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UNIVERSIDADE ZAMBEZE Faculdade de Ciências e Tecnologias TEXTO DE APOIO DE ELEMENTOS DE ECONOMIA E GESTÃO INTRODUÇÃO A disciplina de Elementos de Economia e Gestão deve garantir pelo menos três objectivos: (i) estimular o interesse do estudante pela percepção dos problemas económicos e os princípios de gestão, (ii) habilitar o estudante sobre analise e leitura de informações económicas “custos, e processo de gestão” envolvidas no desempenho das actividades do futuro engenheiro e (iii) mostrar o quanto se deve aprender com humildade esta maravilhosa ciência social. O desafio é grande, mas a paciência, a vontade e o entusiasmo devem ficar acima das dificuldades. Cada conceito deve ser rigorosamente entendido para que não se perca a coerência lógica do raciocínio analítico que é inerente ao pensamento económico. CAPITULO I. CONCEITOS FUNDAMENTAIS O marco inicial da etapa científica da teoria económica coincidiu com grandes avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas. Neste notável período, a economia constituiu seu núcleo científico, estabeleceu sua área de acção e delimitou suas fronteiras com outras ciências sociais. 1 Texto de Apoio de ELEG/2015. Uniz/FCT. Eng. Civil, Mecatrónica, Informática e Processo. 3º ano. Docentes: João Paulino e Zidane Tomás

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UNIVERSIDADE ZAMBEZE Faculdade de Ciências e Tecnologias

TEXTO DE APOIO DE ELEMENTOS DE ECONOMIA E GESTÃO

INTRODUÇÃO

A disciplina de Elementos de Economia e Gestão deve garantir pelo menos três objectivos: (i)

estimular o interesse do estudante pela percepção dos problemas económicos e os princípios de

gestão, (ii) habilitar o estudante sobre analise e leitura de informações económicas “custos, e

processo de gestão” envolvidas no desempenho das actividades do futuro engenheiro e (iii)

mostrar o quanto se deve aprender com humildade esta maravilhosa ciência social. O desafio é

grande, mas a paciência, a vontade e o entusiasmo devem ficar acima das dificuldades. Cada

conceito deve ser rigorosamente entendido para que não se perca a coerência lógica do raciocínio

analítico que é inerente ao pensamento económico.

CAPITULO I. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

O marco inicial da etapa científica da teoria económica coincidiu com grandes avanços da

técnica e das ciências físicas e biológicas. Neste notável período, a economia constituiu seu

núcleo científico, estabeleceu sua área de acção e delimitou suas fronteiras com outras ciências

sociais.

A construção do seu núcleo científico fundamentou-se no enunciado de um apreciável volume

de leis económicas, desenvolvidas a partir da concepções mecanicistas, organicista e

posteriormente humana, através das quais os economistas procuraram interpretar as principais

actividade económica.

Para os economistas do grupo organicista entendiam que os problemas de natureza económica

eram expostos numa terminologia retirada da Biologia. Os mecanicistas pretendiam que as lei

económicas se comportassem como determinadas leis da física, neste contexto, a economia

deveria se ocupar dos resultados produzidos por uma combinação de forças e que esses

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resultados deveriam ser descobertos com auxilio da natureza mecânica das actividades. Todavia

a concepção humanista entendia que a economia repousa sobre os actos humanos e é por

excelência uma ciência social.

Então o que é economia? Muitas vezes, os principiantes ao estudo da economia querem uma

definição sucinta da economia, e, em resposta a essa procura da definição, pode se dizer que não

há escassez da oferta para dar resposta a procura pela definição. Eis algumas definições da

Economia, ou seja, Economia,

estuda as actividades que, com ou sem dinheiro, envolvem transacções entre pessoas;

estuda a maneira pela qual os homens decidem utilizar recursos produtivos escassos

ou abundantes (terra, mão-de-obra, bens de capital como maquinaria, conhecimento

técnico) para produzir várias mercadorias (como trigo, carne, estradas) e distribui-los

a vários membros da sociedade para o consumo;

estuda o homem em sua actividade comum, ganhando e desfrutando a vida;

estuda a maneira pela qual a humanidade realizar a tarefa de organizar suas

actividades de consumo e produção;

estuda a riqueza;

estuda como melhorar a sociedade,

estuda a forma como os preços do trabalho, do capital e da terra são estabelecidos na

economia e como esses preços são usados para aplicar os recursos;

é arte de pensar.

A lista é boa e longa. No entanto é sempre difícil resumir em poucas linhas uma definição

exacta da matéria. A descrição que possa diferenciar as fronteiras da economia com fronteiras de

outras ciências e dar a entender, aos principiante, tudo o que ela é. O certo é que a economia

envolve todos elementos salientados naquelas definições sugerida na lista que poderia ainda ser

mais longa e complicada. Hoje, os economistas estão de acordo quanto a uma definição geral

mais ou menos assim:

Economia é uma ciência social que estuda administração dos recursos escassos entre uso 2

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alternativo e fins competitivos ou seja, estuda a forma como as sociedades utilizam seus

recursos escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem entre os vários

indivíduos.

DIVISÃO DA ECONOMIA

A teoria económica constitui-se de um corpo unitário de conhecimento da realidade, passível de

uma divisão, principalmente por razões didáctica, neste contexto, a economia está divida em:

Microeconomia – ramo da economia que dedica ao estudo do comportamento das entidades

individuais como mercados, empresas e famílias, ou seja, estuda a formação de preços nos

diversos mercados, a partir da acção conjunta da demanda e da oferta.

Macroeconomia – ramo da economia que estuda o desempenho global da economia, ou seja,

estuda as condições de equilíbrioestável entre a renda e o dispêndio nacional.

Ainda no contexto didáctico a economia apresenta outros ramos de estudo tais como:

Desenvolvimento económico – ramo da economia que estuda o processo de acumulação dos

recursos escassos e da geração de tecnologia capaz de aumentar a produção de bens e serviços

para a sociedade. Economia internacional – que dedica o estudo das condições do equilíbrio do

comercio externo – importação e exportação – além de fluxo de capital.

