editorial o partido doutor boukaram - n° 387lusopresse.com/2016/345/textos...

16
Vol. XX • N° 345 • Montreal, 3 de março de 2016 Cont. na pág 14 Doutor Boukaram: O Poder Anticancro das Emoções • Leia entrevista na pág. 8 Major League: Época começa domingo • Artigo na pág. 15 A alegria do vencedor, Roberto Amaral. Foto LusoPresse. O Luís Timóteo, conhecido treinador de futebol juvenil na comu- nidade, já organiza esta noite de poker na Associação Portuguesa do Canadá há três anos a esta parte. E segundo o que sabemos, esta promoção tem vin- do a crescer de nível ano após ano, com mais participação popular, de por- tugueses, mas também de muitos ou- tros jogadores e jogadoras de outras origens, sobretudo de gregos e italia- nos, como o jornalista pode testemu- nhar. Em anos anteriores, a equipa do Luís Timóteo contava, para além dos habituais colaboradores, com a presen- ça de Simão Mendes, agora a viver em Portugal onde, segundo nos informa- ram, estará seguindo um curso de trei- nador de futebol. Desta vez, aquele im- portante elemento foi substituído pelo Tony Carvalho, um jovem empresário de sucesso e que muito recentemente se associou ao Luís Timóteo. Leia texto na página 10. Editorial O PARTIDO ACIMA DO PAÍS Por Carlos DE JESUS P ara quem tem seguido o debate político provincial, sem se deixar arrastar pelo seguidismo partidário, não pode dei- xar de considerar como afligentes as posi- ções dos dois líderes da Oposição na As- sembleia Nacional do Quebeque. À falta de melhor argumento para criticarem o governo do Partido Liberal, tanto o senhor Pierre-Karl Péladeau do Parti Québécois (PQ) como o senhor François Legault da Coalition Avenir Québec (CAQ) há várias semanas que têm vindo a bater no mesmo prego, isto é, que o primeiro-ministro, Dr. Philippe Couillard, é um mau gestionário e que não soube negociar como devia com a empresa Bombardier quando decidiu in- vestir 1,3 milhar de milhões de dólares no projeto do novo avião da ‘C-Séries’. Evidentemente que o melhor teria sido que o governo do Quebeque não ti- vesse precisado fazer uma injeção tão ma- ciça de fundos naquele fabricante de avi- ões. Mas atendendo às dificuldades finan- ceiras e à perspetiva pouco animadora de levar a empresa à falência com a perca de milhares de empregos bem remunerados num setor da alta tecnológica, o governo do Quebeque não teve outro remédio se- não de abrir os cordões à bolsa. É preciso lembrar que uma das prin- cipais causas da crise com a construção deste avião, apesar de todos os conhece- dores considerarem como um dos mais avançados em termos de economia, de barulho e de conforto, é o facto de não ter havido muitos compradores para este novo tipo de avião. Por conseguinte, vai 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652

Upload: phunghanh

Post on 10-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Vol. XX • N° 345 • Montreal, 3 de março de 2016

Cont. na pág 14

Doutor Boukaram:O Poder Anticancrodas Emoções• Leia entrevista na pág. 8

Major League:Época começa domingo• Artigo na pág. 15

A alegria do vencedor, Roberto Amaral. Foto LusoPresse.

O Luís Timóteo, conhecidotreinador de futebol juvenil na comu-nidade, já organiza esta noite de pokerna Associação Portuguesa do Canadáhá três anos a esta parte. E segundo oque sabemos, esta promoção tem vin-do a crescer de nível ano após ano,com mais participação popular, de por-tugueses, mas também de muitos ou-tros jogadores e jogadoras de outrasorigens, sobretudo de gregos e italia-nos, como o jornalista pode testemu-

nhar.Em anos anteriores, a equipa do

Luís Timóteo contava, para além doshabituais colaboradores, com a presen-ça de Simão Mendes, agora a viver emPortugal onde, segundo nos informa-ram, estará seguindo um curso de trei-nador de futebol. Desta vez, aquele im-portante elemento foi substituído peloTony Carvalho, um jovem empresáriode sucesso e que muito recentementese associou ao Luís Timóteo.

Leia texto na página 10.

EditorialO PARTIDO ACIMA DO PAÍS

• Por Carlos DE JESUS

Para quem tem seguido o debatepolítico provincial, sem se deixar arrastarpelo seguidismo partidário, não pode dei-xar de considerar como afligentes as posi-ções dos dois líderes da Oposição na As-sembleia Nacional do Quebeque.

À falta de melhor argumento paracriticarem o governo do Partido Liberal,tanto o senhor Pierre-Karl Péladeau doParti Québécois (PQ) como o senhorFrançois Legault da Coalition AvenirQuébec (CAQ) há várias semanas quetêm vindo a bater no mesmo prego, istoé, que o primeiro-ministro, Dr. PhilippeCouillard, é um mau gestionário e quenão soube negociar como devia com aempresa Bombardier quando decidiu in-vestir 1,3 milhar de milhões de dólaresno projeto do novo avião da ‘C-Séries’.

Evidentemente que o melhor teriasido que o governo do Quebeque não ti-vesse precisado fazer uma injeção tão ma-ciça de fundos naquele fabricante de avi-ões. Mas atendendo às dificuldades finan-ceiras e à perspetiva pouco animadora delevar a empresa à falência com a perca demilhares de empregos bem remuneradosnum setor da alta tecnológica, o governodo Quebeque não teve outro remédio se-não de abrir os cordões à bolsa.

É preciso lembrar que uma das prin-cipais causas da crise com a construçãodeste avião, apesar de todos os conhece-dores considerarem como um dos maisavançados em termos de economia, debarulho e de conforto, é o facto de nãoter havido muitos compradores para estenovo tipo de avião. Por conseguinte, vai

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 10 PM

3737376-2652

Page 2: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 23 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Se viajarpara os Açores...

Escolha...

Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

Saudade – um mistério sem mistério• Por Onésimo TEOTÓNIO ALMEIDA

Um gru-po de estudantesde Arte e Arquitec-tura da Rhode Is-land School ofDesign, em Provi-dence, regressouhá dias de uma via-

be home (estar em casa) e to be human (ser hu-mano) só por não terem na sua língua a dis-tinção que fazemos entre ser e estar.

Em inglês, não existe o termo ‘saudade’,no entanto ninguém terá menos saudades porcausa disso. Qualquer pessoa pode expressá-las de diversas formas valendo-se de vocábuloscomo longing, homesickness, missing, nostal-gia. O que não há é uma palavra única paraabranger todas as situações, como acontececom esperar e to be.

A grande diferença é cultural. Se calhar osportugueses, por razões históricas diversas,tiveram inúmeras oportunidades para sofrerde saudades, a começar com as ausências pro-longadas dos navegadores a partir de Quatro-centos. Mas não podemos afirmar isso ao deleve sem estabelecer comparações: os espa-nhóis, por exemplo, dispersaram-se igualmentepelo globo e não criaram um termo equivalentecom tanto peso. Os ingleses, um século e tantodepois, espalharam-se também pelos mares econtinentes, aliás como os holandeses, e ne-nhum desses povos cunhou uma palavra únicapara expressar os sentimentos dos ausentesda pátria quando dos seus se lembravam, oudestes quando sentiam a falta dos embarcadi-ços. Quer dizer: são as culturas que criam ostermos, os mantêm e desenvolvem, vá lá al-guém saber exactamente porquê. Todavia, nãoé a língua portuguesa que é mais saudosa queas outras, mas os portugueses que, por qualquerrazão, insistem mais nesse sentimento. E por-que concentraram as diversas facetas dele numsó vocábulo, ele ganhou mais força por repeti-do uso, adquirindo pelo menos desde o rei D.Duarte um estatuto especial. Entretanto, aouso sobreveio o abuso, a ponto de FernandoPessoa chegar a falar de “a saudade do que nuncahouve” (costuma atribuir-se-lhe a expressão“saudades do futuro”, mas ao que parece ela éde comentadores pessoanos.

Assim, o termo ganhou uma extensãoinvulgar, que as metáforas ainda alargarammais. Ora, em semântica é regra fundamentalque o significado é o uso. Dito de outromodo, para se saber o que significa uma palavraou uma expressão, analisa-se o contexto emque são usadas. E, santo Deus!, quão vastossão os contextos de ‘saudade’ na nossa cultura.Usa-o o fado em letras sobre amores destro-çados que recordam momentos de idílio emcomum; usa-a um filho que chora a morte damãe; como o usa um emigrante em carta paraa família, ou um adulto revivendo os doces

momentos da infância. Como resumir entãonuma entrada de dicionário o significado deum termo com tanta abrangência e com umacarga histórica assim pesada porque a tudoele foi aplicado, a ponto de um pensador epoeta lusitano, Teixeira de Pascoaes, ter afir-mado que a alma do português é “ôntica-mente saudosa”? (Apetece perguntar se oRonaldo em campo dribla e remata tambémcom saudades, mas isto já nos desviaria doargumento aqui em elaboração.)

É, pois, nessa polissemia desbragada dotermo em tão variadas circunstâncias, queele adquire cargas semânticas cada vez maisintraduzíveis, porque em nenhuma outra lín-gua um termo semelhante foi tão frequente-mente utilizado para cobrir tão diverso nú-mero de situações.

Nada disto envolve qualquer magia; está-se apenas em presença de uma impossibilida-de linguística de resumir tanta diversidade deusos e encontrar um equivalente noutra lín-gua. Em parte porque os portuguesespoderão ser mais sentimentais (saudosos)que outros povos (é possível), mas sobretu-do porque tradicionalmente deram largas àcriatividade no uso do termo, sobretudo por-que os poetas, mestres na liberdade com aspalavras, lhe alargaram exponencialmente osentido.

Esta dissecação do vocábulo aqui tentadaparecerá precisamente uma análise seca, re-dutora, racionalista. Todavia, o discurso mi-to-poético sobre ele não goza da profundi-dade de que os seus enunciadores parecemconvencidos. O que nele se esquiva a ser cap-tado pela análise não é essa realidade que nanossa língua denominamos ‘saudade’, mas simo linguajar confuso, pouco informado linguís-tica e filosoficamente, porque surgido numatradição avessa ao pensar analítico, ao destrin-çar crítico das questões e, sobretudo, alheia aofacto de se fazerem afirmações sobre o carácterúnico de uma realidade sem nunca se compará-la devidamente com outras.

A saudade portuguesa não fica diminuí-da se a submetermos a uma análise crítica. Epode, sem dúvida, tal como o galo de Barce-los, continuar a ser servida a turistas ávidosde diferença na mesmidade cada vez maiordo mundo moderno. Mas isso não deveránunca impedir-nos de examinar o termo àlupa e de serenamente procurarmos compre-endê-lo.

Foi mais ou menos isso que tentei expli-car aos alunos, acrescentando que a belezasonora de saudade – leve, doce, suave – deveter ajudado a transformá-la em preferida dospoetas. Mas isso não faz dela algo misteriosoque os estrangeiros não possam nunca en-tender nem sentir.

gem a Portugal, planeada com os seus inte-resses em mente. Todos encantados e dis-postos a regressar amanhã. Para rescaldo,convidaram-me a uma mesa-redonda ondefui bombardeado com perguntas, a primei-ra das quais, a inevitável: O que significaexactamente ‘saudade’, termo ouvido tãoinsistentemente e referido como algo queninguém não-português consegue apreen-der?

Evitei ser desmancha-prazeres. A pala-vra é hoje tão sinónimo de Portugal comoo galo de Barcelos. E não menos arbitraria-mente. A todos os níveis. Circula por aí oDictionnary of Untranslatables, coorde-nado por Barbara Cassin, publicado emtradução inglesa pela respeitabilíssima Prin-ceton University Press, e lá vem a línguaportuguesa representada com um ensaiosobre o inefável vocábulo.

Já tinha desistido de me repetir, masvoltei a cair na lenga-lenga.

