efeito de um programa de aconselhamento À prÁtica de atividade … · iii lista de tabelas tabela...

86
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL AMBULATORIAL E INDICADORES DE SAÚDE DE HIPERTENSOS DE MEIA-IDADE: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO PILOTO Altieres Elias de Sousa Júnior NATAL RN 2018

Upload: others

Post on 10-Aug-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À

PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO

ARTERIAL AMBULATORIAL E INDICADORES DE SAÚDE

DE HIPERTENSOS DE MEIA-IDADE: UM ENSAIO

CLÍNICO RANDOMIZADO PILOTO

Altieres Elias de Sousa Júnior

NATAL – RN

2018

Page 2: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL AMBULATORIAL E INDICADORES DE

SAÚDE DE HIPERTENSOS DE MEIA-IDADE: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO PILOTO

ALTIERES ELIAS DE SOUSA JÚNIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação Física.

ORIENTADOR: Prof. Dr. EDUARDO CALDAS COSTA

Page 3: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

FICHA CATALOGRÁFICA

Page 4: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

“Andar é o melhor remédio do homem"

“Todas as partes do corpo, se usadas

com moderação e exercidas em trabalhos

às quais cada um está acostumado,

tornam-se saudáveis, bem desenvolvidas

e envelhecem lentamente, mas se não

forem utilizados e deixarem ociosos, eles

se tornaram susceptíveis à doenças,

defeituosos de crescimento e idade

rapidamente”

(HIPÓCRATES, ~450 aC, 240, 278)

Page 5: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

I

SUMÁRIO Página

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................................... III

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................................... ...IV

LISTA DE QUADROS ............................................................................................................ V

LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS .............................................................. VI

RESUMO .............................................................................................................................. IX

ABSTRACT........................................................................................................................... XI

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 1

2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 4

2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 4

2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 4

3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 5

3.1 Hipertensão ............................................................................................................. 5

3.2 Exercício Físico e Hipertensão ................................................................................ 7

3.3 Modelo dos cinco “As” ............................................................................................. 8

3.4 Aconselhamento a prática de atividade física ........................................................ 11

3.5 Aconselhamento à prática de atividade física e hipertensão .................................. 14

4 METODOLOGIA .......................................................................................................... 17

4.1 Desenho do estudo ................................................................................................ 17

4.2 Amostra ................................................................................................................. 17

4.3 Abordagem inicial .................................................................................................. 18

4.4 Triagem inicial – Visita 1 ........................................................................................ 18

4.5 Coleta de sangue – Visita 2 ................................................................................... 19

4.6 Avaliação da composição corporal – Visita 3 ......................................................... 19

4.7 Medida da pressão arterial ambulatorial – Visita 4 ................................................. 20

Page 6: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

II

4.8 Medida do nível de atividade física – Visita 4 ......................................................... 21

4.9 Randomização e programa de aconselhamento à prática de atividade física ........ 21

4.10 Análise estatística .................................................................................................. 28

5 RESULTADOS............................................................................................................. 29

6 DISCUSSÃO ................................................................................................................ 39

7 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 42

8 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 43

9 ANEXOS....................................................................................................................... 56

Page 7: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

III

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos.

Tabela 2 – Modelo dos cinco “As” para aconselhamento à mudança de

comportamentos sobre a atividade física.

Tabela 3 – Caracterização dos grupos controle e aconselhamento à prática de

atividade física (n=22).

Tabela 4 – Pressão arterial clínica e ambulatorial de hipertensos na linha de

base e após 12 semanas: controle vs. aconselhamento à prática de atividade

física.

Tabela 5 – Pressão arterial clínica e ambulatorial de hipertensos na linha de

base e após 12 semanas: controle vs. aconselhamento à prática de atividade

física.

Page 8: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

IV

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxograma do estudo

Figura 2 – Delineamento da intervenção de aconselhamento à prática de AF

Figura 3 – Média da quantidade de passos diário de hipertensos na linha de

base e após 12 semanas: controle vs. aconselhamento à prática de atividade

física. Os dados estão expressos em média e desvio padrão. (*) p < 0.05

comparado ao momento pré do mesmo grupo

Page 9: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

V

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Intervenção baseada no modelo dos cinco “As”

Quadro 2 – Final da intervenção

Page 10: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

VI

LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

ACSM = American College Sports of Medicine

ACT = Activity Counseling Trial

AMA = American Medical Association

AT2 = angiotensina II

AHA = American Heart Association

ANOVA = Análise de variância

AVE = Acidente vascular encefálico

BPM = Batimentos por minuto

CAAE = Certificação de Apresentação para Apreciação Ética

CC = circunferência de cintura

CHEP = Canadian Hypertension Education Program

Cm = centímetro

DCV = Doença cardiovascular

DEXA = Absorciometria de raios-x de dupla energia

DS = durante a semana

ECA = Enzima conversora de angiotensina

EEG = Equações de estimações generalizadas

ESC = European Society of Cardiology

ESH = European Society of Hypertension

FC = Frequência cardíaca

FCmáx = Frequência cardíaca máxima

FDS = final de semana

GA = gordura abdominal

Page 11: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

VII

GAMA-GT = Gamaglutamiltranspeptidase

GC = gordura corporal

GCH = grupo de cuidados habituais

GCO = Grupo controle

GI = Grupo intervenção

IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

HAS = Hipertensão Arterial Sistêmica

HDL = lipoproteína de alta densidade

HPE = Hipotensão pós-exercício físico

HUOL = Hospital Universitário Onofre Lopes

IMC = Índice de massa corporal

IPAQ = Questionário Internacional de Atividade Física

kg = Quilogramas

kg/m2 = Quilogramas por metro ao quadrado

LDL = lipoproteína de baixa densidade

LOA = Lesão em órgão-alvo

M = metro

MAPA = Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial

MC = massa corporal

MG = massa de gordura

MLG = massa livre de gordura

mmHg = Milímetros de mercúrio

MRPA = Medição residencial da pressão arterial

NZ$ = Dolar da Nova Zelândia

Page 12: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

VIII

OMS = Organização Mundial da Saúde

PA = Pressão arterial

PACE = Physician-Based Assessment and Counseling for Exercise

PAD = Pressão arterial diastólica

PAL = Physically Active for Life

PAS = Pressão arterial sistólica

PNAD = Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PSE = Percepção subjetiva de esforço

RCE = razão cintura/estatura

R$ = Real

SBC = Sociedade Brasileira de Cardiologia

TCLE = Termo de consentimento livre e esclarecido

TGO/AST = Transaminase glutâmico-oxalacética/aspartato aminotransferase

TGP/ALT = Transaminase glutâmico pirúvica/ alanina aminotransferase

UFRN = Universidade Federal do Rio Grande do Norte

VIGITEL = Sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico

¥ = Iene

Page 13: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

IX

RESUMO

EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL AMBULATORIAL E INDICADORES DE

SAÚDE DE HIPERTENSOS DE MEIA-IDADE: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO PILOTO

Autor: Altieres Elias de Sousa Júnior Orientador: Eduardo Caldas Costa

Objetivo: analisar os efeitos de um programa de aconselhamento à prática

atividade física (AF) sobre a pressão arterial (PA) ambulatorial e indicadores de

saúde em indivíduos de meia-idade com hipertensão. Métodos: vinte e dois

hipertensos inativos de meia-idade (♂ = 6, ♀ = 18) foram alocados

aleatoriamente em dois grupos: i) programa de aconselhamento à prática de

AF (n = 11; 49,6 ± 8,1 anos; PA de consultório 130,5 ± 14,3 / 78,6 ± 8,8 mmHg;

33,0 ± 5,3 kg/m2) ou ii) grupo controle (n = 11; 47,9 ± 6,7 anos; PA de

consultório 130,8 ± 13,9 / 85,4 ± 10,0 mmHg; 31,3 ± 5,1 kg/m2). O grupo

aconselhamento participou de seis encontros quinzenais de 60 minutos, onde

eram aconselhados para aumentar a prática de AF com metas semanais

progressivas. Essa intervenção foi baseada no modelo dos 5 “As” (i.e., avaliar,

aconselhar, acordar, assistir e arranjar). O grupo controle recebeu orientações

gerais sobre a prática de AF em um único encontro com duração de 15

minutos. Antes e após 12 semanas, foram avaliados: nível de AF (pedômetro

por sete dias), PA ambulatorial (24 h monitorização ambulatorial da PA), PA de

consultório, composição corporal (DEXA), medidas antropométricas, fatores de

risco cardiometabólicos (glicose de jejum, colesterol total, HDL, LDL e

triglicerídeos), marcadores de função renal (creatinina e ureia) e hepática

(TGO, TGP e GAMA GT). A análise por intenção de tratar foi adotada. Os

resultados estão expressos em média e intervalo de confiança de 95% (IC

95%). Um p-valor < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.

Page 14: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

X

Resultados: o grupo aconselhamento aumentou o nível de AF (643 passos/dia

[IC 95%: 13,3; 1274,2] vs. -172,3 passos/dia [IC 95%: -802,8; 458,1]; p < 0,05).

O grupo controle aumentou a circunferência da cintura (1,8 cm [IC 95%: 0,1;

3,4] vs. -1,3 cm [IC 95%: -2,9; 3,0]; p < 0,02), mas diminuiu os níveis de

triglicerídeos (-37,2 mg/dL [IC 95%: -62,9; -11,5] vs. 17,1 mg/dL [IC 95%: -8,6;

42,8]; p < 0,01). Não houve modificações da PA ambulatorial, Pa de repouso,

composição corporal, glicose de jejum, colesterol total, LDL-colesterol, HDL-

colesterol, marcadores de função renal e hepática em nenhum dos grupos após

12 semanas (p > 0,05). Conclusão: o programa de aconselhamento à prática

de AF aumentou o nível de AF de indivíduos de meia-idade com hipertensão;

entretanto, a intervenção não foi eficaz para reduzir a PA ambulatorial,

melhorar a composição corporal e reduzir fatores de risco cardiometabólicos

nesses indivíduos.

Palavras-chave: hipertensão; aconselhamento; atividade física; monitorização

da pressão ambulatorial.

Page 15: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

XI

ABSTRACT

EFFECTS OF A PHYSICAL ACTIVITY COUNSELING PROGRAM ON AMBULATORY BLOOD PRESSURE AND HEALTH-RELATED

OUTCOMES IN MIDDLE-AGED INDIVIDUALS WITH HYPERTENSION: A RANDOMIZED CONTROLLED PILOT TRIAL

Author: Altieres Elias de Sousa Júnior Advisor: Eduardo Caldas Costa

Objective: To analyze the effects of a physical activity (PA) counseling program

on ambulatory blood pressure (BP) and health-related outcomes in middle-aged

individuals with hypertension. Methods: Twenty-two middle-aged individuals

with hypertension (♂ = 6, ♀ = 18) were randomly allocated into two groups: i)

PA counseling program (n = 11, 49.6 ± 8.1 years, resting BP 130.5 ± 14.3 / 78.6

± 8.8 mmHg, body mass index [BMI] 33.0 ± 5.3 kg/m2) or ii) control group (n =

11, 47.9 ± 6.7 years, resting BP 130.8 ± 13.9 / 85.4 ± 10.0 mmHg, BMI 31.3 ±

5.1 kg/m2). The PA counseling group had six 60-minute bi-weekly meetings

where they were counseled to increase the PA levels following weekly

progressive goals. This intervention was based on the five “As” model (i.e.,

assess, advise, agree, assist, and arrange). The control group received general

information about PA during a single 15-minute meeting. Before and after 12

weeks, PA level (pedometer for seven days), ambulatory BP (24 h ambulatory

BP monitoring), resting BP, body composition (DEXA), anthropometric

measures, cardiometabolic risk factors (fasting glucose, total cholesterol, HDL,

LDL, and triglycerides), markers of renal function (creatinine and urea), and

markers of hepatic function (TGO, TGP, and GAMA GT). The intention-to-treat

analysis was adopted. The results are expressed as mean and 95% confidence

interval (95% CI). A p-value <0.05 was considered statistically significant.

Page 16: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

XII

Results: The PA counseling group increased the PA levels (643.8 steps/day

[95% CI: 13.3, 1274.2] vs. -172.3 steps/day [95% CI: -802.8, 458.1]; p < 0.05).

The control group increased waist circumference (1.8 cm [95% CI: 0.1, 3.4] vs. -

1.3 cm [95% CI: -2.9, 3.0]; p < 0.02), and decreased triglycerides levels (-37.2

mg/dL [95% CI: -62.9, -11.5] vs. 17.1 mg/dL [95% CI: -8.6, 42.8]; p < 0.01).

There were no changes in ambulatory BP, resting BP, body composition, fasting

glucose, total cholesterol, LDL-cholesterol, HDL-cholesterol, markers of renal

and hepatic function in both groups after 12 weeks (p > 0.05). Conclusion: The

PA counseling program increased the PA level of middle-aged individuals with

hypertension; however, the intervention was not effective to reduce ambulatory

BP, improve body composition and decrease cardiometabolic risk factors in

these individuals.

Keywords: post-exercise hypotension; Ambulatory blood pressure monitoring;

physical exercise.

Page 17: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

1

1 INTRODUÇÃO

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), segundo a VII diretriz brasileiras de

HAS, é caracterizada pelo aumento e sustentação dos níveis de pressão arterial

(PA), especificamente pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg e/ou pressão

arterial diastólica (PAD) ≥ 90 (1). A HAS não tratada tende a progredir e causar

lesões de órgão-alvo (LOA), incluindo encéfalo (acidente vascular encefálico,

demência vascular), coração (hipertrofia ventricular esquerda, aterosclerose nas

coronárias), rins (nefrosclerose, albuminuria, proteinúria), artérias (doença arterial

periférica, aterosclerose), e olhos (retinopatia) (2). Recente análise estimou que 1,13

bilhões de pessoas adultas no mundo possuíam HAS em 2015 (3).

Diferentes métodos têm sido incorporados na investigação diagnóstica e

manejo da HAS, como as medidas da PA de consultório, a Medição Residencial da

Pressão Arterial (MRPA) e a Monitoração Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA)

(1). A MAPA registra as medidas de PA ao longo de 24 horas enquanto o paciente

realiza suas atividades habituais. Os intervalos das medidas de PA geralmente são

entre 15 e 30 minutos (4). A PA ambulatorial no período da vigília tem valor

prognóstico superior às medidas da PA de consultório para eventos

cardiovasculares. Além disso, a MAPA realiza medidas durante o sono, que também

têm implicações prognósticas importantes para o indivíduo com HAS (5).

A terapia não farmacológica tem sido amplamente recomendada como

tratamento de primeira linha para HAS em todos os estágios (1). Mudanças no estilo

de vida, incluindo reeducação alimentar e atividade física reduzem a PA de

indivíduos com HAS (6–8). É evidenciado que para cada aumento de 20 mmHg na

PAS e 10 mmHg na PAD a partir de uma PA de consultório de 115/75 mmHg, o risco

de eventos cardiovasculares duplica (9). Por outro lado, estima-se que uma

diminuição de 5 mmHg na PAS resultaria em redução global de 14% na mortalidade

por acidente vascular encefálico (VE), 9% na redução mortalidade por doença arterial

coronariana (DAC) e 7% de redução na mortalidade por todas as causas (10). Nesse

contexto, dados de meta-análise demonstram que o exercício aeróbio praticado com

duração ≥ 4 semanas, frequência entre 5-7 dias por semana e com intensidade

moderada, reduziu 8,3 e 5,2 mmHg a PAS e PAD, respectivamente, em hipertensos

Page 18: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

2

(8). Portanto, de fato, o exercício aeróbio regular é eficaz para reduzir a PA de

indivíduos com HAS e, consequentemente, o risco de eventos cardio e

cerebrovasculares, além de mortalidade por todas as causas nessa população.

