efeitos da aplicaÇÃo do tens e ultrassom … · recursos da eletroterapia, em indivíduos com...
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UniSALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
Mônika Santana Carderari
Tais Nayara de Andrade Pereira
EFEITOS DA APLICAÇÃO DO TENS E
ULTRASSOM TERAPÊUTICO SOBRE A DOR
E FUNÇÃO DE PACIENTES COM
OSTEOARTROSE DE JOELHO: ESTUDO
RANDOMIZADO E DUPLO CEGO
UniSALESIANO/ Lins - SP
LINS – SP
2017
MÔNIKA SANTANA CARDERARI
TAIS NAYARA DE ANDRADE PEREIRA
EFEITOS DA APLICAÇÃO DO TENS E ULTRASSOM TERAPÊUTICO
SOBRE A DOR E FUNÇÃO DE PACIENTES COM OSTEOARTROSE DE
JOELHO: ESTUDO RANDOMIZADO E DUPLO CEGO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a orientação do Prof. Me Marco Aurélio Gabanela Schiavon e orientação técnica da Prof.ª Ma. Jovira Maria Serraceni
LINS – SP
2017
Carderari, Mônika Santana; Pereira, Tais Nayara de Andrade
Efeitos da aplicação da TENS e ultrassom terapêutico sobre a dor e função de pacientes com osteoartrose de joelho: estudo randomizado e duplo cego / Mônika Santana Carderari; Tais Nayara de Andrade Pereira. – – Lins, 2017.
62p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2017.
Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Marco Aurélio Gabanela Schiavon
1. Osteoartrose. 2.Qualidade de vida. 3.Eletroterapia. I Titulo.
CDU 615.8
C256a
MÔNIKA SANTANA CARDERARI
TAIS NAYARA DE ANDRADE PEREIRA
EFEITOS DA APLICAÇÃO DO TENS E ULTRASSOM TERAPÊUTICO
SOBRE A DOR E FUNÇÃO DE PACIENTES COM OSTEOARTROSE DE
JOELHO: ESTUDO RANDOMIZADO E DUPLO CEGO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, para obtenção do título de Graduação em Fisioterapia.
Aprovada em: _____/______/_____
Banca Examinadora:
Prof. Orientador: Marco Aurélio Gabanela Schiavon
Titulação: Mestre em Ensino em Saúde pela Faculdade de Medicina de
Marília – FAMEMA
Assinatura:_____________________________
1º Prof. (a): ________________________________________________
Titulação:___________________________________________________
___________________________________________________________
Assinatura: ___________________________
2º Prof. (a): __________________________________________________
Titulação:___________________________________________________
___________________________________________________________
Assinatura: ___________________________
Dedico este trabalho, primeiramente, aos meus amáveis pais,
Marlene e Marivaldo que, durante todos esses anos, lutaram junto comigo
e sempre estiveram ao meu lado, me ajudando e me apoiando nessa longa
caminhada.
Ao meu namorado que, com todo seu amor e apoio, me fortaleceu
para que eu continuasse.
Aos meus irmãos e todos familiares que sempre me incentivaram
durante essa jornada até a realização do meu sonho.
Por essas razões, gostaria de dedicar e reconhecer a vocês minha
imensa gratidão e amor. A todos vocês, meu muito obrigado!
Mônika Santana Carderari
Acima de tudo, dedico este trabalho a Deus, que a mim atribuiu alma
e missões, pelas quais já sabia que eu iria batalhar e vencer. Dedico
também a todos aqueles que estiveram ao meu lado, me dando forças para
atingir este objetivo e sonharam comigo, dia após dia, acreditando no meu
potencial; aqueles que contribuíram para o meu crescimento pessoal e
profissional; à Instituição, por todo conhecimento e oportunidades
oferecidas; a todos lugares que tive a honra de conviver por determinados
períodos, aprendendo cada dia mais, e a todos meus companheiros de
formação, que sempre me ajudaram e me deram forças para superar as
dificuldades e medos.
De forma especial dedico esta, bem como todas as minhas demais
conquistas, aos meus pais e irmã, que me possibilitaram chegar até este
momento, me apoiando e nunca me permitindo desistir dos meus sonhos,
mediante todas as dificuldades enfrentadas, e a minha querida tia, que
alimentou o meu sonho até os últimos dias de sua vida.
Tais Nayara de Andrade Pereira
AGRADECIMENTOS
Agradeço, em primeiro lugar, а Deus, qυе me iluminou e me deu forças
durante toda essa caminhada.
Aos meus pais, irmãos, namorado, е a toda minha família que, com muito
amor, carinho е apoio, não mediram esforços para qυе еυ chegasse até esta
grande etapa de minha vida.
A minha companheira de pesquisa Tais, pela amizade, dedicação,
paciência, e por estar todos esses anos ao meu lado nos momentos difíceis.
A todos os meus amigos e professores, pela amizade e companheirismo,
que vou levar para sempre comigo.
Mônika Santana Carderari
Durante esta jornada, muitos estiveram ao meu lado, aqueles a quem devo
eternamente agradecer, por toda confiança depositada em minha formação, pela
paciência e compreensão nos momentos difíceis e ausência física, pelos
conhecimentos compartilhados e por todos momentos felizes que vivemos durante
este período. Especialmente, agradeço aos meus pais, Marlene e Valdemir, e a
minha irmã, que foram peças fundamentais durante a minha formação e que
sempre me incentivaram a buscar novos conhecimentos, independente das
circunstâncias.
Agradeço também ao meu companheiro de vida e a sua família, que nunca
mediram esforços para me ajudar; a minhas queridas amigas, por sempre
tornarem meus dias difíceis em momentos de descontração e bons momentos a
serem eternamente lembrados; e à doce Mara, por toda sua paciência em dividir
seus conhecimentos e por todo carinho que sempre foi me dado.
Não poderia deixar de agradecer a minha parceira de trabalho, Mônika, por
ser paciente, e comigo compartilhar sua amizade e cumplicidade durante toda
formação; aos companheiros de turma, professores e supervisores de estágio; e
a cada paciente que passou na minha vida durante este período. A vocês,
expresso o meu maior agradecimento.
Tais Nayara de Andrade Pereira
RESUMO A osteoartrose é caracterizada como uma patologia crônico-degenerativa
na articulação do joelho, que gera dor, rigidez articular e perda da função, e, consequentemente, reduz a qualidade de vida. A eletroterapia atua na osteoartrose com o objetivo de redução do processo inflamatório e da dor, gerados pelo desgaste articular, que promove atrito durante a mobilidade. O trabalho tem por objetivo analisar os resultados das avaliações da função e dor após intervenções, com recurso da eletroterapia, em indivíduos com osteoartrose de joelho. O método utilizado trata-se de uma pesquisa do tipo experimental, com uma abordagem quantitativa, em cuja pesquisa de campo foram recrutados 10 pacientes de ambos os sexos, com diagnóstico de osteoartrose de joelho, com classificação de 2 e 3 na escala de kellgram – Lawrence, sendo distribuídos em dois grupos (TENS e US), com um período de 10 sessões de fisioterapia. Antes e após as intervenções, aplicou-se o questionário Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index – WOMAC, sendo avaliados os parâmetros de dor, rigidez e funcionalidade. As intervenções fisioterapêuticas foram realizadas na clínica de fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, na cidade de Lins, SP. Os resultados demonstraram melhora na dor, rigidez articular e função durante as atividades diárias, notando-se diferença na média e desvio - padrão de ambos os grupos. Apenas o quesito de rigidez articular obteve um valor significativamente relevante, porém os demais apresentaram valores satisfatórios, utilizando-se o Teste T para verificar a significância da pesquisa. Conclui-se que ambas as intervenções apresentaram melhora, quando comparadas no pré e pós, mediante a avaliação do WOMAC. Palavras-chave: Osteoartrose. Qualidade de vida. Eletroterapia.
