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Nome: Manuel Alberto da Silva Oliveira
Número – 902942
Demografia : e-Fólio A
1. Elabore uma análise comparada entre as atitudes em relação à população na Antiguidade, na Idade Média e
na Idade Moderna tendo em particular atenção os seguintes aspectos:
a) Os diferentes pontos de vista, b) A existência de uma atitude explícita em relação aos problemas da
população; c) A existência de uma atitude cientifica; d) A especificidade do mercantilismo inglês
A Demografia como ciência aparece apenas na segunda metade do século XVIII, No entanto já
desde a civilização grega que se estuda a população, Há por isso que termos em conta os vários pontos
de vista, as diferentes perspectivas sobre a população.
Na Antiguidade pensadores, como Platão que defendia a existência de um conjunto de medidas
que visam proteger a família, assegurar a transmissão da terra a um único herdeiro, atribuir aos
magistrados o poder de regular, o nº de casamentos, consoante o volume da população e as condições
económicas e sociais do momento; ou Aristóteles que tinha como preocupação na sua reflexão,
encontrar uma estabilidade no número de habitantes, este Pensador, defende a existência de um
número variável de habitantes, ao aperceber-se que a mortalidade e a natalidade fazem variar o
volume populacional, por isso defende o princípio da justa dimensão, a fim de evitar que uma
população numerosa leve ao aumento de pobreza, crimes, violência e agitação social.
Segundo o ponto de vista destes dois Grandes senhores da filosofia a população deveria ter um
crescimento quase nulo de forma a tornar possível a existência de um equilíbrio social, político e
económico.
Ainda na antiguidade mas na outra grande civilização – Roma, os problemas da população são
analisados por juristas e militares, numa visão mais prática, que estaria relacionada com os
acontecimentos. O território romano com uma ampla extensão e exigia uma atitude de regras
populacionais, com o objectivo de povoar o território, na prática, a legislação de Roma procurava
atingir esses objectivos, através de leis que atribuíam terras gratuitas ás famílias mais numerosas (com
mais de 3 filhos), puniam o adultério, criavam limitações em matéria de herança para os celibatários.
As questões relacionadas com a população, Na Antiguidade, foram sempre analisadas numa
perspectiva política e social.
Na Idade Media, onde o Cristianismo imperava, as reflexões sobre a população foram bem diferentes,
pois, o estudo, incidia mais, sobre uma visão mais teológica e moral.
Destacam-se três pensadores Santo Agostinho, São Gregório e São Tomás de Aquino.
Santo Agostinho e São Gregório defendem o casamento era para gerar filhos, condenam o aborto e o
infanticídio bem como qualquer todas as acções que impedissem o nascimento.
São Tomás de Aquino era um defensor da teoria que a moral tinha de imperar na actividade humana
reforça a condenação do infanticídio e do aborto, reconhece o valor do celibato religioso.
Na era moderna, as teorias sobre a população separam-se das questões morais e vão passando a
depender das preocupações políticas e económicas. É neste contexto que se deve interpretar o culto
pelo ideal mercantilista da riqueza, associado à valorização do Estado. Neste contexto, as doutrinas
mercantilistas são consideradas, no seu conjunto, explicitamente “populacionistas”. Este processo
permitiu acelerar o processo que irá conduzir ao aparecimento da Demografia como ciência.
No mercantilismo italiano, destacam-se Maquiavel e Botero. Maquiavel defende que uma população
numerosa reforça o poder do Príncipe, adopta uma atitude “populacionista”. Para Botero, uma
população numerosa deve ser a primeira preocupação do Estado.
Em França os pensadores que se destacaram foram Bodin e Montcherestien (populacionismo
intransigente) e Vauban que defende um populacionismo mais racional. Jean Bodin e Montcherestien
defendem que uma população numerosa valoriza um país. Vauban é populacionista ao defender que a
falta de população é a maior desgraça que pode acontecer ao reino. Ficou conhecido na história do
pensamento demográfico pelas estimativas que faz e por chamar a atenção para a utilidade dos
recenseamentos da população.
Na Inglaterra, o mercantilismo é evolui ao longo do tempo. Consequentemente, a atitude face à
problemática da população também evolui. Nesta evolução aparecem duas correntes de pensamento
distintas: no princípio, Thomas More, ao estudar as causas da miséria do seu país, pensa que esta se
deve a três factores: o luxo da nobreza, a existência de muitos domésticos improdutivos e a extensão
da criação de carneiros. A população é considerada uma variável entre tantas outras do sistema social;
depois, a população aparece como interessante em si própria… são os primórdios da Demografia
científica. A Demografia começa a dar os seus primeiros passos como ciência e pensadores como
William Petty, John Graunt, Edmund Halley que perceberam que a “problemática” da população
devem ser estudada independentemente das relações que possam ter com quaisquer outros problemas
económicos, políticos e sociais.
Em suma a época mercantilista é uma época dominada pela ideia do crescimento da população ser um
bem precioso a defender.
Os 1º anos do século XVIII são caracterizados por uma diminuição da população na maior parte dos
países europeus.
-- A 2ª metade deste século, as condições de existência melhoram e o nº de habitantes aumenta em
quase todos os países europeus.
