em busca da tradição nacional

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    Em Buscada Tradio

    Nacional|1947-1964|

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    Em Buscada Tradio

    Nacional|1947-1964|

    Caminh

    osdaCulturaPopularnoB

    rasil|volume1

    Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular 2008

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    da importante colaborao de doadores que confaram seu material guarda do Centro que revelam parte importante da histria dacultura brasileira.

    A preocupao com o registro em meio magntico dasexpresses populares acompanha o trabalho institucional desdesua criao. A Carta do Folclore Brasileiro, de 1951, j previaque trabalhos de pesquisa deveriam ser executados por e quipesmultidisciplinares nas quais se incluiriam tcnicos de cinema ede gravao de som.

    O tratamento digital, com a restaurao de imagem e somdesses documentos, realizado no prprio Centro, tem como objetivono s preservar a memria e o signifcado das iniciativas paraconstruo desse campo de estudos no pas, mas tambm potencializaro acesso do pblico a esse acervo, de modo que ele sirva de suportepara o desenvolvimento e a continuidade de pesquisas e estudosna rea, avorecendo seu ortalecimento e, conseqentemente, avalorizao das expresses das culturas populares.

    Este primeiro vdeo da srie um trabalho coletivo da atualequipe do Centro que evidenc ia o empenho desses tcnicos e suadedicao na qualifcao e valorizao do trabalho institucional.A todos eles, tambm, o reconhecimento pelo esoro empreendido.

    Boas histrias em um bom flme.

    Claudia Marcia Ferreira | Diretora

    Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular

    O vdeo Em busca da tradio nacional inaugura a srieCaminhos da Cultura Popular no Brasil, que narra a trajetriainstitucional, e marca as comemoraes dos 50 anos do CentroNacional de Folclore e Cultura Popular. Cr iado em 1958, com onome de Campanha, sua constituio se d a partir do MovimentoFolclrico (1947-1964), ar ticulado por intelectuais brasileiros comoRenato Almeida, Edison Carneiro, Joaquim Ribeiro e Manuel DiguesJnior, para a ormao de um rgo que centralizasse o estudo e apreservao das expresses populares.

    A Unesco, criada em 1945, recomenda aos pases membros umesoro no sentido de criar organismos voltados para o conhecimentodas culturas populares. nesse contex to que em 1947 se estruturou aComisso Nacional de Folclore, ligada ao Instituto Brasileiro de Educao,Cincia e Cultura IBECC do Ministrio das Relaes Exteriores. OCentro surge, ento, como desdobramento dos trabalhos dessa Comisso,bem como da mobilizao desses intelectuais. Reconhecido trabalho,reconhecido esoro que a presente srie quer destacar.

    A proposta, aqui, mostrar, por meio da histriainstitucional, um pouco da memria dos es tudos de olclore e

    cultura popular no Brasil, explorando a documentao sonora evisual da Biblioteca Amadeu Amaral. So otografas, flmes, vdeose gravaes sonoras reunidos a part ir das pesquisas institucionais,do apoio parcial ou integral a pesquisas realizadas por terceiros e

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    Entre arquivos e memrias;a respeito de uma narrativa audiovisualsobre a CDFB

    Daniel Reis

    Arquivos so instituies portadoras de dimenses mlti-plas. Histrica na medida em que resguarda documentos da aodo tempo e para um outro tempo; cartorial, pois que seu con-tedo recorrentemente acionado como prova, para atestar um

    dado; republicana na medida em que permite o acesso pblicoa seu contedo; cultural, j que guarda da memria, suposta-mente protegendo do esquecimento; potica na medida em queguarda, com rescor original, como cada poca sonhouo seu uturo irrealizado.1

    Arquivos so campos de possveis. De uma imensa gamade documentos emergem possibilidades de olhares sobre umapoca, sobre um tempo que j no mais. Eles guardam os rag-mentos de projetos para o uturo que hoje se confguram comomemria. Por meio desse carter multiacetado, tais instituiesexercem papel crucial na sociedade moderna. Sobretudo nasultimas dcadas, quando se identifca um interesse nunca antesvisto pelas questes de memria, arquivos assim como museus

    e bibliotecas passaram a ocupar um lugar central como ontede acesso ao passado.

