eletricista de automóveis - pronatec

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  • 8/21/2019 Eletricista de Automveis - Pronatec

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    ELETRICISTA DE AUTOM VEIS

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    SRIE AUTOMOTIVA

    FUNDAMENTOSDOS SISTEMAS

    ELTRICOS

    AUTOMOTIVOS

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    Lista de ilustraes

    Figura 1 - Eletrosfera e ncleo de um tomo ............................................. .................................................... ........14Figura 2 - Princpio da atrao ............................................... .................................................... ..................................15

    Figura 3 - Princpio de repulso .................................................... ..................................................... .........................15

    Figura 4 - Fora de atrao e fora centrfuga ................................................... ...................................................16

    Figura 5 - Polo negativo e polo positivo de uma pilha ............................................. ..........................................17

    Figura 6 - Circuito com uma lmpada apagada chave aberta .....................................................................18

    Figura 7 - Circuito com uma lmpada acesa chave fechada ................................................ .........................19

    Figura 8 - Lmpada (resistncia) ................................................... ..................................................... .........................20

    Figura 9 - Smbolos de resistncia eltrica .................................................. ..................................................... .......20

    Figura 10 - Corrente circulando pelo condutor.....................................................................................................22

    Figura 11 - Resistncia linear ................................................. .................................................... ..................................27Figura 12 - rea de seo transversal do condutor ................................................... ..........................................30

    Figura 13 - Comprimento do condutor ............................................... ..................................................... ................30

    Figura 14 - Temperatura de trabalho ................................................... ..................................................... ................31

    Figura 15 - Tenses de um circuito .............................................. ..................................................... .........................36

    Figura 16 - Circuito em paralelo .................................................... ..................................................... .........................37

    Figura 17 - Modelos de voltmetro ................... ..................................................... ...................................................40

    Figura 18 - Formas de conectar o voltmetro ao circuito ................................................. ..................................41

    Figura 19 - Tipos de ampermetro ................................................ ..................................................... .........................42

    Figura 20 - Passo a passo para a utilizao do ampermetro ...........................................................................43

    Figura 21 - Forma de utilizao do alicate ampermetro ......................................................... .........................43Figura 22 - Ohmmetro .................................................... .................................................... ...........................................44

    Figura 23 - Passo a passo para a utilizao do ohmmetro ............................................. ..................................44

    Figura 24 - Modelos de multmetro ............................................. ..................................................... .........................45

    Figura 25 - Partes de um multmetro ................................................... ..................................................... ................46

    Figura 26 - Caneta de polaridade ................................................. ..................................................... .........................47

    Figura 27 - Funcionamento da caneta de polaridade ............................................... ..........................................48

    Figura 28 - Tipos de osciloscpio automotivo .................................................................... ..................................48

    Figura 29 - Modelos de resistores (filme e fio) .................................................... ...................................................54

    Figura 30 - Resistor com as faixas de cores ................................................. .................................................... ........55

    Figura 31 - Modelo de resistor de valor varivel ................................................ ...................................................56Figura 32 - Modelos de capacitores (cermico e eletroltico) ................................................. .........................57

    Figura 33 - Constituio de um capacitor ................................................... .................................................... ........57

    Figura 34 - Funcionamento de um capacitor ............................................. .................................................... ........58

    Figura 35 - Polos de um m ................................................... .................................................... ..................................59

    Figura 36 - Foras de atrao e repulso de um m ................................................. ..........................................59

    Figura 37 - ma dividido: os polos no se separam .................................................... ..........................................60

    Figura 38 - Linhas de fora do campo magntico de um m ................................................ .........................60

    Figura 39 - Regra da mo esquerda para saber o sentido do campo magntico .....................................62

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    Figura 40 - Regra da mo direita ............................................... .................................................... .............................62

    Figura 41 - Eletrom .................................................... ..................................................... ..............................................63

    Figura 42 - Indutores .................................................... ..................................................... ..............................................63

    Figura 43 - Rel ..................................................... .................................................... ...................................................... ..64Figura 44 - Funcionamento do rel ligado e desligado ............................................... ......................................64

    Figura 45 - Rel: circuito de comando e circuito de carga ................................................................................65

    Figura 46 - Rel auxiliar com cinco terminais ................................................. .................................................... ...66

    Figura 47 - Modelos de fusvel ................................................... .................................................... .............................66

    Figura 48 - Comutador de ignio .................................................... ..................................................... ....................68

    Figura 49 - Posies de funcionamento de um comutador de ignio ............................................ ...........68

    Figura 50 - Exemplo de fio eltrico com duas cores .............................................. ..............................................70

    Figura 51 - Circuito em srie .............................................. .................................................... ......................................76

    Figura 52 - Esquema de ventilao interna com 4 velocidades .................................................. ....................77

    Figura 53 - Circuito paralelo ............................................... .................................................... ......................................78Figura 54 - Esquema eltrico das luzes de freio ............................................. .................................................... ...80

    Figura 55 - Circuito misto: passo a passo para clculo da resistncia total ............................................... ..81

    Figura 56 - Diagrama eltrico das luzes de posio, farol baixo e farol alto ............................................. ..82

    Figura 57 - Diagrama eltrico de farol auxiliar................................................ .................................................... ...83

    Figura 58 - Diagrama eltrico de luzes de direo e emergncia........................................................ ...........84

    Figura 59 - Diagrama eltrico de luzes de freio .............................................. .................................................... ...85

    Figura 60 - Diagrama eltrico das luzes de r ................................................. .................................................... ...85

    Figura 61 - Diagrama eltrico da luz de cortesia (luz de teto) .................................................... ....................86

    Figura 62 - Diagrama eltrico alternador ................................................ ..................................................... ...........88

    Figura 63 - Diagrama eltrico do motor de partida ............................................... ..............................................89Figura 64 - Descarte de materiais .............................................. .................................................... .............................91

    Figura 65 - Coleta de resduos eltricos e eletrnicos .................................................. ......................................93

    Figura 66 - Coletas seletoras .............................................. .................................................... ......................................94

    Quadro 1 - Mdulo bsico e mdulo introdutrio de cursos da automotiva. ............................................11

    Quadro 2 - Simbologia de componentes eltricos mais comuns ................................................ ....................75

    Quadro 3 - Substncias e os prejuzos aos seres vivos ................................................... ......................................97

    Quadro 4 - Tipos de resduos e sua classificao quanto aos riscos ............................................ ...................98

    Tabela 1 - Tabela de converso numrica ................................................. ..................................................... ...........28Tabela 2 - Resistividade de materiais .........................................................................................................................28

    Tabela 3 - Cdigo de cores .............................................................................................................................................55

    Tabela 4 - Cdigo de cores de um resistor ...............................................................................................................55

    Tabela 5 - Capacidade de conduo de acordo com a cor do fusvel ................................................. ...........67

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    Sumrio

    2 Grandezas Eltricas .......................................................................................................................................................13

    2.1 Eletricidade ....................................................................................................................................................14

    2.2 Elestrosttica .................................................................................................................................................14

    2.3 materiais condutores e isolantes ............................................... .................................................... ........16

    2.4 grandezas eltricas bsicas ................................................. ..................................................... ................16

    2.4.1 Tenso eltrica............................................................................................................................17

    2.4.2 Corrente eltrica ................................................... ..................................................... ................18

    2.4.3 Resistncia eltrica ...................................................................................................................19

    2.4.4 Potncia eltrica ........................................................................................................................21

    3 Primeira e Segunda Lei de Ohm ...............................................................................................................................25

    3.1 Primeira lei de Ohm ....................................................................................................................................26

    3.2 Segunda lei de Ohm ...................................................................................................................................28

    3.2.1 Tipos de materiais ................................................ ..................................................... ................28

    3.2.2 rea de seo transversal ......................................................................................................29

    3.2.3 Comprimento .............................................................................................................................30

    3.2.4 Temperatura de trabalho ............................................................. ..........................................31

    4 Introduo Lei Kirchhoff ..........................................................................................................................................354.1 Tenso ............................................. ..................................................... ...................................................... ......36

    4.2 Corrente ..........................................................................................................................................................36

    5 Instrumentos de Medio e Equipamentos Eltricos ............................................. ..........................................39

    5.1 Tipos .................................................................................................................................................................40

    5.2 Funes ...........................................................................................................................................................40

    5.2.1 Voltmetro ....................................................................................................................................40

    5.2.2 Ampermetro ..............................................................................................................................41

    5.2.3 Ohmmetro ..................................................................................................................................44

    5.2.4 Multmetro...................................................................................................................................45

    5.2.5 Caneta de polaridade ..............................................................................................................475.2.6 Osciloscpio .................................................. .................................................... ..........................48

    5.3 Caractersticas ................................................ .................................................... ...........................................49

    6 Componentes Eltricos - Tipos e Caractersticas ............................................. ...................................................53

    6.1 Resistor ............................................................................................................................................................54

    6.1.1 Resistores de valor fixo............................................................................................................54

    6.1.2 Resistor de valor varivel ............................................ ..................................................... .......56

    6.2 Capacitor ........................................................................................................................................................56

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    6.3 Indutor.............................................................................................................................................................59

    6.3.1 Magnetismo ................................................................................................................................59

    6.3.2 Eletromagnetismo ....................................................................................................................61

    6.4 Rel ...................................................................................................................................................................646.5 Fusvel ..............................................................................................................................................................66

    6.6 Comutador de ignio ..................................................... .................................................... ......................68

    6.7 Condutor ........................................................................................................................................................69

    7 Circuitos Eltricos...........................................................................................................................................................73

    7.1 Desenhos de circuitos................................................................................................................................74

    7.2 Simbologia .....................................................................................................................................................74

