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em comunidade 1 Boletim informativo Mensal Ano XII - Nº 142 - Junho | 2014 Diocese de Osasco Distribuição interna e gratuita Pag.04 SÃO THOMAS MORE, UM HOMEM PARA A ETERNIDADE Examinando a vida de São Thomas More vemos que foi um homem que seguiu o conselho de São Paulo aos Romanos, pois foi alegre na esperança, paciente na... SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS Esta Solenidade acontece na sexta-feira após o segundo Domingo de Pentecos- tes ou na oitava da Solenidade de Corpus Christi, a pedido do próprio Jesus a sua... AS BÊNÇÃOS QUE DEUS DERRAMA SOBRE NÓS DIARIAMENTE Muitas vezes nós pedimos por uma graça, mas nem sempre conseguimos identificar quando a recebemos. Nosso tempo é... Pag.07 Pag.03 Em João 15,26-27, temos a seguinte confirma- ção desta promessa: “quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade que vem do Pai, ele dará testemunho de mim e vós também dareis testemunho”. Finalmente em Atos 2,1-4, no Pentecostes, depois da morte de Jesus, cinquenta dias de- pois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, na língua dos anjos. Após ficar plenos do Espírito Santo, todo medo, toda dificuldade e toda dúvida se foram e eles se colocaram a serviço do Senhor. No dia de Pentecostes logo após este batismo dos apóstolos, muitos outros foram batizados, porque aceitaram a palavra de Creio que muito de nós, associamos o Espírito Santo apenas à imagem de uma Pomba. A pom- ba da paz. O que precisa ficar claro para todos nós que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, portanto é Deus. É o mesmo Espírito que na anunciação do Anjo Ga- briel à Maria pairou sobre Maria e ela concebeu o Salvador. A primeira atitude de Maria após esta plenitude do Espírito Santo foi colocar-se a serviço, tanto que passou três meses em au- xílio à sua prima Isabel. Este mesmo Espírito foi o que fez com que o Ven- tre de Isabel se estremecesse todo. Na verdade João Batista foi batizado pelo Espírito San- to no Ventre de sua mãe. Qual foi sua atitude posterior. Foi um grande homem a serviço do Senhor indo à frente anunciar Jesus Cristo. É este o mesmo Espírito que em Atos dos Após- tolos 1, 4-8, foi anunciado aos Apóstolos e temos aqui uma das promessas de Jesus: “E comen- do com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a realiza- ção da promessa do Pai a qual, disse Ele, ouvistes da minha boca: João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias. Então os que esta- vam reunidos lhe perguntaram: SENHOR, será este o tempo em que restaurareis o reino de Is- rael? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria até aos confins da terra.” Cumpria-se aqui as promessas do Anti- go Testamento que podemos ler em Ezequiel 36 e Joel 3. PENTECOSTES – A VINDA DO ESPÍRITO SANTO Deus. Houve um acréscimo naquele dia de qua- se três mil pessoas. Esta foi a grande primeira colheita de Pentecostes no Novo Testamento, para se relacionar com a Festa de Pentecostes do Antigo Testamento que era entre outras a festa das colheitas dos primeiros frutos da ter- ra que eram voluntariamente ofertados a Deus. O local onde estavam reunidos e ocorreu este Pentecostes é o mesmo lugar onde ocorreu a última ceia (Sala do Cenáculo), mas Pente- costes significou a Manifestação do Espírito Santo como “dom para todos”. Dons estes que devemos aspirar, conforme nos mostra a palavra de Deus, isto é uma Ordem de Deus. Leia: 1Coríntios 12,1-12 e conheça mais sobre estes dons do Espírito Santo. Finalizando e resumindo, Pente- costes é o evento que inaugura e que manifesta a Igreja para o mundo. O Espírito Santo “alma da Igreja”, é o grande prota- gonista da evangelização, sem o qual a missão dos apóstolos seria impossível. A palavra não teria chegado até nós. A missão dos Apóstolos é hoje nossa mis- são. E ela só será possível com o Espírito Santo. Que haja um novo Pentecostes todos os dias na nossa vida e que o Pente- costes nos revista de força, de coragem para propagar o Evan- gelho a toda criatura e que pos- samos, ao estarmos face a face com Deus, apresentarmos todas as almas que foram salvas pela nossa intercessão e por nossa ação no Espírito Santo. Que possamos cumprir fielmente este nosso serviço e esta nossa missão. Fiquem em Deus sempre! Jair Ortega Grupo de Oração Nossa Senhora de Lourdes

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Page 1: Em comunidade junho 2014

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Boletim informativo MensalAno XII - Nº 142 - Junho | 2014Diocese de OsascoDistribuição interna e gratuita

Pag.04SÃO THOMAS MORE, UM HOMEM PARA A ETERNIDADEExaminando a vida de São Thomas More vemos que foi um homem que seguiu o conselho de São Paulo aos Romanos, pois foi alegre na esperança, paciente na...

SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUSEsta Solenidade acontece na sexta-feira após o segundo Domingo de Pentecos-tes ou na oitava da Solenidade de Corpus Christi, a pedido do próprio Jesus a sua...

AS BÊNÇÃOS QUE DEUS DERRAMA SOBRE NÓS DIARIAMENTEMuitas vezes nós pedimos por uma graça, mas nem sempre conseguimos identificar quando a recebemos. Nosso tempo é...

Pag.07Pag.03

Em João 15,26-27, temos a seguinte confirma-ção desta promessa: “quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade que vem do Pai, ele dará testemunho de mim e vós também dareis testemunho”.

Finalmente em Atos 2,1-4, no Pentecostes, depois da morte de Jesus, cinquenta dias de-pois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do

Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, na língua dos anjos. Após ficar plenos do Espírito Santo, todo medo, toda dificuldade e toda dúvida se foram e eles se colocaram a serviço do Senhor. No dia de Pentecostes logo após este batismo dos apóstolos, muitos outros foram batizados, porque aceitaram a palavra de

Creio que muito de nós, associamos o Espírito Santo apenas à imagem de uma Pomba. A pom-ba da paz. O que precisa ficar claro para todos nós que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, portanto é Deus. É o mesmo Espírito que na anunciação do Anjo Ga-briel à Maria pairou sobre Maria e ela concebeu o Salvador. A primeira atitude de Maria após esta plenitude do Espírito Santo foi colocar-se a serviço, tanto que passou três meses em au-xílio à sua prima Isabel. Este mesmo Espírito foi o que fez com que o Ven-tre de Isabel se estremecesse todo. Na verdade João Batista foi batizado pelo Espírito San-to no Ventre de sua mãe. Qual foi sua atitude posterior. Foi um grande homem a serviço do Senhor indo à frente anunciar Jesus Cristo. É este o mesmo Espírito que em Atos dos Após-tolos 1, 4-8, foi anunciado aos Apóstolos e temos aqui uma das promessas de Jesus: “E comen-do com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a realiza-ção da promessa do Pai a qual, disse Ele, ouvistes da minha boca: João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias. Então os que esta-vam reunidos lhe perguntaram: SENHOR, será este o tempo em que restaurareis o reino de Is-rael? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria até aos confins da terra.” Cumpria-se aqui as promessas do Anti-go Testamento que podemos ler em Ezequiel 36 e Joel 3.