    A iniciativa de produzir um vdeo a respeito da Campa-nha de Deesa do Folclore Brasileiro CDFB surgiu dessa pe rs-

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    pectiva de lanar um olharsobre os arquivos do CentroNacional de Folclore e CulturaPopular CNFCP. Um levan-tamento preliminar permitiuidentifcar um conjunto dedocumentos que, mais doque a memria institucional,relatam ragmentos do sonhode um grupo de intelectuais

    em busca do que acreditavamser a alma do povo. Neles

    est contido pelo menos me io sculo do que j oi defnido comoprojeto e misso2 de registrar e salvaguardar a cultura popularnacional. Cartas, otografas, vdeos, udios, livros, olhetos, xilo-gravuras ormam um amplo panorama da cultura popular brasilei-ra. Desse conjunto emerge aindaum outro olhar: sobre aqueles que projetaram essa histria, j que,alando muito sobre um dado tema, um acervo diz mais ainda so-bre quem o construiu.

    Os arquivos em pauta soresultado das atividades de umgrupo de intelectuais que inte-graram o denominado MovimentoFolclrico Brasileiro, iniciado nadcada de 1940, momento de gran-de eervescncia em torno do tema

    Congadad

    eSoFranciscoemS

    oSebastio(SP) no pas. Esse movimento se organizou em torno da Comisso

    Nacional de Folclore (CNF), rgo para-e statal cr iado em 1947,vincula do ao Instituto Brasileiro de Educao, Cincia e Cultura(IBECC), no mbito do Ministrio das Relaes E xteriores, para sera representante brasileira ju nto Unesco, tendo como objetivoo registro e proteo das maniestaes olclricas, bem como ainsero dos estudos de olclore enquanto disciplina autnoma noespao acadmico brasileiro.

    Desencadeado pelos olcloristas em prol do reconheci-

    mento dessas prticas culturais, o movimento tambm pode serlido como uma busca por centralidade, embora a idia de centrotomada aqui no remeta a uma espacialidade:

    so locais onde se concentram atividades im-

    portantes; consistem em um ponto ou pontos de uma

    sociedade, onde as idias dominantes undem-se com as

    instituies dominantes para dar lugar a uma arena onde

    acontecem os eventos que inuenciam a vida dos mem-

    bros desta sociedade de uma maneira undamental.3

    Se os intelectuais ar ticuladores do movimento, polgra-os oriundos das mais diversas vertentes, tinham em comum o

    amor pelo estudo da cultura popular, reconheciam que essatarea s poderia ser alcanada se o rgo destinado a essatarea tivesse certo prestgio junto aos centros de poder. Docontrrio, seus esoros permaneceriam eternamente margem,destitudos de visibilidade.

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    A tentativa de aproximao do centro de poder, a fm detrazer maior visibilidade ao movimento, teve como principal articu-lador Renato Almeida4. Questionado sobre os motivos de ter criado aCNF junto ao Itamaraty e Unesco e no um trabalho junto aos pr-prios grupos de olclore, Almeida orneceu o relato que segue:

    os estudos de olclore eram apenas de alguns

    raros e no se levava bastante a srio o olclore.

    Amadeu Amaral ez tudo pra undar uma sociedade

    de olclore em So Paulo. Fundou uma, mas essa socie-dade s teve a sesso de instalao. Mrio de Andrade

    depois se esorou tambm, mas a coisa no vingou.

    Joaquim Ribeiro, aqui, Cascudo, em Natal, tentaram...

    a coisa no ia. (...) eu era membro da diretoria do

    IBECC e senti que era possvel, talvez, com o guarda-

    chuva do IBECC, a sede, Palcio do Itamaraty, atrair

    a um pouco de ateno e conseguir algum prestgio.

    Quando eu propus diretoria do IBECC, ento presi-

    dida pelo meu eminente e queridssimo amigo Levy

    Carneiro, que recebeu minha proposta, todos concor-

    daram, mas eu senti que eles estavam dando, gentil-

    mente, um brinquedo a uma criana. No havia crena

    nenhuma, no havia nenhuma, se se azia, se no

    se podia azer. Mas, desde a primeira reunio que se

    ez no Itamaraty, esse guarda-chuva do Itamaraty,

    que era como essa moa do guarda-chuva do banco,

    esse guarda-chuva do Itamaraty oi ormidvel. Eu

    consegui, ento, que se levasse a srio a instituio

    que pertencia a um grande rgo de carter inter-

    nacional, que era o IBECC. E realmente oi possvel,

    logo, ns azermos a primeira Semana Brasileira de

    Folclore, com grandes fguras, com o Gilberto Freire,

    com Joaquim Ribeiro, enfm, com grandes elemen-tos. E comeamos um trabalho, que, no comeo, eu

    conesso, eu no sabia bem como ia ser. Eu estava

    um pouco tateando. Eu me recordo que, na primeira

    reunio, oi dona Helosa Alberto Torres que nos deu

    um programa. Programa, mais ou menos, que nunca

    oi executado, e sistemtico no era possvel. Ns

    tnhamos que trabalhar pouco a pouco. Mas o ato

    de ser ofcial permitia nos aproximarmos de autori-

    dades. Essa Semana de Folclore j possvel azer no

    Ministrio da Educao, porque era uma comisso do

    IBEC; depois, oi possvel azer o primeiro congresso.E no primeiro congresso voc se lembra, oi aberto

    no Itamaraty, presidido pelo ministro das Relaes

    Exteriores, e a esta, na Quinta da Boa Vista. Compa-

    2 Congresso Brasileiro deFolclore, Curitiba (PR), 153.Da esquerda para a direita:Rossini Tavares de Lima(1);Oswald de Andrade Filho(3);

