educação e cultura no ensino de história do paraná
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ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME FURBISSN 1809-0354 v. 6, n. 2, p. 492-509, mai./ago. 2011
EDUCAO E CULTURA NO ENSINO DE HISTRIA NO ESTADO DO PARAN
EDUCATION AND CULTURE IN THE HISTORYS TEACHING IN THE STATE OF
PARAN
BAROM, Wilian Carlos Cipriani
Rede Municipal de Ensino de Araucria/PR
CERRI, Lus Fernando
Universidade Estadual de Ponta Grossa
RESUMO O presente artigo busca aproximar as discusses acadmicas em tornodo conceito de cultura s prticas de ensino de Histria no Estado do Paran. Paratanto, foi realizada uma pesquisa em formato de questionrio a uma amostra de oitoprofessores de escolas pblicas de Curitiba e regio metropolitana, no perodo deagosto de 2010, que buscou identificar as ideias de cultura que esto presentes emsuas prticas. Com os resultados dos questionrios, foram criadas trs categorias anortear o trabalho do professor: a cultura tomada como 'clssica', que compreende arealidade como harmnica, esttica, exterior, dividida em temas como arte, msica,gastronomia, etc, algo que se visita ou que se transfere ao aluno; cultura deinfluncia iluminista, compreendendo a cultura como sinnimo de saber,conhecimento, implicando numa ideia de progresso e de hierarquizao cultural; e acultura tomada a partir de uma perspectiva multiculturalista, onde o conceito de
cultura reivindicado a partir de uma preocupao de carter poltico, ou seja, acultura ensinada em sala de aula deve servir a finalidade social de respeito sdiferenas.Palavras - chave: Didtica da Histria. Multiculturalismo. Etnocentrismo.
ABSTRACT This article tries to approximate the academic discussions about theconception of culture and the practices of teaching History in the state of Parana. Forthat, on August 2010, was executed a research, in a quiz format, involving eightteachers from public schools from Curitiba and its metropolitan area. This researchtried to recognize the ideas of culture in the teachers practices. With the results ofthe questionnaires, three categories were created to guide the work of the teacher:culture taken as a 'classic' that understands reality as harmonic, static, exterior,divided into themes such as art, music, food, etc, something that can be visited or
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected] -
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ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME FURB 493ISSN 1809-0354 v. 6, n. 2, p. 492-509, mai./ago. 2011transferred to the students; culture with enlightenments influence, understandingculture as a synonymous of knowledge, implying an idea of progress and culturalhierarchy; and culture taken from a multicultural perspective, where the concept ofculture is claimed from a concern of a political character, or culture taught in the
classroom should serve the social purpose of respecting differences.Keywords: Didactic of History. Multiculturalism. Ethnocentrism.
Tomando o artigo Diretrizes Curriculares Estaduais Histria de Luis
Fernando Cerri1 como pontap inicial para esta discusso, propomos aqui relocalizar
aquele problema identificado em 2006 para o interior do ambiente escolar, neste ano
de 2010. Compreendendo que o conhecimento cientfico se faz sobre outros
conhecimentos e pesquisas j realizadas, seja para question-las ou no, o presentecaptulo busca estender os limites daquela discusso inicial para a sala de aula, o
ensino de Histria, e suas implicaes no que se refere especificamente ao conceito
de cultura.
Acompanhando o processo de criao das Diretrizes Curriculares Estaduais
como consultor ao longo dos anos de 2005 e 2006, Cerri escreveu seu artigo na
inteno de dedicar-se ao estudo deste processo, assim como deste documento
final criado. Segundo ele, a consequente desconfiana dos professores de Histriada rede pblica de ensino a estas Diretrizes, deve-se a relao educativa que se
estabeleceu durante este processo de criao. Sua teoria articula criticamente o
conceito de simetria invertida (expresso criada por Donald Schn citada nas
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formao de Professores) ao conceito de
currculo oculto (Giroux, 1997) na inteno de compreender a crise de legitimidade
que se estabeleceu, uma vez que o processo de criao cerceou a autonomia
docente. No intuito de finalizar o mandato, o processo de criao foi adiantado o queacabou por desconstruir, ou desconsiderar, o percurso que estava sendo realizado
com os professores. Da a utilizao do conceito de currculo oculto pelo autor.
Prticas como estas j vinham sendo vistas por estes professores em outros
momentos de reformas educacionais. Em suas trajetrias, o modo democrtico de
fazer j estava manchado negativamente como um sistema ineficiente no que se
1 CERRI, Luis Fernando. Diretrizes Curriculares Estaduais Histria: legitimidade, autonomiadocente e currculo oculto. Este artigo originou-se da participao do professor Luis Fernando Cerri
na Mesa Redonda O ensino de histria no Paran: desafios contemporneos para o professor dehistria, durante o X Encontro Regional da ANPUH Paran, realizado em Maring, de 8 a 11 deOutubro de 2006.
