elaine da rosa bueno...trabalho de conclusão de curso apresentado à ... de habitats e as...

46
ELAINE DA ROSA BUENO RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE AVES NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE TAIAMÃ, CÁCERES, MATO GROSSO Cuiabá-MT UNIVERSIDADE DE CUIABÁ UNIC Faculdade de Ciências Biológicas 2013/2

Upload: others

Post on 25-Feb-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

ELAINE DA ROSA BUENO

RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE AVES NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE

TAIAMÃ, CÁCERES, MATO GROSSO

Cuiabá-MT

UNIVERSIDADE DE CUIABÁ – UNIC

Faculdade de Ciências Biológicas

2013/2

Page 2: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

ELAINE DA ROSA BUENO

RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE AVES NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE

TAIAMÃ, CÁCERES, MATO GROSSO

Trabalho de conclusão de Curso apresentado à

Faculdade de Ciências Biológicas da Universidade

de Cuiabá-UNIC, para obtenção do grau de

Licenciatura e Bacharelado em Ciência Biológicas,

orientado pelo Prof. MSc. Mahal Massavi

Evangelista e co orientado pela MSc Sara Miranda

Almeida.

Cuiabá-MT

UNIVERSIDADE DE CUIABÁ – UNIC

Faculdade de Ciências Biológicas

2013/2

Page 3: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

CRÉDITOS INSTITUCIONAIS

UNIC

UNIVERSIDADE DE CUIABÁ

Reitor

RUI FAVA

Pró-Reitor Acadêmico

ANTÔNIO ALBERTO SCHOMMER

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Diretora

Prof.ª Drª MIRAMY MACEDO

PROFESSOR COORDENADOR DA DISCIPLINA DE TCC II

Agda Lemes dos Santos

Page 4: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal
Page 5: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

Dedico este trabalho a todos que acreditaram em meu potencial, principalmente a minha

mãe Domingas que me apoiou e incentivou durante estes quatro anos de curso.

Page 6: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, que me deu força e determinação para vencer esta

etapa da minha vida.

A minha mãe Domingas e a minha tia Ana, que sempre estiveram ao meu lado nos

momentos difíceis e alegres da minha vida, sempre me apoiando e incentivando a

alcançar meus objetivos com muita dedicação.

A meu amigo Erivelton, que sempre esteve presente me auxiliando nos trabalhos, nas

dificuldades enfrentadas durante o curso, pela paciência, compreensão e incentivo, por

acreditar no meu potencial.

Ao meu pai Valmir, minha irmã Elisangela, sobrinha Maria Eduarda e cunhado Arrison

pelo apoio ao longo do curso.

Ao Prof. Wilson Santos pela iniciativa e oportunidade de ofertar bolsas de estudos no

ensino superior aos jovens cuiabanos, acreditando em nosso potencial.

Aos meus colegas da faculdade em principal minhas amadas amigas Glaciele, Cléia,

Carla, Flávia e Taytyane pelo companheirismo e incentivo nestes quatro anos, sempre

contribuindo para a realização de excelentes trabalhos.

A todos colegas que ajudaram na coleta dos dados, em especial Franciele Valero,

Jéssica Rodrigues e Jociane Casasús, obrigada pela companhia e dedicação em campo.

À todos docentes do curso, em principal, Gislei, Jaime, Randal e Vera que sempre

mostraram muita dedicação e amor à profissão.

Ao meu Orientador Mahal Massavi Evangelista e Co-orientadora Sara Miranda de

Almeida pela dedicação e pelos conhecimentos transmitidos, que me incentivou a

realizar a presente pesquisa.

Ao ICMBio de Cáceres, em principal aos Analista Ambiental Selma, Tadeu e Daniel,

pela atenção, dedicação e apoio logístico durante a execução da pesquisa.

Page 7: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

RESUMO

O Pantanal possui extraordinária concentração e abundância de vida selvagem. A

crescente quantidade de indivíduos existentes esta associado à variedade dos mosaicos

de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da

Planície do Pantanal é bastante diversificada devido à influência exercida pelos quatro

biomas vizinhos: Cerrado, Chaco, Amazônia e Mata Atlântica. Observando as pesquisas

já realizadas na Planície do Pantanal, nota-se a existência de lacunas geográficas em

determinadas localidades, principalmente em períodos de cheia. Em grande parte não

foi satisfatoriamente amostrado de forma sistematizada, principalmente a região do Alto

Pantanal, o que sugere a necessidade de inventários mais detalhados. A pesquisa teve

como objetivo conhecer a riqueza e abundância de aves ocorrentes em duas

fitofisionomias da região do Alto Pantanal na área da Estação Ecológica de Taiamã,

localizada no município de Cáceres - Mato Grosso. Para a realização da pesquisa foram

utilizados dois métodos para a amostragem das aves, a captura com redes de neblinas e

censo por pontos. Foram registradas 157 espécies de aves, correspondente a 33,90% das

espécies registradas para a planície Pantaneira, estes foram distribuídos em 19 ordens e

38 famílias. Destes, 21 famílias (55,26%) são pertencentes à ordem dos Não-

Passeriformes, e 17 famílias (44,73%) pertencem à Ordem Passeriformes. Dentre as 157

espécies registradas uma se encontra ameaçada de extinção, no Brasil, a Penelope

ochrogaster. As famílias mais abundantes foram Tyrannidae com 31 espécies (19,74%),

e Thraupidae com 12 (7,64%) espécies. Dentre os Não-Passeriformes, os Psittacidae e

Trochilidae foram os melhores representados, cada uma com 9 espécies (5,73%),

seguida por Picidae com 8 espécies (5,09%). A fitofisionomia com maior abundância de

aves foi a Mata Ciliar não inundável ocorrendo 122 espécies, enquanto que a Mata

Ciliar inundável apresentou apenas 94 táxons. As espécies mais abundantes foram

Myiopsitta monachus (IPA = 7,83), Brotogeris chiriri (IPA = 6,44); Patagioenas

cayennensis (IPA = 5,61) e Ramphocelus carbo (IPA = 5,11). Por sua vez, as espécies

menos abundantes nessas áreas foram Hydropsalis albicollis, Aburria cujubi,

Chloroceryle americana, Coccycua minuta, Satrapa icterophrys, Myiophobus fasciatus,

Urubitinga urubitinga, Piculus chrysochloros, todas com valor de IPA igual a 0,06.

Quanto ao período sazonal, a estação seca, foi melhor representada com 104 táxons, e a

estação de cheia com 101, enquanto que a estação da vazante foi a que registrou menor

número de espécies, apenas 86. A diversidade de espécies no período de seca esta

associada ao inicio do período reprodutivo das aves, à chegada das espécies migratórias

e maior disponibilidade de alimentos. Outros fatores que contribuíram para a riqueza e

abundância das espécies foram à heterogeneidade e estrutura florestal, principalmente,

na mata não inundável. As riquezas ocorrentes na ESEC Taiamã tendem a aumentar

através de novos inventários, pois os resultados apresentados conferem apenas para duas

fitofisionomias: Mata Ciliar inundável e Mata Ciliar Não Inundável.

Palavras-chaves: Ornitofauna. Alto Pantanal. Florestas Ciliares.

Page 8: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Localização da Estação Ecológica de Taiamã em relação ao Estado de

Mato Grosso (A). Localização da Estação Ecológica de Taiamã em relação ao

munícipio de Cáceres (B)._______________________________________________14

Figura 02 – Caracterização da vegetação da Mata Ciliar Não-Inundável (A).

Composição Vegetativa da Mata Ciliar Inundável

(B)._________________________________________________________________16

Figura 03 – Montagem das redes de neblina (A). Redes de neblina abertas na

fitofisionomia Não Inundável (B)._________________________________________17

Figura 04 –Estimativa de Riqueza de espécies (Jackknife) em duas fitofisionomias da

Estação Ecológica de Taiamã, munícipio de Cáceres, Mato Grosso, no período de 2012

e 2013.______________________________________________________________23

Figura 05 - Pyrocephalus rubinus espécie registrada na mata não inundável (A).

Poecilotriccus latirostris a segunda espécie mais capturada da família Tyrannidae (B).

Todirostrum cinereum espécie registrada nas duas fitofisionomias (C). Pitangus

sulphuratus teve maior registro na mata inundável (D).________________________25

Figura 06 - Indivíduo fêmea da espécie Lanio cucullatus (A). Espécie Paroaria

capitata registrada durante as três estações (B). Thlypopsis sórdida espécie ocorrente na

estação seca e vazante, na MC – NI (C). Phaethornis pretrei indivíduo nectarívoro

ocorrente na MC – Nl (D)._______________________________________________26

Figura 07 - Riqueza de espécies nas duas fitofisionomias da Estação Ecológica de

Taiamã, Cáceres, Mato Grosso. ___________________________________________27

Figura 08 - Myiopsitta monachus espécie nidificando (A). Individuo macho da espécie

Ramphocelus carbo, uma das espécies mais abundantes na ESEC (B).____________30

Figura 09 - Valores de Índice Pontual de Abundância para as duas fitofisionomias

amostradas da Estação Ecológica de Taiamã, município de Cáceres, Mato Grosso, no

período de 2012 e 2013._________________________________________________30

Page 9: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

Figura 10 - Tigrisoma lineatum jovem._____________________________________33

Figura 11 - Riqueza de espécies durante as três campanhas amostrada, na Estação

Ecológica de Taiamã, Cáceres, Mato Grosso, no período de 2012 a 2013.__________35

Figura 12 – Choca-barrada capturada na MC – NI (A). Donacobius atricapilla espécie

comum em brejos e ambientes aquáticos (B). Picumnus albosquamatus (C) e Trogon

curucui (D) registrados nas duas fitofisionomias da ESEC de Taiamã, no período de

2012 e 2013.__________________________________________________________37

Figura 13 - Stelgidopteryx ruficollis espécie abundante na mata não inundável (A).