PROBLEMAS ECONOMICOS.

Qualquer sociedade humana confrontar-se com três problemas fundamentais para os quais a

economia têm por responsabilidade buscar respostas a essas perguntas. De facto os problemas

com que se confronta uma economia são: Que produtos e serviços a produzir? Como produzir?

Para quem produzir?

Que bens devem ser produzido em que quantidades? Significa que a sociedade deve decidir

quais e quantos bens e serviços devem ser produzidos dentro de inúmeros bens e serviços

possíveis que a sociedade necessita. Como produzir? Significa, a sociedade deve determinar 3

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quem irá produzir bens e serviços, com que recursos e tecnologia existente, isto é, quem vai

cultivar, quem vai ensinar entre outras actividades, recursos e tecnologias. Finalmente para quem

produzir? Significa quem irá usufruir dos frutos do esforço económicos da sociedade, ou seja,

como será repartido o produto nacional entre as diferentes famílias.

FORMAS DE ORGANIZAÇÃO ECONÓMICAS

Dada as limitações dos recursos produtivos e tecnologia, as sociedades procuram organizar-se a

fim de resolver os três problemas económicos: o que, como e para quem produzir os bens e

serviços de forma eficiente e com menor desperdícios. De certa maneira são duas as formas de

organização económica que as sociedades tomam para responder as questões económicas.

Economia descentralizada ou economia de mercado e economia centralizada ou de decisão

central.

Na economia centralizadas, os três problemas básicos – o que, como e para quem – são

respondidos pelos órgãos planificadores centrais. A planificação é formulada em primeiro lugar

pelo inventário das necessidades humanas a serem atendidas, seguida de inventário dos recursos

e das técnicas disponíveis para produção e finalmente faz-se uma selecção das necessidades

prioritária e fixam-se as quantidades a serem produzidas de cada bem – chamada meta de

produção e consumo.

O preço é fixado e usado como recursos de contabilização dos custos de produção do processo

para julgar a eficiência das operações das diversas empresas. O preço é usado para auxiliar a

distribuição dos diversos produtos . Os meios de produção são propriedade colectiva. As

quantidades, os preços e os usufrutos dos bens produzidos são definidos pelos órgão de

planificação central que são repassado para o resto da economia.

Na economia do mercado, os preços, as quantidades dos produtos são definidos no mercado ou

seja: o que produzir será decidido pela procura dos consumidores no mercado. Quanto produzir

será determinado pela actuação dos consumidores e dos produtores com os ajustamentos dados

pelo sistema de preço. Como produzir é determinado pela concorrência entre os produtores e

para quem produzir será determinada pela oferta e a procura no mercado de serviços, pelo 4

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salário, pelo juro, pelo aluguel e pelo lucro que em conjunto formam a renda individual relativo a

cada serviço, ou seja, a produção destina-se as pessoas que tem renda para pagar e o preço é o

instrumento de exclusão.

FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DA SOCIEDADE

Alimitaçãodos recursos totais capazes de produzir diferentes mercadorias impõe uma escolha

entre produtos relativamente escassos. Isto pode ser ilustrado quantitativamente por meio de

simples exemplos aritmético e diagramas geométricos. Os diagramas e os gráficos são auxiliares

visuais indispensáveis em muitas análise da economia.

Uma economia com determinada quantidade de habitantes, determinado grau de conhecimento

técnico, determinado número de fabricas, ferramentas, determinada quantidade de terra,

potência hidroeléctrica e recurso naturais. Ao decidir o Quê será produzido e Como a economia

terá realmente que decidir de que maneira aqueles recursos serão alocados entre os milhares de

diferentes mercadorias possíveis. Qual será a área de terra que deverá ser dedicada ao cultivo de

milho? Ou à pastagem? Quantas fabricas deverão produzir facas? Qual a quantidade de mão-de-

obra qualificada poderá destinar a industria?

Para analisar esse facto temos que simplificar a discussão das questões levantadas acima. Vamos

supor que devem ser produzidos apenas dois bens económicos. Para efeitos, podemos escolher a

dupla sobre qual entre camisas e carros de guerra. Podemos usar estes dois produtos para ilustrar

o problema da escolha entre a produção civil e produção bélica.

Assim quanto maior forem os recursos que o governo aplica na construção de estradas públicas,

menores serão os recursos que restarão para se produzir casas particulares, quanto o público mais

preferir consumir alimentos, menor será o seu consumo de vestuário, quanto a sociedade mais

preferir consumir hoje, menor poderá ser a sua produção de maquinas e bens de capital para

produzir maior quantidade de bens de consumo para os próximos.

Neste contexto, vamos supor que 150 unidades de carro seja o máximo que poderá ser produzido

com tecnologia e recursos existentes. No outro extremo, 100% dos recursos da sociedade são 5

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dedicados a produção de camisas, neste caso, apena poderá ser produzidos uma certa quantidade

maxima de camisas, 5.0 unidades de determinado tipo pudesse ser fabricada se estivéssemos

realmente dispostos a não produzir carros.

Tabela 1. Possibilidade de produçãoBENS Quantidade máxima de

carroPossibilidade intermediarias

Quantidade máxima de camisa

A B C D E F

Carros 150 140 120 90 70 0

Camisas 0 10 20 30 40 50

Temos ai, duas possibilidades extremas(A e F). Entre elas ainda existem outras. Se estivéssemos

decididos a abrir mão de certa quantidade de carros, poderemos ter certas quantidades de camisas

se estivermos dispostos a abrir mão de uma quantidade ainda maior de carros, poderemos ter

ainda mais camisas. Uma escala de uma série de possibilidades é apresentada na tabela 1,

indicando a letra A o extremo onde a produção total é de carros e nenhuma camisa. Doutro

extremo temos a letra F, o extremo oposto, no qual todos os recursos são aplicados na produção

de camisas. Nos pontos intermediários, B,C,D e E, o volume de carros vai decrescendo em troca

de maior número de camisas. O carro é transformado em camisa, não fisicamente, mas pelo

deslocamento de recursos a ser utilizados para produzir camisas.