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para baixo, que pouco ou nada se assemelhou com a que vinha sendo construda,
reforou a ideia oculta que o professor j trazia em si: somos espectadores dos
debates sobre nossos destinos, ou o jogo democrtico conduz sempre a uma
teatralizao da participao popular, uma democracia de fachada, falsamente
construda. Ainda, invertendo o conceito de simetria invertida, Cerri aponta para o
carter pedaggico do processo ocorrido que pode vir a ser similar a descrena do
professor ao seu ambiente de trabalho, aos conhecimentos dos alunos, a produo
de conhecimentos coletivos, a baixa pacincia pedaggica, etc. O governo deu o
exemplo j esperado de, numa relao de construo coletiva, equivocadamente
pressupor o outro como desatualizado, despreparado, deficiente, incapaz,precisando ser tutelado, administrado e conduzido. Deste modo, conclui-se o texto
apontando para a necessidade de um aprendizado deste processo. Esta dita
incompetncia precisa ser vista como reao, e que enquanto no for de baixo
para cima, no vai ser.
Sendo assim, tomando estes apontamentos como referncia, ou seja,
existindo a possibilidade dos professores de Histria do Estado do Paran no
reconhecerem as Diretrizes como legtimas, mas que do processo de sua criaoidentifica-se uma caracterstica especfica de desvalorizao do outro enquanto
sujeito portador de um conhecimento, o captulo aqui proposto busca apresentar as
concluses de uma pesquisa realizada com oito professores de Histria da rede
pblica do Estado do Paran, que buscou responder a duas questes:
Se o professor no toma as Diretrizes como referncia, quais so suas
referncias tericas? Por esta ser uma questo muito abrangente, escolheu-se um
recorte especfico: quando se refere ao conceito de cultura, que implicaria na relaocom o outro, no respeito mtuo ou num comportamento etnocntrico, qual a
concepo terica do professor de Histria? Quais seriam as ideias de cultura que
norteariam a prtica docente de professores de Histria?
A segunda questo refere-se afirmao de Cerri de que o professor no
reconheceu como legtimas as Diretrizes Curriculares. Neste sentido: em que
medida esta afirmao estaria presente nas respostas do professor quando
questionado sobre sua relao com estas mesmas Diretrizes?
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ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME FURB 495ISSN 1809-0354 v. 6, n. 2, p. 492-509, mai./ago. 2011
Deste modo, para responder de modo aproximativo e exploratrio a estas
questes, foi realizada uma pesquisa em formato de questionrio, com seis
questes, e aplicada a oito professores da rede pblica de ensino do Estado do
Paran durante o ms de junho de 2010, nas cidades de Curitiba e Almirante
Tamandar.
Destas questes, colocou-se em pauta a aproximao deste professor s
Diretrizes Curriculares e aos referenciais tericos propostos, sua participao no
processo de elaborao, alm de questes em que ele ficasse livre a se manifestar
sobre o conceito de cultura, o que implicaria em sua relao com o outro, seu papel
como educador e sua compreenso de escola. Portando, damos um passo ao lado e
nos deslocamos para uma compreenso de cultura em seu sentido antropolgico esociolgico. As comparaes feitas com as Diretrizes so meramente estratgias a
se identificar a aproximao deste professor a este documento, j que l se
apresentam tericos que tomam o conceito de cultura em sua relao com a
construo da Histria, o que por vez implicaria numa outra concepo de cultura,
que nos limitaria a estender esta discusso a vida prtica e cotidiana destes
professores.
Sendo assim, dividindo em trs categorias, a relao do professor com asDiretrizes, a relao do professor com o conceito de cultura e a relao do professor
com o aluno, partamos as questes propostas pelo questionrio, suas anlises e
resultados.
RELAO DO PROFESSOR COM AS DIRETRIZES
Foram trs questes que buscaram identificar a relao que estabelece hoje oprofessor com as Diretrizes Curriculares Estaduais.
A primeira das questes, indiretamente buscou identificar a aproximao dos
professores aos referenciais tericos sugeridos nas Diretrizes. Foram dispostos oito
pargrafos com perspectivas tericas diferentes e foi solicitado que marcassem as
trs opes que melhor orientariam o seu trabalho em sala de aula quando
abordassem assuntos culturais. Dentre os tericos citados nas Diretrizes tivemos
Roger Chartier, Nobert Elias, Karl Marx, Mikhail Bakhtin e Edward Thompson. Outras
trs abordagens tericas foram acrescentadas, Edward Tylor, Lvy Strauss e uma
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ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME FURB 496ISSN 1809-0354 v. 6, n. 2, p. 492-509, mai./ago. 2011dita Iluminista, viso tpica do sculo XVIII retirada da obra A noo de cultura nas
cincias sociais de Denys Cuche.
