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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical EFEITO DO VIGOR DAS SEMENTES SOBRE O DESEMPENHO DE PLANTAS DE ALGODÃO FÁBIO MATTIONI C U I A B Á - MT 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

EFEITO DO VIGOR DAS SEMENTES SOBRE O

DESEMPENHO DE PLANTAS DE ALGODÃO

FÁBIO MATTIONI

C U I A B Á - MT

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

EFEITO DO VIGOR DAS SEMENTES SOBRE O

DESEMPENHO DE PLANTAS DE ALGODÃO

FÁBIO MATTIONI

Orientadora: Profª. Drª. MARIA CRISTINA DE FIGUEIREDO E ALBUQUERQUE

Co-Orientador: Prof. Dr. JÚLIO MARCOS FILHO

C U I A B Á - MT

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical

EFEITO DO VIGOR DAS SEMENTES SOBRE O

DESEMPENHO DE PLANTAS DE ALGODÃO

FÁBIO MATTIONI

Engenheiro Agrônomo

Orientadora: Profª. Drª. MARIA CRISTINA DE FIGUEIREDO E ALBUQUERQUE

Co-Orientador: Prof. Dr. JÚLIO MARCOS FILHO

C U I A B Á - MT

2010

Tese apresentada à Faculdade de

Agronomia e Medicina Veterinária da

Universidade Federal de Mato Grosso para

obtenção do título de Doutor em Agricultura

Tropical.

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte

Catalogação na fonte: Maurício Silva de Oliveira – Bibliotecário CRB-1/1860

M379e Mattioni, Fábio.

Efeito do vigor das sementes sobre o desempenho de plantas de algodão / Fábio Mattioni. – 2010.

xi, 64f. ; il. ; 30 cm. -- (incluem figuras e tabelas). Orientadora: Maria Cristina de Figueiredo e Albuquerque Co-orientador: Júlio Marcos Filho.

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Mato Grosso. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical, 2010.

1. Gossypium hirsutum. 2. Testes de vigor. 3. Potencial fisiológico. I. Título.

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A minha esposa Gabriele

pelo apoio e força nos momentos difíceis

Dedico...........

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), pela oportunidade

de realização do curso e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de

Mato Grosso (FAPEMAT) pela concessão da bolsa de estudos.

À Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMEV) pelas

condições oferecidas na realização do curso.

À professora e orientadora Maria Cristina de Figueiredo e

Albuquerque, pela dedicação, orientação, amizade e principalmente pela

acolhida no período em que residi na cidade de Cuiabá.

Ao professor Júlio Marcos Filho, pela co-orientação, amizade,

sugestões e apoio na realização deste trabalho.

Aos professores Sebastião Carneiro Guimarães e Elisabeth Aparecida

Furtado de Mendonça pelas dicas.

A todos os colegas do curso de Pós-graduação, pela amizade e

alegria no período de convivência.

Aos amigos inseparáveis do Laboratório em especial ao Zé Luis,

Fernanda e Rose pela amizade, companheirismo e ajuda na realização dos

testes. Aos funcionários e amigos Néia e Sr. João pela colaboração e

constante amizade.

Aos meus familiares em especial aos meus pais, meus irmãos Miriam

e Daniel, tias Ivete e Ondina, prima Marina e avó Adelina que nos momentos

mais difíceis sempre me apoiaram.

À minha esposa Gabriele pela paciência, dedicação,

companheirismo, apoio e compreensão nos momentos em que estive

ausente.

A Deus acima de tudo, por ter me guiado até aqui, concebendo a

realização de mais um de meus objetivos.

...Obrigado

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LISTA DE FIGURAS

1 Condições meteorológicas durante o ciclo fenológico de três lotes de

algodão, com diferentes níveis de vigor............................................... 48

2 Diferença no porte da planta durante o ciclo vegetativo de três lotes

de sementes com diferentes níveis de vigor......................................... 52

Página

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LISTA DE TABELAS

1 Esquema estatístico empregado na análise dos dados de

determinação do potencial fisiológico e desempenho inicial das

plantas em campo................................................................................... 41

2 Esquema estatístico empregado na análise dos dados de

desempenho durante a fase vegetativa, reprodutiva e de qualidade de

fibra de plantas de algodão em campo................................................... 41

3 Médias dos resultados dos testes de massa de mil sementes, teor de

água e de germinação de três lotes de sementes de algodão................ 44

4 Médias dos resultados dos testes de vigor de três lotes de sementes

de algodão............................................................................................... 45

5 Desempenho inicial de três lotes de sementes de algodão (cv. FMT

701), com diferentes níveis de vigor e estande de plantas corrigido

pelo teste de germinação......................................................................... 49

6 Desempenho durante a fase vegetativa de três lotes de sementes de

algodão (cv. FMT 701), com diferentes níveis de vigor......................... 50

7 Desempenho durante a fase vegetativa de três lotes de sementes de

algodão (cv. FMT 701), com diferentes níveis de vigor.......................... 51

8 Desempenho durante a fase reprodutiva das plantas de três lotes de

algodão (cv. FMT 701), com diferentes níveis de vigor........................... 54

9 População de plantas oriundas da semeadura com diferentes ajustes,

de três lotes de sementes de algodão (cv. FMT 701) com diferentes

níveis de vigor.......................................................................................... 55

10 Qualidade da fibra das plantas de três lotes de algodão (cv. FMT 701),

com diferentes níveis de vigor................................................................. 57

11 Qualidade da fibra das plantas de três lotes de algodão (cv. FMT 701),

com diferentes níveis de vigor................................................................. 58

Página

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 12

2. REVISÃO DE LITERATURA. ................................................................ 15

2.1 Vigor de Sementes............................................................................... 15

2.2 Efeito do Vigor de Sementes Sobre o Desempenho de Plantas......... 18

2.3 Características Agronômicas e a Produção do Algodão...................... 24

3.MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................... 30

3.1 Potencial Fisiológico das Sementes..................................................... 30

3.1.1 Descrição dos testes de laboratório.................................................. 31

3.1.1.1 Teor de água.................................................................................. 31

3.1.1.2 Massa de 1.000 sementes............................................................. 31

3.1.1.3 Germinação.................................................................................... 32

3.1.1.4 Testes de vigor............................................................................... 32

3.2 Desempenho de Plantas...................................................................... 35

3.2.1 Desempenho inicial das plantas de algodão..................................... 37

3.2.2 Desempenho durante a fase vegetativa das plantas de algodão..... 39

3.2.3 Desempenho durante a fase reprodutiva das plantas de algodão.... 39

3.3 Qualidade da Fibra do Algodão............................................................ 40

3.4 Procedimento Estatístico...................................................................... 40

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................. 42

4.1 Potencial Fisiológico das Sementes..................................................... 42

4.2 Desempenho das Plantas de Algodão................................................. 46

4.3 Qualidade da Fibra do Algodão............................................................ 56

5 CONCLUSÕES....................................................................................... 61

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 62

Página

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EFEITO DO VIGOR DAS SEMENTES SOBRE O

DESEMPENHO DE PLANTAS DE ALGODÃO

RESUMO - Um dos principais desafios das pesquisas com sementes é

averiguar até que ponto ocorre a influência do potencial fisiológico das

sementes sobre o ciclo fenológico e a produção de plantas. Neste trabalho,

pretendeu-se averiguar a eficiência da metodologia utilizada em laboratório

para a caracterização do potencial fisiológico das sementes, mediante a

comparação com resultados obtidos em campo. Verificar o efeito do vigor de

sementes sobre o desempenho de plantas e a produção de algodão e

determinar se características morfológicas e fisiológicas das plantas são

influenciadas pelo uso de lotes de sementes com diferentes níveis de vigor.

O trabalho foi realizado em duas safras 2006/2007 e 2007/2008; e em duas

etapas: a primeira foi realizada em laboratório e a segunda, em campo.

Foram realizados em laboratório testes de germinação e de vigor para

classificar lotes de sementes em três níveis diferentes de vigor. Esses lotes

foram semeados em campo na Fazenda Chimarrita, localizada em

Jaciara/MT. Foram verificadas características fisiológicas e morfológicas das

plantas e, também, características de qualidade de fibra. Sementes

selecionadas como de maior vigor em laboratório pelos testes de primeira

contagem da germinação, envelhecimento acelerado, germinação a baixa

temperatura, tetrazólio e condutividade elétrica originaram plantas com maior

desempenho em campo. Os testes de vigor primeira contagem da

germinação, germinação a baixa temperatura, envelhecimento acelerado,

tetrazólio, condutividade elétrica e crescimento de raiz são eficientes para

separar os lotes de sementes de algodão em diferentes níveis de vigor. Há

efeito do vigor de sementes de algodão sobre o desempenho inicial,

vegetativo e reprodutivo das plantas em campo. As características número

de ramos reprodutivos e números de botões florais são as mais

influenciadas pelo vigor das sementes de algodão.

Palavras-chave: Gossypium hirsutum, testes de vigor, potencial fisiológico.

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EFFECT OF SEED VIGOR ON COTTON PLANT PERFORMANCE

ABSTRACT - One of the main challenges of seed research is to check

whether occurs the influence of seed vigor on the physiological cycle and the

yield. In this work, we sought to determine the efficiency of the methodology

used in the laboratory to characterize the physiological potential, by

comparison with results obtained in the field. To verify the effect of seed vigor

on plant performance and production of cotton and to determine whether

morphological and physiological characteristics of plants are influenced by

the use of seed lots with different levels of vigor. The work was divided in two

periods in 2006/2007 and 2007/2008 growing seasons: first was conducted in

the laboratory and the second in the field. Germination and vigor tests were

conducted in laboratory, in order to rank seed lots in three different levels of

vigor. These lots were planted in Chimarrita Farm, located in Jaciara/MT. It

was observed physiological and morphological characteristics of plants and

also quality characteristics of the fiber. Selected seeds as most vigorous in

the laboratory by testing germination first count, accelerated aging, cool

germination test, tetrazolium and conductivity test originated plants with

higher performance on the field. The vigor tests germination first count, cool

germination test, accelerated aging, tetrazolium, conductivity test and root

growth are effective to separate lots of seed cotton at different levels of vigor.

There is effect of seed vigor over the initial performance, vegetative and

reproductive cotton plants in the field. The characteristics number of

branches reproductive and numbers of flower buds are most influenced by

the seed vigor of cotton.

Keywords: Gossypium hirsutum, vigor tests, physiological potential.

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1 INTRODUÇÃO

Durante o período de expansão da cotonicultura no Mato Grosso, o

algodão foi responsável por gerar inúmeros benefícios sociais e econômicos.

Porém, para que isto fosse possível, as tecnologias desenvolvidas e

incorporadas ao processo produtivo basearam-se em técnicas dependentes

de insumos, agroquímicos e do melhoramento genético.

Dentro de um novo paradigma, onde a questão ambiental passa a ser

o centro das discussões, alguns aspectos vem sendo debatidos para que se

mantenha a viabilidade do cultivo. Entre os pontos em questão, destacam-se

a viabilização da integração cotonicultura-pecuária, novas alternativas para a

diversificação de culturas, o cultivo adensado, a introdução de inseticidas e

fungicidas menos agressivos ao ambiente e, principalmente, o

desenvolvimento de tecnologia de sementes melhoradas.