APLICAÇÃO DE FRONTEIRA POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO

O conceito da FPP ajuda a fazer muitas análise dos seguintes elementos básico da economia,

como: (i) Opção - que é a questão de escolher a quantidade de cada produto e a decisão final de

produção e uso de recursos, (ii) escassez económica refere a realidade básica da vida de que

existe apenas uma quantidade finita de recursos humanos e não-humanos que com melhor

conhecimento técnico é capaz de se usar na produção de quantidade máxima limitada de cada

produto.

A FPP ajuda a tornar claro os três problemas básicos da vida económica: O Que, Como e Para

Quem. Produzir?. O quê é produzido e consumido significa determinar ou escolheros produtos e

serviços a serem produzidos.Como deverão ser produzidos os bens é uma questão que implica a 6

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escolha eficiente de métodos e a destinação adequada de diferentes quantidade e tipos de

recursos limitados a diversas industriais. Para quem serão produzidos os bens é um questão de

exame da igualdade de renda e riqueza entre as pessoas. Se encontramos uma sociedade sobre a

sua fronteira de possibilidade de produção é justo pensar que a renda e riqueza está bem

distribuída entre as pessoas na economia.

A FPP pode retratar muitos processos económicos conhecidos, mas básicos. Estes conceitos

serão tratados com profundidades na devida altura e aqui só é necessário compreender ideias

sensatas envolvidas. A FPP demonstra de que maneira uma sociedade consome grande

quantidades de alimentos quando é pobre, mas se desloca em direcção aos confortos e ao luxo a

medida que vai desenvolvendo – esta matéria é tratada no estudo da poupança, consumo e

investimento.

A FPP nos monstra como o eleitorado tem que escolher entre bens produzidos pelo sector

privado e adquiridos a determinado preço e bens do sector público, pagos pelo imposto – esta

matéria é tratada no estudo do papel económico do governo.

A FPP retrata o modo pelo qual uma economia se decide entre (i) bens de consumo corrente e (ii)

bens de capital que tornam possível maior quantidade de ambos (consumo e capital) no futuro.

Esta matéria é objecto de estudo quando tratar da distribuição da renda, formação de preço de

factores produtivo e problemas económicos actuais.

De igual modo a FPP mostra de que maneira a economia B, abençoada por descobertas

científica e técnicas, seria capaz de ultrapassar a economia A que estivesse usando uma

tecnologia menos progressista – essa matéria é tratada quando se fala do crescimento e

desenvolvimento económico.

CUSTO DE OPORTUNIDADE

Para além do conceito do pleno emprego, a cura de FPP dá a chance de se definir o conceito de

custo de oportunidade – que corresponde ao sacrifício do que se deixou de produzir, ou seja é, o

custo ou perda do produto que não foi escolhido e não o ganho do que que foi escolhido. Neste

sentido afirma-se que existe custo de oportunidade quando estiver reunidas duas condições 7

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básicas: (i) existência de recursos limitados e (ii) existência do pleno emprego dos recursos.

Exemplo de custo de oportunidade: Se estivéssemos em B (carros =140, camisa =10) e

passássemos para C (carros = 120, camisas =20), o custo de oportunidade seria o sacrifício de

transferir os recursos destinados a actividade de se produzir carros para produzir camisas.

DESEMPREGO E INEFICIENCIA

Se tiver havido um desemprego geral de factores, isto é, homens, terra e fabricas ociosa. O que

aconteceria? A lei económica poderá ser completamente diferente. Ou seja, com o desemprego

não nos encontramos sobre a fronteira de possibilidade de produção, mas sim, em algum lugar ou

ponto (G) dentro da curva da fronteira de possibilidade da produção na qual a sociedade está

produzindo menos quantidade dos dois bens.O desemprego provado pelo ciclo económico não é

apenas a única maneira de estar fora da FPP. Se uma economia estiver organizada de forma

deficiente, poderá também estar bem aquém da fronteira de possibilidade de produção. Assim

sendo, disse que há ineficiência económica. Neste contexto, a eficiência produtiva verifica-se

quando a sociedade não pode aumentar a produção de um bem sem reduzir a quantidade de outro

bem. A eficiência produtiva significa que a economia se encontra sobre a sua FPP.

LEI DOS RENDIMENTOS DECRSCENTE

A lei dos rendimentos alerta para a famosa relação económica e tecnológica, a chamada lei dos

rendimentos decrescentes. Esta lei exprime a relação, não entre dois produtos, mas sim, entre um

factor de produção (como trabalho) e a produção resultante desse factor.

Tabela 2.

Factor fixoTerra

Factor variávelMão-de-obra

Produto total(Do factor variável)

Produto extra obtido por unidade adicional de factor variávelMão-de-obra

1 0 020001000

1 1 2000

1 2 3000

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500300100

1 3 3500

1 4 3800

1 5 3900

Dada uma quantidade fixa de terra, digamos 1 hectare ilustrado na tabela 2, a ela é adicionada

nenhuma mão-de-obra, diga mão-de-obra igual à zero, não há produção nenhuma, assim, a

produção registada é igual a zero. Se a mesma quantidade de terra, 1 hectare for adicionada a

mão-de-obra de 1, 2, 3,4 e 5 unidades respectivamente a produção total do factor variável mão-

de-obra aumenta de zero tonelada para 2000, 3000, 3500, 3800 e 3800 toneladas de milho

respectivamente.

