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6º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (20 a 23 de junho 2017) ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais ESPÉCIES DE PASSIFLORACEAE OCORRENTES NA RESERVA BIOLÓGICA UNIÃO – RJ Natália Brandão Gonçalves Fernandes 1 , Michaele Alvim Milward-de-Azevedo 2 (Instituto Três Rios, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Av. Prefeito Alberto da Silva Lavinas, 1847, Centro, Três Rios, RJ, Cep- 25802-100, [email protected], 1 Discente do Curso de Bacharelado em Gestão Ambiental, 2 Professor Adjunto Departamento de Ciências do Meio Ambiente) RESUMO A família Passifloraceae possui 17 gêneros e cerca de 600 espécies. Sua distribuição geográfica ocorre principalmente em regiões neotropicais, deixando a América Latina no topo da diversidade, com aproximadamente 150 espécies pertencentes ao Brasil. O objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência das espécies de Passifloraceae, na Trilha Interpretativa do Pilão localizada na Reserva Biológica da União, importante remanescente de Mata Atlântica. Foi feita uma breve descrição das espécies encontradas na área. Foram coletadas somente folhas das espécies de Passiflora L. no percurso da trilha, porque as flores encontradas estavam sob a copa das árvores. Ao todo foram coletadas quatro espécies: P. amethystina Mikan, P. kermesina Link & Otto, P. porophylla Vell. e P. rhamnifolia Mast. Passiflora kermesina obteve o maior número com um total de 26 registros, durante todo o trajeto da trilha. Das espécies encontradas, somente P. amethystina não é endêmica do Brasil. Palavras-chave: Passiflora, Mata Atlântica, endêmica. INTRODUÇÃO A família das Passifloraceae apresenta 17 gêneros e mais de 600 espécies distribuídas em regiões tropicais e subtropicais do mundo, cuja maior diversidade é encontrada na região neotropical, onde ocorrem cerca de 500 espécies, grande parte pertencente ao gênero Passiflora L. (Ulmer & MacDougal 2004). No Brasil ocorrem quatro gêneros sendo: Ancistrothyrsus Harms, Dilkea Mast., Mitostemma Mast. e Passiflora L., contabilizando um total de 150 espécies, sendo 87 endêmicos (Flora do Brasil 2020 em construção). O gênero Passiflora é caracterizado por apresentar trepadeiras herbáceas ou lenhosas; folhas alternas, simples, inteiras ou lobadas, ou compostas, com gavinhas axilares e nectários extraflorais no pecíolo e/ou lâminas foliares; flores com androginóforo e corona de filamentos, cinco estames e três ou quatro carpelos; e frutos bagas ou cápsulas (Milward-de-Azevedo et al. 2012). São conhecidas cerca de 400 espécies Neotropicais (Bernacci et al. 2003), com aproximadamente 142 espécies nativas do Brasil, sendo 83 endêmicos (Flora do Brasil 2020 em construção). Possuem diversas espécies produtoras de frutos comestíveis e que possuem qualidades medicinais (Souza & Lorenzi 2005). A Reserva Biológica União está localizada no estado do Rio de Janeiro, abrangendo os municípios de Rio das Ostras, Macaé e Casimiro de Abreu e faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, instituída pela UNESCO, caracterizada por proteger áreas de conservação do Bioma Mata Atlântica. O objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência das espécies de Passifloraceae na Trilha Interpretativa do Pilão, localizada na Reserva Biológica da União, assim como, identificar e fazer uma breve descrição das espécies encontradas. METODOLOGIA A Reserva Biológica União é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, localizada no estado do Rio de Janeiro na região das baixadas litorâneas e abrange uma área de 2.547,95 ha. A distribuição de sua área entre os municípios é proporcional a 47,1% em Casimiro de Abreu, 52,7% em Rio das Ostras e 0,3% em Macaé. A Reserva Biológica está inclusa na ecorregião Florestas Costeiras da Serra do Mar cujas formações predominantes são Floresta Ombrófila Densa Submontana e Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, sendo o clima predominantemente tropical úmido (MMA/ICMBio 2008). As florestas de terras baixas são importantes devido a elevada diversidade de espécies, estoque de carbono e características peculiares em relação às demais fisionomias da mata atlântica, (Assis 1999, Joly et al. 2008) o que reitera a relevância da Rebio União para o estudo. Foi realizado um levantamento bibliográfico das espécies ocorrentes no Estado do Rio de Janeiro, baseado nas obras de Pessoa (1994) para a flora de Macaé de Cima, Pessoa (1997) para a flora da Área de Proteção Ambiental Cairuçú, Milward-de-Azevedo & Valente (2004) para a flora do Entorno do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Milward-de-Azevedo & Baumgratz (2004) para a Região Sudeste Brasileira. Além disso, foi realizado uma busca nos herbários virtuais do JABOT (<http://aplicacoes.jbrj.gov.br/jabot/v2/consulta.php>) e species link (<http://splink.cria.org.br/>), e listagens de espécies digitais, como a Flora do Brasil (<http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>) e o Catálogo de espécies do Estado do Rio de Janeiro (<http://florariojaneiro.jbrj.gov.br/consulta.php>). Foram realizadas quatro expedições para obtenção dos dados, entre os dias 9 e 12 de novembro de 2015. As coordenadas geográficas para a plotagem da distribuição geográfica dos indivíduos no mapa foram obtidas diretamente no campo com GPS GARMIN map 62sc na Trilha Interpretativa do Pilão, que possui em sua