A intraduzibilidade de um termo é algonormal. Acontece constantemente. Cadalíngua divide a seu modo a realidade emparcelas que nomeia, e elas não se ajustaminteiramente ao recorte das parcelas do realelaborado noutras línguas. Temos maçã epêro, enquanto em inglês há só apple. Osanglo-americanos não se preocupavamcom a distinção, para portugueses mais queóbvia. Mas os supermercados americanosjá inventaram maneiras de distinguir o pro-duto (no Stop & Shop encontro por exem-plo gala apples e pink ladies para tipos deperos e maçãs com a designação de fuji ap-ples e granny smith apples). Por outro lado,para nós basta-nos o verbo esperar, en-quanto os ingleses o subdividem em hope,expect e wait. Mas ninguém em Portugalespera menos só por não ter acesso a essasdistinções vocabulares, como ninguémconfunde esperar o autocarro com esperarum bebé, ou esperar uma vida melhor paraos filhos. Os falantes de inglês também nãodeixam de reconhecer a diferença entre to L P

Telefone e fax: (514) 849-9966Alain Côté O. D.

Optométriste

Exame da vista, óculos, lentesde contacto

Clinique Optmétrique Luso

4242, boul. St-Laurent,bureau 204

Montréal (Qc) H2W 1Z3

ROMARIAInforma-se toda a comunidade portu-

guesa da cidade de Montreal que as inscriçõespara a Romaria do dia 25 de março de 2016 –Sexta-feira Santa – já estão abertas. Para isso,é favor comunicarem com o Mestre dos Ro-meiros, Duarte Amaral, pelo telefone (450)625-7053.

As reuniões preparatórias terão lugar

nos seguintes dias: domingo, dia 13 de mar-ço, pelas 16h00, no salão da Missão de Nos-sa Senhora de Fátima, em Laval; e no domin-go, dia 20 de março, ainda no salão da Missãode Nossa Senhora de Fátima.

«Venha caminhar connosco na Fé de JesusCristo e de Nossa Mãe, Maria Santíssima».Partida

Sexta-feira Santa, dia 25 de março, comsaída da Missão Nossa Senhora de Fátima,em Laval, pelas 06h30. A chegada à Missãode Santa Cruz, em Montreal, está previstapara as 14h00. L P

Page 3: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 33 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

A LusaQ TV versus comunidade

Não tem sido fácil o projeto LusaQ TV, que assumimosvai para três anos. Questões financeiras, por falta de apoio publi-citário, têm sido o nosso maior problema, como sempre acontecede resto com qualquer projeto de envergadura. Quando, do nossoponto de vista, tudo poderia ser menos complicado se houvessemais colaboração da parte de quem tem condições naturais para oajudar. Mas, por falta de interesse, de visão, ou outros, a verdadeé que temos feito das «tripas coração» para aguentar o barco ao ci-mo da água... E nessa safra contamos com algumas (muito poucas)colaborações. Sem elas, claro que já nos tínhamos afundado.

O programa LusaQ TV continua no ar, apesar das dificulda-des, porque somos teimosos, porque temos uma equipa compe-tente e dedicada, porque somos um homem de comunidade, eporque não gostamos de começar um projeto e deixá-lo cair ameio. Mas, nestas circunstâncias, a que preço? Valerá, depois dedito isto, a pena continuar?

Telefonema de JolietteVale a pena continuar porque o programa é acarinhado pelas

pessoas da comunidade, que não se fazem rogadas em nos pararna rua para dizer o quanto gostam do que faz e apresenta a LusaQTV. Dos programas e dos colaboradores, alguns deles merecendorasgados elogios, seja pela facilidade com que lidam com a pressãode estarem diante das câmaras, seja pela qualidade dos assuntostrazidos a público. Neste domínio, pese embora haver aqui e alialgo a melhorar, a verdade é que estamos (moderadamente) satis-feitos.

Essa satisfação vem, acima de tudo, como aliás já deixámosdito, da força que nos dá o público que nos segue cada semana.Como faz fé, ainda há poucos dias, um telefonema que recebemosde Joliette, uma cidade na região de Lanaudière – a mais de 100 kmde Montreal, no interior centro do Quebeque.

Com efeito, Joaquim Nunes, homem já reformado e a vivernaquela cidade por força de um segundo casamento foi quem nosligou. «Cheguei a ser casado com uma açoriana – por ele ser docontinente e saber das nossas origens – e agora vivo aqui, de res-to muito feliz, com a minha mulher quebequense, natural destaregião», haveria ele de nos dizer logo antes de acrescentar que«Gosto muito do vosso programa. Tem bons colaboradores.Aquela rapariga é sua filha...».

Esta conversa telefónica com o senhor Joaquim Nunes, quepassou de surpresa para um diálogo mais amplo, acabou por ver-sar sobre as suas origens, a sua vinda para o Canadá, a sua família,o seu trabalho, e agora a sua reforma. Todas estas questões, prome-temos ao nosso compatriota, que ficariam somente entre nós.

Já a terminar, Joaquim Nunes ainda nos acrescentaria que vêtodos os dias a televisão portuguesa – a RTP –, porque agora temmuito tempo disponível. Também nos disse que tem pena que aLusaQ TV tenha deixado de apresentar a telenovela «Pai à força»;e que se tivesse uma sugestão a fazer era que a LusaQ TV passassea apresentar um episódio semanal de uma qualquer telenovela,fosse ela portuguesa ou brasileira. Dissemo-lo, naturalmente, quenas condições atuais isso seria inviável, com muita pena nossa,claro.

Eis porque é que apesar das dificuldades financeiras por quepassa a LusaQ TV, continuamos a dar vida a este projeto televisivovirado, totalmente, para o entretenimento da comunidade.

Norberto Aguiar, produtorL P

Gala dos Artistas

Com lucros para o Teleton das crianças...• Por Anália NARCISO

Foi na cave da Igreja Saint-Enfant-Jésusque teve lugar, sábado, dia 20 de fevereiro, aGala dos Artistas da comunidade, numa pro-moção que serviu para angariar fundos paraentregar ao Teleton das Crianças.

Com apenas três quartos da sala, espera-se que isto não queira dizer que este tipo defesta esteja para já esgotado, quando se sabeque – é o que dizem os seus organizadores – opecúlio angariado reverte a favor das criançasmontrealenses. A festa foi muito agradável deseguir, pelo leque de artistas presentes, algunsdos melhores que temos, mas também pelaaderência do público, que primeiro esperou queos fadistas, e ainda foram bastantes, atuassemcom dignidade, isto é, com a sala silenciosatanto quanto dentro do limite do possível e,depois, já com os cantores em palco, a interpre-tarem músicas próprias para a dança, não se fi-zeram rogados, subindo para a pista com muitaalegria e boa disposição. Essa faceta da noite,sempre a mais esperada por quem vem a estetipo de festa, haveria de continuar constanteaté tarde, já de madrugada...

O serão começou, como já dissemos, coma atuação dos fadistas. Pelo palco passaram, sefocarmos apenas os mais salientes, Marta Ra-poso, Jason Coroa, Suzi Silva e a reputada Jor-delina Benfeito. Duas foram as interpretaçõesdestinadas a cada fadista, isto, claro, por umaquestão de economia de tempo...

Depois de um intervalo para que a organi-zação e os apresentadores pudessem recuperarforças, digamos assim, a segunda vaga de artis-tas começou logo a desfilar. Vieram algunscantores conhecidos, como sejam os casos deJúlio Lourenço, Jimmy Faria, Jomeni, FernandoPereira e Eddy Sousa, que ainda fez parte da or-ganização e também atuou, juntamente comViviana Lourenço, como mestre de cerimónia.

De propósito, guardámos para um parágrafo à parte as atuaçõesde Marisa Medeiros e Sabrina Maçaroco, duas jovens que vimos pelaprimeira vez em palco. De ambas, o que podemos dizer é que têmexcelentes vozes, nada devendo, neste particular aspeto, às melhoresartistas da comunidade.

Numa noite de festa popular que ainda contou com um jantar, asoirée haveria de terminar com a brilhante atuação de Sara Franco.Antes, porém, subiriam ao palco Arlindo Andrade e Enio Rebolo,dois artistas vindos da comunidade portuguesa da Nova Inglaterra,nos Estados Unidos.

Como DJ da noite esteve o jovem Alex Moreira.

Muitos foram os artistas que participaram na Gala dos Artistas.Na foto de cima, os fadistas; na foto de baixo, os cantorespopulares. Fotos LusoPresse.

L P

Page 4: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 43 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Onésimo Teotónio Almeida• Jules Nadeau• António da Silva Cordeiro• Anália Narciso• Lélia Pereira Nunes

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 21h00 às 22h00• Sábado: 11h00 ao meio-dia(Ver informações: páginas 5 e 16)

www.os50anos.com A nossa gente de 1963-2013

75 Napoléon | Montréal [email protected] | 514 282-9976

Silva, Langelier & Pereira s e g u r o s g e r a i s

O poder absoluto!• Por Osvaldo CABRAL

Há duas profissões neste país e nesta região que devemos re-comendar vivamente aos nossos filhos e netos: político e banqueiro.

Os primeiros, quando estão no poder durante muitos anos, numaespécie de monarquia absolutista, julgam-se iluminados por um domdivino que lhes dá autoridade para ocuparem tudo à nossa volta, entran-do impetuosamente pelas nossas casas adentro, pelos nossos empregosadentro e até pela igreja adentro.

Os segundos são outra casta soberana, possuidores do histórico“Direito Divino dos Reis”, protegidos pelos primeiros.

São os únicos à face da terra onde lhes é permitido falirem bancossem que nada lhes aconteça, sem antes terem embolsado avultadas dis-tribuições de dividendos, para depois os primeiros virem ao nossobolso para resgatar as asneiras dos segundos.

A indiferente benevolência dos açorianos vai permitindo que tudo se-ja possível na política regional, num estranho cenário onde as chamadaselites do conhecimento estão anestesiadas e a intelectualidade açoriana épraticamente inexistente, passiva na reflexão crítica e no debate cívico.

O caso do Conselho de Ilha de S. Miguel é apenas uma leve carica-tura do poder absoluto, muito semelhante ao que vimos há vinte anosquando o PSD estava no poder.

Os tiques são exactamente iguais.A história só se repete porque os mais jovens não se recordam

desse poder absoluto de duas décadas, caso contrário aprenderiam al-guma coisa com a História.

Jorge Rita quer ser Presidente do Conselho de Ilha de S. Miguel,para despolitizar o órgão, mas tem um problema: é um cidadão comum,descomprometido com a política, calça botas de cano para andar naspastagens, lida com muita gente iletrada, logo não tem o tal dom paraocupar lugares que estão destinados aos iluminados do aparelho.

Para ocupar altos cargos, como a presidência do Conselho deIlha, era preciso que Jorge Rita fosse Presidente de uma autarquia, Pro-vedor da Santa Casa, Presidente da Associação de Municípios, Presidenteda concelhia do partido e – não menos importante – assinar a ficha...

Um cidadão que não tem na linhagem esta constelação de Plêiadese este frenesim de atividade atrás de atividade, não possui talento parapresidir a nada nesta região.

Para que é que um jovem há-de estudar advocacia, para depois seembrenhar na burocracia da justiça criada pelos políticos?

Mais vale ocupar um lugar político, lustrar publicamente o chefe,levar para casa uma folha remuneratória rechonchuda, de preferênciaacumulada com muitas alcavalas, e não ter mais chatices neste pobremundo da cidadania.

Para que é que um jovem há-de estudar medicina, para depois ema-ranhar-se entre medidas de gestão desastrosas no setor da saúde, imple-mentadas por um qualquer gestor político?

Então não é mais talentoso e rendoso ser-se político, atribuir porajuste direto contratos a uma empresa de comunicações e informáticapara fornecimento de equipamento e serviços aos hospitais e proteçãocivil, e, depois, quando estiver farto da política, ir pedir emprego à mes-ma empresa e instalar-se com um bom ordenado na cadeira de gestorprivado?

Este talento não é para qualquer um.Se lá fora temos políticos que andaram a vender empresas públicas

aos privados, e quando saíram do pelouro foram contratados, por 30mil euros por mês, para andarem à procura de novos donos para umbanco, porque razão não devemos copiar, à nossa dimensão, esta talen-tosa arte de ocupar cargos em todo o lado?

