educomunica 06 - fevereiro 2013

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EDUC OMUNICA 'Além do que se vê' Confira duas entrevistas com professores do jornalismo que lançaram recentemente livros que abordam estudos sobre rádio. Educação Popular Mestrado Profissional em Tecnologias, Comunicação e Educação Pesquisa G G i i o o v v a a n n a a S S i i l l v v e e i i r r a a A A n n a a n n d d a a D D i i n n a a t t o o 'Emancipa'

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A produção de um jornal nunca é fácil. Nesta edição, por exemplo, analisamos os números anteriores e decidimos inovar em alguns pontos. Foram realizadas modificações como a padronização gráfica das páginas, utilizando o mesmo tipo e tamanho de fonte, a ampliação do espaço para textos opinativos, a capa está mais leve com menos chamadas e o número de matérias aumentou, já que neste semestre passamos a trabalhar em duplas. Além disso, a grande novidade desta sexta edição foi trazer ilustrações para as páginas do jornal. A rotina de produção foi a de sempre: após incansável busca por pautas que, como de costume, abrangem a FACED, partimos para a elaboração dos textos e a captação das imagens. Edita aqui, edita acolá e o Educomunica de número 6 foi, enfim, concluído. Como resultado de muito empenho, você, leitor, encontra notícias sobre projetos de pesquisa e extensão, o novo curso de pós-grasuação, entrevistas com professores e mais. Tudo de um jeito novo, dinâmico e e

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Page 1: EDUCOMUNICA 06 - fevereiro 2013

EDUCOMUNICA

'Além do que se vê'

Confira duas entrevistas com professores do jornalismo que lançaramrecentemente livros que abordam estudos sobre rádio.

Páginas 11 e 1 2

Educação Popular

Grupo de pesquisa, em parceria com a ONG

Ação Moradia, busca incluir mulheres no mundo

digital e prepará-las para a vida profissional.

Página 6

Mestrado Profissional emTecnologias, Comunicação eEducação

Ofertada pela FACED, a pós-graduação começa nopróximo mês e é uma das pioneiras na região. O pro-grama em Comunicação e Sociedade tem como foco abusca pelo desenvolvimento de conhecimentos inter-disciplinares. Por visar uma formação profissional, ocurso é destinado principalmente a pessoas já atuan-tes no mercado de trabalho.

Página 5

I I Semana da Comunicação, real izada pelo

CACoS, trouxe debates sobre democratização da

comunicação, qualidade de formação do

comunicador e combate às opressões.

Página 4

Pesquisa

Professor desenvolve glossário para consolidar

campo da Educomunicação e auxil iar pesquisa-

dores e profissionais da área.

Página 8

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'Emancipa'

Chapa eleita para o Diretório Acadêmico do cur-

so de Pedagogia propõe projetos para a gestão

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EDUCOMUNICA Ano IV - nº 6 UFU

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A produção de um jornal nunca éfácil. Nesta edição, por exemplo, anali-samos os números anteriores e decidi-mos inovar em alguns pontos. Foramrealizadas modificações como a padro-nização gráfica das páginas, utilizandoo mesmo tipo e tamanho de fonte, aampliação do espaço para textos opina-tivos, a capa está mais leve com menos

chamadas e o número de matériasaumentou, já que neste semestre passa-mos a trabalhar em duplas. Além disso,a grande novidade desta sexta ediçãofoi trazer ilustrações para as páginas dojornal. A rotina de produção foi a desempre: após incansável busca por pau-tas que, como de costume, abrangem aFACED, partimos para a elaboração

dos textos e a captação das imagens.Edita aqui, edita acolá e o Educomuni-ca de número 6 foi, enfim, concluído.Como resultado de muito empenho,você, leitor, encontra notícias sobreprojetos de pesquisa e extensão, o novocurso de pós-grasuação, entrevistas comprofessores e mais. Tudo de um jeitonovo, dinâmico e experimental. C

Crônica

A problemática da rampaAnna Vitória Rocha – José Elias Mendes – Thatiana Angeli

O bloco 3Q, onde tenho aulas nestesemestre é o maior da universidade. Naverdade, nem sei mesmo se é o maiorbloco, mas sei que todo mundo tem au-la por lá. Todo mundo mesmo. Muitoscorredores, salas e escadas. Uma áreade convivência cheia de mesas, bancose pessoas cabulando aula. Mas o prin-cipal elemento desse bloco trata-se deuma enorme rampa. É claro que minhasala fica no último andar, o que, aosolhos de alguns, me condenaria a maisum semestre de suplício e compulsóriosexercícios de panturrilha – como foimeu pesadelo durante o ano passadono antigo bloco. Mas não.

Ao nosso favor e serviço, temos arampa. Quilométrica, mas ainda assim.Na minha cabeça, seria inconcebível aqualquer ser humano subir diversos lan-ces de escada diante da possibilidade dedesfilar na rampa. Mas não. O que ob-servo diariamente com profunda aver-são é um quadro lamentável de pessoasse matando de subir escadas, ignorandoa alternativa muito mais confortável.

