edição n° 338

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Ao longo dos 14 anos que servi a Diocese de Crateús, contei sempre com espaço neste periódico, seja quando veiculou notícias da Igreja, seja quando publicou artigos por mim redigidos! Agrade- ço ao proprietário e gerente do Jornal a obsequiosa defe- rência, bem como aos Leito- res a sua atenciosa sintonia. Agora que devo partir para Teresina, Igreja para a qual fui enviado pelo Papa Bento XVI, quero me despedir! Quando fui ordenado Bis- po para Crateús aos 24 de maio de 1998, fiz a todos, na Praça da Catedral do Se- nhor do Bonfim, um pedido: “Deem-me um lugar em seu coração”. Transcorridos 14 anos, venho lhes assegurar a minha profunda gratidão por esse lugar que me foi oferecido. Nesta etapa de despedidas, quantos gestos, lágrimas, palavras de reco- nhecimento, lamento pela ausência, votos de felicida- de, promessa de oração pelo êxito da missão em Teresina! Sinto-me privilegiado! É privilégio experimentar con- fiança da parte dos irmãos. É privilégio ser acolhido e amado, como ministro de Cristo, pastor da Igreja. Alegra-me sentir a visão de maior alcance de tantas pessoas que, ao se despedi- rem me dizem: “obrigado por tudo o que fez por nossa Diocese/Paróquia”; “seus ensinamentos nos ajudaram muito”; “o Senhor ajudou a aproximar muita gente da Igreja”; “a nossa Igreja está bem viva, graças também ao seu trabalho”; “nossas igrejas estão mais cheias” etc. Dessa forma eu vejo compreendida a iniciativa de reforma e construção de igrejas e capelas que só teve um objetivo - servir a Igreja Viva em suas necessidades! Igreja viva, que mostra o seu vigor em um Laicato ativo, missionário, no florescer de vocações para a vida consa- grada e sacerdotal. O braço da caridade da Igreja, na Diocese tem se feito sentir na criação da “Cáritas Diocesana”, da “Comissão Diocesana de Justiça e Paz”, na implanta- ção das Pastorais da Criança e da Pessoa Idosa, bem como no fortalecimento da família através da Pastoral Familiar e do Encontro de Casais com Cristo. Iniciativas mais localizadas e igualmente importantes se concretizam na “Escola Família Agríco- la” na “Casa dos Amigos de Jesus”, “Casa de Jesus Misericordioso” e outras. Sabendo que “colhi onde não plantei” (CfJo 4,36) re- gistro aqui a minha profunda admiração pelo meu grande antecessor Dom Antonio Batista Fragoso, nosso 1º bispo (1964 - 1998). Além da continuidade criativa de sua obra, procurei preservar a sua memória, coletando seus escritos e fotos, digitando e encadernando os relatos de suas Visitas Pastorais e, após o seu falecimento, re- colhendo todos os seus per- tences que a família Fragoso entregou à Diocese. Ele será sempre o pai desta Diocese, que tem sua marca e cujo nome projetou no mundo. Conhecedor dos meus li- mites, procurei dar o melhor de mim, com os dons que Deus me concedeu, na certe- za de que o Senhor da messe só pede o que antes já doou. Compete a cada um colocar a “sua pedra” na construção. Lancei as redes com amor e perseverante esforço. Por causa da Palavra d’Ele a pescaria foi abundante! O mérito não é individual, as mãos de muitos colabora- dores: Padres, Irmãs(os), Leigos(as) lançaram e puxa- ram as redes comigo! “Tudo é graça”, como afirma Santa Teresinha. Com o meu mais sincero agradecimento a todos os meus diocesanos, vai o in- sistente pedido: acolham o meu Sucessor com o coração aberto! Colaborem com ele! A acolhida fraterna é fun- damental. O diferente não é ameaça e nem negação ao passado, mas, pode ser o complemento necessário. Nenhum dos 12 Apóstolos era igual ao outro. Não o são também os seus Sucessores! A beleza e a grandeza da Igreja é ser uma na diversi- dade das formas! Em Teresina estarei sem- pre de braços abertos! Será uma alegria acolhê-los! Leia ainda O pastor e o mar e Despedida página 05 Hoje como ontem, os problemas se repetem: escassez de água potável, frustração de safras e desmantela- mento da estrutura de produção e êxodo rural. Leia Editorial na página 02 Instala-se a seca Caros leitores de Gazeta do Centro-Oeste Crateús discute problemas do judiciário em audiência pública Fórum social local realiza plenária Quantos são os extremamente pobres no Ceará? Caso dos consignados ganha ares policiais Dom Jacinto Brito Emperramento da Justiça leva a sociedade a discutir em audiência pública os problemas do judi- ciário em Crateús. Página 04 O Fórum Social Local, iniciativa da Promotoria de Justiça da Comarca de Crateús, como acontece mensalmente, realizou mais uma reunião plenária, dia 26/4, no auditório do CREA, com a pre- sença e participação dos mais diversos segmentos da sociedade, sob o comando do promotor de Justiça José Arteiro Goiano. Página 04 Eduardo Aragão define o conceito de pobreza como a privação material medida pela renda e o consumo do indivíduo e da família. Veja quantos são os extremamente pobres no Ceará. Leia Gazeta no Campo na página 10 O escândalo dos empréstimos consignados não conseguiu ser abafado com o rompimento do contrato com a ABC. Caso está partindo agora para a esfera policial. Leia na página 12 artigo de Luiz Henrique Campos Página Mãe - Parceira de Deus Crateús-Ce. Terça-feira, 30 de abril de 2012 - Ano XIV - N o 338 - R$ 2,50 Acesse nosso site: www.gazetacrateus.com.br | E-mail: [email protected]

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Terça-feira, 30 de abril de 2012 - Ano XIV - No 338

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Page 1: Edição N° 338

Ao longo dos 14 anos que servi a Diocese de Crateús, contei sempre com espaço neste periódico, seja quando veiculou notícias da Igreja, seja quando publicou artigos por mim redigidos! Agrade-ço ao proprietário e gerente do Jornal a obsequiosa defe-rência, bem como aos Leito-res a sua atenciosa sintonia.

Agora que devo partir para Teresina, Igreja para a qual fui enviado pelo Papa Bento XVI, quero me despedir!

Quando fui ordenado Bis-po para Crateús aos 24 de maio de 1998, fiz a todos, na Praça da Catedral do Se-nhor do Bonfim, um pedido: “Deem-me um lugar em seu coração”. Transcorridos 14 anos, venho lhes assegurar a minha profunda gratidão por esse lugar que me foi oferecido. Nesta etapa de despedidas, quantos gestos, lágrimas, palavras de reco-nhecimento, lamento pela ausência, votos de felicida-de, promessa de oração pelo êxito da missão em Teresina! Sinto-me privilegiado! É privilégio experimentar con-fiança da parte dos irmãos. É privilégio ser acolhido e amado, como ministro de Cristo, pastor da Igreja.

Alegra-me sentir a visão de maior alcance de tantas pessoas que, ao se despedi-rem me dizem: “obrigado por tudo o que fez por nossa Diocese/Paróquia”; “seus ensinamentos nos ajudaram muito”; “o Senhor ajudou a aproximar muita gente da Igreja”; “a nossa Igreja está bem viva, graças também ao seu trabalho”; “nossas igrejas estão mais cheias”

etc. Dessa forma eu vejo compreendida a iniciativa de reforma e construção de igrejas e capelas que só teve um objetivo - servir a Igreja Viva em suas necessidades! Igreja viva, que mostra o seu vigor em um Laicato ativo, missionário, no florescer de vocações para a vida consa-grada e sacerdotal.

O braço da caridade da Igreja, na Diocese tem se feito sentir na criação da “Cáritas Diocesana”, da “Comissão Diocesana de Justiça e Paz”, na implanta-ção das Pastorais da Criança e da Pessoa Idosa, bem como no fortalecimento da família através da Pastoral Familiar e do Encontro de Casais com Cristo. Iniciativas mais localizadas e igualmente importantes se concretizam na “Escola Família Agríco-la” na “Casa dos Amigos de Jesus”, “Casa de Jesus Misericordioso” e outras.

Sabendo que “colhi onde não plantei” (CfJo 4,36) re-gistro aqui a minha profunda admiração pelo meu grande antecessor Dom Antonio Batista Fragoso, nosso 1º bispo (1964 - 1998). Além da continuidade criativa de sua obra, procurei preservar a sua memória, coletando seus escritos e fotos, digitando e encadernando os relatos de suas Visitas Pastorais e, após o seu falecimento, re-colhendo todos os seus per-tences que a família Fragoso entregou à Diocese. Ele será sempre o pai desta Diocese, que tem sua marca e cujo nome projetou no mundo.

Conhecedor dos meus li-mites, procurei dar o melhor

de mim, com os dons que Deus me concedeu, na certe-za de que o Senhor da messe só pede o que antes já doou. Compete a cada um colocar a “sua pedra” na construção. Lancei as redes com amor e perseverante esforço. Por causa da Palavra d’Ele a pescaria foi abundante! O mérito não é individual, as mãos de muitos colabora-dores: Padres, Irmãs(os), Leigos(as) lançaram e puxa-ram as redes comigo! “Tudo é graça”, como afirma Santa Teresinha.

Com o meu mais sincero agradecimento a todos os meus diocesanos, vai o in-sistente pedido: acolham o meu Sucessor com o coração aberto! Colaborem com ele! A acolhida fraterna é fun-damental. O diferente não é ameaça e nem negação ao passado, mas, pode ser o complemento necessário. Nenhum dos 12 Apóstolos era igual ao outro. Não o são também os seus Sucessores! A beleza e a grandeza da Igreja é ser uma na diversi-dade das formas!

Em Teresina estarei sem-pre de braços abertos! Será uma alegria acolhê-los!

Leia ainda O pastor e o mar e Despedida página 05

Hoje como ontem, os problemas se repetem: escassez de água potável, frustração de safras e desmantela-mento da estrutura de produção e êxodo rural.Leia Editorial na página 02

Instala-se a seca

Caros leitores de Gazeta do Centro-Oeste

Crateús discute problemas do judiciário em audiência pública

Fórum social local realiza plenária

Quantos são os extremamente pobres no Ceará?

Caso dos consignados ganha ares policiais

Dom Jacinto Brito

Emperramento da Justiça leva a sociedade a discutir em audiência pública os problemas do judi-ciário em Crateús. Página 04

O Fórum Social Local, iniciativa da Promotoria de Justiça da Comarca de Crateús, como acontece mensalmente, realizou mais uma reunião plenária, dia 26/4, no auditório do CREA, com a pre-sença e participação dos mais diversos segmentos da sociedade, sob o comando do promotor de Justiça José Arteiro Goiano. Página 04

Eduardo Aragão define o conceito de pobreza como a privação material medida pela renda e o consumo do indivíduo e da família. Veja quantos são os extremamente pobres no Ceará.Leia Gazeta no Campo na página 10

O escândalo dos empréstimos consignados não conseguiu ser abafado com o rompimento do contrato com a ABC. Caso está partindo agora para a esfera policial.Leia na página 12 artigo de Luiz Henrique Campos

Página

Mãe - Parceira de DeusCrateús-Ce. Terça-feira, 30 de abril de 2012 - Ano XIV - No 338 - R$ 2,50

Acesse nosso site: www.gazetacrateus.com.br | E-mail: [email protected]

Page 2: Edição N° 338

Página - 2GAZETA DO CENTRO-OESTE

Crateús - segunda-feira, 30 de abril de 2012

[ Opinião ] [ Política ] [ Cidade ] [ Geral ] [ Cultura ] [ Sociedade ] [ www.gazetacrateus.com.br ]

Este fenômeno não é o primeiro nem será o último a acontecer no Ceará. Em 1605, Pero Coelho de Sou-za obrigou-se a proceder a uma retirada para fugir da seca. A fome e a falta de água mataram vários com-ponentes da sua expedição colonizadora. A seca tem sido decantada em prosa e verso. Na literatura, duas grandes obras destacam-se: “A Fome” no final do sé-culo XIX e “O Quinze” na primeira metade do século XX, escritas, respectiva-mente, por Rodolfo Teófilo e Rachel de Queiroz.

Embora o Imperador Dom Pedro II não tenha cumprido a promessa de empenhar o último brilhan-te de sua coroa para que nenhum cearense morresse de fome, não se pode negar que no século passado e principalmente nos últimos vinte anos muito foi feito para minorar os efeitos des-te catastrófico fenômeno, principalmente no Ceará.

Órgãos foram criados, açudes, canais de irrigação e poços foram construídos. Procedeu-se a interligação das bacias hidrográficas. Ao longo dos últimos cem anos, muitos programas e projetos foram postos em execução, desenvolvendo políticas inteligentes de combate à estiagem. Nestes últimos anos, está sendo concluída a transposição das águas do Rio São Fran-cisco, sonho secular. Dos quatro estados beneficiados o Ceará é o único que se preparou para receber essas águas. A primeira gota de água da transposição que chegar ao Estado, tecnica-mente poderá ser direciona-da para qualquer município cearense, graças à interliga-ção das bacias hidrográfi-cas. Por isso, não é falácia afirmar que cada cearense poderá ter água em sua residência até 2014.

Todos sabem que a cada dez anos ocorre uma seca e a cada vinte anos (dados

da Sudene) ocorre uma que se estende por até três anos. Quando acontece essa estiagem, a capacida-de armazenadora de água do Estado (mais de 20 bilhões de m³) não atende à demanda sempre cres-cente do consumo humano, animal, de irrigação e da indústria. Os mananciais subterrâneos também ficam mais escassos. Por isso, é imprescindível que haja a transposição dos excessos de águas de outras regiões do país para compensar a falta no Nordeste.

Vale esclarecer que a transposição não repre-sentará nenhum prejuízo à bacia doadora. Devido ao fenômeno “El Niño”, as nuvens úmidas que deve-riam chegar ao Nordeste se precipitam no Sudeste ou no Norte, provocando enchentes. Como a trans-posição só ocorrerá nas épocas de seca, coincidirá com grandes vazões do Rio São Francisco provocadas

pelo excesso de precipita-ções nas suas cabeceiras, em Minas Gerais. Além do mais, o que será drena-do para os quatro estados beneficiados não represen-tará 1% da vazão do Rio no Oceano Atlântico nas épocas de cheias.

Neste ano, surge uma nova seca, com certeza, uma nova catástrofe, porém com reflexos extremamente diferentes de outras épocas. Há de se considerar que embora em termos econô-micos a agropecuária do Ceará, setor mais impacta-do pela seca, seja respon-sável apenas por 7,1% de sua riqueza, lá no campo estão quase dois milhões de cearenses diretamen-te atingidos ou 33% da população economicamente ativa do Estado. Para esses, está em curso um programa de transferência de renda (Bolsa Família), atendendo parte de suas necessidades básicas de sobrevivência, quase que eliminando a

face mais perversa da seca – a fome. Mas, e o pecua-rista? O que fazer para sal-var 2,6 milhões de bovinos e 2,2 milhões de ovinos/caprinos?

E o que fazer para con-viver? Neste ano, algumas medidas emergenciais de-verão ser postas em prática, tais como a prorrogação de dívidas rurais, vencidas e vincendas; quitação de seguro safra antecipado; bolsas para sustento de famílias; fornecimento de água para consumo humano e animal; venda de rações com preços subsidiados pelo Governo; e venda de 300 mil toneladas de milho. Tudo isto é importante, porém paliativo.

Concretamente, deve--se agir em atividades de investimento de forma sustentável no campo, tais como, construção de mais cisternas, poços, açudes, barragens; ampliação do fornecimento domiciliar de água; aproveitamento de

reservas hídricas para fins de irrigação, inclusive para criação de gado; formação de reservas estratégicas para alimentação animal (silagem, fenos e culturas forrageiras); e a garantia de estoques reguladores de grãos.

Por outro lado, há de se convir que a realidade já foi muito pior e está mu-dando, felizmente para me-lhor. Porém, a seca sempre existirá. Só nos resta uma única saída: conviver com ela de modo inteligente e sustentável. Mas, somente será possível, de maneira continuada, se tivermos a garantia da água com ou sem estiagem. Daí, a importância da transposi-ção das águas do Rio São Francisco, que disponibili-zará este líquido precioso para todo o Estado através da interligação das bacias hidrográficas.

A seca no Ceará

CRIME: Ex-superintendente da PFé preso no RioEdson Antônio de Oliveira, ex-superintendente da Polícia Federal no Rio e ex-diretor da Interpol no Brasil, foi preso no dia 07 de maio em uma agência bancária do Rio por um crime cometido há 26 anos. Ele estava foragido desde novembro de 2011,quando a Justiça Federal emitiu mandado de prisãopor falsidade ideológica e concussão (uso de cargo público para conseguir vantagem pessoal).O primeiro crime já descreveu.

