editorial meu pequeno almanaque

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MEU PEQUENO ALMANAQUE Editora Memória Brasileira Ano IV N º 12 R$15,90 AS CAPAS DE DISCOS DA BOSSA NOVA AO TROPICALISMO 1

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Trabalho para o curso de Design - Programação Visual, disciplina Projeto de Programação Visual e Design da Informação.

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Page 1: Editorial Meu Pequeno Almanaque

MEU PEQUENO ALMANAQUE

Editora Memória Brasileira

Ano IV N º 12 R$15,90

AS CAPAS DE

DISCOS

DA BOSSA NOVA AO TROPICALISMO

1

Page 2: Editorial Meu Pequeno Almanaque

ERA UM BIQUINI DE BOLINHA AMARELINHO TÃOpequenininho

A primeira roupa de banho em forma de triângulo.

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Page 3: Editorial Meu Pequeno Almanaque

EDITORIAL

ESTAMOS AÍ

Dial

étic

adesIgn

U ma coletânea de informações sobre a Música Popular Brasileira, apresentando matérias de cantores

como Los Hermanos, Caetano Velozo, Mallú Magalhães, Marcelo Jeneci , Ana Cañas, Mutantes e músicas de outros cantores consagrados dessa memória tropical . Essa cultura carece de arquivos e ref lexões para a contemporaneidade que nos deparamos. Somos consumidos por uma “cultura de massa” a qual pouco recebe dedicação a memória nacional. Pretende-se aqui expor uma l inguagem que faça referência á elementos visuais produzidos por Designers preocupados não com a utopia e sim com a produção modernista, a partir de influências como a Bauhaus e a Escola de Ulm. Ainda, nesta edição apresentamos um pouco da essência do Tropicalismo e sua influência nas áreas de Design, sendo ele na moda, interiores ou produto. Resgatar uma trajetória vivenciada nos anos 60, com influência da Jovem Guarda e de propagandas vinculadas na época no meio musical .

MPB

Editora: Memória Brasileira Textos: Andreza J. Silveira e Thaís de Freitas Colaço Design Gráfico: Andreza J. Silveira, Laísa Fronza e Thaís de Freitas Colaço. Impressão: Master Cópias - Projeto Gráfico e Conceito: Mpb e Design Gráfico - Anúncio e Atendimento ao leitor: [email protected]

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Page 4: Editorial Meu Pequeno Almanaque

ÍNDICE

EDITORIAL 62 foto da capa 65 Meu refrão com: Los

Hermanos 67 Conta outra

CAETANO VELOZO 69 FOLHA DE PAPEL : SURGIMENTO DA MÚSICA

POPULAR BRASILEIRA 71 REDESCOBRIR MALLÚ MAGALHÃES, Marcelo Jeneci e

ANA CAÑAS 7263

Page 5: Editorial Meu Pequeno Almanaque

FOLHETIM: nando reis 74 LERO LERO 76 Anos

dourados: Jovem Guarda 78 LADO A / LADO B : oS MUTANTES 80 tiro de

letra 82 A VOZ DO VIOLÃO 84

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Page 6: Editorial Meu Pequeno Almanaque

das capas dos LPS (Rodrigues e Gavin, 2005), uma extensa coletânea que reproduz mais de seiscentas capas de LPS. Em ambosos volumes, Cesar Villela é citado como o grande capista da Bossa Nova. Sua atuação estáintimamente ligada à Elenco, uma gravadora que lançou discos dos principais nomes domovimento. Sem contar com educação formal na área do design, Cesar pode ser consideradoum modernista livre das normas do modernismo. As capas que o tornaram célebre seguem sempre um mesmo esquema compositivo: fundo branco, foto do artista em alto contraste preto, três bolinhas vermelhas e uma invenção gráfica, ou no título, ou em algum traço particular acrescentando a esse reduzido rol de elementos.