Na tabela abaixo, contendo nomes fictcios aos professores, podemos
esquematizar os resultados para esta questo:
Tylor Strauss Chartier Elias Marx Bakhtin Thompson Iluminista
Joo x x X
Paulo x x x
Wagner x x X
Mrcia x x X
Leandro x x x
Ana x x X
Cristina x x X
der x x x
A escolha terica escolhida pelos professores ser comentada mais adiante
neste artigo. No momento, interessa-nos afirmar que as sugestes propostas nas
diretrizes aparecem sendo parcialmente assinaladas pelos professores, no sendo
uma uniformidade o que descarta a possibilidade dos professores estarem aceitando
e aplicando todos os documentos oficiais provindos do governo. O fato de Tylor ter
sido assinalado por todos os professores tambm um dado expressivo, j que sua
teoria no uma sugesto das diretrizes. O que por vez vai ao encontro das
afirmaes anteriores sobre o carter no democrtico do processo de criao das
diretrizes.
A segunda questo que envolveu as Diretrizes Curriculares foi direta e sem
rodeios. Perguntou-se sobre o processo de criao, se o professor participou e sua
opinio sobre o documento criado.
Podemos esquematizar as respostas da seguinte maneira:
A: respostas que afirmaram no terem participado do processo de criao das
Diretrizes, assim como respostas que afirmaram desconhecer esta criao.
B: respostas que afirmaram terem participado do processo, ou insinuado
indiretamente terem participado.
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ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME FURB 497ISSN 1809-0354 v. 6, n. 2, p. 492-509, mai./ago. 2011C: respostas que demonstraram satisfao com o processo, reconhecendo sua
importncia, fazendo afirmaes positivas.
D: respostas que criticaram o documento criado.
Joo Paulo Wagner Mrcia Leandro Ana Cristina der
AParticipou X X
BNo
ParticipouX X X X
CImportnciado processo
X X X
DCrticaao processo
X X
ECrtica
ao documentoX X
Para ilustrar as categorias criadas acima, podemos citar algumas respostas
com a de Wagner,
Vejo esta abertura como um marco histrico. Embora, em minha opinio, os
textos eram direcionados em muitas ocasies. A abertura, a participao,
deve ser enaltecida, pois nos deu a possibilidade de mostrar a realidade
vivenciada no interior da escola.
Uma resposta de implcita participao no processo, contudo tambm de
crtica, uma vez que se mostrou contrariado ao receber textos direcionados.
Outra resposta que tambm merece destaque por insinuar participao noprocesso e ao mesmo tempo realizar crticas a de Ana,
Nossas Diretrizes Curriculares so excelentes, no papel. Concordo com
grande parte do que ela propem, infelizmente, no so aplicveis na nossa
realidade escolar atual, e isso se d em virtude da maneira como foram
elaboradas, nessas ditas discusses, pouco do que os professores colocaram
como dificuldades da aplicao foi realmente ouvido, o que tivemos foi umapatuscada pedaggica, que nos foi imposta e a qual somos incitados a
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colocar em prtica, o que praticamente impossvel dadas as condies da
educao brasileira e o que ela fez de nossos alunos hoje. (No preciso
comentar)
Ana levanta a questo de que pouco do que os professores colocaram como
dificuldades da aplicao foi realmente ouvido, demonstrando que o que esperava
como resultado final difere do que foi apresentado oficialmente.
Neste sentido, a opinio de Mrcia tambm pontual,
No participei desses encontros, mas considero que as Diretrizes para o
ensino de Histria so portadoras de um discurso ideal que indica aselevadas pretenses de seus elaboradores e o sonho de formar cidados
altamente intelectualizados. Mas as diretrizes imaginam o aluno com uma
tabula rasa que responderia positivamente a todo e qualquer estmulo
educacional, o que no acontece, porque este aluno idealizado est aptico,
alienado, desinteressado, sem vontade, sem sonho, sem ambio, descrente,
sem modelos honrados para espelhar-se, sem famlia presente. O professor
tenta, sofre, insiste em querer motiv-lo, mas no faz milagres sempre.
