamento do leitor no país, mostra, ainda, que cerca de 75% da população brasi-leira nunca foi a uma biblio-teca. Ione explica, porém, que só neste primeiro semestre de 2012, por exemplo, já passaram mais de sete mil pessoas pela sua biblio-teca, índice mensurado a cada mês e que deve ultrapassar a marca do ano passado, quando houve cerca de 16 mil atendimentos. “O Brasil vive um bom momento, um boom da literatura. Dá para ver isso sim-plesmente olhando para o crescimento editorial que o país vive”, ressalta Ione. “O que podemos ob-servar, nos Sescs de todo o Brasil, é um aumento no interes-se pela leitura. Mas ainda falta tra-b a l h a r mais nis-so”, com-pleta.

ÍNDICESA Região Norte está perdendo apenas para a Região Sul do país. São 47% contra 43%. As regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste possuem os índices mais altos de leitores

VICTOR AFFONSOEquipe EM TEMPO

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

>> Nasceu João Marcelo, pri-meiro menino do querido casal Marcelo e Cris Neves.

>> Na terça-feira, no Studio 5, show da cantora-revelação Gabi Amarantos, que deverá sacudir o local.

>> Ontem, aconteceu o Baby Chá de Ana Cláudia So-eiro, pilotado por sua prima Arminda Soeiro.

>> O empresário Gutemberg Alencar estreia idade nova neste domingo. Cumprimentos.

>> Waltinho Oliva Pinto em-barca hoje para o feriadão no Rio.

>> O querido Khaled Hauache Jr. está hoje no alvo de cumpri-mentos pelo seu aniversário.

>> Vitrine

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

O diretor executivo da Construto-ra Europa, Autair Vanzin Jr., com a diretora comercial da empresa, Mônica Vanzin, no jantar que reuniu convidados na quinta-feira, apre-sentando o projeto do belo edifício Europa, em Adrianópolis

O arquiteto Luiz André Martins que criou um espaço homenagean-do Lúcia Viana, na MS Casa

. O casamento da bela Maria Eugênia Lins de Albuquerque e André Catunda, marcado para acontecer no próximo dia 29 vai movimentar a society local.

. Será o primeiro casamento da cidade com identidade olfa-tiva, uma nova prática usada em grandes eventos elaboradíssi-mos. O Dulcila Festas e Convenções será perfumado com uma essência especialmente criada para o evento. Superchic!

. Os pais dos noivos, Maria do Carmo e Wellington Lins e Eliane Maria Corrêa e Geraldo Catunda de Souza receberão os convidados na recepção cheia de charme, após a cerimônia religiosa na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

>> Cheio de charme

A primeira-dama Nejmi Aziz e a presidente da Apae-Tefé, Ayla Cristina, durante a entrega de um ônibus para a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais no município de Tefé. Esta é uma instituição que o governador Omar Aziz conhece a realidade e também se sensibi-lizou com a necessidade do benefício, aprova-do pelo conselho do Fundo de Promoção Social

. O governador do Amazonas, Omar Aziz, e o ministro do Desen-volvimento Agrário, Pepe Vargas, lançam na próxima segunda-feira, o Plano Safra da Agricultura Fa-miliar 2012/2013, destinado ao fi nanciamento de projetos indivi-duais ou coletivos de agricultores familiares do Amazonas.

. O lançamento será às 10h na sede do governo. Aproximadamente 61 mil famílias da agricultura familiar serão benefi ciadas com os recursos no Estado. O plano pretende ampliar a produção de alimentos, incremen-tar a produtividade e melhorar a renda dos produtores.

. O Plano Safra da Agricultura Familiar foi criado pelo governo federal com o intuito de promover o desenvolvimento do país por meio de um conjunto de medidas executadas pelo Ministério do De-senvolvimento Agrário, para qua-lifi car e articular esse importante setor produtivo do país.

>> Agricultura familiar

. Em uma tentativa de alcançar o público jovem, a Prada decidiu lançar uma coleção de sapatos, que faz uma releitura lúdica, colorida e “modernizada” dos seus modelos clássicos.

. São os sapatos “Levitate”, que trazem modifi cações na sola em sapatos tradicionais.

Basicamente os calçados ga-nham um solado transpa-

rente preenchidos por amortecedores co-

loridos. Os sa-patos estão disponíveis no site da

Nordstrom.

>> Objeto de desejo

José e Rai-munda Viana com o neto Mauricio Ghidalevich, na exposição de ambientes na MS Casa, que esteve espaço em homena-gem a Lúcia Viana

Diogo de Aguiar

com Dani Pacheco, que ganhou baby

chá concor-rido no meio

da semana

MAURO SMITH

MAURO SMITH

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

As divergên-cias políticas e partidárias não podem prejudicar Manaus, até porque de acordo com o Plano Nacional de Cultura os entes fede-rativos, vão atuar con-juntamente pela cultura”

Criaremos centros culturais, de forma gra-dativa, nas principais zonas da cidade, onde serão ofere-cidos cursos de todas as linguagens artísticas, como dança, teatro, músi-ca etc.”

Na contagem regres-siva para as elei-ções, o EM TEMPO dá início, hoje, a

uma série de entrevistas com os candidatos que disputam a Prefeitura de Manaus. Os seis primeiros colocados nas pes-quisas locais falarão, todo domingo, sobre as suas pro-postas para a cena cultural da cidade, abordando even-tos e projetos da secretaria municipal e o que pretendem manter ou mudar caso sejam eleitos. As perguntas serão as mesmas para todos os prefeituráveis.