CAÇADA DE JAVALIS: Filho mata o paiUm adolescente de 14 anos matou o pai com um tiro acidental durante uma caçada a javalis, numa fazenda de Itapeva, a 285 km de São Paulo. O acidente ocorreu no ultimo sábado, mas o caso só foi divulgado nesta terça-feira pela policia. Um grupo de cinco pessoas-três adultos e dois menores-foi até a fazenda para caçar os javalis que vivem como animais selvagens. Ao tentar atingir um dos animais,o garoto errou o tiro e alvejou as contas do pai.

Rua Cel. Lúcio, 221 - Centro - TeleFax: (88) 3691.1476 - Crateús-Ce

Dr. André LandimDoenças da Pele e Alegria

Dr. Gustavo Henrique BezerraOtorrinolaringologia - Videolaringoscopia

Dr. Kevin CarneiroBioquímico

Dr. Nenzé BezerraUrologia e Cirurgia Laparoscópica

Drª. Christianne Taumaturgo D. SoaresEndocrinologia

Drª. Maria de Jesus SoaresGinecologia e Obstetrícia

Dr. WaetanUltrassonografia

Dr. Gerardo JrOrtopedia e Traumatologia

Drª. Déborath Lúcia de O. DinizNeurologista - CRM 5041 - E-mail: [email protected]

Dr. Paulo NazarenoEndoscopia e Cirurgia Laparoscópica

Fundada em 30 de maio de 1997

Sebastião César Aguiar ValeEditor-Geral e jornalista responsávelMat. nº: 01227JP - CE [email protected]

M. Duarte da SilvaCNPJ: 06.327.640/0001-97Rua Cel. Lúcio, 503 - CEP 63700-000, Crateús-Ce - Fone/Fax: (088) 3692.3810

Projeto Gráfico e Diagramação:Fabrício [email protected]

Coordenação e Digitação:Miliane Silva

Conselho Editorial:Eduardo Aragão Albuquerque Jr.José Bonfim de Almeida JúniorSebastião Cesar Aguiar Vale

Assessoria Jurídica:Dr. José de Almeida Bonfim Júnior,OAB 15545 CE

Assessor para assuntos especiais:Francisco Oton Falcão JucáTel.: (85) 3254.5353 / (85)99812637Fax: (85) 3254.8000

Importante:As opiniões assinadas não refletem obrigatoriamente o pensamento do jornal.

Assinaturas ou renovações:Através do E-mail: [email protected] ou pelo telefone (88)

3692.3810.Assinante de qualquer localidade enviar comprovante de depósito bancário por fax ou e-mail:

BradescoM. Duarte da Silva - MEAgência: 997-0 - Conta: 16165-9

Banco do BrasilM. Duarte da Silva - MEAgência: 0237-2 - Conta: 28.765-2

Impressão:Gráfica e Editora Premius

Tiragem por edição: 2.000 exem-plares.

Crateús:Assinatura anual R$ 60,00

Outras localiadadesAssinatura anual R$ 100,00Assinatura semestral R$ 60,00

EDITORIAL

Page 3: Edição N° 338

Página - 3www.gazetacrateus.com.brCrateús - segunda-feira, 30 de abril de 2012

[ Opinião ] [ Política ] [ Cidade ] [ Geral ] [ Cultura ] [ Sociedade ] [ www.gazetacrateus.com.br ]

Júnior Bonfim | [email protected]

Marguê Freire

Observatório

Sabor Caseiro} Bolo da Mamãe

Sábado passado, apresentan-do mais um livro do poeta Dideus Sales, ensaiei uma resposta sobre a tarefa de um poeta. Relembrei aquele epi-sódio ocorrido com o poeta Olavo Bilac. O dono de um pequeno comércio, amigo, abordou-o na rua: - Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Poderá redigir o anúncio para o jornal? Ola-vo Bilac apanhou um papel e escreveu: “Vende-se uma encantadora propriedade, onde os pássaros cantam ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cris-talinas e mareantes águas de um ribeiro. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda.” Meses depois se reencontraram. O poeta perguntou se o amigo havia vendido o sítio. - Nem pense mais nisso, disse o homem. Quando li o anúncio foi que percebi a maravilha que tinha.Eis a tarefa de um poeta: revelar a beleza escondida nas coisas, nos lugares e nas pessoas!Semelhante missão têm aqueles que abraçaram a apaixonante e sacerdotal causa do magistério. Ser edu-cador é deslizar na corrente-za da sabedoria, perscrutar talentos, retirar poeira de diamante. Não é entregar a isca e o anzol, mas desenvol-ver o gosto pela pesca. Não é oferecer a faca e o queijo, mas despertar a vontade de comer. Educar não é lançar, mas extrair, retirar de dentro. Dos meus tempos de alu-no do então “Ginásio Pio XII”, em Crateús, lembro da silhueta de um amante do

magistério. Alto e sereno, reservado e narigudo, aristo-crático e silencioso. Era ini-maginável que aquele corpo esguio escondesse um glutão compulsivo, incorrigível devorador de letras, voraz consumidor de livros. Pois Manoel Melo Cavalcante, nos anos do decênio iniciado em 1970, já havia engolido mais de mil livros. Apren-dera com um mestre Taoista que passar três ou quatro dias sem ler causava debili-dade nas palavras, fraqueza na memória, deficiência no cérebro. Hoje, exilado em Fortaleza, revisita as páginas que pro-tagonizou no álbum da pró-pria existência. Recompila o capítulo em que, com asas de sonho, pousou na Capital para estudar no Colégio Cearense. A alimentação irregular, em hotéis e restau-rantes, provocou a abertura de uma ferida no estômago e forçou o retorno à terra natal no início da década de 1960. Foi quando resolveu descer do berço da própria solidão e espalhar sobre o chão de giz o óleo do amor à leitura. Lecionou inicialmente na Escola Técnica de Comércio Padre Juvêncio, onde foi Vice-Diretor de 1968 a 1975.Em 1976, por influência do Deputado Antonio dos Santos – na época, líder absoluto no município – vira Vice-Prefeito da chapa encabeçada pela primeira mulher a chefiar o Exe-cutivo Municipal, Lionete Camerino. Aceitou a missão com a alma fervilhando de projetos. Imaginava que, em algum momento, seria insta-do a colaborar ativamente no comando da cidade. Aquele

mar de sonhos, no entanto, virou um martírio. Se pudes-se, eliminaria as páginas que tratam dessa estação...Após esse período, se dei-xou embalar pelas ondas do rádio, dirigiu o Colégio Regina Pácis e prestou ser-viços na Delegacia Regional de Educação. A bandeira da educação empunhou até o dia em que recebeu a carta de aposentadoria.Atualmente reside em um dos pontos mais altos de Fortaleza, próximo das prin-cipais torres de TV da cidade, no cosmopolita bairro Dio-nísio Torres. Ali, entrega-se a uma tarefa cada vez mais rara: recuperar molduras factuais sob a precisão das datas. Por isso esquadrinha o tabuleiro da história e recom-põe a cronologia da ribeira em que nasceu, que pretende exibir em formato de livro. No mais, nota-se uma in-visível trava de melancolia nas cercanias de sua alma. Diz que a aposentadoria equivale a ser um vagabundo mal remunerado. Sente-se só. E, sobre os ombros, o peso das barras de ferro do abandono. Porém, quando o indago se ainda é capaz de sentir o silvestre perfume do original torrão, desaparece a lamentação e faz irromper uma canção. Rejuvenesce o poeta, que abre o coração: Crateús, oh! Terra boa,E prá que seja sempre assimProtege minha pessoaNosso Senhor do Bonfim!

Os próximos dias serão deci-sivos para a pugna eleitoral de outubro vindouro. Semana passada o PMDB definiu o nome do seu pré-candidato a Prefeito: Ivan Monte Clau-dino. O Vereador Márcio Cavalcante, que disputava com Ivan, votou em si mesmo. Dois outros membros do Dire-tório se abstiveram. Os demais sufragaram o nome de Ivan. A expectativa em torno dessa escolha é justificável porque, nas Oposições Unidas, há um consenso: a cabeça da chapa deverá ficar com um partido da base aliada do Governo Estadual. Como o PSB, agre-miação do Governador, e o PSD, linha auxiliar imediata, estão sem quadros disponíveis para o embate no momento, a escolha recairá sobre o nome do PMDB. A Comissão Co-ordenadora encaminhará, de agora em diante, os passos para a escolha da chapa com-pleta.

O CAMINHODesde o início, houve um entendimento para que a de-finição da chapa oposicionista ocorresse democraticamente, ou seja, de baixo para cima. Os líderes maiores respeita-ram isso. Não há um registro sequer de interferência dos Deputados Domingos Neto, Hermínio Rezende ou Ne-nen Coelho – que apóiam o movimento – no sentido de direcionar a escolha. O vice--governador Domingos Filho, o ex-Deputado Antonio dos Santos e outros líderes de expressiva influência no mu-nicípio também deixaram os aliados à vontade, a fim de que alguém pudesse argumentar que houve imposição.

MORAR EM CRATEÚSÉ óbvio que, até chegar a ser escolhido pré-candidato, Ivan teve que enfrentar resistên-cias. Alguns oposicionistas ar-gumentaram que o candidato deveria ser alguém que reside em Crateús. Esse debate deve ser respeitado e enfrentado. Para alguém ser candidato no Brasil tem que preencher as chamadas “condições de elegibilidade”. Estas são con-dições legalmente exigidas para todo cidadão que se pro-ponha a exercer cargo público eletivo. Estão dispostas no ar-tigo 14, § 3º, da Constituição Federal. Vejamos: Art. 14. A soberania popular será exer-cida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos

termos da lei, mediante: (...) § 3º - São condições de elegi-bilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio elei-toral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: (...) c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Dis-trital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador.

MORAR EM CRATEÚS IIResumindo: para postular uma candidatura a pessoa há que preencher os seguin-tes requisitos: nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, o alis-tamento eleitoral, o domicílio eleitoral na circunscrição, a filiação partidária e a idade mínima exigida. A pergunta é: o senhor Ivan Monte Clau-dino preenche esses requisitos legais? Sim. Então, do ponto de vista da lei, ele pode ser o candidato. Agora tratemos das razões políticas. Nos últimos quarenta anos só tivemos duas pessoas à frente da Prefeitura que nunca moraram fora de Crateús: Lionete Camerino e Leandro Martins. Antonio Lins, prefeito que antecedeu Lionete, era bancário no Ma-ranhão quando foi convocado para ser o candidato. Após o Leandro Martins, tivemos Sérgio Morais, Zé Almir, Nen-zé, Paulo Nazareno e Carlos Felipe. Sérgio Morais, figura leve e agradável, em verdade tornou-se crateuense por laços de trabalho e matrimônio. Zé Almir, Nenzé, Paulo Naza-reno e Carlos Felipe tiveram que residir alguns anos fora de Crateús para obterem as respectivas formaturas. Por-tanto, não é o fato de residir na cidade que vai garantir se a pessoa poderá ter um bom ou mau desempenho como Prefeito. Vínculos afetivos, umbilicais, históricos e sociais com a cidade todos têm. O que sinalizará se o candidato pode oferecer um contributo à altu-ra do que a comunidade espera é o seu preparo pessoal, sua visão de mundo, seus traços de caráter, a sua capacidade de traduzir o anseio popular.

OABA carência de magistrados e servidores na comarca de Crateús será discutida em au-diência pública a ser realizada hoje, às 9 horas, no auditório do Conselho Regional de

Engenharia e Arquitetura (CREA) do município, na Rua Auton Aragão. O vácuo da ausência de prestação ju-risdicional gera um enorme sentimento de abandono nas pessoas. Nos últimos conflitos entre administradores e admi-nistrados, notadamente nas negociações entre Servidores e Prefeitura, os munícipes têm sido salvos pela atuação firme, corajosa e altiva do Ministério Público, através do doutor José Arteiro Soares Goiano. Às vésperas de mais uma elei-ção municipal – via de regra acirrada – é inconcebível que uma cidade do porte de Cra-teús padeça de magistrados.

BARROS PINHONo próximo dia 25 de maio José Maria Barros Pinho completaria 73 anos. Era um pescador de sonhos da bacia Poty-Parnaíba. Nasceu no Piauí, mas pertencia ao mesmo redemoinho telúrico fluvial nosso. Tinha na pele a marca das jitiranas do Crate-ús. Deixou-nos 12 belíssimas obras literárias. Membro da Academia Cearense de Letras, vereador, deputado estadual, prefeito de Fortaleza, secre-tário de Cultura do Estado, presidente do Instituto de Previdência do Município de Fortaleza e, por último, presi-dente da Fundação de Cultura de Maracanaú. Era barro e era pinho! Tinha a força germinal da terra e o lirismo contagian-te dos pinheiros. Era barro e era pinho!

PARA REFLETIR“Na antífona com que abre o seu livro “Circo Encantado”, publicado em 1975, Barros Pinho anuncia a chegada do encantamento na vereda das águas/ na poeira do sol. E, ao fechar o livro, parte com o que restou do espetáculo: aqui vai o circo/trapézio quebrado/areia nos pés/palhaços na rua. Agora, ainda sob o impacto de sua partida inesperada, tropeçamos nos destroços do ciclone emocional que caiu sobre nós. O circo encantado de sua poesia, o aconchego de sua convivência, sua visão crítica do mundo e os demais exercícios de inteligência com que nos brindava na tribuna do parlamento, na academia e na mesa do bar se espalham por todos os cantos da memória aflita e dolorosa de seus com-panheiros”. (Juarez Leitão)

Ingredientes:2 xícaras de farinha de trigo, 2 colheres (sopa) de fubá ou farelo de aveia, 1 xícara de açúcar, 1 pitada de sal, 1 colher (sopa) de fermento em pó, 1 xícara de leite mor-no, 1/2 xícara de óleo e 2 ovos.

Preparação:Numa tigela coloque os ingredientes se-cos. Acrescente o leite misturado ao óleo e bata com uma espátula ou colher de pau até incorporar bem.Misture os ovos separadamente com um garfo e acrescente no final batendo bem a massa. Quanto mais você bater mais este bolo ficará fofinho. Não é preciso batedei-ra.

Asse em fôrma untada, em forno médio por cerca de 40 minutos ou até dourar. Espete com um palito e se sair seco está pronto

Crônica da Cidade www.juniorbonfim.blogspot.com

Manoel Melo Cavalcante

GERAL

Page 4: Edição N° 338

Página - 4GAZETA DO CENTRO-OESTE

Crateús - segunda-feira, 30 de abril de 2012

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Todo esse imenso tsuna-mi de corrupção e sujeira com que o caso Carlinhos Cachoeira inunda o Brasil teria sido evitado se não fosse a teimosia de todos os governantes brasileiros - a cumplicidade de alguns - desde o marechal Dutra até hoje. Nada disso existiria se o ingênuo marechal não tivesse posto na ilegalida-de o jogo-do-bicho, numa das mais gaiatas e nocivas decisões governamentais dos últimos tempos. Tornar o bicheiro contraventor fez surgir no País uma das maiores fontes de corrupção de todos os tempos. Não é preciso detalhar os efeitos disso. O jogo ilegal passou a ser a grande fonte de renda de governantes, políticos de todos os matizes, adminis-tradores e, principalmente, de policiais. Temos, hoje, um dos maiores índices de corrupção policial do planeta. Mas, vejamos a hipocrisia de tudo isso. Uma

hipocrisia aritmética. O bi-cho foi proibido por ser jogo de azar. O mais gaiato é que jogo deixa de ser de azar se for autorizado pelo go-verno, como ocorre com as muitas loterias exploradas pela Caixa. Ora, todos os jogos do governo são mais de azar do que o do bicho. A prova disso está nos da-dos fornecidos pela própria Caixa Econômica. Quem faz uma fezinha no jogo-do--bicho tem uma chance em 10 mil de acertar na milhar. Parece muito, mas não é. Pois quem faz uma aposta na Mega-Senatem apenas uma chance em mais 50 mi-lhões (exatas 50.063.860) de acertar os seis números. Cinco mil vezes menos do que na loteria zoológica. Na Timemania, a chance é de uma em mais de 26 milhões. Na quina, o apostador tem uma oportunidade entre mais de 24 milhões. A coisa se repete na Lotomania que paga a um entre 11 milhões.