-- “A paternidade da palavra Demografia é, em geral, atribuída a Achille Guillard que publicou uma
obra intitulada Elementos de Estatística Humana ou Demografia Comparada, em sentido amplo,
abrange a história natural e social da espécie humana; em sentido restrito, abrange o conhecimento
matemático das polulações, dos seus movimentos gerais, do seu estado físico, intelectual e moral".
Na Idade moderna surgem várias correntes da demografia agora vista como ciência
Eu destaco a Demografia Quantitativa defendida por Laundry que estuda os movimentos que se
produzem numa população, acompanhado dos resultados desses movimentos;
e a Demografia Qualitativa: ocupa-se das qualidades dos seres humanos e que diz respeito aos
aspectos qualitativos do fenómeno social das populações e ainda à genética demográfica ou biologia
das populações, à biometria (estatística aplicada à investigação biológica).
Para G. Wunsch e M. Termote, Demografia é o estudo da população, dos seu aumento através dos
nascimentos e imigrantes, da sua diminuição através dos óbitos e dos emigrantes.
2. Explicite as linhas fundamentais do pensamento malthusiano dando particular relevo aos seguintes
aspectos:
a) Que ligações existem entre o Mercantilismo inglês e o pensamento de Malthus? b) Malthus foi
verdadeiramente original nas suas ideias básicas?; c) Que diferenças fundamentais existem entre e 1ª edição
e última edição revista em vida pelo autor?; d) Em que consiste a verdadeira originalidade do pensamento
científico de Malthus?; e) Que diferença existe entre os malthusianos e os neomalthusianos?; f) Sem entrar no
detalhe dos dados e dos países e tendo em conta os dados que conhece acerca da evolução da população
mundial Malthus tinha razão ou foi um falso alarmista?
Thomas Malthus, padre inglês que viveu no século XVIII (1766-1834), A sua teoria assenta no facto de
uma população ter um aumento constante e esse aumento ser mais rápido do que os meios de subsistência,
sendo o equilíbrio entre o tamanho da população e o nível de subsistência mantido através do controle do
crescimento da população.” Malthus sistematiza as suas ideias sobre a demografia em três temas
fundamentais: População e subsistências, obstáculos e remédios. Para Malthus, quando uma população não é
controlada, duplica todos os 25 anos. No segundo tema, os obstáculos ao crescimento da população, Malthus,
defende dois tipos de obstáculos: os positivos (ou Regressivos), que serão todos os obstáculos que afectam a
vida humana (Ex: pobreza, epidemias, fomes, etc...) e os preventivos, que serão os acontecimentos que levam
à diminuição da fecundidade, isto é, casamentos adiados (criando condições para que os cônjuges casem mais
tarde), abstinência antes do casamento (limitações morais), casamentos tardios dos pobres ou até apelo ao
celibato. “A miséria deriva do crescimento excessivamente rápido da população”.
Antes de Malthus já se pensava que uma população, submetida à influência única do instinto de
reprodução, duplicada cada 25, 20 ou15 anos, que a terra era incapaz de produzir uma quantidade de
alimentos suficientes para acompanhar este crescimento populacional, que existem obstáculos que podem
ajustar as populações ao nível de recursos disponíveis. Na minha perspectiva além destas ideias já terem sido
abordadas por outros pensadores a originalidade de Mathus, prende-se com os elos que estabelece entre
todas elas, pela força e precisão com que aborda estes temas, pelas análises detalhadas que elabora dos
diversos tipos de obstáculos e por ter explicitado as consequências do princípio da população.
Na 1ª edição Malthus a sua teoria era baseada no facto de uma população ter um aumento constante
e esse aumento ser mais rápido do que os meios de subsistência, sendo o equilíbrio entre o tamanho da
população e o nível de subsistência mantido através do controle do crescimento da população. e última
edição revista em vida pelo autor, prendem-se com o facto de nos últimos anos de vida de Malthus, Place
publica o livro intitulado Ilustrações e Provas do Principio da População no qual defende uma posição
intermédia nas teses que opõem Godwin a Malthus não é totalmente malthusiano, na medida em que não
está de acordo com os meios defendido por Malthus. A solução não consiste em limitar o nº de casamentos (o
casamento nas idades jovens conduz à felicidade), mas em limitar o nº de nascimentos no interior do
casamento.
Inicialmente a doutrina malthusiana era essencialmente conservadora, na medida em que defendia
explicitamente o ponto de vista que os poderes públicos e a sociedade não eram responsáveis pela miséria
existente nas classes trabalhadoras. A miséria era uma consequência da tendência destas classes a uma
multiplicação sem controlo. Talvez por esta razão um certo tipo de pensamento conservador se tenha
apropriado destas ideias. Ao ser apoiado pelo liberalismo económico, a defesa do neomalthusianismo
significa, em princípio, a preferência por um crescimento lento da população.
Bibliografia
Joaquim Manuel Nazareth, Demografia – A Ciência da População, Editorial Presença,
Colecção Fundamentos, Lisboa, 2004.
Bäckström Bárbara, Demografia, Caderno de Apoio, Universidade Aberta, 2007
Sites visitadoshttp://analisesocial.ics.ul.pt/docu
mentos/1223461180E5bHL9jl7Ge12KE1.pdf