    Renato Almeida()

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    receu o presidente da Repblica, o que nos animou e

    tudo isso. Dois anos depois, ns conseguimos azer o

    Congresso Internacional em So Paulo, e o mais, tudo

    voc sabe. A razo oi essa. Foi encontrar um pouco de

    prestgio, para ns podermos trabalhar. E oi esse tra-

    balho que resultou, afnal, ser atendido o nosso pedido

    no primeiro congresso, para se criar um organismo que

    cuidasse. Porque no era possvel s com boa vontade,

    e o trabalho de boa vontade oi imenso. (...) Foi essa arazo; se eu fcasse em pequenos meios, eu no teria

    conseguido coisa alguma. Ento a hora das classes

    altas servirem nas classes baixas.5

    No relato de Renato Almeida, a alada do Itamaraty destacada como o caminho para o reconhecimento do campo doolclore, por se tratar de um rgo instituciona l de prestgio. Poroutro lado, expressa sua prpria insegurana inicial e alta decrena por parte do IBECC nesse projeto. Se o canal para at rairvisibilidade para o movimento havia sido aberto, Almeida reco-nhecia que esse trabalho teria de ser eito paulatinamente. Aosublinhar a presena de personalidades de renome nacional nos

    eventos realizados pelos olcloristas, como Gilberto Freire e Ge-tlio Vargas, Renato Almeida assinala que o projeto era possvel,destacando a presena dessas fguras como indicador da impor-tncia que o movimento estaria adquirindo.

    Essa busca pela centralidade como meio de alcanar visi-bilidade para o movimento se azia em dois nveis principais. Umdeles reere-se ao mbito da poltica cultural em que procuravama penetrao no aparato estatal por meio da criao de agnciasvisando di uso do olclore. O outro diz respeito insero nocampo acadmico e consolidao do olclore como disciplina.

    No que tange ao primeiro, reconhece-se relativo xitoobtido pelos olcloristas. Foram realizadas diversas reuniesdestinadas a debater o assunto em mbito regional, na cional e

    internacional, alm de instituda s agncias estatais, entre elas aCampanha de Deesa do Folclore Brasileiro CDFB , atual CentroNacional de Folclore e Cultura Popular CNFCP.

    Nesse sentido, o movimento dos olclorist as ganhou ex-pressividade e a Comisso Nacional de Folclore buscou criar umarede de articulao com sede no Rio de Janeiro, ento capitalederal, constituda por meio de subcomisses estaduais. A pro-posta era de um trabal ho integrado com a sede da CNF, que un-cionaria como centralizador e diusor das inormaes geradaspor todo o pas. No projeto as subcomisses teri am autonomiapara trabalhar em seus estados, sendo incentivado at mesmoseu processo de juridicizao, de modo a poderem captar recursose se articular com secretarias e rgos dos governos estaduais e

    municipais.Com o propsito de dar maior nase s subcomisses,

    Renato Almeida decide alterar o nome para comisses estadu-ais. A inteno, com essa mudana aparentemente simples, era

    1 Congresso Brasileiro deFolclore, Rio de Janeiro,151. Almoo oerecido ao

    presidente Getlio Vargas,em primeiro plano e, logoatrs, Renato Almeida

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    de lhes conerir mais prestgio e ora na busca de parcerias jun-to a seus estados. Como argumenta:

    quando eu vim para a Campanha, eu pretendia

    azer um trabalho totalmente ligado a essas comisses.

    Porque aqui um poder central, e no podia trabalhar

    no mbito nacional sem trabalhar com as comisses.

    (...) [Ento] propus ao Digues [que] ao invs de sub-

    comisses, seriam comisses. Comisses estaduais e

    a comisso nacional. (...) e ento, se transormaramem comisses estaduais, e a d um status maior, (...)

    para se desenvolver o estado ligado secretaria de cul-

    tura, secretaria de turismo, secretaria de educao, e

    sempre azendo uma ligao no estado e ns tambm.6

    A rede nacional constituda pela CNF e as comisses es-taduais se azia visvel por meio das semanas e congressos deolclore. Entre eles os mais destacados so o de 1951, no Rio deJaneiro, que contou com a presena do ento presidente GetlioVargas, e o de 1954, realizado em So Paulo, de carter interna-cional. Esses encontros eram espaos de dimenses mltiplas:alm dos runs de debates, incluam apresentaes olclricas,

    culinria, bem como exposies, cuja proposta era de que ser-vissem de embrio para instalao de uturos museus sobre otema. Entre estes cabe citar o Museu Folclrico do Paran, inau-gurado em 1953 por ocasio do 2 Congresso Brasileiro de Fol- Instalao da CDFB, 15.

