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Eixo: Formação de Professores
A ESCOLA NORMAL DE CAMPINA GRANDE-PB: FORMAÇÃO DE
PROFESSORES NO INTERIOR PARAIBANO (1960 -1970)
Pâmella Tamires Avelino de Sousa (UFCG)1
Niédja Maria Ferreira de Lima (UFCG)2
Resumo: Estudar uma instituição escolar significa mergulhar em um mar de
complexidades. Muito mais do que fazer uma memória de uma instituição, estudá-la
compreende problematizar fatos ocorridos na mesma, ou relacionados a ela
(MAGALHÃES, 2004). Respaldadas nessa afirmativa, buscamos abordar nesse artigo
um recorte da pesquisa de mestrado em educação pela Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG -PPGEd), sobre a implementação da Escola Normal Estadual “Padre
Emídio Viana Correia” de Campina Grande - PB, criada na década de 1960, única
instituição pública de formação para o magistério no nível médio do município, em
funcionamento há mais de meio século. Portanto, a investigação sobre a Escola Normal
Estadual, em Campina Grande - PB, busca colaborar para a constituição de um
conhecimento acerca do processo de implementação e consolidação da referida Escola. Inicialmente, neste estudo, focalizaremos alguns elementos que possibilitem um
conhecimento e reflexão acerca da sua história e funcionamento na década de 1960-1970,
apresentando alguns dados relativos ao histórico e o público escolar dos discentes. Em
relação ao período de estudo 1960 a 1970, para estudar o processo de implementação da
Escola Normal de Campina Grande, respectivamente, o ano de sua criação e o último ano
de vigência da LDB nº 4024/61, uma vez que a Lei nº 5692/71 desfigurou o Curso
Normal. Como fontes, trabalhamos com dados históricos da Escola e fichas da vida
escolar do alunado. Tais fontes foram buscadas no arquivo da Escola Normal, depois
fotografadas e, em seguida, feita uma leitura dos dados contidos sobre o histórico escolar
dos alunos. Consideramos a relevância de estudos de autores como Almeida (2004),
Saviani (2008), Araújo (2008), Kulesza (1998), entre outros, que discutem a construção
da Escola Normal como lócus de formação do magistério dos anos iniciais de
escolarização, no Brasil e na Paraíba. Podemos concluir, ainda que provisoriamente, que
houve um descompasso entre a criação da Escola Normal de João Pessoa, ainda no século
XIX, e a de Campina Grande, criada na segunda metade do século XX. Por outro lado, a
preocupação de instauração dessa Escola Normal, expressava mais que o interesse na
instrução pública de qualidade. Como afirma Kulesza (2008) a escola normal, uma escola
1 Pâmella Tamires Avelino de Sousa, Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba - Brasil, E-mail: [email protected]. 2 Niédja Maria Ferreira de Lima, Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba - Brasil, E-mail: [email protected]
do sexo feminino destinada às elites, passou a ser referenciada como local de
profissionalização para a mulher de classe média, após a urbanização das cidades. Tais
aspectos podem ser identificados no número de alunas matriculadas nas décadas de 1960-
1970. Por fim, os dados nos levam a proceder com a investigação a fim de
compreendermos melhor como se configurou a Escola Normal (espaço físico, perfil das
normalistas, docentes, currículo, solenidades e demais aspectos do cotidiano escolar) no
período de 1960 a 1970, enfim, como se desenvolveu o processo de implementação da
referida Escola no município de Campina Grande-PB.
Palavras-chave: Instituições escolares; Escola Normal; Formação de professores;
Campina Grande-PB
A ESCOLA NORMAL DE CAMPINA GRANDE-PB: FORMAÇÃO DE
PROFESSORES NO INTERIOR PARAIBANO (1960 - 1970)
Introdução
Cada instituição escolar apresenta sua história e responde aos múltiplos
determinantes de forma singular, embora inserida em um contexto maior, de modo que o
estudo de uma determinada instituição permite ressignificar aspectos inexplorados na
História da Educação, assim como propicia uma relação com os estudos mais gerais da
mesma área (SANFELICE, 2007).
Desde a terceira década do século XIX, quando foi criada a Escola Normal de
Niterói, em 1835, até a promulgação da Reforma do Ensino de 1º e 2º Graus (Lei nº
5.692/1971), essa instituição constituiu o principal lócus de formação, no nível médio,
dos professores dos anos iniciais da escolarização. Papel tão relevante já justifica a
realização de estudos concernentes à história das escolas normais, ainda mais quando se
trata de um exemplo específico, como o da Escola Normal Estadual de Campina Grande-
PB.
