efeitos da fluoxetina na periodontogÊnese: anÁlise … · vença assim mesmo. se você é honesto...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA MESTRADO EM CLÍNICA INTEGRADA EFEITOS DA FLUOXETINA NA PERIODONTOGÊNESE: ANÁLISE HISTOLÓGICA E HISTOMORFOMÉTRICA EM RATOS Luciana Silva Regueira Recife PE 2013

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Page 1: EFEITOS DA FLUOXETINA NA PERIODONTOGÊNESE: ANÁLISE … · Vença assim mesmo. Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo. Seja honesto e franco assim mesmo. O que

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

MESTRADO EM CLÍNICA INTEGRADA

EFEITOS DA FLUOXETINA NA PERIODONTOGÊNESE: ANÁLISE

HISTOLÓGICA E HISTOMORFOMÉTRICA EM RATOS

Luciana Silva Regueira

Recife – PE

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

MESTRADO EM CLÍNICA INTEGRADA

EFEITOS DA FLUOXETINA NA PERIODONTOGÊNESE: ANÁLISE

HISTOLÓGICA E HISTOMORFOMÉTRICA EM RATOS

LUCIANA SILVA REGUEIRA

Dissertação apresentada ao Colegiado do programa de Pós-

Graduação em Clínica Integrada do Centro de Ciências da

Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, como

requisito parcial para obtenção do grau de mestre em Clínica

Odontológica Integrada.

Orientadora: Profa. Dra. Liriane Baratella Evêncio

Co-orientador: Prof. Dr.: Danyel Elias Cruz Perez

Recife –PE

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

REITOR

Prof. Dr. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

VICE-REITOR

Prof. Dr. Sílvio Romero Marques

PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Prof. Dr. Francisco de Sousa Ramos

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DIRETOR

Prof. Dr. Nicodemos Teles de Pontes Filho

COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

Profa. Dra. Jurema Freire Lisboa de Castro

COLEGIADO

Profa. Dra. Alessandra Albuquerque Tavares de Carvalho

Prof. Dr. Anderson Stevens Leônidas Gomes

Prof.Dr. Arnaldo de França Caldas Júnior

Prof. Dr. Carlos Menezes Aguiar

Prof. Dr. Cláudio Heliomar Vicente da Silva

Prof.Dr. Danyel Elias da Cruz Perez

Prof. Dr. Edvaldo Rodrigues de Almeida

Profa.Dra. Flavia Maria de Moraes Ramos Perez

Prof. Dr. Jair Carneiro Leão

Profa. Dra. Jurema Freire Lisboa de Castro

Profa. Dra. Liriane Baratella Evêncio

Profa. Dra. Lucia Carneiro de Souza Beatrice

Prof.Dr. Luiz Alcino Monteiro Gueiros

Profa. Dra. Maria Luiza dos Anjos Pontual

Prof. Dr. Paulo Sávio Angeiras Goes

Profa. Dra. Renata Cimões Jovino Silveira

Profa. Dra. Silvia Regina Jamelli

Profa. Dra. Simone Guimarães Farias Gomes

Prof. Dr. Tibério Cesar Uchoa Matheus

SECRETARIA

Oziclere Sena de Araújo

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Recife, 15 de Fevereiro de 2013

Profa. Dra. SILVIA REGINA JAMELLI

Presidente

Profa. Dra. LUCIANA MARIA SILVA DE SEIXAS MAIA

1° examinador Orientador:

Prof. Dr. JOAQUIM EVÊNCIO NETO

2° examinador Mestranda:

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais Rose Regueira e Luiz Carlos Regueira.

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“Muitas vezes as pessoas

são egocêntricas, ilógicas e insensatas.

Perdoe-as assim mesmo.

Se você é gentil,

as pessoas podem acusá-lo de interesseiro.

Seja gentil assim mesmo.

Se você é um vencedor,

terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros. Vença assim mesmo.

Se você é honesto e franco,

as pessoas podem enganá-lo.

Seja honesto e franco assim mesmo.

O que você levou anos para construir,

alguém pode destruir de uma hora para outra.

Construa assim mesmo.

Se você tem paz e é feliz,

as pessoas podem sentir inveja.

Seja feliz assim mesmo.

O bem que você faz hoje,

pode ser esquecido amanhã.

Faça o bem assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você,

mas isso pode não ser o bastante.

Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que, no final das contas,

é tudo entre você e Deus.

Nunca foi entre você e os outros.”

(Madre Tereza de Calcutá)

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RESUMO

Objetivo: O objetivo do estudo foi analisar a periodontogênese de ratos cujas mães

foram tratadas com fluoxetina, durante a gestação e lactação. Metodologia: Ratas

prenhes da linhagem Wistar foram distribuídas em quatro grupos de estudo. Nos grupos

controle foi administrada solução de cloreto de sódio a 0,9% por via oral durante todo o

período de gestação (CG, n=6) e durante a gestação e lactação no grupo CGL (n=6).

Durante o mesmo período, foi administrada fluoxetina na dose de 20mg/kg por via oral

nos grupos tratados durante apenas a gestação (grupo FG, n=6) e durante a gestação e

lactação (FGL, n=6). Aos 25 dias de vida, foi realizada a anestesia seguida da perfusão

e coleta da região do primeiro molar superior. As peças foram processadas para

microscopia de luz, coradas pela hematoxilina/eosina, picrosirius red e tricrômico de

Masson, e analisadas ao microscópio óptico para a realização de análises histológicas e

histomorfométricas. Sob microscópio de luz polarizada avaliou-se qualitativamente o

colágeno periodontal. Resultados: A administração da fluoxetina apenas no período de

gestação não foi relacionada a alterações na periodontogênese dos animais avaliados.

No entanto houve uma diminuição da quantidade de fibroblastos (p=0,006),

osteoblastos (p=0,027) e cementoblastos (p=0,001) dos animais do grupo FGL. Foi

detectada a presença concomitante do colágeno tipo I e tipo III no ligamento periodontal

e osso alveolar de todas as amostras. Conclusão: Esses achados sugerem a sensibilidade

dos tecidos periodontais à fluoxetina, sendo a interferência dessa droga sob a

periodontogênese de ratos dependente do tempo de exposição.

Palavras chave: Periodonto. Fluoxetina. Serotonina. Rato. Germe de dente.

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ABSTRACT

Objective: The aim of this study was to assess the periodontogenesis of rats whose

mothers were treated with fluoxetine, a selective inhibitor of serotonin reuptake, during

pregnancy and breastfeeding. Design: Pregnant Wistar rats of the control groups

received orally sodium chloride solution 0,9% during pregnancy (CG) and during

pregnancy and breastfeeding (CGL) while in the same period the experimental groups

(FG and FGL) received orally fluoxetine hydrochloride 20mg/kg. In the 25 day of life,

the offspring were anaesthetized for removal of the maxilla in the region of the first

molar. The pieces were processed for conventional paraffin protocol, stained in HE,

picrosirius red and trichromy of Masson and were observed on optic microscopy to

perform the histological and histometric analysis. Under polarized light microscopy,

periodontal collagen was evaluated by picrosirius stained sections. Results: The

findings shows a decrease on the number of fibroblasts (p=0,006), osteoblasts (p=

0,027) and cementoblasts (p=0,001) in the periodontal ligament of the FGL group. No

changes were found on the animals treated with fluoxetine just during pregnancy (FG).

Conclusions: Conclusions: Fluoxetine caused changes in the periodontium cells of

animals exposed to the drug only during pregnancy and lactation. These findings

suggest the interference of fluoxetine in the cells of the periodontium is reversible and

time exposure dependent.

Key words: Periodontium. Fluoxetine. Serotonin. Rat. Tooth germ.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelas graças e oportunidades concedidas e por

ser sempre meu guia.

Aos meus pais, minha irmã e toda família pelo apoio constante, conselhos e pelo

mais puro amor que eu sempre recebi e que foram fundamentais nas minhas conquistas.

Ao meu namorado Gabriel Perrusi e sua família pelo carinho, torcida e ajuda em

todo momento.

Agradeço à Universidade Federal de Pernambuco, na pessoa do reitor Anísio

Brasileiro de Freitas Dourado pela oportunidade e incentivo na área acadêmica.