O menos azarado de todos os jogos oficiais é a Loto--Fácil, pagando a um entre 3 milhões de apostadores, 300 vezes mais azarado do que o bicho. Ora, a hipo-crisia do Estado nesse caso é aritmética. A corrupção na política e nas polícias existe simplesmente porque o jogo-do-bicho é proibido. E tem que pagar caro para existir. Hoje, o aparato po-lítico e policial corrompido é tão poderoso que impede a legalização desse jogo. Legalizar é fechar a torneira dos bilhões que sustentam a proteção à clandestinidade. Livre, o bicheiro não preci-sa pagar para não ser preso. Por que a própria Caixa não explora o “bicho”, o menos azarento de todos os jogos de azar do País? Seria dar emprego digno a milhares de pessoas, arre-cadar bilhões em impostos e cortar pela raiz um dos mais importantes focos de corrupção do Brasil.

O Fórum Social Local, iniciativa da Promotoria de Justiça da Comarca de Cra-teús, como acontece men-salmente, realizou mais uma reunião plenária, dia 26/4, no auditório do CREA, com a presença e participação dos mais diversos segmentos da sociedade, sob o comando do promotor de Justiça José Arteiro Goiano.

Na pauta da plenária, a entrega de certificados a presidiários que se encon-tram em regime de liberdade condicional, que concluíram a Oficina de Orientação para o Trabalho, ministrada pelo SINE/IDT, constituindo-

-se em etapa do Programa “Começar de Novo”, do Conselho Nacional de Jus-tiça (CNJ). Ao todo, foram distribuídos 38 certificados aos integrantes do Programa, que terão a oportunidade de se reintegrarem à sociedade através do exercício das mais diversas profissões. O Proje-to do CNJ tem como lema: “Errar é humano. Ajudar a quem erra é muito mais humano”.

Estiveram presentes à Ple-nária o secretário de Gover-no, Elder Leitão, que repre-sentou o prefeito Carlos Fe-lipe; a secretária de Gestão Administrativa, Aurineide

Aguiar; vereador Lourenço Torres, que representou o SINE/IDT; Lauro Brandão (lojas maçônicas); Manoel Carmo (Lions Clube); pastor Gilson (Igrejas Evangéli-cas); Ten. Vicente Andra-de (Ronda do Quarteirão); Ten. Jonatan Fernandes (4º BI); Nilton Marçal da Costa (Transparência Crateús); maj. Tibúrcio dos Santos (7º BPM), entre outros.

Após a entrega dos cer-tificados, teve lugar uma palestra do fisioterapeuta Valdir Rilner, que abordou, em profundidade, e com de-senvoltura, o tema “Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Rangel Cavalcante

Hipocrisia aritmética

Fórum social local realiza plenária

Crateús discute problemas do judiciário em audiência pública

ARTIGO

A carência de magistrados e servidores na comarca de Crateús será discutida em audiência pública a ser re-alizada no dia 15 de maio, às 9 horas, no auditório do Conselho Regional de Enge-nharia e Arquitetura (Crea) do município, na Rua Auton Aragão.

A maioria das comarcas do Interior do Estado enfrenta sérios problemas de falta de juízes e funcionários, fato que se agravou com a criação de novas varas. A situação gera uma série de transtor-

nos, como a falta de acesso à Justiça pela população, sobrecarga de trabalho dos magistrados que são obriga-dos a passar a responder por mais de uma comarca, além da lentidão da prestação jurisdicional. A ausência de infraestrutura das unidades judiciais é outro problema grave.

Para buscar uma solução, a Secional Ceará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) vem realizan-do audiências públicas, em parceria com as subseções

da entidade e as Câmaras Legislativas, nos municípios carentes de uma Justiça céle-re e em bom funcionamento. O evento já aconteceu nas cidades de Tianguá, Maran-guape, Aracati, Acopiara, Tauá e Iguatu. Segundo le-vantamento da OAB-CE, em 60 comarcas do Interior, quase 80% dos servidores que atuam nos fóruns são cedidos por prefeituras. “O Judiciário Estadual está na UTI”, afirmou o presidente da entidade, Valdetário An-drade Monteiro.

Promotor de Justiça José Arteiro Goiano dirigiu os trabalhos do Fórum Social Local

Secretária Aurineide Aguiar entrega certificado a Antônio Francisco do Nascimento

Vereador Lourenço Torres representou o Sine/IDT

Secretário de governo Elder Leitão entrega certificado a Ernandes Bezerra de Souza

“O senhor teve dez dias úteis para apresentação da defesa prévia. E o relator apenas cinco dias úteis para apresentar o relatório”.

Antônio Carlos Valadares - Presidente do Conselho de Ética do Senado, ao negar o pedido feito pelo advogado Kakay, que representa o senador Demóstenes Torres

“Calçada não é para veículos e nem para servir de extensão de lojas e comércios. Calçada é para pedestre!”Luizianne Lins – Prefeita de Fortaleza

CRATEÚS: Rua Cel. Lúcio, 511 - CentroFone/Fax: (88) 3691.1717NOVA RUSSAS: Rua Pe. Francisco Rosa, 1311 - CentroFone: (88) 3672.0308SANTA QUITÉRIA: Rua Cel. Manoel Alves, 157 - CentroFone: (88) 3628.0374ARARENDÁ: Rua Francisco Mourão Lima, s/n- CentroFone: (88) 3633.1203

MOSENHOR TABOSA: Av. Honório Melo, 25 - CentroFone: (88) 3696.2164NOVO ORIENTE: Rua Elpídio Rodrigues, 266 - CentroFone: (88) 3629.1794QUITERIANÓPOLIS: Rua Acard Deusdete Pedrosa, 247Fone: (88) 3557.1346 / 9992.1379FORTALEZA: Rua Pe. Luiz Filgueiras, 550 - AldeotaFone: (85) 3221.4355

CIDADE

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Em 1998, no Clube Caça e Pesca, em Crateús, tive o privilégio, a pedido da comissão organizadora, de fazer o acolhimento a dom Jacinto Brito na substituição de dom Antônio Batista Fra-goso, desaudosa memória.

A diocese estava em festa, porém frenética e ansiosa, o que é natural em qualquer mudança, embora no ima-ginário popular existissem prenúncios de divisão entre os padres diocesanos. Foi neste clima de muitas ex-pectativas que o novo bispo celebrou sua primeira missa, inclusive, reacendendo o ritual da mitra, do báculo e do solidéu.

Não tergiversou. Deixou claro o seu recado: vinha para dar prosseguimento ao trabalho do seu anteces-sor; sua intenção era unir e jamais separar. Seu lema era lançaras redes em águas mais profundas, preservar as ovelhas já apascentadas e arrebatar mais de outros redis. Dedicou-se com de-terminação e estoicismo em montar a transição que a nova administradora exi-gia. Arregaçou as mangas e entrou na seara de cabeça erguida. Diante de seu tra-balho que se agigantava, as dissidências silenciaram, as paixões arrefeceram e o campo se tornou propíciopa-ra a nova semeadura.

Não tardou e a catedral Senhor do Bonfim estava reformada no seu mais belo estilo acolhedor. Pulveri-zou os bairros da cidade de igrejas e capelas, porém sua obra prima foi a “basílica”

da Imaculada Conceição na Cidade Nova (Antiga Ilha).

Dom Jacinto, assim como o ferro está invisível na cons-trução das colunas da primo-rosa obra, mas é fundamental para a sustentaçãode toda aquela oitavada e majestosa cúpula, assim também, no futuro, ao se contemplar aquele santuário, a imagem de seu idealizador se tornará visível aos nossos olhos, pois até o amálgama das matérias que dão forma ao espaço físico do templo estão em suas preces, em suas incer-tezas, dores elágrimas, e, sobretudo, na obstinação de quem ousou transformar um sonho em realidade.

Homem empreendedor e de fé inabalável, dom Jacin-to Brito deixa-nos também um legado espiritual muito denso. Sua capacidade de silêncio interior profundo e contemplativo na celebração da Santa Ceia transmite-nos a certeza plena da transubs-tanciação do pão e do vinho, levando-nos ao Banquete Eucarístico com a convicção de que realmente somos o sacrário vivo para receber o corpo de Cristo. Com empe-nho e sabedoria revelou-se o paradigma de um pastor que além de conduzir o re-banho com zelo e carinho, estimulou com ardor e per-tinácia a formação de novos operários, por entender que a messe é grande e exigente. Por isso, entre as dioceses do interior cearense, foi na de Crateús, guardadas as devidas proporções, onde se ordenaram mais padres e diáconos neste período de

quatorze anos.Dom Jacinto pautou sua

evangelização no equilíbrio e no bomsenso. Soube con-viver com as comunidades já existentes, acolheu os neófi-tos e conquistou os arredios. Soube dosar o tempero dos diversos ingredientes na tessitura do seu povo. Soube enfrentar desafios, sofreu, deu tudo de si sem restrições, realizou e colheu muitos fru-tos que agora na sua partida divide e saboreia com todas as paróquias diocesanas.

Crateús não perde nada com a sua saída, pois já ganhou tudo do seu prolí-fero pontificado. Ademais, o município de Crateús foi desmembrado do Piauí e estáumbilicalmente ligado à capital do vizinho estado, peloenigmático rio Poti, que será a eterna ponte entre nós e o novo arcebispo de Tere-sina. Diz um adágio popular: “a verdade é filha não da autoridade, mas do tempo”. Portanto, só o tempo vai re-velar a grandeza do trabalho realizado por dom Jacinto Brito na diocese de Crateús.

De Madre Tereza de Cal-cutá, em seu Poema da Paz,destaco: A distração mais bela?O trabalho. O pre-sente mais belo? O perdão. O melhor remédio?O oti-mismo. A força mais potente do mundo? A fé. A maior SATISFAÇAO? O dever cumprido.

Parabéns, Dom Jacinto, o senhor tem todas estas virtu-des e vai nos deixar esta sa-tisfação do dever cumprido. Paxetbonum.

A Diocese de Crateús a caminhar para o seu cin-quentenário, terá um novo Pastor. A esperança distante que o Mons. Bonfim plan-tou, hoje é uma inegável realidade. O seu segundo Pastor parte para as terras amigas do Piauí. Com um múnus maior. O rio Poty tem suas margens habita-das. Dom Fragoso ocupou uma margem. Ao chegar a Crateús, Dom Jacinto, qual Jesus, em Marcos, 4:35, caminhou para a outra mar-gem. Construiuseu próprio caminho. Hoje, como um semeador, nãoum exilado, toma suas redes preciosas e segue. Regou as margens do rio, aguou-oe fez verde-jantes as suas pastagens de fé. Foi timoneiro seguro. Aclarou as espessuras da noite. Hoje, trançamos seu itinerário apostólico con-sistente e aguamos suas pe-gadas na dobra azul do rio, onde deixamos escoar as nossas saudades. Escreveu

com o seu caminhar, o chão sagrado do seu pastoreio. Fez do seu báculo não uma lança, mas o cajado para apascentar sua grei. Hoje, lemos além de suas belas prédicas,o seu chão. OPoty é o céu de nossa infância. As lembranças azulam o rio. Hoje, ao achegarmos às suas margens, não escutamos o barulho silencioso de suas ondas,escutamos os azuis de sua fé. O brilho divino nas suas águas. Neste poente do seu episcopado crateuense, não é o desbotar do último sol. É sol definitivamen-te adormecido em nós. O Ceará presenteiao estado irmão. Ontem o mar, hoje o Pastor. Se ontem a vas-tidão do mar, hoje se soma a presença de um pescador talentoso. De redes mansas, cativantes e milagreiras. Se ontem o zumbido do vento, hoje o clamor evangélico. Se ontem o marulhar so-nolento das águas, hoje a voz mística e profética de

um grande apóstolo. Se ontem o mar solitário com gaivotas sem rumos, hoje o mar sereno da crença. Da fé profunda. De sublimes ondas. Nãohá perdedores. Nos arraigamentos da Fé, todos nós ganhamos. Para nós são ganhos chorudos. Duas almas balouçam em nós. A alma humana simpli-ficadora do tempo. A alma que é página de Deus. Vai pelo mundo afora, mesmo com a intransitiva lágrima gotejando no abismo da nossasaudade. A terra tem suas páginas e Deus tem os seus caminhos. Cami-nheiro resoluto levanta-te e segue em direção a outro mar! Serás como sempre foste: apóstolo, apascenta-dor, talentoso, agregador e, sobretudo amigo. Nós, de Crateús, estaremos sempre contigo e seremos teus dis-cípulos para sempre. Temos certeza que serás feliz, pois caminhas com Deus e com a Virgem Maria.

Antônio Newton Soares Timbó José Maria Bonfim de MoraesMédico e membro da Comissão Diocesana de Justiça e Paz

José Maria Bonfim de Moraes

DespedidaO pastor e o mar

Assembléia de Deus inaugura templo em Crateús

ARTIGOARTIGO

A igreja assembleia de deus ministério de cansanção da Bahia em Crateús- CE, inaugurou seu templo nesta cidade, nos dias 27 a 30 de abril de 2012. Referida igreja conta com dois anos de existência em Crateús e celebra sua gratidão a Deus

pela forma gloriosa como tem abençoado vidas com a salvação em cristo Jesus. O novo templo está situado na rua gentil barreira, próximo à feira das frutas.

O ministério tem à frente o pastor presidente, José pires de Araújo, que foi chamado

para implantar o trabalho em Crateús.

A assembleia de Deus em Crateús tem igrejas e con-gregações implantadas nas localidades de Barro verme-lho, Ingá, Santo Antônio e águas belas.

ALCÓOLICOS ANÔNIMOSSe você quer beber o problema é seu. Se seu caso é parar de beber o problema é nosso; Alcóolicos anônimos.Central de Trabalho: (88) 3691 2378

COMUNICADO SEMACE COMUNICADO SEMACE COMUNICADO SEMACEFRANCINALDO ALVES DE OLIVEIRA

CNPJ: 09.313.822/0001-05

Torna público que requereu à Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE, a Regularização da Licença de Operação para a atividade de fabricação de produtos de pa-daria e confeitaria com predominância de produção própria, situada na cidade de Tauá/ CE, a Rua Horácio Marques, 64 – Dr. José Ósimo – CEP: 63.660-000.

Foi determinado o cumprimento das exigências contidas nas Normas e Instruções de Licenciamento da SEMACE.

LUIS MARQUES TIMBÓ JUNIOR - MECNPJ: 08.998.956/0001-36

Torna público que requereu à Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE, a Regularização da Licença de Operação para a atividade de Restaurantes e Similares, si-tuada na cidade de Nova Russas, na Av. Prefeito José Rosa, 103 – Bairro da Universidade – CEP: 62.200-000.

Foi determinado o cumprimento das exigências contidas nas Normas e Instruções de Licenciamento da SEMACE.

R. N. BEZERRA CAVALCANTE – ME.CNPJ: 09.663.058/0001-90

Torna público que requereu à Superintendência Estadual do Meio Ambiente - SEMACE a Renovação de sua Licença de Operação N0 832/2011 – DICOP - GECON para uma unidade de fabricação de produtos de padaria e confeitaria com va-lidade até 21/09/2012, situada na cidade de Crateús, à Rua Abdias Veras, 697 – São Vicente – CEP: 63.700-000.Foi determinado o cumprimento das exigências contidas nas Normas e Instruções de Licenciamento da SEMACE.

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ARTIGO

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Página - 6GAZETA DO CENTRO-OESTE

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O prefeito de Independên-cia, Valdi Coutinho, diante do cinzento quadro da apa-vorante estiagem que se abateu sobre o município, a região e o Estado do Ceará, caracterizando-se como a pior seca dos últimos 30 anos, reuniu-se com produ-tores rurais e agricultores, com o objetivo de promo-ver uma atuação articulada com as diversas entidades do município,com vistas a ações e ideias voltadas para projetos defendidos pelo município, que possam ser ouvidos e implantados pelo Poder Público.

O prefeito Valdi Coutinho, na ocasião, falou aos presen-tes que vários expedientes foram entregues ao titular da Secretaria do Desen-volvimento Agrário (SDA)

Nelson Martins e ao vice--governador Domingos Fi-lho.Entre as reinvindicações para o município, o aumento no número de carros- pipas, a antecipação do Garantia Safra, a venda de milho pela Conab, distribuição de cestas básicas,perfuração de po-ços profundos e construção de cisternas.Sensibilizado, Valdi assumiu o compro-misso de permanecer atento às políticas públicas para o município, que sofre com a grande estiagem.

Cerca de mil pessoas do campo e dá cidade participa-ram do encontro ocorrido no Paço Municipal Deputado Alceu Vieira Coutinho. Na ocasião, uma comissão fez a exposição de um documento entregue ao governo muni-cipal com pedido de provi-

dências, com agendamento de respostas positivas até 15 de maio, em todas as esferas de governo.