Considerando que a prática regular de exercício aeróbio é eficaz para reduzir

(8), a Sociedade Brasileira de Cardiologia (1), o Colégio Americano de Medicina do

Esporte (11), preconizam a realização de exercício aeróbio, preferencialmente todos

os dias da semana, com intensidade moderada (40–59% do VO2 de reserva) (12), ao

menos 30 minutos por dia, de forma contínua ou acumulada, para indivíduos com

HAS. Adicionalmente, exercícios resistidos devem ser prescritos de forma

complementar. Nesse sentido, outras sociedade e organizações profissionais, tais

como o Colégio Americano de Medicina Preventiva, a Associação Americana do

Coração, o próprio Colégio Americano de Medicina do Esporte e a Força Tarefa de

Serviços Preventivos dos Estados Unidos têm recomendado que o aconselhamento

para a prática de atividade física deve ser incorporado nas consultas rotineiras como

forma de conscientizar e combater o estilo de vida fisicamente inativo dos indivíduos

com HAS (13–15), comumente presente. Por exemplo, Martins et al. (16) e Guedes

et al. (17) demonstraram prevalência de 55,8% e 60%, respectivamente, de

inatividade física entre hipertensos.

Dados de revisão sistemática demonstraram que o aconselhamento à prática

de atividade física resulta em aumentos modestos nos níveis de atividade física auto-

reportado em adultos aparentemente saudáveis; i.e., aumento de ~ 35-40 minutos

por semana (17). No que se refere ao impacto do aconselhamento sobre o nível de

atividade física e PA de hipertensos, a literatura demonstra aumento no nível de

atividade física em ~ 40-50 minutos por semana em intervenções entre 6-36 meses

nessa população. Reduções da PA de consultório foram observadas em intervenções

em curto, médio e longo prazo (<12,12-12 e >24 meses, respectivamente) em

associação do aconselhamento dietético (18). Assim, não é claro se um programa de

aconselhamento à prática de atividade física sem aconselhamento nutricional

envolvido é capaz de reduzir a PA e outros indicadores de saúde na população com

HAS.

Recentemente, a Associação Médica Americana adotou um algoritmo baseado

no modelo dos cinco “As” (i.e., avaliar [assess], aconselhar [advise], assistir [assist] e

Page 19: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

3

arranjar [arrange]) de aconselhamento para mudança de comportamento para o

tratamento do sobrepeso e obesidade (19). Esse modelo também tem sido utilizado

para o tratamento de outras condições, tais como alcoolismo, dislipidemia, tabagismo

e diabetes (20–22). Além disso, o modelo dos cinco “As” também é aplicável para

promoção da atividade física entre pessoas inativas, pois permite o profissional de

saúde avaliar o nível atual de atividade física do indivíduo, bem como eventuais

contraindicações para atividade física, aconselhar e orientar sobre metas atingíveis

de atividade física de acordo com o estágio de comportamento (pré-contemplação,

contemplação, preparação, ação e manutenção) (23). Adicionalmente, o profissional

de saúde fornece auxílio no enfrentamento de barreiras e organiza visitas de

acompanhamento para motivar o indivíduo e avaliar sua progressão (24,25). No que

se refere aos indivíduos com HAS, pouco é conhecido sobre o impacto de um

programa de aconselhamento à prática de atividade física utilizando o modelo dos

cinco “As” sobre o nível de atividade física, PA ambulatorial e indicadores de saúde

importantes para essa população. Nesse sentido, e considerando que a prática

regular de atividade física é pedra angular na terapia não farmacológica da HAS,

parece importante investigar os efeitos desse modelo de aconselhamento à prática

de atividade física nos desfechos acima mencionados.

Page 20: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

4

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Investigar os efeitos de um programa de aconselhamento à prática de atividade

física sobre a PA ambulatorial, medidas antropométricas, composição corporal e

perfil de risco cardiometabólico em indivíduos hipertensos.

2.2 Objetivos específicos

● Comparar os efeitos de um programa de aconselhamento à prática de

atividade física sobre a PA ambulatorial (vigília, sono, descenso noturno e

cargas pressóricas) em hipertensos;

● Analisar os efeitos de um programa de aconselhamento à prática de atividade

física sobre o perfil bioquímico (glicemia de jejum, colesterol total, LDL

colesterol, HDL colesterol, triglicerídeos, ureia, creatinina, TGO, TGP e GAMA

GT) em hipertensos;

● Avaliar os efeitos de um programa de aconselhamento à prática de atividade

física sobre a composição corporal (gordura abdominal [kg], gordura corporal

[%], massa de gordura [kg] e massa livre de gordura [kg]) em hipertensos;

● Mensurar os efeitos de um programa de aconselhamento à prática de

atividade física sobre o nível de atividade física (número de passos por dia)

em hipertensos.

Page 21: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

5

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Hipertensão

A PA é o produto do débito cardíaco e da resistência vascular periférica total,

por sua vez, a medida é realizada em milímetros de mercúrio (mmHg) e são

registradas a PAS e PAD. As principais diretrizes sobre HAS no mundo recomendam

que o diagnostica seja feito quando PAS estiver ≥ 140 mmHg e/ou pressão arterial

diastólica PAD ≥ 90 mmHg em pessoas a partir de 18 anos, as aferições devem ser

realizadas em duas ou mais visitas ao consultório (1,9,11,26,27). Adicionalmente, é

importante identificar coexistência de outros fatores de risco para doença

cardiovascular aterosclerótica, presença de lesão em órgão-alvo (LOA) e diagnóstico

de doença cardiovascular (DCV), e assim, definir a HAS em baixo, moderado ou alto

risco cardiovascular (1).

O diagnóstico da HAS pode ser feito através da medida no consultório, e

através da medição residencial da PA (MRPA) usando o método auscultatório com

esfigmomanômetro aneroide ou pelo método oscilométrico com uso de aparelhos

semiautomáticos (28). Entretanto, uma das principais limitações é a não avaliação da

PA durante o período de sono (1). Por outro lado, a Monitorização Ambulatorial da

Pressão Arterial (MAPA) é um método vantajoso em relação aos supracitados, pois

avalia a PA por um período de 24 horas de forma intermitente (15 ou 20min na vigília

e 20 ou 30min no sono), elimina o viés do avaliador e as medidas se aproximam dos

valores da PA durante as atividades habituais dos indivíduos. Além disso, a MAPA

permite a avaliação das cargas pressóricas, variabilidade da PA, descenso noturno e

ascenso matinal (4).

A prevalência de HAS vem aumentando globalmente ao longo dos anos. A

organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, que em 2008, aproximadamente 40%

dos adultos com idade igual ou superior a 25 anos tinham sido diagnosticados com

HAS. Ademais, o número de pessoas com HAS aumentou de 600 milhões em 1980

para quase 1 bilhão em 2008 (29). Uma recente análise sistemática de estudos

populacionais envolvendo 90 países estimou que 31,1% dos adultos (≥ 20 anos)

tiveram hipertensão em 2010, ou seja, cerca de 1,39 bilhão de pessoas (30). Outra

recente análise feita com 1479 estudos envolvendo 19,1 milhões de pessoas estimou

Page 22: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

6

que o número de adultos (≥ 18 anos) com pressão arterial elevada (PAS ≥ 140mmHg

ou PAD ≥ 90mmHg) aumentou de 594 milhões em 1975 para 1,13 bilhão em 2015,

aumento de ~ 90% durante as quatro décadas (3). Adicionalmente, esses estudos

apresentam dados em comum, a saber: i) Maior prevalência em países de média e

baixa renda e; ii) Maior prevalência em homens.

A prevalência de HAS vem aumentando ao longo dos anos no Brasil. O Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios (PNAD) mostram a prevalência de HAS nos anos de 1998

(18,0%) (31) e 2008 (20,9%) (32), foram entrevistadas um total de 196.439 e 250.664

pessoas, respectivamente, com idade superior a 20 anos. Recentemente, o

Ministério da Saúde através do sistema de vigilância de fatores de risco e proteção

para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL) mostrou que no Brasil a

frequência de diagnóstico médico prévio de HAS alcançou 25,7% em 2016, foram

entrevistadas 53.210 pessoas (≥ 18 anos) nas capitais do país. Adicionalmente, entre

os anos de 2012 – 2016, a prevalência de HAS cresceu em média 0,35% ao ano

(33). A sétima diretriz brasileira de HAS assume que o Brasil já atinge a marca de

32,5% (36 milhões) de hipertensos (1).

A HAS é considerada um dos principais fatores de risco modificáveis e um dos

mais importantes problemas de saúde pública. Mesmo valores baixos de PA estão

associados a eventos cardiovasculares, acidente vascular encefálico (AVE) e doença

renal: para cada aumento de 20 mmHg na PAS e 10 mmHg na PAD a partir de uma

PA de 115/75, o risco de eventos cardiovasculares duplicam (9). A HAS é

responsável por 51% das mortes decorrentes de AVE e 45% das mortes cardíacas

(34). Por outro lado, estratégias não farmacológicas são recomendadas para o trata

mento da HAS. Nesse sentindo, as diretrizes nacionais e internacionais preconizam

algumas mudanças no estilo de vida, a saber: i) adotar a dieta DASH; ii) controle do

iii) restrição no consumo de sódio; iv) moderação no consumo de; v) exercício físico

aeróbio (redução de 8,3/5,2 mmHg na PAS e PAD, respectivamente) e; vi) aumento

da atividade física diária (redução de 3,6/5,4 mmHg na PAS e PAD,

respectivamente) (1,35). Nesse contexto, estima-se que uma diminuição de 5 mmHg

na PAS resultaria em redução global de 14% na mortalidade por AVE, 9% na

redução mortalidade por DCV e 7% redução de mortalidade por todas as causas (9).

Page 23: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

7

3.2 Exercício Físico e Hipertensão

O exercício físico regular reduz o risco de mortalidade por todas as causas e de

mortalidade cardiovascular em hipertensos (até 51% e 73%, respectivamente) (36).

Diretrizes nacionais e internacionais recomendam pelo menos 30 minutos de

atividade física aeróbia em intensidade moderada quase todos os dias da semana,

se não todos (i.e., 4 – 7 dias), de forma que seja acumulada 150 minutos de atividade

física moderada por semana (tabela 1). A partir desta prescrição, espera-se que a

redução da PA seja na ordem de 8 mmHg/5mmHg (37). Além disso, a inclusão da

atividade física na rotina diária por meio do transporte ativo e uso de escadas

também é recomendada (27,38), visto que reduz a PA em aproximadamente 4

mmHg/ 5 mmHg (39).

Devido ao crescente corpo de evidências a respeito do efeito hipotensor do

exercício resistido dinâmico, este tipo de exercício vem sendo incluído nas últimas

recomendações (1,40). Por exemplo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia

recomenda 2 a 3 sessões semanais de exercício resistido em intensidade moderada

(i.e., até fadiga moderada), adicionalmente à recomendação básica. Dados de

metanálises também suportam o potencial tratamento não farmacológico da HAS

através do exercício isométrico (37,41,42). Dados de uma metanálises mostraram

que o aconselhamento a prática de atividade física, onde os pacientes recebiam uma

prescrição para atingir gradualmente as recomendações, foi associado a reduções na

pressões PAS e PAD em 2,97 mm/Hg e 1,41 mm/Hg, respectivamente. Mostrando

ser uma alternativa para atingir benefícios sobre a PA (43).

No que diz respeito ao efeito do exercício sobre a pressão ambulatorial em

hipertensos, recente metanálise mostrou o efeito treinamento aeróbio sobre a

pressão ambulatorial, foi achado reduções de - 4,06 mm/Hg na PAS e 2,77 mm/Hg

na PAD de 24h. Ademais, houve reduções no período da vigília (PAS = - 3,78 mm/Hg

e PAD = - 2,73 mm/Hg) e do sono (PAS = - 2,35 mm/Hg e PAD = - 1,70 mm/Hg) (6).

Page 24: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

8

Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos.

Diretrizes Recomendações

ACSM, 2004 (11) Treinamento aeróbio

Fazer, no mínimo, 30 ou mais min/dia de forma contínua ou acumulada com intensidade moderada, complementados com exercícios com pesos.

CHEP, 2014 (27) Treinamento aeróbio

30 – 60 minutos de intensidade moderada (por exemplo, caminhada, corrida, ciclismo ou natação) em 4 a 7 dias da semana.

ESH/ESC, 2013 (26) Treinamento aeróbio

Fazer, pelo menos 30 minutos de exercício com intensidade moderado em 5 a 7 dias da semana.

SBC, 2016 (1) Treinamento aeróbio: Fazer, no mínimo, 30 min/dia (ideal entre 40 – 50 min) de atividade física moderada, de forma contínua (1 x 30 min) ou acumulada (2 x 15 min ou 3 x 10 min) em 5 a 7 dias da semana Treinamento resistido: 2 a 3 vezes/semana. 8 a 10

exercícios para os principais grupos musculares, dando prioridade para execução unilateral, quando possível. 1 a 3 séries 10 a 15 repetições até a fadiga moderada (redução da velocidade de movimento e tendência a apneia) Pausas longas passivas - 90 a 120 segundos.

Abreviações: ACSM = American College Sports of Medicine; CHEP =

Canadian Hypertension Education Program; ESH/ESC = European Society

of Hypertension/European Society of Cardiology; SBC = Sociedade Brasileira de

Cardiologia.

3.3 Modelo dos cinco “As”

A construção da estratégia dos quatros “As” (avaliar [assess], aconselhar

[advise], assistir [assist] e arranjar [arrange]) foi originalmente desenvolvido pelo

Instituto Nacional do Câncer no final da década de 1980 para orientar a intervenção

dos médicos na cessação do tabagismo (44). A Força Tarefa Canadense sobre

Cuidados Preventivos de Saúde propôs a construção do modelo dos cinco “As”

(adicionando o passo acordar [agree]) para aconselhar eficazmente os pacientes

sobre hábitos de saúde além da cessação ao tabagismo (44). Nesse sentido, a Força

Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos (USPSTF) e as diretrizes

nacionais sobre atividade física da Suécia e do Reino Unido aprovaram o modelo dos

Page 25: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

9

cinco “As” para o aconselhamento de comportamentos saudáveis na atenção

primária. Recentemente a Holanda adotou o modelo dos cinco “As” para o

aconselhamento a pratica atividade física na atenção primária (45). Na literatura

existem algumas variações do modelo dos cinco “As” para uso em ambiente de

cuidados primários, além da configuração acima citada outra variação comum inclui:

perguntar (ask); avaliar (assess); aconselhar (advise); assistir (assist); e arranjar

(arrange) (46–48). Um artigo de revisão sugere um modelo modificado dos cinco

“As”: perguntar (ask); avaliar (assess); aconselhar (advise); concordar (agree); e

assistir (assist) (49). As características do modelo dos cinco “As” sugerido para

promoção de atividade física estão apresentadas na tabela 2.

Tabela 2 – Modelo dos cinco “As” para ajudar os pacientes alteraram o

comportamento da atividade física

Componentes Recomendações

AVALIAR (24,25,44) Avaliar a atividade física atual (tipo, frequência, intensidade e duração); contraindicações para a atividade física; estágio de mudança motivacional para a atividade física; benefícios orientados para o paciente; suporte social; vontade de ajudar os outros; auto-eficácia (a autoconfiança do paciente de que ele ou ela pode mudar o comportamento).

ACONSELHAR (24,25,44)

Fornecer uma mensagem de aconselhamento estruturado e adaptado individualmente. Por exemplo, uma das recomendações é fazer pelo menos 30 minutos de atividade física acumulada de intensidade moderada (ou seja, andar rápido [5 – 6 km/h] ou o equivalente) em cinco ou mais dias da semana. Fornecer uma mensagem de aconselhamento estruturado com base no estágio de mudança do paciente.

ASSISTIR (24,25,44) Fornecer ao paciente uma receita escrita; materiais de suporte impressos; ferramentas de automonitoramento (por exemplo, pedômetro e calendário); ou recursos baseados na Internet.

