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Editor responsável
Projeto grá�co e diagramaçãoZeca Martins
Lilian Nocete MesciaCapaZeca MartinsRevisãoCamila da Silva Bezerra
Esta obra é uma publicação da Editora Livronovo Ltda.CNPJ 10.519.6466.0001-33www.editoralivronovo.com.br@ 2015, São Paulo, SPImpresso no Brasil. Printed in Brazil
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser copiada ou reproduzida por qualquer meio impresso, eletrônico ou que
venha a ser criado, sem o prévio e expresso consentimento dos editores.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
F224o Faria, Rodrigo Legrazie deOs desa�os da sustentabilidade rural: a transição do modelo convencional ao orgânico de produção agrícola / Rodrigo Legrazie de Faria. – Águas de São Pedro: Livronovo, 2015.
204 p. ; 21 cm ISBN 978-85-8068-202-1
1ª edição
1. Ambiente - Sustentabilidade. 2. Ecologia agrícola. 3. Aspectos agrícolas. 4. Economia agrícola. I. Título.
CDD – 630.2745
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responsáveis por transformar boas ideias em realidade e trazê-las até você.
“Sempre houve o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas, mas nunca haverá o suficiente para a cobiça humana.”
Mahatma Gandhi
Agradecimentos
Nenhuma obra é um projeto acabado e, muito menos, pro-duto exclusivo da capacidade de seu criador. Este livro é, acima de tudo, um sonho que só pôde ser concretizado graças a inú-meros entes. Estas pessoas dedicaram parte de suas vidas para aguçar meu senso crítico e encorajar-me a superar os limites impostos pela vida.
Portanto, o autor almeja agradecer:
•PrimeiramenteaDeus,pormaisumavezterconduzidocomsabedoria minha mente e alma neste livro. Essa obra é mais vossa do que minha, pois manifestastes a cada palavra escrita.
•Atodososmestres,inclusiveaosquenuncaacreditaramnoautor.
•Aomeugrandeheróiepai,ClovisEduardodeFaria,quesou-be com maestria ensinar virtudes raras nos dias de hoje, como honestidade, ética, humildade e perseverança, atributos estes que nunca estarão nas páginas de um livro e jamais poderão ser comprados.
•Àminhamãe,VeraLúciadeFaria,portodooamor,dedicação,confiançaeamizade.Cultivoemmeuâmagoapereneangústiadenão ter sido um filho melhor, compatível com seu merecimento.
•Aosmeusqueridos irmãos,Daniela eRicardo,por todoocarinho, amizade e apoio aos meus ideais.
•AtodaequipedoHospitalAlbertEinstein,quesobaliderançaegenialidadedoProf.Dr.AntonioCarlosLopes,fezcomqueoautor desse continuidade aos projetos pessoais e profissionais.
•Emespecialatodososprodutoresruraisorgânicos,princi-palmenteaoRicardoSchiavinato(FazendaNatadaSerra)eFernandoAtaliba(SítioCatavento),quecomafinco,conhe-cimento e paixão pela agroecologia fazem de seus empreendi-mentosreferênciaemagriculturaepecuáriaorgânica.