O candidato que abre a série de reportagens é Henrique Oliveira (PR). Ele acredita que é preciso abrir espaços do gênero em todas as zonas da cidade e valorizar os artistas regionais. Para ele, um traba-lho com o Conselho Munici-pal de Cultura é importante, assim como a continuação de projetos da atual gestão e uma parceria maior com o governo do Estado.

EM TEMPO- Qual sua opinião sobre os espaços culturais atualmente em uso na cidade?

Henrique Oliveira- Os espaços culturais são pou-cos e a maioria pertence ao governo do Estado. Além dis-so, eles estão centralizados, então é preciso abrir espaços competentes em todas as regiões da cidade, como as zonas Norte, Leste, Oeste e Centro-Oeste.

EM TEMPO- Você pre-tende realizar mais pro-gramações culturais nes-ses locais?

HO- Com certeza. Não só nesses locais, mas fazer valer os princípios constitu-

cionais contidos nos artigos 215 e 216, nos quais deve-mos respeitar a diversidade cultural e fazer com que a população tenha acesso à cultura. Nesse sentido, ire-mos ampliar esses espaços e valorizar os artistas e produ-tos culturais de Manaus.

EM TEMPO- Atualmen-te, a Prefeitura de Manaus não está administrando ne-nhum museu. Isso continua-rá assim na sua administra-ção, caso seja eleito?

HO- Não. Estamos nos apro-ximando da Copa do Mundo de 2014 e a cidade não po-derá fi car sem museu e ou-tros equipamentos culturais e entretenimento. Já existe um planejamento do grupo ges-tor da Copa, articulado com as prefeituras e Estados das cidades-sede, inclusive com a chancela do Ibram (Institu-to Brasileiro de Museus), no sentido de garantir o funcio-namento dos museus. E nós, além de trabalharmos a revi-talização do centro histórico, daremos atenção especial a essa questão dos museus.

EM TEMPO- Espaços como o Café Teatro e a Casa de Leitura Thiago de Mello, entre muitos outros, estão paralisados. Algum plano para mudar essa realidade nos próxi-mos quatro anos?

HO- Sim. Dentro da revi-talização do centro histó-rico, vamos retomar essas obras, garantindo o acesso das pessoas nesses espaços e também criar bibliotecas descentralizadas para as zonas Norte, Leste, Oeste e Centro-Oeste.

EM TEMPO- A “Virada Cultural”, evento que a Manauscult realizou duas vezes, teve resultados,

mas obteve crítica, prin-cipalmente quanto à falta de organização. O evento continuará sendo realizado se você se tornar prefeito? Haverá alguma mudança?

HO- Nós continuaremos com a “Virada Cultural”, por-que é um grande evento, sendo que valorizaremos os artistas locais, inclusive abrindo opor-tunidades para artistas ini-ciantes. Trataremos a “Virada Cultural” como evento de to-das as modalidades artísticas, incluindo nela teatro, dança, literatura, cinema, entre ou-tros. Faremos também um estudo a respeito dos espaços a serem utilizados, de forma a garantir o bem-estar da população e a preservação do patrimônio histórico.

EM TEMPO- Quais são os projetos da atual gestão que terão continuidades?

HO-Vamos dar continui-dade ao Plano Municipal de Cultura, porque é ele que vai apontar as principais deman-das culturais da cidade. Pro-jetos como “Virada Cultural”, Boi Manaus, prêmio literário Cidade de Manaus, cursos e ofi cinas de formação na ca-deia produtiva da cultura, en-tre outros, serão mantidos.

EM TEMPO: Caso você seja eleito, há a previsão de criar algum projeto que possa ter continuidade na próxima administração?

HO- Iremos criar uma or-questra experimental com estudantes de música. Tra-balhar a formação de alunos da rede pública que irão inte-grar a orquestra. Criaremos centros culturais, de forma gradativa, nas principais zo-nas da cidade, onde serão oferecidos cursos de todas as linguagens artísticas, como dança, teatro, música etc. Temos também projeto

de utilizar a Arena da Ama-zônia para shows regionais e criar o Festival Gastronômi-co da Amazônia e o Festival Gospel da Amazônia (Gospel in Manaus).

EM TEMPO- Haverá pro-gramação em datas come-morativas?

HO- Vamos trabalhar com o Conselho Municipal de Cul-tura e criar, efetivamente, um calendário permanente de eventos para a cidade de Manaus. Mas, com certeza, as festas tradicionais serão mantidas.

EM TEMPO- Todos os grandes festivais realiza-dos em Manaus são em parceria com o governo do Estado, não com a Pre-feitura. Há pretensão de mudar isso?

HO-Claro. As divergências políticas e partidárias não podem prejudicar a cidade de Manaus, até porque de acordo com o Plano Na-cional de Cultura os entes federativos vão atuar con-juntamente para os projetos e programas culturais.

EM TEMPO: A atual ges-tão transformou a Secre-taria Municipal de Cultura em uma instituição cultu-ral. Qual sua opinião sobre isso? Vai manter dessa forma?

HO- A fundação, como au-tarquia, tem uma função im-portante no sentido de trazer outras possibilidades de re-cursos, fora o da arrecadação municipal. Porém, as deman-das culturais impõem também a criação de uma Secretaria de Cultura, afi nal, Manaus é uma cidade de quase 2 milhões de habitantes. Vamos estudar de-talhadamente qual o melhor formato para a gestão de cultura de Manaus.

