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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU DOUTORADO EM ODONTOLOGIA FÁBIO DOMINGUES EFEITOS DA CORTICOTOMIA ALVEOLAR COADJUVANTE AO TRATAMENTO ORTODÔNTICO COM EXTRAÇÃO DE PRIMEIROS PRÉ-MOLARES Londrina 2018

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

DOUTORADO EM ODONTOLOGIA

FÁBIO DOMINGUES

EFEITOS DA CORTICOTOMIA ALVEOLAR

COADJUVANTE AO TRATAMENTO ORTODÔNTICO COM

EXTRAÇÃO DE PRIMEIROS PRÉ-MOLARES

Londrina

2018

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2

FÁBIO DOMINGUES

EFEITOS DA CORTICOTOMIA ALVEOLAR

COADJUVANTE AO TRATAMENTO ORTODÔNTICO COM

EXTRAÇÃO DE PRIMEIROS PRÉ-MOLARES

Tese apresentada à UNOPAR, como requisito

parcial para a obtenção do título de Doutor em

Odontologia.

Orientadora: Profª. Drª. Paula Vanessa Pedron

Oltramari-Navarro

Londrina 2018

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3

AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR

QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO

E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação na publicação (CIP)

Universidade Pitágoras Unopar - UNOPAR

Biblioteca CCBS/CCECA PIZA

Setor de Tratamento da Informação

Domingues, Fábio

D671eEfeitos da corticotomia alveolar coadjuvante ao tratamento ortodôntico com

extração de primeiros pré-molares. / Fábio Domingues. Londrina: [s.n],

2018.

63 f.

Tese (Doutorado em Odontologia). Universidade Pitágoras Unopar.

Orientadora: Profa. Dra. Paula Vanessa Pedron Oltramari-Navarro.

1. Ortodontia - Tese - UNOPAR. 2. Osteotomia. 3. Movimentação

dentária. 4. Corticotomia alveolar. 5. Extração de primeiros pré-molares. 6.

Aceleração. I. Oltramari-Navarro, Paula Vanessa Pedron; orient. II.

Universidade Pitágoras Unopar.

CDD 617.64

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FÁBIO DOMINGUES

EFEITOS DA CORTICOTOMIA ALVEOLAR COADJUVANTE AO

TRATAMENTO ORTODÔNTICO COM EXTRAÇÃO DE PRIMEIROS PRÉ-

MOLARES

Tese apresentada à UNOPAR, no Doutorado em Odontologia, área e concentração em Dentística

como requisito para a obtenção do título de Doutor conferido pela Banca Examinadora formada

pelos professores:

______________________________________

Profa. Dra. Paula Vanessa Pedron Oltramari-Navarro Universidade Norte do Paraná

______________________________________

Profa. Dra. Thais Maria Freire Fernandes-Poleti Universidade Norte do Paraná

______________________________________

Prof. Dr. Murilo Baena Lopes

Universidade Norte do Paraná

______________________________________

Prof. Dr. Matheus Mello Piton Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

______________________________________

Profa. Dra. Silvia Amélia Scudeler Vedovello

Fundação Hermínio Ometto – Uniararas

Londrina, 26 de fevereiro de 2018.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por permitir que os caminhos que me trouxeram

aqui fossem abertos e por me manter focado aos meus objetivos e sonhos.

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6

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha família, principalmente a minha esposa Christiane

e ao meu filho Gabriel. Sei que nessa etapa das nossas vidas, por vezes estive ausente,

porém sempre tive de vocês todo o apoio, carinho e compreensão para continuar firme no

propósito de realizar esse sonho. A vocês todo meu amor.

Aos meus pais que desde cedo sempre acreditaram que o maior tesouro de um

homem é seu conhecimento. Obrigado pelo constante incentivo e pelo exemplo de

perseverança.

Meu especial agradecimento à Profa. Dra. Paula Vanessa Oltramari-Navarro, a

quem tive a felicidade de ser orientado desde o mestrado e a quem confiei meu

desenvolvimento acadêmico até o Doutorado. Sua competência e dedicação me

inspiraram a buscar sempre a excelência nesse trabalho e em outros que realizamos

durante a pós-graduação. A você meu muito obrigado

Agradeço ao Prof. Dr. Ricardo Lima Navarro pelo apoio no desenvolvimento da

parte cirúrgica do trabalho. Suas habilidades foram essenciais para os resultados desse

estudo.

Agradeço a Profa. Profa. Dra. Thais Maria Freire Fernandes Poleti com quem tive

a felicidade de conviver desde o início dessa jornada e a quem admiro pelo modo gentil

e competência no desenvolvimento de seus projetos.

Meu muito obrigado ao Prof. Dr. Alcides Gonini Junior, que com o seu grande

conhecimento sobre estudos laboratoriais, muito contribuiu com o desenvolvimento de

parte desse estudo.

Aos professores de Ortodontia do programa de pós-graduação Prof. Dr. Renato

Rodrigues de Almeida, Prof. Dr. Marcio Rodrigues de Almeida e Prof. Dr. Bruno

D’Áurea Furquim, muito obrigado pela generosidade em dividir seu amplo

conhecimento.

Aos professores Prof. Dr. Murilo Baena Lopes, Prof. Dra. Regina Célia Poli

Frederico, Prof. Sandra Mara Maciel, Prof. Dra. Sandrine Bittencourt Berger e em

especial ao Prof. Dr. Ricardo Danil Guiraldo a quem aprendi a admirar e por quem nutro

um profundo respeito.

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Aos colegas de Doutorado Flaviana Alves Dias, Marília Franco Punhagui, Joseli

Santos de Almeida Giunco, Maura Cristiane Gonçalves Orçati Dorilêo, Heloísa Aranda

e Gabriela Fleury Seixas, pelos momentos de felicidade e de dificuldade que

compartilhamos nesses anos de pós-graduação. Foi um privilégio compartilhar esse

tempo com vocês.

À colega Juliana Brito, pela ajuda nos momentos de dificuldade e pela paciência

no compartilhamento de seu conhecimento.

Aos colaboradores da UNOPAR, meu agradecimento por permitir e facilitar de

diferentes maneiras, o desenvolvimento desse trabalho.

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DOMINGUES, Fábio. Efeitos da corticotomia alveolar coadjuvante ao tratamento

ortodôntico com extração de primeiros pré-molares. 2018. [Tese de Doutorado].

Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Universidade Norte do Paraná. Londrina,

2018.

RESUMO

Objetivo: Avaliar os efeitos da corticotomia alveolar em casos de tratamento ortodôntico

envolvendo extração de primeiros pré-molares.

Material e Métodos: Este estudo foi dividido em duas etapas: 1) Etapa Laboratorial: por

meio da utilização de modelos fotoelásticos para avaliar as tensões geradas em cinco

diferentes desenhos de corticotomias alveolares. Foram utilizados um polariscópio de

reflexão e um programa específico (PsCalc 2.0) para a avaliação das franjas e das tensões

produzidas no momento da aplicação das forças. 2) Etapa Clínica: amostra composta por

10 pacientes (2 homens e 8 mulheres), com média de idade de 23,7 anos, divididos

aleatoriamente em 2 grupos: Corticotomia (CORT) e Controle (C). Os participantes foram

avaliados nos períodos inicial, pré-operatório e pós-operatório de 2, 7, 14, 30, 60, 120 e

180 dias. Foram aferidos os seguintes parâmetros: condição periodontal (Índice Gengival,

Índice de Placa Bacteriana, Índice Periodontal Comunitário, Perda de Inserção Peridontal

e Índice de Sangramento Gengival); quantidade de dor (Escala Visual Analógica - EVA),

edema e abertura bucal (em milímetros); fechamento de espaço nas áreas de extração

(modelos digitalizados); medidas cefalométricas (programa Dolphin Imaging 11.5TM). O

erro intraexaminador foi calculado por meio do Coeficiente de correlação intraclasse e da

concordância de Bland & Altman. Para as comparações intergrupos, foram utilizados

testes t independente, Mann-Whitney, Qui-quadrado e ANOVA a um critério; enquanto

que para as comparações intragrupos foi utilizado o teste ANOVA a um critério, todos

com nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%.

Resultados: Na etapa laboratorial, verificou-se semelhança (p>0,05) entre as tensões

geradas em todos os modelos testados, tanto nos dentes anteriores (ao nível dos ápices e

na região média das raízes) e nas áreas de extração dos primeiros pré-molares. No estudo

clínico, não foram verificadas diferenças significantes entre os grupos quanto à

velocidade de fechamento de espaço das extrações, dor, edema, características

periodontais e cefalométricas (p>0,05). As exceções foram os índices gengival (T180,

p=0,0303) e de placa bacteriana (T60, p=0,0416), que se mostraram aumentados no grupo

controle; além da abertura bucal, reduzida no grupo CORT apenas em T2 (p=0,0383) e

em T7 (p=0,0232).

Conclusão: No presente trabalho, conforme o modelo de estudo proposto tanto na etapa

laboratorial quanto na clínica, a corticotomia alveolar não promoveu alterações

significantes que indiquem esse procedimento como auxiliar no fechamento de espaços

após extração de primeiros pré-molares.

Palavras-Chave: Ortodontia. Osteotomia. Movimentação dentária. Aceleração.

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9

DOMINGUES, Fábio. Effects of alveolar corticotomy in conjunction with

orthodontic treatment with extraction of first premolars. 2018. [Doctoral Thesis].

Post-Graduation Program in Dentistry – University of Northern Paraná, Londrina, PR,

Brazil, 2018.

ABSTRACT

Objective: To evaluate the effects of alveolar corticotomy in cases of orthodontic

treatment involving the extraction of first premolars.

Material and Methods: This study was divided into two stages: 1) Laboratory study: photoelastic models to evaluate the tensions generated in five different designs of alveolar

corticotomies. The evaluation of the fringes and the tensions produced at the moment of

the force application was assessed by a reflection polariscope and the PsCalc 2.0 software;

2) Clinical study: the sample consisted of 10 patients (2 men and 8 women), with a mean

age of 23.7 years, who were randomly divided into 2 groups: Corticotomy (CORT) e

Control (C). The participants were evaluated at the baseline, preoperative, postoperative,

2, 7, 14, 30, 60, 120 and 180 days. The following parameters were assessed: periodontal

condition (Gingival Index, Bacterial Plaque Index, Community Periodontal Index,

Periodontal Insertion Loss and Gingival Bleeding Index); amount of pain (Visual

Analogue Scale - VAS), swelling and mouth opening (in millimeters); closure of spaces

in the extraction areas (scanned models); cephalometric variables (Dolphin Imaging

11.5TM program). Intra-examiner error was assessed using the intraclass correlation

coefficient and the Bland-Altman agreement test. For intergroup comparisons,

independent t-test, Mann-Whitney, Chi-square and one-way ANOVA and the intragroup

comparisons ANOVA were performed, with 5% significance level and 95% confidence

interval.

Results: In the laboratory stage, there was similarity (p> 0.05) between the tensions

generated in all the tested models, both in the anterior teeth (at the apices level and in the

middle region of the roots) and in the extraction areas of the first pre-molars. In the

clinical study, there were no significant differences between the groups regarding the

closure velocity of extractions space, pain, swelling, periodontal and cephalometric

characteristics (p> 0.05). Exceptions were gingival indices (T180, p = 0.0303) and plaque

index (T60, p = 0.0416), which were increased in the control group; besides the mouth

opening, reduced in the CORT group only in T2 (p = 0.0383) and in T7 (p = 0.0232).

