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Educação em Direitos Humanos: concepções, tensões e desafios na garantia e promoção dos direitos humanos da Infância e da Juventude.

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Educação em Direitos Humanos: concepções, tensões e desafios na garantia e promoção dos direitos humanos da Infância e da Juventude.

O desrespeito aos direitos humanos forma hábitos e atitudes:

[...] o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da

Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de

viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum (DUDH, 1948, p.1).

• O desprezo

• O alheamento

• A exclusão moral

• A indiferença

• A banalidade da violência

• A espetacularização da vítma

• A culpabilização da vítima

• Quando Freud afirma que a barbárie é constitutiva da civilização, não quer dizer que a natureza humana seja pacífica ou violenta, mas que ao ser governada pelos princípios de vida (éros) e de morte (tánatos) pode agir nestas duas direções em circunstâncias distintas.

• As pulsões de vida e de morte criam uma dualidade que, sob determinadas condições históricas, podem agir na direção da afirmação e conservação do eu ou na direção da destruição do outro.

Violência

• “O uso intencional de força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra

outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande

possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou

privação” • (Relatório Mundial sobre Violência e Saúde,

2002)

Como nós fazemos?

• Saídas Individuais e grupais

• Comportamentos reativos• Culpabilização, patologização, estigmatização• Isolamento, alheamento, exclusão moral e social• Desconteztualização/Individualização – Um caso• Disciplina e Controle• Somatização e medicalização• Emudecimento• Armando-se ou pagando serviços privados• Consumismo

• Saídas Coletivas

• Revoltas e Chacinas• Emudecimento• Conflitos e movimentos• Luta por direitos e conquistas legais• Engajamento qualificado e organização• Sociabilidade violenta• Campanhas• Responsabilização Social

Como o Estado atua?

• Ações Repressivas:

• Armamentos e equipamentos• Modelo Reativo de ação policial• Uso legal da força física• Criminalização dos movimentos sociais• Rede de serviços de segurança• Disque Denúncia• Legislação• Redes de Assistência as vítimas (SOS, Casas

Abrigos, Delegacias Especializadas e outros)• Estudos e bancos de dados da violência

• Modelos Repressivos e Reativos

• Campanha do CFP• PARA NOSSAS CRIANÇAS NEM

CADEIA, NEM CAIXÃO

• Comissão volta a debater caso de crianças emasculadas• Comissão volta a debater caso de crianças emasculadas

• A Comissão de Direitos Humanos e Minorias vai promover audiência pública, no próximo dia 1º, para dar continuidade ao debate sobre a investigação do assassinato e emasculação de crianças no Maranhão e no Pará.

• As crianças tinham idade entre 8 e 15 anos, eram pobres e foram assassinadas perto de uma estrada. Além disso, tiveram um dedo médio, um mamilo e uma orelha retirados pelo assassino. "Tanto no Pará quanto no Maranhão, os corpos foram encontrados nus, cobertos por palhas, em regiões ermas como pastos de palmeiras de tucum", relatou o delegado. "Além disso, vítimas nos dois estados foram emasculadas e tiveram outras partes dos corpos retidas".

• Os crimes ocorreram no Pará entre 1988 e 1992; e no Maranhão, entre 1989 e 2003. No ano passado, o mecânico Francisco das Chagas confessou os assassinatos, mas quatro pessoas já julgadas e condenadas pelos crimes continuam presas.

• A Convenção sobre os Direitos da Criança

• Adotada pela Assembléia Geral nas Nações Unidas em 20 de Novembro de 1989, assinada e ratificada pelo Brasil em 1990

• Lei 8.069/1990 - Estatuto da Criança e doAdolescente

• Lei Orgânica da Assitencia Social – LOAS – 1995

...reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana;

sentimento de pertencimento social;...proteção contra todas as formas de discriminação;

... proteção da nacionalidade e do refúgio;... proteção e cuidados necessários ao bem-estar;

... Conhecer e ser educada pelos pais;... liberdade de pensamento, consciência e religião;

... identidade e necessidades lingüísticas de crianças indígenas ou de grupo étnicos minoritários ;

... bem-estar social, espiritual e moral ;... proteção da criança contra todas as formas de violência física ou mental,

dano ou sevícia, abandono ou tratamento negligente; maus tratos ou exploração, incluindo a violência sexual .....

• Crianças e adolescentes foram alvos do regime

• Visados e vigiados

• Tratados com a mesma truculência pelos aparelhos de repressão

• Utilizados como pressão nos interrogatórios dos pais

• Repressão ao movimento estudantil

• Negação do direito de sepultar os entes queridos

• Ontem eram chamados de terroristas. Hoje são chamados de traficantes.