Participaram do encon-tro com o prefeito Val-di Coutinho asseguintes entidades:Associação dos Professores de Independên-cia – APROFI, Comissão Pastoral da Terra – CPT, Es-cola Família Agrícola Dom Fragoso – EFA, Federação das EntidadesComunitárias de Independência – FECI, Fórum dos Assentamentos de Independência,

Sindicato dos Trabalha-dores Rurais e Sindicato dos Servidores Públicos Municipais.

(Colaborou Gaspar de Sousa)

Nova Russas vivenciou uma noite memorável, no último dia26de abril, quan-do da entrega, pelo gover-no do Estado, da maior obra no município na área educacional.O governador Cid Gomes inaugurou a Escola Estadual de Ensino Profissionalizante Manoel Abdias Evangelista, que vai atender, ao longo do perí-odo letivo, 540 jovens do município. E foi em nome desses jovens que a diretora da Unidade, Janaína Belo, agradeceu ao governador a entrega do equipamento. “Essa Escola será capaz de transformar a vida dos nos-sos jovens e de suas famílias. Era um sonho da população, que foi concretizado pelo Governador Cid Gomes”.

Os 540 jovens estudarão em tempo integral, tendo, no período da manhã, aulas para formação do ensino médio e, à tarde, poderão estudar um curso profissionalizante. Segundo Cid Gomes, toda a concepção das Escolas Pro-fissionalizantes foi pensada em garantir que o jovem tivesse a oportunidade de não só concluir o Ensino Médio, como se especializar para se inserir no mercado de trabalho. “Até no profis-sional nós pensamos. Por isso, no último semestre, os alunos realizam um estágio de acordo com o curso pro-fissionalizante, pago pelo Governo. E isso tem mos-trado resultados. Cerca de 80% dos que fazem o estágio são contratados pela própria empresa”, comemorou Cid Gomes.

Na EEEP de Nova Rus-sas, os estudantes poderão

ter uma formação técnica nos cursos de Eletrotécnica, Redes de Computadores, Agroindústria ou Agrope-cuária, definidos a partir da vocação econômica da região. Além disso, toda a estrutura da unidade foi voltada para tornar a escola um espaço atrativo. Alunos e professores vão contar com 12 salas de aula, auditório para 201 lugares, biblioteca, ginásio poliesportivo, teatro de arena e dependências administrativas, além dos Laboratórios Tecnológicos de Línguas, Informática, Química, Física, Biologia e Matemática.

O investimento na sua construção foi de R$ 7,5 milhões, oriundos exclusiva-mente do Tesouro do Estado. “Essas escolas vão fazer uma diferença fundamental na educação do nosso Estado”, avalia Cid Gomes.

O Governador aproveitou a visita ao município para anunciar benefícios para a população. Ele deve atender duas demandas da cidade, que é a realização de um Projeto para implantação de um aeroporto em Nova

Russas. Com o Projeto é possível pleitear junto ao Governo Federal sua cons-trução e assim o município terá a oportunidade de atrair indústrias com a estrutu-ra aeroviária. Cid também anunciou a construção de um Centro de Artesanato, já que a cidade tem como vocação o artesanato. “Nesse espaço devemos implantar uma área para treinamento, assim valoriza mais o trabalho dos artesãos e esse trabalho vai gerar mais renda”, concluiu o Governador.

O prefeito de Nova Rus-sas, Paulo Evangelista, que recentemente passou por uma cirurgia, disse que va-leu a pena todo o sacrifício, porque naquele momento, queria está presente com o seu povo, dividir com alegria e agradecer ao governador Cid Gomes pela importante obra.

O evento de inauguração foi prestigiado por várias autoridades da Região, pelo presidente da Assembleia Legislativa, Roberto Cláu-dio, e o deputado Vanderley Pedrosa, que é filho de Nova Russas.

Prefeito recebe produtores rurais e agricultores

Inaugurada Escola de Ensino Profissionalizante

Informe PublicitárioInforme Publicitário IndependênciaNova Russas

Pedro Simon – Senador (RS) Sobre a criação da CPI para apurar o escândalo do bicheiro Carlinhos Cachoeira

“O Conselho de Ética está funcionando, e a CPI está criada, estamos vivendo talvez o fim da impunidade”

Governador Cid Gomes entre o prefeito Paulo Evangelista e Janaina, diretora da Escola Profissionalizante

Prefeito Valdi Coutinho em três momentos com produtosres rurais e agricultores

Governador Cid Gomes visita sala de aula da Escola Profissionalizante Manoel Abdias Evangelista Rua Ubaldino Souto Maior, 1230 - São Vicente, Crateús-CE - Fones: (88) 3691.1080 / 3691.5777

REGIONAL

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O SEBRAEtec é um pro-grama que permite às mi-cro e pequenas empresas o acesso aos conhecimentos tecnológicos existentes na infraestrutura de ciência, tecnologia e inovação, por meio de subsídios aos custos dos serviços de consultoria tecnológica. Este progra-ma é destinado a empresas dos segmentos da indústria, comércio, serviços, agrone-gócio e produtores rurais for-malizados. veja as vantagens do SEBRAEtec:

DESIGN: Consultoria para desenvolvimento de

soluções e projetos de design gráfico e de produtos; estu-dos e organização de layout; criação de identidade visual (marca). ENGENHARIA DE ALIMENTOS: Consul-toia para orientação quanto às etapas de industrializa-ção de alimentos. ENGE-NHARIA DE PRODUÇÃO: Consultoria em processos de produção. MEIO AM-BIENTE: Consultorias para adequações para as normas ambientais. AGRONEGÓ-CIO: Orientação quanto às boas práticas na bovino-cultura leiteira entre outras

atividades rurais.Para solicitar uma consul-

toria através do SEBRAEtec, procure o escritório regional de Crateús, localizado na rua Padre Mororó, s/n ao lado do terminal rodoviário, e faça o seu cadastro ou através do telefone (88) 3691-2060.

PROGRAMA SEBRAEtec

Marco Antônio TeixeiraSecretário-geral da Confederação nos últimos 20 anos e tio de Ricardo Teixeira, referindo-se a Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol.

“Nunca vi tanto poder concentrado em uma só pessoa. Ele tem carta branca para tudo na CBF (Confederação Brasileira de Futebol)”

CARTASIDOSOSGodofredo Maia-Fortaleza-CE

É imprescindível a mudança da mentalidade de que o idoso é um mero dependente. Ele pode e deve ser agente social, um ser capaz de conviver, mais do que simplesmente viver, entre os seus e a sociedade em geral. São muitos e bons exemplos de pessoas idosas que estão em plena ativi-dade. Por outro lado, o brasileiro carece de mais assistência médica especializada, mais atenção da família, da sociedade, do governo, pois só assim ele poderá ter uma vida saudável. Solução ideal, conquanto difícil, mas nem por isso deve deixar de ser perseguida.

POUCO APREÇO PELA VILEZAJosé Batista- Fortaleza-CE

Os brasileiros aplicam suas críticas e seus deboches para com os vilões da política. Na década de 1950, o povo do Rio de Janeiro, descontente com a atuação dos seus governantes, votou em massa para vereador em um filhote de rinoceronte, chamado “Cacareco”. Foi uma tapa na cara dos maus políticos. O fenômeno se repetiu nas eleições 2010. São Paulo repetiu a dose votando maciçamente para deputado federal num simplório palhaço de palco mambembe. Todos nós estamos de olho nesses maus políticos.

COTAS RACIAISOcélio Silva- Fortaleza-CE

Sou contra a decisão do STF visto que as próprias cotas raciais já são por si só racistas na medida em que discriminam o negro pela tese de achar que eles não têm condições de passar em um ves-tibular e competir igualmente com os outros. A sociedade brasileira precisa de ações que realmente tenham consistência social. O ingresso de parte de negros carentes nas universidades não mudará muita coisa. O negro precisa de dignidade, ser valorizado e andar com as suas próprias pernas con-quistando sua cidadania e seu espaço com a sua capacidade. Precisamos ter cotas para os alunos de escolas públicas, independente da cor da pessoa, e, enquanto isso, deveriam melhorar o ensino médio público que é de péssima qualidade.

Mais um dia das mães. Nova oportunidade para refletirmos acerca da gran-diosidade do papel da mu-lher-mãe. É impressionante como ao longo dos anos a mulher pode ir modifican-do tantos aspectos de sua vida, mas conserva ainda o desejo imperioso da ma-ternidade. É provável que Deus tenha inserido tal anseio dentro da alma da mulher, como se fizesse questão de tê-la colaborado-ra. Realmente, percebemos que a mãe é parceira de Deus num de seus maiores empreendimentos: a criação do ser humano. Isso confere uma importância tão grande à mãe que praticamente todas as pessoas a reveren-ciam e costumam respeitar seus sentimentos e sua dor, principalmente quando seu filho está em perigo, doente ou morto. Todo mundo tem uma ideia de mãe, simples-mente porque não existe pessoa que tenha nascido neste mundo sem ter sido gestada por uma delas. Boa ou ruim, a mãe é o ventre que abriga o indivíduo até o seu nascimento. Ainda que ela seja cheia de defeitos, é quem nos possibilita conhe-cer este mundo.

Percebo que temos gran-des expectativas em relação à mulher-mãe. Querendo ou não, somos forçados a

admitir que existe uma aura de sagrado na maternidade, e isso acaba por conferir um aspecto singelo e sacro à mãe também. Essa parceria com Deus enaltece a mãe e lhe dá uma qualificação su-blime, ainda que ela mesma não o seja. Por conta disso, muitos esperam demais da mãe, até o que ela não pode oferecer dada às suas limi-tações de pessoa humana. Fala-se muito no amor de mãe, fé de mãe, dedicação de mãe... Como se mãe fosse pessoa sobrenatural, misteriosa; quiçá, cheia de superpoderes.

Pois é... Eu acredito que a mãe é sim sobrenatural, poderosa, incrível. Ela con-segue ter um pressentimen-to tal das situações em que seus filhos estão envolvidos que realmente não duvido seja portadora de sentidos extras e paranormais. O tal sexto sentido. E deve haver o sétimo, o oitavo, porque mãe quando encas-queta com uma coisa pode procurar... A ligação dela com Deus na oração é se-melhante a das demais pes-soas pelo celular, é direta; às vezes, tem chiados, mas uma hora ou outra acaba se estabelecendo sem ruídos, perfeitamente clara. Deus sempre escuta as orações das mães, pois Ele as ad-mira muito. Admira tanto

que também quis ter uma mãe. Ele não precisava, mas quis ser gestado no ventre de Maria, embalado em seu colo, amamentado em seus seios. Deus quis ser amado por uma mãe por-que não existe amor maior neste mundo; ainda que nem todas sejam capazes de exercitar esse amor em toda a sua extensão.

A mãe dá a vida pelo seu bebê, não necessariamente porque precise morrer por ele, mas porque faz um pouco disso a cada dia. Ela lhe dá seu ventre, seu san-gue, sua carne, suas horas de sono, seus pensamentos, seus melhores sentimentos. A mãe momentaneamente deixa de viver para que seu filho cresça e se fortaleça. Ela abdica de si mesma voluntariamente, às vezes, por muitos anos. Outras, por toda a vida, principal-mente quando seus filhos são limitados, doentes ou portadores de necessidades especiais. Isso também é dar a vida. É dar a vida em vida; para que a vida do fi-lho floresça, aconteça, exis-ta. Essas mães são maravi-lhosas, são necessárias. Está tão claro porque Deus quis ter uma mãe. Ele queria ser tão amado assim também! A todas as mães um feliz dia, uma feliz maternidade!

Maria Regina Canhos VicentinEscritora

Mãe - Parceira de Deus

ARTIGO

40º BI promove formatura de entrega da boina

O 40° Batalhão de Infan-taria de Crateús(40° BI) realizou, no último dia 04, formatura de entrega da boina verde-oliva, no final

do acampamento do perío-do de Instrução Individual Básica, denominado “Ope-ração Boina”.À solenidade presidida pelo ten. Cel. José

Eduardo de Andrade, coman-dante do 40° BI, estiveram presentes várias autoridades civis e militares e familiares dos militares agraciados.

Comandante do 40° BI preside solenidade de entrega da boina verde

Madrinha participa da entrega da boina verde

“O senhor Peluso, numa demonstração de désinvolture brega, caipira, volta a expor detalhes do meu problema”Joaquim Barbosa, ministro do STF, respondeu em tom duro depois de ser chamado de inseguro pelo ministro Cezar Peluso.

GERAL

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Página - 8GAZETA DO CENTRO-OESTE

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Presidente Dilma RousseffAdmitindo um basta no ócio secular remunerado muito, muito além da conta e do admissível

“Chegou a hora de o Brasil praticar taxas de juros de acordo com o mercado internacional”

Oportunidade de Negócio

A data de 19 de Abril de 2012, em Novo Oriente, foi um marco na comemoração do aniversário de 50 anos da secretária de Educação, Ma-ria Coelho, que teve início com um lauto café-da-ma-nhã, na sede da Secretaria de Educação, organizado pelos seus funcionários, empe-nhados na promoçãode um grande evento portador de

significativas homenagens a que ela faz jus, por suas qualidades de grande admi-nistradora e líder.

Maria Coelho foi também homenageada em grande festa, com música ao vivo e com maciça presença de amigos e familiares.

Homenagem especial foi feita pelo marido Dom Chi-quinho e pelos filhos Ana

Larissa, Eduardo, Ednardo e Júnior, que a deixou enterne-cida e irradiando felicidade.

Um show de humor, com Luana do Crato, foi ofereci-do aos amigos e convidados, bem como foi servido um alinhado jantar. O clima foi de muita diversão e descon-tração, com a festa varando a madrugada.

Maria Coelho: 50 anos de história e sabedoria

Aniversariante Maria Coelho

As mulheres da familia Coelho

Maria e irmãos

Vende-se casa dúplex recém-construída no local mais valorizado da cidade, com 3 suítes (uma com varanda), gabinete, banheiro social, varanda, jardim, garagem, área de serviço, quintal, porta e janelas em vidro fumê, piso em porcelanato, sala e cozinha amplas, dispensa, túnel de ventilação, banheiros com boxes em vidro fumê, portões em alumínio, interfone, escada e soleiras em granito e acabamento de primeira. Recebe-se imóvel de menor valor e se aceita financiamento pela Caixa. Tratar pelos fones: 3692.3810 – 9249.4157 - 8855.8392 e (85) 9909.8296

Maria e seu amor Dom Chiquinho

CASA DÚPLEX NOVA

Batizada internamente de guerra dos amarelos (Banco do Brasil) contra os azuis (Caixa), numa referência às cores de suas logomarcas, a disputa entre as duas insti-tuições tem como outro in-grediente a tentativa de seus presidentes recuperarem prestígio com a presidente Dilma.

Tanto Aldemir Bendini (BB) como Jorge Hereda (Caixa) vinham de um pro-cesso de desgaste por terem permitido brigas políticas dentro de seus bancos.

Na Caixa, houve uma dis-

puta entre PMDB e PT no final do ano passado.

No BB, a guerra foi entre alas petistas e vai provocar duas baixas: o vice-presi-dente Ricardo Oliveira e o presidente da Previ (fundo de pensão do Banco do Bra-sil), Ricardo Flores.

Segundo assessores presi-denciais, Bendini e Hereda veem nas estratégias de reduções de juros um cami-nho para recuperar capital político e aumentar o pres-tígio no Planalto. Dilma, de acordo com auxiliares, gosta dos dois.

Bendini é listado como independente, ligado ao ministro Guido Mantega (Fazenda). Hereda é petista.

BB e Caixa não admitem que haja uma guerra entre eles e dizem que estão afina-dos dentro do projeto de Dil-ma de buscar reduzir o custo financeiro para empresas e pessoas físicas no Brasil.

A disputa entre BB e Cai-xa, para assessores presi-denciais, ajuda a estratégia de forçar bancos privados a reduzirem taxas de juros.

Desgastados, BB e Caixa tentam recuperar prestígio com Dilma

Sociedade

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Página - 9www.gazetacrateus.com.brCrateús - segunda-feira, 30 de abril de 2012

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Guido Mantega – Ministro da Fazenda

“É preciso aumentar o crédito e diminuir o custo financeiro. As taxas ainda são incompatíveis com a situação do País, que é mais sólida”

Cheyla Motapsicopedagoga

ARTIGO

Brasilé um país plural, re-pleto de diferentes culturas, diferentes passadose dife-rentes histórias. Com tantas variantes, necessariamente, diferentes museus. A partir deste artigo, faremos alguns passeios pelos museus brasi-leiros mais relevantes para a História da nossa República.