    7.3 Circuito em srie ..........................................................................................................................................76

    7.4 Circuito paralelo ............................................... ..................................................... .......................................78

    7.5 Circuito misto ................................................................................................................................................81

    7.6 Diagramas eltricos ....................................................................................................................................827.6.1 Circuito de sinalizao e iluminao .................................................... ..............................82

    7.6.2 Circuito de carga .......................................................................................................................87

    7.6.3 Circuito de partida ....................................................................................................................88

    8 Descarte de Materiais ...................................................................................................................................................91

    8.1 Norma tcnica ABNT NBR 10.004 ..........................................................................................................92

    8.1.1 Demais normas ..........................................................................................................................92

    8.2 Poltica Nacional de Resduos Slidos Lei Federal n. 12.305, de 02 de Agosto de 2010 .....93

    8.2.1 Demais requisitos legais ................................................. .................................................... ....94

    8.3 Resduos eletrnicos ..................................................................................................................................958.4 Equipamentos de proteo .....................................................................................................................99

    Referncias ........................................................................................................................................................................101

    Minicurrculo dos Autores ...........................................................................................................................................103

    ndice ..................................................................................................................................................................................105

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    Grandezas Eltricas

    Voc j pensou em como a eletricidade importante em nossa rotina diria? Percebeu como

    ela est conectada a tudo o que fazemos? J se perguntou, por exemplo, por que um pente de

    plstico, aps pentear os cabelos, pode atrair partculas de papel? E quanto s lmpadas, faris,

    rdio e buzina de um automvel? Como esses dispositivos funcionam? O que os alimenta? De

    onde vem essa energia e como ela gerada? So vrias as dvidas que surgem quando o as-

    sunto envolve eletricidade, no mesmo? Ento, vamos esclarecer tudo isso a partir de agora.

    Antes, confira os objetivos deste objeto de aprendizagem:

    a) saber o que eletricidade e eletrosttica;

    b) entender como funciona o princpio da atrao e o da repulso;

    c) conhecer as caractersticas de materiais condutores e de materiais isolantes de eletricidade;

    d) conhecer as grandezas eltricas;

    e) identificar as unidades de medida de cada grandeza;

    f) entender o funcionamento de circuitos que envolvem essas grandezas, por meio de exem-

    plos prticos.

    Para comear a alcanar nossos objetivos de aprendizagem, primeiramente vamos conhe-

    cer alguns conceitos bsicos de termos que sero muito utilizados na sua profisso. So eles:

    eletricidade, elestrosttica, materiais condutores e grandezas eltricas.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS14

    2.1 ELETRICIDADE

    A eletricidade um fenmeno fsico resultante da combinao de uma fora

    chamada tenso eltricae do movimento de partculas (eltrons) denominado

    corrente eltrica. Mas o que seria tenso e corrente eltrica? Para compreender-

    mos melhor essas grandezas, vamos estudar sobre os princpios da eletrosttica.

    VOCSABIA?

    O termo eletricidade provm da palavra gregalektron, que significa mbar. A eletricidade foi desco-berta pelo filsofo grego Tales de Mileto, que ao esfre-gar um mbar em um pedao de pele de carneiro, ob-servou que pedaos de palha e fragmentos de madeiracomearam a ser atrados pelo prprio mbar.

    2.2 ELESTROSTTICA

    A eletrosttica um ramo da fsica que estuda o comportamento e os fen-

    menos relacionados s cargas eltricas em repouso. E o que seriam essas cargas

    eltricas?

    Todos os elementos existentes em nosso meio so constitudos por partculas

    denominadas tomos. Esses tomos so divididos basicamente em duas partes:

    ncleoe eletrosfera.

    Ncleo(Prtons e Nutrons)

    Eletrosfera(Eltrons)

    DenisPacher(2012)

    Figura 1 - Eletrosfera e ncleo de um tomo

    O ncleo a parte esttica do tomo, que contm os chamados prtons (car-

    gas positivas) e os nutrons (cargas neutras). A eletrosfera a parte dinmica do

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    2 GRANDEZAS ELTRICAS 15

    tomo, que contm os eltrons (cargas negativas). Os eltrons ficam em orbitais

    ao redor do ncleo como se fossem planetas ao redor do Sol.Agora que j sabemos quais so as cargas eltricas e onde elas se encontram,

    vamos conhecer um pouco sobre seus princpios e comportamentos, a que cha-

    mamos de princpio da atraoe repulso.

    a) Princpio da atrao ocorre entre cargas de sinais opostos. Esse princpio

    evidencia quecargas eltricas de sinais contrrios se atraem.

    Fora de Atrao

    D

    enisPacher(2012)

    Figura 2 - Princpio da atrao

    b) Princpio de repulso ocorre entre cargas de sinais iguais. Dentro desse

    princpio, cargas eltricas de mesmo sinal se repelem.

    Fora de Repulso

    De

    nisPacher(2012)

    Figura 3 - Princpio de repulso

    VOCSABIA?

    Se voc passar o pente vrias vezes no seu cabelo eaproxim-lo de pequenos pedaos de papel, o pentefuncionar como um m. Esse movimento, que se cha-ma eletrizao por atrito, ocorre porque o atrito de umcorpo com outro faz com que um dos corpos perca el-trons, deixando-os com carga de sinais opostos, ocasio-nando o princpio da atrao.

    Agora voc deve estar se perguntando: se cargas de sinais contrrios se atra-

    em, como os eltrons e os prtons podem ficar separados no tomo?

    Bem, vamos tentar esclarecer melhor essa questo. Como vimos, os prtons

    ficam no ncleo, parte do tomo que se mantm imvel, enquanto os eltrons

    esto em movimento ao seu redor. Essa movimentao do eltron ao redor do

    ncleo gera foras centrfugas que tendem a afastar o eltron de seu ncleo, po-

    rm a fora de atrao existente entre eltron e prton faz com que o eltron

    mantenha sua trajetria em torno do ncleo. Veja uma ilustrao desse contexto.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS16

    Fora de Atrao

    Fora Centrfuga

    DenisPacher(2012)

    Figura 4 - Fora de atrao e fora centrfuga

    Agora voc j sabe o que eletrosttica e j sabe a diferena entre os princ-

    pios da atrao e da repulso. Vamos agora explorar o que so materiais condu-tores e isolantes.

    2.3 MATERIAIS CONDUTORES E ISOLANTES

    Voc j percebeu que em nosso meio existem alguns tipos de materiais que

    conduzem bem eletricidade e outros no? Saberia explicar por que isso acon-

    tece? Bem, esses componentes da eletricidade so chamados de condutorese

    isolantes.

    Os condutores, como o prprio nome sugere, transportam facilmente a ele-tricidade de um ponto a outro. Esses materiais possuem tomos com eltrons

    livres em sua ltima camada, chamada de camada de valncia. Esses eltrons se

    desprendem do tomo com muita facilidade. Como exemplo, podemos citar os

    seguintes metais: cobre, alumnio e ouro.

    Por outro lado, os isolantestm como funo impedir que a eletricidade flua

    de um ponto a outro. Os isolantes so materiais que possuem tomos com el-

    trons fortemente ligados ao seu ncleo, dificultando assim o seu deslocamento.

    A borracha e os plsticos em geral so exemplos de isolantes.

    At aqui fizemos uma pequena introduo sobre eletricidade e materiais con-dutores e isolantes. Agora, prepare-se para mergulhar no universo das grande-

    zas eltricas.

    2.4 GRANDEZAS ELTRICAS BSICAS

    Voc sabe o que so e como identificar as grandezas eltricas? Bem, primei-

    ramente importante que voc saiba que grandeza tudo aquilo que pode ser

    medido, contado, pesado. Existem vrias grandezas eltricas, mas veremos aqui

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    2 GRANDEZAS ELTRICAS 17

    as que so fundamentais, conhecidas tambm como bsicas: tensoeltrica, cor-

    renteeltrica, resistnciaeltrica e potnciaeltrica.

    2.4.1 TENSO ELTRICA

    Tenso eltrica pode ser compreendida como a fora que faz com que a corren-

    te eltrica flua atravs de um condutor. a diferena de potencial entre dois pontos

    distintos. Sua unidade de medida o volt (V), em homenagem a Alessandro Volta.

    SAIBAMAIS

    Para conhecer a vida e os feitos de Alessandro Volta, acesse osite .

    Existem basicamente dois tipos de tenso eltrica: a tenso contnua, mais

    usual em automveis e aparelhos eletrnicos; e a tenso alternada, encontrada

    geralmente em residncias e indstrias. Pilhas, baterias e tomadas de uso doms-

    tico esto entre os exemplos de fontes de tenso.

    VOCSABIA?

    Em 1801, Alessandro Volta (17451827) fez uma de-monstrao da pilha qumica a Napoleo, que o conde-corou com o ttulo de conde.

    No exemplo da pilha, temos dois polos: um positivo e um negativo. No mate-

    rial que constitui o polo positivo existem tomos com eltrons a menos, gerando

    uma carga positiva; e no material que constitui o polo negativo temos tomos

    com excesso de eltrons, tornando uma carga negativa. Dessa forma, obtemos

    uma diferena de potencial entre esses dois pontos. importante lembrar que os

    eltrons so partculas negativas e so eles que se movimentam.

    Pilha 1,5 Volt

    DenisPacher(2012)

    Figura 5 - Polo negativo e polo positivo de uma pilha

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS18

    CASOS E RELATOS

    Surgimento do Nome Pilha

    Alessandro Volta (1745-1827), fsico italiano, provou que a eletricidade no

    era de origem animal, como sugerira Luigi Galvani, mas sim que ela ocorria

    pelo contato entre dois metais diferentes em um meio ionizado.