Se considerarmos a música como sendo a mais forte expressão da cultura brasileira, e sendo o disco um produto consumido

pelos mais diversos segmentos da população, o exame de suas capas cumpre papel privilegiado como fonte de reflexão sobre a produção e o consumo da linguagem visual. Ao longo dos anos 60, a indústria fonográfica de maior interesse para o design concentrou-se em três grandes eixos: a Bossa Nova – e, por extensão, a MPB -, o Tropicalismo e a Jovem Guarda. A Bossa Nova foi abordada no livro O design brasileiro antes do design, (Cardoso, 2005) no ensaio de Egeu Laus intitulado “Capas de discos: os primeiros anos”. Foi publicado também o livroBossa Nova e outras bossas – A arte e o design

AS CAPAS DE DISCOS DA BOSSA NOVA AO TROPICALISMO

FOTO DA CAPA

Fonte: http://www.movimento.com.br/blog/page/27/

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Page 7: Editorial Meu Pequeno Almanaque

No caso do disco Antonio CarlosJobim, o acréscimo consiste em uma pequena colagem de partituras no canto inferior direitoda capa; no caso de Nara, o impacto vem da maneira particular de grafar o nome da cantora. Dentre as seiscentas capas reproduzidas no livro Bossa Nova e outras bossas inclui-se uma produção pouco conhecida e de alta qualidade, como a dos designers Paulo Breves, Joselito e Tide Hellmeister. Na capa do disco Zimbo Trio Volume 2, podemos ver Tide começando a fazer as colagens que se tornariam a marca registrada de sua obra gráfica nas décadas seguintes. A gravadora Som Maior , por sua vez uma dezena de discos com capas assinadas por Gegraf (uma gráfica paulistana) que, por seu ineditismo , mereciam estudo á parte. No território da MPB, no qual despontaram na época nomes como Chico Buarque, Geraldo Vandré, Edu Lobo, Elis Regina e Milton Nascimento, não se percebe uma preocupação especial com a renovação da linguagem gráfica das capas dos discos. No entando, em alguns títulos, é curioso notar uma aproximção com a matriz modernista. Na concisão capa de Jânio de Freitas para a Opinião de Nara é nitida a influência das capas de Cesar Villela.Fonte: O design gráfico brasileiro ano 60, Chico de Melo, 2008 pág 40 -41

Fonte: http://martoni-formaeelenco.blogspot.com.br/2012/05/zimbo-trio-zimbo-trio-vol-2-1965.html

Fonte: http:// buziosbossablog.blogspot.com.br/2012/09/sambalanco-trio-1965.html

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Page 8: Editorial Meu Pequeno Almanaque

LO S H ER M A N O SMEU REFRÃO

O início e a repercussão

Marcelo Camelo e Rodrigo Barba, iniciam a formação de uma banda com letras falando de amor e peso de

hardcore. Bruno Medina inicialmente o saxofonista, torna-se o tecladista mais tarde. Rodrigo Amarante (vocais, guitarra e percussão) e Patrick Laplan (baixo) chegam a banda. Eles gravam, em 1997 seus primeiros materiais: as demos “Chora” e “Amor e Folia”.As demos repercutiram na cena underground do Rio de Janeiro e posteriormente em grandes festivais.

Fonte: http://aliterasom.com/?tag=re-trato

Assinam com a gravadora Abril Music e lançam seu primeiro CD homônimo ‘Los Hermanos’ em 1999. O álbum emplacou também uma indicação ao Grammy de 2000. Além do grande sucesso ‘Anna Júlia’.

Hiato

Em abril de 2007, a banda anunciou um recesso por tempo indeterminado nos trabalhos, alegando o acúmulo de muitos projetos pessoais ao longo de seus dez anos de carreira.

Projetos paralelos Em 2008 Camelo lançou seu disco de inéditas, chamado ‘Sou’ e outro depois chamado ‘Toque Delae.’ Amarante

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Page 9: Editorial Meu Pequeno Almanaque

LO S H ER M A N O S

Luyse Costa

Paraibana, natural de João Pessoa, Luyse Costa é ilustradora e estudante de História. Ela foi a responsável por transformar 17 músicas da banda Los Hermanos em ilustrações, que acompanham a coletânea “Re-Trato” pela Musicoteca. A coletânea traz as músicas da banda nas vozes de vários artistas e foi lançada no dia 4 de abril de 2012.

Fonte: http://musicapave.com/wp-content/uploads/luysecosta.jpg

Fontes: http://www.obaudosrockers.com/2012/05/los-hermanos-biografia-e-discografia.html

http://caras.uol.com.br/noticia/los-hermanos-encerra-turne-com-show-no-espirito-santo-alegre#image0

Fontes: http://luluyse.blogspot.com.br/

se juntou a Fabrizio Moretti, baterista da banda novaiorquina The Strokes para lançar o projeto Little Joy.

