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EDIÇÃO 02 JUNHO 2014 CHUVA

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A segunda edição da EM Curitiba vem abordar o assunto preferido dos curitibanos, o tempo. Numa revista permeada pela chuva, descobriremos como a moda, cultura e casamentos da cidade se mostram em dias de temporal. #moda #cultura #noivas #curitiba #estillo

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EDIÇÃO 02JUNHO 2014

CHUVA

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Pátio Batel · Av. do Batel, 1868 L3 LUC 30241 3020-3468

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4 EM CURITIBA

EDITORIAL

ATÉ A ÚLTIMA GOTA.A revista que você lê agora foi planejada

num dia de chuva – mesmo que fosse de verão. Daqueles em que nada é melhor do que dar vazão à criatividade, embaixo de cobertas, ao som dos pingos atacando o telhado. Foi algo pensado para curitibanos que adoram falar, afinal, sobre o tempo.

Contudo, fazer uma revista temática sobre a cidade com menos dias de Sol no ano de 2013 foi desafiador. Como num dia chuvoso, algumas dificuldades caíram do céu, como um período de calor extremo em que parecia insano falar sobre o frio, problemas com agendamentos, locações e afins.

Mas, vencendo todas as correntezas de bueiro, conseguimos conquistar um belo fim de tarde, daqueles que sucedem a tempestade. Mesmo que num tempo muito maior do que o

EXPEDIENTE

Diretora de Redação: CARMELA SCARPI ([email protected]) Diretora de Criação: MARI KAMINSKI ([email protected])Projeto gráfico: CARMELA SCARPI E MARI KAMINSKI Redação: Editora de moda, noivas e cultura CARMELA SCARPI; Repórteres de cultura BEATRIZ MATTEI, RENATA ORTEGAColaboradores: ANDERSON MIRANDA, CRISTINA MACIEL, HARRIETE SCARPI, HELOÍSA B. CAPOBIANCO (HELÔ CAPOBIANCO TREND), FERNANDA GAZAL TAVARES E PRISCILLA LATOSKI (WISHLIST BOUTIQUE), LOJA CARMIM, LUIZ FELIPE LEPREVOST E MARIA DOLORES GASPARIN.Revisão: CARMELA SCARPIIlustrações: MARI KAMINSKI

A revista digital EM Curitiba é uma publicação produzida pela equipe do grupo Even More. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução de qualquer tipo de conteúdo sem a autorização pré-via e por escrito. Todas as informações técnicas, bem como anúncios e opiniões expressados, são de responsabilidade dos autores que estes assinam.Serviço de atendimento ao consumidor: [email protected]úncio e Publicidade: www.evenmore.com.br

previamente programado. Contamos, ainda, com a colaboração especial de Luiz Felipe Leprevost, escritor curitibano, que desenvolveu uma crônica exclusiva para nós. E aqui temos, para você, o melhor do que a moda, cultura e casamentos da nossa cidade podem oferecer, ainda que abaixo de um temporal.

O editorial de moda nos leva às alturas. Em meio à cidade, uma moda impermeável, que inclui a sombrinha nossa de cada dia dentro das produções. Num contexto que mescla o conceitual e comercial.

Uma revista que traz muito mais do que dicas de moda, mas um conteúdo interessante, feito por gente interessante e com a colaboração de profissionais incríveis. Por isso, tire o guarda-chuva da bolsa e aproveite mais um inverno cheio de estilo.

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5EM CURITIBA

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6 EM CURITIBA

EDITORIALDESIGN

Barbara Semann,fotografada por Anderson Miranda

Produção: Even MoreBeauty: Cristina Maciel

Acessórios: Maria Dolores Design Art ConceptBlusa: Helô Capobianco TrendCalça: Helô Capobianco Trend

#02

ATÉ A ÚLTIMA FORMA DA GOTA.A segunda edição está mais sólida.

Alcançamos uma identidade muito maior com o tema que nos propusemos a abordar, a chuva. Crescemos, entendemos nossos objetivos e trabalhamos para que ele fosse claro – ou melhor, bem nublado – para todos os leitores.

As fotografias ganharam ainda mais destaque, afinal, acreditamos que elas também façam parte da comunicação que queremos passar. Neste contexto, as cores predominantes foram os cinquenta tons de cinza, para auxiliar na linguagem. O dia nebuloso é o que se vê quando folheamos a revista.

Também procuramos padronizar a tipografia e diferenciar as editorias apenas pelas cores.

Por mais que tenhamos gostado do primeiro resultado, o perfil do site é mais simples e queríamos acompanhá-lo nas publicações da EM Curitiba, para que houvesse um diálogo maior entre as plataformas.

Dentro da questão imagética trouxemos, também, algumas novidades e esperamos que gostem. Com a adição de ilustrações, procuramos transmitir mais facilmente algumas informações. Além disso, trabalhamos com sobreposições de imagens, pois, assim como olhar através de uma janela num dia de chuva, existem várias dimensões que se sobrepõem, compondo um todo.

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18O BOM E VELHOCASACO COM BOTAS

14ACESSÓRIO DATEMPERADA

16ALFAIATARIA FEMININA

SUMÁRIO

EDITORIAL CHUVA:IMPERMEÁVEL

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EM MODA

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54

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EM NOIVAS

“E ESSA CHUVA, HEIN? DISSERAM QUE NÃO PARA ATÉ O FINAL DE SEMANA.”

FOI ASSIM QUEACONTECEU

64“OLHO PARA A CHUVA QUE

NÃO QUER CESSAR NELA VEJO O MEU AMOR”

– LOS HERMANOS

46LUIZ FELIPE LEPREVOST E GALERIA DE IMAGENS

CINEMA EM GOTAS

ENTREVISTA:SANDRA COLIN

EM CULTURA

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12 EM CURITIBA

EMMODA

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13EM CURITIBAEM MODA

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14 EM CURITIBA

EMMODA

Numa cidade com índices de chuva tão altos como Curitiba, as sombrinhas passam do

status de utensílio para acessórios. E há quem invista pesado em fabricá-las nas últimas ten-dências da moda internacional, proporcionando ao consumidor a chance de nunca fazer feio por falta de opção.