    Por volta de 1800, Volta construiu a primeira fonte de eletricidade, for-

    necendo corrente de forma contnua com o empilhamento de discos de

    cobre e zinco, alternados e separados por pedaos de tecido molhados

    com cido sulfrico.

    Foi dessa experincia que surgiu o nome pilha eltrica.

    2.4.2 CORRENTE ELTRICA

    Corrente eltrica o fluxo ordenado de eltrons atravs de um condutor,

    quando este submetido a uma diferena de potencial (tenso). Sua unidade de

    medida o ampre1

    (A).Da mesma forma que a tenso, essa grandeza eltrica tambm pode ser di-

    vidida em corrente contnua e corrente alternada. Mas como nosso foco mais

    voltado para a rea automotiva, vamos trabalhar mais com tenso contnuae

    corrente contnua.

    As ilustraes a seguir vo ajudar voc a entender a questo da tenso. Acompanhe:

    Fonte de Tenso

    Chave Aberta

    Lmpada Apagada

    Pilha 1,5 VoltDenisPacher(2012)

    Figura 6 - Circuito com uma lmpada apagada chave aberta

    AMPRE

    Unidade de medida para acorrente eltrica no SistemaInternacional de Unidades(SI) (smb.: A).

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    2 GRANDEZAS ELTRICAS 19

    Temos um circuito com uma lmpada conectada a uma fonte de tenso (pilha

    de 1,5 V). Note que a chave est na posio aberta. Nessa condio no h corren-te circulando pelo circuito; logo, a lmpada permanece apagada.

    Fonte de Tenso

    Chave Fechada

    Corrente circulando

    pelo condutor

    Lmpada acesa

    Pilha 1,5 VoltDenisPacher(201

    2)

    Figura 7 - Circuito com uma lmpada acesa - chave fechada

    Nesse segundo momento, a posio da chave muda para fechada. Portanto,

    h um caminho por onde a corrente eltrica consegue fluir e lmpada acende. Em

    outras palavras, os eltrons em excesso que estavam no polo negativo da pilha

    passam a caminhar em direo ao polo positivo, buscando o equilbrio eltrico

    das cargas. Dessa forma, a corrente que passa pelos condutores aquece o fila-

    mento da lmpada at sua incandescncia, produzindo energia luminosa.

    Voc deve estar se perguntando: como esse assunto est ligado rea auto-

    motiva? Pense, ento, de que forma seu carro mantm os faris acesos. Como o

    rdio e a buzina funcionam?

    Todos esses componentes eltricos necessitam de uma fonte de tenso para

    funcionar. Especificamente no caso do automvel, estamos falando da bateria.

    Sempre que acionamos o boto do farol do carro para acend-lo, por exemplo,

    estamos fechando o circuito e liberando o caminho para que a corrente eltrica

    possa seguir seu caminho e acender as lmpadas.

    Viu como esses pequenos conceitos podem estar inseridos em questes que,

    na maioria das vezes, nem nos damos conta? Pois , e isso apenas o comeo.

    Ento, prepare-se, pois ainda temos muito a estudar.

    2.4.3 RESISTNCIA ELTRICA

    O conceito de resistncia eltrica nada mais que a oposio passagem de

    corrente eltrica atravs de um condutor ou componente. A resistncia eltrica

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS20

    indicada pela letra Re sua unidade de medida o ohm, representado pela letra

    grega mega maiscula ().No exemplo dado anteriormente, pode-se dizer que a resistncia do circuito

    era a lmpada.

    Fonte de Tenso

    Chave Fechada

    Corrente circulando

    pelo condutor

    Lmpada (Resistncia)

    Pilha 1,5 VoltDenisPacher(2012)

    Figura 8 - Lmpada (resistncia)

    De uma forma genrica, as resistncias podem ser representadas pelos se-

    guintes smbolos:

    DenisPacher(2012)

    Figura 9 - Smbolos de resistncia eltrica

    O valor da resistncia de um condutor ou componente est diretamente liga-

    do ao tipo de material que o constitui, pois o que provoca essa oposio justa-

    mente a dificuldade que os eltrons livres tm de se deslocar pela estrutura do

    material.

    Posteriormente, vamos aprofundar mais a respeito dos fatores que influen-

    ciam na resistncia eltrica de um componente.

    FIQUEALERTA

    Sempre que voc for substituir algum componente el-trico de um veculo, nunca substitua um componentepor outro de maior valor de potncia, pois os condutorespodem no suportar a corrente eltrica que circular pelocircuito, podendo gerar sobreaquecimentos nos fios e atmesmo um princpio de incndio.

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    2 GRANDEZAS ELTRICAS 21

    2.4.4 POTNCIA ELTRICA

    Potncia eltrica a quantidade de energia trmica liberada por um compo-

    nente durante um determinado intervalo de tempo, ou seja, o trabalho que este

    componente capaz de realizar. Assim, quanto mais energia for transformada em

    um menor intervalo de tempo, maior ser a potncia do aparelho.

    A potncia indicada pela letra P e sua unidade de medida mais usual o watt,

    representado pela letra W. Matematicamente, podemos calcular a potncia de

    um componente usando as seguintes frmulas:

    P = V x IP = R x IP = V R

    Onde:

    P a potncia eltrica expressa em watts (W);

    V a tenso eltrica expressa em volts (V);

    R a resistncia eltrica expressa em ohms ();

    I a corrente eltrica expressa em ampres (A);

    Agora que voc j conhece um pouco mais sobre as grandezas eltricas, pode-

    mos atribuir mais alguns valores ao nosso exemplo da lmpada.

    Digamos que a corrente que circula pelo nosso circuito seja de 2 A. Qual seria a

    potncia dissipada pela lmpada? Como temos uma fonte de 1,5 V, basta empre-

    garmos a primeira frmula indicada acima.

    P = V x I

    P = 1,5 x 2

    P = 3 WConcluindo: se a corrente de nosso circuito for de 2 A e nossa fonte de alimen-

    tao for de 1,5 V, a potncia desenvolvida na lmpada ser de 3 W.

    Do mesmo modo, se fosse indicado na questo a potncia da lmpada e a ten-

    so, voc poderia descobrir o valor da corrente que circula pelo circuito utilizando

    a mesma frmula. Veja a figura.

    P = V x I

    3 = 1,5 x I

    I = 3_

    1,5

    I = 2 A

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS22

    Fonte de Tenso

    Chave Fechada

    Corrente circulando

    pelo condutor

    (2 Ampres)

    Lmpada (3 Watts)

    Pilha 1,5 Volt

    Figura 10 - Corrente circulando pelo condutor

    RECAPITULANDO

    At aqui voc obteve vrias informaes, aprendeu importantes conceitos

    e at j aplicou alguns clculos. Ento, para que nada seja esquecido, va-

    mos rever tudo o que vimos? Acompanhe!

    Voc aprendeu que eletricidade o resultado da combinao de uma fora

    chamada tenso eltrica e do movimento de partculas (eltrons) denomi-

    nada corrente eltrica.

    Voc sabe agora que a eletrosttica estuda o comportamento e os fen-

    menos relacionados s cargas eltricas em repouso.

    Conheceu o que so cargas eltricas e os princpios da atrao (cargas de si-

    nais contrrios se atraem) e repulso (cargas de sinais contrrios se repelem).

    Sabe que existem materiais que conduzem bem eletricidade (condutores)

    e outros no (isolantes).

    E, por fim, conheceu as principais grandezas eltricas, as caractersticas de

    cada uma e as frmulas para calcul-las. As ilustraes tambm foram es-

    senciais para visualizar como a eletricidade gerada, no mesmo?

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    2 GRANDEZAS ELTRICAS 23

    Anotaes:

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    3

    Primeira e Segunda Lei de Ohm

    A Primeira e a Segunda Lei de Ohm estabelecem formas de como a corrente eltrica se com-

    porta em um circuito, levando em considerao a tenso aplicada e a resistncia dos compo-

    nentes contidos nesse circuito. Veremos essas duas leis com mais detalhes a partir de agora.

    Nesta leitura voc vai:

    a) saber o que diz a Primeira Lei de Ohm, exemplo de sua aplicao e a frmula matemtica

    que a envolve;

    b) conhecer o que diz a Segunda Lei de Ohm;

    c) ver como diferentes tipos de materiais e dimenses podem influenciar na resistncia de

    um componente.

    VOCSABIA?

    O fsico e matemtico alemo Georg Simon Ohm (17871854) foi quem desenvolveu as hoje conhecidas Leis deOhm. Em homenagem a ele, seu nome ficou represen-tado com a unidade de medida de resistncia eltrica (oohm), tema de estudos sobre conduo eltrica.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS26

    3.1 PRIMEIRA LEI DE OHM

    Na Primeira Lei de Ohm, temos o seguinte conceito: a intensidade de corrente

    eltrica que percorre em um circuito depende diretamente do valor de tenso

    aplicada e da resistncia dos componentes contidos nesse circuito.

    Essa lei diz que a corrente eltrica diretamente proporcional tenso e inversa-

    mente proporcional resistncia eltrica. Sua frmula matemtica expressa por:

    Onde:

    V a tenso eltrica expressa em volts (V);

    R a resistncia eltrica expressa em ohms ();

    I a corrente eltrica expressa em ampres (A).

    Voc agora deve estar se perguntando: corrente proporcional tenso e in-

    versamente resistncia? O que isso? Vamos exemplificar para sua melhor com-

    preenso.

    Imagine que a resistncia de um componente seja de 200 e a tenso aplica-da provm de uma bateria de 12 V; ento, teremos uma corrente de 0,06 A, como

    indicado na expresso matemtica abaixo, certo?