Aqui outra informao que apareceu em trs respostas pode ser posta, o
desconhecimento das Diretrizes, ou o subentendido desconhecimento. Nas
respostas de Leandro, Cristina e der expresses como no tive acesso a este
documento, no tenho conhecimento deste assunto porque estava morando fora
do Brasil na poca, ou simplesmente, No posso opinar, no participei, so
expresses que nos chamam a ateno. O silncio tambm uma resposta e deveser considerado. Quando algum afirma no conhecer, pois estava fora do Brasil
naquela poca, nos faz questionarmos a real inteno e a importncia destes
documentos na orientao da vida prtica destes professores. Naquela poca j
passou e agora? Ele no foi atrs deste documento. No tive acesso, mas de
conhecimento comum que o governo no ltimo ano desenvolveu um projeto de
entregar a todos os professores estas diretrizes diretamente em suas residncias...
e, de qualquer forma, este documento est na escola... Mais uma vez reafirmamos a
mesma preocupao posta em 2006 no artigo de Cerri. O desconhecimento que se
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ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME FURB 499ISSN 1809-0354 v. 6, n. 2, p. 492-509, mai./ago. 2011transformou em desinteresse. Mas no quero aqui apresentar uma viso negativa do
professor, mas sim que este desinteresse tambm pode ser considerado uma
resistncia poltica ao que vem acontecendo.
Esta informao pode vir a ser relevante quando cruzamos com outra
referente ainda a estas respostas. Dos oito professores, trs aproveitaram o espao
do questionrio para defender a importncia do processo de criao destas
diretrizes. Em expresses como A troca de experincias, debates e estudos so
fundamentais, Esse processo um avano e Vejo esta abertura como um marco
histrico, demonstra o desejo destes professores de participarem e colaborarem. Se
anteriormente tivemos trs respostas que apontaram para uma situao de
desinteresse, aqui encontramos trs outras que apontaram noutro sentido, mas queno pode ser considerado contrrio. Mas sim uma consequncia.
Assim, podemos concluir esta categoria criada de anlise do questionrio com
a seguinte afirmao: at o momento de nossa anlise, a partir desta pequena
amostra, os professores no apresentaram uma reproduo das teorias propostas
nas Diretrizes, fato compreendido na medida em que no se sentem representados
nela, mas que mesmo assim, reconhecem naquele momento de criao, um
momento de importncia, como disse Wagner A abertura, a participao, deve serenaltecida. Portanto, o carter professoral das Diretrizes no encontra foras para
se estabelecer, j que os professores pouco se interessam no documento final.
RELAO DO PROFESSOR COM O CONCEITO DE CULTURA
Duas questes do questionrio remetem ao conceito de cultura. Uma questo
utilizando a chuva de ideias, onde o professor livremente colocaria cinco palavrasque ele considerasse importante e relacionada cultura, e a questo j utilizada na
categoria anterior onde ele assinalaria trs das afirmativas tericas propostas.
Quanto primeira das questes, podemos tabular os resultados da seguinte
maneira:
Relacionada palavra culturaos professores apontaram:
Joo Teatro Msica Indgenas Livro frica
Paulo Direito Legislao Teoria Prtica Igualdade
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Wagner Lngua Religio Costume Dana Comida
Mrcia Costumes Religio Arte Representaes Valores
Leandro Teatro Leitura Museu Cinema Show
Ana Arte Culinria Idioma Religio Costumes
Cristina Linguagem Gastronomia Vesturio Danas Msicader Arte Teatro Poesia Dana Msica
As palavras mais citadas no que se referem cultura foram msica, dana,
costume, religio, arte, teatro, culinria (gastronomia e comida) e lngua (idioma e
linguagem). Sendo citadas trs vezes cada uma delas.
Este quadro nos leva a alguns apontamentos. Primeiramente, o carter
clssico antropolgico presente nas respostas destes professores. Em expresses
como costumes, religio, arte e culinria podemos identificar o conceito de cultura
praticamente atrelado ao vis antropolgico de cultura, distante das preocupaes
lingusticas, simblicas ou at mesmo de influncia marxista. Chaga-nos at parecer
uma antropologia esttica, como afirma-nos Adam Kuper, ao referir-se ao sculo
XIX, perodo em que os etnlogos observavam culturas distantes como uma
fotografia, algo parado, sem influncias, buscando a objetividade, o diferente, o
curioso (KUPER, 2002). Outro apontamento refere-se ligao que se apresentou
entre o conceito de cultura e a ideia de arte, sendo ela musica, dana ou teatro, que
remeteria a uma ideia de cultura, como alta cultura, cultura de elite ou at mesmo
burguesa, nas expresses de Forquin (1993, p.36). Uma cultura que pode vir a ser
compreendida como superior, melhor, o que colabora na pressuposio de uma
hierarquia cultural. Contudo, os dados poucos contribuem a dizer mais do que isso,
j que o professor poderia apenas estar supondo que a cultura se manifesta, ou est
presente na arte, na msica e no teatro. Tambm podemos apontar o conceito de
cultura atrelado a uma ideia iluminista de progresso e evoluo ao aparecerem
expresses como livros, museu e direito.