ABSTRACT The osteoarthritis is characterized as a pathology chronic-degenerative in
the joint of knee, wich causes pain, joint stiffness and loss of function, and, consequently, reduct the life quality. The electrotherapy acts on osteoarthritis with objective of reduct the inflammatory process and of pain, generated by joint wear, that promotes friction while the mobility. This work has as objective analise the results of evaluation of function and pain after interventions, with resource of electrotherapy, in people with osteoarthritis of knees. The utilized method is a experimental type research, with a quantitative approach, whose the field search were recruited 10 patients of both sex, with diagnostic of osteoarthritis of knees, with classification of 2 to 3 in kellgram scale - Lawrence, being distributed in two groups (TENS and US), with a period of 10 sessions of physiotherapy. Before and After the interventions, was applied the questionnaire Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index - WOMAC, being evaluated the parameters of pain, stiffness and functionality. The physiotherapy interventions was performed on the physiotherapy clinic of Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, in Lins, SP. The results prove decrease in pain and improvement on joint stiffness and function during the daily activities, noticing difference in average and deviation - pattern of both groups. Only the question of joint stiffness got a value significantly relevant, but the others presented values satisfactory, using the T Test to verify the meaningfulness of the research. It is concluded that both interventions present improvement, where compared in the before and after, through the evaluations of WOMAC. Keywords: Osteoarthritis. Quality of life. Electrotherapy.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ligamento da patela .......................................................................... 17
Figura 2: Ligamentos colaterais da articulação do joelho. ................................ 18
Figura 3: Ligamentos cruzados da articulação do joelho .................................. 19
Figura 4: Componentes das articulações sinoviais ........................................... 20
Figura 5: Incidências radiológicas de osteoartrose ........................................... 26
Figura 6: Corrente analgésica (TENS) .............................................................. 36
Figura 7: Ultrassom terapêutico ........................................................................ 37
Figura 8: Aplicação do TENS ............................................................................ 38
Figura 9: Aplicação do ultrassom ...................................................................... 39
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Músculos extensores do joelho .................................................... 14
Quadro 2: Músculos flexores e rotadores do joelho ...................................... 15
Quadro 3: Classificação de Kellgren e Lawrence ............................................. 26
Quadro 4: Caracterização dos pacientes após randomização para realização da
pesquisa - Grupo TENS .................................................................................... 36
Quadro 5: Caracterização dos pacientes após randomização para realização da
pesquisa Grupo US ........................................................................................... 36
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Sessão A - Intensidade da dor .......................................................... 40
Tabela 2: Sessão B - Intensidade da rigidez .................................................... 40
Tabela 3: Sessão C – Funcionalidade nas AVD’S ............................................ 41
LISTA DE ABREVIATURAS
cm: Centímetros
ERA: Área de radiação efetiva do transdutor
GABA: Ácido gama-aminobutírico
Hz: Hertz
KeL: Kellgren e Lawrence
LCA: Ligamento Colateral Anterior
LCL: Ligamento Colateral Lateral
LCM: Ligamento Colateral Medial
LCP: Ligamento Colateral Posterior
M: Músculo
Mm: Músculos
ms: milissegundos
MHz: Mega-Hertz
N: Nervo
NICE: Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica
OA: Osteoartrose
SNC: Sistema Nervoso Central
SNP: Sistema Nervoso Periférico
TENS: Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation
US: Ultrassom
USC: Ultrassom contínuo
USP: Ultrassom pulsado
W: watts
WOMAC: Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11
1 CONCEITOS PRELIMINARES ........................................................ 13
1.1 Anatomia do joelho .......................................................................... 13
1.1.1 Ossos ............................................................................................... 13
1.1.2 Músculos .......................................................................................... 14
1.1.2.1 Músculos extensores ....................................................................... 14
1.1.2.2 Músculos flexores ............................................................................ 15
1.1.3 Ligamentos ...................................................................................... 17
1.1.3.1 Ligamento da patela ......................................................................... 17
1.1.3.2 Ligamentos colaterais ...................................................................... 17
1.1.3.3 Ligamentos cruzados ....................................................................... 18
1.1.4 Inervação e vascularização .............................................................. 20
1.1.5 Componentes articulares ................................................................. 20
1.1.5.1 Cápsula articular .............................................................................. 21
1.1.5.2 Membrana sinovial ........................................................................... 21
1.1.5.3 Cartilagem articular .......................................................................... 21
1.1.5.4 Meniscos .......................................................................................... 22
1.2 Osteoartrose .................................................................................... 22
1.2.1 Epidemiologia .................................................................................. 24
1.2.2 Mecanismo de formação (fisiopatologia) .......................................... 24
1.2.3 Classificação .................................................................................... 25
1.2.4 Quadro clínico .................................................................................. 27
1.2.5 Sinais radiológicos ........................................................................... 27
1.3 Dor ................................................................................................... 27
1.3.1 Teoria das comportas ...................................................................... 29
1.3.2 Opioides endógenos ........................................................................ 29
1.4 Eletroterapia ..................................................................................... 29
1.4.1 TENS ............................................................................................... 30
1.4.1.1 Modulação ....................................................................................... 32
1.4.1.2 Indicações / Contraindicações ......................................................... 32
1.4.2 Ultrassom ......................................................................................... 33
1.4.3.2 Modulação ....................................................................................... 33
1.4.2.2 Indicações / Contraindicações ......................................................... 34
2 O EXPERIMENTO ........................................................................... 34
2.1 Casuística e métodos ....................................................................... 34
2.2 Procedimentos metodológicos ......................................................... 34
2.3 Condições ambientais ...................................................................... 35
2.4 Amostras, critérios de inclusão e exclusão ...................................... 35
2.5 Material ............................................................................................ 36
2.6 Protocolo .......................................................................................... 37
2.7 Resultados ....................................................................................... 39
2.7.1 Análise e discussão dos resultados ................................................. 42
2.8 Conclusão ........................................................................................ 44
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 46
APÊNDICES ..................................................................................................... 53
ANEXOS............................................................................................................56
11
INTRODUÇÃO
Diante ao aumento de diagnósticos de casos de osteoartrose de joelho,
surge a necessidade de analisar e comparar as melhores intervenções
eletroterapêuticas para a redução dos sinais e sintomas da patologia.
O presente estudo busca analisar os resultados pós-intervenções com
recursos da eletroterapia, em indivíduos com diagnóstico de osteoartrose de
joelho, de ambos os gêneros com idade entre 57- 81 anos.
Segundo Brandão et al. (2005), dentro da eletroterapia, os principais
efeitos fisiológicos atuam significativamente na modulação da intensidade da
dor, através do sistema neuro-músculo-esquelético.
Desde a década de 1967, a estimulação elétrica transcutânea (TENS)
vem se mostrando como um recurso muito utilizado na eletroterapia para a
redução da dor na osteoartrose, não havendo uma modulação definida para o
tratamento (MELZACK; WALL, 1965).
Devido às propriedades físicas do ultrassom terapêutico, surge o efeito
térmico, que atua na diminuição do processo inflamatório. (DIONÍSIO;
VOLPON,1999). O ultrassom terapêutico é considerado uma referência para o
tratamento da dor e perda da função devido à osteoartrose. (CARLOS; BELLI;
ALFREDO, 2012)
Na realização desta pesquisa, houve uma pergunta problema: Os
recursos eletroterapêuticos (TENS e US) melhoram a condição clínica (função e
dor) dos pacientes com osteoartrose de joelho?
Baseado na pergunta problema, Morgan (2010) relata em seu estudo o
uso da corrente TENS, em um período de 10 sessões, com duração de 30
minutos, utilizando uma modulação de baixa frequência, com parâmetros de 80
Hz, duração do pulso de 140 µs. Na prática optou-se pela colocação de eletrodos
em quatro pontos, correlacionando com a inervação do joelho; obtendo
resultados no alívio da dor e melhora da funcionalidade do joelho. Hipótese que
poderá ser confirmada ou não, através das intervenções fisioterapêuticas: uso
da técnica de eletroterapia, com a utilização do aparelho de ultrassom
terapêutico e com o TENS, no período de dez sessões de fisioterapia. Sendo
12
aplicado, antes e após as intervenções, o questionário WOMAC.
13
1 CONCEITOS PRELIMINARES
1.1 Anatomia do joelho
Segundo Muller (2006), o joelho é considerado uma das articulações mais
complexas no corpo humano. Com características de articulação em dobradiça
sinovial, cumpre seu papel de sustentação do peso, e garante livre
movimentação em um plano associado a certa instabilidade, principalmente
durante a extensão.
A articulação sinovial apresenta características próprias, com cápsula
articular, responsável por manter a integridade e a função articular; membrana
sinovial, que reveste a cápsula articular e é responsável por produzir o líquido
sinovial, que nutre e lubrifica a articulação e os seus componentes; cartilagem
articular, que reveste as partes ósseas; e os meniscos, que proporcionam
amortecimento de impactos sobre a articulação do joelho. (SILVA; SILVA, 2007)
O joelho apresenta três articulações, duas entre a tíbia e o fêmur
(tíbiofemorais) e a da patela com o fêmur (patelofemoral). A articulação
tibiofemoral é a que gera, denominada articulação charneira, e a patelofemoral,
que é classificada como do tipo sela, devido a sua movimentação durante a
realização da flexão e extensão do joelho. (HOPPENFELD, 2000)
O reforço na articulação que, consequentemente, gera a estabilidade
articular, é realizado através dos ligamentos denominados cruzados anterior e
posterior, colaterais mediais e laterais. (HAMILL; KNUTZEN, 1999)
As lesões e anormalidades que possam surgir na articulação do joelho
dificilmente são percebidas, pois a articulação é pobre em inervação sensitiva.
(SILVA; SILVA, 2007)
1.1.1 Ossos
A articulação do joelho é uma estrutura composta pelos ossos do fêmur,
através de sua extremidade distal, tíbia, em sua extremidade proximal, e patela,
localizada na frente do joelho, que, quando interligados, formam uma articulação
do tipo sinovial. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2012)
Entre a articulação do fêmur e a tíbia se encontram os côndilos femorais,
14
com a característica de duas massas arredondadas de ossos, localizadas na
parte distal do fêmur. Dividem-se em côndilos mediais e côndilos laterais, que
repousam sobre a parte proximal da tíbia, região denominada platô tibial. Trata-
se de uma superfície dividida entre medial e lateral, separadas pela eminência
intercondilar. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2012)
1.1.2 Músculos
Para Kapandji (2000), os músculos (Mm), presentes na articulação do
joelho, são divididos mediante as suas funções, por exemplo, extensores,
flexores e rotadores. Os extensores se localizam na face anterior da coxa,
enquanto os flexores, que ao mesmo tempo também são rotadores, estão
localizados no seu compartimento posterior.
1.1.2.1 Músculos extensores
O grupo muscular responsável por exercer a função de extensão do joelho
é denominado quadríceps. Ele é constituído de quatro músculos: o reto da coxa,
vasto medial, vasto lateral e intermédio (quadro 1). (THOMPSON; FLOYD, 2002)
Quadro 1: Músculos extensores do joelho (continua)
Músculo Inervação
Origem Inserção Função
M. quadríceps femoral N. femoral (Plexo lombar) M. reto da coxa: biarticular; Mm. Vastos medial, lateral e Intermédio: monoarticular
M. reto femoral, cabeça reta: espinha ilíaca ântero-inferior M. reto femoral, cabeça reflexa: margem superior do Acetábulo. M. vasto medial: lábio medial da linha áspera (dois terços inferiores).