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Índice
Apresentação ........................................................................ 11
Prefácio ................................................................................ 15
Capítulo 1 - Introdução ....................................................... 17
Capítulo 2 - Rumo à agricultura orgânica ............................. 27
Capítulo 3 - Os entraves econômicos .................................... 39
Capítulo 4 - Os entraves sociais ............................................ 61
Capítulo 5 - Os obstáculos políticos ..................................... 73
5.1- Os institutos de pesquisa agrícola e extensão rural .............. 73
5.2- A Política e as Leis de Diretrizes Básicas da Educação Rural ..... 79
5.3- A política de reforma agrária: uma questão de sustentabilidade ... 87
Capítulo 6 - Entraves técnicos envolvidos na produção ........ 93
6.1-Manejo do agroecossistema ................................................. 936.2- Manejo de solos .................................................................. 95
6.3- Manejo das culturas .......................................................... 101
6.4- Manejo de pragas e doenças .............................................. 103
6.5- Manejo de plantas daninhas ............................................. 105
Capítulo 7 - Os entraves comerciais e o marketing na expansão do mercado orgânico ............................................ 109
Capítulo 8 - A gestão ambiental e o agronegócio ................ 127
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Capítulo 9 - Sistema de gestão ambiental voltado às pequenas e médias empresas rurais....................................... 137
9.1- Política ambiental ............................................................. 143
9.2- Aspectos ambientais e requisitos legais .............................. 145
9.3- Estrutura e responsabilidades: treinamento, conscientização e competência ................................................. 148
9.4- Plano de ações de gerenciamento dos recursos naturais e resíduos na empresa .............................................................. 152
9.4.1. Manejo de solo ................................................................152
9.4.2. Manejo hídrico ................................................................153
9.4.3. Controle de pragas e doenças ...........................................155
9.4.4. Controle e manejo de ervas daninhas ...............................156
9.4.5. Gestão de resíduos ...........................................................159
9.4.6- Programa de saúde e segurança do trabalhador rural ........171
9.5 – Documentação do sistema de gestão ambiental e controle operacional ................................................................ 175
9.6 – Monitoramento e medição.............................................. 176
Capítulo 10 - Considerações finais ..................................... 177
Bibliografia ........................................................................ 179
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Apresentação
Esta obra apresenta um conjunto básico de informações relativas aos obstáculos enfrentados pelos pequenos e médios agricultores bra-sileiros durante e após o processo de conversão do sistema de produ-ção agropecuário convencional ao orgânico, com o objetivo global de classificar e caracterizar esses entraves quanto à natureza econômica, social, ecológica, cultural, política, técnica, comercial e de promoção (marketing), enfatizando as mudanças e planos de ações integrados necessários, quanto ao uso e manejo sustentável dos recursos naturais envolvidos na produção rural. Aspirando assim, por um processo de transição estratégico, gradativo e menos impactante.
Assume-se também o compromisso com a profissionalização da agricultura familiar; expansão e difusão de práticas ecológicas de cultivo e criação; tecnologias limpas; modelos de gestão ambiental voltados às pequenas e médias unidades rurais e difundir novos conhecimentos sobre a produção orgânica de alimentos.
Enfatizar-se-á a importância em elaborar e planejar um modelo de Sistema de Gestão Ambiental (SGA) direcionado às caracterís-ticas peculiares das empresas rurais, com o propósito de facilitar o processo de transição e contribuir para adoção um sistema produ-tivo norteado pelos princípios da sustentabilidade, como é a agri-cultura orgânica. Por meio da integração entre a gestão ambiental (manejo sustentável dos recursos naturais), segurança do trabalha-dor rural, saúde ocupacional, responsabilidade social e ética, conse-guiremos tornar o espaço rural brasileiro mais sustentável.
Este livro é impar e inédito no território nacional, no sentido de não só tecer críticas e salientar os impactos socioambientais gerados pelo atual modelo de desenvolvimento agrícola brasilei-ro (“fordista”), herdado das nações “desenvolvidas”, mas também
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por destacar, caracterizar e analisar os obstáculos enfrentados pe-los pequenos e médios produtores rurais durante e pós o proces-so de conversão do sistema convencional ao orgânico de culti-vo. Propor-se-á assim ações globais em busca de um sistema de produção agrícola mais sustentável, em que a agricultura familiar possa ter novas oportunidades de negócios, maior fortalecimento diante dos demais setores da cadeia agrícola, know-how em práti-cas agroecológicas e competitividade frente aos desafios impostos pelo agronegócio globalizado.
Tem-se a preocupação em estabelecer uma maior interação entre de todos os elos da cadeia agrícola envolvidos na agricultura orgânica, exigindo maior participação do poder público na cria-ção e implantação de políticas ambientais e agrícolas com caráter mais inclusivo, assistencialista e patriota. Defender-se-á, portan-to, a ideia de que é possível produzir alimentos de qualidade e sustentáveis, conciliando conservação da biodiversidade, justiça social e rendimento econômico.
Vivemos uma fase da agricultura “enferma” e predatória, que necessita de: uma nova organização socioeconômica entre as esfe-ras públicas e privadas; valorização da agricultura familiar; criação de normas e leis ambientais voltadas ao agronegócio; incorpora-ção de princípios agroecológicos e administrativos aos modelos de produção rural; adaptações aos padrões tecnológicos já exis-tentes no espaço rural; e, por fim, a adoção de uma filosofia de produção que contemple a perspectiva equitativa e participativa.