O fato que esta tcnica livre de expressar palavras tem seus limites, pois
nos apresenta possveis direes, preocupaes ou at mesmo caminhos, mas no
nos garante a certeza dita cientfica, que em ltima instncia repousar em nossas
interpretaes. Contudo, uma possvel ligao com a terceira categoria de anlise
destes questionrios, a ligao do professor com o aluno, pode nos ser mais
esclarecedor.
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Partindo anlise da segunda questo posta, a que sugeria referenciais
tericos para o trato da cultura em sala de aula, temos os seguintes resultados:
todos os professores assinalaram a definio de Tylor, seguida de Thompson, e
depois Nobert Elias. A primeira definio esttica, descritiva, herdeira de uma ideia
iluminista, de concepo universalista nas expresses de Cuche (2002, p. 37), ou
at mesmo, segundo Geertz, uma definio que mais oculta do que revela
(BURKE, 2008, p. 52). A segunda refere-se ao conceito de experincia, de que
cultura poderia ser compreendida a partir de nossas necessidades, que modelam
nossa conscincia influenciando nossas aes (THEOBALD, 2007, p.12). E a
terceira definio refere-se ao conceito de sociedade de Elias e como o nosso
comportamento pode estar sendo cerceado em nossas relaes coletivas. Ora, nocabe aqui uma tentativa de aproximao terica entre o que se apresentou, mas
possvel tecer alguns comentrios.
Esta questo fora colocada propositalmente aps a questo de chuva de
ideias, de modo a no influenciar nas respostas. Contudo, mesmo assim, os
professores escolheram a definio de Tylor, caracterstica que j havia se
enunciado. Ou seja, agora, podemos afirmar que dois caminhos nos levam a um
mesmo lugar e que a influncia da definio da antropologia para o conceito decultura est novamente aparecendo nas respostas dos professores. Aqui, podemos
inserir na discusso um apontamento de Burke (2008, pg. 44) de que a Histria deu
uma guinada em direo a antropologia entre as dcadas de 1960 e 1990,
introduzindo em seu campo preocupaes com valores para explicar a produo, a
acumulao, assim como a utilizao de um conceito mais amplo de cultura, em seu
sentido plural, ou a utilizao de questes culturais como explicao para mudanas
no mundo poltico. Esta influncia da antropologia pode ser alvo de outro estudo naobservao da formao intelectual destes professores.
Aqui, podemos partir para a prxima categoria de anlise, na busca por uma
extenso ou no das concepes que aqui apareceram na prtica cotidiana dos
professores. Ou seja, as concepes de cultura tomadas antropologia clssica, a
uma viso iluminista, ou etnocntrica, dividindo a cultura em hierarquias.
RELAO DO PROFESSOR COM O ALUNO
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Foram trs questes que buscaram analisar o conceito de cultura presente na
relao cotidiana entre o professor e o aluno.
A primeira questo parte de uma afirmao da Constituio brasileira de que
o Estado tem a obrigao de garantir a todos o pleno exerccio de direitos culturais,
acesso s fontes de cultura nacional e apoiar e incentivar as manifestaes
culturais. Logo em seguida, em forma de questo, perguntou-se ao professor como
ele aplicaria de forma prtica este princpio constitucional no interior de sua sala de
aula.
Para anlise desta questo, devemos fazer algumas consideraes iniciais.
Utilizando as ideias apresentadas nas respostas, existiram pelo menos duas
possibilidades de compreenso deste enunciado. Uma que identificasse a culturacomo algo exterior, uma cultura que est fora, na sociedade, nos museus, nos
parques, biblioteca, a cultura restrita ou centrada na manifestao artstica. E outra
que identificou esta cultura, ou ao menos as manifestaes culturais como
interiores, da qual fazemos parte, a cultura do aluno, da comunidade, e o espao
que a escola pode oferecer para esta manifestao. Ou seja, cultura como
expresso global do modo de vida do grupo.
Sendo assim, tivemos a seguinte tabulao:
Joo Paulo Wagner Mrcia Leandro Ana Cristina der
Culturaexterior X X X X X X
Culturainterior X X
Deste modo, seis dos professores compreenderam que a cultura algo que
se visita, algo que se apresenta, um conhecimento que a escola oferece ao aluno.Garantir um direito constitucional, significou acesso aos patrimnios tidos como
culturais, museus, cinemas, teatros, etc.
Assim podemos citar duas respostas ilustrando cada uma destas categorias,
a de der e a de Wagner,
De maneira geral tento mostrar a importncia da cultura na vida das pessoas,
minhas aulas sempre focam mais o lado cultural e artstico da historia do quepor exemplo, o poltico j que os adolescentes se interessam muito mais.