PENTECOSTES – A VINDA DO ESPÍRITO SANTODeus. Houve um acréscimo naquele dia de qua-se três mil pessoas. Esta foi a grande primeira colheita de Pentecostes no Novo Testamento, para se relacionar com a Festa de Pentecostes do Antigo Testamento que era entre outras a festa das colheitas dos primeiros frutos da ter-ra que eram voluntariamente ofertados a Deus. O local onde estavam reunidos e ocorreu este Pentecostes é o mesmo lugar onde ocorreu a última ceia (Sala do Cenáculo), mas Pente-costes significou a Manifestação do Espírito

Santo como “dom para todos”. Dons estes que devemos aspirar, conforme nos mostra a palavra de Deus, isto é uma Ordem de Deus. Leia: 1Coríntios 12,1-12 e conheça mais sobre estes dons do Espírito Santo.

Finalizando e resumindo, Pente-costes é o evento que inaugura e que manifesta a Igreja para o mundo. O Espírito Santo “alma da Igreja”, é o grande prota-gonista da evangelização, sem o qual a missão dos apóstolos seria impossível. A palavra não teria chegado até nós. A missão dos Apóstolos é hoje nossa mis-são. E ela só será possível com o Espírito Santo. Que haja um novo Pentecostes todos os dias na nossa vida e que o Pente-costes nos revista de força, de coragem para propagar o Evan-gelho a toda criatura e que pos-samos, ao estarmos face a face com Deus, apresentarmos todas as almas que foram salvas pela

nossa intercessão e por nossa ação no Espírito Santo. Que possamos cumprir fielmente este nosso serviço e esta nossa missão. Fiquem em Deus sempre!

Jair OrtegaGrupo de Oração Nossa Senhora de Lourdes

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EXPEDIENTEPÁROCOPe. Marcos de Oliveira Galdino

ENDEREÇOSGruta: Pça Oiapoque, 300 - AlphavilleBarueri - SP - CEP 06454-060TEL. 4191 1742 - 4193 3437Igreja Matriz: Av. Piraíba, 432 - AlphavilleCapela São José: Calç.Orquídeas, 209 - 3º Comunicacao@paroquiansdelourdes.org.brwww.paroquiansdelourdes.org.br

CURSO DE BATISMO1º Domingo do Mês: 16h00 às 18h00 - Gruta

BATIZADOS3º Domingo do mês: 17h00 BENÇÃO RESIDENCIAL E COMERCIAL6ª feiras: marcar horário na secretaria

HORÁRIO DAS MISSAS GRUTA:- 2ª a 6ª feira: 7h30- Sábados: 16h00- Domingos: 9h30 às 11h00

IGREJA MATRIZ- Domingos: 19h30- Domingos - (Em espanhol): 18h00- Quartas-feiras: ensaios do Coral Nossa Senhora

de Lourdes: 20h00 às 22h00

SOLAR VILLE GARAUDE Última 4ª feira do mês: 15h00

CAPELA SÃO JOSÉ- 5ª Feira: 12h30- Última 2º do mês: 20h00

CAPELA SÃO JOSÉ - GRUPO DE ORAÇÃO - atividades- 2ª feiras: 19h30- 4ª feiras: 12h30- 5ª feiras: SOS Oração: 13h30 às 17h00- Sábados: SOS Oração: 14h00 às 17h30- 1ª sexta feira do mês: Vigília de Oração: 21h00- Diariamente: Visita ao Santíssimo: 9h00 às 17h00

SECRETARIA2ª,4ª,5ª e 6ª feiras: 7h30 às 16h453ª feiras: não há expedienteSábado: 9h00 às 11h00

CONFISSÃO5ª feira: 8h00 às 11h00

PASTORAL DA COMUNICAÇÃOEditor: Luiz WeyEditor Assistente: Luciano BandeiraColaboradores: Ana Paula e Celso Tracco, Celeste Wey, Elizete Santos, Jair Ortega, Marie Tajima Takeda, Marilaine De Lucia e Silvania Renesto.Site: Cláudio Victor DonatoProjeto Gráfico: ML&A ComunicaçõesImpressão: Santhafé Gráfica Tiragem: 1.000 exemplares

As opiniões expressas nas páginas deste jornal são detotal e inteira responsabilidade dos autores identificadosem cada artigo.

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Desejo apresentar-vos uma figura feminina, pouco conhecida, a quem a Igreja, no entanto, deve um grande reconhecimento, não somente pela sua santidade de vida, mas também porque, com o seu grande fervor, contribuiu para a instituição da solenidade litúrgica mais importante do ano, aquela de Corpus Domini (Corpus Christi). Trata-se de Santa Juliana de Cornillon, conhecida também como Juliana de Liège. Conhecemos alguns dados sobre sua vida, sobretudo através de uma biografia, escritos provavelmente por um eclesiástico seu contemporâneo, em que são narrados vários testemunhos de pessoas que conheceram diretamente a Santa. Juliana nasce entre 1191 e 1192 nos arredores de Liège, na Bélgica. É importante sublinhar esse lugar, porque naquele tempo a Diocese de Liège era, por assim dizer, um ver-dadeiro “cenáculo eucarístico”. Antes de Juliana, insignes teólogos haviam ilustrado o valor supremo do Sacramento da Eucaristia e, sempre em Liège, havia grupos de mulheres generosamente dedicados ao culto eucarístico e à comunhão fervorosa. Guiadas por sacerdotes exemplares, viviam juntas, dedicando-se à oração e às obras de caridade. Órfã aos cinco anos, Juliana, com a irmã Agnese, foi confiada aos cuidados das monjas agostinianas do convento-leprosário de Mont-Cornillon. Foi educada especialmente por uma monja, de nome Sapienza, que acompanhou seu amadurecimento espiritual, até quando a própria Juliana recebeu o hábito religioso e tornou-se também ela monja agostiniana. Adquiriu uma notável cultura, a ponto de ler as obras dos Padres da Igreja em língua latina, em particular Santo Agostinho e São Bernardo. Além de uma vivaz inteligência, Juliana mostrava, desde o início, uma propensão particular para a contemplação; tinha um sentido profundo da presença de Cristo, que experimentava vivendo de modo particularmente intenso o Sacramento da Eucaristia e detendo-se frequentemente a meditar sobre as palavras de Jesus: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20).