Possível retorno? Em 2010, a banda deu início a uma mini-turnê pelo nordeste. Os shows em Fortaleza (no Ceará Music), Salvador e Recife. No mês de Outubro a banda tocou no festival SWU, realizado no interior de São Paulo. Apesar dessa pequena quebra no hiato, nenhuma notícia sobre álbum novo foi confirmada.

Turnê 2012 Com 24 apresentações na maioria com ingressos esgotados, turnê em comemoração aos 15 anos da banda começou em abril, em Recife, e passou por Fortaleza, Manaus, Belém, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, sendo finalizada no Festival de Música de Alegre no Espírito Santo. A banda despede-se novamente sem data para retorno.

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Page 10: Editorial Meu Pequeno Almanaque

Caet

ano Veloso

CONTA OUTRA

Ana de Oliveira: Antes do lançamento de “Alegria, alegria” e “Domingo no parque”, você e Gil já falavam da necessidade de um movimento de renovação da música popular brasileira?

Caetano Veloso: A gente já falava nisso em 66. Gil já tinha feito até umas reuniões no Rio com os outros compositores e músicos pra tentar transmitir o novo modo de ver.

Ana: Quando você ouviu pela primeira vez o termo Tropicália?

Caetano: Num almoço em São Paulo, dito por Luiz Carlos Barreto, em 1967.Ana: Você achava bonito o nome Tropicália?

Caetano: Até que é uma palavra bonita. Mas é o nome de uma outra coisa. E depois essa coisa de tropical... Naquela época, queria evitar isso.

Fonte: http://www.euemeuchapeu.com.br/abre-aspas/chapeu-do-pensamento-220/#.UKOSnIas10g

Fonte: http://pedrinhodarocha.wordpress.com/category/trio-eletrico/

CAETANO + MPB

“Eu diria que é mais o resultado da

aproximação das personalidades de

Gilberto Gil e Caetano Veloso. Sem ele eu não

faria nem música, quanto mais essa coisa toda dentro da música.”

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Page 11: Editorial Meu Pequeno Almanaque

Fonte: http://www.euemeuchapeu.com.br/abre-aspas/chapeu-do-pensamento-284/#.UKaT3Ias10h

Entrevista – Caetano Veloso. Por: Ana de Oliveira.

Fonte: http://tropicalia.com.br/v1/site/internas/entr_caetano.php

Ana: Parece que o termo Tropicália sempre agradou a você mais do que Tropicalismo, não é?

Caetano: É. “ismo” já dá uma idéia meio chata, mas mesmo assim me acostumei depois.

Ana: Que significado da palavra Tropicalismo você percebia e rejeitava?

Caetano: Tropicália parece uma coisa viva, que está acontecendo. Tropicalismo parece uma escola, um movimento num sentido mais convencional. Mas hoje acho que foi o nome mais certo possível.

Ainda assim, uma vez que eu já estava dentro da música, sobretudo por causa de Gil, só desencadeei esse movimento tão responsável pela questão da música popular no Brasil porque o próprio Gil estava muito excitado pra que algo nesse sentido acontecesse.

Ana: Qual foi o papel de Maria Bethânia na Tropicália?

Caetano: Ela foi um estopim quando disse que assistia todo domingo ao programa de Roberto Carlos e que eu deveria fazer o mesmo. Ela me disse que a Jovem Guarda tinha muito mais vitalidade do que o nosso ambiente de pós-bossa nova, bom gosto e tudo, que era muito defensivo.Mas por causa do conselho de Bethânia procurei ver, quando podia, na casa da avó de Dedé, aos domingos, o programa de Roberto Carlos, e percebi, de fato, que Bethânia tinha razão.

Ana: E o Festival Internacional da Canção, em 1968, no qual você e os Mutantes defenderam “É Proibido Proibir”?

Caetano: Eu não queria botar música ali. Não gostava desse festival da TV Globo, no Rio. Achava mais legal o da Record. Sem sombra de dúvida, achava o ambiente de São Paulo muito melhor do que o do Rio.

Ana: Então qual teria sido a nascente da Tropicália?

Caetano: Eu diria que é mais o resultado da aproximação das personalidades de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Sem ele eu não faria nem música, quanto mais essa coisa toda dentro da música.