O autor, com muito afinco e paixão do pelo presente objeto de estudo, almeja retratar o pequeno e médio produtor agropecuário como verdadeiro herói e principal sujeito histórico nesse processo de transição ao modelo orgânico de produção. Esse tipo de pro-dução agroecológica, a agricultura orgânica, seja talvez o caminho mais seguro e importante em busca da sobrevivência e competi-
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tividade da agricultura familiar brasileira, além de corroborar na preservação dos biomas inseridos no espaço rural.
Tal trabalho não prioriza apenas o diálogo técnico com o leitor sobre as práticas e técnicas envolvidas na agricultura orgânica, mas se traduz como uma forma de invocar o grito da natureza e dos agricultores oprimidos, que se apresentam na sociedade contem-porânea como meros telespectadores das externalidades produzidas pelo atual modelo de “desenvolvimento” rural brasileiro.
Sinto que os produtores rurais ainda querem erguer a Nação com o suor e fertilidade de nossas terras, sem perder a consciência e o instinto de preservação da riqueza natural dos ecossistemas. A defesa de um modelo de produção rural, pautado na agroecologia, certamente atrairá críticas e ameaças dos que se beneficiam econo-micamente com a agricultura convencional e que acabam encon-trando nas crises ecológicas e sociais uma oportunidade de lucrar.
Não podemos mais permitir um governo omisso, incompe-tente e que colabora com a manutenção dos latifúndios improdu-tíveis. O Estado e suas políticas agrícolas atribuem cada vez mais poder econômico das organizações dos setores a montante e a ju-sante; permitem a entrada de empresas internacionais “sujas” de insumos agrícolas (adubos, agrotóxicos, sementes, equipamentos e etc.), em que grande parte é vetada de funcionarem em seus países de origem; importam alimentos de outras nações ao invés de estimular nossos agricultores; não criam barreiras alfandegá-rias para proteger nossas safras; não fiscaliza o trabalho infantil e escravo no espaço rural; marginaliza a educação rural e constrói uma muralha entre o espaço rural e urbano.
Este trabalho é resultado de anos de estudos exploratórios bi-bliográficos, levantamento de campo (cases), inúmeras visitas téc-nicas a propriedades rurais do estado de São Paulo que praticam a agricultura orgânica, e intensos debates com produtores rurais,
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pesquisadores e professores. Portanto, a obra apresenta forte ten-dência em estabelecer um raciocínio dialético na abordagem do referido objeto de estudo, vinculando sempre os estudos explo-ratórios bibliográficos com a experiência do autor, na área de agroecologia, atuando como: consultor ambiental, pesquisador, docente universitário e eterno defensor da agroecologia.
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Prefácio
Eis-me aqui, fazendo o prefácio do livro do prof. Rodrigo Le-grazie de Faria. Recebi o convite com alegria e o aceitei de forma mais impulsiva ainda. Entretanto, na hora de escrevê-lo, ‘caí na real’, como diriam os mais jovens. Pensei: “nunca antes fiz um prefácio. Como devo proceder para escrever um?”.
Resolvi então escrever sobre aquilo de que mais gostei a res-peito do livro, quando o autor aborda a questão de desenvolvi-mento sustentável no meio rural e cita em sua apresentação que “a sustentabilidade não pode mais ser entendida como sinônimo do adjetivo “ecologicamente correto”, mas como uma ideologia complexa, interdisciplinar e desafiadora”.
O termo desenvolvimento sustentável está em tudo que é lu-gar. Nos relatórios das empresas, no discurso dos ambientalistas, nas teses científicas. É o novo paradigma para uma infinidade de discussões econômicas, políticas, ambientais e sociológicas. Uma das definições mais usadas para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades atuais da popu-lação, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Ou seja, a ideia é crescer sem destruir o am-biente e esgotar os recursos naturais. Essa definição, no entanto, é considerada limitada por alguns cientistas, já que não aborda outros aspectos como o político e o social.
Este livro ajuda a entendermos com maior clareza os aspec-tos do uso e manejo sustentável dos recursos naturais envolvidos na produção rural. O autor propõe alternativas, tais como um modelo de Sistema de Gestão Ambiental (SGA), direcionado às características e natureza dos empreendimentos rurais que leva em consideração a adoção de um sistema produtivo norteado pe-