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EDILAINE APARECIDA DE ARAÚJO
IMAGENS DO RACISMO AFRODESCENDENTE
REPRESENTADO NAS CHARGES DO CARTUNISTA
MAURÍCIO PESTANA NAS DÉCADAS DE 1980 E1990
UNIDADE DIDÁTICA
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APRESENTAÇÃO
Esta produção didático pedagógica vem de encontro com a lei 10.639/03, a
qual torna obrigatório o ensino de História Africana e Afro-brasileira em nossas
escolas.O principal objetivo desse trabalho é levar os alunos a refletir sobre o
preconceito racial,principalmente em relação ao afrodescendente, a partir da análise
das charges de Maurício Pestana nas décadas de 1980 e 1990.A metodologia
utilizada será de leitura e interpretação de passagens de textos, imagens e
pesquisa.
O trabalho está organizado em forma de planos de aula, o primeiro ressalta
a importância da valorização do conhecimento prévio do aluno antes de iniciar um
conteúdo ou assunto, o segundo apresenta o autor das charges que serão objetos
de nossas reflexões durante a implementação deste trabalho.
O terceiro e quarto momentos propõe a interpretação e análise das charges
relacionando-as com dados pesquisados sobre a questão do afrodescendente nos
diversos setores da nossa sociedade.
Para finalizar, os alunos farão uma exposição de seus trabalhos, charges
produzidas por eles, com as conclusões das discussões e reflexões feitas durante as
aulas.
Espero, com meu singelo trabalho, poder contribuir para que a questão do
racismo afrodescendente possa ser mais debatido em sala de aula e a partir daí ser
mais combatido em nossas escolas, e consequentemente, na sociedade em que
vivemos.
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Disciplina/Área PDE: História IES: Universidade Estadual de Londrina NRE: Londrina Escola de Implementação: Colégio Estadual Teothônio Brandão Vilela-Ensino Fundamental e Médio – Ibiporã /PR Professora PDE: Edilaine Aparecida de Araújo Professora orientadora: Drª Edméia Ribeiro Tema: A abordagem da questão racial no Brasil em relação aos afrodescendentes por meio da análise de charges de Maurício Pestana produzidas nas décadas de 1980 e1990. Título: Imagens do Racismo Afrodescendente Representado nas Charges do Cartunista Maurício Pestana nas Décadas de 1980 e1990.
INTRODUÇÃO
Atualmente, considera-se necessário ao público escolar das mais diferentes faixas etárias – crianças, jovens e adultos - partir do conhecimento vivido, denominado também de senso comum, para que possam situar as problemáticas enfrentadas na vida em sociedade, no mundo do trabalho e nas relações de convívio e se efetivem aprendizagens provenientes do conhecimento acumulado e sistematizado por métodos científicos (BITTENCOURT, 2004, p. 191).
Nessa passagem a autora destaca a importância da valorização dos
conhecimentos prévios dos alunos. É preciso sempre partir desse conhecimento
(senso comum) e com isso fazer das aulas de história um espaço para a construção
do conhecimento, por meio da pesquisa e análise de diversas fontes históricas,
problematizando a realidade e, com a mediação do professor, o aluno possa ser
levado a pensar historicamente.
A historiadora Flávia Heloísa Caimi destaca que, os conteúdos das aulas de
História devem ser “significativos” e o método “investigativo”. Podemos compreender
melhor nessa passagem de seu texto:
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[...] problematizar a história consiste em mobilizar conteúdos que não tenham caráter estático, desvinculados no tempo e no espaço, como fins em si mesmos, mais que permitam aos estudantes compararem as situações históricas [...] promovendo diversos tipos de relações pelas quais seja possível estabelecerem diferenças e semelhanças entre os contextos, identificarem rupturas e continuidades no movimento histórico e, principalmente, situarem-se como sujeitos da história, porque a compreendem e nela intervém (CAIMI, 2009, p.74-75).