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ESPÉCIES DE PASSIFLORACEAE OCORRENTES NA RESERVA BIOLÓGICA UNIÃO – RJ

Natália Brandão Gonçalves Fernandes1, Michaele Alvim Milward-de-Azevedo2

(Instituto Três Rios, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Av. Prefeito Alberto da Silva Lavinas, 1847, Centro, Três Rios, RJ, Cep- 25802-100, [email protected], 1Discente do Curso de

Bacharelado em Gestão Ambiental, 2Professor Adjunto Departamento de Ciências do Meio Ambiente) RESUMO A família Passifloraceae possui 17 gêneros e cerca de 600 espécies. Sua distribuição geográfica ocorre principalmente em regiões neotropicais, deixando a América Latina no topo da diversidade, com aproximadamente 150 espécies pertencentes ao Brasil. O objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência das espécies de Passifloraceae, na Trilha Interpretativa do Pilão localizada na Reserva Biológica da União, importante remanescente de Mata Atlântica. Foi feita uma breve descrição das espécies encontradas na área. Foram coletadas somente folhas das espécies de Passiflora L. no percurso da trilha, porque as flores encontradas estavam sob a copa das árvores. Ao todo foram coletadas quatro espécies: P. amethystina Mikan, P. kermesina Link & Otto, P. porophylla Vell. e P. rhamnifolia Mast. Passiflora kermesina obteve o maior número com um total de 26 registros, durante todo o trajeto da trilha. Das espécies encontradas, somente P. amethystina não é endêmica do Brasil. Palavras-chave: Passiflora, Mata Atlântica, endêmica. INTRODUÇÃO

A família das Passifloraceae apresenta 17 gêneros e mais de 600 espécies distribuídas em regiões tropicais e subtropicais do mundo, cuja maior diversidade é encontrada na região neotropical, onde ocorrem cerca de 500 espécies, grande parte pertencente ao gênero Passiflora L. (Ulmer & MacDougal 2004). No Brasil ocorrem quatro gêneros sendo: Ancistrothyrsus Harms, Dilkea Mast., Mitostemma Mast. e Passiflora L., contabilizando um total de 150 espécies, sendo 87 endêmicos (Flora do Brasil 2020 em construção).

O gênero Passiflora é caracterizado por apresentar trepadeiras herbáceas ou lenhosas; folhas alternas, simples, inteiras ou lobadas, ou compostas, com gavinhas axilares e nectários extraflorais no pecíolo e/ou lâminas foliares; flores com androginóforo e corona de filamentos, cinco estames e três ou quatro carpelos; e frutos bagas ou cápsulas (Milward-de-Azevedo et al. 2012). São conhecidas cerca de 400 espécies Neotropicais (Bernacci et al. 2003), com aproximadamente 142 espécies nativas do Brasil, sendo 83 endêmicos (Flora do Brasil 2020 em construção). Possuem diversas espécies produtoras de frutos comestíveis e que possuem qualidades medicinais (Souza & Lorenzi 2005).