Patela (margem proximal e margem lateral), tuberosidade da tíbia (sobre o ligamento da pateta), extremidade proximal da tíbia (região lateral da tuberosidade da tíbia sobre os retináculos da patela)
Articulação do joelho: Extensão
15
(conclusão)
Músculo Inervação
Origem Inserção Função
M. vasto lateral: Trocânter maior (circunferência distal), lábio lateral da linha áspera. M. vasto Intermédio: Face anterior do fêmur (dois terços superiores)
Fonte: Sobotta, 2000, p. 314
1.1.2.2 Músculos flexores
Segundo Kapandji (2000), os principais músculos responsáveis por
realizar a flexão do joelho são denominados isquiotibiais e “pata de ganso”
(quadro 2). Os isquiotibiais são constituídos pelo bíceps femoral, semitendinoso
e semimembranoso; os da “pata de ganso” são: sartório, grácio e semitendinoso.
Os músculo gastrocnêmio e poplíteo também auxiliam na flexão do joelho,
porém, a sua principal função é dar suporte à cápsula articular posteriormente.
(KISNER; COLBY, 2005)
Quadro 2: Músculos flexores e rotadores do joelho (continua)
Músculo
Inervação Origem Inserção Função
M. sartório
N. femoral (Plexo
lombar)
Espinha ilíaca ântero-
superior
Tuberosidade da tíbia
(face medial)
Articulação do
joelho: Flexão,
rotação medial
M. grácil
N. obturatório
(Plexo lombar)
Ramo inferior do púbis
(canto medial, ao longo
da sínfise)
Extremidade proximal
da tíbia (medial à
tuberosidade da tíbia)
Articulação do
joelho: Flexão,
rotação medial
16
(continua)
Músculo
Inervação Origem Inserção Função
M. bíceps femoral
Cabeça longa: N.
isquiático, porção
tibial (Plexo sacral)
Cabeça curta: N.
isquiático, porção
fibular (Plexo sacral)
Cabeça longa:
biarticular
Cabeça curta:
monoarticular
Cabeça longa: Túber
isquiático (unido ao M.
semitendíneo)
Cabeça curta: Lábio
lateral da linha áspera
(terço médio)
Cabeça da fíbula
(separado em
volta do ligamento
colateral fibular) irradia-
se na fáscia da perna
Articulação
do joelho:
Flexão, rotação
lateral
M. semitendíneo
N. isquiático, porção
tibial (Plexo sacral)
Túber isquiático (unido
à cabeça longa do M.
bíceps da coxa)
Tuberosidade da tíbia
(face medial)
Articulação
do joelho:
Flexão, rotação
medial
M.
semimembranáceo
N. isquiático, porção
tibial (Plexo sacral)
Túber isquiático Extremidade proximal da
tíbia (abaixo do côndilo
medial), parte inferior da
cápsula do joelho,
ligamento poplíteo
oblíquo, fáscia do M.
poplíteo. A inserção
trirradiada do M.
semimembranáceo foi
precedentemente
denominada pé anserino
profundo
Articulação
do joelho:
Flexão, rotação
medial
M. poplíteo
N. tibial
(N. isquiático)
Epicôndilo lateral do
fêmur
Face posterior da tíbia
acima da linha do
músculo sóleo
Articulação
do joelho:
Rotação
medial, flexão
M. plantar
N. tibial
(N. isquiático)
Face poplítea do fêmur
(proximal ao côndilo
lateral)
Tuberosidade do
calcâneo no tendão do
calcâneo (tendão de
Aquiles)
Articulação
do joelho:
Flexão
Fonte: Sobotta, 2000
17
1.1.3 Ligamentos
Os ligamentos são estruturas compostas de tecido conjuntivo, que têm
por finalidade gerar resistência, mantendo a integridade entre a junção dos
ossos, e delimitar sua amplitude de movimentação. (PORTAL EDUCAÇÃO,
2012)
Segundo Drake; Vogl; Mitchell (2010), a articulação do joelho é composta
por cinco principais ligamentos: ligamento da patela, ligamentos colaterais tibial
(medial) e fibular (lateral), e ligamentos cruzados anterior e posterior.
1.1.3.1 Ligamento da patela
Na continuação do tendão do quadríceps femoral inferior à patela origina-
se o ligamento patelar (figura 1). Sua parte proximal encontra-se presa no ápice
da patela e a distal localizada na região da tuberosidade da tíbia (DRAKE; VOGL;
MITCHELL, 2010).
Figura 1: ligamento da patela
Fonte: Drake; Vogl; Mitchell, 2010, p. 536
1.1.3.2 Ligamentos colaterais
Os ligamentos colaterais possuem duas localizações (Figura 2), sendo
nomeados como ligamento colateral fibular (lateral) e ligamento colateral tibial
(medial). (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2010)
18
O ligamento colateral lateral (LCL) tem como característica o formato de
um cordão. Sua parte superior está fixada no epicôndilo lateral do fêmur, acima
do tendão poplíteo, e sua parte inferior, em uma cavidade na superfície lateral
da cabeça do fêmur. (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2010) O principal papel
desempenhado por ele é resistir ao stress de varo, rotação lateral da tíbia, e
rotação lateral da tíbia com o seu deslocamento posterior. (LUIZ, 2016)
O ligamento colateral da tíbia, também conhecido como colateral medial
(LCM), é um ligamento plano e largo, que fixa sua parte superior ao epicôndilo
medial do fêmur, logo abaixo do tubérculo do adutor, e sua parte inferior passa
pela região anterior da tíbia, para se fixar na margem medial e superfície medial
dela. (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2010) As principais funções desse ligamento
são: resistir ao estresse em valgo, durante a extensão; resistir à rotação lateral
da tíbia; e a rotação lateral e deslocamento anterior da tíbia. (LUIZ, 2016)
Figura 2: Ligamentos colaterais da articulação do joelho.
Fonte: Drake; Vogl; Mitchell, 2010, p. 537
1.1.3.3 Ligamentos cruzados
Os ligamentos cruzados são componentes intra-articulares (Figura 3), que
se cruzam para conectar o fêmur com a tíbia. Sua conectividade origina dois
ligamentos, denominados de anterior e posterior, conforme sua localização de
inserção na tíbia. (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2010)
O ligamento cruzado anterior (LCA) origina-se fixo na região anterior da
19
área intercondiliana anterior da tíbia e se insere posteriormente na parede lateral
da fossa intercondilar do fêmur. Ele dirige-se lateralmente sobre o ligamento
cruzado posterior durante suas fixações. Sua principal função é resistir ao
deslocamento anterior da tíbia (ou posterior do fêmur), e resistir à rotação medial
do joelho. A banda antero-medial permanece relaxada durante a extensão e
tensa na flexão entre 70º, e a póstero-lateral encontra-se tensa na extensão e
relaxada na flexão. (LUIZ, 2016)
O ligamento cruzado posterior (LCP) difere do anterior pela sua fixação
de origem e inserção, fixando-se na região posterior do intercôndilo posterior da
tíbia, se estendendo até a face medial da fossa intercondiliana do fêmur. Para a
integridade da articulação do joelho, o ligamento cruzado posterior resiste à
rotação medial do joelho e restringe o deslocamento posterior da tíbia (ou
anterior do fêmur). Para cumprir sua função, a banda anterolateral entre 80 a 90º
fica relaxada durante a extensão e tensa na flexão. Já a banda póstero-medial
permanece tensa durante a extensão e relaxada na flexão (LUIZ, 2016).
Figura 3: Ligamentos cruzados da articulação do joelho
Fonte: Drake; Vogl; Mitchell, 2010, p. 538
20
1.1.4 Inervação e vascularização
Segundo Drake; Vogl; Mitchell (2010), a inervação da articulação do
joelho é exercida através de ramos dos nervos obturadores, femoral, tibial e
fibular comum. Esta articulação é irrigada pelos ramos descendentes e ramos
para o joelho da artéria femoral, poplítea e circunflexa femoral lateral da coxa e
circunflexa fibular, e também pelos ramos recorrentes da artéria tibial anterior da
perna. Ao redor dela é formada uma rede de comunicação entre esses vasos.
1.1.5 Componentes articulares
Nas articulações do tipo sinovial se encontra presente um líquido
denominado sinovial, que gera um grau de movimentação entre os ossos que se
articulam, não permitindo que as estruturas esqueléticas se prendam nas
superfícies articulares. O seu maior meio de conexão é a cápsula articular, que
envolve a articulação, fixando os ossos que se articulam. (DANGELO; FATTINI,
2011)
As articulações sinoviais apresentam componentes característicos (figura
4): a cápsula articular, a cavidade articular e a sinóvia, além dos meniscos ou
discos articulares que também estão presentes na articulação do joelho.
(DANGELO; FATTINI, 2011)
Figura 4: Componentes das articulações sinoviais
Fonte: Slideshare, 2016
21
1.1.5.1 Cápsula articular
A cápsula articular que está presente nas articulações do tipo sinovial
envolve toda a articulação e gera a união entre os componentes esqueléticos
presentes. A sua formação é dividida por duas camadas, sendo uma externa,
que é considerada como mais resistente, com tecido conjuntivo fibroso e feixes
que formam os ligamentos capsulares; e a camada interna, que é conhecida
como membrana sinovial. Os ligamentos são denominados extracapsulares, os
livres da cápsula articular; e intra-articulares, os como a articulação do joelho
(ligamentos cruzados). Porém, alguns ligamentos intra-articulares são extra
sinoviais, o que não permite contato com a cavidade articular e com a sinóvia.