Para o estabelecimento de uma cultura a uniformidade do estande de

plantas é a base para o sucesso do cultivo. Porém, no caso do algodão, os

níveis estabelecidos no Padrão Nacional de Comercialização de sementes

permitem a oferta de lotes com 70% de germinação para sementes básicas

e 75% para sementes certificadas (MAPA, 2005). Isto pode acarretar a

comercialização de lotes com menor potencial fisiológico, pois além de um

lote de sementes certificadas ter tolerância de 25% de sementes inviáveis,

esse mesmo lote pode apresentar alto índice de sementes com menor vigor,

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já que o vigor não é incluído nos padrões para a comercialização de

sementes.

A formação de lotes de sementes de algodão com menor vigor pode

estar relacionada com vários aspectos de produção das sementes, entre os

quais os fatores meteorológicos durante a maturação, época de colheita,

beneficiamento, condições de armazenamento, presença de patógenos e

insetos e também características herdáveis geneticamente. O uso dessas

sementes de algodão com menor vigor pode apresentar diversos problemas

durante o estabelecimento da cultura. Entre eles destacam-se o menor

número de plantas por unidade de área, quando as condições

meteorológicas não estão adequadas; e plantas com crescimento

desuniforme, o que dificulta a aplicação de herbicidas e reguladores de

crescimento.

Para evitar o armazenamento de lotes de sementes com menor vigor

foram desenvolvidos testes em laboratório para caracterizar lotes de

sementes com maior ou menor potencial fisiológico. Dentre esses estão os

testes de primeira contagem de germinação e crescimento de plântulas

(Nakagawa, 1999), germinação a baixa temperatura (Alvarenga, 1999),

envelhecimento acelerado (Marcos Filho, 1999), tetrazólio (Vieira e Pinho,

1999) e condutividade elétrica (Vieira e Krzyzanowski, 1999).

Por outro lado, não existem informações consistentes sobre a

utilização de testes de vigor após o armazenamento das sementes de

algodão no período que antecede a semeadura, e tão pouco se conhece o

efeito do vigor após o período de emergência das plântulas. Para outras

espécies, como soja, arroz e amendoim existem pesquisas que apresentam

resultados favoráveis para a utilização de lotes de sementes com maior

vigor. Nesses casos, os resultados indicam a influência do vigor durante a

emergência, até parte do ciclo ou ainda a persistência até o final do ciclo das

plantas. Sementes mais vigorosas podem apresentar plantas com

crescimento rápido e uniforme, menor sensibilidade a injúrias por

microrganismos, além de maior produção por área.

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Sementes de algodão geralmente apresentam sérios problemas de

qualidade, principalmente por fatores relacionados aos danos mecânicos

ocorridos durante o processo de colheita e beneficiamento da pluma. Lotes

com menor qualidade podem apresentar menor potencial de desempenho

durante a emergência de plântulas e nas fases subseqüentes do

desenvolvimento. Por esses motivos, estudos procurando disponibilizar

informações sobre o efeito do vigor das sementes são importantes para que

os agricultores possam tomar decisões na aquisição de lotes de sementes

com maior potencial fisiológico. Além disso, com as informações obtidas em

testes de vigor pode-se ajustar a população de plantas durante a

semeadura, já que nesse período as condições do ambiente nem sempre

estão adequadas para a emergência das plântulas.

Como objetivo do presente estudo, pretendeu-se averiguar a

eficiência da metodologia utilizada em laboratório para a caracterização do

potencial fisiológico das sementes, mediante a comparação com resultados

obtidos em campo. Verificar o efeito do vigor de sementes sobre o

desempenho de plantas e a produção de algodão e determinar se

características morfológicas e fisiológicas das plantas são influenciadas pelo

uso de lotes de sementes com diferentes níveis de vigor.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Vigor de Sementes

A seleção das sementes com a intenção de formar lotes mais

homogêneos foi impulsionada a partir do estabelecimento dos atributos de

qualidade. Popinigis (1985) referiu-se aos atributos genéticos, físicos,

fisiológicos e sanitários e Hampton (2002) agrupou os componentes de

qualidade das sementes em três categorias: descrição (pureza física, pureza

genética, uniformidade de tamanho, forma e massa), higiene (índice de

contaminação por espécies silvestres e sanidade) e potencial de

desempenho (germinação, vigor, grau de umidade, porcentagem e

uniformidade de emergência de plântulas e armazenabilidade).

Para avaliar a qualidade das sementes, no Brasil, foram estabelecidas

regras para análise de sementes desde 1967. Novas edições foram

lançadas em 1976, 1988, 1992 e 2009). O objetivo foi padronizar os

procedimentos utilizados nos testes de germinação e tetrazólio, com o intuito

de minimizar a variação dos resultados em função dos procedimentos

adotados em cada laboratório (Brasil, 1992). A última revisão e ampliação

desse trabalho foi publicada pelo MAPA em 2009 (Brasil, 2009).

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Entretanto, ainda que os resultados obtidos no teste de germinação

apresentem alto grau de confiabilidade para analistas e para produtores de

sementes, sob o aspecto da reprodução dos resultados e possibilidade de

utilização como base para a fiscalização do comércio de sementes, o

mesmo não ocorre quando se trata da utilização de lotes para a semeadura

em campo. Quando as condições ambientais se desviam daquelas mais

adequadas, os resultados de emergência das plântulas podem ser inferiores

aos observados para a germinação em laboratório (Marcos Filho 2005).

Neste sentido, houve grande concentração de esforços para o

desenvolvimento ou aprimoramento de métodos para a determinação do

vigor e elucidação de efeitos que interferem no desempenho das sementes.

A condução de testes de vigor procura detectar diferenças significativas no

potencial fisiológico de lotes com germinação semelhante, fornecendo

informações adicionais às proporcionadas pelo teste de germinação.

Paralelamente, espera-se que os resultados permitam distinguir com

segurança os lotes de alto e baixo vigor e que as diferenças detectadas

estejam relacionadas ao comportamento das sementes durante o

armazenamento e após a semeadura (Marcos Filho, 2005).

Embora haja grande dificuldade para definir o termo, entre os

conceitos mais usados para vigor de sementes, destaca-se o proposto pela

ISTA (1995), em que vigor “é a soma total das propriedades das sementes,

que determinam o nível de atividade e desempenho da semente ou do lote

de sementes, durante a germinação e a emergência das plântulas. As

sementes que apresentam melhor desempenho são chamadas sementes de

alto vigor”.

Atualmente, existem vários testes para avaliar o vigor das sementes.

Esses testes foram desenvolvidos concomitantemente aos avanços da

pesquisa em tecnologia de sementes, porém todos eles são fundamentados

em quatro princípios, classificados por MacDonald (1975) em físicos,

fisiológicos, bioquímicos e de resistência das sementes.

Detalhada descrição dos procedimentos, equipamentos utilizados e

da forma de avaliação dos resultados dos testes, para as principais espécies

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cultivadas, pode ser encontrada nos trabalhos de Marcos Filho et al. (1987),

Vieira e Carvalho (1994), ISTA (1995), Bonner (1998), Krzyzanowski et al.

(1999), Baudet e Peske (2005), Marcos Filho (2005) e AOSA (2006).

Dentre os testes disponíveis, dois são recomendados pela ISTA

(1995). O teste de envelhecimento acelerado, que é um dos mais sensíveis

e eficientes para avaliar o vigor de sementes de soja; e o teste de

condutividade elétrica para a cultura de ervilha, método bioquímico e indireto

que possibilita a leitura dos resultados em um período relativamente curto

quando comparado a outros testes.

Ainda que as evidências para recomendar um único teste para

determinar o vigor de lotes de sementes para todas as espécies cultivadas

sejam pouco consistentes, alguns autores citaram testes com maior

sensibilidade em função das características de cada espécie, como é o caso

do teste frio para sementes de milho, envelhecimento acelerado para

sementes de soja e condutividade elétrica para sementes de ervilha

(Hampton e Tekrony, 1995), teste de germinação a baixa temperatura e

contagem de emergência aos três dias para sementes de algodão (Baskin,

2001; Freitas et al., 2002), teste de tetrazólio e crescimento de plântulas

para sementes de soja (França Neto, 1998; Vanzolini et al., 2007),

deterioração controlada para sementes de feijão (Santos et al., 2003), teste

de frio modificado e classificação do vigor para sementes de arroz (Menezes

e Silveira, 1995) e teste de envelhecimento acelerado para sementes de

trigo (Lima et al., 2006).

No Brasil, o uso de testes de tolerância a estresses tem se destacado

entre as pesquisas, com recomendação de testes de vigor em função de

condições ambientais específicas em diferentes regiões geográficas, como é

o caso do teste de frio para sementes de algodão (Miguel et al., 2001), para

locais onde a emergência de plântulas é influenciada por baixas

temperaturas, e teste de envelhecimento acelerado para sementes de soja

(Scappa Neto et al., 2005) e trigo (Lima et al., 2006) para locais onde a

emergência é influenciada por altas temperaturas.

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Existem trabalhos que apresentam relação positiva entre os

resultados de testes de vigor utilizados em laboratório e a emergência de

plântulas em campo. Para a cultura do algodão, Freitas et al. (2000)

encontraram evidências significativas utilizando o teste de germinação a

baixa temperatura para estimar a emergência de plântulas em campo,

quando as condições do ambiente foram adversas. Ávila et al. (2005)

encontraram maior eficiência para os testes de primeira contagem de

germinação, envelhecimento acelerado e condutividade elétrica para estimar

o potencial de emergência das plântulas de canola em campo.

O potencial fisiológico das sementes de algodão pode ser influenciado

por diversos fatores, que podem ocorrer no campo, antes e durante a

colheita, e por outros que podem ocorrer no período pós-colheita, como a

secagem, beneficiamento e armazenamento (Freire, 2007). Os danos

mecânicos são apontados como um dos mais sérios problemas da produção

de sementes de algodão, geralmente resultando na redução da proporção

de plântulas normais e aumento na de plântulas anormais e infeccionadas

(Popinigis, 1985).

2.2 Efeito do Vigor de Sementes Sobre o Desempenho de Plantas

Para muitas espécies agrícolas e olerícolas são recomendadas

populações específicas de plantas, principalmente, para maximizar a

produção por área (Hampton e Coolbear, 1990). Por esse fato quando as

condições ambientais estão próximas das ideais, a emergência em campo

terá melhor relação com os resultados do teste de germinação em

laboratório e, neste caso, o vigor das sementes não será um fator muito

importante. No entanto, as condições de campo ideais não são, muitas

vezes, encontradas na prática; e estresses ambientais como, por exemplo,

baixa ou alta temperatura, excesso ou baixa umidade do solo, podem levar a

variação de desempenho de campo (ISTA, 1995). O problema mais

freqüente é a perda de população de plantas por área. Por outro lado,

quando o estande de plantas é homogêneo e a emergência desuniforme, a

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20

qualidade da semente pode afetar indiretamente a taxa de crescimento

relativo (Finch-Savage, 1995). Isto ocorre porque plântulas que emergem em

diferentes períodos serão submetidas a diferentes condições ambientais,

que podem interferir no crescimento da plântula. Sobre esse aspecto,

Albuquerque e Carvalho (2003) destacaram que a semeadura de lotes com

menor potencial fisiológico torna-se pouco interessante, pois esses

apresentam menor resistência a estresses ambientais.

A emergência reduzida ou desuniforme pode conduzir a atrasos no

desenvolvimento, problemas com o controle de plantas invasoras,

desuniformidade da cultura em diversos estádios fenológicos (inclusive

maturação), interferência na qualidade do produto e nas características da

planta relacionadas à eficiência da colheita (altura das plantas, intensidade

de ramificação, altura de inserção dos frutos, diâmetro do caule e

intensidade de acamamento) (Marcos Filho, 2005).