Assim, concordamos com Justino Magalhães (2004) quando afirma que estudar
uma instituição escolar significa mergulhar em um mar de complexidades. Muito mais do
que fazer uma memória de uma instituição, estudá-la compreende problematizar fatos
ocorridos na mesma, ou relacionados a ela. Impõe-se ao pesquisador, portanto, ultrapassar
o estrito âmbito do objeto de estudo, para buscar apreender, no contexto sócio-histórico
mais amplo, condicionantes da configuração assumida pela determinada instituição, ou
seja, mediante a articulação dialética do singular e do universal, do particular e da
3
totalidade social, “[investigar] a conexão íntima entre a forma pela qual a sociedade
produz sua existência material e a instituição escolar que cria” (NOSELLA; BUFFA,
2009, p. 79).
Tal compreensão deriva do entendimento de que as instituições escolares são
[...] necessariamente sociais, tanto na origem, já que determinadas pelas
necessidades postas pelas relações entre os homens, como no seu
próprio funcionamento, uma vez que se constituem como um conjunto
de agentes que travam relações entre si e com a sociedade à qual servem
(SAVIANI, 2007, p. 5).
Em acréscimo, cabe destacar o incremento, constatado nas últimas décadas, das
pesquisas acerca da história de instituições escolares, como atestam os trabalhos
apresentados nos principais eventos acadêmicos da área, nas produções dos programas de
pós-graduação, nas linhas de pesquisas relativas à área da História da Educação.
Respaldadas nessa perspectiva, buscamos abordar nesse artigo um recorte da
pesquisa de mestrado sobre a implementação da Escola Normal Estadual “Padre Emídio
Viana Correia” de Campina Grande– PB, criada na década de 1960, única instituição
pública de formação para o magistério no nível médio do município, em funcionamento
há mais de meio século. Portanto, a investigação sobre a Escola Normal Estadual, em
Campina Grande – PB, busca colaborar para a constituição de um conhecimento acerca
do processo de implementação da referida Escola. Para tanto, inicialmente, neste estudo,
focalizaremos alguns elementos que possibilitem uma reflexão acerca da história da Escola
na década de 1960-1970, apresentando alguns dados relativos ao histórico da escola e
sobre o público escolar. Consideramos a relevância de estudos de autores como Almeida
(2004), Saviani (2008), Araújo (2008), Kulesza (1998), entre outros, que discutem a
construção da Escola Normal como lócus de formação do magistério dos anos iniciais de
escolarização, no Brasil e na Paraíba.
Surgimento das Escolas Normais
Desde a terceira década do século XIX, quando foi criada a Escola Normal de
Niterói, em 1835, até a promulgação da Reforma do Ensino de 1º e 2º Graus (Lei nº
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5.692/1971), essa instituição constituiu o principal lócus de formação, no nível médio,
dos professores dos anos iniciais da escolarização. Após o Ato Adicional à Constituição
do Império, surge a primeira Escola Normal brasileira. Como, por esse Ato, o ensino
elementar e, por consequência, a instrução de professores tornam-se responsabilidades
das províncias, “ao longo do século XIX foram surgindo escolas normais nas várias
províncias que constituíam o Império Brasileiro, num processo intermitente em que essas
instituições eram criadas, em seguidas fechadas e depois reabertas”. (SAVIANI, 2008,
p.7)
De início, muitas províncias, dentre elas a paraibana, antes de criarem a Escola
Normal, adicionaram aos liceus uma cadeira de Pedagogia (KULESZA, 1998).
De acordo com Araújo; Freitas; Lopes (2008), entre o período de 1835 a 1960,
registra-se a gênese e implantação de 20 Escolas Normais, sendo a Paraíba, em uma
perspectiva cronológica, a décima quarta província a criar sua Escola Normal. Segundo
Kulesza (2008, p.263), a Escola Normal paraibana fora instaurada a partir da lei 761,
“promulgada em 7 de dezembro de 1883 e regulamentada em 30 de junho de 1884, [que]
havia extinguido o Liceu Paraibano, implantando uma Escola Normal de dois graus”.