A FACEPE e ao CNPq pelo apoio financeiro para a realização da pesquisa.

A minha orientadora Liriane Baratella Evêncio por ser um exemplo de pessoa,

professora e amiga. Muito obrigada por compartilhar sua sabedoria acadêmica e seus

ensinamentos da vida.

Ao meu co-orientador Prof. Danyel Elias da Cruz Perez e a Profa. Flávia Maria

de Morais Ramos-Perez pela dedicação e imensa contribuição no projeto, o trabalho em

equipe enriqueceu ainda mais minha experiência, muito obrigada.

Aos professores Joaquim Evêncio Neto, Adriana Fontes, Pedro Rolim, Mário

Ribeiro de Melo-Júnior, Luciana Maia, Belmira Lara da Silveira Andrade, Marcelo Reis

por disponibilizarem equipamentos e laboratórios para os procedimentos experimentais

da pesquisa, a ajuda de cada um agregou conhecimento técnico e científico e foi

fundamental para o andamento do projeto.

A Silvania Paz pela paciência na confecção das lâminas.

A toda equipe do biotério de cirurgia experimental da UFPE em especial a Sr.

Paulo pela atenção e dedicação no tratamento dos animais.

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As minhas companheiras do dia a dia Priscylla Correia e Isabela Santiago por

todos os sufocos e alegrias que passamos juntas em prol das nossas pesquisas. Aos

alunos de iniciação científica Carlos Enrique de Holanda e Priscilla Suelen Carvalho.

Aos meus colegas do mestrado pela amizade que construímos e ajuda constante.

As minhas amigas pelos conselhos, apoio e carinho que dão forças para seguir em

frente.

A todos que participaram dessa conquista, meu sincero agradecimento.

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Figura 1: Fotomicrografias do periodonto correspondente ao terço médio da raiz

palatina de primeiros molares superiores de ratos com 25 dias de vida correspondentes

aos grupos controle na gestação (CG), fluoxetina na gestação (FG), controle na gestação

e lactação (CGL) e fluoxetina na gestação e lactação (FGL). Imagens coradas com HE,

tricrômico de Masson e picrosirius red. Observa-se as células que compõem as

estruturas do periodonto e os feixes de fibras do ligamento periodontal inserindo-se no

cemento e no osso alveolar. O: osso. LP: Ligamento Periodontal. D: Dentina. Barra de

aumento= 56µm.

Figura 2: Fotomicrografias do periodonto correspondente ao terço médio da raiz

palatina de primeiros molares superiores de ratos com 25 dias de vida correspondentes

aos grupos controle na gestação (CG), fluoxetina na gestação (FG), controle na gestação

e lactação (CGL) e fluoxetina na gestação e lactação (FGL). Cortes corados com

picrosirius red e analisados sob microscópio de polarização. Observa-se a

predominância das cores verde e amarela nas fibras colágenas do ligamento periodontal,

indicando a presença dos colágenos tipo III e tipo I respectivamente. No osso alveolar,

verificou-se a predominancia do colágeno tipo I (coloração vermelha). O: osso alveolar.

LP: Ligamento Periodontal. C: Cemento. Barra equivalente a 0.2mm.

Tabela 1: Avaliação da espessura do ligamento periodontal e da quantidade dos tipos

celulares do periodonto dos grupos CG e FG.

Tabela 2: Avaliação da espessura do ligamento periodontal e da quantidade dos tipos

celulares do periodonto dos grupos CGL e FGL.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA 13

OBJETIVOS 20

REFERÊNCIAS 21

ARTIGO 26

RESUMO 27

INTRODUÇÃO 28

MATERIAIS E MÉTODOS 30

RESULTADOS 33

DISCUSSÃO 36

AGRADECIMENTOS 39

CONFLITO DE INTERESSE 39

APÊNDICE 40

REFERÊNCIAS 43

LEGENDA DAS FIGURAS 48

TABELAS 49

ANEXOS 51

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INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA

Depressão gestacional X fármacos antidepressivos

Razões fisiológicas e psicológicas explicam por que as mulheres e,

principalmente as gestantes, estão inseridas no grupo de alto risco para o

desenvolvimento da depressão. 1, 2

Apesar das peculiaridades da mulher na gestação, o

não tratamento da depressão nesse período traz graves consequências à mãe e ao bebê,

como maior risco para pré-eclâmpsia, aborto espontâneo e prematuridade, retardo do

crescimento, além de alterações neuroquímicas, mentais e comportamentais nas

crianças. 3-5

Nesse contexto, riscos e benefícios do uso de drogas antidepressivas durante

a gestação e o aleitamento vêm sendo analisadas a fim de estabelecer os fármacos com

menor potencial teratogênico e causadores de efeitos adversos na gestação. Atualmente

os Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS) compreendem a classe de

fármacos de primeira escolha, sendo os antidepressivos tricíclicos considerados de

segunda linha6. A fluoxetina, um ISRS, compreende uma das drogas mais utilizadas

tanto no tratamento de desordens psíquicas como para fins de emagrecimento.

Amostras de sangue do cordão umbilical foram obtidas de neonatos expostos à

fluoxetina no útero e mostraram um nível da droga equivalente a 60% do valor da mãe,

o que dá margens à realização de pesquisas que visem detectar possíveis efeitos

teratogênicos nos bebês expostos a essa droga. 7

A fluoxetina provoca o aumento plasmático do nível de serotonina e a redução

do fluxo sanguíneo uterino, o que causa uma menor oferta de oxigênio e nutrientes ao

bebê, prejudicando seu desenvolvimento.8 Segundo Chambers et al.

9 o maior risco à

anormalidades fetais e complicações perinatais pela exposição à fluoxetina acontece no

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terceiro trimestre de gestação e inclui como uma das consequências desse tratamento o

baixo peso ao nascer.

Estudos experimentais mostraram que a administração da fluoxetina no período

gestacional provocou redução da contagem de neurônios do lobo frontal do bebê,

sugerindo uma possível indução de depressão nos fetos por alterações em seu

neurodesenvolvimento10

, além de prejuízo nos neurônios serotoninérgico. 11

Devido a sua longa meia vida, níveis plasmáticos relevantes de fluoxetina tem

sido reportado em neonatos expostos à droga na amamentação. 12, 13

Um estudo

prospectivo realizado em 2007 no Rio Grande do Sul mostrou que mulheres em

tratamento com a fluoxetina apresentaram um aumento significativo de prolactina. Este

aumento foi maior em mulheres com até 29 anos, que chegou a níveis considerados

patológicos, diminuindo de uma maneira inversamente proporcional com o aumento da

faixa etária. 14

Estudos prévios relacionam a fluoxetina com a fisiologia óssea de seus usuários

15 uma vez que a serotonina mostrou regular a diferenciação de osteoclastos

16 aumentar

a quantidade de osteoprotegerina (OPG) e diminuir o fator ativador de osteoclastos

RANKL 17

, enquanto que a fluoxetina obteve o oposto desse efeito. A administração

subcutânea de fluoxetina 10mg/ml durante a gestação de ratas provocou um reduzido

crescimento ponderal dos filhotes, bem como de sua massa corporal, massa femoral e

área de secção do disco. Os autores atribuem às alterações morfológicas observadas a

possível interferência da serotonina no metabolismo dos condrócitos. 18

Pouco há descrito na literatura sobre os efeitos dos inibidores seletivos da

recaptação da serotonina fluoxetina em estruturas orais. Cavalcanti et al.19

não

encontraram alteração no desenvolvimento da articulação têmporo-mandibular da prole

de ratas tradadas com fluoxetina a 10mg/ml, via subcutânea, durante a gestação. A

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avaliação de possíveis interferências da administração dessa mesma dosagem de

fluoxetina na formação do esmalte dentário de ratos também não revelou nenhuma

diferença entre os grupos tratados e controle. 20

Papel da serotonina na morfogênese

As interferências no desenvolvimento fetal ocasionadas pelos ISRS são

embasadas pela influência da serotonina na embriogênese de diversos tecidos do corpo.