A partir do conceito de que o conhecimento prévio das crianças sobre os
acontecimentos a serem estudados ,juntamente com os valores do grupo social a
qual pertence,amarram-se na construção do novo conhecimento que estão
desenvolvendo (CAINELLI, 2006, p. 61) partiremos desses pressupostos teóricos/
metodológicos para a produção do material pedagógico desse primeiro encontro.
TEMA
Reflexões iniciais sobre a questão racial no ambiente escolar.
OBJETIVOS
� Apresentar o projeto desenvolvido durante o Programa de Desenvolvimento
Educacional do Paraná (PDE 2010/2011).
� Investigar, através de leitura de textos e debates, como a turma entende a
questão racial e preconceito afrodescendente na sociedade brasileira.
ESTRATÉGIAS
� Exposição oral, em linhas gerais do projeto de implementação pedagógica
desenvolvido durante o PDE 2010/2011; com espaços para perguntas e
comentários estabelecendo um diálogo entre professora e alunos/as; propondo a
realização do projeto com a turma.
� Debate com a turma sobre a questão racial no Brasil a partir da análise de
passagens textos teóricos/conceituais sobre o tema.
� Divisão da turma em grupos pequenos.
ATIVIDADES � Dinâmica: Os alunos receberão revistas e deverão recortar figuras de pessoas
que gostariam de se relacionar e de pessoas que com as quais não gostariam de
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ter nenhum tipo de relacionamento. Após a tarefa deverão dizer os critérios que
usaram. A frase para o debate poderia ser: A escolhas que fizeram foram
definidas naturalmente ou culturalmente? Essas escolhas demonstram algum
racismo por parte da sociedade em que estamos inseridos? Justifique sua
resposta.
� Leitura e interpretação de passagens de textos teórico-conceituais sobre a
questão do preconceito afrodescendente no Brasil.
RECURSOS
� Data show/TV Pendrive
� Quadro, giz
� Passagens de textos.
TEXTO 1
Cultura é uma palavra com vários significados. Em geral, é usada para definir o conjunto de manifestações artísticas e religiosas de um povo ou de um grupo social [...] Ela diz respeito à maneira pela qual compreendemos padrões de comportamento, formas de vestir e de se divertir, hábitos alimentares, relacionamento, educação das crianças, como lidar com a morte, ou mesmo explicações para a origem e o sentido da vida.
Você deve estar se perguntando: nada escapa a cultura? De fato não, porque ela é uma espécie de gramática, de código não
escrito, que começamos a aprender quando nascemos e vamos atualizando com o passar do tempo. E essa atualização estabelece mudanças, permitindo que concepções e valores herdados de nossos avós e pais sejam abandonados e refeitos ao longo do tempo. Estudando História, nós, portanto, entendemos de cultura e suas transformações.
Nossa condição de autores da cultura também nos permite atribuir sentidos a algo que nos identifique como parte de determinado grupo. Jovens do movimento hip-hop, por exemplo, costumam agir e se vestir dentro de determinado padrão, e assim eles podem se reconhecer e ser reconhecidos enquanto se diferenciam de outros grupos.Logo, não é possível que a gente construa identidade fora de uma cultura.Por isso toda identidade diz respeito determinado tempo,lugar e contexto.Então, cultura aqui diz respeito a manifestações coletivas,como festas e crenças religiosas,mas também a padrões associativos e a atitudes compartilhadas pela coletividade.
Pensar sobre cultura é fundamental para entendermos [...] a própria formação da nossa sociedade. FRAGA, Walter; ALBUQUERQUE, Wlamira R. Uma história da cultura afro-brasileira . São Paulo: Moderna, 2009. p. 8.
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TEXTO 2
A idéia de democracia racial, já em construção no Brasil por volta de 1920, ganhou nas décadas seguintes mais adeptos. Era na cultura que alguns políticos intelectuais negros e brancos viam mais explicitamente a singularidade de um país mestiço, formado a partir de tradições herdadas de africanos, europeus e índios.Por isso celebravam a convivência racial supostamente harmoniosa.Ao longo das décadas de 1930 e 1940 essas idéias de mestiçagem e de democracia racial foram entrelaçadas na construção de uma identidade nacional.Nesse movimento, samba, capoeira e candomblé foram aos poucos incorporados como símbolos de nacionalidade,expressões da síntese cultural própria ao Brasil.