Existe gente nesse mundo que prefe-re subir escada! Algum antropólogo sehabilita a explicar? O que angustia, defato, é a justificativa dada para tão dis-

paratada escolha: a rampa é longa de-mais. É quando eu e um queridoamigo, companheiro de cafés e passeiosde rampa, nos entreolhamos indigna-dos e exclamamos:

– Mas a graça é justamente essa: arampa demora!

Quem é que está com pressa? Fran-camente, alunos, já fomos mais espertos.

Explico: gosto do fato da rampa serextensa porque ela fornece o tempoexato pr'aquele finzinho de conversaque teima em coçar a ponta da línguaao fim do intervalo, que nunca é grandeo suficiente. Não sei que necessidade éessa que as pessoas têm de voltar logopra sala de aula, quando bom mesmo éir proseando com calma durante todo opercurso. Aí vocês me dizem que dá praconversar na escada e eu só queria quevocês experimentassem a delícia que ésubir quase dez lances sem calar a boca.Resistência cardíaca vai com Deus.

Além do mais, os benefícios da ven-turosa não param por aí. Se é que possoparafrasear aquele mesmo amigo su-pracitado, a rampa serve também comoa duração perfeita de uma rápida reu-nião de trabalho. Não dá pra expressarem palavras os minutos preciosos que

ganhei de sono graças a ela. Sim, na-quele sábado no qual não precisei acor-dar cedo pra me encontrar com oscolegas e discorrer a respeito do semi-nário de Ciência Política. Perco as con-tas de quantas vezes consegui resolvercom professores ali mesmo, na rampa,questões que me tomariam horas dechá de cadeira em suas portas. Hajadorflex pra quem prefere as escadas!

Dia desses usei as escadas. Não porvontade própria, óbvio. Estava discutin-do com uma amiga o fato de, ainda hoje,alguns pesquisadores concordarem coma teoria da agulha hipodérmica enquan-to íamos para o intervalo e ela logo pe-gou o caminho das trevas. Pra nãointerromper a problematização, fui nadela. Na volta, a discussão ainda ardia,de modo que continuei seguindo o seucaminho até que, no fatídico momentode pegar a direita na direção do últimolance de rampa, ela disse:

– Ah, vamo pegar a escada que essecaminho demora demais.

Fui, né? Cheguei lá em cima pondoos bofes pra fora, fui direto pra sala deaula querendo mais intervalo, comaquela sensação de que ainda haviamuito a ser dito. C

Editorial

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UFU Ano IV - nº 6 EDUCOMUNICA

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O conceito estético de beleza teveinício na filosofia antiga, na qual, atra-vés dos seus sentidos, o homem busca-va avaliar formas que serelacionassem harmonicamente.As esculturas produzidas repre-sentavam o padrão de beleza daépoca. De lá até aqui, váriascoisas passaram por um proces-so de transformação influencia-do pelas tendências econcepções de cada período e,entre essas mudanças, estájustamente o entendimentosobre beleza.

Hoje em dia o padrão debeleza baseia-se em um estereó-tipo extraído das passarelas domundo da moda, onde predomina nasmulheres uma tendência à magreza excessi-va, e, nos homens, a overdose de músculos. A questão éque esse ideal determinado pela sociedade cria nas pessoaso desejo de se encaixarem. Isso faz com que elas usem demétodos exagerados para conseguirem se enquadrar nospadrões de perfeição. Como consequência dessa medidadesenfreada, seguem vários problemas que colocam em ris-co a própria vida do indivíduo.

Um dos problemas mais comuns que surgiram dessabusca foram os distúrbios alimentares, caracterizados poralterações doentias do comportamento em relação à ali-mentação. Eles afetam primariamente os jovens, sendo 90%do sexo feminino e se dão principalmente em duas formas:a bulimia e a anorexia.

A anorexia se configura quando a pessoa para de comeraos poucos, até o ponto de não ingerir mais nada. Já nabulimia, a pessoa come, mas força o vômito em seguida pa-ra colocar o alimento pra fora, na convicção de que não vaiengordar. A modelo brasileira Ana Carolina Reston, fale-ceu em 2006 devido a complicações causadas por uma ano-rexia nervosa, aumentando o número de vítimas pordistúrbios alimentares.

Outra consequência drástica é o uso de anabolizantes. Osesteroides anabolizantes são drogas relacionadas ao hormô-nio masculino “testosterona”. Além do uso médico, eles

têm a propriedade de aumentar osmúsculos e, por esse motivo, são muitoprocurados por atletas ou pessoas que

querem melhorar o desempenhoesportivo, a aparência física e aforça muscular.

No Brasil, aproximadamente0,3% da população entre 12 e 65anos já fez uso de anabolizantes

pelo menos uma vez na vida. Al-guns usuários chegam a utilizarprodutos veterinários à base de es-teroides, sobre os quais não se tem

nenhuma ideia dos riscos causa-dos em humanos.

