edição especial regulamentação do mlm por dentro do...

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Jornal Informavo e de Treinamento sobre Markeng Mulnível – Ano VI – Nº 51 - Março / Abril de 2014 - Preço: 4,90 Acesse o site: www.jornalloucospormarketing.com.br consultor e escritor Edmundo Roveri, de São Paulo, produziu um ensaio com uma análise crítica do projeto de regulamentação do marketing multinível que está tramitando em Brasília. Trata-se de um projeto decisivo para a sobrevivência da atividade no Brasil. A análise apresentada a partir da página 4 é minuciosa, abrangendo os pontos principais do polêmico projeto. D r. Arnaldo Silva, advogado e jornalista, é um dos fundado- res da ANACEI, que promoverá en- frentamento judicial contra empre- sas bloqueadas pela justiça. Lançamentos: Seguralta & JD Life Inspiração & Akmos formam “joint-venture” NA PRÓXIMA EDIÇÃO Diamantes Sar Israel e Patrícia Pimentel, da UP Essência A fusão do ano aconteceu em fevereiro quando a mineira Akmos criou uma “joint-venture” com a Inspiração, que havia suspendido as atividades em 2013. Com isso, a Akmos tornou-se a maior estrutura própria entre todas as empresas de multinível no Brasil. Edição Especial Regulamentação do MLM Por dentro do projeto de regulamentação do Multinível N osso editor esteve pessoalmente no lançamento das novas “players” Seguralta Prime, em São José do Rio Preto, SP, e JD Life, em Americana, SP, e conta como foi na sua coluna “Hoje em Dia”. Página 11 Afinal, o que é uma pirâmide financeira? O Os homenageados de maio na sessão Diamantes do Brasil serão Sar Israel e Patrícia Pimentel (foto), qualificados a Diamantes que brilham no mundo da UP Essência por sua correção, postura e grande competência. E ste novo trabalho do escritor Paulo de Tarso Aragão traça um paralelo entre a legítima atividade de marketing multinível e as pirâmides financeiras travestidas de negócio de MLM. O formato do texto é de plaquete (mini-livro), que pode ser baixado gratuitamente no site do jornal Loucos por Marketing, www. jornalloucospormarketing.com.br. Páginas 9 e 10 Página 3 Página 3 Págs 4 a 7 Empresas bloqueadas sofrem enfrentamente judicial

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Jornal Informati vo e de Treinamento sobre Marketi ng Multi nível – Ano VI – Nº 51 - Março / Abril de 2014 - Preço: 4,90

Acesse o site: www.jornalloucospormarketing.com.br

consultor e escritor Edmundo Roveri, de São Paulo, produziu um ensaio com uma análise crítica doprojeto de regulamentação do marketing multinível que está tramitando em Brasília. Trata-se de um projeto decisivo para a sobrevivência da atividade no Brasil. A análise apresentada a partir da página 4 é minuciosa, abrangendo os pontos principais do polêmico projeto.

D r. Arnaldo Silva, advogado e jornalista, é um dos fundado-

res da ANACEI, que promoverá en-frentamento judicial contra empre-sas bloqueadas pela justiça.

Lançamentos:Seguralta & JD Life

Inspiração & Akmos formam “joint-venture”

NA PRÓXIMA EDIÇÃO

Diamantes Sar Israel e Patrícia Pimentel, da UP Essência

A fusão do ano a c o n t e c e u

em fevereiro quando a mineira Akmos criou uma “joint-venture” com a Inspiração, que havia suspendido as

atividades em 2013. Com isso, a Akmos tornou-se a maior estrutura própria entre todas as empresas de multinível no Brasil.

Edição Especial Regulamentação do MLM

Por dentro do projeto deregulamentação do Multinível

consultor e escritor Edmundo Roveri, de São Paulo, produziu um ensaio com uma análise crítica doprojeto de regulamentação do marketing multinível que está tramitando em Brasília. Trata-se de um projeto decisivo para a sobrevivência da atividade no Brasil.

consultor e escritor Edmundo Roveri, de São Paulo, produziu um ensaio com uma análise crítica doprojeto de regulamentação do marketing multinível que está tramitando em Brasília. Trata-se de um projeto decisivo para a sobrevivência da atividade no Brasil.

Nosso editor esteve pessoalmenteno lançamento das novas

“players” Seguralta Prime, em São José do Rio Preto, SP, e JD Life, em Americana, SP, e conta comofoi na sua coluna “Hoje em Dia”. Página 11

Afi nal, o que é uma pirâmide fi nanceira?

O

Os homenageados de maio na sessão Diamantes do Brasil serãoSar Israel e Patrícia Pimentel (foto), qualifi cados a Diamantes que brilham no mundo

da UP Essência por sua correção, postura e grande competência.

Este novo trabalho do escritor Paulo de Tarso Aragão traça um paralelo

entre a legítima atividade de marketing multinível e as pirâmides fi nanceiras travestidas de negócio de MLM. O formato

do texto é de plaquete (mini-livro), que pode ser baixado gratuitamente no site do jornal Loucos por Marketing, www.jornalloucospormarketing.com.br.