    V = R x I

    12 = 200 x I

    I = 12

    200

    I = 0,06 A

    Agora vamos aumentar a tenso para 24 V, mantendo a mesma resistncia de

    200 para ver o que acontece.

    V = R x I

    24 = 200 x I

    I = 24

    200

    I = 0,12 A

    Notou que ao dobrarmos o valor da tenso, a corrente tambm dobrou de va-

    lor? Isso quer dizer que para um mesmo valor de resistncia a corrente propor-

    cional tenso, ou seja, se aumentarmos a tenso, a corrente tambm aumenta e

    se diminuirmos a tenso, a corrente tambm diminui.

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    3 PRIMEIRA E SEGUNDA LEI DE OHM 27

    Agora, vamos alterar o valor da resistncia para ver o que acontece com a cor-

    rente?No primeiro momento, vimos que, com uma resistncia de 200 e uma ten-

    so de 12 V, teramos 0,06 A de corrente. Agora vamos diminuir o valor de resis-

    tncia para 100 .

    V = R x I

    12 = 100 x I

    I = 12

    100

    I = 0,12A

    Veja que, diminuindo o valor da resistncia pela metade, a corrente dobrou de

    valor. Anteriormente era de 0,06 A com 200 , agora com 100 passou para 0,12 A.

    Isso quer dizer que a corrente inversamente proporcional resistncia, ou seja,

    se mantivermos o mesmo valor de tenso e aumentarmos o valor da resistncia, a

    corrente diminui; e se diminuirmos o valor da resistncia, a corrente aumenta.

    Quando uma resistncia obedece a esses valores, dizemos que ela uma resis-

    tncia linearou simplesmente resistncia hmica.

    Para que voc compreenda melhor, veja o grfico abaixo, em que o valor da

    resistncia se comporta como uma reta (utilizamos os mesmos valores do exem-

    plo dado anteriormente).

    R1 200

    R2 100

    24

    V

    12

    6

    0,06 0,12 I DenisPacher(2012)

    Figura 11 - Resistncia linearFonte: Adaptado de Markus (2007).

    SAIBAMAIS

    Existem as resistncias lineares e as no lineares ou nohmicas, em que o seu valor no depende diretamente datenso aplicada, como indica a Primeira Lei de ohm; ela podeaumentar ou diminuir seu valor de resistncia, conforme otipo de material ou temperatura de trabalho, por exemplo.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS28

    Agora que voc j conheceu a Primeira Lei de Ohm, vamos estudar um pouco

    sobre o que diz a segunda lei? Siga em frente e confira!

    3.2 SEGUNDA LEI DE OHM

    A Segunda Lei de Ohm representa a relao entre a resistncia de um determi-

    nado material com suas dimenses e temperatura de trabalho.

    Para auxili-lo no futuro, vamos mostrar uma tabela de converso numrica,

    pois muitas vezes temos que trabalhar com valores de grandezas eltricas muito

    grandes, ou muito pequenos.

    Tabela 1 - Tabela de converso numrica

    SMBOLOFATOR

    MULTIPLICADORMULTIPLICAR POR

    Mltiplos

    Tera (T) x 1012 1.000.000.000.000Giga (G) x 109 1.000.000.000Mega (M) x 106 1.000.000Quilo (K) x 103 1.000

    Submltiplos

    Mili (m) x 10-3 0,001Micro () x 10-6 0,000 001Nano (n) x 10-9 0,000 000 001Pico (p) x 10-12 0,000 000 000 001

    Fonte: Markus (2007).

    Basicamente, podemos dizer que a resistncia eltrica de um condutor ou com-ponente qualquer depende de quatro fatores principais que indicaremos a seguir.

    3.2.1 TIPOS DE MATERIAIS

    Primeiramente, pode-se citar a natureza ou tipo de material que constitui esse

    componente eltrico. Os materiais se diferenciam uns dos outros pela sua resisti-

    vidade, caracterstica expressa pela letra grega (l-se R); sua unidade de medi-

    da o ohm metro(m).

    Para melhor compreenso do assunto, veja a resistividade de alguns materiais

    na tabela que segue.

    Tabela 2 - Resistividade de materiais

    CLASSIFICAO MATERIAL TEMPERATURA DE 20 C RESISTIVIDADE .M

    Metais

    Prata 1,6 x 10-8Cobre 1,7 x 10-8Alumnio 2,8 x 10-8Tungstnio 5,0 x 10-8

    Isolantes

    Vidro 1010a 1013Porcelana 3,0 x 1012

    Mica 1013a 1015Baquelite 2,0 x 1014Borracha 1015a 1016

    mbar 1016

    a 1017

    Fonte: Markus (2007).

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    3 PRIMEIRA E SEGUNDA LEI DE OHM 29

    Note que quanto maior for seu valor de resistividade, maior ser a resistncia

    do componente. Da surgem os materiais condutores ou isolantes.

    CASOS E RELATOS

    Leis de Ohm: Base dos Conhecimentos para um Eletricista

    Queira ou no, as Leis de Ohm so a base dos conhecimentos mais impor-

    tantes que um eletricista tem que possuir em sua vida profissional. Essas

    pequenas regras podem parecer bobas de incio, mas, se voc prestar bem

    ateno na prtica do seu dia a dia, ver que elas so verdadeiras e muitasvezes ajudam a explicar os motivos de vrios problemas que porventura

    possam surgir.

    Portanto, sempre que estiver diante de um problema muito difcil, lembre-

    -se: muitas vezes se trata de um pequeno detalhe, por exemplo, um fio pra-

    ticamente rompido internamente, e que esteja conduzindo apenas por

    um fiapinho de nada. Esse fiapinho poder engan-lo mostrando conti-

    nuidade e at mesmo tenso, mas ao ativar o circuito a corrente no circu-

    lar com facilidade, pois o dimetro nesse ponto (rea de seo transversal)

    estar reduzido, fornecendo uma resistncia adicional ao sistema, prejudi-

    cando assim o funcionamento de todo o circuito.

    Viu como um pequeno detalhe pode apresentar um grande problema?

    Pois , por essas e outras que voc deve sempre estar atento a todos os

    conhecimentos voltados eletricidade.

    3.2.2 REA DE SEO TRANSVERSAL

    Em segundo lugar, levamos em considerao a rea de seo transversal ou

    simplesmente o dimetro do condutor. Quanto maior for essa rea, menor ser a

    resistncia do condutor, fazendo com que os eltrons livres se movimentem com

    mais facilidade.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS30

    Eltrons circulandocom facilidade

    rea de seotransversal maiorS

    S rea de seotransversal menorEltrons circulandocom dificuldadeDenisPacher(2012)

    Figura 12 - rea de seo transversal do condutor

    3.2.3 COMPRIMENTO

    O prximo passo considerar o comprimento que possui esse condutor.

    Quanto maior for o condutor, maior ser a resistncia oferecida passagem de

    corrente eltrica.

    Comprimento L

    Comprimento L

    Chegada

    Chegada

    Esquece,

    eu no

    vou mais!

    Nossa,

    que longe!

    Levei

    a vida toda

    pra chegar.

    D

    enisPacher(2012)

    Figura 13 - Comprimento do condutor

    Quanto mais longo for o condutor, maior ser a resistncia total do circuito

    (ser a resistncia da carga somada com a resistncia do fio). Consequentemente,

    mais corrente ser exigida da fonte, aumentando assim o consumo de energia, o

    que no muito desejvel, principalmente nos automveis mais modernos, em

    que a demanda de componentes est sendo cada vez maior.

    Para comprovar esses trs primeiros fatores que influenciam no valor da re-

    sistncia de um componente, podemos utilizar a seguinte frmula matemtica:

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    3 PRIMEIRA E SEGUNDA LEI DE OHM 31

    R = x L S

    Onde:

    R a resistncia eltrica expressa em ohms ();

    a resistividade do componente expressa em m (valores na primeira tabela);

    L o comprimento do condutor expresso em metros (m);

    S a rea de seo transversal do condutor (dimetro) expressa em metros

    quadrados (m).

    FIQUEALERTA

    Se em nosso sistema houver cargas que exijam correntesmuito elevadas e os fios no forem bem dimensionados,haver grande atrito entre os eltrons gerando sobreaque-cimentos.

    3.2.4 TEMPERATURA DE TRABALHO

    E, por ltimo, est a temperatura de trabalho, que tambm exerce influncia

    sobre a resistividade do material do componente eltrico. Quanto maior for a

    temperatura onde o componente estiver, maior ser a sua resistividade, aumen-

    tando a resistncia do componente. Isso far com que a dificuldade oferecida

    passagem de corrente eltrica aumente.

    DenisPacher(2012)

    Figura 14 - Temperatura de trabalho

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS32

    Portanto, na hora de dimensionar, trocar algum componente ou fazer alguma

    alterao no sistema eltrico de um veculo, preciso estar atento a todos essesfatores mencionados anteriormente. Isso evitar uma grande dor de cabea no

    futuro.

    RECAPITULANDO

    Vamos rever rapidamente o que aprendemos sobre a Primeira e Segunda

    Lei de Ohm? Vimos que Primeira Lei de Ohm diz que a corrente eltrica di-

    retamente proporcional tenso e inversamente proporcional resistncia

    eltrica. A segunda lei, por sua vez, representa a relao entre a resistncia

    de um determinado material e suas dimenses e temperatura de trabalho.

    A resistncia eltrica de um condutor ou componente qualquer depende

    de quatro fatores principais: tipos de materiais, rea de seo transversal,

    comprimento e temperatura de trabalho.

    Est pronto para ir em frente? Na prxima parte dos nossos estudos, vamos

    conhecer a Lei de Kirchhoff.