Para melhor compreender a lei dos rendimentos decrescente temos de explicar o seguinte. Porque

a produção total não aumenta no mesmo ritmo ou unidade do aumento do factor variado para que

o aumento extra derivado do aumento do factor seja constante ou crescente? A explicação disso

está no facto de, quando mantemos constante um factor ou grupo de factores de produção e

variamos os demais, vemos que os factores que variam têm cada vez menos quantidade de

produção sobre os factores fixos. Em consequência, não ficamos surpreso com o facto de que

esses factores variáveis extras começam a acrescentar um produto extra cada vez menor. Dito de

outra forma é que o factor de produção fixo (terra) está decrescendo em proporção ao factor

variável (mão-de-obra).

Em conclusão, podemos resumir como se segue. A lei dos rendimentos decrescentes diz que

“um aumento de certos factores em relação a outros, fixos, irá provocar, em determinado estado

de tecnologia, o aumento da produção total, mas depois de um certo ponto, o produto extra

resultante de adiçãoidênticas de factores extras tornar-se-á cada vez menor.

ECONOMIA DE ESCALA E DE PRODUÇÃO EM MASSA

A economia de escala é um fenómenodavariação controlada de um factor e de nível de produção.

Em muitos processos industriais, quando se aumenta os factores de produção, verifica-se que a

produção aumenta mais do que aumento de factores, este fenómeno é chamado de “rendimento

crescentes da escala. Rendimento crescente de escala ou economia de produção em massa são

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muitas vezes associados a um dos progressos seguintes:

Utilização de fonte de energia não humana e não animal;

Emprego de mecanismo de ajuste automático;

Uso de peças padronizadas e intercambiáveis;

Divisão de processo complexo em simples operações repetitiva e

Especialização da função e divisão de trabalho e de factores tecnológicos.

As economias de escala ajuda explicar o motivo pelo qual os artigos comprados são produzidos

por grandes empresas, a divisão do trabalho, o padrão da especialização e a existência do

monopólio. Com este conceito nasceu a lei dos custos relativo ou crescentes que diz: Quando ser

quer obter quantidades extras iguais de um produto, a sociedade tem que sacrificar quantidades

sempre maior do outro produto.

NECESSIDADES E BENS

Necessidade - é o estado de carência ou falta por um bem sentida por um individuo

acompanhado do seu conhecimento. A necessidade apresenta certas característica, tais como: (i)

intensidade – isto significa que uma vez satisfeito este estado tende acabar, (ii) relatividade –

significa que depende de individuo para individuo e (iii) multiplicidade- significa que as

necessidades são ilimitada.Assim sendo, elas podem ser classificada em várias categoria e

critérios.

Quanto a importância

As necessidades podem ser primárias – aquelas que consideradas básicas ou que a sua satisfação

é básica e estão intimamente ligada a sobrevivência humana. Ex.: alimentação, segurança. E

necessidades secundárias – aquelas que a sua satisfação não é básica, ou seja, não estão

intimamente ligada a sobrevivência humana.

Quanto ao número de pessoas que sentem

Neste critério, existe dois tipos de necessidades: individuais e colectivas. As necessidades

individuais – são aquelas sentidas por um individuo. E as colectivas são aquelas sentidas por 10

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várias pessoas. As necessidades individuais quando cruzadas no sistema de mercado tornam

colectivas.

CONCEITO DE BEM

Tendo em conta o conceito da necessidade, questiona-se: Como satisfazer uma necessidade? A

resposta é evidente. Utilizar ou consumir ou ainda usar um certo bem. Então o que é bem? Bem

é algo que satisfazas necessidades dos indivíduos.

CLASSIFICAÇÃO DE BEM

Quanto a natureza

Este critério, diz respeito ao estado físico do bem, assim, os bens podem ser classificado como

produto ou serviços. Um bem é chamado produto quando é palpável. E um bem é chamada

serviço quando é feito de material não palpável.

Quanto a duração.

O critério usado neste caso é aduração. Assim, existe bens duráveis e não duráveis.

Quanto função

O critério usado para essa classificação é o uso. Assim sendo, os bens podem ser classificados

em bens de capital e de consumo. Um bem é de capital quando é usado para produção de outro

bem ou serviços. E um bem é chamada de consumo quando está pronto para ser consumido.

Quanto a capacidade de isolamento de satisfazer as necessidades

Para satisfazer certas necessidades, o bem pode o fazer de forma isolada ou não. O bem que

satisfaz de forma isoladas ou sem precisa de usar outro bem chamam-se bem não complementar.

Enquanto que o bem complementar é aquele que para satisfazer uma necessidade sem precisar de

outro bem paracompletar.

Quanto a capacidade de substituição

Uma necessidade pode ser satisfeita por vários bens ou não. Assim, existe bens sucedâneos e não

sucedâneos. Bemnão sucedâneo ou não substituível – éaqueleque a sua falta não pode ser 11

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substituído para satisfazer a necessidade. Bem sucedâneo – é aquele que pode satisfazer uma

necessidade satisfeita por outro bem. E bens fungíveis que não faz falta na sua substituição.

Quanto ao custo

Neste critério reside o fundamento do objecto de estudo da economia. Isto é, os bens encontram

em quantidade limitadas. Desse facto, os bens podem ser classificados em bens económicos e

livres. Bens económico – são aqueles que a sua utilização requerer um pagamento e se

encontram em quantidades limitadas. Bens livres são aqueles que a sua utilização é livre ou seja

não se paga e encontram se no estado ilimitados.

MERCADO

Já discutimos como a sociedade toma suas decisões e se organiza para satisfazer suas

necessidades mediante recursos escassos. Aquela discussão levou aos economistas a elaborar

uma teoria económica que estuda como as decisões de produção e de consumo de bens e

serviços, a chamada teoria da procura e oferta. Antes de iniciar com a discussão da celebre teoria

de procura e oferta, a seguir se presenta o mecanismo – mercado - pelo qual a oferta e procura se

desenrola.