(DANGELO; FATTINI, 2011)
Na articulação do joelho, a cápsula é fina e sua camada externa está
fixada na região superior do fêmur, próxima às margens articulares dos côndilos;
na fossa intercondilar, posteriormente e inferiormente na margem articular da
tíbia. O principal déficit na cápsula acontece na região do côndilo lateral, para
permitir que o tendão do músculo poplíteo saia da articulação e se fixe na tíbia.
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014)
1.1.5.2 Membrana sinovial
Localizada na região mais interna da cápsula articular, a membrana
sinovial tem a função de gerar o líquido sinovial, que promove a integridade da
articulação, nutrindo-a e lubrificando-a. Trata-se de um componente altamente
vascularizado e inervado, sendo a característica responsável por gerar a sinóvia.
(DANGELO; FATTINI, 2011)
“Discute-se se a sinóvia é uma verdadeira secreção ou um ultrafiltrado do
sangue, mas é certo que contém ácido hialurônico, que lhe confere a viscosidade
necessária à sua função lubrificante.” (DANGELO; FATTINI, 2011, p. 37)
1.1.5.3 Cartilagem articular
As superfícies que se articulam necessitam de um revestimento, que é
feito pela cartilagem, a qual tem uma aparência esbranquiçada e se apresenta
22
lisa e polida, promovendo o deslizamento entre os ossos, sem gerar atrito ou
danos nas superfícies. Devido à ausência de vascularização e de nervos na
cartilagem articular, a nutrição precária torna a regeneração mais lenta e difícil
em casos de lesões. (DANGELO; FATTINI, 2011)
A cartilagem articular é um tecido macio, poroso e permeável hidratado.
Sofre deformação ao suportar cargas, exsudando líquido sinovial. Pode reduzir
em 50% ou mais o estresse máximo de contato que atua em uma articulação. A
lubrificação proporcionada pela cartilagem articular é tão efetiva que o atrito
presente em uma articulação é de apenas 17 a 33% do atrito de um patim no
gelo sob a mesma carga e de apenas metade daquele de um mancal lubrificado.
(HALL, 2016)
1.1.5.4 Meniscos
Os meniscos são discos fibrocartilaginosos que permitem melhor
adaptação das superfícies que se articulam. Com formato de semicírculos, estão
localizados entre os côndilos femorais e tibiais, cumprindo seu papel como
amortecedores, aliviando a pressão imposta e distribuindo melhor o estresse
mecânico. (DANGELO; FATTINI, 2011)
As lesões nos meniscos podem ocorrer através de estiramentos e
lacerações do ligamento colateral. Sendo o menisco medial o mais atingido,
quando comparado ao lateral, devido ao medial ser mais fixo na tíbia. (HALL,
2016)
“A ausência dos meniscos pode implicar um aumento da translação
anteroposterior da tíbia em relação ao fêmur em quatro a cinco vezes, o que
interfere com a estabilidade articular.” (PARDINI; SOUZA, 2000, p.535)
1.2 Osteoartrose
A osteoartrite (OA) é um processo comumente conhecido dentro da
fisioterapia ortopédica e fisioterapia reumatológica, a qual consiste em perda da
cartilagem articular em articulações sinoviais, que podem ser classificadas de
diferentes formas, tanto em relação a características clínicas quanto a
radiológicas. (SCHIAVON, 2016) O processo de desenvolvimento de OA está
23
relacionado a duas condições distintas. Em um caso pode-se ter propriedades
normais da cartilagem e osso, porém, uma descarga de peso excessiva na
articulação, levando a uma degradação dos tecidos; ou as cargas mecânicas
não são exageradas, mas a propriedade das estruturas (cartilagem e osso) estão
alteradas. (ROSIS; MASSABKI; KAIRALLA, 2010)
A OA ocorre como uma falha no processo de reparação a danos causados
por estresse mecânico na articulação; de alguma forma, ocorre a falência de
algumas estruturas da sinovial. As agressões mecânicas sofridas pela
articulação devem desencadear processos de reparação, que, quando falham,
desencadeiam ainda mais o processo de degradação da cartilagem articular.
(SCHIAVON, 2016)
Especificamente, podem ser citados alguns locais no corpo que
comumente são acometidos por esses distúrbios; são eles: mãos, coluna, quadril
e joelho. É o distúrbio articular mais comumente ocorrido, podendo afetar de 6%
a 12% da população adulta e mais de um terço da população acima de 65 anos.
(ROSIS; MASSABKI; KAIRALLA, 2010)
Dentre as articulações que podem ser acometidas por esse processo de
degeneração citada, o joelho é a mais afetada, resultando em uma perda
funcional em 10% dos indivíduos acima de 55 anos e em 25% em casos da
doença avançada. Atualmente, o cenário epidemiológico de acometimento de
OA no Brasil é escasso, o que dificulta a quantificação dos dados e índices sobre
a patologia. (AMMAR et al., 2015; SILVIA et al., 2012)
Segundo estudo realizado sobre etiopatogênia da AO, numa clínica de
doenças reumáticas da América do Norte, a OA é sempre secundária a algum
fator ou geralmente a uma combinação deles. Normalmente, fatores mecânicos
e eventos biológicos que desestabilizam o equilíbrio metabólico normal da
cartolagem e o osso subcondral. (SCHIAVON, 2016)
Algumas co-morbidades auxiliam no processo de instalação da doença de
OA, entre elas obesidade, hipertensão, depressão e diabetes. De uma forma
simples, essas condições fazem com que essas pessoas tenham uma
diminuição da qualidade de vida e, consequentemente, uma condição de
sedentarismo. (SCHIAVON, 2016) Um dos principais tratamentos da OA
proposto consiste na realização de exercícios terapêuticos específicos.
(SCHIAVON, 2016)
24
1.2.1 Epidemiologia
Considerada uma das causas mais frequentes da incapacidade funcional,
por ser o joelho a articulação mais atingida nos membros inferiores, a
osteoartrose está presente entre as doenças que mais geram incapacidade
laborativa na população adulta no mundo (15%). Analisando as doenças
acometidas pelos segurados da Previdência Social, a OA se destaca entre as
patologias dos que mais recebem auxilio-doença. (OLIVEIRA, 2005)
A OA é pouco frequente antes dos 40-45 anos e tem alta incidência após 60 anos de idade. Não há diferenças significativas da incidência da OA em relação à raça, região ou correlação urbano-social. De forma geral, a doença incide mais em mulheres. No entanto, há uma distinção entre os sexos: o acometimento de mãos e joelhos ocorre mais em mulheres e o acometimento de quadril ocorre predominantemente em homens (CHIARELLO; DRIUSSO; RADL, 2005, p.67).
A obesidade pode ser considerada outro fator de risco no surgimento e na
evolução da OA em joelhos. A grande quantidade de massa corpórea aumenta
a sobrecarga de peso na articulação e interfere na limitação dos movimente, e,
consequentemente, o estresse articular e muscular, elevando, assim, a
incapacidade nos idosos obesos. (BARBOSA et al., 2007)
1.2.2 Mecanismo de formação (fisiopatologia)
Segundo Chiarello; Driusso; Radl (2005), as alterações presentes na OA
começam na cartilagem articular, com seu amolecimento devido à carência dos
elementos fundamentais, perdendo também a capacidade de elasticidade pela
desordem da rede de colágeno, levando a fibrilações e erosões na cartilagem,
elevando a vulnerabilidade à deterioração.
O osso subcondral, diante das alterações da cartilagem, acaba sofrendo
um endurecimento, originando os osteófitos marginais, que surgem devido
à degeneração cartilaginosa e ao remodelamento ósseo. Percebe-se que a
membrana sinovial sofre uma hipertrofia, possivelmente relacionada à absorção
de partes da cartilagem agredida. Em graus mais avançados, ocorre a
diminuição da secreção do líquido sinovial, o que leva à diminuição da nutrição
25
e lubrificação da cartilagem articular. (SILVA; SILVA, 2007)
A alteração inicial na Osteoartrose é a destruição da cartilagem articular que se rompe, sofre erosão e leva a um estreitamento do espaço articular. Há espessamento e inflamação da cápsula e da sinóvia. Com o tempo ocorre espessamento do osso subarticular, decorrente da fricção constante das duas superfícies ósseas, levando a uma superfície óssea altamente polida. Pequenos cistos desenvolvem-se no osso abaixo da superfície articular normal. Ao redor da periferia da articulação, por crescimento ósseo irregular, formam-se os osteófitos. Alterações inflamatórias também são frequentemente encontradas. A atrofia muscular é consequência do desuso decorrente da imobilidade da articulação afetada. (STEVENS; LOWE, 1998, p 477)
1.2.3 Classificação
A OA pode ser classificada de formas variadas, por diversos fatores,
sendo eles, o número de articulações acometidas, que são denominadas
monoarticular, oligoarticular ou poliarticular, ou através do tipo (inflamatória,
erosiva, generalizada), e até mesmo por outra forma, que a classifica como
primária ou secundária. A OA primária, de forma desconhecida, tem como
característica a degeneração da cartilagem articular visivelmente normal, logo,
sem causas evidentes. Notável em mulheres durante o período de menopausa,
envolve múltiplas articulações, sendo mais frequente no joelho, quadril, mãos e
na coluna vertebral, atingindo, principalmente, a região cervical e lombar.