Conclusion: In the present study, according to the proposed study model both in the

laboratory and in the clinical stage, alveolar corticotomy did not promote significant

alterations that indicate this procedure as an aid in the closure of spaces after extraction

of the first premolars.

Keywords: Orthodontics. Osteotomy. Tooth Movement. Acceleration.

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10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

ARTIGO 1

Figura 1 - Desenhos esquemáticos dos modelos fotoelásticos confeccionados

para simular a retração anterior

26

Figura 2 - Pontos determinados para a avaliação no teste fotoelástico 27

ARTIGO 2

Figura 1 - Ilustração do desenho de corticotomia proposto e imagens da

sequência cirúrgica e dos materiais utilizados

39

Figura 2 - Fluxograma que demonstra o processo de obtenção da amostra 43

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11

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1

Tabela 1 - Confiabilidade do método 28

Tabela 2 - Tensão nos diferentes modelos na região apical dos caninos 28

Tabela 3 - Tensão nos diferentes modelos na região média dos dentes

anteriores

29

Tabela 4 - Tensão nos diferentes modelos nas áreas das extrações 29

ARTIGO 2

Tabela 1 - Compatibilização da amostra 44

Tabela 2 - Comparação em modelos digitais do fechamento de espaço 44

Tabela 3 - Comparação da experiência de dor entre os grupos 45

Tabela 4 - Comparação do edema facial entre os grupos 45

Tabela 5 - Comparação da quantidade de abertura bucal (mm) entre os grupos 46

Tabela 6 - Comparação das condições periodontais entre grupo 46

Tabela 7 - Comparação dos dados cefalométricos finais entre os grupos 47

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RAP Fenômeno de aceleração regional

CPI Índice periodontal comunitário

CA Corticotomia alveolar

MI Mini-implante

TCFC Tomografia computadorizada de feixe cônico

mm Milímetro

N Newton

g Grama

P.O. Pós-operatório

IG Índice gengival

IP Índice de Placa Bacteriana

CPI Índice Periodontal Comunitário

PIP Perda de Inserção Periodontal

IS Índice de Sangramento Gengival

EVA Escala visual analógica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 14

2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................... 16

2.1 Corticotomia: definicao e mecanismos biologicos................................ 16

2.2 Riscos e benefícios da corticotomia alveolar......................................... 17

2.3 Tecnica cirurgica.................................................................................... 17

2.4 Métodos de avaliação pós-corticotomia................................................. 19

3 PROPOSIÇÃO..................................................................................... 21

3.1 Etapa Laboratorial.................................................................................. 21

3.2 Etapa Clínica.......................................................................................... 21

4 ARTIGO 1............................................................................................ 22

5 ARTIGO 2 ........................................................................................... 34

6 CONCLUSÕES.................................................................................... 57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 58

ANEXOS............................................................................................... 63

Anexo 1 - Parecer do comitê de ética ..................................................... 63

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14

1. INTRODUÇÃO

O tratamento ortodôntico objetiva o restabelecimento das funções relacionadas ao

sistema estomatognático. Desta forma, buscam-se terapias capazes de corrigir as

necessidades de cada paciente, com menor desconforto e menor tempo de tratamento1, 2.

O tempo de tratamento representa uma das maiores preocupações dos pacientes

ortodônticos e, assim, pesquisas são desenvolvidas afim de se conseguir um método que

faça o tratamento dure menos tempo. 3-7.

Vários são os métodos sugeridos para aumentar a eficácia das terapias

ortodônticas, tais como laser de baixa potência8, 9, corticotomia alveolar10, 11, campos

eletromagnéticos12, fotobiomodulação13. Porém, segundo a literatura5, 8, 14-16 somente dois

métodos quando associados ao tratamento ortodôntico parecem ser capazes de reduzir a

tempo de tratamento: o laser de baixa potência e as corticotomias alveolares (REF).

A corticotomia alveolar é definida como a remoção seletiva do osso cortical com

o mínimo contato com o tecido medular. Essa técnica foi descrita inicialmente por Köle

(1959)17, com objetivo de diminuir a taxa de recidivas e ao mesmo tempo acelerar a

movimentação ortodôntica. A proposta da corticotomia é promover a aceleração da

movimentação ortodôntica pela remoção parcial da resistência mecânica e pela

preservacao da irrigacao do tecido osseo”2, 18. Além disso, agrega-se ao tratamento

ortodôntico o “fenômeno de aceleracao regional (RAP)”19, 20, caracterizado pelo o

aumento da atividade das células responsáveis pela remodelação óssea, decorrente da

injúria provocada pela corticotomia. O aumento da atividade remodeladora sobre o osso

alveolar e o ligamento periodontal promove a aceleração da movimentação ortodôntica.

Segundo estudos prévios10, 17, 21, a corticotomia associada ao tratamento

ortodôntico oferece vantagens, tais como: menor quantidade de reabsorção radicular (por

diminuição da resistência óssea alveolar)10, 17, 22, menor taxa de recidiva17, menor

necessidade de ancoragem extrabucal23, além da já citada diminuição do tempo de

tratamento2, 10, 21, 24, 25. Porém, assim como em todo procedimento cirúrgico, a

corticotomia apresenta pontos negativos, tais como: a maior possibilidade de infecções26,

maior dor e edema pós-operatório27.

Desde sua idealização até os dias de hoje vários estudos dedicaram-se a avaliar a

influência da corticotomia na movimentação dental induzida17, 28, 29. Durante a história

uma dicotomia de opiniões acerca desse procedimento tem sido publicado30, 31. A carência

de estudos bem delineados metodologicamente justifica o presente estudo afim de

elucidar dúvidas que persistem32-34.

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Porém, apesar dessa técnica já ter sido descrita há muito tempo17, 28, 29, não há

unanimidade quanto a sua eficiência e existe na literatura uma carência de estudos clínicos

controlados32-34 que avaliaram a eficiência desse procedimento de forma multifatorial.

Assim, é necessário o conhecimento aprofundado a respeito do assunto, a fim de diminuir

os riscos a aumentar os benefícios da associação entre corticotomia alveolar e

movimentação ortodôntica.

Portanto, o presente estudo tem como objetivo avaliar diversos parâmetros

relacionados aos efeitos da corticotomia alveolar associada ao tratamento ortodôntico.

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16

2. REVISÃO DE LITERATURA

Para facilitar a compreensão do tema proposto, esta Revisão de Literatura será

dividida em tópicos, conforme a seguir:

2.1 Corticotomia: definicao e mecanismos biologicos

A corticotomia é definida como a remoção seletiva do osso cortical com o mínimo

contato com o tecido medular. Essa técnica cirúrgica tem como característica produzir

osteotomias com diferentes desenhos diferentes, circundando as raízes de um dente ou

um grupo de dentes, em regiões onde se deseja maximizar a movimentação ortodôntica35-

37.

O primeiro autor a propor o uso associado da corticotomia alveolar à Ortodontia

foi Köle (1959)17, que definiu o metodo como “Ortodontia facilitada por decortificacao”.

O autor acreditava que o osso cortical gerava um obstáculo mecânico que dificultava a

movimentação ortodôntica. Assim, ao se realizar a corticotomia, gerava-se uma

descontinuidade da massa óssea cortical, mantendo o suporte do osso medular38. Esse

procedimento, diminuía a resistência mecânica ao movimento ortodôntico e ao mesmo

tempo permitia a manutenção da nutrição pela preservação do osso medular35.

Posteriormente, a técnica foi modificada por Wilcko (2008)39 e descrita como

“Ortodontia periodontalmente facilitada”. Segundo o autor, essa tecnica diferia da

proposta incial de Köle em dois aspectos2. Primeiramente, Köle aplicava a corticotomia

tanto por vestibular quanto por palatino, que segundo o autor separava os elementos

dentários em pequenos blocos, o que facilitava e acelerava a movimentação ortodôntica.

A técnica descrita por Wilcko indicava somente corticotomia por vestibular, sugerindo

que a movimentação ortodôntica era facilitada não pela formação de blocos como

acreditava Köle, mas sim por modificações no processo de remodelação óssea regional

chamado de “fenômeno de aceleracao regional”(RAP)18, 36, 40. O fenômeno de aceleração

regional foi descrito primeiramente por Frost (1983)19, 20 e desde então, ajuda a dar

suporte para a metodologia proposta por Wilcko.

Segundo a teoria que explica o RAP19, 20. O trauma gerado pela corticotomia

modifica e diminui a densidade do trabeculado ósseo, além de reduzir as áreas de

hialinização do ligamento periodontal dos dentes envolvidos. Isso permite um maior

controle das forças empregadas na movimentação, o que acelera o tratamento e reduz a

taxa de iatrogenias como a reabsorção radicular.

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17

Alguns estudos experimentais21, 35, 41, 42 avaliaram o comportamento clínico e

histológico nas áreas submetidas à corticotomia comparadas a regiões que não sofreram

essa intervenção. Como resultados, verificou-se que a corticotomia alveolar diminuía a

calcificação do osso esponjoso associado ao aumento do espaço periodontal; aumentava

tanto a atividade osteoclástica quanto o processo de aposição óssea nas primeiras

semanas, com retorno aos padrões normais após algumas semanas de pós-operatório.

Além disso, uma maior atividade remodeladora foi observada em conjunto com menores

áreas de hialinização e maior velocidade de movimentação ortodôntica.

2.2 Riscos e benefícios da corticotomia alveolar

Segundo alguns estudos2, 18, 24, 40, 43, 44, a associação da corticotomia alveolar ao

tratamento ortodôntico apresenta vantagens como a redução tanto do tempo de tratamento

quanto das reabsorções radiculares, além da diminuição da necessidade de ancoragens

extrabucais. Outras vantagens relatadas seriam a diminuição da taxa de recidiva pós-

ortodôntica17e a possiblidade de executar movimentos ortodônticos complexos em

pacientes com problemas esqueléticos ou que apresentam dentes anquilosado3, 45, 46. Por

outro lado, como todo procedimento cirúrgico, a corticotomia apresenta algumas

desvantagens como: custo do procedimento, risco aumentado para infecção pós-cirúrgica

e maior experiência de dor associada ao aumento do edema facial. Outros relatos são a

possibilidade de perda de suporte ósseo nos casos onde não há associação com enxertos

e as recessões gengivais presentes em determinadas formas de retalhos2, 38, 40, 44, 47.

Com relação ao tempo de observação, grande parte dos trabalhos sugere haver

uma maior taxa de movimentação nos primeiros 4 meses após a corticotomia,

principalmente nas primeiras semanas após o procedimento cirúrgico10, 48. Dessa maneira,

vários estudos15, 49, 50 propuseram um período de observação que variava de 4 a 12

semanas (30 a 120 dias), por acreditarem que as maiores mudanças ocorreriam nesse

período. Um dos poucos trabalhos que realizou avaliações em um maior período foi

realizado por Shoreibah et al. (2012), que fizeram observações até 6 meses (180 dias)

após a corticotomia51.