O termo mercado pode ser definido em duas abordagem. A primeira abordagem é, o mercado

como local e a segunda abordagem é, mercado como mecanismo. O mercado como local é o

espaçofísico onde a oferta e procura se encontra para negociar o preço e determinar as

quantidades a comprar ou a vender. Neste contexto estamos a falar por exemplo dos mercados de

goto, maquinino, entre outros. A segunda abordagem é mercado como mecanismo. Nesta

abordagem, o mercado é um arranjo ( praça, telefone, leilão, bolsa) pelo qual compradores e

vendedores de um bem interagem para determinar o preço e a quantidade transaccionadas.

Olhando osconceitos do mercado acima referidos, pode-se dizer que o centro do mercado é o

preço. Nesta ordem de ideia questiona-se. Como funciona o mercado? O truque centrado no

preço reside no incentivo. Se o consumidor quer mais de um bem, luta por ele, oferecendo mais

dinheiro pelo mesmo bem, subindo o preço. O vendedor perante a subida do beneficio é

incentivado a aumentar a produção a preço mais alto, reduzindo o preço. Deste modo consegue-

se realizar o desejo do consumidor e do produtor. Assim, não há mandão que dá ordens ao 12

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produtor nem ao consumidor, mais sim ummecanismo automático entre os compradores e

vendedores é que faz isso.

Este mecanismo automático, Adam Smith chamou de mão invisível, vulgarmente chamado de

mão invisível de Adam Smithque tem resultado na chamadaeficiência, a qual dizque cada um

produz o que melhor sabe fazer e troca por aquilo que mais gosta. Com este mecanismo

consegue-se uma solução para a economia ser racional e garantir o bem-estar.

Neste contexto, o sistema económico é estruturado pelo mercado, que de forma eficiente, quando

as famílias consumidoras vão ao mercado comprar bens de que necessitam, fazendo despesas

com o dinheiro que recebe das empresas. O dinheiro que as famílias entregam as empresas para

receberem os bens, as empresas usam para comprar os factores de produção das

famíliasconsumidoras. Desse movimento aparece o circuito económico na sua estruturação em

mercado.

TEORIA ELEMENTAR DA PROCURA E OFERTA

Não é objectivo desse curso desenvolver uma teoria completa da demanda e oferta. Nossa

intenção é fazer uma introdução da teoria da demanda e da oferta e apresentar uma visão

simplificada. Assim sendo iniciamos por definir a demanda ou procura e a oferta.

A procura ou demanda é definido como sendo o desejo que os indivíduos têm de comprar uma

determinada quantidade de um produto ou serviço à um determinado preço num determinado

período. Neste definição destaca-se dois elementos, nomeadamente: desejo que é aspiração, um

plano e não sua realização. Não se deve confundir procura com compra. O segundo elemento é

fluxo por unidade de tempo que é o nível de necessidade de um bem em um determinado tempo.

Do conceito da procura, os economista, anunciaram a lei da procura, a qual refere: a medida que

o preço aumenta, mantendo o resto constante, as quantidades procurada por um individuo num 13

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determinado período reduz, ou seja, as quantidades procuradas têm uma relação inversa com o

preço. Matematicamente a lei da procura é dada pela seguinte equação:

Qd = a – bP

Onde:

Qd = quantidade de bem procurado

a = quantidade de bem que não depende de preço

b = propensão marginal a consumir

P = preço do bem

FACTORES QUE AFECTAM A PROCURA

O desejo de procurar um bem por parte dos indivíduos num determinado período, segundo a

teoria da procura, depende dos seguintes factores: o rendimento disponível, preço do bem que

deseja procura, preço de outros bens, sobre tudo bens complementares e substituto, gostos ou

preferência do individuo.

A oferta é a quantidade de um produto ou serviço que os produtores ou empresas desejam vender

no mercado por unidade de tempo à um dado nível de preço. A semelhança da procura, a oferta

apresenta dois elementos, nomeadamente: desejo e fluxo de unidades de bem por tempo.

Do conceito da oferta nasce a lei da oferta, a qual diz: a medida que o preço aumenta, mantendo

o restoconstante, as quantidades oferecidas por empresa ou produtor num determinado período

aumenta, ou seja, as quantidades oferecidas têm uma relação direita com o preço.

Matematicamente a lei da oferta é dada pela seguinte equação:

Qs = a + bP

Onde:

Qs = quantidade de bem oferecida

a = quantidade de bem que não depende de preço

b = propensão marginal a oferecer

P = preço do bem14

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FACTORES QUE AFECTA A OFERTA

O desejo de oferecer um dado bem por parte dos indivíduos num determinado período, segundo a

teoria da oferta, depende dos seguintes factores: tecnologia, preço do bem que se deseja

oferecer, preço de factores de produção, preço de outros bens.

EQUILIBRIO DO MERCADO

O preço em uma economia do mercado é o mecanismo que regula o comportamento da oferta e

da procura e é determinado tanto pela oferta quanto pela procura. Ou seja, quando a oferta está

satisfeita com o preço, aceita em mudar de propriedade de um bem entregando-o ao individuo

que procura esse bem e o mesmo acontece com a procura, ou seja, quando também está satisfeita

com o preço aceita em receber esse bem a esse preço.

Em outras palavras vale dizer que, quando a oferta e a procura se cruza no mercado, discutem o

preço e determinam as quantidades. O nível de preço aceite pela oferta e procura, determina as

quantidades a ser oferecidas e procuradas no mercado. Quando se alcança este ponto, diz-se que

o mercado está em equilíbrio, ou seja, há equilíbrio de mercado. Matematicamente esse ponto é

dado quando a equação da lei da oferta é igual a equação da procura

Qs = Qd

a + bP = a – bP

ESTRUTURA DE MERCADO

O preço e a quantidade de equilíbrio nos mercados é resultado da acção da oferta e da procura.