Os efeitos do vigor sobre a emergência de plântulas e o estande de

plantas podem representar maiores problemas em espécies onde a

produção final é mais dependente do estande de plantas do que em

espécies onde esse efeito é menor em função da compensação da estrutura

reprodutiva. Por exemplo, Aranha (1998) observou na cultura da soja que a

avaliação na produção, considerando o desempenho individual de cada

planta, o fator mais importante foi o espaço disponível, independente do

efeito do vigor. Assim é razoável que a discussão sobre o assunto considere

que os possíveis efeitos do vigor de sementes sobre o desempenho das

plantas estejam estreitamente associados a características de cada espécie

(Marcos Filho, 2005).

Lotes de maior potencial fisiológico geralmente apresentam

características como: maior velocidade de emergência, maior altura e maior

acúmulo de massa seca das plântulas (Oliveira et al., 2009). Porém a

relação dessas características com o desempenho e a produção das plantas

é comumente muito contestada pelos pesquisadores. A maioria dos tecidos

das plantas envolvidos na produção e rendimento de matéria seca é formada

depois da emergência da plântula e parece improvável que o vigor da

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semente influencie os processos fisiológicos e a habilidade de acúmulo de

matéria seca (TeKrony e Egli, 1991).

Em teoria, a germinação, vigor e tamanho (três aspectos da qualidade

das sementes) podem influenciar o rendimento da cultura através de ambos

os efeitos, diretos e indiretos. Os efeitos indiretos incluem aqueles sobre a

porcentagem de emergência de plântulas, alterando a densidade da

população de plantas e conseqüentemente o rendimento. Os efeitos diretos

são mais difíceis de serem percebidos, porém em algumas circunstâncias é

possível detectá-los (Ellis, 1992).

Outro fator a ser levado em consideração é que o vigor das sementes

pode interferir em algumas características e não em outras de cada planta.

Partindo desse ponto de vista é que as especulações sobre o efeito do vigor

de sementes sobre o desempenho e a produção de plantas ganharam

destaque. A questão central a ser discutida, citada por Marcos Filho (2005),

passou a ser até que ponto o vigor da semente pode interferir no

desenvolvimento da planta e na produção final?

Em uma ampla revisão bibliográfica, TeKrony e Egli (1991) analisaram

vários trabalhos que relacionaram o vigor das sementes e a produção de

plantas. Segundo esses autores, em espécies colhidas durante o

crescimento vegetativo ou no início do estádio reprodutivo ocorre relação

positiva entre vigor de semente e o rendimento de plantas. Já para espécies

colhidas no final do ciclo reprodutivo, o vigor parece apresentar pouca

interferência.

Por outro lado, em alguns trabalhos são apresentados resultados

favoráveis, sobre a produção final, com a utilização de sementes de maior

vigor. Por exemplo, para a cultura do amendoim, Carvalho e Toledo (1978)

verificaram que mesmo com a compensação da população, a produção por

área de plantas provenientes de sementes de baixo vigor foi

significativamente menor em relação às originadas de sementes de alto

vigor. No entanto, isso ocorreu quando o estande de plantas no campo foi

inferior a 50% do número de sementes distribuídas na semeadura.

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22

Já para Larsen et al. (1998), a influência do vigor pode existir mesmo

sem ocorrerem diferenças no estande inicial. Em estudos com sementes de

ervilha e canola, esses autores observaram que sementes menos vigorosas

emergiram mais lentamente e, embora as diferenças do desenvolvimento

inicial tenham se atenuado com o progresso do ciclo das plantas, o

crescimento das plantas provenientes de sementes de baixo vigor

geralmente continuou menor.

Melo et al. (2006) verificaram que plantas de arroz oriundas de

sementes de alto vigor, semeadas em bandejas e transplantadas em campo

apresentaram desempenho superior, para as variáveis matéria seca de

plantas, área foliar, altura, número de perfilhos, panículas por planta e

rendimento de grãos.

Em trabalho conduzido por Kolchinski et al. (2005), com sementes

envelhecidas artificialmente e estande de plantas corrigido com desbaste em

função da data de emergência, foi observado que plantas provenientes de

sementes emergidas até o quinto dia e denominadas de alto vigor

apresentaram maior índice de área foliar, produção de matéria seca e

rendimento de grãos. Também Schuch et al. (2009), trabalhando com

sementes de soja e avaliando o efeito da qualidade fisiológica das sementes,

observaram que plantas emergidas até o sexto dia apresentaram maior

altura, diâmetro de caule e rendimento de grãos.

Da mesma forma, Fernandes et al. (1997) sugeriram que plântulas

selecionadas em laboratório com melhor desempenho podem transmitir

características específicas para suas progênies. Segundo esses autores

plântulas de pimentão selecionadas no teste de frio sem solo e

transplantadas para estufa plástica deram origem a plantas com maior

altura. Essas plantas produziram ainda sementes com maior porcentagem

de germinação, o que sugere que ocorre variação quanto ao vigor individual

das sementes de pimentão. Resultados similares foram encontrados por

Caveiro e Gil (1991), que selecionaram dentro de uma cultivar de pimentão,

sementes com rápida e lenta germinação, que ao serem testadas suas

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23

progênies no campo mantiveram alta e significativa correlação com os

resultados de laboratório.

Contudo, para Marcos Filho (2005), estudos sobre a relação entre

vigor e desempenho das plantas relatam resultados contraditórios e

conclusões diversificadas, principalmente pelo emprego de diferentes testes

para avaliar o vigor das sementes e também das características avaliadas.

Nesse sentido, segundo esse autor, para que se consiga maior clareza em

determinar o efeito do vigor no desempenho de cada espécie, deve haver

um consenso entre os pesquisadores em, pelo menos, três pontos

fundamentais: utilizar lotes de sementes com germinação semelhante (acima

do mínimo estabelecido nos padrões) e da mesma cultivar, padronizar os

testes de vigor e utilizar os mesmos testes para todas as espécies testadas,

além de manter o estande fixo de plantas. Outro ponto de importância

fundamental, segundo Ávila (2005), é a observância e o registro das

condições meteorológicas em que o experimento foi realizado, pois os dados

auxiliam na discussão, uma vez que o desempenho das sementes pode

variar conforme as condições do ambiente, principalmente no período de

emergência das plântulas.

Por outro lado, mesmo que em alguns casos, o vigor das sementes

tenha pequeno efeito sobre o rendimento de algumas espécies, a utilização

de sementes mais vigorosas se justifica, pois as exigências impostas pelo

comércio e novas técnicas de produção modernas tem sido cada vez mais

rígidas quanto à qualidade das sementes (Finch-Savage, 1995). Dessa

forma, determinar o potencial fisiológico das sementes de um lote antes da

semeadura no campo pode ser uma ferramenta muito importante,

principalmente, para que se tome a decisão sobre o tipo de investimento que

será realizado no cultivo como, fertilização do solo, controle de pragas e

doenças, que representam os itens de maior importância no custo de

produção.

Determinado o potencial fisiológico em laboratório, algumas técnicas

podem ser adotadas para minimizar o efeito da semeadura de lotes com

menor vigor. Uma delas é o aumento da população de plantas; essa

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estratégia pode ser empregada para espécies em que são recomendadas

altas populações por unidade de área. Resultados satisfatórios dessa

técnica foram observados no cultivo de soja (Aranha, 1998) e aveia preta

(Schuch et al., 2000). Esses autores verificaram efeito compensatório sobre

a produção das plantas, em que o efeito do baixo vigor das sementes foi

compensado pela elevação da população de plantas. Outra estratégia

interessante é a utilização de sementes pré-germinadas de modo a

favorecer a uniformidade e a emergência de plântulas. Essa técnica é

utilizada com grande eficiência no cultivo de arroz irrigado no estado do Rio

Grande do Sul (Marchezan et al., 2001).

De outra forma, para espécies cultivadas sob populações

relativamente baixas por unidade de área, e quando a operacionalização do

cultivo permite, podem ser adotadas técnicas de transplante ou de desbaste;

essas práticas são utilizadas principalmente em espécies olerícolas

(Murayama, 1973). No primeiro caso, a semeadura é realizada em bandejas

e classificadas pelo tamanho antes de serem transplantadas para o local

definitivo. No segundo caso, a semeadura é realizada em uma mesma cova

e, quando as plântulas emergem, são descartadas as que apresentam

menor vigor. Contudo, o uso dessas estratégias pode representar maior

custo de produção, pois em ambos os casos há necessidade de maior

volume de sementes.

No caso do algodão, a semeadura em grandes áreas é realizada em

sulco não sendo realizado o desbaste. Nesse sentido, a única estratégia

para corrigir diferenças de lotes com menor vigor seria a compensação com

maior densidade de sementes no sulco. Todavia, essa cultura apresenta

algumas peculiaridades em relação ao crescimento, o rendimento e a

qualidade da fibra, sendo esses fatores muito influenciados pelo arranjo das

plantas (Heitholt, 1997).

Segundo Fowler e Ray (1977), o crescimento e o desenvolvimento do

algodão são dependentes do arranjo de plantas, o qual ocasiona mudanças

nas características morfológicas e fisiológicas da planta e da cultura como

um todo. A arquitetura, a posição dos frutos e o número de frutos por planta

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são significativamente influenciados pelo espaçamento e densidade de

semeadura. Silva (2001) verificou que em condições de alta população por

unidade de área ocorre a redução do número de frutos por planta. Jones e

Wells (1997) verificaram que a produção de algodão em caroço é mais

influenciada pelo espaçamento entre fileiras, enquanto que as características

tecnológicas da fibra são mais influenciadas pela densidade de plantas.

2.3 Características Agronômicas e a Produção do Alg odão

Durante o processo de obtenção de cultivares melhoradas de algodão

herbáceo são avaliadas características agronômicas e industriais. Os

caracteres agronômicos compreendem essencialmente os atributos da

planta, sua adaptação ambiental e potencial produtivo, enquanto que as

características industriais compreendem os atributos de qualidade da fibra

(Moresco, 2003). Entre as características agronômicas melhoradas, além

daquelas ligadas a produtividade do algodão em caroço, rendimento de

pluma, massa do capulho e massa de 1.000 sementes (Penna, 2006), estão

área foliar e altura das plantas (Rosolem, 2006). As plantas melhoradas são

mais precoces, com menor número de dias para o aparecimento da primeira

flor e do primeiro capulho, bem como menor número de nós para surgimento

do primeiro ramo frutífero (Souza e Silva, 1992).

A altura, normalmente, é a principal característica mensurada em

trabalhos que relatam o vigor de sementes (Edje e Burris, 1971; Costa et al.,

1980; Lin, 1982). Plantas menores normalmente são associadas a menor

vigor; além disso, podem apresentar pior desempenho quando as condições

ambientais são menos adequadas (Larsen et al., 1998). No caso do algodão,

a altura é também determinante da produtividade, pois como a planta

apresenta estrutura de baixa eficiência na captação e distribuição da luz

dentro do dossel, pode ocorrer menor disponibilidade de assimilados para os

frutos, elevando a porcentagem de queda dos mesmos (Oostherhuis et al.,

1994).

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Outro fator importante associado à altura das plantas é o rendimento

durante a colheita. Quando ocorre crescimento excessivo das plantas, a

colheita mecânica é prejudicada. Com plantas muito altas, o caule se curva

para entrar na colhedora, o que aumenta a quantidade de impurezas no

produto colhido. Para que ocorra melhor rendimento da colheita mecânica, a

altura desejada das plantas não deve ultrapassar 1,5 m (Bélot e Vilela,

2006). Esse valor, em cultivo mecanizado, é obtido com o uso de

reguladores de crescimento. Atualmente existem produtos específicos

registrados no Ministério da Agricultura para essa finalidade (MAPA, 2009).