A serotonina 5-HT ou 5-hidroxitriptamina é uma indolamina, produto da hidroxilação e

carboxilação do aminoácido triptofano, produzida nos núcleos da rafe e lançada em todo

o cérebro. 21

Os níveis de serotonina cerebrais desempenham importantes papéis na

regulação do comportamento, humor, ansiedade, agressividade, depressão, sono, fadiga

e supressão de apetite. 22

A serotonina também é descrita como um sinal para o desenvolvimento

embrionário devido à sua ação indutora na proliferação e morfogênese tecidual,

diferenciação neuronal, migração celular, expressão de fatores de crescimento, adesão

celular e extracelular. 23, 24

Todos esses efeitos foram expressos em diversas áreas do

corpo inclusive no epitélio e mesênquima da região craniofacial.

A revisão de literatura realizada por Moiseiwitsch 25

permite postular que a

serotonina facilita a modulação da migração celular importante na formação da crista

neural, bem como na elevação do palato, na invaginação do dente no estágio de botão e

condensação da papila dental, por meio da ativação do citoesqueleto e da proliferação e

diferenciação realizada por receptores de superfície celular e sua transdução de

sinal associados. Através de cultura de células, foi possível detectar a presença de

receptores de absorção e possível síntese serotoninérgica em tecidos como linha do

palato, língua, proeminências maxilares e mandibulares e septo nasal, bem como na

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papila dental durante o período ativo de morfogênese, podendo atuar como moduladores

desse evento. Ainda nesse estudo, verificou-se que a adição de fluoxetina ao meio de

cultura inibiu os sítios serotoninérgicos, comprovando que existe absorção de serotonina

nessas estruturas. 26

Epitélio da face, cavidade oral, arcos branquiais, porções oculares e cerebrais

também expressaram in vitro receptores serotoninérgicos com características

semelhantes àqueles encontrados em neurônios maduros. 27

Ao investigar o padrão de expressão dos receptores 5-HT para o

desenvolvimento do embrião do rato, Lauder et al. 28

verificaram malformações que

envolviam defeitos no tubo neural e no processo frontonasal advindas da exposição a

antagonistas do 5-HT. Os autores concluíram que o uso de antagonistas da serotonina

modula o papel desse neurotransmissor na morfogênese de diversas regiões

craniofaciais e podem exercer o mesmo efeito quando essas drogas são administradas

durante a gestação. No mesmo estudo, foram detectados receptores 5-HT em germes

dentários e mesênquima mandibular, além de endocárdio, músculo estriado e crista

neural.

Outro estudo in vitro verificou que a ausência de serotonina em meio de cultura

promoveu um desenvolvimento do germe dentário apenas até a fase de botão. Já a

adição de serotonina a esse mesmo meio estimulou o germe a se desenvolver para a fase

de sino de maneira dose dependente. Esse último efeito pôde ser revertido pela adição

de fluoxetina ao meio. 29

Os estudos de Bliziotes et al. 30, 31

demonstraram que tanto os osteoblastos como

os osteócitos de ratos são capazes de sintetizar a 5-HT, bem com expressam

componentes funcionais de receptores e transportadores serotoninérgicos. Estudo

recente realizado in vitro confirma o envolvimento da serotonina com as células ósseas,

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mostrando que tanto os osteoclastos quanto os osteoblastos expressam triptofano

hidroxilase, enzima que catalisa o triptofano para a formação de serotonina. Essas

células também expressam o transportador de serotonina e o receptor serotoninérgico 5-

HTR1B. A fluoxetina mostrou inibir de forma dose-dependente a formação de

osteoclastos e a reabsorção, bem como inibir a mineralização pelos osteoblastos.

Entretanto, a droga não alterou a morfologia das células. 32

Entre os diversos receptores serotoninérgicos, o 5-HT2B é um dos mediadores

chaves da ação da serotonina durante o desenvolvimento. 33

Experimentos com o ganho

e a perda de função de genes que transcrevem o receptor serotoninérgico 5-HT2B

revelaram que a sinalização do5-HT2B é necessária para modular a forma e a função de

diversos elementos esqueléticos da mandíbula incluindo a sua articulação. 34

Antagonistas de alta afinidade desse subtipo de receptor serotoninérgico induziram

defeitos morfológicos na região do coração e no tubo neural. Esses tratamentos

antagônicos interferem na migração de células da crista neural craniana e induzem sua

apoptose. 35

A serotonina inibiu in vitro a expressão das proteínas extracelulares S-100B e

tenascina, moléculas importantes no desenvolvimento crânio-facial e que também

compõem diversas áreas do periodonto. A utilização de antagonistas da serotonina, no

entanto, não foi capaz de reverter esse efeito, exceto pela introdução da fluoxetina. 36

Utilizando a imunoistoquímica com anticorpos contra 5-HT e tirosina

hidroxilase, Noreval et al. 37

buscaram detectar a presença de 5-HT em fibras nervosas

simpáticas na cavidade oral. Os resultados desse estudo mostraram a co-existência da

serotonina e da tirosina hidroxilase na inervação do ligamento periodontal e no sulco

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vestibular, estabelecendo uma correlação dos efeitos da serotonina e a morfogênese de

estruturas orais.

Periodontogênese

O periodonto de sustentação é composto por três tecidos: o cemento, que cobre a

dentina radicular; o osso alveolar, que envolve e suporta a raiz do dente; e o ligamento

periodontal, que abrange esses dois tecidos duros e funciona como uma espécie de rede

em que o dente está aninhado. 38 O folículo dentário, um fino tecido conectivo derivado

de tecidos ectomesenquimais, é o responsável pelas células indiferenciadas que dão

origem ao periodonto. 39

O ligamento periodontal é um tecido conectivo fibroso,

ricamente vascularizado e inervado, que possui populações heterogêneas de células e

serve para a fixação do dente na cavidade óssea e absorção de forças resultantes do

movimento do dente ou da mastigação.

Além disso, o ligamento periodonto exibe uma importante função

atuando como fonte de moléculas de sinalização e de células pluripotenciais que

contribuem para a homeostasia periodontal e sua regeneração. 40, 41

O cemento tem sua

matriz orgânica secretada pelos cementoblastos e contêm também matriz e fibrilas

depositadas pelos fibroblastos, ambas as células originadas de células

ectomesenquimais do folículo. 42

Existem dois tipos de cemento, o acelular encontrado

nos terços coronais e médios da raiz e o celular situado nas porções apical e

intrarradicular. 43

Kameyama 44

descreve o osso alveolar em ratos com 28 dias de vida e

encontrando formados a crista e a porção oclusal da superfície do osso alveolar,

enquanto que não foi verificada a formação do terço ósseo apical, uma vez que a raiz

não completou seu desenvolvimento, nesta idade, e encontra-se com o ápice

amplamente aberto.

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Sabe-se que a gênese dos tecidos periodontais constitui um complexo evento do

qual fazem parte trocas de sinais seqüenciais e recíprocos entre os tecidos epiteliais e

mesenquimais. Substâncias como Proteínas ósseas morfogenéticas (BMPs), fatores de

crescimentos de fibroblastos (FGF), folistatina, entre outras, integram uma rede de

sinais que regulam a proliferação de células tronco na alça cervical do germe dentário45

.

Conhecendo o processo de formação do periodonto e dos mecanismos que o

influenciam, o presente estudo teve o objetivo de expandir a literatura sobre os efeitos

da fluoxetina na formação do periodonto, utilizando para isso, análises histológicas e

histométricas do periodonto de ratos cujas mães foram tratadas com essa droga durante

a gestação e lactação.

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OBJETIVOS

Objetivo Geral

Avaliar, por meio dos aspectos morfológicos e histométricos, o periodonto de

sustentação de primeiros molares superiores de filhotes de ratas tratadas com a

fluoxetina durante a gestação e lactação.

Objetivos específicos

Observar aspectos relativos à morfologia celular, histoquímica e disposição

dos componentes do periodonto de inserção da prole de ratas tratadas com

fluoxetina durante a gestação e lactação.

Medir a quantidade de fibroblastos, cementoblastos, osteoblastos e

osteoclastos, bem como a espessura do ligamento periodontal da prole de

ratas tratadas com fluoxetina durante a gestação e lactação.

Identificar, através de microscópio de polarização, os tipos de colágenos que

constituem os tecidos do periodonto de sustentação da prole de ratas tratadas

com fluoxetina durante a gestação e lactação.