(CHADWICK, 2001)
O desenvolvimento da OA secundária é feito por etiologias identificadas,
doenças que causam o processo da artrose, a qual pode surgir a partir de
traumas, durante alto impacto repetitivo na articulação ou trauma direto; por
inflamações, geralmente causadas por atrite reumatóide e séptica, que geram a
formação de radicais livres e, consequentemente, ruptura do ácido hialurônico
da cartilagem; de forma metabólica, devido a distúrbios endócrinos, ou depósitos
de cristais de cálcio (gota), alterando, assim, a biomecânica; afecções
neuropáticas, nas quais o paciente diabético tem diminuição da percepção de
dor e da propriocepção; e devido a distúrbios hemofílicos, em que a recorrência
de hemorragias gera a degeneração articular. (CHADWICK, 2001)
O acometimento da OA pode ser definido através de várias classificações,
26
porém, a que mais se destaca é a classificação de Kellgren e Lawrence(KeL),
descrita em 1957, que utiliza como recurso as incidências radiológicas em
projeção anteroposterior, (figura 5) não sendo necessário apoio monopodal ou
flexão no joelho. A graduação de acometimentos da osteoartrose é dada em
cinco estágios (quadro 3), em que zero representa a ausência de artrose e o
grau quatro é o mais avançado. (RODRIGUES et al., 2012)
Quadro 3: Classificação de Kellgren e Lawrence
Fonte: Rodrigues et al., 2012, p. 108
Figura 5: Incidências radiológicas de osteoartrose
Fonte: Rodrigues et al., 2012, p. 109
Grau de
acometimento Sinais radiológicos
Grau 0 Sem artrose – Radiologia normal
Grau I Artrose duvidosa – Estreitamento espaço articular duvidoso e
possível osteófito na borda
Grau II Mínima osteoartrose – Possível estreitamento articular osteófitos
definidos.
Grau III
Artrose moderada – Definido estreitamento articular, múltiplos
osteófitos moderados, alguma esclerose subcontral e possível
deformidade no contorno ósseo
Grau IV
Artrose severa – Notável estreitamento do espaço articular,
severa esclerose subcontral, definida deformidade no contorno
ósseo e grandes osteófitos
27
1.2.4 Quadro clínico
Os sinais e sintomas da OA variam de acordo com a evolução da doença.
Inicialmente, o que predomina é a dor articular, variando sua intensidade e
duração. Em fase inicial, ela acontece apenas em alguns episódios, e, com a
evolução da patologia, se torna mais contínua e difusa, principalmente durante
a mobilidade e se ameniza durante o repouso. (YOSHINARI e BONFA, 2000)
Além da dor, outros sintomas dominantes estão presentes na OA, como:
edema, crepitação articular, limitação funcional e deformidades. (ALMEIDA et.
al, 2001) Com a evolução da doença, surge o processo degenerativo e
inflamatório, que resulta na rigidez articular após repouso, pela falta de
mobilidade. (SILVA; SILVA, 2007)
Outro aspecto observado na OA é a fraqueza muscular do quadríceps
femoral, que surge a partir da inatividade causada após sintomas de dor. (SILVA;
SILVA, 2007)
1.2.5 Sinais radiológicos
Os osteófitos são considerados como sinal clássico na OA, durante
análise radiológica, sendo gerados por motivo da proliferação óssea nas
margens da articulação. Outro sinal frequente são as alterações assimétricas
que o espaço articular sofre devido à esclerose do osso subcondral. Podem
surgir durante a evolução da patologia cistos e deformidades ósseas (SATO,
2004).
Segundo Almeida et al. (2001), a maioria dos indivíduos com idade igual
ou superior a setenta e setenta e nove anos apresentam diagnóstico radiológico
de OA.
1.3 Dor
A sensação de dor é bem variada e particular, pois depende da reação de
cada um em traduzir as lesões reais ou potenciais. Ela é provocada por um
determinado estímulo, que afeta receptores especializados em dor, os quais
emitem uma resposta. Dessa forma, a interpretação da dor varia de indivíduo a
28
indivíduo, assim como nele próprio, em diferentes momentos de sua vida, sobre
diferentes circunstâncias. (AGNES, 2013)
Segundo Silva (1994), alguns pacientes têm respostas individuais diante
de sua própria dor, que dependem de diversos fatores, os quais têm influência
na reação perante a dor apresentada. Como todo sintoma orgânico, ela é uma
forma de expressar sofrimento, pedir ajuda e referir angústia interior.
De acordo com Ballone (2002), a dor pode interferir seriamente em vários
aspectos da vida diária do paciente, como profissão, estudos, e até mesmo em
seu relacionamento. Existem casos de pessoas que transformam isso como foco
principal da sua vida.
A dor pode ser classificada em dois tipos: aguda, com duração de curto
período; e crônica, que se prolonga por seis meses contínuos. (MURTA, 1999)
A dor aguda, quando não se mantém ativa, funciona no organismo como
um sistema de defesa, assumindo papel óbvio e fundamental para a
sobrevivência humana. É uma sensação que acarreta dano aos tecidos. Senti-la
é fundamental para manter a função do organismo. O corpo humano é composto
por um circuito complexo de fibras nervosas, que são responsáveis por conduzir
um sinal associado à liberação de mediadores químicos, onde ocorre a sintonia
fina do mecanismo de interpretação da dor. (VARELLA, 2005)
Para Teixeira (1995), a dor crônica pode identificar muitos dos processos
de recuperação orgânica e funcional, perdurando os custos da assistência ao
enfermo, e, de forma geral, não corresponde às formas neurovegetativas
presentes na aguda, devido à adaptação dos sistemas neurais. Ela é,
normalmente, causada por processos patológicos crônicos nas estruturas
somáticas ou viscerais, ou por anomalia prolongada dos componentes do
sistema nervoso periférico (SNP), e/ou do sistema nervoso central (SNC),
podendo decorrer fatores de origem ambiental ou psicopatológicos. Quando
crônica, ela não possui a função biológica do alerta.
Perante uma avaliação da dor, enfrenta-se uma tarefa intensa e
complexa, pois a sua concepção envolve aspectos biológicos, emocionais,
socioculturais e ambientais. Além disso, a análise e avaliação do estímulo da dor
é uma experiência rigorosamente subjetiva e pessoal. Por esta razão, a
sensação da dor pode ser difundida por diversos fatores perceptivos, cognitivos,
emocionais e de comportamento. (CARVALHO, 2003)
29
1.3.1 Teoria das comportas
Segundo Smart (2006), diante de uma intensa estimulação nas lâminas
medulares do corno posterior, diretamente da periferia, interneurônios são
ativados para modular a dor de forma inibitória. Na teoria das comportas, esses
interneurônios dependem da disputa entre o estímulo nocivo e o proprioceptivo.
Como a velocidade do estímulo proprioceptivo é maior, sua chegada ao corno
posterior irá ativar os interneurônios e facilitará a liberação de substâncias
opioides e de Ácido gama-aminobutírico (GABA). Técnicas como a estimulação
elétrica nervosa transcutânea (TENS) se baseiam nesta teoria. O TENS compõe
uma modalidade terapêutica de forma não invasiva, de fácil manuseio, não
produz efeitos colaterais e nem relação com fármacos, muito usado para a
analgesia diante da estimulação de nervos periféricos, utilizando-se de eletrodos
sobre a pele, baseando-se na liberação de opioides, na teoria do portão ou teoria
das comportas medulares de Melzack e Wall. (MELZACK; WALL, 1965)
1.3.2 Opióides endógenos
Para Sacerdote (2006), os dados da literatura mundial demonstram que o
consumo de opioides vem crescendo nas últimas décadas de forma importante.
Muitos de seus efeitos primariamente nos sistemas orgânicos são diversos e não
completamente conhecidos. Atualmente, identifica-se um grande interesse em
elucidar as influências do uso deles nas respostas imunológicas no manejo de
pacientes com dor.
Segundo Lana (2006), quando se atinge o aumento da dor, motivado por
algum mecanismo desagradável ao organismo ou por lesão tecidual, isso pode
ser ocasionado por ações do sistema opioide endógeno, o qual é responsável
por modular a sensação dolorosa pela ação das encefalinas, bem como das β-
endorfinas, incumbidas de induzir efeitos analgésicos e influenciar na percepção
do estímulo nociceptivo, devido a sua ação em receptores opioides.