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POPULAR BRASILEIRA

FOLHA DE PAPEL

Lundu: Chega ao Brasil com os africanos, sofre alterações através dos contatos com ritmos indígenas como o Cururu e o Cateretê. É um gênero de dança de par solto. Começa no fim do século XVIII até o começo do século XIX. Conhecido pela coreografia sensual e insinuante.

Maxixe: Considerado a primeira dança genuinamente brasileira; principal antecessor só Samba (Pai do Samba). O maxixe resgata a coreografia proibida do Lundu. Era visto como escandaloso por alguns segmentos da sociedade.

Samba: Começa no século XX; Sincretismo musical. Evolui para um acontecimento musical essencialmente urbano e mais precisamente carioca. A partir do advento da indústria cultural no Brasil por volta dos anos 30 com o rádio e o disco que outras cidades brasileiras passam conhecê-lo melhor.

SURGIMENTO DA MÚSICA

Fonte: Iniciação à música popular brasileira, Waldenyr Caldas, série: princípios, 2 ª edição Pág 9 - 34 e texto adaptado.

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Page 13: Editorial Meu Pequeno Almanaque

POPULAR BRASILEIRABossa Nova: No início do ano de 1958 surge a expressão ‘bossa nova’ por mero acaso, segundo Ronaldo Boscoli. A história da música popular brasileira havia mudado de curso, as inovações rítmicas de Antônio Carlos Jobim, a sutileza do violão de João Gilberto, a formação teórica e o talento de Roberto Menescal, a poesia de Newton Mendonça e de Vinícius de Morais e o novo modo de “cantar falando” , informal.

Jovem Guarda: “A rebeldia romântica”; Na fase dos festivais, nossa música vivia uma situação inédita. Paralelo aos empreendimentos da TV Record acontecia o movimento da Jovem Guarda, na esteira do ritmo internacional do momento, o Rock n’ roll, com Elvis Presley, Paul Anka , Neil Sedaka e um pouco depois com os The Beatles.

Tropicalismo: A partir de 66, a indústria cultural esteve muito mais voltada para a Jovem Guarda, cujo prestígio popular continuava em alta,enquanto a MPB, com exceção do movimento liderado por Roberto Carlos atravessava uma nítida crise de popularidade. A partir de 67 a história da MPB mudaria de rumo após a apresentação de Caetano Veloso com a música ‘Alegria, Alegria’ na TV Record. Vaias e aplausos misturaram-se na época, as pessoas dividiram-se entre contra e a favor de Caetano Veloso.

SURGIMENTO DA MÚSICA

Fonte: Iniciação à música popular brasileira, Waldenyr Caldas, série: princípios, 2 ª edição Pág 9 - 34 e texto adaptado.

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Page 14: Editorial Meu Pequeno Almanaque

REDESCOBRIR

MALLÚMAGALHÃES

Nascida em 29 de agosto de 1992 como Maria Luiza de Arruda Botelho Pereira de Magalhães, a menina

paulista que aos nove anos de idade, ganhou um violão e dois anos depois passou a fazer aulas hoje aparece no cenário musical nacional como cantora, compositora e instrumentista reconhecida. Considerada como um “fenômeno da Internet”, obteve notoriedade no MySpace, ao disponibilizar em sua página quatro composições próprias, entre as quais aquelas que se tornaram seus maiores sucessos, “Tchubaruba” e “J1”, contabilizando milhares de acessos. Em 2008, lançou seu primeiro disco, intitulado “Mallu Magalhães”, resultado de uma parceria entre a Agência de Música e a divisão de negócios Sales & Distribuition (S&D) da Microservice, contendo 14 canções de sua autoria

Fonte: http://vip.abril.com.br/mulheres/cantora/mallu-magalhaes-20-anos/

Fonte: http://www.dicionariompb.com.br/mallu-magalhaes/biografia

Em entrevista para Geísa Fröhlich do Jornal do Commercio, a jovem cantora cita suas influências, como Manu Chao e Los Pachos, além de Som Três, Ella Fitzgerald, Cole Porter, Billie Holiday, Serge Gainsbourge. Comenta também que atualmente está passando por uma ‘séria febre’ de Legião Urbana ao mesmo tempo que começou a estudar a história e música de Elizeth Cardoso. Atualmente Mallu está envolvida com toda a produção e divulgação de seu novo CD ‘Pitanga’, com produção de seu namorado Marcelo Camelo, onde ela define seu estilo como simplesmente “Sincero”.