Sporophila leucoptera espécie registrada na mata ciliar não inundável durante as três

estações amostradas (B). Indivíduo macho Sporophila lineola (C). _______________38

Page 10: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Relação das espécies de aves registradas em duas fitofisionomias da

Estação Ecológica de Taiamã, Cáceres, Mato Grosso, no período de setembro (2012),

março e junho de 2013.__________________________________________________19

Tabela 02- Valores de IPA das espécies de aves mais abundantes registradas na Estação

Ecológica de Taiamã nos períodos de seca, cheia e vazante em cada ambiente

amostrado: MC – NI = mata ciliar não inundável; MC – I = mata ciliar inundável.

Município de Cáceres, Mato Grosso, no período de 2012 e 2013._________________31

Tabela 03 – Espécies de aves mais abundantes em dois ambientes na Estação Ecológica

de Taiamã: MC – NI = mata ciliar não inundável; MC – I = mata ciliar inundável.

Município de Cáceres, Mato Grosso, no período de 2012 e 2013. ________________32

Page 11: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................12

2 – METODOLOGIA....................................................................................................14

2.1 Área de estudo...........................................................................................................14

2.2 Material e Métodos....................................................................................................17

3- RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................19

3.1 Riqueza de espécies...................................................................................................19

3.2 Abundância de espécies.............................................................................................29

3.3 Comparação entre as estações estudadas...................................................................35

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................40

5- REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS....................................................................41

Page 12: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

INTRODUÇÃO

O Pantanal é uma das maiores áreas alagáveis do planeta, ocupando 140.000

Km² das planícies da bacia do alto rio Paraguai, onde esta situado na porção oeste do

Brasil abrange parte do Estado de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estendendo-se

até a Bolívia e o Paraguai (ADAMÓLI 1981; Ab´SÁBER 2006; NUNES 2008). De

acordo com Junk & Da Silva (1996) os regimes cíclicos anuais de seca e cheia, são

responsáveis pelo estabelecimento da dinâmica do pulso de inundação no Pantanal,

regulamentando assim a manutenção e a distribuição das espécies ocorrentes neste

ecossistema.

Para Antas (2004) este regime cíclico é responsável pela biodiversidade

encontrada no Pantanal, sendo que no período de cheia, ocorre a dispersão de nutrientes

oriundos dos planaltos e serras circundantes, onde estes são distribuídos para toda

planície pantaneira, garantindo a manutenção e sobrevivência de inúmeras espécies de

animais e vegetais.

O Pantanal possui extraordinária concentração e abundância de vida selvagem.

A crescente quantidade de indivíduos existentes esta associado à variedade dos

mosaicos de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. Em

pesquisas realizadas na região já foram registradas cerca de 124 espécies de mamíferos,

41 espécies de anfíbios, 177 de répteis, mais de 260 espécies de peixes e 423 espécies

de aves (HARRIS et al, 2005).

A avifauna da Planície do Pantanal é bastante diversificada devido à influência

exercida pelos quatro biomas vizinhos: Cerrado, Chaco, Amazônia e Mata Atlântica

(BROWN, 1986). Segundo Nunes (2011) o Pantanal brasileiro ocupa o quarto lugar no

ranking nacional de diversidade de aves.

A primeira pesquisa sobre a avifauna do Pantanal ocorreu em Cáceres e Caiçara,

em Mato Grosso, sendo realizada no início do século XIX, pelo pesquisador Johann

Natterer onde foram coletadas cerca de 150 espécies (TUBÉLIS & TÓMAS, 2002),

neste período era utilizado apenas o método de coleta de indivíduos. Os estudos

direcionados a avifauna despertaram mais atenção dos pesquisadores a partir de 1970,

através de métodos baseados em captura, observação direta e vocalização das aves.

Os primeiros registros ornitológicos e a produção de uma listagem de aves para

região do Pantanal foram realizados em 1984 por Weinberg, onde foram listadas 113

Page 13: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

13

espécies de aves. Em estudos realizados por Brown (1986) foram constatadas 346

espécies de aves, enquanto que para Cintra & Yamashita (1990) foi apresentado 317

espécies para o Pantanal de Poconé, Mato Grosso. Foram totalizadas para todo o

Pantanal 698 espécies, apresentados por Dubs (1992). Em pesquisas mais recentes na

planície pantaneira foram listadas 463 espécies de aves por Tubélis & Tómas (2003).

Foram registradas por Nunes et al (2005) 272 espécies de aves no Pantanal da

Nhecolândia, em Mato Grosso do Sul, enquanto que Pivatto et al (2008) registrou 273

espécie para o Pantanal de Aquidauana, Mato Grosso do Sul, este número corresponde a

59% das aves revisadas por Tubélis & Tómas em 2003. Em estudos realizados por

Nunes et al (2008) foi relatado a ocorrência de mais de 570 espécies de aves na planície

do Pantanal. Para Nunes et al (2010) foram registradas 329 espécies ao longo da Estrada

Parque Pantanal na cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul.

Para região norte do Pantanal mato-grossense Signor & Pinho (2011)

registraram 163 espécies distribuídas em diferentes mosaicos vegetacionais, enquanto

que para esta mesma região Pinho & Marini (2012) registraram 215 espécies de aves

para quatro fitofisionomias florestais (Cordilheiras, matas de Carvoeiro, matas de

Cambará e matas de Landi).

Observando as pesquisas já realizadas na Planície do Pantanal, nota-se a

existência de lacunas geográficas em determinadas localidades. As pesquisas

desenvolvidas são provenientes de locais de fácil acesso, enquanto que as áreas de

difícil acesso, principalmente em períodos de cheia, em grande parte não foram

satisfatoriamente amostradas de forma sistematizada, principalmente para a região do

Alto Pantanal, na porção do município de Cáceres, o que sugere a necessidade de

inventários mais detalhados.

Portanto, verificando a escassez de estudos sobre a avifauna na região do Alto

Pantanal, este estudo teve como objetivo conhecer a riqueza e abundância de aves em

duas fitofisionomias na região do Alto Pantanal na Estação Ecológica de Taiamã,

munícipio de Cáceres - Mato Grosso.

Page 14: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

14

2 METODOLOGIA

2.2 ÁREA DE ESTUDO

O presente estudo foi realizado na Estação Ecológica de Taiamã, localizada na

região da Bacia Alto Paraguai, no munícipio de Cáceres, Mato Grosso, entre as

coordenadas Lat. 16º 48’ 50’’ – 16º 56’ 46’’ S; e Long. 57º 42’ 56’’ – 57º 37’ 43’’ W.

A Estação Ecológica de Taiamã foi criada pelo decreto Federal nº 86.061 de 02 de julho

de 1981, e corresponde a uma área de ilha fluvial com área de 11.200 hectares, porém,

nos dias atuais esta área tende a se ampliar para 14.325 hectares através da incorporação

da ilha de Sararé, que também é Patrimônio da União (ICMBio, 2008).

A ilha de Taiamã é delimitada pelos Rios Paraguai, Bracinho e Formoso e possui

distância de aproximadamente 198 Km da cidade de Cáceres, como mostra as figuras

1A e 1B. O nome da Estação é uma homenagem à espécie Rynchops niger, uma gaivota

pescadora e migratória, conhecida popularmente como talha-mar (ICMBio, 2008).

Segundo Antas (2004) esta ave é muito abundante na região do pantanal no período da

seca, pois neste período pode ser visualizado nas praias devido seu período de

reprodução.

Figura 01- Localização da ESEC Taiamã em relação o estado de Mato Grosso (A). Localização da ESEC

Taiamã em relação ao munícipio de Cáceres (B).

Fonte: ICMBio, 2008

A B

Page 15: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

15

Os campos inundáveis compõem em maior parte a paisagem da Estação Ecológica de

Taiamã. Porém, há uma grande variedade de ambientes aquáticos no interior da ESEC –

com lagoas permanentes e temporárias, lagoas de meandros e corixos – fortemente

influenciadas pela sazonalidade do regime hidrológico do rio Paraguai. Esta Unidade de

Conservação possui muitas lagoas e riachos, os quais servem como refúgio reprodutivo

e de desenvolvimento para muitas espécies de peixes e aves. Apresenta extensos

campos de gramíneas intercalados com elementos florestais de porte elevado e esguio,

formando pequenos blocos distribuídos nas ilhas. Outra característica vegetacional

importante é a mata ciliar composta junto aos Rios Bracinho, Paraguai e Formoso,

circundando as ilhas de Taiamã e Sararé (ICMBio, 2008).

Para a coleta de dados foram delimitadas duas áreas de amostragem, a floresta

não inundável e a floresta inundável. A área de floresta não inundável (043º 77’ 29” S –

813º 76’ 58” W) trata-se de uma mata ciliar típica com heterogeneidade ambiental

(FIGURA 2A). Para Magalhães (1998) a vegetação das matas ciliares é constituída por

plantas de grande e médio porte como, por exemplo, a espécie Triplaris americana

(pau-de-novato), e Vochysia divergens (cambará), sendo estes intercalados por arbustos

e com inúmeras espécies de lianas.

Segundo Pott et al (2009) os terrenos não inundáveis do Pantanal são

caracterizados por espécies arbóreas similares às do cerradão de solos melhores e

também pelo Bosque Seco Chiquitano boliviano. Já para Castrillon et al (2011) a

vegetação desta região é classificada como Floresta Estacional Semi - Decidual Aluvial,

que são encontradas margeando os rios da bacia do rio Paraguai, sendo conhecida como

mata de galeria, mata ciliar, riparia e florestas inundáveis.

Nesta área observam-se extratos arbóreos com a presença de espécies das

famílias de Leguminosae, Moraceae, Melinaceae, Elaeocarpaceae, Capparidaceae,

Anacardiaceae, entre outros, sendo que estas árvores podem alcançar até 18 metros de

altura. Já os arbustos ocorrentes na ilha são representantes das famílias Compositae,

Apocynaceae, Malpighiaceae, Melastomataceae entre outras, podendo chegar até 3

metros de altura (ICMBio, 2008).