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REFERÊNCIAS

1. Bagley SL, Weaver TL, Buchanan TW. Sex differences in physiological and

affective responses to stress in remitted depression. Physiol Behav 2011;

104(2): 180-186.

2. Escriba –Agüir V, Artazcoz L. Gender differences in postpartum depression: a

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ARTIGO

EFEITOS DA FLUOXETINA NA PERIODONTOGÊNESE: ANÁLISE

HISTOLÓGICA E HISTOMORFOMÉTRICA EM RATOS

Título abreviado: EFEITO DA FLUOXETINA NA PERIODONTOGÊNESE

LUCIANA SILVA REGUEIRA

Mestranda do programa de Pós Graduação em Odontologia da Universidade Federal de

Pernambuco, Recife – Brasil.

PRISCYLLA GONÇALVES CORREIA

Mestranda do programa de Pós Graduação em Odontologia da Universidade Federal de

Pernambuco, Recife – Brasil.

ISABELA MARIA SANTIAGO-JAEGGER,

Doutoranda do programa de Pós Graduação em Odontologia da Universidade Federal

de Pernambuco, Recife – Brasil.

PRISCYLLA GONÇALVES CORREIA

Mestranda do programa de Pós Graduação em Odontologia da Universidade Federal de

Pernambuco, Recife – Brasil.

DANYEL ELIAS DA CRUZ PEREZ

Professor do Departamento de Clínica e Odontologia Preventiva da Universidade

Federal de Pernambuco, Recife – Brasil.

JOAQUIM EVÊNCIO NETO

Professor do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da Universidade Federal

Rural de Pernambuco, Recife – Brasil.

LIRIANE BARATELLA-EVÊNCIO*

Professora do Departamento de Histologia e Embriologia da Universidade Federal de

Pernambuco, Recife – Brasil.

Autor para correspondência:

Prof. Dra. Liriane Baratella Evêncio

Address: Av. Prof. Moraes Rego, 1235 – Recife - PE 50670-901

Fone/Fax: + 81 21268515 / + 81 99468546

e-mail: [email protected]

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RESUMO

Objetivo: O objetivo do estudo foi analisar a periodontogênese de ratos cujas mães

foram tratadas com fluoxetina, durante a gestação e lactação. Metodologia: Ratas

prenhes da linhagem Wistar foram distribuídas em quatro grupos de estudo. Nos grupos

controle foi administrada solução de cloreto de sódio a 0,9% por via oral durante todo o

período de gestação (CG, n=6) e durante a gestação e lactação no grupo CGL (n=6).

Durante o mesmo período, foi administrada fluoxetina na dose de 20mg/kg por via oral

nos grupos tratados durante apenas a gestação (grupo FG, n=6) e durante a gestação e

lactação (FGL, n=6). Aos 25 dias de vida, foi realizada a anestesia seguida da perfusão

e coleta da região do primeiro molar superior. As peças foram processadas para

microscopia de luz, coradas pela hematoxilina/eosina, picrosirius red e tricrômico de

Masson, e analisadas ao microscópio óptico para a realização de análises histológicas e

histomorfométricas. Sob microscópio de luz polarizada avaliou-se qualitativamente o

colágeno periodontal. Resultados: A administração da fluoxetina apenas no período de

gestação não foi relacionada a alterações na periodontogênese dos animais avaliados.

No entanto houve uma diminuição da quantidade de fibroblastos (p=0,006),

osteoblastos (p=0,027) e cementoblastos (p=0,001) dos animais do grupo FGL. Foi

detectada a presença concomitante do colágeno tipo I e tipo III no ligamento periodontal

e osso alveolar de todas as amostras. Conclusão: Esses achados sugerem a sensibilidade

dos tecidos periodontais à fluoxetina, sendo a interferência dessa droga sob a

periodontogênese de ratos dependente do tempo de exposição.

Palavras chave: Periodonto. Fluoxetina. Serotonina. Rato. Germe de dente.

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INTRODUÇÃO

O número de prescrições de antidepressivos vem aumentando desde 1990,

principalmente após a introdução de Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina

(ISRS) cujas indicações compreendem situações clínicas como depressão, transtorno

obsessivo compulsivo e transtorno bipolar. 1 Nesse contexto, a fluoxetina, um ISRS, é

um dos fármacos mais prescritos para o tratamento de transtornos depressivos, inclusive

no período gestacional e durante a amamentação 2 mesmo diante da sua capacidade de

atravessar a barreira placentária e distribuir-se dentro do embrião/feto durante os

períodos de organogênese e pós organogênese. 3

Em geral, os antidepressivos são

compatíveis com a amamentação 4 no entanto, a fluoxetina é uma exceção, pois devido

a sua longa meia vida e seus metabólitos ativos, clinicamente, níveis plásmáticos

significativos da droga tem sido reportado em neonatos. 5

A inibição seletiva da recaptação da serotonina (5HT), provocada pelo uso da

fluoxetina, aumenta a concentração extracelular desse neurotransmissor, o qual

desempenha importantes papéis na regulação do comportamento, humor, ansiedade,

agressividade, depressão, sono, fadiga e supressão de apetite. 6 A serotonina também é

descrita como um sinal para o desenvolvimento devido à sua ação indutora na

proliferação e morfogênese tecidual, diferenciação neuronal, migração celular,

expressão de fatores de crescimento, adesão celular e extracelular. 7, 8

Ao investigar o padrão de expressão dos receptores 5HT para o desenvolvimento

do embrião do rato, Lauder et al.9 verificaram malformações que envolviam defeitos no

tubo neural e no processo frontonasal advindas da exposição à antagonistas do 5HT. Os

autores concluíram que o uso de antagonistas da serotonina modula o papel desse

neurotransmissor na morfogênese de diversas regiões craniofaciais, e podem exercer o

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mesmo efeito quando essas drogas são administradas durante a gestação. No mesmo

estudo, foram detectados receptores 5HT em germes dentários e mesênquima

mandibular, além de endocárdio, músculo estriado e crista neural.

Evidências mostram a atuação da serotonina na fisiologia óssea, uma vez que ela

regula a diferenciação de osteoclastos 10

, aumenta a quantidade de osteoprotegerina

(OPG) e diminui o fator ativador de osteoclastos RANKL 11

, enquanto a fluoxetina

causa efeitos opostos. Além disso, tanto os osteoblastos como os osteócitos de ratos são

capazes de sintetizar a 5-HT, bem como expressam componentes funcionais de

receptores e transportadores serotoninérgicos. 12

A serotonina também foi relacionada como uma possível moduladora de sinais

sensoriais dos músculos da mastigação e de mecanoreceptores do ligamento

periodontal. 13

A presença da serotonina em fibras nervosas simpáticas do ligamento

periodontal reforça a relação desse neurotransmissor com a morfogênese e homeostase

de estruturais orais. 14

Diante da presença de sítios de absorção da serotonina em estruturas dentais

embrionárias 15

, a hipótese da influência desse neurotransmissor na formação do

periodonto é plausível. Entretanto, não há estudos na literatura que avaliaram tal

hipótese. Assim, este estudo teve o objetivo de investigar a influência da fluoxetina na

formação do periodonto de sustentação do primeiro molar superior de ratos cujas mães

foram tratadas com a fluoxetina (20 mg/kg) durante a gestação e lactação.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Animais

Foi realizado um estudo experimental cego randomizado, na Universidade

Federal de Pernambuco.

A pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) do

Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco (CCB – UFPE)

sob o processo nº 23076.017680/2011-83.

Foram utilizadas 12 ratas albinas da linhagem Wistar, mantidas em sala com

temperatura de 23 +/- 2ºC e ciclo de claro e escuro de 12/12 horas (claro das 06 às 18

horas e escuro das 18 às 06 horas), recebendo a dieta padrão do biotério (Presence ratos

e camudongos – Presence, Paulínia, SP, Brasil) e água ad libitum. Foram realizados

acasalamentos entre os animais adultos e testes diários de esfregaço vaginal para a

comprovação da gravidez. O dia da comprovação da gravidez configurou o primeiro dia

de gestação e o início dos tratamentos dos animais.