Num adeus ao pretinho básico, as lojas que comercializam esses produtos em Curitiba bus-cam sempre inovação. A proprietária de um de-las, Marcia Stanczyk, diz que entrou no merca-do por uma tradição familiar. “A empresa tem 34 anos e passou de pai para filha. Eu gosto deste ramo, sempre há novidade e é muito diversifica-do”, conta. Para ela, os gostos são sempre muito variados “basta olhar para as pessoas na rua em dias de chuva, você vê de tudo”.

Na hora da compra sempre existe uma preo-cupação em trazer novidades, algo que esteja re-

lacionado aos lançamentos e estampas da moda, mas sempre com o tradicional junto. E, na hora de vender, a variedade faz a diferença. “É co-mum, às vezes, os clientes virem com uma ideia pronta, mas à medida que a gente vai mostrando os vários outros modelos, eles acabam levando algo totalmente diferente. A variedade é bem grande, e sempre têm modelos inusitados”.

Contudo, apesar das modas que vem e vão, o diferencial de algumas lojas, com a de Márcia, é a preocupação com a qualidade. “Infelizmente observo guarda-chuvas jogados nas lixeiras (ou no chão) depois que quebram, quando tem uma chuva muito forte. Quando as pessoas compram modelos mais resistentes, acabam durando mais e evita o lixo desnecessário.” Vale lembra que além de vender, Márcia, como outras lojas, oferecem também serviços de conserto e fabri-cação sob medida de sombrinhas.

EMMODA

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16 EM CURITIBA

EMMODA

É chegar o inverno para começarmos a ver os festivais de casa-cos pelas ruas. Pelo menos mais ao Sul do Brasil a alfaiataria

feminina de inverno é sempre um sucesso na estação. Carlos Al-berto Schislovicz que o diga, no ramo há quase 40 anos ele vê as modas irem e voltarem entre seus inúmeros pedidos. “A maioria dos casacos é na altura do quadril ou um pouco acima do joelho”. Para ele estes são comprimentos que sempre voltam, indepen-dente das temporadas de desfile. O modelo em si sempre vai para o mais tradicional possível, isto porque, em se tratando de uma peça mais cara, as pessoas se preocupam um pouco mais em fazer algo que dure por muitos invernos. “Com uma gola nor-mal, bolsos, sem ser transpassado e geralmente com três botões, mas claro, sempre existem os modelos desenhados pelos estilis-tas que fogem desta linha mais comum.” Em relação a cor? Não é nenhuma surpresa, o pretinho básico faz jus ao nome que tem.

ALFAIATARIA FEMININA

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18 EM CURITIBA

EMMODAEMMODA

O BOM E VELHO CASACO COM BOTASEM BUSCA DO QUE AS CURITIBANAS MAIS USAM NOS DIAS CHUVOSOS,CONVERSAMOS COM A CONSULTORA E IMAGEM SYLVIA CESARIO PARA

SABER COMO NOS BENEFICIAR NA ESTAÇÃO MAIS GELADA DO ANO.

Mesmo para quem não gosta muito das temperaturas mais baixas é comum ouvir que, sim, o outono/inverno tem

suas vantagens, afinal é muito melhor para se vestir. Amantes do estilo “refinado” que o inverno passa, fomos compreender como os curitibanos se viram nos dias chuvosos e nublados, característicos da cidade. Priscilla Sá, por exemplo, preferia o verão, até a onda de calor que nos pegou no início deste ano. “Na hora de comprar roupas eu sempre prefiro o frio”. A estudante de Direito tem um rotina acelerada,

faculdade e trabalho exigem que ela fique na rua pelo dia inteiro, o que demanda muito jogo de cintura na hora de se vestir pela manhã.

Para saber como proceder no clima curitiba-no instável, ela sempre acompanha as previsões do tempo pela internet. “Se vejo que vai esfriar mais no fim da tarde, sempre levo um casaco maior no carro”, conta. Nos itens preferidos na hora da compra estão: blusas de meia estação e lenços, momento em que você pode dar uma ou-sada na composição. Casacos maiores são uma dificuldade para ela.

por CARMELA SCARPI

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19EM CURITIBA

“ACHO TODOS SEMPRE MUITO PARECIDOS,ENTÃO FICO ENSAIANDO PARA COMPRAR”.

No quesito comprimentos qualquer um está va-lendo. Dos curtos aos mais longos, tudo depen-de do frio, da roupa.

Nos pés, outra indecisão. “Também acho bo-tas sempre muito parecidas, é a mesma coisa na hora de comprar os casacos”. Para Priscilla, as de couro escuras são melhores nos dias chuvosos, ou talvez um tênis de material que imita couro. Nada de saltos. Se for para sair a noite uma ankle boots está valendo, deixa a roupa mais descontra-ída e fica bonito. Numa vistoria pelo seu guarda-roupa percebemos que existem muitos modelos bem coloridos e peças com recortes diferentes. Ela justifica: “Eu compro muito pela internet, daí quando chega você veste e pensa, nossa não era bem isso que eu imaginava”. No fim das contas sempre recorre aos clássicos no dia-a-dia.

Clássicos estes que definem muito bem o es-tilo e closet de Thais Nastás. A arquiteta e em-presária nos recebeu com um alerta: “Não tenho milhões de peças, tá?”. Mas não havia importân-cia. O que estava ali era o suficiente. Dona de um estilo básico, ela tem, recheando o armário, diversos itens daqueles que lemos em manuais de “não pode faltar”. Um trench coat marfim, um casaco de lã azul marinho, várias blusas de meia estação. Nos pés, as botas imperam e suas prefe-ridas são as pretas.

“EU NÃO SIGO MUITOESSAS TENDÊNCIAS DEMODA, COMO TENHO

UM ESTILO BEM BÁSICOGOSTO DE COMPRAR

PEÇAS MAIS CHAVE”.