2.3 Tecnica Cirurgica

Os primeiros relatos a respeito da corticotomia alveolar descreviam a realização

de retalhos de espessura total, com incisões que contornavam o tecido papilar. Essa

técnica proporcionava um amplo acesso ao tecido ósseo para corticotomias, porém

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18

apresentava como fator negativo a incisão do tecido papilar e maior possibilidade de

retrações gengivais pós-cirúrgicas11, 17.

Com relação às modificações da técnica, uma alteração proposta por Wilcko et al.

(2009)40 foi o acréscimo de enxerto ósseo nas áreas que foram submetidas à corticotomia.

Esse método tinha como objetivo o aumento do volume alveolar e, assim, a correção de

deiscências e fenestrações geradas pela técnica cirúrgica18, 52.

Outros autores relataram a utilização de retalhos semelhantes ao preconizado por

Luebke - Ochsenbein36, 48. Esse acesso cirúrgico apresenta como característica, um retalho

de espessura total, realizado a partir da linha mucogengival, o que preserva a anatomia

papilar e permite a manutenção do periodonto em melhores condições após os

procedimentos cirúrgicos.

Existem, ainda, outros tipos de acessos onde somente são realizadas incisões

mucogengivais verticais, aproximadamente 2mm acima do tecido papilar. O método

relatado por Jofre, Montenegro e Arroio (2013) utilizou osteotomia ultrassônica e

objetivou preservar melhor o tecido gengival e tornar mais confortável o pós-cirúrgico

para o paciente16, 53 .

Com relação aos equipamentos utilizados para a corticotomia, a princípio eram

realizadas com cinzéis e martelos. Atualmente, existe a predileção pelo uso de duas

técnicas: instrumentos rotatórios em alta ou baixa rotação e as corticotomias realizadas

com aparelhos ultrassônicos54, 55.

A diferença no reparo ósseo dos diferentes tipos de instrumentos para a

corticotomia é um fator a ser considerado para a escolha da técnica. Existiu por muito

tempo a idéia de que o uso de instrumentos rotatórios em alta rotação pudesse acarretar

um nível maior de agressão pós-cirúrgica. Atualmente, sabe-se que os resultados pós-

operatórios do uso de instrumentos rotatórios são semelhantes aos encontrados com a

utilização de cinzéis cirúrgicos56.

Porém, trabalhos recentes57, 58 tem demonstrado melhores resultados com o uso

de ultrassom cirúrgico. Essa técnica conhecida como Piezocirurgia, desenvolvida por

Vercellottie47, consiste em vibrações ultrassônicas que quebram a hidroxiapatita. A

literatura16, 59, 60 apresenta várias vantagens da utilização do ultrassom com relação a

outros instrumentos na realização das corticotomias. Inicialmente, tem-se a possibilidade

de regulagem do aparelho para o corte somente de determinadas estruturas. Assim, ao

regular para o corte da estrutura cortical óssea, o aparelho interrompe o funcionamento

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19

se entra em contato com outras estruturas como membrana do seio maxilar ou nervos

adjacentes à região de corte.

Outro ponto a ser considerado com o uso da Piezocirurgia consiste na geração de

calor na área do corte ósseo61. Diferente de instrumentos rotatórios que geram calor ao

entrar em contato com a superfície óssea, os aparelhos cirúrgicos ultrassônicos param seu

funcionamento na presença de pressão excessiva. Assim, a taxa de necrose por calor

diminui, o que possibilita uma melhor qualidade do reparo ósseo55, 56, 60.

Existe uma grande variação com relação aos desenhos usados para a realização

das corticotomias. O primeiro relato realizado por Köle, fazia uso de canaletas que

circundavam os dentes de determinadas regiões tanto na área vestibular quanto na

palatina17. Porém Wilcko, modificou parcialmente a técnica ao adotar somente o acesso

por vestibular associado à inclusão de enxertos, por acreditar que o RAP promoveria

estímulo suficiente para acelerar a movimentação ortodôntica40. Outra forma de desenho

consiste na aplicação de perfurações realizadas com instrumentos rotatórios ao redor das

regiões onde se deseja acelerar os movimentos ortodônticos44, 48.

2.4 Métodos de avaliação pós-corticotomia

A avaliação da corticotomia pode ser realizada com o emprego de recursos

modernos como a técnica de elementos finitos. Com essa tecnologia, Yang et al. (2015)62

simularam várias situações diferentes relacionadas a retração inicial de caninos associada

a corticotomias. Segundo os autores, a corticotomia altera a estrutura dentoalveolar

durante a retração do canino e essa resposta é mais evidente quanto mais próxima a

corticotomia dos dentes avaliados. Apesar da grande possibilidade de simulações e

avaliações diferentes, essa técnica ainda apresenta como desvantagem a dificuldade de

reproduzir matematicamente as condições clínicas presentes durante a movimentação

ortodôntica62.

Ainda com respeito aos métodos de avaliação, a literatura mostra várias

possibilidades de acordo com o parâmetro que se deseja pesquisar. Para medir a

movimentação dentária, por exemplo, podem ser usados modelos digitalizados como

realizaram Wu et al.3, ao avaliarem a eficácia da corticotomia na diminuição do tempo do

tratamento ortodôntico em pacientes que seriam submetidos a cirurgias ortognáticas.

Outro parâmetro várias vezes citado na literatura é a avaliação da condição

periodontal. Nesse sentido, vários fatores são analisados, como os índices gengival e de

placa, além da profundidade de sondagem. Para tanto, além da inspeção visual, também

Page 20: EFEITOS DA CORTICOTOMIA ALVEOLAR COADJUVANTE AO TRATAMENTO ...€¦ · Efeitos da corticotomia alveolar coadjuvante ao tratamento ortodôntico com extração de primeiros pré-molares

20

sao utilizados alguns instrumentais, tais como a sonda periodontal denominada “CPI“ que

é apresentada e sugerida pela organização mundial da saúde10, 16, 48, 63.

Com relação às avaliações por imagens, não existe uma predileção quanto à

técnica utilizada. São realizados para esse fim tanto exames radiográficos tradicionais

quanto exames tomográficos4, 64. Esse último apresenta com vantagem a possibilidade de

avaliar como maior exatidão a morfologia óssea regional4, 10, 37.

Page 21: EFEITOS DA CORTICOTOMIA ALVEOLAR COADJUVANTE AO TRATAMENTO ...€¦ · Efeitos da corticotomia alveolar coadjuvante ao tratamento ortodôntico com extração de primeiros pré-molares

21

3. PROPOSIÇÃO

Este estudo será composto por duas etapas, uma laboratorial e outra clínica, que

visam verificar os efeitos da realização da corticotomia alveolar associada à

movimentação ortodôntica, conforme objetivos específicos descritos a seguir:

3.1 Etapa Laboratorial

3.1.1. Aferir, por meio de modelos fotoelásticos, o comportamento das tensões

geradas nas áreas submetidas a diferentes desenhos cirúrgicos de corticotomia.

3.2 Etapa Clínica

3.2.1. Avaliar a condição periodontal após 6 meses da realização de corticotomia

alveolar;

3.2.2. Verificar a quantidade dor, edema e abertura bucal de pacientes após a

realização de corticotomia alveolar;

3.2.3. Avaliar o fechamento de espaços de extrações dentárias por meio de

modelos digitais;

3.2.4. Verificar as medidas cefalométricas 6 meses após a realização da

corticotomia alveolar.

Page 22: EFEITOS DA CORTICOTOMIA ALVEOLAR COADJUVANTE AO TRATAMENTO ...€¦ · Efeitos da corticotomia alveolar coadjuvante ao tratamento ortodôntico com extração de primeiros pré-molares

22

4 ARTIGO 1

A EFICIÊNCIA DA CORTICOTOMIA É INFLUENCIADA PELO SEU

DESENHO? ESTUDO FOTOELÁSTICO

RESUMO:

Objetivo: Investigar se a variação de desenhos de CA produziria respostas diferentes

durante a etapa de retração anterior na simulação de um tratamento ortodôntico.

Material e Métodos: Foram confeccionados 7 modelos em resina fotoelástica, onde um

foi utilizado como controle e nos demais foram simulados seis diferentes desenhos de

CA. Foram inseridos nos modelos mini-implantes e réplicas de dentes que sustentaram o

sistema de braquetes e fios ortodônticos para a aplicação das forças e posterior estudo

fotoelástico. Para a simulação da corticotomia alveolar, realizaram-se perfurações nos

modelos com profundidade de 2mm e, em cada um deles, foram analisados 17 pontos diferentes que permitiram avaliar as tensões geradas nos dentes anteriores (ao nível dos

ápices e na região média das raízes) e nas áreas de extração dos primeiros pré-molares.

Para o teste fotoelástico, utilizou-se um polariscópio de reflexão (Vishay LF/Z-2, Malern,

USA) e os dados foram analisados pelo programa PScalc 2.0, com resultados expressos

em megapascal (MPa). O erro intraexaminador foi calculado por meio do Coeficiente de

correlação intraclasse e do teste de concordância de Bland & Altman. Para a comparação

entre os diferentes desenhos de corticotomia realizou-se teste ANOVA, com nível de

significância de 5% e intervalo de confiança de 95%.

Resultados: Verificou-se semelhança (p>0,05) entre as tensões geradas em todos os

modelos testados, tanto nos dentes anteriores (ao nível dos ápices e na região média das

raízes) e nas áreas de extração dos primeiros pré-molares.

Conclusões: No modelo fotoelástico proposto, o desenho da corticotomia não exerceu

influência no movimento de retração anterior após extração de pré-molares.

Palavras-chave: Ortodontia; Técnicas de Movimentação Dentária; Fenômenos Físicos

.

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23

ARTICLE 1

IS THE EFFICIENCY OF CORTICOTOMY INFLUENCED BY ITS DESIGN?

PHOTOELASTIC STUDY

ABSTRACT:

Objective: To verify if the association of alveolar corticotomy (AC) with tooth

movement would produce different tensions in anterior teeth and extraction areas. To

investigate whether the variation of AC drawings would produce different responses

during the anterior retraction phase in the simulation of an orthodontic treatment.

Material and Methods: Seven models were performed in photoelastic resin, one used as

control and the others to simulate different AC designs. Mini-implants and teeth replicas

were inserted in the models, supporting the system of brackets and orthodontic wires for

the application of the forces and later photoelastic study. For the simulation of alveolar

corticotomy, perforations were performed in the models with depth of 2mm, and in each

of them, 17 different points were analyzed that allowed to evaluate the tensions generated

in the anterior teeth (at the apex level and in the middle region of the roots) and in the

areas of first premolars extraction. For the photoelastic test, a reflection polariscope

(Vishay LF / Z-2, Malern, USA) was used and the PScalc 2.0 software analyzed the data,

with the results expressed in megapascal (MPa). Intra-examiner error was assessed using

intraclass correlation coefficient and Bland-Altman agreement test. For different AC

designs comparisons, one-way ANOVA test was performed, with a significance level of

5% and 95% confidence interval.

Results: There was similarity (p> 0.05) between the tensions generated in all the models

tested, both in the anterior teeth (at the apex and root mean region) and in the areas of

extraction of the first premolars.

Conclusions: In the proposed photoelastic model, the corticotomy design had no

influence on the anterior retraction movement after extraction of premolars.

