editorial tribuna desemprego ••• claudia...

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Quinta-feira, 26 de abril de 2018 2 portalnews.com.br Sidney Antonio de Moraes Diretor-presidente/Diretor Administrativo e Financeiro Sônia Massae de Moraes Diretora Vice-Presidente e Jornalista Responsável - MTB: 36037 Redação, Administração, Publicidade e Gráfica: Rua Carlos Lacerda, 21, Vila Nova Cintra, Mogi das Cruzes, SP - Cep: 08745-200 / Fone: 4735.8000 De terça-feira a domingo em Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Arujá, Guararema, Biritiba Mirim, Salesópolis e Santa Isabel Circulação EDITORIAL Desemprego A s “profissões do momento” cos- tumam movimentar rapidamen- te a população, principalmente quando o cenário é um Brasil que tenta sair de sua pior crise, com o desemprego ainda em alta. Funções como motorista de transporte por aplicativo, como o Uber, e o food truck, são duas entre as melhores opções para quem precisa, de forma descomplicada, tirar uma renda ex- tra ou até a migração para esses cargos. Pelo menos, assim deveria ser. O problema é que, como se trata de “profissões do momento”, ainda não estabilizadas no mercado, é preciso arredondar a regulamentação desses setores, para não virar bagunça. O problema é que, as opções que deveriam servir para aliviar o trabalhador brasileiro, acabam sendo nem tão descomplicadas assim. Por isso, espera- -se agilidade na regularização dessas profis- sões, de forma organizada e que atenda bem o funcionário e consumidor. Em relação ao food truck, a atividade se transformou em fonte de renda para muitas famílias. O modelo de venda de comida de rua começou a inovar a partir da primeira década do século XXI, com a modalidade de comércio em food truck. Eles voltaram à tona com a crise econômica norte-americana, que levou diversos restaurantes a fechar as portas. Sem opção, os chefs vislumbraram na rua a oportunidade de oferecer alta gastronomia a baixo custo. A atividade se massificou de tal forma que hoje já é possível achar food trucks em todos os Estados brasileiros. Uma das principais reclamações do modelo pau- lista, copiado pelas demais prefeituras, é a pouca mobilidade para o caminhão. Uma vez que o food truck apenas pode operar em locais pré-determinados, não há muito de itinerante em sua rotina. Mogi das Cruzes, por exemplo, já tem um anteproje- to para a regulamentação da atividade, em proposta apresentada em 2014, mas está parada na Secretaria de Governo. A Pre- feitura prometeu regularizar a situação no mês que vem. Hoje, Mogi tem cerca de 30 food trucks em toda a cidade. É preciso que esse proje- to seja bem esmiuçado. Essa é uma das ma- neiras, entre tantas outras, de minimizar o desemprego. CHARGE Definição Hoje deve ser definido, em vistoria mar- cada para às 10 horas, a ser feita pelo prefeito Marcus Melo (PSDB), vereado- res e representantes do DER, do Insti- tuto Geológico, IPT, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e da Secre- taria Estadual de Transportes, a reaber- tura total ou não da rodovia Mogi-Ber- tioga (SP-98), nos dois sentidos, para o feriado prolongado de 1º de maio (Dia do Trabalho). Previsão de tráfego De acordo com a Prefeitura de Bertio- ga, estima-se que, no feriado, viriam cerca de 90 mil veículos em direção à cidade litorânea. Sem a Mogi-Bertioga aberta, existe a previsão de que esse número caia para 60 mil, vindos pelas rotas alternativas de acesso ao muni- cípio, que são a rodovia dos Tamoios e o sistema Anchieta-Imigrantes. Entre- tanto, caso seja reaberta, essa expec- tativa poderá mudar. Dúvida A decisão de reabrir ou não a Mogi- -Bertioga ficará a cargo da equipe téc- A.I./CMI ••• CLAUDIA IRENTE redacao@jornaldat.com.br TRIBUNA nica dos institutos especializados e dos responsáveis pelo estudo da situação da via e das suas encostas, porém, ain- da paira a dúvida sobre a real condição da rodovia. Será ela fechada novamente para a continuidade dos trabalhos após o feriado? Ou a pista ficará aberta per- manentemente? Deliberados Os vereadores de Itaquaquecetuba abordaram, durante sessão ordinária realizada na terça-feira, 11 itens. En- tre os assuntos está o que solicita, de autoridades competentes, informações referentes à manutenção preventiva e corretiva das estações de trem do mu- nicípio, de autoria da vereadora Adria- na Aparecida Félix (PSDB), a Adriana do Hospital. No dia 23 deixou de viger a Medida Provisória 808/2017 que alterava diversos pontos da reforma trabalhista, ou como se diz no meio jurídi- co especializado, a deforma trabalhista. A edição da MP foi um acordo do Presidente Temer com o Senado Federal. O Senado não discutiria a re- forma que veio da Câmara, aprovava do jeito que estava e depois as pretendidas mo- dificações do Senado viriam por meio da MP. E vieram, mas já foram embora. Assim a reforma trabalhista, desde 24 de abril de 2018, vol- tou a vigorar em sua redação primitiva, ou seja, o Senado tomou um “passa moleque” legislativo. Agora o governo federal promete a edição de um decreto para ressuscitar os mesmos efeitos da MP 808 Trabalho inseguro Cedric Darwin é mestre em Direito e advogado. ARTIGO Cedric Darwin que caducou. Aguarde-se a edição do decreto. Vivemos a insegurança jurídica traba- lhista. E isso afeta a geração de empregos e o setor produ- tivo. Esse vai e vem legislativo provocará uma explosão de demandas judiciais questio- nando a validade e aplicação das normas introduzidas pela reforma, mormente durante a vigência da MP entre no- vembro de 2017 e abril de 2018. Tudo que o empresa- riado não quer. Quando se contrata um empregado, o que se quer é segurança jurídica. É a certeza de que, tudo o que está sendo contratado será cumprido e que encerrado o contrato de trabalho não haverá nenhum questionamento na Justiça do Trabalho. Pois esse é um ce- nário impossível de garantir hoje. A aplicação de qualquer norma nova pode ensejar vá- rias discussões, como a sua inconstitucionalidade, sua eficácia no tempo e até mes- mo sua legalidade. Tal como foi feita, em ape- nas quatro meses, sem dis- cussões técnicas, atendendo apenas aos interesses dos grandes grupos econômicos o que se assistirá em poucos meses será o tsunami de ações trabalhistas que se arrastarão até o Supremo Tribunal Fe- deral, passando antes pelo Tribunal Superior do Traba- lho. Os Recursos Humanos, contadores, advogados, juízes, empregadores e empregados caminham sobre a incerteza jurídica e os mais prejudica- dos são os que imaginaram que seriam os únicos bene- ficiados, os empregadores. cdadv@uol.com.br