Páginas 9 e 10

Página 3

Página 3

Págs 4 a 7

Empresas bloqueadassofrem enfrentamente judicial

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Dire

to da

Reda

ção

Publicação mensal produzida pela Comunigraf Editora - CNPJ 01060404/0001-33Jornalistas responsáveis: Carlos Garcia DRT-PE 365 e Olbiano Silveira DRT-PE 626Editoração eletrônica: Lourdes Duarte - [email protected]: Paulo de Tarso Aragão - E-mail: [email protected] * Diretor de Marketing: Roberto Portela - [email protected] * Colunis-

tas: Arnaldo Silva - Edson Frank das Flores Gatto - Gutemberg Santos - Lair Ribeiro - Leila Navarro - Paulo de Tarso Aragão - Marcelo Alves - Marcelo Pinheiro - Roberto Shinyashiki - Wanderley Lourenço * Secretária-Executiva: Dinah Duarte de Lucena Aragão * Secretários-Assistentes: Dennis Edward Lucena de Oliveira e David Wesley Lucena de Oliveira * Assessor Especial: Douglas Vinícius Lucena de Oliveira. * Coordenadora de Logística: Denise Duarte Lucena de Oliveira. * Coordenadora de Expedição: Judite Duarte de Lucena * Representante em São Paulo: Margarete Rose Szabo • Correspondente nos EUA: Gutemberg SantosEndereço para correspondência: Praça Floriano, 55 - Conj. 807 - Cinelândia , CEP: 20031-050 - Rio de Janeiro-RJ.Telefones: (021) 2524-0236 / 81230214 - E-mail: [email protected]

Expediente

As colunas e matérias assinadas não refletem, necessariamente, a posição do jornal.

Momentos DecisivosNo mundo multinível estamos vivendo momentos

de fortes emoções com o início do processo de regu-lamentação da nossa atividade, que futuramente pode-rá até ser reconhecida juridicamente como profissão. O consagrado consultor Edmundo Roveri apresenta nesta edição uma análise detalhada do projeto que poderá alte-rar profundamente o trabalho de redes. Se os Diamantes são eternos, Israel Sar e Patrícia

Pimentel já escreveram seus nomes na história do MLM e contam sua trajetória de sucesso. A fusão do ano entre a Inspiração e a Akmos, mais o enfrentamento jurídico contra as pirâmides bloqueadas dão o tempero final apimentado desta edição. Boa leitura! O Editor

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Em 27/2 último o CEO da Akmos Luiz Fernandes Ve-

nâncio e o atual dono da Inspi-

ração Perfumes , Walter Fonse-ca, anunciaram a fusão das duas marcas, criando uma milionária “joint-venture”. A partir deste mês de março os produtos da Inspiração serão comercializa-dos pela rede da Akmos, que assim aumenta seu portfólio

passando dos atuais 349 produ-tos para cerca de 800. A fusão será anunciada ofi -cialmente durante o Cruzeiro dos Presidentes promovido em março pela Akmos, que este ano contará com a presença a bordo do empresário Walter Fonse-

ca, que f i c o u com os direitos da mar-ca após a recente separação em 2013 do antigo sócio carioca.

BBOM e TELEXFREEsofrem enfrentamento judicial de associação

Inspiração retorna ao mercado, agora com Akmos

Preocupados com a situação de suas equipes, alguns dos

principais líderes de MMN da Região Nordeste, fundaram a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS CONSUMIDORES DAS EMPRESAS INVESTIGADAS COMO PIRÂMIDE FINANCEI-RA – ANACEI. A ANACEI, tem em sua direção um Especialista no Combate à Crimes Virtuais e participantes de renome no mercado de multinível. Atua nacionalmente e não tem fi nali-dade lucrativa.

A ANACEI nasce com o ob-jetivo de reaver os valores inves-tidos nas empresas investigadas pela força tarefa do Ministério Público. O seu Dpt.º Jurídico é composto pelos profi ssionais da

www.ANDRADEBRASIL.com, capitaneados pelo Dr. Marcus Brasil (advogado, pós gradu-ado pela UFRN, e especialista na área cível e processual) que informou que a ANACEI “sur-ge por um clamor social de pes-soas que investiram de boa-fé e agora estão prejudicados fi nan-ceiramente” e continua dizendo que “ tem como único e princi-pal objetivo reaver os investi-mentos dos associados”.

Para atender à grande de-manda dos associados da ANA-CEI a www.ANDRADEBRA-SIL.com está fi rmando parcerias estratégicas com escritórios e advogados das principais cida-des a fi m de fomentar a abertura de pontos de atendimentos em

todo o País. Sobre a atuação da ANACEI o seu Dpt.º Jurídico já deu conhecimento acerca do inicios das atividades da enti-dade à Câmara dos Deputados, ao Promotor de Justiça do Acre Dr. Marco Aurélio Ribeiro, ao Promotor Pres. da Associação Nacional do MP do Consumi-dor Dr. Murilo de Morais e à Procuradora Federal da Repú-blica Dr.ª Mariana Guimarães de Melo Oliveira, os dois últi-mos no Estado do Goiás, além da Secretária Nacional do Con-sumidor Dr.ª Juliana Pereira na Esplanada dos Ministérios em Brasília/DF.

Maiores informações serão repassadas ao leitor que aces-sar e curtir a FanPage da ANA-

CEI no link: https://www.facebook.com/pages/Anacei--Associa%C3%A7%C3%A3o--Nacional-Consumidor/618930598157235?ref=hl ou peloe-mail: [email protected]

Dr. Arnaldo Silva,um dos fundadores da ANACEI

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Regulamentação Já!Por Edmundo Roveri – [email protected]

Edmundo Roveri é Especialista e Consultor de Empresas de MMN e analisaprós e contras do projeto de lei que regulamenta o Marketing Multinível no Brasil

O anseio por uma lei que re-gulamente o Marketing Multinível no Brasil é anti-

go, há décadas esperamos por esse momento. No passado já houve outras tentativas, mas todas foram frustradas e perma-neceram estagnadas.

Embora as Pirâmides Finan-ceiras tenham a sua legislação desde 1951, ainda é comum a confusão entre o que é Marke-ting Multinível e Pirâmides Fi-nanceiras, principalmente pelo fato de algumas Pirâmides Financeiras se apresentarem como empresas de Marketing Multinível.

Durante o ano de 2013 deze-nas de empresas foram inves-tigadas e várias tiveram suas atividades bloqueadas por sus-peita de Pirâmide Financeira. As notícias sobre esse tema fo-ram veiculadas nos principais meios de comunicação.