Henrique OLIVEIRA

‘AS DIVERGÊNCIAS políticas e PARTIDÁRIAS não PODEM prejudicar A CULTURA’

Os espaços culturais são poucos e a maioria pertence ao governo do Estado. Além disso, eles estão centralizados, então é preciso abrir espaços competentes em todas as regiões da cidade, como as zonas Norte, Leste, Oeste e Centro-Oeste”

VICTOR AFFONSOEspecial EM TEMPO

FOTOS: ALBERTO CESAR ARAÚJO

Eleições2012

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Tantinho da Mangueira canta com Júnior Rodrigues, terça

O sambista amazonense Júnior Rodrigues recebe, na terça-feira, dia 4, diretamen-te do Rio de Janeiro, o can-tor e compositor Tantinho da Mangueira. O encontro acontece no Espaço Cultural Quintal, localizado no conjun-to Rio Maracanã. Rodrigues fará o show inicial seguido por Tantinho, ambos serão acompanhados pelo Grupo Quintal, formado por Cláudio Nunes, Rogério De Mozzi, Bo-cão, Mestre Saúba, Douglas do Reino e Robson.

Pela primeira vez em Ma-naus, Devani Ferreira, mais conhecido com Tantinho da Mangueira, é representan-te da quarta geração de compositores de Manguei-ra, quando ingressou na ala de compositores a convite do mestre Cartola.

Dono uma das mais belas vozes do samba, notabilizou-se como mestre do partido-alto e como compositor da escola. Seus versos de impro-

viso são capazes de descon-certar qualquer desafiante e suas canções mantêm acessa a chama da tradição verde e rosa. Ao lado de Nelson Sargento, são praticamente os únicos compositores re-manescentes, de renome, da Mangueira em atividade.

Conquistou prêmios como Rival Petrobras e Prêmio TIM com “Tantinho, Memó-ria em Verde e Rosa”, como melhor CD de samba. Em 2010 ganhou o Prêmio da Música Brasileira de “Melhor Cantor de Samba do Ano” e “Melhor CD de Samba” com “Tantinho Canta Padeirinho da Mangueira”.

Tantinho é um dos princi-pais nomes nos shows e rodas de samba, realizados pela Ve-lha Guarda Show da Bateria da Mangueira, atuando como intérprete, graças ao seu ta-lento e paixão pela Verde e Rosa, cantando sambas anto-lógicos da Estação Primeira, que marcaram época.

SAMBA

Tantinho estará em Manaus para show na terça-feira

DIVULGAÇÃO

O Musa tem como objetivo distribuir o material em escolas da rede pública de ensino para mostrar aos estudantes problemas da fauna e flora amazônica

Museu da Amazônia lança ‘telejornal’ para crianças

Um telejornal diferente chegará às telinhas das escolas do Ama-zonas em breve: é o

Jornal Natural. Apresentado por representantes da biodiversi-dade amazônica, o jornal trará notícias divertidas e esclarece-doras sobre a vida na floresta.

Os âncoras são Cururu, um sapo esperto e meio mau hu-morado, e Hypsiboas, uma rãzinha simpática, conhecida carinhosamente como Hypsi. Atuando como repórteres, es-tão um grilo preocupado e atrapalhado e um japiim, pas-sarinho que faz de tudo para aparecer e ser o melhor repór-ter da bicharada. No comando dessa trupe, está a editora e comentarista Iça, uma pregui-ça que vive com pressa.

O jornal conta, ainda, com a participação de crianças que opinam e ajudam a resolver os mistérios apresentados, e de pesquisadores que trazem o olhar científico sobre as no-tícias. Gravado em um palco montado no meio da flores-ta, no centro de visitação do Musa no Jardim Botânico (aberto de terça a domingo, de 8h às 12h e de 13h às 16h30, com entrada gratui-ta), o jornal tem cenografia que amplifica, de forma lúdi-ca, elementos da natureza.

Concebido como material paradidático para professo-res do primeiro e segundo ciclos do ensino fundamen-tal, o Jornal Natural será distribuído em DVDs para as escolas interessadas, junta-mente com um encarte que auxilia os professores no uso do material em sala de aula.

Os temas da série foram escolhidos e trabalhados com base nos parâmetros curriculares nacionais e abordam assuntos diversos, como as estratégias que os animais usam para evitar predadores, a dispersão de sementes e a história da arqueologia da Amazônia.

O projeto é mais uma ini-ciativa do Museu da Amazô-nia para a Semana Nacio-nal de Ciência e Tecnologia (SNCT). As escolas interes-sadas podem escrever para o e-mail: mariana @museu-daamazonia.org.br e adquirir as cópias do programa para os seus alunos.

Programa distribuído em DVDs

O telejornal conta com a apresentação do Cururu, um sapo, e de Hypsiboas, uma rãzinha

DIVULGAÇÃO

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Hoje é dia de ‘abraços grátis’

Você, com certeza, já deve ter visto em noticiários ou filmes estrangeiros pessoas paradas nas ruas seguran-do cartazes escrito: “Abraços grátis”. A ideia atravessou fronteiras e veio parar em Manaus por meio do “1º Free Hugs CouchSurfing Manaus”, evento que reúne um grupo formado por manauenses e turistas que visitam a capital. A proposta é o conhecimento de novas pessoas e a sugestão de diferentes pontos turísti-cos para visitação e, claro,

sem esquecer dos calorosos abraços, típicos dos amazo-nenses. O encontro aconte-ce hoje, às 10h, na avenida Eduardo Ribeiro, Centro. O grupo mantém comunicação com outros Estados e até países, por meio do site www.couchsurfing.org, onde o inte-ressado se cadastra e passa a trocar informações. Em Ma-naus, o “Free Hugs” teve início há cerca de dois meses.