Tratamento

Quatro grupos com 6 filhotes compuseram a pesquisa: o grupo controle de

gestação (grupo CG) onde os filhotes eram provenientes de ratas que receberam cloreto

de sódio a 0,9% via oral (gavagem) durante todo o período de gestação; grupo controle

de gestação e lactação onde as ratas prenhes receberam solução de cloreto de sódio a

0,9% durante a gestação e lactação (grupo CGL); grupo tratado com Cloridrato de

Fluoxetina (Pharma Nostra, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil) na dose de 20mg/kg

de peso animal via oral (por gavagem) administrada até o término da gestação (grupo

FG) e o grupo FGL tratado com a fluoxetina durante a gestação até o fim da

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amamentação, ou seja, 21 dias após o nascimento. De cada ninhada, foram selecionados

aleatoriamente e sem distinção de sexo, 2 filhotes para compor o n de 6 animais por

grupo de estudo.

Aos 25 dias de vida, os filhotes de todos os grupos foram anestesiados com

Xilazina a 20mg/kg de peso (i.m.) e Quetamina a 50mg/kg de peso (i.m.) e em seguida

perfundidos por via intracardíaca com solução de formaldeído a 4% (obtido a partir do

paraformaldeído). Os espécimes foram obtidos realizando-se corte frontal no maxilar

tangencialmente a face mesial do primeiro molar a fim de analisar o periodonto da raiz

palatina dos primeiros molares superiores.

Processamento histológico e análises morfológicas

As peças foram fixadas em solução neutra de formaldeído a 4% (obtido a partir

do paraformaldeído) durante 24 horas à temperatura ambiente. A seguir, foram

descalcificados durante 15 dias em solução de EDTA (Vetec Química Fina Ltda,,

Duque de Caxias, RJ, Brasil) a 5% em cloreto de sódio a 0,9%. Após a descalcificação,

os espécimes foram submetidos a processamento histológico convencional para inclusão

em parafina. Cortes histológicos semi seriados de 5 μm foram obtidos com micrótomo

(LEICA RM 2125 RT, Leica Biosystems Nussloch GmbH , Nussloch, Alemanha),

corados pela hematoxilina-eosina (HE), tricrômico de Masson (TM) e picrosirius red,

montados em Entellan®

(Merck KGaA, Darmstadt, Alemanha).

Para a análise do colágeno, as preparações coradas por picrosirius red foram

observadas através da fluorescência emitida pelo tecido, utilizando um microscópio

petrográfico polarizado (Olympus BX40, Olympus Corporation, Tokyo, Japão).

Para análise histomorfométrica das preparações coradas em HE foi utilizado

microscópio de luz (Nikon Corporation modelo Eclypse 51, Tokyo, Japão), acoplado

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em uma microcâmera, conectado a um computador contendo uma placa de captura de

imagem (ATI) e o software para histomorfometria (IMAGE J, Macintosh

computers, Maryland, USA). De cada animal foram obtidos dez campos do terço médio

da raiz palatina, sob a objetiva de 20x, para mensurar espessura do ligamento

periodontal, e quantidade de osteoblastos, osteoclastos, cementoblastos e fibroblastos

por campo. Para a contagem de célula por campo, foi considerado osteoblasto, a célula

disposta adjacente e com o eixo paralelo à matriz óssea; para osteoclasto considerou-se

a célula multinucleada, acidófila adjacente ao osso; cementoblatos foram identificados

como células dispostas paralelamente e bem adjacentes a dentina e os fibroblastos como

células fusiformes dispostas obliquamente seguindo o sentido das fibras colágenas.

Estatística

Para a tabulação dos dados quantitativos foram utilizados os Softwares SPSS

13.0 para Windows e o Excel 2007. Foi aplicado o teste de Normalidade de

Kolmogorov-Smirnove e realizada a comparação entre dois grupos utilizando o teste de

Mann-Whitney, uma vez excluída a hipótese de normalidade dos dados. Todos os testes

foram aplicados considerando o intervalo de confiança de 95%.

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RESULTADOS

Cada rata prenhe gerava por ninhada uma média de 8 filhotes, conferindo um

padrão de normalidade nutricional dos animais submetidos às intervenções do estudo.

Análise histológica e histoquímica

A análise histológica não evidenciou nenhuma diferença na morfologia

periodontal entre os grupos controles e experimentais do estudo (Fig.1). Em todos os

grupos, o primeiro molar superior encontrava-se na fase de rizogênese com

aproximadamente metade da raiz formada, sendo a coroa já irrompida. Nesse estágio, o

ápice radicular encontrava-se aberto e uma fina camada de dentina e restos da bainha

epitelial de Hertwig foram evidenciados nessa região.

O periodonto na região apical apresentou grande quantidade de células

indiferenciadas e de osteoclastos, caracterizando os processos fisiológicos da erupção

dentária. A porção cervical da raiz mostrou um tecido periodontal mais frouxo devido à

remodelação e redirecionamento dos feixes de fibras periodontais para a erupção do

dente. Já na porção média da raiz, as fibras conjuntivas apresentavam-se mais maduras e

organizadas, mostrando feixes inserindo-se tanto no cemento quanto no osso alveolar.

Em toda extensão do ligamento, as fibras colágenas se encontravam entremeadas por

substância intercelular, vasos sanguíneos, fibroblastos e fibrócitos. Também foram

encontrados cementoblastos e osteoblastos adjacentes às superfícies do cemento e do

osso alveolar respectivamente. Próximo ao osso, osteoclastos com morfologia normal

também foram observados.

Em todos os grupos estudados, o trabeculado ósseo alveolar mostrou-se fino,

descontínuo e com amplos espaços medulares. Osteoblastos na margem do osso

alveolar foram observados, bem como, osteócitos engolfados no interior do trabeculado

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em desenvolvimento. Ainda com relação às estruturas ósseas, foi observada a presença

de vasos sanguíneos pertencentes ao sistema Haversiano no osso alveolar de suporte.

A deposição de cemento foi observada na forma de uma camada fina, acelular,

acompanhando o processo de dentinogênese, sobre a dentina radicular. Cementoblastos

mostraram-se ovalados, com longo eixo paralelo a superfície da raiz.

Tanto o osso alveolar como o cemento apresentava forte cor vermelha nas

preparações coradas pelo picrosirius red. Nas porções periféricas do ligamento

periodontal, verificou-se a presença de feixes de fibras colágenas maduras e portanto

com a coloração vermelha mais intensa, referentes às fibras de Sharpey. Os feixes de

fibras colágenas da porção central do ligamento apresentavam-se mais frouxos e

imaturos, evidenciado no tricrômico de Masson por uma coloração azul clara e no

picrosirius red pelo vermelho menos intenso.

Análise sob microscopia de polarização

As amostras avaliadas não apresentaram alterações quanto ao tipo e a disposição

do colágeno no periodonto dos animais submetidos ou não a fluoxetina durante o seu

desenvolvimento (figura 2). Sob a análise de microscopia de polarização com

preparações coradas pelo picrosirius red, o ligamento periodontal dos animais de ambos

os grupos estudados evidenciaram a presença maior de fibras colágenas do tipo I,

entremeadas por fibras colágenas tipo III. Percebe-se também a presença de moléculas

de colágeno na lâmina basal e no cemento acelular. O osso alveolar apresentou a

predominância do colágeno tipo I em todos os grupos de estudo.

A técnica de polarização permitiu avaliar a direção bem como o tipo de feixes de

fibras colágenas, os quais estão dispostos obliquamente e ascendente no sentido

cemento-osso alveolar.

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Análise Histomorfométrica

As mensurações realizadas não revelaram diferença estatística entre os grupos

CG e FG, em nenhuma das variáveis analisadas (Tabela 1).

Nos animais submetidos à fluoxetina durante a gestação e lactação, foram

identificadas alterações no número de células que compõem o periodonto. O grupo FGL

mostrou uma diminuição estatisticamente significante de fibroblastos (p=0,006),

osteoblastos (p=0,027) e cementoblastos (p=0,001), quando comparado ao seu

respectivo grupo controle (CGL). As medidas de espessura do ligamento periodontal e

quantidade de osteoclastos entre os grupos CGL e FGL não mostraram diferenças

estatisticamente significantes (Tabela 2).