Entretanto, a oferta e a demanda interagem de modo a apresentar resultados muitos distintos em

cada tipo de mercado, pois cada um tem características especifica de produto, número de

empresas participantes, nível de circulação e acesso a informação, tributação, regulamentação,

localização no espaço e no tempo. É com base nessas características que o mercado pode-se

estruturar ou se organizar para adequar as características acima referidas. Assim sendo, pode-se

definir estrutura do mercado como sendo modelos que capta aspectos inerente de como o

mercado está organizado.15

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Cada estrutura do mercado destaca alguns aspectos essenciais referente a oferta e procura,

baseado em hipóteses e características observadas no mercado, tais como: tamanho das

empresas, diferenciação dos produtos, transparência, objectivos dos empresários e acesso de

novas empresas. Nesta ordem de ideia, a estrutura de mercado está dividida em duas categorias.

Estrutura clássica básica. Nesta estrutura encontramos monopólio e concorrência perfeita. No

monopólio, existe um único vendedor ou empresa que fixa preço dos seus produtos, muitos

compradores, o seu produto não tem substituto próximo e a curva da receita media é a curva da

demanda do mercado. Na concorrência perfeita existe muitas empresas, muitos compradores,

nenhum comprador e vendedor fixa preço, os produtos são homogéneos, ou seja, existe

substitutos próximo dos produtos vendidos no mercado, existe perfeita circulação de informação

sobre o preço.

Outras estruturas clássica. Nesta estrutura encontramos concorrência monopolista, oligopólio,

monopsónio e cartel. Na concorrência monopolista chamada concorrência imperfeita onde existe

muitas empresas que produzem produtos diferenciados e substituto próximo. Oligopólio é uma

estrutura caracterizada pela existência de um reduzido número de produtores e vendedores,

produzindo produtos substitutos que são próximo de si, ou seja, existe poucos compradores que

domina o mercado, para muitos vendedores. E finalmente o cartel é uma organização formal e

informal de produtores de um sector que determina a política de preço para todas empresas que o

compõem, existe repartição de quota do mercado e procura maximizar o lucro.

16Texto de Apoio de ELEG/2015. Uniz/FCT. Eng. Civil, Mecatrónica, Informática e Processo. 3º ano. Docentes: João Paulino e Zidane Tomás

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TEORIA DA FIRMA: PRODUÇÃO E A FIRMA

Em economia de mercado, os consumidores e as firmas constituem unidades do sector do

consumo e do sector da produção respectivamente. Ao desenvolver suas actividades de consumir

e de produzir, ambos sectores se inter-relacionam por intermédio de preços.A teoria económica

se preocupa em estudar o comportamento das unidades do sector de consumo e de produção.

No sector de consumo, usa-se a teoria do consumidor que procura explicar o comportamento do

consumidor. E no sector de produção utiliza-se a teoria da firma – que estuda o comportamento

das empresas. Esta teoria é divida em duas partes, nomeadamente a teoria da produção e teoria

de custos. A teoria de produção estuda a problemática de produção e a teoria de custos estuda a

problemática dos custos de produção.

TEORIA DE PRODUÇÃO

Produção é o processo de transformação de factores de produção em um bem – produto ou

serviço – com valor de factores de produção utilizado na produção. Ainda pode se definir a

produção como sendo a transformação dos factores adquiridos pela empresa em produtos para

venda no mercado.

Este conceito chama atenção na necessidade de questionar o seguinte: quem processaesses

factores e o que é factor de produção e quais são? A resposta dessas questões são: Quem processa

os factores de produção chama-se empresa ou firma que pode ser definida sob ponto de vista da

teoria de preço, que é uma unidade técnica que produz bens.

17Texto de Apoio de ELEG/2015. Uniz/FCT. Eng. Civil, Mecatrónica, Informática e Processo. 3º ano. Docentes: João Paulino e Zidane Tomás

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A resposta do que é processado, evidentemente é factor de produção, nomeadamente, matéria

prima, capital e trabalho que se define como sendo bens e serviços transformáveis em

produtos.Os factores de produção pode ser primário, aqueles que não são produzidos pelas outras

empresas e secundários, os produzidos pelas outras empresas e que depois passa pelo processo

de transformação

FUNÇÃO PRODUÇÃO

O empresário ao decidir o que, como e quanto produzir, vai na medida das suas respostas

advinda do mercado consumidor, variar a quantidade utilizada dos factores de produção, para

com isso, variar as quantidades produzidas do produto. Essa decisão esta sujeita a restrições

económicas, financeiras e técnica. A restrição técnica chama-se função de produção.

A função de produção identifica a forma de solucionar os problemas técnicos da produção, pela

apresentação das combinações de factores que podem ser utilizados para o desenvolvimento do

processo produtivo. Matematicamente pode ser ilustrada da seguinte forma

Q = f(X1, X2, X3,.....Xn); Q ˃ 0, X1˃ 0, X2˃ 0, X3˃ 0,.....Xn˃ 0

Onde:

Q = quantidade de produção ou simplesmente produção

f = função ou nível de combinação

X1, X2, X3,.....Xn = quantidades de factores utilizados

Na análise da teoria de produção, considera-se dois tipos de relações entre as quantidades

produzidas do produto e quantidades de factores utilizados. A primeira ocorre quando alguns

factores são fixos eoutros variáveis, esse tipo de relação chama-se análise do curto prazo e a

segunda ocorre quando todos factores de produção são variáveis, esse tipo de relação chama-se

análise de longo prazo.

ANALISE DO CURTO PRAZO

Na análise do curto prazo, a função de produção possui um factor de produção fixo e os restantes

são variáveis. Neste contexto, a função produção é apresentada da seguinte forma18

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Q = f(X0, X1, X2,.....Xn); Q ˃ 0, X˃ 0, X1˃ 0, X2˃ 0,.....Xn˃ 0

Onde

Q = quantidade de produção ou simplesmente produção

f = função ou nível de combinação

X0= quantidade de factor fixo utilizado

X1 X2,.....Xn = quantidades de factores variáveis utilizados

Nessa análise da produção total depende da quantidade do factor variável usado no processo

produtivo, dai que se chama produto total do factor variável que é definida como sendo o nível

de produção que se obtém em consequência da variação do factor variável.