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    3 PRIMEIRA E SEGUNDA LEI DE OHM 33

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    4

    Introduo Lei Kirchhoff

    De uma forma resumida, podemos dizer que a Lei de Kirchhoff uma ferramenta que se

    utiliza como prova real aos estudos e anlise sobre os circuitos da Lei de Ohm.

    Aps calcularmos todos os valores referentes ao circuito (resistncias, correntes, tenses),

    podemos utilizar a Lei de Kirchhoff para conferirmos se tudo o que foi calculado est correto.

    A Lei de Kirchhoff bastante ampla, mas em nosso caso, vamos:

    a) salientar a parte da lei que trata sobre as tenses (lei das malhas);

    b) analisar a parte da lei que fala sobre as correntes (lei dos ns).

    Preparado? Ento vamos l!

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS36

    4.1 TENSO

    A Lei de Kirchhoff, no que se refere tenso, diz o seguinte: a soma algbrica

    das tenses de um circuito ou malha fechada dever ser zero. Considere como

    malha todo caminho fechado por onde a corrente percorre.

    Seguindo esse raciocnio, podemos dizer que a soma das quedas de tenso

    de uma malha dever ser igual tenso fornecida pela fonte, ou tenso existente

    sobre a malha. Observe a figura abaixo.

    V

    V

    VR2

    R3

    R1

    3V

    5V4V12V

    DenisPacher(2012)

    Figura 15 - Tenses de um circuito

    Logo: 5 + 4 + 3 12 = 0

    Somando todos os valores das quedas de tenso e subtraindo pelo valor da ten-so da fonte, obtemos zero como resultado, exatamente o que diz a Lei de Kirchhoff

    para as tenses. Note que j havamos utilizado essa regra nos exemplos dados

    anteriormente.

    VOCSABIA?

    Existe a Lei de Kirchhoff tambm em termodinmica,chamada Lei de Kirchhoff da radiao trmica.

    4.2 CORRENTE

    A Lei de Kirchhoff referente corrente descreve que a soma algbrica das cor-

    rentes em um n dever se zero, ou seja, toda corrente que entra em um compo-

    nente deve sair com o mesmo valor. Considere como n cada ramificao exis-

    tente no circuito. Observe a figura a seguir:

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    4 INTRODUO LEI KIRCHHOFF 37

    12V

    R1 R2 R3

    IT= 3,0A

    IT= 3,0A

    I1= 1,5A I2= 0,5A I3= 1,0A

    AAA

    A

    ADenisPacher(2012)

    Figura 16 - Circuito em paralelo

    SAIBAMAIS

    As Leis de Kirchhoff so assim denominadas em homenagemao fsico alemo Gustav Kirchhoff (18241887). Conheamais sobre ele acessando o endereo . Acesso em: 20 fev. 2012.

    Note que no circuito em paralelo, a corrente total se divide em cada n que ela

    encontra no decorrer do circuito. Inicialmente tnhamos 3,0 A saindo da fonte. No

    primeiro n ficou 1,5 A; no segundo 0,5 A e por fim, no ltimo resistor, 1,0 A. Aps

    passarem por cada resistncia, essas correntes se juntam e retornam novamente

    3,0 A fonte. Este o princpio bsico da Lei de Kirchhoff para corrente eltrica.

    RECAPITULANDO

    Vimos aqui que a Lei de Kirchhoff utilizada como prova real aos estudos

    sobre os circuitos da Lei de Ohm, e neste estudo nos focamos na parte que

    trata das tenses e das correntes. Tranquilo, no mesmo? Esses so os

    conhecimentos mnimos relacionados parte eltrica que voc precisasaber para realizar um bom trabalho em sua oficina. Daqui em diante ire-

    mos mostrar um pouco sobre os diagramas eltricos de um veculo.

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    5

    Instrumentos de Medio e EquipamentosEltricos

    At agora estudamos as grandezas eltricas mais utilizadas na rea automotiva tenso,

    corrente, resistncia e potncia. Porm, somente esse conhecimento no basta para que

    voc consiga trabalhar em um veculo. Alm de saber muito bem o que cada uma dessas gran-

    dezas representa, voc tambm precisa saber utilizar os instrumentos de medio, principais

    ferramentas do eletricista, que iro mostrar os valores das grandezas existentes no circuito,

    uma vez que no conseguimos enxergar nenhuma dessas grandezas. Portanto, veja a seguir os

    objetivos deste estudo:

    a) conhecer os tipos de instrumentos de medio para utilizar em uma oficina, bem como os

    modelos existentes de cada um deles;

    b) saber as funes e como utilizar cada instrumento.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS40

    5.1 TIPOS

    Quanto aos tipos, temos uma grande variedade de instrumentos, mas vamos

    focar nossos estudos nos principais e mais conhecidos:

    a) Voltmetro

    b) Ampermetro

    c) Ohmmetro

    d) Multmetro

    e) Caneta de polaridade

    f) OsciloscpioPosteriormente ser demonstrado cada tipo mencionado acima, individual-

    mente, de modo que voc saiba para que servem, como utilizar e quais cuidados

    ter que ter para manuse-los com zelo e segurana.

    Vamos conhecer agora as funes de cada um dos tipos de instrumentos de

    medio.

    5.2 FUNES

    5.2.1 VOLTMETRO

    O voltmetro tem como funo mensurar valores de tenso eltrica. Na se-

    quncia, temos alguns modelos desse equipamento:

    Analgico Digital

    Dreamstime(2012)

    Figura 17 - Modelos de voltmetro

    Existem basicamente dois modelos de voltmetro: analgico e digital. O pri-

    meiro, analgico, mais utilizado em laboratrios de estudos, pois capaz de

    mostrar oscilaes medida que o ponteiro se desloca. J o modelo digital predo-

    mina na rea automotiva e tambm de mais fcil leitura e interpretao.

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    5 INSTRUMENTOS DE MEDIO E EQUIPAMENTOS ELTRICOS 41

    Para utilizar o voltmetro, primeiramente temos que selecionar a escala a ser me-

    dida. Em seguida, voc deve conectar o voltmetro sempre em paraleloao circuito,obtendo o valor de tenso no visor do instrumento. Observe na figura seguinte

    algumas formas de como voc pode conectar esse instrumento ao circuito.

    Fonte de Tenso

    Pilha 1,5 Volt

    1,5

    V Fonte de Tenso

    Pilha 1,5 Volt

    1,5

    V

    DenisPacher(2012)

    Figura 18 - Formas de conectar o voltmetro ao circuito

    Caso voc j conhea a tenso da fonte ou saiba mais ou menos o valor no

    ponto a ser medido, deve selecionar uma escala acima desse valor. Mas se voc

    no conhece o valor a ser medido, deve sempreiniciar as medies pela escala de

    maior valor do instrumento e em seguida ir selecionando a escala mais adequadapara se obter um valor mais preciso. Caso a escala selecionada seja inferior ao

    valor a ser medido, o instrumento ser danificado.

    O voltmetro pode ser utilizado em diversas situaes em seu dia a dia. Por exem-

    plo: se um veculo chega a sua oficina com uma lmpada de farol que no acende,

    a primeira ideia que vem trocar a lmpada, pois ela s pode estar queimada, no

    ? Sim, verdade, ela pode estar queimada, mas tambm pode ser que no esteja

    chegando tenso at ela. Logo, ela tambm no ir acender, certo? Para verificar

    esta possibilidade, voc pode utilizar o voltmetro na realizao do teste.

    5.2.2 AMPERMETRO

    Os ampermetros so instrumentos que medem a intensidade de corrente el-

    trica que circula atravs de um condutor ou componente em um circuito eltrico.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS42

    Analgico DigitalDreamstime(2012)

    Figura 19 - Tipos de ampermetro

    Alguns modelos de ampermetro so bem parecidos com os voltmetros, mu-dando apenas as escalas. Portanto, tome cuidado para no confundi-los.

    Existem tambm, como mostra a figura anterior, os alicates ampermetros, que

    so equipamentos extremamente prticos com escalas maiores e que no necessi-

    tam de interveno no circuito, uma vez que os ampermetros tm de ser ligados

    em srieao circuito. A seguir, explicaremos melhor o uso desses equipamentos.

    Bom, para utilizao desses instrumentos, primeiramente voc deve selecio-

    nar a escala mais adequada. Se voc por acaso j conhece mais ou menos esse

    valor, selecione uma escala acima do valor a ser medido. Entretanto, se voc no

    souber qual o valor de corrente que ir medir, comece sempre pelo valor mais

    alto da escala.

    FIQUEALERTA

    Nunca mea valores de corrente superiores ao selecionadona escala do ampermetro, pois o equipamento poderser inutilizado. Tome cuidado tambm ao instalar o instru-mento ao circuito: certifique-se de que o sistema estejadesligado.

    Em seguida, abra o circuito onde voc deseja medir a corrente. Tome cuidado!

    Sempre o faa quando tudo estiver desligado e, finalmente, instale o amperme-tro em sriee religue o circuito. Voc ter imediatamente no visor do instrumen-

    to o valor da intensidade de corrente eltrica que est passando pelo circuito.

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    5 INSTRUMENTOS DE MEDIO E EQUIPAMENTOS ELTRICOS 43

    Pilha 1,5 VoltPilha 1,5 VoltPilha 1,5 Volt

    2,0

    AA

    Lmpada 3WLmpada 3WLmpada 3W

    1 PASSO:

    Deslique o circuito a sermedido

    2 PASSO:

    Abra o circuito e instaleo instrumento j com aescala adequada sele-cionada.

    Observao:

    Para abrir o circuito noprecisa necessariamen-te cortar os fios, vocpode utilizar os termi-nais e conexes pr-prias do sistema.

    3 PASSO:

    Religue o circuito no-vamente, voc ter novisor do instrumento ovalor de corrente quepassa pelo circuito.