Aos 16 anos teve a primeira visão, que após repetiu-se mais vezes nas suas adorações eucarísticas. A visão apresentava a lua no seu pleno esplendor, com uma faixa escura que a atravessava diametralmente. O Senhor a fez compreender o significado disso que lhe havia aparecido. A lua simbolizava a vida da Igreja sobre a terra, a linha opaca representava, por sua vez, a au-sência de uma festa litúrgica, para a instituição da qual era pedido a Juliana que trabalhasse de modo eficaz: uma festa, isto é, na qual os fiéis pudessem adorar a Eucaristia para aumentar a fé, avançar na prática das virtudes e reparar as ofensas ao Santíssimo Sacramento.

Por cerca de 20 anos, Juliana, que nesse meio tempo tornou-se a priora do convento, conservou em segredo essa revelação, que havia preenchido de alegria o seu coração. Depois, confiou-o a outras duas fervorosas adoradoras da Eucaristia, a beata Eva, que conduzia uma vida eremítica, e Isabella, que a havia conhecido no mosteiro de Mont-Cornillon. As três mulheres estabe-leceram uma espécie de “aliança espiritual”, com o propósito de glorificar o Santíssimo Sacramento. Desejaram envolver também um sacerdote mui-to estimado, Giovanni di Losanna, canônico na igreja de São Martinho em Liège, rogando-lhe que interpelasse teólogos e eclesiásticos sobre o quanto estava em seus corações. As respostas foram positivas e encorajadoras.

Aquilo que aconteceu a Juliana de Cornillon repete-se frequentemente na vida dos Santos: para ter a confirmação de que uma inspiração vem de Deus, é preciso sempre imergir-se na oração, saber esperar com paciência, buscar a amizade e o encontro com outras almas boas, e submeter tudo ao juízo

CATEQUESE DE BENTO XVI SOBRE SANTA JULIANA DE CORNILLON

continua na página 3...

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dos Pastores da Igreja. Foi exatamente o Bispo de Liège, Roberto di Thourotte, que, após hesitações iniciais, acolheu a proposta de Juliana e das suas companheiras e instituiu, pela primeira vez, a solenidade de Corpus Domini na sua Diocese. Mais tarde, outros bispos o imita-ram, estabelecendo a mesma festa nos territórios confiados aos seus cuidados pastorais.

Aos Santos, todavia, o Senhor pede frequentemente o superar das pro-vas, para que a sua fé seja incrementada. Aconteceu também isso a Juliana, que teve que submeter-se à dura oposição de alguns membros do clero e do próprio superior do qual dependia o seu mosteiro. En-tão, por sua própria vontade, Juliana deixou o convento de Mont-Cor-nillon com algumas companheiras e, por dez anos, de 1248 a 1258, foi hospedada por vários mosteiros de irmãs cistercienses. Edificava a todos com a sua humildade, não tinha nunca palavras de crítica ou de reprovação para seus adversários, mas continuava a difundir com zelo o culto eucarístico. Morreu em 1258 em Fosses-La_Ville, na Bélgica, na cela onde estava exposto o Santíssimo Sacramento e, segundo as palavras do biógrafo, Juliana morreu contemplando com uma última explosão de amor Jesus Eucaristia, que tinha sempre amado, honrado e adorado.

À boa causa da festa de Corpus Domini foi conquistado também Tiago Pantaléon di Troyes, que tinha conhecido a Santa durante seu minis-tério de arquidiácono em Liège. Foi exatamente ele que, tornado Papa com o nome de Urbano IV, em 1264, instituiu a solenidade do Corpus Domini como festa de preceito para a Igreja universal, na quinta-feira sucessiva a Pentecostes. Na Bula de instituição, intitulada Transiturus de hoc mundo (11 de agosto de 1264), Papa Urbano lembrava com discrição também as experiências místicas de Juliana, confirmando sua autenticidade, e escreve: “Embora a Eucaristia seja celebrada so-lenemente todos os dias, consideramos justo que, ao menos uma vez por ano, se faça mais honrosa e solene memória. As outras coisas, de fato, de que fazemos memória, nós as aproveitamos com o espírito e

com a mente, mas não obtemos por isso a sua real presença. Por sua vez, nessa sacramental comemoração do Cristo, ainda que sob outra forma, Jesus Cristo está presente entre nós na própria substância. En-quanto estava prestes a ascender ao céu, disse: “Eis que estou convos-co todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20).

O Pontífice mesmo desejou dar o exemplo, celebrando a solenidade de Corpus Domini em Orvieto, cidade em que então morava. Foi por sua ordem que, na Matriz da Cidade, conservava-se – e conserva-se ainda – o célebre corporal com os traços do milagre eucarístico acon-tecido um ano antes, em 1263, em Bolsena. Um sacerdote, enquanto consagrava o pão e o vinho, foi tomado por fortes dúvidas sobre a presença real do Corpo e do Sangue de Cristo no Sacramento da Eu-caristia. Milagrosamente, algumas gotas de sangue começaram a fluir da Hóstia consagrada, confirmando, desse modo, aquilo que nossa fé professa. Urbano IV pediu a um dos maiores teólogos da história, São Tomás de Aquino – que naquele tempo acompanhava o Papa e encon-trava-se em Orvieto –, para compor os textos do ofício litúrgico dessa grande festa. Esses, ainda hoje em uso na Igreja, são obras-primas, em que se fundem teologia e poesia. São textos que fazem vibrar as cor-das do coração para expressar louvor e gratidão ao Santíssimo Sacra-mento, enquanto a inteligência, adentrando com espanto no mistério, reconhece na Eucaristia a presença viva e verdadeira de Jesus, do seu Sacrifício de amor que nos reconcilia com o Pai, e nos dá a salvação.