1.4 Eletroterapia
Para Agnes (2013), convém aos profissionais e estudantes
30
compreenderem que todo agente eletroterapêutico existe e, portanto, está
disponível para ajudar, contemplar e possibilitar resultados difíceis ou até mesmo
impossíveis de serem alcançados com outros recursos. (AGNES, 2013) Sendo
primordial conhecer que os recursos eletroterapêuticos existem, em não raras
exceções, para substituírem ou, pelo menos, diminuirem o esgotamento do
trabalho braçal. (AGNES, 2013)
Cada aplicação eletroterapêutica, raras vezes, constitui uma forma de
terapia exclusiva; bem ao contrário, deve fazer parte de um programa terapêutico
específico, com todas as exigências adequadas: diagnóstico preciso e
prescrição a partir dos objetivos claramente estabelecidos, aplicação correta e
acompanhamento adequado (AGNES, 2013)
A eletroterapia não é um assunto de verdades simples e, apesar de terem
tentado dar explicações razoáveis e realistas, é importante reconhecer a
incerteza cientifica que existe. É imensamente melhor a informação pelas
evidências, ainda que contraditórias, do que persistir no prejuízo, ou ser
influenciado por lendas, modismos ou tradições. (LOW; REED, 2001)
1.4.1 Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS)
A palavra TENS origina-se da língua inglesa “Transcutaneous Electrical
Nerve Stimulation”, cuja transposição é “Estimulação Elétrica Nervosa
Transcutânea”, entreposta dos unitermos sensorial e motora, correspondente às
vias de estimulação. Trata-se de uma técnica que se baseia na aplicação de
eletrodos sobre a pele intacta, com o objetivo de estimular as fibras nervosas de
grande diâmetro (α – delta sensoriais), perfeitamente mielinizadas, permitindo a
condução elétrica rápida, bem como fibras motoras. Durante essa ativação,
desencadeiam, a nível central, os sistemas analgésicos descendentes de caráter
inibitório, sobre a transmissão nociceptiva conduzida pelas fibras não
mielinizadas de pequeno calibre, gerando a diminuição ou até mesmo a inibição
da dor. (AGNES, 2013)
De acordo com Agnes (2013), a TENS possui um efeito analgésico, sendo
essa a sua principal utilização, o que ocorre pela ativação do sistema de
comportas, havendo uma micro vasodilatação periférica no local de colocação
dos eletrodos, por uma atividade reflexa do Sistema Nervoso Autônomo.
31
O TENS compõe uma modalidade terapêutica de forma não invasiva, de
fácil manuseio, não produz efeitos colaterais e nem relação com fármacos, muito
usado para a analgesia diante da estimulação de nervos periféricos, utilizando-
se de eletrodos sobre a pele, baseando-se na liberação de opioides, na teoria do
portão ou teoria das comportas medulares de Melzack e Wall. (MELZACK;
WALL, 1965)
Para Silveira (2008), a TENS fornece uma estimulação elétrica produzida
por um estimulador portátil. Entretanto, o TENS, por sua definição, cobre a faixa
completa de correntes aplicada transcutaneamente, usadas pela excitação
nervosa. O objetivo é excitar seletivamente fibras nervosas α - delta (sensoriais)
e produzir um efeito analgésico perante as fibras de dor. Caracteriza-se como
uma corrente de baixa frequência, pulsada, apresentada em forma de onda
bifásica, simétrica ou assimétrica balanceada com uma semionda quadrada
positiva e um pico negativo. Essa particularidade proporciona uma estimulação
de receptores nervosos, com áreas de ondas positivas e negativas, não
produzindo efeitos polares.
A eletroterapia consiste em controlar a dor, perante a estimulação da
liberação de opiopeptina, diretamente na medula espinal em níveis mais
elevados. (BASSBAUM; FIELDS, 1978)
O Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE) preconiza a
utilização do TENS no tratamento de paciente com OA de joelho, para a
analgesia e a diminuição da rigidez perante tratamentos a curto prazo. Sugere-
se, também, que os profissionais utilizem os benefícios do aparelho apenas
como complementação ao tratamento. (NICE, 2008)
Entre os efeitos fisiológicos da eletroterapia no sistema neuromúsculo-
esquelético, encontram-se: analgesia, estimulação muscular, vasodilatação,
redução de edema, diminuição da inibição reflexa, facilitação na cicatrização de
lesões em tecidos moles e facilitação da consolidação de fraturas. (BRANDÃO
et al.,2005)
Segundo Kitchen (2002), o eletrodo mais comum, fornecido junto com o
equipamento, é o negro, constituído por um material de borracha de silicone com
carbono. A maioria pode ser obtida em dois tamanhos, que são: o de almofada
comum de 4x4 centímetros (cm), e o de almofada grande de 4x8 cm.
32
1.4.1.1 Modulação
A maioria dos estudos colocam que a inibição segmentar está ligada ao
processo de analgesia mediada pela TENS. A inibição da TENS de alta
frequência é relativamente bloqueada pela espinalização, que retira as
influências inibitórias descendentes. (WOOLF; MITCHELL; BARRETT, 1980)
A aplicação da TENS em alta frequência diminui significativamente a concentração de aspartato e glutamato no fluido extracelular no corno dorsal da medular espinhal de animais com inflamação articular, sugerindo que os receptores deltas opioides estariam envolvidos e que em articulação sem inflamação o mesmo resultado não ocorreu. Em baixa frequência, essa diminuição não foi observada com relação à concentração de aspartato e glutamato. (SLUKA et al.,2005, p. 794)
De acordo com Osiri (2000), são quatro tipos de aparelhos TENS
utilizados durante a prática clínica, contendo diferentes modos, como: burst,
convencional, breve / intensa e acupuntura. O primeiro é de alta freqüência, com
40 a 150 hertz (Hz), pulsos de largura entre 50 a 100 milissegundos (ms),
intensidade moderada; o segundo é de baixa frequência, que se constitui por
ondas de 1 a 4 Hz, pulsos de largura entre 100 a 400 ms e alta intensidade; o
terceiro é de frequência de explosão, que possui ondas de 1 a 4 Hz, pulsos de
largura entre 100 e 250 ms e alta intensidade; o quarto é de hiperestimulação,
contendo ondas de 1 a 4 Hz, com pulsos de largura de 10 a 500 ms e alta
intensidade.
1.4.1.2 Indicações / Contraindicações
Entre as indicações de TENS estão: dores pós- operatórias, dores
cervicais e cervicobraquialgia, dores lombares e ciatalgia, dores articulares,
artrite, bursites, luxações e entorses, dores musculares, contusões, miosites,
tendinites e miofaciais, dores de câncer, dores nas costas e torácicas. Como
contraindicações constam: insuficiências vasculares, tromboflebite, órgãos
reprodutores, olhos, útero gravídico, marca-passo, câncer, áreas de epífises em
crianças, próteses cimentadas e infecção. (AGNES, 2013)
33
1.4.2 Ultrassom
O termo ultrassom (US) surgiu por volta do século XX, quando foram
produzidas e detectadas ondas sonoras com frequência superior aos níveis
audíveis pelo homem. (OLIVEIRA, 2007)
Trata-se de um tratamento por meio de vibrações mecânicas com uma
frequência acima 20.000 Hz. (BORGES, 2010) Vibrações acústicas inaudíveis
de alta freqüência, que podem gerar efeitos fisiológicos térmicos ou atérmicos
nos tecidos biológicos. (PRENTICE, 2002)
A primeira aplicação do ultrassom ocorreu por volta da década de 50 e,
desde então, vem progredindo muito rápido. Recentemente, a energia
ultrassônica tem sido muito utilizada pelos fisioterapeutas, atuando no
tratamento das mais diversas patologias. (DIONÍSIO; VOLPON,1999)
Na aplicação, as ondas ultrassônicas podem ser utilizadas por dois
métodos, conhecidos como contínuo e pulsado. Suas diferenças estão na
continuidade da emissão da onda ultrassônica, resultando na geração de calor
nos tecidos biológicos. (BASSOLI, 2001)
Os efeitos térmicos produzidos pelo ultrassom contínuo ocorrem pela
vibração mecânica constante dos tecidos incididos, o que não ocorre no pulsado,
pois sua emissão é interrompida com pausas, e, com isso, o calor é dissipado.
(AGNE, 2004)
1.4.3.2 Modulação
Para atingir os máximos dos benefícios, é necessário um controle de
modulação do aparelho, como, por exemplo, a frequência, intensidade, dosagem
da Área de radiação efetiva do transdutor (ERA), tempo de aplicação, tipo de
cabeçote, área de tratamento e, principalmente, a calibragem do seu aparelho.
(Michlovitz, 1996)
Para Agnes (2013), a frequência é medida em mega-hertz (MHz), sendo
que US de 1 MHz utiliza-se para tecidos profundos, e para superficiais, 3 MHz.
A potência e intensidade são referidas em watts (W) / (W/cm²), que representa a
força das ondas sonoras: de intensidade baixa (até 0,3 W/cm²), intensidade
34
média (0,4 a 1,2 W/cm²) e intensidade alta (acima de 1,3 W/cm²). A duração do
tratamento depende do tamanho da área a ser tratada, da intensidade da saída
e das metas terapêuticas dele. O mais eficiente é dividir a área a ser tratada em
porções menores, que não ultrapassem 2 a 3 vezes o tamanho do transdutor.
1.4.2.2 Indicações / Contraindicações
Nas indicações para utilização do aparelho constam: traumatismo de
tecido ósseo e muscular, tendinites e bursites, OA e artrite e transtornos
circulatórios. Como contraindicações: útero gravídico, testículos, placas
epifisárias, prótese, material osteossíntese, tumores, tromboflebites e inflamação
séptica. (AGNES, 2013)
2 O EXPERIMENTO
2.1 Casuística e métodos
O estudo realizado tratou-se de uma pesquisa do tipo experimental, com
uma abordagem quantitativa.
2.2 Procedimentos metodológicos
Após a aprovação do presente estudo pelo Comitê de Ética e Pesquisa
do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Parecer nº 2.083.429 -25
de maio de 2017 (ANEXO A), assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (ANEXO B) pelos voluntários, e leitura e assinatura da carta de
informação ao paciente (ANEXO C), a pesquisa foi realizada, com o objetivo de
investigar a eficácia dos recursos eletroterapêuticos (TENS e
Ultrassom pulsado) no tratamento de pacientes com OA de joelho, com
acometimento grau II e III, segundo a classificação de KeL, e analisar a qualidade
de vida dos voluntários antes e após as intervenções terapêuticas, através do
questionário Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index –
WOMAC. (APÊNDICE A)
Em 1988, na Universidade McMaster, no Canadá, Bellamy, a fim de
35
desenvolver um instrumento de fácil e eficaz avaliação da qualidade de vida em
procedimentos na osteoartrose, apresentou o WOMAC, um questionário
tridimensional especifico para a OA. (FERNANDES, 2003)
O questionário é composto por três domínios, que são: a dor, que contém
cinco perguntas; rigidez articular, com duas e atividades diárias, com dezessete.