O número de ramos reprodutivos também foi relatado por Mauney

(1984) como característica de relativa importância para o desempenho na

fase reprodutiva do algodão. Esse autor considerou que, embora o primeiro

ramo frutífero apareça na base da sexta à nona folha do caule principal, a

formação das gemas inicia-se antes deste estádio. A gema da base do sexto

nó só inicia quando a planta apresenta duas folhas verdadeiras

(expandidas). Esse mesmo autor citou que o vigor da plântula nas fases

iniciais de crescimento influencia o surgimento dos primeiros ramos.

As cultivares modernas de algodão podem apresentar ramos

monopodiais e simpodiais e esses são frequentemente denominados de

ramos vegetativos e frutíferos, respectivamente (Mauney, 1984). O número

de ramos reprodutivos em uma planta é determinado por fatores genéticos e

ambientais (Magalhães et al., 2000). As cultivares em uso comercial

apresentam o primeiro ramo frutífero do quinto nó em diante, e ocorrem de 0

a 3 ramos vegetativos por planta, o restante é frutífero (Beltrão, 1999). Nas

três primeiras semanas da floração define-se a produção e, os frutos de

primeiro e segundo pontos dos ramos frutíferos do meio da planta são os

mais importantes, definindo mais de 90% da produção (Beltrão, 2005).

O número de nós por planta é outra característica muito importante

para o desenvolvimento da planta e tem aproximação direta com outras

características como a altura da planta e o número de ramos. Em condições

normais, a planta de algodão herbáceo apresenta, em média, 14 a 16 nós na

haste principal acima do nó cotiledonar, por ocasião do aparecimento da

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primeira flor; porém, esse número pode variar, principalmente com as

condições de temperatura durante o ciclo (Rosolem, 1999; Soares et al.,

1999). Beltrão et al. (1999) relataram que plantas de algodão podem

apresentar floração com menos de 27 dias de emergência, mas esse fato

reduz o número de nós, de ramos reprodutivos e a produção.

Em estudos com outras espécies, que relataram o efeito do vigor das

sementes na produção, foram avaliadas características da parte comercial,

como o número e o peso (Lin, 1982; Puteh et al., 1995; Tonin, 1997; Aranha,

1998). Entre os componentes de produção da cultura do algodão tem-se o

capulho (número e peso médio) e a população de plantas (número de

indivíduos por unidade de área) como muito importantes e que dependem

por sua vez, em termos de contribuição de cada planta, da configuração e do

arranjo de plantas. No caso do algodão, a relação entre a produtividade e a

população de plantas é de natureza parabólica, na qual a produção cresce

com o aumento da população de plantas até um valor limite e depois

decresce quando a densidade de plantas excede o máximo tolerado

naquelas condições (Beltrão et al., 1999).

Tratando-se, originalmente, de uma cultura com crescimento

indeterminado, durante o ciclo do algodão há diversos eventos ocorrendo ao

mesmo tempo, tais como crescimento vegetativo, aparecimento de gemas

reprodutivas, florescimento, crescimento e maturação de frutos (Street e

Opik, 1974). Durante boa parte do ciclo ocorre forte competição interna pelos

carboidratos fixados por meio da fotossíntese. Assim, se houver queda

excessiva de flores, botões florais e maças, haverá crescimento vegetativo

exagerado, aumentando o auto-sobreamento, que, por sua vez, causará

maior queda de estrutura reprodutiva (Rosolem, 2006).

A formação dos botões florais é uma das principais transformações

que ocorrem no ciclo da cultura. Plantas de algodão apresentam valores

próximos a 18,9 botões florais por planta aos 85 dias após a emergência

(Rosolem, 2006). Todavia, a queda ou abscisão de botões florais e de

maçãs jovens é um fenômeno natural; Oosterhuis (1992) citou que a queda

de até 60% é considerada normal.

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Contudo, produtividade elevada é alcançada quando

aproximadamente 10 botões florais transformam-se em capulhos ao final do

ciclo (Rosolem, 2006). Potencialmente, o algodão herbáceo tem condições

de produzir cerca de 17.500 kg.ha-1 de algodão em caroço (Beltrão e

Azevedo, 1993). Entretanto fatores internos e externos da planta e do

ambiente limitam essa produção. Hoje o rendimento médio no estado de

Mato Grosso é de 3.960 kg.ha-1 de algodão em caroço para safra 2008/2009

(CONAB, 2009).

Fenologicamente o algodão possui quatro estágios distintos de

desenvolvimento, fase vegetativa, formação dos botões florais, florescimento

e abertura dos capulhos (Marur e Ruano, 2001). A duração de cada estágio

depende das condições meteorológicas registradas após a semeadura. De

forma geral para o desenvolvimento favorável das plantas, o algodão

necessita que no ciclo sejam observadas condições meteorológicas de

temperatura variando entre 20 e 30ºC e precipitação entre 500 e 1.500 mm.

Além disso, a umidade relativa do ar deve ser em torno de 60% e a

nebulosidade inferior a 50% (Beltrão et al., 2005).

Em zoneamento edafo-climático para o Mato Grosso, realizado por

Amorim Neto et al. (2001), foram verificados 126 municípios onde são

encontradas condições favoráveis para o cultivo de algodão. Como critérios

foram considerados indicadores de temperatura do ar, deficiência hídrica e

freqüência de ocorrência de estiagens durante o período de florescimento; e

probabilidade de ocorrência de chuvas intensas e freqüentes durante o

período da colheita.

Entre os fatores determinantes para que produções próximas ao

potencial produtivo sejam alcançadas em campo, as condições

meteorológicas são, com certeza, as que exercem maior influência sobre o

desempenho das plantas. A temperatura e a disponibilidade hídrica

funcionam como mecanismos que controlam a taxa de crescimento do

algodão. Temperaturas mais elevadas aceleram as reações químicas no

interior da planta, o que durante o dia é benéfico, pois a taxa fotossintética é

acelerada e o crescimento é mais rápido. Porém, se temperaturas acima de

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26ºC persistirem durante a noite a respiração é maior o que diminui a taxa

de crescimento. Este fenômeno é mais importante durante o florescimento

ou início do enchimento das maçãs; sua ocorrência promove o abortamento

de botões florais e menor enchimento das maçãs (Hake e Silvertooth, 1990).

Da mesma forma, a disponibilidade de água no algodão é responsável

por vários eventos que acontecem na planta como o transporte de

nutrientes, controle interno da temperatura e fonte de hidrogênio e oxigênio;

e que por sua vez, controlam a taxa de crescimento (Hake et al., 1992).

Quando ocorre baixa disponibilidade hídrica o resultado é a diminuição da

taxa de crescimento, redução no número de frutos e diminuição da produção

de frutos jovens. Além disso, os frutos tornam-se imaturos, comprometendo

a qualidade da fibra. Isto ocorre, porque quando em estresse hídrico a planta

favorece o crescimento vegetativo e não o reprodutivo (Wrona et al. 1999).

Os componentes de colheita são normalmente estabelecidos em

condições meteorológicas menos adequadas (Finch-Savage, 1995). Neste

sentido, a relação do desempenho final das plantas e sua produção com o

valor da parte comercial das espécies cultivadas é relativamente importante.

Entre culturas comerciais, a classificação dos produtos vegetais é

determinada por padrões definidos de comercialização e, no caso do

algodão, verifica-se controle rigoroso do produto comercializado. Por meio

de testes, são identificadas e mensuradas as propriedades da fibra, dando

suporte referencial ao gerenciamento do processo e da aquisição da

matéria-prima (Lima, 2004).

Atualmente a pluma do algodão é classificada por padrões universais

em aparelhos automatizados, também conhecidos como HVI – High Volume

Instrument; com base em suas características intrínsecas (comprimento,

diâmetro ou finura, espessura da parede secundária ou maturidade,

micronare, resistência e alongamento) e extrínsecas (cor, aspecto visual,

presença e teor de neps e contaminações de matérias estranhas). Todavia,

entre os componentes estabelecidos para o HVI, procura-se no campo

estabelecer plantas com valores máximos possíveis para as características

relacionadas ao desempenho da fibra, entre elas, comprimento e

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uniformidade, resistência e micronaire (Lima, 2004). As cultivares em

distribuição no estado de Mato Grosso normalmente produzem fibras na

faixa de 30 a 32 mm de comprimento, 80% para uniformidade do

comprimento, 26,0 g.tex para resistência da fibra e micronare na faixa de 3,5

a 4,5 g.pol. (Penna, 2006).

O lucro do produtor é parcialmente condicionado a qualidade da fibra

que, assim como a do algodão em caroço, é muito influenciada pelas

práticas de produção. Entre elas, o uso de sementes de qualidade superior

representa uma garantia para obtenção dos níveis visados e a diminuição da

variabilidade das características tecnológicas da fibra (Chanselme, 2006).

Neste sentido, conhecer o efeito potencial do vigor das sementes sobre as

características agronômicas e de qualidade da fibra da cultura do algodão

pode ser uma ferramenta muito importante, principalmente, para que se

tome a decisão sobre o tipo de investimento que será realizado no cultivo.

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31

3 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi conduzido em duas etapas. A primeira no

Laboratório de Sementes da Faculdade de Agronomia e Medicina

Veterinária (FAMEV) da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de

Cuiabá, e a segunda na Fazenda Chimarrita, localizada no município de

Jaciara-MT, coordenadas geográficas 15°51'51.38"S e 55°11'40.05"W,

distante 100 km de Cuiabá, pólo de produção de algodão no estado do Mato

Grosso. Os experimentos em campo foram realizados nos anos agrícolas

2006/2007 e 2007/2008.

3.1 Potencial Fisiológico das Sementes

No ano de 2006 foram coletadas amostras de aproximadamente 300

lotes de sementes deslintadas de algodão, cultivar FMT 701. Essa cultivar

vem se mantendo entre as mais cultivadas, destacando-se principalmente

por sua alta produtividade, arquitetura de planta e características

agronômicas, segundo o IMA (2009). Os lotes foram coletados em diferentes

procedências, porém dentro do perímetro que compreende a zona de

produção do município de Campo Verde-MT. Todos os lotes utilizados eram

da categoria C2 (certificada de 2ª geração). As sementes também foram

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classificadas mecanicamente por meio de peneiras, utilizando-se as

sementes retidas na peneira de 9 mm.

Em laboratório os lotes foram analisados quanto à germinação e vigor

e separados três lotes com diferentes níveis de vigor (menor vigor, vigor

intermediário e maior vigor). Posteriormente, as sementes de cada lote

foram analisadas quanto ao teor de água, massa de 1.000 sementes,

germinação e vigor (primeira contagem do teste de germinação, germinação

a baixa temperatura, envelhecimento acelerado, tetrazólio, condutividade

elétrica, comprimento de parte aérea e comprimento da raiz primária). Após

a realização dos testes as sementes foram armazenadas em câmara com

temperatura de 18 ± 2ºC e umidade relativa de 75 ± 4%, para uso posterior

na safra 2007/2008.

Os níveis de vigor foram selecionados com base nos testes de

laboratório, sendo considerado de maior vigor o lote que apresentou melhor

desempenho em todos os testes realizados. O lote que apresentou menor

desempenho foi denominado de menor vigor e o lote que apresentou

desempenho entre os lotes de menor e maior vigor foi denominado de lote

intermediário. Para as avaliações em laboratório, em todos os testes, foi

utilizado o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 2,

sendo três níveis de vigor e dois anos agrícolas, em quatro repetições.