Os membros se reúnem uma vez por semana, sem-pre no largo São Sebastião. O organizador do movimento, Renan Azulay, explica que em todos os encontros contam

com a presença de turistas, geralmente estrangeiros ou brasileiros que falam outros idiomas, oportunizando a prá-tica as pronúncias e troca de informações sobre a cidade. “Discutimos os principais pon-tos turísticos e sugerimos outros lugares que merecem atenção. Costumamos ter até 40 pessoas em cada reunião”, comenta. Hoje, o grupo conta com mais de mil pessoas ins-critas no programa. Os inte-grantes também mantêm um cadastro atualizado no site, onde hospedam os turistas em suas residências e ava-liam a estada por pontuações

para que os próximos amigos possam optar por oferecer ou não o abrigo.

A moderadora do site, Ja-naína Louzada, explica que o programa se resume em troca de hospitalidades, onde quem se cadastra pode ter infor-mações do local de destino e ainda conseguir uma hospeda-gem. “Já viajei diversas vezes e tive a oportunidade de ficar em casas de pessoas que não conhecia. É uma experiência boa porque conhecemos novas pessoas. Sempre há alguém que pode ajudar e a intenção é que as pessoas se sintam mais próximas”, argumenta.

COMPORTAMENTO

Universidade do Folclore completa 3 anos na ilhaProjeto socioeducacional do Boi Garantido, em Parintins, reabre as portas após três meses de reforma, com novidades

Prestes a completar 3 anos de atividades, a Universidade do Fol-clore Paulinho Farias,

projeto socioeducacional do Boi Garantido em Parintins, reabre suas portas no pró-ximo dia 10, após reformas e ampliações. O programa, que atualmente atende 320 crianças e adolescentes, ainda oferece vagas para algumas oficinas.

As obras, que tiveram início no mês de maio deste ano, possibilitaram um refeitório e cozinha completamente no-vos, além de novos banheiros, vestiários e quatro salas de aula. “Dessa forma, consegui-mos atender melhor os cola-boradores e alunos, e com as novas salas temos a capaci-dade de sediar mais oficinas”, informa Andréa Maia, diretora do centro educacional.

Os planejamentos entre os professores começam já nesta semana, assim como a reunião com os pais. “Já no dia 11, recomeça a nossa programação normal, com as oficinas”, acrescenta.

Entre os cursos oferecidos, estão os de música, que en-sinam às crianças com idade entre 7 e 14 anos os instru-mentos de teclado, violão, ca-vaquinho e flauta. Oficinas de pintura, desenho, artesanato e dança completam a progra-mação do centro educacional. Andréa conta que, de segunda a quinta-feira, os alunos che-

gam ao local pela manhã e comem a primeira refeição do dia, depois participam de uma sessão de ginástica laboral e de uma dinâmica em grupo, para só então entrarem em sala de aula.

“Como parte do plano de ação do nosso projeto, a sexta-feira é reservado para sócios - sendo que a maior parte deles são veteranos - da Associação Folclórica do Boi Garantido, com ações voltadas, especi-ficamente, para eles durante o café da manhã e o almoço”,

afirma Andréa. Além disso, neste ano letivo

dois cursos profissionalizan-tes serão desenvolvidos com jovens de 17 a 21 anos, para capacitando-os para traba-lhar na arena durante os festi-vais folclóricos de Parintins.

Um deles, por exemplo, en-sina a confeccionar adereços que serão usados nos itens. As oficinas de desenho e violão, para as crianças, são as mais procuradas a cada ano. Mais informações pelo (92) 9229-3806.

VICTOR AFFONSOEspecial Em Tempo

DESTAQUEA Universidade do Fol-clore Paulinho Farias, que sob o comanda da agremiação folclórica Boi Garantido, atende 320 crianças e adoles-centes, ainda está com vagas disponíveis para algumas oficinas

No dia 29 de outubro, a Universidade do Folclore Paulinho Farias completa 3 anos de existência. A diretora social do Garanti-do, Aparecida Silva, comen-ta que o espaço começou pela real necessidade que os sócios tinham de contar com um centro voltado à

família. “O Telo (Pinto, atual presidente do bum-bá encarnado), quando foi candidato à presidência do Garantido pela primeira vez, tinha como promessa a estruturação de um centro educacional, que existia só no papel, já que havia um prédio abandonado cheio

de instrumentos novos, sem ninguém usar e se beneficiar disso”, lembra Aparecida.

Para a diretora, em pou-co tempo, a Universidade do Folclore já passou por vários avanços.

Prova disso é que o local, que tem apoio da Petrobras, é a instituição parintinense com

maior nota entre as aprovadas em um edital da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas). “O governo do Estado seleciona projetos que têm destaque para receber verba, para ampliação e manuten-ção, e nós tivemos a maior média do município, de 8,5”, celebra Aparecida.