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20 EM CURITIBA

EMMODA

Mesmo nos acessórios as cores no inverno são mais formais: preto, azul escuro, berinjela. E até em dias de chuva o scarpin é uma opção para Thais. “Aqui em Curitiba, não é como es-tar fora viajando. Como sempre ando de carro e vou a lugares cobertos, não tem problemas usar um salto”.

Mas seja nosso armário cheio de opções ou enxuto e clássico, algumas dúvidas sempre apa-recem. Na hora da compra, muitas vezes, diante daquilo que está na moda, podemos nos pergun-tar: mas que comprimento ou cor levar? Saben-do que as temperaturas baixas são uma constan-te na cidade e do gosto que temos por casacos e botas nos dias frios, a consultora de estilo Sylvia Cesario Pereira separou alguns conselhos úteis.

Muito embora o que determine o que fica bom para nós – no fim das contas - seja o nosso pró-prio estilo, na hora de “conduzirmos” uma com-posição, ter o conhecimento sobre a boa distri-buição dos recortes de acordo com nosso corpo é fundamental. Para que, muito antes de tentar modifica-lo, possamos nos assumir e sabermos como nos vestirmos conforme somos.

Por este motivo falamos sobre botas e casa-cos, fundamentais nos dias de frio e chuva. Cada qual foi dividido em quatro comprimentos de fá-cil localização pelas lojas, isto porque, conforme o tamanho há um recorte diferente no corpo, que determina o que chamará a maior atenção na produção. Os tamanhos com que se deve ter mais cuidado são o midi do casaco (figura 4) e

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1

6

2

ANCKLE BOOT

CHANEL

BIKER BOOT

QUADRIL

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21EM CURITIBA

a bota na metade da canela (figura 6), as biker boots. “Esse comprimento achata todo mundo, a diferença é se você não liga ou se você tem uma proporção em que não fará diferença”, diz Sylvia. Em pessoas que não tenham a silhueta alonga-da, o local de recorte feito pela peça encurta negativamente, deixando a impressão de mais grosso. Para quem tem panturrilhas largas, por exemplo, a impressão é de que elas estão maio-res. Nos casacos o comprimento cria um visual informal demais e um pouco esculachado. É pre-ferível que seja algo até o chão, então.

Em contrapartida, os modelos exemplificados nas figuras 3 e 7, podem ser uma boa alternativa.

“A bota montaria pode até alongar, pois termina antes do joelho e te dá uma perna longilínea. Mas cuidado, quem tem a perna mais grossa não pode deixar o calçado muito esturricado”, lembra. Outra sugestão, para ajudar, é usar cal-ça e bota da mesma cor. Dessa forma, o recorte não marca e, consequentemente, não interfere tanto nas linhas horizontais que se formam. Os casacos acima do joelho são perfeitos para todo mundo, pois dividem seu corpo em partes iguais. “Você pode ser baixinha, alta, ser cheinha ou ser

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3

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MONTARIA

ACIMA DO JOELHO

OVER THE KNEE

MIDI

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EMMODA

magra, que vai te recortar de forma igual e ainda esquenta”, justifica a consultora.

Outro comprimento que traz benefícios nos casacos é o representado na figura 1. “Acima do quadril é um tamanho interessante também, ele o mostra como é, não aumenta nem diminui”. A peça também divide bem o corpo, e pode até criar uma sensação de cintura. É mais elegante, assim como o acima do joelho. Além de ser sempre ade-quado para o trabalho ou para uma festa. Se você for apostar em um vestido logo, este é o tamanho mais interessante de casaco para se usar junto.

Mas existem comprimentos que podem aju-dar, ou também atrapalhar. São os das figuras 2 e 5. As anckle boots chamam mais a atenção para o tornozelo, mas é possível equilibrar me-lhor com uma calça. Caso a pessoa tenha já um tornozelo largo é melhor utilizar as cores ao seu favor. Como já dito, cores iguais disfarçam o recorte feito e ajudam na hora da composição. Em relação aos casacos, depende do tamanho do quadril. Este comprimento em específico cria uma linha horizontal que aumenta a região; para umas pode ser interessante, para outras não. Ele pode alongar a silhueta, mas destacará o quadril, sim. “O contraste de cor deve ser ob-servado, novamente, para que você não chame a atenção, com as linhas horizontais, para lugares que você não queira”.

Sylvia sempre alerta para a questão das co-res, principalmente em relação aos calçados.

Para ela, o preto não é mais a cor coringa e neu-tra que foi um dia. “Botas cor de pele, nude e fendi, são mais fáceis de combinar.

HOJE, NUMA DEMOCRACIA DE ESTILOS, O PRETO NÃO

É MAIS A COR BÁSICA,DEPENDE DO SEU

GUARDA-ROUPA. AFINAL O PRETO É O QUE MAIS

CONTRASTA COM OUTRAS TONALIDADES.”,

lembra a consultora.

E, para encerrar, a última moda vem com uma crítica. As tão comentadas botas over the knee simplesmente comem a metade da perna e são tão prejudiciais quanto a biker. Tem que ser uma mulher muito longilínea para usá-la. “Outra questão é o estilo. Nem todo mundo carrega uma bota daquelas, ela tem um estilo muito top model. Os outros modelos são mais democráti-cos”, comenta.

Mas claro, seja para a Priscilla, para a Thais ou até mesmo pra a Sylvia; os dias frios e de chu-va da cidade determinam apenas a estação do closet. Estilo, isso cada um deve ter o seu. E as alternativas em relação ao nosso corpo devem estar, acima de tudo, em conformidade com a nossa personalidade.

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Rua José Sabóia Cortes, 399 · Loja 01 Centro CívicoCuritiba · (41) 3352-9856

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IMPERMEÁVEL

CHOVE CHUVA – JORGE BEN JOR

PRODUÇÃO: EVEN MOREBEAUTY: CRISTINA MACIEL

FOTOGRAFIA: ANDERSON MIRANDAMODELO: BARBARA SEMANN

“POIS EU VOU FAZER UMA PRECE PRA DEUS NOSSO SENHOR, PRA CHUVA PARAR DE MOLHAR O MEU DIVINO AMOR QUE É MUITO LINDO,

É MAIS QUE O INFINITO, É PURO E BELO INOCENTE COMO A FLOR POR FAVOR CHUVA RUIM,

NÃO MOLHE MAIS O MEU AMOR ASSIM.”