Ainda em conformidade com o autor citado, a preocupação de instauração das
escolas normais expressava mais que o interesse na instrução pública de qualidade: “ela
era uma escola do sexo feminino destinada às elites, (...) servindo muito mais para
preparar a mãe e a esposa, necessárias para uma sociedade em mudança, do que para
formar uma futura professora” (KULESZA, 2008, p.270). Apenas com a urbanização das
cidades, correlacionada à diversificação de classes sociais, a Escola Normal passou a ser
referenciada como local de profissionalização para a mulher de classe média.
O processo histórico esclarece nitidamente que a Escola Normal, inicialmente
pensada como local para preparação dos docentes que melhorariam a instrução primária
pública, sofre interferências do meio social, adaptando-se às perspectivas da sociedade na
qual está inserida. Para Saviani (2008, p.8), “a consolidação das escolas normais no Brasil
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resultou de um longo, difícil e oscilante processo que só veio a atingir ponto de maturação
nos anos 50 e 60 do século XX”.
Similarmente, para a profissão docente, a segunda metade da década de 1940 e a
década de 1950 constituem o “momento de consolidação de uma ‘cultura pedagógica’
que cunhou o professor como um ‘ser especial’, detentor de um saber imprescindível e
necessário, portador de uma missão: salvar as crianças da ignorância” (MARTINS, 2010,
p. 14, destaques do original).
O Decreto-Lei n° 8.530, de 2 de janeiro de 1946, conhecido como Lei Orgânica
do Ensino (BRASIL,1946), estruturava uma nova organização aos cursos normais,
dividindo-os em dois ciclos, conforme explicita Saviani:
o primeiro correspondia ao ciclo ginasial do curso secundário e tinha
duração de quatro anos. Seu objetivo era formar regentes do ensino
primário e funcionaria em Escolas Normais regionais. O segundo ciclo,
com a duração de três anos, correspondia ao ciclo colegial do curso
secundário. Seu objetivo era formar os professores do ensino primário
e funcionaria em Escolas Normais e nos Institutos de Educação. Estes,
além dos cursos citados, contariam com Jardim de Infância e Escola
Primária anexos e ministrariam também cursos de especialização de
professores primários para as áreas de educação especial, ensino
supletivo, desenho e artes aplicadas, música e canto e cursos de
administradores escolares para formar diretores, orientadores e
inspetores escolares. (SAVIANI, 2009, p.146) Tal modelo predominaria no contexto nacional até a aprovação da Lei n. 5.692, de 11 de
agosto de 1971, que reforma a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 4024/1961)
e institui o Ensino de 1º e 2º Graus, em decorrência da qual o curso Normal transforma-se na
habilitação profissional Magistério, do ensino de 2º grau. Conforme Almeida (2004, p.92)
A legislação, ao defender escolaridade obrigatória dos 7 aos 14 anos,
proporia a formação profissional dos professores que iriam atuar nas
séries iniciais do 1° grau através de uma habilitação de 2° grau, a
Habilitação Específica do 2° Grau para o Magistério (HEM),
extinguindo assim o curso normal.
Fica evidente que o ambiente histórico é o principal condicionador das mudanças sociais,
sendo possível observar que as Escolas Normais, constituem-se como instituições que sofrem
interferência do contexto social determinante, no Brasil estas atravessaram o Império e a
República marcada por afirmações e reformulações. Nesse contexto da década de 60 e 70 a
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perspectiva tecnicista vigorava devidamente influenciando a educação como ação técnica. As
instituições que chegam aos anos de 1940 e 1950 como espaços importantes na formação de
professores em todo o país, após o golpe militar de 1964, vai sofrer mudanças mais uma vez,
considerando que era preciso atender a mudança política ocasionada pelo golpe militar.
O momento de desvalorização da profissão fica evidente, uma vez que a transformação
da Escola Normal em mais uma habilitação fez com que o curso perdesse suas características
especificas e identidade. A presença de normalistas das classes mais abastadas se distancia cada
vez mais, permitindo a inserção de moças de classes mais populares que procuravam uma
profissão a fim de contribuir com o rendimento familiar. Outro marco desse período é a inserção
das cadeiras noturnas do curso.
Somente com a promulgação da Constituição de 1988 que surge a proposta de uma nova
elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Criada no ano de 1996, a Lei
9.394 de dezembro de 1996 considera novos percursos para a educação nacional. No que concerne
a formação de professores nas Escolas Normais fica disposto no artigo 62 à necessidade da
educação docente em nível superior. “A formação profissional será efetivada nos institutos
superiores de educação através do curso normal superior” (ALMEIDA, 2004, p.94).