Embora após a morte de Urbano IV a celebração da festa do Corpus Domini tenha sido limitada em algumas regiões da França, da Alema-nha, da Hungria e da Itália setentrional, foi ainda um Pontífice, João XXII, que, em 1317, restaurou-a para toda a Igreja. Daí em diante, a festa sofreu um desenvolvimento maravilhoso, e é ainda muito queri-da pelo povo cristão.

Pe. Marcos de Oliveira Galdino

continuação...

Muitas vezes nós pedimos por uma graça, mas nem sempre conse-guimos identificar quando a recebemos. Nosso tempo é diferente do tempo de DEUS que é perfeito. Somos imediatistas e queremos aquela graça no momento em que a pedimos, porém, para alcançar-mos uma graça precisamos ter muita Fé e sermos merecedores que na hora certa (na hora de DEUS) somos surpreendidos com aquilo que pedimos ou até mesmos com algo melhor. Nosso dever é sempre estar em oração e servindo o nosso bom Senhor, pois as bênçãos serão derramadas diariamente sobre nós.

Ao acordarmos renovamos o maior de todos os dons que DEUS nos deu que é o dom da vida e essa é a primeira graça que recebemos de nosso misericordioso Pai. Fazemos refeições durante o dia e muitos de nós nem sequer agradece pelo alimento que está sobre a sua mesa. Temos as nossas famílias que DEUS nos presenteou. Trabalhamos em empresas, em nossas residências ou na igreja e devemos agra-decer também por isso, pois quantas pessoas que conhecemos estão sem trabalho? Conhecemos pessoas que não tem a casa própria? E quem não tem o alimento de cada dia?

DEUS não nos desampara e nos abençoa. Quando estamos aflitos com alguma enfermidade ele toma conta e faz o que é melhor para

AS BÊNÇÃOS QUE DEUS DERRAMA SOBRE NÓS DIARIAMENTE

seus filhos. Ele cura os enfermos e conforta seus familiares. Conhe-cemos casos de curas milagrosas? Na hora da morte, quando DEUS acha melhor ele leva seus filhos para junto dele, nesse momento nós não entendemos e até sofremos, mas sua vontade foi feita e ele con-vidou nosso ente querido para viver com ele no plano superior sem os defeitos do nosso mundo, mas para viver as perfeições do céu.

Mulher, DEUS te deu o melhor esposo para ser teu companheiro. Homem, DEUS te deu a melhor esposa para ser tua companheira. Vocês, ao receberem o sagrado sacramento do matrimonio pelas mãos do padre se tornam uma só carne. Devem amar um ao outro como amam a si mesmo. Devem respeitar um ao outro como querem o respeito consigo mesmo. Se conseguirmos entender e viver assim seremos o sal e a luz do mundo para nosso cônjuge e para o próximo.

Se convivermos com pessoas de oração aprenderemos a reconhecer as bênçãos alcançadas, presenciaremos e ouviremos muitos mila-gres entre nós. Por isso, convidamos vocês, casais a participarem do Encontro de Casais com Cristo que ocorrerá em Setembro na nossa Paróquia.

Equipe de Dirigentes ECC

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Examinando a vida de São Thomas More vemos que foi um homem que seguiu o conselho de São Paulo aos Romanos, pois foi alegre na esperança, paciente na tribulação e perseverante na oração. Seguindo heroicamente os conselhos de Paulo e os passos de Cristo, fez de sua vida um constante ato de fé, um reflexo do evangelho vivido no mun-do que se traduziu em atos de amor aos irmãos, mas sobretudo à Deus.

Na busca da vocação a santidade resplandece

Nasceu em Londres no ano 1478 em uma respeitável família e foi colocado, desde jovem, ao serviço do Arcebispo de Cantuária, João Morton, Chanceler do Reino. Continuou depois, em Oxford e Lon-dres, os seus estudos de Direito, mas interessando-se também pelos vastos horizontes da cultura, da teologia e da literatura clássica. Aos vinte anos conclui os estudos e já podia advogar. Nesta época come-ça a estudar com mais entusiasmo Plauto, Tito Lívio, São Jerônimo, São Gregório e Santo Agostinho. Durante quatro anos dedicou-se de maneira bastante devota ao mosteiro da Cartuxa de Londres, pois de-sejava examinar com profundidade qual seria a vontade de Deus para sua vida. Nesse período de busca sobre sua real vocação, um livro em especial atraiu sua atenção: “A cidade de Deus de Santo Agos-tinho”. Essa obra magistral foi escrita para esclarecer que não cabia aos católicos a responsabilidade pelos males que afligiam Roma com a invasão dos bárbaros, descrevendo o cristão como um cidadão igual aos outros, sendo distinguido pelo espírito. Santo Agostinho explica que dois amores criam duas cidades, a dos homens, que procede do amor próprio e leva ao desprezo de Deus, e a de Deus, que procede do Amor divino e leva ao desprezo de si mesmo. Este livro mostrou uma nova maneira de seguir a Deus, que consistia na renuncia e no aprimoramento interior, mais do que numa separação física da socie-dade. Percebeu que poderia servir a Deus com excelência profissional e também como cidadão no mundo e chefe de família. Sentindo então a vocação para o matrimônio e a vida de cristão leigo, casou-se em 1505 com Joana Colt, da qual teve quatro filhos. Tendo Joana falecido em 1511, Thomas desposou em segundas núpcias Alice Middleton, já viúva com uma filha. Ao longo de toda a sua vida, foi um marido e pai afetuoso e fiel, cooperando intimamente na educação religiosa, moral e intelectual dos filhos. Na vida de família dava-se largo espaço à oração e também a sadias formas de recreação doméstica. Participava diariamente da Missa na igreja paroquial e fazia também penitências que só eram conhecidas pelos familiares mais íntimos. Toda família era devotíssima de Nossa Senhora! Suas qualidades se originavam de suas profundas virtudes cristãs, cultivada diariamente nos estudo da vida dos santos e na participação dos sacramentos. E assim Deus ia formando mais um Santo...