A floresta inundável (044º 06’ 51” S - 813º 58’ 61” W) é caracterizada pela

formação florestal sempre verde, monotípica, localmente denominada de mata de

abobreiro (FIGURA 2B), caracterizado pela presença da espécie Erythrina fusca. Esta

espécie é típica em matas ciliares e pântanos possuem inflorescências de coloração

Page 16: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

16

laranja, que ocorre durante os meses de maio a setembro (PARRINI & RAPOSO,

2010).

Essa formação é muito comum na região do Alto Pantanal, em especial na área

da ESEC Taiamã. Os abobreiros se condensam em ilhas florestais sazonalmente

inundáveis durante os meses de dezembro a junho. De acordo com o ICMBio (2008)

nessas áreas inundáveis os troncos de árvores e arbustos, ocasionalmente mortos, são

cobertos por trepadeiras das famílias Vitaceae, Passifloraceae, Convolculaceae, entre

outras. Em períodos de cheia o solo é coberto pelas águas do Rio Paraguai, tornando o

acesso muito difícil no interior da mata.

Figura 02 - Caracterização da vegetação da Mata Ciliar Não-Inundável (A). Composição Vegetativa da

Mata Ciliar Inundável (B).

Fonte: Elaine da Rosa Bueno, 2013

Mahal Massavi Evangelista, 2013

A B

Page 17: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

17

2.2 MATERIAIS E MÉTODOS

Os dados foram coletados durante três campanhas correspondentes aos ciclos

hidrológicos do Pantanal, a primeira ocorreu em setembro de 2012 (estação seca), a

segunda no mês de março de 2013 (estação cheia) e a terceira no mês de junho de 2013

(final da vazante). A amostragem ocorreu durante dois dias consecutivos em cada

campanha.

As duas fitofisionomias foram amostradas através da captura com redes de

neblinas com malha 36 mm e 3,5 m de altura e 10 m de comprimento (FIGURA 3A).

Foram utilizadas 20 redes de neblina, que ficaram abertas por dois dias consecutivos, no

período das 06: 00 hs as 10: 00 hs (FIGURA 3B), totalizando 120 hs/rede.

Figura 03: Montagem das redes de neblina (A). Redes de neblina abertas na fitofisionomia não inundável

(B).

Fonte: Mahal Massavi Evangelista, 2013

Todas as espécies capturadas foram marcadas com anilhas coloridas e anilhas

metálicas (padrão CEMAVE). As anilhas coloridas são utilizadas para diferenciar os

indivíduos de uma área e outra, para marcar as campanhas da pesquisa e individualizar

as espécies, neste último caso, quando o animal pode ser recapturado em campanhas

futuras. Enquanto que as anilhas metálicas possuem uma sequência de números,

correspondente a pesquisa em execução.

Foram mensurados os dados biométricos das espécies anilhadas. Para a

realização da biometria foram utilizados paquímetros de alumínio (milímetros),

dinamômetro de mão de 10, 100 e 300 gramas. Foram retiradas as medidas da massa

A B

Page 18: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

18

corpórea, comprimento da asa, bico, cauda e tarso, complementando com dados sobre a

presença ou ausência de placa de incubação, dimorfismo sexual, além de identificar a

cor da anilha colocada no indivíduo capturado.

Além das capturas em rede foi utilizado o método de amostragem censo por

ponto. Esta metodologia consiste na contagem de indivíduos de diferentes espécies,

através da amostragem por pontos sendo estimado o valor da abundância de cada

espécie a partir do número de contatos em cada ponto, e para obtenção dos valores de

Índice Pontual de abundância é necessário efetuar o cálculo onde se divide o número

total de contatos pelo número de pontos amostrados (VIELLIARD & SILVA 1990;

ALBUQUERQUE, 2001).

Nesta metodologia foram demarcados três pontos em cada área amostrada,

tendo distância de 100 metros entre cada ponto. Cada ponto foi amostrado por 15

minutos em cada campanha. Durante a amostragem era registradas todas as espécies

vistas e ouvidas em um raio de 50 metros, estas espécies eram contadas apenas uma vez

em cada ponto. As observações foram realizadas com auxílio de binóculos 8x42m, e

registradas através de fotografias. A sistemática das espécies seguiu Sick (1997),

incluindo as alterações propostas pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos

(CBRO, 2011).

A identificação das aves foi realizada com auxílio de guias de identificação,

principalmente, guias de Aves do Brasil ocorrentes no Pantanal e Cerrado. Quanto à

identificação das vocalizações foi realizado através de guias sonoros, das espécies

listadas para o Pantanal.

Page 19: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

19

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Riqueza de espécies

Foram registradas 157 espécies de aves, distribuídas em 19 ordens e 38 famílias

(Tabela 01). Destes, 21 famílias (55,27%) são pertencentes à ordem dos Não-

Passeriformes, e 17 famílias (44,73%) pertencem à Ordem Passeriforme. Em estudo

realizado por Pinho (2005) foram registrados para o Pantanal de Pirizal, 215 espécies de

aves pelos dois métodos, sendo as famílias Tyrannidae e Emberezidae as melhores

representadas da Ordem Passeriformes, e Trochilidae, Accipitridae e Picidae as mais

registradas entre os Não-Passeriformes.

Tabela 01 - Relação das espécies de aves registradas em duas fitofisionomias da Estação Ecológica de

Taiamã, Cáceres, Mato Grosso, no período de setembro (2012), março e junho de 2013.

TÁXON NOME VULGAR ESTAÇÃO

MC- I MC-NI STATUS Seca Cheia Vazante

ANSERIFORMES

Anhimidae

Chauna torquata Tachã x x x R

GALLIFORMES

Cracidae

Ortalis canicollis aracuã-do-pantanal x x x x x R

Penelope ochrogaster jacu-de-barriga-castanha x x x RE

Aburria cujubi Cujubi x x R

Crax fasciolata mutum-de-penacho x x x R

SULIFORMES

Phalacrocoracidae

Phalacrocorax brasilianus Biguá x x R

Anhigidae

Anhinga anhinga Biguatinga x x R

PELECANIFORMES

Ardeidae

Tigrisoma lineatum socó-boi x x x R

Ardea alba garça-branca-grande x x R

CATHARTIFORMES

Cathartidae

Coragyps atratus

ACCIPITRIFORMES

urubu-de-cabeça-preta

x

x

R

Accipitridae

Rupornis magnirostris gavião-carijó x x x x x R

Busarellus nigricollis gavião-belo x x R

Urubitinga urubitinga gavião-preto x R

GRUIFORMES

Aramidae

Aramus guaraúna Carão x x R

Rallidae

Aramides cajanea saracura-três-potes x x R

CHARADRIIFORMES

Charadridae

Vanellus chilensis quero-quero x x x x R

COLUMBIFORMES

Columbidae

Columbina talpacoti rolinha-roxa x x x R

Columbina picui rolinha-picui x x R

Columbina squammata

fogo-apagou

x

x

x

R

Page 20: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

20

TÁXON

NOME VULGAR

ESTAÇÃO

MC-I

MC-NI

STATUS

Seca

Cheia Vazante

Patagioenas cayennensis

pomba-galega

x

x x

x

x

R

Patagioenas picazuro Pombão x x x R

Leptotila verreuaxi juruti-pupu x x x x x R

Leptotila rufaxilla juruti-gemedeira x x x x x R

PSITTACIFORMES

Psittacidae

Myiopsitta monachus Caturrita x x x x x R

Brotogeris chiriri

periquito-de-encontro-

amarelo x x x x x R

Amazona aestiva papagaio-verdadeiro x x x x x R

Amazona amazônica curica x x x x x R

Diopsitacca nobilis maracanã-pequena x x x x R

Aratinga aurea periquito-rei x x R

Aratinga leucophtalma periquitão-maracanã x x x x R

Aratinga nenday periquito-de-cabeça-preta x x R

CUCULIFORMES

Cuculidae

Guira guira anu-branco x x x R

Piaya cayana alma-de-gato x x R

Coccycua minuta chicoã-pequeno x x x R

Crotophaga ani anu-preto x x x x R

Crotophaga major anu-coroca x x x R

STRIGIFORMES

Strigidae

Bubo virginianus Jacurutu x x R

Glaucidium brasilianum Caburé x x R

CAPRIMULGIFORMES

Caprimulgidae

Hydropsalis albicollis Bacurau x x R

Hydropsalis parvula bacurau-chintã x x R

APODIFORMES

Trochilidae

Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde x x x R

Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca x x R

Hylocharis chrysura beija-flor-dourado x x x x x R

Phaethornis pretrei rabo-branco-acanelado x x x R

Phaethornis subochraceus rabo-branco-de-barriga-fulva x x R

Thalurania furcata beija-flor-tesoura-verde x x x R

Phaethornis ruber rabo-branco-rubro x x x R

Glaucis hirsutus balança-rabo-de-bico-torto x x R

Polytmus guainumbi beija-flor-de-bico-curvo x x R

TROGONIFORMES

Trogonidae

Trogon curucui surucuá-de-barriga-vermelha x x x x R

CORACIIFORMES

Alcedinidae

Megaceryle torquata martim-pescador-grande x x x R

Chloroceryle inda martim-pescador-da-mata x x x R

Chloroceryle aenea Martinho x x x R

Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno x x R

GALBULIFORMES

Galbulidae

Galbula ruficauda ariramba-de-cauda-ruiva x x x x x R

Bucconidae

Monasa nigrifrons chora-chuva-preto x x x R

PICIFORMES

Picidae

Picumnus albosquamatus pica-pau-anão-escamado x x x x R

Celeus lugubris pica-pau-loiro x x R

Campephilus melanoleucos pica-pau-de-topete-vermelho x x R

Veniliornis passerinus picapauzinho-anão x x x x R

Page 21: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

21

TÁXON

NOME VULGAR

ESTAÇÃO

MC-I

MC-NI

STATUS

Seca

Cheia

Vazante

Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado x x R

Melanerpes cruentatus benedito-de-testa-vermelha x x R

Piculus chrysochloros pica-pau-dourado-escuro x x R

Celeus flavus pica-pau-amarelo x x R

PASSERIFORMES

Thamnophilidae

Pyriglena leuconota papa-taoca x x R

Hypocnemoides maculicauda solta-asa x x R

Cercomacra melanaria chororó-do-pantanal x x x R

Herpsilochmus longirostris chorozinho-de-bico-comprido x x R

Taraba major choró-boi x x x R

Thamnophilus doliatus choca-barrada x x R

Dendrocolaptidae

Dendroplex picus arapaçu-de-bico-branco x x x R

Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde x x x x R

Lepidocolaptes angustirostris arapaçu-de-cerrado x x R

Furnariidae

Pseudoseisura unirufa

casaca-de-couro-de-crista-

cinza x x x x x R

Synallaxis albilora joão-do-pantanal x x x x R

Furnarius leucopus casaca-de-couro-amarelo x x x x R

Furnarius rufus joão-de-barro x x x x R

Phacellodomus ruber Graveteiro x x x R

Certhiaxis cinnamomeus Curutié x x R

Cotingoidae (Tytiridae)