A necessidade de uma legis-lação que regulamente o que é o Marketing Multinível passou a ser clamada por grande parte dos empreendedores.

Capitaneado pelo Deputa-do Federal Acelino Popó, jun-tamente aos Deputados Srs.Angelo Agnolin, Afonso Flo-rence, Fabio Trad, Fernando Francischini, João Campos, Marcelo Matos, Perpétua Al-meida, Renato Molling, Ricardo Berzoini e Rosinha da Adefal, foi apresentado o projeto de Lei sob. o numero 6667/2013, que foi até vinculado ao projeto 6775/2013 para a regulamenta-ção do Marketing Multinível no Brasil.

Este é um tema complexo, pois como se trata de uma meto-

dologia para a remuneração da força de vendas, a realidade das empresas e a forma a ser imple-mentada varia muito de empre-sa para empresa.

Tendo em vista a nossa limi-tação de espaço para este artigo, vou me deter nos pontos que entendo como os principais des-te projeto de lei. O artigo com-pleto, com toda a lei e todos os comentários, está disponível em meu site www.edmundorove-ri.com com o objetivo de con-tribuir com os deputados para uma legislação ampla, justa e adequada.

O primeiro ponto queprecisa ser melhorado é a defi -nição do que é Marketing Mul-tinível.

Capítulo I, Art. 1º e § 2º:

I - marketing multinível ou marketing de rede: moda-lidade de comercialização de bens ou serviços por meio de vendas diretas ramifi cadas em vários níveis de remune-ração, sendo bonifi cados pela revenda ou pelo consumo próprio, bem como pelo re-crutamento de novos empre-endedores para integrarem a rede, podendo ainda haver participação no lucro líquido, de acordo com a política de remuneração da operadora, o contrato de adesão do empre-endedor e o plano de viabi-lidade econômico-fi nanceira da operação.

Sugestão para nova redação:

I - Marketing Multinível é uma metodologia de remune-

ração em rede, onde para cada venda de produtos e serviços, realizada por profi ssionais in-dependentes, gera o pagamento de comissões, bônus e/ou prê-mios não só ao profi ssional que fez a venda como também para a sua linha patrocinadora, que é composta pelo profi ssional que recrutou para desenvolver o negócio, bem como por seus patrocinadores devidamen-te qualifi cados conforme as regras do Plano de Com-pensação da Empresa, formando uma equipe que é a força de ven-das da empresa.

Plano de Com-pensação é o do-cumento que contém as Re-gras de Remu-neração dos Empreendedo-res.

Capítulo II

DOS REQUISITOS PARA OPERAÇÃO DO

MARKETING MULTINÍVEL

Art. 2º Para realizar ativi-dade de marketing multinível ou equivalente, a operadora deve elaborar plano de viabi-lidade econômico-fi nanceira com a previsão, entre outras disposições, de fundo garan-tidor da operação de marke-ting multinível (FG-MMN).

§ 1º A operadora deverá obter endosso formal e ex-presso ao plano e ao fundo referidos no “caput”, por, no mínimo, um banco comercial

integrante do sistema fi nan-ceiro nacional, com rede de agências de ampla cobertu-ra no território nacional, que centralizará as operações fi -nanceiras de recebimento dos créditos das vendas e realizará o pagamento direto, aos em-preendedores, independentes ou contratados, dos valores a que tiverem direito em decor-rência dos resultados obtidos na operação da rede.

Entendo que o item mais grave de todos, presentes neste Projeto de Lei, é a obrigação do endosso formal e expresso ao plano e ao fundo garantidor por um Banco.

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Embora a intenção seja posi-tiva, o resultado pode ser o fim do Marketing Multinível. Ima-gine se nenhum banco quiser se envolver e endossar a empresa de Marketing Multinível, isso poderia acabar com o Marke-ting Multinível, pois obrigamos as empresas a terem endosso de um banco e não obrigamos os bancos efetivamente a se po-sicionarem. O projeto pode ser viável, mas comercialmente o banco pode não se interessar em endossá-lo, pode não se interes-sar no vínculo de imagem, entre muitos outros motivos.

A ideia de ter um Plano de Viabilidade Econômica e Finan-ceira faz sentido, muito embora ainda não consiga impedir uma Pirâmide a se passar por uma empresa lícita com remunera-ção em Multinível.

Isso se dá porque em alguns casos a atividade ilícita conside-

rada Pirâmide não está ligada à remuneração da rede e sim à “venda de investimento”, que servirá para comprar e vender produtos e serviços, onde a em-presa recebe determinado valor e com este recurso ela compra-rá produtos e irá vendê-los no mercado ou alugá-los de tal forma que no plano de Viabi-lidade Econômica Financeira a conta vai fechar e o projeto de-monstrará viabilidade. Todavia, quando a empresa não executa a atividade que deveria, porém remunera o “investidor”, pois tem o recurso dos novos entran-tes, ela efetivamente está desen-volvendo uma Pirâmide Finan-ceira no modelo Ponzi.

Esse tipo de atividade, como citada acima, pode ser consi-derada um CIC – Contrato de Investimento Coletivo e neste caso necessita de aprovação da CVM – Comissão de Valores

Mobiliários.Em se mantendo a necessi-

dade de aprovação de um Pla-no de Viabilidade Econômica Financeira, não deveria ser um banco a analisar e aprovar e sim algum órgão do estado, ou Ins-tituto ou Conselho a ser criado e sobre isso seguem algumas res-salvas:

a – Uma vez aprovado, quando será necessário a opera-dora submeter ao novo plano de Viabilidade? Quando dá altera-ção do plano de compensação, preço dos produtos, inclusão / exclusão de produtos, etc.

b – Entendo que a Lei tam-bém deve dar prazo para tal responsável pela aprovação / reprovação do Plano de Viabili-dade Econômica Financeira emi-tir o seu parecer sobre o plano apresentado, de tal forma a evi-tarmos eventuais morosidades do aprovador, que necessitará

sempre justificar sua decisão de maneira técnica, para evitar que seja usado politicamente para aprovar ou reprovar os planos, inclusive para evitar práticas como suborno que é possível acontecer quando profissionais responsáveis não trabalham de forma ética e honesta, gerando lentidão e dificuldades nas apro-vações para depois poder “ven-der” a agilidade e aprovação.

c – Precisamos estar atentos para não burocratizar muito a atividade, pois questões comer-ciais tem seu “timing”. Nada impede que uma atividade em Marketing Multinível seja re-alizada de forma temporal, como por exemplo, uma rede de revendedores exclusivamen-te para o período da Copa do Mundo. A oportunidade tem o seu “timing”. Se demorar de-mais a aprovação, a oportuni-dade já deixa de existir.