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ACESSÓRIOS: MARIA DOLORESBLUSA E CALÇA: HELÔ CAPOBIANCO TREND

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ACESSÓRIOS: MARIA DOLORESBLUSA E CALÇA: HELÔ CAPOBIANCO TREND

SAPATO: ACERVO PESSOAL

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ANEL E BRINCO: MARIA DOLORESBRACELETE: WISHLIST

COLETE: HELÔ CAPOBIANCO TREND

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ANEL E BRINCO: MARIA DOLORES BOLSA E SAPATO: CARMIM - PÁTIO BATEL BRACELETE: WISHLISTCOLETE E CALÇA: HELÔ CAPOBIANCO TREND

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CHUVA

ANEL: MARIA DOLORESBRACELETE: WISHLIST

BOLSA: CARMIN - SHOPPING NOVO BATELBRINCO: MARIA DOLORES

CALÇA: HELÔ CAPOBIANCO TRENDCOLETE: HELÔ CAPOBIANCO TREND

SAPATO: CARMIN - SHOPPING NOVO BATELACESSÓRIOS: MARIA DOLORES

BLUSA: HELÔ CAPOBIANCO TRENDCALÇA: WISHLIST

LUVAS E SAPATO: CARMIM - PÁTIO BATEL

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ACESSÓRIOS: MARIA DOLORESBLUSA: HELÔ CAPOBIANCO TRENDCALÇA: WISHLISTLUVAS E SAPATO: CARMIM - PÁTIO BATEL

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ACESSÓRIOS: MARIA DOLORESBLUSA: HELÔ CAPOBIANCO TRENDCALÇA: WISHLISTCHAPÉU E SAPATO: CARMIM - PÁTIO BATEL

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ACESSÓRIOS: MARIA DOLORES BOLSA E SAPATO: CARMIM - PÁTIO BATELBLUSA E CALÇA: HELÔ CAPOBIANCO TRENDCHAPÉU: ACERVO PESSOAL

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ACESSÓRIOS: Maria DoloresBEAUTY: Cristina Maciel MODELO: Hannah GirardiPRODUÇÃO: Even More

ACESSÓRIOS: MARIA DOLORES BOLSA E SAPATO: CARMIM - PÁTIO BATELBLUSA E CALÇA: HELÔ CAPOBIANCO TRENDCHAPÉU: ACERVO PESSOAL

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EM CULTURA

II

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EMCULTURAEMCULTURA

O clima de Curitiba é uma eterna relação entre o amor e o ódio, seja com os habitantes da cidade, seja com os

turistas que vêm em busca de tanta beleza e “organização” propagandeadas pelos cantos do mundo. Acontece que, embora desconfiemos que nosso clima seja o mais democrático possível – com as antigas histórias sobre as quatro estações em um único dia – um dado divulgado pelo aplicativo da Agência Nacional de Turismo do Brasil – Embratur, que calcula os dias de Sol da cidade, arremessou o seguinte dado em nossa capital. Dos 365 dias do ano de 2013 apenas 116 deles receberam a ilustre visita do Sol.

Muito embora esta notícia pareça velha e defasada, ela foi o ensejo para a edição 02 da Revista EM. Ora, numa cidade em que 68% dos dias não são radiantes, que assunto melhor do que o tempo? Confesse você que é desta terra: curitibano adora falar sobre o tempo. E aqui en-tra outra questão: quando fala. Também temos o antigo – e preconceituoso – rótulo de antipá-

ticos, fechados e sem assunto. Defensores ou acusadores, não importa. Nossa fama somada aos dados recentes sobre o clima despertaram a curiosidade da nossa equipe e fomos atrás de especialistas para saber: afinal, somos mais re-traídos por causa do clima da cidade?

A socióloga e professora da UFPR, Ana Luisa Sallas, associa o fantasma da antipatia curitiba-na a tempos remotos. Para ela isso já está muda-do, o que as pessoas insistem em fazer é trazer à tona este estereótipo, muito sem fundamento. Segundo Ana, há diversos padrões relacionados ao clima. “Existe uma corrente, que foi muito forte na Europa, que relacionava o clima com o desenvolvimento econômico e cultural dos pa-íses. Algo que, muito embora não tivesse uma base, ou fundamento; foi muito utilizado para justificar algumas formas de dominação. Só que, óbvio, isso já foi superado, era um preconceito.”

Mesmo assim, Ana Luisa acredita que as mu-danças climáticas mais recentes acabam trazen-do à pauta, novamente, correntes de pensamen-to similares a esta, que colocam o clima como um

O CLIMA INSTÁVEL E OS DIAS NUBLADOS ESTARIAM RELACIONADOSAO COMPORTAMENTO INTROSPECTIVO DA CIDADE?

por CARMELA SCARPI

“E ESSA CHUVA, HEIN? DISSERAM QUE NÃO PARA ATÉ O FINAL DE SEMANA.”

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43EM CURITIBA

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EMCULTURA

determinante de “personalidade coletiva”. Mas, muito antes da temperatura, a forma de colo-nização é a responsável pela formação deste imaginário. “Tem uma situação muito particular de Curitiba, que tem a ver com a colonização europeia. Você tem uma sociedade que foi or-ganizada por famílias que se fechavam em suas comunidades. Italianos, alemães, japonese. Essa é uma característica da cidade, diferente de outras que não possuem este componente de uma população migrante europeia.”

Para ela, o isolamento entre os grupos ét-nicos migrantes acabou trazendo uma espécie de invisibilidade às minorias, como negros e ín-dios. Hoje, com a abertura da cidade, com um fluxo mais intenso de pessoas, a impressão que se deu foi de estranheza e negação, trazendo a ideia de uma população fechada às pessoas “de fora”, o que não quer dizer que os curitibanos, no geral, são assim. E hoje “você vê que, de re-pente, têm coisas que estão apontando para a mudança, mas é algo relacionado à cultura. É importante discutir estas coisas para não haver a generalização”.