Xenopsaris albinucha Tijerila x x R

Tyrannidae

Cnemotriccus fuscatus Guaracavuçu x x x x x

Poecilotriccus latirostris ferreirinho-de-cara-parda x x x x R

Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro x x x x R

Megarynchus pitanguá Neinei x x x R

Pitangus sulfuratus bem-te-vi x x R

Myiozetetes cayanensis

bentevizinho-de-asa-

ferrugínea x x x R

Philohydor lictor bentevizinho-do-brejo x x x R

Todirostrum cinereum Reloginho x x x x x R

Hemitriccus margaritaceiventer sebinho-de-olho-de-ouro x x R

Tyrannus melancholicus suiriri x x x x x R

Tyrannus albogularis siriri-de-garganta-branca x x x R

Camptostoma obsoletum Risadinha x x x x x R

Elaenia flavogaster guaracava-de-barriga-amarela x x x x x R

Elaenia cristata

guaracava-de-topete-

uniforme x x x x R

Elaenia chiriquensis Chibum x x x x R

Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta x x R

Myiopagis gaimardii maria-pechim x x x R

Myiarchus ferox maria-cavaleira x x x x x R

Myiarchus tyrannulus

maria-cavaleira-de-rabo-

enferrujado x x x x x R

Empidonomus varius Peitica x x x R

Griseotyrannus

aurantioatrocristatus peitica-de-chapéu-preto x x R

Sublegatus modestus guaracava-modesta x x R

Pyrocephalus rubinus Príncipe x x R

Knipolegus hudsoni maria-preta-do-sul x x VA (S)

Inezia inornata alegrinho-do-chaco x x x x VO

Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata x x R

Serpophaga subcristata alegrinho x x R

Satrapa icterophrys suiriri-pequeno x x R

Myiophobus fasciatus Filipe x x R

Euscarthmus meloryphus Barulhento x x R

Vireonidae

Cyclarhis gujanensis Pitiguari x x x x x R

Page 22: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

22

TÁXON

NOME VULGAR

ESTAÇÃO

MC-I

MC-NI

STATUS

Seca

Cheia

Vazante

Vireo olivaceus Juruviara

x

x

x

R

Hylophilus pectoralis vite-vite-de-cabeça-cinza x x x x R

Hirundinidae

Progne tapera andorinha-do-campo x x x R

Progne chalybea andorinha-doméstica-grande x x x R

Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora x x x R

Troglodytidae

Cantorchilus leucotis

garrinchão-de-barriga-

vermelha x x x x x R

Pheugopedius genibarbis garrinchão-pai-avô x x x x x R

Campylorhynchus turdinus Catatau x x x x R

Donacobidae

Donacobius atricapilla Japacanim x x x x R

Polioptilidae

Polioptila dumicola balança-rabo-de-máscara x x R

Turdidae

Turdus rufiventris sabiá-laranjeira x x x R

Turdus amaurochalinus sabiá-poca x x x R

Turdus leucomelas sabiá-barranco x x R

Mimidae

Mimus saturninus sabiá-do-campo x x x R

Thraupidae

Ramphocelus carbo pipira-vermelha x x x x x R

Lanio penicillatus pipira-da-taoca x x x x x R

Lanio cucullatus tico-tico-rei x x x x R

Nemosia pileata saíra-de-chapéu-preto x x x x x R

Paroaria capitata Cavalaria x x x x R

Paroaria coronata Cardeal x x x x R

Dacnis cayana saí-azul x x R

Saltator coerulescens sabiá-gongá x x x x x R

Tangara sayaca sanhaçu-cinzento x x x x R

Tachyphonus rufus pipira-preta x x x x R

Conirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho x x R

Thlypopsis sórdida saí-canário x x x R

Emberezidae

Volatinia jacarina Tiziu x x x R

Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro x x R

Sporophila collaris coleiro-do-brejo x x x R

Sporophila angolensis Curió x x x x R

Sporophila hypoxantha

caboclinho-de-barriga-

vermelha x x R

Sporophila leucoptera Chorão x x x x R

Sporophila caerulescens Coleirinho x x R

Sporophila lineola Bigodinho x x x R

Parulidae

Basileuterus flaveolus canário-do-mato x x x x R

Geothlypis aequinoctialis pia-cobra x x R

Parula pitiayumi Mariquita x x x R

Icteridae

Cacicus cela Xexéu x x x x x R

Procacicus solitarius iraúna-de-bico-branco x x x x x R

Icterus cayennensis Inhapim x x x x x R

Icterus croconotus joão-pinto x x x x x R

Molothrus oryzivorus iraúna-grande x x R

Molothrus bonariensis vira-bosta x x x R

Agelaioides badius asa-de-telha x x x R

Gnorimopsar chopi Graúna x x x R

Fringilidae

Euphonia chlorotica

fim-fim

x

x

x

x

R

MC – I: Mata Ciliar Inundável; MC – NI: Mata Ciliar Não Inundável.

Page 23: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

23

STATUS: R (evidências de reprodução no país disponíveis); VO (visitante sazonal oriundo de áreas a

oeste do território brasileiro); VA (S) (vagante, espécie de ocorrência aparentemente irregular no Brasil,

migrante regular em países vizinhos, oriundo do sul); E (espécie endêmica do Brasil).

De acordo com a curva cumulativa (FIGURA 04) demonstra que a continuação

do inventário na área poderá aumentar o número de espécies, ou seja, a riqueza

observada nas duas fitofisionomias ainda difere da riqueza esperada.

Figura 04 - Estimativa de riqueza de espécies (Jackknife) em duas fitofisionomias da Estação Ecológica

de Taiamã, Cáceres, Mato Grosso, no período de 2012 e 2013.

A avifauna registrada para as duas fitofisionomias da ESEC de Taiamã

corresponde 33,90% de todas as espécies ocorrentes para a planície do Pantanal, de

acordo com a revisão realizada por Tubélis & Tómas (2003). As espécies registradas

por estes autores são baseadas em inventários e coletas realizadas no Pantanal.

Analisando as espécies registradas na ESEC, nota-se que todas elas são relativamente

comuns na planície.

Nunes & Tomas (2004) realizaram uma análise comparativa em relação a

avifauna listada para o Pantanal com as aves de sete biomas vizinhos, foram creditadas

à planície pantaneira um total de 462 espécies, sendo estes influenciados pelos seguintes

biomas: Cerrado, Mata Atlântica de Interior, Floresta Amazônica de transição, Floresta

Chiquitana e o Chaco.

Page 24: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

24

Signor e Pinho (2010) registraram para a região de Pirizal 350 espécies ao longo

de quatro anos contínuos, a maioria das espécies ocorrentes no Pantanal é considerada

generalista de habitats, ou seja, ocupa mais de dois tipos de habitats.

Piratelli (1999) registrou 103 espécies no Cerrado de Mato Grosso do Sul, sendo

a família Tyrannidae a mais abundante, apresentando 24 espécies, ele atribui esta

significância, pelo fato destes explorarem mais ambientes, estando presentes em

quaisquer regiões.

Foram registrados 2.694 indivíduos através das duas metodologias. As famílias

mais abundantes foram Tyrannidae com 31 espécies (19,74%), e Thraupidae com 12

(7,64%) espécies. Dentre os Não-Passeriformes, os Psittacidae e Trochilidae foram os

melhores representados, cada uma com 9 espécies (5,73%), seguida por Picidae com 8

espécies (5,09%).

Dados semelhantes ao da ESEC Taiamã, foram registrados por Araújo et al

(2013) em um estudo no Centro de Endemismo Pernambuco, foram amostradas três

áreas florestais da Mata Atlântica, apresentando maior ocorrência das seguintes

famílias : Tyrannidae (20), Thraupidae (15), Trochilidae (10) e Thamnophilidae (9).

Este autor ressalta que a comunidade amostrada constituiu-se principalmente de

insetívoros e frugívoros, atribuindo este fator ao tamanho da área amostrada e sua

composição, tais como diversidade de micro habitats, presença de riachos, áreas

alagadas, topografia variada e um enclave junto ao Bioma Cerrado.

A família mais representativa foi Tyrannidae, esta ocorrência pode ser explicada

por Sick (1997) onde o autor confere aos Tyrannidae a maior família de aves no

hemisfério Ocidental, constituindo cerca de 18% das espécies de Passeriformes da

América do Sul. Para Curcino et al (2007) esta família é a única que está presente em

todos os estratos de vegetação, e possui maior representatividade nas proximidades do

dossel, local onde capturam insetos.