Atualmente, o curso normal vem sofrendo outras alterações, a desvalorização profissional
se acentua cada vez mais fortemente atingindo até os profissionais dos institutos superiores
públicos. Fazer um curso em nível médio já não é mais uma aspiração profissional, uma vez que
atrelada as universidade públicas têm as concorrentes privadas, caracterizando a formação de
professores hoje em dia como uma fábrica de fornecimento de diplomas.
Feminização do magistério no contexto nacional
O processo de inserção da mulher na vida profissional ocorreu por meio do
magistério. (ALMEIDA, 2004). Anterior as aspirações do ideário republicano a mulher
não possuía uma significação enquanto sujeito social, seu papel era destinado aos ofícios
domésticos e religiosos. Grande parte desse pensamento vigorava dos ensinamentos
doutrinais de ênfase religiosa, pois se considerava a mulher um ser propenso ao pecado e
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que, portanto deveria ser domesticado e vigiado, cabendo essa atividade ao homem.
Assim as mulheres tinham como destino o casamento ou a vida religiosa.
No que se refere à educação feminina, essa era também restrita, uma vez que
apenas algumas famílias permitiam que as filhas aprendessem algumas instruções.
Quando esta concessão lhe era permitida, normalmente as meninas não chegavam a sair
de suas casas, sendo assim uma educação privada, com características nas prendas
domésticas e voltada apenas para as classes mais abastadas.
Tal forma de pensamento perdurou por muito tempo e ainda transcende seus
vestígios em alguns pensamentos ditos modernos. Essa condição educacional persistiu
por bastante tempo, mesmo quando as meninas começaram a ter acesso à educação
escolar junto com os meninos. Ou seja, as meninas não seguiam o mesmo percurso, pois,
logo os meninos se adiantavam e prosseguiam em classes separadas, enquanto elas
voltavam para a educação de como ser uma boa mãe e uma boa dona de casa.
Essa configuração de moldagem feminina vai propiciar o pensamento engajador
da feminização do magistério. Ainda em conformidade com Almeida (2004), com a
instauração da república o pensamento liberal ganha entusiasmo e em seus preceitos a
educação resplandecia como mecanismo propulsor para diminuição dos problemas
sociais, tais como o analfabetismo.
Arraigado desde o surgimento dos processos formativos brasileiros, nota-se que a
educação não era uma preocupação do governo para com as classes populares, de modo
que fora criado assim uma população sem qualquer tipo de instrução que crescia
avassaladoramente, o que favorecia dados de analfabetismo alarmantes. Assim, com o
ideário no auge se impõe a necessidade de criação de instituições escolares para educação
primária, porém com esse anseio se fazia de grande importância também profissionais
instruídos para essa atividade. Desse modo, junto com a efervescência da educação
primária será cogitada uma formação instrutiva para a mulher.
Inicialmente, considerando o crescimento das cidades as Escolas Normais
situavam-se nesse lócus e eram prioritariamente ocupadas por jovens da elite social,
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ficando assim as zonas interioranas afastadas da instrução e também as classes mais
populares. Essa visão permanecia, pois a educação feminina estava voltada para o caráter
civilizatório, ou seja, era necessário manter o equilíbrio “Essa educação em nível médio
e com um objetivo definido sem mais delongas, deveria bastar, e as jovens brasileiras
cresceriam com o destino profetizado de serem esposas, mães e, em caso de necessidade,
professoras” (ALMEIDA, 2004, p.75).
A vocação e o destino das mulheres começa a sofrer um rompimento quando o
número de Escolas Normais cresce alvo da maior procura por instrução das moças. A
economia nacional se desenvolvia e assim foi propicio o crescimento desse nível de
ensino. Os homens passam a ser minoria e quando se dispunham a carreira educacional
procuravam cargos mais administrativos, reafirmando a consolidação feminina ao
processo educacional dentro de sala de aula. Para as mulheres e principalmente os
movimentos sociais, o ingresso no magistério foi a primeira conquista feminina, que
embora continuasse responsável pelo lar e família e a vocação da docilidade a
amabilidade possuía agora um trabalho e um meio de escolha um pouco distanciado dos
grilhões masculinos.
Portanto, a educação, por um longo período, foi destinada somente aos homens e
ministrada também por eles. As mulheres foram inseridas aos poucos neste processo e as
formas de ensino eram diferentes das destinadas aos meninos. A educação feminina era
voltada em transformá-las em esposas “perfeitas” e mães cheias de valores e princípios.