O passeio começa no Museu da República, Rio de Janeiro- que permite ao visitante co-nhecer várias fases da História do Brasil. O palácio, constru-ído entre 1858 e 1866 pelo barão de Nova Friburgo é um lugar especial para se entender a cultura no século XIX - o Brasil dos cafeicultores.

Com a morte do barão, seu filho mais velho vendeu a residência para o conselheiro Mayrink, que pretendia ins-talar ali o Grande Hotel In-ternacional. O projeto não foi adiante e, em 1986, Mayrink vendeu a propriedade para o governo federal, que então procurava uma nova sede para a Presidência.

Lá, é também um espaço para perceber a decadência da elite aristocrática fluminense,

a crise da Monarquia e o iní-cio da República, conhecer também um pouco da história de seus proprietários e seus momentos na sociedade.

De 1897 até 1960, quando foi inaugurada Brasília, o Pa-lácio do Catete foi residência de todos os presidentes da República. Em 1960, Jusceli-no Kubitschek criou o museu, que hoje alberga uma vasta coleção. Dentre as coleções, destaca-se a referente a Getú-lio Vargas, cujo acervo está na mostra “Getúlio, Presidente do Brasil”, documentos e fotografias de personalidades que contribuíram para a cons-trução da nossa história.

Atraente pode ser a história anterior à da República, a dos fazendeiros- um mundo exibi-do na riqueza e na sofisticação da planta arquitetônica e nos lindíssimos jardins. Além de todo requinte da fachada urba-na e luxo nas salas palacianas, o visitante também conhe-ce todo mobiliário original, inclusive, o quarto onde se suicidou Getúlio Vargas.

Ao final da série dos mu-seus “Um passeio pela His-tória” você poderá escolher o seu próximo destino. Quem sabe...não acaba de escolher... E visitar o Cristo Redentor, uma das maravilhas do mundo moderno!

Um passeio pela históriaEu não gostaria de acres-

centar nada ao longo rosário de denúncias. Nem aumentar lamúrias aos queixumes e ladainhas diários... Aliás, com quem eu converso o sentimento é igual. Estamos exaustos de tantas falcatruas. Por isso, as reflexões que procuro desenvolver abaixo visam mais à busca de alter-nativas e de soluções. Uma compreensão mais larga e completa da situação.

Primeiro. Esse jeitinho malandro de resolver as coisas não começou ago-ra. A improvisação, fruto da criatividade, é algo de sensacional da cultura bra-sileira. Sabemos enfrentar as adversidades de forma original. Transformamos pneus velhos em lixeira. Que belo! O problema é quando a improvisação vira esperteza

de uns, querendo ludibriar a todos.

Segundo. Educação não consiste apenas em aprender a fazer contas ou ler um texto e saber interpretá-lo. Ter aulas de Geografia, Física ou Biologia. Aperfeiçoar-se em mestrados ou doutorados high tech. Precisamos falar em valores. Na Ética que não se aprende nos bancos escolares, mas numa longa trajetória de respeito à vida.

Terceiro. Não adianta ab-solutamente nada colocar la-drão na cadeia, com ou sem colarinho. Isso custa muito caro ao Estado e não reeduca em nada. A providência mais justa seria retomar tudo aqui-lo que o “distinto” surrupiou do Governo. Pegar os bens que ele possui e colocar, imediatamente, em leilão. Em seguida, solta o cara para

que ele possa roubar mais.Quarto. A Justiça precisa

ser mais ágil. Os processos precisam andar com mais rapidez. Sobretudo, menos burocracia, menos forma-lismos. O que significa: me-nos assinaturas e carimbos. Diminuição da redundância processual.

Quinto. Quanto maior a responsabilidade social, maior deve ser a fiscalização. Menor a chance de absolvi-ção. Além da responsabili-dade social, aquele que se ocupa da coisa pública tem também o ônus da pedago-gia. Ele pode e deve ser o exemplo. Parecer e ser.

Não adianta apenas estar se lastimando. A discussão deve ganhar a preocupação de todos. Uma sociedade democrática se constrói no consenso.

Antônio Mourão Cavalcante

Reflexões em torno da corrupção

ARTIGO

Artigos

Page 10: Edição N° 338

Página - 10GAZETA DO CENTRO-OESTE

Crateús - segunda-feira, 30 de abril de 2012

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O problema da desigual-dade geográfica da pobreza é um tema que tem gerado grande preocupação em vá-rios países e regiões, espe-cialmente entre os países subdesenvolvidos e os que se encontram em desenvol-vimento. Ao se abordar a heterogeneidade da pobre-za, estudos revelam que a população encontra-se con-centrada em algumas áreas territoriais específicas.

Tradicionalmente, a pobre-za é definida como a privação material, medida pela renda e consumo do individuo ou da família. Neste caso, fala-se de pobreza extrema ou ab-soluta com a insuficiência de rendimentos para satisfazer

as necessidades alimentares básicas de uma pessoa, sen-do, muitas vezes, expressa em termos de requisitos ca-lóricos mínimos. Em termos estatísticos são considerados como extremamente pobres aqueles indivíduos com ren-dimentos mensais que não ultrapassam os R$70,00.

Deve-se ressaltar que o Brasil apresentou na ultima década melhorias signifi-cativas na distribuição de rendimentos entre os indiví-duos. Assim, a redução dos diferenciais de renda pôde ser percebida em todas as regiões do país. No inicio da década de 90 o Mapa da Fome, divulgado para todo o país pelo sociólogo Herbert

de Sousa – o Betinho – con-tabilizava 32 milhões (uma população da Argentina) de miseráveis no país. O último Censo (2010) mostrou que esse número caiu pela meta-de. Recente estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que 40 milhões de brasileiros (população da Espanha) ascenderam das classes E e D para a classe C. O país passou a ser a sexta economia mundial, desban-cando a Inglaterra.

No entanto, mesmo com os avanços, o país ainda convive com elevados níveis de desi-gualdade. Junto a esse fato, percebe-se um baixo nível de renda per capta em muitas das suas unidades federati-

vas, principalmente no Norte e Nordeste. Por isso, existe a decisão política de resgatar toda essa população de mi-seráveis incompatível com a pujança da nossa economia.

Além da renda e da ma-neira como esta se distribui entre os indivíduos, sabe-se que existem outros condi-cionantes da pobreza, que algumas vezes são negligen-ciados em estudos. É notório, por exemplo, que os baixos níveis educacionais da po-pulação encontram-se entre as principais determinantes da insuficiência de renda das pessoas. Além disso, a má distribuição da educação e a má qualidade de vida oferecida aos pobres, fazem

com que as desigualdades sociais e a pobreza sejam fortemente agravadas. Em boa hora o Governo decidiu avaliar a qualidade do ensino fundamental, como é feito para os níveis secundários e superiores.

A Região Nordeste abriga mais da metade da popula-ção extremamente pobre do país, embora esta possua apenas 28% da população brasileira. No Ceará – que representa 4% da população nacional - vivem 9,24% dos pobres e este número repre-senta o terceiro contingente do Nordeste, ficando atrás da Bahia (14,8%) e do Ma-ranhão (10,4%).

Em números absolutos,

os pobres do Ceará somam 1.502.924, ou 17% da popu-lação cearense. É o sétimo estado da Federação com maior percentual de pessoas nesta situação de miséria.

Por fim, vale salientar que cerca de 90% do território cearense encontra-se inserido no semiárido. Além disso, verifica-se que a Região Metropolitana de Fortaleza responde pela maior parte dos empregos formais do Estado, e por mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) cearense. Portanto, pode-se supor que exista, no Ceará, uma forte dependên-cia espacial da miséria, com uma distribuição desigual em nível de municípios.

Eduardo Aragãos | Eng.º Agrônomo e Economista com mestrado em Economia Rural

Gazeta no Gampo

Quantos são os extremamente pobres no Ceará?

Área 1213 - 8802 5067 OU 190

Área 1212 - 8802 5066 OU 190Área 1211 - 8802 3535 OU 190

Ao final de cada mandato, todo gestor municipal deixa para seu sucessor uma heran-ça. Ao se realizar o processo de transição com a devida análise das contas, convê-nios, contratos, processos e retenções obrigatórias na área trabalhista, o prefeito eleito fica sabendo quais serão suas obrigações futuras. A heran-ça deixada por seu anteces-sor não pode ser recusada e muito menos negligenciada. Ela tem que ser assumida e devidamente digerida, sob pena de tornar o município inadimplente, não podendo, neste caso, receber qualquer verba proveniente dos gover-nos estadual e federal, e se for dívida trabalhista, os recursos do município poderão ser re-tidos na fonte para pagamento das mesmas. O valor desta herança denota se houve erro no dimensionamento da capa-cidade financeira do município e, em alguns casos, se houve desleixo do gestor para com a coisa pública. Em qualquer caso, o prefeito que assume, sabe que o ativo e passivo municipal estarãosob seu co-mando pelos próximos quatro anos e que todos os compro-

missos assumidos pelos seus antecessores são agora seus e estão vigentes.

A Lei de Responsabilidade Fiscal editada em maio de 2000 veio a atenuar esta situ-ação, pois seu intuito é o de controle das contas publicas. O TCM faz anualmente uma auditoria nas contas muni-cipais e os responsáveis por desvios administrativos são apenados com multas e notas de improbidade, tornando--sefichas sujas.

Todos os recursos federais enviados ao município são fiscalizados pelo Tribunal de Contas da União que também promove auditorias para ve-rificação da sua correta apli-cação e dispêndio. Diversos são os processos que incidem sobregestores que passaram e o Governo Vida Nova tem ajudado,na medida do possí-vel, na resolução dos mesmos.

Em Crateús, as transições de governo têm sido relativamen-te calmas, com exceção das duas últimas legislaturas, as que tiveram início em 2005 e 2009. Ao assumir a Prefeitura em 2005, o gestor recebeu de seu antecessor dívidas de repasses de contrapartidas,

passivo trabalhista acumula-do de duas gestões e muitos processos trabalhistas, dentre os quais a não legalização do concurso público de 2002, a convocação de 72 professores sem autorização da Câma-ra Municipal e a demissão de cinco fiscais de limpeza. Neste seu mandato, baixou um decreto de emergência no município, tendo por justifica-tiva a necessidade de quitação dos débitos deixados por seu antecessor, tendo, inclusive, realizado uma exposição de máquinas sucateadas ao lado da Prefeitura, como forma de comoção da opinião pública para suas ações. Os débitos persistiram e as inadimplên-cias impediram a execução de projetos e o recebimento de recursos externos. Entendendo que o concurso realizado em 2002 era irregular, demitiu todos os concursados.

Recentemente, em entrevis-ta em emissora de rádio local, o ex-gestor anunciou que dei-xou para o Governo Vida Nova um ativo em torno de R$ 3 milhões, dando a entender para a população que estes recursos eram sobras de sua gestão, mas não é bem assim. As contas do

mês anterior são pagas no mês seguinte, como é o caso da fo-lha de pagamento do pessoal, fornecedores e prestadoras de serviços, e R$ 400 mil desta “sobra” referiam-se aos re-cursos do IGD da assistência social.

Por conta destes desencon-tros, o Governo Vida Nova recebeu em 1º de janeiro de 2009 uma herança um tanto quanto indigesta. O passivo acumulado conhecido de ges-tões anteriores era superior à capacidade financeira do município. Somente o não pagamento das prestações das casas do bairro Altamira, no período de 1997 ao ano de 2004, correspondia a 66 mi-lhões de reais e, atualmente, encontra-se sub-judice. O município estava inadimplente junto aos governos federal e estadual, com acúmulo das mesmas dividas das gestões passadas. Os meses iniciais da administração foram gastos para sanar estas dificuldades e tornar novamente o município adimplente, apto a receber investimentos externos. Sem mencionar as condições em que se encontravam os órgãos municipais instalados nos

distritos e as estradas vicinais, os débitos mais vultosos e que intervêm mais direta-mente na vida da população e dos servidores eram os do Hospital São Lucas que, além de estar desguarnecido de suprimentos, com instalações e equipamentos em péssimas condições,com aluguel atra-sado, com um acúmulo de dívida, somente de aluguel, na ordem de R$ 1,8 milhão. As ruas da cidade clamavam por serviços urgentes devido ao péssimo estado do asfalto e ao serviço de saneamento da Cagece. O débito junto à CA-GECE teve que ser negociado para ser pago em parcelas, devido à falta de recursos,e o débito junto ao BRADESCO, por conta de empréstimos consignados, a folha de pa-gamento era da ordem de R$ 400 mil.

A frota de veículos sucate-ada foi leiloada. A única má-quina Patrol do município foi recebida em cima de escoras de madeira e uma camione-te Hilux, em condições de uso, foi cedida para a Guarda Municipal. Hoje a frota de veículos do município conta com esta Patrol operante e 69

viaturas próprias, sendo 19 ônibus escolares, 28 carros e 22 motos que atendem a Educação, Saúde, Assistência Social, Infraestrutura e diver-sos outros setores da admi-nistração.Em uma auditoria realizada pela Receita Federal em setembro de 2009, na área previdenciária (INSS), que abrangeu o período de 2005 a 2007, foi encontrado um saldo devedor de R$ 9 milhões, que originou um auto de infração na ordem deR$ 6,5 milhões, passando a dívida não paga na área previdenciária para R$ 15,5 milhões,que foi negocia-da e parcelada para ser paga em 240 meses. Nesta mesma auditoria, a Receita Federal detectou um débito na área previdenciária (PASEP) que gerou um auto de infração de R$ 1,7 milhão. O débito através de RPV (requisição de pequeno valor), tendo como credor o Tribunal Regional do Trabalho, chegou, no mês de setembro de 2009, a R$ 750 mil reais. Hoje, estes débitos já quase inexistem, o concurso de 2002 foi regularizado em acordo com a Promotoria Pú-blica e os 72 professores foram readmitidos.

Deoclides Machado

Adversários raivosos e angustiados II – A herançaARTIGO

ARTIGOS

Page 11: Edição N° 338

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Pedro SimonSenador

“A presidente Dilma pode ser um marco na história do País; antes dela, o Brasil da impunidade e dos Renans da vida, depois o País das pessoas de bem”

Vergonha, essa é a sensa-ção que resulta dos vídeos das vilegiaturas parisienses do governador Sérgio Ca-bral em 2009, acompanhado por alguns secretários e pelo empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta.

Uma cena pode ser vista com o olhar do casal que está numa mesa ao fundo do salão do restaurante Luís XV, no Hotel de Fran-ce, em Mônaco. (“Este é o melhor Alain Ducasse do mundo”, diz Cabral, referindo-se ao chef.) Ela é uma senhora loura e veste um pretinho básico. A certa altura, ouve uma cantoria na mesa redonda onde há oito pessoas. Admita-se que ela entende português. O grupo comemora o aniversário de Adriana Ancelmo, a mulher de Cabral, e festeja o próxi-mo casamento de Fernando Cavendish. Até aí, tudo bem, é vulgar puxar celu-lares no Louis XV e chega a ser brega filmar a cena, mas, afinal, é noite de festa. A certa altura, marcado o dia do casamento, Cabral decide dirigir a cena:

“Então, dá um beijo na boca, vocês dois.”

Cavendish vai para seu momento Clark Gable e o governador diz à mulher do empreiteiro:

“Abre essa boca aí.”

As cenas foram filmadas por dois celulares. Um deles era o do dono da Delta.

Na mesma viagem, Ca-vendish, o empresário Ge-orge Sadala, seu vizinho de Avenida Vieira Souto, e concessionário do Poupa-tempo no Rio e em Minas, mais os secretários de Saúde e de Governo do Rio (Sérgio Cortes e Wilson Carlos), es-tão no restaurante do Hotel Ritz de Paris. Até aí, tudo bem, pois o empreiteiro tinha bala para segurar a conta. Pelas expressões, estão embriagados. Fora do expediente, nada demais. Inexplicáveis, nessa cena, são os guardanapos que todos amarraram na cabeça. Ganha uma viagem a Dubai quem tiver uma explicação para o adereço.