Dentre as espécies pertencentes à família Tyrannidae destacamos algumas

ocorrentes na ESEC Taiamã: Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) (FIGURA 5A),

Poecilotriccus latirostris (Pelzeln, 1868) (FIGURA 5B), Todirostrum cinereum

(Linnaeus, 1766) (FIGURA 5C) e Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) (FIGURA

5D).

Page 25: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

25

Figura 05 - Pyrocephalus rubinus espécie registrada na mata não inundável (A). Poecilotriccus latirostris

a segunda espécie mais capturada da família Tyrannidae (B). Todirostrum cinereum espécie registrada

nas duas fitofisionomias(C). Pitangus sulphuratus teve maior registro na mata inundável (D).

Fonte: Elaine da Rosa Bueno, 2013

A segunda família mais representativa foi Thraupidae, estes tiveram maior

registro devido seu hábito alimentar, constituídos de frutos e insetos, sendo estes muito

abundantes nas duas fitofisionomias amostradas, principalmente no período de seca. Em

estudos realizados por Parrini & Pacheco (2011) as espécies mais visitantes em plantas

do gênero Miconia foram os Thraupídeos. Os autores atribuem às espécies da família

Thraupidae as mais importantes dispersoras de sementes.

Sick (1997) confere aos Thraupídeos as espécies com maior variedade de cores,

onde a beleza de suas plumagens apresentam tons berrantes podendo conter brilho

metálico ou opalescente. Dentre os Thraupídeos destacamos algumas espécies

ocorrentes na ESEC de Taiamã, Lanio cucullatus (FIGURA 6A), Paroaria capitata

(FIGURA 6B), Thlypopsis sórdida (FIGURA 6C).

A

D C

B

Page 26: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

26

Dentre os Trochilidae, a espécie Phaethornis pretrei (FIGURA 6D) foi a que

registrou maior ocorrência. De acordo com Sick (1997) esta espécie é abundante no

leste e no centro do Brasil, vive em matas e jardins arborizados, além de nidificar em

proximidades de água corrente. O autor Machado (2009) considera esta espécie como

organizadora da guilda de polinizadores, visto que, estes indivíduos exploram maior

número de espécies ornitófilas, mais especializadas.

Figura 06 - Indivíduo fêmea da espécie Lanio cucullatus (A). Espécie Paroaria capitata registrada

durante as três estações (B). Thlypopsis sórdida espécie ocorrente na estação seca e vazante, na MC – NI

(C). Phaethornis pretrei indivíduo nectarívoro ocorrente na MC – Nl (D).

Fonte: Elaine da Rosa Bueno, 2013.

A fitofisionomia com maior riqueza de espécies foi a Mata Ciliar não inundável,

sendo registradas 122 espécies (77,70%). Enquanto que para Mata Ciliar inundável

registrou-se apenas 94 espécies, correspondente a 59,87% (FIGURA 07).

As matas ciliares são importantes para o grupo das aves, pois atuam como fonte

de recursos para estes indivíduos, sendo disponibilizados recursos alimentares em

abundância e micro habitats favoráveis, principalmente em períodos de seca

(ALBUQUERQUE, 2001).

A B

C D

Page 27: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

27

Figura 07 - Riqueza de espécies nas duas fitofisionomias da Estação Ecológica de Taiamã, Cáceres, Mato

Grosso, no período de 2012 e 2013.

Em estudo realizado por Piratelli (1999) no Bioma Cerrado, a fitofisionomia

Mata Ciliar, foi a segunda área melhor amostrada, possuindo o dossel bem formado e

maior umidade, devido a proximidade com corpo d’água, resultando assim, em um local

importante para avifauna, oferecendo recursos alimentares, sítios de reprodução e micro

habitats diversificados.

No Pantanal de Pirizal em Nossa Senhora do Livramento, Signor & Pinho

(2011) registraram 163 espécies, em cinco tipos de vegetação (Landi, Cordilheiras,

Campos de Murundus, Campo limpo, e pasto cultivado). Enquanto que Cintra &

Yamashita (1990) estimaram a abundância de aves em nove habitats do Pantanal de

Poconé, Mato Grosso, foram registradas um total de 317 espécies, destas 147 ocorreram

na fitofisionomia mata ciliar. O autor descreve esta fitofisionomia como uma área de

formação vegetal, constituída principalmente por árvores altas, com trepadeiras e

epífitas, podendo ser alagada durante inundações e enchentes.

A Mata Ciliar não inundável amostrada na presente pesquisa é caracterizada por

uma área aberta, apresentando plantas de médio e grande porte, com sub-bosque denso,

além de arbustos e gramíneas intercaladas entre estas árvores, próximo do Rio Paraguai.

A abundância de aves nesta fitofisionomia esta associada a sua composição florística e a

forma de distribuição das mesmas.

Page 28: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

28

Piratelli (1999) destaca que ambientes que possui sub-bosque denso, apresentam

substratos adequados para o desenvolvimento de insetos, sendo que este grupo constitui

a fonte alimentar de diversas espécies de aves. De acordo com Cunha (1990) a

diversidade florística em áreas secas é maior do que em áreas inundáveis. Para Ponce &

Cunha (1993) este fator ocorre devido à umidade do solo e a topografia em que as

espécies arbóreas se encontram.

Gimenes e Anjos (2003) salienta que o aumento da área também aumentaria a

diversidade de habitats, cada um acolhendo um conjunto de espécies associadas, o que

resultará no aumento de riqueza de espécies. Para este autor os diferentes padrões de

fisionomia influenciam na facilidade ou no sucesso das comunidades de aves, pois

oferece maior possibilidade de aperfeiçoar suas atividades fundamentais. Em estudo

realizado por Santos (2004) em fragmentos florestais, a baixa abundância de espécie

esta associada ao tamanho da área, neste caso, os pequenos fragmentos e a perda de

hábitat exerce forte influência na estrutura da comunidade de aves.

Existem espécies que necessitam de grandes áreas de vegetação para garantir a

sobrevivência de sua população, e em fragmentos pequenos não há tanta disponibilidade

de recursos básicos, tais como alimentos em quantidades suficientes e locais próprios

para construção de ninhos, o que pode levar a redução ou desaparecimento de tais

espécies (RAMBALDI & OLIVEIRA, 2003). Este autor ressalta que a fragmentação de

ambientes florestais tem mostrado grande impacto sobre a população de aves,

consequentemente, quanto menor a área florestal, maior será o isolamento das espécies,

resultando assim na perda significativa de espécies, principalmente os frugívoros que

necessitam de espécies vegetais zoocóricas.

Pequenas manchas florestais podem ser consideradas habitat impróprio para uma

gama de espécies, principalmente as de grande porte, assim o tamanho e arranjo

espacial dos fragmentos de habitats podem atuar como um filtro para espécies que

ocorrem nesta paisagem (YABE et al, 2010).

Foram observadas condições satisfatórias de conservação da flora local, sendo

registrado baixo impacto de atividades antrópicas, este fator também contribuiu para a

riqueza de espécies nas duas fitofisionomias amostradas. De acordo com Gimenes e

Anjos (2003) a composição florística e a estrutura da vegetação são fundamentais na

determinação da riqueza de aves, onde a complexidade estrutural da vegetação resultará

no crescimento de locais de forrageamento sobre os quais as espécies poderão

especializar-se e apresentar novas guildas.

Page 29: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

29

Em pesquisas realizada por Silva et al (2007) apontam que o Pantanal apresenta

bastante conservado, existindo 88,46% de sua área ocupada por vegetação natural e

apenas 11,54% de sua área antrópica, sendo este último utilizada para práticas de

pecuária extensiva.

O Pantanal foi designado como Reserva da Biosfera e como Patrimônio Natural

da Humanidade, oferecendo oportunidade para a conservação da biodiversidade

existente neste ecossistema, sendo trabalhado juntamente com o desenvolvimento

sustentável (HARRIS et al, 2005).

A Estação Ecológica de Taiamã é uma área integralmente protegida, sendo

permitida a utilização para a execução de pesquisas científicas de caráter

conservacionista, o que contribui para a preservação de todas as fitofisionomias e seres

vivos que ali se encontram. Por se tratar de uma Unidade de Conservação esta área de

11.200 hectares, não sofre pressão antrópica, pois é proibida a visitação pública e

práticas de pesca dentro desta Unidade, este fator garante a manutenção da vida

selvagem e evita a perturbação de diversas espécies no interior da ESEC.

3.2 – Abundância de espécies

No método censo por pontos ocorreram 2421 contatos e registradas 149 espécies

de aves, representando 94,90% de todas as espécies registradas na ESEC Taiamã. No

geral, considerando os três períodos (seca, cheia e vazante) e as duas áreas amostradas

(mata ciliar não inundável e mata ciliar inundável), as espécies mais abundantes foram

Myiopsitta monachus (IPA = 7,83) (FIGURA 8A), Brotogeris chiriri (IPA = 6,44);

Patagioenas cayennensis (IPA = 5,61) e Ramphocelus carbo (IPA = 5,11) (FIGURA

8B). Por sua vez, as espécies menos abundantes nessas áreas foram Hydropsalis

albicollis, Aburria cujubi, Chloroceryle americana, Coccycua minuta, Satrapa

icterophrys, Myiophobus fasciatus, Urubitinga urubitinga, Piculus chrysochloros, todas

com valor de IPA igual a 0,06.

Page 30: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

30

Figura 08 - Myiopsitta monachus espécie nidificando (A). Individuo macho da espécie Ramphocelus

carbo, uma das espécies mais abundantes na ESEC (B).

Fonte: Elaine da Rosa Bueno, 2013

Segundo Sick (1997) a espécie Ramphocelus carbo é a espécie mais abundante

na Amazônia, vive na beira da mata, no dossel das árvores e na vegetação ribeirinha,

apresenta fácil adaptação em áreas de cultivo. Esta é uma espécie adaptada à

multiplicidade de nichos ecológicos em ecossistemas florestais, por este fator, possui

maior abundância nas mais diferentes fitofisionomias.