Thomas More, Lord-Chanceler

Em 1504, no reinado de Henrique VIII, foi eleito pela primeira vez para o Parlamento. O rei renovou-lhe o mandato em 1510 e constituiu--o ainda como representante da Coroa na Capital, abrindo-lhe uma carreira brilhante na Administração Pública. Henrique VIII várias ve-

zes o enviou em missões diplomáticas e comerciais à Flandres e ter-ritórios da França atual. Constituído membro do Conselho da Coroa, juiz presidente dum tribunal importante, vice-tesoureiro e cavaleiro, tornou-se em 1523 porta-voz, ou seja presidente, da Câmara dos Co-muns. Ápice da vida pública do país. Era estimado por todos pela sua integridade moral indefectível, caráter aberto e divertido e erudição extraordinária. Foi nomeado pelo rei em 1529, num momento de crise política e econômica do País, Chanceler do Reino. Eleito o primeiro leigo a ocupar este cargo, enfrentou um período extremamente difí-cil, procurando servir o rei e o País. Fiel aos seus princípios cristãos, empenhou-se por promover a justiça e conter a danosa influência de quem buscava os próprios interesses à custa dos mais débeis. Apesar de ocupar o mais alto cargo público do país manteve simples e cons-tante nas coisas corretas.

Felizes os perseguidos por causa da Justiça porque deles é o Reino dos Céus!

Homem de inteligência sagaz e conhecedor da vida de luxuria do Rei, sabia que, em breve, sua fé seria posta a prova. Henrique VIII deseja-va se casar novamente a todo custo, apesar da negativa do Papa. Para isso, teria que assumir o controle da Igreja Católica na Inglaterra, fato que acabou acontecendo como previsto por More. Diante disso, achou conveniente pedir a própria demissão a ter que violar sua consciência. Assim, retirou-se da vida pública, resignando-se a sofrer, com a sua família, a pobreza e o abandono de muitos que, na prova, se revelaram falsos amigos. Muda então de uma vida financeira tranquila e confor-tável, para uma situação de extrema dificuldade e privação. Apesar de tudo, manteve-se firme e sereno, e, como sabia que sua pobreza era fruto do amor à justiça, mais lhe crescia a alegria e o bom humor.

De Lord-Chanceler para pobreza, da pobreza para prisão

O Rei constatando a firmeza irremovível com que ele recusava qual-quer compromisso contra a própria consciência, mandou prendê-lo, em 1534, no calabouço na Torre de Londres, onde foi sujeito a várias formas de pressão psicológica, convivência com ratazanas, escuridão, fedor e todo tipo de dificuldades. Mas Thomas More não se deixou vencer e negou-se a votar a favor dos poderes do Rei sobre a Igreja. Ao longo do processo que lhe moveram, pronunciou uma ardente apo-logia das suas convicções sobre a indissolubilidade do matrimônio, o respeito pelo patrimônio jurídico inspirado aos valores cristãos e a liberdade da Igreja face ao Estado. Suas palavras demonstram clara-mente seu pensamento e os motivos pelos quais seria impossível fazê--lo mudar de idéia: “Já que a corte decidiu me condenar, Deus sabe que agora vou tirar esse fardo dos meus ombros. A acusação é baseada na lei do parlamento que é diretamente contrária e repugnante a lei de Deus e de sua Santa Igreja. O supremo governante sobre o qual ne-nhuma pessoa leiga pode, sob qualquer lei, ousar se opor. Isso foi con-cedido pela boca do próprio Cristo, o Redentor, a São Pedro enquanto estava vivo, e foi pessoalmente entregue aqui na terra. É, portanto, insuficiente em termos legais obrigar qualquer católico obedecê-la. E, mais do que isso, a imunidade da Igreja é prometida tanto pela magna carta como também pelo próprio juramento de coroação do Rei. Sou um bom servo do Rei, mas Deus primeiro! ”.

Lord-Chanceler, pobreza, prisão, condenação... Céu!

Acusado de alta traição por não aceitar a supremacia espiritual do Rei foi condenado à morte. Diante dessa sentença, seus familiares mais uma vez tentaram em vão mudar seu pensamento. Sua esposa foi visitá-lo e tentou convencê-lo a mudar de idéia. Sua resposta veio na forma de uma pergunta: “Alice, por quanto tempo pensas que poderei gozar dessa vida? - pelo menos uns 20 anos se Deus quiser respon-deu ela. Minha boa mulher, não serves para comerciante. Queres que troque a eternidade por vinte anos? ”. Também recebeu a visita de várias pessoas do conselho real e de sua filha, mas nada o fez mudar de idéia. Pelo texto da sentença o réu era condenado a ser suspenso pelo pescoço e depois cair em terra ainda vivo, sendo então esquarte-

SÃO THOMAS MOREUM HOMEM PARA A ETERNIDADE

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Podemos comparar a Liturgia a uma grande Sinfonia. Deus a executa através da Revelação, que adquire sentido pleno em Jesus Cristo, a Palavra Encarnada: é ele o regente da sinfonia da unidade, harmoni-zando todos os sons, vozes e instrumentos, fazendo de todos os povos um só povo, e dos dispersos uma única assembleia, para o louvor do Pai. A Carta aos Hebreus afirma: “Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos Pais pelos profetas: agora, nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e pelo qual fez os séculos. É ele o resplendor de sua glória e a expressão do seu ser”. (Hb 1,1-3). Assim convocados pelo Espírito Santo e reunidos em torno do Ressuscitado, celebramos sua presença entre nós, através da Liturgia da Palavra, onde os parceiros da Aliança - Deus e seu povo - falam e dialogam, escutam e respon-dem. Deus nos fala (estrutura dialogal descendente) nas duas leituras e no Evangelho. A assembleia dos batizados, por sua vez, responde à Palavra ouvida (estrutura dialogal ascendente) com o Salmo Respon-sorial, a Aclamação ao Evangelho, o silêncio, a Profissão de Fé e a Oração dos fiéis.

1. O SaLMO ReSPONSORiaL é “cantado como prolongamento meditativo e orante da Palavra proclamada.” Santo Agostinho fala do valor do salmo cantado, como eco e resposta à primeira leitura. Nor-malmente, ao menos nos Domingos e festas, deve-se cantar o salmo. Por ser parte integrante da Liturgia da Palavra, não deve ser substitu-ído por qualquer outro canto religioso. É cantado de forma dialogal, alternando salmista e assembleia: o povo responde com o refrão às es-trofes, cantadas pelo (a) solista. O lugar da proclamação da Palavra é o ambão ou “Mesa da Palavra”: “Na nave da Igreja, deve haver um lu-gar elevado, fixo, dotado da adequada disposição e nobreza, de modo a corresponder à dignidade da Palavra de Deus e, ao mesmo tempo, a recordar com clareza aos fiéis que na Missa lhes é preparada dupla mesa: da Palavra de Deus e do corpo de Cristo; esse local deve cola-borar o melhor possível, durante a liturgia da palavra, para a audição e atenção por parte dos fiéis.” (Ordem de Leituras da Missa - OLM 32).