Keywords: Orthodontics, Tooth Movement Techniques, Physical Phenomena

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24

INTRODUÇÃO

A busca de métodos que facilitem o movimento dentário e por conseguinte

diminua o tempo total de tratamento é anseio de profissionais e pacientes ortodônticos.

Existem métodos citados na literatura que permitiriam acelerar a terapia ortodôntica, tais

como o laser de baixa potência, os biomoduladores e as corticotomias alveolares (CA) 1,

2.

A corticotomia é uma modalidade de tratamento que visa reduzir o tempo de

tratamento com a fragilização da cortical que contorna os dentes. Esse processo foi

descrito primeiramente por Köle em 19593 e tem suas bases em dois processos, um

biológico e outro físico.

O processo biologico envolvido na CA e denominado de “fenômeno de aceleracao

regional”. Esse processo foi apresentado por Frost4 e descreve que os fenômenos de

reorganização esquelética em uma área de injúria óssea podem favorecer uma resposta

mais rápida frente à aplicação de forças ortodônticas. Já o processo físico, ocorre pela

diminuição da resistência mecânica esquelética por meio da remoção parcial do tecido

cortical adjacente à área em que se pretende realizar a movimentação ortodôntica5.

Quando se pensa em avaliar fisicamente os procedimentos de corticotomia pode-

se lançar mão de métodos como elementos finitos6 e avaliação fotoelástica7, 8.

As avaliações fotoelásticas possuem sua fundamentação na propriedade de que

alguns sólidos apresentam birrefringência quando submetidos à aplicação de alguma

tensão na passagem de uma fonte de luz monocromática7. Utiliza-se para esse fim resinas

translúcidas birrefringentes que ao serem submetidas a uma carga e expostas à passagem

de um feixe de luz polarizada, apresentam como características a exibicao de “franjas” de

cores diferentes. A posição e a diversidade de cores de uma determinada franja acusam a

presença de tensões em determinadas regiões ou estruturas9.

Alguns estudos já utilizaram modelos fotoelásticos para avaliar as tensões geradas

em determinadas mecânicas ortodônticas7. Contudo, ainda não foram utilizados esses

modelos para verificar as tensões geradas quando da associação da CA à movimentação

dentária. Esse conhecimento poderia contribuir para elucidar o efeito da CA associada à

Ortodontia, além de auxiliar a escolha do melhor desenho de corticomomia para

determinados movimentos ortodônticos.

Partindo dessa premissa, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência do

desenho da corticotomia no movimento de fechamento de espaço subsequente à extração

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25

de pré-molares, além de verificar a hipótese de que se alterando o desenho da corticotomia

altera o movimento dentário.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização das avaliações, foram confeccionados 7 modelos em resina

fotoelástica para reproduzir um arco superior. Nestes, foram inseridas réplicas de dentes,

com exceção dos primeiros pré-molares, para simular sua exodontia e do segundo molar,

com o objetivo de facilitar a passagem de luz pelo modelo na região das extrações.

Os modelos fotoelásticos foram confeccionados com a resina fotoelástica PL3

(VPG Brand Micro-Measurements- Wendell, USA) de maneira que um fosse utilizado

como controle (sem CA), enquanto os demais simularam desenhos diferentes de CA,

sendo 5 com CA por vestibular e 1 com CA por palatino. Em todos os modelos, foram

inseridos mini-implantes ortodônticos na região anterior aos primeiros molares (1,6mm

de diâmetro x 10mm de comprimento, SIN, São Paulo, SP), que atuaram como unidades

de ancoragem para o sistema (Figura 1, A-G).

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26

Figura 1 , A-G. Desenhos esquemáticos dos modelos fotoelásticos confeccionados para simular a

retração anterior. A) Controle (sem corticotomia alveolar - CA); B) CA por meio de canaletas

verticais e horizontais; C) CA por meio de canaletas e perfurações circulares; D) CA por meio de

perfurações circulares; E) CA por meio de canaletas anteriores e perfurações circulares posteriores;

F) CA por meio de perfurações circulares anteriores e canaletas posteriores; G) CA por meio de

canaletas verticais e horizontais palatinas.

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27

Em seguida, foram colados acessórios ortodônticos (braquetes e tubos, prescrição

Capelozza Padrão I - 3M, São José do Rio Preto, SP) com a consecutiva instalação de um

fio retangular de aco inoxidável (0,019 x 0,025”, Morelli, Sorocaba, SP), com ganchos

bola instalados entre os caninos e os incisivos laterais. Para aplicação da força para

retração da bateria anterior, utilizou-se elástico corrente de tamanho médio (Orthometric,

Marília, SP), ao qual aplicou-se uma força de 250g.

Para realizar as avaliações fotoelásticas, foram determinados 17 pontos a serem

avaliados (Figura 2):

- 1, 2, 3, 15, 16 e 17: pontos nas áreas de extração dos primeiros pré-molares

superiores, distantes 3mm da distal dos caninos;

- 4, 6, 8, 10,12 e 14: pontos na região apical dos dentes anteriores, distantes 2mm

do ápice em direção apical;

- 5, 7, 9, 11 e 13: pontos nas áreas entre as raízes dos dentes anteriores.

Figura 2. Pontos determinados para a avaliação no teste fotoelástico

Os modelos fotoelásticos foram submetidos a luz polarizada de um polariscópio

de reflexão (Vishay LF/Z-2, Malern, USA) e as franjas obtidas (indicativas de

aparecimento de tensões) foram analisadas e transformadas em dados quantitativos pelo

software PSCalc 2.0.

Realizou-se a comparação entre os 7 diferentes modelos, considerando os pontos

propostos por meio do teste ANOVA. Após 15 dias, todas as medidas foram repetidas

para testar a confiabilidade do método por meio do CCI e da concordância de Bland &

Altman. Todas a s medidas foram realizadas por um único examinador, com o intuito de

evitar o erro interexamindor.

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28

Os testes estatísticos foram realizados no programa BioEstat e Graph Pad Prism

6, com nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%.

RESULTADOS

A confiabilidade foi considerada excelente, com CCI variando entre 0,75 e 0,9210.

Além disso, a análise de Bland & Altman mostrou baixo grau de dispersão para as

medidas (Tabela 1).

Tabela 1. Confiabilidade do método testada através do índice de correlação intraclasse (CCI) e da

concordância de Bland & Altman.

VARIÁVEIS

1ª. Medida 2ª. Medida CCI Bland & Altman

Média DP Média DP CCI p Erro Viés Lim

Sup

Lim

Inf

A 8,76 4,02 7,29 2,80 0,75 0,0002 0,0497 1,471 5,860 2,622

B 9,70 6,19 7,47 4,18 0,80 < 0.0001 0,1350 2,235 10,303 4,352

C 9,76 6,28 11,29 5,56 0,87 < 0.0001 0,0852 -1,529 3,888 -0,108

D 11,23 4,50 10,88 4,91 0,86 < 0.0001 0,0349 0,353 4,732 1,502

E 9,41 5,22 9,23 5,30 0,92 < 0.0001 0,0427 0,176 2,600 0,812

F 8,70 4,80 7,82 4,58 0,92 < 0.0001 0,0294 0,882 4,269 1,771

G 11,0 6,04 9,82 4,41 0,80 < 0.0001 0,0743 1,176 5,572 2,330

Não foi verificada diferença entre a realização ou não de CA, uma vez que os

resultados obtidos para o modelo controle (A) foram semelhantes àqueles obtidos para os

modelos com corticotomia (B-G). (p>0,05). Ainda, ao comparar os desenhos de CA

propostos, não foram detectadas diferenças significantes em nenhuma das áreas avaliadas

(p>0,05) (Tabelas 2, 3 e 4).

Tabela 2. Tensão nos diferentes modelos (A-G) na região apical dos caninos (P4 e P14), incisivos laterais

(P6 e P12) e incisivos centrais (P8 e P10). Média (M), Desvio-Padrão (DP) e Teste ANOVA (p). Valores

descritos em MPa.

TENSÃO NOS ÁPICES DOS DENTES ANTERIORES

A B C D E F G

p=0,3237

P4 18 12 14 17 17 18 24

P6 10 12 13 16 13 6 17

P8 12 11 20 13 16 6 15

P10 13 15 19 14 16 14 13

P12 11 15 18 12 14 11 7

M 12,83 14,16 16,83 15,50 15,66 12,16 16,16

DP 2,78 3,31 2,78 3,27 1,86 5,45 6,01

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29

Tabela 3. Tensão nos diferentes modelos (A-G) na região média dos dentes anteriores (P5, P7, P9, P11 e

P13). Média (M), Desvio-Padrão (DP) e Teste ANOVA (p). Valores descritos em MPa.

TENSÃO NAS ÁREAS MÉDIAS DOS DENTES ANTERIORES

A B C D E F G

p=0,518

P5 5 1 3 8 4 7 5

P7 7 9 7 11 7 11 7

P9 8 10 7 13 9 11 8

P11 9 13 13 11 7 6 9

P13 5 8 10 10 7 6 5

M 6,80 8,20 8,00 10,60 6,80 8,20 6,80

DP 1,78 4,43 3,74 1,81 1,78 2,58 1,78

Tabela 4. Tensão nos diferentes modelos (A-G) nas áreas das extrações (P1, P2, P3, P15, P16 e P17). Média

(M), Desvio-Padrão (DP) e Teste ANOVA (p). Valores descritos em MPa.

TENSÃO EM ÁREAS DAS EXTRAÇÕES

A B C D E F G

p=0,782

P1 12 10 4 9 9 10 12

P2 4 6 2 5 7 5 4

P3 3 2 1 3 3 2 3

P15 8 20 4 13 7 10 8

P16 6 1 8 9 4 5 6

P17 5 0 6 6 2 2 5

M 6,33 6,50 4,16 7,50 5,33 5,66 6,33

DP 3,26 7,58 2,56 3,56 2,73 3,61 3,26

DISCUSSÃO

A Literatura relacionada aos efeitos da corticotomia alveolar associada à

movimentação ortodôntica ainda é bastante controversa. Por um lado, estudos afirmam

que a associação da corticotomia ao tratamento ortodôntico produza uma série de

benefícios, tais como menor taxa de recidiva3, menor necessidade de ancoragem

extrabucal11, menor reabsorção radicular12 e movimentações dentárias mais rápidas13, 14.

Por outro lado, alguns estudos recentes demonstram que a realização de corticotomia

alveolar revela pouca ou nenhuma influência sobre a aceleração da movimentação

ortodôntica15-18.

Os resultados obtidos neste estudo laboratorial demonstraram que a geração de

tensões e a formação de franjas não foram diferentes (P>0,05) ao se comparar o modelo

controle (A) aos demais modelos que simularam os diferentes desenhos de corticotomias

alveolares (B-G). Desta forma, segundo a metodologia empregada, a realização de CA

parece não ser capaz de produzir alterações que possam gerar diferenças nas tensões

geradas durante a movimentação ortodôntica.

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30

A realização de um estudo com modelos fotoelásticos para simular as tensões

geradas durante um tratamento ortodôntico associado à corticotomia alveolar representa

uma iniciativa pioneira, uma vez que não existem estudos semelhantes publicados na

Literatura até o presente momento. O princípio da fotoelasticidade decorrente da

associação de sólidos birrefringentes, luz polarizada e formação de franjas em áreas de

estresse, pode contribuir para a identificação de tensões em determinadas áreas8 e em

diferentes tipos de mecânicas ortodônticas7.