Em momento nenhum, esta primeira forma de ensino esteve voltada para a emancipação
feminina e em desenvolver seu intelecto. (ROSA, 2011, p.3)
Somente com o período pós-republicano, o movimento feminista vai ganhar força
e gerar um propulsor desenvolvimento na forma de pensar das mulheres. Inicialmente
questionasse os valores e indaga-se a participação efetiva feminina nas decisões
individuais, políticas e sociais.
Os procedimentos metodológicos adotados
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Para o alcance do objetivo aqui proposto, nossa investigação sobre a primeira
Escola Normal Pública de Campina Grande levou em conta o contexto de sua
implantação, bem como aspectos de seu funcionamento, sendo alguns: os sujeitos da
escolarização, os discentes, buscando estabelecer relações com o âmbito mais amplo das
escolas normais do Estado e do país.
Em relação ao período de estudo- 1960 a 1970, para estudar o processo de
implementação da Escola Normal de Campina Grande, respectivamente, o ano de sua
criação e o último ano de vigência da LDB nº 4024/61, uma vez que a Lei nº 5692/71
desfigurou o Curso Normal.
No que se refere às fontes, é relevante destacar, inicialmente, que as consideramos
como documentos ou vestígios materiais elaborados no passado, sejam esses longínquos
ou mais ligados ao tempo presente, não direcionados ao pesquisador, mas para atender as
necessidades específicas do momento no qual foram produzidos. Nesse sentido,
compartilhamos da compreensão de que “documento algum é neutro, e sempre carrega
consigo a opinião da pessoa e/ou do órgão que o escreveu [ou o formulou]” (BACELLAR,
2005, p.63).
Como fontes, trabalhamos com dados históricos da Escola3 e fichas da vida
escolar do alunado. Tais fontes foram buscadas no arquivo da Escola Normal Estadual
Padre Emídio Viana Correia. Elas foram fotografadas e depois feita uma leitura dos dados
contidos sobre o histórico escolar dos alunos.
Nesse sentido, em conformidade com Godoy (1995), a pesquisa configura-se
predominantemente, como de cunho bibliográfico e documental. Ainda conforme a
autora, a pesquisa documental é constituída pelo exame de materiais que ainda não
3 Algumas informações relativas à história da Escola Normal Estadual Padre Emídio Viana Correia, foram extraídas da pesquisa mais ampla intitulada “Escola Normal Estadual Padre Emídio Viana Correia-Campina Grande-PB: criação e consolidação (1960-1970)”, em andamento na UFCG. As autoras integram a equipe desse projeto.
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receberam um tratamento analítico ou que podem ser reexaminados com vistas a uma
interpretação nova ou complementar. Pode oferecer base útil para outros tipos de estudos
qualitativos e possibilita que a criatividade do pesquisador dirija a investigação por
enfoques diferenciados. Além disso, os documentos são uma fonte não-reativa e
especialmente propicia para o estudo de longos períodos de tempo (GODOY, 1995, p.3,
parênteses no original).
A Escola Normal em um município do interior paraibano: alguns vestígios
O município de Campina Grande, localizado no interior do estado da Paraíba, nas
primeiras décadas do inicio do século XX, apresenta um expressivo desenvolvimento
econômico, devido à grande participação do comércio. Na década de 1930, a exportação
de algodão incrementa esse crescimento, chegando a ser denominada de Liverpool
Brasileira.
No entanto, a educação pública no município apresentava debilidades, uma vez
que, no ano de 1932, a rede de ensino particular contava com 17 estabelecimentos,
enquanto havia, na cidade, apenas um Grupo Escolar Estadual. Ademais, grande parte da
população não era alfabetizada, assim, configurando-se uma “dissonância entre ‘a
Liverpool brasileira’ e a cidade ‘mais analfabetizada’,[...] na terceira década do século
XX, [o que] constitui, em efeito, uma permanência de um traço presente desde a formação
da vila” (RODRIGUES; SILVA, 2004, p.7).
Ainda como exemplo da debilidade no campo da educação, no que concerne à
formação de professores, a Escola Normal no município de Campina Grande somente
virá a ser constituída no ano de 1960, enquanto a capital do estado, João Pessoa, conta
com essa instituição desde 1883 (KULESZA, 2008). Além disto, o estudo da criação de
uma determinada instituição escolar, como a Escola Normal, exige a consideração de que
Uma instituição implica em um ato de estabelecer, de fundar de criar.