    Joaquim Ribeiro, Renato Almeida,Clvis Salgado, Mozart de Arajo,

    Heitor Villa-Lobos

    2 Congresso Brasileiro deFolclore, Curitiba, 153:Renato Almeida, Dante deLaytano, Fernando Corra deAzevedo, Ilha de Laytano,Jos Loureiro Fernandes

    clore, realizado em Curitiba, e a expanso do Museu de Artes eTcnicas Populares de So Paulo, a partir da anexao da coleoque integrou a Exposio Interamericana de Arte Popular, em1954, durante o 1 Congresso Internacional de Folclore.7

    Toda a mobilizao do grupo culminou em 1958 na criaoda CDFB, uma entre outras campanhas criadas no governo Jusce-lino Kubitschek, visando a contornar uma questo burocrtica,tal qual elucida Renato Almeida:

    (...) na poca no se podia undar nenhuma

    repartio sem ir ao congresso. E o Governo Jusceli-

    no Kubitschek contornou essa difculdade criando as

    campanhas, vrias campanhas existem por a. Mas a

    inteno, o que campanha, realmente o Instituto

    de Folclore 8.

    Com a criao da CDFB, os olcloristas alcanavam a insti-tucionalizao almejada pelo movimento contando com recursoprprio, ainda que pequeno.9 A partir de 1961, passaram a contartambm com um importante meio de articulao e divulgao,a Revista do Folclore Brasileiro, que, alm dos boletins e outraspublicaes organizadas, circulou at 1976, totalizando 41 volu-

    mes. Tornou-se um diusor e catalisador das pesquisas, contendo,alm de artigos, notas de pesquisa e registros de eventos.

    No que tange busca pela constituio do olclore en-quanto campo discipl inar, tornou-se lugar-comum argumentar

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    Inaugurao da Biblioteca AmadeuAmaral, Rio de Janeiro, 161

    que os olcloristas nolograram o mesmo xito.Sua insero na universi-dade era vista como ele-mento undamental paraa consolidao do campono pas, como advogouRenato Almeida em 1969:o Folclore s ser levadopereitamente a srio, s

    representar o papel quetem, no dia em que elepenetrar na universidade.E ele j est penetrando,assim, em algumas ca-deiras em aculdades deflosofa e tudo isso. Masenquanto ele no entrar,seja isoladamente, seja nacadeira de AntropologiaCultural, ns lutaremoscom muita difculdade10.

    Note-se que ainsero do olclore na estrutura universitria narrada porAlmeida como sinnimo de credibilidade. Era o meio de dar aosestudos de olclore o status que supostamente lhe caberia. Quan-to a esse ponto, curioso notar, observando a biografa desses

    1 Congresso Brasileiro deFolclore, Rio de Janeiro, 151

    olcloristas, que alguns eramproessores universitrios.Tho Brando, em Alagoas,por exemplo, oi proessor daaculdade de medicina e, emum momento seguinte, deantropologia. A relao coma universidade era presentetambm na realizao decursos e projetos de pesquisa.

    Mas quando se tratava de ins-titucionalizar os estudos deolclore como campo dentro daacademia, a questo tomava outrosrumos. De tal orma que se por um lado os prprios olcloristas in-tegravam o centro universit rio, por outro, o campo que deendiamfcava alijado desse unive rso, pelo menos do modo como pretendiam.

    Um dado importante reerente a essa questo o ato deo momento de eervescncia do olclore corresponder tambmao perodo de redefnio do locus das cincias sociais no Brasil.Com a ento recente criao das universidades, essa disciplinabuscava consolidar sua institucionalizao. Nesse sentido, odebate sobre esse novo status pleiteado para o olclore oi per-

    meado por questionamentos quanto a sua cientifcidade. Se osolcloristas o deendiam enquanto disciplina autnoma, comobjeto prprio, baseado na idia do ato olclrico, partidriosde viso oposta atribuam-lhe a alta de um objeto prprio,

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    1 1

    4aS

    emanaNacionaldeFolclore,

    Macei,

    15.

    LusdaCmaraCascudo,

    JosSiqueira

    eEd

    isonCarneiro

    3aS

    emanaNacionalde

    Folclore,

    PortoAlegre,

    150.