Espaço conquistou nota alta em avaliação

O espaço oferece cursos de diferentes instrumentos musicais e outras vertentes de artes O nome do centro é uma homenagem ao ex-apresentador oficial do bumbá vermelho e branco

A Universidade do Folclore Paulinho Farias oferece cursos e oficinas de artes gratuita para crianças e jovens de Parintins

FOTOS: DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

O grupo se reúne para trocar ideias e valores culturais

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

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Page 30: EM TEMPO - 2 de setembro de 2012

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Programação de TV

05h00 – Aventura Selvagem – reprise05h30 – Pesca Alternativa06h30 – Brasil Caminho-neiro07h00 – A Grande Ideia07h30 – VRUM08h00 – PGM Manazinha – local08h30 – Chaves09h00 – Sorteio Amazonas dá Sorte - local10h00 – Domingo Legal14h00 – Eliana18h00 – Vamos Brincar de Forca18h40 – Sorteio da Telese-na18h45 – Programa Sílvio Santos23h00 – De Frente com Gabi00h00 – Série: O Mentalista / The Mentalist01h00 – Série: Alvo Humano / Human Target02h00 – Série: Chase03h00 – Encerramento da Programação

SBT GLOBO

REDE TV

04h25 – Santa Missa em Seu Lar05h25 – Sagrado: Compacto – Crianças nas Tradições Religiosas05h35 – Amazônia Rural06h05 – Pequenas Empresas, Gran-des Negócios06h40 – Globo Rural08h00 – Fórmula 1: Grande Prêmio da Bélgica09h38 – Auto Esporte 09h58 – Esporte Espetacular 11h30 – Aventuras do Didi12h05 – Os Caras de Pau12h55 – Temperatura Máxima. Filme: Quarteto Fantástico e o Surfi sta Prateado15h00 – Futebol 2012: Campeonato Brasileiro: Internacional x Flamengo17h00 – Domingão do Faustão19h45 – Fantástico22h08 – Domingo Maior. Filme: Resgate Sem Limites23h47 – Boletim - Jogos Paralím-picos23h58 – Sessão de Gala. Filme: A Vida Secreta das Abelhas01h46 – Corujão I. Filme: Método Assassino03h25 – Série Americana04h13 – Festival de Desenhos

04h45 – Bíblia em Foco05h00 – Nosso Tempo05h30 – Desenhos Bíblicos08h00 – Record Kids09h00 – Amazonas dá Sorte10h00 – Record Kids11h15 – Tudo é Possível – PGM 3671 4h00 – Top Model – HD – estreia15h00 – Programa do Gugu – PGM 15719h30 – Domingo Espetacu-lar - HD – PGM 43722h15 – Repórter Record23h15 – Série: Todo Mundo Odeia o Chris (1ª Tempora-da) – HD00h15 – Programação IURD

TV CULTURA05h55 – Abertura da Esta-ção / Hino Nacional06h00 – Via Legal06h30 – Brasil Eleitor07h00 – Palavras de Vida

08h00 – Santa Missa09h00 – Viola Minha Viola09h15 – Curta Criança09h30 – Nova Amazônia – local – reprise10h00 – Escola Pra Cachorro10h15 – Meu Amigãozão10h30 – A Turma do Pererê11h00 – ABZ do Ziraldo11h30 – Anima TV Tromba Trem11h45 – Anima TV Carrapa-tos e Catapultas12h00 – A Turma do Pererê13h00 – Dango Balango13h30 – TV Piá14h00 – Stadium 15h00 – Os Protetores do Planeta16h00 – Ver TV17h00 – De Lá Pra Cá17h30 – Cara e Coroa18h00 – Papo de Mãe19h00 – Conexão Roberto D’Ávila20h00 – Esportvisão21h30 – MPTV – Reprise – local22h00 – Roda Viva Amazo-nas – local ao vivo23h00 – Doc. Especial00h00 – Hino Nacional / En-cerramento da Emissora

RECORD

BAND05h00 – Igreja Mundial06h30 – Santa Missa em Seu Lar

06h30 – Igreja Internacional da Graça – local07h30 – Igreja Internacional

da Graça – local09h45 – Break Obrigatório09h50 – TV Kids – local10h00 – Show de Ofertas da Cidade – local10h30 – TV Kids – local11h00 – Igreja da Graça – local12h00 – Fique Ligado – local13h00 – Esporte Performan-ce – local14h00 – Encircuito – reprise15h30 – Despertar – local16h00 – Break Obrigatório16h05 – TV Kids16h45 – Ritmo Brasil17h15 – O Último Passageiro18h30 – Super Bull Brasil19h30 – Saturday Night Live21h00 – Cine Total22h30 – Dr. Hollywood23h15 – É Notícia00h15 – Bola na Rede00h45 – Igreja Internacional da Graça – local

07h30 – Fé na Verdade08h30 – Desenho09h30 – Auto +10h00 – Infomercial11h00 – Fala Malafaia12h00 – Band Esporte Clube14h00 – Gol, o Grande Mo-mento do Futebol14h30 – Futebol 201216h50 – Terceiro Tempo19h00 – Um Tio da Pesada19h30 – Família Dinossau-ros20h00 – Conversa de Gente Grande21h00 – Pânico na Band00h00 – Canal Livre01h00 – Força Secreta01h30 – Show Business – reap.02h15 – Loucos ou Loucu-ras03h00 – Igreja Mundial

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Começa o tempo de você limpar os restos

que fi caram de suas ações, e que estão a atrapalhar seus futuros relacionamentos. Arregace as mangas para uma faxina pro-funda.

