edital 04 2015 programa pro psa guandu

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edital de pro psa guandu

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    Elaborao: Maio de 2014

    Reviso: Fevereiro de 2015

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    SUMRIO

    I. APRESENTAO 3

    II. INTRODUO 4

    III. PRINCPIOS 6

    IV. DIRETRIZES 8

    V. OBJETIVOS 10

    VI. METAS 11

    VII. ESTRUTURA E PRINCIPAIS ATORES 12

    VIII. SUB-BACIAS E REAS PRIORITRIAS 19

    IX. DIAGNSTIVO E PROSPECO (Cadastro Ambiental Rural - CAR) 21

    X. MONITORAMENTO HIDROLGICO 23

    XI. OPERACIONALIZAO DO PROGRAMA 27

    XII. FONTE DE RECURSOS 30

    XIII. VALORAO DOS SERVIOS 31

    XIV. CONTEDO MNIMO DOS PROJETOS DE PSA NO AMBITO DO PRO-PSA GUANDU 31

    XV. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 31

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    I. APRESENTAO

    No ano de 2008, deu-se incio implementao do projeto piloto de pagamento por

    servios ambientais PSA denominado Produtores de gua e Floresta - PAF. Este

    projeto vem sendo desenvolvido na microbacia do Rio das Pedras, localizada na

    regio do Alto Rio Pira, municpio de Rio Claro/RJ.

    Em setembro de 2012, o Comit Guandu aprovou o Programa de Pagamento por

    Servios Ambientais na Regio Hidrogrfica II Guandu (PRO-PSA GUANDU),

    atravs da publicao da Resoluo no85, criando o ambiente para o

    aperfeioamento e a ampliao do projeto piloto Produtores de gua e Floresta (Rio

    Claro/RJ) para outros municpios e sub-bacias da Regio Hidrogrfica.

    A possibilidade de implantao do PRO-PSA GUANDU em grande escala gerou a

    necessidade de definio de diretrizes para os futuros projetos.

    Diante desta necessidade, a cooperao tcnica entre trs das organizaes que

    integram o grupo de representantes da sociedade civil no comit The Nature

    Conservancy (TNC), Instituto Terra de Preservao Ambiental (ITPA), e

    Conservao Internacional (CI-Brasil) elaboraram o Estudo de Viabilidade de

    Implantao do Programa PRO-PSA na Regio Hidrogrfica do Guandu (RH II)

    Rio de Janeiro com o propsito de criar um valioso instrumento para suporte

    tomada de deciso na definio das reas estratgicas para os investimentos em

    infraestrutura verde e em pagamentos por servios ambientais, que possam por sua

    vez gerar e manter benefcios para os sistemas de proviso de gua e energia

    eltrica inseridos nesta regio. O referido estudo criou um modelo de plano de

    trabalho e cronograma de investimentos para o PRO-PSA, visando otimizar e tornar

    mais eficiente a aplicao dos recursos, aumento o efeito positivo da sua relao

    custo-benefcio e reduzindo riscos.

    Em fevereiro de 2014 a Cmara Tcnica de Estudos e Projetos do Comit Guandu

    aprovou a elaborao do manual do PRO-PSA GUANDU tendo como base o

    Estudo de Viabilidade de Implantao do Programa PRO-PSA na Regio

    Hidrogrfica do Guandu Rio de Janeiro.

    O Manual visa orientar os profissionais da AGEVAP, os membros do Comit e as

    instituies interessadas em participar do PRO-PSA GUANDU sobre o Programa.

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    II. INTRODUO

    A RH-II compreende a bacia hidrogrfica do Rio Guandu, bem como as bacias

    hidrogrficas dos Rios da Guarda e Guandu-Mirim, a bacia do rio Pira, a bacia do

    Ribeiro das Lajes, alm das bacias dos rios afluentes ao Canal de So Francisco,

    at a sua desembocadura, na Baa de Sepetiba.

    Esta regio hidrogrfica situa-se na poro oeste do estado, abrange uma rea de

    3.715 km e envolve total ou parcialmente o territrio de 15 municpios fluminenses:

    Engenheiro Paulo de Frontin, Itagua, Japeri, Mangaratiba, Paracambi, Queimados e

    Seropdica possuem o territrio integralmente inserido na RH-II, enquanto Barra do

    Pira, Mendes, Miguel Pereira, Nova Iguau, Pira, Rio Claro, Rio de Janeiro e

    Vassouras esto parcialmente inseridos.

    Figura 1 Regio Hidrogrfica II Guandu, com destaque para a microbacia do Rio das Pedras (fase

    1 do projeto PAF) e o municpio de Rio Claro/RJ (fase II do projeto PAF)

    Com base na experincia do projeto Produtor de gua e Floresta, o Comit Guandu

    criou o programa PRO-PSA GUANDU para favorecer a criao de projetos de PSA

    na Regio Hidrogrfica do Guandu RH II, com objetivo de contribuir para a adoo

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    de prticas de conservao e restaurao ambiental visando manuteno da

    quantidade e da qualidade dos recursos hdricos das bacias sob a gesto do Comit

    Guandu.

    Segundo Millenium Ecosystem Assessment (2005), os servios ecossistmicos

    podem ser entendidos como os benefcios que as sociedades humanas recebem

    dos ecossistemas.

    Millenium Ecosystem Assessment (2005) prope 4 tipos de servios ecossistmicos:

    Servios de proviso: so aqueles relacionados com a capacidade dos

    ecossistemas em prover bens, sejam eles alimentos (frutos, razes, pescado, caa,

    mel); matria-prima para a gerao de energia (lenha, carvo, resduos, leos);

    fibras (madeiras, cordas, txteis); fitofrmacos; recursos genticos e bioqumicos;

    plantas ornamentais e gua.

    Servios de suporte: so os processos naturais necessrios para que os

    outros servios existam, como a ciclagem de nutrientes, a produo primria, a

    formao de solos, a polinizao e a disperso de sementes.

    Servios de regulao: so os benefcios obtidos a partir de processos

    naturais que regulam as condies ambientais que sustentam a vida humana, como

    a purificao do ar, regulao do clima, purificao e regulao dos ciclos das

    guas, controle de enchentes e de eroso, tratamento de resduos, desintoxicao e

    controle de pragas e doenas.

    Servios culturais: esto relacionados com a importncia dos ecossistemas

    em oferecer benefcios recreacionais, educacionais, estticos e espirituais.

    Os servios ambientais prioritrios no PRO-PSA GUANDU a serem considerados na

    implantao de projetos e sistemas de pagamento por servios ambientais so

    aqueles de regulao relacionados a purificao e regulao dos ciclos das guas,

    controle de enchentes e de eroso.