Vale ressaltar que essanecessidade de ajuste a cer-

tos rótulos de beleza acaba gerando graves consequênciaspsicológicas. A insatisfação em relação ao corpo e à apa-rência física e os próprios transtornos alimentares, contri-buem para níveis mais elevados de depressão. Além disso,quando o indivíduo passa a buscar uma estética perfeccio-nista baseada em padrões ditados pela contemporaneidade,deixa de ser ético para consigo mesmo.

A meu ver, mudar toda uma concepção de beleza con-temporânea está completamente fora de questão, afinal oque precisa ser moldado é a cabeça das pessoas em relaçãoa isso. A diversidade é uma característica essencial domundo desde seus primórdios e hoje, mais do que nunca,deve ser valorizada.

Entretanto, para aqueles que queiram emagrecer ou so-bressaltar os músculos, há uma série de métodos saudáveispara fazê-lo, basta colocar em primeiro lugar os própriosvalores, ao invés de dar uma importância exacerbada àsopiniões generalizadas. Olhando por este ângulo, fica bas-tante simples resolver questões de grande peso social, bastaentender que os “pontos-chave” para a solução estão, namaioria das vezes, dentro do valor ético de cada um. C

Artigo

A ambiguidade nociva da perfeiçãoLorena Martins

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EDUCOMUNICA Ano IV - nº 6 UFU

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CACoS realiza II Semana da ComunicaçãoGabriel Rodrigues e Paula Nascimento

Com o tema “Além do que se vê:Mídia e Sociedade”, a II Semana daComunicação na UFU, organizadapelo Centro Acadêmico de Comu-nicação Social “Francklin Tannús”(CACoS), aconteceu entre 12 e 14de dezembro de 2012.

O evento abrangeu três temáticasprincipais: democratização da co-municação, qualidade de formaçãodo comunicador e combate àsopressões. Raissa Dantas, diretora-geral do CACoS, afirma que os ei-xos foram escolhidos “para legiti-mar toda a construção do centroacadêmico durante o ano”.

A programação contou com a re-alização de debates, atividades cul-turais, minicurso e apresentação detrabalhos. Houve ainda a realizaçãode oficinas, como a de fanzine, mi-nistrada por Carlos Gabriel Ferrei-ra, aluno do 4º período deJornalismo e membro do CACoS.

A mesa de abertura teve comotema: “Caminhando de mãos da-

das: a ENECOS e os estudantes decomunicação”. No segundo dia, oprincipal evento foi a mesa-redonda“A luta em defesa da qualidade deensino da Comunicação Social” e,como encerramento, ocorreu a dis-cussão “Democracia não se dita,maldita seja se dura: por que demo-cratizar a mídia?”.

Ana Spannenberg, professora docurso de Jornalismo e palestrante noevento, conta que espaços como asemana acadêmica são importantes,pois contribuem para o desenvolvi-mento crítico de seus participantes,permitem a integração entre as tur-mas e, principalmente, trazem à to-na debates acerca de questõessignificativas para a formação do es-tudante de Comunicação Social.

Aluna do 6º período de Jornalis-mo, Ana Gabriela Faria acreditaque os temas debatidos na Semanasão necessários para a formaçãoprofissional e pessoal do comunica-dor. Comparando com a edição an-

terior, ela aponta que a maiordiferença foi quanto ao conteúdo,pois este propôs uma maior reflexãocrítica.

A Semana contou com a partici-pação de 97 pessoas, entre professo-res, alunos de Jornalismo e deoutros cursos, como Érica Chamor-ro, do 4º período de Direito. Ela de-cidiu participar do evento devido àtemática, pois acredita que os as-suntos tratados conscientizam o pú-blico das relações de poder namídia.

Para saber mais sobre como foi aprogramação da II Semana da Co-municação, acesse a coberturacompleta do evento no blog:http://cacosufu.blogspot.com.br/ C

Amanda Silva e Lorena Martins

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UFU Ano IV - nº 6 EDUCOMUNICA

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FACED oferece Mestrado Profissional InterdisciplinarGiovana Silveira e Leidiane Campos

A Faculdade de Educação daUFU iniciará em 2013 o mestradoprofissional "Tecnologias, Comuni-cação e Educação". O curso terá atecnologia como eixo central eminterface com as áreas da comuni-cação e da educação, buscando ge-rar conhecimentos interdis-ciplinares.

Esse programa é destinado,principalmente, para pessoas que jáestão atuando no mercado de tra-balho. A coordenadora do curso,Adriana Omena, ressalta que, ape-sar de poder ter formação em qual-quer área, o interessado precisa terexperiência em comunicação, edu-cação ou tecnologia para tentar omestrado.

A pós-graduação está divididaem duas linhas de pesquisa: “Tec-nologias e interfaces da comunica-ção”, coordenada por Ana CristinaSpannenberg e “Mídias, comunica-ção e educação”, sob a coordena-ção de Guilherme Saramago.