TOURO - 20/4 a 20/5 A transformação do conteúdo emocional

diante dos relacionamentos é agora o passo necessário para seu crescimento pessoal. Os ressentimentos devem ser eliminados.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 A recuperação dos hábitos de saúde e das

condições de conforto e de trabalho é agora imprescindível. Há muito a regenerar nos sentimentos com que conduz suas rotinas.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Seus sentimentos amorosos começam

a passar por uma profunda transforma-ção regeneradora. Uma emoção límpida e cristalina irá emergir deste processo, aos poucos.

LEÃO - 23/7 a 22/8 As relações familiares começam uma fase

de transformação profunda e regeneradora. Uma emoção límpida e cristalina irá emergir para guiar essas relações e a si próprio.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Eliminar, limpar e regenerar seus estados

emocionais e seus gestos diante do cotidiano é, agora, a grande tarefa a ser realizada. Procure se enroscar menos pelo caminho.

LIBRA - 23/9 a 22/0 Transformar a relação que você tem com

a materialidade, com seu corpo e com os bens materiais é a grande tarefa a partir de agora. Elimine tudo o que não serve mais.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 A transformação de seus estados emo-

cionais e sentimentos é o caminho para seu crescimento humano e espiritual, a partir de agora. Você sairá renovado desse processo.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Para completar a transformação de sua

identidade, agora é tempo de regenerar as partes mais profundas de sua psique, alcançando os recônditos mais internos de seu ser.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Seu futuro precisa ser repensado. Os so-

nhos que projetam sua vida para o futuro devem ser regenerados em profundidade. Faça-se mover por emoções renovadas!

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 O futuro de sua carreira profi ssional co-

meça a se transformar. Antigos direciona-mentos não mais irão servir. O sentido que move sua alma no trabalho se transmuta totalmente.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Os sentimentos espirituais que guiam a

orientação de seu crescimento como ser humano estão a mudar. Uma profunda transmutação começa a ocorrer em sua espiritualidade.

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2012

BANCO 42

CNACPRONTUARIO

ELEITORESSETAOZTI

SETREMPANRETAGUARDAVEGNUOD

FAUNADMMIINDICIARAMNAURPDESPEREFIL

VILANDAIMEGOGASSNESCOLTAACNIDINPI

RABODEARRAIA

Noz,em

inglês

Acompa-nhamentoservido

com feijão

Alvo daspesquisasde boca de urna

Símbolode placasde trânsito

Pastor(abrev.)

Peter (?),o meninoque voa(Lit. inf.)

Um, emespanhol

Interjei-ção queexprimelamento

2.001, emromanos

Bovídeoque habitao Sul daÁfrica

Fenômenoda fotoKirlian(Esot.)

Parte doecossis-

tema

Acusa-ram; de-

nunciaramArgolas de

cadeia

Recargapara a em-balagem

vazia

"(?) o Ho-mem", fra-se bíblica

Doençassexualmen-

te trans-missíveis

Armaçãodesmon-tável deobras

Adobe (?),platafor-ma para

“websites”

"Abelha",em "api-cultura"

AdrianaCalcanhot-to, cantora

gaúcha

Boletim de Ocorrência

(abrev.)

Virgínia(?), vedetebrasileira

Órgão deregistro depatentes(sigla)

Animação(fig.)

(?) Morei-ra, locutor

Fasedo sonoBarracasde feira

Ovo, eminglês

Anima (?), festival deanimação realizado a-

nualmenteno Brasil

Mitra dopontífice

Rede, eminglês

Proteção de policiais

Divisãodo tênisA última

companhiaou esqua-drão de

um corpomilitar

Tira o vestuário

Biltre;infame

A classe socio-econômica dos ricos

Ritmo musicaloriginado do samba

Ficha comdados dopaciente(Med.)

RaposaSerra doSol (RR)

País afri-cano que é o maiorprodutorde cacaudo mundo

Situaçãoque podelevar ao

despejo dolocatário

Comboiode pro-teção a

uma auto-ridade

Golpe dacapoeiratambémchamadode meia-

lua decompasso

2/un. 3/air — egg — net — nut — set. 12/rabo de arraia. 13/costa do marfim.

CruzadinhasCinemaESTREIA

À Beira do Caminho – 12 anos: Cinemark 2 – 15h10 e 22h10 (leg/diariamente).

360 – 16 anos: Playarte 2 – 13h50 (leg/diariamente).

Outback – Uma Galera Animal - Livre: Playarte 1 – 12h50, 14h50, 16h50 e 18h50 (3D/dub/diaria-mente); Cinemark 4 – 12h55, 14h50 e 16h50 (dub/diariamente).

Armadilha – 14 anos: Playarte 2 – 16h10, 18h10, 20h10 (leg/diaria-mente) e 22h10 (leg/sex e sáb).

Valente – Livre: Playarte 5 – 12h30, 14h45, 17h, 19h15, 21h30 (dub/diariamente) e 23h45 (dub/sex e sáb).

Um Divã Para Dois – 12 anos: Playarte 8 – 16h e 20h20 (leg/dia-riamente).

Batman – O Cavaleiro das Tre-vas Ressurge – 12 anos: Playarte 9 – 13h30, 16h45, 20h (dub/dia-riamente) e 23h15 (dub/sex e sáb); Cinemark 5 – 18h e 21h30 (dub/diariamente).

O Espetacular Homem-Ara-nha – 10 anos: Playarte 10 – 14h30 e 20h30 (dub/diariamente).

A Casa Silenciosa – 14 anos: Playarte 10 – 12h40, 17h30 (leg/diariamente) e 23h30 (leg/sex e sáb).