Essa noção de identidade nacional pressupunha que tínhamos uma cultura homogenia e singular, resultado da miscigenação racial. O país seria a comunhão de costumes, religião, raça, língua e de memórias sobre o passado que passaram a definir aquilo que fazia todos nós brasileiros. Aqueles foram os anos de entusiasmo nacionalista do Governo Vargas, da busca pela autenticidade brasileira [...]
ALBUQUERQUE, Wlamira R.; FRAGA FILHO, Walter. Uma história do negro no Brasil . Salvador: Fundação Cultural Palmares. Centro de Estudos Afro-Orientais, 2006. p. 225.
TEXTO 3 Num mundo de grandes desigualdades, nem sempre é fácil lidar com a
diferença. Ela está em toda parte. Por vezes, é mais simples percebê-la quando a questão envolve apenas dois times de futebol, duas religiões, dois partidos políticos, duas formas de agir. Na abordagem de temas mais complexos, ou simplesmente se a proposta exige um exercício crítico rigoroso, podemos dizer que, mesmo entre os mais semelhantes, habitam numerosas diferenças – afinal, cada ser humano é único no conjunto de suas características. Viver em sociedade implica a necessidade de uma postura em relação às diferenças – essa tende a ser uma condição comum até para quem busca compreender a ética ou a justiça. Mas, e quando as diferenças não são perceptíveis? Ou melhor, o que ocorre quando, em vez de reconhecê-las (e valorizá-las), passamos ao largo e assumimos o posicionamento de quem prefere fingir que elas não existem.
Em primeiro lugar, para que um assunto gere discussão e divergência, é preciso que ele seja abordado. Do contrário, a tendência é supormos que o nosso ponto de vista é o único correto. Mais que isso: quando atribuímos juízo de valor às semelhanças e às diferenças, perdemos de vista o que elas podem proporcionar de melhor para uma compreensão mais apurada do mundo em que vivemos. Não deixar que elas se revelem é negar uma possibilidade essencial para a transformação da sociedade: a partir dessa percepção, reformulamos nosso modo de ver as coisas do mundo e, por conseqüência, o próprio mundo. Esse seria o papel do verdadeiro cidadão, ou seja, descobrir que tipo de conseqüência tem origem no ato de interpretar o mundo, de uma forma ou de outra. Com essa visão, a História oficial relegou aos negros um papel secundário, dificultando o caminho em direção à sua inclusão social [...] O primeiro passo para mudar esse quadro é o entendimento de que há, sim, uma discriminação racial. Ela acontece ora de maneira mais explícita, como nas piadas, ora de forma mais velada. O número reduzido de negros ocupando os cargos mais altos das empresas é um bom exemplo. De um
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modo ou de outro, a ação silenciosa do preconceito tem mantido os índices de desigualdade em patamares inaceitáveis para um país que se pretende democrático. De posse dos números e observando a realidade com alguma isenção, vale ressaltar que a desigualdade não se reflete apenas nos indicadores sociais ou nos desníveis de renda: essa é a expressão mais evidente do racismo. Ela evidencia uma estrutura cultural e social que acaba por mascarar uma discriminação mais profunda: a desvalorização, desumanização e desqualificação, ou o não-reconhecimento simbólico das tradições, saberes e fazeres do povo afro-descendente. Devemos levar em conta que tal desigualdade não é exclusiva com relação aos afro-descendentes: outros grupos étnicos, raciais ou religiosos padecem com essa estrutura excludente, no Brasil e no mundo. BRANDÃO, Ana Paula. Saberes e fazeres : modos de ver. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2006. v. 1. p. 11-13.