A Reserva Biológica União está localizada no estado do Rio de Janeiro, abrangendo os municípios de Rio das Ostras, Macaé e Casimiro de Abreu e faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, instituída pela UNESCO, caracterizada por proteger áreas de conservação do Bioma Mata Atlântica.  

O objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência das espécies de Passifloraceae na Trilha Interpretativa do Pilão, localizada na Reserva Biológica da União, assim como, identificar e fazer uma breve descrição das espécies encontradas. METODOLOGIA

A Reserva Biológica União é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, localizada no estado do Rio de Janeiro na região das baixadas litorâneas e abrange uma área de 2.547,95 ha. A distribuição de sua área entre os municípios é proporcional a 47,1% em Casimiro de Abreu, 52,7% em Rio das Ostras e 0,3% em Macaé.

A Reserva Biológica está inclusa na ecorregião Florestas Costeiras da Serra do Mar cujas formações predominantes são Floresta Ombrófila Densa Submontana e Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, sendo o clima predominantemente tropical úmido (MMA/ICMBio 2008).  As florestas de terras baixas são importantes devido a elevada diversidade de espécies, estoque de carbono e características peculiares em relação às demais fisionomias da mata atlântica, (Assis 1999, Joly et al. 2008) o que reitera a relevância da Rebio União para o estudo.

Foi realizado um levantamento bibliográfico das espécies ocorrentes no Estado do Rio de Janeiro, baseado nas obras de Pessoa (1994) para a flora de Macaé de Cima, Pessoa (1997) para a flora da Área de Proteção Ambiental Cairuçú, Milward-de-Azevedo & Valente (2004) para a flora do Entorno do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Milward-de-Azevedo & Baumgratz (2004) para a Região Sudeste Brasileira. Além disso, foi realizado uma busca nos herbários virtuais do JABOT (<http://aplicacoes.jbrj.gov.br/jabot/v2/consulta.php>) e species link (<http://splink.cria.org.br/>), e listagens de espécies digitais, como a Flora do Brasil (<http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>) e o Catálogo de espécies do Estado do Rio de Janeiro (<http://florariojaneiro.jbrj.gov.br/consulta.php>).

Foram realizadas quatro expedições para obtenção dos dados, entre os dias 9 e 12 de novembro de 2015. As coordenadas geográficas para a plotagem da distribuição geográfica dos indivíduos no mapa foram obtidas diretamente no campo com GPS GARMIN map 62sc na Trilha Interpretativa do Pilão, que possui em sua

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totalidade 2.715m. Os dados geográficos foram transferidos para o computador e plotados no programa Google Earth para visualização das ocorrências registradas.

Foi realizada a coleta de duas folhas de cada espécie diferente para uma análise da morfologia foliar e identificação das espécies.

As breves descrições das espécies foram realizadas com o auxílio dos trabalhos realizados por Killip (1938), Pessoa (1994), Pessoa (1997), Milward-de-Azevedo & Valente (2004), Milward-de-Azevedo & Baumgratz (2004), Milward-de-Azevedo et al. (2012) e Moraes (2016).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com o levantamento realizado na Reserva Biológica União, bibliografia citada, herbários virtuais e listagens digitais, foram encontrados para a família Passifloraceae quatro espécies: P. amethystina, P. kermesina, P. porophylla e P. rhaminifolia. As espécies distinguem-se entre si pelo formato das folhas e ocorrem preferencialmente em beira das trilhas. A família Passifloraceae tem suas ocorrências em regiões neotropicais, e seus registros tem porte mais intenso nas Américas do Sul e Central.

Segundos dados de coordenadas geográficas obtidas foram registradas 29 ocorrências de Passifloraceae na Rebio União, sendo somente encontrado o gênero Passiflora na área de estudo. Dentre as ocorrências foram encontradas quatro espécies, sendo elas pertencentes a três subgêneros diferentes (Tabela 1). Tabela 1: Espécies de Passifloraceae encontradas na Trilha Interpretativa do Pilão na Reserva Biológica União, com subgênero e número de indivíduos registrados.