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DISCUSSÃO

A serotonina, neurotransmissor alvo dos medicamentos antidepressivos, foi

expressa em embriões de ratos e apontada como participante de eventos

morfogenéticos.16

Nesse contexto, o uso de Inibidores Seletivos da Recaptação da

Serotonina (ISRS), como a fluoxetina, durante a gestação e lactação, altera os níveis e o

papel desse neurotransmissor na embriogênese. 17

Amostras de sangue do cordão

umbilical obtidas de neonatos expostos à fluoxetina no útero mostraram um significante

nível sérico equivalente a 60% da dose da mãe 18

, o que justifica e dá suporte à

realização de pesquisas que visem detectar possíveis efeitos teratogênicos nos bebês

expostos a essa droga. A morfogênese das estruturas orais é um processo complexo do

qual fazem parte trocas de sinais sequenciais e recíprocos entre os tecidos epiteliais e

mesenquimais. 19

Uma vez que o sistema serotoninérgico possui uma função reguladora

sob processos morfogenéticos de tecidos neurais e não neurais 20

e sendo detectada a

sensibilidade dos tecidos periodontais à fluoxetina 21

, é possível que a exposição

precoce a essa droga interfira na periodontogênese.

No presente estudo, os achados histológicos relativos ao estágio de

desenvolvimento dentário e à morfologia das estruturas presentes no periodonto dos

animais estão em conformidade com a descrição do periodonto de ratos da literatura

prévia 22-24

conferindo um padrão de normalidade morfológica aos grupos experimentais

e controle.

A análise histomorfométrica revelou diminuição significativa do número de

cementoblastos, osteoblastos e fibroblastos no periodonto de filhotes do grupo FGL,

cujas mães receberam fluoxetina durante a gestação e amamentação. Entretanto, não

houve alterações no grupo de animais expostos a fluoxetina apenas durante a gestação

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37

(grupo FG). Desse fato, pode-se presumir que o efeito da fluoxetina nos tecidos

periodontais possivelmente depende do tempo de exposição ao fármaco. Além de

provocar galactorréia 25

, o uso da fluoxetina durante a amamentação expõe os neonatos

à droga 26

, sendo assim, os animais do grupo FGL tiveram um somatório da exposição

intrauterina à fluoxetina com a da lactação, fator apontado como responsável pela

diminuição de fibroblastos, cementoblastos e osteoblastos no ligamento periodontal.

Embora a interferência direta da fluoxetina nas células do periodonto não seja

relatada na literatura, alguns estudos reforçam a fundamentação dessa hipótese. O

folículo dentário, responsável pela formação do periodonto, é derivado das células da

crista neural. 27

Moiseiwitsch e Lauder 28

mostraram que a serotonina é responsável por

regular de forma dose-dependente a migração das células da crista neural durante a

neurulação. Portanto, os efeitos da recaptação seletiva da serotonina podem afetar

estruturas derivadas desse anexo, como o periodonto.

Estudos realizados previamente por nosso grupo de pesquisa, não revelaram

alterações na formação e morfologia da articulação temporomandibular (ATM) 29

e do

esmalte dentário 30

de filhotes de ratas tratadas com fluoxetina (10mg/kg) durante a

gestação. Tendo em vista tais resultados e por ser mais utilizada a dose de 20mg/kg em

humanos, optamos realizar nosso estudo utilizando a dose de 20mg/kg e estendendo o

período de administração até o fim da amamentação em um dos grupos. Ao serem

detectadas alterações na dose de 20mg/kg é possível que a ação da fluoxetina na

morfogênese do periodonto siga o padrão dose dependente descrito por Moiseiwitsch e

Lauder 31

ao analisar in vitro o desenvolvimento do germe dental. Por outro lado, sabe-

se que a dose da droga transferida via placenta da droga ocorre em maior concentração

quando relacionada à dose exposta ao bebê durante a amamentação 18, 32

, portanto, ao

mostrar-se presente alterações apenas no grupo exposto durante a gestação e lactação, a

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ação da fluoxetina nos periodontais pode não ter sido influenciada pela diminuição da

dose após o nascimento.

Hodge et al. 33

demostraram o envolvimento da fluoxetina com o metabolismo

ósseo. Em um estudo in vitro, os autores detectaram que tanto osteoblastos como

osteoclastos, além de expressarem o transportador de serotonina (5-HTT) e o receptor

serotoninérgico 5-HTR1B, também apresentam a triptofano hidroxilase, enzima que

cataliza o triptofano para a formação de serotonina. Nesse mesmo estudo a fluoxetina

mostrou inibir de forma dose-dependente a quantidade de osteoclastos e a reabsorção.

Em alta dose a fluoxetina também inibiu a mineralização pelos osteoblastos, mas não

alterou o parâmetro morfológico das células em cultura. Em contrapartida, no presente

estudo não foram encontradas alterações significantivas no número de osteoclastos.

Também foi descrito que o receptor 5-HT2BR facilita o recrutamento de

osteoblastos e sua proliferação. 34

Com relação aos fibroblastos, foi estabelecido que

essas células expressam cadeias de sinais intercelulares ativadas pelo receptor

serotoninérgico 5HT lc. 35

Não há estudos que correlacionem os efeitos da serotonina e

de seus inibidores sobre os cementoblastos. Entretanto, como essas células são

originadas do mesmo tecido embrionário que os fibroblastos e os osteoblastos, o

folículo dental, sugere-se que essas células sejam moduladas de forma semelhante pelos

estímulos serotoninérgicos.

O picrosirius red é um corante ácido que reage com o colágeno e promove um

aprimoramento da sua birrefrigencia normal 36

. A análise sob microscópio de

polarização de preparações coradas com picrosirius red mostra uma variedade de cores

dependendo da espessura da fibra colágena. O colágeno tipo I apresenta-se espesso,

fortemente birrefrigente e visto como fibras amarelas ou vermelhas. O colágeno tipo III

aparece sob uma forma mais fina, fracamente birrefrigente evidenciando a cor verde e

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podem ser identificadas como fibras reticulares. 37

O colágeno tipo II, presente em

cartilagens elásticas e hialinas, não forma fibras e se apresenta de várias cores.

O Colágeno tipo I é o maior componente do ligamento periodontal. Ao contrário

do colágeno tipo I, uma parte do colágeno tipo III retém seu peptídeo amino terminal na

superfície de fibras em desenvolvimentos após serem excretadas das células. 38

O

procolágeno e colágeno tipo III são componentes dos feixes de fibras do ligamento

periodontal e foi sugerida a sua colocalização com o colágeno tipo I na mesma fibra. 39

No presente estudo, os tipos de fibras colágenas encontradas no ligamento periodontal

não apresentaram diferenças entre os grupos controles e experimentais e estão em

conformidade com a descrição do periodonto sob polarização feita por Foster 40

e por

Marques et al. 41

.

Os resultados obtidos sugerem que a periodontogênese é sensível à ação da

fluoxetina e que a presença de alterações na morfogênese do periodonto parecer ser

dependente do tempo de exposição, uma vez que apenas o grupo exposto durante a

gestação e lactação apresentou diminuição da quantidade de fibroblastos,

cementoblastos e osteoblastos periodontais. Entretanto, estudos adicionais devem ser

realizados para determinar se as alterações morfológicas na periodontogênese

permanecem após serem estabelecidas, além de verificar um provável distúrbio

funcional no periodonto de sustentação.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à FACEPE/ CNPq pelo apoio financeiro a pesquisa.

CONFLITO DE INTERESSE

Não houve conflito de interesse na presente pesquisa.

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APÊNDICE

FIGURAS

Figura 1

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Figura 2

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CARTA DO COMITÊ DE ÉTICA

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LEGENDA DAS FIGURAS

Figura 1: Fotomicrografias do periodonto correspondente ao terço médio da raiz

palatina de primeiros molares superiores de ratos com 25 dias de vida correspondentes

aos grupos controle na gestação (CG), fluoxetina na gestação (FG), controle na gestação

e lactação (CGL) e fluoxetina na gestação e lactação (FGL). Imagens coradas com HE,

tricrômico de Masson e picrosirius red. Observa-se as células que compõem as

estruturas do periodonto e os feixes de fibras do ligamento periodontal inserindo-se no

cemento e no osso alveolar. O: osso. LP: Ligamento Periodontal. D: Dentina. Barra de

aumento= 56µm.