• Pelos meus filhos que tanto lutei quando vivos - quero

justiça – Dos dezesseis policiais envolvidos só cinco foram

indiciados – agente sabe que ele participou não temos

como provar. Agora estamos pedindo a reparação – estou

aqui – que o Estado mostre a reprovação contra os atos

dos seus agentes.

• Proteção às famílias e crianças e adolescentes e jovens

vítimas e testemunhas de violência e crimes

Pela memória da adolescente Marluce Teixeira, filha de Elizabeth Teixeira e Pedro Teixeira, que após o

assassinato do pai e a prisão da mãe tomou veneno por que não aguentou a pressão política e a violência

institucional após tiroteio em sua casa em Barra de Antas, Sapé-PB

Adolescentes e Jovens na recuperação do Direito à Memória e à Verdade

• Retratação dos estudantes para os processos de reparação junto a Comissão de Anistia

• A verdade dos pais e dos filhos desaparecidos

Filhos do Estado• Doutrina de Segurança Irregular

• A luta pela lei de proteção à infância – 1,5 milhão de assinaturas emenda parlamentar

• Emenda parlamentar Criança Prioridade Nacional – artigo 227

• 20 anos depois os atos arbitrários ainda se encontram nas Unidades Privativas de Liberdade exigindo de toda a sociedade posicionamento crítico, mudança e preparação de pessoal técnico, ações de ressocialização, prevenção da violência institucional, responsabilização no exercício da função de guarda do Estado, educar para que nunca mais aconteça

• Contra a redução da maioridade penal,para nossas crianças nem cadeia e nem caixão

• COMO NOSSOS PAIS – Ivan Lis canta Elis Regina

E quando passarem a limpoE quando cortarem os laços,E quando soltarem os cintos,

Façam a festa por mimE quando lavarem a mágoa,E quando lavarem a alma,E quando lavarem a água,Lavem os olhos por mim

Quando botarem as flores,Quando crescerem as matas,Quando colherem os frutos,

Digam o gosto pra mim

• Aos Nossos Filhos• Ivan Lins/Vitor Martins

• Perdoem a cara amarrada,• Perdoem a falta de abraço• Perdoem a falta de espaço,• Os dias eram assim• Perdoem por tantos perigos• Perdoem a falta de abrigo,• Perdoem a falta de amigos,• Os dias eram assim• Perdoem a falta de folhas,• Perdoem a falta de ar• Perdoem a falta de escolha,• Os dias eram assim

RODA VIVA....

• A gente vai contra a correnteAté não poder resistirNa volta do barco é que senteO quanto deixou de cumprir...

• Amanhã há de ser outro diaAinda pago pra verO jardim florescer...

Nas Diretrizes da ONU para elaboração de planos nacionais de ação para educação em direitos humanos, criada em 20 de outubro de

1997, constata-se:

• Está crescendo o consenso que educação em e para direitos humanos é essencial e pode contribuir para a redução de violações aos direitos humanos como também para a construção de sociedades livres, justas e pacíficas. Educação em direitos humanos é também crescentemente reconhecida como uma estratégia efetiva para prevenir abusos aos direitos humanos (NAÇÕES UNIDAS, 1997, p.5).

• Bittar (2007, p. 313) distingue a educação como Ausbildung (treinamento) da educação como Bildung (formação) ampla, crítica e humanista.

• Não será mais possível dissociar razão e emoção após a experiência do nazismo, nem deixar de se questionar a responsabilidade dos educadores com a formação ético-crítica da humanidade.

• A II Conferência Mundial de Direitos Humanos, em Viena (1993) afirma sobre a importância de se incorporar a questão dos direitos humanos nos programas educacionais, nas instituições de ensino dos setores formal e não-formal, assim como ressaltou a necessidade dos Estados em combater e erradicar o analfabetismo e promover uma campanha mundial de informação pública sobre direitos humanos.

• O Plano de Ação da Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, realizada em Durban, em 200, também propõe a educação em direitos humanos como meio de prevenir as discriminações e promover o respeito às diversidades.

• Duas são as etapas do Programa: a Primeira Etapa – 2004-2010 voltada para a Educação Básica e a Segunda Etapa – 2010/2014 para a Educação Superior e o Sistema de Justiça e Segurança.

• Para a Educação Básica o Programa entende que a educação em direitos humanos deve envolver toda a comunidade e a gestão escolar, as atividades curriculares e os projetos educativos envolvendo a comunidade escolar e o entorno, a sociedade civil e as instituições públicas.

• No plano jurídico, propõe a criação de leis, normas e políticas educacionais que incorporem os direitos como enfoque da educação em geral;

• No plano da política educacional propõe a inserção dos direitos humanos nas diretrizes e planos de educação, nos programas de formação e materiais didáticos;

• No plano da formação de educadores em direitos humanospropõe que os direitos humanos sejam conteúdos e princípios da formação do pessoal docente.