Uma vez realizado tal ato, ela se encontra instituída, mas é o movimento
histórico de uma dada instituição que revela o seu processo instituinte,
seja nas dimensões organizativa, administrativa e espacial - física, seja
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nas dimensões curricular, docente e discente. Mas, para além de tais
aspectos intra-institucionais, estão também presentes os norteamentos
de ordem política, reveladores das aspirações e dos projetos, bem como
de suas efetivações (ARAÚJO; FREITAS; LOPES, 2008, p.26).
No entanto, ao se tratar da formação de professores para o município de Campina
Grande vemos uma distante preocupação. A cidade apesar de interiorana possuía uma
significativa relevância comercial o que lhe garante, nos anos 1960, o lugar de uma das
cidades interioranas mais importantes da Região Nordeste, chegando a arrecadar mais
impostos do que a capital do Estado, João Pessoa.
Devido ao crescimento urbano, diversas instituições escolares foram surgindo na
cidade, de modo que, na década de 1960, Campina Grande contava com 156 escolas
primárias municipais, 48 escolas primárias estaduais, 13 escolas primárias particulares,
cinco estabelecimentos de ensino secundário, uma escola de aprendizagem industrial, e
15 escolas primárias supletivas federais.
No que diz respeito ao ensino secundário, ratifica-se a debilidade da rede pública,
uma vez que, dos cinco estabelecimentos existentes, apenas um pertence à rede pública:
o Colégio Estadual Dr. Elpídio de Almeida, conhecido como Colégio Estadual da Prata,
criado pelo Decreto n° 456, de 18/07/1952.
Em se tratando da formação de professores, a situação é idêntica, já que a cidade
contava, até o início da década de 1960, apenas com instituições equiparadas à Escola
Normal, o Instituto Pedagógico, atual Colégio Alfredo Dantas (CAD) estabelecimento
particular, cuja equiparação ocorrera ainda na década de 1929. Conforme Andrade, Cury
(2013), o instituto fora a primeira escola particular de Campina Grande, funcionava nos
níveis primários e secundário, chegando a contribuir com o sistema educacional com as
Escolas Anexas, dentre elas, a Escola Normal de João Pessoa.
Ampliou-se os cursos, e funda cursos profissionais também, Normal e técnico-
comercial, sendo apenas em 1929, pelo Decreto n.1615, de 09 de Dezembro de 1929, do
Governo do Estado, integrou o Instituto pedagógico nas prerrogativas da Escola Normal
Oficial do Estado. (LIMA, 2013, p.5)
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Somente no primeiro ano da década de 1960, é criada a primeira instituição
pública voltada à formação de professores, a Escola Normal Estadual de Campina
Grande, cuja trajetória sintetizada é apresentada, por Beléns; Amorim, como segue:
Em 08 de Abril de 1960, foi criada a Escola Normal Estadual na gestão
do Governador José Fernandes de Lima. A Escola, que no princípio
contava com duas salas de aula, uma para abrigar os 25 alunos e outra
para servir de diretoria, secretaria e arquivo, no ano de 1962 já contava
com 70 normalistas distribuídas pelas três séries do ensino normal. Em
três anos, o salto foi ainda maior. Em 1965, a escola contava com 275
alunas e funcionava durante todo o expediente da manhã. Nos anos de
1980 a 1992, a Escola Normal funcionou nos turnos da manhã e da tarde
já em prédio próprio onde se localiza até hoje.
Foi no ano de 1981 que a Escola Normal Estadual passou a chamar-se
Escola Normal Estadual Padre Emídio Viana Correia. De 1993 a 1996,
a Escola funcionou durante os três turnos subordinada à Secretaria de
Educação e Cultura passando, em 1997, a fazer parte do Centro
Paraibano de Educação Solidária, ao qual pertence até hoje, assim como
à Terceira Gerência Regional de Ensino da Secretaria Estadual de
Educação (BELÉNS; AMORIM, 2009, p.4-5)
No entanto, o que se demonstra nesta instituição é que sua consolidação perdurou
por mais algum tempo, uma vez que o início de suas atividades ocorre em um espaço
cedido pelo Grupo Escolar Solon de Lucena. Ainda por anos seguintes, até 1966 a escola
ocupou os espaços cedidos, neste ano em destaque o Colégio Anita Cabral, ocupando
somente no ano de 1970, mas precisamente no dia 10 de maio, o seu prédio próprio.