A Era do Gelo 4 – Livre: Cinemark

2 - 12h50, 17h30 e 19h50 (dub/diariamente); Cinemas Amazonas 5 – 14h30 (dub/diariamente).

E Aí, Comeu? – 14 anos: Cinema-rk 3 – 13h e 15h (diariamente).

Xingu – 12 anos: Cinemark 3 – 11h (somente sábado, domingo e quarta-feira).

Rock Of Ages – 14 anos: Cine-mark 3 – 17h20, 20h (leg/diaria-mente) e 22h40 (leg/sex e sáb).

O Vingador do Futuro – 14 anos: Cinemark 4 – 19h (dub/dia-riamente) e 21h40 (dub/não será exibida sexta-feira e sábado); Ci-nemark 7 – 11h50 (dub/somente sábado, domingo e quarta-feira),

14h30, 17h10 (dub/diariamente), 19h40 e 22h20 (dub/não será exibido na terça-feira); Cinemas Amazonas 5 – 16h30 e 19h (dub/diariamente).

31 Minutos – Livre: Cinemark 5 – 13h20 e 15h40 (leg/diaria-mente).

As Aventuras de Agamenon, O Repórter – 14 anos: Cinemark 8 – 13h05 e 14h55 (diariamen-te).

O Ditador – 14 anos: Cine-mark 8 – 16h40, 18h50, 21h (dub/diariamente) e 23h10 (dub/sex e sáb); Cinemas Amazonas 5 – 21h30 (dub/diariamente).

CONTINUAÇÕES

Os Mercenários 2: 16 anos. EUA. Após o brutal assassinato de Tool (Mickey Rourke) durante uma missão, a turma de mercenários se reúne mais uma vez em busca de vingança. Ao mesmo tempo, a bela fi lha de Tool, Fiona, busca fa-zer justiça com as próprias mãos, mas acaba sendo capturada. Barney Ross (Sylvester Stallone) e compa-nhia tentarão salvá-la. Playarte 1 – 20h50 (leg/diariamente) e 23h (leg/sex e sáb); Playarte 3 – 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40 (leg/diariamente) e 23h50 (leg/sex e sáb); Playarte 4 – 13h01, 15h11, 17h21, 19h31, 21h41 (leg/diariamente) e 23h51 (leg/sex e sáb); Playarte 6 – 12h, 14h10, 16h20, 18h30, 20h40 (dub/diariamente) e 22h50 (dub/sex e sáb); Playarte 7 – 12h01, 14h11, 16h21, 18h31, 20h41 (dub/diaria-mente) e 22h51 (dub/sex e sáb); Cinemark 1 – 12h (leg/apenas sába-do, domingo e quarta-feira), 14h20, 16h40, 19h, 21h20 (leg/diariamen-te) e 23h40 (leg/sex e sáb); Cinemark 6 – 13h10, 15h30, 17h50, 20h10 e 22h30 (dub/diariamente); Cinemas Amazonas 4 – 14h40, 17h, 19h15 e 21h30 (dub/diariamente).

Procura-se um Amigo Para o Fim do Mundo: 12 anos. EUA/MAL/IND/SING. Dodge (Ca-rell) foi abandonado pela esposa após descobrir que um meteo-ro se chocará com a Terra em um curto espaço de tempo. Seus planos de viver alguns dias de amor, enquanto o fi m se aproxima, começam a se realizar, quando ele se aproxima de sua vizinha (Keira Knightley), que convida a participar da - antes solitária - jornada, carregando nada além de seus discos favoritos. Playarte 8 – 13h50, 18h10 (leg/diariamente) e 22h30 (leg/sex e sáb).

Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros: 14 anos. EUA. Nancy Lincoln (Robin McLeavy) é a mãe do presidente Abraham Lincoln (Benjamin Walker) e foi assassina-da por uma criatura sobrenatural. Inconfomado com o fato, ele decla-ra uma guerra sem piedade contra os seres das trevas e começa a destruir todos os vampiros e os escravos que os ajudam. O fi lme é dirigido por Timur Bekmambetov. Cinemark 4 – 21h40 (3D/dub/so-mente sexta-feira e sábado).

REPRODUÇÃO

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Page 31: EM TEMPO - 2 de setembro de 2012

D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Foi para apresentar o seu novo menu, que o Grupo Dulcila reuniu um elenco interessante no

bufê da Ponta Negra. O coquetel de degustação elabora-

do pelo chef paulista Marcelo Sampaio foi um sucesso. Aliás, as novas receitas do pre-miado MS são de

comer ajoelha-dos, rezando

de tão sa-borosas.

::::: Novíssimo menu

Lucimar Augusto, a dona da Morena Modas, ganhou festim de aniversário das amigas mais íntimas (ontem) na loja chique do Vieiralves.

Sabem o que Léa Macedo, Doralice San-tos mais Patrícia Campos e Thiago Clayton têm em comum? Os oito dias de frio e muito vinho, pois estarão curtindo o feriado prolongado em Santiago, no Chile.

Hoje quem aterrissa no palco da

Tacacaria Parintins é o cantante Ser-ginho Queiroz. O show, que começará às 19h, contará com um repertório que vai da MPB ao puchado de canções consagradas da cena musical.

A quem interessar possa: o número de telefone da Fundação Hospital Adriano Jorge mudou para 3612-2200, é a nova central telefônica.