Pode ser respondido através da escala visual analógica, com pontuações de 0 a
10, em que 0 representa a pior condição e 10 a melhor; ou através da escala de
Likert, a qual é verbal, com 5 pontos, representados nas respostas entre
nenhuma (sem sintomas) a extrema (intensidade máxima de sintomas). As duas
formas foram reprodutíveis e válidas, oferecendo os benefícios de fácil
administração e duas vantagens, em comparação aos demais instrumentos já
existentes com a mesma finalidade, como a eficácia superior aos demais
instrumentos, comprovada através de scores de eficiência, que, dessa forma,
podem apresentar significantes resultados com pequenas amostras, e levar a
resultados ou consequências importantes para o paciente. (FERNANDES, 2003)
2.3 Condições ambientais
O presente estudo foi realizado nas dependências do Centro de
Reabilitação Física Dom Bosco - Clínica de Fisioterapia do UniSALESIANO de
Lins, no setor de ortopedia. Local que conta com uma estrutura ventilada,
iluminada e com equipamentos bons e devidamente regularizados para o
desenvolvimento das atividades. Também é de fácil acesso para todos os
públicos, com total acessibilidade. As intervenções fisioterapêuticas foram
realizadas nos meses de junho, agosto e setembro de 2017, entre o horário das
13h00min às 16h00min, com frequência diária durante 10 dias úteis.
2.4 Amostras, critérios de inclusão e exclusão
A população alvo foi composta por (quadro 4) (quadro 5) dez voluntários,
de ambos os sexos, pacientes do Centro de Reabilitação Física Dom Bosco -
Clínica de Fisioterapia do UniSALESIANO de Lins, os quais não tinham iniciado
qualquer tipo de tratamento fisioterapêutico nos últimos seis meses, relacionado
a OA de joelho, mas que se apresentaram com o diagnóstico, mediante exames
36
radiológicos, classificados como KeL 2 ou 3. Foram excluídos da pesquisas os
voluntários classificados em KeL 1 e 4 ou que não possuíam diagnóstico definido
de Osteoartrose de joelho, e exames radiológicos.
Uma vez que a OA de joelho é uma doença crônica, alguns voluntários
faziam uso de analgésicos ou anti-inflamatórios.
Quadro 4: Caracterização dos pacientes após randomização para realização da pesquisa - Grupo TENS
PACIENTE IDADE GRAU DE CLASSIFICAÇÃO DA ARTROSE SEXO
1 69 2 M
2 72 3 F
3 57 2 M
4 68 3 M
5 68 3 F Fonte: autoras da pesquisa,2017
Quadro 5: Caracterização dos pacientes após randomização para realização da pesquisa Grupo US
PACIENTE IDADE GRAU DE CLASSIFICAÇÃO DA ARTROSE SEXO
1 61 2 F
2 81 2 F
3 73 2 F
4 58 2 M
5 80 2 M Fonte: autoras da pesquisa,2017
2.5 Material
Para a realização do estudo, foram utilizados os seguintes materiais:
a) TENS: aparelho da marca KldBiosistemas, modelo TEM SYS ET9771.
Figura 6: Corrente analgésica (TENS)
Fonte: autoras da pesquisa, 2017.
37
b) Ultrassom Terapêutico: aparelho Endophasys da marca KldBiosistemas,
modelo EUS 0503, cabeçote com ERA de 5 cm2 ± 15%.
Figura 7: Ultrassom Terapêutico
Fonte: autoras da pesquisa, 2017.
c) Gel condutor, eletrodos e fita adesiva: para aplicação das correntes
elétricas.
d) Questionário e caneta: para a realização da avaliação.
2.6 Protocolo
Inicialmente, todos os participantes foram avaliados, relatando seus
principais incômodos relacionados a OA de joelho, no que foi possível analisar
as incidências radiológicas para se ter conhecimento do grau de acometimento
na articulação. Após a avaliação, apenas os pacientes com OA de joelho grau II
e III foram convidados para participar da pesquisa, sendo informados dos
procedimentos, riscos e benefícios mediante sua participação; em seguida,
foram submetidos ao questionário WOMAC, com a avaliação do grau de dor,
rigidez articular e dificuldade em realizar as atividades diárias. O método
escolhido para analisar a resposta dos participantes foi através da escala de
38
Likert, em que as respostas coletadas no questionário foram transformadas em
escore (0, 25, 50, 75 e 100) que, posteriormente, foram tabuladas em planilhas
no Excel.
Em sequência, os voluntários da pesquisa foram divididos em dois grupos,
divisão feita através de sorteio em envelope sem que tivessem acesso ao
resultado; sendo um, para intervenções através da utilização do TENS, com
parâmetros de largura de pulso de 3 (85 µs), frequência de 3,5 (120 Hz), duração
de 35 minutos (figura 8); e outro, para o grupo do US, com frequência de 1MHZ,
frequência de pulso portadora de 1/9, modo pulsado, dose de 1W/cm², durante
3 minutos na região anteromedial e 3 minutos na anterolateral, sempre com a
incidência na interlinha articular femorotibial, (figura 9) durante o período de dez
sessões.
Ao finalizar as dez sessões, novamente foi aplicado o questionário de
qualidade de vida (WOMAC) em todos participantes.
Figura 8: Aplicação do TENS
Fonte: autoras da pesquisa, 2017.
39
Figura 9: Aplicação do Ultrassom
Fonte: autoras da pesquisa, 2017.
2.7 Resultados
Os dados contidos nas tabelas abaixo (tabela 1) (tabela 2) (tabela 3)
referem-se à intensidade da dor, teste T de student intragrupo e intergrupo e
pontuação do WOMAC. Para analisar a intensidade da dor, rigidez articular e
funcionalidade das atividades diárias, foram utilizados os valores apresentados
nas médias dos resultados do WOMAC, da pré-intervenção e divididos pela
média pós- intervenção, sendo o valor final subtraído por -1 (média pós WOMAC
/ média pré WOMAC – 1).
O estudo utilizou o teste T de student para comparação de dados finais,
que, dentro de sua fórmula, contém a média de pré e pós-intervenção para se
obter a comparação intragrupo; e para a análise comparativa intergrupo, após
as intervenções, utilizou-se o cálculo através da diferença do resultado do
questionário WOMAC no pós e pré-intervenções, com comparação de qual
apresentou melhores resultados.
As pontuações do WOMAC foram obtidas através dos dados da média
pós-intervenção subtraídos pela média da pré-intervenção. (Resultado total
dividido pelo número de perguntas).
Todas as fórmulas apresentadas anteriormente foram aplicadas nas três
sessões (intensidade da dor, rigidez articular e funcionalidade das atividades
diárias).
A B
40
Tabela 1: Sessão A - Intensidade da dor
TENS US
DOR 58,73% 56%
TESTE T INTRAGRUPO 0,0004 0,02411
PONTUAÇÃO WOMAC 37 25
TESTE INTERGRUPOS PÓS-INTERVENÇÃO 0,30955
Fonte: autoras da pesquisa, 2017. Os dados obtidos com referência ao teste T p<0,05
Dentro dos quatro parâmetros de intensidade de dor, referentes à tabela
acima, o primeiro parâmetro de porcentagem de evolução, no grupo de dor do
TENS, nota-se que houve uma queda de 58,73%, considerando que, quanto
mais próximo do zero, melhor a função. No grupo US teve uma queda, de 56%,
considerado também como bom resultado.
No teste T de student intragrupo para dor de TENS entre pré e pós, houve
diferença estatística, mostrando-se eficiente para a redução da dor (p< 0,0004).
No grupo de dor do ultrassom também houve diferença estatística, mostrando-
se eficaz (p<0,02).
A pontuação do WOMAC, no grupo do TENS, teve uma melhora de 37
pontos em relação ao pré e pós, na pontuação final; e no grupo US a redução da
pontuação foi de 25 pontos.
Diante dos valores apresentados, pode-se concluir que o US foi melhor
que a TENS, quando analisado através do teste T de student intragrupo, com
diferença significativa entre o pré e pós intervenção.
O Teste intergrupos, pós-intervenção do TENS e US, não demonstrou
diferença entre os grupos, com um T de p <0,30955, pois o valor referencial é de
p <0,05.
Tabela 2: Sessão B - Intensidade da rigidez
TENS US
RIGIDEZ 50% 55%
TESTE T INTRAGRUPO
0,042379 0,2716
PONTUAÇÃO WOMAC
93,75 68,75
TESTE INTERGRUPOS PÓS-INTERVENÇÃO 0,625666
Fonte: autoras da pesquisa, 2017. Os dados obtidos com referência ao teste T p<0,05
41
No quesito rigidez houve uma redução de 50% no grupo TENS,
considerado como melhora. Porém, o grupo do US se apresentou melhor, com
um valor 55%.
O teste T de student intragrupo teve um valor positivo de p <0,04 no grupo
do TENS. Já o grupo do US não apresentou a mesma resposta (p <0,2), com
valores estatisticamente comprovados.