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Quinta-feira, 26 de abril de 20182 portalnews.com.br

Sidney Antonio de MoraesDiretor-presidente/Diretor Administrativo e Financeiro

Sônia Massae de MoraesDiretora Vice-Presidente e Jornalista Responsável - MTB: 36037

Redação, Administração, Publicidade e Grá� ca: Rua Carlos Lacerda, 21, Vila Nova Cintra,Mogi das Cruzes, SP - Cep: 08745-200 / Fone: 4735.8000

De terça-feira a domingo em Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Arujá, Guararema, Biritiba Mirim, Salesópolis e Santa Isabel

Circulação

EDITORIALDesemprego

As “profi ssões do momento” cos-tumam movimentar rapidamen-te a população, principalmente quando o cenário é um Brasil que tenta sair de sua pior crise,

com o desemprego ainda em alta. Funções como motorista de transporte por aplicativo, como o Uber, e o food truck, são duas entre as melhores opções para quem precisa, de forma descomplicada, tirar uma renda ex-tra ou até a migração para esses cargos. Pelo menos, assim deveria ser. O problema é que, como se trata de “profi ssões do momento”, ainda não estabilizadas no mercado, é preciso arredondar a regulamentação desses setores, para não virar bagunça. O problema é que, as opções que deveriam servir para aliviar o trabalhador brasileiro, acabam sendo nem tão descomplicadas assim. Por isso, espera--se agilidade na regularização dessas profi s-sões, de forma organizada e que atenda bem o funcionário e consumidor.

Em relação ao food truck, a atividade se transformou em fonte de renda para muitas famílias. O modelo de venda de comida de rua começou a inovar a partir da primeira

década do século XXI, com a modalidade de comércio em food truck. Eles voltaram à tona com a crise econômica norte-americana, que levou diversos restaurantes a fechar as portas. Sem opção, os chefs vislumbraram na rua a oportunidade de oferecer alta gastronomia a baixo custo. A atividade se massifi cou de tal forma que hoje já é possível achar food trucks em todos os Estados brasileiros. Uma das principais reclamações do modelo pau-lista, copiado pelas demais prefeituras, é a pouca mobilidade para o caminhão.

