eficácia escolar e cultura · o que devemos fazer para superar ... formar uma comunidade é um...
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Eficácia Escolar e Cultura
profissional A escola como comunidade de aprendizagem
profissional e eficácia no sala de aula
Antonio Bolívar (Universidad de Granada, Espanha)
Componente crítico da eficácia
escolar …
Melhorar a capacidade organizativa de cada escola mediante
um sentido de comunidade entre os profissionais
As escolas marcam uma maior diferença ou adicionam mais valor quando trabalham numa cultura de colaboração que, nos últimos anos, entendemos como “Comunidade de Aprendizagem Profissional (CAP)”.
Pensar a escola como tarefa coletiva é convertê-la no lugar onde se analisa, discute e reflexiona, conjuntamente, sobre o que passa e o que se quer conseguir.
Desenvolvimento das escolas como organizações passa, como linha prioritária de ação, pela reconstrução dos estabelecimentos escolares como lugares de formação e inovação não só para os alunos, senão também para os próprios professores.
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Processos e condições para configurar as escolas como
espaços de aprendizagem e desenvolvimento profissional
dos docentes, com o propósito de melhorar a aprendizagem
dos estudantes
Uma cultura escolar: docentes trabalham como iguais,
aprender uns de outros e trocar as práticas educativas que
sejam eficazes.
De modo sustentável se constrói capacidade profissional
coletiva dentro da escola, e entre escolas e comunidade
(Stoll e Louis, 2007).
O “capital social”, como os padrões de relação entre os
docentes, uma via privilegiada da melhoría
Questões
Effective School
Processes
& Learning Organization
EFECTIVE
PROFESSIONAL
LEARNING
COMMUNITY
Integração de tradições de
investigação e melhoria Effective
Schools ______________
Outcomes
School
Improvement ______________
Processes
De uma cultura escolar individual a
uma cultura de colaboração e
trabalho conjunto a nível de escola
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Comunidades Profissionais de
Aprendizagem e Eficácia Escolar
A CPA vêm representar uma nova fase de desenvolvimento
dentro do movimento de melhora escolar (school
improvement), integrando-o com as lições aprendidas do
movimento de eficácia escolar (effectiveness research).
A CPA tem como objetivo melhorar de modo contínuo os
resultados escolares dos estudantes. Por isso, fala-se de uma
“comunidade profissional de aprendizagem efetiva” (An
effective professional learning community, Bolam et ao, 2005).
Na definição regular que se formula neste texto:“An effective
professional learning community has the capacity to promote
and sustain the learning of all professionals in the school
community with the collective purpose of enhancing pupil
learning”.
A escola e o sala de aula: superar
“gap/decalage”
A eficácia a nível de escola tem que evidenciarse
na prática docente no sala de aula.
Pôr os dados no centro da melhora.
Construir uma cultura profissional de trabalho
conjunto e eficácia individual
Resulta necessário conectar o nível de sala de
aula com as mudanças organizativas e culturais,
de maneira que se potencien mutuamente
(Elmore, 2010).
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O que devemos fazer para superar
o “gap”/”decalage”?
Exige reestructurar contextos organizativos para uma aprendizagem
institucional
Conectar o nível de escola com o trabalho no sala de aula de classe:
o labor conjunto da escola (trabalho em equipe e em colaboração)
não sempre incidiu.
Em seu lugar, concentrar-se nas práticas de ensino e aprendizagem
existentes, que já demandarão –por retroacción posterior– que papéis
e estruturas são requeridos para promover as práticas educativas que
demandamos
“Melhorar, é sobretudo aprender a fazer o que se tem que fazer no contexto em que se trabalha. O problema é que quase não se têm ocasião alguma para que os docentes possam dedicar-se a uma aprendizagem contínua e substantiva sobre o exercício de sua profissão
no contexto em que trabalham (Elmore)
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Cultura Cultura de colaboração a
nível de escola e trabalho no sala
de aula
Não se trata só de que os professores interactúen mais
entre si, com maiores graus de colaboração e trabalho
em equipe, senão que o façam em torno do que é o
núcleo de seu trabalho: o ensino no sala de aula
Resulta necessário conectar o nível de sala de aula com
as mudanças organizativas e culturais, de maneira que
se potencien mútuamente
O “capital profissional” de cada docente trabalhando
juntos em cada escola (“capital social”) é o principal
ativo para transformar o ensino (
Uma organização para a
aprendizagem
As escolas devem ser organizações para a aprendizagem: dos alunos, mas também do próprio professorado, sem o qual o primeiro não melhorará.
Os centros escolares precisam ser redesenhados, em sua estrutura e cultura escolar, para que possam incrementar, em lugar de inibir, a aprendizagem da organização.