Espécie Subgênero Número de indivíduos P. kermesina Link & Otto Passiflora Killip Vinte e seis P. amethystina Mikan Passiflora Killip dois P. rhamnifolia Mast. Astrophea (DC.) Mast um P. porophylla Vell. Decaloba (DC.) Rchb. dois

Somente P. kermesina Link & Otto e P. rhaminifolia Mast. foram encontradas com flor durante a

expedição, porém a coleta de ambas as espécies não foi possível pois estavam sobre as copas das árvores. As demais espécies, P. amethystina Mikan e P. porophylla Vell. foram identificadas pelas características da morfologia foliar, por ser uma característica morfológica marcante no grupo das Passiflora. Na figura 1 podem ser visualizadas a morfologia foliar das espécies de P. amethystina, P. kermesina e P. porophylla, que são visualmente distinguidas pelo seu formato foliar, a presença ou ausência de glândulas extraflorais, além da presença ou ausência de oceolos.

Figura 1: Amostra foliar das espécies de Passifloraceae encontradas na trilha do Pilão na Reserva Biológica União.

Passiflora kermesina foi a espécie com maior número de indivíduos (ver Tabela 1) observados na área

(Figura 2), o que pode estar relacionado com fatores ecológicos favoráveis a sua distribuição. De acordo com Benevides (2006), P. kermesina floresce o ano inteiro, porém sempre com poucas flores, o que facilita a dispersão e polinização durante um período de tempo muito maior do que as outras espécies encontradas na área. Passiflora amethystina apesar de ter apresentado dois registros, só aparece em uma localização na plotagem, devido à sobreposição de pontos com P. kermesina que se encontra em maior quantidade.

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Figura 2: Localização das espécies de Passifloraceae na trilha Interpretativa do Pilão, Reserva Biológica União-RJ.

Os trabalhos de flora realizados por Pessoa (1994), Pessoa (1997), Milward-de-Azevedo & Valente

(2004) e Milward-de-Azevedo & Baumgratz (2004), encontraram oito, seis, cinco e oito espécies, respectivamente. Das espécies que ocorrem na área, foram encontradas em comum, por Pessoa (1994): P. amethystina, P. porophylla e P.rhamnifoilia; Pessoa (1997): P. actinia e P. porophylla; Milward-de-Azevedo & Valente (2004): P. amethystina; e Milward-de-Azevedo & Baumgratz (2004): P. porophylla. De acordo com os sítios eletrônicos visualizados e o Catálogo da Flora do Rio de Janeiro e a Flora do Brasil, o Estado do Rio de Janeiro possui 41 espécies (Bernacci et al. 2015, Milward-de-Azevedo 2014). Diante do número total de espécies para o Estado do Rio de Janeiro, e das floras restritas a alguma área ou ambiente, pode se dizer, que o número de espécies encontradas para a Reserva Biológica União é um número representativo.

Passiflora amethystina é reconhecida por apresentar folhas com pecíolos com 5-8 glândulas curto-estipitadas, lâminas foliares 3-lobadas com glândulas nos bordos e entre lobos; estípulas foliáceas; brácteas lanceoladas; flores solitárias azuis, lilases ou púrpuras, com corona com 4 séries de filamentos; frutos bagas; sementes com testa costada (Milward-de-Azevedo & Valente 2004). Não é uma espécie endêmica do Brasil, ocorrendo em Goiás, Distrito Federal, Bahia, Região Sudeste e Região Sul, em Floresta Ombrófila Densa e Cerrado (Bernacci et al. 2015, Milward-de-Azevedo & Valente 2004).

Passiflora kermesina é reconhecida por apresentar lâminas foliares 3-lobadas, flores com corona com 3-4 séries de filamentos filiformes e roxos (Killip 1938). Esta espécie é endêmica do Brasil e ocorre nos estados do Rio de Janeiro, Espirito Santo e Minas Gerais (Flora do Brasil 2020 em construção).

Passiflora porophylla é reconhecida por apresentar folhas com pecíolos sem glândulas, lâminas foliares 2-3 lobadas com oceolos entre as nervuras laterais principais; estípulas linear-subuladas; brácteas linear-subuladas; flores brancas a azuladas, com corona com 1 série de filamentos; frutos bagas; sementes com testa reticulada (Milward-de-Azevedo & Baumgratz 2004, Milward-de-Azevedo et al. 2012). É uma espécie endêmica do Brasil, ocorrendo nas Regiões Sudeste e Sul, em formações de Floresta Ombrófila (Bernacci et al. 2015, Milward-de-Azevedo & Baumgratz 2004, Milward-de-Azevedo et al. 2012).