Uma vez que o food truck apenas pode operar em locais pré-determinados, não há muito de itinerante em sua rotina. Mogi das Cruzes, por exemplo, já tem um anteproje-to para a regulamentação da atividade, em proposta apresentada em 2014, mas está parada na Secretaria de Governo. A Pre-feitura prometeu regularizar a situação no mês que vem.

Hoje, Mogi tem cerca de 30 food trucks em toda a cidade. É preciso que esse proje-to seja bem esmiuçado. Essa é uma das ma-neiras, entre tantas outras, de minimizar o desemprego.

CHARGE

Defi nição

Hoje deve ser defi nido, em vistoria mar-cada para às 10 horas, a ser feita pelo prefeito Marcus Melo (PSDB), vereado-res e representantes do DER, do Insti-tuto Geológico, IPT, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e da Secre-taria Estadual de Transportes, a reaber-tura total ou não da rodovia Mogi-Ber-tioga (SP-98), nos dois sentidos, para o feriado prolongado de 1º de maio (Dia do Trabalho).

Previsão de tráfego

De acordo com a Prefeitura de Bertio-ga, estima-se que, no feriado, viriam cerca de 90 mil veículos em direção à cidade litorânea. Sem a Mogi-Bertioga aberta, existe a previsão de que esse número caia para 60 mil, vindos pelas rotas alternativas de acesso ao muni-cípio, que são a rodovia dos Tamoios e o sistema Anchieta-Imigrantes. Entre-tanto, caso seja reaberta, essa expec-tativa poderá mudar.

Dúvida

A decisão de reabrir ou não a Mogi--Bertioga fi cará a cargo da equipe téc-

A.I./CMI

••• CLAUDIA IRENTE [email protected]

TRIBUNA

nica dos institutos especializados e dos responsáveis pelo estudo da situação da via e das suas encostas, porém, ain-da paira a dúvida sobre a real condição da rodovia. Será ela fechada novamente para a continuidade dos trabalhos após o feriado? Ou a pista fi cará aberta per-manentemente?

Deliberados

Os vereadores de Itaquaquecetuba abordaram, durante sessão ordinária realizada na terça-feira, 11 itens. En-tre os assuntos está o que solicita, de autoridades competentes, informações referentes à manutenção preventiva e corretiva das estações de trem do mu-nicípio, de autoria da vereadora Adria-na Aparecida Félix (PSDB), a Adriana do Hospital.

No dia 23 deixou de viger a Medida Provisória 808/2017 que alterava diversos pontos da reforma trabalhista, ou como se diz no meio jurídi-co especializado, a deforma trabalhista. A edição da MP foi um acordo do Presidente Temer com o Senado Federal. O Senado não discutiria a re-forma que veio da Câmara, aprovava do jeito que estava e depois as pretendidas mo-difi cações do Senado viriam por meio da MP. E vieram, mas já foram embora.

Assim a reforma trabalhista, desde 24 de abril de 2018, vol-tou a vigorar em sua redação primitiva, ou seja, o Senado tomou um “passa moleque” legislativo. Agora o governo federal promete a edição de um decreto para ressuscitar os mesmos efeitos da MP 808

Trabalho inseguro

Cedric Darwin é mestre em Direito e advogado.

ARTIGOCedric Darwin

que caducou. Aguarde-se a edição do decreto. Vivemos a insegurança jurídica traba-lhista. E isso afeta a geração de empregos e o setor produ-tivo. Esse vai e vem legislativo provocará uma explosão de demandas judiciais questio-nando a validade e aplicação das normas introduzidas pela reforma, mormente durante a vigência da MP entre no-vembro de 2017 e abril de 2018. Tudo que o empresa-riado não quer.

Quando se contrata um empregado, o que se quer é segurança jurídica. É a certeza de que, tudo o que está sendo contratado será cumprido e que encerrado o contrato de trabalho não haverá nenhum questionamento na Justiça do Trabalho. Pois esse é um ce-nário impossível de garantir

hoje. A aplicação de qualquer norma nova pode ensejar vá-rias discussões, como a sua inconstitucionalidade, sua efi cácia no tempo e até mes-mo sua legalidade.

Tal como foi feita, em ape-nas quatro meses, sem dis-cussões técnicas, atendendo apenas aos interesses dos grandes grupos econômicos o que se assistirá em poucos meses será o tsunami de ações trabalhistas que se arrastarão até o Supremo Tribunal Fe-deral, passando antes pelo Tribunal Superior do Traba-lho. Os Recursos Humanos, contadores, advogados, juízes, empregadores e empregados caminham sobre a incerteza jurídica e os mais prejudica-dos são os que imaginaram que seriam os únicos bene-fi ciados, os empregadores.

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