Uma segunda teoria, agora relacionando sim o clima ao comportamento da cidade, é a de que o tempo sempre foi algo muito marcante para a população daqui, principalmente pela questão da instabilidade climática de Curitiba. “Se está muito quente as pessoas reclamam, se está chovendo muito, reclamam também. Na cidade existe a questão destes extremos, mas como o clima vem mudando, acredito que isso também vá mudar. Claro, se você tem um mês de chuva, cinza. As pessoas vão ficando mais tensas, mais deprimidas, mais entristecidas. Se você tem mais sol, ele ativa a serotonina e, metabolica-mente falando, a pessoas se colocam mais ex-pansivas. Não é algo determinante de caráter

social, mas você sente que há outro movimento no clima da cidade e a disposição pode estar re-lacionada a isto.”

Em relação a esta mesma disposição, a psi-cóloga Sandra Fergutz explica que, sim, as tem-peraturas podem influenciar comportamentos individuais. “No inverno, ligado especificamen-te ao fato de que os dias são mais curtos e as noites, consequentemente, mais longas; temos grandes períodos com baixa luminosidade o que aumenta a secreção de melatonina. Este hormônio está ligado ao sono, e acaba alteran-do o padrão noturno. Com isso, as pessoas po-dem apresentar sintomas depressivos como: sonolência, hipersonia, menor disposição, hiper reatividade, aumento do apetite sobretudo por carboidratos, consequente ganho de peso, per-da de energia e tristeza.”

Mas, claro, estes padrões são diagnostica-dos de forma isolada e não necessariamente re-fletem um comportamento geral da população. Mesmo assim, a psicóloga observa, “o inverno pode influenciar as pessoas a ficarem mais res-tritas no aspecto social, mais em ambientes fe-chados. Mas, os curitibanos apresentam esse comportamento linearmente, ou seja, durante o ano todo. Pessoalmente acredito que fatores culturais são mais determinantes para esse pa-drão comportamental”, diz Sandra.

No consultório, ou nas salas de pesquisa, o comportamento social é algo que chama a aten-ção. Tentar delimitar nosso comportamento pelo clima, ou pelas nossas raízes, talvez acabe sendo mesmo uma forma de nos limitarmos. Que temos essa ‘coisa’ ligada aos nossos dias chuvosos, não podemos negar, mas é uma coi-sa nossa, pessoal. Talvez nunca ninguém a en-tenda e seguiremos sempre em busca de umas explicações para esse jeitinho curitibano de ser.

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45EM CURITIBA

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EMCULTURAEMCULTURA

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água mata a sede de água do humano e dos animais, o sangue mata outra sede, e nem sequer

isso encerra o bem ou o mal. chove no bairro de Santa Felicidade e então as músicas de lama,

as fábulas de memória afogada, os pneus de sabonete dos carros assustados cardumes sem

espaço. dentro dos poetas cabem inteiros os céus, e se o inferno for assim água água água água é só minha a culpa se me afoguei dentro

de um peixe. níveis elevados de lucidez também produzem delírios e tudo é absurdo: orvalho

ferrugem sedução das aves ramagens bromélias catedrais do desprezo, minha janela pra onde chove sem parar sem parar sem parar mesmo quando existem tantas outras palavras com as

quais dizer adeus. mas tudo mostra o impossível: simetria dádivas escuridões que mordem

os bisturis da bruma overdoses de preguiça geladeira das vaidades aniversário de quem ainda nem nasceu ossos das paredes. minha

janela ampara a chuva, mas eu queria mesmo ser um bueiro pra engolir o que desaba

Luiz Felipe Leprevost

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EMCULTURA

por RENATA ORTEGA

Luiz Felipe Leprevost é um curitibano multifacetado; vai dos livros aos discos, da prosa à poesia, do rock’n roll ao pop. Escreve, compõem, declama, encena, canta e encanta.

Formado em Artes Cênicas (CAL-RJ), é autor do romance E se contorce igual um dragãozinho ferido (Arte & Letra, 2011) e dos livros de contos Salvar os pássaros (Encrenca, 2013) e Inverno dentro dos tímpanos (Kafka Edições, 2008), entre outros.

Em 2013, lançou seu primeiro disco duplo, intitulado Já tive uns ataques, vou ter mais síncope e pro-duzido por Eugênio Fim. Como se já não bastasse, é também um dos fundadores do selo editorial Encrenca – Literatura de Invenção.

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EMCULTURA

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CINEMA EM GOTASpor BEATRIZ MATTEI

EMCULTURA

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CINEMA EM GOTAS

Bom, já que o tema do mês são águas de “junho”, abrirei meu guarda-chuva e comentarei sobre esse fenômeno no

mundo da sétima arte.No cinema, a chuva está presente,

principalmente, nos suspenses. Afinal, contribui para a criação de um ambiente sombrio, úmido e desconfortável. Dentro dessa premissa, o longa “Identidade” (2003), de James Mangold, é o primeiro que me vem à cabeça.

Este filme narra a história de 10 pessoas, totalmente diferentes e desconhecidas, presas em um hotel de beira de estrada, que vão sendo assassinadas, uma a uma, por um serial killer.

Ok. Nada demais. Você deve estar pensando: que histórinha bem previsível. Ocorre que não é.

O longa, baseado no romance de Agatha Christie, “Ten Little Niggers”, foi montado com cenas que retratam diferentes lapsos temporais, de forma que as histórias dos personagens são contadas na medida em que estes vivem certas situações dentro do hotel. Por exemplo: o pneu do carro de uma família é furado. O motivo é um sapato de salto alto. Em seguida, conta-se como o sapato foi parar lá e as consequências disso. Acredito que esse efeito de idas e vindas enriquece o enredo e prende a atenção do espectador, fazendo-o esquecer dos clichês, muito bem trabalhados.

Ademais, o terror se constrói em cima do psicológico dos personagens. O que deixa a coisa toda bem interessante.