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No momento penso em lev-los para o museu de arte moderna para que eles
tenham contato direto com arte e cultura e possam ver e sentir a arte que esta
prxima.
Procurando respeitar cada pessoa como ela , aprendendo sobre o seu estilo
de vida.
Outra questo pode ser ainda destacada, como a ideia de cultura atrelada
antropologia clssica se repete nestas respostas. Como na afirmao da professora
Cristina,
Procuro mostrar as diversas culturas existentes no Brasil como gneros
musicais, vesturio, gastronomia e palavras diferentes pronuncias ou
conceitos.
Partindo para a prxima questo do questionrio, buscou-se identificar nas
respostas dos professores em que medida ele se posiciona como pertencente a umacultura, e desta forma, como se relaciona com seu aluno. Esta questo foi elaborada
tendo como base a discusso proposta por Forquin sobre as subculturas, como
segue abaixo,
Todas as sociedades do mundo esto em interao umas com as outras,todas conhecem conflitos internos, so atravessadas por correntescontraditrias, divididas entre smbolos diversos, condenadas instabilidade, ambiguidade, desordem. Como assimilar uma sociedade,
um pas, um povo a umacultura? O pluralismo cultural no existe somenteentre as naes, ele est no interior das naes, no interior dascomunidades que as compem, e os prprios indivduos no escapam leigeral da diferenciao interna e da mestiagem (FORQUIN, 1993, p.125).
A questo partia desta premissa, e afirma a existncia da diferena cultural
entre os professores e os alunos. Ento, perguntou-se como deve agir um professor
diante desta diferena.
Inicialmente podemos separar as respostas em dois grupos: respostas que
reconheceram a diferena cultural entre professor e aluno e respostas que noreconheceram esta diferena. Sete dos professores assumiram o enunciado da
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desta diversidade cultural. Apenas uma professora afirmou no existir esta
diferena, realizando uma compreenso mais ampla do conceito de cultura e
separando claramente o contedo de seu domnio das prticas sociais,
compreendidas como cultura,
Eu entendo cultura como sendo a forma como o homem interpreta e d
sentido sua vivncia em sociedade, dessa forma tudo o que o ser humano
produz em uma determinada sociedade faz parte de sua cultura, nesse
sentido minha cultura no diferente da cultura de meu aluno, eu apenas
possuo uma bagagem maior de informao do que ele, a qual procurodisponibilizar sempre que possvel, para que meu aluno possa adquirir a
curiosidade e buscar cada vez mais informaes sobre o mundo que o cerca.
Feita esta diferenciao inicial, podemos identificar uma nova caracterstica
entre as respostas, a atuao dos professores diante destas diferenas. Sendo
assim, as sete respostas podem ser assim organizadas: quatro professores
afirmaram que diante da diferena o professor deve se posicionar com o respeito;duas respostas afirmaram que a diferena existe mas que deve diminuir, afinal esse
o papel do professor, o que nos novamente aponta a uma visual iluminista de
cultura, que carrega consigo uma pressuposio de hierarquia cultural; e uma
resposta, que mesmo pressupondo respeito, foi colocada numa categoria a parte,
por manifestar uma viso dialtica da relao.
Exemplificando as trs categorias temos,
Agir com Respeito,
Deve agir com normalidade porque as diferenas ajudam a mostrar a
diversidade do mundo e da sociedade na qual ele est inserido. (der)
O professor tambm tem que respeitar as diferenas e ficar atento s
necessidades especficas de seus alunos, procurando estratgias para
transmitir seus ensinamentos da melhor forma possvel. (Mrcia)
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Diminuir a Diferena,
O professor no deve agir como superior a estes, pode criar uma barreira,
porm a linguagem no pode ser a popular. (Leandro)
Com bom senso e sabendo que ele est al para colaborar com a diminuio
desta diferena. (Joo)
Viso dialtica,
Deve ter a habilidade, a humildade, de trabalhar, interagir com a diferena,
aprender com ela e assim, tomar a diferena existente como momentos
privilegiados de aprendizagem e crescimento. (Wagner)
A maioria das respostas pressupe o respeito na relao professor-aluno.
Outro estudo seria necessrio, a se verificar em que medida este respeito est
ligado ao reconhecimento da alteridade como modalidade possvel do humano,como uma dimenso constitutiva do ser, e no um respeito dito oficial, politicamente
correto, ou dessa natureza. Mas o que nos interessa aqui que na relao
professor-aluno o conceito de cultura deixa de dizer respeito s tribos isoladas, a
gastronomia, ou a msica da cultura 'X'. O professor foi convidado a pensar sua
relao, o que nos levou a sua resposta oficial de respeito ao outro. No estou me
referindo aqui a relao de construo de conhecimento em sala de aula, mas sim
de pessoas que buscam se compreender em suas diferenas. Ainda, o que severificou foi uma relao de dois blocos culturais que pouco ou nada se relacionam.