Page 26: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

10

ACORDAR (24,25,44) Iniciar a tomada de decisão compartilhada com base no estágio de mudança do paciente. Estágio de pré-implantação (o paciente não está pronto para a mudança): pergunte ao paciente se você pode falar sobre atividade física em outro momento; Estágio de contemplação (o paciente está pensando em mudar): discuta os próximos passos; Etapa de preparação (o paciente pretende mudar em breve): ajude o paciente a fazer um plano e a estabelecer uma data de início; Etapa de ação/manutenção (o paciente está cumprindo metas): felicite o paciente; pergunte se o paciente está pronto para iniciar outro comportamento saudável.

ARRANJAR

(24,25,44)

Programar visitas para acompanhamento. Fornecer lembretes por telefone ou e-mail.

O modelo dos cinco “As” vem ganhando impulso como referência de

aconselhamento universal que pode ser usado por profissionais da saúde para

produzir várias alterações comportamentais. As diretrizes a AHA para gerenciamento

da obesidade atualizadas em 2013 incluíram um fluxograma de tratamento baseado

no modelo dos cinco “As” (50). Este é um modelo de aconselhamento de mudança

de comportamento eficaz, um estudo demonstrou o impacto da utilização do passo

“avaliar” (assess) em pessoas com sobrepeso ou obesidade, os pacientes que foram

avaliados e posteriormente informados que estavam com excesso de peso eram

nove vezes mais propensos em perceber seu peso como prejudicial para a saúde em

comparação com aqueles que não foram informados, adicionalmente as pessoas

avaliadas com sobrepeso ou obesidade são mais propensos em querer reduzir sua

massa corporal, tentar reduzir sua massa corporal durante uma ano e conseguir

reduzir massa corporal durante um ano, nesse contexto o diagnóstico de sobrepeso

ou obesidade (avaliar [assess]) é um forte preditor de tentativas de perder massa

corporal e realmente conseguir perder (51–53).

Page 27: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

11

Estudos evidenciam que a associação entre os “As” aumenta a eficácia do

aconselhamento. O uso do assistir (assist) e arranjar (arrange) em pacientes com

sobrepeso e obesidade foram relacionados com a melhoria da dieta comparados

com os pacientes que não tiveram assistência e os que não tiveram retornos para as

consultas, enquanto que aconselhar (advise) foi associado com aumentos na

motivação e confiança para mudar a ingestão de gordura na dieta e confiança para

perder peso comparado com os pacientes que não foram aconselhados, sem

quaisquer diferenças estatisticamente significativas entre o uso de qualquer um dos

cinco “As” sobre a confiança, motivação ou mudança real na atividade física (46). Em

outro estudo foi perguntado aos pacientes se seu médico realizou 18 possíveis

habilidades relacionados com o modelo dos cinco “As” (por exemplo, Avaliar: seu

médico perguntou se você está tentando perder peso? O seu médico lhe aconselha a

perder peso? Assistir: seu médico ajudou você a definir metas para melhorar sua

dieta e/ou aumentar o nível de atividade física?), os médicos usaram em média de

5,3 (DP=4,6) habilidades e cada prática de aconselhamento adicional foi associada a

maiores probabilidades de motivação para perder peso, intenção de comer melhor de

se exercitar regularmente (54).

Um estudo de revisão do uso do modelo dos cinco “As” para aconselhamento

sobre perda de peso demonstrou diferenças entre a prática clínica e a demanda do

paciente, em geral, os pacientes gostariam que seus médicos utilizassem o arranjar,

seguidos de aconselhar, acordar e assistir. Não houve dados sobre a frequência com

que os pacientes desejam ser avaliados. Em comparação, os médicos

frequentemente aconselham e avaliam, mas raramente concordam, prestam

assistência ou organizam. Esta desconexão identifica uma lacuna entre as

necessidades dos pacientes e as práticas médicas que provavelmente afetam o

atendimento ao paciente (55).

3.4 Aconselhamento a prática de atividade física

A American Heart Association recomenda que os médicos utilizem intervenções

de aconselhamento a prática de atividade física utilizando combinações de duas ou

mais das seguintes estratégias: definir metas específicas; fornecer feedback sobre a

progressão; fornecer estratégias para a automonitorização; estabelecer um plano de

Page 28: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

12

frequência e de acompanhamento; usar entrevista motivacional; e construir a auto-

eficácia (15). De uma forma mais quantitativa, o American College of Sports Medicine

preconiza 150 minutos por semana de exercício aeróbio com intensidade moderada,

suplementados por 2 – 3 dias por semana de exercícios com pesos, flexibilidade e

neuromotores. Essas recomendações são para ajudar os profissionais de saúde no

aconselhamento de programas de exercício para adultos saudáveis (12). Além disso,

intervenções de aconselhamento possuem modelos de abordagens (face a face, em

grupo, por telefone ou correio), podem ser feitas em várias visitas e são classificadas

como de baixa, média ou alta intensidade quanto ao tempo somado de atendimento

nas visitas (≤ 30 minutos, 31 a 360 minutos e > 360 minutos, respectivamente) (56).

Os termos "aconselhamento" e "orientação" são frequentemente usados

alternadamente. No entanto, existe uma diferença real entre esses, diferentemente

do aconselhamento, a orientação requer menos tempo e pode envolver

simplesmente fazer uma recomendação (57,58).

Alguns programas foram desenvolvidos para a intensificação do

aconselhamento a pratica de atividade física (i.e., Physician-Based Assessment and

Counseling for Exercise [PACE]; Physically Active for Life [PAL] e; Activity Counseling

Trial [ACT]) (57,59,60). O PAL demostrou ser eficaz no aumento do nível de

atividade física em curto prazo (seis semanas) (61) a ACT foi eficaz na melhora da

aptidão cardiorrespiratório entre mulheres em longo prazo (dois anos) (62) e o PACE

não demonstrou ser eficaz para o aumento do nível de atividade física (63,64). Além

disso, dados metanalíticos evidenciam que curtas sessões de aconselhamento (3 –

10 minutos) são efetivas para aumentar os níveis de atividade física, particularmente

entre indivíduos de limeia-idade e idosos durante um período de curto (3 – 6 meses),

médio (6 – 12 meses) e longo prazo (> 12 meses) (65,66).

O aconselhamento a prática de atividade é uma maneira barata de aumentar

a atividade em pessoas sedentárias. A conversão de um adulto sedentário para um

estado ativo durante um período de 12 meses foi de NZ$1.756 = R$ 3.133,67 (67).

Resultados de uma revisão sistemática demonstram que intervenções para aumentar

o nível de atividade física são econômicas, dentre essas podemos destacar

aconselhamentos com suporte telefônico, por escrito ou por correio (68). Outra

revisão da literatura demonstrou que o aconselhamento a prática de atividade física

Page 29: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

13

custa 90% a menos quando comparado a cuidados habituais. Ademais, para cada

redução de 1 mmHg na PAS de pacientes hipertensos através de uma intervenção

de exercício o custo é de ≦ 11,268 = R$ 0,32 (69).

Apesar da relação custo-eficácia das intervenções de aconselhamento a prática

de atividade física junto com fortes evidências do seu impacto sobre o NF, a literatura

mostra que a probabilidade de pacientes hipertensos receberem aconselhamento

difere de acordo com certas características individuais, dentre essas podemos

destacar a idade e principalmente o IMC, nesse sentindo, os achados sugerem que o

aconselhamento é norteado pelo o excesso de peso ao invés do nível de atividade

física (70–72), algo que atualmente vai contra a iniciativa de saúde global gerida pelo

ACSM “Exercise is Medicine” que enfatiza a inatividade física como um "sinal vital"

na atenção primária dessa forma, a atividade física deve ser avaliada ao lado de

outras medidas clínicas, como PA, IMC entre outros (73). Bell et al. (74)

demonstraram que em todas as visitas que os médicos aconselhavam os pacientes

hipertensos sobre mudança no estilo de vida, apenas em 54,2% das visitas se falava

sobre a importância da atividade física. Nesse sentido a comunicação médico-

paciente é uma ferramenta subutilizada no tratamento da HAS usando como recurso

a atividade física.

Os dados supracitados retratam que apesar das recomendações para mudança

no estilo de vida serem amplamente divulgadas para tratamento da HAS, a adesão

pelos médicos é baixa, as barreiras podem incluir falta de tempo, conhecimento

insuficiente na área da atividade física e sobre as formas de aconselhamento,

barreiras organizacionais e falta de reembolso (75). Adicionalmente, quando as

pessoas visam reintegrar a atividade em suas rotinas diárias, elas enfrentam

impedimentos em várias âncoras, ou seja, barreira social (por exemplo, falta de apoio

familiar), individual (por exemplo, falta de tempo) ambiental (por exemplo, instalações

adequadas para a prática de exercício físico) e política (por exemplo, falta de

programas de incentivo a prática de exercício físico) (76). Para a população

hipertensa foi visto que falta de motivação para se exercitar e dor e/ou medo de

lesões durante o exercício são uma das principais barreiras para a autogestão da

HAS (77). Essas barreiras podem resultar em alta prevalência de estilo de vida

sedentário em pacientes hipertensos (16,78,79).

Page 30: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

14

3.5 Aconselhamento à prática de atividade física e hipertensão

As intervenções de mudança no estilo de vida de médio (12 meses) a logo (24

meses) prazo e de moderara a alta intensidade incluindo atividade física mostraram

reduzir a PA em indivíduos com fatores de risco para DCV (56). Nesse sentido, a

mudança no estilo de vida tem se demonstrado bastante eficaz promovendo

benefícios para hipertensos. Applegate et al. (80) forneceram encontros semanais e

mensais ao longo de seis meses a pacientes hipertensos, os encontros envolvia

assuntos sobre mudança no estilo de vida, incluindo o objetivo de alcançar 120

minuto de exercício por semana, foi demonstrado reduções na PAS (-4,2 mmHg) e

PAD (-4,9mmHg) entre os pacientes do grupo intervenção (GI) comparado com o

grupo controle (GC). Svetkey et al. (81) demonstraram reduções na PAS (-9,7

mmHg) em hipertensos do GI comparado ao grupo de cuidados habituais (GCH)

após encontros semanais em grupo (n = 10 – 15 pacientes/grupo) no decorrer de

seis meses, seguidos de 12 telefonemas até o final dos 18 meses. Adicionalmente,

entrevista motivacional por telefone mostrou aumentar o nível de atividade física

autorrelatada de hipertensos (82). Encontros em grupo com menor frequência

semanal do que o estudo acima citado também estão associados à redução da PAS

(-6,3 mmHg), PAD (-3,6 mmHg) e aumento do nível de atividade física (63 min/sem)

de hipertensos (83–85).

Migneault et al.(86) não observaram diminuição da PA após oito meses de

intervenção com base em ligações telefônicas programadas, mas houve aumento no

gasto energético diário (80 Kcal/dia) em hipertensos do GI comparado ao GCH. No

entanto, Bosworth et al. (87) demonstraram redução na PAS (-0,6 mmHg) para o

grupo que fazia monitorização residencial da PA, a redução era potencializada

quando havia uma combinação entre monitorização e suporte telefônico (-3,9

mmHg), essas situações eram comparados com o GCH. Kastarinen et al. (88)

propuseram uma intervenção de longo prazo (dois anos) e visitas mais prolongadas

(i.e.1ª, 3ª, 6ª, 9ª, 15ª, 18ª e 21ª mês). Após um ano, PAS (-2,6 mmHg) a PAD (-2,7

mmHg), massa corporal (-1,3 kg), circunferência da cintura (-1,5 cm) e quadril (-0,9

cm) diminuíram a favor do grupo intervenção. Colesterol total (-0,11 mmol/l), LDL

colesterol (-0,15 mmol/l), proporção de pessoas que atingiram as recomendações de

exercício (11,3%) e somente um subgrupo de pessoas sem tratamento anti-

Page 31: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

15

hipertensivo reduziram a PAS (-2,6 mmHg) e a PAD (-2,7 mmHg) após a intervenção

em relação ao GCH. Entretanto, os estudos supracitados utilizam co-intervenções

(i.e., inclusão da ingestão da dieta DASH e redução da ingestão de sódio e álcool),

deixando a lacuna sobre o real efeito exclusivo do aconselhamento a prática de

atividade física sobre a PA de hipertensos. Além disso, o nível de atividade física

apresentados nos estudos são autorrelatados.

Dado o número limitado de ensaios e a heterogeneidade entre intervenções,

ainda não está claro se a exclusividade do aconselhamento a prática de atividade

física pode trazer benefícios sobre a PA de hipertensos. Daley et al. (89)

acompanharam um grupo de hipertensas durante quatro meses de intervenção

baseada no estágio de mudança comportamental (i.e.,pré-contemplação,

contemplação, preparação, ação e manutenção), após a intervenção, 85% dos

hipertensos estavam nos estágios de ação ou manutenção. No entanto, o estudo não

usou grupo controle e os autores não objetivaram a diminuição da PA. Chiang et al.

(90) propuseram um programa de caminhada, utilizando comunicação por telefone,

no entanto, não houve diferença na PA entre os grupos após oito semanas de

intervenção. Mas, somente o GC reduziu a PAS (-9 mmHg). Intervenções com

suporte telefônico associado a visitas individuais mostraram reduzir a PAS de

hipertensos (-7 mmHg) e pré-hipertensos (-4 a -7 mmHg) em curto e médio prazo,

respectivamente(91–93). Sohn et al. (94) demonstraram que uma meta de

caminhada de 30 minutos diários foi suficiente para provocar reduções clinicamente

importantes tanto na PAS quanto na PAD somente no GI após seis meses. Sem

diferença estatística entre os grupos. Moreau et al. (95) testaram a eficácia das

recomendações do Colégio Americano de Medicina do Esporte (caminhada rápida 3

km/d) sobre PA de hipertensas, encontros presenciais. O GI aumentou o nível de

atividade física em média 9700 passos por dia e tiveram uma diminuição da PAS em

12 e 24 semanas (-6 e -5 mmHg, respectivamente) comparado ao GC.

Farinati et al. (96), testaram a influência de uma meta de caminhada, no mínimo

de três vezes por semana com duração de 30min por sessão durante quatro meses.

As visitas presenciais eram feitas a cada dois meses. O GI teve modificações na PAS

e PAD, -6 e -9 mmHg, respectivamente. Apesar de respostas benéficas sobre a PA

esse estudo não foi randomizado. Recentemente, Farinati et al. (97) observaram

Page 32: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

16

redução da PAS (-7 mmHg) no GI comparado ao controle entre 6 – 8 meses de

intervenção com protocolo similar ao estudo acima citado. Em todos os estudos

supracitados nesse tópico, as medidas da PA são feitas em repouso. Como

alternativa para adicionar mais qualidade aos trabalhos, o uso de instrumentos que

proporcione maior robustez aos resultados se faz necessário. Além disso, investigar

estratégias de aconselhamento mais estruturadas (24,25) é de fundamental

importância, a fim de contribuir para prevenção primária e secundária de forma mais

efetiva da hipertensão. Ademais, a inclusão do profissional de Educação Física no

processo do aconselhamento, tem papel crucial especificamente no que se refere ao

ensinamento e controle de variáveis básicas da prescrição do exercício (tipo,

frequência, duração e, principalmente, intensidade e progressão) pode contribuir para

uma ação mais eficaz no tocante ao melhoramento dos níveis pressóricos e estado

de saúde de indivíduos hipertensos.

Page 33: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

17

4 METODOLOGIA

4.1 Desenho do estudo

Esse estudo é caracterizado como experimental, do tipo ensaio clínico

controlado e randomizado, que buscou analisar a eficácia de um programa de

aconselhamento à prática de atividade física sobre a PA ambulatorial (desfecho

primário) de indivíduos com HAS. Os desfechos secundários foram medidas

antropométricas, composição corporal, e fatores de risco cardiometabólicos. Foram

realizadas quatro visitas para as avaliações iniciais com todos os voluntários. Após

randomização, o grupo aconselhamento visitou o Hospital Universitário Onofre Lopes

(HUOL), na cidade do Natal, do Estado do Rio Grande do Norte, a cada 15 dias ao

longo de três meses, totalizando sete encontros, enquanto que o grupo controle

realizou um encontro após as avaliações iniciais e foi reavaliados após 12 semanas.