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Page 15: Editorial Meu Pequeno Almanaque

MARCELOJENECI

ANA

CANÃ

S

Nascido em abril de 1982, na Cohab Juscelino, em Guaianases, Zona Leste de São Paulo, Jeneci

foi criado pela mãe paulista e pelo pai pernambucano, apaixonado por Roberto Carlos e instrumentos musicais. Cresceu embalado pelas estações de rádio populares e trilhas sonoras de novela. Autor de “Feito Pra Acabar”, um dos melhores discos de 2010, segundo veículos como a revista Rolling Stone, Marcelo Jeneci se apresentou na

Fonte: www.anacanas.com/

Fonte: http://www.jardimdampb.com.br/marcelo-jeneci/

Fonte: http://www.grupochapeco.com/blog/atrasdaslentes/1403_fotografando_bandas

última edição do Rock in Rio, liderou as indicações do VMB 2011 e já é bicampeão na categoria música do ano do Prêmio Multishow. Com produção de Kassin e arranjos de orquestra de Arthur Verocai, “Feito Pra Acabar” traz treze faixas autorais, a maioria em parceria com nomes já conhecidos do público, que marcam a primeira safra de composições do paulistano. A voz feminina que pontua todo disco de Marcelo Jeneci é da cantora paulistana Laura Lavieri, de 23 anos, estudante de psicologia, canto e violoncelo. Jeneci lança seu disco de estreia, mas já comemora mais de uma década de carreira musical como instrumentista.

Fonte: www.marcelojeneci.com.br

“ Amor e Caos” foi lançado em 2007. O álbum apresenta a Ana compositora e tem claras influências de jazz e

MPB. Em 2009 chegou às lojas o segundo disco da cantora, “Hein?”. Além de críticos e fãs, quem também se encantou por Ana foi Nando Reis, que a chamou para fazer uma participação em seu álbum de 2009, ‘Drês’. A canção “Pra Você Guardei o Amor” foi tema de novela e tocou nas rádios de todo o país. Em 2010, a cantora lançou a música “Luz Antiga”, composição de Nando escrita especialmente para Ana.

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Page 16: Editorial Meu Pequeno Almanaque

FOLHETIM

NANDO REIS

Quando era integrante dos Titãs, Nando Reis costumava compor músicas para as amigas Cássia Eller e Marisa Monte, além de constantes parcerias com Samuel Rosa, do Skank. Uma

vez que suas composições estavam perdendo espaço na banda paulista. Logo, com as mortes de Cássia Eller e do companheiro de banda, Marcelo Fromer e, consequentemente, suas músicas sendo rejeitadas pelos Titãs, Nando partiu para a carreira-solo desde 2002.

Com sua banda, Os Infernais, o ex-baixista dos Titãs pôde executar suas canções. O resultado foi uma avalanche de sucessos nas rádios pelo Brasil. Tanto que Nando Reis é um dos dez maiores arrecadadores de direitos autorais no país.

O BAILÃO DORUIVÃO“Bailão do Ruivão”. O ex-titã lança o segundo álbum da série “Mtv Ao Vivo” (o primeiro foi em 2004).

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Page 17: Editorial Meu Pequeno Almanaque

NANDO REIS Mesmo sendo um dos intérpretes que mais lucraram em direitos autorais, Nando resolveu apostar em lançar um álbum de covers (e ao vivo), intitulado “Bailão do Ruivão”. O ex-titã lança o segundo álbum da série “Mtv Ao Vivo” (o primeiro foi em 2004).

Nando regravou músicas dos mais variados ritmos brasileiros. O local escolhido para a gravação do álbum ao vivo foi a casa de espetáculos Carioca Club, em Pinheiros, um bairro paulistano, nos dias 11 e 12 de agosto de 2010. E conta com as seguintes participações especiais: Micheline Cardoso, Zafenate, Joelma e Chimbinha (da Banda Calypso) e de Zezé di Camargo e Luciano.

O álbum começa com “Vênus”, do Bananarama, um grupo feminino inglês. A música ocupou o primeiro lugar nas paradas de sucesso em nove países. A canção, de 1986, faz parte do disco “True Confessions”.