Figura 2: Fotomicrografias do periodonto correspondente ao terço médio da raiz

palatina de primeiros molares superiores de ratos com 25 dias de vida correspondentes

aos grupos controle na gestação (CG), fluoxetina na gestação (FG), controle na gestação

e lactação (CGL) e fluoxetina na gestação e lactação (FGL). Cortes corados com

picrosirius red e analisados sob microscópio de polarização. Observa-se a

predominância das cores verde e amarela nas fibras colágenas do ligamento periodontal,

indicando a presença dos colágenos tipo III e tipo I respectivamente. No osso alveolar,

verificou-se a predominancia do colágeno tipo I (coloração vermelha). O: osso alveolar.

LP: Ligamento Periodontal. C: Cemento. Barra equivalente a 0.2mm.

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TABELAS

Tabela 1: Avaliação da espessura do ligamento periodontal e da quantidade dos tipos

celulares do periodonto dos grupos CG e FG.

Grupo

Variáveis Grupo CG Grupo FG p-valor *

Média ± DP Média ± DP

Espessura_do ligamento

periodontal 290,17 ± 26,68 287,03 ± 21,45 0,447

Fibroblasto 57,35 ± 13,86 61,88 ± 9,66 0,091

Osteoblasto 8,28 ± 2,69 7,23 ± 2,23 0,081

Osteoclasto 0,67 ± 0,77 0,45 ± 0,65 0,105

Cementoblasto 9,15 ± 2,91 10,23 ± 2,81 0,073

(*) Teste de Mann-Whitney

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Tabela 2 – Avaliação da espessura do ligamento periodontal e da quantidade dos tipos

celulares do periodonto dos grupos CGL e FGL.

Grupo

Variáveis Grupo CGL Grupo FGL p-valor *

Média ± DP Média ± DP

Espessura do ligamento

periodontal 287,21 ± 29,63 294,04 ± 37,93 0,445

Fibroblasto 58,68 ± 13,98 51,68 ± 11,66 0,006**

Osteoblasto 7,30 ± 2,47 6,33 ± 2,43 0,027**

Osteoclasto 0,40 ± 0,56 0,32 ± 0,57 0,292

Cementoblasto 10,95 ± 2,09 9,75 ± 2,49 0,001**

(*) Teste de Mann-Whitney

(**) p< 0,05

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ANEXO

NORMAS DA REVISTA ARCHIVES OF ORAL BIOLOGY

Guide for Authors

Editors-in-Chief:

Dr G R Holland, Ann Arbor, MI, USA

Professor G B Proctor, London, UK

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relationships that may influence his or her actions. Authors are specifically asked to reflect on financial conflicts of

interest (such as employment, consultancy, stock ownership, honoraria and paid expert testimony) as well as other

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subheading "Conflict of interest statement" all authors must disclose any financial and personal relationships that could

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World Medical Assembly, Hong Kong, September 1989 (www.wma.net/e/policy/b3.htm). The manuscript should contain

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occasionally consider referees' suggestions to be ill-conceived but if their text is misunderstood by referees it is likely to

be misunderstood by readers of the journal.

Types of Contribution Original papers and review articles are welcomed. There will be no differentiation on the basis of length into full or short

communications. All submissions will be refereed. Reviews may be submitted in outline prior to full submission.

Manuscript Preparation Papers should be as concise as possible and, in view of the international character of the journal, English usages that

may present difficulties to readers whose first language is not English should be avoided. The spellings used can be

British or American, but must be consistent within the manuscript. Authors should express their own findings in the past

tense and use the present tense where reference is made to existing knowledge, or where the author is stating what is

known or concluded. Original papers should follow the pattern of: Introduction, Materials and Methods, Results or

Findings, Discussion.

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Authors will gain much assistance by consulting: Council of Biology Editors Style Manual Committee. Scientific Style

and Format: The CBE Manual for Authors, Editors, and Publishers, 6th edition. New York: Cambridge University Press,

1994.

We suggest that authors consider using a language editing service to improve the English language usage and quality

of a paper. A number of language editing companies will provide their services to our authors at competitive rates.

Please follow this link for further details http://elsevier.com/wps/find/authorsview.authors/languageediting/.

The editors reserve the right to revise the wording of papers in the interest of the Journal's standards of clarity and

conciseness.

General Manuscripts must be word processed (preferably in Word format), double-spaced with wide margins and a font size of

10 or 12 points. The corresponding author should be identified (include a fax number and email address). Full postal

addresses must be given for all co-authors. Please check the current style of the journal, particularly the reference style

(Vancouver), and avoid excessive layout styling as most formatting codes will be removed or replaced during the

processing of your article. In addition, do not use options such as automatic word breaking, justified layout, double

columns or automatic paragraph numbering (especially for numbered references). The Editors reserve the right to adjust

style to certain standards of uniformity. Authors should retain copies of all versions of their manuscript submitted to the

journal. Authors are especially requested to be vigilant over the submission of the correct version of the manuscript at

the various stages of the editorial process.

Text Follow this order when typing manuscripts: Title, Authors, Affiliations, Abstract, Keywords, Main text (Introduction,

Materials & Methods, Results, Discussion for an original paper), Acknowledgments, Appendix, References, Figure

Captions and then Tables. Do not import the Figures or Tables into your text. The corresponding author should be

identified with an asterisk and footnote. All other footnotes (except for table footnotes) should be identified with

superscript Arabic numbers.

Title page As titles frequently stand alone in indexes, bibliographic journals etc., and indexing of papers is, to an increasing extent,

becoming computerized from key words in the titles, it is important that titles should be as concise and informative as

possible. Thus the animal species to which the observations refer should always be given and it is desirable to indicate

the type of method on which the observations are based, e.g. chemical, bacteriological, electron-microscopic,

histochemical, etc. A "running title" of not more than 40 letters and spaces must also be supplied. A keyword index must

be supplied for each paper.

Structured abstract The paper should be prefaced by an abstract aimed at giving the entire paper in miniature. Abstracts should be no

longer than 250 words and should be structured as per the guidelines published in the Journal of the American Medical

Association (JAMA 1995; 273: 27-34). In brief, the abstract should be divided into the following sections: (1) Objective;

(2) Design - if clinical, to include setting, selection of patients, details on the intervention, outcome measures, etc.; if

laboratory research, to include details on methods; (3) Results; (4) Conclusions.

Received/accepted dates A received date will be added to all papers when they are received by the Accepting Editor. An accepted date will also

be added when the papers are received at the publishing office.

Introduction This should be a succinct statement of the problem investigated within the context of a brief review of the relevant

literature. Literature directly relevant to any inferences or argument presented in the Discussion should in general be

reserved for that section. The introduction may conclude with the reason for doing the work but should not state what

was done nor the findings.

Materials and Methods Enough detail must be given here so that another worker can repeat the procedures exactly. Where the materials and

methods were exactly as in a previous paper, it is not necessary to repeat all the details but sufficient information must

be given for the reader to comprehend what was done without having to consult the earlier work.

Authors are requested to make plain that the conditions of animal and human experimentation are as outlined in the

"Ethics" and "Studies on Animals" sections above.

Results or Findings These should be given clearly and concisely. Care should be taken to avoid drawing inferences that belong to the

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Discussion. Data may be presented in various forms such as histograms or tables but, in view of pressure on space,

presentation of the same data in more than one form is unacceptable.

Statistical analysis

Authors should ensure that the presentation and statistical testing of data are appropriate and should seek the advice of

a statistician if necessary. A number of common errors should be avoided, e.g.: -

• Use of parametric tests when non-parametric tests are required

• Inconsistencies between summary statistics and statistical tests such as giving means and standard deviations for

data which were analysed with non-parametric tests.

• Multiple comparisons undertaken with multiple t tests or non-parametric equivalents rather than with analysis of

variance (ANOVA) or non-parametric equivalents.

• Post hoc tests being used following an ANOVA which has yielded a non-significant result.

• Incomplete names for tests (e.g. stating "Student's t test" without qualifying it by stating "single sample", "paired" or

"independent sample")

• N values being given in a way which obscures how many independent samples there were (e.g. stating simply n=50

when 10 samples/measurements were obtained from each of 5 animals/human subjects).

• Stating that P=0.000 (a figure which is generated by some computer packages). The correct statement (in this case) is

P<0.0005.