    DenisPacher(2012)

    Figura 20 - Passo a passo para a utilizao do ampermetro

    Esses modelos de ampermetros geralmente possuem 10 ou 20 ampres na

    sua maior escala, mas s vezes precisamos medir valores maiores de corrente,

    que o caso da corrente de partida do motor de arranque, por exemplo. E agora,

    o que fazer?

    Bem, acreditamos que voc j tenha a resposta. Isso mesmo, neste caso pode

    utilizar o alicate ampermetro. Para us-lo, voc deve selecionar a escala mais ade-

    quada como visto anteriormente, porm no h necessidade de abrir ou mesmo

    desligar o circuito a ser medido.

    Fonte de Tenso

    Pilha 1,5 VoltDenisPacher(2012)

    Figura 21 - Forma de utilizao do alicate ampermetro

    Note que com esse modelo de ampermetro, voc s precisa abraar o fio com

    a garra do equipamento e j ter o valor da medio no visor do aparelho.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS44

    5.2.3 OHMMETRO

    Os ohmmetros so aparelhos usados para medir a resistncia eltrica dos

    equipamentos e componentes eltricos em geral.

    Dreamstime(2012)

    Figura 22 - Ohmmetro

    Para a utilizao desse instrumento, primeiramente deve-se tomar o cuidado

    de desenergizar ou remover o objeto do circuito. O componente a ser medido

    jamais poder ser conectado ao ohmmetro se estiver sob tenso, caso contrrio

    esse ato trar srios danos ao seu equipamento.

    Em seguida, basta selecionar a escala mais adequada e conectar ao compo-

    nente de que se deseja medir a resistncia.

    VOCSABIA?

    Para saber se o ohmmetro est bem aferido, basta sele-cionar a escala desejada e unir as duas pontas de prova.O valor no visor do aparelho dever ser zero.

    Pilha 1,5 Volt

    1 PASSO:

    Desenergize o circuito eremova o componente.

    2 PASSO:

    Selecione uma escala euna as pontas de provapara verificar a aferiodo aparelho, o valor de-ver ser zero.

    3 PASSO:

    Conecte as pontas deprova ao componentee verifique o valor novisor.

    0,0

    DenisPacher(2012)

    Figura 23 - Passo a passo para a utilizao do ohmmetro

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    5 INSTRUMENTOS DE MEDIO E EQUIPAMENTOS ELTRICOS 45

    Ao selecionar uma escala de resistncia em um ohmmetro, quando as pontas

    de prova ainda estiverem separadas aparecer o nmero 1 no visor do aparelho.Isso indica circuito aberto ou simplesmente infinito. Se ao conectar as pontas de

    prova no componente a ser testado e ainda continuar aparecendo este 1 no visor,

    a escala selecionada pode estar abaixo do valor da resistncia do componente.

    Para saber melhor esse valor, consulte o manual da pea testada e confira os va-

    lores. Entretanto, se mesmo j na maior escala do ohmmetro ainda aparecer este

    valor no aparelho, provvel que o componente esteja queimado.

    5.2.4 MULTMETRO

    O multmetro pode ser considerado a ferramenta principal do eletricista, uma

    vez que ele rene todos os instrumentos estudados at agora em um nico apa-

    relho. O multmetro possui todas as principais funes de que voc precisar em

    seu dia a dia em uma oficina ou autoeltrica.

    Dreamstime(2012)

    Dreamstime(2012)

    Figura 24 - Modelos de multmetro

    No mercado automobilstico existem multmetros digitais e analgicos. Mas os

    profissionais do ramo costumam utilizar os digitais.

    Confira na prxima figura as partes principais de um multmetro. Em seguida

    voc vai saber para que serve cada uma delas.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS46

    Pontas de Prova Display

    Escalas

    Chave Seletora

    Bornes

    DenisPacher(2012)

    Figura 25 - Partes de um multmetroFonte: Adaptado de Dreamstime

    VOCSABIA?

    Os alicates ampermetros, que voc j conheceu, tam-bm possuem funes de multmetros.

    Display: a tela ou visor onde sero mostrados os resultados obtidos nos testes.

    Escalas: a parte do multmetro onde voc seleciona qual grandeza eltrica

    deseja medir: tenso, corrente ou resistncia. Determinados modelos oferecem

    at algumas funes a mais, por exemplo, teste de continuidade, teste de dio-

    dos1, transistores.

    Chave seletora: o boto que serve para selecionar a escala desejada. Em

    alguns modelos tambm serve para ligar e desligar o aparelho.

    Bornes:so os terminais onde so instaladas as pontas de prova do aparelho.

    Dependendo do modelo de multmetro, pode haver dois, trs ou at mesmo qua-

    tro bornes de contato.

    Pontas de prova:as pontas de prova so cabos que voc ligar aos bornes do

    instrumento para executar todos os testes mostrados anteriormente. Geralmente

    so dois cabos que acompanham o multmetro: um preto (negativo) e um verme-

    lho (positivo). A ponta de prova preta instalada no terminal preto ou que tenha

    a inscrio COM, que significa terminal comum; e a vermelha pode ser alternada

    nos demais bornes. Geralmente as escalas de tenso e resistncia ficam no mes-

    mo borne e a escala de corrente em outro separado.

    DIODO

    um componente eltricoque permite que a correnteatravesse-o num sentidocom muito mais facilidadedo que no outro. O tipomais comum de diodo o diodo semicondutor, noentanto, existem outrastecnologias de diodo.

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    5 INSTRUMENTOS DE MEDIO E EQUIPAMENTOS ELTRICOS 47

    SAIBAMAIS

    No mercado atual existe uma infinidade de modelos de

    multmetro. Portanto, sempre que for utilizar um, antes leiaatentamente o manual de instrues que o acompanha. Neleesto contidas todas as informaes e particularidades quevoc precisa saber para us-lo corretamente.

    5.2.5 CANETA DE POLARIDADE

    Alm do multmetro, uma das principais ferramentas do eletricista, existem

    outros equipamentos que podem auxiliar no cotidiano do mecnico. o caso dacaneta de polaridade.

    DenisPacher(2012)

    Figura 26 - Caneta de polaridade

    Essa ferramenta composta basicamente por: terminais de ligao(que so

    as garrinhas: uma preta negativa e uma vermelha positiva), corpo(que a caneta

    com os LEDs)e uma ponta de prova.

    Esse instrumento, como o prprio nome sugere, serve para testar a polaridade

    de algum condutor, com o objetivo de saber se ele um fio positivo ou negativo,

    ou at mesmo verificar se o circuito est aberto ou no.

    A caneta de polaridade deve ser utilizada da seguinte maneira: conecte os ter-

    minais de ligao na bateria do veculo, sempre respeitando a polaridade do ins-

    trumento, ou seja, a garrinha preta deve ser ligada no polo negativo da bateria, e

    a garrinha vermelha no polo positivo.

    Feito isso, o LED amarelo da caneta ir acender indicando circuito aberto. Para

    testar o funcionamento da caneta, encoste a ponta de prova no terminal positi-

    vo da bateria. Nessa condio, o LED amarelo deve se apagar, e o vermelho se

    acender. Depois, teste no polo negativo da bateria; agora o LED verde que deve

    acender.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS48

    Bateria 12V

    + -

    Bateria 12V

    + -

    Bateria 12V

    + -

    Circuito Aberto Condutor Positivo Condutor NegativoDenisPacher(2012)

    Figura 27 - Funcionamento da caneta de polaridade

    Bem, voc acabou de conhecer como funciona uma caneta de polaridade.

    Com essa informao certamente voc ter mais facilidade na realizao de al-

    guns testes, por exemplo, verificar o funcionamento do sistema de ignio de um

    veculo ou at mesmo possveis falhas na injeo eletrnica.

    5.2.6 OSCILOSCPIO

    O osciloscpio mais uma ferramenta bastante utilizada em oficinas. Esse ins-

    trumento tem a funo bsica de mostrar em seu visor a forma de onda da tensoeltrica, por exemplo.

    Com um multmetro na escala de tenso, voc poderia ler apenas o valor da

    tenso em volts. J com o auxlio de um osciloscpio voc ter, alm de seu valor,

    um grfico mostrando como a tenso est se comportando em cada momento.

    DenisPacher(2012)

    Figura 28 - Tipos de osciloscpio automotivo

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    5 INSTRUMENTOS DE MEDIO E EQUIPAMENTOS ELTRICOS 49

    No grfico apresentado no visor do osciloscpio temos basicamente dois ei-

    xos: um na horizontal (eixo X), que representa o tempo; e um na vertical (eixo Y),que representa a tenso.

    Essa ferramenta ser muito til quando voc for trabalhar em algum veculo

    que possua computador de bordo ou injeo eletrnica, por exemplo, pois ele

    consegue fornecer valores com muita preciso e, melhor ainda, em forma de gr-

    ficos. Isso ajudar muito na visualizao e investigao de alguma falha.

    FIQUE

    ALERTA

    Os osciloscpios so ferramentas muito caras e delicadas,portanto deve-se tomar muito cuidado ao manuse-los.Antes de utilizar um, leia com ateno o manual de instru-

    es para no correr o risco de danificar o equipamentoou algum componente do veculo.

    5.3 CARACTERSTICAS

    Bem, como voc percebeu, todos os instrumentos de medio de grande-

    zas eltricas estudados at aqui possuem como principais caractersticas o fcil

    manuseio e, em geral, as boas condies para que voc consiga diagnosticar e

    identificar falhas eltricas em qualquer tipo de veculo. Lembre-se de que no hcomo ver as grandezas eltricas contidas em um circuito, por isso necessitamos

    de ferramentas que as mostrem.