DURAÇÃO � Tempo previsto: 4 horas aula
REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Wlamira R.; FRAGA FILHO, Walter. Uma história do negro no Brasil . Salvador: Fundação Cultural Palmares. Centro de Estudos Afro-Orientais, 2006.
BITTENCOURT, Circe F. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
BRANDÃO, Ana Paula. Saberes e fazeres : modos de ver. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2006. v. 1.
CAIMI, Flávia Eloísa. História escolar e memória coletiva: como se ensina? Como se aprende? In: ROCHA, Helenice (Org.). A escrita da história escolar : memória e historiografia. Rio de Janeiro: FGV, 2009. p. 67-79.
CAINELLI, Marlene. Educação histórica: perspectivas de aprendizagem da historia no ensino fundamental. Educar em Revista , Curitiba, n. especial, p. 57-75, 2006.
FRAGA FILHO, Walter; ALBUQUERQUE, Wlamira R. de. Uma história da cultura afro-brasileira . São Paulo: Moderna, 2009.
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Disciplina/Área PDE: História IES: Universidade Estadual de Londrina NRE: Londrina Escola de Implementação: Colégio Estadual Teothônio Brandão Vilela - Ensino Fundamental e Médio – Ibiporã /PR Professora PDE: Edilaine Aparecida de Araújo Professora orientadora: Drª Edméia Ribeiro Tema: A abordagem da questão racial no Brasil em relação aos afrodescendentes por meio da análise de charges de Maurício Pestana produzidas nas décadas de 1980 e 1990. Título: Imagens do Racismo Afrodescendente Representado nas Charges do Cartunista Maurício Pestana nas Décadas de 1980 e 1990.
INTRODUÇÃO
Natural de Santo André-SP, Maurício Pestana iniciou seus estudos artísticos
na escola de Poliarte de São Paulo, no final dos anos 70. Como cartunista, começou
no jornal "O PASQUIM", período este que pode conviver com o irreverente cartunista
Henfil, direcionando a sua arte de forma pioneira e inédita na denúncia das
diferenças raciais no país, trabalho que, em pouco tempo, ganhou projeção
internacional.
Atualmente Mauricio Pestana divide o seu tempo entre dirigir seu estúdio em
São Paulo e a presidência do conselho editorial da revista RAÇA BRASIL, a mais
importante publicação direcionada ao público afro-brasileiro.
Sobre a função e o sentido da sua produção, nada melhor do que o próprio
artista para apresentá-la:
Optei por uma linha polêmica provocando risos em situações em que não se deve rir. Concebi ao meu trabalho uma careta indignada e singularíssima da sociedade brasileira. Defini um indiscutível traço de uma contraposição estética e política ao radiografar a intolerância, a ação perversa da introjeção da miséria, a violência policial acasalada, a impunidade, o preconceito institucionalizado, a
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cidadania incompleta, o peso do desemprego e a ausência dos iguais direitos de opções. Neste contexto, meus cartuns ou tiras e ilustrações passaram a ser, às vezes, palanques e até púlpitos profanos. [...] o processo evolutivo do meu trabalho não poderia ser diferente da minha arte, na medida em que a condição político existencial torna inseparáveis a forma e o conteúdo, criatura e o criador, a arte e a vida (PESTANA, 2010).
TEMA
Biografia de Maurício Pestana
OBJETIVOS
� Pesquisar e descrever a biografia de Maurício Pestana.
� Relatar e apresentar algumas de suas obras.
ESTRATÉGIAS
� Pesquisa pela internet nas obras do autor.
ATIVIDADES
� Em grupos os alunos deverão pesquisar a obra e vida de Maurício Pestana.
� A pesquisa deve ser apresentada por escrito para ser usada posteriormente.
RECURSOS
� Sala de informática.
DURAÇÃO
� Duas horas aula
REFERÊNCIAS
PESTANA, Maurício. 30 anos de arte pela igualdade . São Paulo: Ibak Cultural, 2010.
PESTANA, Maurício. Biografia . Disponível em: <www.mauriciopestana.com.br>. Acesso em: 2 mar. 2011.