Estar em todo o lado é uma virtude só reservada a políticos. Não estádisponível para meros cidadãos sem o dom da omnipresença em rede.

Uma carrinha particular, de um simples cristão, deve dar boleia àImagem Peregrina de Fátima para percorrer a ilha?

Claro que não!A bênção só pode estar reservada a uma carrinha do governo, que

ostente o emblema do estado regional, para que toda a gente saiba queesta abençoada comunhão entre instituições seculares – Igreja e Política– não pode estar ao alcance celestial de qualquer um.

Assim vai a política no burgo do Ámen a tudo e bola baixa nestaambição de pretender ocupar cargos ou espaços que possam colocarem causa a via-sacra açoriana.

Depois admiram-se que os cidadãos digam, esmagadoramente,que não confiam em políticos, nem tão pouco em banqueiros.

Morre WALTER FERNANDO PIAZZA,o Historiador de Santa Catarina

Santa Catarina está de luto. Despediu-se na última quarta-feira, 10 de fevereiro, doemérito Professor e Historiador Walter Fer-nando Piazza, a maior referência no estudo daHistória de Santa Catarina – “A ocupação doterritório”, “Contributo do Povoamento Aço-riano e Madeirense”, “A Imigração do SéculoXIX”, “A Cultura Catarinense e o seu Patrimô-nio”, são alguns dos muitos temas a que se dedicou, ao longo de sua vi-da acadêmica, como professor e profundo pesquisador. Sem sombrade dúvida, um dos historiadores mais completos e que mais publicousobre a História do Estado.

Morre aos 91 anos, deixando uma vultosa obra com algumas cen-tenas de títulos, entre livros, resenhas e artigos em revistas científicas,publicadas no Brasil e no exterior, especialmente em Portugal (Açorese Madeira) – regiões com quem sempre manteve intenso e profícuo in-tercâmbio acadêmico. Cita-se, à guisa de exemplo, a obra “A EpopéiaAçórico-Madeirense, 1748-1756” (Ed. Lunardelli, 1992), uma leituraobrigatória nas duas margens atlânticas seja pelos estudantes da escolasecundária e das universidades, seja por todos aqueles que desejam co-nhecer a grande aventura dos ilhéus açorianos e madeirenses na conquistado Novo Mundo por terras do Sul do Brasil. Mais do que tudo, há emcada página um testemunho do seu entusiasmo e imenso amor às ilhasaçorianas, berço de seus ancestrais terceirenses, da freguesia da Agualva,Manuel Jacques e sua mulher Dona Catarina de São José, falecidos nodistrito da Lagoa da Conceição, Ilha de Santa Catarina, em fins do sécu-lo XVIII. O “casal açoriano” deu origem a linhagem dos Boiteux, fa-mília de grande influência na vida cultural e política do Estado. Comoreiteradamente afirmava Piazza: “sou fruto de uma organização familiardedicada à história de Santa Catarina”.

Natural de Nova Trento (1925), aos 22 anos muda-se para Floria-nópolis e dali se fez ouvir até o dia de sua morte por toda Santa Catarina.Seu valioso legado está nos livros, na palavra, nos alunos e uma geraçãode historiadores contemporâneos.

A Educação, a Cultura, a História de Santa Catarina devem muitoao Historiador e Mestre Walter Piazza. Coube a ele a introdução da ca-deira de História de Santa Catarina na Universidade Federal de Santa Ca-tarina (1973).

Professor Walter Piazza, doutor em Ciências Humanas e professorde História do Brasil na UFSC, presidiu o Conselho Estadual de Educaçãoe o de Cultura. Membro da Academia Catarinense de Letras, Cadeira 31,Sócio Emérito do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina/IHGSC (sendo seu Presidente por vários mandatos) e de inúmerasInstituições congêneres do Brasil. Foi o único historiador de Santa Ca-tarina, até os dias de hoje, admitido como Sócio Emérito, no InstitutoHistórico Brasileiro (IHB). Também pertencia ao Instituto Cultural dePonta Delgada e ao Instituto Histórico da Ilha Terceira. Walter Piazzavisitou os Açores em 1984, tendo sido professor visitante da UAC noabrigo de Convênio de Intercâmbio assinado entre a UFSC e a UAC.

Neste mar de aproximações entre Santa Catarina e Açores, iniciadosna década de 80, com a vinda do Professor Machado Pires, então Rei-tor da UAC, em março de 1984, o Professor Walter Piazza é, ao lado deOsvaldo Ferreira de Melo, um dos pilares desta nova fase de relaciona-mento entre “Açores-Santa Catarina”, fortalecendo laços históricos euma Identidade cultural perdida no tempo e que muito dignifica a gentecatarinense. Raízes perdidas e (re)encontradas, graças à persistência e acompetência investigativa do historiador Walter Fernando Piazza.

A historiografia catarinense que teve nos irmãos José Artur Boiteuxe Lucas Alexandre Boiteux a sua maior representatividade, encontra emWalter Fernando Piazza a expressão dos novos rumos da pesquisa his-tórica, do estudo e do ensino das Ciências Sociais e da História, numuniverso onde tudo se encontra no simples “teclar”.

Devo à Walter Fernando Piazza, mestre e amigo, o incentivo aoestudo da cultura açoriana e da sua manifestação em terras catarinenses.Por suas mãos descobri os Açores e sua gente. Simplesmente, me apai-xonei e fiquei.

Meu respeito e minha admiração. Minha saudade,Lélia Pereira Nunes(*) da Academia Catarinense de Letrasdo Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina

L PL P

Page 5: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 53 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Feliz Natala todos!

Page 6: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 63 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Campanha Eleitoral AmericanaHillary Clinton em linha reta para a Convenção e nomeação

• Por António DA SILVA CORDEIRO*

A morte inesperada de Antonin Scalia,Juiz do Supremo Tribunal de Justiça, tornou-se subitamente um grande acontecimento polí-tico de suma importância. Acontecimento tãosério que, em menos de uma hora foi politizadopelo leader da maioria republicana do Senado,Mitch McConnell, de Kentucky, ao anunciarque “esta vaga não deveria ser preenchida antesde haver um novo Presidente”. Há que ouvir opovo americano. Ao contrário desta declaraçãopolítica apoiada automaticamente por todosos senadores e candidatos republicanos, o Pre-sidente Obama tem a obrigação constitucionale o precedente histórico de nomear um candida-to para preencher a vaga de um gigante da juris-prudência americana. A história americanamostra que, em 13 ocasiões – devido a morte,aposentação ou demissão – vagas do SupremoTribunal foram preenchidas quer quando haviamaiorias no Senado do mesmo partido querda oposição. Sem dúvida Obama vai escolheralguém que os Republicanos razoáveis poderi-am aprovar, mas razoabilidade não é uma quali-dade do presente senado. Duvido que permitamuma votação. Triste. Muito se falou do ho-mem, pai e jurista Antonin Scalia que entrouna história da jurisprudência americana comoconservador, nativista, originalista, que apenasaceitou a Constituição como foi escrita há maisde 200 anos, sendo a única atualização possíveluma emenda constitucional, processo dificíli-mo. É pena que a intenção do Senado seja so-mente humilhar o Presidente e quem for no-meado por ele para o Supremo Tribunal deJustiça. A política de obstrução está para conti-nuar até ao fim.

Caucus Democrata em NevadaNo passado dia 20 de fevereiro, Hillary

Clinton ganhou confortavelmente no estadode Nevada, quebrando o ímpeto que BernieSanders trazia da vitória confortável em NewHampshire. Em Las Vegas, os sindicatos (uni-ons) dos casinos e, fora de Las Vegas, as comu-nidades hispânicas e negras votaram em massana antiga Secretária de Estado, provando queela poderia recuperar da derrota de New Ham-pshire, onde Sanders jogava em casa. Os De-mocratas estão a ter um problema que podeser sério na campanha presidencial: o afluxoàs Primárias e aos caucuses tem sido relativa-mente baixo. É de notar que os Republicanose, principalmente Donald Trump, apoderaram-se da técnica inexcedível de Obama, que o fezganhar as últimas duas eleições presidenciais –a corrida às urnas da juventude abaixo dos 30anos.

No discurso de vitória, a Senhora Clintonafirmou que “os americanos têm razão paraestarem zangados (angry), mas também esta-mos famintos (hungry) de soluções reais” –usando um interessante jogo de palavras pos-sível em inglês. Clinton ganhou bem entrehispânicos e afro-americanos; Sanders estevemelhor entre jovens e adultos brancos, o quesignifica que terá dificuldades na Carolina doSul e na Super-Terça-feira.

Primária Republicana na Carolina doSul

Enquanto os Democratas se batiam emNevada, os Republicanos lutavam na Carolinado Sul. Donald Trump venceu com facilidade,enquanto os outros candidatos se preparavampara o duro trabalho dos caucuses de Nevada eda Super-Terça-feira. Houve pressão para queas figuras importantes do partido declarassemo seu apoio a Marco Rubio, segundo lugar naCarolina do Sul (afirmou que “a noite passadafoi o verdadeiro princípio das reais primáriasrepublicanas”) e visto como a possível alterna-tiva a Trump. Ted Cruz, por seu lado, diz queele foi o único que derrotou Trump em Iowa.Donald é tido como favorito em Nevada –não esquecer que ele tem um Trump Casinoem Las Vegas e sabe utilizar como ninguémos media a seu favor, principalmente a TV.

Um candidato republicano necessita de1237 delegados para ser nomeado candidatopresidencial na primeira votação da Convençãodo seu partido. Depois da Carolina do Sul,Trump tem cerca de 65 delegados. Nenhumoutro candidato tem mais do que uma dúzia.Há pressão do establishment do partido paraque personalidades republicanas adiantem oseu endosso a favor de Rubio - principalmenteMitt Romney e Jeb Bush, que suspendeu a suacampanha depois de conseguir apenas o quartolugar na Carolina do Sul. Não é de crer que Jebapoie Rubio tão cedo – as dores das ofensasmútuas ainda não desapareceram. Por seu tur-no, Romney não se decide porque espera quetalvez o impossível possa acontecer: Trumpchegar à Convenção com menos de 1237 dele-gados, o que forçaria a uma segunda votaçãona Convenção, permitindo-lhe assim oferecer-se como candidato. Os dois sobreviventes, BenCarson (não se sabe porquê, continua) e JohnKasich não têm hipóteses. O Governador doOhio, que poderá derrotar Trump no seu esta-do, não tem hipótese a não ser numa conven-ção brokered. John Kasich continua a ser o re-publicano mais sensato e moderado, mas pa-rece não poder ir mais longe do que um quartolugar. É um candidato que não vinga no partidorepublicano de hoje.

Depois desta eleição e da desistência deJeb Bush, houve uma corrida aos generososdoadores a fim de os convencer a apoiar econo-micamente Marco Rubio. A maioria deles estáa respirar fundo por algum tempo e a ver o queacontece na Super-Terça-feira. Por seu lado, oestablishment republicano está seriamente pre-ocupado por duas razões: os candidatos so-breviventes esperam que Trump caia por si –não o atacam; uma vitória de Trump podesignificar uma derrota na corrida à Casa Brancae uma diminuição grande na maioria de que osrepublicanos gozam presentemente no Con-gresso. Não esquecer que em novembro a Casados Representantes e um terço do Senado tam-bém vão a votos.