    CASOS E RELATOS

    Problema nas Luzes de R

    Os instrumentos de medio so ferramentas indispensveis para o traba-lho de um bom eletricista. Em uma oficina mecnica, durante a reviso dos

    15 mil km de um veculo, Joo constatou que as luzes de r no acendiam.

    Bem, no primeiro momento lhe veio cabea que poderiam estar queima-

    das. Mas pensando um pouco melhor, seria muito difcil as duas lmpadas

    queimarem ao mesmo tempo. Decidiu ento test-las. Verificou as duas

    lmpadas e constatou que no estavam queimadas.

    Com o auxlio de um multmetro na escala de tenso, verificou a ausncia

    de tenso nos terminais onde ligam as lmpadas. Foi a partir da que ele

    conseguiu encontrar o defeito. Na verdade, o problema estava no interrup-

    tor da caixa de cmbio. Quando Joo testou o interruptor com o multme-

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS50

    tro na escala de continuidade, constatou que ele no tinha continuidade

    mesmo com a alavanca do cmbio em marcha r. Logo, no tinha comohaver tenso nas lmpadas. E como sabemos: sem tenso no h corrente,

    logo a lmpada no acenderia.

    Testar uma ao fundamental para identificar um problema. A falta de testes

    pode levar perda de tempo e de dinheiro. Fique atento!

    RECAPITULANDO

    Esperamos que voc tenha conseguido absorver bem todas essas informa-

    es dadas at agora, pois elas sero indispensveis para o entendimento

    e compreenso dos assuntos futuros. Para garantir o seu aprendizado, va-

    mos recapitular o que vimos?

    Voc conheceu os seguintes tipos de instrumento de medio:

    a) voltmetro: mensura valores de tenso eltrica;

    b) ampermetro: mede a intensidade de corrente eltrica;

    c) ohmmetro: mede a resistncia eltrica;

    d) multmetro: possui todas as funes dos instrumentos acima.

    e) caneta de polaridade: testa a polaridade de algum condutor.

    f) osciloscpio: mostra a forma da onda da tenso eltrica.

    Viu que todos os instrumentos estudados so de fcil manuseio e, em geral,

    de boas condies para que voc consiga diagnosticar e identificar falhas

    eltricas em qualquer tipo de veculo.

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    5 INSTRUMENTOS DE MEDIO E EQUIPAMENTOS ELTRICOS 51

    Anotaes:

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    6

    Componentes Eltricos -Tipos e Caractersticas

    Bem, voc j estudou at agora as principais grandezas eltricas, que so: tenso, corrente,

    resistncia e potncia. Tambm viu alguns dos principais instrumentos que medem e identifi-

    cam essas principais grandezas. Agora, iremos conhecer um pouco sobre os principais compo-

    nentes eltricos que voc ir encontrar nos veculos. Nossos objetivos de aprendizagem so:

    a) aprender o que um resistor;

    b) conhecer a diferena entre um resistor de valor fixo e um resistor de valor varivel;

    c) conhecer o que um capacitor;

    d) conhecer o que um indutor e entender qual a diferena entre magnetismo e eletromag-

    netismo.

    Acompanhe!

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS54

    6.1 RESISTOR

    Ento, voc viu anteriormente que a resistncia eltrica nada mais que a difi-

    culdade que a corrente eltrica encontra em transpor um condutor ou um dispo-

    sitivo eltrico qualquer.

    Os resistores so componentes que tm por finalidade limitar a intensidade de

    corrente eltrica em um circuito. Esses componentes podem possuir valores de

    resistncia fixos ou valores de resistncia variveis.

    6.1.1 RESISTORES DE VALOR FIXO

    Como o prprio nome sugere, os resistores de valores fixos mantm sempre o

    mesmo valor de resistncia quando submetidos s condies normais de trabalho.

    Dentre alguns dos principais modelos de resistor fixo, podemos citar: os resis-

    tores de filme, resistor de fio e resistores SMD.

    Dreamstime(2012

    )

    Dreamstime(2012)

    Figura 29 - Modelos de resistores (filme e fio)

    VOCSABIA?

    A sigla SMD significa Surface Mounting Device; em por-tugus, Dispositivo de Montagem em Superfcie. Osresistores SMD so bastante utilizados em centrais ele-trnicas veiculares, com grande variedade de valores deresistncia.

    Nos resistores de fioe SMD,geralmente o valor de resistncia vem gravado no

    seu prprio corpo, j os resistores de filmepossuem algumas faixas coloridas em

    sua superfcie que identificam o seu valor de resistncia.

    Esses resistores podem possuir quatro ou cinco faixas. No caso dos resistores

    com quatro faixas, as duas primeiras identificam o valor da resistncia, a terceira

    faixa indica o fator multiplicador pelo qual o valor identificado nas primeiras fai-

    xas ter de ser multiplicado e, por fim, a quarta faixa indica o valor de tolerncia

    desse resistor.

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    6 COMPONENTES ELTRICOS TIPOS E CARACTERSTICAS 55

    Nos resistores com cinco faixas, a nica diferena que temos mais um dgito

    junto s duas primeiras faixas.Para tal identificao e para sua melhor compreenso do assunto, utilizaremos

    o cdigo de cores desses resistores representado na tabela abaixo. Veja:

    Tabela 3 - Cdigo de cores

    CORES 1 DGITO 2 DGITO 3 DGITOFATORMULTIPLICADOR

    TOLERNCIA

    Preto 0 0 x 1

    Marrom 1 1 1 x 10 1%

    Vermelho 2 2 2 x 102 2%

    Laranja 3 3 3 x 103

    Amarelo 4 4 4 x 104

    Verde 5 5 5 x 105

    Azul 6 6 6 x 106

    Violeta 7 7 7 x 107

    Cinza 8 8 8

    Branco 9 9 9

    Ouro x 10-1 5%

    Prata x 10-2 10%

    Ausncia 20%

    Fonte: Markus (2007).

    Veja um exemplo de como identificar a resistncia de um resistor por meio de

    seu cdigo de cores.

    DenisPacher(2012)

    Figura 30 - Resistor com as faixas de cores

    A primeira faixa de cor verde; ento o primeiro dgito, segundo a tabela, 5.

    A segunda faixa azul; ento o segundo dgito 6.

    A terceira faixa laranja, logo o fator multiplicador de x 103.

    Por fim, a quarta faixa de cor ouro; indica que a tolerncia de 5%.

    Juntando todas essas informaes, conseguimos obter o valor da resistncia

    do resistor em questo. Repare na tabela abaixo:

    Tabela 4 - Cdigo de cores de um resistor

    1 DGITO 2 DGITO FATOR MULTIPLICADOR TOLERNCIA

    5 6 x 103= 1.000 5%

    Logo, temos:

    56 x 1000 = 56.000 ou 56 K 5%

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS56

    Se 5% de 56.000 2800, ento temos um resistor com o valor de resistncia

    entre 53.200 e 58.800 , ou 53,2 K e 58,8 K.Bem, esses so os modelos de resistores fixos mais comuns que voc poder

    encontrar, porm h outros modelos de resistores com resistncias variveis que

    o que iremos ver a seguir.

    6.1.2 RESISTOR DE VALOR VARIVEL

    Os resistores de valor varivel nada mais so que resistncias em que voc

    pode ajustar seu valor. Nos autorrdios mais antigos, por exemplo, o boto que

    controlava o seu volume nada mais era que um potencimetro1. medida quese ajustava a resistncia desse componente, o volume do rdio aumentava ou

    diminua. Veja um exemplo desse tipo de resistor:

    Dreamstime(2012)

    Figura 31 - Modelo de resistor de valor varivel

    Na grande maioria das vezes, no se trabalha diretamente com esses tipos de

    componentes no cotidiano de uma oficina, mas importante saber que eles exis-

    tem e como funcionam. Agora que j conhecemos as caractersticas dos resisto-

    res, vamos conhecer mais um componente eltrico: o capacitor. Continue atento!

    6.2 CAPACITOR

    O capacitor mais um componente eltrico que voc poder encontrar nos

    automveis. Ele est presente em vrias peas do veculo, como, por exemplo,

    nas centrais de injeo, rels, kits de alarme, som e at mesmo nos sistemas de

    ignio de alguns carros.

    Os capacitores podem ser fabricados por diversos tipos de material, alm de

    possurem formas e tamanhos variados. Conhea na figura abaixo alguns dos mo-

    delos de capacitores mais comuns:

    POTENCIMETRO

    um componenteeletrnico que possuiresistncia eltricaajustvel. Geralmente, umresistor de trs terminaisonde a conexo central deslizante e manipulvel. Setodos os trs terminais sousados, ele atua como umdivisor de tenso.

  • 8/21/2019 Eletricista de Automveis - Pronatec

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    6 COMPONENTES ELTRICOS TIPOS E CARACTERSTICAS 57

    Dreamstime(2012)

    Dreamstime(2012)

    Figura 32 - Modelos de capacitores (cermico e eletroltico)

    Os capacitores ou condensadores, como tambm so conhecidos, so com-

    ponentes que tm a funo de armazenar energia eltrica. Eles so constitudos

    basicamente por duas placas condutoras separadas por um material isolante, ao

    qual damos o nome de dieltrico.

    Terminaisde conexo

    Dieltrico

    Placa

    metlica

    Alumnio

    Isolaoplstica

    DenisPacher(2012)

    Figura 33 - Constituio de um capacitor

    O funcionamento do capacitor bem simples. Quando ligamos um capacitor a

    uma fonte de tenso, ele se carregar at atingir o mesmo valor de tenso da fonte.