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Disciplina/Área PDE: História IES: Universidade Estadual de Londrina NRE: Londrina Escola de Implementação: Colégio Estadual Teothônio Brandão Vilela – Ensino Fundamental e Médio – Ibiporã /PR Professora PDE: Edilaine Aparecida de Araújo Professora orientadora: Drª Edméia Ribeiro Tema: A abordagem da questão racial no Brasil em relação aos afrodescendentes por meio da análise de charges de Maurício Pestana produzidas nas décadas de 1980 e 1990. Título: Imagens do Racismo Afrodescendente Representado nas Charges do Cartunista Maurício Pestana nas Décadas de 1980 e1990.
INTRODUÇÃO
A Charge pode ser um valioso recurso didático-pedagógico possível de ser
utilizada em sala de aula no decorrer do processo ensino /aprendizagem em
História, pois a compreensão e a interpretação de charges têm como base seus
referenciais e seu conhecimento de mundo.
Outro aspecto importante na utilização desse recurso é a sua proximidade
com o cotidiano, pois charges geralmente são encontradas em jornais e revistas,
internet sempre tratando temas atuais, atemporais, divertindo e marcando épocas.
Além disso, permite que o aluno passe a entender a imagem como discurso,
atribuindo-lhe sentidos sociais, políticos e ideológicos, o que podemos compreender
melhor nessa passagem:
[...] a leitura da imagem, enriquecida pelo esforço da análise, pode se tornar um momento privilegiado para o exercício de um espírito crítico que, consciente da história da representação visual na qual ela se inscreve, assim como de sua relatividade, poderá dela tirar a energia de uma interpretação criativa (JOLY, 2004, p.136).
É por meio da leitura de imagens que uma grande parte das crianças e dos
adolescentes fazem suas primeiras reflexões sobre o mundo em que vivem. As
charges também podem ser ferramentas desses estímulos, o prazer de sua leitura
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convida o aluno a desenvolver práticas leitoras renovadas e criativas dentro da sala
de aula, podendo estas ser empregadas como estímulo à aprendizagem, as charges
possuem uma dosagem cômica, crítica e irreverente em uma medida suficiente para
colaborar para que o aluno possa desenvolver uma visão mais crítica de sua
realidade social, econômica e política.
Para Gawryszewski (2008), as charges são carregadas de significados
políticos e possuem todo um objetivo educacional e ideológico, englobam
preocupações sociais e políticas do autor que deve ser um profissional engajado em
uma causa. A charge é política, nunca neutra, ela toma partido e potencializa seu
humor e sua crítica, mas nem sempre o riso é o objetivo do autor/a e muitas vezes
têm a agressividade como essência.
Portanto é importante destacar os cuidados que o professor deve ter no uso
dessas fontes, pois é primordial a mobilização prévia dos conhecimentos dos alunos,
a descrição, a explicação, a contextualização do documento na época, a
identificação da natureza, dos limites e os interesses vinculados a ele.
TEMA O uso de charges como recurso metodológico nas aulas de História.
OBJETIVOS
� Apresentar charges de Maurício Pestana para os alunos.
� Interpretar e Debater sobre o conteúdo das charges.
� Relatar as impressões sobre as charges de forma oral e escrita.
ESTRATÉGIAS
� Os alunos deverão se organizar em grupos de no máximo quatro alunos/alunas,
cada grupo receberá no mínimo três charges de Maurício Pestana, produzidas
nas décadas de 1980 e1990. Depois de um tempo estabelecido deverão
apresentar suas impressões, oralmente sobre a charge analisada.
� Após a exposição oral dos grupos, deverão fazer uma produção escrita para ser
entregue ao professor.
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ATIVIDADES
1)Distribuição das charges aos grupos:
A B C
D E
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F G H
I J
K L
Fonte: Pestana (2001)
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M N
O P
Q R
Fonte: Pestana (2001).