    O PRO-PSA adota o modelo provedor-recebedor, atravs de um sistema de

    pagamentos por servios ambientais, incentivando, mediante compensao

    financeira ou por meio de outros benefcios (ex: instalao de fossa sptica na

    propriedade rural.), os proprietrios rurais (provedores) que, comprovadamente,

    adotarem, contriburem ou implementarem prticas para a proteo e recuperao

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    de mananciais, auxiliando a recuperao do potencial de gerao de servios

    ecossistmicos, provendo benefcios s bacias hidrogrficas e s populaes que se

    provem de seus recursos hdricos.

    A implantao do PRO-PSA GUANDU fundamental para a Regio Hidrogrfica II

    Guandu, devido vocao das cabeceiras desta regio como mananciais para a

    proviso de gua e a necessidade de conservar e em certos casos recuperar o

    aspecto predominantemente natural das mesmas. Outro fator importante a

    possibilidade de agregao de outras instituies ao arranjo institucional do

    Programa, que tenham objetivos similares a este programa, como, por exemplo,

    empresas fortemente dependente da regularidade da oferta e da qualidade de

    recursos hdricos para seus negcios.

    Com a experincia adquirida nos ltimos anos, os resultados alcanados, o

    fortalecimento das parcerias e a demanda pelos municpios da RH-II por projetos de

    PSA criou-se o ambiente para a implantao do Programa.

    A Resoluo Comit Guandu N 98 de 30 de setembro de 2013 define que os

    recursos do PRO-PSA GUANDU podero ser utilizados em aes como

    "gerenciamento, administrao, monitoramento, acompanhamento, fiscalizao,

    conservao, restaurao florestal e PSA aos possuidores a qualquer ttulo de rea

    rural". A destinao de recursos financeiros para as diversas aes dos projetos de

    PSA propicia maior segurana financeira aos projetos, garantindo sua

    sustentabilidade em longo prazo e torna o Programa atrativo para novos parceiros.

    O PRO-PSA composto por duas fases, a primeira fase Implantao, que

    compreender o perodo de 2014 a 2016, e a segunda fase Consolidao, com

    incio previsto em 2017 e que dever ser planejada posteriormente, portanto este

    Programa abrange o perodo de 2014 a 2016 e poder sofrer adequaes e

    aperfeioamento peridicos.

    III. PRINCPIOS O PRO-PSA GUANDU tem como princpios:

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    1) Servios ambientais constituem aes promovidas pelos provedores do servio:

    Consideram-se como servio ambiental as iniciativas individuais ou coletivas

    que podem favorecer a conservao, a manuteno, a recuperao ou o

    melhoramento dos servios ecossistmicos.

    2) Provedor de servios ambientais aquele que prov o servio:

    Considera-se como provedor de servio ambiental a pessoa fsica ou jurdica,

    de direito pblico ou privado, grupo familiar ou comunitrio que, preenchidos

    os critrios de elegibilidade, conserva, mantm, recupera ou melhora as

    condies dos servios ecossistmicos.

    3) Beneficirio de servios ambientais aquele que se beneficia de servio ambiental prestado por terceiro:

    Considera-se como beneficirio de servios ambientais, o Poder Pblico ou

    agente privado que, em nome prprio ou de uma coletividade, beneficiado

    por aes de terceiros que constituam servios ambientais.

    4) Pagador de servios ambientais aquele que ao se beneficiar de servio ambiental prestado por terceiro, remunera-o de alguma forma:

    Considera-se como pagador de servios ambientais, o Poder Pblico ou

    agente privado que,em nome prprio ou de uma coletividade, ao ser

    beneficiado por aes de terceiros queconstituam servios ambientais,

    remunera o provedor do servio financeiramente oumediante outra forma de

    remunerao.

    5) Pagamentos por servios ambientais so transaes entre um beneficirio e um provedor referente a prestao de um servio ambiental:

    Pagamentos por servios ambientais constituem-se em transaes

    contratuais mediante aqual um pagador, beneficirio ou usurio de servios

    ambientais, transfere a um provedor desses servios recursos financeiros ou

    outra forma de remunerao, nas condies acertadas, respeitadas as

    disposies legais e regulamentares pertinentes;

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    6) Os pagamentos devero ser proporcionais ao servio ambiental prestado e estar condicionados a sua verificao:

    O clculo da remunerao dever considerar o benefcio ou custo

    proporcionado pelo servio prestado, e s devem ocorrer aps a verificao

    de que o servio ambiental contratado foi provido, de forma a estimular

    comprometimento e o aprimoramento dos servios por parte dos provedores.

    7) A participao no programa voluntria:

    A caracterstica de que a participao voluntaria diferencia o PSA de

    instrumentos de comando e controle. Portanto a adeso ao programa no

    dever ser compulsria, mas sim fruto de uma negociao entre gestores,

    provedores e beneficirios, pressupondo que potenciais provedores tm

    alternativas de uso da terra e beneficirios podem no julgar interessante o

    custo-benefcio da obteno do servio.

    8) Os servios ambientais contemplados so aqueles relacionados aos recursos hdricos:

    As iniciativas a serem fomentadas e apoiadas por este programa referem-se a

    pagamento por servios ambientais que resultem na conservao ou

    recuperao dos recursos hdricos na bacia onde esto sendo implantados.

    Os servios ecossistmicos relacionados so os servios de regulao do

    ciclo hidrolgico, controle da eroso e sedimentao, aumento da infiltrao,

    dentre outros que comprovadamente proporcionem benefcios para os

    usurios dos recursos hdricos.

    9) Os projetos devem buscar a sustentabilidade financeira

    Os projetos a serem implantados e fomentados no mbito deste programa

    devero ter como princpio a sustentabilidade financeira do projeto.

    IV. DIRETRIZES

    As Diretrizes do PRO-PSA GUANDU so:

    1) Bacia hidrogrfica como unidade de planejamento.

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    A bacia hidrogrfica ser adotada como unidade de planejamento para

    implantao dos projetos.

    2) Os servios ambientais contemplados nos projetos devero ocorrer preferencialmente em reas prioritrias para a conservao dos recursos hdricos:

    As iniciativas fomentadas no mbito deste programa devero priorizar a

    implantao de projetos e sistemas de pagamento por servios ambientais em

    sub-bacias hidrogrficas relevantes para o abastecimento pblico e que

    apresentarem maior influncia na conservao dos recursos hdricos, como

    reas de recarga de aquferos, entorno de nascentes, bordas de rios e reas

    com alta suscetibilidade eroso, bem como considerar as sub-bacias e

    reas prioritrias apontadas no Estudo de Viabilidade de Implantao do

    Programa PRO-PSA na Regio Hidrogrfica do Guandu Rio de Janeiro.