2. a aCLaMaçãO aO evaNGeLhO – Como manifestação de entusiasmo e fé, expressão de acolhida do Cristo que vai falar, esta

O CANTO NA LITURGIA DA PALAVRAaclamação deve ser jubilosa e solene (Hallelu-Jah = Louvai ao Se-nhor!), favorecendo a participação de todo o povo. Por ser intraduzí-vel, como outras aclamações, deve ser curta e vibrante, com “ritmo vigoroso e melodia brilhante”, constituída de dois elementos básicos: a aclamação do Aleluia e o versículo, normalmente com uma frase do respectivo Evangelho, cantado por um solista. O Aleluia é sempre cantado, exceto na Quaresma.

3. BReve SiLêNCiO - Após a homilia, é bom haver um breve si-lêncio, para que a comunidade possa interiorizar a Palavra, pois o di-álogo entre Deus e o seu povo, com a ajuda do Espírito Santo, requer recolhimento, favorecendo a meditação e a preparação da comunidade para a oração.

4. a PROFiSSãO De Fé Ou CReiO - É uma resposta de fé, de adesão e compromisso da comunidade à Palavra ouvida. O Creio é uma espécie de resumo da história da salvação, por isso devem ser evitadas as formas abreviadas. Se for cantado, seja-o de forma sim-ples, com a participação do povo, alternando dois grupos, ou mesmo, cantando um refrão entre uma recitação e outra.

5. ORaçãO DOS FiéiS: a PaLavRa Se Faz ORaçãO! - Con-clui a Liturgia da Palavra, por isso é também feita no ambão. Nela o povo sacerdotal suplica por toda a humanidade. Os pedidos, que podem ter a resposta cantada, costumam ser feitos nesta ordem: pela Igreja, pelos governantes e a salvação do mundo, pelos que sofrem e pela comunidade local.

“Há na celebração duas mesas: “a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.” Duas mesas nas quais a vida de Cristo se reparte em alimento para a vida da comunidade: o alimento da Palavra e o alimento de seu Corpo e Sangue.”

Fonte: Ir. Miria T. Kolling

Katia ReimyCoral N. S. Lourdes

jado e decapitado. Teria a cabeça e os membros expostos onde o Rei achasse melhor. Em função da categoria do sentenciado, a clemência real substituiu esse suplício pela simples decapitação. Tomas More ao saber disso demonstra novamente seu bom humor e paz de espírito ao dizer: “Não permita Deus que o Rei tenha semelhantes clemências por meus amigos...” Ao sair da sala de audiência despediu-se pela última vez dos familiares e retornou para prisão onde ficou por mais quatro dias rezando e meditando a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. No dia 06 de julho, muito cedo, foi comunicado pelo amigo Sir Thomas Pope que seria executado antes das nove horas do dia seguinte e res-pondeu que estava muito agradecido ao Rei... O agradecimento não era ironia e sim a expansão de um homem sereno e cheio de paz que em tudo via motivos de agradecimento. O preso dormiu tranquilamen-te e pela manhã tomou um copo de leite.

O encontro com Deus

O caminho para o lugar de sua execução era curto, mas acabou sendo demorado em função dos apertos da multidão, que desejava tocá-lo. No caminho, uma mulher lhe ofereceu vinho, mas ele negou calma-mente dizendo que para Cristo haviam oferecido vinagre. Chegando ao cadafalso foi recebido pelo carrasco que se ajoelhou diante dele. More com um ar sereno disse-lhe: “Eu te perdôo e digo isso de coração. Não tenha medo do seu ofício, pois você vai me mandar para Deus!”. O bispo da Igreja Anglicana perguntou: “você tem certeza? “E ele res-pondeu que sim, pois Deus não recusaria quem vai ao seu encontro

tão feliz. Foi decapitado com um só golpe e sua cabeça ficou exposta por um mês na entrada de uma das pontes de Londres, sendo depois retirada por sua filha Meg, que subornou o carrasco que tinha ordens para lançá-la no rio Tâmisa. Essa relíquia é venerada no túmulo da família Roper na igreja de Saint Dunstan, em Cantuária. Com o passar dos séculos, atenuou-se a discriminação contra a Igreja. Em 1850, foi reconstituída a hierarquia católica na Inglaterra. Deste modo, tornou-se possível abrir as causas de canonização de numerosos mártires. Junta-mente com outros 53 mártires, entre os quais o Bispo João Fisher, Tho-mas More foi beatificado pelo Papa Leão XIII em 1886 e canonizado, com o citado Bispo, por Pio XI no ano 1935, quando se completava o quarto centenário do seu martírio. O papa João Paulo II, no ano 2000, declarou são Tomás More Padroeiro dos Políticos.

Conclusão: Foi poderoso, mas o poder, longe de convertê-lo num ti-rano petulante, foi para ele oportunidade de servir. Foi rico e acabou pobre, mas nem a riqueza o inchou e nem a pobreza o aviltou. Foi culto, mas primeiro piedoso e humilde. Foi homem de uma só peça: morreu por suas convicções. Sua vida foi um testemunho eloqüente de virtudes humanas e cristãs. Forjada na fidelidade ao trabalho do dia a dia, à família, à causa pública, essa vida amassada pela fé traduziu-se numa coerência que o martírio veio selar e universalizar. S. Tomás More interceda por nós e pelos políticos do Brasil!

Luciano Bandeira

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Reproduzimos trechos desta entrevista do site Zenit com o Padre José Eduardo por considerar este tema muito importante para todos nós católicos. O Padre Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva é pároco da Igreja S. Domingos em Osasco e é Dr. em Teologia pela Pontifícia Universidade Romana da Santa Cruz.

ZENIT: Temos visto nas últimas semanas um crescente debate sobre a questão do “gênero” no contexto do Plano Nacional da educação. Como o sr. avalia estas discussões?

PE. JOSÉ EDUARDO: Tenho acompanhado de perto os diferentes discursos e percebo que, embora a questão esteja cada dia mais clara, muitos tem desviado o foco do debate para temas que não pertencem ao âmbito da ideologia do gênero, talvez até como um recurso para não enfrentarem um tema tão absurdo. Trata-se de um deslocamento para sabotar o discurso.