    RenatoAlmeida

    eDanteLaytano

    situando-o como um ramo da sociologia e/ou da antropologiae da histria. Alm disso, os prprios olcloristas passaram aser criticados pela postura adotada diante do objeto de estudo,por um suposto carter romntico e diletante que levaria a dis-tores e correes de dados de pesquisas, comprometendo suaqualidade.11

    Nesse sentido, o olclore oi gradativamente colocadopara ora do modelo acadmico disciplinar que se conso-lidava. Embora seus estudiosos permanecessem dentro da

    estrutura universitria, ele oi se cristalizando enquanto umsub-campo das cincias sociais de modo geral. Da argumen-tar Vilhena:

    (...) no plano dos esteretipos, o olclo-

    rista se tornou o paradigma de um intelectual

    no acadmico ligado por uma relao romnti-

    ca ao seu objeto, que estudaria a partir de um cole-

    cionismo descontrolado e de uma postura empiricista.

    Dessa orma, os estudos de olclore so reqente-

    mente vistos como uma disciplina menor ou como

    um recorte temtico inadequado, praticados ora das

    instituies universitrias por diletantes.12

    Sob essa perspectiva, com a prpria marginalizao docampo quanto a suas pretenses acadmicas, se encerra o per-odo em que se tentou atrair um oco central pa ra o olclore no

    Brasil. Se essa busca gerou resultados na institucionalizao deagncias, no plano acadmico perdeu a disputa com as cinciassociais, sendo relegado a um lugar marginal.13

    No plano institucional, a despeito do xito obtido, osolcloristas soreram um baque em 1964, com o golpe militar. Emuno de questes polticas, seu principalarticulador naquele momento, Edison Car-neiro 14, oi destitudo do cargo de diretorda CDFB. Segundo relato de Vicente Sales,

    a CDFB oi echada no dia primeiro deabril com um cartaz na porta que tinhaestes dizeres: echado por ser um antro decomunistas.15

    Derrotados no plano acadmico ecom sua principal agncia interditada porquestes polticas, no plano institucional,pode-se dizer que, sob determinado eno-que, encerrava-se em 1964 um ciclo da histria da Campanha.Suas atividades seriam retomadas em seguida tendo Renato

    Almeida personagem que no sechocava com as tendncias gover-namentais daquele momento como

    seu diretor, aps uma manobra dosolcloristas no intuito de evitar quea instituio continuasse alvo deperseguio poltica. Inaugurava-seuma nova ase no projeto de deesa

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    do olclore brasileiro, com continuidades erupturas em relao ao perodo anterior.

    A despeito do maior ou menorgrau de sucesso desses intelectuais embusca do reconhecimento do olclore na-cional, inquestionvel sua preocupaocom a documentao de suas atividades.Uma rpida investida nos arquivos doCNFCP permite confrmar tal dado. Se por

    um lado oram acus ados de romnticos e diletantes, por outro,oram prdigos em construir sua prpria memria, deixando umrico acervo constitudo.

    Procurou-se, com este vdeo, ornecer um panorama sobreesse projeto intelectual que, embora pouco conhecido atual-mente, teve signifcativ a expresso nas dcada s de 1940, 1950 e1960. O recorte adotado procura dar conta da ase consider adade maior agitao entre os olclor istas, tal como apontado no

    clssico estudo sobre o temade Luiz Rodolo Vilhena entre 1947-1964. A opo sedeu tambm pelo ato de quea documentao dessa ase

    era a de sistematizao maiscompleta para o trabalho.Investimentos com outros re-cortes temporais e temticosso projetos para o uturo.

    1CongressoB

    rasileirodeFolclore,

    Rio

    deJaneiro,

    151.

    CecliaMeireles,Renato

    AlmeidaeRm

    ulodeAlmeida

    ConselhoNacionaldeFolclore,

    161.

    ThoBrando

    FolcloredolitoralnortedeSoPaulo:

    produodecermicaemS

    oSebastio

    bibliografa

    ANDRADE, Mrio de. Folclore.In: MORAES, R. B.; BERTIEN, W. (Org.)Manu-al bibliogrfco brasileiro. So Paulo: Souza, 1949.

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    VILHENA, Lus Rodolo da Paixo.Projeto e misso: o Movimento FolclricoBrasileiro (1947-1964). Rio de Janeiro: Funarte: FGV, 1995.

    notas

    1 LISSOVSKY, M. Quatro + uma dimenses do arquivo. In: Eliana Mattar.(Org.).Acesso inormao e poltica de arquivos. Rio de Janeiro: ArquivoNacional, 2004, v. , p. 47-63.