    3) A busca por parcerias entre instituies devem ser constante

    Devero ser formados grandes arranjos institucionais de parcerias entre o

    setor pblico e privado, buscando a complementaridade entre programas e

    projetos de pagamentos por servios ambientais, de restaurao de reas

    degradadas, de extenso rural, educao ambiental e etc.

    3) A gesto dos projetos dever ser compartilhada:

    Os parceiros dos projetos devero compor a Unidade Gestora do Programa

    PRO-PSA GUANDU - UGP que ter como atribuio articular o arranjo

    interinstitucional para execuo do projeto, dirimir conflitos, dar sugestes de

    aes e melhorias, propor medidas para a continuidade, apoiar a construo

    de tcnicas e prticas para a conservao e restaurao do solo, florestas e

    recursos hdricos.

    4) As iniciativas de projetos de pagamentos por servios ambientais devero pressupor a adicionalidade de servios:

    Os projetos devero almejar o aumento na proviso de servios em relao a

    um cenrio sem a interveno do projeto, seja valorizando, priorizando ou

    mesmo condicionando a participao de provedores expanso dos servios

    ambientais prestados, quando couber.

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    5) As prticas e manejos a serem implantados so flexveis desde que pressuponham o planejamento integrado e a adequao ambiental da propriedade, e o uso de prticas sustentveis de produo

    O programa dever ser flexvel quanto s prticas e manejos a serem

    implantados em cada proposta de projeto. No entanto estas prticas devero

    ter convergncia com as demais atividades desenvolvidas na propriedade dos

    provedores do servio, pressupondo o planejamento integrado e a adequao

    ambiental da propriedade, e o uso de prticas sustentveis de produo.

    Nesse sentido, todo projeto dever prever assistncia tcnica aos

    participantes de forma a auxili-los no planejamento e na implantao das

    aes.

    6) Os resultados esperados devero ser monitorados:

    Os projetos devero dispor de um sistema de monitoramento dos resultados,

    com o objetivo de proporcionar o aprimoramento das estratgias de

    implantao, da especificao e remunerao dos servios ambientais e do

    prprio sistema de monitoramento.

    7) As transaes e os resultados dos projetos devero ser divulgados

    Os servios ambientais prestados e as transaes decorrentes, assim como

    os resultados obtidos, devero ser disponibilizados amplamente e estar

    sistematizados permitindo o controle social, a publicidade e a transparncia

    nas relaes entre o pagador eo provedor dos servios ambientais prestados.

    V. OBJETIVOS

    V.1 OBJETIVO GERAL

    O Programa tem o objetivo de incentivar a adoo de prticas de conservao

    e restaurao ambiental visando manuteno da quantidade e da qualidade

    dos recursos hdricos das bacias sob a gesto do Comit Guandu.

    V.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

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    a) Estimular a implantao de projetos de pagamento por servios

    ambientais na Regio Hidrogrfica II - Guandu, como forma de

    recuperar e conservar a qualidade e a regularidade da disponibilidade

    da gua nos corpos hdricos.

    b) Avaliar os resultados a serem obtidos com a implantao de

    sistemas de pagamento por servios ambientais.

    c) Difundir o conceito de pagamento por servios ambientais como

    mecanismo econmico para a garantia da manuteno dos servios

    ecossistmicos relacionados aos recursos hdricos.

    d) Difundir conceitos e prticas de manejo integrado de solo e gua em

    microbacias, contribuindo para a capacitao de agentes pblicos e

    produtores rurais.

    e) Reduzir os nveis de eroso e sedimentao, aumentar a cobertura

    vegetal, a infiltrao de gua no solo, a recarga dos aquferos e a

    regularidade da vazo nas microbacias onde forem implantados os

    projetos.

    f) Fomentar a integrao entre programas do Comit e de outras

    instituies.

    VI. METAS

    Ao final dos trs anos (2014 a 2016), na concluso da fase de implantao do PRO-

    PSA GUANDU, pretende-se atingir s seguintes metas:

    1- Implantar pelo menos mais 01 projeto de pagamento por servios

    ambientais em uma nova sub-bacia prioritrias, totalizando 2 projetos de PSA

    na Regio Hidrogrfica II Guandu.

    2- Elaborar o cadastro ambiental rural em 240.000 ha.

    3- Restaurar 600 ha de floresta.

    4- Conservar 3.000 ha de floresta.

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    5- Contratar 90 proprietrios rurais (provedores).

    6- Destinar R$ 13.900.000,00 no PRO-PSA GUANDU

    7- Capacitar 90 profissionais, entre gestores e tcnicos, dos setores pblico e

    privado, para a formulao de sistemas de pagamento por servios

    ambientais.

    8- Organizar 02 encontros de trocas de experincias em projetos de PSA

    integrantes do PRO-PSA e outros.

    9- Elaborar 02 boletins tcnicos com informaes referentes s prticas que

    podem ser utilizadas de forma eficiente para conservao, manuteno e

    restaurao dos servios ecossistmicos.

    10- Monitorar e divulgar os resultados do PRO-PSA GUANDU.

    VII. ESTRUTURA E PRINCIPAIS ATORES

    Os Projetos de Pagamentos por Servios Ambientais implantados na Regio

    Hidrogrfica II Guandu e fomentados pelo Comit Guandu integraro o PRO-PSA

    GUANDU.

    Os projetos integrantes deste Programa podero receber apoio tcnico, financeiro e

    institucional do Comit Guandu.

    Esto previstos os seguintes entes participantes no Programa:

    1. Comit Guandu

    2. Unidade Gestora do Projeto (UGP)

    3. AGEVAP;

    4. Prefeituras (Municpios)

    5. Instituies Executoras de Projetos de PSA;

    6. Proprietrios Rurais

    7. Beneficirios dos servios ecossistmicos e parceiros

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    Os principais atores envolvidos na implantao do Programa tero atribuies

    especificas cabendo preferencialmente:

    1. Comit Guandu

    Atribuies:

    Aprovar destinao de recursos financeiros da cobrana pelo uso

    da gua na Regio Hidrogrfica II - Guandu para o Programa;

    Apoiar a definio de reas prioritrias para implantao de

    projetos-piloto;

    Fomentar a elaborao de projetos e a formao de arranjos

    institucionais para sua execuo;

    Acompanhar as aes e os resultados do projeto.