Caucus Republicano de NevadaDonald Trump conseguiu a terceira vitória

consecutiva em Nevada a caminho de 1 de mar-ço, Super-Terça-feira, em que haverá Primáriase caucuses em mais de 10 estados. Na Terça-feira, 23 de fevereiro, Trump ganhou em Ne-vada com uma diferença de 22% sobre MarcoRubio e Ted Cruz, que agora tem que tentarganhar algum dos estados grandes na Super-Terça-feira, 1 de março. A burocracia repu-bli-

cana está cada vez mais preocupada com oavanço de Trump. Nenhuma das fações – repu-blicanos, evangélicos, Tea Party, Latinos, etc.– mesmo unidas, consegue dominar e controlarTrump. Os concorrentes que ainda sobrevivemnão se unem para atacar e parar o bilionário dadianteira. Os dois últimos, Ben Carson e JohnKasich, só roubam votos a Rubio e a Cruz.Há algumas sugestões que ajudariam a vencerTrump. Uma seria os bilionários doadores re-publicanos poderem juntar-se para salvar opartido de um homem que é visto por eles co-mo uma catástrofe. Outra alternativa, emboradifícil, seria depois de 1 de março haver apenasum adversário. O problema é como e quemescolhe esse único opositor de Trump. Os de-bates têm sido desastrosos para Trump, mas ogrande número de candidatos tem-no favore-cido. Este número já devia ter sido reduzido.Se nos estados grandes, com número elevadode delegados, os concorrentes conseguirem vi-tórias nos seus respetivos estados – Cruz noTexas, Rubio na Florida, e Hasich no Ohio –ele ficaria altamente enfraquecido. O pior inimi-go de Trump é ele próprio – o seu destemperoe incompetência. Um erro grosseiro dele pode-ria ser o fim. Mas o partido continua a esperar.Poderá acontecer mais tarde ou mais cedo; outalvez em novembro, o que já será tarde.

Décimo Debate RepublicanoFinalmente no último debate antes de 1

de março, Marco Rubio e Ted Cruz decidiramnão se destruir mutuamente, mas atacar Trumpe conseguiram-no com resultados positivos.Ted Cruz atacou-o intelectualmente. Marco Ru-bio usou ferocidade e a mesma técnica usadapor Chris Christie que o humilhou no debateanterior. Rubio usou uma ladainha decoradadas infrações de Trump: ele contratou imigran-tes ilegais para muitas das suas obras; as açõeslegais contra ele pela falsa Universidade Trump,que durou 10 anos e não produziu nada; as vá-rias declarações de bancarrota legal ligadas aele; “se construir o muro na fronteira com oMéxico como construiu as Trump Towers, usa-rá imigrantes ilegais para o construir”. Rubiochamou-o mentiroso várias vezes – pareciaum miúdo zangado. Talvez tenha sido tarde,mas finalmente atacaram-no dura e direta-mente. Marco Rubio fez o que Chris Christielhe fez, mas é de notar que o resultado acaboupor ser contrário a Christie e favorável aos so-breviventes. Marco Rubio foi longe e receberáo pago, mas os dois conseguiram pôr em dúvi-da o apregoado conservadorismo de Trumpque, por várias vezes, estava mais vermelhoque um tomate. Os dois pediram repetidamentepormenores – como será feito isto e aquilo – eTrump respondia com insultos e fanfarronices,porque não tem detalhes nem programas.

Foi pena os moderadores não controla-rem a ordem do debate que atingiu confusãoabsoluta e, por vezes, mais parecia uma brigade feira. Pena que a distribuição do tempo nãotenha dado mais lugar a John Kasich e a BenCarson.

Última HoraSábado, 27 de fevereiro, na Carolina do

Sul, Hillary Clinton teve uma vitória definitivae retumbante sobre Bernie Sanders. Osnúmeros são melhores do que os de Barack

Obama em 2008 e 2012. Clinton está numalinha reta para a Convenção e nomeação.

Whiting , New Jersey* Texto escrito antes da Super-Terça-feira.

L P

GRANDE PERDA PARA A NOSSA DIÁSPORA

Morreu Heitor de Sousa

O Presidente do Governo dos Aço-res manifestou “profundo pesar” pelo faleci-mento de Heitor Sousa, que considerouser ”um grande Açoriano que prestigiou a suaterra nos Estados Unidos da América, comum trabalho cívico e cultural de grande relevo”.

“O nome de Heitor Sousa ficará, indelevel-mente, associado às Grandes Festas do DivinoEspírito Santo da Nova Inglaterra, que se afir-maram, ao longo do tempo, como uma dasmaiores manifestações e celebrações de Aço-rianidade na Diáspora”, salientou Vasco Cor-deiro.

“A dimensão que Heitor Sousa atingiu naDiáspora Açoriana resulta, julgo não ser exa-gero dizê-lo, da sua devoção. Devoção ao Di-vino Espírito Santo, é certo, mas devoção nãomenos intensa aos seus Açores, terra semprepresente nas suas conversas e nas suas referên-cias,” acrescentou.

Heitor Sousa, segundo o Presidente doGoverno, deixa, assim, um “legado de promo-ção dos valores e das tradições açorianas naDiáspora”, o qual foi, muito justamente, reco-nhecido pela Região Autónoma dos Açorescom a atribuição, em 2013, da Insígnia Auto-nómica de Reconhecimento.

Heitor Miguel Medeiros Sousa nas-ceu em Rabo de Peixe a 8 de maio de 1938.

Entre as muitas funções de índole despor-tiva, cívica e política que desempenhou, desta-cam-se a fundação e coordenação das GrandesFestas do Divino Espírito Santo da Nova In-glaterra – celebração que reúne milhares de emi-grantes açorianos de vários pontos do mundo–, e a criação e coordenação do Festival de Ban-das de Música.

Além de ser Comendador da Ordem deMérito e da Ordem do Infante D. Henrique,foi distinguido com a Medalha de Mérito dasComunidades Portuguesas e a Medalha da Câ-mara dos Representantes do Estado de Massa-chusetts.

Amigo nossoÉ com pena que recebemos a notícia da

morte deste Grande Senhor que foi Heitor deSousa, pessoa com quem privamos algumasvezes, nomeadamente em deslocações aos A-çores onde, juntos, fomos participar em confe-rências e/ou colóquios. Por outro lado, nãoraras vezes fomos contactados para dar algu-mas informações de cariz comunitário montre-alense com vista a possíveis participações degrupos da comunidade nas Grandes Festas doDivino Espírito Santo, em Fall River, a maiormanifestação religiosa fora dos Açores.

À Família enlutada endereçamos os nos-sos mais sentidos pêsames.

N A

Page 7: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 73 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Page 8: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 83 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

No Clube Portugal de MontrealLusoPresse volta a Homenagear

a Mulher da Comunidade

REDAÇÃO – O LusoPresse organiza este ano o seu16° Dia da Mulher. O formato, que tem vindo ao longo dosanos a beneficiar das mais diferentes formas, consta de uma no-va vaga de homenagens a mais mulheres comunitárias, no segui-mento do que aconteceu no ano passado, quando o LusoPresse,nos seus 15 anos de vida, quis honrar 15 das mulheres mais pro-eminentes da nossa comunidade.

E porque em 2015 ficaram de fora muitas mulheres com tra-balho feito na comunidade, nada melhor do que alargar este anoo leque de homenageadas de maneira a sermos o menos elitistaspossíveis...

A curiosidade maior para este ano resulta do facto que serãoas 15 homenageadas de 2015 a fazerem a escolha das 15 mulheresa galardoar este ano. São 15 e mais uma, porque agora o LusoPres-se organiza o seu 16° Dia da Mulher. Assim sendo, a décima sex-ta mulher a escolher caberá ao LusoPresse.

Quem e como se escolheEm 2015 foram homenageadas Luísa Querido, Odete Cláu-

dio, Adelaide Vilela, Jacinta Amâncio, Paula de Vasconcelos,Alexandra Mendes, Maria Fernanda Oliveira, Sílvia Garcia, AnaMaria Rodrigues, Isabel dos Santos, Julie Pereira, Helena Loureiro,Clementina Santos, Cristina Paulino e Meghan Benfeito. Agorasão estas mulheres que têm a responsabilidade de sugerir um no-me, e que esse nome tenha alcance comunitário pela sua obra, deforma que o LusoPresse possa analisar a justeza da escolha. Seassim for, a etapa seguinte termina com a nomeação das 15 mu-lheres – mais uma da responsabilidade do LusoPresse – para afesta do dia 2 de abril, a levar a efeito nas instalações do ClubePortugal de Montreal.

A festa em siNa festa do sábado dia 2 de abril, haverá um período de cer-

ca de uma hora para honrar as nomeadas, seguido do respetivojantar, servido pela direção do Clube, e muita música para dançarao som das melodias românticas do cantor comunitário JúlioLourenço.

Para que não hajam nenhumas dúvidas, informamos quecaso haja lucro no decorrer desta promoção que se quer alegre eamistosa, ele será encaminhado para apoio ao programa televisivoLusaQ TV, irmão gémeo do jornal LusoPresse.

Outras informações:Os bilhetes para a festa Homenagem/espetáculo do 16°

Dia da Mulher do LusoPresse estarão à venda a partir deste fimde semana. O contacto é ligar para os números de telefone (514)835-7199 e/ou (450) 628-0125. O custo de cada bilhete é de 50dólares.

16° Dia da Mulher do LusoPresseDia 2 de abril, às 19h00Clube Portugal de Montreal4397, boulevard St-Laurent – Montreal(514) 844-1406(514) 835-7199 (Norberto Aguiar)(514) 575-4721 (Ludmila Aguiar). L P

Encontro com o Doutor Christian Boukaram

O Poder Anticancro das Emoções• Entrevista conduzida por Carlos DE JESUS

Por ocasião da publicação da versãoportuguesa do seu livro “Le pouvoir anticancerdes émotions”, a equipa da LusaQ TV e doLusoPresse encontrou-se com o autor, Dr.Christian Boukaram, oncologista, investiga-dor, chefe do departamento de Radiocirurgiado Hospital Maisonneuve-Rosemont e tam-bém professor de Medicina na Universidadede Montreal.

O livro em Portugal foi publicado pelaeditora “Nascente” com o título “O poderAnticancro das Emoções”. O Dr. Boukaramé também um dos fundadores e grande impul-sionador da fundação CROIRE que dá um apo-io psicológico e social aos pacientes e seus fa-miliares para quem a palavra “cancro” é pros-crita.

De origem arménia, o Dr. Boukaram nas-ceu no Líbano e veio ainda jovem para Mon-treal com a família para fugirem à guerra civilque assolava aquele país nos anos 90. Inicial-mente pensava seguir uma carreira musical, masacabou por estudar a Medicina com especia-lização nas áreas da Física Nuclear e da Neuro-psicologia. Poliglota, pratica o que se podechamar a etno-oncologia, isto é, associa aostratamentos a componente cultural e religiosados pacientes.

Atendendo à grande profusão de livrosde autocura milagrosa que inundam as nossaslivrarias – é sobejamente conhecido quantoos pacientes estão prontos a acreditar em todas

Para além de médico,Christian Boukaram tam-bém é músico.

as receitas e em todos os cu-randeiros – perguntamos aoautor como é que lhe surgiu aideia deste livro.

“A palavra «cancro» ins-pira medo, ansiedade e deses-

pero, afetando uma em cada duas pessoas emalguma fase da sua vida.

Após acompanhar de perto os meus paci-entes ao longo de vários anos pude comprovara importância de um equilíbrio perfeito entre asaúde emocional, a saúde espiritual e a saúdefísica no combate ao cancro.”

“Muitas vezes – adiantou – cheguei à con-clusão que alguns dos meus pacientes, às escon-didas, tomavam outros ‘remédios’ das chama-das medicinas alternativas. Isto é uma situaçãoque pode prejudicar a saúde do paciente poisque alguns medicamentos ‘naturais’ podem en-trar em conflito com os medicamentos da me-dicina oficial”.

“Depois de todos estes anos de práticacheguei à conclusão que a medicina ‘oficial’ só

por si não chega. Hásempre uma compo-nente psicológica,cultural ou até reli-giosa que podem faci-litar ou prejudicar otratamento. Cheguei,pois, à conclusão, queera preciso olhar parao doente no seu glo-bal e não apenas paraa doença.”

Foi assim, inspi-rado por aquilo que jáse faz em vários ou-tros países, particular-mente nos EstadosUnidos, ou até pela o-bra do Dr. David Ser-van-Schreiber que se

dedicou também à cura do cancro sem descurar os aspetos psicológicos,sociais e culturais que o Dr. Christian Boukaram resolveu colaborar nafundação CROIRE que, no Hospital Maisonneuve-Rosemont procuracontrolar o stresse da doença por atividades lúdicas e musicais.

Por conseguinte, não descurando a importância dos tratamentosconvencionais, o autor defende que aqueles que gerem bem as suasemoções melhoram o seu bem-estar e fortalecem as suas defesas na-turais.