Diante da pontuação do TENS, foi obtido um resultado de 93 pontos, e no
US 68, havendo, portanto, uma melhora no grupo do TENS.
Comparando o teste T de student intergrupo pós-intervenção, não houve
diferença (p <0,62).
Tabela 3: Sessão C – Funcionalidade nas AVD’S
TENS US
FUNCIONALIDADE 50%
51%
TESTE T INTRAGRUPO 2,9608
1,2707
PONTUAÇÃO WOMAC 8,39
8,48
TESTE INTERGRUPOS PÓS-INTERVENÇÃO 0,94431
Fonte: autoras da pesquisa, 2017. Os dados obtidos com referência ao teste T p<0,05
Na funcionalidade, os dois grupos reduziram em 50%, o que é
considerado como melhora.
Durante a realização do teste T de student intragrupo, tanto o TENS como
o US não apresentaram diferenças, pois estatisticamente apresentaram um valor
inferior a 0,05.
Perante a pontuação do terceiro parâmetro, o WOMAC obteve um valor
igualado de 8 pontos.
O teste T de student intergrupos apresentou um valor de p <0,94, não
havendo diferença, o que se considera uma referência estatisticamente
comprovada entre os grupos com relação as AVDS.
Deste modo, pode-se concluir que todos os parâmetros da seção C
obtiveram um resultado semelhante.
42
2.7.1 Análise e discussão dos resultados
A OA trata-se de uma doença crônica, que atinge principalmente a
população idosa, reduzindo o desempenho durante a realização das atividades
diárias, o que gera impactos na vida do indivíduo. (FERNANDES, 2009) Almeida
et. al. (2001) relatam que, após os cinquenta anos de idade, a prevalência de
indivíduos com sinais e sintomas de OA aumenta, com, pelo menos, 85% acima
dos 70-79 anos apresentando diagnóstico radiológico da patologia.
Nesta pesquisa, dentre os 10 indivíduos acometidos pela OA, foi
detectada a deformidade em todos eles, sendo que 5 apresentaram grau 2, e 3
apresentaram grau 3 de acometimento. O grupo era homogêneo em relação ao
gênero (5 masculino e 5 feminino), com idade entre 57 a 81 anos.
Utilizou-se a classificação Kellgreen e lawrence para avaliação dos
exames raio-x dos voluntários, obtendo bom feedback no momento de classificar
o grau de acometimento e sinais radiológicos de cada paciente. Nos resultados
da análise da classificação de KeL notou-se prevalências para a classificação 2
em relação ao grau de acometimento.
Durante a realização da análise da reprodutibilidade da classificação de
KeL para OA de joelho, concluiu-se a eficácia da classificação, devido à fácil
memorização e interpretação, sendo um ótimo método para a avaliação inicial,
em que todas especialidades médicas podem utilizar para análise clínica.
(RODRIGUES et. al., 2012)
Porém, Pires et al. (2008) relatam divergência em seu estudo, feito com
50 pacientes, com o objetivo de avaliar a reprodutibilidade interobservador das
classificações de Ahlbäck modificada, Dejour et al e Kellgren e Lawrence, sendo
as três classificações mais utilizadas na doença degenerativa do joelho. Diante
de seus resultados finais comprovaram que a classificação de Kellgrene
Lawrence obteve um menor grau de concordância em sua pesquisa.
Muitos estudos apresentam propostas de tratamentos através da
eletroterapia para a osteoartrose. Como o objetivo de avaliar a melhor forma de
intervenção através deste recurso, o presente estudo comparou a eficácia dos
aparelhos ultrassom e TENS na melhora da qualidade de vida dos indivíduos
com OA de joelho.
De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, notou-se uma melhora
43
na intensidade da dor de 56% no grupo US na forma pulsado, mostrando, assim,
uma eficácia estatística no parâmetro pulsado no US em pacientes com OA de
joelho.
Em um estudo realizado na Universidade Católica de São Paulo, onde
foram tratados 30 pacientes com OA de joelho, de ambos os sexos, com idade
entre 50 e 75 anos, foi comprovada a eficácia em relação à analgesia com a
utilização do US, que, consequentemente, melhorou a qualidade de vida dos
indivíduos. Os autores justificam a melhora apresentada no estudo devido ao US
ter controlado a inflamação periarticular, quando aplicado em pontos específicos,
determinados pela Word Associationof Laser Therapy. Porém, o mesmo estudo
realizou uma análise comparativa entre o Ultrassom Contínuo (USC) e Ultrassom
Pulsado (USP), em que sujeitos foram divididos em dois grupos (USC e USP) e,
no final das sessões, houve uma diferença estatisticamente significante entre os
grupos na variável de dor, com método do USC apresentando uma melhora
eficaz. (CARLOS; BELLI; ALFREDO, 2012)
No presente estudo, o grupo do TENS, com parâmetros de frequência de
120 Hz, duração de pulso de 85 µs, em 10 sessões, com duração de 35 minutos,
obteve uma melhora na dor de 58,73% e na funcionalidade das AVD’S 50%,
atingindo uma melhora estatisticamente comprovada.
Devido a propriedades apresentadas no TENS para o alívio da dor,
Morgan (2010), em seu estudo, afirma que a corrente, quando aplicada nos
indivíduos com OA de joelho, auxilia na redução da dor e função, sendo isso
notado à medida que se quantifica a dor durante as realizações das AVD’S.
Porém, cada paciente pode apresentar diferentes resultados mediante cada
modulação.
Osiri et al. (2009), em seu trabalho, tiveram como objetivo apurar o efeito
do TENS para indivíduos em tratamento de OA de joelhos. Quando comparados,
os efeitos maiores no alívio da dor e melhora da função, o modo TENS Burst se
mostrou mais eficaz que o convencional, em um período de quatro semanas.
O questionário WOMAC foi testado em uma versão computadorizada
diante de um estudo com 30 pacientes, no qual, os mesmos o respondiam nas
versões digitalizada e escrita. No resultado final, a versão computadorizada foi
grandiosamente validada e colocada como uma boa metodologia para a
avaliação de pacientes com OA (Bellamy et al, 1997). Porém, o recurso
44
tecnológico se trata de uma ferramenta não acessível para toda a população,
principalmente, a idosa, na qual a grande parte não possui o domínio e nem
mesmo computadores de fácil acesso.
Estudos que avaliaram a funcionalidade de idosos com AO, através do
Womac, identificaram que a dor se trata do maior fator que gera limitação, sendo
elevado o nível da mesma durante o subir e descer escadas, devido aos
impactos gerados na articulação do joelho durante essa atividade. Desta forma,
pode-se entender que ambas as atividades representam maior dificuldade em
relação à capacidade funcional em indivíduos que apresentam OA de joelho.
(LOPES; SANTOS, 2007)
É significativo que o idoso preserve um estilo de vida ativo, utilizando as
atividades da vida diária (AVD’S) como um meio eficaz para promoção e
manutenção de um nível mínimo de condicionamento físico. (TEIXEIRA, 2007)
Sendo notável no estudo, a funcionalidade durante a pesquisa teve um
evolução muito positiva após as intervenções, com um valor significativo de
melhora de 50% nos grupos de TENS e US. Isso auxilia como uma forma de
orientação e prevenção aos idosos, ressaltando a necessidade dos mesmos
sempre se manterem ativos em suas atividades diárias.
2.8 Conclusão
Com base nos resultados encontrados na pesquisa, conclui-se que ambas
as intervenções apresentaram melhora quando comparadas no pré e pós,
mediante a avaliação do WOMAC. Pode-se ressaltar que, na realização do teste
T de student, apenas no tópico de rigidez articular houve diferença significativa
quando comparadas intragrupos; nos demais tópicos, de dor e realização de
atividades diárias, não se obtiveram valores relevantes, com relação ao valor de
referência (p<0,05). Os recursos eletroterapêuticos utilizados no presente estudo
demonstram uma melhora na funcionalidade. O número de sessões realizadas
foi eficaz para a redução da sintomatologia, porém, não foi suficiente para a
eliminação dos problemas avaliados. Dessa forma, deve-se ficar por
responsabilidade do fisioterapeuta determinar a quantidade de sessões
necessárias para promover uma melhora no quadro de OA de joelho. Sugere-
45
se, assim, uma associação da eletroterapia a exercícios terapêuticos, a fim de
se obterem melhores resultados.
46
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APÊNDICES
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APÊNDICES A – Questionário de WOMAC
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ANEXOS
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ANEXO A - Parecer Consubstanciado do CEP
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ANEXO B – TERMO DE CONCENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Eu ...................................................................................................,
portador do RG n°. ........................................................., atualmente com ...
anos, residindo na
..................................................................................................... , após leitura da
CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DA PESQUISA, devidamente
explicada pela equipe de pesquisadores Marco Aurélio Gabanela Schiavon,
Mônika Santana Carderari, e Tais Nayara de Andrade Pereira , apresento meu
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO em participar da pesquisa
proposta, e concordo com os procedimentos a serem realizados para alcançar
os objetivos da pesquisa.
Concordo também com o uso científico e didático dos dados, preservando
a minha identidade.
Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012 e, estou ciente
de que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial guardada por
força do sigilo profissional e que a qualquer momento, posso solicitar a minha
exclusão da pesquisa.
Ciente do conteúdo, assino o presente termo.
Local, ............. de ............... de 20.....
.............................................................
Assinatura do Participante da Pesquisa
_________________________________________
Marco Aurelio Gabanela Schiavon
Rua Botocudos,n°320,Lins-SP,CEP:16.400.370
(14)99767-0165
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ANEXO C – CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DE PESQUISA
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