ZENIT: Em que consiste, então, a “ideologia do gênero”?

PE. JOSÉ EDUARDO: Sintetizando em poucas palavras, a ideologia do gênero consiste no esvaziamento jurídico do conceito de homem e de mulher. A teoria é bastante complicada e uma excelente explica-ção desta se encontra no documento “Agenda de gênero”. Contudo, a ideia é clara: eles afirmam que o sexo biológico é apenas um dado corporal de cuja ditadura nos devemos libertar pela composição ar-bitrária de um gênero.

ZENIT: Quais as consequências disto?

PE. JOSÉ EDUARDO: As consequências são as piores possíveis! Conferindo status jurídico à chamada “ideologia de gênero” não há mais sentido em falar em “homem” e “mulher”; falar-se-ia apenas em “gênero”, ou seja, a identidade que cada um criaria para si. Portanto, não haveria sentido em falar de casamento entre um “homem” e uma “mulher” já que são variáveis totalmente indefinidas. Mas, de outro modo, não haveria mais sentido em falar em “homossexual”, pois a homossexualidade consiste, por exemplo, num “homem” relacionar--se com outro “homem”. Todavia, para a ideologia de gênero o “ho-mem 1” não é “homem”, nem tampouco o “homem 2” o seria.

ZENIT: Então aqueles que defendem a “ideologia de gênero” em nome dos direitos homossexuais estão equivocados?

PE. JOSÉ EDUARDO: Exatamente! Eles não percebem que, uma vez aderindo à ideologia de gênero, não haverá sequer motivo em combater a discriminação. Nas leis contra a discriminação, eles que-rem discriminar alguns que consideram mais discriminados. Contu-do, pela “ideologia de gênero” não há mais sentido em diferenciar condições e papéis, tudo se vulnerabiliza! Literalmente, eles caíram no conto do gênero. Para defender a identidade homossexual, estão usando uma ideologia que destrói qualquer identidade sexual e, por isso, também a família, ou qualquer tipo de família, como eles mes-mos gostam de dizer.

ZENIT: Então a situação é muito pior do que imaginamos...

PE. JOSÉ EDUARDO: Sim. As pessoas estão pensando em “gênero” ainda nos termos de uma “identidade sexual”. Há outra lógica em jogo, e é por isso que ninguém se entende. Para eles, a ideia de “iden-tidade sexual” é apenas um dado físico, corporal. Não implica em ne-nhuma identidade. Conformar-se com ela seria “sexismo”, segundo a própria nomenclatura deles. A verdadeira identidade é o “gênero”, construído arbitrariamente. Todavia, este “gênero” não se torna uma categoria coletiva. É totalmente individual, portanto indefinível em termos coletivos. Alguém dirá que não há uma lógica nisto. Real-mente, a lógica aqui é “ser ilógico”. É o absurdo que ofusca nossa capacidade de entender.

ZENIT: O que dizer, então, de quem defende a ideologia de gênero no âmbito dos direitos feministas?

PE. JOSÉ EDUARDO: Os ideólogos do gênero, às escondidas, de-vem rir às pencas das feministas. Como defender as mulheres, se elas não são mulheres?

ZENIT: Qual seria o objeto da “agenda de gênero”?

PE. JOSÉ EDUARDO: Como se demonstra no estudo que mencionei, o grande objetivo por trás de todo este absurdo – que de tão absurdo é absurdamente difícil de ser explicado – é a pulverização da família com a finalidade do estabelecimento de um caos no qual a pessoa se torne um indivíduo solto, facilmente manipulável. A ideologia de gênero é uma teoria que supõe uma visão totalitária do mundo.

Procure ler mais sobre este assunto e informe a sua opinião ao seu deputado ou senador. Não podemos permitir que esta ideologia de gênero seja implantada no Brasil.

Artigo publicado no Boletim Informativo de Osasco. As ênfases são nossas.

Luis Wey

IDEOLOGIA DO GÊNEROENTREVISTA COM

PE. DR. JOSÉ EDUARDO DE OLIVEIRA E SILVA

Durante o mês de outubro de 2014, realizar-se-á, em Roma, a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, sobre o tema da família. O título desse sínodo é: “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. Esta assembleia foi convocada pelo papa Francisco no último trimestre de 2013. Sabemos que a família é o núcleo vital da sociedade e da comunidade eclesial. Deus, ao desejar revelar seu Filho à humanidade, o revelou no seio de uma família humana. A Sagrada Família é o modelo para toda e qualquer família cristã, portanto, é missão de toda família cristã seguir e edu-car seus membros de acordo com o Evangelho de Jesus Cristo, do qual a Igreja é depositária e portadora na história. Hoje, vivemos um debate jurídico em nossa sociedade sobre a própria denominação e definição de Família: casais que convivem juntos, mas não são sacra-mentalmente casados; casados em segunda ou mais uniões; casais do mesmo sexo, onde é permitida a adoção de filhos; famílias monopa-rentais. A própria menção a pai e mãe (referentes a homem e mulher)

SÍNODO DOS BISPOS SOBRE A FAMÍLIA

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Esta Solenidade acontece na sexta-feira após o segundo Domingo de Pentecostes ou na oitava da Solenidade de Corpus Christi, a pedido do próprio Jesus a sua vidente em Paray-Le-Monial, na França. Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690), religiosa da Ordem da Vi-sitação foi agraciada por uma experiência mística no convento, onde Jesus, em suas visões, apontava para o Seu Coração exposto no peito, coração ferido e coroado de espinhos, porém inflamado de amor pela humanidade.

O coração, para muitas culturas, simboliza o centro vivo da pessoa, é de onde brotam os sentimentos, as decisões, as palavras e as ações; o centro do Coração de Jesus é uma fonte profunda de amor, Seu amor e o amor do Pai: “Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo3,16) Jesus assume a Sua missão de revelar o Pai amoroso, misericordioso, por amor e nos conduz para o amor: Deus Pai.