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d – Precisamos salientar que muitas empresas com ativida-des com Planos de Viabilidade Econômica e Financeira apro-vados, vão quebrar e deixar o mercado, pois o plano de Via-bilidade Econômica Financeira não garante o sucesso de uma empresa, somente impedirá que seja lançado no mercado um projeto cujas contas “não fecham”. As empresas podem não ter êxito por questões co-merciais quanto à aceitação do produto, a atratividade comer-cial, brigas de sócios, má gestão, problemas de logística, fluxo de caixa, etc.

§ 2º O plano a que se refere

o “caput” conterá obrigatoria-mente a previsão:

a)...b) da remuneração do em-

preendedor decorrente do comissionamento pela ven-

da de bens ou serviços, feita diretamente por ele ou pelos integrantes que tenha incor-porado à rede, que nunca poderá representar menos de 50% (cinquenta por cento) da sua remuneração individual mensal;

O item b não faz sentido, pois

o MMN tem sua remuneração alavancada. Como falar que não posso ganhar mais do que eu ganho na revenda de produtos fazendo-a sozinho em relação a minha participação no volume de vendas de minha equipe de 10.000 pessoas por exemplo?

c) da forma de constitui-ção do fundo garantidor da operação de marketing mul-tinível (FG-MMN) referido no “caput”, com aporte inicial pela operadora;

d) dos critérios e fórmulas

de cálculo para fins de eleva-ção ou redução dos recursos depositados no fundo, em função do resultado das ven-das brutas de bens ou servi-ços nos últimos 6 (seis) meses;

e) do percentual das ven-das que será recolhido pelo banco comercial arrecadador dos pagamentos pelos adqui-rentes de bens ou serviços, destinado à cobertura, pelo fundo, de todos os valores de-vidos aos empreendedores in-tegrantes da respectiva rede;

f) dos procedimentos de manutenção e investimento dos recursos do fundo, rela-tório diário e auditoria inde-pendente periódica, no máxi-mo, em regime mensal. Sob responsabilidade de empresa indicada pelo banco ou segu-radora que endossou o plano de viabilidade econômico--financeira.

Continua....

O grande equívoco é que está se tentando regulamentar uma atividade financeira com o raciocínio de que as pessoas fa-zem investimentos financeiros e não uma atividade que remu-nera uma força de vendas, onde as pessoas compram e vendem produtos e serviços.

Se a atividade for financeira e não de compra de produtos e serviços, já estão devidamente regulamentadas e submetidas a regras do Banco Central ou da CVM – Comissão de Valores Mobiliários.

Se um empreendedor com-

pra produtos e serviços e os re-cebe, seja para revenda ou con-sumo próprio, o que ele pode perder se já recebeu o que com-prou?

No Marketing Multinível, as

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pessoas podem perder eventu-almente o equivalente à taxa de adesão (não falo de compra ini-cial), valores pagos para partici-par de treinamentos e eventual-mente materiais confeccionados para divulgação.

Se ela compra um produto ou serviço que não tem valor, então é outra coisa.

Se eu formatar uma empresa para não cobrar taxa de adesão, mas vender um KIT de adesão com produtos e/ou serviços no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e a pessoa aderir, receber o produto e/ou serviço que efe-tivamente valem o valor pago e por qualquer motivo a empresa deixar de operar no dia seguin-te, eu pergunto: O que a pessoa perdeu efetivamente, uma vez que ela recebeu os produtos e serviços?

Pode ter certeza que não fo-ram os R$ 5.000,00. Ou ela não perdeu nada ou ela perdeu mui-to mais como um dano emocio-nal, que ela criou expectativa de um negócio que agora será interrompido. Mas de forma al-guma, podemos entender que os R$ 5.000,00 que ela recebeu em produtos e serviços, que efe-tivamente têm aquele valor, foi perdido.

O Fundo Garantidor, embo-ra pareça dar segurança, na prá-tica não garante. Veja estes dois exemplos:

1- Uma empresa que atua de forma duvidosa e tem o seu crescimento explosivo com in-terrupção brusca das atividades, neste caso, onde por exemplo nos últimos seis meses houve a entrada de 100 mil pessoas e consequentemente 100 mil Kits de produto / serviços de adesão foram vendidos por R$ 1.000,00 cada e vamos imaginar que esse produto / serviço não tinha va-lor efetivo para as pessoas e que se o negócio cessar, elas enten-derão que perderam dinheiro. Neste momento é muito prova-vel que mais de 80% não ganha-ram o suficiente para cobrir o valor pago.

A empresa terá faturado R$ 100 milhões. O fundo Garanti-dor terá R$ 2 milhões e ao final haverá 80 mil pessoas recla-mando por R$ 80 milhões, onde cada pessoa terá para cada R$ 1.000,00 “investido” R$ 25,00 ficando com um prejuízo de R$ 975,00.