Discussion This section presents the inferences drawn from the Results: these should be recapitulated only sparingly, sufficient to

make the argument clear.

References

All manuscripts should use the 'Vancouver' style for references, which should be numbered consecutively in

the order in which they are first cited in the text and listed at the end of the paper.

For journal references, all authors should be included when there are six or fewer (first six followed by 'et al.' when

seven or more), followed by the title of article, name of journal abbreviated according to Index Medicus, or left in full,

year, volume with part number in brackets, and first and last pages. For example:

1. Walsh NP, Montague JC,Callow N and Rowlands AV. Saliva flow rate, total protein concentrationand osmolality as

potential markers of whole body hydration statusduring progressive acute dehydration in humans. Arch Oral

Biol2004;49(2):149-154.

For book references, the author(s) should be followed by the chapter title (if appropriate), editor(s) (if applicable), book

title, place of publication, publisher, year and page numbers. For example:

Nanci A. Ten Cate's Oral Histology: Development, Structure and Function. 6th ed. St. Louis: Mosby; 2003.

Papers in the course of publication should only be entered in the references if the paper has been accepted by a

journal, and then given in the standard manner in the text and list of references but with the words "In press" following

the name of the journal.

Units and symbols In general, Archives of Oral Biology will use the recommended SI (Systeme Internationale) units and symbols. The use

of the litre, usually better written in full, in place of SI dm3 and ml3 in place of SI cm, will continue to be accepted. For

details of the SI symbols, authors are referred to: Symbols, Signs and Abbreviations (1969) by the Royal Society of

Metric and Decimal Systems in Council of Biology

Abbreviations As Archives of Oral Biology is a journal with a multidisciplinary readership, abbreviations, except those universally

understood such as mm, g, min. u.v., w/v and those listed below, should be avoided if possible. Examples of

abbreviations which may be used without definition: ADP, AMP, ATP, DEAE-cellulose, DNA, RNA, EDTA, EMG, tris. Other abbreviations used to improve legibility should be listed as a footnote on the title page. Chemical symbols may be

used for elements, groups and simple compounds, but excessive use should be avoided. Abbreviations other than the

above should not be used in titles.

Bacterial nomenclature

Organisms should be referred to by their scientific names according to the binomial system. When first mentioned the

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name should be spelt in full and in italics. Afterwards the genus should be abbreviated to its initial letter, e.g. 'S. aureus'

not 'Staph. aureus'. If abbreviation is likely to cause confusion or render the intended meaning unclear, the names of

microbes should be spelt in full. Only those names which were included in the Approved List of Bacterial Names, Int J

Syst Bacteriol 1980; 30: 225?420 and those which have been validly published in the Int J Syst Bacteriol since 1

January 1980 have standing in nomenclature. If there is good reason to use a name that does not have standing in

nomenclature, the names should be enclosed in quotation marks and an appropriate statement concerning the

nomenclatural status of the name should be made in the text (for an example see Int J Syst Bacteriol 1980; 30:

547?556). When the genus alone is used as a noun or adjective, use lower case Roman not italic, e.g.'organisms were

staphylococci' and 'streptococcal infection'. If the genus is specifically referred to use italics e.g. 'organisms of the

genus Staphylococcus'. For genus in plural, use lower case roman e.g. 'salmonellae'; plurals may be anglicized

e.g.'salmonellas'. For trivial names, use lower case Roman e.g. 'meningococcus'.

Numbers, measurements and statistics. Numbers one to nine are spelled out unless they are measurements (e.g.5 ml). Numbers greater than nine are spelled

out if they begin a sentence, or when clarity requires it. Numbers above and including 10 000 have a space, not a

comma. A decimal point is preceded by a number or cypher e.g. '0.5'. Decimal points in columns should be aligned

vertically. Dates are usually provided in full: 14 April 1949. Measurements may be expressed in SI or non-metric units.

Use 10 ml/h rather than ml.h-1 or ml per h.

Drugs

These should be referred to by their approved and not proprietary names; for guidance, see the British National

Formulary. Where it is desirable to indicate a particular brand of preparation, the proprietary name and source should be

given in parentheses after the proper name, e.g. testicular hyaluronidase (Testovase, Bovine Enterprises Ltd, London,

UK).

Illustrations In the initial online submission and review stage, authors are required to provide electronic versions of their illustrations.

When an article has been accepted, authors must be prepared to provide all illustrations in electronic and camera-ready

format, (suitable for reproduction, which may include reduction, without retouching).

The Artwork Quality Control Tool is now available to users of the online submission system. To help authors submit

high-quality artwork early in the process, this tool checks the submitted artwork and other file types against the artwork

requirements outlined in the Artwork Instructions to Authors on www.elsevier.com/artworkinstructions. The Artwork

Quality Control Tool automatically checks all artwork files when they are first uploaded. Each figure/file is checked only

once, so further along in the process only new uploaded files will be checked.

General: Information relating to the preferred formats for artwork and illustrations may be found

atwww.elsevier.com/authors. Photographs, charts and diagrams are all to be referred to as "Figure(s)" and should be

numbered consecutively in the order to which they are referred. They should accompany the manuscript, but should not

be included within the text. All figures are to have a caption. Captions should be supplied on a separate page.

Line drawings: All lettering, graph lines and points on graphs should be sufficiently large and bold to permit

reproduction when the diagram has been reduced to a size suitable for inclusion in the journal. Dye-line prints or

photocopies are not suitable for reproduction. Do not use any type of shading on computer-generated illustrations.

Photographs: Original photographs must be supplied as they are to be reproduced (e.g. black and white or colour). If

necessary, a scale should be marked on the photograph. Please note that photocopies of photographs are not

acceptable.

Colour: Certain illustrations will be approved for publication in colour but only if, in the opinion of the Editors, the figures

convey information not apparent in monochrome. Please note that figures supplied in colour will appear online in colour

at no extra charge, even if the print version is monochrome.

Tables: Tables should be numbered consecutively and given a suitable caption. Begin each table on a separate page.

Footnotes to tables should be typed below the table and referred to by superscript lowercase letters. No vertical rules

should be used. Tables should not duplicate results presented elsewhere in the manuscript (e.g. in graphs).

Revised manuscripts

Frequently authors are required to submit revised versions of manuscripts in the light of reports from expert reviewers

and editorial comments. Revised manuscripts must clearly show revisions and authors must clearly indicate the

positions of revisions in a covering letter that addresses the concerns of reviewers/ editors.

Proofs One set of page proofs in PDF format will be sent by e-mail to the corresponding author which they are requested to

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correct and return within 48 hours. Only minor corrections are acceptable at this stage. Please use this proof only for

checking the typesetting, editing, completeness and correctness of the text, tables and figures. If we do not have an e-

mail address then paper proofs will be sent by post. Elsevier now sends PDF proofs that can be annotated; for this you

will need to download Adobe Reader version 7 available free

fromhttp://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html. Instructions on how to annotate PDF files will accompany

the proofs. The exact system requirements are given at the Adobe

site:http://www.adobe.com/products/acrobat/acrrsystemreqs.html#70win. If you do not wish to use the PDF annotations

function, you may list the corrections (including replies to the Query Form) and return to Elsevier in an e-mail. Please list

your corrections quoting the line number. If, for any reason, this is not possible, then mark the corrections and any other

comments (including replies to the Query Form) on a printout of your proof and return by fax, or scan the pages and e-

mail, or by post.

Please use this proof only for checking the typesetting, editing, completeness and correctness of the text, tables and

figures. Significant changes to the article as accepted for publication will only be considered at this stage with

permission from the Editor. We will do everything possible to get your article published quickly and accurately.

Therefore, it is important to ensure that all of your corrections are sent back to us in one communication: please check

carefully before replying, as inclusion of any subsequent corrections cannot be guaranteed. Proofreading is solely your

responsibility. Note that Elsevier may proceed with the publication of your article if no response is received.

Offprints The corresponding author, at no cost, will be provided with a PDF file of the article via e-mail or, alternatively, 25 free

paper offprints. The PDF file is a watermarked version of the published article and includes a cover sheet with the

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by the authors. An order form with prices will be sent to the corresponding author.

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questions and more. Further questions may be directed to the journal editorial office: Archives of Oral Biology, Elsevier

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