    2. Unidade Gestora do Projeto

    O PRO-PSA GUANDU contar com uma Unidade Gestora do Projeto UGP

    que preferencialmente ser composta pelos parceiros de cada projeto,

    inclusive um representante dos proprietrios rurais de cada projeto.

    Atribuies:

    Articular o arranjo interinstitucional para execuo do projeto;

    Dirimir conflitos;

    Dar sugestes de aes e melhorias;

    Propor medidas para a continuidade;

    Apoiar a construo de tcnicas e prticas para a conservao;

    Restaurao do solo, florestas e recursos hdricos.

    3. AGEVAP

    A AGEVAP a Agncia de Bacia do Comit Guandu.

    Atribuies:

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    Executar as atividades relativas ao programa

    Contratar servios e produtos necessrios a execuo do programa

    Analisar e avaliar se os projetos esto em conformidade com o

    Programa;

    Firmar contrato com os municpios e realizar o repasse dos

    recursos referentes ao pagamento dos proprietrios rurais;

    Contratar as Instituies Executoras dos projetos de PSA do PRO-

    PSA GUANDU;

    Monitorar o cumprimento das metas referentes aos servios

    ambientais prestados, realizando vistorias nas propriedades

    contratadas;

    Acompanhar as aes e os resultados do projeto;

    Divulgar e difundir os resultados e as aes dos projetos de PSA e

    do PRO-PSA GUANDUl.

    Coordenar e monitorar a implementao e o andamento do PRO-

    PSA GUANDU e dos projetos de PSA;

    Atualizar o Manual do PRO-PSA GUANDU;

    Apoiar tecnicamente as Instituies Executoras dos Projetos e os

    municpios;

    Realizar reunies para acompanhamento, monitoramento e gesto

    das atividades e aes implementadas;

    Analisar as pr-hierarquizaes realizadas pelas prefeituras das

    propostas inscritas no edital de seleo de propriedades rurais e

    aprovar a hierarquizao;

    Acompanhar e atestar a prestao dos servios ambientais pelos

    proprietrios rurais (provedores) objeto deste manual por meio de

    Relatrios de Implementao ou Laudos de Vistoria;

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    Verificar o cumprimento das metas referentes aos servios

    ambientais prestados, realizando vistorias nas propriedades

    contratadas;

    Fornecer aos parceiros dados, informaes, relatrios acerca da

    execuo das aes;

    4. Prefeituras (Municpios)

    Atribuies:

    Criar e regulamentar lei de PSA no municpio, que dever

    contemplar rubrica oramentria ou fundo especfico de PSA;

    Mobilizar a comunidade e divulgar o projeto de PSA;

    Elaborar edital de seleo de propostas (propriedades rurais) para

    participao em projeto de PSA;

    Apoiar a elaborao das propostas e a inscrio dos produtores

    interessados em participar do projeto;

    Analisar, habilitar e pr-hierarquizar as propostas inscritas no edital

    de seleo de propostas (propriedades rurais), com o apoio da

    Instituio Executora de Projetos de PSA;

    Divulgar os resultados de inscrio, habilitao e seleo das

    propostas (propriedades rurais);

    Firmar contrato com a AGEVAP para receber os recursos

    financeiros destinados ao pagamento pelos servios ambientais;

    Firmar contrato com os proprietrios rurais para o pagamento pelos

    servios ambientais realizados;

    Acompanhar a execuo das aes referente aos contratos com os

    proprietrios rurais e participar da alocao, implantao e vistoria

    das reas contratadas;

    Realizar o pagamento aos proprietrios rurais;

    Acompanhar as aes e os resultados do projeto;

    Divulgar os resultados e difundir as aes do projeto no municpio;

    Prestar contas AGEVAP referente aos pagamentos realizados aos

    produtores;

    Manter atualizado o cadastro dos proprietrios integrantes do

    Programa dando publicidade do mesmo;

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    Manter a AGEVAP e a Instituio Executora do Projeto informadas

    sobre a existncia de quaisquer eventos que dificultem ou

    interrompam o curso normal de execuo do Projeto;

    Apoiar o monitoramento necessrio avaliao do desempenho do

    projeto;

    Disponibilizar os meios necessrios para treinamento e capacitao

    dos participantes do projeto durante toda a sua durao;

    5. Instituies Executoras de Projetos de PSA

    Atribuies:

    Acompanhar a execuo dos projetos e vistoriar as reas de

    interveno do projeto;

    Elaborar termos de referncia para contratao de produtos e

    servios necessrios a execuo do programa e analisar

    tecnicamente as propostas;

    Identificar as reas prioritrias nas propriedades para implantao

    das aes;

    Organizar e executar os cursos de PSA;

    Organizar e executar os eventos relacionados PSA na rea de

    atuao dos projetos;

    Elaborar boletins tcnico-informativos;

    Elaborar estudo de avaliao de resultados e estratgias de

    continuidade;

    Identificar os parceiros para o projeto de PSA;

    Elaborar o Manual do Projeto de PSA sob sua responsabilidade

    com base no Manual do PRO-PSA GUANDU;

    Elaborar o Manual de Orientao ao Prestador de Servios

    Ambientais do projeto de PSA sob sua responsabilidade;

    Apoiar as prefeituras na divulgao do projeto e mobilizao dos

    proprietrios rurais;

    Apoiar as prefeituras na elaborao do edital de seleo de

    propostas (propriedades rurais) e nas aes decorrentes do edital;

    Auxiliar os proprietrios rurais interessados em participar do edital

    de seleo de propostas a preparem a documentao necessria;

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    Elaborar o Plano Individual da Propriedade detalhado para cada

    propriedade candidata aos recursos do PSA;

    Auxiliar os proprietrios candidatos aos recursos do PSA a

    prepararem toda documentao necessria assinatura de

    contratos individuais para Pagamento por Servios Ambientais;

    Promover e auxiliar as prefeituras e os proprietrios na assinatura

    dos contratos para Pagamento dos Servios Ambientais;

    Capacitar os parceiros e proprietrios contratados em relao a

    projetos de PSA;

    Capacitar seu quadro tcnico nos procedimentos de projetos de

    PSA;

    Supervisionar o desenvolvimento das aes previstas na

    contrapartida e orientar tecnicamente os proprietrios rurais no

    cumprimento do contrato. So exemplos de contrapartida:

    Retirada dos vetores de presso das reas destinadas a

    restaurao florestal e/ou;

    Conservao de florestas existentes;

    Restaurao florestal segundo diferentes metodologias de

    regenerao assistida ou com uso de atividades especficas,

    como: limpeza, controle de pragas, abertura de beros,

    fertilizao e calagem, manuteno das atividades implantadas;

    Efetuar o acompanhamento das atividades de campo elaborando

    relatrios das visitas realizadas;

    Emitir relatrios das atividades realizadas.