    2 VILHENA, Lus Rodolo.Projeto e Misso: o Movimento Folclrico brasilei-ro. Rio de Janei ro: Funarte/FGV, 1997

    3 GEERTZ, Cliord.Saber Local. Novos ensaios em antropologia intepretati-va. Petrpolis, 1998. P.184

    4 Renato Almeida: Foi diretor da CDFB, sendo um de seus principa isarticuladores. Nasceu no dia 8 de dez embro de 1895, na cidade de SantoAntnio, BA. Formado pela Faculdade de Cincias Jurdicas e Sociaisdo Rio de Janeiro, oi chee do Servio de Documentao do Ministr ioda Relaes Exteriores, diretor do Colgio Franco-Brasilei ro, proessordo conservatrio Brasileiro de Msica e da Academia de Msica LorenzoFernandez, secretr io-geral da Comisso Nacional de Folclore, membro daAcademia Brasileira de Msica, da Academia Brasileira de Filologia, do

    Instituto de Direito Internacional, da The Folklore Society de Londres,da Society o Folk-lore das A mericas (USA), do International Folk-musicCouncil de Londres, da Societ Francaise de Musicologie de Par is,da Sociedade de los Amigos del Arte Popular de Buenos Aires . Recebeuvrias e importantes condecoraes nacionais e estrangeiras. Participoudo I Congresso Brasileiro Inter nacional de Folclore Rio de Janei ro, doCongresso Internacional de Folclore - So Paulo, da I e I I ConernciasRegionais da UNESCO. Publicou, alm de numerosos ensaios e a rtigos emrevistas especializadas e na imprensa, outros trabalhos de maior porte ede reconhecido valor, Histria da Msica Brasileira, Compndia da Histriada Msica Brasileira, Sobrevivncias totmicas nas danas brasileiras, In-

    teligncia do Folclore e outros. Morreu em 1981. Disponvel: http://www.soutomaior.eti.br/mario/paginas/dicrs.htm.

    5 ALMEIDA, Renato. Renato Almeida (Depoi mento, 1988). Rio de Janeiro,Museu da I magem e do Som, 1969.

    6 Idem.

    7 Lista dos encontros realiz ados pelos olcloristas entre 1947-64: I SemanaNacional de Folclore- 22 a 28 de agosto de 1948 no Rio de Janeiro; IISemana Nacional de Folclore- de 16 a 22 de agosto de 1949 em So Paulo;II Semana Nacional de Folclore- 22 a 29 de agosto de 1950 em PortoAlegre; IV Semana Nacional de Folclore- de 3 a 10 de Janeiro de 1952 emMacei; I Congresso Brasileiro de Folclore- de 22 a 31 de agosto no R io deJaneiro; II Congresso Brasileiro de Folclore- de 22 a 29 de agosto de 1953em Curitiba; II I Congresso Brasileiro de Folclore- de 01 a 07 de agosto de1959, em Salvador; IV Congresso Brasileiro de Folclore- de 19 a 26 de julho

    de 1961 em Porto Alegre; V Congresso Brasilei ro de Folclore de 21 a 26de junho de 1963 em Fortaleza e; Congresso Internacional de Folclore- de16 de agosto a 22 de agosto de 1954- So Paulo.

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    O Movimento folclrico e o acervo sonoro-visualda Biblioteca Amadeu Amaral

    Juliana Ribeiro

    Este documentrio surgiu da iniciativa de valorizar edivulgar o acervo sonoro-visual da Biblioteca Amadeu Amaral,do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Alm de mate-rial etnogrfco sobre diversas expresses, como autos, danas,estas, msicas, literatura, arte, artesanato, o acervo possui

    tambm registros documentais entre os quais destacamos, aqui,a mobilizao de intelectuais brasileiros em torno dos estudos,documentao e deesa do olclore bras ileiro, que resultou nacriao da Campanha de Deesa do Folclore Brasileiro, em 1958.

    Neste vdeo abordaremos o perodo compreendido entre1947 e 1964, de valorizao do olclore como objeto e campo deestudos, que fcou conhecido como Movimento Folclrico1. Assim,a comemorao dos 50 anos de institucionalizao dos estudosde olclore no Brasil nos parece oportuna para lanar o primeirovolume desta srie que pretende diundir o material otogrfco elmico pertencente ao CNFCP.

    Para sua edio, utilizamos a documentao audiovisuale textual da Comisso Nac ional de Folclore (1947); dos congres-

    sos, encontros, semanas e reunies organizados por olcloristascomo Renato Almeida, Edison Carneiro, Joaquim Ribeiro, ManuelDigues Jnior, Dante Laytano, Rossini Tavares de Lima; comotambm registros etnogrfcos do perodo.