A rainha do rock brazuca, Rita Lee, é homenageada pelo Ruivo com “Só Falta Você”; a terceira música é “Não Me Deixe Nunca Mais”, da dupla Léo e Júnior; em seguida, um clássico dos anos 80, o hit “Wisky A Go Go”, do Roupa Nova (quem nunca cantou essa música?).

Logo aparece o medley “Fogo e Paixão / My Pledge Of Love”, enquanto a primeira é um sucesso consagrado de Wando e outra é do Joe Jeffrey Group (Nando já havia regravado esta música no álbum “Infernal”, de 2001). Em seguida, Nando Reis e Os Infernais mandam mais dois covers internacionais: “I Can See Clearly Now”, de Johnny Nash e que fez sucesso com Jimmy Cliff; e “Islands In My Dreams”, do Bee Gees, com participação especial de Micheline Cardoso.

Nando “ressuscitou” “Muito Estranho (Cuida Bem de Mim)”, outro hit dos anos 80 de um compositor que está fora do “mainstream”, Dalto. Em seguida, mais um convidado especial para dar sequência ao show, a banda de reggae Zafenate, do qual o filho de Nando Reis, Theodoro, faz parte. Juntos pai e filho homenagearam o deus do reggae, Bob Marley, com “Could You Be Loved?”, na sequência, mais um cover internacional: “You And I”, do cantor e compositor de funk e soul Rick James.

E quem não se lembra da “febre” que marcou o final dos anos 80 e início dos 90, a lambada? Nando Reis lembrou, incluindo o sucesso do grupo Kaoma “Chorando Se Fue (Llorando Se Fue)” no show. E com a participação da banda “de dois integrantes”: Joelma e Chimbinha, da Banda Calypso. A canção seguinte é um “meio-cover”, trata-se de “Bichos Escrotos”, dos Titãs, banda da qual Nando foi integrante e, inclusive, é o co-autor desta faixa, juntamente com Arnaldo Antunes e Sérgio Britto.

Por Jorge Almeida

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Page 18: Editorial Meu Pequeno Almanaque

Golpe de 1964DITADURA MILITAR 1968/AI-5

ligas camponesas

ORGANIZAÇÕES ESTUDANTIS

TORTURAS

política CULTURA ARTE pop

adadadadad

NNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN

FFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFF

UOUOUOUOUOUOUOUOUOUOUOUOUOUOUO

LERO LERO

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Page 19: Editorial Meu Pequeno Almanaque

Fonte: http://www.revleft.com/vb/che-guevara-t-t162364/index.html?p=2286191

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Page 20: Editorial Meu Pequeno Almanaque

A Jovem Guarda foi um fenômeno à parte, fulgurante em sua curta tragetória, cercada de sucesso e

polêmica. Seu legado é duradouro: vai desde um rei - Roberto Carlos - até a deifinitiva aclimatação do rock em terras verdes-amarelas. As acusações que pesaram sobre ela foram as mais variadas: vendida ao imperialismo norte-americano, difusora da alienação em massa da juventude, corruptora da moral e dos bons costumes. A pitada de ironia vem por conta da origem do nome do programa semanal de televisão da TV Record que foi a plataforma de lançamento dos maiores sucesso do grupo. Ele surgiu de uma idéia do publicitário Carlito Maia, assumidamente de esquerda, que a pinçou de uma frase de Lênin, líder da Revolução Russa de 1917: “O futuro pertence á jovem gurda, pois a velha está ultrapassada”. Á sua moda, a Jovem Guarda foi efetivamente revolucionária. O

A JOVEM GUARDA:

O CARRÃO NA CONTRAMÃO

ANOS DOURADOS

programa de televisão durou breves três anos - de meados de 1965 a meados de 1968. Neste período, multidões de meninas gritaram os nomes de seus ídolos até o limite de resistência das cordas vocais, num processo em tudo semelhante ao que ocorreu com os Beatles. Aliás, os Beatles dos primeiros anos, com seus longos cabelos, suas guitarras e multidões de meninas em transe, são o espelho onde se miravam Roberto Carlos e sua turma. Se a Bossa Nova foi um barquinho na tardinha, a Jovem Guarda foi um carrão na contramão. Os ícones do movimento são, no nível comporta mental, o automóvel, e no nível musical, a guitarra. O carrão norte-americano con versível foi tema de muitas canções, e intetizava a sedução pela velocidade. Velocidade foi a palavra de ordem da Jovem Guarda, e o carro era a melhor maneira de vivê-la intensamente. Já a guitarra constituía o instrumento símbolo do