4.2 Amostra

Foram recrutados para o estudo 22 indivíduos (♂ = 6; ♀ = 16) fisicamente

inativos (i.e., < 10.000 passos por dia) com idade entre 36 e 59 anos. O recrutamento

dos participantes aconteceu por meio de anúncio em redes sociais, panfletagem

(ANEXO I) e divulgação em blog (ANEXO II). Foram adotados os seguintes critérios

de inclusão: i) idade entre 30 – 59 anos; ii) diagnóstico de HAS estágio I (PAS ≥ 140

– 159mmHg e/ou PAD ≥ 90 – 99mmHg) ou em uso de medicação anti-hipertensiva

de acordo com os critérios propostos pela VII Diretrizes Brasileiras de HAS (1); iii)

estar fisicamente inativo nos últimos três meses. Os critérios de exclusão foram: i)

limitação osteomioarticular que impedisse a realização de caminhada; ii) sinal ou

sintoma sugestivo de doença cardiovascular durante o exercício físico; iii) doença de

Parkinson e; iv) tabagistas. Todos participantes foram esclarecidos sobre os

procedimentos do estudo e se de acordo preencheram o termo de consentimento

livre e esclarecido (TCLE) em duas vias (ANEXO III). O presente pesquisa foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital universitário Onofre Lopes

(Parecer nº:1.537.438/2016 CEP/HUOL) sob Certificação de Apresentação para

Apreciação Ética (CAAE) 55204716.1.0000.5292 em consonância com a Resolução

466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (ANEXO IV)

Page 34: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

18

4.3 Abordagem inicial

Inicialmente, os indivíduos foram recepcionados no Laboratório Multiusuário de

Pesquisa Clínica e Epidemiológica (PesqClin – HUOL) para explicações sobre os

procedimentos e objetivos do estudo. Aqueles que não se enquadraram, seja pelos

critérios de inclusão/exclusão ou por falta de interesse, receberam aconselhamento e

recomendações sobre hábitos saudáveis, foram convidados para participar de outras

pesquisas e/ou foram encaminhados para um projeto de extensão sobre

aconselhamento à prática de atividade física desenvolvido no Departamento de

Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Já

aqueles que demonstraram interesse e se enquadraram nos critérios de inclusão

foram convidados a participar do estudo, de forma voluntária.

4.4 Triagem inicial – Visita 1

Na primeira visita, foi realizado uma estratificação de risco para realização de

exercício físico, através da triagem de saúde pré-participação do Colégio Americano

de Medicina do Esporte (98,99) (ANEXO V). Ademais, foi identificado o estágio de

mudança de comportamento (23) (ANEXO VI). Na sequência, os voluntários foram

questionados sobre a ocorrência de participação em programas de exercício físico

supervisionado ou por conta própria durante os últimos três meses. Após isso, a PA

de repouso dos sujeitos foi avaliada conforme os critérios estabelecidos pela

Sociedade Brasileira de Cardiologia e Hipertensão Arterial (100). Neste mesmo dia,

foi realizada uma avaliação antropométrica dos sujeitos mensurando a massa

corporal (kg) e estatura (m) através da balança e estadiômetro standard (Sanny®). A

partir disso, o índice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir da razão da

massa corporal em quilogramas e estatura ao quadrado (kg/m²). Finalmente, a

circunferência da cintura do individuo foi mensurada em posição ereta, braços ao

lado do corpo, pés juntos e abdome relaxado. Uma medida horizontal foi obtida no

ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela, após uma expiração normal

(acima do umbigo e abaixo do processo xifoide) e a razão cinture estatura (RCE) foi

calculado dividindo-se a circunferência da cintura (cm) pela a estatura (cm). A

mensuração da PA foi realizada de acordo com as VII Diretrizes Brasileiras de HAS

(1). Após 10 minutos em repouso na posição sentada, foram realizadas três medidas

Page 35: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

19

da PA com intervalo de dois minutos, sendo registrada a média da penúltima e da

ultima medida, não havendo uma variação maior que 4 mmHg entre as medidas. O

aparelho oscilométrico (HEM-742 INT, Omron®), devidamente validado (101) foi

utilizado para este fim.

4.5 Coleta de sangue – Visita 2

Na segunda visita, foi realizado o procedimento de colhimento de amostras de

sangue periférico (10 mL) após jejum de 12 horas. Todos os procedimentos foram

realizados no Laboratório de Pesquisa em Bioquímica Clínica do Centro de Ciências

da Saúde da UFRN, seguindo a rotina instituída nesse Serviço. Para determinação

das concentrações séricas de glicose de jejum, colesterol total, HDL-colesterol, LDL-

colesterol, triglicerídeos, enzimas aspartato aminotransferase (AST) e alanina

aminotransferase (ALT), proteínas totais e creatinina o sangue periférico foi

centrifugado a 3000 rpm por 10 minutos, a fim de se extrair o soro. Os níveis de LDL-

colesterol foram determinados através da fórmula de Friedewald: (colesterol total –

[HDL-colesterol+triglicerideos/5]) (102). As determinações das concentrações séricas

de glicose, colesterol total, triglicerídeos e proteínas totais foram realizadas por

ensaios enzimático-colorimétricos, enquanto que as dosagens de AST, ALT e

creatinina foram realizadas por ensaios enzimáticos. Todas as determinações

utilizaram kits Labtest Diagnóstica apropriados ao analisador bioquímico

automatizado Labmax Plenno (Labtest Diagnóstica, Minas Gerais, Brasil).

4.6 Avaliação da composição corporal – Visita 3

Os parâmetros da composição corporal, incluindo gordura corporal (%), massa

de gordura (kg), massa livre de gordura (kg) e gordura abdominal (kg), forma

medidos por absorciometria de raios x de dupla energia (GE-Healthcare Lunar

Prodigy Advance, Estados Unidos), com utilização do modo de varredura automática

de todo o corpo. Inicialmente, os dados obtidos na primeira visita de massa corporal

(kg) e estatura (m) foram adicionados no software do equipamento (enCORE, versão

14.1) e, em seguida, o voluntário foi posicionado no aparelho para o início da

varredura, livres de qualquer objeto de metal. Todas as varreduras foram realizadas

e analisadas pelo pesquisador previamente capacitado seguindo o protocolo padrão

Page 36: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

20

fornecido pelo fabricante. O controle de qualidade do instrumento foi realizado

regularmente, usando o bloco de Phamtom do fabricante, com calibração diária.

4.7 Medida da pressão arterial ambulatorial – Visita 4

Os parâmetros da pressão arterial ambulatorial, incluindo pressão de 24h,

vigília, sono, descenso noturno e carga pressórica foram medidos através da MAPA

(CardioMapa, Cardios®). Todos os procedimentos relativos à i) orientação prévia para

realização da MAPA, ii) protocolo de instalação do aparelho, iii) orientação para

preenchimento do diário de atividades no dia da MAPA (ANEXO VII) e iv) protocolo

de retirada da MAPA seguiram às V diretrizes de Monitoração Ambulatorial da

Pressão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (4). Esses procedimentos

envolvem principalmente não tomar banho durante o período do exame, imobilizar e

relaxar o braço durante as medidas, realizar as atividades habituais durante o exame,

não dormir por cima do braço que contém o manguito, e colocação do monitor ao

lado do corpo ou sob o travesseiro durante o período do sono, no dia seguinte

informar o horário do período do sono, eventos estressores anormais, horário da

medicação, não ingerir bebidas alcoólicas ou energéticas e a não realizarem

exercício físico. Adicionalmente, foi explicado ao paciente que no período da vigília,

seriam realizadas quatro medidas por hora (i.e., a cada 15 minutos) e durante o

sono, seriam realizadas duas medidas por hora (i.e., a cada 30 minutos). No caso de

erro, em intervalos superiores a 2 minutos, o aparelho realizava automaticamente

repetição da medida após 30 segundos e, em caso de persistência de erro retomava

a programação inicial. Antes da liberação do paciente, uma primeira medida de teste

e exemplar foi realizada no laboratório.

No dia seguinte, após um período de 24 horas a MAPA era retirada e o exame

era analisado pelo próprio pesquisador previamente capacitado, o exame foi

considerado válido a partir da obtenção de pelo menos, 16 medidas durante o

período da vigília e, no mínimo, 8 durante o sono. Foram excluídas medidas

irregulares na PAS (< 70 e/ou > 250 mmHg), PAD (< 40 e/ou > 140 mmHg) e PA de

pulso (< 20 e/ou > 100 mmHg), desde que não houvesse justificativa para sua

preservação.

Page 37: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

21

4.8 Medida do nível de atividade física – Visita 4

Para mensurar o nível de atividade física através da contagem de passos

diários, os voluntários foram equipados com pedômetro (Omron, HJ-321 Tri-Axis

Alvita), fixado na lateral da cintura, durante sete dias consecutivos, às 00h:00min a

quantidade de passos era zerada para o início de um novo ciclo (103). Foi entregue

ao voluntário uma ficha para anotar o número de passos antes e após o uso de um

meio de transporte (ônibus, carro, moto ou bicicleta), a fim de subtrair os passos

decorrentes da trepidação ocasionado por esses veículos (ANEXO VIII).O

instrumento utilizada foi previamente validado para esse fim (104). Os voluntários

foram classificados sob o nível de atividade física de acordo com média de passos

diária, calculado a partir de uma semana de utilização: i) sedentário (< 5000

passos/dia); insuficientemente ativo (5000 – 7499 passos/dia); um pouco ativo (7500

– 9999 passos/dia); ativo (> 10000 – 12499 passos/dia); muito ativo (> 12500

passos/dia) (103).

4.9 Randomização e programa de aconselhamento à prática de atividade

física

Após as etapas avaliativas, os participantes foram alocados aleatoriamente por

randomização simples para dois grupos: i) grupo aconselhamento e; ii) grupo

controle. A randomização foi gerada antes do recrutamento dos participantes através

do software específico (http://www.graphpad.com/quickcalcs/randomize1.cfm). O

grupo aconselhamento participou de sessões individuais de aconselhamento à

prática de atividade física (face-a-face) por um período de 12 semanas com

intervalos de 15 dias entre as sessões, totalizando seis sessões, enquanto o grupo

controle obteve informações verbais sobre às recomendações para prática de

atividade física com base nas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial em

apenas uma visita ao HUOL com duração de 15 minutos. O retorno foi agendado

para os próximos três meses para as reavaliações. O procedimento de randomização

foi realizado pelo pesquisador responsável do estudo. O quadro 1 apresenta detalhes

da intervenção.

Page 38: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

22

Quadro 1 – Programa de aconselhamento à prática de atividade física baseado no modelo dos cinco “As”

Visitas Componente dos cinco “As” Descrição

1ª – 4ª Avaliar e arranjar (organizar)

Triagem de saúde pré-participação;

Estágio de mudança de comportamento;

Avaliação da pressão arterial de consultório;

Medidas antropométricas;

Avaliação da composição corporal;

Monitorização ambulatorial da pressão arterial;

Avaliação do nível de atividade física;

Acompanhamento sistemático (i.e., "Acompanharei seu progresso a cada

15 dias durantes 12 semanas, o senhor (a) pode retornar para esse

laboratório nos próximos 15 dias?”).

1ª sessão: aconselhar, acordar,

assistir e arranjar (organizar)

Enfatizando uma mudança comportamental (i.e., "Como Profissional de

Educação Física, eu recomendo fortemente que você aumente seu nível

de atividade física para melhorar sua saúde.")

Meta 01: iniciando a tomada de decisão compartilhada com base no

estágio de mudança de comportamento do voluntário (i.e., "Um programa

de exercício é estruturado pelo seguintes componentes, frequência,

intensidade, tempo e tipo de exercício. Como primeira meta para os

Page 39: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

23

próximo 15 dias aconselho como tipo de exercício a caminhada com

frequência de três dias por semana e com tempo de 15 minutos por

sessão, o ritmo da caminhada será autosselecionado”);

Construção plano (i.e., “serão sugeridas novas metas de caminhada no

decorrer dos encontros. Será proposto um aumento de 5 minutos no

tempo do 6ª ao 8ª encontro com o objetivo de alcançar 30 minutos de

caminhada por dia. A partir do 9ª encontro será proposto aumento na

frequência [9ª = 4 dias, 10ª = 5 dias e 11ª = 5 dias] com o objetivo de

caminhar durante 5 dias por semana até o final da intervenção”).

Conselhos sobre a rotina de caminhada (i.e., "Organizar as sessões de

caminhada em dias alternados, ou seja, não é indicado um intervalo maior

que dois dias entre as sessões de caminhada quando a frequência for ≥ 4

dias por semana”);

Personalizar os benefícios imediatos e a longo prazo da mudança (i.e., "A

caminhada lhe ajudará a controlar sua pressão arterial elevada e reduzirá

acentuadamente seu risco de vir a desenvolver uma doença cardíaca");

Fornecendo materiais: (i.e., "auxiliando o paciente a realizar a

automonitorização disponibilizando materiais de suporte impressos como

calendário com a meta da semana e com espaço para registrar o tempo e

a frequência da caminhada. Ademais, era distribuído uma cartilha

informativa com tópicos gerais sobre a caminhada: i) aquecimento; ii)

Page 40: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

24

volta à calma e; iii) imagens para alongamentos) (ANEXO IX e X);

Encontros sistemáticos (i.e., “A partir de hoje, o senhor (a) irá retornar a

esse laboratório a cada 15 dias no decorrer de três meses”).

6ª – 10ª

Sessões Metas Aconselhar, assistir e arranjar (organizar)

2ª sessão

Frequência: 3 dias

Intensidade:

autosselacionada

Tempo: 20 minutos

Reprodução da caminhada semanal (i.e., “A partir de hoje, o senhor (a)

mostrará como está sendo sua caminhada. Por favor, suba na esteira e

selecione o ritmo de caminhada que você vem realizando na última

semana e permaneça o tempo proposto na sua meta atual incluindo

aquecimento e volta à calma. Durante a sessão irei perguntar a cada 5

minutos qual sua percepção subjetiva de esforço”);

Proporcionar apoio (i.e., "É sempre difícil começar algo, porém estou

confiante em que conseguirá alcançar todas a metas");

Abordar as barreiras para a mudança (i.e., "Você mencionou que possui

pouco tempo durante o dia para caminhar. Vamos analisar seu

cronograma para verificar se conseguimos identificar algum período

durante o dia o qual você poderia ajustar-se para caminhar");

3ª sessão Frequência: 3 dias

Intensidade:

autosselacionada

Tempo: 25 minutos

4ª sessão Frequência: 3 dias

Intensidade:

autosselacionada

Tempo: 30 minutos

Page 41: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

25

5ª sessão Frequência: 4 dias

Intensidade:

autosselacionada

Tempo: 30 minutos

Identificar as possíveis fontes e apoio (i.e., "Seus amigos ou familiares

estão interessados em caminhar com você? Faça um convite! Existe um

calçadão, praça, estacionamento ou parque próximo de sua casa?

Procure caminhar num local mais próximo de sua casa").

Fornecer informações (i.e., "A caminhada poderá ajudá-lo no controle da

sua pressão alta, porém o efeito da caminhada não será mantido após

alguns dias de interrupção”);

Programação de um encontro para acompanhamento (i.e., “O senhor (a)

pode retornar ao Hospital a cada 15 dias para verificar a progressão de

suas metas?”);

Reafirmar plano (i.e., “Agora vamos certificar-nos se compreendemos o

novo planejamento. “Sua nova meta será caminhar em cinco dias por

semana com duração de 30 minutos em ritmo autosselecionado nos

próximo 15 dias. Isso é correto?”).

6ª sessão Frequência: 5 dias

Intensidade:

autosselacionada

Tempo: 30 minutos

Page 42: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

26

Quadro 2. Final da intervenção

11ª – 13ª Reavaliações

A partir do 11ª encontro foi iniciado o processo de reavaliações de acordo

com os mesmos procedimentos iniciais e, por fim, foi entregue um convite

para participação de um projeto de aconselhamento à prática de atividade

física realizado no Departamento de Educação Física da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). (ANEXO XI)

Page 43: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

27

Figura 1 - Delineamento da intervenção de aconselhamento à prática de AF.