Spannenberg, a respeito de sualinha, esclarece que este segmentoanalisará a comunicação comoprocesso problematizado; o jorna-lismo especializado; os processoscomunicativos e suas relações coma tecnologia; as comunicações pú-blicas, institucionais e dirigidas.Segundo ela, “o que vai dar a carada linha são os projetos que vãoentrar a partir desta primeira sele-ção”. A docente idealiza como po-tencial de seu campo de pesquisa aespecialização e capacitação doprofissional, para que ele possatransitar de modo crítico nas áreas

de Comunicação e Educação.O professor Guilherme Saramago

afirma que sua linha de pesquisa temcomo objetivo principal “o desenvol-vimento de propostas, produtos, es-tudos e pesquisas interdisciplinaresque dizem respeito à interface entremídias, educação e comunicação esuas relações com as tecnologias”.Ele completa que “será uma excelen-te oportunidade para que os alunosde diferentes cursos ligados à Educa-ção possam aprofundar seus estudose ampliar a oportunidade de acessoao trabalho”.

O jornalista de formação e pro-fessor em cursos de ComunicaçãoSocial, Flávio Soares, concorre auma vaga na linha de pesquisa de“Mídias, comunicação e educa-ção”. Para ele, essa escolha aliará asua atuação profissional a uma pes-quisa mais aprofundada sobre o as-

sunto. Além disso, Flávio acreditaque fazer um mestrado na UFU se-ria uma grande oportunidade, poisa universidade é “uma referência,no sentido de ciência, pesquisa eextensão”.

O processo seletivo para os in-gressantes foi dividido em três mo-mentos: apresentação do plano detrabalho, prova escrita e avaliaçãodo currículo. As inscrições foramrealizadas entre os dias 7 e 11 dejaneiro. No total foram deferidas115 inscrições, sendo 36 para “Tec-nologias e interfaces da comunica-ção” e 79 para “Mídias,comunicação e educação”.

A prova escrita foi aplicada nodia 18 de fevereiro e a avaliaçãodos currículos será feita de 4 a 6 demarço. O resultado final será di-vulgado no dia 8 de março e as au-las começarão neste mesmo mês. C

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Criado em 2009, em parceria coma ONG Ação Moradia, o Grupo deEtnoMatemática e Leitura (GML)vinculado ao Grupo de Pesquisa emEducação e Culturas Populares(GPECPOP) da FACED, busca inse-rir mulheres do bairro Morumbi no

mundo digital, incentivar o reconhe-cimento de seu trabalho e prepará-laspara a vida profissional.

O GML é coordenado pelo profes-sor Benerval Santos e conta com aparticipação dos bolsistas MilenaAbadia, Cinara Peixoto e Lucas San-tana (alunos, respectivamente, doscursos de Geografia, Matemática eHistória) e de dois professores da redepública de ensino de Uberlândia, Ro-nicley Eduardo e Iraídes Reinaldo.

A pesquisa foi dividida em trêsetapas: “De onde vim?”, “Onde vi-vo?” e “O que faço?”. Na primeira,as participantes tiveram acesso, pormeio da internet, a informações desuas cidades de origem, como mú-sicas e fotografias, uma vez que amaioria das integrantes do grupo émigrante. Também foi feito um tra-balho de alfabetização com

algumas delas que não sabiam lernem escrever.

Na segunda etapa, a pesquisa foisobre Uberlândia e um passeio foirealizado para que as mulheres pu-dessem conhecer os locais pesquisa-dos pela internet. Em seguida, umlivro foi editado com textos escritospor elas. Segundo Benerval, o livrofoi importante para que elas se vejamcomo produtoras de cultura.

Em 2013 começa a última etapada pesquisa. Os estudos se voltampara o trabalho que cada uma exer-ce na ONG, como artesanato, salãode beleza ou olaria. De acordo comCléia e Patrícia, fabricantes de tijo-los, isso será importante para co-nhecer pessoas e técnicas de outrasindústrias, além da possibilidade deentrar para o mercado de trabalhoformal. C

Pesquisadores buscam oportunidades para mulheresAnanda Dinato e Lara Lacerda

Projeto viabiliza inclusão digital para idosos e docentesGiovana Matusita e Guilherme Fragosso

O PET Conexões de Saberes, emparceria com a FACED/UFU, inici-ou um programa de Introdução à In-formática no dia 19 de fevereiro. Ocurso terá duração de três meses,com carga horária de duas horas se-manais e será ministrado por petia-nos no telecentro, no bloco 3Q docampus Santa Mônica.

São 30 vagas ofertadas, sendo 20destinadas às pessoas da terceiraidade, divididas em duas turmas comaulas no período matutino, e dezpara professores da rede municipal eestadual de ensino, no períodonoturno. De acordo com a estudante

de Jornalismo e integrante do PET,Diélen Borges, os públicos-alvo fo-ram escolhidos devido à grande de-manda e pelo interesse que possuemem aprender noções de informática.

Um dos alunos do projeto, Wil-son Bernardes da Silva, tem 62 anose é aposentado. Ele diz que se inscre-veu porque tem planos de abrir umaempresa e, para isso, precisa se atua-lizar. “Até o ano 2000, não era co-mum o uso da informática, mas hojeaté mesmo um pequeno comércionecessita dela”, explica.