    Acompanhar o cumprimento das metas do projeto e reportar

    AGEVAP e a Instituio Coordenadora do Programa Produtor de

    gua do CEIVAP;

    6. Provedores de servios ambientais

    So responsveis pela prestao dos servios ambientais a serem

    remunerados no mbito dos projetos de PSA.

    Atribuies:

    Se inscrever junto s prefeituras para participar do projeto;

  • Pgina18

    Apresentar a documentao referente regularidade da

    propriedade;

    Firmar contrato com a prefeitura referente aos servios ambientais a

    serem prestados;

    Cumprir, em todos os seus termos, o Contrato firmado com a

    prefeitura;

    Prover os servios ambientais relacionados aos recursos hdricos,

    cumprindo as metas estabelecidas nos contratos;

    Apoiar e acompanhar a execuo das aes de conservao e

    restaurao florestal;

    Responsabilizar-se pelo cuidado com reas onde forem

    implantadas aes dos projetos, comunicando imediatamente os

    demais atores sobre danos acidentais ou efetuados por terceiros;

    Realizar a manuteno das cercas implantadas no mbito do

    projeto;

    Manter e zelar pelas aes executadas na propriedade, protegendo

    a rea contra a ao do fogo, de animais (criao de gado, cavalo,

    porcos, etc) e de terceiros;

    Comunicar Prefeitura, por meio de ofcio/carta, eventos que adiem

    o incio do objeto, assim como, eventuais necessidades de ajustes

    de cronograma. Em ambos os casos, apresentar as justificativas e

    as medidas de correo adotadas/ propostas;

    Avisar e auxiliar a equipe tcnica do Projeto no controle eficaz e

    correto das principais pragas e ameaas, especialmente no caso de

    prejuzo iminente s cercas e reas de restaurao implantadas;

    Franquear a todas as entidades envolvidas no projeto, o acesso s

    reas onde forem implantadas aes do projeto e disponibilizar as

    informaes necessrias comprovao do cumprimento das

    condies contratuais;

    Acompanhar as aes e os resultados do projeto;

    7. Beneficirios e parceiros

    Os beneficirios e parceiros so os rgos dos governos estaduais e federal,

    prefeituras, ONGs, empresas, usurios de gua, comit de bacia, etc., que se

  • Pgina19

    beneficiam dos servios ambientais prestados pelos proprietrios rurais e/ou

    colaboram, financeiramente ou no, com a implantao dos projetos de PSA.

    Atribuies:

    Apoiar as aes dos projetos;

    Destinar recursos financeiros, materiais ou recursos humanos para

    implantao das aes do projeto ou execut-las em parte ou

    integralmente, quando for o caso;

    Analisar o custo-benefcio do pagamento pelos servios ambientais;

    Destinar recursos para o fundo referente ao recurso para pagamento

    aos proprietrios rurais, quando for o caso;

    Acompanhar as aes e os resultados do projeto.

    As atribuies descritas acima no eximem os atores envolvidos de suas

    responsabilidades definidas por lei e em outros documentos.

    VIII. SUB-BACIAS E REAS PRIORITRIAS

    Com base no Estudo de Viabilidade de Implantao do Programa PRO-PSA na

    Regio Hidrogrfica do Guandu Rio de Janeiro as sub-bacias prioritrias para a

    implantao do PRO-PSA so Alto Pira, Mdio Pira, Represa de Ribeiro das

    Lajes, Represa do Santana, Sacra Famlia, Rio Santana, que abrangem 9

    municpios, Rio Claro, Pira, Barra do Pira, Mendes, Eng. Paulo de Frontin,

    Paracambi, Vassouras, Miguel Pereira e Japeri, conforme a tabela 1, onde so

    indicados os municpios relacionados a cada uma das 6 sub-bacias.

  • Pgina20

    Figura 2 Sub-bacias prioritrias

    Tabela 1 Sub-bacias prioritrias e municpios relacionados

    Sub-bacia Municpio

    Alto Pira Rio Claro

    Mdio Pira Rio Claro / Pira

    Represa de Ribeiro das Lajes Rio Claro

    Represa do Santana Pira

    Sacra Famlia Barra do Pira/Mendes/Eng. Paulo de Frontin/Vassouras

    Rio Santana Eng. Paulo de Frontin/Vassouras/Miguel Pereira/Paracambi/Japeri

    Tambm podero ser consideradas reas prioritrias, no mbito deste Programa, as

    reas indicadas no Plano de Recurso Hdrico da Regio e/ou estudos referendados

    pela AGEVAP.

    O PRO-PSA GUANDU considera como reas prioritrias para restaurao florestal

    as margens de rios e riachos em largura varivel, e o entorno de nascentes que

    esto sem vegetao nativa, conforme tabela e figura abaixo:

  • Pgina21

    Tabela 2 reas prioritrias em relao a nascentes ou largura do rio

    rea prioritria Nascente ou largura do rio

    50 m de raio Nascentes

    30 m de cada margem at 10 m de largura

    50 m de cada margem de 10 m largura at 50 m

    100 m de cada margem de 50 m largura at 200 m

    200 m de cada margem de 200 m largura at 600 m

    Figura 3 - reas prioritrias para restaurao florestal

    Esta escolha foi baseada nos preceitos do Cdigo Florestal Brasileiro de 1965 que

    foi alterado em 2012, levando flexibilizao de algumas normas dentre elas a

    largura das reas de Preservao Permanente que foram sensivelmente reduzidas,

    mas inmeros estudos cientficos recomendaram a manuteno (e at ampliao)

    destas reas de preservao.

    IX. DIAGNSTIVO E PROSPECO (Cadastro Ambiental Rural - CAR)

    Para a implantao e a operacionalizao do programa PRO-PSA GUANDU,

    tornam-se indispensveis dados e informaes adequados estruturao do

  • Pgina22

    programa, preferencialmente sistematizados e integrados em uma base de dados,

    tais como: mapeamento fsico da regio (temas como uso da terra, relevo, solos,

    hidrografia), definio da malha fundiria, avaliao da situao ambiental das

    propriedades rurais da regio frente ao novo Cdigo Florestal, e a identificao dos

    passivos ambientais a serem sanados para a adequao ambiental destas

    propriedades. Neste sentido o Cadastro Ambiental Rural uma ferramenta

    fundamental para o diagnstico da situao ambiental das propriedades rurais,

    sendo um passo essencial para a adequao dos imveis rurais legislao

    ambiental, a proteo dos remanescentes e a restaurao de reas degradadas,

    assim como para a conservao da integridade ecolgica da bacia e,

    consequentemente, ser uma etapa fundamental para a implantao dos projetos de

    PSA na regio.

