edição agosto 2009 - nº 196

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1 16 ANOS ANO 17 Nº 196 R$ 7,00 SÃO PAULO, AGOSTO DE 2009 VIOLÊNCIA Em SP, epidemia de homicídios CADERNO DE LIVROS MARIA TEREZA SADEK APONTA OS CAMINHOS DO DIREITO Augusto Canuto EXAME DE ORDEM CONTINUA REPROVANDO Página 13 Augusto Canuto DIREITO DE FAMÍLIA Regime do casamento pode ser modificado Página 3 ão Paulo vive numa "zona de epidemia de homicídios", com um índice superior a dez assassinatos para 100 mil pesso- as. E houve redução de 2008 para 2007, segundo os últimos levanta- mentos, apesar de os números continuarem impressionando, le- vando a sensação de insegurança à população. O Departamento de Ho- micídios e Proteção à Pessoa (DHPP) descobriu, por exemplo, que a maio- ria dos crimes acontece aos sábados e domingos e o principal motivo é a "vingança". Como mostra Percival Percival Percival Percival Percival de Souza, de Souza, de Souza, de Souza, de Souza, a maioria das vítimas é Página 14 DIREITO DIGITAL Processos agora por meio eletrônico do sexo masculino (85,9%), dos quais quase 34% na faixa etária de 18 a 25 anos. A mulher não fica fora das esta- tísticas, embora em grande parte dos homicídios as ameaças, normalmente de companheiros, são registradas em delegacias e a burocracia acaba fa- zendo que "tudo fique por isso mes- mo". A "Lei Maria da Penha", pro- mulgada há três anos com o obje- tivo de reduzir os índices de violên- cia doméstica, já contabiliza, em todo o País, cerca de 150 mil pro- cessos e 20 mil pedidos de prote- ção. E na maioria das vezes nada acontece já que as mulheres agredidas preferem perdoar os agressores. S Págs. 30 e 31

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Edição Agosto 2009 - nº 196

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Page 1: Edição Agosto 2009 - nº 196

1AGOSTO DE 2009

16ANOS

ANO 17Nº 196

R$ 7,00SÃO PAULO, AGOSTO DE 2009

VIOLÊNCIA

Em SP, epidemiade homicídios

CADERNO DE LIVROS

MARIA TEREZA SADEK APONTA OS CAMINHOS DO DIREITO

Augusto Canuto

EXAME DE ORDEM CONTINUA REPROVANDO Página 13

Augusto C

anuto

DIREITO DE FAMÍLIA

Regime do casamentopode ser modificado

Página 3

ão Paulo vive numa"zona de epidemiade homicídios", comum índice superiora dez assassinatospara 100 mil pesso-

as. E houve redução de 2008 para2007, segundo os últimos levanta-mentos, apesar de os númeroscontinuarem impressionando, le-vando a sensação de insegurança àpopulação. O Departamento de Ho-micídios e Proteção à Pessoa (DHPP)descobriu, por exemplo, que a maio-ria dos crimes acontece aos sábadose domingos e o principal motivo é a"vingança". Como mostra PercivalPercivalPercivalPercivalPercivalde Souza,de Souza,de Souza,de Souza,de Souza, a maioria das vítimas é

Página 14

DIREITO DIGITAL

Processos agora pormeio eletrônico

do sexo masculino (85,9%), dos quaisquase 34% na faixa etária de 18 a 25anos. A mulher não fica fora das esta-tísticas, embora em grande parte doshomicídios as ameaças, normalmentede companheiros, são registradas emdelegacias e a burocracia acaba fa-zendo que "tudo fique por isso mes-mo". A "Lei Maria da Penha", pro-mulgada há três anos com o obje-tivo de reduzir os índices de violên-cia doméstica, já contabiliza, emtodo o País, cerca de 150 mil pro-cessos e 20 mil pedidos de prote-ção. E na maioria das vezes nadaacontece já que as mulheres agredidaspreferem perdoar os agressores.

S

Págs. 30 e 31

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2 AGOSTO DE 2009

DOS LEITORES DA REDAÇÃO

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

Diretor-responsávelMilton Rondas (MTb - 9.179)

[email protected]

Editor-chefeFran Augusti - [email protected]

Diretor de MarketingMoacyr Castanho - [email protected]

Editoração Eletrônica, Composição e ArteEditora Jurídica MMM Ltda.

[email protected]ão

FolhaGráficaTiragem: 35.000

PUBLICAÇÃO MENSAL DAEDITORA JURÍDICA MMM LTDA.