Page 44: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

28

4.10 Análise estatística

A normalidade de distribuição dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-

Wilk, assimetria e curtose (escore-z). A homogeneidade das variâncias foi verificada

pelo teste de Levene. Os dados descritivos foram apresentados em média e desvio-

padrão para as variáveis paramétricas e, para as não-paramétricas, em mediana e

percentis 25 e 75. O teste t independente foi utilizado para comparar os valores da

linha de base entre os grupos. A análise de variância (ANOVA) mista de duas vias

seguida pelo teste post hoc de Bonferroni foi utilizada para comparar os resultados

do grupo aconselhamento e controle nas variáveis pressóricas, antropométricas,

composição corporal e perfil cardiometabólico. O teste de Mauchly foi utilizado para

verificar a esfericidade dos dados. Nas variáveis que não apresentaram esfericidade,

a correção de Epsilon de Greenhouse-Geisser foi aplicada. Nas variáveis

pressóricas, antropométricas, composição corporal e de perfil cardiometabólico que

apresentaram valores basais diferentes entre os grupos, foi aplicado a análise de

covariância (ANCOVA), considerando os valores basais como covariável e os valores

pós como variável dependente. O modelo de equações de estimações generalizadas

(EEG) seguido pelo teste post hoc das mínimas diferenças significativas foi utilizado

para comparar o grupo aconselhamento e controle no que se refere ao número de

passos por dia. O modelo de execução gamma da EEG foi adotado com base no

melhor índice de aderência. A significância estatística foi fixada em p <0,05. As

análises foram realizadas pelo SPSS® versão 22.0.

Page 45: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

29

5 RESULTADOS

Vinte e dois sujeitos foram elegíveis e aleatorizados igualmente para dois

grupos: controle e aconselhamento à prática de atividade física (Figura 2). Apenas

um sujeito desistiu após a randomização. A taxa de comparecimento às visitas de

aconselhamento à prática de atividade física foi de 100%. Somente uma participante

do sexo feminino do grupo de aconselhamento sofreu uma entorse de tornozelo

durante à caminhada. Essa participante ausentou-se da prática de exercícios por um

período de uma semana, mas retornou logo após esse período de tratamento.

Os participantes elegíveis eram de meia idade (34 a 59 anos) e 73% eram

mulheres. Cinco participantes possuíam ensino fundamental completo (controle = 3 e

aconselhamento = 2), cinco possuíam ensino médio completo (controle = 3 e

aconselhamento = 2) e 12 participantes possuíam ensino superior completo (controle

= 5 e aconselhamento = 7). A renda familiar era acima de 20 salários mínimos (SM)

em dois sujeitos, de 10 – 20 SM em um sujeito, de 4 – 10 SM em cinco sujeitos, de 2

– 4 SM em seis sujeitos e entre 1 – 2 SM em oito sujeitos. O tratamento

farmacológico utilizado pelos participantes, de forma isolada ou combinada, consistia

em inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA), bloqueador de canais de

cálcio (9%, respectivamente), diurético (36%), beta-bloqueador (23%) e antagonista

do receptor da angiotensina II (77%). Os indivíduos foram classificados como

fisicamente inativos (Tabela 3).

Page 46: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

30

Avaliados para elegibilidade (n=63)

Figura 2 – Fluxograma do estudo

Analisados por intenção de tratar (n=11)

Excluídos da análise (n=0)

Perda de seguimento (dar razões) (n=0)

Intervenção descontinuada (dar razões) (n=0)

Alocação para Orientação (n=11)

Receberam alocação para intervenção (n=11)

Não receberam alocação para intervenção

(n=0)

Perda de seguimento (dar razões) (n=0)

Intervenção descontinuada (viajou para outro

estado) (n=1)

Alocação para Aconselhamento (n=11)

Receberam alocação para intervenção (n=11)

Não receberam alocação para intervenção

(n=0)

Analisados por intenção de tratar (n=10)

Excluídos da análise (n=0)

Excluídos (n=41)

Não atendem aos critérios de inclusão (n=39)

Desistiram de participar (n=1)

Outras razões (n=1)

Análise

Seguimento

Alocação

Randomizados (n=22)

Elegibilidade

Page 47: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

31

Tabela 3 – Caracterização dos grupos controle e aconselhamento à prática de

atividade física.

Controle Aconselhamento P valor

N 11 11

Sexo (♂/♀) 4/7 2/9

Idade (anos) 47,9 ± 6,7 49,6 ± 8,1 0,592

Estatura (cm) 162,0 ± 9,9 160,3 ± 8,3 0,683

MC (kg) 80,7 ± 12,7 85,5 ± 18,0 0,483

IMC (kg/m²) 31,3 ± 5,1 33,0 ± 5,3 0,452

CC (cm) 102,3 ± 12,6 97,0 ± 10,7 0,298

GC (%) 41,0 ± 8,9 44,2 ± 4,0 0,287

MG (kg) 32,5 ± 9,2 36,5 ± 9,0 0,325

MLG (kg) 48,7 ± 9,7 47,2 ± 10,6 0,728

GA (kg) 2,99 ± 1,02 3,50 ± 1,18 0,305

PAS repouso (mmHg) 130,8 ± 13,9 130,5 ± 14,3 0,964

PAD repouso (mmHg) 85,4 ± 10,0 78,6 ± 8,8 0,110

FC repouso (bpm) 74,7 ± 8,4 77,5 ± 8,0 0,801

PAS ambulatorial (mmHg) 130,4 ± 14,1 123,9 ± 9,4 0,221

PAD ambulatorial (mmHg) 79,9 ± 11,9 69,8 ± 6,6 0,226

Atividade física (passos/dia)

Pedômetro 5157,7 ± 1646,8 5237,0 ± 1526,5 0,438

Medicação anti-hipertensiva (n)

Inibidor da ECA 1 (9,1%) 1 (9,1%)

Diurético 4 (36,3%) 4 (36,3%)

β-bloqueador 2 (18,2%) 3 (27,2%)

Antagonista receptor AT2 10 (90,9%) 7 (63,3%)

Bloqueador dos canais de cálcio 0 (0%) 2 (18,2%)

Os dados estão expressos em média ± desvio padrão.

Abreviações: AT2 = angiotensina II; CC = circunferência da cintura; ECA = enzima

conversora de angiotensina; FC = frequência cardíaca; GA = gordura abdominal; GC =

gordura corporal; IMC = índice de massa corporal; MC = massa corporal; MG = massa de

gordura; MLG = massa livre de gordura; PAD = pressão arterial diastólica; PAS = pressão

arterial sistólica.

Page 48: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

32

A Tabela 4 apresenta os resultados da PA de repouso, PA ambulatorial de 24 h,

vigília, sono, descenso noturno e carga pressórica dos grupos controle e

aconselhamento à prática de atividade física na linha de base e após 12

semanas. Não houve efeito da interação grupo por tempo nas variáveis pressóricas

(p > 0,05).

A Tabela 5 apresenta os resultados do perfil cardiometabólico e composição

corporal dos grupos controle e aconselhamento à prática de atividade física na

linha de base e após 12 semanas. Houve efeito da interação grupo por tempo no

triglicerídeo, TGP/ALT, gordura abdominal, CC e na RCE (p < 0,05). A gordura

abdominal, CC e RCE aumentaram no grupo controle após 12 semanas (p < 0,05),

enquanto não houve mudanças no grupo aconselhamento (p > 0,05). Os níveis de

triglicerídeo diminuíram no grupo controle (p = 0,007), enquanto não houve

mudanças no grupo aconselhamento (p > 0,05). Não houve efeito da interação grupo

por tempo na massa livre de gordura, massa de gordura, percentual de gordura

corporal, glicose em jejum, colesterol total, colesterol LDL, colesterol HDL, ureia,

creatinina, TGO, TGP e GAMA-GT (p > 0,05).

Page 49: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

33

Tabela 4 – Pressão arterial clínica e ambulatorial de hipertensos na linha de base e após 12 semanas: controle vs. aconselhamento

à prática de atividade física

Controle Aconselhamento

Pré Pós Δ (IC 95%) Pré Pós Δ (IC 95%)

Repouso

PAS (mmHg) 130,8 ± 13,9 128,6 ± 13,5 -2,2 (-9,1, 4,7) 130,5 ± 14,3 123,3 ± 8,3 -7,3 (-14,2, -0,3)

PAD (mmHg) 85,4 ± 10,0 83,1 ± 9,0 -2,3 (-7,1, 2,6) 78,6 ± 8,8 75,5 ± 9,1 -3,2 (-8,0, 1,7)

24 horas

PAS (mmHg) 130,4 ± 14,1 128,3 ± 14,3 -2,1 (-6,9, 2,8) 123,9 ± 9,4 120,4 ± 10,8 -3,5 (-8,4, 1,3)

PAD (mmHg)* 79,9 ± 11,9 79,0 ± 11,7 -0,9 (-4,0, 2,2) 69,8 ± 6,6 68,9 ± 7,5 -0,9 (-4,0, 2,2)

PAM (mmHg) 96,7 ± 12,5 95,4 ± 12,4 -1,3 (-4,9, 2,3) 87,8 ± 6,7 86,1 ± 8,0 -1,8 (-5,4, 1,8)

Vigília

PAS (mmHg) 132,7 ± 14,2 129,3 ± 13,4 -3,1 (-8,5, 2,4) 124,3 ± 8,6 121,2 ± 9,7 -3,1 (-8,5, 2,4)

PAD (mmHg)* 82,6 ± 12,3 81,1 ± 11,3 -1,5 (-5,3, 2,3) 70,3 ± 6,9 70,0 ± 7,8 -0,3 (-4,1, 3,5)

PAM (mmHg)* 99,3 ± 12,7 97,3 ± 11,9 -1,5 (-5,3, 2,3) 88,3 ± 6,4 87,1 ± 7,8 -0,3 (-4,1, 3,5)

Sono

PAS (mmHg) 122,2 ± 12,7 121,0 ± 15,1 -1,2 (-6,4, 4,1) 121,8 ± 12,5 119,3 ± 12,1 -2,5 (-7,8, 2,7)

PAD (mmHg) 71,3 ± 10,3 71,1 ± 12,0 -0,2 (-3,6, 3,2) 68,2 ± 7,3 66,1 ± 7,0 -2,1 (-5,5, 1,3)

PAM (mmHg) 88,2 ± 10,9 87,7 ± 12,9 -0,5 (-5,5, 4,1) 85,0 ± 10,5 83,8 ± 8,2 -1,2 (-5,8, 3,5)

Descenso noturno

Page 50: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

34

PAS (%)* 7,9 ± 6,3 6,6 ± 6,1 -1,3 (-4,9, 2,3) 2,2 ± 4,7 1,5 ± 5,4 -0,6 (-4,3, 3,0)

PAD (%)* 13,4 ± 9,0 12,5 ± 9,1 -0,9 (-5,2, 3,4) 3,5 ± 4,6 5,2 ± 6,9 1,7 (-2,6, 6,0)

Carga pressórica

PAS vigília (%) 54,1 ± 42,1 47,4 ± 37,0 -6,7 (-21,4, 7,9) 30,5 ± 22,4 24,9 ± 23,1 -5,5 (-20,2, 9,1)

PAD vigília (%)* 43,5 ± 39,8 44,4 ± 36,9 0,8 (-12,7, 14,4) 5,4 ± 11,6 7,9 ± 12,2 2,5 (-11,0, 16,1)

PAS sono (%) 76,9 ± 32,8 66,4 ± 43,6 -10,5 (-28,6, 7,5) 78,8 ± 30,5 73,5 ± 27,9 -5,3 (-23,3, 12,8)

PAD sono (%) 51,5 ± 36,1 50,1 ± 40,6 -1,5 (-18,9, 16,0) 40,5 ± 35,5 36,5 ± 31,2 -4,0 (-21,4, 13,4)

PAS total (%) 59,8 ± 38,1 53,6 ± 35,8 -6,2 (-19,6, 7,2) 41,5 ± 22,6 36,4 ± 24,1 -5,1 (-18,5, 8,3)

PAD total (%)* 45,2 ± 37,8 46,6 ± 35,5 1,5 (-9,2, 12,1) 13,4 ± 17,0 14,4,5 ± 17,2 1,0 (-9,7, 11,7)

Os dados estão expressos em média ± desvio padrão

(*) Análise de covariância (covariável = valor pré; variável dependente = valor pós)

Abreviações: PAS = pressão arterial sistólica; PAD = pressão arterial diastólica; PAM = pressão arterial média

Page 51: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

35

Tabela 5 – Perfil cardiometabólico de hipertensos na linha de base e após 12 semanas: controle vs. aconselhamento à prática de

atividade física

Controle Aconselhamento

Pré Pós Δ (IC 95%) Pré Pós Δ (IC 95%)

MC (kg) 80,7 ± 12,7 81,6 ± 12,4 0,9 (-0,2, 2,0) 85,5 ± 18,0 85,8 ± 17,8 0,3 (-0,8, 1,4)

IMC (kg/m2) 31,3 ± 5,1 31,2 ± 4,5 -0,1 (-1,1, 0,9) 33,0 ± 5,3 33,1 ± 5,2 0,1 (-0,9, 1,1)

CC (cm) 97,0 ± 10,7 98,7 ± 12,4a 1,8 (0,1, 3,4) 102,3 ± 12,6 101,0 ± 11,9 -1,3 (-2,9, 3,0)

RCE 0,60 ± 0,08 0,61 ± 0,09a 0,01 (0,01, 0,02) 0,64 ± 0,06 0,63 ± 0,06 -0,01 (0,02, 0,0)

MG (kg) 32,5 ± 9,2 33,3 ± 8,8a 0,9 (0,3, 1,5) 36,5 ± 9,0 36,9 ± 8,9 0,4 (-0,2, 1,0)

MLG (kg) 48,7 ± 9,7 48,7 ± 10,3 0,0 (-0,7, 0,6) 47,2 ± 10,6 46,8 ± 10,8 -0,3 (-1,0, 0,3)

GA (kg) 2,99 ± 1,02 3,30 ± 1,16a 0,3 (0,1, 0,5) 3,50 ± 1,18 3,54 ± 1,15 0,0 (-0,1, 0,2)

GC (%) 41,0 ± 8,9 41,6 ± 8,3 0,6 (-0,2, 1,3) 44,2 ± 4,0 44,7 ± 4,2 0,5 (-0,3, 1,2)

Glicose (mg/dL) 97,3 ± 18,9 99,9 ± 22,0 2,6 (-5,8, 11,0) 93,5 ± 16,7 91,5 ± 13,1 -2,0 (-10,4, 6,4)

Triglicerídeos (mg/dL) 207,8 ± 97,8 170,6 ± 68,0a -37,2 (-62,9, -11,5) 187,4 ± 86,8 204,5 ± 95,1 17,1 (-8,6, 42,8)

Colesterol total (mg/dL) 205,1 ± 31,8 197,0 ± 48,5 -8,1 (-34,6, 18,4) 204,7 ± 22,1 198,5 ± 48,3 -6,3 (-32,8, 20,3)

Colesterol HDL (mg/dL) 39,2 ± 10,7 44,5 ± 15,8 5,4 (-1,4, 12,2) 41,3 ± 7,5 51,8 ± 11,2a 10,5 (3,7, 17,3)

Colesterol LDL (mg/dL) 130,8 ± 38,4 118,4 ± 41,8 -12,4 (-41,1, 16,3) 121,7 ± 26,8 105,6 ± 48,1 -16,1 (-44,8, 12,6)

Ureia (mg/dL) 23,7 ± 9,4 21,8 ± 8,2 -1,9 (-6,2, 2,4) 21,5 ± 5,5 23,0 ± 6,8 1,5 (-2,9, 5,8)

Creatinina (mg/dL) 0,92 ± 0,12 0,78 ± 0,26 -0,14 (-0,30, 0,01) 0,92 ± 0,10 0,84 ± 0,15 -0,08 (-0,24, 0,07)

TGO/AST (U/L) 23,4 ± 11,4 25,9 ± 7,7 -1,5 (-11,5, 8,6) 25,6 ± 15,7 33,7 ± 23,3 8,1 (-2,0, 18,2)

Page 52: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

36

TGP/ALT (U/L) 35,5 ± 23,4 28,3 ± 11,3 -7,3 (-16,9, 2,3) 30,8 ± 18,4 37,7 ± 21,3 6,9 (-2,7, 16,5)

GAMA GT (U/L) 63,4 ± 74,6 52,2 ± 30,6 -11,2 (-35,2, 12,8) 32,8 ± 17,0 28,9 ± 12,4 -3,9 (-27,9, 20,1)

Os dados estão expressos em média ± desvio padrão

(a) p < 0,05 comparado ao momento pré do mesmo grupo

Abreviações: CC = circunferência de cintura; GA = gordura abdominal; GC = gordura corporal; IMC = índice de massa corporal; HDL =

lipoproteína de alta densidade; LDL = lipoproteína de baixa densidade; MC = massa corporal; MG = massa de gordura; MLG = massa livre de

gordura; RCE = razão cintura/estatura; TGO/AST = transaminase glutâmico-oxalacética/aspartato aminotransferase; TGP/ALT= transaminase

glutâmico pirúvica/ alanina aminotransferase; GAMA-GT = gamaglutamiltranspeptidase

Page 53: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

37

A Figura 3 apresenta a quantidade de passos diário dos grupos controle e

aconselhamento à prática de atividade física na linha de base e após 12

semanas. Houve efeito da interação grupo por tempo, F(1) = 3,999, p = 0,046, β =

0,150 (IC 95% 0,003, 0,297). O grupo aconselhamento aumentou a quantidade de

passos após 12 semanas de intervenção (5237 ± 1527 vs. 5881 ± 1978

passos/diário; p < 0,033). Não houve mudança na quantidade de passos do grupo

controle (5158 ± 11647 vs. 4985 ± 1944 passos/diário; p > 0,05).