Fonte: O design gráfico brasileiro ano 60, Chico de Melo, 2008 pág 46-47

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Page 21: Editorial Meu Pequeno Almanaque

rock. Contra o seu uso mobilizaram-se setores inteiros da MPB, alegando que ela colocava em perigo nossas mais caras tradições musicais. Daí o impacto da presença dos Mutantes e suas guitarras na apresentação de Domingo no parque, de Gilberto Gil, no terceiro festival da Record, em 1967. A partir daí, os tropicalistas passaram a adotar sistematicamente a guitarra, para ira dos tradicionalistas. Além das guitarras, outra novidade trazida pela Jovem Guarda foi a segmentação do mercado do entretenimento. O movimento pode ser considerado fruto de uma bem montada operação de marketing segmentado. Tudo ali era calculado

para gerar vendas. Famílias de produtos foram projetadas, cada família relacionada a um segmento de público: calças blusas, saias, sapatos, cintos, anéis, pulseiras, lancheiras, bonecos...Qualquer coisa que pudesse ser vendida entrava em processo acelerado de produção. Na linha de frente estava o programa semanal de televisão: um elenco de cantores e cantoras que, dentro de suas limitações, cumpria a contento os papéis a eles destinados; cenário e figurinos projetados com competência; direção de cena dinâmica; em suma, tudo montado para criar um clima adequado ao surgimento de ídolos, paixões - e vendas. Uma única peça, no entanto, não se encaixa nesse quebra-cabeça, justamente aquela que menos se esperaria: as capas dos discos. Elas eram francamente conservadoras em comparação a todo o resto do pacote. Se o objetivo era criar produtos para vender... bem, discos são o produto por excelência de um movimento musical. Se o cenário é arrojado, se o figurino é arrojado, por que razão as capas eram tão tímidas? É possível arriscarmos algumas explicações. Na linha do pragmatismo, podemos supor que os discos já estavam com seu sucesso garantido, e que portanto o melhor seria investir nos demais produtos, para os quais eram necessárias doses maiores de sedução. Na linha da discussão da linguagem podemos supor que o público específico da Jovem Guarda,

Fonte: http://pedroalexandresanches.wordpress.com/tag/carmen-miranda/

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Page 22: Editorial Meu Pequeno Almanaque

por seu perfil de baixo repertório, demandava um disco que estampasse na capa a foto de seu ídolo, e nada mais. Na linha das contingências, podemos supor que a indústria fonográfica estava menos preparada e tinha uma inércia maior do que a TV Record, que teve a perspicácia e a necessária agilidade para colocar profissionais altamente qualificados cuidando de seu programa dominical. As três suposições juntas talves ajudem a esclarecer o enigma . Nem tudo é convencional, no entanto, e tivemos sim algumas poucas capas marcantes. Fiquemos com a de maior impacto entre todas, a do disco Os Incríveis, um conjunto musical que sempre esteve à frente dos demais no que diz respeito ao cuidado com a linguagem gráfica. No projeto de Tebaldo as radiografias das cincos caixas cranianas - dos cinco integrantes do conjunto, supõe-se - são enfileiradas sobre o fundo negro, contrapondo-se a um requintado bloco de texto composto ao modo psicodélico. O disco é de 1970. Na verdade, já iam longe os anos da Jovem Guarda...

Fonte: http://musicadampbaorock.blogspot.com.br/2008/01/1965-viva-juventude-cbs.html

Fonte: htt://pestacaodasaudade.blogspot.com201210wanderlea-ternura-de-wanderlea-1966.html.jpg

Fonte: http://www.museudocd.com.br/main.php?page=catalogo&action=search&ID_PROD=10176

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Page 23: Editorial Meu Pequeno Almanaque

A Imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas e andavam de calças cigarette. Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos. Era a vez dos jovens, que influenciados pelas ideias de liberdade. Nesse cenário, a transformação da moda iria ser radical. Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento. Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a mini saia, botas brancas. Os cabelos que as meninas usavam era compridos com alguns penteados. Já a moda masculina, usava-se paletós sem colarinho e o cabelo de franjão, gravatas largas e botinas. Fonte: http://temposjovemguarda.blogspot.com.br/2008/08/moda-da-jovem-guarda.html