O autor sugere, assim, métodos e conselhos práticos para que assuas emoções, a sua espiritualidade e o seu corpo estejam em harmonia. L P

Cabernet Sauvignon - Pinot Noir MerlotChardonnay - Sauvignon Blanc - Icewine - PortMais de 40 variedades, em brancos, tintos e rosés.

1265 Boul. O’Brien Ville St-Laurent - H4L-3W1 -514-747-3533La Place du Vin

A maior loja de vinhos do Canadá - * ver pormenores na loja

Aberto de terça-feira a sábado. Encerrado ao domingo e segunda-feira.

Your

$4.00*

Merlot$3.50

*$3.00

*

38 anos Import

Votre

Vinho Vinho

Page 9: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 93 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

MUSEU DE TORONTO QUER RECONHECER...

CHEGADA DE PORTUGUESES À AMÉRICA ANTES DE COLOMBO

TORONTO, Ontário - O Real Cana-dian Portuguese Historical Museum, em To-ronto, pretende reconhecer a presença portu-guesa na América do Norte dezanove anosantes da chegada de Cristóvão Colombo aocontinente, anunciou a instituição.

“Sempre houve vestígios de que o navega-dor português João Vaz Corte-Real esteve noCanadá em 1422, dezanove anos antes da che-gada de Cristóvão Colombo à América do Nor-te”, afirmou Suzy Soares, a presidente do RealCanadian Portuguese Historial Museum(RCPHM, sigla em inglês).

Alguns historiadores canadianos continu-am, nos dias de hoje, a ter algumas dúvidas deque o antigo capitão-donatário de Angra doHeroísmo (Açores) tenha estado onde hojese localiza o Canadá, antes de 1492, mas emPortugal, para muitos estudiosos “é um dadoadquirido”, juntando agora os vários pontosde vista e provar de que João Vaz Corte-Real“passou realmente pelo Canadá antes de Co-lombo”.

“Todos sabem da existência da Pedra deDighton, localizada em Berkley, Massachusetts(Estados Unidos), e que tem palavras escritasque só podem ser em português. No entantoa história é muito complexa, pois há semprevárias versões dos acontecimentos”, subli-nhou.

Suzy Soares estabelece como objetivo domuseu ir à procura de mais provas e “reco-nhecer a descoberta da América” pelo navega-dor português João Vaz Corte-Real.

O Real Canadian Portuguese Historical Mu-seum está a comemorar o 30.º aniversário, e nodia 5 de março, pelas 18:30 vai homenagear ‘JoãoVaz Corte-Real’ durante um jantar de gala.

No evento estará em exposição uma ré-plica de uma caravela com três metros de com-primento, utilizada pelo navegador na viagematé ao Canadá, e será apresentado ainda umbusto de Corte-Real.

O primeiro-tenente Nuno Gonçalves daMarinha Portuguesa, chefe de investigação dodepartamento do Museologia, vai abordar apresença portuguesa no Canadá.

Já o realizador Rui Bela apresenta o docu-mentário ‘Memórias do Mar’.

O evento terá também o objetivo de “an-gariar apoio financeiro para dar continuidadeao trabalho do museu”, que tem dado destaqueà presença portuguesa na história do país.

A denominação da região e mar do Labra-dor no Canadá é em homenagem ao navegadorportuguês João Fernandes Lavrador que em1498, juntamente com Pedro Barcelos, explo-rou aquela região.

Mathieu da Costa, provavelmente filhode pai português e mãe africana, foi o primeiroafrodescendente de que há registo no Canadá

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.htmlTel. 514 577-5150 – [email protected]

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

L P

(1600) e o português Pedro da Silva, foi o pri-meiro carteiro no Canadá (1673).

Joe Silvey (1853) um pioneiro na coloni-zação da costa oeste do Canadá, um exemplode miscigenação, porque tomou duas índiascomo esposas, é outra das referências portu-guesas em terras deste grande país.

Calcula-se que existam no Canadá cercade 550 mil portugueses e lusodescendentes,estando a grande maioria localizada naprovíncia do Ontário.

Publicidade:514-835-7199

Page 10: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 103 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Tel.: (514) 928-5221 (514) 354-62407130, Beaubien Est,Anjou - (Qc) H1M 1B2

Manuel EstevesAgent immobilier affilié

St-Michel - 9229-9231, 16ème Avenue, St-Mi-chel – Duplex por 405.000$.

2131-2135 – Triplex, no Plateau (boulevardSt-Joseph Est).

Plateau - 3711-3715, Avenue de l’Hôtel-de-Ville – Tri-plex por 900.000$.

Plateau - 3675, Avenue de l’Hôtel-de-Ville –Duplex por 550.000$.

Grenfield Park - 75, rue Morley – Bunga-low. Preço: 288.000$

Rosemont - 7128-7130, 14ème Avenue –Duplex. Preço : 449 000$.

Plateau - 3772-3782, rue de Bullion – Sextu-plex por 1 059.000$.

Mercier - 8310, rue Baillargé – Septuplex.Rendimento : 49 170$.

St-Michel - 7957-7961, Avenue de Lorimier –Triplex. Preço : 499.000$.

Ahuntsic - 9615, Avenue Papineau, #313. Pre-ço : 236.132$ + TPS/TVQ.

St-Léonard - 6763, rue d’Avila, quintuplex,com garagem dupla. Preço: 799.000$.

Vendido

NA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DO CANADÁ

«POKER NIGHT» BEM CONSEGUIDO• Por Norberto AGUIAR

O Luís Timóteo, conhecido treina-dor de futebol juvenil na comunidade, já orga-niza esta noite de poker na Associação Portu-guesa do Canadá há três anos a esta parte. Esegundo o que sabemos, esta promoção temvindo a crescer de nível ano após ano, commais participação popular, de portugueses, mastambém de muitos outros jogadores e jogado-ras de outras origens, sobretudo de gregos eitalianos, como o jornalista pode testemunhar.

Em anos anteriores, a equipa do Luís Ti-móteo contava, para além dos habituais cola-boradores, com a presença de Simão Mendes,agora a viver em Portugal onde, segundo nosinformaram, estará seguindo um curso de trei-nador de futebol. Desta vez, aquele importanteelemento foi substituído pelo Tony Carvalho,um jovem empresário de sucesso e que muitorecentemente se associou ao Luís Timóteo.

Assim sendo, ambos puseram mãos a esteterceiro «Poker nigth» e fizeram dele um êxitomuito engraçado. Para além disso, que saiba-mos, eles inovaram desta vez com a realizaçãode um antecipado jantar-volante de grande qua-lidade, onde se podia comer de tudo, da galinhaao peixe, passando pela bela feijoada, tudo pre-parado na perfeição pelas gentes da Associa-ção, já com marca feita, diga-se em abono daverdade, nos jantares das sextas-feiras da Asso-ciação. Para quem quisesse, e pudesse, a fartura

era desmedida... Não admira por isso que a«sala baixa» da Associação, chamemo-la assim,estivesse plena de gente para jantar, com algunse algumas a entrarem já no decorrer do repasto,revezando-se. Não contámos, mas houve paracima da centena de convivas que aproveitoupara degustar o belo jantar.

«Profissionais e amadores»Ainda alguns davam as últimas garfadas

ou tomavam os últimos golos de cerveja ouvinho, não importa, e já os organizadores da-vam sinal de que a sessão de poker ia começarna «sala alta» da Associação. E como estáva-mos ali para assistir «ao jogo», também subi-mos a meia dúzia de escadas que medeiam umasala da outra.

À entrada foi-nos pedido o bilhete de jo-gador da soirée pelas duas jovens sentadas àmesa da porta da sala. Nesse instante, o Luís

Timóteo veio em nosso socorro: – Não, estesenhor não é jogador. Ele vem para assistircomo jornalista. Com a Anália a meu lado, en-trámos e logo fomos buscar duas cadeiras paranos sentarmos à espera do «apito do árbitro»para começo da jogatana da noite.

A sala estava bem organizada. Dez eramas mesas dispostas nas laterais. Uma ao centro.O resto do espaço dava para as pessoas passa-rem de uma parte a outra sem empecilhos. Obar, agora restaurado, tinha um voluntário, pro-vavelmente um dirigente da Associação paraservir quem tivesse sede pela noite dentro. Epode dizer-se que sem ser espetacular, o movi-mento no bar se intensificou. E ainda bem,pois estes organismos, devido às despesas quetêm, precisam de recursos financeiros... Aindaao centro, por sobre o palco, um grande reló-gio, que daria o tom de cada partida...

As cartas rolam...Dada a voz de comando, não sem que o

coordenador da noite fizesse o ponto da si-tuação de como tudo se desenrolaria, os joga-dores debruçaram-se sobre as mesas de pokerà procura do prémio taluda, avaliado em 800dólares.

Evidentemente que a maioria das pessoasque ali estava era para se divertir, para ver atéque ponto os 20 ou 30 dólares postos de ladoas levaria no decorrer da noite... Uns dar-se-iam por satisfeitos se conseguissem aguentarmeia hora à mesa. Outros uma hora, e assimsucessivamente. Sensação inesperada foi paraaqueles e aquelas que logo começaram por ga-nhar alguns «jetons» mas que tão depressa seviram sem «tostão»...

Entretanto, é justo dizer que as mesas,desta vez e ao contrário do primeiro ano, em

Momento em que os finalistas se preparam para o «assalto» final. Foto LusoPresse.

Page 11: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 113 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

AAAAARLINDORLINDORLINDORLINDORLINDO V V V V VELOSAELOSAELOSAELOSAELOSAAgente imobiliário «agréé»HONESTIDADE • EFICIÊNCIA • SERVIÇO ASSEGURADO Para vender ou avaliar

a sua propriedade, chame-me!Steve Velosa

TELEM.: 770-6200 770-6200 770-6200 770-6200 770-6200RESID.: 272-2431 272-2431 272-2431 272-2431 272-2431ESCRI.: 272-2432 272-2432 272-2432 272-2432 272-2432

7170, boul. Saint-Laurent

Chomedey, Laval – 3541, rue Charles Daoust –Belíssimo condomínio, com 2 quartos de dormir,estacionamento privado, 900 pés quadrados,janelas novas, sala de banho toda feita de novo.Boa relação qualidade preço. 167.000$.

Villeray – 8455, Henri-Julien – Soberbo condo-mínio, com 2950 pés quadrados, cozinha e subsolocompletamente renovados, 4CC, garagem + 3lugares para estacionamento. 595.000$.

Villeray – 2610, rue Jean-Talon Est – Duplexsemicomercial, com garagem, dois quartos e meioe um espaço para escritório. Está bem situado, a50 metros do metro de Iberville. Está semprealugado. 429.000$

St-Michel – 9181, rue Iberville – Belíssimo duplexcom garagem e grande «bachelor». O rés-do-chãoe o «bachelor» foram renovados em 2014. temgrande quintal nas traseiras. 419.000$.

Le Plateau – 4227, rue Rivard – Soberbo «cottage»renovado, com estacionamento, situado no cora-ção do Plateau Mont-Royal. Muitas renovaçõesforam feitas. Grande quintal. Privado. 539.000$.

Petite Patrie – 6380-6384, rue St-André – Triplexbem situado, com estacionamento, a dois passosda rue St-Hubert e do metro Beaubien. O Subsolotem altura máxima. O rés-do-chão está renovado.Excelente simbiose entre a qualidade e o preço.429.000$.

Lasalle – 174, Avenue Stirling – Belíssima «cotta-ge», completamente renovada (interior e exterior),terreno de 5 000 pés quadrados. O lugar é tranquilo,perto do Canal Lachine e a 5 minutos do comboioque liga ao centro da cidade de Montreal. 429.000$

Montreal-Nord – Magnífico «cottage» destacado,com muito espaço e muito bem cuidado. O subsoloestá acabado e tem 3 lugares para estacionamento.É perto do rio, escola secundária privada (MarieClarac), em lugar agradável. O terreno é de 4 800pés quadrados. 290.000$.

que estivemos presentes como repórter da Lu-saQ TV, elas estavam completas e completasficaram até ao momento do tudo ou nada dosempre imprevisível momento da eliminação...De 10 mesas, duas não foram utilizadas desdeo princípio, com o tempo elas foram ficandodespidas, pois os seus melhores jogadores fo-ram se juntando de mesa em mesa, até apuraros 10 melhores jogadores da noite, de forma areuni-los na mesa de todas as decisões.