Com relação aos materiais utilizados, apesar de haver relatos de outros sólidos

para confecção dos modelos fotoelásticos19, o presente trabalho seguiu o que descreve a

maioria dos estudos e utilizou uma resina fotoelástica com característica birrefringete

para avaliação das franjas coloridas nas áreas de tensão7, 8.

Ao contrário do presente estudo, Yang et al. (2015) 6 verificaram diferentes

resultados para o tratamento ortodôntico associado à corticotomia alveolar em um modelo

com elementos finitos6. No referido trabalho, foi construído um modelo de elementos

finitos para a simulação de retração inicial de canino. Foram idealizadas 24 situações

diferentes com relação à profundidade de corte e à posição em que foram realizadas as

corticotomias. Os autores observaram que a corticotomia foi capaz de alterar o

comportamento biomecânico da retração de caninos e, ainda, concluíram que a melhor

área para se realizar tal processo era o mais próximo da porção distal do canino. Os

autores verificaram, ainda, que quanto maior a distância da corticotomia à superfície

radicular, menores os efeitos biomecânicos.

Uma limitação do estudo se relaciona à quantidade de forças. A CA preconiza a

aplicação de forças de alta magnitude20. Porém, existe uma grande variação com relação

às forças aplicadas no procedimento de retração anterior, o que dificulta a identificação

de qual seria a força ideal para esse tipo de estudo13, 21. O presente trabalho optou pela

simulação da retração anterior associada à CA com força de intensidade mediana (250g)

22, sempre com vistas a minimizar o desenvolvimento de reabsorções radiculares23.

Apesar de não terem sido verificadas diferenças significantes entre os modelos

avaliados, o estudo das tensões radiculares tem sido de grande interesse para o clínico,

uma vez que contribui para a indicação de procedimentos cirúrgicos como a associação

da CA ao tratamento ortodôntico. Além disso, poderia permitir um controle mais rigoroso

da aplicação de forças, principalmente nas áreas que se apresentam mais susceptíveis à

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incidência de tensões e, assim, diminuir o risco de iatrogenias associadas à mecânica

ortodôntica23.

CONCLUSÃO

Conclui-se com a realização do presente estudo que o desenho da corticotomia

não influencia na movimentação ortodôntica. A hipótese foi refutada em virtude da

ausência de diferenças entre os grupos avaliados.

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orthodontic force magnitude on tooth movement and root resorptions. An intra-individual

study in adolescents. European Journal of Orthodontics. 1996;18:287-94

23. Roscoe MG, Meira JBC, Cattaneo PM. Association of orthodontic force system

and root resorption: A systematic review. American Journal of Orthodontics and

Dentofacial Orthopedics 2015;147(5):610-26.

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34

5 ARTIGO 2

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA CORTICOTOMIA ALVEOLAR ASSOCIADA

À RETRAÇÃO ANTERIOR NO TRATAMENTO ORTODÔNTICO COM

EXTRAÇÃO DE 4 PRIMEIROS PRÉ-MOLARES: ESTUDO CLÍNICO

PROSPECTIVO E RANDOMIZADO

RESUMO:

Objetivo: O presente estudo avaliou os efeitos da corticotomia alveolar associada à

retração anterior no tratamento ortodôntico com extração de 4 primeiros pré-molares.

Material e Métodos: A amostra foi composta por 10 pacientes (2 homens e 8 mulheres,

média de idade 23,7±4,9 anos), divididos aleatoriamente em 2 grupos: Corticotomia

(CORT) e Controle (C). Os pacientes foram avaliados nos períodos inicial, pré-operatório

e pós-operatório de 2, 7, 14, 30, 60, 120 e 180 dias. Foram aferidos os seguintes

parâmetros: condição periodontal (Índice Gengival, Índice de Placa Bacteriana, Índice

Periodontal Comunitário, Perda de Inserção Periodontal e Índice de Sangramento

Gengival); dor (Escala Visual Analógica - EVA), edema e abertura bucal (em

milímetros); fechamento de espaço nas áreas de extração (modelos digitalizados);

medidas cefalométricas. O erro intraexaminador foi calculado por meio do Coeficiente

de correlação intraclasse e da concordância de Bland & Altman. Para as comparações

intergrupos, foram utilizados testes t independente, Mann-Whitney e Qui-quadrado. O

tratamento estatístico foi realizado nos programas BioEstat e Graph Pad Prism 7, com

nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%.

Resultados: Não foram verificadas diferenças significantes entre os grupos quanto à

velocidade de fechamento de espaço das extrações, dor, edema, características

periodontais e cefalométricas (p>0,05). Exceção aos índices gengival (T180, p=0,0303)

e de placa bacteriana (T60, p=0,0416), que se mostraram aumentados no grupo controle;

além da abertura bucal, reduzida no grupo CORT apenas em T2 (p=0,0383) e em T7

(p=0,0232).

Conclusão: A corticotomia não promoveu alterações clínicas significantes que indiquem

esse procedimento como auxiliar na movimentação ortodôntica.

Palavras-Chave: Ortodontia. Osteotomia. Movimentação dentária. Aceleração.

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35

ARTICLE 2

ASSESSMENT OF THE ALVEOLAR CORTICOTOMY EFFECTS

ASSOCIATED TO ANTERIOR RETRACTION IN ORTHODONTIC

TREATMENT WITH 4 FIRST PREMOLAR EXTRACTIONS: A

PROSPECTIVE RANDOMIZED CLINICAL TRIAL

ABSTRACT:

Objective: The present study aimed to assess the alveolar corticotomy effects associated

to anterior retraction in the orthodontic treatment with 4 premolar extractions.

Material and Methods: The sample was composed of 10 patients (2 men and 8 women,

mean age 23.7 ± 4.9 years), randomly divided into 2 groups: Corticotomy (CORT) and

Control (C). The patients were evaluated in the initial, preoperative and postoperative

periods of 2, 7, 14, 30, 60, 120 and 180 days. The following parameters were assessed:

periodontal condition (Gingival Index, Bacterial Plaque Index, Community Periodontal

Index, Periodontal Insertion Loss, and Gingival Bleeding Index); pain (Visual Analog

Scale - VAS), swelling, and mouth opening (in millimeters); closure of spaces in

extraction areas (models scanned); cephalometric measurements. Intra-examiner error

was assessed using the intraclass correlation coefficient and the Bland-Altman agreement

test. For intergroup comparisons, independent t-test, Mann-Whitney and Chi-square tests

were performed. Data were analyzed by the BioEstat e Graph Pad Prism 7 programs, with

a significance level of 5% and a confidence interval of 95%.

Results: There were no significant differences between the groups regarding the closure

velocity of extractions space, pain, swelling, periodontal and cephalometric

characteristics (p>0,05). Except for gingival indexes (T180, p = 0.0303) and bacterial

plaque (T60, p = 0.0416), which were increased in the control group; besides the mouth

opening, reduced in the CORT group only in T2 (p = 0.0383) and in T7 (p = 0.0232).

Conclusion: According to the proposed model, corticotomy did not promote significant

clinical alterations that indicate this procedure as an aid in orthodontic movement.

Key words: Orthodontics. Osteotomy. Tooth movement. Acceleration.

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36

INTRODUÇÃO

Dentre os fatores que fazem com que os pacientes repensem quanto o início ou

não do tratamento ortodôntico, sem sombra de dúvida o tempo é o primeiro. A busca por

um mecanismo que faça o tratamento ortodôntico se processar mais rapidamente é anseio

de toda comunidade científica ortodôntica1.

Dentre os métodos para aceleração do movimento ortodôntico destaca-se a

corticotomia alveolar (CA) 2, 3. A CA remove seletivamente o osso cortical em áreas onde

se deseja aumentar a taxa de movimentação4. A remoção parcial do osso cortical por meio

da CA permitiria a diminuição da resistência mecânica e, ao mesmo tempo, manteria a

nutrição pela pouca agressão ao tecido ósseo medular2. Ainda, na CA poderia ocorrer o

fenômeno de aceleração regional (FAR) 5 originado a partir da agressão parcial do tecido

ósseo cortical, que incitaria o aumento da atividade celular ao nível do periodonto, o que

potencializaria a movimentação ortodôntica.

Alguns estudos prévios6, 7, 8 demonstraram que, além da diminuição no tempo de

tratamento, a CA acrescentaria à terapia ortodôntica algumas vantagens, tais como: menor

necessidade de ancoragem extrabucal9, menor taxa de recidiva ocasionada pela

diminuição da resistência esquelética alveolar4 e menor quantidade de reabsorção

radicular10.

Por outro lado, estudos mais recentes11-14 demonstraram a ineficácia desse

protocolo para a aceleração do movimento. Esses estudos descreveram a dificuldade de

chegar a um consenso sobre o assunto, principalmente pela farta literatura relacionada à

apresentação de relatos de casos clínicos15, 16 e pela carência de ensaios clínicos

controlados17-20. Assim, conhecer investigar os aspectos relacionados à CA associada à

ortodontia poderá auxiliar o profissional na decisão sobre a utilização desta técnica.

Nesse sentido, o presente estudo objetivou verificar diversos fatores relacionados

às implicações da corticotomia alveolar associada ao tratamento ortodôntico de pacientes

com extrações, tais como: velocidade de fechamento de espaços em áreas de extração,

dor, edema e abertura bucal, condições periodontais e medidas cefalométricas por um

período de 180 dias.

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MATERIAL E MÉTODOS

DESENHO DO ESTUDO E ALTERAÇÕES APÓS O INÍCIO DO ESTUDO (Trial design and any changes

after Trial commencement)

Este estudo foi um ensaio clínico prospectivo e randomizado, no qual os

participantes foram recrutados e divididos aleatoriamente em 2 grupos. Os pacientes

foram tratados na UNOPAR por um especialista em Ortodontia, supervisionado por um

profissional com mais de 15 anos de experiência. Nenhuma mudança nos métodos

ocorreu após o início do ensaio.

PARTICIPANTES, CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE E CONFIGURAÇÕES (Participants,

eligibility criteria, and settings)

Uma amostra de pacientes Classe I com necessidade de extração de 4 primeiros

pré-molares foi recrutada prospectivamente por meio da avaliação de 780 voluntários,

onde 10 foram selecionados. Os critérios de inclusão foram: faixa etária entre 18 e 35

anos de idade, má oclusão de Classe I de Angle, com necessidade de tratamento

ortodôntico que envolvesse exodontia de 4 primeiros pré-molares. Os critérios de

exclusão foram: doença periodontal, agenesias, supranumerários, perdas de dentes

permanentes, cáries extensas, patologias sistêmicas e intrabucais e tratamento ortodôntico

prévio.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNOPAR e

cadastrado na Plataforma Brasil (CAAE: 28688014.6.0000.0108). Apenas após a

instrução e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) os

participantes foram incluídos no estudo.

INTERVENÇÃO (Interventions)

Os participantes foram aleatoriamente divididos em 2 grupos: Corticotomia

(CORT) e Controle (C). Todos os pacientes incluídos na amostra realizaram

documentações ortodônticas inicias que continham fotografias intra e extrabucais,

modelos de estudo em gesso e tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC).