2- Com os mesmos números do exemplo anterior, mas ao in-vés de a empresa cessar as ativi-dades bruscamente, ela começa a desacelerar, criando novas re-

gras, dificultando novos cadas-tros burocratizando, por exem-plo, sem contar a desmotivação natural das pessoas sendo que após os 100 mil do semestre exemplificado ela faz o semes-tre seguinte com 5 mil adesões / vendas. Neste caso teremos 105 mil pessoas. R$ 105 milhões de faturamento e R$ 100 mil no fundo garantidor.

Com estes R$ 100 mil deverá garantir somente as 5 mil pes-soas que entraram nos últimos seis meses e provavelmente 4 mil não recuperarão o inves-timento. Teremos R$ 100 mil para dividir para 4 mil pessoas, o que, na prática, dá os mesmos R$ 25,00 por pessoa, ficando um prejuízo de R$ 975,00 para 4 mil pessoas e de R$ 1.000,00 para as outras 80.000 que entraram há mais de seis meses.

Outra desvantagem é que as empresas que trabalham de forma legítima vão deixar de remunerar a rede nestes 2% por exemplo, uma vez que este per-centual vai estar comprometido com o fundo.

Outra questão é o que acon-tecerá se uma empresa tem o endosso de um banco em con-trato de 12 meses com o banco e o banco não renova o contrato e a empresa não consegue outro banco para endossar. O Projeto não fala o que ocorre, mas nes-te caso, entende que se a em-presa continuar a operar com o Marketing Multinível ela estará descumprindo a lei por estar sem endosso e sem fundo de re-serva.

§ 7º É obrigatória a dispo-

nibilização do plano de viabi-lidade econômico-financeira, em modo resumido, na rede mundial de computadores (in-ternet), explicando o formato do negócio e com elementos suficientes para comprovação de sua sustentabilidade, de-vendo o endereço eletrônico respectivo constar do instru-mento de contrato.

Esta demonstração pública é

positiva, faz todo sentido den-tro de um modelo de governan-ça corporativa e para o entendi-mento da sociedade no modelo aplicado pela empresa.

Art. 5º A operadora de

marketing multinível é obri-gada a:

I - ...II - treinar o empreende-

dor, diretamente ou por en-tidade especializada, em for-ma presencial ou à distância,

com ênfase nas boas práticas de comercialização, na ética profissional e nas normas de proteção ao consumidor;

III ...... A inclusão de treinamentos

é uma parte muito positiva, em-bora não se deva dificultar a ati-vidade, pois em muitos casos a atividade é extremamente sim-ples. Da forma que está coloca-da não ocorre travamento.

IV - expor, com clareza e

por escrito, esclarecendo em entrevista individual, com expressa ciência e assinatura por parte do candidato a em-preendedor, os riscos e possi-bilidades do negócio;

Entendo como excessiva esta cláusula quando exige en-trevista individual e assinatura do candidato, salvo se for para negócios cuja adesão ou compra inicial for acima de 10 salários mínimos vigentes no país ou algo equivalente. Sugiro tornar a informação de riscos e possi-bilidades do negócio como algo integrante ao contrato e infor-mação pública no site da em-presa.

VIII - divulgar amplamen-

te, pelos meios de comuni-cação, informações sobre a operadora e as práticas de governança corporativa ado-tadas, sendo, no mínimo, as seguintes:

a) inscrição no cadastro nacional de pessoas jurídicas (CNPJ);

b) endereço completo, com código de endereçamento postal, da sede da operado-ra e, em caso de empresa es-trangeira, de seu escritório no Brasil;

c) telefones, sítio na inter-net, e-mail e demais meios de comunicação disponibiliza-dos;

d) nome dos sócios e dos administradores, estatutários ou não;

e) capital social;f) regime tributário;g) licenças de operação ou

contratos de licenciamento, abrangendo, entre outros, al-vará e as licenças referentes a cada um dos bens ou serviços comercializados pela rede, termos de uso, código de ética ou política de conduta, com os formulários ou meios para encaminhamento de reclama-ções;

As práticas de governança corporativa são muito positivas. Incluiria nesta lista: Plano de Compensação, Plano de Viabili-dade Econômica e Financeira de forma resumida, porém clara.

IX - disponibilizar creden-cial de identificação para cada integrante da rede, com códi-go do tipo “QR Code”, que permita a qualquer pessoa verificar a condição de regu-laridade do empreendedor de marketing multinível junto à operadora;

Este é o tipo de artigo que com o avanço da tecnologia já nasce morto. Se hoje QR Code é moderno, daqui algum tempo pode ser uma tecnologia ultra-passada.

Resumo

Em resumo de tudo que co-mentamos acima, entendo que os dois pontos fortes desta lei são:

1- Exigência de treinamen-tos aos empreendedores como responsabilidade das empresas, pois a maioria das pessoas não foi educada para empreender e sim para ser funcionária de grandes empresas. O treinamen-to, além de capacitar as pessoas para o sucesso, permitirá que elas tenham maior consciência sobre a sua atividade, sobre a empresa, sobre os produtos e o modelo de negócios.

2 - Inclusão de Práticas de Governança corporativa e a in-clusão de informações obrigató-rias nos contratos.

Já os dois pontos fracos da lei são:

1 - Obrigatoriedade do en-dosso formal e expresso por um Banco.

2 - Criação de um Fundo Ga-rantidor.

O problema principal é de conceito, onde estes itens estão tentando regulamentar um mo-delo de negócio financeiro, típi-co de investimento, sendo que o Marketing Multinível não é um negócio de investimentos e sim uma metodologia de remunerar a sua força de vendas.

* Edmundo Roveri é especialista em Marketing Multinível, escritor, autor dos livros Segredos do Multinível – 161 dicas de Sucesso, A Evolução do Marketing Multinível – Um estudo sobre o Negócio do Século XXI, Coordenador do Comitê Marketing Multinível na ABRAES – Associação Brasileira de Empreendedorismo Social, professor universitário, consultor de empresas de Marketing Multinível. www.edmundoroveri.com

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Quando falamos sobremarketing de consumo ou de vendas estamos pressu-

pondo tratar-se de um negócio que tenha produtos físicos para consumir e vender.