Ao serviço de uma maior profissionalidade do professorado (e, por tanto, do ensino e da aprendizagem) põem-se: direção escolar, estrutura de apoio ou assessoramento (externo e interno), redes entre escolas.
Em soma, uma organização para a aprendizagem
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Que devemos fazer a nível das
políticas educativas?
Do paradigma do “mudança gerida” a “construir
capacidades” (capacity-building): meio de gerar e
sustentar a melhora escolar.
Novo paradigma: mobilizar a capacidade interna de mudança (das escolas como organizações, dos
indivíduos e grupos) para regenerar internamente a
melhora da educação. Dinâmicas laterais e autônomas de
mudança
Num equilíbrio, sempre instável e diferencial segundo o
grau de desenvolvimento de cada escola, terá que
combinar adequadamente os impulsos externos de apoio
com a capacitação interna.
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Construção de capacidades: Duas
formas atuais
A colaboração interna (Comunidades Profissionais de
Aprendizagem)
A colaboração entre escolas (Redes, acordos,
grupos).
Ademais uma liderança distribuída ou
compartilhada orientado à aprendizagem
A aprendizagem profissional se situa no centro das
relações entre redes entre escolas e a comunidade.
Vem recolher as lições e experiências adquiridas das
Organizações que Aprendem e as culturas de
colaboração.
A formação contínua do professorado conectada dos contextos de trabalho, como profissionais adultos deve articular-se com eles.
“Não é possível criar e manter ao longo do tempo condiciones para uma aprendizagem efetiva para os estudantes quando, ao tempo, não se conseguem que existem para o desenvolvimento profissional de seus professores”
(Sarason: El predecible fracaso de la reforma
educativa)
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“A estratégia mais promissora para uma melhora escolar
sustentada e substantiva é o desenvolvimento da
capacidade do pessoal da escola para funcionar como
Comunidades de Aprendizagem Profissional” (Dufour, 1998)
“Uma comunidade de aprendizagem profissional efetiva
tem a capacidade de promover e manter a aprendizagem
de todos os profissionais na comunidade escolar com o
propósito coletivo de incrementar a aprendizagem dos
alunos” (Stoll).
Criar e desenvolver comunidades profissionais de
aprendizagem depende de diversos processos dentro e
fora da escola, estudados pela literatura a partir das
experiências.
Exige reestructurar contextos organizativos para uma
aprendizagem institucional
Comunidades de Aprendizagem
Profissional
As escolas como ”Comunidades de
Aprendizagem Profissional”
Representa uma mudança fundamental no
entendimento das escolas e da prática profissional
Formar uma comunidade é um processo, com a
finalidade de incrementar sua efetividade como
profissionais: proporcionar a melhor educação
possível a seu corpo discente.
Por isso, as CAP se constroem para incrementar a
capacidade do professorado como profissionais, em
benefício do que importa como missão da escola: a
melhora da aprendizagem de todos os alunos. Daí que
se fale de comunidades de aprendizagem efetivas.
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Redesenhar a
escola: um projeto
conjunto de ação
Liderança pedagógica da direção de escola
COMUNIDADE DE
APRENDIZAGEM
PROFISSIONAL
Planejamento de
processos de melhora
baseados em dados
Trocar e compartilhar
de experiências e
metodologias
APRENDIZAGEM DOS
ESTUDANTES
Uma organização para a aprendizagem
Comunidad aprendizagem
profissional
-- Uma comunidade de aprendizagem
efetiva tem a capacidade de promover
e manter a aprendizagem de todos os
profissionais na comunidade escolar
com o propósito coletivo de
incrementar a aprendizagem dos
alunos. Bolam et al (2005)
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Comunidad aprendizagem
profissional
Visão e valores compartilhados
Responsabilidade coletiva pela aprendizagem dos alunos
Colaboração centrada na aprendizagem
Aprendizagem profissional: individual e coletivo
Indagação profissional reflexiva
Abertura, redes e concertos
Atitude inclusiva para os novos membros
Troco mútuo, respeito e apoio
Processos para criar, desenvolver e
manter comunidades profissionais
de aprendizagem
[a] Centrar-se nos processos de aprendizagem de corpo discente e professorado. Processos de transferência e criação de conhecimento, mediante o intercâmbio com os colegas numa empresa coletiva.
[b] Liderar as comunidades profissionais de aprendizagem. Liderança a todos os níveis. Cultura favorecedora da aprendizagem, assegurar a aprendizagem em todos os níveis da organização, promover a reflexão e indagação, e prestar atendimento à cara humana da mudança.
[c] Gerir os recursos estruturais: tempo e espaço. Planificar o tempo para a aprendizagem conjunta (na escola, salas de aula ou reuniões), bem como o espaço.
[d] Interação e relação com agentes externos. Uma comunidade profissional não pode subsistir isolada, precisa de apoio externo, relações e alianças. Redes com outros centros educativos de sua zona para apoio e intercâmbio mútuo.