Desde o mês passado, a Kuehne + Nagel está em novo endereço. A mu-dança faz parte de um processo de padronização dos escritórios em todo o Brasil, adotando o conceito open space. Em Manaus, a Kuehne + Nagel mudou para o condomínio empresarial Art Center, na Djalma Batista.

Júnior Rodrigues será o anfi trião do show que o cantor-compositor-carioca Tantinho da Mangueira fará no próximo dia 4, vés-pera do feriado. O encontro acontece no Espaço Cultural Quintal, a partir das 19h, no conjunto Rio Maracanã, em Flores.

A Natura agendou para outubro o lançamento do DeoParfum, uma fra-grância sofi sticada e elegante que amplia o convite da marca Natura Una para as mulheres expressarem sua personalidade e se autoconhecerem. A novidade conta com assinatura dupla de Verônica Kato, perfumista da grife, e do perfumista da International Flavors and Fragrances, Yves Cassar.

::::: Sala de Espera

Pla

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Foi para apresentar o seu novo menu, que o Grupo Dulcila reuniu um elenco interessante no

bufê da Ponta Negra. O coquetel bufê da Ponta Negra. O coquetel de degustação elabora-de degustação elabora-

do pelo chef paulista do pelo chef paulista

Segurar a peteca e não deixar a bola murchar. Assim é a gestão do gover-

nador Omar Aziz. Ao dar continuidade com competência às obras da Copa 2014, o gestor arrancou elogios da equipe da Fifa que esteve em Manaus. É verdade que falta muito, mas Manaus caminha na direção

certa. Parabéns!

::::: Pontos para Omar

Fazer campanha em Manaus não é fácil. Realizar caminhadas no calor insuportável deve servir pelo menos para mostrar aos candidatos que a cidade precisa de um projeto urbano que contemple arborização. Mais pe-dagógico impossível!

::::: Hidratante

Não adiantou o alerta da coluna para o péssimo acabamento de uma obra na rua Maceió. A tal empresa deixou o asfalto, que era razoável naquele trecho da via, um horror! É mais um exemplo de como acabar com a cidade sem ninguém tomar uma providência. Uma pena.

::::: Todos estão surdos!

O produtor amazonense Gláucio Penalber é o grande anfitrião e articulador da banda ‘Os Tucuma-nus’ em Nova York. Os músicos que estão na ‘Capital do Mundo’ para o ‘Brazilian Day’ estão fazendo al-guns shows por lá e abrindo novas fronteiras para os talentos locais. Tudo sob a batuta de Gláucio, que pretende levar mais gente daqui para lá. Boa iniciativa.

::::: Amazonas em NY

O chef Marcelo Sampaio com a anfi triã Dulcila Luniére

Silvestre Castro e sua Beth Beth Suely Quintas e Ângela Braga

Baby Rizzatto e Gleyde Lunière Vanessa Benayon

Sessão abraço carinhoso dos ami-gos Beth Castro e o cerimonialis-ta Alberto Chã Filho

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

DIVULGAÇÃO

O “Auto do Rei Leal” está na programação da intervenção

O projeto, criado por João Fernandes, da Companhia de Ideias, visa chamar a atenção para prédios que, geralmente, passam despercebidos no cotidiano

‘Lugares que o dia não me deixa ver’, amanhã

Intitulado “Lugares que o dia não me deixa ver”, o mais novo projeto da Companhia de Ideias, di-

rigida por João Fernandes, será apresentado durante todas as segundas-feiras do

mês de setembro sempre em um prédio público diferente. A ideia é chamar atenção da população, por meio do teatro, dança e iluminação, para a beleza e conservação de construções antigas que,

na correria do dia a dia, não são notadas.

Amanhã, a intervenção ar-tística será realizada no Reló-gio Municipal de Manaus, no Centro, a partir das 18h, com a apresentação do espetáculo

“Off inferno ou Lave os pés para que eu morra”, da Cia. Cacos de Teatro; “Intense”, do Santa Bounce Corpo de Dan-ça; seguido pelo banho de luz que irá durar até meia-noite. Tudo gratuitamente.

Segundo João Fernan-des, a criação do proje-to surgiu da inquietação dos artistas locais em resgatar e valorizar essa memória que está fican-do despercebida pela po-pulação. “Nossa função, enquanto atores e bai-larinos, é tentar chamar a atenção da socieda-de para locais que, por vezes, estão abandona-dos por forças políticas. Acima de tudo, somos cidadãos que buscam preservar a história de Manaus”, explica.

Ele destaca, ainda, que essa intervenção artís-tica dá a oportunidade de grupos locais mos-trarem o seu trabalho. “É mais uma chance de apresentar companhias locais e mostrar o que elas estão produzindo”.

Inquietação motivou projeto

Após a apresentação no Relógio Municipal, a companhia leva seu tra-balho para uma fachada abandonada na avenida Getúlio Vargas, no dia 10 de setembro. Em seguida, será a vez do Complexo da Booth Line, no dia 17 de setembro, e o projeto encerra no dia 24 de se-tembro, no antigo prédio do Cabaret Chinelo.

O “Lugares que o dia não me deixa ver” conta com o apoio da Funda-ção Nacional das Artes (Funarte), do Instituto do Patrimônio Históri-co e Artístico Nacional (Iphan), porto de Ma-naus e Instituto Muni-cipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb). Mais informa-ções: www.casaraodei-deias.blogspot.com.br.

Intervenções serão itinerantes

DIVULGAÇÃO

“Processo Nanimorto” é uma das apresentações do evento

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