Existe uma grande contro-vérsia sobre qual é o melhor, o marketing de consumo ou de vendas. No marketing de con-sumo você vende o negócio e as pessoas compram os produ-tos para usar ao passo que nomarketing de vendas o focoé o produto, você vende osprodutos e consequentemente o negócio.

Quando se fala em marke-ting de consumo, não se deve confundir com consumidores que se cadastram na empresa apenas para comprar eventual-mente seus próprios produtos com desconto. Estes são consi-derados consumidores e são benvindos porque contribuem para a formação do seu volume de grupo e normalmente for-mam a sua lateralidade.

No marketing de consumo é necessário ter uma rede maior e essa rede normalmente tem um índice de ativos maior, mas a produção média é menor por pessoa e tem uma rotatividade menor. No marketing de ven-das você tem uma rede menor, mas com uma produção pessoal bem maior porque o foco é nas vendas. No entanto o índice de ativos é menor, as pessoas saem do negócio com mais facilida-de, tem uma rotatividade maior. Isso porque o vendedor é atraí-do por produtos que dão uma margem maior de lucro e seu foco é no produto que dá maior lucratividade.

Você mantém uma rede de consumo com mais facilidade principalmente porque normal-mente o valor da manutenção é mais baixo, hoje variando de 50 a 100 pontos. E isso tem feito a diferença em alguns negócios recentes, tanto é que a maioria das novas empresas está ini-ciando seus negócios com com uma baixa manutenção mensal.

As estatisticas indicam que 70% das pessoas não gostam de vender produtos físicos. O in-

teressante é que essas mesmas pessoas também não gostam de fazer marketing de rede. En-tão sobram os 30% para fazer o marketing de vendas e de con-sumo. Ocorre que desses 30% a maioria prefere o marketing de consumo.

Por outro lado o marketing de vendas traz melhores resul-tados no curto prazo em função de volumes maiores gerados pela rede. Não estamos falando em lucro, mas bônus da rede.

O ideal é o marketing híbri-do, onde você consome em mé-dia 70% da pontuação mensal exigida e revende cerca de 30% do valor da manutenção. Essa composição dá muita susten-tabilidade aos negócios e com bastante atratividade por parte das empresas que oferecem um grande numero de itens consu-midos no dia a dia. Essa susten-tabilidade resulta de uma com-binação de milhares de pessoas consumindo um grande núme-ro de itens, é apenas um resul-tado matemático de pessoas x produtos x $.

Nesse caso os consumido-res cadastrados consomem o quanto desejam, os vendedores podem vender bem acima da manutenção exigida e ter um grande lucro da venda direta e a construção da rede é viabiliza-da pelos líderes que vão ter uma manutenção igual ou superior à exigida, mas que irão trazer novos consumidores, vendedo-res e multiplicadores que são os mais importantes para o negó-cio. Esses multiplicadores são os líderes que vão focar na venda do negócio e no desenvolvimen-to das pessoas.

O marketing de vendas agressivo e com alta manuten-ção tende a perder com o tempo seus maiores vendedores que cansam de vender, tiveram o

foco nas vendas e não na cons-trução da rede e consequente-mente desistem com mais faci-lidade.

Estamos nos referindo ao marketing de produtos, mas existe hoje um grande número de empresas na área de tecnolo-gia e serviços trabalhando com internet marketing que tem adotado uma manutenção men-sal baixa exatamente para man-ter um índice de ativos mais alto.

Quando se analisa o com-portamento por faixas de renda, verifi ca-se que a classe C ten-de a se identifi car mais com omarketing de vendas e a clas-se B se identifi ca com o marke-ting de consumo. Isso se explica porque a classe C está mais dis-posta a vender maiores quanti-dades de produtos e querem e precisam de um resultado mais rápido, incluindo aí o lucro diá-rio, ao passo que a classe B não está muito disposta a vender produtos, ou por não querer se expor ou porque tem mais faci-lidade de usar as ferramentas e

a internet junto ao seu grupo de relacionamento.

A classe A normalmente vai ser a compradora dos produtos de alto nível vendida pela classe B, mesmo porque a classe C não tem acesso à classe A. A classe C vai se relacionar e fazer vendas e redes com a classe C e a classe B vai vender para a classe B e fa-zer rede com a classe B e C.

Vale aqui o conselho para que você construa uma rede com pessoas do seu nível ou acima. Até mesmo porque o seu relacionamento normalmente é feito com pessoas da sua classe social. Até os casamentos de-vem ser feitos entre pessoas da mesma classe social, por uma questão de maior compatibili-dade como decorrência de um

crescimento nas mesmas condi-ções sociais e mesmos costumes.

Isso não signifi ca que você deva prejulgar pessoas de uma classe “inferior” ou “superior” à sua. Você nunca sabe quem vai se comprometer e fazer o negó-cio ou quem vai desistir.

Históricamente as empresas mais fortes são aquelas que ofe-recem uma grande gama de pro-dutos variados e sempre deram um foco forte às vendas, mas o mercado tem mudado muito nos últimos anos com o cresci-mento da internet e a tendência será o marketing de consumo híbrido, incluindo vendas.

De qualquer forma sempre estaremos vendendo ou os pro-dutos ou o negócio ou outros ti-pos de serviços e todos nós sem-pre vendemos alguma coisa na vida.

O importante é estarmos atentos a todas as mudanças que estão ocorrendo nos negó-cios com a utilização da inter-net e as novas tecnologias, tanto desenvolvendo o marketing de consumo como o marketing de vendas. Quem não utilizar as ferramentas da internet será fu-turamente um excluído do siste-ma de marketing de rede.