Conforme o Jornal Diário da Borborema (1959), a solidificação de uma escola
normal no município era uma aspiração da sociedade campinense, e em torno de sua
construção havia interesses e interferências do governo municipal, por meio da prefeitura
e do governo federal, com o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP).
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO OU ESCOLA NORMAL DE
CAMPINA GRANDE – Procurando satisfazer a justa aspiração da
sociedade campinense, de possuir uma Escola Normal dotada de
instalações modernas, a convite do Prefeito Elpídio de Almeida foi o
Secretário de Educação à Campina Grande escolher um dos dois
terrenos oferecidos pela Prefeitura Municipal para edificação desse
futuro estabelecimento.
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Na entrevista anteriormente aludida, também prestava conta dessa
tarefa junto ao Instituo Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), a cujo
ilustre Diretor, professor Anízio Teixeira entregou um memorial,
datado de 18.2.1959, solicitando duas obras especiais para a Paraíba, a
Escola Experimental de João Pessoa e o Instituo de Educação de
campina Grande, valendo frisar que o referido documento fora instruído
com as plantas dos terrenos destinados e tais obras. (DIÁRIO DA
BORBOREMA, 1959).
Desta feita, é notório que os projetos e planos para a construção da instituição já
vigoravam com antecedência frente à criação da escola. Ademais, seu funcionamento
antecipado, isto é, ante da consolidação do prédio, configura a preocupação da sociedade
em possuir não apenas uma instituição, mas, profissionais que trabalhassem com a
educação.
Diante de tais argumentos, foram realizadas consultas ao arquivo central da
escola, a fim de buscar fontes e dados acerca do movimento político-social de criação da
escola e dos sujeitos que compunham tal processo histórico, desde agentes educacionais
quanto a políticos e alunos. Neste artigo, será focada a primeira década de funcionamento
da escola 1960-1970, apresentando aspectos históricos da sua impmentação e dados
relativos às fichas de matrículas dos sujeitos da escolarização - os discentes.
Conforme o Histórico da Escola4, a princípio, a escola foi chamada de Escola
Normal Estadual. A partir do projeto de Lei 54/81 de 09 de julho de 1981 a escola mudará
de nome para Escola Normal Padre Emidio Viana Correia. Esse nome deriva de uma
homenagem feita ao padre que foi um educador campinense.
Durante o período aqui mencionado para estudo a escola contou com três
diretores.
Quadro 1: Diretores da Escola Normal no período de 1960 - 1970
4 A Escola Normal Estadual Padre Emídio Viana Correia, possui um acervo próprio, com dados referentes ao surgimento e funcionamento da instituição.
Diretor Período Gestão Governamental
Dr. Antônio Carlos Escorel 1960 a 1962 José Fernandes de Lima e Pedro Moreno Gondim
Prof. Fernando Silveira 1963 a 1966 Pedro Moreno Gondim
14
Nesse período, a presença do ser masculino nos espaços de formação educacional
se configurava como cargos administrativos, isto é fora da sala de aula (ALMEIDA,
2004). O Quadro 1, permite visualizar que a Escola Normal de Campina Grande também
passará por esse modelo destacado por Almeida (2004), pois de acordo com o registro
consultado no acervo escolar, apenas no ano de 1976 uma mulher assumirá o cargo de
diretora da referida escola.
No que concerne ao número de matrículas, como já mencionado, inicialmente, em
1960 a escola possuía um número restrito de alunos, chegando à conclusão do curso de
magistério dessa primeira turma apenas 43 alunas. Cabe-se a observação que em todas as
fichas consultadas foram identificadas somente alunas do sexo feminino. Ou seja, desde
o seu ano de criação a escola já se preconizava como espaço formativo apenas para as
moças, reforçando, portanto, o processo de feminização do magistério em curso, na
formação de professores no Brasil.
Os dados apresentados no quadro que segue, mostram o número de matrículas
identificados no período de 1963 – 1970, e nos dão base para uma análise prévia das
matrículas efetivadas. As fichas consultadas, neste momento do estudo, num total de oito
fichas de matrícula, trazem informações relevantes sobre a documentação exigida no ato
da matrícula, exigências comprobatórias e certificadoras, para que as alunas pudessem
cursar o magistério.