O álbum fecha com a fo-tografia de quatro senhoras gargalhantes, no meio da rua, mostrando as solas de seus stilettos (duas verme-lhas). Exibem como troféus os calçados de Christian Louboutin. Nos pés de Vic-toria Beckam (38 anos) ou de Lady Gaga (26 anos), eles têm a sua graça, mas tornaram-se adereços que, por manjados, tangenciam a vulgaridade. Não é à toa que Louboutin desenhou os modelos das dançarinas (topless) do cabaré Cra-

zyHorse.As cenas constrangem

quem as vê pela breguice. Até hoje, o ex-presidente José Sarney é obrigado a explicar a limusine branca de noiva tailandesa com que se locomoveu numa de suas viagens a Nova York. (Não foi ele quem mandou alugar o modelo.) A doutora Dilma explicou que não foi ela quem mandou fechar o Taj Mahal. No caso das vilegiaturas de Cabral, a breguice não partiu dos organizadores da viagem, mas da conduta dele, de seus secretários e do amigo empreiteiro.

Esse tipo de deslumbra-mento teve no governador um exemplo documentado, mas faz parte do primarismo dos novíssimos ricos do Brasil emergente. Noutra ponta dessa classe está o senador Demóstenes Torres, comprando cinco garrafas de vinho Cheval Blanc, sa-fra de 1947: “Mete o pau aí. Para muitos é o melhor vi-nho do mundo, de todos os tempos (…). Passa o cartão do nosso amigo aí, depois a gente vê”. O amigo do car-tão era Carlinhos Cachoeira, que, por sua vez, também era amigo da empreiteira Delta, de Cavendish.“

Elio Gaspari

Cabral quis ser chique, foi brega

ARTIGO

Instituído por FHC e man-tido por Lula, que lhe deu maior abrangência, o pro-grama assistencial “bolsa--família” vem garantindo o sustento e a vida de um elevado percentual de brasi-leiros. Sem emprego e sem as mínimas condições de fazer um concurso de acesso a uma função mais bem re-munerada, esse contingente humano ainda passa duras provações, porquanto o au-xílio federal é simplesmente um paliativo. Com função provisória – posto que ces-sará tão logo o beneficiário adquira qualificação profis-sional - tal “bolsa” poderia ser maior se uma revisão criteriosa extirpasse do dito programa suas desvirtua-ções, isto é, promovesse a exclusão dos pseudo-pobres

e daqueles ali incluídos por injunções políticas.

Fato é que a “bolsa” cons-titui um elogiável esforço governamental para aliviar o transe dessas pobres fa-mílias. Aflitivo e doloroso, entretanto, é saber que em muitos municípios cearen-ses – notadamente Viçosa do Ceará e Sobral -tais mi-seráveis vêm sendo escor-chados com a cobrança do IPTU, embora morando na periferia (choupanas, casas de taipa e casebres). Vivendo “de bico” – ou vegetando -e só dispondo do humilde casebre (impenhorável) em que moram, essas famílias estão sendo atemorizadas e ajuizadas para execução do “débito” junto ao IPTU. Super-preocupados, pois temem perder sua humilde

casinha, muitos têm insônia e são acometidos de enfer-midades, tendo que recorrer à precária assistência hos-pitalar.

Ora, se o Governo Federal concede o “bolsa-família” à pobreza; se o FNDE dá a me-renda dos alunos e provê a compra de seu material esco-lar; se até o Imposto de Ren-da (o temido “leão”) confere total isenção a quem percebe em torno de R$1.500,00 mensalmente, por que pagar IPTU quem não percebe sequer um salário mínimo?

Realmente afigura-se des-comunal contra-senso exigir IPTU de quem vive no sub--emprego e à base do biscate. Isso é o que significa injus-tiça social.

Os profissionais que gra-varam imagens e divul-garam na Internet de uma cirurgia para a retirada de um peixe de dentro de um paciente, realizada no Hos-pital Universitário de Lon-drina, no Norte do Paraná, estão sendo investigados pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) por quebra do código de ética médica. Caso seja compro-vado que foram os médicos os responsáveis por vazar as cenas, eles passarão por processo administrativo no Conselho e podem até per-der a licença.

O vídeo da operação, sem a autorização do paciente ou da família, foi parar na Internet no início do mês. A intervenção, realizada no

dia 20 de abril, era para a re-tirada de um peixe do ânus do paciente, via abdômen. Na gravação, é possível ver dezenas de pessoas dentro da sala de cirurgia, muitas delas clicando fotos ou gra-vando a cena com celulares.

Em determinado ponto da gravação, o homem que gra-vou o vídeo afirma: “Cara, isso aqui é pra história” e “Já mandei a foto por e-mail”. Muitos dos presentes gritam e fazem exclamações de nojo. A Universidade Es-tadual de Londrina (UEL), responsável pelo hospital, abriu uma sindicância para punir os responsáveis pela divulgação das imagens e afirma que irá repassar todas as informações ao CRM.

Caso outros profissionais

de saúde, como enfermeiros ou mesmo estudantes de Medicina, tenham sido res-ponsáveis pelo vazamento do vídeo, a punição terá de ser feita por outras instân-cias, como pela sindicância da UEL, que deve ser con-cluída dentro de dois meses.

A universidade, cujo re-gimento interno prevê até mesmo a expulsão ou de-missão de servidores por questões éticas, repudiou o fato e afirmou que o uso de câmeras fotográficas ou celulares no centro cirúr-gico é proibido. Depois da divulgação das imagens, a instituição publicou uma portaria oficializando a proibição e prevendo puni-ções para quem desrespeitá--la.(da Folhapress)

F. Silveira SouzaAdvogado e escritor

Injustiça social

Imagens na internet podem provocar punições

ARTIGO

Articulação do senador Pimentel garantiu a rápida tramitação da matéria.

O Senado aprovou na noite do último dia 9, por unanimi-dade, a criação de 20 novas Varas do Trabalho, sendo cinco no estado do Ceará. A matéria foi apreciada pelo plenário por solicitação do líder do governo no Con-gresso Nacional, senador José Pimentel, que também foi responsável pela rápida análise e aprovação das propostas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A medida, afirmou Pimen-tel, garantirá maior agilidade

no julgamento dos processos trabalhistas do Ceará. “Para facilitar o acesso de todos os cidadãos à Justiça, preci-samos prover os órgãos do judiciário da infraestrutura necessária para prestar o atendimento adequado”, disse.

No Ceará, as varas traba-lhistas serão criadas nos mu-nicípios de Aracati, Caucaia, Eusébio, Juazeiro do Norte e Sobral, como previsto no PLC 7/2012. Também foi aprovada a criação de cinco cargos de Juiz do Trabalho, 40 cargos de analista, 20 cargos de técnico, cinco

cargos comissionados e 40 funções comissionadas. Essa ampliação, no entanto, está condicionada à previsão dos recursos orçamentários.

Pimentel também foi autor do projeto de lei 03/2011, aprovado no plenário do Senado no ano passado, que autorizou a criação de outras seis varas da Justiça do Tra-balho e 12 cargos de Juiz do Trabalho no Ceará. Fortaleza será beneficiada com quatro varas trabalhistas, além de Maracanaú e Canindé que contarão com uma vara cada. (colaboraram Franzé Ribeiro e Simone Telles)

Senado aprova criação de Varas do Trabalho no Ceará

CIRURGIA

PEDOFILIA:Aprovado projeto que aumenta prazo para denúnciaO prazo de prescrição dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes devem passar a contar a partir do momento em que a pessoa abusada completar 18 anos. É o que estabelece um projeto de lei aprovado, no dia 08 de maio, pelo plenário da Câmara. O texto, apelidado de “Lei Joanna Maranhão”, segue para sanção de Dilma e já há sinalização de que o Executivo vai sancioná-lo. Hoje o prazo de prescrição começa no momento em que o crime é praticado.

ARTIGOS

Page 12: Edição N° 338

Página - 12GAZETA DO CENTRO-OESTE

Crateús - segunda-feira, 30 de abril de 2012

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A volta de Teodorico Me-nezes ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), por mais legal que possa ser, trata--se de um escárnio. Como aceitar que esse senhor possa sentar naquela corte e passe a julgar as contas do Estado, se ele próprio, de acordo com os indícios surgidos no escândalo dos banheiros, o colocam como um suspeito? O mais grave é que Teodo-

rico volta aparentemente por cima, já que os órgãos responsáveis pelas investi-gações não avançaram em relação as acusações exis-tentes contra ele.

O retorno de Teodorico, todavia, não descredibiliza apenas o TCE, composto na sua maioria por pessoas de reputação ilibada. Na medida em que o Governo do Estado também mantém

um secretário suspeito de tráfico de influência em seus quadros, qualquer instituição vai se achar no direito de adotar o mesmo procedimen-to. Ganha a impunidade por meio desses dois exemplos que acabam por jogar por terra qualquer tentativa de moralização da coisa pública no Ceará.

Luiz Henrique Campos

Ponto de Vista

O escárnio como exemploFlash do Passado

As ruas não tinham placas, mas...

No meu tempo de menino, em Crateús, as ruas não tinham placas indicativas. Era uma plaquinha perdida. Rua Coronel Giló, por exemplo. Também não havia placa indicando o número das casas. Placa mesmo, só a dos poucos caminhões e jipes, das bicicletas e das carroças, placas nos chapéus dos carreteiros, e até nas caixas dos engraxates. Que tempos aqueles! Década de 40 e 50 do século passado. Por esse tempo, a Prefeitura dava hora ao comércio pelo sino que o povo apelidou de “cachorra”. A cachorra latia às 7hs e às 11hs da manhã, às 13hs e às 17hs, para abrir e fechar e para encerrar a atividade diária do comércio. Quem, desse tempo, não se lembra de Sinésio, fiscal da Prefeitura, encarregado de fazer a cachorra latir? Quem também não se lembra de seu Ernesto, encarregado da Correição? E do cachorro dele, Sultão, que pegava e segurava porco pela orelha? Seu Ernesto só possuía uma das mãos, era maneta, mas, sua habilidade permitia dar um nó com uma corda, na perna do porco, que depois tangia até à Correição, lo-calizada na Rua Moreira da Rocha, pertinho da antiga agência do Banco do Brasil. Quem ainda tem na cabeça essas lembranças, também não esqueceu o seu Chicute, encarregado do motor e da caixa d’água do Beco da Galinha Morta, do Curral do Açougue, do Campo de Aviação, da primeira bomba de gasolina (de Anísio Frota), da Mesa de Renda, hoje, SEFAZ, do Bar e Café Continental, da Quadra Esportiva do Ipiranga (hoje Bradesco), do Centro Esportivo, do Hotel Rodolpho, do Hotel Rubin e, das bicicletas de aluguel do Loiola e de Laerte Melo. Feliz de quem viveu os saudosos tempos e hoje pode dele se recordar!

Área 1213 - 8802 5067 OU 190

Área 1212 - 8802 5066 OU 190Área 1211 - 8802 3535 OU 190

Graças ao esforço quase solitário do deputado estadual Heitor Férrer (PDT), o gov-erno Cid Gomes não conse-guiu abafar o escândalo dos consignados através do encer-ramento do contrato com a ABC. A cada semana o parla-mentar apresenta novos fatos que deixam a opinião pública estarrecida diante da relação que havia entre a ABC e o genro do secretário da Casa Civil, Arialdo Pinho, senhor Luis Valadares, ou Zé do Gás, para os íntimos.

No último episódio dessa novela com ares de filme policial, até email acertando valores de suposta comissão da Promus para executivo do Bradesco veio à tona, causan-do espanto a todos. A Promus, por meio de nota, afirmou que

teve sua correspondência vio-lada. Independente de quem esteja com a verdade sobre a mensagem apresentada pelo deputado na Assembleia Leg-islativa, o fato é que o caso dos consignados já extrapo-lou o possível tráfico de in-fluência, e entrou em esfera perigosa no campo policial.

Violar correspondências e pagar altas somas em dinheiro como propina para obter van-tagens financeiras são duas atitudes que não coadunam com a boa prática de merca-do. São atitudes de inescrupu-losos, para não dizer típica de mafiosos em seus melhores momentos de rapinagem. O que se lamenta nisso tudo é que o Governo do Estado pa-rece já ter dado o caso como encerrado, deixando de lado

possíveis implicações no que diz respeito a pessoas de den-tro da cúpula governamental.

Cid Gomes, não tenho dúv-ida, deixará para os cearenses um Estado mais estruturado em termos de empreendimen-tos que terão o mérito de mu-dar a face de nossa economia daqui a alguns anos. Isso é in-discutível. A imagem de qual-quer governo, todavia, nem sempre é marcada por seus méritos. Juraci até hoje paga pelo escândalo da merenda escolar; FHC não consegue se desvencilhar das suspeitas sobre as privatizações; e Lula tem seu governo ligado ao mensalão. Cid Gomes ainda tem chance demoralizar seu governo. Mas terá que agir logo para não entrar na mes-ma galeria.

A isenção do Imposto de Renda sobre a venda de imóvel residencial pode ter o prazo ampliado de seis meses para um ano. O PLS 21/2009 foi aprovado na Comissão de Assuntos Eco-nômicos (CAE) do Senado Federal, nesta terça-feira (8), com voto favorável do sena-dor José Pimentel (PT/CE).

Segundo Pimentel, a apro-vação da matéria, que al-tera a Lei 11.196/2005, dá maior tranquilidade para as famílias encontrarem um imóvel compatível com as suas necessidades, sem que

percam o benefício da isen-ção do imposto de renda. “A extensão do prazo para um ano permitirá que as famílias cumpram todo o processo de aquisição da nova resi-dência, sem precipitação.”, destacou.

O relator do projeto, se-nador Eduardo Suplicy (PT/SP), disse que a complexi-dade das operações de aqui-sição de imóveis é uma das principais razões para a mu-dança da lei. Segundo ele, o processo de compra envolve valores altos e muito rigor na tramitação dos documentos.

Outro fator que teve in-fluência na aprovação da matéria foi o baixo impacto na arrecadação fiscal. O be-nefício já existe, apenas terá seu prazo ampliado.

O projeto é de autoria do ex-senador Papaléo Paes (PSDB/Amapá) e foi apro-vado em caráter terminativo na CAE. A proposta perma-nece na Mesa do Senado por cinco dias, aguardando recursos. Caso não ocorra, a matéria segue para aprecia-ção da Câmara dos Depu-tados. (colaboraram Franzé Ribeiro e Simone Telles)

Luiz Henrique Campos

IMÓVEL RESIDENCIAL

Caso dos consignados ganha ares policiais

Isenção de IR pode ser ampliada para um ano

ARTIGO

A ofensiva da presidente Dilma contra os bancos privados gerou uma dis-puta dentro do próprio governo.

Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal passa-ram a trocar farpas nos bas-tidores e protagonizaram uma “corrida” pelo posto de líder no corte de juros, com anúncios seguidos de reduções.

Segundo a Folha apurou no governo, o BB acusa a Caixa de ser agressiva demais e assumir risco excessivo com os cortes de juros em suas principais linhas de crédito.

Do lado da Caixa, a res-

Queda de juros causa atrito entre Banco do Brasil e Caixa

posta é que o BB teme per-der espaço comercial e está pressionado pelo Palácio do Planalto por conta de sua posição “conservadora” ao iniciar o processo de redução de suas taxas de juros.

Na avaliação de um as-

sessor presidencial, a Caixa aposta que o crescimento de suas operações e do número de clientes será mais do que suficiente para cobrir os cortes que estão sendo efetu-ados, sem gerar pressões por recursos do Tesouro.

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Crateús - Ce

ARTIGOS

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Marconi PerilloGovernador de Goiás

“Eu não sou investigado. Só há algumas citações irresponsáveis em relação ao meu nome. Acho que há pessoa querendo vender facilidades”

ESCRACHANDONão vai dar em nada

Nos últimos 50 anos centenas de comissões parlamentares de inquérito foram criadas no Congresso Nacional. Teve CPI para todos os gostos. De todas elas, a única que produziu resultados práticos foi essa que resultou no processo do “mensalão”. Foi a que juntou um dos mais ilustres elencos de corruptos,mas que assim mesmo está sob ameaça de resultar na impunidade de todos eles, graças ao mais generoso de todos os juízes: o tempo, que veste a toga da prescrição. Essa CPI do Ca-choeira vai ter o mesmo destino de tantas out-ras. Pode pegar um ou outro bode expiatório, mas a elite dos roedores bípedes vai escapar ilesa. O entusiasmo da maioria dos nossos parlamentares e do próprio governo arrefeceu tão logo viram que o Fernandinho Cachoeira não estava sozinho na roubalheira.