Rua Maracá, 669

Vila Guarani – CEP 04313-210São Paulo – SP

Tel./fax: (0xx11) 5011-22615011-4545 / 5011-7071 5011-8052 / 5011-8118

home page:home page:home page:home page:home page: www.tribunadodireito.com.br

AS MATÉRIAS ASSINADAS SÃO DE EXCLUSIVARESPONSABILIDADE DOS AUTORES

Justiça efetivaJustiça efetivaJustiça efetivaJustiça efetivaJustiça efetiva —"Souassinante novo do jornal egostaria de solicitar aos

leitores que se manifestassem mais. O TJ-GO, sob a presidência do desembargadorPaulo Maria Teles, acaba de lançar um pro-jeto denominado ‘justiça efetiva’ que tem ocondão de fazer uma ligação direta entrepresidentes de associações de moradores ea Ouvidoria do tribunal. Centenas de presi-dentes compareceram ao evento onde foiofertado a cada um deles a possibilidade deapresentar 15 pessoas necessitadas comprocessos paralisados na assistência judiciá-ria. Após as informações chegarem ao tribu-nal haverá um mutirão de audiências com oobjetivo de atualizar o andamento do feitode preferência com o acompanhamento dosseus advogados." Evandro Coutinho França,presidente da Comissão de Segurança e De-fesa Social da Ordem dos Advogados do Bra-sil, seção de Goiás, subseção de Anápolis.

Arbitragem —"Excelentevisão da advogada, (N.daR. Selma Maria Ferreira

Lemes, em ‘Especialista em arbitragem’,Tribuna 194, junho de 2009, Caderno de Li-vros) ao apreciar a questão pertinente à apli-cação da arbitragem aos conflitos individuaisdo trabalho, respeitada a livre manifestaçãode vontades das partes, que, aliás, esteia esteprocedimento.De fato, como afirmado pelailustre articulista, "há decisões do TST favo-ráveis e, outras não".Entre as favoráveis im-porta ressaltarmos o acórdão prolatado pela7ª Turma do TST em 2008, no AIRR 1475datado de 15/10/2008. Entre os desfavorá-veis o prolatado pela 3ª Turma do TST no RR795/2006. Parece-nos, que o Poder Judiciá-rio está atento e sensibilizado ao disposto naCarta Magna que garante ao cidadão umarápida resposta aos seus pedidos e, à dificul-dade de acolhida ao referido preceito, face àsobrecarga constatada, e que resulta emacerbadas críticas que atingem magistradosíntegros e dedicados. Parabéns a ilustre pro-fessora." Silvia Sydow Machado Kizahy, advo-gada, São Paulo.

Gente do Direito —"Te-nho verificado que na Se-ção ‘Gente do Direito’ do

jornal 'Tribuna do Direito' estão sendo publi-cadas matérias com pessoas que deixaram aAdvocacia, ou qualquer atividade jurídica,para buscar novos horizontes profissionais(no caso da matéria deste mês, uma ex-ad-vogada que se tornou professora de ginásti-ca). Também já foi publicada uma matériacom a Rosana Jatobá ou a Patrícia Poeta,não me lembro bem qual das duas (repórte-res da Globo) que dizia que ela teria deixa-

+++++do a profissão de Procuradora do Estadopela atual. Nada tenho contra as pessoasmudarem de profissão, o que importa é arealização pessoal. Eu mesma já pensei emexercer diversas outras atividades além daAdvocacia ou qualquer outra atividade jurí-dica, como por exemplo jornalismo, mas aca-bei concluindo que deveria continuar naárea jurídica, e tenho amor à minha profis-são. O que eu gostaria de sugerir é que aoinvés de se publicar matérias com pessoasque deixaram o direito para exercer outraprofissão, que fossem publicadas matérias comprofissionais da área jurídica (militantes naAdvocacia, Magistratura, docência, etc. que,além desta atividade, se destacam em algumaatividade filantrópica, no esporte, ou qualqueroutra atividade, ou que sejam uma referênciaem sua área de atuação. Que não sejam publi-cadas mais matérias com pessoas que desisti-ram da profissão, porque afinal o nome da co-luna é ‘Gente do Direito’, e não ‘Gente quelargou do Direito’! Fátima P. Haidar, advoga-da, São Paulo.

N.da R. A advogada não deve ler regu-larmente o "Tribuna", caso contrário saberiaque o jornal já publicou casos de profissio-nais que continuaram e continuam na pro-fissão, apesar de ter uma atividade paralela,e que seguem exatamente o perfil que elasugere. Outros, entretanto, decidiram "mu-dar" de carreira e o jornal não tem comofunção dissuadi-los.