Aceitam suas diferenas, mas no demonstraram uma relao de interdependncia,
interconstruo ou de carter dialtico, como aponta-nos Peter Berger,
() as identidades produzidas pela interao do organismo, da conscinciaindividual e da estrutura social reagem sobre a estrutura social dada,mantendo-a, modificando-a ou mesmo remodelando-a (BERGER, 2009, p.228).
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Partindo para a ltima questo do questionrio, retornando as Diretrizes e a
uma de suas sugestes, da abordagem das relaes culturais em sala de aula como
eixo estruturante, perguntou-se ao professor como ele realizaria esta abordagem
citando um exemplo metodolgico.
Aqui podemos apontar uma nica caracterstica presente em todas as
respostas, a cultura possui uma finalidade no ensino da Histria. Seja ela abordada
exteriormente, como na questo anterior, ou interiormente. Ou seja, os professores
apontaram que o estudo da cultura em sala de aula remete a uma finalidade social
ou de carter justificativo. A maioria das respostas, seis respostas, apontou para
uma cultura interna, e no para uma cultura no passado, distante. Uma ideia de
cultura capaz de nos orientar no presente, seja explicando nossas diferenas,justificando nossas desigualdades, ou nos levando a uma posio de respeito.
Assim, podemos citar os seguintes exemplos,
Principalmente com debates entre alunos tentando mostrar a realidade e
buscando a reflexo dos mesmos ante as diferenas culturais e a relao que
a sociedade tem com estas diferenas (Joo)
Procuro utilizar uma linha do tempo que demonstra, como a mentalidade
humana evoluiu ou no (em determinadas situaes) ao longo da Histria, e
de que modo isto est presente e auxilia a viso de mundo atual. (Paulo)
No ensino de Histria meu hbito sempre procurar ensinar os alunos a
estabelecer relaes, pois acredito que em sociedade o individual est
sempre em relao ao coletivo; os pequenos grupos em relao aos maiores,um pas em relao aos demais e assim por diante. (Mrcia)
Procuro mostrar as diferenas culturais que existem entre os grupos. Cultura
popular, cultura erudita. Procuro mostrar que a cultura ela pode ser expressa
de diversas formas. (Leandro)
Esta caracterstica presente nas respostas dos professores introduz uma nova
questo a discusso central. Um caminho que vinha sendo traado que apontava
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ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME FURB 507ISSN 1809-0354 v. 6, n. 2, p. 492-509, mai./ago. 2011para uma prtica docente moldada por uma viso clssica antropolgica e por uma
viso iluminista recebe um ingrediente novo, capaz dar novos rumos a interpretao.
O carter poltico, presente nas teorias multiculturalistas que se apresenta nas
respostas dos professores. Segundo Adam Kuper, professor de Antropologia Social
da Brunel University, na antropologia a questo no reside mais na existncia de
diferenas, mas sim no fato de elas serem tratadas com desprezo, como desvios da
norma. Uma cultura hegemnica (branco, anglo-saxo, classe mdia, homem,
heterossexual) impe suas regras a todos (KUPER, 2002, p. 294). Ou seja, uma
preocupao atual da antropologia aparecendo nas respostas dos professores. O
que nos leva a pensar que h uma mescla de teorias presentes nas prticas
educativas.Assim, podemos concluir esta ltima categoria de anlise criada com as
seguintes afirmaes: quando se refere ao papel da escola em incentivar as
manifestaes culturais, a cultura compreendida como algo exterior e institucional,
cabendo aos professores levar os alunos at a cultura. Quando questionado sobre a
sua prpria cultura e sua relao com os alunos a resposta pressups o respeito ao
outro, mas manteve-se a categoria outro como diferente. E quando perguntado
sobre sua prtica, o contedo estruturante relaes culturais e sua aplicao emsala de aula, evidenciou-se que a cultura em sala de aula deve servir a uma
finalidade social, ou seja, o aluno viver em comunidade e as diferenas precisam
ser aceitas.