Sendo que o factor variável irá determinar o nível de produção, surge o conceito de

produtividade média do factor variável – que éo resultado do quociente da quantidade total

produzida pela quantidade de factor variável utilizado. Matematicamente pode ser representada

pela seguinte expressão:

PM = Q/X1

Onde:

Q = quantidade total produzida

X1 – quantidade de do factor variável usado

PM = produção média do factor variável.

Outro conceito ligado a analise do curto prazo é a produtividade marginal do factor variável, que

é a relação entre a variação do produto total e as variações da quantidade utilizada dos factores

variável. Matematicamente é dada pela seguinte equação

PMg = ΔQ/ΔX1

Onde:

PMg = produção marginal

ΔQ = variação da produção total

ΔX1= variação do factor variável19

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O conceito da produtividade marginal, dá origem a lei dos rendimentos decrescentes analisado na

parte introdutória, que determina que aumentando a quantidade de um factor variável,

permanecendo a quantidade dos demais factores fixa, a produção, inicialmente crescerá a taxa

crescenteaseguir, depois de uma certa quantidade utilizada do factor variável, passará a crescer

a uma taxa decrescente, continuando a incrementar a utilização do factor variável, a produção

decrescerá.

ANALISE DO LONGO PRAZO

Nesta analise, a relação entre as quantidade de factores utilizadas e a quantidade de produção

obtida. Nessa analise admite a hipótese de que todos factores são variáveis. Em termos gerais a

função de produção é representada pela seguinte equação matematicamente:

Q = f(X1, X2, X3,.....Xn); Q ˃ 0, X1˃ 0, X2˃ 0, X3˃ 0,.....Xn˃ 0

Onde

Q = quantidade de produção ou simplesmente produção

f = função ou nível de combinação

X1 X2,.....Xn = quantidades de factores variáveis utilizados

A analise de longo prazo é feita usando os seguintes conceitos:

isoquantas, taxa marginal de substituição técnica entre factores, rendimentos de escala. A

isoquantas ou mapas de produção significa igual quantidade, também chamada de linha de

indiferença de produção, ainda conhecida de linha de igual produção que é definida como sendo

uma linha na qual todos os pontos representam combinações dos factores que indicam a mesma

quantidade produzida.

O comportamento do perfil das isoquantas é determinado pelo três propriedades: apresenta

comportamento decrescente da esquerda para direita, são convexas com relação a origem dos

eixos cartesianos, e não se cruzam em tangenciam. O seu comportamento decrescente deve-se ao

sinal da taxa marginal de substituiçãotécnica entre factores que é sempre negativo.20

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A taxa marginal de substituição técnica dos factores revela qual deverá ser o acréscimo da

utilização do factor X1, isto é –ΔX1para que, compensando o descresimo de utilização do factor

X2(+ΔX2) mantenha constante a quantidade de produto produzidos. Em outras palavras, vale

dizer, que a taxa marginal de substituição mostra a relação entre da redução de utilização de um

factor e aumento da utilização de outro factor mantendo a mesma quantidade de produção.

Matematicamente é representada pela seguinte equação:

TMSTX1,X2 = - ΔX1/+ΔX2

Onde:

TMSTX1,X2 = taxa marginal de substituição técnica de factor de produção

- ΔX1= redução da utilização do factor de produção

+ΔX2aumento da utilização de factor de produção

O último conceito a discutir na analise de longo prazo é rendimento a escala. O significado de

escala de produção é o ritmo da variação da produção total, segundo a proporção de combinação

entre factores de produção. Ou seja, rendimento a escala é o resultado, em termos do produto

final obtido por meio da variação da utilização dos factores de produção e descreve a relação

tecnológica. De acordo com a resposta da quantidade de produção obtida, o rendimento a escala

pode ser de três tipo, nomeadamente: rendimento a escala crescente, rendimento a escala

decrescente e rendimento a escala constante.

Rendimento a escala crescente ocorre quando a variação na quantidade do produto total é mais

do que proporcional à variação da quantidade de factores utilizados. O exemplo, um amento de

10% da utilização de factores a produção aumenta em 20%. As causas de rendimento a escala

crescente são duas, nomeadamente:

Relações dimensionais, ou seja, se o diâmetro de um tubo é dobrado, por exemplo, o fluxo de

água que passa por ele mais que dobra apesar desse fenómeno na maioria dos casos, apresente

restrições materiais e técnica. A segunda causa é a existência da indivisibilidade entre factores de

produção. Isto significa dizer que os factores utilizados no processo produtivo possuem

dimensões mínimas definidas de variação. O exemplo disso é quando a empresa aumenta sua 21

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produção precisa de dimensionar seus equipamentos. O dimensionamento de equipamento

poderá exigir aumento excessivo de um dos factor que não é possível ter em sua metade.

O segundo tipo é rendimento a escala constante que ocorre quando a variação do produto total é

proporcional à variação da quantidade da utilização de factores de produção. Ou seja, o aumento

da 10% na utilização de factor resulta em um acréscimode 10% da produção total. É a fase mais

longa e abordagem um intervalo de tempo mais longo da produção numa empresa.

O último de tipo de rendimento a escala é rendimento à escala decrescente que ocorrem quando a

variação da produto total é menos que proporcional à variação na utilização dos factores de

produção. Ou seja, um aumento de 10% da utilização de factor de produção a produção cresce

em 5%. Este rendimento deve-se a existência de pelo menos um factor fixo que não pode se

expandir apesar de no longo prazo todos factores de produção sejam considerados variáveis, não

se pode variar, por exemplo, o número de empresário.

IMPORTÂNCIA DA TEORIA DE PRODUÇÃO

A teoria de produção apresenta grande importância para os engenheiros, porque, os seus

princípios proporcionam bases para analise de custos e a oferta dos bens produzidos, constitui

peça fundamental para analise dos preços e emprego dos factores de produção, estuda a alocação

dos factores de produção entre diversos usos alternativos no processo produtivo.