Em relação à estimativa de Abundância, pode-se verificar que algumas espécies

são muito abundantes e a maioria das espécies pouco abundantes (FIGURA 09). Tal

padrão de distribuição da abundância de espécies é encontrado em vários estudos

realizados com aves tropicais (VIELLIARD et al. 2010; DONATELLI et al. 2007).

Figura 09 - Valores de Índice Pontual de Abundância para as duas fitofisionomias amostradas da Estação

Ecológica de Taiamã, município de Cáceres, Mato Grosso, no período de 2012 e 2013.

A B

Page 31: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

31

Na tabela 02 são apresentados os valores de IPA das aves mais abundantes

ocorrentes nas duas fitofisionomias durante as estações amostradas. Nas estações seca,

cheia e vazante, respectivamente, as espécies mais abundante na Mata inundável foram

Brotogeris chiriri (11), Patagioenas cayennensis (11,33) e Myiopsitta monachus (7,33).

Para a Mata não inundável durante as estações seca, cheia e vazante, respectivamente,

foram abundantes as espécies Columbina talpacoti (17,66) e Myiopsitta monachus

(14,66 e 6,66).

Tabela 02- Valores de IPA das espécies de aves mais abundantes registradas na Estação Ecológica de

Taiamã nos períodos de seca, cheia e vazante em cada ambiente amostrado: MC – NI = mata ciliar não

inundável; MC – I = mata ciliar inundável. Município de Cáceres, Mato Grosso, no período de 2012 e

2013.

Seca

Espécies MC – NI Espécies MC – I

Columbina talpacoti 17,66 Brotogeris chiriri 11

Sporophila hypoxantha 14 Ramphocelus carbo 8

Molothrus bonariensis 13,66 Myiopsitta monachus 7

Agelaioides badius 11,66 Crotophaga ani 5,66

Myiopsitta monachus 11,33 Amazona aestiva 5,33

Cheia

Espécies MC – NI Espécies MC – I

Myiopsitta monachus 14,66 Patagioenas cayennensis 11,33

Aratinga leucophthalma 10 Brotogeris chiriri 7

Patagioenas cayennensis 9,33 Ramphocelus carbo 5

Brotogeris chiriri 8,66 Cacicus cela 4,66

Lanio cucullatus 7 Gnorimopsar chopi 4

Vazante

Espécies MC – NI Espécies MC - I

Myiopsitta monachus 6,66 Myiopsitta monachus 7,33

Stelgidopteryx ruficollis 6,66 Ramphocelus carbo 4

Aratinga leucophthalma 4,66 Ortalis canicollis 3,33

Ramphocelus carbo 4,66 Donacobius atricapilla 2,33

Campylorhynchus turdinus 3,33 Amazona aestiva 2

Page 32: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

32

A espécie Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) foi a espécie mais abundante na

Mata Ciliar inundável, no período da seca, este fator ocorre devido a maior

disponibilidade de alimento obtido através das florações da espécie arbórea Erythrina

fusca, espécie muito abundante nesta fitofisionomia. Parrine & Raposo (2010) ressalta a

importância de espécies do gênero Erythrina como fonte alimentar para as aves do

Pantanal, principalmente durante a estação seca, onde algumas espécies apresentam

comportamentos favoráveis à polinização desta planta.

A abundância de psitacídeos e columbídeos pode ser explicada por Sick (1997)

onde o autor certifica que o Brasil é o país mais rico em Psittacidae, e em relação aos

Columbidae, este possui vasta distribuição no planeta e sua exploração em diversos

ambientes se dá pela sua dieta alimentar constituída por granívoros e frugívoros.

Na tabela 03 são apresentadas as espécies mais abundantes nas duas

fitofisionomias estudadas. As espécies que apresentaram maior abundância na Mata

Não inundável foram Myiopsitta monachus (10,89), Aratinga leucophthalma (7,33) e

Columbina talpacoti (7,00). Enquanto que para a Mata Ciliar inundável as espécies

mais registradas foram Brotogeris chiriri (6,00), Ramphocelus carbo (5,67) e

Patagioenas cayennensis (5,44).

Tabela 03 – Espécies de aves mais abundantes em dois ambientes na Estação Ecológica de Taiamã: MC –

NI = mata ciliar não inundável; MC – I = mata ciliar inundável. Município de Cáceres, Mato Grosso, no

período de 2012 e 2013.

Espécies MC – NI Espécies MC - I

Myiopsitta monachus 10.89 Brotogeris chiriri 6.00

Aratinga leucophthalma 7.33 Ramphocelus carbo 5.67

Columbina talpacoti 7.00 Patagioenas cayennensis 5.44

Brotogeris chiriri 6.89 Myiopsitta monachus 4.78

Molothrus bonariensis 6.67 Ortalis canicollis 3.11

Agelaioides badius 6.11 Amazona aestiva 3.11

Stelgidopteryx ruficollis 5.89 Crotophaga ani 3.00

Patagioenas cayennensis 5.78 Donacobius atricapilla 2.56

Lanio cuculatus 5.44 Amazona amazônica 2.00

Paroaria capitata 4.89 Campylorhynchus turdinus 1.78

Page 33: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

33

A abundância de espécies esta associada aos diferentes tipos de cobertura

florestal nas áreas amostradas, ou seja, a heterogeneidade local. Como bem diz Conner

& Dickson (1997) a presença e abundância de aves em determinado habitat esta

relacionada com a estrutura vertical e o tipo da cobertura florestal.

Para o autor Figueira et al (2006) a abundância de espécies é determinado pela

capacidade de tolerar as diferentes condições ambientais e também a exploração de uma

gama de recursos, sendo as espécies residentes ecologicamente mais flexíveis na

capacidade de manter populações maiores.

A abundância de espécies estimada nesta pesquisa pode estar relacionada com a

diversidade de mosaicos vegetacionais ocorrentes na ESEC de Taiamã, como sugerido

por Castrillon et al (2011) em levantamentos de habitats ao longo do Rio Paraguai até a

ESEC de Taiamã, foi constatada maior diversidade, riqueza e abundância de vegetação

o que reflete na diversidade das espécies e nos padrões de distribuição.

O pulso de inundação do Rio Paraguai também deve ser considerado um fator

crucial para avifauna da ESEC, pois contribui para a manutenção da vida de diversas

espécies de aves, em especial, as aquáticas e migratórias, que utilizam o Pantanal para

nidificar (FIGURA 10) e também pela maior oferta de alimentos.

Figura 10: Tigrisoma lineatum jovem.

Fonte: Elaine da Rosa Bueno, 2013

11

Page 34: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

34

Em estudo realizado por Cavarzere et al (2009) na Estação Ecológica dos

Caetetus (São Paulo) foi registrado 226 espécies através da metodologia de censo por

pontos, estas espécies foram distribuídas em 56 famílias e 20 ordens. Como sugere o

autor esta abundância de espécies ocorreu devido o tamanho da área estudada, onde

confere aos grandes fragmentos (acima de 1.000 ha) a capacidade de manter uma

riqueza significativamente maior de aves, quando comparados aos fragmentos menores.

Dentre as 157 espécies registradas na Estação Ecológica de Taiamã, uma espécie

(Penelope ochrogaster Pelzeln, 1870), consta no Livro Vermelho da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção (2008).

A espécie Penelope ochrogaster, popularmente conhecida como jacu-de-barriga-

castanha, foi observada na Mata inundável, um indivíduo deslocando-se entre galhos da

vegetação desta fitofisionomia. De acordo com Machado et al (2008) esta espécie

encontra-se ameaçada na categoria Vulnerável, no Estado de Minas Gerais, porém, os

dados obtidos desta espécie consistem em maior número de indivíduos no Pantanal,

onde podem ser observadas em diversas formações florestais, tais como matas secas,

semidecídua, matas ciliares e Cambarazais.

Apesar, de manter uma população viável na planície Pantaneira, em outros

estados se encontra ameaçadas de extinção. Antas (2004) argumenta que esta espécie se

encontra ameaçada de extinção devido a caça e alteração do ambiente florestal, sendo

que apresenta comportamento arredio a qualquer sinal de perturbação.

Tómas et al (2004) registrou um total de 117 espécies ameaçadas na Planície do

Pantanal, dentre este total, foi registrada a Penelope ochrogaster esta foi observada no

habitat florestal. O autor justifica que o Pantanal sofre pouca interferência humana, e

por este motivo considera o último refúgio que abriga uma gama de espécies, entre elas

as que se encontra ameaçada de extinção.

Portanto, estudos mais sistêmicos sobre a comunidade de aves ocorrentes no

Pantanal, em especial, a área da ESEC de Taiamã, poderá elevar o número de espécies,

e contribuir com dados pertinentes sobre as espécies ameaçadas que residem ou passam

invernadas neste ecossistema. Estes inventários sobre avifauna poderão ser usados para

estabelecer práticas e manejos conservacionistas com as espécies registradas.

Page 35: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

35

3.2 Comparação entre as estações estudadas

Quanto aos períodos estudados, na seca foram registradas 104 espécies, na cheia

101 espécies e na vazante, por sua vez, 86 espécies (FIGURA 11). Ou seja, não houve

diferença significativa entre os ciclos hidrológicos.

Figura 11 - Riqueza de espécies durante as três campanhas amostrada, na Estação Ecológica de Taiamã,

Cáceres, Mato Grosso, no período de 2012 a 2013.

Ao contrário dos resultados aqui apresentados em relação ao período de

sazonalidade do Pantanal, Pinho (2005) apontou que a estimativa de riqueza de espécies

manteve o mesmo padrão em quatro habitats estudados, sendo que os períodos de seca e

vazante foram os mais ricos em espécies.

Dados semelhantes ao da ESEC de Taiamã foram apresentados por Anjos &

Graf (1993) no Estado do Paraná, ao longo do ano estudado foi observado maior

número de táxons a partir do final do inverno (setembro) diminuindo no final da

primavera (dezembro) e reduzindo mais ainda no outono (maio), sendo este último o

mais pobre em números de espécies.