CONSIDERAES FINAIS
A partir desta pequena amostra de oito professores pudemos identificaratravs deste questionrio, a baixa relao que estabelecem com as Diretrizes
Curriculares do Estado. Esta relao foi evidenciada na medida em que apresentam
outras referncias que orientam suas prticas. Em nossa anlise, tomamos o
conceito de cultura como estratgia metodolgica a se identificar esta relao. E
desta forma, a discusso se estendeu para a compreenso deste conceito por parte
dos professores. O que se verificou, foi uma prtica influenciada por uma viso de
cultura clssica, ou seja, a compreenso da realidade como harmnica, esttica e
exterior, dividida em temas como arte, msica, gastronomia, e influenciada tambm
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ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME FURB 508ISSN 1809-0354 v. 6, n. 2, p. 492-509, mai./ago. 2011por uma viso iluminista, s vezes tomando o conceito de cultura como sinnimo de
saber, conhecimento. Neste sentido, o papel da escola e do professor, mesclou-se
entre levar o aluno at a cultura ou diminuir a diferena cultural entre este professor
e o aluno. Por fim, uma viso multiculturalista se apresentou, o que nos sugere que
a prtica pedaggica transita tambm entre referenciais tericos diversos.
Correndo o risco de cair na crtica apontada no artigo de Cerri, ou seja, o
governo compreendeu os professores como inferiores e despreparados, aqui cabe
uma colocao que deve ser posta. O conhecimento dos professores no se
articulou com o conhecimento produzido na academia. A antropologia realizou um
percurso longo no sculo XX, de construo e reconstruo de teorias. Discusses
sobre o papel do observador, sua relao com o objeto observado, a leitura darealidade como texto, o carter interpretativo da cultura, a realidade compreendida
como simblica, as influncias marxistas na diferenciao entre culturas de classe,
enfim..., contribuies que podem enriquecer as aulas de Histria. Ao mesmo tempo,
quando se manifestou a multiculturalidade nas respostas dos professores, mostrou-
nos que a teoria no provm necessariamente de um nico local, de um nico
formato, de documentos com o carter didtico. Ela segue outros caminhos, e
porque no dizer que pode ser recriada em locais diferentes. A teoria umaexplicao da realidade, e se a realidade do professor demanda uma explicao, ele
prprio pode sim ser um agente criador, capaz de explicar a sua situao e criar
solues. Contudo, a viso esttica da cultura pode simplificar uma realidade, e
neste sentido, o conhecimento acadmico pode contribuir. Estamos novamente
numa situao em que a defesa das formaes continuadas dos professores torna-
se a soluo mais oportuna. A ligao entre a universidade e a escola deve existir,
mas com qualidade. Sem repetir a teatralizao do processo de criao dasDiretrizes, ou seja, o tempo da produo do conhecimento no o mesmo tempo de
um processo eleitoral, deve ser contnuo, ao longo da carreira, dialgico, respeitando
os conhecimentos dos professores e seus problemas cotidianos.
WILIAN CARLOS CIPRIANI BAROM
Possui graduao em Histria - Licenciatura e Bacharelado pela UniversidadeFederal do Paran, especializao na PUC - Formao Pedaggica do ProfessorUniversitrio e mestrando em Educao na Universidade Estadual de Ponta
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ATOS DE PESQUISA EM EDUCAO - PPGE/ME FURB 509ISSN 1809-0354 v. 6, n. 2, p. 492-509, mai./ago. 2011Grossa. Atualmente professor no municpio de Araucria-PR e na rede estadual deEducao-PR.
LUS FERNANDO CERRI
Possui graduao em Histria pela Universidade Estadual de Campinas (1992),mestrado em Educao pela Universidade Estadual de Campinas (1996) edoutorado em Educao pela Universidade Estadual de Campinas (2000).Atualmente professor associado da Universidade Estadual de Ponta Grossa,consultor das revistas Tempos Histricos (EDUNIOESTE) , Publicatio UEPG.Cincias Humanas, Cincias Socias Aplicadas, Lingustica, Revista de HistriaRegional (UEPG), Clio & Asociados - La Historia Enseada (Santa Fe/ La Plata) eTEL - Tempo, Espao e Linguagem (UEPG).
REFERNCIAS
BERGER, Peter L, LUCKMANN, Thomas. A construo social da realidade:Tratado de sociologia do conhecimento. Petrpolis: Editora Vozes, 30 ed., 2009.
BURKE, Peter. O que Histria Cultural. Rop de Janeiro: Zahar, 2008.
CERRI, Luis Fernando. Diretrizes Curriculares Estaduais Histria: legitimidade,
autonomia docente e currculo oculto. 2006.
CUCHE, Denys. A noo de cultura nas cincias sociais. Bauru: Edusc, 2002.
FORQUIN, Jean Claude. Escola e Cultura: as bases sociais e epistemolgicas doconhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1993, pg. 36.
KUPER, Adam. Cultura: a viso dos antroplogos. Bauru: Edusc, 2002.
THEOBALD, Henrique Rodolfo. A experincia de professores com ideiashistricas:o caso do grupo araucria. Curitiba: UFPR, 2007.