    Ao ligar os terminais de um capacitor a uma bateria, por exemplo, os eltrons

    (cargas negativas) de uma das placas so atrados para o terminal positivo da ba-

    teria, e os eltrons da outra placa so repelidos pelo terminal negativo da bateria.

    Dessa forma, cria-se uma diferena de potencial (tenso) nos terminais do capacitor.

    Esse movimento de cargas o que chamamos de corrente de carga do capa-

    citor. Isso ocorre porque as placas do capacitor so de material condutor, ou seja,

    possuem eltrons livres em seu material constituinte. Essa corrente permanece

    at o instante em que a tenso nos terminais do capacitor seja igual da fonte.

    Nesse instante, dizemos que o capacitor est carregado, e no h mais corrente

    no circuito. Veja a figura a seguir para entender melhor como isso funciona.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS58

    Bateria12V

    Chave Aberta

    Capacitor Descarregado

    Placa

    PlacaDieltrico

    0V

    Bateria12V

    Chave Aberta

    Capacitor Carregado

    Bateria12V

    Chave Fechada

    Corrente Circulando

    Capacitor Carregado

    Placa

    PlacaDieltrico

    Placa

    PlacaDieltrico

    12V

    DenisPacher(2012)

    Figura 34 - Funcionamento de um capacitor

    A quantidade de carga que um capacitor consegue armazenar est diretamen-

    te ligada a alguns fatores, tais como:

    a) rea das placas condutoras: quanto maior for essa rea, maior a quantida-

    de de cargas que o capacitor pode concentrar;

    b) distncia entre as placas: quanto mais prximas as placas estiverem, maior

    ser a sua carga;

    c) e, por fim, o tipo de dieltricoque constitui o capacitor.

    A essa quantidade de carga eltrica que um capacitor consegue armazenar

    damos o nome de capacitncia. Sua unidade de medida o farad,representado

    pela letra F.

    Como j mencionado anteriormente, os capacitores esto em diversas partes

    de um veculo, mas nem sempre nos damos conta de que ele est ali, s vezes

    nem imaginamos que ele exista.

    Vamos citar um exemplo: voc com certeza j viu um veculo parado com o

    alerta ligado, ou sinalizando com o pisca que vai entrar em alguma rua, certo?

    Pois , e voc nunca se perguntou como aquela luz acende e apaga, acende e

    apaga? Bem, isso ocorre devido a um dispositivo chamado rel de seta, que va-

    mos estudar mais frente. Mas o que importa saber agora que esse efeito de

    temporizao se d graas ao emprego de componentes eletrnicos, entre os

    quais est nosso amigo capacitor.

    Vamos ento conhecer mais um componente: o indutor.

  • 8/21/2019 Eletricista de Automveis - Pronatec

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    6 COMPONENTES ELTRICOS TIPOS E CARACTERSTICAS 59

    6.3 INDUTOR

    Bem, antes de mais nada, para falarmos de indutor necessrio conhecer dois

    fenmenos muito importantes: o magnetismoe o eletromagnetismo.

    6.3.1 MAGNETISMO

    Certamente voc j ouviu falar ou at mesmo algum dia j brincou com algum

    tipo de m, certo? Voc j imaginou quanto esse fenmeno pode ser importante

    em nossa vida? Pois , esses materiais possuem a propriedade de atrair certos ma-

    teriais como ferro, cobalto e ligas de ferro em geral, graas ao campo magntico

    existente neles.

    Vamos conhecer um pouco melhor as propriedades de um m:

    a) Os ms possuem dois polos magnticos, aos quais denominamos polo nor-

    te e polo sul.

    N S

    ImDenisPacher(2012)

    Figura 35 - Polos de um m

    b) Entre os ms, existem foras de atrao e repulso.

    N S

    N S

    S N

    N S

    S N

    N S

    Polos opostos se atraem

    Polos iguais se repelem

    DenisPacher(2012)

    Figura 36 - Foras de atrao e repulso de um m

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS60

    c) Os plos de um m no se separam. Por exemplo, se partirmos um m ao

    meio, as duas metades possuiro cada uma um polo sul e um polo norte. Sevoc continuar a dividir, cada parte ter pedacinhos de m cada vez menores.

    N

    NN

    S

    SSDenisPacher(2012)

    Figura 37 - ma dividido: os polos no se separam

    Se voc suspender um m por um fio, por exemplo, ele se alinhar aos polos

    magnticos da Terra, assim como uma bssola.

    VOCSABIA?

    A magnetita um m natural. Ela foi descoberta pelosgregos antigos em um distrito da sia Menor, chamadoMagnsia. Por isso seu nome conhecido como mag-netita. Mais tarde, comeou a ser usada como bssola

    pelos chineses.

    Atualmente existem tecnologias capazes de fabricar ms artificiais com boas

    propriedades magnticas, devido descoberta de materiais de fcil magnetizao.

    Os ms possuem essas propriedades de magnetizar ou atrair certos materiais

    devido ao campo magntico existente ao seu redor. Esse campo formado por

    linhas de fora orientadas.

    DenisPacher(2012)

    Figura 38 - Linhas de fora do campo magntico de um m

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    6 COMPONENTES ELTRICOS TIPOS E CARACTERSTICAS 61

    Essas linhas se deslocam do polo norte em direo ao polo sul ao redor do m,

    e dentro do m essas linhas caminham do polo sul para o polo norte.Agora voc deve estar se perguntando: em que lugar encontrarei isso em um

    veculo? Bem, muitos sensores de um automvel utilizam o princpio do magne-

    tismo para seu funcionamento, mas para no confundir sua cabea falando de

    algo que ainda no estudamos, vamos dar outro exemplo mais conhecido: os

    autofalantes de um carro. Isso mesmo! Eles possuem ms, e graas a eles voc

    consegue ouvir o som do rdio.

    Mas no s isso. Existe outro fenmeno tambm muito importante para o

    funcionamento de um veculo, que o eletromagnetismo, tema do nosso prxi-

    mo assunto.

    6.3.2 ELETROMAGNETISMO

    O eletromagnetismo pode ser confundido muito facilmente com o magnetis-

    mo, por possurem os mesmos efeitos. Porm, como vimos, o magnetismo ocor-

    re de forma natural, j o eletromagnetismo ocorre quando temos um fenmeno

    eltrico envolvido.

    O eletromagnetismo foi descoberto por Hans Christian Orested (17771851),

    cientista dinamarqus. Por volta de 1820, Orested verificou que sempre que ha-via corrente circulando por um condutor prximo a uma bssola, o ponteiro da

    bssola se deslocava. Foi assim que ele descobriu que os fenmenos eltricos e

    os fenmenos magnticos estavam sempre relacionados.

    Sempre que temos uma corrente eltrica percorrendo um condutor, essa

    corrente forma um campo magntico ao redor desse fio, ou melhor, ela forma um

    campo eletromagntico, uma vez que quem gerou esse campo foi a corrente

    eltrica.

    Esse campo eletromagntico possui um sentido, e esse sentido estabelecido

    pela direo da corrente eltrica.Para saber o sentido do campo magntico em um condutor, basta voc utilizar

    a regra da mo esquerda (no caso, estamos utilizando o sentido realda corren-

    te, que do negativo para o positivo). Nessa experincia, o polegar indica a dire-

    o da corrente eltrica e os demais dedos o sentido do campo eletromagntico.

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS62

    Regra da mo

    esquerda

    Direo do campo

    magntico

    Corrente

    DenisPacher(2012)

    Figura 39 - Regra da mo esquerda para saber o sentido do campo magntico

    SAIBAMAIS

    Em muitas literaturas provavelmente voc ir encontrarexemplos utilizando a regra da mo direita. Neste caso,utiliza-se o sentido convencional da corrente eltrica (positi-vo para o negativo). Ressaltamos que ambas as regras estocorretas.

    P

    i

    DenisPacher(2012)

    Figura 40 - Regra da mo direita

    Esse campo eletromagntico criado por uma corrente eltrica em um fio re-

    tilneo geralmente muito fraco. Para aumentarmos o campo eletromagntico,

    existem basicamente trs formas. Veja:

    a) Aumentando a corrente eltrica, pois, quanto maior for a corrente, maior

    ser o campo eletromagntico.

    b) Enrolando os fios em forma de espiras. Neste caso as linhas de fora de cada

    espira se somam, aumentando tambm a intensidade do campo.

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    6 COMPONENTES ELTRICOS TIPOS E CARACTERSTICAS 63

    c) Inserindo um material ferroso no interior da bobina (ncleo). Dessa forma

    formamos um eletrom; assim o campo se torna mais intenso e as extremi-dades do ncleo ficam polarizadas como em um m natural. A vantagem do

    eletrom que podemos controlar o seu funcionamento. Para desmagne-

    tiz-lo, basta interrompermos o fluxo de corrente, assim o campo se desfaz.

    PILHA

    DenisPacher(2012)

    Figura 41 - Eletrom

    Conhecendo um pouco sobre os princpios do magnetismo e do eletromag-

    netismo, voc j pode entender melhor o que um indutor e como ele funciona.

    O indutor nada mais que uma bobina de fios em volta de um ncleo de ferro

    ou outro material magntico. Esses componentes, quando percorridos por uma

    corrente eltrica, formam em torno de si um campo eletromagntico, que pode

    ser usado como um eletrom. Com esses eletroms podemos construir um rel,

    por exemplo, assunto que veremos a seguir.

    Magmattec(2012)

    Figura 42 - Indutores

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    FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS ELTRICOS AUTOMOTIVOS64

    6.4 REL

    Voc certamente ver bastante esse dispositivo em seu dia a dia de eletricista,

    por isso preste bastante ateno neste item e entenda bem para qu ele serve e

    como funciona.

    Existem inmeros modelos de rel, para as mais variadas funes, porm va-