Outra aluna do curso, da turmanoturna, é Evoneide Costa, professora

de geografia há oito anos no sistemaprisional na área rural de Uberlândia.Ela cita que a comunicação com seusalunos está ficando limitada, devido àfalta de conhecimento básico commeios tecnológicos. Costa afirma ain-da que os detentos possuem vontadede se atualizar e estudar, o que inten-sifica o seu desejo de aprender os co-mandos de internet.

Adriana Omena, tutora do PETe professora do curso de Jornalis-mo, destaca que, além da inclusãodigital, este projeto também viabili-za a abertura do telecentro para acomunidade. C

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PET Conexões cria boletim para instituição comunitáriaJosé Elias Mendes e Maysa Vilela

Voluntários promovem inserção socialFlahana Pfeifer e Thatiana Angeli

O Projeto Ledores, promovido peloCentro de Ensino, Pesquisa, Extensãoe Atendimento em Educação Especial(CEPAE) em parceria com a FACED,auxilia alunos cegos ou com deficiên-cia visual da UFU. A iniciativa consis-te em voluntários que fazem leitura,gravação e digitação dos materiais de-sejados pelos alunos.

Maria Ramos, secretária do CE-PAE e atual coordenadora do projeto,conta que começou voluntariamenteao se deparar com os estudantes cegosno setor de atendimento ao aluno.Quando o Centro foi fundado, em2004, a iniciativa foi oficializada.

Segundo Lázara da Silva, coorde-nadora do CEPAE, em comparação àimpressão em braile, a gravação e o ar-mazenamento são recursos de baixocusto. “Um texto que tem em média20 páginas, impresso em braile passa a

ter cerca de 80, gastando muito materi-al, além de apagarem-se com facilida-de”, explica.

Daniele Cruz, portadora de defici-ência visual e aluna do oitavo períododo curso de Letras, conta que “o proje-to é muito bom, pois a partir dele e dosáudios, obtenho ajuda nos trabalhos dafaculdade”. O servidor da UFU, LuizBertolucci, atuou como ledor e afirma

que “a experiência foi excelente, pois oprojeto ensina muito, principalmente aajustar a leitura às necessidades daspessoas”.

O projeto permite a participaçãovoluntária de quem tenha interesseem atuar como ledor. Para se inscre-ver, acesse www.cepae.faced.ufu.br,preencha a ficha cadastral e aguardecontato do CEPAE. C

O “TransformAção” é um infor-mativo bimestral desenvolvido peloPET dos cursos de Jornalismo, Pe-dagogia e licenciaturas da UFU emparceria com a Associação Comuni-dade Nova Criatura. A ONG temcomo meta a prevenção, recupera-ção e reinserção social de depen-dentes químicos, bem como apoioàs famílias.

Para criação do periódico, os peti-anos visitaram as instalações da as-sociação e propuseram um projetográfico e editorial. O resultado foium informativo de quatro páginas.No primeiro número há textos sobre

a fundação da Comunidade, matériasexplicativas sobre drogas, além de re-latos de dependentes em recupera-ção. Esta edição foi impressa emnovembro de 2012 com uma tiragemde 5000 exemplares.

Segundo José Lizomar da Silva,fundador e coordenador voluntárioda Associação, transmitir informa-ções sobre a instituição para consci-entizar a sociedade em relação àdependência química foi um dos ob-jetivos. Ele também considera que oinformativo trouxe credibilidade paraa entidade, que expandiu notavel-mente após sua distribuição.

Cintia Sousa, estudante de Jorna-lismo e integrante do projeto, acredi-ta que a experiência influencioupositivamente, tanto no âmbito pes-soal quanto profissional. “Me fez re-fletir sobre a vida, além de agregarconhecimentos jornalísticos comodiagramação e produção de pautas ematérias”, conta.

A tutora do PET, Adriana Ome-na, considera importante a relaçãodos alunos com a comunidade exter-na, pois “quando eles têm esse con-tato com a comunicação comu-nitária, vão para o mercado de tra-balho com outro olhar”, diz. C

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Professor desenvolve glossário de EducomunicaçãoAline Salmin e Anna Vitória Rocha

Um Glossário Terminológico Di-gital da Educomunicação (GTDE)encontra-se em processo de desenvol-vimento na Faculdade de Educaçãoda UFU. O responsável pelo projeto éo professor do curso de Jornalismo,Marcelo Marques. Com previsão paraconclusão em 2014, o glossário tempor objetivo formalizar conceitos daárea, vindo de encontro às necessida-des dos estudiosos e profissionais.

Educomunicação é o termo utili-zado para designar o campo de inter-secção entre as esferas de estudo daComunicação e da Educação. Adria-na Omena, também professora docurso, coordena o PET Conexões deSaberes que desenvolve pesquisas naárea. Ela conta que o campo é jo-vem, com cerca de 30 anos, e carecede trabalhos específicos que contem-plem suas terminologias. “Ainda nãoé consensual. O que nós chamamos

de Educomunicação na área da Co-municação é chamado de Mídia eEducação no âmbito da Educação, enós estamos falando basicamente damesma coisa”, explica.