Portanto prepare-se para de-senvolver um marketing de rede presencial ou virtual, de consu-mo ou de vendas, ou hibrido. O importante é afi ar o machado.Wanderley Lourenço é conomista e ex--empresário de consultoria econômica. Desenvolve marketing de rede há mais de 20 anos. Ex Diamante da uma grande em-presa americana por 10 anos. Atualmente Platina Fundador Rubi da AmwayBlog www.wanderleylourenco.com.brEmail [email protected] 999992141 Vivo 21 9 82638034 Tim 21 991455778 Claro

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Wanderley LourençoArtigoArtigo

Marketing de Consumo ou de Vendas?

O importante é estarmos atentos a todas as mudanças que estão ocorrendo

nos negócios com a utilização da internet e as novas tecnologias, tanto

desenvolvendo o marketing de consumo como o marketing de vendas.

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O primeiro golpe co- nhecido de pirâmide financeira aconteceu

em 1870, na Espanha, criado por Baldomera LarraWetoret, uma mulher que havia sido abandonada pelo marido e lançou um sistema que remu-nerava 30% ao mês. Fez fama e fortuna, mas depois que o es-quema ruiu, morreu pobre em La Habana, Cuba. O italiano Charles Ponzi foi seu seguidor e levou a ideia para os Estados Unidos nos anos 20, onde de-pois do sucesso inicial do gol-pe foi preso e deportado para a Itália. Morreu como indigente num hospital do Rio de Janei-ro, décadas depois.

A pergunta que não quer calar: Mas qual é a linha divi-sória que separa uma pirâmide financeira de um legítimo tra-balho de criação de redes em marketing multinível? Para os neófitos no assunto, nem sem-pre a resposta é fácil.

Imagine se fosse criada uma nova empresa de sandá-lias hawaianas, onde a taxa

de adesão fosse de R$1.000,00, rendesse 60% ao mês sem pre-cisar fazer nada e o novo dis-tribuidor recebesse um par de sandálias apenas. E imagine que esta empresa tivesse CNPJ, endereço real, funcionários e até recolhesse impostos. Seria uma empresa “legal”, dentro da legislação atual? Mas seria também uma proposta de tra-balho moral?

A resposta sobre legali-dade x moralidade iria depen-der do país onde a tal empresa estivesse instalada. Se a sede fosse num paraíso fiscal, como Panamá ou Ilhas Cayman, pro-vavelmente contaria até com incentivos do desgoverno lo-cal. Mas se estivesse sediada em países como os Estados Unidos ou Inglaterra, seus di-rigentes seriam presos, amar-gando anos na prisão. Então, onde está a diferença?

O critério é simples: basta verificar a origem do dinheiro para a remuneração aos dis-tribuidores. Se os pagamen-tos dos bônus vierem da ade-

são paga pelas novas pessoas e não da comercialização de produtos/serviços trata-se de um esquema piramidal.

Em países como EUA e Inglaterra existem organismos do governo – como a america-na SEC – para detectar a for-mação de pirâmides inclusive no mundo das vendas diretas. Quando identificado o meca-nismo piramidal a empresa é fechada com participação da polícia e seus responsá-veis presos. O episódio mais recente foi o fechamento da Zeekwards, fechada nos EUA pela SEC, com participação do FBI.

Se a sede do hipotético marketing de sandálias havaia-nas fosse no Brasil, o esquema prosperaria e poderia tomar proporções nacionais. Isso por-que não existe regulamentação para a atividade de marketing multinível no Brasil, portanto, a empresa das sandálias não poderia, a priori, ser acusada de fazer algo ilegal. Além dis-so a legislação contra pirâmi-des financeiras data dos anos cinquenta, quando os tempos

eram outros sem, por exem-plo, internet e redes sociais.

Esta é a razão porque o Brasil tornou-se nos últimos anos o porto seguro para vi-garistas internacionais, pro-venientes dos mais diferentes países, onde já haviam aplica-do golpes semelhantes, além dos muitos meliantes nacio-nais ávidos pelo lucro fácil. Por causa da ausência de uma legislação mais rigorosa, em

C A P A10

Afinal, o que é umaPirâmide Financeira?

Incluindo o artigo Sou mesmo um dinossauroPor Paulo de Tarso Aragão – e-mail [email protected]

BaldomeraLarraWetoret

Charles Ponzi

Mas qual é alinha divisóriaque separauma pirâmidefinanceira deum legítimotrabalho decriação de redesem marketingmultinível?

Numa época em que se procura regulamentar a atividade do marketing multinível, nada mais pertinente que definir os conceitos envolvidos nos projetos existentes. Este novo trabalho, lançado

em fevereiro, apresenta claramente as diferenças entre dois mundos paralelos e diferentes na sua essência, mas que são muitas vezes confundidos pelo público em geral, que são o marketing

multinível e as pirâmides financeiras, estas últimas com legislação obsoleta de 1951.

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2013 foram catalogados no Brasil nada menos que 64 es-quemas piramidais, disfarça-dos de empresas de marke-ting. Todos eles cumprindo as pífi as exigências de apenas ter um CNPJ, sede física, etc. E nada mais do que isso. Quer dizer, seriam todas empresas “legais”, mas não são morais, porque o lucro não vem de uma atividade produtiva e sim de uma especulação fi nanceira baseada nas novas adesões.

Numa época de tantas propostas de enriquecimento rápido no mundo do (falso)

marketing, é difícil para o ini-ciante distinguir entre a luz e as trevas, entre o legal e o ile-gal, entre o moral e o imoral.

Um dos pontos que mais confundem os neófi tos é o fato de que muitas vezes a pirâmide ter um produto ou serviço de fachada, para mas-carar os reais procedimentos do esquema. O problema é que mesmo com produtos e serviços de fachada, os bônus pagos aos distribuidores vêmdo dinheiro das novas ade-sões, como toda pirâmide que se preze.