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S T U
V X W
Y Z
Fonte: Pestana, 2001
Charges impressas de Maurício Pestana produzidas nas décadas de 1980 e 1990.
DURAÇÃO
� Tempo previsto; 4 horas aula.
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REFERENCIAS
PESTANA, Maurício. Racista, eu? De jeito nenhum: o racismo no Brasil através da retrospectiva de 20 anos de desenhos do cartunista Maurício Pestana. São Paulo: Escala, 2001.
GAWRYSZEWSKI, Alberto. Conceito de caricatura: não tem graça nenhuma. Domínios da Imagem , Londrina, ano 1, n. 2, p. 7-26, maio 2008.
JOLY, Martini. Introdução à análise da imagem. 7. ed. Campinas: Papirus, 2004.
PESTANA, Maurício. Cartunista . Disponível em: <htpp. www.mauriciopestana.com.br>. Acesso em: 2 mar. 2011. Não foi citado
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Disciplina/Área PDE: História IES: Universidade Estadual de Londrina NRE: Londrina Escola de Implementação: Colégio Estadual Teothônio Brandão Vilela-Ensino Fundamental e Médio – Ibiporã /PR Professora PDE: Edilaine Aparecida de Araújo Professora orientadora: Drª Edméia Ribeiro Tema: A abordagem da questão racial no Brasil em relação aos afrodescendentes por meio da análise de charges de Maurício Pestana produzidas nas décadas de 1980 e1990. Título: Imagens do Racismo Afrodescendente Representado nas Charges do Cartunista Maurício Pestana nas Décadas de 1980 e1990.
INTRODUÇÃO
Em um contexto em que a Lei 10.639/03 torna obrigatório o ensino de
História e Cultura Afro-brasileira e Africana, é de fundamental importância
aprofundarmos nessa temática, considerando que é preciso levar aos nossos alunos
e alunas à reflexão e ao debate sobre a História do afro-descendente em nosso
país. Para isso faz-se necessário destacar a importância da História da África por
meio do conhecimento e a valorização da trajetória dos/das afrodescendentes, bem
como resgatar uma imagem positiva e a relevância da luta pelos seus direitos como
cidadão brasileiro.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-raciais deve-se implantar uma nova visão nas práticas pedagógicas
nas escolas.
É importante destacar que não se trata de mudar um foco etnocêntrico marcadamente de raiz européia por um africano, mas de ampliar o foco dos currículos escolares para a diversidade cultural,racial, social e econômica brasileira. Nesta perspectiva cabe as escolas incluir no contexto de estudos e atividades, que proporcione, diariamente, também contribuições histórico-culturais dos povos indígenas, dos descendentes de asiáticos, além das raízes africana e européia (BRASIL, 2005, p.17).
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Com a leitura dessas diretrizes, percebemos que é importante romper com a
História focada principalmente na Europa e destacar também a importância de
outros povos para a construção da nação brasileira. Uma das questões primordiais
para a discussão desse tema, é que existe pouca ou quase nenhuma preocupação
quanto a preparação de professores/as, seja de educação infantil ou fundamental,
para lidarem com conteúdos mínimos que tratam da diversidade humana.
As charges de Maurício Pestana podem ser usadas como um veículo para
levar os alunos e profissionais da educação à reflexão sobre as questões raciais na
sociedade em que vivemos.
TEMA
A abordagem da questão racial no Brasil em relação aos afrodescendentes
por meio da análise de charges de Maurício Pestana produzidas nas décadas de
1980 e1990.
OBJETIVOS
� Relacionar as charges de Maurício Pestana, produzidas nas décadas de 1980 e
1990, com a realidade social de parte dos afrodescendentes brasileiros.
� Desconstruir estereótipos e captar as sutilezas do racismo a partir da produção de
Maurício Pestana.
� Pesquisar dados sobre o afrodescendente e o mercado de trabalho/violência/
consumo/educação/política/habitação/mulher/criança.