Segundo Marques, o GTDE é umproduto que registra termos, conceitose práticas deste campo de investigação,e que vem servir a três propósitos:consulta para estudantes, pesquisado-res e demais pessoas interessadas naárea; registro numa mesma obra de al-guns dos principais conceitos e; contri-buição com a história e a memóriadesse recente campo de estudo.

O método de trabalho do pesqui-sador tem como base uma análisecomparativa entre dicionários especi-alizados e a forma como essas deno-minações são adotadas na prática,em redações e agências de publicida-de. Segundo Marcelo, “espera-se quea construção e publicação do Glossá-

rio venha a impactar diretamente omeio acadêmico”.

Felipe Saldanha, estudante deJornalismo, é um dos bolsistas doprojeto. Sua colaboração está ligadaao seu trabalho de conclusão de cur-so, que visa acompanhar os estudosque o Departamento de Comunica-ção e Artes da USP desenvolve nestecampo de pesquisa. Felipe tem se de-bruçado no estudo dos conceitos de“educomunicação” e “ecossistemacomunicativo”.

A criação de um software tam-bém é parte da proposta do trabalhodo professor. É a partir dele que seráfeita uma interação do projeto às no-vas mídias de comunicação, no sen-tido de facilitar a pesquisa eaprofundamento do campo de estu-dos. Ao fim da pesquisa, o Glossáriopoderá ser acessado em: www.edu-com.faced.ufu.br C

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UFU Ano IV - nº 6 EDUCOMUNICA

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D.A. da Pedagogia tem nova diretoriaFelipe Flores e VictorAlbergaria

A nova gestão do diretório acadê-mico do curso de Pedagogia daUFU, eleita no fim de 2012, se movi-menta pleiteando melhorias extra-classe. O grupo, que é compostopelos membros da chapa “Emanci-pa”, permanece no cargo até o fimdeste ano, tentando manter umaagenda de trabalhos efetiva.

A estudante Dandara Tonantzin,integrante da equipe atual, enumeraalgumas das propostas: estreitamen-to dos laços com os alunos do cur-so; uma gestão plural e participativaque represente, de fato, os discentes;criação de minicursos sobre assun-tos trabalhados pelos professoresem sala de aula, como foi sugeridojá durante o processo eleitoral; alémda arrecadação de alimentos paraentidades carentes.

Dentre os anseios da nova direto-ria está, ainda, a obtenção de melhoracesso aos equipamentos do Labora-tório de Pedagogia (LAPED). IlanaNunes, diretora-geral da entidade,menciona que o laboratório contacom 17 netbooks, de uso exclusivopara as aulas. “A biblioteca está sem-pre cheia e um computador aqui (nasala do D.A.) é insuficiente para o

número de alunas”, afirma.Elenita Pinheiro, coordenadora

do espaço, conta que os equipamen-tos são para uso exclusivo das disci-plinas que desenvolvem atividadesagendadas no local. Ela diz que “anatureza e os objetivos do LAPEDsão diferentes das ilhas digitais e doslaboratórios de informática instala-dos na UFU”. C

Primeira turma de Jornalismo conclui cursoLeonardo Hamawaki e Lucas Manaf

O curso de Comunicação Socialda UFU passou a ser oferecido noano de 2009. Dos 40 alunos que ne-le ingressaram, 24 estão aptos a re-ceber o diploma e graduarem-sejornalistas ao fim deste semestre.

Paula Arantes é uma dessas estu-dantes e afirma que ao entrar para ocurso possuía determinadas visõesque se alteraram durante a gradua-ção. “Hoje, o que eu continuoachando incrível é a capacidade dojornalista de contar histórias e aju-dar a sociedade em diferentes situa-ções”, completa.

Segundo o professor Gerson deSousa, o campo de trabalho está sa-

turado e está exigindo do aluno al-gum diferencial. Para ele, não basta

ser um executor de matérias, é pre-ciso ter conhecimento crítico da re-alidade social.

Ele conta ainda que uma empre-sa da área de comunicação deUberlândia dá preferência para osalunos da UFU, pois considera queestes estão mais qualificados.

Já existem estudantes efetivadosem empresas da cidade, como Na-talia Faria, que explica que apesardas aulas práticas, há muita diferen-ça na transição para o ambiente detrabalho. “Tem a questão de, nomercado, ser exigida certa postura ebom relacionamento com o pesso-al", afirma. C

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A Rádio(In) é uma emissora vir-tual nascida de um projeto de exten-são criado pela professora do cursode Jornalismo, Sandra Garcia, e de-senvolvido pelos alunos. A gradeconta com trabalhos dos estudantesdo curso, além de programas ideali-zados pelos mesmos.

Sandra diz que a proposta inicial

foi operar um software livre em con-junto com o coletivo Fora do EixoUberlândia, uma rede de trabalhosculturais. No início de 2011, a do-cente promovia encontros semanaisreunindo os voluntários interessadosem montar a rádio.

Renato Faria, atual bolsista doprojeto, afirma que “o processo entre

a criação da rádio e o início datransmissão foi demorado e burocrá-tico, pois foi preciso a criação de umsite para a veiculação do material”.Ele acrescenta que a experiência naprodução de programas da Rádio(In)contribui com sua formação, dandooportunidade de realizar artigos paraapresentar em congressos.