As TCFC foram realizadas utilizando o mesmo tomógrafo (i-Cat, Imaging Sciences,

Kavo, Protocolo: 22x16 cm fov, 40 sec, 0,4 voxel, 120 KVP e 36 mA), com cortes de

0,5mm. As imagens foram exportadas para o programa Dolphin Imaging 11.5®

(Patterson Dental Supply Inc, Chatsworth, Calif), em formato DICOM, para avaliação

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das medidas cefalométricas iniciais, e os modelos de estudo em gesso foram avaliados

por meio de paquímetro digital (Mitutoyo, São Paulo, SP).

Para todos os pacientes do estudo, foram instalados aparelhos ortodôntico fixos

pré-ajustados convencionais (Padrão I, Prescrição Capelozza, 3M, São José do Rio Preto,

SP), seguindo a mesma sequência de fios ortodônticos (NiTi 0,014”, NiTi 0,016”, Aco

Inoxidável 0,018”, Niti 0,019x0,025”, Aco Inoxidável 0,019x0,025”). Para o

procedimento de alinhamento e nivelamento, os pacientes eram acompanhados em

consultas mensais, e esta fase durou em média 6 meses.

Após a instalação do aparelho e a realização do nivelamento ortodôntico, foram

realizadas as extrações dentárias, a instalação dos mini-implantes ortodônticos (SIN, São

Paulo, SP) para ancoragem esquelética nos arcos superior (1,6 x 10mm) e inferior (1,6 x

8mm), além da corticotomia alveolar nos pacientes do grupo Corticotomia, com

ultrassom cirúrgico piezoelétrico Mectron (Carasco, GE, Itália).

As intervenções cirúrgicas seguiram o seguinte protocolo: anestesia mandibular

por meio de bloqueio dos nervos alveolar inferior, bucal e lingual e, na maxila, por meio

do bloqueio de ramos do nervo maxilar, além de complementação palatina nos ramos

palatinos; incisão semelhante à preconizada por Luebke-Ochsenbein21, que apresenta

como característica a preservação da papila interdental; exodontias dos primeiros pré-

molares por via alveolar, por meio do uso de fórceps para extrações com o menor dano

possível.

Os MI foram instalados na região mesial dos primeiros molares. Na maxila, foram

utilizados perfuradores corticais e chaves manuais; enquanto na mandíbula, utilizou-se

para perfuração cortical e para inserção dos MI contra-ângulo acoplado a motor de

implantes com o controle de torque não ultrapassando 10N de força.

As linhas de corticotomia foram realizadas para diminuir a resistência cortical à

movimentação dos dentes anteriores, para que ocorresse maior otimização da

movimentação dos dentes mal posicionados e menor movimentação da unidade de

ancoragem. Estas incisões ósseas foram profundas o suficiente para romper toda a

extensão óssea sem comprometimento das raízes dentárias, o que nesta região alveolar

pode variar de 1,34 a 1,65mm de espessura22. Todos os dentes da área de movimentação

dentária tiveram suas raízes circundadas com a linha de corticotomia, além da área da

extração que recebeu um número maior de linhas para diminuir ainda mais a resistência

à movimentação no local. Para tanto, utilizou-se ultrassom piezoelétrico com ponteiras

específicas (OT7S-4, Carasco, GE, Itália) para o corte ósseo com espessura de 0,35 mm.

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39

As áreas de corticotomia foram preenchidas com enxerto ósseo bovino BioOss®

(partículas 0,25-1mm; Geistlich, Root Längenbold,Switzerland) recoberto por membrana

GenDerm® (20x20mm, espessura 150-200 Micra; Baumer, Mogi Mirim, SP), com o

intuito de manter a espessura do rebordo e evitar fenestrações e deiscências ósseas2,

21(Figura 1).

Figura 1. Ilustração do desenho de corticotomia proposto e imagens da sequência cirúrgica e dos

materiais utilizados. A) Desenho de corticotomia alveolar realizado neste estudo. B) Imagem da

corticotomia realizada segundo o modelo proposto pelo trabalho. C) Enxerto ósseo acomodado sobre a

área da CA. D) Membrana posicionada sobre as partículas de enxerto bovino.

A

B

C

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40

D Fonte: do autor

Após a realização das intervenções cirúrgicas (extrações dentárias, instalação de

ancoragem esquelética e corticotomia alveolar no grupo experimental), os pacientes

passaram a ser atendidos quinzenalmente para manutenção do aparelho ortodôntico, com

início da etapa de retração anterior para fechamento dos espaços da extração. Para tanto,

utilizou-se elástico corrente médio (Orthometric, Marília, SP), com magnitude de força

de 200g em cada quadrante.

RESULTADOS (PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO) E QUAISQUER ALTERAÇÕES APÓS O INÍCIO DA

AVALIAÇÃO (Outcomes (primary and secondary) and any changes after Trial commencement)

- Avaliação do fechamento de espaços de extrações dentárias por meio de modelos digitais

A moldagem para avaliação dos espaços de extrações dentárias por meio de

modelos digitais foi realizada nas etapas pré-cirúrgica e pós-operatório de 14, 30, 60, 120

e 180 dias.

Os modelos de gesso realizados nas diferentes etapas do tratamento foram

digitalizados por meio do scanner 3D 3Shape R700 (3Shape A/S, Copenhagen,

Dinamarca), que permitiu a reprodução de uma imagem tridimensional digitalizada, sobre

a qual foram realizadas medidas.

Os modelos foram avaliados pelo método digital no programa OrthoAnalyzer™

3D (3Shape A/S, Copenhagen, Dinamarca) versão 2013, por um examinador previamente

calibrado. Assim, foram realizadas medidas lineares em milímetros das distâncias entre

as faces distais dos caninos e mesiais dos segundos pré-molares, nos quatro quadrantes.

- Avaliação de Dor, Edema e Abertura bucal

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A avaliação de dor, edema e abertura bucal foi realizada nas etapas pré-cirúrgica

e pós-operatório de 2, 7, 14, 30, 60, 120 e 180 dias. Para tanto, utilizou-se como parâmetro

a escala visual analógica (EVA).

A avaliação da abertura bucal foi realizada com espátula de madeira apoiada na

borda incisal do incisivo central superior direito, com o paciente forçando sua maior

abertura bucal, o que permitia a realização de uma marca na espátula na região da borda

incisal do incisivo central inferior direito. A distância estabelecida entre a extremidade da

espátula e a marca feita com caneta foi medida com paquímetro digital da marca Mitutoyo

(Mytutoyo, Suzano, SP-Brazil) 23.

A avaliação do edema facial foi realizada por meio da medida da distância entre

o tragus do lado direito e esquerdo, com o fio dental apoiado na base o nariz do paciente

como ponto de referência frontal23.

- Avaliação Periodontal

A avaliação periodontal foi realizada nas etapas inicial, pré-cirúrgica e pós-

operatório de 30, 60, 120 e 180 dias.

Para a análise periodontal, foram avaliados os seguintes métodos: Índice Gengival

(IG), Índice de Placa Bacteriana (IP), Índice Periodontal Comunitário (CPI) e Perda de

Inserção Periodontal (PIP). Estas avaliações usaram como critérios os manuais de

avaliação de saúde bucal publicados pela World Health Organization e pelo ministério

da saúde do Brasil 24, 25

- Avaliação cefalométrica

As TCFC que permitiram avaliação cefalométrica dos pacientes incluídos no

estudo foram realizadas ao início (Tbase) e 180 dias após a etapa cirúrgica (T180).

As imagens geradas foram exportadas para o progama Dolphin Imaging 11.5TM

(Patterson Dental Supply Inc, Chatsworth, Calif) em formato DICOM. Assim foi possível

obter cefalogramas em norma lateral obtidos a partir dos exames de TCFC no programa

Dolphin, para a avaliação de 8 variáveis cefalométricas: ANB, SNA, SNB, FMA, 1.NA,

1-NA, 1.NB e 1-NB. Todas as variáveis foram avaliadas por um único examinado no

programa Dolphin, com o objetivo de identificar se a aplicação da corticotomia em casos

de retração anterior, produziria alterações esqueléticas ou dentárias em comparação ao

grupo controle.

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CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA (Sample size calculation)

Esta foi uma amostra obtida por conveniência, portanto sem realização de cálculo

amostral.

ANÁLISES INTERMEDIÁRIAS E DIRETRIZES (Interim analyses and stopping guidelines)

Não aplicável.

RANDOMIZAÇÃO (Randomization)

No presente trabalho, foi utilizada a aleatorização estratificada26, que buscou

homogeneidade (p>0,05) para os fatores gênero, idade, padrão facial (FMA, SNA, SNB

e ANB), quantidade de apinhamento (Índice de Little) e severidade da má oclusão (Índice

PAR).

CEGAMENTO (Blinding)

O cegamento do paciente e do operador não foi possível neste estudo. No entanto,

a avaliação das medidas cefalométricas e dos modelos de estudo, bem como a análise dos

resultados foi realizada de maneira cega.

ANÁLISE ESTATÍSTICA (Statistical analyses)

O tratamento estatístico dos dados foi realizado por meio dos programas BioEstat

(Instituto Manauara, PA) e Graph Pad Prism 7 (La Jolla, CA, EUA), com nível de

significância de 5% e intervalo de confiança de 95%.

Para evitar o erro inter-examinador, todas as medidas foram realizadas por um

único investigador previamente calibrado. Para avaliar o erro intra-examinador, 30% das

medidas foram repetidas após 30 dias e os resultados foram avaliados por meio do

Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e da concordância de Bland & Altman,

seguindo os critérios descritos por Fleiss27.

Para as comparações intergrupos, foram utilizados os seguintes testes, de acordo

com as variáveis acessadas: t independente, após verificação da normalidade (teste de

Shapiro-Wilk) para avaliar idade, características cefalométricas, severidade do

apinhamento, severidade da má oclusão, dor, edema, abertura bucal, fechamento dos

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espaços das extrações, características cefalométricas); teste de Mann-Whitney

(características periodontais); teste do Qui-quadrado (sexo). O tratamento estatístico foi

realizado nos programas BioEstat e Graph Pad Prism 7, com nível de significância de 5%

e intervalo de confiança de 95%.

RESULTADOS

FLUXO DE PARTICIPANTES (Participant flow)

Foram selecionados 10 participantes, os quais foram alocados aleatoriamente em

dois grupos experimentais: Corticotomia (CORT, n=5, 4 mulheres e 1 homem, média de

idade inicial 9,5±1,61 anos) e Controle (C, n=5, 4 mulheres e 1 homem, média de idade

inicial 9,5±1,61 anos). Dois participantes foram perdidos durante o seguimento, sendo

que 1 paciente desistiu das extrações e 1 não compareceu às consultas de controle pós-

cirúrgico (Figura 2).

Figura 2. Fluxograma que demonstra o processo de obtenção da amostra

Fonte: do autor

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44

BASELINE DATA

Os participantes de ambos os grupos mostraram compatibilidade quanto à idade,

sexo, características cefalométricas, índices de PAR e Little (Tabela 1).