Mas, voltando à chuva, em “Identidade” esse fenômeno não é apenas uma contribuição para o ambiente. Na realidade, ela acaba sendo

protagonista, pois, além de ser a responsável pela reunião dos personagens no pequeno hotel e a prisão deles, a chuva também direciona as ações que ocorrem, pregando peças nos personagens e assuntando aquele que assiste. Simplesmente, ótimo!

Mudando de gênero, o fenômeno meteorológico é uma constante em comédias românticas, dando sempre uma ajudinha aos casais – “Doce Lar”, “Bonequinha de Luxo”, “Encantada”, “Dear John” são só alguns exemplos. A minha favorita é “Cantando na Chuva” (1952).

Mesmo não sendo classificado como comédia romântica, o musical tem o talentoso Gene Kelly expressando seu amor pela fofa Debbie Raynolds, numa das mais famosas cenas do cinema, em que fica ensopado ao sapatear e cantar a música tema do filme.

Além disso, o casal protagonista, juntamente com o carismático Donald O’Connor, tem a brilhante ideia, durante uma tempestade, de transformar um falido filme mudo preto e branco em um musical animado e cheio de cores.

Sobre esse longa, acho que não preciso falar muito. Cinéfilos de plantão, amantes da sétima arte e meros expectadores conhecem a produção, que quase foi lançada sem a famosa cena em que Gene canta e dança “Sigin’ in the rain”. Isso porque, além do ator ter tido uma forte febre durante as filmagens, o lugar em que elas ocorreram não chovia, de modo que o que vemos é uma mistura água e leite despejada por uma cara obra de engenharia. Boatos que boa parte do orçamento da trama foi destinada a esta cena. Que valeu a pena!

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“Eu vi, um pouco antes de sair do hotel, que estava chuviscando quando abri a janela. Era uma chuva, mas até então

eu não tinha visto, e nem tinham me contado, tudo o que tinha acontecido no hotel. Por que tinha voado árvore, toda a estrutura que eles haviam montado para a apresentação de Na-tal tinha ido chão abaixo. Então, eu vi a chuva, mas estava tudo normal porque ninguém tinha me avisado de nada, eu não sabia de nada. Se al-guém que estava comigo naquela hora sabia de alguma coisa, pelo menos não haviam me avisa-do até então.

Desci, fiz umas fotos no hall do hotel e se-gui com o motorista para a igreja. No caminho,

quando havia percebido a chuva, minha única preocupação era falar para o motorista “Por fa-vor, não se atrase”. Quando sai do hotel não es-tava nem chovendo mais, só que quando chove em Curitiba o trânsito fica um inferno, sábado a noite, 20 horas... então falei para o motorista, Guilherme era o nome dele, você por favor vá o mais rápido possível com segurança. Isso por que o padre, e a secretária da igreja, sempre foram muito firmes em relação ao atraso, não podia nem 15 minutos. Eu fui o caminho todo falando com o Guilherme, que a certa altura já tinha virado Gui, que, por favor, se apressasse porque, imagina se cancelam a cerimônia e eu não caso?

O CASAMENTO À LUZ DE VELAS DE CAROLINE E JOÃO.

FOI ASSIM QUE ACONTECEU

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Ele ligou para a minha cerimonial no meio do caminho para avisar que estávamos indo, mes-mo ele falando que já havia conversado com ela antes... eu insisti. Acabamos chegando na Igreja quando estava acabando o casamento anterior. Os noivos e convidados estavam saindo. Daí eu virei para o Gui e a primeira coisa que eu falei foi...ué, porque a igreja está apagada? Eu só estou ca-sando nessa igreja porque ela parece um castelo e iluminada ela fica maravilhosa. Eu só escolhi a igreja por causa disso, Gui. E ele dava risada.

Nisso a estilista entrou no carro comigo e tivemos que esperar os convidados que esta-vam chegando e os outros que estavam saindo. Quando chegou a hora de começar meu casa-mento fomos com o carro mais para frente e eu vi que tinha uma van na porta da igreja, com os faróis virados para a porta. Pensei... o que que essa van está fazendo aqui na frente? Quando me dei conta era a van que meu sogro tinha alu-gado para uns parentes de outra cidade, mas mesmo assim achei estranho ela estar parada na porta da entrada, estava atravancando tudo ali.

QUANDO CHEGOUA HORA ESTILISTA

VEIO E FALOU:CAROL, VOCÊ NÃO

ACREDITA A IGREJAESTÁ MARAVILHOSA,

ELA ESTÁ INTEIRA ILUMINADA A LUZ

DE VELAS.Pensei: nossa legal, mas mesmo assim não tinha me tocado que a região é que estava sem luz. Nisso já veio a cerimonial e me levou para frente da igreja, cumprimentei meu sogro, que entrou comigo e fiquei ali aguardando.

Eu tinha pedido para a secretária da igreja que, enquanto eu entrasse ela colocasse nas te-levisões que tinham no corredor, a foto da minha mãe, que já faleceu. Quando eu estava aguar-dando a entrada ela veio e falou assim: ‘Carol, eu estou com o pen drive aqui, eu ia colocar, mas

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diante de tudo isso não tem como por a imagem da sua mãe, mas ela está com você aqui’. Daí me deu o estalo! Pensei, putz está sem luz! Mas não comentei nada com ninguém. E eu entrei com um terço, que no lugar da cruz tinha um relicá-rio com a foto da minha mãe. Fiquei um pouco triste na hora, mas não dei muita bola. Quando a porta abriu e eu entrei, fui pensando que tinha que olhar para todo mundo, mas não conseguia me ligar muito que era uma cerimônia especial, a luz de velas. Só no meio que fui captando que estávamos sem luz, porque nós não tínhamos mi-crofone, nessas horas é que caia a ficha.