Figura 3 – Média da quantidade de passos diário de hipertensos na linha de base

e após 12 semanas: orientação vs. aconselhamento à prática de atividade física. Os

dados estão expressos em média e desvio padrão. (*) p < 0.05 comparado ao

momento pré do mesmo grupo.

Page 54: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

38

A análise de poder estatístico post hoc foi feita para os desfechos que

apresentaram efeito significante (p < 0,05), com base no tamanho da amostra

investigada (n = 22), um alfa de 5% e o tamanho do efeito alcançado. Para o efeito

da interação grupo por tempo, o triglicerídeo, TGP/ALT, gordura abdominal, CC e

RCE obtiveram um poder de 84%, 55%, 53%, 76% e 78%, respectivamente. Para o

efeito da diferença média, a quantidade de passos obteve um poder de 99%.

Page 55: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

39

6 DISCUSSÃO

O principal achado desse estudo foi que apesar do programa de

aconselhamento à prática de atividade física ter aumentado o nível de atividade física

dos indivíduos com HAS, ele não foi suficiente em induzir redução da PA

ambulatorial, melhora da composição corporal e diminuição importante dos fatores de

risco cardiometabólicos nessa população. Portanto, o programa de aconselhamento

não foi eficaz em melhorar o desfecho primário do estudo.

No presente estudo, de forma inédita, testamos a eficácia da intervenção de

aconselhamento à prática de atividade física para reduzir a PA ambulatorial em

hipertensos, visto que, previamente, o aconselhamento à prática de atividade física

tinha demonstrado aumento no nível de atividade física (69,74,97) e redução da

pressão de repouso em pacientes com HAS (93,95). Adicionalmente, utilizamos o

modelo dos cinco “As” para estruturar a abordagem de aconselhamento a prática de

AF (24,25). Entretanto, não observamos redução da PA ambulatorial, bem como nas

cargas pressóricas e descenso noturno. Nessa perspectiva, é possível afirmar que

em curto prazo (12 semanas) o aconselhamento à prática de AF tem papel

coadjuvante no tratamento da HAS quando for associado a intervenções de exercício

físico aeróbio supervisionados, tendo em vista que já é evidenciado o impacto do

exercício aeróbio sobre a PA ambulatorial, reduções na PAS e PAD da vigília em 3,3

mmHg e 3,5 mmHg, respectivamente (106), e reduções nas PAS e PAD de 24 horas

de 4,06 mmHg e 2,77 mmHg, respectivamente (6).

Embora não tenha ocorrido redução significativa da PA ambulatorial, a presente

investigação demonstra reduções da PAS relevantes para a saúde dos hipertensos.

A PAS de 24 horas foi reduzida em média 3,5 mmHg (IC 95%, 8,4, a 1,3) no grupo

aconselhamento, o que se aproxima da magnitude que foi relatada do efeito do

exercício aeróbio sobre a PA ambulatorial (6). Ademais, a PAS da vigília reduziu 3,1

mmHg (IC 95%, 8,5, a 2,4), o que é similar a magnitude encontrada por Fagard &

Cornelissen (106). Nessa perspectiva, estima-se que uma redução de 3 mmHg na

PAS resultaria em redução global de 8% na mortalidade por acidente vascular

encefálico, 5% na redução mortalidade por doença arterial coronariana e 4% de

redução na mortalidade por todas as causas (10).

Page 56: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

40

Outro ponto importante é que a intervenção de aconselhamento preveniu a

obesidade abdominal, mas do ponto de vista clínico não houve impacto relevante,

pelo fato que ao final do estudo, os dois grupos apresentam IMC > 30 kg/m2 e

circunferência da cintura > 88 cm. Nesse sentido, todas as mulheres dos grupos (n =

16) apresentam risco muito alto para diabetes tipo 2 e doença cardiovascular,

enquanto os homens apresentam risco alto (107). Entretanto, considerando as

médias dos valores de idade, colesterol total, HDL – C, PAS e PAD, antes do estudo

as mulheres caucasianas (n=6) e as mulheres de raça negra/cor preta (n=2) do grupo

aconselhamento possuíam 2,8% e 8,3% de risco em desenvolver doença arterial

coronariana no decorrer de 10 anos, respectivamente. Após 12 semanas, o risco

reduziu para 1,5%, 3,4%, respectivamente (108). Do ponto de vista de intervenção

farmacológica, o risco acima de 7,5% é sugerido pelas diretrizes do Colégio

Americano de Cardiologia e Associação Americana do Coração o uso de estatina

(108).

O aumento do nível de atividade física, mesmo sem a diminuição dos níveis de

PA dos participantes, parece ter importância. A inatividade física é considerada uma

pandemia global, sendo a quarta maior causa de mortalidade em todo o planeta, e

deve ser considerada uma prioridade na saúde pública (109). Além da HAS, a prática

regular de atividade física é recomendada como prevenção primária e tratamento

para mais de 30 doenças crônicas (110), incluindo doenças que possuem vias

metabólicas em comum com a HAS, como o diabetes mellitus (111). Assim, é

plausível acreditar que o aumento do nível de atividade física pode ajudar na

prevenção de outras doenças relacionadas, mesmo que não reduza diretamente os

valores pressóricos desses indivíduos. O aumento, mesmo que discreto, do nível de

atividade física observado no grupo aconselhamento (i.e., ~ mil passos por dia) pode

ajudar a prevenir um possível ciclo vicioso de doenças crônicas associadas a maior

inatividade física.

O aumento de aproximadamente 1000 passos/dia é menor do que a média

encontrada em estudos de revisão sistemática e meta-análise que analisaram

intervenções baseadas em pedômetros, que foi de aproximadamente 2000

passos/dia (112,113). Entretanto, essas intervenções eram focadas exclusivamente

no aumento do número de passos durante o dia, enquanto este estudo apresentou

Page 57: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

41

uma intervenção focada no aumento da prática de atividade física como um todo. Em

relação a importância clínica do aumento nesta quantidade de passos por dia, Yates

et al.(114) relatam que aumentos de 1000-2500 passos/dia estão diretamente

relacionados com diminuição no risco de eventos cardiovasculares em pessoas com

um perfil de risco elevado. Assim, mesmo parecendo pouco, um aumento desta

magnitude na quantidade de passos/dia pode ter relevância em desfechos clínicos e

comportamentais.

A maneira como a intervenção de aconselhamento é realizada (i.e.,

profissionais envolvidos e o modelo de aconselhamento utilizado) é determinante

para sua eficácia. Tulloch et al. (115) apontam para a necessidade de um modelo

multidisciplinar aonde, além do aconselhamento por parte dos médicos, deve existir

um encaminhamento para um profissional especializado com conhecimentos

específicos sobre o exercício e estratégias de aconselhamento para a saúde. O

profissional de Educação Física possui uma formação que o proporciona estes

conhecimentos específicos sobre o exercício. Como nosso estudo mostra que o

aconselhamento à prática de atividade física aumentou o nível de atividade física dos

voluntários, uma possível implicação prática do nosso trabalho é a ideia de que a

inclusão do profissional de Educação Física no atendimento a pacientes hipertensos,

em conjunto com outros profissionais da área da saúde, pode aumentar a eficácia do

tratamento da HAS.

Apesar dos achados interessantes do nosso estudo, ele possui a limitações.

Não realizamos avaliação dos avaliamos nem monitoramos os alimentares dos

participantes. Os procedimentos de randomização e alocação dos pacientes paras os

grupos controle e aconselhamento não foram cegados, assim como a avaliação do

desfecho primário e secundários. Além disso, por se tratar de um estudo piloto, é

provável que o tamanho amostral tenha tido baixo poder estatístico para o desfecho

primário e os secundários. Portanto, futuros estudos com tamanho amostral

considerando os resultados desse estudo preliminar são necessários para analisar a

eficácia de um programa de aconselhamento à prática de atividade física sobre a PA

ambulatorial e outros indicadores de saúde em indivíduos com HAS.

Page 58: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

42

7 CONCLUSÃO

O programa de aconselhamento à prática de atividade física utilizado o modelo

dos 5 “As” aumentou discretamente o nível de atividade física de indivíduos de meia-

idade com HAS. Entretanto, a intervenção não foi eficaz para reduzir a PA

ambulatorial, melhorar a composição corporal e reduzir fatores de risco

cardiometabólicos nesses indivíduos.

Page 59: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

43

8 REFERÊNCIAS

1. Brasileira S, Cardiologia. 7a Diretriz Brasileira De Hipertensão Arterial.

2016;107(3). Recuperado de: www.arquivosonline.com.br

2. Nadar SK, Tayebjee MH, Messerli F, Lip GYH. Target organ damage in

hypertension: pathophysiology and implications for drug therapy. Curr Pharm

Des. 2006;12(13):1581–92.

3. Zhou B, Bentham J, Di Cesare M, Bixby H, Danaei G, Cowan MJ, et al.

Worldwide trends in blood pressure from 1975 to 2015: a pooled analysis of

1479 population-based measurement studies with 19·1 million participants.

Lancet [Internet]. The Author(s). Published by Elsevier Ltd. This is an Open

Access article under the CC BY license; 2017;389(10064):37–55. Recuperado

de: http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)31919-5

4. Sociedade Brasileira de Cardiologia SB de N e SB de H. V Diretrizes de

Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e III Diretrizes de

Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA). Arq Bras Cardiol.

2011;97(3):1–24.

5. Ohkubo T, Imai Y, Tsuji I, Nagai K, Watanabe N, Minami N, et al. Relation

between nocturnal decline in blood pressure and mortality. The Ohasama

Study. Am J Hypertens [Internet]. novembro de 1997;10(11):1201–7.

Recuperado de: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9397237

6. Sosner P, Guiraud T, Gremeaux V, Arvisais D, Herpin D, Bosquet L. The

ambulatory hypotensive effect of aerobic training: a reappraisal through a meta-

analysis of selected moderators. Scand J Med Sci Sport. 2017;27(3):327–41.

7. Cornelissen V a, Buys R, Smart N a. Endurance exercise beneficially affects

ambulatory blood pressure: a systematic review and meta-analysis. J

Hypertens. 2013;31(4):639–48.

8. Cornelissen VA, Smart NA. Exercise Training for Blood Pressure: A Systematic

Review and Meta-analysis. J Am Heart Assoc. fevereiro de 2013;2(1):e004473–

e004473.

9. Chobanian A V., Bakris GL, Black HR, Cushman WC, Green LA, Izzo JL, et al.

Seventh report of the Joint National Committee on Prevention, Detection,

Page 60: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

44

Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. Hypertension.

2003;42(6):1206–52.

10. Burt VL, Whelton P, Roccella EJ, Brown C, Cutler JA, Higgins M, et al.

Prevalence of hypertension in the US adult population. Results from the Third

National Health and Nutrition Examination Survey, 1988-1991. Hypertens

(Dallas, Tex 1979) [Internet]. março de 1995;25(3):305–13. Recuperado de:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7875754

11. Pescatello LS, Franklin B a, Fagard R, Farquhar WB, Kelley G a, Ray C a.

Exercise and hypertension. Med Sci Sports Exerc. 2004;36(3):533–53.

12. Garber CE, Blissmer B, Deschenes MR, Franklin BA, Lamonte MJ, Lee IM, et

al. Quantity and quality of exercise for developing and maintaining

cardiorespiratory, musculoskeletal, and neuromotor fitness in apparently

healthy adults: Guidance for prescribing exercise. Med Sci Sports Exerc.

2011;43(7):1334–59.

13. Jacobson DM, Strohecker L, Compton MT, Katz DL, Barry M. Physical activity

counseling in the adult primary care setting: Position statement of the American

College of Preventive Medicine. Am J Prev Med. 2005;29(2):158–62.

14. Sally S. Harris, Carl J. Caspersen, Gordon H. DeFriese EHEJ. Physical Activity

Counseling for Healthy Adults as a Primary Preventive Intervention in the

Clinical Setting. 1989;

15. Artinian NT, Fletcher GF, Mozaffarian D, Kris-Etherton P, Van Horn L,

Lichtenstein AH, et al. Interventions to promote physical activity and dietary

lifestyle changes for cardiovascular risk factor reduction in adults: A scientific

statement from the american heart association. Circulation. 2010;122(4):406–

41.

16. Martins LCG, Lopes MV de O, Guedes NG, Nunes MM, Diniz CM, Carvalho PM

de O. Estilo de vida sedentário em indivíduos com hipertensão arterial. Rev

Bras Enferm [Internet]. 2015;68(6):1005–12. Recuperado de:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-

71672015000601005&lng=pt&nrm=iso&tlng=en

17. Lin JS, Connor EO, Whitlock EP, Beil TL. Clinical Guideline Annals of Internal

Medicine Behavioral Counseling to Promote Physical Activity and a Healthful

Page 61: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

45

Diet to Prevent Cardiovascular Disease in Adults : A Systematic Review for the

U . S . Preventive Services Task Force. 2010;

18. Lin JS, O’Connor E, Evans C V., Senger CA, Rowland MG, Groom HC.

Behavioral counseling to promote a healthy lifestyle in persons with

cardiovascular risk factors: A systematic review for the U.S. preventive services

task force. Ann Intern Med. 2014;161(8):568–78.

19. Mary K. Serdula, Laura Kettel Khan WHD. Weight Loss Counseling Revisited.

2015;289(14):1747–50.

20. Goldstein MG, Whitlock EP, DePue J. Multiple behavioral risk factor

interventions in primary care: Summary of research evidence. Am J Prev Med.

2004;27(SUPPL.):61–79.

21. Ockene JK, Ockene IS, Quirk ME, Hebert JR, Saperia GM, Luippold RS, et al.

Physician training for patient-centered nutrition counseling in a lipid intervention

trial. Prev Med (Baltim) [Internet]. novembro de 1995;24(6):563–70.

Recuperado de: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8610079

22. Ockene JK, Wheeler E V, Adams A, Hurley TG, Hebert J. Provider training for

patient-centered alcohol counseling in a primary care setting. Arch Intern Med

[Internet]. 10 de novembro de 1997;157(20):2334–41. Recuperado de:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9361574

23. Bess H. Marcus LF. No TitleMotivating People to Be Physically Active. 2009.

216 p.