    O Cadastro Ambiental Rural (CAR) permitir a aquisio de informaes

    estratgicas para a prospeco de novas propriedades para adeso a projetos de

    PSA nas sub-bacias prioritrias identificadas e ainda para outros projetos do Comit,

    como por exemplo, saneamento rural.

    Considerando que o CAR servir tambm de instrumento para outros projetos do

    Comit e que o PRO-PSA GUANDU poder superar as metas estabelecidas, a rea

    definida para a implantao do CAR a regio de manancial que abastece o

    Sistema Guandu, compostas pelos municpios: Barra do Pira, Engenheiro Paulo de

    Frontin, Itagua, Japer, Mangaratiba, Mendes, Miguel Pereira, Nova Iguau,

    Paracambi, Pira, Queimados, Rio Claro, Seropdica e Vassouras.

  • Pgina23

    Figura 4 Mapa de Localizao de Municpios para a elaborao do CAR

    Nos municpios selecionados foram identificadas as reas contribuintes para

    mananciais e prioritrias para elaborao do CAR, conforme discriminadas na

    Tabela 3.

    Tabela 03 rea por Municpio no Manancial do Sistema Guandu

    Municpio rea total (ha) rea do municpio no manancial

    do sistema Guandu (ha) prioritria para o CAR

    BARRA DO PIRA 57.868,3 4.350,0

    ENGENHEIRO PAULO DE FRONTIN 13.289,8 13.289,8

    ITAGUA 27.574,6 4.888,1

    JAPERI 8.184,7 8.184,7

    MANGARATIBA 35.620,8 415, 9

    MENDES 9.699.8 7.212,1

    MIGUEL PEREIRA 28.912,9 25.146,7

    NOVA IGUAU 52.113,6 20.252,5

    PARACAMBI 17.961,2 17.961,2

    PIRA 50.512,9 39.488,6

    QUEIMADOS 7.567,4 7.567,3

    RIO CLARO 83.678,2 79.506,5

    SEROPDICA 28.366,0 5.158,8

    VASSOURAS 53.798,6 4.012,6

    TOTAL 475.148,8 237.434,8

    Na elaborao do CAR podero ser identificadas as demandas por saneamento

    rural, inclusive com pontos georeferenciados, e a equipe do projeto poder apoiar a

    implantao das melhores solues para o tratamento de resduos slidos.

    X. MONITORAMENTO HIDROLGICO

    Os projetos devero contar com monitoramento hidrolgico, com foco nos resultados

    esperados pelas aes referentes aos servios ambientais prestados. As variveis

    monitoradas devero ser de fcil mensurao e custo reduzido.

  • Pgina24

    O monitoramento hidrolgico em projetos de PSA deve ser feito pelo menos em 3

    pontos situados na microbacia onde sero implementadas as aes do projeto.

    Sendo, um ponto na foz da microbacia, um ponto na cabeceira a ser chamado rea

    de Referncia e um terceiro, preferencialmente tambm na cabeceira, a ser

    chamado rea com Interveno.

    rea de Referencia: buscando identificar evidncias de melhoria ou manuteno das

    condies de qualidade de gua e regime hidrolgico, por meio de anlise

    comparativa, importante serem includas no processo de monitoramento

    hidrolgico outras reas nas quais a cobertura florestal no tenha sofrido alteraes

    significativas. Essa rea deve preferencialmente pertencer ao mesmo sistema

    hdrico e mesmo ecossistema aqutico, com caractersticas fisiogrficas, climticas e

    ambientais semelhantes microbacia do projeto, mas sem alterao significativa na

    cobertura vegetal original (mnimo de 80% de cobertura vegetal natural); alm disso

    importante que o nvel de ameaa integridade ecossistmica desta rea seja

    baixo.

    rea com Interveno: uma abrangncia geogrfica significativa das atividades que

    promovero a recuperao da cobertura vegetal natural e dos solos fundamental

    para aumentar a probabilidade de que os dados obtidos pelo monitoramento reflitam

    os benefcios positivos advindos das aes executadas dentro do projeto; entretanto,

    dificilmente consegue-se implementar estas aes em uma poro significativa da

    bacia e em um curto perodo de tempo; sendo assim recomenda-se que parte da

    estrutura e das atividades de monitoramento sejam implementadas numa escala

    geogrfica na qual as mudanas de uso da terra e do solo tenham uma abrangncia

    suficiente para que os impactos na qualidade da gua e na regularidade dos fluxos

    hdricos sejam percebidos num perodo de tempo mais curto. Em outras palavras,

    interessante monitorar uma microbacia na qual as intervenes do projeto foram

    extensas o suficiente para que os resultados esperados sejam mais perceptveis

    num menor espao de tempo. Como exemplo ilustrativo deste enfoque, pode se

    considerar como unidade de monitoramento uma rea na qual mais de 50% das

    APP ciliares esto sendo revegetadas, e mais de 50% das reas agrcolas esto

    recebendo curvas de nvel ou terraceamento.

    Os parmetros mnimos a serem avaliados so:

  • Pgina25

    Pluviosidade, este equipamento deve ficar na poro mdia da microbacia

    ou rea de cabeceira, preferencialmente equipamento automtico com

    programao sincronizada com o sensor de nvel, ou seja, o pluvimetro

    deve ser programado para fazer medidas pluviomtricas nos mesmos

    horrios que o sensor de nvel.

    Vazo e/ou nvel dos corpos hdricos, a vazo em um determinado ponto

    de um rio pode ser obtida diretamente por equipamento especfico, ou

    derivada a partir de medidas de nvel e velocidade da gua. Para obteno

    da vazo utilizando-se esta segunda metodologia, necessria a

    instalao de sensor de nvel automtico, elaborao do perfil topogrfico

    da seo transversal ao rio e tomadas mensais de velocidade por pelo

    menos 1 ano no mesmo ponto onde estiver instalado o turbidimetro.

    Turbidez da gua e slidos em suspeno, a turbidez deve ser medida,

    pelo menos, no mesmo ponto onde mensurado o nvel da gua,

    preferencialmente deve ser utilizado equipamento automtico com

    programao sincronizada com o sensor de nvel e pluvimetro.