• No nível da gestão educacional, propõe a cooperação para a constituição e fortalecimento da gestão democrática das escolas.

Criança e Adolescente no PNDH

• PNDH 1 (1996)

• PNDH 2 (2002)

• PNDH 3 (2009)

NO PLANO NACIONAL – AÇÕES, PROJETOS, PROGRAMAS E PLANOSNO PLANO NACIONAL – AÇÕES, PROJETOS, PROGRAMAS E PLANOS

• Plano de Enfrentamento da Violência Sexual – 2000• Programa Sentinela – MDS – 2001• Conselho de Autoridade Central Administrativa Federal contra o Sequestro Internacional

de Crianças - 2001• Mapeamento da Situação das Unidades de Execução de Medida Sócio-educativa de

Privação de Liberdade ao Adolescente em conflito com a lei no período de setembro a outubro de 2002;

• Programa de Ações Integradas e Referencias de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro – Pair - 2002

• Pesquisa Nacional sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes – 2002• Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo – 2003• Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo - 2003• Matriz Intersetorial de Enfrentamento da Exploração Sexual Comercial de Crianças e

Adolescentes – 2005• Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE – 2006• Pesquisa sobre a situação das instituições de abrigo• Plano Nacional de Promoção, Defesa e Garantia dos Direito à Convivência Familiar e

Comunitária – 2006• Comissão Intersetorial de Acompanhamento do Sistema Nacional de Atendimento

Socioeducativo - 2006

Projetos com a SEDH, UNICEF, UNESCO, MLAL e MEC

• Projeto Apoio à Organização Local dos Municípios Amigos da Criança do Estado da região do compartimento da Borborema, 8 horas semanais em 1999

• O Adolescente em Conflito com a Lei• Educadores Sociais• Capacitação de Conselhos – Escola de Conselhos• Paz nas Escolas e no Bairro• Balcão de Direitos• Trabalho Infantil• Rede de Enfrentamento à Exploração Sexual Infanto-Juvenil• Escola que Protege• Ética e Cidadania• Programa Nacional de Extensão – PROEXT• Conexões de Saberes• Eca nas Escolas

ECA 20 anos

• Elaborar um diagnóstico da real situação, em todo o território brasileiro, das ações para a implementação da Lei nº 11.525/2007. Esse instrumento será aplicado, via web, a todas as secretarias de educação estaduais e municipais;

• Produzir reflexões de especialistas de diversas instituições e regiões sobre os fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do ECA;

• Apresentar experiências exitosas em escolas da implementação do ECA e da Lei nº 11.525/200, bem como de propostas de práticas pedagógicas facilitadoras nesse processo de implementação da Lei nº 11.525/2007.

O PNDH 3 cinco diretrizes no eixo da Educação e Cultura em Direitos Humanos:

• Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política • Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política nacional de educação em Direitos Humanos para fortalecer cultura de direitos;

• Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras;

• Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de educação básica, nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras;

• Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos;

• Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no serviço público;

• Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para a consolidação de uma cultura em Direitos Humanos (BRASIL, 2009).

• a) Estabelecer diretrizes curriculares para todos os níveis e • a) Estabelecer diretrizes curriculares para todos os níveis e modalidades de ensino da educação básica para a inclusão da temática de educação e cultura em Direitos Humanos, promovendo o reconhecimento e o respeito das diversidades de gênero, orientação sexual, identidade de gênero, geracional, étnico-racial, religiosa, com educação igualitária, não discriminatória e democrática;

• b) Promover a inserção da educação em Direitos Humanos nos processos de formação inicial e continuada de todos os profissionais da educação, que atuam nas redes de ensino e nas unidades responsáveis por execução de medidas socioeducativas;

• c) Incluir, nos programas educativos, o direito ao meio ambiente como Direito Humano;

• d) Incluir conteúdos, recursos, metodologias e formas de avaliação da educação em Direitos Humanos nos sistemas de ensino da educação básica;

• e) Desenvolver ações nacionais de elaboração de • e) Desenvolver ações nacionais de elaboração de estratégias de mediação de conflitos e de Justiça Restaurativa nas escolas e outras instituições formadoras e instituições de ensino superior, inclusive promovendo a capacitação de docentes para a identificação de violência e abusos contra crianças e adolescentes, seu encaminhamento adequado e a reconstrução das relações no âmbito escolar;

• f) Publicar relatório periódico de acompanhamento da inclusão da temática dos Direitos Humanos na educação formal;

• g) Desenvolver e estimular ações de enfrentamento ao bullying e ao cyberbulling;

• h) Implementar e acompanhar a aplicação das leis que dispõem sobre a inclusão da história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas em todos os níveis e modalidades da educação básica.

Viver e não ter a vergonha de ser felizCantar e cantar e cantar

A beleza de ser um eterno aprendiz