24. Peterson JA. Get moving! Physical activity counseling in primary care. J Am

Acad Nurse Pract. 2007;19(7):349–57.

25. RA M, JA L, AS L, Wiseman P. Physical activity counseling. Am Fam Physician

[Internet]. 2008;77(8):1129–36. Recuperado de:

http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=rzh&AN=105741252&s

ite=ehost-live

26. Mancia G, Fagard R, Narkiewicz K, Redon J, Zanchetti A, B??hm M, et al. 2013

ESH/ESC guidelines for the management of arterial hypertension: The Task

Force for the management of arterial hypertension of the European Society of

Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology (ESC). Eur

Heart J. 2013;34(28):2159–219.

Page 62: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

46

27. Dasgupta K, Quinn RR, Zarnke KB, Rabi DM, Ravani P, Daskalopoulou SS, et

al. The 2014 Canadian hypertension education program recommendations for

blood pressure measurement, diagnosis, assessment of risk, prevention, and

treatment of hypertension. Can J Cardiol. 2014;30(5):485–501.

28. Meeting of Experts on Accurate and Affordable Blood Pressure Measuring

Devices for Office/Clinic Use in Low Resource Settings (2003 : Geneva S.

Affordable technology : blood pressure measuring devices for low resource

settings. 2005; Recuperado de: http://apps.who.int//iris/handle/10665/43115

29. Alwan A (World HO. Global status report on noncommunicable diseases. 2010;

Recuperado de: http://www.who.int/nmh/publications/ncd_report2010/en/

30. Mills KT, Bundy JD, Kelly TN, Reed JE, Kearney PM, Reynolds K, et al. Global

disparities of hypertension prevalence and control. Circulation.

2016;134(6):441–50.

31. IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Acesso e Utilização de

Serviços de Saúde 1998. 2000.

32. Brasil.Ministério da Saúde, IBGE, Ministério do Planejamento Orçamento e

Gestão F. Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2008. Um Panorama

da Saúde no Brasil Acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e

fatores de risco e proteção à saúde. [Internet]. 2010. 245 p. Recuperado de:

http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS - RJ/panorama.pdf

33. BRASIL M. Vigitel Brasil 2011. 2016.

34. Stephen S Lim‡, Theo Vos, Abraham D Flaxman, Goodarz Danaei KS, Heather

Adair-Rohani, Markus Amann*, H Ross Anderson* KGA, Martin Aryee*, Charles

Atkinson*, Loraine J Bacchus*, Adil N Bahalim* K, Balakrishnan*, John Balmes*

SB-C, Lim SS, Vos T, et al. A comparative risk assessment of burden of

disease and injury attributable to 67 risk factors and risk factor clusters in 21

regions, 1990–2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease

Study 2010. Lancet. 2012;380(9859):2224–60.

35. Ozemek C, Phillips SA, Popovic D, Laddu-patel D, Fancher IS, Arena R, et al.

Nonpharmacologic management of hypertension: a multidisciplinary approach.

Curr Opin Cardiol [Internet]. 2017;32(4):381–8. Recuperado de:

http://insights.ovid.com/crossref?an=00001573-201707000-00008

Page 63: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

47

36. Evenson KR, Stevens J, Thomas R, Cai J. Effect of cardiorespiratory fitness on

mortality among hypertensive and normotensive women and men.

Epidemiology [Internet]. 2004;15(5):565–72. Recuperado de:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?cmd=Retrieve&db=PubMed&dopt

=Citation&list_uids=15308956

37. Veronique A. Cornelissen NAS. Exercise Training for Blood Pressure: A

Systematic Review and Meta−analysis. Rev Bras Med. 2012;69(4):78–86.

38. Thankappan KR, Shah B, Mathur P, Sarma PS, Srinivas G, Mini GK, et al.

Clinical Practice Guidelines for the Management of Hypertension in the

Community A Statement by the American Society of Hypertension and the

International Society of Hypertension. Indian J Med Res. 2010;131(1):53–63.

39. Dunn, AL; Marcus, BH; Kampert, JB; Garcia, ME; , Kohl, HW 3rd; Blair S.

Comparison of lifestyle and structured interventions to increase physical activity

and cardiorespiratory fitness: a randomized trial. 1999. p. 327–3.

40. Pescatello LS, MacDonald H V., Lamberti L, Johnson BT. Exercise for

Hypertension: A Prescription Update Integrating Existing Recommendations

with Emerging Research. Curr Hypertens Rep. 2015;17(11).

41. Carlson DJ, Dieberg G, Hess NC, Millar PJ, Smart NA. Isometric exercise

training for blood pressure management: A systematic review and meta-

analysis. Mayo Clin Proc [Internet]. Elsevier Inc; 2014;89(3):327–34.

Recuperado de: http://dx.doi.org/10.1016/j.mayocp.2013.10.030

42. Inder JD, Carlson DJ, Dieberg G, Hess NC, Smart NA. Isometric exercise

training for blood pressure management: a systematic review and meta-

analysis to optimize benefit. Hypertens Res [Internet]. Nature Publishing Group;

2016;39(2):88–94. Recuperado de:

http://www.scopus.com/inward/record.url?eid=2-s2.0-

84898670812&partnerID=40&md5=f02036652a8116dc218136ada7c31b15

43. Figueira FR, Umpierre D, Cureau F V., Zucatti ATN, Dalzochio MB, Leit??o CB,

et al. Association between Physical Activity Advice Only or Structured Exercise

Training with Blood Pressure Levels in Patients with Type 2 Diabetes: A

Systematic Review and Meta-Analysis. Sport Med. 2014;44(11):1557–72.

44. Whitlock EP, Orleans CT, Pender N, Allan J. Evaluating primary care behavioral

Page 64: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

48

counseling interventions - An\nevidence-based approach. Am J Prev Med.

2002;22(4):267–84.

45. Verwey RDS, Van Der Weegen S, Spreeuwenberg M, Tange H, Van Der

Weijden T, De Witte L. Upgrading physical activity counselling in primary care in

the Netherlands. Health Promot Int. 2016;31(2):344–54.

46. Alexander SC, Cox ME, Turner CLB, Lyna P, Østbye T, Tulsky JA, et al. Do the

five A’s work when physicians counsel about weight loss? Fam Med.

2011;43(3):179–84.

47. Carroll JK, Antognoli E, Flocke S a. Evaluation of physical activity counseling in

primary care using direct observation of the 5As. 2011;416–22.

48. Flocke SA, Clark A, Schlessman K, Pomiecko G. Exercise, diet, and weight loss

advice in the family medicine outpatient setting. Fam Med. 2005;37(6):415–21.

49. Vallis M, Piccinini-Vallis H, Sharma AM, Freedhoff Y. Clinical review: modified 5

As: minimal intervention for obesity counseling in primary care. Can Fam

physician Médecin Fam Can Internet . 2013;59(1):27–31. Recuperado de:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23341653%5Cnhttp://www.pubmedcentral.

nih.gov/articlerender.fcgi?artid=PMC3555649

50. Jensen MD, Ryan DH, Apovian CM, Ard JD, Comuzzie AG, Donato KA, et al.

2013 AHA/ACC/TOS guideline for the management of overweight and obesity

in adults: A report of the American College of cardiology/American Heart

Association task force on practice guidelines and the obesity society.

Circulation. 2014;129(25 SUPPL. 1).

51. Durant NH, Bartman B, Person SD, Collins F, Austin SB. Patient provider

communication about the health effects of obesity. Patient Educ Couns.

2009;75(1):53–7.

52. Singh S, Somers VK, Clark MM, Vickers-Douglas K, Hensrud DD, Korenfeld Y,

et al. Physician diagnosis of overweight status predicts attempted and

successful weight loss in patients with cardiovascular disease and central

obesity. Am Heart J. 2010;160(5):934–42.

53. Singh S, Lopez-Jimenez F. Medically diagnosed overweight and weight loss in

a US national survey. Prev Med (Baltim) [Internet]. Elsevier Inc.; 2010;51(1):24–

6. Recuperado de: http://dx.doi.org/10.1016/j.ypmed.2010.04.013

Page 65: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

49

54. Jay M, Gillespie CC, Schlair S, Sherman S, Kalet AL. Physicians’ use of the

5As in counseling obese patients: is the quality of counseling associated with

patients’ motivation and intention to lose weight? BMC Health Serv Res

[Internet]. 2010;10(1):159. Recuperado de:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=2903583&tool=pmce

ntrez&rendertype=abstract

55. Sherson EA, Jimenez EY, Katalanos N. A review of the use of the 5 A’s model

for weight loss counselling: Differences between physician practice and patient

demand. Fam Pract. 2014;31(4):389–98.

56. Lin JS, O’Connor EA, Evans C V, Senger CA, Rowland MG, Groom HC.

Behavioral Counseling to Promote a Healthy Lifestyle for Cardiovascular

Disease Prevention in Persons With Cardiovascular Risk Factors: An Updated

Systematic Evidence Review for the U.S. Preventive Services Task Force.

2014;(113).

57. Ribeiro MAM de AMCRFC. The role of physician counseling in improving

adherence to physical activity among the general population. 2007;292(9).

58. WILLIAM MCCLELLAN. Perspectives: Patient Education in Medical Practice.

1986;8:151–63.

59. Pinto BM, Goldstein MG, Depue JD, Milan FB. Acceptability and Feasibility of

Physician-Based Activity Counseling. 1998;15(2):95–102.

60. Steven N. Blair, William B. Applegate, Andrea L. Dunn, Walter H. Ettinger,

Willina L. Haskell, Abby C. King, Timothy M. Morgan JHSDGS-. Activity

counseling Trial (ACT): rationale, desing, and methods.

61. Goldstein MG, Pinto BM, Marcus BH, Lynn H, Jette AM, Rakowski W, et al.

Physician-based physical activity counseling for middle-aged and older adults: a

randomized trial. Ann Behav Med. 1999;21(1):40–7.

62. The Writing Group for the Activity Counseling Trial Research Group. Effects of

physical activity counseling in primary care: the Activity Counseling Trial: a

randomized controlled trial. Jama. 2001;286(6):677–87.

63. Van Sluijs EMF, Van Poppel MNM, Twisk JWR, Chin A Paw MJ, Calfas KJ, Van

Mechelen W. Effect of a tailored physical activity intervention delivered in

general practice settings: Results of a randomized controlled trial. Am J Public

Page 66: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

50

Health. 2005;95(10):1825–31.

64. Norris SL, Grothaus LC, Buchner DM, Pratt M. Effectiveness of physician-

based assessment and counseling for exercise in a staff model HMO. Prev Med

(Baltim) [Internet]. 2000;30(6):513–23. Recuperado de:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10901494

65. JB S, Skovgaard T, Puggaard L. Exercise on prescription in general practice: a

systematic review. Scand J Prim Health Care [Internet]. 2006;24(2):69–74 6p.

Recuperado de: http://0-

search.ebscohost.com.brum.beds.ac.uk/login.aspx?direct=true&db=rzh&AN=10

6118399&site=ehost-live&scope=site

66. Orrow G, Kinmonth AL, Sanderson S, Sutton S. Effectiveness of physical

activity promotion based in primary care: systematic review and meta-analysis

of randomised controlled trials. Bmj [Internet]. 2012;344(March):e1389.

Recuperado de:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22451477%5Cnhttp://www.ncbi.nlm.nih.go

v/pmc/articles/PMC3312793/pdf/bmj.e1389.pdf

67. Elley CR, Garrett S, Rose SB, O’Dea D, Lawton BA, Moyes SA, et al. Cost-

effectiveness of exercise on prescription with telephone support among women

in general practice over 2 years. Br J Sports Med. 2011;45:1223–9.

68. Garrett S, Elley CR, Rose SB, O’Dea D, Lawton BA, Dowell AC. Are physical

activity interventions in primary care and the community cost-effective? A

systematic review of the evidence. Br J Gen Pract. 2011;61(584):125–33.

69. Dalziel K, Segal L, Elley CR. Cost utility analysis of physical activity counselling

in general practice. Aust New Zeal J Public Heal [Internet]. 2006;30(1):57–63.

Recuperado de:

http://ovidsp.ovid.com/ovidweb.cgi?T=JS&CSC=Y&NEWS=N&PAGE=fulltext&

D=med5&AN=16502953http://oxfordsfx.hosted.exlibrisgroup.com/oxford?sid=O

VID:medline&id=pmid:16502953&id=doi:&issn=1326-

0200&isbn=&volume=30&issue=1&spage=57&pages=57-

63&date=2006&title=Aus

70. Carlson SA, Maynard LM, Fulton JE, Hootman JM, Yoon PW. Physical activity

advice to manage chronic conditions for adults with arthritis or hypertension,

Page 67: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

51

2007. Prev Med (Baltim) [Internet]. Elsevier B.V.; 2009;49(2–3):209–12.

Recuperado de: http://dx.doi.org/10.1016/j.ypmed.2009.06.017

71. Mary J, Barbosa V, Vieira W, Souza D, Williams R, Ferreira M, et al. Correlates

of Physical Activity Counseling By Health Providers to Patients With Diabetes

and Hypertension Attended By the Family Health Strategy In the State of

Pernambuco , Brazil. Prim Care Diabetes [Internet]. Primary Care Diabetes

Europe; 2017;11(4):1–10. Recuperado de:

http://dx.doi.org/10.1016/j.pcd.2017.04.001

72. Kreuter MW, Scharff DP, Brennan LK, Lukwago SN. Physician

Recommendations for Diet and Physical Activity: Which Patients Get Advised to

Change? Prev Med (Baltim). 1997;26:825–33.

73. Coleman KJ, Ngor E, Reynolds K, Quinn VP, Koebnick C, Young DR, et al.

Initial validation of an exercise “vital sign” in electronic medical records. Med Sci

Sports Exerc. 2012;44(11):2071–6.

74. Bell RA, Kravitz RL. Physician counseling for hypertension: What do doctors

really do? Patient Educ Couns. 2008;72(1):115–21.

75. Hébert ET, Caughy MO, Shuval K. Primary care providers’ perceptions of

physical activity counselling in a clinical setting: a systematic review. Br J Sport

Med. 2012;46(10):625–31.

76. AuYoung M, Linke SE, Pagoto S, Buman MP, Craft LL, Richardson CR, et al.

Integrating Physical Activity in Primary Care Practice. Am J Med [Internet].

Elsevier Ltd; 2016;129(10):1022–9. Recuperado de:

http://dx.doi.org/10.1016/j.amjmed.2016.02.008

77. Rimando M. PERCEIVED BARRIERS TO AND FACILITATORS OF

HYPERTENSION MANAGEMENT AMONG UNDERSERVED AFRICAN

AMERICAN OLDER ADULTS. Ethnicity. 2006;25(3):329–36.

78. Martins LCG, Lopes MV de O, Guedes NG, Teixeira IX, Sousa VEC de,

Montoril MH. Nursing diagnosis sedentary lifestyle in individuals with

hypertension: An analysis of accuracy. Rev da Esc Enferm. 2014;48(5):803–8.

79. Guedes NG, Lopes MV de O, Moreira RP, Cavalcante TF, de Araujo TL.

Prevalence of sedentary lifestyle in individuals with high blood pressure. Int J

Nurs Terminol Classif. 2010;21(2):50–6.

Page 68: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

52

80. B. Applegate W, T. Miller S, T. Elam J, C. Cushman W, El Derwi D, Brewer A,

et al. Nonpharmacologic intervention to reduce blood pressure in older patients

with mild hypertension. Arch Intern Med [Internet]. 1992;152(6):1162–6.

Recuperado de: http://dx.doi.org/10.1001/archinte.1992.00400180034005

81. Svetkey LP, Pollak KI, Jr WSY, Dolor RJ, Batch BC, Samsa G, et al. TRIAL OF

QUALITY IMPROVEMENT FOR PHYSICIANS AND. 2010;54(6):1226–33.