Roberto Amaral, o vencedorSob a direção do croupier de origem portu-

guesa Sérgio Linhares, que haveria de se revezarcom um outro companheiro, a mesa dos 10melhores jogadores foi, também a seu tempo,ficando reduzida, até ficarem somente três joga-

O quarteto organizador. Foto LusoPresse.

dores, dois deles (Vítor Carneiro e RobertoAmaral) já com cartaz na comunidade, segundoa opinião de quem os conhece.

Verdade se diga que desde o início do certa-me e quando andávamos de mesa em mesa pa-ra apreciar quem jogava e como se jogava, aque-les dois elementos logo nos chamaram a aten-ção, por terem mais facilidade, digamos assim,no arriscar das apostas.

No final da competição, que se tem de di-zer decorreu muito bem, porque todos os pre-sentes se respeitaram, é também verdade, tínha-mos a sensação de que o vencedor só poderiasair do duo Roberto Amaral e Vítor Carneiro.No entanto, entre os dois, a nossa aposta incli-nava-se mais para este último, o grande anima-dor da noite na maior parte do tempo.

Afinal, acabou por ser vencedor RobertoAmaral, que nos momentos finais melhor sou-be arriscar nas suas apostas, deixando os seusdois adversários longe do seu palmarés... Alémdisso, Alexandre Remelgado, o mais jovem dostrês jogadores, que estava a dar grande réplicaaos seus antagonistas ao ponto de se crer nasala que podia vencer a contenda, cometeu umerro imperdoável em momento decisivo quelogo lhe valeu cair para o terceiro lugar...

Mas, pelos vistos, os três jogadores acaba-ram por respeitar a ordem classificativa finalmesmo se os prémios tinham significativa dife-renciação, mormente em relação ao primeirolugar, sortido de um cheque de 800 dólaresquando o segundo levou 400$ e o terceiro300$.

Refira-se que houve prémios até ao déci-mo lugar, mas não em numerário.

Esta sessão do «Poker nigth» de sábadopassado na Associação Portuguesa do Canadá,que por sinal gostámos de ver muita animadade gente, e organizada por uma equipa chefiada

19, av. QueenPointe-Claire (Québec)H9R 4E8

Norberto MartinsCell: 514 809-5333Tél: 514 630-3434

Fax: 514 630-8424email: [email protected]

Entrepreneur en maçonnerie générale

RÉSIDENTIEL COMMERCIALINDUSTRIEL

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

Clínica Dentária Christophe-Colomb

Dentista

por Luís Timóteo eTony Carvalho, ter-minou com os pon-teiros do relógio a as-sinalar as duas horasda madrugada...

Finalmente, umafrase para dizer que todoeste trabalho teve, e tem,a ver com a criação daAcademia de Futebolposta de pé recente-mente pelos nossosjovens compatriotasLuís Timóteo, TonyCarvalho e seus cola-boradores. L P

Publicidade:514-835-7199

Page 12: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 123 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

LUSO-DESCENDENTES

TREINOS DE CAPTAÇÃO

30 e 31 JULHO 2016 - LISBOA

PRESENÇA DE OLHEIROS DOS CLUBES PROFISSIONAIS

SONHAS JOGAR NUM CLUBE

GRANDE?

AGARRA ESTA OPORTUNIDADE!

INSCRIÇÕES LIMITADAS!

ATLETAS NASCIDOS EM 1998 / 1999 / 2000 / 2001

2002 / 2003 / 2004 / 2005

2006 / 2007

MAIS INFORMAÇÕES WWW.SCOUT.COM.PT

[email protected]

00351 964440150

SITE

E-MAIL

TELEMÓVEL

FUTEBOL PARA ATLETAS

A NOVA IMAGEM DA SATA• Por Osvaldo CABRAL

ASATA Internacional tocou a fina-dos no passado fim de semana com o anúncio,nos EUA, da nova Azores Airlines e da vonta-de de disponibilizar mais 50 mil lugares para arota de Bóston.

Fez bem a administração da empresa emapresentar a nova imagem junto da nossa comu-nidade, que tem sido bastante sacrificada comuma política de tarifas pouco realista e comum serviço de duvidosa qualidade, onde nãofaltam queixas e lamentações de muitos dosaçorianos ali radicados.

Esta aproximação e este contacto maisafetivo com a diáspora é sinónimo de ventosde mudança, a que certamente não é alheia asensibilidade do novo presidente da compa-nhia.

A necessidade de uma maior aposta nestemercado era coisa que toda a gente via a olhonu, menos a anterior administração da SATA.

Mas esta aposta não se faz apenas comuma mudança de nome.

Já nem se põe em causa o gosto pelo de-senho do cachalote com rabo verde, o que le-vou a empresa a atribuir a conceção da novaimagem a uma agência de comunicação que é amesma que fez a desastrosa campanha eleitoral

do PS de AntónioCosta (quem foi o in-termediário? qual foio critério? foi porconcurso público oupor ajuste direto? equanto custou?), ouse faz sentido ummembro do governoapresentar a novaimagem de uma com-panhia aérea, quando

não se vê isto em mais lado nenhum do mundo,nem mesmo aqui ao lado com a TAP...

Não bastam discursos e profissões de fé.A nova imagem faz-se com novas ofertas

de qualidade, como muito bem salientou o Pre-sidente da SATA, desde logo com tarifas maisrealistas, mais conforto nos aviões, melhortratamento no serviço prestado aos emigrantese mais respeito por uma comunidade que de-veria beneficiar das mesmas condições que osaçorianos aqui residentes.

Estas últimas condições estão bem enca-minhadas, com a aquisição do novo aviãoA330, e com a nova política de proximidadeimplementada pelo novo representante dacompanhia em Fall River, provando que háquadros da empresa que são muito melhoresdo que a maioria dos administradores.

Falta agora o resto.

E o resto tem a ver com a revisão do tari-fário – até porque agora vai ter a concorrênciada TAP em Bóston, perdendo o mercado doscontinentais – e com uma maior coordenaçãona sede da companhia, evitando erros operaci-onais, como aconteceu nos últimos dois ve-rões, originando atrasos inconcebíveis e cance-lamentos inexplicáveis na rota das Américas.

A presença da TAP em Bóston até podeser benéfica, espevitando o Grupo SATA parainovar neste destino e olhar com outros olhosum mercado tão mal trabalhado e tão despre-zado nos últimos anos, com inúmeras asneirasprotagonizadas pela anterior administração etutela.

Basta, apenas, ter mais sentido empresa-rial.

E menos ingerência política. •••

ELOGIO AO ENTENDIMENTO – Quando dois políticos, de partidos diferentes,se entendem, é meio caminho andado paratermos o paraíso na terra.

A cimeira entre os governos dos Açorese da Madeira, que permitiu desbloquear umadesavença tonta de vários anos, já começa adar frutos.

O entendimento entre os responsáveisda Saúde, de ambos os governos, é uma decisãoque se saúda e representa um excelente exemplode como é possível os dois arquipélagos, uni-dos nas suas ambições, apesar das diferençaspolíticas, irem mais longe na nossa caminhadaautonómica.

A deslocação do Secretário Regional dasPescas à Madeira, com um grupo de cientistase empresários, já tinha sido uma aragem frescanas relações políticas entre os dois arquipé-lagos.

É uma das melhores notícias dos últimosanos.

•••O FIM DA LAVOURA? – O cenário

pós-quotas é desolador, em todos os sentidos.Ninguém se preparou devidamente e a in-

tervenção do Ministro da Agricultura duranteo encontro sobre o Congresso do Milho, emPonta Delgada, foi um desastre.

O leite pesa mais de 70% no mundo danossa agropecuária, que por sua vez já repre-senta quase metade da nossa economia.

E não vale a pena atirar mais dinheiro pa-

A SATA moderniza-se. Este é o primeiro de dois aviões A330 que a companhia aço-riana acaba de comprar.

ra cima do problema, porque não resolve ofundo da questão.

Ao não tratar, com o devido tempo, osproblemas que agora estão a entrar pela portadentro, onde até se pratica dumping com leitede outros países europeus, os Açores vão so-frer nos próximos tempos uma grave crise naabsorção de empregos e na criação de riquezaneste setor em decadência.

Poderá não ser o fim da lavoura, mas nun-ca mais será como dantes.

Tudo porque não se acordou a tempo. L P

Escolas de Arcos de ValdevezAAAAA Câmara Municipal aprovou recentemente

a celebração do protocolo de parceria entre o Municípioe a ABAE-Eco-Escolas para 2015/2016 relativamenteao projeto nacional Eco-Escolas. Através deste proto-colo a Câmara Municipal irá apoiar as escolas inscritasno desenvolvimento de diversas iniciativas, entre asquais a produção, distribuição e envio de materiais,possibilidade de participação nos subprojectos, for-mação creditada e não creditada, apoio técnico pedagó-gico e custos inerentes à atribuição do Galardão, nome-adamente produção de bandeiras e certificados, organi-zação do Dia das bandeiras verdes, etc.

De referir que o Eco-Escolas é um programa inter-nacional da “Foundation for Environmental Educa-tion”, desenvolvido em Portugal desde 1996 pelaABAE, que pretende encorajar ações e reconhecer otrabalho de qualidade desenvolvido pela escola, no âm-bito da Educação Ambiental para a Sustentabilidade.

Para Receber a Bandeira Verde a escola tem de de-monstrar ter seguido a metodologia dos 7 passos, no-meadamente o Conselho Eco-Escolas, a AuditoriaAmbiental, o Plano de Ação, o Trabalho Curricular, aMonitorização e Avaliação, o Envolvimento da Comu-nidade e o Eco-Código.

Tem ainda de concretizar pelo menos 2/3 do seuplano de ação e realizar atividades no âmbito dos temas-base (água, resíduos e energia) e de pelo menos umdos temas do ano (2015-16: agricultura biológica, mar,mobilidade sustentável, alimentação saudável e sus-tentável).

O plano de ação é desenhado por cada escola e de-verá tomar em conta a Agenda de prioridades de ação/in-tervenção decidida pelo Conselho Eco-Escolas. Em pa-ralelo as escolas são desafiadas a participar em diversossubprojectos que procuram (in)formar, aprofundar e pre-miar o trabalho no âmbito de temáticas espe-cíficas. L P

Page 13: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 133 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Em Água de Pau, na Lagoa...

A impressionante procissão de Nossa Senhora dos Anjos• Por Jules NADEAU, enviado especial do LusoPresse

ÁGUA DE PAU, Lagoa – Não melembro de ter sido testemunha duma devoçãoreligiosa tão fervorosa no Quebeque. A de Á-gua de Pau é ao mesmo tempo impressionantee gigantesca. Numa vila de pouco mais de 3000 pessoas, todos os anos, tanta participaçãoe tanta energia!

A festa de Nossa Senhora dos Anjos de-senrola-se debaixo do olhar admirativo de mi-lhares de testemunhas vindas de todo o lado,incluindo da diáspora. Uma manifestação defé reunindo pessoas de todas as idades numapequena comunidade de tradição marítima eagrícola. Um rito secular duma importânciaespecial em 2015. Ano de Ação de Graças.

Este género de procissão açoriana não

me era completamente desconhecido pois játinha assistido à de Nossa Senhora do Rosário.Foi há oito anos e, depois de várias reporta-gens, descubro que tais reuniões são quase o-brigatórias duma terra para outra. Como sehouvesse competição duma paróquia para aoutra. O padre João Furtado falou-me da suaparóquia, como um evento «extraordinário, asegunda maior festa micaelense, a seguir à doSenhor Santo Cristo dos Milagres», em PontaDelgada, de esclarecer o homem de cabelosbrancos.

O tapete de flores debaixo de um dro-ne

Cerca das 18 horas, ao chegar à localidadesituada na margem sul, a vista sobre as telhasocres das casas brancas era soberba. Um cam-po de tabaco ao lado de um raro secador. Duasdamas estavam ocupadas a espalhar no chãoas hortênsias para fazer o «tapete de honra».Uma forma de arte transmitida de geração emgeração. Coisa engraçada, ao mesmo tempoque dois técnicos se ocupavam de teleguiar umacâmara aparafusada a um drone que se passeavapor cima das suas cabeças. Era a primeira vezque via uma tal gravação. Contraste entre otradicional e o moderno.