Direito Ambiental —"Como advogado acompa-nho e leio regulamente a

'Tribuna do Direito', uma das boas publica-ções especializadas. Noto que um dos assun-tos sobre o qual não há muitas notícias e ar-tigos é o ambiental. O Direito Ambientaltem ganho relevância crescente nos últimosanos. Constitui-se uma área em que muitosprofissionais autônomos ou de escritóriostem dedicado atenção em face de uma clien-tela crescente. Quanto mais se impor a cons-ciência da importância do desenvolvimentosustentado e de suas implicações para a vidado homem, o assunto mais e mais chamaráatenção dos profissionais do Direito. NaFMU liderei um movimento para criar no ba-charelado a cadeira de Direito Ambiental. Tam-bém coordenamos e ministramos cursos de ex-tensão universitária da matéria. O interesse foimuito grande. Tenho a satisfação de constatarque muitos alunos escolheram essa área do di-reito para atuar profissionalmente. Cabe umasugestão à 'Tribuna do Direito': publicarartigos, comentários e notícias de legisla-ção e jurisprudência relacionados à estanova área". Nelson Terra Barth, advogado,São Paulo.

N.da R. Obrigado pela sugestão.B

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+++++

+++++

dia 11 de agosto marca as comemorações da instalação dos cur-sos de Direito no Brasil, o Dia do Jurista e o Dia do Advogado. Anós cumpre indagar se deve-se comemorar a data. Não que ooperador do Direito não a mereça, mas o desvirtuamento da pro-fissão nos últimos anos exige uma reflexão. Afinal, a categoria,uma das primeiras a ter seus representantes chamados de “dou-

tores” pela capacidade, cultura, propósitos, dignidade, ombridade..., carece hojeem dia de representantes que possam orgulhar a classe. Nunca se achincalhoutantos os profissionais do Direito; nunca se viu como agora profissionais envol-vidos em ações escusas, em falcatruas e outras irregularidades ao arrepio dalei. Nunca se viu tanta falta de cultura, tanto despreparo. Dirão os mais afoitos,ou menos realistas, que tudo é fruto da formação indiscriminada de profissio-nais em faculdades criadas ao sabor de interesses econômicos e não da qualida-de. Mas,de outra parte, é forçoso reconhecer que já não existem , ou são exce-ções, aquelas pessoas “talhadas” para a Advocacia, que traziam de berço averve, a capacidade do contraditório, a oratória fácil, hoje em desuso. A únicacoisa que permanece é a prepotência. Velhos “causídicos” ficam assustadosquando se deparam com os “meninos” que acham que sabem tudo, mas que,na realidade, não sabem nada. Mesmo assim, hoje a maioria tem assessoresque garantem a divulgação na mídia de seus “trabalhos”. Escrevem sobre tudo,não importando a beleza e coerência do texto, desde que sejam reconhecidospor seus pares em jornais, revistas, sites e outros meios de comunicação. Al-guns tem mais trabalhos publicados do que anos de vida. Além disso, muitos dosque se encaminham para os cursos de Direito buscam,exclusivamente, ganharcondições , quando conseguem já que os Exames da OAB ceifam cada dia maisbacharéis, para participar de algum concurso no Judiciário que possa garantir umfuturo de bons vencimentos, irredutibilidade de proventos e inamobilidade. Nãose está condenando a nova geração ou pregando a volta a um passado não tãodistante. Mas, diante de tudo isso, será que vale a pena comemorar?B

Fran Augusti

Dia do advogadoO

AASP 4

Advocacia 10, 16 e 20

À Margem da Lei 32

Aposentadoria 10

Cruzadas 35

Cursos/Seminários/Congressos 32

Danos Morais 23

Da Redação 2

Direito Comercial 25

Direito de Família 3 e 5

Direito Imobiliário 6 e 7

Dos Leitores 2

Ementas 22

Gente do Direito 19

Hic et Nunc 14

Lazer 32 a 35

Legislação 24

Notas 21

Notas STJ 14

Nos Tribunais 8

Paulo Bomfim 35

Poesias 35

Seguros 10

Trabalho 26 a 29

Mais os Cadernos de “Jurisprudência” e de “Livros”

36 páginas

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3AGOSTO DE 2009

DIREITO DE FAMÍLIA - 1

possível alterar regimede casamento realiza-do sob a vigência doCódigo Civil de 1916. Oentendimento é da Ter-ceira Turma do STJ

que, por unanimidade, acatou recursoespecial de um homem que pediu amudança do regime de comunhão par-cial para separação total de bens. Paraa Turma, caberá à primeira instânciaconstatar se o pedido do esposo aten-de os requisitos do novo Código Civil.