82. Van Keulen HM, Mesters I, Ausems M, Van Breukelen G, Campbell M,

Resnicow K, et al. Tailored print communication and telephone motivational

interviewing are equally successful in improving multiple lifestyle behaviors in a

randomized controlled trial. Ann Behav Med. 2011;41(1):104–18.

83. Lawrence J. Appel, MD(chair), Departments of Medicine, Epidemiology, and

Inter- national Health (Human Nutrition), Johns Hopkins Medical Institutions,

Baltimore, Md; Catherine M. Champagne, PhD, and DavidW. Harsha, PhD,

Pen- nington Biomedical Research Ce D of K. Effect of comprehensive lifestyle

modification on blood pressure control. ACC Curr J Rev. 2003;12(4):37.

84. Burke V, Beilin LJ, Cutt HE, Mansour J, Williams A, Mori TA. A lifestyle program

for treated hypertensives improved health-related behaviors and cardiovascular

risk factors, a randomized controlled trial. J Clin Epidemiol. 2007;60(2):133–41.

85. Muhlhauser I, Sawicki PT, Trampisch HJ, Didjurgeit U, Berger M. Evaluation of

a structured treatment and teaching programme on hypertension in general

practice. 1993;15(1):125–42.

86. Migneault JP, Dedier JJ, Wright JA, Heeren T, Campbell MK, Morisky DE, et al.

A culturally adapted telecommunication system to improve physical activity, diet

quality, and medication adherence among hypertensive african-americans: A

randomized controlled trial. Ann Behav Med. 2012;43(1):62–73.

87. Bosworth HB, Olsen MK, Grubber JM, Neary M, Orr MM, Ed M, et al. Two Self-

management Interventions to Improve Hypertension Control: A Randomized

Trial. 2010;151(10):687–95.

88. Kastarinen MJ, Puska PM, Korhonen MH, Mustonen JN, Salomaa V V,

Sundvall JE, et al. Non-pharmacological treatment of hypertension in primary

health care: a 2-year open randomized controlled trial of lifestyle intervention

against hypertension in eastern Finland. J Hypertens [Internet].

Page 69: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

53

2002;20(12):2505–12. Recuperado de:

http://onlinelibrary.wiley.com/o/cochrane/clcentral/articles/027/CN-

00446027/frame.html

89. Daley LK, Fish AF, Frid DJ, Mitchell GL. Stage-Specific Education/Counseling

Intervention in Women with Elevated Blood Pressure. 2009;(June):45–52.

90. Chiang CY, Sun FK. The effects of a walking program on older chinese

American immigrants with hypertension: A pretest and posttest Quasi-

experimental design: Populations at risk across the lifespan: Population studies.

Public Health Nurs. 2009;26(3):240–8.

91. Petrella RJ, Lattanzio CN, Overend T. Improving aerobic fitness in older adults

Effects of a physician-based exercise counseling and prescription program.

2010;

92. Petrella RJ, Koval JJ, Cunningham DA, Paterson DH. Can primary care doctors

prescribe exercise to improve fitness? The Step Test Exercise Prescription

(STEP) project. Am J Prev Med. 2003;24(4):316–22.

93. Lee LL, Arthur A, Avis M. Evaluating a community-based walking intervention

for hypertensive older people in Taiwan: A randomized controlled trial. Prev

Med (Baltim). 2007;44(2):160–6.

94. Sohn A, Hasnain M, Sinacore J. Impact of exercise (walking) on blood pressure

levels in African American adults with newly diagnosed hypertension. Dep Fam

Med Univ Illinois. 2007;17(3):503–7.

95. Moreau KL, Degarmo R, Langley J, McMahon C, Howley ET, Bassett DR, et al.

Increasing daily walking lowers blood pressure in postmenopausal women. Med

Sci Sports Exerc. 2001;33(11):1825–31.

96. Farinatti PDTV, Oliveira RB De, Pinto VLM, Monteiro WD, Francischetti E.

Programa domiciliar de exercícios: efeitos de curto prazo sobre a aptidão física

e pressão arterial de indivíduos hipertensos. Arq Bras Cardiol. 2005;84:473–9.

97. Farinatti P, Monteiro WD, Oliveira RB. Long Term Home-Based Exercise is

Effective to Reduce Blood Pressure in Low Income Brazilian Hypertensive

Patients: A Controlled Trial. High Blood Press Cardiovasc Prev [Internet].

Springer International Publishing; 2016;23(4):395–404. Recuperado de:

http://link.springer.com/10.1007/s40292-016-0169-9

Page 70: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

54

98. ACSM. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 9o ed.

Guanabara Koogan, org.

99. RIEBE D, FRANKLIN BA, THOMPSON PD, GARBER CE, WHITFIELD GP,

MAGAL M, et al. Updating ACSM’s Recommendations for Exercise

Preparticipation Health Screening. Med Sci Sport Exerc [Internet]. novembro de

2015;47(11):2473–9. Recuperado de:

http://content.wkhealth.com/linkback/openurl?sid=WKPTLP:landingpage&an=0

0005768-201511000-00028

100. Nobre F. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol.

2010;95(1):1–51.

101. Coleman A, Freeman P, Steel S, Shennan A. Validation of the Omron MX3 Plus

oscillometric blood pressure monitoring device according to the European

Society of Hypertension international protocol. Blood Press Monit.

2005;10(3):165–8.

102. Friedewald WT, Levy RI, Fredrickson DS. Estimationof the Concentration of

Low-Density LipoproteinCholesterolin Plasma,Without Useof the

PreparativeUltracentrifug. 1972;18(6):499–502.

103. Tudor-Locke C, Hatano Y, Pangrazi RP, Kang M. Revisiting “how many steps

are enough?” Med Sci Sports Exerc. 2008;40(7 SUPPL.1):537–43.

104. Huang Y, Xu J, Yu B, Shull PB. Validity of FitBit, Jawbone UP, Nike+ and other

wearable devices for level and stair walking. Gait Posture. 2016;48:36–41.

105. Arroll B, Beaglehole R. Salt restriction and physical activity in treated

hypertensives. N Z Med J [Internet]. 14 de julho de 1995;108(1003):266–8.

Recuperado de: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7637923

106. Fagard RH, Cornelissen VA. Effect of exercise on blood pressure control in

hypertensive patients. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil [Internet]. fevereiro de

2007;14(1):12–7. Recuperado de:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17301622

107. National Heart Lung and Blood Institute, National Institutes of Health (NIH)

National Heart, Lung, and Blood Institute N. Clinical guidelines on the

identification, evaluation, and treatment of overweight and obesity in adults. The

Evidence Report, NIH Publication No. 98-4083. WMJ Off Publ State Med Soc

Page 71: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

55

Wisconsin [Internet]. 1998;158(Suppl 2):51S–209S. Recuperado de:

https://hearttruth.gov/health/public/heart/obesity/wecan/portion/documents/COR

ESET1.pdf

108. Goff DC, Lloyd-Jones DM, Bennett G, Coady S, D’Agostino RB, Gibbons R, et

al. 2013 ACC/AHA guideline on the assessment of cardiovascular risk: A report

of the American college of cardiology/American heart association task force on

practice guidelines. Circulation. 2014;129(25 SUPPL. 1).

109. Kohl HW, Craig CL, Lambert EV, Inoue S, Alkandari JR, Leetongin G, et al. The

pandemic of physical inactivity: global action for public health. Lancet (London,

England) [Internet]. 21 de julho de 2012;380(9838):294–305. Recuperado de:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22818941

110. Booth FW, Roberts CK, Laye MJ. Lack of exercise is a major cause of chronic

diseases. Compr Physiol [Internet]. abril de 2012;2(2):1143–211. Recuperado

de: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23798298

111. Bacon SL, Sherwood A, Hinderliter A, Blumenthal JA. Effects of exercise, diet

and weight loss on high blood pressure. Sports Med [Internet]. 2004;34(5):307–

16. Recuperado de: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15107009

112. Kang M, Marshall SJ, Barreira T V, Lee J. Effect of Pedometer-Based Physical

Activity Interventions Effect of Pedometer-Based Physical Activity

Interventions : (October 2014):37–41.

113. Smith-spangler C, Gienger AL, Lin N, Lewis R, Stave CD, Olkin I. CLINICIAN ’

S CORNER Using Pedometers to Increase Physical Activity A Systematic

Review. 2007;298(19).

114. Yates T, Haff SM, Schulte PJ, Thomas L, Huff KM, Bales CW, et al. Association

between change in daily ambulatory activity and cardiovascular events in

people with impaired glucose tolerance ( NAVIGATOR trial ): a cohort analysis.

2013;6736(13):1–8.

115. Tulloch H, Fortier M, Hogg W. Physical activity counseling in primary care: Who

has and who should be counseling? Patient Educ Couns. 2006;64(1–3):6–20.

Page 72: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

56

9 ANEXOS

ANEXO I

Panfleto de divulgação

Page 73: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

57

ANEXO II

Divulgação por meio de blog

http://blogdorobsonfreitas.blogspot.com.br/2016/08/tangaraense-realiza-pesquisa-

no.html

Page 74: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

58

Page 75: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

59

ANEXO III

Termo de consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: ACONSELHAMENTO A

PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO VS. ORIENTAÇÃO À PRÁTICA DE EXERCÍCIO

FÍSICO: EFEITOS SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL DE 24H E PARÂMETROS DE

SAÚDE EM HIPERTENSOS que tem como pesquisador responsável Prof. Dr.

Eduardo Caldas Costa.

Essa pesquisa pretende comparar os efeitos sobre a pressão arterial e

parâmetros de saúde após três meses de aconselhamento a prática de exercício

físico.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é à falta de consenso sobre o efeito

das estratégias de aconselhamento à prática de exercício físico sobre a pressão

arterial de sujeitos pré-hipertensos e hipertensos, ademais investigar novas

estratégias de aconselhamento para prática de exercício físico nessa população se

faz necessário, por exemplo, modelo baseado nos cinco “As” (avaliar assess],

aconselhar [advise], concordar [agree], assistir [assist] e organizar [arrange]),

proposta sugerida para a presente pesquisa a fim de contribuir para prevenção

primária e secundária de forma mais efetiva. Além disso, a inclusão do Profissional

de Educação Física na intervenção de aconselhamento, especificamente no que se

no que se refere ao ensinamento e controle de variáveis básicas da prescrição do

exercício (tipo, frequência, duração e, principalmente, intensidade e progressão)

pode contribuir para uma ação mais eficaz no tocante ao melhoramento dos níveis

pressóricos e estado de saúde de indivíduos pré-hipertensos e hipertensos.

Caso você decida participar, você deverá responder uma entrevista contendo

questionários sobre: i) nível de atividade física; ii) principais sinais e sintomas

sugestivos de doença cardiovascular, pulmonar e/ou metabólica; iii) qualidade de

vida e; iv) auto avaliação do estado de saúde, será gasto um tempo de 35 minutos

para a aplicação desses questionários. Ademais deverá realizar medidas de pressão

arterial de repouso (19min), familiarização teórica e prática com da escala de

Page 76: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

60

percepção subjetiva de esforço (PSE [19min]), monitorização ambulatorial da

pressão arterial (MAPA [24h]), avaliação da variabilidade da frequência cardíaca de

repouso (10min), instalação do pedômetro (sete dias), avaliação da capacidade

cardiorrespiratória (teste submáximo em esteira rolante [25min]), composição

corporal (15min) e coleta sanguínea. Essa ultima será realizada através de punção

venosa após jejum de 12 horas, serão coletados 10 ml de sangue venoso, as

amostras serão armazenadas a -20ºC no Laboratório de pesquisa em bioquímica

clínica e experimenta do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da

UFRN para posterior analise do perfil lipídico (glicemia de jejum, concentrações

séricas de colesterol total, HDL-C, LDL-C, triglicerídeos, ureia, creatinina, TGO, TGP,

GAMA, proteínas totais e globulina). Ao final das análises, caso permaneça sobra da

amostra de sangue será descartada junto à coleta de materiais biológicos. Toda a

coleta de sangue será realizada de acordo com os procedimentos de biossegurança,

com material estéril e por profissional qualificado.

Durante a realização dos procedimentos supratranscritos a previsão de riscos

é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele sentido num exame

físico ou psicológico de rotina.

Pode acontecer um desconforto durante o teste de esforço submáximo que

será minimizado com o acompanhamento das respostas fisiológicas ao estado

próximo de repouso, pode acontecer desconforto devido à monitorização da pressão

arterial, que será minimizado, pois os protocolos foram testados anteriormente, pode

acontecer também algum desconforto emocional ao responder os questionários, para

minimizar essa situação o questionário será respondido individualmente em ambiente

confortável e com tempo destinado para ele e você terá como benefício avaliação de

seu nível de submáximo de aptidão cardiorrespiratória, mensuração da sua pressão

arterial de repouso e em 24h, check-up do seu perfil bioquímico do sangue e

participação de uma intervenção de aconselhamento a prática de exercício físico por

três meses. Caso você seja do grupo controle, terá direito a todos os benefícios

supracitados, exceto a intervenção, que ao invés disso, receberá orientações sobre

exercício físico e após três meses participará da intervenção de aconselhamento.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa,

você terá direito a assistência gratuita que será prestada pelo Hospital Universitário

Page 77: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

61

Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob responsabilidade

de Altieres Elias de Sousa Júnior.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando

para Altieres Elias de Sousa Júnior, telefone (84) 9.9652 – 0998.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em

qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados

apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de

nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa

pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será

assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa,

você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê

de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone

3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra

com o pesquisador responsável Prof. Dr. Eduardo Caldas Costa.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os

dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e

benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,

concordo em participar da pesquisa ACONSELHAMENTO A PRÁTICA DE

EXERCÍCIO FÍSICO VS. ORIENTAÇÃO À PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO:

EFEITOS SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL DE 24H E PARÂMETROS DE SAÚDE

EM HIPERTENSOS, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em

congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me

identificar.

Page 78: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

62

Natal, 08 de março de 2016.

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo ACONSELHAMENTO A

PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO VS. ORIENTAÇÃO À PRÁTICA DE EXERCÍCIO

FÍSICO: EFEITOS SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL DE 24H E PARÂMETROS DE

SAÚDE EM HIPERTENSOS declaro que assumo a inteira responsabilidade de

cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram

esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo

e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora

assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12

do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o

ser humano.

Natal,________de________de____.

Participante da pesquisa:

Nome:____________________________________________________________

Assinatura:________________________________________________________

Testemunha:

Nome:____________________________________________________________

Assinatura:________________________________________________________

Pesquisador responsável:

Nome____________________________________________________________

Impressão datiloscópica do

participante

Page 79: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

63

ANEXO IV

Parecer do comitê de ética

Page 80: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

64

ANEXO V

Triagem de Saúde Pré-participação e Estratificação dos Risco

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScZLveGqLhuWzL4gX2GvvaE-

mIDCQz0lL-0XUjJWxtgrroduw/viewform

.

Page 81: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

65

ANEXO VI

Estágio de mudança da atividade física

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdq9IYfxzYhFFFhoVPCDmmoYkSMzg6b

XX4tUk5CLrVIIEypyg/viewform

Page 82: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

66

ANEXO VII

Diário do paciente

Page 83: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

67

ANEXO VIII

Controle do número de passos

Nº do pedômetro:______

Instruções

1) Retirar quando for tomar banho, trocar de roupa, dormir e dançar.

2) Olhar no visor do pedômetro o número de passos imediatamente antes de entrar e

imediatamente após sair de algum desses meios de transporte: carro, ônibus, metrô, trem ou

bicicleta.

DATA ENTRADA

N° passos antes de usar o meio de transporte

SAÍDA

N° passos após usar o meio de transporte

Page 84: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

68

ANEXO IX

Ficha de frequência

Page 85: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

69

ANEXO X

Cartilha informativa

Page 86: EFEITO DE UM PROGRAMA DE ACONSELHAMENTO À PRÁTICA DE ATIVIDADE … · III LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das recomendações de exercício físico para hipertensos. Tabela

70

ANEXO XI

Convite