3.1.1 Descrição dos testes de laboratório

3.1.1.1 Teor de água

Foram utilizadas duas sub-amostras de 5 g e determinado o teor de

água pelo método de estufa gravitacional a 105ºC +/- 3ºC por 24 horas

(Brasil, 1992). Os resultados foram expressos em porcentagem (base

úmida).

3.1.1.2 Massa de 1.000 sementes

Foram contadas manualmente, oito sub-amostras de 100 sementes,

que foram pesadas e depois calculados a variância, o desvio padrão e o

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coeficiente de variação. A massa de 1.000 sementes foi calculada e o

resultado expresso em gramas (Brasil, 1992).

3.1.1.3 Germinação

As sementes foram colocadas para germinar em substrato de papel,

na forma de rolo, previamente umedecido com volume de água equivalente

a 2,5 vezes a massa do papel seco. Para cada lote foram utilizadas quatro

sub-amostras de 50 sementes, colocadas em sacos de plástico, em câmara

de germinação a 25ºC por 12 dias. Foram computadas as plântulas normais

e anormais, sementes duras e mortas; e determinada a porcentagem de

germinação baseada no número de plântulas normais (Brasil, 1992). Para

que não ocorresse a interferência de fungos, as sementes foram tratadas

com carbendazim+thiran na dose equivalente a 50+230 mL de ingrediente

ativo para 100 kg de sementes.

3.1.1.4 Testes de vigor

Para a determinação do vigor das sementes foram realizados os

testes de primeira contagem da germinação, envelhecimento acelerado,

germinação a baixa temperatura, tetrazólio, condutividade elétrica e

comprimento de plântula.

a) Primeira contagem da germinação

Realizado conforme metodologia proposta por Nakagawa (1999), em

conjunto com o teste de germinação descrito anteriormente, correspondendo

a primeira contagem desse teste. A contagem foi realizada aos quatro dias

após a instalação do teste e foram consideradas as plântulas normais que

apresentaram comprimento igual ou maior que 4 cm. Os resultados foram

expressos em porcentagem de plântulas normais.

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34

b) Germinação a baixa temperatura

Esse teste foi conduzido conforme descrição no item 3.1.1.3, a 18ºC

constantes por sete dias, na ausência de luz. Foram avaliadas as plântulas

normais que apresentavam comprimento igual ou maior que 4 cm (Dias e

Alvarenga, 1999). Para que não ocorresse a interferência de fungos as

sementes foram tratadas com carbendazim+thiran na dose equivalente a

50+230 mL de ingrediente ativo para 100 kg de sementes. Os resultados

foram apresentados em porcentagem de plântulas normais.

c) Envelhecimento acelerado

Como as sementes apresentavam-se com teor de água inferior a

11,0%, foram pré-condicionadas para reumedecimento em caixas de

plástico, adaptadas para o teste de envelhecimento acelerado (Beckert et al.,

2000). As sementes foram dispostas em camada única sobre tela, em caixa

contendo 40 mL de água. As caixas foram mantidas em câmara de

germinação a 25ºC por 24 h. Após esse período foi realizada a aferição do

teor de água, e os valores para os três lotes variaram de 12,2 a 13,1%.

Depois de realizado o reumedecimento das sementes, as mesmas foram

submetidas ao teste de envelhecimento acelerado, conforme Marcos Filho

(1999). As sementes foram expostas a 41ºC por 72 h e posteriormente

colocadas para germinar conforme o item 3.1.1.3. Após o envelhecimento,

foi determinado o teor de água das sementes pelo método da estufa, a

105ºC por 24 horas. Foram avaliadas as plântulas normais, anormais,

sementes duras e mortas e determinada a porcentagem de germinação

correspondente ao número de plântulas normais. Para que não ocorresse a

interferência de fungos, após o envelhecimento acelerado, as sementes

foram tratadas com carbendazim+thiran na dose equivalente a 50+230 mL

de ingrediente ativo para 100 kg de sementes.

d) Tetrazólio

O teste de tetrazólio foi realizado conforme metodologia proposta por

Vieira e Pinho (1999), com duas subamostras de 50 sementes puras para

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cada lote. Para provocar o amolecimento do tegumento e a penetração do

sal de tetrazólio, as sementes foram pré-condicionadas em papel toalha

úmido por 16 h a 25ºC. Após essa etapa, o tegumento foi removido e as

sementes imersas em solução de tetrazólio a 0,1% por quatro horas a 30ºC.

A avaliação da viabilidade e do vigor foi feita com base no desenvolvimento

de coloração, local e extensão do dano, com o auxílio de lupa de 10 vezes

de aumento. Foram atribuídas notas de 1 a 8 para cada semente,

individualmente, sendo consideradas vigorosas as sementes incluídas nas

classes 1 a 3. O resultado foi expresso em porcentagem.

e) Condutividade elétrica

O teste de condutividade elétrica foi realizado conforme metodologia

proposta por Vieira e Krzyzanowski (1999). Foram utilizadas quatro

subamostras de 50 sementes para cada lote, pesadas em balança de

precisão e colocadas em copos de plástico com 75 mL de água destilada.

Em seguida, as sementes foram colocadas em câmara de germinação a

25ºC, durante 24 horas. Após esse período foram realizadas as leituras da

condutividade elétrica da solução em condutivímetro, marca Digimed,

modelo CD-20. As amostras foram agitadas por 10 segundos e o

condutivímetro calibrado 30 minutos, antes das leituras. Os resultados

obtidos no condutivímetro foram divididos pela massa da amostra e o

resultado final foi expresso em µS.cm-1.g-1.

f) Comprimento de plântulas

O teste de comprimento de plântulas foi realizado conforme

metodologia proposta por Nakagawa (1999). Foi conduzido mediante a

semeadura em substrato de papel toalha na forma de rolo, com quatro

subamostras de 10 sementes para cada lote. O substrato foi umedecido com

quantidade de água equivalente a 2,5 vezes a massa do papel seco. Os

rolos foram colocados em sacos de plástico e dispostos em câmara de

germinação por sete dias, no escuro, a 25ºC. Para que não ocorresse

interferência de fungos, as sementes foram tratadas com

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36

carbendazim+thiran na dose equivalente a 50+230 mL de ingrediente ativo

para 100 kg de sementes. As plântulas normais foram medidas com o auxílio

de régua com graduação em milímetros. Tomou-se a medida da raiz

primária e da parte aérea e se calculou como comprimento médio a soma

das medidas tomadas de cada plântula normal em cada repetição e

dividindo, a seguir, pelo número de plântulas normais mensuradas. Os

resultados foram expressos em milímetros, com uma casa decimal.

3.2 Desempenho de Plantas

Os experimentos para avaliar o desempenho das plantas oriundas de

sementes com diferentes níveis de vigor foram instalados em 04 de janeiro

de 2007 e 05 de janeiro de 2008, ao final do calendário de semeadura do

algodão em Mato Grosso. Foram constituídas parcelas de cinco linhas com

espaçamento de 0,9 m e 4,0 m de comprimento, onde foram semeados os

lotes com diferentes níveis de vigor. A área útil das parcelas foi formada

pelas três linhas centrais, descontando-se 1,0 m de comprimento em cada

extremidade. Os tratamentos foram estruturados em delineamento

experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3x2x2, sendo

três níveis de vigor, dois anos de cultivo e dois tipos de ajustes de população

de plantas (ajuste pelo percentual de germinação do lote e ajuste pelo

desbaste) e quatro repetições.

O solo foi preparado com uma aração e duas gradagens para

melhorar a uniformidade na profundidade de semeadura. Essa foi realizada

manualmente com o auxílio de régua graduada em milímetros. Os sulcos

foram abertos com plantadeira, espaçados de 0,90 m, e a densidade

respeitando-se a população de 111.110 plantas.ha-1, o que corresponde a 10

plantas.m-1.

Para o ajuste da população com base na porcentagem de germinação

(G) das sementes (Tabela 3), para cada nível de vigor, foi constituída uma

parcela, semeando-se o número equivalente ao desejado para cada metro

de linha, multiplicando-se pelo fator 100/G. Para o caso em que se

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37

assegurou o número exato de sementes na linha, sem falhas, foram

distribuídas duas sementes a cada 10 cm e realizado o desbaste, quando

todas as plântulas emergiram. Para o desbaste foi utilizado o critério da

altura média das plântulas emergidas na área útil das parcelas, aos 21 dias

após a semeadura, permanecendo as plântulas que mais se aproximaram

da média, para cada nível de vigor. O objetivo dessa distribuição foi estudar

o efeito do vigor das sementes na presença e na ausência de falhas na

germinação.

Depois de delimitadas as parcelas, foram coletadas amostras de solo

para análise, cujos resultados estão no Apêndice A. A partir do resultado das

análises foi planejada a adubação de acordo com índices propostos por

Souza (2004). Nos dois anos de cultivo foi utilizada adubação parcelada,

sendo 500 kg.ha-1 de NPK de adubo formulado 05 25 15 no sulco, no

momento da semeadura, 250 kg.ha-1 de NPK 20 00 20 aos 30 dias da

emergência e 250 kg.ha-1 de 20 00 20 aos 70 dias após a emergência das

plântulas. Foram calculados os valores de nutrientes necessários para que

fosse possível alcançar rendimento de algodão em caroço de

aproximadamente 4.500 kg.ha-¹.

Para que não ocorresse a interferência de pragas e doenças, foram

realizadas aplicações de produtos específicos recomendados para a cultura.

Como critério utilizou-se os índices propostos por Cia (1999) e Pierre et al.

(2007). Optou-se por não utilizar regulador de crescimento, pois o mesmo

poderia interferir sobre algumas das características avaliadas. Para

monitorar diariamente os dados de temperatura máxima, temperatura

mínima e precipitação, durante o período de emergência, foi utilizada uma

estação meteorológica automática, marca Agrossystem, modelo

WeatherLink.

Durante o ciclo fenológico, compreendido entre a emergência de

plântulas, em janeiro, até o ponto de colheita, em julho, foram avaliadas as

características agronômicas na área útil de cada parcela. As avaliações

foram feitas na fase inicial, fase vegetativa e fase reprodutiva, verificando-se

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38

o desempenho inicial da planta, o desempenho vegetativo, o desempenho

reprodutivo e a qualidade da fibra do algodão.

.

3.2.1 Desempenho inicial das plantas de algodão

Para avaliar o desempenho inicial das plantas foram utilizadas as

variáveis porcentagem de emergência de plântulas, índice de velocidade de

emergência e altura das plântulas aos 12 e 21 dias após emergência. Nas

determinações de altura foram utilizadas 10 plantas, escolhidas ao acaso em

cada repetição.

a) Emergência de plântulas e população de plantas

A emergência de plântulas foi avaliada diariamente durante 21 dias,

somente nas parcelas ajustadas em função dos resultados da análise de

germinação. Foram consideradas emergidas as plântulas que no momento

da contagem apresentavam as folhas cotiledonares totalmente expandidas

(Figura 1). Para facilitar a avaliação, as plântulas foram marcadas com

estacas provisórias e posteriormente com etiquetas definitivas até o final do

ciclo (Figura 1). Ao final, foram computadas a porcentagem e o índice de

velocidade de emergência de plântulas. Para o cálculo do índice de

velocidade de emergência foi utilizada equação de Maguire (1962):

Sendo:

IVE – Índice de velocidade de emergência;

E1, E2, En – Número de plântulas normais computadas na primeira

contagem, na segunda contagem e na última contagem;

N1, N2, Nn – Número de dias da semeadura à primeira, à segunda e à

última contagem.