O companheiro Lula, primeiro e maior de-fensor da CPI, pela ânsia de atingir o governa-dor de Goiás, logo recolheu o trem de pouso quando viu que uma investigação séria pegar-ia também um bocado dos seus mais queri-dos aliados. Logo que começaram a levantar as bordas do tapete viu-se que a cachoeira é bem maior do que a nossa de Foz do Iguaçu. Como já era tarde para recuar, a criação da CPI tornou-se inevitável. E já que ela existe, agora é fazer com que não dê em nada. Gov-erno e oposição se entenderam para salvar os amigos. E está aí uma das maiores investi-gações do país, que não vai punir ninguém. Para começar, a maioria esmagadora dos inte-grantes da Comissão pertence às bancadas do governo, nela pontificando algumas figuras envolvidas em escândalos de corrupção, mas que continuam impunes. (Rangel Cavalcante – Jornalista)

Gorda comissãoSempre disse que os moralistas são muito

careiros. Cobram preços elevadíssimos. Basta lembrar Jânio e aquele outro que se propunha a caçar marajás. Estou vendo, agora, que este senador de Goiás chamava alguns de seus colegas de ladrões, só porque apoiavam o governo, mas ele próprio estava preso a forte esquema.

Contava com gorda propina mensal, guar-dada nos cofres do bicheiro que o financia-va e o remunerava regiamente por serviços prestados. Sabem quanto tinha guardado em suas mãos o Catão goiano do Senado? Três milhões e cem. Lembrem o nome dele, o que dava lições de moral ao PT e ao PMDB e ao Senado. (Lustosa da Costa – Jornalista)

Cachoeira, dono da bolaPelo visto, este Carlos Cachoeira, primeiro

que filmou um ex-diretor da Loteria do Rio, lhe pedindo recursos para a campanha do PT, sabia muito bem o que estava fazendo, quando apelava para o senador de estimação, o gover-nador de alta remuneração, para atendimento de seus pleitos. Surpreende que, agora, até estes dois neguem a familiaridade financeira com o ex-patrão e os grandes serviços que lhe prestavam, e não ao contribuinte. Lembro bem do senador Demóstenes Torres, minist-rando lições de moral a juízes colegas de Se-nado, até ao presidente da Casa, com muita veemência. Pelo visto, a estridência de seu puritanismo estava na razão direta dos vinhos requintados que recebia ou dos três milhões que embolsou. De propina. (Lustosa da Costa – Jornalista)

Enriquecimento ilícitoRevela-se agora que a aquisição de um

apartamento de luxo em bairro nobre de Goiâ-

nia multiplicou por quatro vezes o patrimônio pessoal do senador Demóstenes Torres. O imóvel foi adquirido por Demóstenes quatro meses depois de garantir a sua reeleição para senador de Goiás, nas eleições de 2010, tendo sido avaliado em R$ 1,2 milhão. Na campanha eleitoral de 2010, o senador Demóstenes Torres informou ao TSE que seu patrimônio pessoal era de R$ 374 mil, o que incluía um automóvel avaliado em R$ 102,4 mil, um depósito bancário de R$ 63,3 mil e menos de R$ 10 mil em aplicações financei-ras. Nas eleições de 2006, Demóstenes havia informado ao mesmo TSE que residia em um sobrado de R$ 70 mil, localizado em Goiânia. (Tarcísio Holanda – Jornalista)

Ócio parlamentarNa falta de algo mais importante a fazer,

teve vereador que utilizou a tribuna da Câ-mara Municipal (de Fortaleza) para celebrar a permanência do Ferroviário na primeira di-visão do Campeonato Cearense de Futebol. Isso é um absurdo! (Regina Marshall – Jor-nalista)

Governo é sócio dos juros altosO Governo Federal mexe no rendimento da

caderneta de poupança porque se tornou sócio dos juros altos. Depende deles, da mesma for-ma como já foi dependente da inflação para pagar suas contas. Com a redução dos juros, cai a remuneração dos fundos e dos títulos pú-blicos. Isso significa que o caixa estatal pode não atrair recursos suficientes para arcar com sua dívida. Para resolver esse problema finan-ceiro, a poupança do povão pagará a conta.

A conversa não é nova. Há três anos (2009) o jornalista Elio Gaspari já dizia que as apli-cações financeiras do “andar de cima” sem-pre renderam bem mais que as cadernetas do “andar de baixo”. Agora que as duas taxas se aproximam, querem baixar a remuneração da “patuleia”, ironizava. A presidente bate nos bancos, que lucram muito. Mas também a União depende das altas taxas. O sistema fi-nanceiro terá que arcar com sua parte e reduz-ir os generosos lucros. Mas a viúva não dará sua cota de sacrifício. Para baixar os juros, o ônus irá, como diz Gaspari, para a patuleia. (Érico Firmo – Jornalista)

Sacerdócio remuneradoSe engana quem pensa que depois de vel-

ha não tem mais nada pra ver ou ouvir e se admirar. Pois a Igreja Universal do Reino de Deus decidiu abrir concurso para pastor, com salário inicial de R$ 8 mil. A seleção pública visa recrutar profissionais “qualificados” para participarem da “grande expansão da Pala-vra” e a “cultura popular de Deus”. Faz tempo que servir Deus era sacerdócio. Virou meio de vida. (Regina Marshall – Jornalista)

Dor de consciênciaUm ex-torturador, arrependido, depois de

ter se tornado evangélico, resolveu acertar os pontos com sua consciência: revelou o desti-no de vários “desaparecidos” políticos. Trata-se do ex-delegado capixaba Cláudio Guerra, 71, que afirma ter participado da execução de ao menos 12 militantes e incinerado os corpos de outros dez desaparecidos políticos, durante a ditadura militar. Tudo está detalhado – in-clusive o nome das vítimas – em um livro que acaba de ser lançado: Memórias de uma guer-ra suja(Topbooks). Segundo o relato, vários corpos foram queimados no forno de uma usina de açúcar pertencente à família do ex-governador do Estado do Rio Hélio Ribeiro Gomes. (Das agências)

No último dia 05, vivencia-mos mais um evento literário na cidade de Crateús, o lança-mento da segunda edição da obra “Nos cafundós do Ser-tão” da lavra do poeta e acadê-mico Dideus Sales, prefaciada pelo também acadêmico Elias de França, da Academia de Letras de Crateús e apresen-tada pelo talentoso imortal Júnior Bonfim.

No rico prefácio, Elias dis-corre sobre a obraque retrata comperfeição, originalidade e riqueza de detalhes o nos-so sertanejo, sua história de vida, costumes, a luta diária, o sofrimento e sua fé inque-brantável no Deus que tudo pode. O concorrido evento marcou ainda o lançamento de mais um CD do autor, “Dideus entre amigos” e a passagem dos bem vividos 50 anos de vida do autor.

Tentar descrever o poeta Dideus Sales e sua poesia é ser certamente incauto, en-tender o sertão como fonte inspiradoranas mais diversas e adversas situações que, em geral, fogem até mesmo ao

mais atento olhar de um estu-dioso observador.

A poesia versada e escul-pida por Dideus nasce de um processo simbiótico, inserido nas estranhas carnais e incor-pora na alma a mais profunda relação homem e meio. So-mente por este processo se explica o talento do poeta que tão fielmente discorre em ver-so e prosa sobre o nosso sertão em todas as suas instâncias.

“Nos cafundós do sertão” trata-se de um trabalho de fôlego. Sem dúvida, uma verdadeira lucubração.

O advento da Academia de Letras de Crateús revelou o potencial de nossos grandes

autores e ensejou o surgimen-to de novos talentos literários que tendem a tornar Crateús em berço de literatura em va-riados temas e aspectos.

Anima-nos presenciar o sur-gimento do claro caminho do conhecimento, que alimenta a esperança de um Crateús bem melhor e de uma região com amplas possibilidades de desenvolvimento.

Temos a nítida esperança de que a cidadania se fortalece no saber, no conhecimento, no cumprimento dos deveres,no respeito aos direitos indivi-duais e na responsabilidade coletiva para construção do nosso amanhã.

Com o prefácio do acadêmico Elias de França e apresenta-ção do poeta e tri-acadêmico Júnior Bonfim, conterrâneo Dideus Sales lançou a 2ª edição de seu livro NOS CA-FUNDÓS DO SERTÃO, uma coletânea de belos poemas reveladores de sua alma poé-tica e sertaneja. Em comple-mento, nosso poeta popular também lançou o CD Dideus Sales – Entre amigos, poemas e canções.A noite de autógrafos, em que também se comemorou os 50 anos de Dideus Sales, teve lugar na Cabana Mendes, no último dia 5, transformada em

templo da poesia, com expres-siva presença de intelectuais, poetas, escritores e muitos amigos, tendo como destaque da noite, a presença da quase centenária professora Rosa

Morais, ícone da Educação em Crateús.

Wilson Cláudio Gomes Bonfim

A jogralesca crateuense

ARTIGO

Lançamento Cultural

Poeta Júnior Bonfim faz apresentação do livro e do CD de Dideus Sales

Dideus Sales autografa livro para o acadêmico Flávio Machado

GERAL

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Página - 14GAZETA DO CENTRO-OESTE

Crateús - segunda-feira, 30 de abril de 2012

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Cantinho da Poesia

Afrouxando o Riso

A confessada

O alemão poliglota

Crateús de OntemRetomamos a abordagem

do tema acima iniciado na edição passada deste jornal.

Em 1972, concorreram ao cargo de prefeito de Crate-ús os candidatos Antônio Soares Lins (ARENA II), bancário que se encontrava lotado na gerência do Ban-co do Brasil na cidade de Brejo – MA, e Francisco Gomes de Freitas (ARENA I), tendo como vice-prefeito Leandro Martins de Sousa e Clodoaldo Soares de Saboia, respectivamente. Antônio Lins foi eleito e governou Crateús até 1976.

Na campanha de 1976, concorreram Maria Lionete de Oliveira Camerino (ARE-NA II), Manoel Hermínio Bezerra Veras (ARENA I), José Marques de Alcânta-ra (José Maria Pedreiro) (PMDB) e Raimundo Be-zerra de Melo (PMDB). Era o tempo das sublegendas. Os votos de um candidato complementavam a votação do outro se fosse da mesma sigla partidária. Aquele que obtivesse maior número de sufrágios seria beneficiado pelos votos do outro candi-dato da mesma sigla. Os can-didatos a vice-prefeito eram:

Manoel Melo Cavalcante, Juarez Jucá de Queiroz, Edmilson Rodrigues Coe-lho e Raimundo Torquato da Costa, respectivamente. LioneteCamerino foi eleita e até hoje é consagrada como a única mulher que admi-nistrou Crateús. Governou até 1982. Durante sua pro-longada gestão, enfrentou períodos de secas e muitas dificuldades.

Em 1982,em mais uma dis-puta eleitoral, concorreram Leandro Martins de Souza (ARENA II), Raimundo No-nato Torres de Melo, (ARE-NA I), José Fernandes da Silva(PMDB)e José Marques de Alcântara pela sublegenda do PMDB, tendo o PT lan-çado, pela primeira vez, um candidato a prefeito -Manoel Balbino. Os candidatos a vice-prefeito foram respec-tivamente Sérgio Andrade Morais, José Leite de Saboia (Zé Elias), Fernando An-tônio Aguiar Albuquerque, José Vagno Mota e Mariana Ferreira. O candidato do PT obteve apenas 33 votos, épo-ca em que o voto de prefeito era vinculado ao de vereador. O eleitor não podia votar em prefeito e vereador de siglas

diferentes. Leandro ganhou a eleição com larga diferença de votos, porém, não chegou a cumprir todo o mandato, pois veio a falecer em de-zembro de 1987, ensejando que o vice-prefeito, Sérgio Andrade Morais, assumisse o cargo e governasse até 1988.

Em 1988, ocorre nova disputa. Concorrem os can-didatos a prefeito José Almir Claudino Sales (PMDB), Raimundo Soares Resen-de Filho (PFL), Ana Lúcia Ferreira (PT) e Edmilson Rodrigues Coelho (PDT). Concorrem a vice-prefeito, respectivamente, os médi-cos Francisco José Bezerra (Nenzé) e Raimundo Nonato Torres de Melo, e ainda Fran-cisco Gonçalves de Oliveira e Antônio Soares Cavalcante (Antônio do Jaime). Em 15 de novembro daquele ano, José Almir, que foi lançado pelo então governador Tasso Jereissati, ganhou a eleição e governou até 1992.

Em 1992,dá-se nova re-frega eleitoral. Disputam a Prefeitura de Crateús o mé-dico Francisco José Bezerra (Nenzé) pelo PSDB contra Marcelo Ferreira Machado pelo PFL, tendo como com-

panheiros de chapa, Antônio Bezerra Veras e Ivan Monte Claudino. Nenzé ganhou a eleição com uma maioria de 246 votos. Pela minguada di-ferença pode-se avaliar quão acirrada foi a disputa. Muitos eleitores questionaram sobre a seriedade daquela apura-ção, desconfiando de fraude. À época, não existia ainda a urna eletrônica e as cédulas eleitorais eram contadas manualmente. A apuração aconteceu nas dependências do Clube Caça e Pesca e após a divulgação do resultado o PFL entrou com uma ação na Justiça contestando o resultado e pedindo uma re-contagem de votos. O pedido de recontagem foi negado pelo Juiz Emanoel Albu-querque, mas o PFL insistiu com recurso em instâncias superiores. A esperança dos eleitores de Marcelo, de que os votos seriam recontados, demorou meses. Nenzé já ha-via assumido o cargo quando o Superior Tribunal Eleitoral (TSE)negou o pedido de re-contagem. Até 1996, Nenzé governou o município.

Há nove meses (uma ges-tação) Teodorico Meneses afastou-se do Tribunal de Contas do Ceará (TCE), por conta do estouro do “escân-dalo dos banheiros invisí-veis”, em que ele e a família tão enterrados até o pescoço. O conselheiro e ex-presidente do TCE deixou a Corte ca-gado dos pés à cabeça e o Tribunal alagado pela água fétida das fossas dos banhei-ros que nem ele nem a família construírama fim de eleger deputado o filho Teozinho. Depois de nove meses, ele re-tornou ao TCE igual a corno desconfiadoquando vai à casa da rapariga. Entrou chutando a porta do tribunal, falando grosso, exigindo gabinete para se aboletar e carro para pegá-lo em casa. Chegou igual a bandido valente que

aporta no puteiro, exigindo bebida, o melhor quarto e raparigas em seu redor. Com a cara ensopada com óleo de peroba, disse que as investi-gações não encontraram nada contra ele e que estava afasta-do por vontade própria, sendo que foiele que pediu pra sair. Arrotando inocência, pois os companheiros fizeram corpo mole e nada apuraram contra ele, disse: “não tem nenhum procedimento instalado, nada contra mim”; “o que tem é pessoa ligada a mim que é presidente de associação. Como tem a qualquer outro político”; (conselheiro fa-zendo política?) “A MINHA RESPONSABILIDADE É NENHUMA”. Cara-de-pau! Tentou desmoralizar de uma vez o Tribunal, o Ministério Público, a Corregedoria, a

Assembleia Legislativa,o governo do Estado e a PRO-CAP. Mandou a sociedade que paga o salário dele à P.Q.P. O homem se mos-travamais poderoso que o Carlinhos Cachoeira. Além de cara-de-pau,atrevido.

Masss, não foi bem assim que as coisas andaram. Pra evitar novo escândalo, cole-gas de Teodorico resolveram manter o homem afastado, até que tudo seja apurado e ele assuma o crime. Botaram o galo pra cozinhar, até que o caso caia no esquecimento. Enquanto isto, Teodorico vai ficar em casa lendo gibi e recebendo o justo, merecido e polpudo saláriode conse-lheiro, sem dá um prego em barra de sabão. Enquanto isto, o então corregedor do TCE, Pedro Timbó (que um

dia sugeriu quepobrecomes-se rato), não tentou, sequer, armar ratoeira pra pegar o guabiru. Não levantou uma palha contra o amigo. Tá faltando saias no TCE. Uma só é muito pouco.Tá na hora de acabar com a hipocrisia e a farsa de chamar este cara de suspeito, de possível implica-do no pavoroso escândalo, ou de considerá-lo portador de possíveis indícios. Ao invés disso, é botar a Polícia atrás dele, pra descobrir o resto.

Bem me ensinava meu professor de latim clássico: UTRIQUE FURES, ET QUI RECIPIT ET QUI FURA-TUR. Tanto é ladrão o que rouba como o que recebe o furto. O caso é de Polícia mesmo!

Masss, o fessor Tin-tin, o

zoófilo da beira do Curtume, rio que corta a bucólica Nova Russas, foi peitado para as-sumir o cargo de gerente do “Parque dos Jumentos sem Dono”, em Santa Quitéria. Sabe-se que eletá indeciso. Assume, se puder continuar frequentando a pocilga do Zé das Porcas, o chiqueiro de cabras do Trajano e o ga-linheiro de Dona Maroquinha do Brás, dos quais é assíduo frequentador noturno.