    Sedimentao no leito dos corpos hdricos.

    Outros parmetros devero ser monitorados sempre que possvel, e de acordo com

    a disponibilidade de recursos, como:

    pH;

    DBO;

    Coliformes termotolerantes;

    Nitrognio e fsforo totais;

    Volume de gua retido nas barreiras de conteno implantadas;

    Volume de solo, e suas propriedades fsico-qumicas, retido nas barreiras

    de conteno implantadas;

    Infiltrao da gua e eroso nas reas de restaurao e onde forem

    implantadas medidas de conservao de solo;

    Outras.

    O monitoramento dever ser implantado em cada projeto, preferencialmente antes

    at do incio das atividades de implementao em campo dos projetos de PSA

  • Pgina26

    hdrico, gerando-se uma linha de base da condio inicial da bacia hidrogrfica.

    Desta forma, ser possvel, a mdio e longo prazo, uma verificao dos impactos

    positivos das intervenes associadas a estes projetos sobre a quantidade e a

    qualidade de gua.

    A estrutura mnima sugerida para o monitoramento envolve curvas-chave, sensores

    de nvel e barmetros, vertedouros, turbidimetro e/ou sonda multparamtrica de

    qualidade, estao meteorolgica e anlises em laboratrios.

    Tabela 04 Estrutura Monitoramento Hidrolgico

    Item Unid. Quant.

    Curvas-chave: nvel x vazo e turbidez x slidos em suspeno

    Servio (ponto de coleta) 1

    Sensor de nvel (Level Logger) + leitor Unid. 1

    Barologger Unid. 1

    Estao Meteorolgica Unid. 1

    Sensor de turbidez Unid. 1

    Vertedouro Unid. 1

    Analises em laboratrio Ponto de Coleta 1

    Sonda multiparamtrica qualidade Unid. 1

    A quantidade varia em funo da rea e caracterstica da bacia, sendo listados na

    tabela acima o mnimo necessrio levando em considerao a extenso de rea a

    ser trabalhada no projeto proposto.

    A estrutura de monitoramento foi desenhada para promover o registro de

    precipitao, deflvio e qualidade de gua, que permita o monitoramento automtico

    de vazo, precipitao e qualidade em um ponto, pelo menos, de uma microbacia

    hidrogrfica.

    Considerando projetos de PSA com rea at 100 hectares, pode-se iniciar o mnimo

    de um ponto a ser monitorado no exutrio da rea de interveno do projeto onde as

    aes de restaurao e/ou conservao sero implementadas.

    O monitoramento poder envolver instituies de pesquisa e rgos relacionados

    gesto de recursos hdricos, no planejamento e na implementao, assim como no

  • Pgina27

    acompanhamento do processo de coleta de dados e anlise do comportamento da

    bacia hidrogrfica em relao aos parmetros de quantidade e qualidade de gua.

    O monitoramento dos projetos de PSA do PRO-PSA GUANDU devero ser includo

    no programa Observatrio de Bacia, previsto no Plano Estratgico de Recursos

    Hdricos da Bacia do Guandu, no item 1.3.1- Concepo e Implantao do

    Observatrio da Bacia, aprovado por meio da Resoluo Comit Guandu n 22 de

    13 de setembro de 2007, cujo objetivo estabelecer uma rede de monitoramento de

    quantidade e qualidade de gua suficientemente robusta para o diagnstico e o

    planejamento de aes que visem promover a regularidade da oferta de gua assim

    como garantir a manuteno de sua qualidade.

    XI. OPERACIONALIZAO DO PROGRAMA

    O PRO-PSA GUANDU composto por duas fases, a primeira fase Implantao,

    que compreender o perodo de 2014 a 2016, e a segunda fase Consolidao,

    com incio previsto em 2017 e que dever ser planejada posteriormente, portanto

    este Manual abrange o perodo de 2014 a 2016 e poder sofrer adequaes e

    aperfeioamentos peridicos.

    A primeira fase do PRO-PSA GUANDU ser a implantao. Esta ser contnua no

    mbito do Programa, tanto no que diz respeito continuidade do projeto piloto

    Produtores de gua e Floresta quanto a implantao de novos projetos.

    A estratgia de implantao do PRO-PSA GUANDU parte da definio de uma

    unidade coordenadora (coordenao e apoio tcnico) mnima necessria para

    coordenar de maneira descentralizada a implantao do PRO-PSA GUANDU em

    determinada regio, considerando a amplitude territorial das sub-bacias prioritrias.

    A implantao de um projeto de PSA pressupe etapas de planejamento,

    contratao da equipe, mobilizao, sensibilizao, entre outras. Neste sentido, h a

    necessidade de se considerar uma implementao gradual das aes em campo, a

    medida que o projeto vai se estruturando e obtendo adeses de proprietrios rurais.

    Considerando a grande extenso territorial do conjunto de sub-bacias prioritrias, o

    projeto dever ser implantado gradualmente. Inicialmente, em 2014, devero ter

    duas unidades coordenadoras, uma j existente no projeto Produtores de gua e

    Floresta e outra a ser constituda, podendo chegar a um total de 4 unidades

    coordenadoras no ano de 2016, desde que haja recursos financeiros (Tabela 5).

  • Pgina28

    Tabela 5 Quant. de Unidades Coordenadoras por Ano

    Regies (Sub-bacias) 2014 2015 2016

    Regio 1 (Unid. Coordenadora) 1 1 1

    Regio 2 (Unid. Coordenadora) 1 1 1

    Regio 3 (Unid. Coordenadora) 1 1

    Regio 4 (Unid. Coordenadora) 1

    O dimensionamento de cada unidade coordenadora est associado capacidade da

    mesma em coordenar a implementao das aes de restaurao que atendam

    demanda anual estimada; assim cada unidade coordenadora ter a capacidade

    mnima de gerenciar as atividades relacionadas ao projeto considerando uma meta

    de restaurao anual de 100 ha, 50 ha de conservao florestal e 15 novos

    contratos com proprietrios rurais a cada ano.

    Tabela 6 Meta de trabalho anual estimada para cada Unidade Coordenadora

    Meta Anual Prevista para cada Unidade Coordenadora

    Item unid. Quant.

    Contratos de PSA unid. 15

    Conservao Florestal ha 500

    Restaurao ha 100

    Considerando que os recursos financeiros at 2016 sero suficientes para custear o

    projeto Produtores de gua e Floresta em andamento no municpio de Rio Claro/RJ

    e mais um projeto novo de PSA, conforme Plano de Aplicao Plurianual do Comit

    Guandu 2014 - 2016, estima-se que at o ano de 2016 as aes do PRO-PSA

    resultaro em no mnimo 600 ha restaurados e 3.000 ha conservados mediante 90

    contratos de PSA assinados (Tabela 7).