    8 ALMEIDA, R., op. cit.

    9 Embora os olcloristas tenham obtido algum grau de institucional izaocom a criao da CDFB, ela se consolida de ato na dcada de 1970 quandoa Campanha se trans orma no Instituto Nacional de Folclore.

    10 ALMEIDA, R., op. cit.

    11 VILHENA, Lus Rodolo. op. cit.; ORTIZ, Renato. Cultura Popular: ro-mnticos e olcloristas . SP: PUC, 1985; CAVALCANTI, Mar ia Laura V. Castro;BARROS, Myrian Moraes Lins; SOUZA, Mari na Mello. Traando ronteiras:Florestan Fernandes e a marginalizao dos estudos de olclore. In: Estu-dos Histricos, 3(5): 75-92.RJ: CPDOC/FGV, 1990.

    12 VILHENA, Lus Rodolo, op. cit.

    13 Idem.

    14 Edison Carneiro: nas ceu no dia 12 de agosto de 1912, na cidade deSalvador, BA. Bacharelou-se, em 1935, pela Faculdade de Direito da Bahi a.Como jornalista, oi redator do Es tado da Bahia (1936-39), do O Jornal Rio de Janeiro (1939), do Bahia Jornal (1937), do Britsh News Service(1941). Foi, tambm, redator-chee d a Associ ated News (1941). Antrop-logo e olclorista, destacam-se entre suas publicaes: Religies negras(1936), Negros bantus (1937), O quilombo dos Palmares (1947), A lingua-gem popular d a Bahia (1951), O negro brasileiro (1956) e Candombls daBahia (1956). Faleceu no dia 3 de dezembro de 1972, no Rio de Janeiro.Disponvel: http://www.soutomaior.eti.br/mario/paginas/dice.htm.

    15 Apud VILHENA, Lus Rodolo. op. cit.

    acervosonoroevisual,CNFCP

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    Destacamos ainda o material visual gerado no PrimeiroCongresso de Folclore, ocorrido em 1951. Nele, a presena doPresidente Getl io Vargas (1882/1954), que se compromete acriar um rgo estatal responsvel pela preservao do olclo-re, reconhecendo, assim, o prestgio atribudo aos olcloristas,representa momento marcante na articulao entre esse grupoe o governo ederal. Alm disso, oi redigida a Carta do FolcloreBrasileiro 2, que rene as idias dos olcloristas das comissesestaduais espalhadas pelo Brasil, organizando suas atividades.

    As primeiras grandes pesquisas realizadas ofcialmentepela Campanha de Deesa do Folclore Brasileiro abordaram o mu-nicpio mineiro de Januria, o Litoral paulista e o Samba, tendoproduzido um volume de material de grande importncia paraa compreenso do mtodo de coleta e representao do objetoolclrico utilizado pelos olcloristas. Os flmes do I CongressoBrasileiro de Folclore, de 1951, e da pesquisa de Januria oramproduzidos originalmente em 16mm, sendo que o som se perdeu.Assim, para compor a trilha sonoro dos trechos selecionados,utilizamos o material sonoro coletado durante essas pesquisas.

    A narrativa lmica oi construda tambm a partir dematerial otogrfco que compe grande parte da documentaosobre as atividades da Campanha de Deesa do Folclore Brasileiro.Para sonorizar essas imagens, utilizamos O trenzinho caipirado maestro Villa-Lobos, que participou das investigaes indi-tas at aquele perodo sobre msica olclrica.

    Tambm a memria de pessoas que em algum momentoestiveram envolvidas com omovimento olclrico integra esteregistro, como os depoimentos da musicloga Iran i Leme, queparticipou da coleta e identifcao dos registros sonoros emcompanhia do maestro Aloysio de Alencar Pinto; de Vera Calhei-ros, sociloga que trabalhou no ento Instit uto Nacional do Fol-clore e em pesquisas com Tho Brando; e do proessor Brulio doNascimento, diretor do Insti tuto Nacional do Folclore no perodode 1975 a 1982.

    Entre os documentos sonoros do acervo destacam-se aindamsicas da srie Documento Sonoro do Folclore Brasileiro, edita-da pelo ento Instituto Nacional do Folclore; trechos da gravaoem que Renato de Almeida entrevistado por Edison Carneiro,Juracy Camargo, Aloysio de Alencar Pinto, Anita Viana, LevyCarneiro e Vicente Salles, eita pelo Museu da Imagem e do Som,em 1969; o discurso de Edison Carneiro durante inaugurao daBiblioteca da Campanha de Deesa do Folclore Brasileiro, no Riode Janeiro, em 1961; e, de produo mais rec ente, trechos dapalestra de Amlia Lucy Geisel (diretora do Instituto Nacional doFolclore) na abertura do Seminrio Folclore e Cultura Popular: asvria s aces de um debate, em 1988; e da produo sonora queintegra o livroA arte de pontear viola, de Roberto Corra.