O ponto em comum entre todas as pirâmides, desde o in-ício com Baldomera e Charles Ponzi, é prometer altos ganhos sempre com pouco ou nen-hum trabalho. Mas o dinheiro só vem antes do trabalho no dicionário, onde a letra “D”, de dinheiro, vem antes da letra “T”, de trabalho.

A favor do Marketing do Bem, existe o fato de que pesquisas demonstram que os esquemas piramidais têm du-ração média apenas de 18 a 24 meses.

O primeiro que tornou-se “epidemia” nacional, com nome de passarinho em 2011 – precedido por muitos outros sem o mesmo sucesso – durou 20 meses fazendo 250.000 víti-mas antes de sofrer infarto ful-minante.

Escrevo em 2013 quando há poucas semanas a Justiça do Acre suspendeu as ativi-dades de um esquema pirami-dal que funcionava em todo o Brasil, com um suposto serviço de telefonia e que também está sendo investigado pelo

Ministério da Justiça... depois de exatos 18 meses. Mesmo que seja conseguida uma lim-inar para a volta do funciona-mento do esquema, será ape-nas uma sobrevida .

De onde se depreende que nem tudo que é legal é moral; e tudo o que é imoral, pode terminar mal.

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Sou mesmo um dinossauro

A favor doMarketing doBem, existeo fato de quepesquisasdemonstram que os esquemaspiramidais têmduração médiaapenas de 18 a 24 meses.

Sou velho, antiquado, um dinossauro do marketing

porque acredito no valor do dinheiro fruto de um longo trabalho de anos

Confesso que no início da onda piramidal em larga es-cala em 2011 – com aquela do passarinho que depois caiu e quebrou o bico – até comecei a fi car em dúvida se aquilo não seria uma evolução e eu esta-

ria com a mente fechada para o novo.

Com o infarto seguido de óbito sofrido pelo passari-nho – seguida do falecimento de diversos esquemas seme-lhantes – logo recobrei a razão e continuei a defender o anti-go, bom e saudável marketing com produtos e serviços reais, onde há lucro na revenda e bô-nus vindos do trabalho de uma

rede de distribuidores.Não sou alienado para

pensar que as empresas demarketing sejam “santas”, pois onde houver o homem ali haverá a imperfeição.

Mas eu ainda prefi ro a mais imperfeita das empresas à mais perfeita das pirâmides fi nanceiras.

Mas, por outro lado, es-clareço que tenho o maior res-

peito e consideração por quem pensa diferente, como vários meus amigos, colegas e leito-res que optaram pelos siste-mas de enriquecimento rápido sem produtos. Desejo a todos eles sucesso, pois entendoque cada um é dono da sua vida e responsável por suas es-colhas.

Pronto, falei.

Este texto está disponível em forma de e-book para ser baixado gratuitamente no site do jornal Loucos por Marketing, www.jornalloucospormarketing.com.br.

A versão impressa é uma plaquete (mini-livro) com 16 páginas, com o investimento de R$9,00 (nove reais), já incluido o envio por correio.

Pedidos pelo e-mail do autor:[email protected], ou através de sua página no facebook, que é Paulo de Tarso Aragão.

AFINAL, O QUE É UMA

PIRÂMIDE FINANCEIRA?

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Paulo de Tarso Aragão E-mail: [email protected]

EM DIAHOJE

Estive no lançamento da Se-guralta Prime, em S. José

do Rio Preto,SP, onde fui um dos palestrantes. Meus anfi trões foram os diretores Reinaldo e Gustavo Zanon mais Bruno

Araújo, que me apresentaram o projeto. A empresa é o braço multinível do Grupo Seguralta, que atua no mercado de seguros desde 1998. Em 2008 entraram no segmento de franquias com

muito sucesso e em 2014 entram no mercado de mkt. multinível, com a Seguralta Prime. Minha palestra foi meio-técnica e meio--motivacional. Encontrei por lá muitos líderes conhecidos e

após o evento participamos de um jantar oferecido gentilmente pela diretoria.

Fiz meu cadastro, para usu-fruir das muitas vantagens dos serviços de seguros oferecidos.

Segurança é a proposta da Seguralta Prime

Exclusividade mundial é a aposta da JD Life

Bruno AraújoReinaldo Zanon (Presidente)J. B. Leandro (Treinador)

No início de março estive em Americana,SP, no 2º Con-

gresso de Bionanotecnologia, promovido pela JD Life.

A empresa está com três anos e, curiosamente, começou a vender seus revolucionários produtos para saúde na Europa, antes do Brasil. Estes têm o selo da CEE, que autoriza e avalisa sua venda em todos os países da Comunidade Europeia.

Minha palestra foi sobre “O Paradigma do Futuro”, mos-trando as muitas vantagens do nosso negócio de redes em rela-ção às opções do mercado tradi-cional.

Conheci lá várias perso-nalidades do mundo multiní-vel, como o líder internacionalRui Ludovino, o “mestre” do marketing na internet, queagora é qualifi cado a Rubi

na JD Life.Meus anfi triões foram o Pre-

sidente José Domingos e sua Diretora-Executiva Márcia An-drade, recém-chegada da Euro-pa para assumir esta posição na JD Life e profi ssional da maior competência. Cada aspecto des-te Congresso teve seu “dedo” e nos tornamos bons amigos.

Cadastrei-me como cliente na JD Life, tendo como patroci-

nador o líder português Diego Sacco (comigo na foto).

Os produtos são o grande diferencial da empresa pois são exclusivos a nível mundial, usam a nanotecnologia e com isso têm efeitos únicos no or-ganismo. Tem para emagrecer, para limpar o organismo, pre-venindo uma série de doenças e tem também a linha externa para a pele.

Com o líder Diego Sacco Com o Presidente José Domingos Com a diretora Márcia Andrade Com a líder Helena Solanowsky

As propostas das novas “players” JD Life e Seguralta Prime