Em comparação com a presente pesquisa o mês de setembro apresentou maior

riqueza, enquanto que o mais pobre em táxons foi o mês de junho, porém esta diferença

não foi tão significativa. O autor acima relata que a baixa riqueza ocorrente entre os

Page 36: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

36

meses de março a agosto se dá pela ausência das aves migratórias e também pelo

comportamento mais discreto das aves, quando não estão em período reprodutivo.

Algumas espécies de vertebrados são capazes de explorar uma ampla

distribuição geográfica, ocorrendo em toda região do Cerrado e em outros biomas

brasileiros, porém, estes indivíduos ocorrem em altas densidades em certos períodos

sazonais da região (ALHO et al, 2000).

As condições climáticas também exercem influência na presença e distribuição

de determinadas espécies de aves, podemos considerar o exemplo de Gimenes & Anjos

(2000), onde estudos realizados em fragmentos florestais em Londrina - PR foram

registrados 29 espécies nos meses mais quentes do ano (setembro a dezembro), onde a

temperatura estava entre 20 e 23ºC, enquanto os meses mais frios (junho e agosto)

foram registrados apenas 24 espécies.

Portanto, este aspecto também deve ser considerado para os dados obtidos na

ESEC de Taiamã, sendo apresentado maior registro na estação seca, 104 espécies. Por

sua vez, o clima local nos períodos de seca manteve-se sempre aberto, ensolarado, com

temperaturas altas, o que facilita o deslocamento, procura de alimentos, descansos em

galhos, e nidificação, ou seja, este período contribui para maior atividade de inúmeras

espécies de aves.

Dentre as espécies registradas no período de seca podemos destacar

Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) (FIGURA 12A) na Mata não inundável;

Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766) (FIGURA 12B) na Mata inundável. Entre as

espécies que ocorreram nas duas fitofisionomias destacamos Picumnus albosquamatus

(d'Orbigny, 1840) (FIGURA 12C) e Trogon curucui (Linnaeus, 1766) (FIGURA 12D).

Page 37: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

37

Figura 12 – Choca-barrada capturada na MC – NI (A). Donacobius atricapilla espécie comum em brejos

e ambientes aquáticos (B). Picumnus albosquamatus (C) e Trogon curucui (D) registrados nas duas

fitofisionomias da ESEC de Taiamã, no período de 2012 e 2013.

Fonte: Elaine da Rosa Bueno, 2013

Outro fator associado à diversidade de espécies no período de seca citado por

Gimenes & Anjos (2000) é o início do período reprodutivo das aves, que na maioria se

inicia no mês de setembro, então, ocorre maior atividade destes indivíduos, facilitando o

registro de várias espécies. Para Sick (1997) outro aspecto considerado para a riqueza de

aves neste período é a chegada de aves migratórias no Pantanal.

Dentre as 157 espécies registradas na ESEC Taiamã, 26 espécies são

migratórias. De acordo com a revisão de Nunes & Tómas (2004) foram listadas 133

espécies de aves migratórias na planície do Pantanal. Os dados da Taiamã conferem a

19,54% dos registros de Nunes & Tómas para as aves migratórias.

No Pantanal, os movimentos migratórios estão associados com a sazonalidade

ambiental, e as variações sazonais estão relacionadas com a riqueza e composição de

espécies (SIGNOR & PINHO, 2011).

C

B

D

A

Page 38: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

38

Entre as espécies migratórias podemos citar a Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot,

1817), popularmente conhecida como andorinha-serradora (FIGURA 13A), Sporophila

leucoptera (Vieillot, 1817) (FIGURA 13B), Sporophila lineola (Linnaeus, 1758)

(FIGURA 13C), Pyrocephalus rubinus, Knipolegus hudsoni, Elaenia flavogaster,

Elaenia chiriquensis, Megarynchus pitanguá, Griseotyrannus aurantioatrocristatus,

Myiarchus swainsoni, Tyrannus melancholicus, Progne tapera, Turdus

amaurochalinus, Volatinia jacarina, Sporophila hypoxantha e Phalacrocorax

brasilianus (Gmelin, 1789).

Figura 13 - Stelgidopteryx ruficollis espécie abundante na mata não inundável (A). Sporophila leucoptera

espécie registrada na mata ciliar não inundável durante as três estações amostradas (B). Individuo macho

Sporophila lineola (C).

Fonte: Elaine da Rosa Bueno, 2013

De acordo com Antas (2004) a espécie Sporophila leucoptera tem ocorrência

ampla na RPPN SESC Pantanal, sendo registrada nas seguintes fitofisionomias:

Cerrado, Campo, Cerradão, Mata Seca e Cambarazal. Além de ocorrer em toda extensão

do Pantanal, também ocorre no Centro Oeste, parte do Nordeste e Sudeste.

A

C

B

Page 39: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

39

Para Nunes & Tómas (2004) as alterações nos habitats da planície pantaneira

podem provocar impactos significativos às espécies migratórias, principalmente aquelas

que dependem de ambientes florestais, como ocorre com a maioria dos Passeriformes

(46,3% dos migrantes). Os autores ressaltam que os indivíduos mais prejudicados com

tais alterações florestais são os que se alimenta de sementes, principalmente, os

membros do gênero Sporophila.

Page 40: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

40

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho possibilitou conhecer a riqueza e abundância de aves ocorrentes

em duas fitofisionomias da Estação Ecológica de Taiamã. Dentre o total registrado, uma

espécie esta atualmente ameaçada de extinção, a nível nacional, a espécie Penelope

ochrogaster. A diversidade de habitats existente no Pantanal contribui para a riqueza e

composição da avifauna local, serve de abrigo para inúmeras espécies de aves,

principalmente no período de seca (estação com maior riqueza de espécies), devido o

início do período reprodutivo de algumas espécies, a chegada de aves migratórias, a

maior oferta de alimento. Através destes resultados percebe-se que a diversidade de

espécies ocorrentes na ESEC Taiamã, tende a aumentar através de novos inventários. A

realização de pesquisas relacionadas às comunidades de aves neste ecossistema, em

especial na região do Alto Pantanal, é necessária para elaboração de propostas de

manejo tanto das espécies, como da complexidade de habitats existentes. Portanto, os

resultados obtidos podem contribuir para realização de futuras pesquisas nesta região,

bem como fornecer dados importantes acerca das espécies registradas, até mesmo

implantar medidas de conservação com as espécies atualmente ameaçadas.

Page 41: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AB´SÁBER, A. N.; Brasil: paisagens de exceção: o litoral e o Pantanal Mato-

grossense: patrimônios básicos. Cotia, SP: Ateliê, Editorial, 2006.

ADÁMOLI, J.; O Pantanal e suas relações fitogeográficas com os cerrados.

Discussão sobre o conceito “Complexo do Pantanal”. In Congresso Nacional de

Botânica, Teresina, Piauí, Anais da Sociedade Brasileira de Botânica, 32, 109-119,

1981.

ALBUQUERQUE, J. L. B.; Ornitologia e conservação: da ciência às estratégias.

Tubarão: Editora Unisul, 2001. 344p. ; 27 cm.

ALHO, C. J. R.; STRÜSSMANN, C.; VASCONCELLOS, L. A. S.; Indicadores da

magnitude da diversidade e abundância de vertebrados silvestres do Pantanal num

mosaico de hábitats sazonais. III Simpósio sobre Recursos Naturais e

Socioeconômicos do Pantanal Os Desafios do Novo Milênio. Novembro de 2000 –

Corumbá – MS.

ANJOS, L.; GRAF, V.; Riqueza de aves da Fazenda Santa Rita, Região dos Campos

Gerais, Palmeira, Paraná, Brasil. Revista Bras. Zool. 10 (4): 673-693, 1993.

ANTAS, P.T.Z. Pantanal- Guia de aves. Rio de Janeiro: SESC, Departamento

Nacional, 2004. 246p.

ARAÚJO, L. W.; TOLEDO, M. T. F.; EFE, M.A.; MALHADO, A. C. M.; VITAL, M.

V. C.; LIMA, G. S. T.; MACARIO, P.; SANTOS, J. G.; LADLE, R. J.; Bird

communities in three forest types in the Pernambuco Centre of Endemism,

Alagoas, Brazil. Iheringia, Sér. Zool. Vol. 103, nº 2. Porto Alegre, June, 2013.

BROWN J. K. S.; Zoogeografia da região do Pantanal Matogrossense. In: Simpósio

sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal, Corumbá, MS, 1986.

CASTRILLON, S. K. I.; SILVA, C. J.; FERNANDEZ, J. R. C.; IKEDA, A. K.;

Avaliação da diversidade arbórea das ilhas do rio Paraguai na região de Cáceres,

Pantanal Matogrossense, Brasil. Acta bot. Bras. 25 (3): 686-698 2011.

CAVARZERE, V.; MORAES, G. P.; DONATELLI R. J.; Avifauna da Estação

Ecológica dos Caetetus, interior de São Paulo, Brasil. Papeis Avulsos Zool. (São

Paulo) Vol. 49. Nº 35. São Paulo, 2009.

Page 42: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

42

CINTRA, R. & C. YAMASHITA. Habitats, abundância e ocorrência das espécies

de aves do Pantanal de Poconé. Mato Grosso, Brasil. Papéis Avulsos de Zoologia

37:1–21, 10.IX.1990.

Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (2011) Listas das aves do Brasil. 10ª

Edição, 25/1/2011, Disponível em <http://www.cbro.org.br>. Acesso em: 15 de

Novembro de 2012.

CONNER, R. N.; DICKSON, J.G.; Relationships between bird communities and

forest age, structure, species composition and fragmentation in the West Gulf

Coastal Plain. Texas Journal of Science 49:123-138, 1997.