Na rua principal, rua Trindade, era precisoempurrar para se aproximar do cortejo. Feliz-mente, perto da farmácia, as «bandas filarmó-nicas» guiavam-nos pelo som para nos indicaronde estava o desfile do 15 de agosto. Umamultidão densa de Pauenses de cada lado da es-treita rua comercial. Homens, mulheres e crian-ças. De sete a setenta e sete anos. Além disto,os turistas, reconhecíveis pelas máquinas foto-gráficas.

Como no Rosário em 2007, os organis-mos das diferentes freguesias estavam clara-mente identificados pelos seus estandartes ebandeirolas. Fraternidade Rural. Liga do Espí-rito Santo. Grupo Coral. Os notáveis de fatoescuro e outros em uniforme de escuteiros,

empregados públicos ou de organismos religi-osos. Resumindo, todas as «forças vivas» dolugar.

Os valorosos caminhantesOlhando de mais perto, estamos em face

de infatigáveis participantes. As tubas e osbombos são visivelmente muito pesados e,sob o efeito do sol, há risco de uma desidrata-ção rápida. Mais esmagador ainda, as estátuasdos santos necessitam por vezes até uma de-zena de homens robustos para a longa marcha.Com a necessidade de se substituírem de tem-pos a tempos.

Cerca das 19 horas, penduro o cartão deimprensa ao pescoço e tento uma grande saída.«Sou jornalista do Canadá. Posso subir para asua varanda para fotografar melhor?». O ho-mem à porta do rés-do-chão ocupa-se dumapessoa idosa numa cadeira de rodas. «É um ca-nadiano que quer subir», grita à proprietáriado primeiro andar. «Está bem!», grita-lhe ela.Subo a correr os degraus duma escada escura(passo pela cozinha muito limpa e pelo quarto)para acabar no camarote de primeira classe de-corado com a bandeira papal amarela e branca.Uma pessoa idosa que aí se encontra e umamulher a quem mal tive tempo de agradecerpuseram-me à vontade «You are welcome!»

(«Seja bem-vindo!»).

O aro litúrgicoEstou maravilhosamente bem situado pa-

ra observar a estátua vestida de azul e cor-de-rosa avançando entre duas filas de fiéis. A seguiré o momento solene. De cima, posso ver Nos-sa Senhora meter o braço direito num aro doqual pendem festões de notas de banco e flores.Dons dos Pauenses à fábrica da paróquia. Umaoperação delicada efetuada com precisão pelosportadores de honra.

Rebentam os aplausos. As peças piroté-cnicas surgem no branco do céu. Do alto domeu posto de observação posso aperceber-memelhor da imensa inscrição no flanco da colina:«Festas N. S. dos Anjos». Ainda mais alto, apare-ce uma grande cruz assim como a capela maiselevada da vila que tem o nome de Nossa Senho-ra de Monte Santo (mais tarde vim a saber quehouve aí uma aparição como em Fátima).

Com que comparar esta procissão reli-giosa? Há uma aproximação possível com asprocissões de antigamente do 24 de junho noQuebeque. Aliás, descubro um bonito SãoJoão Batista duma dezena de anos com os cabe-los encaracolados como um cordeiro. O meni-no traz nos braços um cordeiro branco depeluche. Cajado na mão e calçado de sandálias.

Caras conhecidasDigno de menção, sobretudo surpreen-

dente, na multidão reconheço alguns amigos.Numa varanda com a inscrição «Parabéns, VilaÁgua de Pau» o erudito da cultura local, RobertoMedeiros, fotografa também tudo o que pode(é o etno-historiador que me explicará as apari-ções de 1918). A pequena família de Portugue-ses de Laval sentada ao meu lado no voo daSATA 4326 reconhece-me e trocamos algumasimpressões. Como não há duas sem três, maistarde, debaixo dos últimos raios de sol, vindosde Sainte-Thérèse, é o Armando Melo, verea-dor, e a sua esposa Filomena que me pedempara os fotografar diante da fachada brilhante-mente iluminada do santuário.

Entre os convidados de honra vemos a pre-sidente da Câmara Municipal de Lagoa. Sorridente,Cristina Calixto Decq Mota acompanha o vigárioda diocese, o padre cónego Hélder Fonseca Men-des, assim como o padre João Furtado. Eles rendemhomenagem à «Majestosa Rainha dos Anjos» co-mo lhe chama uma jornalista local. Os seus porta-dores fazem-na entrar no local do culto. Outraproeza física! No interior, para a ocasião solene, aluz é intensa. Um verdadeiro dia de festa! Aos olhosde um estrangeiro, isto faz lembrar a missa da noitede Natal.

Câmara de Lagoa...Embeleza Largo Lionístico

Estão concluídos os trabalhos de ajar-dinamento e embelezamento do Espaço deDivulgação Lionística, na Urbanização doPombal, da cidade de Lagoa. Um trabalho quea Câmara Municipal de Lagoa entregou a umaempresa especializada com o objetivo de me-lhorar e embelezar aquele espaço verde, locali-zado por detrás da Unidade de Saúde de Lagoa.

Para além daquele espaço estar, neste mo-mento, ajardinado incluindo uma diversidadede espécies botânicas, a intervenção tambémprocurou valorizar aquela zona, por via de umamelhor integração paisagística dos elementosde pedra ali existentes e ilustrativos da atividadelionística, o que mereceu o elogio e o reconhe-cimento da direção do Lions Clube de Lagoa,entendida por estes «como um gesto de apreçoe de grande consideração para com a maiorinstituição de serviço de voluntariado da Lagoa,valorizando assim aquele espaço, que é um lugarde memória e de respeito, conferindo-lhe umaimagem de jardim que enriquece aquela zonacitadina».

Refira-se que, neste espaço, foi recente-mente descerrada uma placa no âmbito dascomemorações municipais do Dia Mundial doServiço Lionístico, pela autarca lagoense, Cris-tina Calisto Decq Mota, designando aquele es-paço de «Largo do Lionismo».

Nas ruas de Àgua de Pau, a procissão, com a presença de muitos fiéis. Foto JulesNadeau/LusoPresse.

Aqui assiste-se ao cortejo de oferendas. Foto LusoPresse.

L PL P

Page 14: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 143 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

VINTE EQUIPAS...Cont. da pág 15

e, porque não, o Whitecaps de Vancouver.Na Zona Este, para além do Toronto FC,

há o Nova Iorque City, com as vedetas Villa,Lampart e Pirlo. Esta equipa, este ano mais ro-dada, poderá fazer das suas. A dúvida vem doseu treinador, o cabo-verdiano-francês PatrickVieira, que deixou as reservas do ManchesterCity para pegar nesta equipa, sua irmã gémea,pois pertence, em parte, ao mesmo proprietá-rio. Há ainda a equipa do Orlando, onde Kakácontinuará a fazer das suas. Com ele está agrande vedeta canadiana, Cyle Larin, um jovemavançado que nos próximos anos vai dar muitoque falar. A terminar a pré-época, Orlando Citygoleou o Bahia do Brasil por 6-1! Recorde-seque neste clube está o português Rafael Ramos,um dos poucos portugueses com sucesso nes-ta liga. Já o seu colega Estrela, nascido em Ango-la, mas com passagens pelas seleções jovensportuguesas, acaba de ser dispensado.

Outra equipa que na temporada passadadeu nas vistas apesar do seu jovem plantel eque gostaríamos de ver ao mesmo nível, sepossível chegando-se ainda mais acima, é oNova Iorque Red Bull, que ganhou o Campeo-nato mas, na Taça, prova rainha da liga, viu-seeliminada nas meias-finais de zona pelo Co-lumbus Crew. Particularmente interessantes fo-ram as vitórias sobre o Benfica (2-1) e a goleada(4-2) que infligiu ao Chelsea de José Mourinhono verão passado mesmo se alinhou com assegundas escolhas.

DC United, a segunda equipa mais vito-riosa da MLS, só atrás da La Galaxy, e o Revolu-tion da Nova Inglaterra, de quem gostamosparticularmente, continuam a prometer mas anão dar quase nada. No caso do Revolution,que há dois anos perdeu a final para a La Gala-xy, continua a somar finais perdidas, mas comum ano de 2015 para esquecer.

Pontapé de saídaJogos das equipas canadianas para domin-

go, na disputa da primeira jornada:Em Vancouver, às 17h30, com jogo a ser

transmitido pelo canal TSN, defrontam-seWhitecaps x Impacto.

Já o Toronto FC bate-se contra o NovaIorque Red Bull, em Nova Jersey, também do-mingo, às 13h30.

EDITORIAL...Cont. da pág 1

No valor de 360 mil eurosCâmara Apoios a 12 FREGUESIAS

A Câmara Municipal aprovou recentemente protocolos decooperação com diversas freguesias do concelho para que estas possamrealizar benfeitorias em varias artérias das localidades, no valor total decerca de 360 mil euros, em média 30 mil euros para cada uma.

As Juntas de Freguesia são parceiras da Câmara Municipal no pro-cesso de desenvolvimento de uma melhor qualidade de vida dos arcuen-ses e do concelho.

Para a Câmara Municipal a aprovação destes protocolos é deverasimportante para o avanço e progresso das Freguesias, pois ficam criadasas condições para executar as obras necessárias nas localidades.

Esta é, assim, uma forma de em conjunto e cooperação, tanto Mu-nicípio como Juntas de Freguesia, trabalharem em prol do bem-estardos seus munícipes.

Foram aprovados protocolos com a União de Freguesias de Távora(Santa Maria) e Távora (S. Vicente) para levar a cabo o “Alargamento eRequalificação da Rua da Veiga” e a “Requalificação do Caminho deBaixo”; com a Junta de Freguesia de Miranda, para realização das obrasde “Alargamento do Caminho da Armada em Casal Senim”; e, “Pavi-mentação do Caminho no Lugar da Regueira”; com a Junta de Freguesiade Soajo, para proceder a obras de beneficiação e pavimentação dos ca-minhos de “Beneficiação e Pavimentação do Caminho da Travessa daCosta Velha”, “Beneficiação e Pavimentação do Caminho no Lugar deAdrão”, “Beneficiação e Pavimentação do Caminho de Bairros”, Bene-ficiação e Pavimentação do Caminho do Coladro – Paradela”, e “Pavi-mentação de Caminho no Lugar da Várzea”; com a Junta de Freguesiade Rio de Moinhos, para a execução das obras de “Beneficiação e Pavi-mentação da Ligação dos Lugares de Cem e Reboreda e dos CaminhosPousada II e Pedregais II”; com a União de Freguesias de Portela e Ex-tremo para a realização de obras no “Caminho das Covas” e “Pavimen-tação do Parque da Igreja, com a União de Freguesias de Padreiro (Sal-vador) e Padreiro (Santa Cristina), para apoiar o seu plano de obras, pa-ra o ano de 2016, com a União de Freguesias de Arcos de Valdevez (Sal-vador), Vila Fonche e Parada, para apoiar obras que aquela Junta pretendelevar a efeito em diversos caminhos da União de Freguesias; com a Fre-guesia de Rio Frio, para levar a efeito obras de beneficiações de várioscaminhos; com a Junta de Freguesia de Monte Redondo, para levar aefeito obras de beneficiação da sede da Junta de Freguesia e arranjos ex-teriores; com a União de Freguesias de Eiras e Mei, para levar a efeitosobras de beneficiação em vários caminhos, com a Freguesia de Cendufe,para levar a efeito obras de pavimentação e alargamento do acesso aolugar da Fábrica, obras de beneficiação da sede da Junta de Freguesia,para obras de “Reconstrução do sistema de drenagem de águas pluviaisdo Caminho de Soutelo”, bem como com Freguesia de Aguiã, para arealização das obras do Caminho no lugar de Cerdeira, do Caminho nolugar de Pinhô, e Caminho no lugar de Penedinhos.

do interesse de todos os quebequenses e todosos canadianos que esta empresa consiga o su-cesso esperado e para tal é preciso insistir napromoção da superioridade tecnológica desteaparelho.