Tabela 1. Compatibilização da amostra quanto aos parâmetros idade, gênero, características

cefalométricas, Índice PAR (severidade de tratamento) e índice Little (severidade do apinhamento)

VARIÁVEIS Corticotomia Controle p

Idade (anos) £

Média/DP 24,3 (6,9) 23,1 (2,3) 0,72ns

Sexo §

Masculino n(%) 1 (10%) 1 (10%) 1 ns

Feminino n(%) 4 (80%) 4 (80%)

Características Cefalométricas £

FMA(o) (Média/DP) 25,9 (4,8) 26,88 (7,6) 0,8253 ns

SNA(o) (Média/DP) 83,9 (3,7) 82,98 (2,5) 0,6484 ns

SNB(o) (Média/DP) 79,7 (2,5) 77,62 (2,3) 0,2046 ns

ANB(o) (Média/DP) 4,2 (1,9) 5,2 (0,3) 0,3189 ns

Índice PAR (Média/DP) £ 7,2 (6,8) 7,6 (3,6) 0,9109 ns

Índice de Little (Média/DP) £ 6,3 (4,3) 6,62 (5,6) 0,9220 ns

ns: comparação entre os grupos não significante (p>0,05)

£: Teste t independente

§: Teste do Qui-quadrado

NÚMEROS ANALISADOS PARA CADA RESULTADO, ESTIMATIVA E PRECISÃO, ANÁLISE DE

SUBGRUPOS (Numbers analyzed for each outcome, estimation and precision, subgroup analysis)

A confiabilidade intraexaminador foi considerada alta, com CCI variando entre

0,73 e 0,99, e os valores de Bland-Altman apresentaram pouca variação nos limites

superior (0,27 a 0,89) e inferior (0,04 a 0,28). Esses resultados comprovam que todas as

variáveis estudadas apresentaram exatidão e coerência.

Ao longo do período experimental, não foram observadas diferenças entre os

grupos quanto ao fechamento de espaço nas áreas de extração (Tabela 2).

Tabela 2. Comparação em modelos digitais do fechamento de espaço entre os grupos Corticotomia (CORT)

e Controle (C), nas diferentes etapas avaliadas: Média (M), desvio-padrão (DP) e Teste-t (p).

ESPAÇOS DAS EXTRAÇÕES

(mm) CORT C

p

PERÍODO EXPERIMENTAL M DP M DP

Início 7,73 0,56 7,71 0,60 0,9547

Pré-cirúrgico 7,53 0,42 7,64 0,62 0,5420

PO 14 7,13 0,46 7,24 0,60 0,5471

PO 30 6,79 0,38 6,95 0,48 0,3022

continua

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PO 60 6,33 0,65 6,48 0,40 0,4353

PO 120 5,54 0,88 5,41 0,78 0,6648

PO 180 4,90 1,01 4,50 1,01 0,2663

PO: pós-cirúrgico

Com relação à experiência de dor, verificou-se semelhança estatística entre os

grupos para todos os tempos avaliados (Tabela 3).

Tabela 3. Comparação da experiência de dor entre os grupos Corticotomia (CORT) e Controle (C), nas

diferentes etapas avaliadas: Média (M), desvio-padrão (DP) e Teste-t independente (p).

EXPERIÊNCIA DE DOR (mm)

CORT

C

p PERÍODO EXPERIMENTAL M DP M DP

Pré-cirúrgico 0,12 0,25 0,50 0,50 0,2304

PO 2 4,27 2,38 2,42 1,67 0,2516

PO 7 2,16 2,21 0,80 0,55 0,2511

PO 14 0,88 1,61 0,55 0,59 0,7149

PO 30 0 0 0 0 0

PO 60 0 0 0 0 0

PO 120 0 0 0 0 0

PO 180 0 0 0 0 0

PO: pós-operatório

No que se refere à avaliação do edema facial, não foram observadas diferenças

significantes entre os grupos experimental (CORT) e grupo controle (C) (Tabela 4).

Tabela 4. Comparação do edema facial entre os grupos Corticotomia (CORT) e Controle (C), nas diferentes

etapas avaliadas: Média (M), desvio-padrão (DP) e Teste-t independente (p).

EDEMA FACIAL (mm)

CORT

C

p PERÍODO EXPERIMENTAL M DP M DP

Pré-cirúrgico 285,2 10,99 276,0 12,96 0,3181

PO 2 289,2 11,32 277,5 12,26 0,2087

PO 7 285,6 10,30 279,7 13,84 0,5213

PO 14 282,2 11,02 278,2 13,95 0,6686

PO 30 282,3 10,06 278,0 13,91 0,6285

PO 60 282,7 11,17 279,2 13,40 0,7022

PO 120 280,9 10,66 279,5 11,95 0,8647

PO 180 281,5 12,68 277,0 15,34 0,6671

PO: pós-operatório

Com relação à abertura bucal (mm), verificou-se diminuição significante para o

grupo CORT em T2 e T7 (Tabela 5). Nos demais tempos avaliados, os grupos mostraram-

se semelhantes entre si.

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Tabela 5. Comparação da quantidade de abertura bucal (mm) entre os grupos Corticotomia (CORT) e

Controle (C), nas diferentes etapas avaliadas: Média (M), desvio-padrão (DP) e Teste-t independente (p).

ABERTURA BUCAL (mm) CORT C

p PERÍODO EXPERIMENTAL M DP M DP

Pré-cirúrgico 52,46 6,08 45,53 2,68 0,0821

PO 2 34,28 5,83 44,64 5,23 0,0383*

PO 7 40,49 1,53 47,76 4,55 0,0232*

PO 14 48,86 5,57 51,43 6,14 0,5582

PO 30 52,28 5,72 48,44 4,43 0,3301

PO 60 53,59 4,37 53,75 7,49 0,3301

PO 120 54,00 5,29 51,14 5,63 0,4868

PO 180 53,65 5,87 50,83 4,97 0,4906

PO: pós-operatório

*Diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

Verificou-se semelhança estatística para todos as variáveis relacionadas às

condições periodontais, com exceção do índice gengival (T180) e índice de placa

bacteriana (T60), que se mostraram aumentados para o grupo controle (Tabela 6).

Tabela 6. Comparação das condições periodontais entre grupo Corticotomia (CORT) e Controle (C) nas

diferentes etapas avaliadas: Mediana (MED), 1o Quartil (1ºQ) e 3o Quartil (3ºQ), teste de Mann-Whitney

(p).

ÍNDICE GENGIVAL

PERÍODO EXPERIMENTAL CORT C

MED 1ºQ 3ºQ MED 1ºQ 3ºQ p

Início 0 0 0 0 0 0 1

Pré-cirúrgico 27,00 17,00 38,00 18,00 10,00 28,25 0,3864

PO 30 14,50 9,00 17,25 8,50 1,50 19,00 0,4426

PO 60 15,50 11,25 21,50 16,00 15,00 19,50 0,5000

PO120 15,50 13,00 19,25 16,50 12,75 20,75 0,5000

PO 180 9,75 17,00 7,25 19,75 21,75 2,00 0,0303*

INDICE DE PLACA BACTERIANA

PERÍODO EXPERIMENTAL MED 1ºQ 3ºQ MED 1ºQ 3ºQ p

Início 37,49 30,57 49,99 45,97 40,39 49,77 0,2352

Pré-cirúrgico 66,06 60,26 75,88 78,12 72,75 84,82 0,1932

PO 30 73,06 58,58 79,90 55,79 51,10 59,36 0,1241

PO 60 40,10 38,27 50,77 68,30 46,64 89,95 0,0416*

PO120 62,49 47,39 73,43 69,79 68,22 74,21 0,2819

PO 180 62,79 57,81 66,32 64,05 60,93 68,29 0,5000

CPI - SANGRAMENTO GENGIVAL

PERÍODO EXPERIMENTAL MED 1ºQ 3ºQ MED 1ºQ 3ºQ p

Início 4,00 2,25 7,50 1,50 0,75 3,50 0,2352

Pré-cirúrgico 16,00 6,00 24,50 14,00 9,50 18,0 0,3864

PO 30 11,5 10.5 14,0 19,50 9,50 30,0 0,2352

PO 60 9,50 5,25 18,25 26,50 21,00 31,50 0,0745

PO120 21,50 16,50 24,00 25,50 19,75 29,50 0,2819

continua

Page 47: EFEITOS DA CORTICOTOMIA ALVEOLAR COADJUVANTE AO TRATAMENTO ...€¦ · Efeitos da corticotomia alveolar coadjuvante ao tratamento ortodôntico com extração de primeiros pré-molares

47

PO 180 11,50 10,50 19,75 18,50 14,25 22,00 0,3325

CPI - ÍNDICE DE CÁLCULO DENTÁRIO

PERÍODO EXPERIMENTAL MED 1ºQ 3ºQ MED 1ºQ 3ºQ p

Início 1,00 0,00 5,00 8,00 5,25 10,00 0,1241

Pré-cirúrgico 2,50 0,00 5,00 1,50 0,00 4,25 0,5000

PO 30 2,00 0,00 4,50 6,50 3,75 8,75 0,1241

PO 60 0,00 0,00 2,75 2,00 0,75 4,25 0,2352

PO120 0,00 0,00 4,75 8,50 4,50 12,00 0,2352

PO 180 0,50 0,00 2,00 5,00 0,00 11,25 0,2819

CPI - BOLSA PERIDONTAL

PERÍODO EXPERIMENTAL MED 1ºQ 3ºQ MED 1ºQ 3ºQ p

Início 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Pré-cirúrgico 0,00 0,00 0,25 1,50 0,00 3,50 0,1932

PO 30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,50 0,2819

PO 60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1

PO120 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1

PO 180 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,25 0,2819

PERDA DE INSERÇÃO PERIDONTAL

PERÍODO EXPERIMENTAL MED 1ºQ 3ºQ MED 1ºQ 3ºQ p

Início 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1

Pré-cirúrgico 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,50 0,2819

PO 30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,50 0,2819

PO 60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1

PO120 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1

PO 180 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1

*Diferença estatisticamente significativa (p<0,05)

PO: pós-operatório.

Com relação às medidas cefalométricas avaliadas ao final do tratamento, não

foram observadas diferenças entre os grupos Corticotomia (CORT) e o grupo Controle

(C) (Tabela 7).

Tabela 7. Comparação dos dados cefalométricos finais entre os grupos Corticotomia (CORT) e o Controle

(C) controle: Média (M), desvio-padrão (DP) e Teste-t independente (p).

GRANDEZAS

CEFALOMÉTRICAS

CORT C

p M DP M DP

SNA 83,25 2,26 82,20 2,46 0,5537

SNB 79,77 2,31 76,97 2,86 0,1796

ANB 3,47 1,93 5,70 0,98 0,0861

FMA 25,40 4,42 19,49 10,78 0,3431

1.NA 16,95 6,26 18,85 11,21 0,7774

1-NA 4,52 1,82 3,45 3,91 0,6442

1.NB 21,47 5,92 25,10 7,07 0,4619

1-NB 6,02 2,66 6,55 3,72 0,8264

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48

DANOS (Harms)

Em dois pacientes do grupo CORT houve a necessidade de repetir a sutura na

região anteroinferior 7 dias após a intervenção. Nos demais, não foi observado nenhum

dano grave além do habitual para um procedimento com intervenção cirúrgica.