Só quando chegamos na recepção é que as pessoas vieram empolgadas falando que a igre-ja estava linda, maravilhosa, nunca tinham visto nada parecido. Depois eu fiquei sabendo que a cerimonial foi no mercado ao lado da igreja e comprou as velas para todos os convidados se-gurarem durante toda a cerimônia. Neste mo-mento que fiquei sabendo de tudo. E todo mun-do falava que foi pura magia. E foi mesmo. Antes de entrar na igreja eu pensei, isso foi obra da mi-nha mãe, que fez com que a luz acabasse. Ela era muito tímida, não gostava de se expor. Ela não queria que colocasse as fotos dela no telão” .

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que foi às 19h00, teve chuva moderada a fraca”, lembra a Defensora Pública. Quando a tempestade começou ela es-tava se arrumando no hotel e ficou preocupada que o clima pudesse impedir a ida de al-guns convidados à festa, o que de fato ocorreu. “Alguns não foram, já que caíram inúme-ras árvores em vários pontos da cidade, inclusive no meio da casa de um deles, e houve inundações - uma delas atingiu

Quando se pensa em casamento, talvez, pela cabeça de

algumas mais sonhadoras, o item chuva nem sequer seja cogitado. Mas ela existe. Aqui em Curitiba alguns meses são, inclusive, evitados em razão dela. Porém, muito antes de ser um fator trágico, a chuva pode se transformar em mais um diferencial para o grande dia. Claro, isto requer um espírito esportivo dos noivos e um

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AS MAIS BELAS HISTÓRIAS, ESCRITAS À BASE DE MUITA CHUVA.

“OLHO PARA A CHUVA QUE NÃO QUERCESSAR NELA VEJO O MEU AMOR”

por CARMELA SCARPI

fotógrafo atento aos detalhes que podem ser eternizados nos registros da festa.

Mesmo preparada para a precipitação, o que Raquel Brodsky não conseguiu pre-ver foi a tempestade que acometeu a cidade no dia de seu casamento, em 08.12.12. “Choveu mais no período da tarde, em verdade. O tempo-ral, a chuva forte, ao menos, foi nesse período. Na hora do ca-samento (cerimônia religiosa),

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Os convidados elogiaram até mesmo o clima da recepção. As lu-zes de velas da decoração e o brilho do Sol ao entardecer com-pensaram.

A chuva, inclusive, fez jus ao ditado e deu muita sorte ao ca-sal. “Eu havia sido aprovada no concurso público de minha voca-ção (defensora pública federal). Como as vagas no concurso são para todo o Brasil, acabei tendo como lotação inicial a cidade de Manaus/AM. Meu marido foi aprovado igualmente em concurso público (juiz federal), que abarcava toda a região Norte, parte do Nordeste e Centro-Oeste. E com todas essas possibilidades ele conseguiu ficar também em Manaus/AM - e assim, rapidamente, conseguimos morar juntos”, fala Raquel.

a rua onde morava um casal de amigos também”, diz.

Os grandes acontecimen-tos não acabaram por aí. O temporal cortou a luz de todo o bairro onde estava localizada a Igreja da cerimônia. Ainda no hotel o assunto foi motivo de piada, mesmo que depois eles descobrissem que era o que realmente havia acontecido. “O fotógrafo até falou em tom de brincadeira comigo que a Igreja tinha alagado e que es-tava faltando luz, acho que ele queria ver minha reação”, con-ta Raquel. Mas a confirmação do ocorrido veio só quando o carro já estava parado em frente à Igreja, quando o pai da noiva disse que, de fato, o local havia inundado, mas consegui-ram organizar tudo a tempo.

“Nesse momento fiquei bem apreensiva.

MAS, EM SEGUIDA,REFLETI: ESTOU AQUI, MEU FUTURO

MARIDO TAMBÉM, MINHA FAMÍLIA TAMBÉM, É HORÁRIO DE VERÃO,

HÁ UM POUCO DE LUZ NATURAL, HAVÍAMOS PEDIDO

VELAS PARA A DECORAÇÃO,HÁ DE DAR TUDO CERTO.

E DEU!”, comenta.

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“CLARO QUE FIQUEI UM POUCO PREOCUPADA,

AS PRIMEIRAS COISASQUE VIERAM NA MINHA

CABEÇA FORAM MEUVESTIDO E MEU SAPATO,

QUE EU MORRIA DE MEDO QUE SUJASSEM”, relembra.

No caso de Aline Trevisan, a chuva não só era esperada, como certa. “Desde que marcamos a data, com 11 meses de antecedência, eu já ‘con-tava’ com a chuva. O motivo até pode parecer meio bobo, mas é que na época da escola, todos os anos, no dia 21 de setembro, havia o Baile da Primavera e era sagrado chover nesse dia. Tan-to é que o primeiro comentário que fiz com a minha mãe quando marcamos o casamento foi ‘mãe, dia 21 de setembro vai chover’”, lembra Aline. Semanas antes, para se certificar, a noiva acompanhou sites meteorológicos e teve a con-firmação pelos especialistas. Choveria, e muito.

Por ironia ou não do destino, o dia 21.09.2013 amanheceu com o mais belo e radiante Sol. To-dos ficaram animados com a mudança na previ-são, mas logo voltaram à realidade quando, já no hotel para se arrumar, o tempo começou a virar. Daí para frente, a precipitação torrencial come-çou a incomodar a futura noiva.

Com o clima mudado, a equipe de cerimonial de Aline já alterou os planos para trazer mais conforto e segurança aos convidados, e não dei-xar que nem uma gotinha da enxurrada estra-gasse a festa. “Acho que o principal foi a passa-deira da Igreja. Eu havia escolhido uma branca bem larga que não pôde ser usada pois havia o risco de ficar com as marcas dos calçados, e aí a empresa que fez o décor da igreja foi pro plano

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Com alguma cautela é possível fazer sim da chuva um elemento a mais. Cada um pode levar uma boa recordação, seja a iluminação de pôr-do-sol, seja a empolgação do casal que supere até mesmo tempestades. Como diz Aline, “no mais é tentar relaxar. Parece clichê falar isso, mas esta é uma verdade absoluta, no fim tudo dá certo”. E dá mesmo, afinal, para uma cabeça quente, nada como um pouco de água para es-friar, não é mesmo?