Se os líderes da Oposição tivessem real-mente a peito os interesses do país e de todosos trabalhadores que dependem do sucesso da“C-Séries” não andavam a apregoar por todasas tribunas públicas que o governo fez ummau investimento neste avião.

Isto equivale a dizer que o governo apos-tou num cavalo coxo. Como é que querem queos estrangeiros se interessem por este novoaparelho se os próprios dirigentes do Quebe-que não se cansam de o denegrir?

Conclusão, a partidarite aguda está prontaa afundar o barco se isso ajudar a levar a águaao seu moinho.

É triste, mas é verdade. O partido acimado país!

L P

AMRAA garante comparticipaçõesdo PITER “Grupo Central”

No âmbito do Programa Integrado Turístico de Natu-reza Estruturante “Grupo Central”, em 2007, foi aprovado peloTurismo de Portugal a concessão de um incentivo de 1 679 833,07a vários projetos de investimento de municípios e do governoregional dos Açores, no âmbito de uma candidatura formalizadapela ART.

Serão seis projetos beneficiados pela comparticipação doreferido programa e que se encontrava em stand by em virtude dea avaliação final dos programas e das candidaturas se encontrarbloqueada. Roberto Silva, membro do Conselho de Adminis-tração de AMRAA e interlocutor da associação de municípiosdos Açores para esta temática, em reunião com o atual Governoda República, conseguiu desbloquear o processo e serão concre-tizadas as transferências em falta para as entidades promotorasde projetos no âmbito do PITER “Grupo Central”.

“Esta é uma situação que há muito carecia de uma resolução,de modo a não penalizar as entidades promotoras dos Açores ecujo processo tenho vindo a mediar ao longo dos últimos anos,mas sem qualquer resultado prático. As reuniões com o atual Go-verno da República revelaram-se profícuas e finalmente será repos-ta a justiça para com os Açores e para com as entidades promotorasde projetos alusivos ao PITER. Congratulo-me com a soluçãoencontrada e há muito esperada, ressalvando a atitude muito po-sitiva do Governo central resolvendo este assunto pendente hájá alguns anos” – revela o autarca das Lajes do Pico. L P

Escolas de Arcos de Valdevez...Integram projeto nacional Eco-Escolas

A Câmara Municipal aprovou recentemente a celebração doprotocolo de parceria entre o Município e a ABAE-Eco-Escolas para

2015/2016 relativamente ao projeto nacional Eco-Escolas. Atravésdeste protocolo a Câmara Municipal irá apoiar as escolas inscritas nodesenvolvimento de diversas iniciativas, entre as quais a produção, dis-tribuição e envio de materiais, possibilidade de participação nos subpro-jectos, formação creditada e não creditada, apoio técnico pedagógico ecustos inerentes à atribuição do Galardão, nomeadamente produção debandeiras e certificados, organização do Dia das bandeiras verdes, etc.

De referir que o Eco-Escolas é um programa internacional da“Foundation for Environmental Education”, desenvolvido em Portugaldesde 1996 pela ABAE, que pretende encorajar ações e reconhecer otrabalho de qualidade desenvolvido pela escola, no âmbito da EducaçãoAmbiental para a Sustentabilidade.

Para Receber a Bandeira Verde a escola tem de demonstrar ter se-guido a metodologia dos 7 passos, nomeadamente o Conselho Eco-Escolas, a Auditoria Ambiental, o Plano de Ação, o Trabalho Curricular,a Monitorização e Avaliação, o Envolvimento da Comunidade e oEco-Código.

Tem ainda de concretizar pelo menos 2/3 do seu plano de ação erealizar atividades no âmbito dos temas-base (água, resíduos e energia)e de pelo menos um dos temas do ano (2015-16: agricultura biológica,mar, mobilidade sustentável, alimentação saudável e sustentável).

O plano de ação é desenhado por cada escola e deverá tomar emconta a Agenda de prioridades de ação/intervenção decidida pelo Con-selho Eco-Escolas. Em paralelo as escolas são desafiadas a participarem diversos subprojectos que procuram (in)formar, aprofundar e pre-miar o trabalho no âmbito de temáticas específicas. L P

L P

Page 15: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 153 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Paolo’s Machines Expresso4603, boul. St-Laurent

Montréal (Québec)Canadá H2T 1R2

Tél.: (514) 849-7763Fax: (514) 849-5383

HORÁRIO:• De segunda a quarta-feira, das 9h00 às 18h00• Quinta e sexta-feira, das 9h00 às 21h00• Sábado, das 9h00 às 18h00

TENHA SOBRE A MESA UM BOM CAFÉ PAOLO!DISTRIBUÍDO POR PAOLO’S MACHINE EXPRESSO

CÁPSULAS COMPATÍVEIS NESPRESSO - BICAFÉS

NOVA ÉPOCA DA MAJOR LEAGUE SOCCER

VINTE EQUIPAS À PROCURA DE UM TÍTULO• Por Norberto AGUIAR

A nova época da Major League Soccerjá começa domingo, com a realização da pri-meira de uma competição que conta com 34jornadas, referentes, claro, à participação de 20equipas, 10 em cada zona, Este e Oeste. Será oúltimo ano que a Major League Soccer contarácom 20 clubes, pois em 2017 juntar-se-ão maisduas formações, o Atlanta United FC e o LosAngeles FC. Um ano depois, será a vez de sejuntar o Minnesota United FC, já para não fa-lar no clube de David Beckham, a nascer na ci-dade de Miami e que tem como prazo de entradana liga o ano de 2020.

É, está bem de ver, uma liga que está acrescer exponencialmente. E recordar que em1994, ano do Campeonato do Mundo nosEstados Unidos, esta liga era zero, emborahouvesse já planos para que surgisse, de restocomo garantia dada à FIFA, no rescaldo doMundial.

A MLS, para quem ainda não saiba, come-çou a sua atividade em 1996, ano do apareci-mento deste jornal. E começou com 10 equi-pas, pouco, como foi visto na altura, o quedeu azo a que logo se dissesse que esta liga nãoteria muito futuro. Afinal, 20 anos depois elaaí está de vento em popa, cheia de vitalidade ecom um futuro como nenhuma outra liga nomundo. Já aqui dissemos: que país está em con-dições de formar equipas altamente profissio-nalizadas em tão poucos anos, sobretudoquando nesse país há muitos outros desportosde primeiro plano? Só mesmo nos EstadosUnidos!

Como adepto de futebol, isto regozija-nos, sobretudo quando nos vem à ideia que,em 1975, quando aqui chegámos, o futebolera uma modalidade desportiva de terceira ouquarta ordem... Nunca nos cansaremos de di-zer, e prever, que o futebol nesta parte do mun-do ainda há de dar cartas à Europa...

Que época para o Impacto?O Impacto de Montreal entra este ano na

sua quarta temporada na MLS. E em três anos,dois o Impacto chegou à fase eliminatória defim de época. Muitas equipas, como por exem-plo o Toronto FC, com o dobro de anos nestaliga, não conseguiram sequer metade do quefizeram os montrealenses.

Em 2015, o Impacto realizou a sua melhorparticipação nesta importante divisão de fute-bol, a mais potente do continente norte-ameri-cano. Foi à final da Liga de Campeões da CON-CACAF, embora perdendo para o América, oclube mais popular do México, e chegou à se-gunda eliminatória de fim de temporada da Ma-jor League Soccer, onde foi eliminado pelo fi-nalista Columbus Crew. Uma carreira só man-chada pela perda do título de campeão do Cana-dá, ganho pelo seu rival Whitecaps de Vancou-ver.

Agora, para 2016, o Impacto é obrigadoa fazer melhor, isto sob pena de retroceder.Para já a equipa reteve os jogadores que queria,com Didier Drogba à cabeça, e reforçou-secom atletas de calibre, como seja o caso deOntivero, vindo do Galatasaray da Turquia de-pois de ter feito parte da sua formação no Real

Madrid.A maior incógnita estará na figura do trei-

nador, Mauro Biello, um homem cheio de qua-lidades humanas, mas estará vocacionado paraliderar um grupo de jogadores altamente pro-fissionalizados e cheios de vícios no decorrerde uma época inteira?

Se o Impacto começar a ganhar, comoaconteceu na parte final da época passada, podeser que Mauro Biello conquiste a confiança e orespeito dos seus subordinados. Mas se ospontos começarem a escassear, como vão elesreagir? Substituir um treinador por um deter-minado período de tempo, sobretudo quandonão há nada a perder, não é a mesma coisa queassumir uma equipa para orientar durante umatemporada inteira, longa e desgastante.

Oxalá que, para a equipa e para os adeptos,Mauro Biello seja o treinador certo para lideraro Impacto, isto na medida em que ele bem omerece, não fosse Biello um homem cheio dequalidades, merecedoras, por isso, de que tenhaêxito no seu trabalho.

Um campeonato sem favoritosAo invés do que acontece na quase totali-

dade dos países onde o futebol é rei e senhor,o campeonato da MLS não tem favoritos decla-rados à partida. Veja-se o caso do atual cam-peão, o Timbers de Portland. Trata-se de umaequipa de uma cidade pequena e sem grandesnomes internacionais. Mas forte do apoio deum público entusiasta e entusiasmante – o seuestádio de 21 mil pessoas está sempre repletode adeptos, tornando-se num dos estádiosmais espetaculares de toda a liga –, o Timbersganhou pela primeira vez a competição em2015, mandando às malvas as equipas La Gala-xy, da poderosa cidade de Los Angeles – a se-gunda cidade dos Estados Unidos, só batidapor Nova Iorque – e o Sounders de Seattle, avizinha rival, com a maior média de espetadorespor jogo – acima dos 40 mil! –, isto na ZonaOeste apenas.

É por isso que mesmo o Impacto, nestaliga, tem algumas hipóteses de chegar longena competição, agora que é uma formação commais traquejo, pois já conhece o terreno quepisa.

Não, não temos o Impacto como favoritoao título. Esse favoritismo ficará para outras

equipas, mesmo da zona Este, da qual faz parteo Impacto de Montreal. Uma delas, porquenão?, seria o Toronto FC, uma das organiza-ções mais ricas da MLS e que conta com umlote de belos jogadores. Consiga o Toronto

FC reforçar a sua defensiva e nada nos admira-ríamos que os torontoenses pudessem chegarlonge este ano. Para mais, como reforço dointeresse à volta da equipa, os dirigentes ver-melhos foram obrigados a aumentar a capacida-de do estádio, que passou dos 21 mil espetado-res em 2015 para um pouco mais dos 30 milatuais.

Outra equipa que nos parece muito equi-librada e por isso com possibilidades de darnas vistas é o Sporting Kansas City, que poracaso foi buscar o Nuno André Coelho à Tur-quia, ele que já jogou em clubes como o Portoe o Sporting... Outro reforço nesta formação,acaso as lesões o deixem em paz, é Justin Mapp,o jogador de melhor recorte técnico que jamaispassou pelo Impacto.

Mas as boas equipas na MLS abundam,razão porque é difícil fazer prognósticos. Jáfalámos na La Galaxy, que foi a Itália buscar oholandês do Milão Nigel de Jong e à Bélgicabuscar Jelle Van Damme (Standart de Liège),para juntar, vejam só, a Giovani dos Santos,Steven Gerrard, Robbie Keane, entre outroscraques. Já o Sounders, que adquiriu o prodígionorte-americano Jordan Morris, perdeu um dosseus melhores elementos, Obafemi Martins(China), que fazia uma dupla temida junta-mente com Dempsey, o capitão da Seleção dosEstados Unidos, continuará a ser tida em consi-deração. Mas há, nesta zona mais equipas comimenso potencial. Por exemplo, o Dallas FC

Depois de muita especulação, o grande Didier Drogba está de volta ao Impacto.

Cont. na Pág. 14...

Page 16: Editorial O PARTIDO Doutor Boukaram - N° 387lusopresse.com/2016/345/Textos corrigidos/WEB_Luso_Mars3.pdf · continentes, aliás como os holandeses, ... sa Senhora de Fátima, em

Página 163 de março de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e