DISCUSSÃO

PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA EVIDÊNCIA EXISTENTE, INTERPRETAÇÃO (Main findings in

the context of the existing evidence, interpretation)

A corticotomia alveolar consiste em um procedimento que, associado ao

tratamento ortodôntico, visa acelerar a movimentação dentária7. Desde que Köle (1959)4

descreveu o primeiro trabalho relacionado ao tema, muito tem sido pesquisado a respeito

das implicações não somente relacionadas à velocidade do tratamento, mas também ao

desconforto17, às alterações cefalométricas18 e aos possíveis traumas periodontais

oriundos de tal técnica20.

Uma das principais preocupações relacionadas ao tratamento ortodôntico está

associada ao tempo de tratamento4. A demanda por um tratamento mais curto tem

instigado o desenvolvimento de novas tecnologias relacionadas à aceleração do

movimento ortodôntico1.

Nesse sentido, alguns estudos 18, 20 tem afirmado que a associação da corticotomia

alveolar à movimentação ortodôntica seria capaz de reduzir o tempo total de tratamento.

Essa redução poderia alcançar a ordem de 43%28. Contudo, ao verificar a velocidade de

fechamento de espaço das extrações, o presente estudo observou semelhança entre os

grupos CORT e C (p>0,05), ao longo de 180 dias de retração anterior. Estes resultados

corroboraram com àqueles relatados por outros autores, em diferentes mecânicas

ortodônticas11, 29, 30. Uribe et al.31 (2017) apresentaram um ensaio clínico randomizado

que objetivou comparar se havia diferença na velocidade de correção do apinhamento

anteroinferior com e sem a remoção seletiva de osso cortical. O resultado mostrou não

haver diferenças com relação à velocidade de correção em pacientes submetidos à CA.

Segundo os referidos autores, uma das possíveis causas dessa diferença poderia ser a

pouca profundidade do corte do osso cortical (1mm), que difere dos 3mm de profundidade

utilizados no presente estudo. Ainda segundo o autor, a menor profundidade objetivou

Page 49: EFEITOS DA CORTICOTOMIA ALVEOLAR COADJUVANTE AO TRATAMENTO ...€¦ · Efeitos da corticotomia alveolar coadjuvante ao tratamento ortodôntico com extração de primeiros pré-molares

49

controlar possíveis injúrias nas raízes adjacentes à área cirúrgica. Além disso, o mesmo

resultado foi observado por Murphy et al.32 (2014), em um estudo laboratorial que avaliou

a taxa de movimentação dentária com a aplicação de diferentes forças associadas ou não

a corticotomias.

O desenho proposto para a corticotomia no presente estudo também poderia

explicar os resultados obtidos para a velocidade de fechamento nas áreas de extração, isso

porque optou-se por somente realizar abordagem nas áreas vestibulares, com vistas a

preservar o paciente. Essa característica pode ter gerado resultados diferentes do estudo

de Bhattacharya et al.19 (2014), que obtiveram diminuição do tempo de tratamento ao

incluir as áreas palatinas no procedimento cirúrgico. Acredita-se que pela CA ter

envolvido as duas corticais (vestibular e palatina), os resultados mostraram um tempo de

retração quase duas vezes menor nos pacientes do grupo experimental. Porém, os

referidos autores não verificaram variáveis relacionadas à saúde periodontal e aos

aspectos de dor e edema pós-cirúrgico, fatores considerados relevantes na decisão da

indicação de um procedimento adicional e da aceitação por parte do paciente

ortodôntico33.

Ao considerar as avaliações de dor, edema e abertura bucal, o trauma cirúrgico

produzido pela corticotomia alveolar no presente estudo não se converteu em maior

experiência de dor e não alterou o edema facial nas fases próximas ao procedimento

cirúrgico. Somente a abertura bucal mostrou-se limitada até o sétimo dia (T2 e T7). Já no

14o dia de pós-operatório (T14), essas variáveis alcançaram patamares semelhantes entres

os grupos. Esses resultados corroboraram com àqueles obtidos por Alikhani et al. 17

(2013) que verificaram que 14 dias após o procedimento de CA os pacientes relatavam

pouca ou nenhuma dor ou desconforto; e aos resultados de Al-Naoum et al.18 (2014), que

verificaram nenhum paciente com dor severa já no 7o dia de pós-operatório. Essas

informações são extremamente relevantes no momento em que se apresenta ao paciente

a corticotomia alveolar como alternativa de tratamento. Isso poderia aumentar a adesão

do paciente a esta modalidade, uma vez que a aceitação a esse procedimento é baixa

devido ao medo do procedimento cirúrgico 33.

Verificou-se, ainda, semelhança entre os grupos para todas as variáveis

cefalométricas avaliadas 6 meses (T180) após a realização da corticotomia e o início da

retração anterior. Esses resultados demonstraram que a associação da corticotomia à

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50

movimentação dentária não promoveu alterações esqueléticas ou de posicionamento

dentário a ponto de contra indicá-la como recurso adicional para o tratamento ortodôntico.

Alguns autores15, 34, em relatos de casos clínicos, já haviam sugerido que a CA associada

à corticotomia não produzia alterações cefalométricas, em situações de retração anterior

e retração inicial de caninos.

No que se refere aos efeitos da CA sobre o periodonto, os resultados do presente

estudo não demonstraram diferenças para as diversas variáveis avaliadas (p>0,05), com

exceção do índices gengival (T180) (p=0,0303) e de placa bacteriana (T60) (p=0,0416)

(Tabela 9), que se mostraram aumentados no grupo controle. Isso demonstrou que, apesar

do maior trauma cirúrgico sofrido pelo grupo CORT, tal procedimento não interferiu na

condição periodontal. Esses resultados corroboraram com os trabalhos descritos por

Shoreibah et al. (2012)10 e Abbas et al. (2016)20 que avaliaram a condição periodontal por

meio dos índices gengival e de placa, além da profundidade de sondagem, e observaram

não haver implicação periodontal ao se utilizar a CA associada ao tratamento ortodôntico.

Parte dessa resposta periodontal observada ocorreu provavelmente devido ao tipo de

incisão adotada (Luebke-Ochsenbein)21, a qual objetivou a manutenção das papilas

interdentais e permitiu uma melhor nutrição do leito cirúrgico, com consequente obtenção

de resultados semelhantes entre os grupos.

Ainda nesse aspecto, há que se relatar a preocupação constante no presente estudo

em preservar as características iniciais de saúde periodontal dos participantes. Assim,

optou-se por associar às áreas de corticotomia um enxerto ósseo xenógeno (BioOss® -

Geistlich, Root Längenbold,Switzerland)35. Apesar da decisão de incluir enxerto em áreas

de corticotomia não representar unanimidade entre os autores8, sua utilização visa a

manutenção da espessura óssea19, 36, 37, o que poderia prevenir a acentuação de recessões

gengivais pré-existentes ou qualquer problema periodontal relacionado ao procedimento

cirúrgico2. Assim, no presente estudo optou-se pela realização do enxerto, uma vez que

os autores consideraram que preservar a condição periodontal representa uma

preocupação mais importante que a velocidade do tratamento em si.

Com relação ao instrumento usado para a realização das corticotomias, optou-se

pelo uso do ultrassom piezoelétrico38. A despeito de trabalhos que ainda utilizam

instrumentos rotatórios15, 18, 19, o ultrassom piezoelétrico tem sido o mais recomendado

em estudos recentes devido às suas características associadas ao controle e a segurança

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51

dos cortes20, 39. O seu mecanismo de funcionamento envolve a utilização de vibrações

ultrassônicas que podem ser programadas para a osteotomia de diferentes estruturas. Essa

característica associada à ação quase nula em tecidos moles, permite maior controle da

osteotomia e, assim, auxilia a preservação de estruturas adjacentes à área cirúrgica, como

vasos e nervos40.

Com o objetivo de antecipar a obtenção do efeito de acelerar o movimento

ortodôntico e, de acordo com outros estudos10, 11, 20, o presente trabalho iniciou a aplicação

da força de retração no segundo dia após a CA. Segundo Wilcko et. al. (2008)37, o tempo

ideal para aplicação das forças seria de até 2 semanas após a CA. Esse tempo permitiria

que o processo de desmineralização ao redor da raiz, gerado pelos efeitos da corticotomia,

pudesse favorecer um movimento ortodôntico mais acelerado. Essa também poderia ser

explicação para a não visualização de diferença na movimentação dentária entre os

grupos.

Ainda com relação a ativação, preconiza-se a utilização de forças de maior

magnitude ao se realizar as corticotomias alveolares. Porém, não existe um consenso com

relação a esse aspecto15, 17, 19, justificado talvez pela escassez de trabalhos controlados

que correlacionem a aplicação das forças à CA. Contudo, mesmo que a força de maior

magnitude possa dificultar a reorganização óssea e assim gerar maior movimentação

dentária, o presente trabalho optou por utilizar forças de menor intensidade, compatíveis

com um tratamento ortodôntico convencional (200g-250g) )41. Os autores acreditam que

os possíveis benefícios da aplicação de maior magnitude não justificam o risco do

desenvolvimento de reabsorção radicular nos participantes do estudo42.

LIMITAÇÕES (Limitation)

Uma limitação do estudo consiste no número reduzido de participantes. A

dificuldade em obter uma amostra maior se refere aos critérios restritos de inclusão, como

por exemplo a necessidade de saúde periodontal, presença de todos os dentes permanentes

e da extração de 4 primeiros pré-molares, haja vista a enorme variedade de possibilidades

terapêuticas que buscam reduzir tratamentos com extrações dentárias43-45. Porém, há que

se destacar que apesar dos grupos serem pequenos, se mostraram extremamente

homogêneos para diversos parâmetros iniciais (Tabela 1). Além disso, destaca-se que

outros estudos que envolveram a realização de corticotomias alveolares também

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52

apresentavam número reduzido de participantes 46 o que evidencia a dificuldade de

obtenção de pacientes para esse tipo de pesquisa.

GENERABILIDADE (Generalizability)

Ainda que o presente estudo tenha divergido quanto aos resultados de parte dos

trabalhos produzidos a respeito da CA, a metodologia proposta permitiu avaliar de uma

maneira abrangente vários aspectos importantes para sua indicação.

INTERPRETAÇÃO (Interpretation)

Apesar da corticotomia ser utilizada basicamente com foco na redução no tempo

de tratamento, informações a respeito das mudanças esqueléticas, periodontais e também

da qualidade de vida dos pacientes, são importantes e devem ser levadas em consideração

ao se recomendar técnicas adicionais. Sugere-se mais ensaios clínicos controlados com

maior número de participantes a respeito do assunto, para que o clínico tenha mais

subsídios e informações que o ajudem na decisão de optar por esse procedimento.

CONCLUSÃO

A corticotomia não promoveu maior taxa de movimentação que o grupo controle

nem alterações periodontais.

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6 CONCLUSÃO

De acordo com os modelos propostos tanto na etapa laboratorial quanto na clínica,

a associação da corticotomia alveolar ao tratamento com extração de 4 pré-molares, não

produziu alterações significantes que indique clinicamente seu uso como auxiliar na

movimentação ortodôntica.

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ANEXOS

ANEXO A – Parecer Consubstanciado

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