Posteriormente, nas avaliações subseqüentes durante o ciclo

vegetativo e reprodutivo, nos dois tipos de ajustes da população de plantas,

IVE = E1+E2+...........En N1 N2 Nn

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39

foram contadas novamente as plantas na área útil de cada parcela para

identificar possíveis perdas no estande de plantas.

FIGURA 1. Plântulas de algodão (cv FMT 701) com folhas cotiledonares totalmente expandidas (à esquerda) e sistema de marcação com presilha (à direita) após a emergência, Jaciara, MT, 2009.

b) Altura de planta

A altura das plantas foi medida aos 21 dias após a semeadura. Como

critério de altura, nas duas datas, utilizou-se a distância do colo ao ápice da

planta. O resultado foi expresso em centímetros.

3.2.2 Desempenho durante a fase vegetativa das plan tas de algodão

a) Alturas das plantas

As mesmas plantas utilizadas para a determinação da altura aos 21

dias foram utilizadas para a avaliação aos 60 dias após a emergência das

plântulas. Como critério utilizou-se a distância do colo ao ápice da planta. O

resultado foi expresso em centímetros.

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40

b) Número de ramos, número de nós, número de botões florais, número

de posições frutíferas

Nas mesmas plantas utilizadas para determinar a altura, foram

contados o número de ramos reprodutivos, o número de nós, o número de

botões florais e o número de posições frutíferas, aos 60 dias após a

semeadura. Os resultados foram expressos em unidades médias por planta.

3.2.3 Desempenho durante a fase reprodutiva de plan tas de algodão

a) Altura de planta

A altura da planta foi medida na colheita dos capulhos, utilizando-se

as mesmas plantas avaliadas anteriormente. O critério utilizado foi a medida

da distância do colo ao ápice da planta. O resultado foi expresso em

centímetros.

b) Número de ramos, número de nós, número de posiçõ es frutíferas e

número de capulhos

Nas mesmas plantas utilizadas para determinar a altura foram

contados o número de ramos reprodutivos, o número de nós, o número de

posições frutíferas e o número de capulhos por planta, ao final do ciclo, no

momento da colheita dos capulhos. Os resultados foram expressos em

unidades médias por planta.

c) Rendimento de fibras e caroço

A colheita do algodão foi realizada manualmente, na área útil das

parcelas, recolhendo-se todos os capulhos abertos das plantas. A massa do

algodão em caroço foi obtida em balança analítica no Laboratório da

Cooperfibra em Campo Verde/MT. Posteriormente, com o auxílio de um

desencaroçador portátil, obteve-se o rendimento de fibras e de caroço. Os

resultados foram ajustados para teor de água de 13% e transformados para

kg.ha-¹.

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41

3.3 Qualidade da Fibra do Algodão

Após a obtenção das características agronômicas e do rendimento, as

amostras foram encaminhadas para a avaliação dos componentes de

qualidade da fibra, em teste de HVI, no laboratório da Cooperfibra de Campo

Verde/MT. Foram avaliados o comprimento, uniformidade, resistência e

índice de micronaire das fibras conforme o procedimento proposto por Lima

(2004).

3.4. Procedimento estatístico

Os experimentos (anos agrícolas) foram analisados conjuntamente.

Os esquemas de análises estão apresentados nas Tabelas 1 e 2. Todas as

características cujos dados não atenderam os pressupostos de

homogeneidade (Cochran e Bartlett) e normalidade (Lilliefors), foram

transformados. Para os dados cujos resultados foram expressos em

porcentagem, utilizou-se a transformação de arco seno 100/x e, para os

dados cujos resultados foram expressos em contagem de partes da planta, a

transformação foi 1+x . Os fatores principais e as interações foram

julgados pelo teste de F na análise da variância e as médias comparadas

pelo teste de Tukey (α = 0,05).

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42

TABELA 1 Esquema estatístico empregado na análise dos dados de

determinação do potencial fisiológico e desempenho inicial das

plantas em campo.

Fatores de variação Grau de liberdade

Vigor 2

Ano 1

Vigor x Ano 2

Resíduo 18

Total 23

TABELA 2 Esquema estatístico empregado na análise dos dados de

desempenho durante a fase vegetativa, reprodutiva e de

qualidade de fibra de plantas de algodão em campo.

Fatores de variação Grau de liberdade

Vigor 2

Ano 1

Tipo de ajustes de população 1

Vigor x ano 1

Vigor x tipo de ajustes de população 1

Ano x tipo de ajustes de população 1

Vigor x tipo de ajustes de população x ano 2

Resíduo 36

Total 47

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43

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Potencial Fisiológico das Sementes

Os resultados do potencial fisiológico das sementes estão

apresentados nas Tabelas 3 e 4. Os lotes apresentaram similaridade de

massa e teor de água e também não foi verificada diferença significativa

para germinação das sementes (Tabela 3). Dos sete testes de vigor

empregados, cinco separaram os lotes em níveis distintos: primeira

contagem do teste de germinação, germinação a baixa temperatura e

envelhecimento acelerado, tetrazólio e condutividade elétrica. Os testes de

comprimento da parte aérea (CPA) e o crescimento de raiz (CR),

apresentaram resultados diferentes dos demais, sendo que apenas CR

identificou um lote como sendo de menor vigor (Tabela 4).

Os resultados do teste de primeira contagem da germinação são

usados para determinar o vigor relativo de um lote de sementes. As

amostras que apresentam maior porcentagem de plântulas normais na

primeira contagem são compostas por maior porcentagem de sementes

vigorosas. Esse teste pode, muitas vezes, expressar melhor as diferenças

de velocidade de germinação entre os lotes do que os índices de velocidade

de germinação (Nakagawa, 1994). Baskin (2001) avaliou a eficiência do

teste de primeira contagem de germinação em 24 lotes de sementes de

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algodão e verificou sua eficiência para determinar o vigor das sementes,

recomendando esse teste como alternativa para o teste de frio em sementes

de algodão.

Os resultados do teste de germinação a baixa temperatura foram

muito drásticos, quando comparados aos de outros testes (Tabela 4). O

efeito mais drástico foi percebido para o lote com menor vigor. Esse teste

baseia-se no fato de que baixas temperaturas, principalmente nos estádios

iniciais de embebição, têm efeitos prejudiciais na germinação e no

desenvolvimento das plântulas. O estresse ocasionado pela baixa

temperatura pode alterar a velocidade de emergência (Dias e Alvarenga,

1999). Mesmo sendo mais drástico, esse teste permitiu classificar os lotes

em três níveis de vigor, da mesma forma como verificado nos testes de

primeira contagem e de envelhecimento acelerado. Também Freitas et al.

(2000) verificaram ranqueamento de lotes de cultivares de algodão com o

uso do teste de germinação a baixa temperatura.

O teste de envelhecimento acelerado diferenciou os lotes em três

níveis de vigor como nos testes de primeira contagem da germinação,

germinação a baixa temperatura, tetrazólio e condutividade elétrica. Da

mesma forma, Freitas et al. (2000) verificaram a eficiência desse teste para

classificar lotes de sementes de algodão em diferentes níveis de vigor. Neste

trabalho, os resultados médios obtidos para cada lote ficaram próximos aos

valores obtidos no teste de primeira contagem da germinação e tetrazólio

(Tabela 4). Também foi verificado que lotes com vigor mais baixo

apresentaram maior queda de viabilidade, confirmando o princípio do teste

de envelhecimento acelerado de que a taxa de deterioração das sementes é

aumentada consideravelmente através de sua exposição a níveis adversos

de temperatura e umidade relativa do ar (Marcos Filho, 1999).

O teste de tetrazólio (classe 1-3) foi utilizado como complementar em

relação aos demais testes, visto que em sementes de algodão a presença

de fungos, como Colletotrichum gossypii South, Rizoctonia solani Kuhum.,

Fusarium spp. e Phytium spp. podem prejudicar os resultados em

laboratório. Esse teste separou os lotes em três níveis de vigor, assim como

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nos demais testes, exceto crescimento de raiz e parte aérea. Em trabalho

desenvolvido por Santos et al. (1992) foipossível observar que lotes com

maior vigor foram separados pelo teste de tetrazólio, assim como, pelo

índice de velocidade de emergência em areia, demonstrando ser o tetrazólio

um procedimento eficiente para avaliar o vigor das sementes de algodão.

Pelos resultados do teste de condutividade elétrica verificou-se

separação em três níveis de vigor. Maiores valores para condutividade

elétrica estão relacionados à baixa germinação das sementes e

conseqüentemente à alta probabilidade de ocorrência de baixa emergência

de plântulas em campo. Freitas et al. (2000) verificaram resultados

promissores para o uso do teste de condutividade elétrica em cultivares de

algodão. Segundo esses autores foi possível classificar lotes em três níveis

de vigor distintos, alto, intermediário e baixo vigor.

Os testes de comprimento da parte aérea e raiz não apresentaram o

mesmo comportamento que os demais. Apenas o teste de comprimento de

raiz diferenciou um lote como de menor vigor. Esses dados também foram

observados por Bishnoi e Delouche (1980), que afirmaram que a medida da

raiz em algodão foi a estrutura mais interessante para avaliar o vigor,

diferentemente da parte aérea.

TABELA 3. Médias dos resultados dos testes massa de mil sementes, teor

de água e de germinação de três lotes de sementes de algodão

(cv FMT 701), Cuiabá, MT, 2009.

Nível de vigor M1000 TA TPG10 (g) (%)

Menor 8,95 8,8 89,75 a Intermediário 9,11 8,7 92,12 a

Maior 9,11 8,6 93,75 a CV(%) --- --- 22,04

Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Teor de água (TA), massa de 1000 sementes (M1000), teste de germinação com contagem aos 10 dias (TPG10).

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46

TABELA 4. Médias dos resultados dos testes de vigor de três lotes de sementes de algodão (cv

FMT 701), Cuiabá, MT, 2009.

Nível de vigor TPG4 GBT EA TZ CE CR CPA

-----------------------%--------------------- µS/cm/

g -----------cm-----------

Menor 77,75 c 29,87 c 76,37 c 76,37 c 152,6 c 87,37 b 72,25 a Intermediário 86,00 b 38,62 b 84,62 b 84,62 b 143,6 b 102,75 a 73,75 a

Maior 94,37 a 53,37 a 93,87 a 93,87 a 118,0 a 108,37 a 72,37 a CV(%) 12,88 3,20 17,51 15,08 7,78 9,14 4,92

Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Primeira contagem da germinação aos 4 dias (TPG4), teste de germinação a baixa temperatura (GBT), envelhecimento acelerado (EA), teste de tetrazólio - classe 1-3 (TZ), condutividade elétrica (CE), comprimento de raiz (CR) e comprimento de parte aérea (CPA).

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De forma geral, os testes de vigor não apresentaram os mesmos

resultados na classificação dos lotes de sementes. Os testes que se

baseiam no desempenho germinativo, bioquímicos e de estresse (primeira

contagem de germinação, tetrazólio, condutividade elétrica, germinação a

baixa temperatura e envelhecimento acelerado) diferenciaram os lotes em

três níveis diferentes de vigor. Nos testes baseados no crescimento de

plântulas verificaram-se resultados mais próximos dos encontrados no teste

de germinação (Tabela 3), exceto para o lote classificado como de menor

vigor no teste de crescimento de raiz (Tabela 4).