Ano Número de matrículas
1963 27
1964 43
1965 97
1966 53
Dr. Estácio Tavares
Wanderley
1967 a 1971 Agrípino Filho
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1967 144
1968 130
1969 138
1970 171
Quadro 2: Quantidade de alunas matriculas por ano.
O número de alunos corresponde ao período da matrícula, não contabilizando o
número de discentes em turmas ativas na escola por ano. Além disso, por se tratar de uma
pesquisa em andamento, ainda não são conhecidos os processos de oscilações referentes
aos números de matrículas.
Nesse sentido, em conformidade com as fichas de matrícula, pode-se constatar
que houve uma oscilação na quantidade alunas matriculada nos anos posteriores a 1960.
A partir de 1963, o número de alunas diminui, passando a ser apenas 27. No ano seguinte
há um pequeno crescimento chegando a 43 alunas, somente no ano de 1965 haverá um
crescimento expressivo superando o ano de inauguração da escola, nesse ano a instituição
passa a contar com 97 alunas. Em 1966, ocorre novamente uma insuficiência no número
de alunas, totalizando a quantidade de 53 discentes.
Somente no ano seguinte, isto é em 1967 no ano seguinte, registra-se um
crescimento no número de matrículas que se estenderá até o final da década em estudo,
sendo no ano citado a quantidade de 144 alunas matriculadas, seguindo-se em 1968 por
130 alunas e, nos dois seguintes anos, 1969 e 1970, possuíam-se 138 e 171 discentes
respectivamente.
Ainda relativo as fichas de matrícula, essas eram compostas de algumas
exigências comprobatórias e certificadoras de que as alunas podiam cursar o magistério.
Assim, para efetivação da matrícula eram exigidos: atestado de boa saúde, de vacinação
contra varíola, certificado de conclusão do curso ginasial, certidão de bom
comportamento, requerimento de matrícula e pagamento de uma taxa para efetivação da
matrícula. Além destas informações, as fichas eram compostas por notas de um exame
vestibular previamente realizado para seleção das alunas, estas eram avaliadas em
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Português e Matemática (escrito e oral) e em outras disciplinas das quais não se esclarece
o procedimento da prova, História do Brasil, Geografia, Ciências e Francês.
Contabilizada a média da aluna, somado aos documentos se realizava as matrículas.
É evidente que a forma de seleção das alunas conota uma figura do
comportamento que a moça e futura docente deveriam exercer na sociedade. Conforme
Santos (2014, p.170) “a formação se inicia com o processo de seleção, classificação,
hierarquização, inclusão e exclusão que se inscreve no corpo”. De modo que se fazia
necessário uma pré-seleção das alunas que viriam a se tornar professoras, relacionando
ainda o papel de uma boa mãe como uma boa professora.
Apontamentos finais
Considerando os aspectos abordados neste estudo, podemos concluir, ainda que
provisoriamente, que na criação da Escola Normal Estadual Padre Emídio Viana Correia,
em Campina Grande-PB, houve um descompasso entre a criação da Escola Normal de
João Pessoa, ainda no século XIX, e a de Campina Grande, na segunda metade do século
XX. Por outro lado, a preocupação de instauração dessa Escola Normal, expressava mais
que o interesse na instrução pública de qualidade. Como afirma Kulesza (2008) a escola
normal, uma escola do sexo feminino destinada às elites, passou a ser referenciada como
local de profissionalização para a mulher de classe média, após a urbanização das cidades.
Tais aspectos podem ser identificados no número de alunas (normalistas) matriculadas
nas décadas de 1960-1970.
Os dados evidenciados no histórico da escola ainda mostram forte influência da
religião no imaginário da sociedade e da escola, da qual atribui seu nome ao de um
educador religioso do período. A presença do homem já aparece como função
administrativa reafirmando que a sala de aula e o ensino para com as crianças se
configuram em uma ação maternal, isto é feminina. No que diz respeito as fichas de
matrículas, estas compõe dados importantes do corpo discente constituinte da escola, e
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estas são similares a outros estudos de outras escolas normais que enobrecem a visão da
professora como um ser idealizado de pureza e delicadeza para desempenho da missão
educadora.
Por fim, os dados nos levam a proceder a investigação para compreendermos
melhor como se configurou a Escola Normal (espaço físico, perfil das normalistas,
docentes, currículo, práticas escolares, solenidades e demais aspectos do cotidiano
escolar) no período de 1960 a 1970, enfim, como se desenvolveu o processo de
implementação da referida Escola no contexto da educação paraibana.
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