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1966/

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/category/moda/page/4/?doing_wp_cron=1353114185.1179819107055664062500

82

Page 24: Editorial Meu Pequeno Almanaque

LADO A / LADO B

Esta banda paulista foi formada

inicialmente em 1966 pelo baixista, pianista,

cantor e compositor Arnaldo Baptista (1948);

por seu irmão, o guitarrista, violonista e compositor

Sérgio Dias (1951); e pela cantora e compositora Rita Lee

Jones (1947). Também participaram Liminha (baixista) e Dinho Leme

(bateria). Após os nomes The Wooden Faces e O Conjunto, a banda foi

finalmente batizada de Mutantes (1966);

mutantes“Em 1972 Rita Lee

deixa a banda para seguir em

carreira solo.”

Fonte: http://tropicalia.com.br/ilumencarnados-seres/biografias/mutantes83

Page 25: Editorial Meu Pequeno Almanaque

mutantes Sua música misturava diversos ritmos brasileiros ao rock e possuia um apelo mundial. O envolvimento dos Mutantes com o Tropicalismo veio no ano seguinte de seu batismo, a partir de um convite para acompanhar Gilberto Gil na apresentação de sua canção “Domingo no parque”, no III Festival de MPB da TV Record, em 1967.

Em 1972 Rita Lee deixa a banda para seguir em carreira solo. Os Mutantes continuam ativos, porém Arnaldo, debilitado pelo uso contínuo de drogas e em depressão com o final de seu casamento, deixa a banda, seguido pelo baterista Dinho. Em 1974, depois de uma briga com os demais integrantes, o baixista Liminha é o próximo a abandonar o grupo.

Sérgio Dias decidiu manter a banda. No lugar de Arnaldo, Dinho e Liminha entraram respectivamente Túlio Mourão, Rui Motta e Antônio Pedro Medeiros. Em 1976, Sérgio demitiu Túlio e Antônio, substituídos por Luciano Alves e Paul de Castro.

Em 1978, Arnaldo se reuniu com a banda como convidado especial em uma única apresentação, mas não

aceitou o convite de Sérgio para voltar aos Mutantes’. Com mais alguns desentendimentos, Sérgio decidiu terminar com o grupo. O último concerto do grupo aconteceu em 6 de junho em Ribeirão Preto.

NOVA FORMAÇÃO Em 2005, os irmãos Baptista retomaram o fôlego e investiram na reformulação e reunião dos Mutantes, tendo como grande aliado o baterista Dinho, da formação original. Como Rita Lee não aceitou o convite para voltar, Sérgio Dias chamou a cantora carioca Zélia Duncan. A volta do lendário grupo aconteceu em maio de 2006 em Londres.

Os Mutantes iniciaram uma série de shows com grande sucesso de público e crítica, retomando a carreira da banda. Ficaram juntos por um ano. Além do festejado show em Londres (que rendeu um DVD), voltaram ao Brasil e fizeram grandes shows. Zélia e Arnaldo anunciam sua saída da banda em 2007.

Atualmente, Sérgio e Dinho Leme são os únicos da formação original do grupo. Agora, Bia Mendes, que foi backing vocal de Rita, ocupa o posto de vocalista feminina do grupo.Os Mutantes lançam um novo CD chamado “Haih ou Amortecedor”, que quer dizer corvo na língua xoxoni, de índios americanos.

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TIRO DE LETRA

Estava á to a na vida o meu amor me chamou para ver a banda passar cantando coisas de amor.

A banda, de Chico Buarque.

Caminhando contra o vento sem lenço, sem documento no sol de quase dezembro eu vou.

Alegria, alegria de Caetano Veloso.

Moro num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza.

País tropical, de Jorge Ben.

Alô, Rio de Janeiro aquele abraço! Alô, povo brasileiro aquele abraço.

Aquele abraço, de Gilbero Gil.

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Fonte: http://www.behance.net/gallery/Citacoes-MPB-Tipograficas/5029247

Quero que você me aqueça neste inverno e que tudo mais vá pro inferno.

Quero que tudo vá para o inferno, de Roberto Carlos.

MUm galo sozinho não tece uma manhã: ele precirá sempre de outros galos.

Tecendo a manhã, de João Cabral de Melo Neto.

Fonte: O design gráfico brasileiro ano 60, Chico de Melo, 2008 pág 4-19

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Fonte: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/1966/