A diferença no ranqueamento dos lotes quanto ao vigor pode variar

conforme o teste utilizado e da característica avaliada. Em pesquisa com

sementes de algodão, Freitas (2002) também obteve resultados

semelhantes quanto ao ranqueamento dos lotes e a utilização dos testes

mostrou-se eficiente para estimar a emergência de plântulas em campo,

quando as condições do ambiente foram adversas.

4.2 Desempenho das Plantas de Algodão

O desempenho inicial das plantas foi avaliado nas parcelas onde

houve ajuste do número de sementes em função dos resultados obtidos no

teste de germinação em laboratório. Nas parcelas onde ocorreu o desbaste

foram avaliadas apenas as características de desempenho vegetativo e

reprodutivo.

Os resultados da análise da variância para o desempenho inicial das

plantas de algodão no campo encontram-se na Tabela 5, onde se verifica

que para emergência em campo, índice de velocidade de emergência e

altura de plantas os resultados foram significativos a 5% de probabilidade.

Entre os testes de vigor utilizados em laboratório todos, exceto o

crescimento de parte aérea (Tabela 3), separaram o lote de menor vigor em

relação aos demais, fato semelhante aconteceu em campo onde foi

observada diferença significativa entre o lote de maior e menor vigor, para as

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avaliações de emergência em campo e índice de velocidade de emergência

(Tabela 4).

Segundo Marcos Filho (1999), o potencial fisiológico das sementes

responde diretamente à influência do meio ambiente. Portanto, se as

condições do ambiente não se desviarem muito das ideais, após a

semeadura em campo, é previsível que a porcentagem de emergência das

plântulas seja semelhante à germinação determinada em laboratório ou

ainda a testes menos drásticos como é o caso do teste de comprimento de

raiz.

Para que a emergência seja favorecida o algodão necessita de

temperaturas entre 18 e 30ºC (Doorenbos et al., 1979), e valores de

demanda hídrica de 25 mm por dia McWilliams (2002). A observação dos

dados da Figura 1 de temperatura máxima, mínima e pluviosidade durante o

ciclo do algodão em campo, permitem verificar que a temperatura oscilou

entre valores mínimos próximos de 20ºC e que a disponibilidade hídrica

após a semeadura era menor que 25 mm por dia.Embora as condições de

temperatura e disponibilidade hídrica não fossem ideais, os valores não se

desviaram muito a ponto de causar estresse muito intenso durante a

emergência.

A água é o fator que exerce maior influência sobre o processo de

germinação (Bewley e Black, 1994). Em trabalho desenvolvido por Mattioni

et al. (2009), procurando avaliar o desempenho de sementes de algodão

submetidas a diferentes tipos de estresses, foi observado que lotes com pior

desempenho germinativo em laboratório apresentaram menor crescimento

radicular quando submetidos à condição de estresse hídrico. O mesmo foi

observado por Silva et al. (1995), ao quantificar o estresse hídrico em

algodão com termometria infravermelha.

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FIGURA 1. Condições meteorológicas durante o ciclo fenológico de três lotes de algodão (cv. FMT 701), com diferentes níveis de vigor, resultados médios dos anos 2007 e 2008. Temperatura máxima - Tmax (ºC), Temperatura mínima - Tmin (ºC), Precipitação (mm). Jaciara, MT, 2009.

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As sementes do lote com maior vigor apresentaram capacidade de

emergir mais rapidamente, fato comprovado quando observado o índice de

velocidade de emergência e a altura das plantas (Tabela 4). Segundo

Oliveira et al. (2009), lotes de maior potencial fisiológico geralmente

apresentam características como: maior velocidade de emergência, maior

altura e maior acúmulo de massa seca das plântulas.

TABELA 5. Desempenho inicial de três lotes de sementes de algodão (cv.

FMT 701), com diferentes níveis de vigor e estande de plantas

corrigido pelo teste de germinação. Jaciara, MT, 2009.

Nível de vigor EC IVE AL (%) (cm)

Menor 86,35 b 9,69 b 113,77 b Intermediário 89,21 ab 9,87 ab 121,60 b

Maior 91,71 a 10,38 a 134,57 a CV(%) 3,63 4,60 5,19

Médias seguidas de letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. EC - Emergência em campo; IVE - índice de velocidade de emergência; AL - altura das plantas aos 21 dias após a semeadura.

Os resultados da análise da variância para o desempenho durante a

fase vegetativa das plantas de algodão em campo são apresentados na

Tabelas 6 e 7. Verifica-se que para o número de nós apenas o nível de vigor

foi significativo a 5% de probabilidade. Por outro lado, para altura das

plantas, número de ramos reprodutivos e número de botões florais, houve

efeito do nível de vigor (maior, intermediário e menor) dentro do ajuste de

semeadura (estande corrigido e desbastado) e do ajuste de semeadura

dentro de cada nível de vigor, em ambos os anos experimentais.

Durante o período vegetativo ocorreu maior influência do vigor das

sementes sobre número de botões florais do que em outras características

avaliadas (Tabela 6). As sementes do lote com vigor mais alto, que

apresentaram maior desempenho em laboratório, apresentaram em campo

maior número de botões florais em ambos os ajustes de semeadura e,

coerentemente, as plantas oriundas de sementes do lote com menor vigor,

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que tiveram menor desempenho em laboratório, apresentaram também

menor número de botões florais.

TABELA 6. Desempenho durante a fase vegetativa de três lotes de

sementes de algodão (cv. FMT 701), com diferentes níveis de

vigor. Jaciara, MT, 2009.

Variáveis AL NRR NBF Menor 53,78 b 5,66 c 6,40 c

Estande corrigido Intermediário 61,10 b 7,02 b 8,22 b

Maior 87,82 a 8,91 a 11,02 a Menor 65,90 b 6,56 b 6,71 c

Estande desbastado Intermediário 66,20 b 7,06 ab 7,83 b

Maior 77,12 a 7,75 a 9,33 a

Menor Estande corrigido 53,78 b 5,55 b 6,40 a

Estande desbastado 63,90 a 6,56 a 6,71 a

Intermediário Estande corrigido 61,10 a 7,02 a 7,83 a

Estande desbastado 66,20 a 7,06 a 8,22 a

Maior Estande corrigido 77,12 b 7,75 b 9,33 b

Estande desbastado 87,82 a 8,91 a 11,02 a CV (%) 12,71 11,20 10,55

Médias seguidas de letras iguais, não coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Altura das plantas (AL); número de ramos reprodutivos (NRR); número de botões florais (NBF).

Para as demais características, altura das plantas e número de ramos

reprodutivos, o lote de sementes com maior vigor em laboratório (Tabela 4) e

maior desempenho inicial no campo (Tabela 5), em geral, também teve

desempenho superior aos demais. Os resultados mais relevantes foram

observados para a altura das plantas, nas parcelas semeadas com o lote de

maior vigor, com plantas maiores, e diferença de 23,34 cm no estande

ajustado por desbaste e 23,92 cm no estande corrigido, em relação ao lote

de menor vigor. É possível observar que a altura das plantas foi um

indicativo importante para diferenciar o nível de vigor das sementes, desde a

emergência das plântulas até o início do período reprodutivo (Figura 2),

sementes com maior vigor apresentaram plantas com maior altura.

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As plantas oriundas do lote com maior vigor tiveram maior número de

nós, em média 1,38 a mais que o lote com vigor intermediário e 2,25 a mais

que o lote com menor vigor (Tabela 7), situação que explicaria o maior

número de ramos reprodutivos e botões florais (Tabela 6) verificados no lote

de maior vigor.

TABELA 7. Desempenho durante a fase vegetativa de três lotes

de sementes de algodão (cv. FMT 701), com

diferentes níveis de vigor, Jaciara, MT, 2009.

Variável NN Menor 13,28 b

Intermediário 14,15 b Maior 15,53 a

CV (%) 7,43 Médias seguidas de letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Número de nós (NN).

Durante a fase de botões florais o algodão necessita de temperaturas

noturnas mínimas de 12ºC e máximas diurnas de 40ºC (Doorenbos et al.,

1979), e valores de demanda hídrica de 4 mm por dia (Rosolem, 2006). A

observação dos dados da Figura 1 de temperatura máxima, mínima e

pluviosidade durante o ciclo do algodão em campo, permitem verificar que a

temperatura oscilou entre valores mínimos próximos de 20ºC e a máxima

próxima de 30ºC; e que a disponibilidade hídrica após a semeadura se

manteve constante com valores acima de 4 mm por dia. Como as condições

de temperatura e pluviosidade foram próximas das ideais, é possível que o

lote com maior vigor foi favorecido pelas condições meteorológicas, com

maior crescimento em altura, número de ramos reprodutivos, nós e botões

florais.

Segundo Jackson e Arkin (1982), o algodão tem padrão de

crescimento indeterminado, caracterizado por aumento exponencial do

número de folhas e botões florais, em função do tempo. Esses autores

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afirmaram, ainda, que os botões florais competem por assimilados

disponíveis na planta. Como resultado dessa competição, ocorre redução no

crescimento vegetativo e na produção de botões florais (Mauney, 1979). De

outra forma, uma parte dos botões florais e maças caem inclusive em

condições ótimas de crescimento (Orgaz et al., 1991). Assim, é possível que,

no lote com maior vigor, a competição por assimilados disponíveis na planta

estava adequada ao estádio fisiológico, que por sua vez foi influenciado

diretamente pela altura, o que explicaria o maior número de botões florais.

FIGURA 2. Diferença no porte da planta durante o ciclo vegetativo de lotes de sementes com diferentes níveis de vigor. À esquerda plantas originadas de lotes de sementes com maior vigor e a direita plantas originadas de lotes de sementes com menor vigor, Jaciara, MT, 2009.

Os resultados da análise da variância para o desempenho durante a

fase reprodutiva das plantas de algodão em campo são apresentados na

Tabela 8. O nível de vigor e ajuste de semeadura interagiram

significativamente. Os resultados de altura das plantas, número de ramos

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reprodutivos, número de capulhos e rendimento de fibras e caroços foram

diferentes a 5% de probabilidade.

O ajuste de semeadura não interferiu de forma isolada nas variáveis

avaliadas no final do ciclo reprodutivo. Embora possa ser observada

diferença significativa para a população de plantas no estande corrigido e

desbastado (Tabela 9), a correção do número de sementes em função dos

resultados do teste de germinação em laboratório foi um procedimento

eficiente para assegurar plantas convenientemente desenvolvidas e

produtividade semelhante ao cultivo desbastado.

Em trabalho desenvolvido por Silva (2001), foi constatado que o

aumento do número de plantas de algodão na linha elevou a altura de

inserção do primeiro ramo frutífero, porém não interferiu em outros

caracteres agronômicos e na qualidade da fibra. De outra forma, Jones e

Wells (1997), analisando o efeito do espaçamento entre fileiras e densidade

de plantas, observaram que a produção de algodão em caroço é

influenciada apenas pelo espaçamento entre fileiras, não ocorrendo

interferência da densidade de plantas sobre a produção.

Os resultados apresentados na Tabela 8 foram favoráveis ao uso de

lotes de sementes com maior vigor. Sementes de algodão que apresentaram

maior potencial nos testes de primeira contagem da germinação, germinação

a baixa temperatura, envelhecimento acelerado, tetrazólio e condutividade

elétrica (Tabela 4), classificadas como mais vigorosas, formaram plantas que

apresentaram maior rendimento. Esse fato pode estar relacionado ao melhor

desempenho inicial (Tabela 5) e também durante o ciclo vegetativo (Tabela 6

e 7), o que pode ter assegurado maior número de capulhos verificado no

final do ciclo (Tabela 8).