    Tabela 7 Metas de Restaurao, Conservao e Contratos

  • Pgina29

    Projeto PAF Novo Projeto TOTAL

    Restaurao (ha)

    2014 100 100 200

    2015 100 100 200

    2016 100 100 200

    Total Geral 300 300 600

    Conservao (ha)

    2014 500 500 1000

    2015 500 500 1000

    2016 500 500 1000

    Total Geral 1.500 1.500 3.000

    Novos Contratos

    2014 15 15 30

    2015 15 15 30

    2016 15 15 30

    Total Geral 45 45 90

    Os contratos entre os produtores rurais e as prefeituras devero ter, no mnimo um

    prazo de 3 anos.

    Na fase de Implantao do PRO-PSA GUANDU, devero ser realizadas

    capacitaes em sistema de pagamentos por servios ambientais, tendo como

    pblico-alvo gestores, tcnicos, beneficirios e potenciais pagadores de servios

    ambientais, com o objetivo de capacit-los quanto aos principais aspectos relativos

    concepo desta poltica pblica e mecanismo econmico, quanto aos principais

    desafios de implantao de projetos.

    A realizao das capacitaes tem o objetivo de dar aos atores da bacia base

    terica para a organizao, elaborao e execuo de projetos de PSA em suas

    reas de atuao, atuando como parceiros na implantao das aes deste

    Programa. A meta capacitar 90 profissionais, entre gestores e tcnicos, dos

    setores pblico e privado, para a formulao de sistemas de pagamento por servios

    ambientais.

  • Pgina30

    Devero ser organizados, no mnimo, 02 encontros para troca de experincias entre

    os projetos de PSA da regio e a partir destes eventos devero ser elaborados, pelo

    menos, 02 boletins tcnico-informativos com informaes relativas a tcnicas e

    iniciativas de uso sustentvel do solo, conservao e restaurao florestal e

    desenvolvimento agrcola, entre outros assuntos. Estes encontros e boletins tm o

    objetivo de divulgar boas prticas e solues, tanto no mbito dos servios em si

    quanto no mbito da gesto e articulao interinstitucional, entre os projetos em

    andamento na bacia, contribuindo para um aprimoramento coletivo das tcnicas e

    estimulando a difuso de iniciativas de sucesso.

    A Avaliao dos resultados fundamental para a definio de estratgias de

    continuidade do PRO-PSA GUANDU. Dever ser realizada uma avaliao dos

    resultados obtidos pelos projetos de PSA e pelo Programa.

    XII. FONTE DE RECURSOS

    Os recursos financeiros para execuo da Etapa Inicial (2014 a 2016) e atividades

    descritas no PRO-PSA GUANDU sero provenientes dos recursos arrecadados com

    a cobrana pelo uso dos recursos hdricos na Regio Hidrogrfica II Guandu,

    Componente 3 Proteo e Aproveitamento dos Recursos Hdricos,

    Subcomponente 3.1 Proteo de Ecossistemas e Mananciais, Programa 3.1.3

    Proteo e Recomposio Florestal de Corredores Ecolgicos do Plano Estratgico

    de Recursos Hdricos e previstos no Plano de Aplicao Plurianual 2014 2016, no

    valor de R$ 13.923.933,41, podendo ser complementados com recursos de outros

    Componentes, bem como contrapartida e parcerias de outras instituies. As

    atividades de carter tcnico, como estudos e capacitao devero ser sempre que

    possvel buscar a parceria de instituies de ensino e pesquisa, em especial as de

    domnio pblico, com finalidade de otimizar os custos e potencializar os resultados

    com o uso de tecnologias e profissionais envolvidos na gerao de conhecimento.

    Neste caso devero ser buscados recursos de fomento pesquisa, ao ensino e

    extenso, como o CNPQ e em nvel estadual na FAPERJ.

    XIII. VALORAO DOS SERVIOS

    De acordo com a Agncia Nacional de guas os valores podem estar associados

    aos atributos ambientais, sociais, culturais e econmicos de cada regio. As

  • Pgina31

    dimenses de escassez ou abundncia de um bem, e a sua demanda, afetam o seu

    valor em determinado momento. Muitos servios ambientais, no entanto, no

    dispem de mercado e, portanto, requerem mtodos prprios indiretos de estimao

    do valor, monetrio ou no, dos benefcios imediatos ou futuros gerados.

    A definio dos valores para pagamento dos servios ambientais para cada sub-

    bacia dever ser analisado e aprovado pela UGP e referendado pelo Comit

    Guandu, quando o recurso for oriundo da cobrana pelo uso da gua.

    XIV. CONTEDO MNIMO DOS PROJETOS DE PSA NO AMBITO DO PRO-PSA GUANDU

    As iniciativas do PRO-PSA devero conter minimamente os seguintes itens:

    I a modalidade dos servios ambientais prestados;

    II critrios para a seleo de reas prioritrias;

    III critrios de elegibilidade e priorizao dos participantes;

    IV mapa das sub-bacias hidrogrficas selecionadas

    V - critrios e metodologia para o clculo das retribuies, bem como os prazos mnimos e mximos a serem observados nos contratos;

    VI critrios para o monitoramento dos servios ambientais prestados;

    VII os arranjos institucionais e financeiros para a gesto do programa.

    XV. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ANA, 2009.Programa Produtor de gua: Manual Operativo. Braslia: Agncia Nacional de guas (Brasil).

    DITT, E. H; MOURATO, S.; GHAZOUL, J.; KIGHT, J. 2010.Forest conversion and provisionof ecosystem services in the Brazilian Atlantic Forest. Land Degradation &Development (21) 591-603.

    GUEDES F. B. & SEEHUSEN, S. E. 2011.Pagamentos por Servios Ambientais na Mata Atlnica: lies aprendidas e desafios. (Srie Biodiversidade, 42). Braslia: MMA. P.: 272.

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    LUGO, E. 2008.Ecosystem Services, the Millennium Ecosystem Assessment, and theConceptual Difference between Benefits Provided by Ecosystems and BenefitsProvided by People.JOURNAL OF LAND USE. Vol. 23:2.

    MEDEIROS, R.; YOUNG, C. E. F.; PAVESE, H. B. & ARAJO, F. F. S.

    2011.Contribuio das unidades de conservao brasileiras para a economia nacional: Sumrio Executivo. Braslia: UNEP-WCMC. 44 p.

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