Masss, o Dr. Kutrizuma Cals, o do blog, não poderia deixar de marcar presença nesta hilariante página. O arrependido sacripanta, que hoje ostenta enorme papada de porco, encontra-se em melindrosa situação. Acu-metido de crônica caganeira, viu-seobrigado a usar fraldão

para absorver o vazamento do pito.Em casa, o corno faz o itinerário da rede ao vaso em sucessivas caminheiras. Segundo o psiquiatra que lhe atestou o mal da vaca louca eo transtorno de urso polar, a crônica diarreia resultada fragmentação cerebral, ou seja: moléculas do cérebro se desintegram, caem na corrente sanguínea do in-testino delgado e passam ao intestino grosso, causando, então, o ininterrupto fluxo merdal, mais conhecido por fininha. E haja fraldão e talco Pom-Pom! Eiso resultado de quem cagou o juízo e botou a merda na cabeça.

Ademã que vou em frente. Vou tomar um banho de ca-choeira.

Retrospectiva de eleições municipais (II)

Escândalo dos banheiros invisíveis: Teodorico chuta a porta do TCE, tenta reassumir na marra e é barrado

Era tão linda assim, ajoelhada,As mãos unidas com suave gesto,Os olhos baixos, e um sorrir modestoDe seus lábios na curva imaculada!

De um sacerdote aos pés severo e mestoEla curvara a fronte delicada,E dizia-lhe baixo e sossegadaDe sua vida o deslizar honesto.

Mas súbito uma nuvem cor-de-rosaAo rosto lhe subiu fugaz meteoro!E a voz tremeu-lhe inquieta e suspirosa...

E pude ver, sombrio Lovelace,Esta palavra – amor – em letras de ouroTraçadas no carmim de sua face

Um turista alemão no Brasil, procurando orientação sobre a estrada a seguir, pára seu carro ao lado de outro carro, este com um casal de brasileiros dentro.Expressando-se em seu idioma pátrio, o alemão falou:_ Entschuldingung, koennensiedeustssprechen?O casal, dentro do carro, ficou mudo ante a indagação._ Excusez-moi, parlezvousfrançais?O casal do carro permaneceu mudo._ Prego Signori, parlate italiano?Mudo estava e mudo continuou o casal._ Hablanustedesespañol?O casal dentro do carro nada respondeu.Please, do you speak english?Com a mesma mudez continuou o casal.Angustiado o alemão desiste e vai embora sem obter a in-formação.Dona Marisa vira-se para Lula e diz:_ Talvez devêssemos aprender uma língua estrangeira..._ Mas pra que, companheira? Pergunta Lula._ Aquele idiota sabia cinco e adiantou alguma coisa????

Flávio Machado

Gonçalves Crespo

TIRADASHermenegildo Catão

Dr Eliézio Torres MartinsORTODONTIA - CRO-CE: 2491

Dr Bruno Cavalcanti MartinsPRÓTESE E CLÍNICA GERAL - CRO-CE: 4875

Dr Breno Cavalcanti MartinsCIRURGIÃO DENTISTA - CRO-CE: 6028

Drª Blenda Camerino F. C. MourãoODONTOPEDIATRIA/PERIODONTIA - CRO-CE: 5567

CRATEÚS: Rua Cel. Lúcio, 495 - Centro - Fone: (88) 3691.8050NOVO ORIENTE: Rua Cazuza Rocha, 56 - Centro - Fone: (88) 3629.1477E-mail: [email protected]ítica

Page 15: Edição N° 338

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A obesidade está adqui-rindo proporções epidêmi-cas, com 300 milhões de obesos no mundo, é consi-derada uma doença uni-versal e um dos principais problemas de saúde pública da sociedade moderna. Os riscos acarretados pela obesidade estão associados às doenças crônicas, como diabetes mellitus, dislipide-mia, doenças cardiovascu-lares, alterações da coagu-lação, doenças articulares degenerativas, neoplasias, apneia do sono etc. Os pacientes com obesidade grave, chamada de obesida-de mórbida, têm um aumen-to de 250% na mortalidade em relação a pacientes não obesos.

O diagnóstico deve ser etiológico, qualitativo, e quantitativo. O diagnóstico quantitativo se refere à mas-sa corpórea ou à massa de tecido adiposo. Na prática o

cálculo do índice de massa corpórea (IMC ou BMI, de bodymass índex), que é o peso (em quilos) dividido pelo quadrado da altura (em metros), é ainda o mais utilizado. E o diagnóstico qualitativo se refere à distri-buição de gordura corporal ou à presença de adiposi-dade visceral. Quando esta gordura é centralizada tem um pior prognóstico com relação às doenças cardio-vasculares e metabólicas.

O tratamento da obe-sidade não é meramente estético, mas tem como função a reintegração do obeso á sociedade ativa. Inicialmente, o tratamento é dietético e comportamental, associado a uma atividade física monitorizada. Muitas vezes torna-se necessário um acompanhamento psico-lógico, e o uso de fármacos como complementação em alguns casos. Na obesidade

mórbida, o tratamento é a cirurgia de redução gástri-ca, chamada de Cirurgia Bariátrica. A cirurgia feita normalmente por laparos-copia (pequenos furos no abdome), onde o estômago é desviado do seu trânsito e é feita uma derivação das alças do intestino. Existe uma alteração metabólica e física de toda digestão, e doze meses após a cirurgia, os pacientes sofrem uma perda de peso em média de 40%, determinando um grande excesso de pele em diversas áreas do corpo. Após este período, existe a necessidade e a indicação da cirurgia plástica, que irá depender de fatores indivi-duais como a elasticidade da pele, a idade, a distri-buição da gordura anterior-mente.

A cirurgia plástica no ex-obeso é hoje, uma nova categoria dentro da espe-

cialidade. São cirurgias que envolvem um cuidado redobrado, tanto na par-te clínica (cuidado com anemia), como na parte cirúrgica (risco aumentado de hematomas e deiscências de suturas). Elas são feitas em praticamente todas as regiões do corpo. Na face: a Ritidoplastia (lift), Blefaro-plastia (pálpebras); no cor-po: Mastopexia com prótese de mama, Abdominoplastia

(normal e em Âncora, quan-do necessário), Flancoplas-tia, Gluteoplastia, Lift de braços e de coxas, e Tora-coplastia. Todas as cirurgias realizadas nestes pacientes têm como objetivo aumen-tar sua auto-estima. Mesmo com muitas cicatrizes, o tratamento retira os últimos estigmas da obesidade ex-trema, ao eliminar o gran-de excesso de pele destes pacientes.

Comunicando

Gazeta Saúde) A obesidade e o ex-obeso

Professores acampados

Professores da rede pública municipal, que entraram em greve por melhoria salarial, acamparam no Centro Ad-ministrativo Municipal e in-viabilizaram por completo o funcionamento da Secretaria de Educação. Fizeram do lo-cal um centro de ociosidadee pagodeira. Cerca de 50 pro-fessores e até não professores, por longos dias, permanece-ram deitados pelos corredores e no auditório da Secretaria, em conversas improdutivas, em mesas de baralho e de be-bida, esbanjando a preguiça e cumprindo o papel de inviabi-lizar a administração pública de Crateús.

Claro que a greve é um di-reito do trabalhador, mas, por lei, ela não pode ser abusiva. Tem lá os seus limites dentro da sua legalidade. A invasão e ocupação da Secretaria de Educação foi ato tosco e abu-sivo, fez com que todos os fun-cionários do setor educacional, inclusive a titular da Pasta da Educação, involuntária e obrigatoriamente, deixas-sem de cumprir suas jornadas de trabalho e tarefas do dia a dia, acarretando incalculáveis prejuízos à administração mu-nicipal. Isto denota que, antes de tudo, a greve dos profes-sores não foi tão somente para reivindicar melhorias salariais, mas, sobremodo, caracterizou-se comouma greve política

euma declaração de guerra à administração pública munici-pal.

O prefeito Carlos Felipe, por determinação judicial, fi-cou autorizado a requisitar força policial para promover a desocupação da Secretaria de Educação. Sensatamente, não o fez. Pois, em tomando a medida extrema, faria o jogo dos grevistas que, ao serem expulsos do local, teriam que sair arrastados, machucados ou sangrando,para mostrar ao povo de Crateús a “crueldade” do prefeito e se passarem por vítimas.

O povo de Crateús conhece muito bem quem comandag-reve de professorese está lem-brado do vergonhoso episó-dio da invasão da Câmara Municipal, em 2009, quando professores mal liderados, pro-moveram verdadeira baderna no plenário da Câmara, em plena sessão que ali se realiza-va, com a participação até de pessoas alheias ao movimento grevista. Naquela ocasião, liderados subiram nas banca-das dos vereadores e, em cima delas, improvisaram danças. Não se deve, pois, estranhar o modo de agir de agitadores profissionais que só se real-izam quando conseguem pro-duzir a agitação e a baderna.

Verdade camufladaEnquanto se deu o oba-oba

da greve dos professores, com falação sem fim pelo rádio, panfletagens, reuniõese dis-

cursos acirrados, entrevistas, invasão de repartição pública e a presença de conhecidos agitadores, rebentou, de outro lado, a invasão de uma peque-na propriedade rural por parte do MST e dos Sem Teto, con-juntamente. Liguem os fios e procurem ver quem estão por trás das duas movimentações. São pessoas com pretensões políticas, pré-candidatas a cargos eletivos. Os líderesda greve são intrinsecamente ligados aos líderes do falso movimento social. Um apoia o outro. Um ajuda o outro na declaração de guerra ao pre-feito. Tudo é válido. O Sin-dicato dos Professores se en-contra visivelmente dominado por um partido político nanico de oposição ao prefeito e isto é público e notório.Só não vê quem não quer enxergar. Tudo o que pretendem é desencadear guerra contra a administração municipal e ter a possibilidade de aparecer perante os menos esclarecidos para ganhar o voto deles. A campanha eleito-ral deste ano vai revelar o nome de cada um.

O fim da greveApós 19 dias de paralização,

foi encerrada, dia 4 último, a greve dos professores, com a intermediação da Justiça e do Ministério Público, com a promessa de reposição das au-las não ministradas e o cumpri-mento de outros itens por parte doSindicato dos professores, bem como do acordo quanto

ao aumento salarial à classe, por parte da administração municipal, acertado em 16%, sendo 8% retroativo a março e 8% a partir de agosto.

Sabe-se que este aumento compromete a folha de paga-mento da Secretaria de Edu-cação, que foi levada a fazer ajustes, mudanças e demissões para poder cumprir o que foi acordado.

Agora é esperar que, com este aumento e outros que virão, os professores, que são os responsáveis pelo sucesso das escolas, concedam o míni-mo percentual de melhoria no aprendizado de crianças e jovens. Que Escola Nota 10 não seja apenas privilégio da Escola Santa Rosa, de Jardim.

RealidadeRealidade que a população

de Crateús desconhece éa falta de comprometimento ped-agógico por parte do professor efetivo concursado. Constitui-se minoria os que se dedicam com alma ao ofício de trans-mitir conhecimentos aos alu-nos na sala de aula. São pou-cos os que se realizam ou se entusiasmam com a tarefa de ensinar. São inúmeros os que preferem ficar à disposição de outros órgãos do governo municipal depois de se tor-narem efetivos. Contam-se os que se dedicam às práticas intelectuais, os que preparam aulas ou estão em dia com o vernáculo e a gramática.Eles se encontram no expediente do

Fórum Judiciário,em secretari-asou exercendo outras funções em variados lugares, longe das salas de aula, coma remunera-ção de professor efetivo. Para muitos delesa sala de aula do município é o pior lugar. No entanto, grande número está lotado em colégios particula-res, onde ganham bem menos que na escola pública, onde não fazem greve por melho-rias salariais e não reclamam mesmo submetidos a intenso regime de produtividade.

Já o professor contratado procura mostrar serviço. Vive na sombra do efetivo e sua pre-tensão é chegar aonde o outro chegou. Para tanto se esforça e contribui para a melhoria do ensino e do estabelecimento escolar, não faz corpo mole e não atrapalha.

O escândalo do TCENove meses já se passaram

desde que a sociedade cea-rense tomou conhecimento do chamado “escândalo dos banheiros”, irrompido dentro do gabinete do então presi-dente do Tribunal de Contas do Ceará, conselheiro Teo-dorico Meneses, constatando o desvio de milhões de reais destinados à construção de kits sanitários para comunidades carentes do interior do Estado (as que sequer possuem local para fazer as necessidades fisi-ológicas), mediante convênios entre a Secretaria das Cidades e associações comunitárias do

Interior. Depois de tanto tempo eemperramento do processo, nada de concreto foi ainda apurado contra o meliante de toga, dado o corporativismo de alguns colegas conselheiros, mormente, do então correge-dor do TCE Pedro Timbó, que não moveu uma palha para in-vestigar a profundidade desse escândalo.

O caso é escabroso, infecto e malcheiroso, revelador da estreiteza do caráter de um meliante de toga que, sequer, respeita o estado de carência e de miséria em que vivem in-úmeras comunidades do Inte-rior que deveriam ter recebido o benefício dos kits sanitários. Pelo contrário, o dinheiro des-tinado aos pobres e miseráveis foi desviado para a campanha política do deputado Téo Menezes, filho do conselheiro, que se elegeu através dessa falcatrua, onde outros mem-bros da sua família também se encontram visivelmente en-volvidos.

Sabe-se, à boca miúda, que a esperteza do conselheiro Teodorico Menezes, que já foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, não se restringe unicamente a esse vergonhoso episódio do “escândalo dos banheiros”. Sua gestão como presidente do TCE comporta outras sujeiras bem conhecidas por parte de funcionários do TCE e deve ser investigada conjuntamente com o citado escândalo.

Isaac Furtadocirurgião plástico

Amelinha TelesDa Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, sobre a Comissão da Verdade

“Infelizmente, a representação, tanto do Exército como das Forças Armadas, neste momento, não tem idoneidade, por não terem esclarecido os fatos, e por isso, não podem participar”

“O senhor teve dez dias úteis para apresentação da defesa prévia. E o relator apenas cinco dias úteis para apresentar o relatório”Antônio Carlos ValadaresPresidente do Conselho de Ética do Senado, ao negar o pedido feito pelo advo-gado Kakay, que representa o senador Demóstenes Torres

Política

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Empresária Sônia Freire prestou significativa homenagem de despedida ao bispo Dom Jacinto de Brito, dia 30/4, com um lauto jantar em sua residência. Dom Jacinto, que por 14 anos comandou a Diocese de Crateús, foi designado pelo papa Bento XVI para assumir a Arquidiocese de Teresina, onde já se encontra empossado desde o último dia 6.

Júnior Bonfim, brilhante advogado e admirável poeta crateuense, regressa de turnê pelo velho mundo, onde conheceu e se encantou com inimagináveis maravilhas, em companhia de Francisca Maria.

Prestigiadíssimo o jantar de posse do ministro Carlos Ayres Britto na presidência do STF, dia 25/4, onde compareceram incontáveis autoridades dos três poderes da República, além de expressivo número de personalidades da sociedade de Brasília.

Sônia Freire recepciona Dom Jacinto em sua mansão com um jantar de despedida

Dom Jacinto fala de gratidão e de amizade, tendo ao lado sua mãe, Dona Inês e a anfitriã Sônia Freire

Padres Josef Tomazko e Roberto Carlos Inês Ribeiro de Brito (mãe de Dom Jacinto) com a anfitriã Sônia Freire

Dom Jacinto deixa transparecer a alegria e a descontração do momento

Alice e Arcelino Gomes

Claudinha e empresário José Freire Neto Ozanira Mourão e Leudinha ValePromotor de Justiça Arcelino Gomes saudou Dom Jacinto e exaltou os méritos de seu trabalho frente à Diocese de Crateús

José Maria Bonfim e cel. José Eduardo de Andrade José Eduardo de Andrade Filho, padre João Batista e Delano Almeida

Desembargadores Paulo Régis Botelho, José Antônio Parente, advogado Estenio Campelo e o Juiz Jeferson Quezato Desembargador José Antônio Parente, Estenio e Ana Cristina Campelo, Adriele, Rita e ministro Carlos Ayres Britto, desembargador Paulo Régis Betelho e a juiza Cristiana Diogenes

Lucas Eduardo, Rafael Mota, Ícaro Alcanfor e José Narclécio

Religiosas: irmãs Antonina, Raimundinha, Fernanda, Biana e Maria Célia

Luciene Rolim e prefeito Carlos Felipe Médico Nonato Lima Melo

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César Vale www.gazetacrateus.com.br