“O projeto é um mecanismo deaprendizagem para os alunos, pois háoportunidade de operar os equipa-mentos e conhecer o ambiente de tra-balho de uma rádio”, afirma MarceloMelazzo, técnico de áudio que ajudana produção e edição da programação.

Sandra acredita que a rádio aindaprecisa de uma estrutura com salaprópria e mais alunos para darsequência ao projeto. Quaisquer in-teressados podem contribuir na pro-dução.

Acesse: www.radioinufu.com C

Alunos produzem web rádio experimentalLaís Farago – Nayane Dominique – Priscila Diniz

Professores da FACED buscam aperfeiçoamentoAline Guerra e Francine Naves

Para os que concluíram o douto-rado e desejam aprimorar o nível deexcelência na sua área de pesquisa, opós-doutorado é uma opção, sendo omais alto patamar de graduação queum acadêmico pode chegar. Desde2007, 15 docentes da FACED busca-ram essa especialização.

O diretor da faculdade, MarceloSoares, diz que o pós-doutorado éimportante também para a universi-dade, pois demonstra um aumentona capacitação e qualificação doquadro docente. Além disso, ele afir-ma que o processo abre oportunida-

des para interlocuções de pesquisaem parceria com outras universida-des e também representa um amadu-recimento da faculdade.

Sônia dos Santos, docente queconcluiu seu pós-doutorado em2012, afirma que a decisão para rea-lizá-lo foi pessoal. Ela teve comoprincipal objetivo criar mais projetose oportunidades de interagir com ou-tras instituições, em seu caso, princi-palmente a UFMG, onde realizouseu trabalho.

O professor Bosco de Lima, quetambém terminou seu pós-doutorado

no segundo semestre de 2012, relataque a experiência foi positiva e enri-quecedora. Para ele, aqueles que pre-tendem fazê-lo devem se afastarintegralmente das outras obrigações.“Este é requisito essencial para a re-alização de um trabalho qualifica-do”, garante.

Nos últimos dois anos a procurapelo pós-doutoramento na FACEDaumentou. Segundo o diretor Marce-lo Soares, a faculdade e a universidadetentarão compatibilizar essa demandacom as necessidades do campo do en-sino e extensão existentes. C

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UFU Ano IV - nº 6 EDUCOMUNICA

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O professor do curso de Jornalis-mo, Newton Dângelo, acaba de lan-çar seu terceiro livro, “Vozes daCidade”, que documenta a históriada radiofonia em Uberlândia. Compesquisas aprofundadas, que ex-põem a sociabilidade uberlandensena ótica da radiodifusão, o leitor ésituado na era do rádio.

A preservação e divulgação damemória radiofônica regional valo-rizam personagens conhecidos eanônimos que participaram desteuniverso de entretenimento, diversi-dade cultural e formação de umapluralidade de comportamentos, va-lores e hábitos urbanos na cidadeaté os anos 1960. Em entrevista, ohistoriador conta como foi o desen-volvimento do projeto, bem comosua visão sobre os processos da co-municação em nossa sociedade.

Educomunica: O que motivou aescrita do livro?

Newton Dângelo: A ideia doprojeto foi divulgar e comemorar os90 anos da primeira transmissão ra-diofônica no Brasil, ocorrida em1922. O livro é resultado de minhapesquisa de doutorado, defendidaem 2001, na PUC-SP. Realizei umlevantamento sobre as fontes refe-rentes à história do rádio em Uber-lândia durante três anos junto aoArquivo Público Municipal, aoCDHIS (Centro de Documentaçãoe Pesquisa em História) da UFU,depoimentos pessoais de ex-locuto-res e artistas radiofônicos, entre1920 e 1960.

O que o leitor poderá encontrarneste livro?

O destaque do livro é a trajetóriada instalação das rádios Difusora eEducadora e também das rádiosCultura, Bela Vista, Cultural e Edu-cacional, até o final da década de1960 e de sua programação musical,jornalística, auditórios, jingles e ra-dionovelas. Sobretudo, exponho de-poimentos dos personagens(ouvintes das classes populares, mú-sicos, locutores) que participaramdesta construção e que ainda não ti-nham sido devidamente registradospelo universo acadêmico. Como nãofoi possível o acesso a gravações daépoca, só aos discos musicais e dejingles, por se tratarem de produ-ções ao vivo e muitas vezes improvi-sadas, as referências foram extraídasde fontes secundárias - jornais e re-vistas e desses depoimentos da cha-mada "Era do Rádio" emUberlândia.

Como se deu o processo da es-colha da capa?

A foto de capa nos traz da formamais clara a expressão “Vozes da ci-dade”, pois mostra a cantora Esterde Abreu se apresentando na atualPraça Tubal Vilela, na década de30, quando foi transmitido pela Rá-dio Difusora.

Como historiador, qual a im-portância do rádio e dos meios decomunicação de massa para a for-mação da sociedade atual em Uber-lândia e no Brasil, e atransformação do caráter rural emurbano?