Passiflora rhaminifolia é reconhecida por apresentar folhas com pecíolos com um par de glândulas sésseis, lâminas foliares inteiras; estípulas foliares; brácteas linear-subuladas; flores brancas a amarelas, com corona com 2 séries de filamentos; frutos bagas; sementes com testa retículo-foveada (Moraes 2016). É uma espécie endêmica do Brasil, ocorrendo em Floresta Ombrófila e Floresta Estacional Semidecidual, nos estados da Bahia e da Região Sudeste (Moraes 2016, Bernacci et al. 2015).

CONCLUSÃO

As reservas biológicas, são de suma importância para a proteção da biota e demais características naturais, principalmente por não haver intervenção humana de forma direta. As espécies de passifloraceae agem como recurso para fauna e esta por sua vez, auxilia na dispersão das espécies através da zoocoria.

Para um levantamento da família mais preciso, seriam necessárias mais expedições ao campo, explorando as demais áreas da Rebio União. Desse modo, seria possível verificar se existe ocorrência de outras espécies de Passiflora, assim como, suas respectivas localizações dentro da unidade de conservação.

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As espécies que possuem mais facilidade em se estabelecer devido suas características reprodutivas

como a P. kermesina que floresce em todas as épocas do ano, tem seu número de ocorrências em maior quantidade, de forma a facilitar sua distribuição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Assis MA (1999) Florística e caracterização das comunidades vegetais da planície costeira de Picinguaba, Ubatuba. SP. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal. Universidade Estadual de Campinas. Campinas. Benevides CR (2006) Biologia Floral e Polinização de Passifloraceae Nativas e Cultivadas na Região Norte Fluminense-RJ. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual do Norte Fluminense. Programa de Pós-Graduação em Ecologia. Disponível:  http://www.uenf.br/Uenf/Downloads/pgecologia_5718_1378836141.pdf. Acessado em Novembro de 2015. Bernacci LC (2003) Passifloraceae. In: Wanderley MGL, Shepherd GJ, Giulietti AM, Melhem TS, Coordenadores. Flora Fanerogâmica do estado de São Paulo. Vol. 3. São Paulo: FAPESP/RIMA. p.p247-274. Bernacci LC, Cervi AC, Milward-de-Azevedo MA, Nunes TS, Imig DC, Mezzonato AC (2015) Passifloraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível: http://www.floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB182. Acessado em Novembro de 2015. Feuillet C, MacDougal J (2003) [2004] A new infrageneric classification of Passiflora L. (Passifloraceae). Passiflora: The journal & Newsletter of Passiflora Society International 13 (2): 34-38. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB12506. Acessado em 12 de Maio de 2016. Killip, EP (1938) The American Species of Passifloraceae. Field Museum Natural History, Botanical Series 19: 1–603. Millward-de-Azevedo MA, Valente MC (2004) Passifloraceae da mata de encosta do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e arredores, Rio de Janeiro, RJ. Arquivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro 62(2):367-374. Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA (2004) Passiflora L. Subgênero Decaloba (Dc.) Rchb. (Passifloraceae) na Região Sudeste do Brasil. Rodriguésia 5(85): 17-54. Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA, Gonçalves-Eesteves V (2012) A taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1–68. Millward-de-Azevedo MA (2014) Passifloraceae. Catálogo das espécies de plantas vasculares e briófitas do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível: http://florariojaneiro.jbrj.gov.br. Acessado em 2 de Maio 2016. Moraes AM (2016) Passifloraceae Juss. sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação dos Recursos Naturais. Universidade Federal da Juiz de Fora. Juiz de Fora. Pessoa SVA (1994) Passifloraceae. In: Lima MPM, Guedes-Bruni RR, Organizadoras. Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Nova Friburgo - RJ, Aspectos Florísticos das Espécies Vasculares 1. p.p. 315-322. Pessoa SVA (1997) Passifloreceae. In: Marques MCM et al. Flórula da APA Cairuçu, Parati, RJ: espécies vasculares. Série estudos e contribuições 14: 388-395.