É O QUE SEMPRE DIGO, SE O CASAL COOPERA, SEMPRE É POSSÍVEL REALIZAR FOTOS LINDAS”, explica o Fotógrafo.

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B que era a passadeira mais escura. E outra coi-sa foi na entrada do local da recepção, que tem uma rampa com piso bem liso, então o pessoal da organização teve que colocar uma passadei-ra no chão pra evitar que alguém acabasse es-corregando”, comenta.

Aline acredita que a chuva trouxe, sim, alguns prejuízos em sua concepção, por não poderem fazer algumas fotos mais clássicas. Contudo, “o benefício é quase o mesmo que o prejuízo, pois, como minha própria fotografa falou no dia, a gente fica tão preocupada com outras coisas que acaba ‘esquecendo’ de posar pras fotos e aí fica tudo muito natural e no fim das contas a chuva acaba até sendo um charme”, admite.

Nesta questão, o fotógrafo de casamentos Anderson Miranda concorda, os prejuízos ocor-rem também para quem está a serviço durante a festa. “É um incômodo, pois a locomoção fica limitada, a saída e colocação na entrada da igre-ja também”. Mas é possível compensar com fo-tos mais exclusivas dos casais feitas, claro, com o devido preparo e um bom guarda chuva para não molhar os equipamentos. E fora isso, as his-

tórias que ficam são as mais compensadoras. “O casamento que mais me marcou foi um no Cas-telo do Batel, onde mesmo com chuva o casal quis sair e fazer fotos externas no jardim e pátio, logo depois de ter aberto a pista de dança. Eles estavam muito felizes e empolgados - principal-mente o noivo - com tudo, e não se importaram se iam se molhar ou não.

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SANDRA COLINA CERIMONIAL SANDRA COLIN FALA SOBRE AS DIFICULDADES QUE A CHUVA PODE TRAZER PARA O GRANDE DIA E COMO DRIBLA-LAS.

EM: Você acredita que os casamentos “ao ar livre” têm aumentado em Curitiba? Sandra Colin: A procura tem aumentado sim, principalmente por conta da facilidade que as noivas têm hoje em fazer pesquisas em sites e blogs, coisa que há pouquíssimo tempo não existia. Os casamentos americanos, na sua maioria são externos, e as noivas daqui visualizam e ficam deslumbradas com aquilo, por que a fotografia é bonita e tudo mais. Então, eu acho essas pesquisas são um dos fatores que fizeram aumentar a procura por casamentos ao ar livre. E, uma coisa a parte também, é o fato de que muitas pessoas que tinham chácaras maravilhosas, hoje, procuram transformar em espaços de evento. A vida mudou muito, elas não frequentam mais e resolvem transformar em algo lucrativo, aumentando as opções.

ENTREVISTA

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EM: Nesses casamentos em específico, quais são as providências necessárias para a possibilidade de chuva?

EM: Em relação ao aluguel de geradores, indispen-sáveis em qualquer tipo de festa, você já teve algum evento em que faltou luz?Sandra Colin: Já sim. Tanto tive um caso em que faltou luz e nós nem percebemos, pois o gerador estava ligado direto; como também um em que a noiva não quis contratar o aparelho e, bem na hora da entrada, estourou um poste de luz. Ge-radores são cada vez mais importantes não ape-nas na recepção, como nas igrejas também. Em ambos os casos o técnico tem que ir com ante-cedência ver como será instalado e onde o cami-nhão ficará. E vale lembrar que esses geradores são específicos para eventos, com silenciador.

Sandra Colin: Esse tipo de festa não pode acon-tecer no inverno, para começar. Depois, tem a questão do gerador, ele é indispensável. Se não for alugar um gerador, é melhor que nem faça a festa. Existe também alguma precaução em rela-ção à falta de água e pensar bem em relação ao acesso dos convidados, com tablados, áreas co-bertas, guarda-chuvas na entrada de carros, por exemplo. Algo fundamental, também, é ter um toldo, e com estrutura muito bem feita. Se você não é dono do local da festa deve pensar que são vários dias de antecedência para montar essa es-trutura. A noiva tem que prestar muita atenção nisso, pois se não puder dispor de dias para mon-tagem terá que alugar aqueles mais feios, que juntam um no outro. Tudo isso fora a opção de salão coberto para casos de tempestade. A partir do momento que você quer inventar moda, você tem que proporcionar para o seu convidado o bem estar, prevenir todas essas coisas.

EM: Você acha que as casa de festas (que compor-tam eventos fechados) em Curitiba estão mais pre-parados para dias de chuva?

EM: Qual o evento que você produziu que teve a maior tempestade de todas?

Sandra Colin: São poucas. Geralmente você tem que contratar os serviços que trazem maior comodidade na ocorrência da chuva. Os espa-ços novos, que estão sendo construídos, já se previnem para que o convidado tenha um con-forto maior, com toldos próprios e serviço de vallet incluso, mas a maioria não tem.

Sandra Colin: Fiz um casamento aberto uma vez em que teve uma chuva muito forte, uma hora antes da cerimônia, e a noiva não acatou as sugestões para evitar os estragos. Apesar de não estar chovendo na hora, a falta de toldo e tablado umedeceram a grama onde os convi-dados assistiriam a cerimônia, fora a luz de um poste que estourou. Acho que foi a pior experi-ência. É importante fazer as modificações que o profissional contratado sugere, pois nós sabe-mos como adaptar os imprevistos na hora em que eles estão ocorrendo pela experiência que a gente tem. Acho que faltou escutar as suges-tões. As noivas, às vezes, acabam focando mui-to no sonho do casamento e esquecem de se adaptar a uma realidade.

Os amperes também devem ser compatíveis com as necessidades do local – como iluminação cênica, iluminação de pista, som, se no local terá forno elétrico, etc. Muitos lugares aqui em Curi-tiba já têm geradores próprios, mas são os locais de evento fechados. Para eventos abertos ainda têm que alugar o gerador, se não tiver, como já disse, nem faça a festa.

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PARAMAIS

ESTILODE VIDA