A finalidade da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, conforme os documentos da Igreja é a de conduzir a vida cristã ao essencial que é a Pessoa de Jesus e tudo o que lhe diz respeito, isto é, adorar o Menino Jesus no presépio e também acompanhar seus passos no Calvário, não só buscar as graças que Ele derrama sobre nós, mas nos comprome-termos com a Sua causa de justiça e vida em abundância para todos. É abraçar Jesus e juntamente com Ele a Sua Cruz, é adotarmos para nós o Seu modo de viver, o Seu modo de amar; ser cristão é ser outro Cris-to no ambiente em que vivemos, em que trabalhamos e ser devoto do Coração de Jesus é assumir nossa vocação de missionários, vocação

SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

de todo batizado; anunciar com a boca e com a vida que Jesus Cristo é o Senhor e Salvador das nossas vidas. O Senhor nos chamou e nos escolheu para sermos seus anunciadores, apóstolos do Seu Sagrado Coração; porém Ele nos conhece mais do que ninguém, conhece nossa pequenez e fraqueza e por isso apresentou a Santa Margari-da Maria Alacoque as Doze Promessas, conhecidas como Promessas do Coração de Jesus, que dinamizam nossa conversão diária e nossa santificação:

01 – Darei às almas dedicadas ao meu Coração todas as graças neces-sárias ao seu estado.

02 – Farei reinar a paz em suas famílias.

03 – Eu os consolarei em suas penas.

04 – Serei seu refúgio seguro durante a vida e, sobretudo, na hora da morte.

05 – Derramarei copiosas bênçãos sobre todas as suas empresas.

06– Os pecadores acharão em meu Coração a fonte e o oceano infinito da misericórdia.

07 – As almas tíbias se tornarão fervorosas.

08 – As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a uma grande perfeição.

09 – Abençoarei as casas em que se achar exposta e for venerada a imagem do meu Coração.

10 – Darei aos sacerdotes o dom de tocar os corações mais endurecidos.

11– As pessoas que propagarem esta devoção terão seus nomes escritos indelevelmente no meu Coração.

12 – O amor todo poderoso do meu Coração concederá a graça da per-severança final a todos os que comungarem na Primeira Sexta-feira de cada mês, por nove meses seguidos.

Comprovadamente as promessas do Senhor serão sempre cumpridas, mas exigem o nosso esforço pessoal também, Deus faz a Sua parte e nós deveremos fazer a nossa, nada acontece como mágica, mas como graça dada àquele que a busca de fato.

“Sagrado Coração de Jesus que tanto nos amais,Fazei que vos amemos cada vez mais”.

“Jesus manso e humilde Coração,Fazei o nosso coração semelhante ao Vosso”.

Senhor Jesus, guarda-nos no abrigo precioso do Seu Sagrado Coração e que banhados e encharcados do Seu precioso sangue sejamos verda-deiramente transformados por Seu amor, transformados para amar e ensinarmos a amar. Que Deus os abençoe e guarde!

Marie Tajima Takeda

SÍNODO DOS BISPOS SOBRE A FAMÍLIAsão, por vezes, questionadas jurídica e politicamente. Na área da fa-mília, e do ponto de vista estritamente eclesial, vê-se o abandono da fé no sacramento do matrimônio. A Igreja Católica Apostólica Romana, preocupada com o que se passa no mundo e não estando ausente de suas responsabilidades, compreende que é urgente en-frentar esses desafios. Mais do que questões meramente moralistas, a Igreja se preocupa com os milhões de crianças e jovens que, fruto dessas uniões, vivem e viverão, em um ambiente sem religiosida-de, sem evangelização e, portanto, apartadas do Cristo Salvador. A família, celula mater da sociedade, está sob constantes ameaças: de um mundo cada vez mais secularizado; de uma cultura de morte e não de amor; de interesses financeiros; de degradação dos costumes. É louvável e oportuna a preocupação de nossa Igreja em tratar tão importante tema dentro da evangelização. A Boa Nova deve ser anun-ciada a toda a criatura e este é o maior desafio atual da evangelização que os bispos, em Roma, irão discutir e propor medidas para superar.

A beleza da mensagem salvífica tem sua gênese na criação do homem e da mulher, criados à imagem e semelhança de Deus. Homem e mu-lher realizam, na fé, a vocação de serem participantes na obra criado-ra de Deus: a preservação da criação e o desenvolvimento da família humana. O Santo Papa João Paulo II, na sua Exortação Apostólica Familiaris consortio, escreve: “A instituição matrimonial não é uma ingerência indevida da sociedade ou da autoridade, nem a imposição extrínseca de uma forma, mas uma exigência interior do pacto do amor conjugal que publicamente se afirma como único e exclusivo, para que seja vivida assim a plena fidelidade ao desígnio de Deus Criador. Longe de mortificar a liberdade da pessoa, esta fidelidade põe-na em segurança em relação ao subjetivismo e relativismo, tor-nando-a participante da Sabedoria criadora” (FC 11).

É, portanto, claro que estamos vivendo uma crise social, espiritual e moral que desafia a sociedade e a Igreja e sua missão evangelizadora.

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Faz-se, mais que urgente, encarar e trabalhar esse desafio e, é tão importante este tema, que o papa Francisco decidiu estabelecer um esquema de trabalho, para o sínodo, em duas etapas:

1 – A Assembleia Extraordinária de 2014, destinada a estudar e fazer propostas para anunciar e viver de maneira correta o evan-gelho para a família.

2 – uma assembleia Geral Ordinária em 2015 que deverá propor as linhas de ação para a pastoral da pessoa humana e da família.

Para a realização da primeira etapa. O Vaticano enviou a todas as dio-ceses do mundo um questionário com 38 perguntas divididas em nove temas (Este questionário está disponível em: http://www.vatican.va/roman_curia/synod/documents). As respostas dos bispos (que na maioria dos casos consultaram os fiéis de seu rebanho) foram envia-das ao Vaticano em março de 2014. Portanto, a Assembleia fará um trabalho com base nas realidades concretas encontradas nas famílias do mundo atual. A nós, fiéis leigos, cabe fazer uma grande corrente de oração pedindo para que o Espírito Santo ilumine os bispos partici-pantes da Assembleia para que cheguem a sábias e eficazes soluções.

Ana Paula Tracco

Temas do questionário enviado para as Dioceses

1 - Sobre a difusão da Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja a propósito da família

2 - Sobre o matrimônio segundo a lei natural

3 - A pastoral da família no contexto da evangelização

4 - Sobre a pastoral para enfrentar algumas situações matrimoniais difíceis

5 - Sobre as uniões de pessoas do mesmo sexo

6 - Sobre a educação dos filhos no contexto das situações de matrimônios irregulares

7 - Sobre a abertura dos esposos à vida

8 - Sobre a relação entre a família e a pessoa

9 - Outros desafios e propostas