ESTRATÉGIAS
� Pesquisa na sala de informática e na biblioteca sobre o afrodescendente em
relação ao trabalho, violência, consumo, educação, política, habitação, mulher,
criança.
ATIVIDADES
1) Pesquisar em revistas, jornais, sites, livros informações sobre a realidade social
do/as afrodescendentes brasileiros.
2) Apresentar oralmente e por escrito as conclusões da pesquisa e relacioná-las
com as charges de Maurício Pestana, que podem reafirmar as denúncias do autor
ou não. As afirmações devem ser comprovadas com fontes consistentes.
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RECURSOS
� Jornais, revistas, livros, sala de informática (internet)
DURAÇÃO
� Tempo previsto; 4 horas-aula.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensin o de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana . Brasília: MEC, 2004.
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Disciplina/Área PDE: História IES: Universidade Estadual de Londrina NRE: Londrina Escola de Implementação: Colégio Estadual Teothônio Brandão Vilela-Ensino Fundamental e Médio – Ibiporã /PR Professora PDE: Edilaine Aparecida de Araújo Professora orientadora: Drª Edméia Ribeiro Tema: A abordagem da questão racial no Brasil em relação aos afrodescendentes por meio da análise de charges de Maurício Pestana produzidas nas décadas de 1980 e1990. Título: Imagens do Racismo Afrodescendente Representado nas Charges do Cartunista Maurício Pestana nas Décadas de 1980 e1990.
INTRODUÇÃO
Para Circe Bittencourt (1998, p. 75) a importância das imagens como
recurso pedagógico tem sido destacada há mais de um século por editores de livros
escolares de História.
O professor não pode manter-se alheio à influência que a imagem tem na
sociedade, pois corre o risco de ficar fora do processo histórico em curso. É um
recurso didático que permite um grande enriquecimento para as aulas de História.
Como em qualquer arte, a charge exprime, direta ou indiretamente, os
valores da sociedade e do momento histórico no qual foi realizado.
[...] se o professor optar por trabalhar com as “novas linguagens aplicadas ao ensino de História, ele deve ter claro que esta novidade” não vai resolver os problemas didático-pedagógicos do seu curso. A incorporação deste tipo de documento/linguagem não deve ser tomada como panacéia para salvar o ensino da História e torná-lo mais “moderno”. Muito menos deve ser vista como a substituição dos conteúdos de aprendizado por atividades pedagógicas fechadas em si mesmas (BITTENCOURT, 1998, p.149).
A proposta da utilização da charge deve ter uma ligação direta com o
conteúdo que está sendo estudado no momento, não se desviando do assunto em
foco, isto é, o professor como orientador deste recurso, deve ter objetivos
pedagógicos em relação à escolha do material a ser trabalhado, para que este não
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se perca durante o processo de compreensão e de interpretação, e assim consiga
trocar informações sobre o conteúdo que está sendo passado, tornando-se uma
importante fonte histórica que deve ser explorada na sala de aula.
OBJETIVOS � Produzir charges relacionadas à questão do preconceito racial aos
afrodescendentes no Brasil a partir das reflexões feitas em sala de aula.
� Organizar uma exposição com as charges produzidas pelos alunos.
� Selecionar algumas charges de Maurício Pestana para que façam parte da
exposição.
� Separar algumas frases/passagens/dados que levem a reflexão sobre o tema da
exposição.
ESTRATÉGIAS
� Produção de charges
� Montagem da exposição
ATIVIDADES
� Em grupos, ou individualmente, os alunos produzirão charges referentes à
questão racial no Brasil, com o apoio da professora de Arte.
� Os alunos, com a mediação do professor/a deverão organizar uma exposição com
seus trabalhos e as charges de Maurício Pestana, juntamente com as frases
escolhidas.
� A organização e a distribuição de tarefas serão feita por uma comissão
organizadora, eleita pela sala.
DURAÇÃO
� Tempo de duração: 8 horas aula.
�
REFERÊNCIAS
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Livros didáticos entre textos e imagens. In: ______. O saber histórico na sala de aula. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1998.