Não diria importância, mas sima relação que se desenvolveu entreos uberlandenses a partir da evolu-

ção do rádio, que instalou novaslinguagens e participou da evoluçãourbana, e as chamadas plateias tive-ram acesso a essa produção. Os seg-mentos geralmente excluídos dasociedade, pobres, negros e mulhe-res, tiveram por meio do rádio umespaço importante de atuação comosujeitos sociais na cidade, devidoaos modelos de programas de audi-tório. Também pelas músicas popu-lares tocadas, o rádio foi um espaçode pertencimento, de identificaçãoque a imprensa letrada não conse-guiu produzir. C

Registrando VozesMaria Emília Duarte e Marina Colli

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EDUCOMUNICA Ano IV - nº 6 UFU

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EXPEDIENTE

O jornal EDUCOMUNICA é uma produção experimental dos alunos do 2º período do Curso de Comunicação Social : Habi l i tação em Jor-

nal ismo da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), desenvolvida no Projeto Interdiscipl inar em

Comunicação I I , sob orientação da Profª. Drª. Mônica Rodrigues Nunes. Reitor: Prof. Dr. Elmiro Santos Resende. Diretor da FACED:

Prof. Dr. Marcelo Soares Pereira. Coordenador do Curso: Prof. Dr. Gerson de Sousa. Editores-chefes: José El ias Mendes, Maria Emíl ia

Duarte, Maysa Vilela e Victor Albergaria. Editoração: Ricardo Ferreira de Carvalho. Tiragem: 1 00 exemplares. Impressão: Agência de

Notícias – Jornal ismo/UFU.

EXPEDIENTE

A experimentação do VisagemGabriela Guimarães

A docente Sandra Garcia lançou,em 2012, o livro "Visagem – Espanto naRádio paraense", que traz em suas pági-nas a história e a análise de um progra-ma radiofônico experimental. Visagem,o nome do programa, se renovava emseu formato e sempre trazia espaço paramanifestações artísticas e culturais decunho alternativo e regional. Fruto datransformação de sua tese de doutora-do, a sugestão para torná-la livro foi fei-ta durante sua defesa no programa depós-graduação em Comunicação e Se-miótica da PUC de São Paulo. Em en-trevista ao Educomunica, a professorado curso de Jornalismo conta um poucomais sobre este trabalho:

Educomunica: Como você desco-

briu o programa Visagem?

Sandra Garcia: Havia as propagan-

das do programa na rádio Cultura FM,mas nunca dizia muito. Eu ficava curio-sa para saber como era. Um dia estavana casa de uma amiga e decidimos ou-vir. Achei o programa realmente dife-rente. Havia poesias, músicasalternativas. Passei a ouvir mais e deciditestar, transformei o tema em artigo pa-ra apresentar no INTERCOM de 2008.

O que foi o Visagem?

Foi um programa experimental, poiscada edição era diferente da outra. Oprograma era semanal e temático. Ficouno ar durante sete anos, nesse períodoele conseguiu reunir ouvintes. Guaraci,o idealizador do programa, não traba-lhava sozinho e conseguiu reunir umaboa equipe. Mesmo com o fim do pro-grama, todas as edições podem ser ou-vidas no www.portalcultura.com.br.

No começo do livro você cita al-

guns autores. A rádio comprova algum

desses estudos apresentados? Como?

Sim, comprovam. Porque esses au-tores que eu levo falam que a lingua-gem do rádio é muito mais do que asimples fala do locutor. Ela vai além,porque trabalha com efeitos sonoros,música e silêncio. O Visagem trazia umpouco de tudo. Trabalhava com efeitossonoros, quando ele contava uma histó-ria não era apenas o apresentador fa-lando, existia um som que remetia oouvinte a vivenciar aquilo como se esti-vesse fazendo parte da história. Os efei-tos sonoros ajudam na imaginação dointerlocutor. Os autores trazem muito

da característica do rádio e o Visagemtem muito disso.

A rádio tinha audiência? O progra-

ma conseguiu espaço mesmo diante do

padrão das grandes rádios ou as pes-

soas continuam ouvindo apenas o que

é vinculado por esses veículos?

O programa era realizado em umarádio com boa audiência em Belém,como é a Rádio Cultura FM do Pará,que trabalhava com músicas e assuntostípicos da região. O Visagem acabouherdando esses ouvintes. A rádio públi-ca tem essa função de contrapor as rá-dios que trabalham com o lucro e dãoimportância somente àquilo que faz su-cesso. O Visagem estava na rádio certa.Apesar de ir ao ar em um horário “po-bre” para o rádio, que era o horário dasnovelas, quem estava sintonizado eramaqueles interessados pelo produto for-necido por ela. Por isso gosto de cha-mar de programa cult, quem sintonizavagostava e constatava a qualidade daqui-lo. O programa mostrava que haviapossibilidades e novidades sonoras. Aproposta do programa não era a gran-de audiência, mas sim colocar ao aruma novidade. Conquistando um ou-vinte ou outro o papel do programa jáestaria feito. C

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