TEORIA DA FIRMA

O objectivo principal da empresa é maximizar os seus resultados à quando da realização da sua

actividades produtivas. Assim sendo, a empresa procura obter a máxima produção total possível

em face da utilização de certa combinação de factores. Em economia monetária, os factores de

produção são obtidos mediante um preço, ou seja, a empresa precisa de pagar para utilizar um

factor de produção. A quantidade de factor utilizada multiplicada pelo seu preço, constituirá a

despesa total que a empresa deve suportar para dar andamento da sua produção. Esse despesa é

chamada de custo total de produção.

A optimizar os resultados obtidos na produção, a empresa precisa resolver dois problemas, 22

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nomeadamente: maximizar a produção total para um determinado nível de custos totais e ou

minimizar os custos totais para um dado nível de produção. Em qualquer dos casos a empresa

estará a maximizar ou optimizar seus resultados. Neste ponto, a empresa estará em equilíbrio da

empresa.

CUSTOS DE PRODUÇÃO

Conhecido os preços de factores de produção e sua quantidade é possível determinar o custo total

de produção definido como sendo o total das despesas realizadas pela empresa com a utilização

da combinação mais económica dos factores por meio de qual é obtida uma determinada

quantidade do produto.

Os custos totais de produção são constituídos por dois tipos de custos, nomeadamente: custos

fixos (CFT) e custos variáveis (CVT). Os primeiros custos corresponde à parcela dos custos

totais que não depende do volume de produção e muito menos da sua realização, são decorrente

dos gastos com os factores fixos de produção. Os custos variáveis totais são parcelas de custos

totais que depende da volume da produção ou volume de factores variáveis usados na produção.

Os custos fixos e variáveis são determinados pelas seguintes equações:

CFT = P x FF

CVT = P x FV

Onde:

CFT – Custos Fixos Totais

P – Preço do mercado de factor

FF – Custos fixo

CVT – Custos variáveis totais

FV – Factor variável

O custo total é a soma de custos fixos totais (CFT) e custos variáveis totais (CVT), que 23

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matematicamente é apresentada pela seguinte expressão:

CTP = CFT + CVT

CTP = P x FF + p x FV

Onde:

CTP – custos totais de produção

CFT – Custos Fixos Totais

P – Preço do mercado de factor

FF – Custos fixo

CVT – Custos variáveis totais

FV – Factor variável

A analise dos custos é feita a semelhança da produção em dois tipo: analise de curto prazo e de

longo prazo. Os pressupostos de analise são os mesmos da analise da produção. Ou seja, no curto

prazo existe dois tipo de custos – custos variáveis e custos fixos. Na analise do longo prazo todos

os custos são variáveis.

No curto prazo, os custos totais de produção depende directamente do nível de produção

estabelecida pela empresa associado aos gastos com factores de variáveis. E a analise de curto

prazo, interessa analisar custos médios ou unitário, custos marginais. Os custos médios totais

podem ser dissociados em custo médio totais variáveis e custos médios fixos. Ambos calcula-se

fazendo o quociente do custo total pela quantidade total da produção. Matematicamente pode ser

apresentado pela equações seguintes:

CMe = CTP/Q

CMe = (CFT +CVT)/Q

CMe= CFT/Q + CVT/Q

Onde 24

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CMe = custos médios

CFT = custos fixos totais

CVT = custos variáveis totais

Outro conceito de analise é custos marginais do curto prazo definido como sendo determinado

pela variação dos custos totais em resposta a variação de uma quantidade de produto produzidos.

Matematicamente é apresentado pela seguinte expressão:

CMg = ΔCTP/ΔQ

Onde:

CMg = custos marginais

ΔQ = variação da produção total

ΔCTP= variação dos custos totais

Os custos marginais totais podem ser dissociados em custos marginais fixos e custos marginais

variáveis. Para o efeito, pode decompor os custos totais em variáveis e fixos dividindo cada

componente pela variação da quantidade total do produto produzidos.

No longo prazo, a semelhança da analise feita na teoria de produção é equivalente a analise que

deve ser feita na analise dos custos no longo prazo. Ou seja, no longo prazo todos os custos são

variáveis, mais na vida real nem todos custos são variáveis, pois, existem custos que não variam

mesmo que a produção varie. Trata-se de salários de trabalhadores efectivos e alguns serviços

oferecidos para apoiar o processo produtivo.

RENDIMENTOS DA EMPRESA

Ao realizar o processo produtivo de bens e serviços, a empresa deseja compensar sua actividade

criadora de riqueza. Assim, os custos de produção identifica o esforço para realizar a produção e

têm como contrapartida o rendimento ou receita recebida pela venda da produção no mercado. O

rendimento ou receita total das vendas de uma empresa é definida como sendo o resultado da 25

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multiplicação da quantidade total do produto oferecida e vendida no mercado pelo respectivo

preço de venda. Matematicamente é apresentada pela seguinte expressão.

RT = P x Q

Onde

RT = rendimento ou receita total da vendas

P = preço de venda de produto

Q = quantidade vendida

A semelhança dos custos e produção, o rendimento pode ser analisado em receitas média que

resulta do quociente entre a receita total pela quantidade vendida. De igual modo pode-se

determinar receita marginal que pode ser calculada pelo quociente entre a variação da receita

total pela variação da quantidade total vendida.

EQUILIBRIO DA EMPRESA

Como foi dito que a empresa tem por objectivo maximizar o valor da sua produção, ela poderá

continuar a produzir até no ponto em que os custos igual a receita ou rendimento total. Neste

ponto a empresa não tem lucro nem prejuízo, ou seja, o lucro é igual a zero – neste ponto, disse –

se que a empresa está em equilíbrio. Quando a receita estiver a acima dos custos disse-se que a

empresa está tendo lucro. E quando a receita estiver abaixo dos custos, disse-se que a empresa

está somando prejuízos. Ou seja:

RT ˃ CTP - lucro

RT = CTP - não há lucro nem prejuízo (equilíbrio) também chamado brack even point.

RT ˂ CTP - prejuízo

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