CUNHA, C. N.; Estudos florístico e fitofisionômico das principais formações

arbóreas do Pantanal de Poconé – MT. Campinas: Universidade Estadual de

Campinas. Dissertação de Mestrado, 1990. 105 p.

CURCINO, A.; SANT’ANA, C. E. R.; HEMING, N. M.; Comparação de três

comunidades de aves na região de Niquelândia, GO. Revista Brasileira de

Ornitologia 15 (4): 574 – 584, dezembro de 2007.

DONATELLI, R.J.; FERREIRA, C.D.; DALBETO, A.C.; POSSO, S. Análise

comparativa da assembleia de aves em dois remanescentes florestais no interior do

Estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 24 (2): 362–375, 2007.

DUBS, B. Birds of Southwestern Brazil – Catalogue and Guide to the birds of the

Pantanal of Mato Grosso end its Borders Areas. Bertrona: Bertrona – Verlag. 1992.

164 p.

FIGUEIRA, J. E. C.; CINTRA, R.; VIANA, L. R.; YAMASHITA, C.; Spatial and

temporal patterns of Bird species diversity in the Pantanal of Mato Grosso, Brazil:

implications for conservation. Braz. J. Biol. Vol. 66, nº 2a, São Carlos, May 2006.

GIMENES, M. R.; ANJOS, L. DOS; Distribuição espacial de aves em um fragmento

florestal do campus da Universidade Estadual de Londrina, Norte do Paraná,

Brasil. Revista Bras. Zool. 17 (1): 263 – 271, 2000.

GIMENES, M. R.; ANJOS, L. DOS; Efeitos da fragmentação florestal sobre as

comunidades de aves. Acta Scientiarum. Biological Sciences. Maringá, V. 25, nº 2, p.

391-402, 2003.

Page 43: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

43

HARRIS, M. B.; TOMAS, W. M.; MOURÃO, G.; SILVA, C. J. DA; GUIMARÃES,

E.; SONODA, F.; FACHIM, E.. Desafios para proteger o Pantanal brasileiro:

ameaças e iniciativas em conservação. Megadiversidade, Volume 1, n. 1, julho de

2005.

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Estação

Ecológica de Taiamã – Pantanal de Mato Grosso. Brasília, Ministério do Meio

Ambiente, 2008.

JUNK, W.J. & C.J. DA SILVA. 1996. Simpósio sobre recursos naturais e sócio-

econômicos do Pantanal - manejo e conservação. Corumbá-MS: Embrapa-Pantanal/

UFMS.

MAGALHÃES, N. W. DE; Conheça o Pantanal. 1998.

MACHADO, C. G.; Beija-flores (Aves: Trochilidae) e seus recursos florais em uma

área de caatinga da Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Zoologia 26 (2): 255 – 265,

june, 2009.

MACHADO, A. B. M.; DRUMMOND, G. M.; PAGLIA, A. P.; Livro vermelho da

fauna brasileira ameaçada de extinção. 1ª ed. – Brasília, DF:MMA; Belo Horizonte,

MG: Fundação Biodiversitas, 2008.

NUNES, A. da S. et al; Novos registros de aves para o Pantanal, Brasil. 3Revista

Brasileira de Ornitologia, 16(2):160-164 junho de 2008. Disponível em <

http://www.ararajuba.org.br > Data de acesso em 15 de novembro de 2012.

NUNES, A. P.; Quantas espécies de aves ocorrem no Pantanal brasileiro?

Atualidades Ornitológicas On-line nº 160 – Março/Abril de 2011. Disponível em <

www.ao.com.br > Data de acesso em 10 de Novembro de 2012.

NUNES, A. P. & TOMAS, W. M.; Aves migratórias e nômades ocorrentes no

Pantanal. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2008.

NUNES, A. P.; TOMAS, W. M.; Aves migratórias ocorrentes no Pantanal:

Caracterização e Conservação. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2004.

NUNES, A. P.; TIZIANEL, F. A. T.; MELO, A. V.; NASCIMENTO, V.; MACHADO,

N.; Aves da Estrada Parque Pantanal, Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil.

Page 44: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

44

Atualidades Ornitólogicas On-line Nº 156 – Julho/Agosto 2010. Disponível em

www.ao.com.br.

NUNES, A. P.; TOMAS, W. M.; TICIANELI, F. A. T.; Aves da Fazenda Nhumirim,

Pantanal da Nhecolândia, MS. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2005.

PARRINI, R.; RAPOSO, M. A.; Aves explorando flores de Erythrina fusca

(Leguminosae, Fabaceae) durante a estação seca no Pantanal de Mato Grosso.

Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 100(2): 97-101, 30 de junho de 2010.

PARRINI, R. & PACHECO, J. F.; Frugivoria por aves em seis espécies arbóreas do

gênero Miconia (Melastomataceae) na Mata Atlântica do Parque Nacional da

Serra dos Órgãos, Região Sudeste do Brasil. Atualidades Ornitólogicas On line nº

159 – Janeiro – Fevereiro 2011 – www.ao.com.br.

PINHO, J. B.; Riqueza de espécies, padrões de migração e Biologia Reprodutiva de

aves em quatro ambientes florestais do Pantanal de Poconé, MT. 2005. 181f. Tese

(Doutorado em Ecologia, Conservação e Manejo de vida Silvestre). Instituto de

Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

PINHO, J. B. & M.Â. MARINI. Using birds to set conservation priorities for Pantanal

wetland forests, Brasil. Bird Conservation International 22: 155 – 169, 2012.

PIRATELLI, A. J.; Comunidades de aves de sub-bosque na região Leste de Mato

Grosso do Sul. 1999. 228f. Tese (Doutorado em Ecologia) Instituto de Biologia,

Universidade Estadual Paulista, Rio Claro – São Paulo.

PIVATTO, M. A. C.; DONATELLI, R. J.; MANÇO, D. G.; Aves da fazenda Santa

Emília, Aquidauana, Mato Grosso do Sul. Atualidades Ornitológicas, Nº 143 –

Maio/Junho 2008 – www.ao.com.br.

PIVATTO, A. C.; MANÇO, D. G.; STRAUBE, F. C.; FILHO, A. U.; MILIANO, M.;

Aves do Planalto da Bodoquena, Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Atualidades

Ornitólogicas, nº 129, janeiro/fevereiro de 2006.

PONCE, V.M.; CUNHA, C. N.; Vegetated earthmounds in tropical savannas

of Central Brazil: A synthesis. Journal of Biogeography. 20: 219-225, 1993.

POTT, A.; POTT, V. J.; JÚNIOR, G. A. D.; Fitogeografia do Pantanal. III CLAE E

IXCEB, 10 a 17 de setembro de 2009, São Lourenço – MG.

Page 45: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

45

RAMBALDI, D. M.; OLIVEIRA, D. A. S.; Fragmentação de Ecossistemas: Causas,

efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas. Brasília:

MMA/SBF, 2003, 510p.

SANTOS, A. M. R.; Comunidades de aves em remanescentes florestais secundários

de uma área rural no sudeste do Brasil. Ararajuba 12 (1): 41 – 49. Junho de 2004.

SICK, H.; Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

SIGNOR, C.A. & PINHO, J.B.; Spatial diversity patterns of birds in a vegetation

mosaico of the Pantanal, Mato Grosso, Brasil. Zoologia 28: 725-738, 2011.

SIGNOR, C. A. & PINHO J. B.; Biodiversidade no Pantanal de Poconé.

Organizadores Isaias M. Fernandes; Cleiton A. Signor, Jerry Penha. Cuiabá: Centro de

Pesquisa do Pantanal, 2010.

SILVA, J. S. V.; ABDON, M. M.; POTT, A.; Cobertura vegetal do bioma Pantanal

em 2002. XXIII Congresso Brasileiro de Cartografia, Rio de Janeiro, Brasil, 21 a 24 de

outubro de 2007.

TÓMAS, W. M; SOUZA L. L.; TUBELIS D. P.; Espécies de aves ameaçadas que

ocorrem no Pantanal. IV Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio – econômicos do

Pantanal Corumbá/MS – 23 a 26 de Novembro, 2004.

TUBELIS, D. P. & TOMÁS, W. M. Revisão e atualização da listagem de espécies de

aves registradas na planície do Pantanal. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2002. 64 p.

TUBELIS, D. P. & TOMÁS, W.M.; Bird species of the Pantanal wetland, Brazil.

Ararajuba 11: 5-37, 2003.

VIELLIARD, J. E. M.; SILVA, W. R.; Nova metodologia de levantamento

quantitativo de avifauna e primeiros resultados no interior do Estado de São

Paulo, Brasil. Em: S. Mendes (ed.) Anais do IV Encontro de Anilhadores de Aves.

Recife: Ed. Univ. Federal Rural de Pernambuco, p.117-151, 1990.

VIELLIARD, J. M. E; ALMEIDA, M. E. C; ANJOS, L; SILVA, W. R. Levantamento

quantitativo por pontos de escuta e o índice pontual de abundancia (IPA). In: VON

MATTER, S.; STAUBE, F. C. ACCORDI, I.; PIACENTINI, V.; CÂNDIDO-JR., J. F.

Page 46: ELAINE DA ROSA BUENO...Trabalho de conclusão de Curso apresentado à ... de habitats e as alternâncias cíclicas ocorrentes neste ecossistema. A avifauna da Planície do Pantanal

46

(Orgs). Ornitologia e Conservação: Ciência Aplicada, técnicas de Pesquisa e

Levantamento. Rio de Janeiro: Editora Technical Books, p. 47-60. 2010.

WEINBERG, L.F. Aves do Pantanal de Mato Grosso do Sul. Boletim da Fundação

Brasileira para a Conservação da Natureza 19:81-88, 1984.

YABE, R. S.; MARQUES, E. Z. J.; MARINI, M.A.; Movements of birds among

natural vegetation patches in the Pantanal, Brazil. Bird Conservation International

(2010) 20: 400-409, BirdLife International, 2010.