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TABELA 8. Desempenho durante a fase reprodutiva das plantas de três lotes de algodão (cv.

FMT 701), com diferentes níveis de vigor. Jaciara, MT, 2009.

Variáveis AL NN NRR NPF NC RF RC Menor 1,63 b 21,0 a 13,6 b 20,3 a 7,2 b 1.509 b 2.223 b

Intermediário 1,69 ab 21,9 a 14,3 ab 21,2 a 7,7 b 1.560 b 2.480 b Maior 1,75 a 22,2 a 14,9 a 23,0 a 8,9 a 1.819 a 2.758 a CV(%) 6,09 7,38 6,81 15,90 13,25 5,19 3,29

Médias seguidas de letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Altura das plantas (AL); número de nós (NN); número ramos reprodutivos (NRR); número de posições frutíferas (NPF); número de capulhos (NC); rendimento de fibras (RF); rendimento de caroço (RC).

54

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56

TABELA 9. População de plantas oriundas da semeadura com

diferentes ajustes, de três lotes de sementes de

algodão (cv. FMT 701), com diferentes níveis de

vigor. Jaciara, MT, 2009.

Variável População de plantas Estande corrigido 103.880 b

Estande desbastado 111.110 a CV (%) 3,30

Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Não foram observadas diferenças significativas para o número de nós

e de posições frutíferas (Tabela 8), o que indica que as plantas de vigor

intermediário e menor vigor teriam a capacidade de produzir, teoricamente, a

mesma quantidade que as plantas de maior vigor. Contudo, esse fato não

ocorreu, pois plantas de maior vigor apresentaram maior número de

capulhos no final do ciclo (Tabela 8), ou seja, os lotes com vigor

intermediário e menor vigor apresentaram maior número de abortos de

botões florais e maçãs.

Segundo Rosolem (2006), a queda ou abscisão dos botões florais e

de maçãs jovens é regulada pelo balanço entre açúcares no tecido e teor de

etileno. Assim, algum fator que tende a desbalancear esse equilíbrio pode

ocasionar maior crescimento vegetativo e queda das partes reprodutivas.

Em determinado período do ciclo, as plantas de menor vigor eliminam

botões florais e maças jovens, e proporcionam maior crescimento vegetativo;

tal efeito ocorre de forma mais acentuada após o florescimento e perdura até

o final do ciclo das plantas. Em trabalho desenvolvido por Arruda et al.

(2002) foi possível observar que o número de botões florais, flores, maçãs e

capulhos do algodão herbáceo são dependentes entre si e que o número de

flores, maçãs e capulhos aumenta linearmente, em função do número de

botões florais.

Durante a fase de florescimento e maturação dos frutos o algodão

necessita de temperaturas de 20ºC a 38ºC (Doorenbos et al., 1979), e

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valores de demanda hídrica de 8 mm por dia (Rosolem, 2006). A observação

dos dados da Figura 1 de temperatura máxima, mínima e pluviosidade

durante o ciclo do algodão em campo, permitem verificar que a temperatura

oscilou entre valores mínimos próximos de 12ºC e a máxima próxima de

30ºC; e que a disponibilidade hídrica passou a ser irregular após a metade

do mês de abril com valores abaixo de 8 mm por dia. Nessas condições de

estresse térmico e hídrico, o lote com maior vigor apresentou maior

capacidade de resistir às condições de estresse, o que explicaria o maior

número de capulhos e rendimento de fibras (Tabela 8).

A altura das plantas, que normalmente é relacionada em estudos que

relatam o vigor em plantas, foi eficiente para diferenciar o efeito do vigor

apenas para o lote com maior vigor. Plantas maiores normalmente são

associadas como de maior vigor, além disso, podem apresentar melhor

desempenho quando as condições ambientais são menos adequadas. De

outra forma Dornbos Jr. (1995), relatou que sementes com menor vigor

restringem a habilidade da planta em expressar seu potencial genético para

atingir a máxima produção. O mesmo foi observado por Lin (1982) em

pesquisas com a cultura da soja, onde sementes com menor vigor

originaram plantas com menor altura e decréscimo da altura de inserção do

primeiro legume, além de menor rendimento de grãos.

4.3 Qualidade da Fibra do Algodão

Os resultados da análise da variância para qualidade da fibra das

plantas de algodão são apresentados nas Tabelas 10 e 11. Verificou-se que

para a característica micronare o nível de vigor e o ajuste de semeadura

foram significativos a 5% de probabilidade. Por outro lado, para a

característica de alongamento da fibra, houve efeito do nível de vigor (maior,

intermediário e menor) dentro do ajuste de semeadura (estande corrigido e

desbastado) e do ajuste de semeadura dentro de cada nível de vigor.

O lote com maior vigor que apresentou melhor desempenho nos

testes de laboratório e em campo, originou também maior índice de

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micronare. O micronare é o índice determinado pelo complexo entre finura e

maturidade da fibra. É a medida da vazão do fluxo de ar injetada com

pressão constante sobre uma massa das fibras de algodão constante,

acondicionada em câmara de volume constante. Os valores do micronare

oscilam em torno de 2,0 a 6,0, compreendendo dentro destes valores as

categorias muito fina, fina, média, grossa e muito grossa (Sesten e Lima,

2007).

Os valores de micronare para o lote com menor vigor (Tabela 10)

encontram-se dentro da classificação de fibras médias de grau médio de

maturidade e ou perímetro, que varia de 3,8 a 4,6. Já os valores para os

lotes com maior vigor e vigor intermediário, encontram-se dentro da

classificação de fibras grossas ou seja, de desenvolvimento normal e

completo, que variam de 4,7 a 5,5.

TABELA 10. Qualidade da fibra das plantas de três lotes de algodão (cv.

FMT 701), com diferentes níveis de vigor. Jaciara, MT, 2009.

Variáveis MIC STR UI UHML Menor 4,57 b 29,74 a 84,23 a 28,64 a

Intermediário 4,66 ab 30,31 a 83,32 a 28,62 a Maior 4,69 a 29,49 a 83,86 a 28,75 a

Estande corrigido 4,68 a 29,74 a 83,56 a 28,73 a Estande desbastado 4,60 b 29,88 a 84,04 a 28,74 a

CV(%) 2,36 3,72 1,49 2,01 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Índice micronaire (MIC), resistência da fibra (STR), índice de uniformidade (UI) e comprimento de fibra (UHML).

Também ocorreu diferença significativa entre os ajustes de

semeadura, sendo que para o estande corrigido apresentou maior valor para

o micronare da fibra dentro da classificação de fibras grossas, ou seja, de

desenvolvimento normal e completo. Os valores encontrados para o estande

ajustado ficaram dentro da classificação de fibras médias de grau médio de

maturidade e ou perímetro.

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Para a característica alongamento da fibra, o lote com menor vigor

apresentou menor valor, diferindo significativamente dos demais. Já o lote

com vigor intermediário apresentou melhor desempenho no cultivo com

ajuste da população de plantas com desbaste. O alongamento é quanto o

material cede no sentido longitudinal até o momento de rotura, expresso em

percentual, em função do comprimento inicial do corpo de prova. Os valores

do alongamento oscilam em torno de 5,0 a 7,6%, compreendendo dentro

destes valores as categorias muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto

(Sesten e Lima, 2007). Apesar das diferenças significativas para o

alongamento da fibra, os valores observados em todos os casos (Tabela 11)

encontram-se dentro da classificação de categoria muito alto com fibras

acima de 7,6%.

TABELA 11. Qualidade da fibra das plantas de três lotes de algodão (cv.

FMT 701), com diferentes níveis de vigor. Jaciara, MT, 2009.

Variáveis ELG Menor 8,82 a

Estande corrigido Intermediário 8,66 a Maior 8,96 a Menor 8,60 b

Estande desbastado Intermediário 9,02 a Maior 8,76 ab

Menor Estande corrigido 8,82 a

Estande desbastado 8,60 a

Intermediário Estande corrigido 8,66 b

Estande desbastado 9,62 a

Maior Estande corrigido 8,96 a

Estande desbastado 8,76 a CV (%) 3,64

Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Alongamento da fibra (ELG).

Os valores encontrados para classificação da fibra foram ainda

comparados com o padrão da cultivar determinado por Penna (2006). O

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comprimento da fibra, extensão média ao longo do eixo de um corpo de

prova de fibras paralelas (Sesten e Lima, 2007,) ficou abaixo do padrão da

variedade que é de 30 a 33 mm. A uniformidade do comprimento, variação

existente entre os comprimentos das fibras (Sesten e Lima, 2007),

apresentou valores abaixo do padrão da variedade que é de 85%. Para os

valores de resistência da fibra, força em gramas requerida para romper um

feixe de fibras de um tex, que equivale a massa em gramas de 1.000 metros

de fibra, ficou dentro do padrão da variedade que é entre 28 a 30 g/tex. Os

valores de micronaire ficaram acima do padrão da variedade que é no

máximo de 4,5 ug/pol.

Durante a fase de maturação dos frutos o algodão necessita

principalmente de temperaturas de 20ºC a 38ºC (Doorenbos et al, 1979).

Altas temperaturas, no final do enchimento das maçãs, próximas de 40ºC

podem promover a abertura das maçãs, aumentando o tempo de exposição

das fibras ao ambiente até o momento da colheita, além disso, as fibras

terão menor qualidade com redução do comprimento, resistência e

micronaire (Hake e Silvertooth, 1990). Por outro lado temperaturas noturnas

abaixo de 17,5ºC podem levar também a problemas com menor qualidade

de fibra, como o baixo índice de micronare (Gibson e Ray, 1970).

A observação dos dados da Figura 1 de temperatura máxima, mínima

e pluviosidade durante o ciclo do algodão em campo, permitiram verificar

que a temperatura oscilou entre valores mínimos próximos de 12ºC e a

máxima próxima de 30ºC. É possível que as condições de baixa temperatura

tenham favorecido a diminuição da qualidade da fibra, principalmente no lote

de menor vigor que apresentou menor índice de micronare (Tabela 10).

O uso de sementes de maior vigor mostrou-se um procedimento

eficiente para garantir plantas de algodão com melhor desempenho. Neste

sentido, a seleção de sementes mais vigorosas com o uso de testes de vigor

em laboratório pode ser uma alternativa muito importante para produtores de

sementes disponibilizarem no mercado lotes com maior potencial fisiológico.

Da mesma forma, a utilização dessas sementes pelos produtores de algodão

apresenta vantagens sobre vários aspectos, já que plantas mais vigorosas

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podem apresentar maior potencial produtivo. Em pesquisas subseqüentes

sobre o tema existe possibilidade do desenvolvimento de estudos para

conhecer os mecanismos envolvidos com o vigor das sementes e ainda o

desenvolvimento de testes de laboratórios mais rápidos e precisos para

predizer o potencial fisiológico das sementes de algodão.

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5 CONCLUSÕES

Os testes de vigor primeira contagem da germinação, germinação a

baixa temperatura, envelhecimento acelerado, tetrazólio, condutividade

elétrica e crescimento de raiz são eficientes para separar os lotes de

sementes de algodão em diferentes níveis de vigor.

Há efeito do vigor de sementes de algodão sobre o desempenho

inicial, vegetativo e reprodutivo das plantas em campo.

As características número de ramos reprodutivos e números de

botões florais são as mais influenciadas pelo vigor das sementes de

algodão.

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