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1. O núcleo do desenvolvimento profissional o constitui a reflexão e intercâmbio coletivo sobre a aprendizagem dos alunos.
2. Organizar o trabalho diário de maneira que apóie a aprendizagem do professorado.
3. Desenvolver enfoques alternativos à aprendizagem do professorado.
4. Prover feedback sobre a aprendizagem dos alunos.
5. Desenvolver um ethos que apóie a aprendizagem do professorado
Organizar as escolas para a
aprendizagem do professorado
Gestão e liderança das escolas
Determinados fatores (autonomia de escolas, prestação
de contas, pressão pelos resultados) motivam que se
está voltando a mirada à liderança das equipes diretivas como via privilegiada de melhora.
A autonomia e capacidade de um estabelecimento
escolar, deve ser articulada por uma liderança pedagógica.
As escolas estão debilmente articuladas, precisa
integração e coerência horizontal
A liderança dos diretores é um fator de primeiro ordem
na melhora da educação. La investigação põe de
manifesto que, depois da qualidade e trabalho do
professorado, a liderança é o segundo fator interno à escola que mais relevância tem no lucro de aprendizagens.
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Liderança
escolar
exitoso
Estabelecer uma direção
Gerir o ensino e o currículum
Desenvolver ao pessoal
Redesenhar a organização
(Day, Leithwood, Louis)
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Liderança en uma escola como
comunidad profissional de aprendizagem
A liderança como um grupo de gente que aprende e trabalha junta numa comunidade com um sentido de propósito compartilhado.
Comunidades Profissionais de Aprendizagem Trabalho conjunto do centro, preocupado por fazer bem seu trabalho, isto tem um impacto no incremento das aprendizagens e resultados do corpo discente.
Uma cultura de aprendizagem (aprender entre o professorado para melhorar a aprendizagem do corpo discente) não é possível sem uma cultura escolar e contexto que possam facilitá-lo.
Resultado de um processo em que se construiu um sentido de comunidade, com missões e propósitos compartilhados, o que supõe o envolvimento, iniciativa e cooperação do pessoal .
Uma liderança distribuída e
compartilhada
Isto não supõe voltar a um modelo vertical ou autoritário,
burocrático, mostrado pouco válido e recusado pelo
professorado.
De acordo com as novas linhas de investigação, uma
liderança compartilhada ou distribuída (distributed
leadership), numa Comunidade de Aprendizagem
Profissional. Por isso, fala-se de uma liderança para a
aprendizagem.
Uma liderança centrada na aprendizagem (learning-
centered leadership); isto é, vincular a liderança com a
aprendizagem do corpo discente.
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Uma liderança distribuída numa
Comunidade de Aprendizagem Profissional
Potenciar a liderança do professor, de outro, as escolas
como comunidades profissionais de aprendizagem
efetivas.
Liderança coletiva: A liderança começa a ver-se menos
como de um indivíduo e mais de uma comunidade. Sem
construir um sentido de comunidade que valoriza a
aprendizagem pouco longe pode ir a liderança.
Desenvolver a própria capacidade de liderança dos
demais. Isto exige, paralelamente, que os professores
assumam um papel mais profissional, com funções de
liderança em suas respectivas áreas e âmbitos numa
organização que aprende.
Comunidade de Aprendizagem
Profissional
Procurar a
sustentabilidade
e redes com
outras CPAs
Procurar
apoios,
assessores
externos
Assegurar
estruturas de
apoio (tempos e
espaços)
Relações com
confiança
Aprendizagens
estudantes
como foco
compartilhado lCultivar a
participação e a
liderança
distribuída
Evidências
de
processos e
resultados
Promover a
colaboração
para aprender
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Além da escola como uma comunidade,
redes sociais e comunidades ampliadas
Numa sociedade da informação e num mundo interconectado a escola já não pode sobreviver isolada.
A educação numa sociedade complexa precisa do concurso de múltiplos agentes e instâncias. T
rata-se, em soma, de incrementar o capital social da escola, na perspectiva atual de revitalizar o tecido associativo, por meio de redes (culturais, familiares, sociais) que construam novos compromissos em torno da educação conjunta de nossos jovens como cidadãos, superando a fragmentação dos espaços e tempos educativos.
“O capital profissional de
excelentes docentes trabalhando
juntos em cada escola é o principal
ativo para transformar o ensino.
Daí a necessidade de cuidá-lo e
potenciá-lo. Mas, ao mesmo
tempo, precisamos bem mais
"capital social" dentro de nossas
escolas (de colega a colega), mas
também através da escola e entre
escolas”
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Muito obrigado
Eficácia Escolar e Cultura
profissional A escola como comunidade de aprendizagem
profissional e eficácia no sala de aula
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