    O flme se encerra com o golpe mi litar de 1964, que resul-tou na exonerao de Edison Carneiro da direo da Campanha.Com sua sada ocorreu uma ruptura no trabalho que vinha sendorealizado: uma longa pausa entre o V e o VI Congresso Brasileiro

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    acervosonoro

    evisual,CNFCP

    de Folclore, ocorridos em 1963 e 1970, e a interrupo d as nego-ciaes para a criao do Instituto Nacional do Folclore. Soma-sea isso a morte de intelectuais importantes como Ceclia Meirelese Joaquim Ribeiro, nomes que estiveram sempre rente dasiniciativas e eventos do movimento olclrico.

    Alguns documentos, otografas e imagens que ainda noestavam digitalizadas as otografas estavam arquivadas nosoriginais analgicos e no possuam negativos; as gravaes so-noras estavam em fta 1/8 (K7), fta1/4 (rolo) e vin il 7 pas-saram por processo de captura digital e restaurao.

    Assim como para a produo deste vdeo, a digitalizaodos registros sonoros e visuai s sob guarda deste Centro, prece-dida de processos de conservao e tratamento dos documentosanalgicos, vem sendo realizada de modo permanente por suaequipe tcnica, de modo a acilitar o acesso ao pblico e garantira integridade dos suportes originais.

    Gostaramos de agradecer a disponibilizao das oto-graias sobre o golpe de 1964 pela Reminiscncias Pesqui-sa e produo cultural. E parceria do Centro Cultural SoPaulo, que cedeu as imagens registradas por Mrio de Andra-de na Misso de Pesquisas Folclricas, de 1938.

    Esperamos que Em busca da tradio nacional possamostrar o entusiasmo e a idia de etnograia de urgnciaque guiou esses intelectuais para a organizao de um movi-mento comprometido com a preserva o e a valorizao da

    cultura popular brasileira, e que possamos tornar amplamenteconhecida a histria institucional relativa aos estudos deolclore no Brasil.

    notas

    1. VILHENA, Lus Rodolo da Pai xo. Projeto e misso: o Movimento Folcl-rico Brasilei ro (1947-1964). Rio de Janeiro: Funarte: FGV, 1995.

    2 Neste documento oram ormuladas as normas de trabalho e as dire-trizes que deveriam orientar as iniciativas de preservao e registro doolclore brasileiro.

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    MINISTRO DA CULTURAJuca Ferreira

    INSTITUTO DO PATRIMNIO HISTRICO E ARTSTICO NACIONALPresidente | Luiz Fernando de Almeida

    DEPARTAMENTO DE PATRIMNIO IMATERIALDiretora | Mrcia SantAnna

    CENTRO NACIONAL DE FOLCLORE E CULTURA POPULARDiretora | Claudia Marcia Ferreira

    DIVISO TCNICALucia Yunes

    SETOR DE PESQUISARicardo Gomes Lima

    BIBLIOTECA AMADEU AMARALMarisa Colnago Coelho

    SETOR DE DIFUSO CULTURALLucila Silva Telles

    Realizao

    Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/ Instituto doPatrimnio Histrico e Artstico Nacional/ 200

    RoteiroDaniel Reis e Juliana Ribeiro

    Pesquisas de audiovisuaisJuliana Ribeiro e Alexandre Coelho

    Captura digital e restaurao otogrfcaFrancisco Moreira da Costa

    Captura digital e restaurao de udio e vdeoAlexandre Coelho

    Edio de vdeo, mixagem e masterizaoAlexandre Coelho

    Textos do livretoDaniel Reis e Juliana Ribeiro

    Edio e reviso de textosLucila Silva TellesAna Clara das Vestes (estagiria)

    Legendas do vdeoJuliana Ribeiro

    Programao visualRita Horta

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    Em busca da tradio nacional 1947-

    1964 inaugura a srie Caminhos da

    Cultura Popular no Brasil e marca as

    comemoraes dos 50 anos do CentroNacional de Folclore e Cultura Popular,

    como orma de destacar o esoro de

    tantos intelectuais brasileiros para o

    estudo e a preservao das expresses

    populares.

    A partir de otografas, gravaes sonorase flmes reunidos desde 1940 no acervo

    da Biblioteca Amadeu Amaral, o vdeo

    narra no s a histria da instituio,

    como tambm um pouco da memria dos

    estudos de olclore e cultura popular no

    Brasil, a fm de preservar o trabalho jdesenvolvido e azer dele suporte para

    o desenvolvimento e a continuidade de

    pesquisas e estudos na rea.

    Agosto de 2008