O casamento foi realizado em 1993sob o regime de comunhão parcial debens. De acordo com o CC de 1916, oregime seria imutável. O casal teveum filho. O objetivo da ação seria res-guardar a herança da criança, em fun-ção de o marido ter tido outros filhosem casamento anterior. O pedido foinegado nas duas instâncias da Justiçado Distrito Federal, sob o fundamentode que o novo CC determina que osregimes de casamentos celebradospelo código anterior teriam plena vi-gência e que não seria possível usar a

Regime de casamento pode ser alteradomudança para prejudicar herança,nem diferenciar os filhos.

No STJ, a defesa alegou haver jul-gados sob o mesmo tema, com con-clusões diferentes, e que não seria jus-to que os filhos do casamento anteriorfossem beneficiados pelas economiase patrimônio da esposa atual. Susten-tou, ainda, que a lei não garante tra-tamento igual para filhos de terceiros.

O relator, ministro Sidnei Beneti,ressaltou que se não há prejuízos aterceiros ou para os cônjuges, o di-reito à mudança de regime deve serpossível “por uma questão de ra-zoabilidade e justiça”. A Turma deter-minou o retorno dos autos às instân-cias ordinárias para novo julgamento.(RESP 1112123)B

É

Terceira Turma do STJ garantiua um pai o direito de visitar a fi-

lha, mesmo tendo ajuizado ação ques-tionando a paternidade e desistido doprocesso posteriormente. Para os

Direito à visita

ministros, os pais devem pensarconjuntamente no bem-estar dosfilhos, permitindo-os usufruir daconvivência familiar, conformedeterminação do Estatuto da Cri-ança e do Adolescente (ECA).

O pai havia entrado comduas ações simultâneas: umapedindo para ampliar o tempoque passava com a filha; outra,questionando a paternidade(da qual desistiu posteriormen-te). A mãe acionou a Justiça vi-sando suspender o direito deele visitar a criança, alegandoconflito de interesses.

A primeira instância mante-ve as visitas. A mulher recor-reu. O TJ-DF suspendeu as vi-sitas até o fim da investigaçãode paternidade, mas, em fun-ção da desistência do autor,elas foram autorizadas. A mãe,depois de ter vários recursosnegados no TJ-DF, apelou aoSTJ, também sem sucesso.(RESP 1032875)B

A

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4 AGOSTO DE 2009

AASP

v ice-pres idente daAASP, Arystóbulo deOliveira Freitas, reuniu-se em Brasília com osecretário de AssuntosLegislativos do Minis-

tério da Justiça, Pedro Abramovay,ocasião em que entregou ofício no quala associação manifesta-se sobre oProjeto de Lei nº 125 (PLC 125),quedisciplina o mandado de segurança in-dividual e coletivo, aprovado pelo Se-nado em 15 de julho de 2009, e queestá tramitando no Ministério da Justi-ça, a fim de ser elaborado parecer queembasará a decisão presidencial sobrea sanção ao referido projeto No ofício,a AASP recomenda veto parcial aoinciso III do artigo 7º do mesmo doPLC, no tocante à exigência de cau-ção, fiança ou depósito para a conces-são de liminar, por entender que háum sério equívoco no citado artigo.

Para a AASP, o mandado de segu-rança foi alçado ao patamar de direitofundamental pelo artigo 5º, incisoLXIX, da Constituição Federal e consi-derado cláusula pétrea, nos termos doartigo 60, parágrafo 4º,inciso IV. Se-gundo a entidade, a restrição inseridano inciso III do artigo 7º do PLC 125(exigibilidade de caução, fiança ou de-pósito para concessão de liminar)constitui afronta ao direito constitu-cional de se obter mandado de se-gurança, pois a regra elementar dehermenêutica estabelece que normahierarquicamente inferior não podecriar restrições ou limitações ao al-cance de norma hierarquicamentesuperior. A Constituição Federal,como norma maior do ordenamentojurídico, de acordo ainda com aAASP, não pode sofrer, por meio de

Entidade contra restrição a mandado de segurança

norma infraconstitucional, restrições nasua aplicação, como pretende o le-gislador. Por outro lado, a AASP de-fende que a previsão da exigibilidadede caução, fiança ou depósito para aconcessão do mandado de segurança,ainda em sede liminar, constitui nega-tiva à proteção constitucional contraos abusos ou omissões de autoridade.

No ofício, a AASP assinala, também,que exigência de qualquer espécie degarantia para a concessão de liminar emmandado de segurança desnatura o pro-vimento mandamental. Isso porque aação constitucional destina-se a impug-nar e combater ato ou omissão de auto-ridade contrários ao sistema jurídico.

A entidade lembra, ainda, que dis-cussão a respeito da tentativa de serestringir ou dificultar a obtenção deliminar em mandado de segurança nãoé nova para os tribunais e que tanto oSupremo Tribunal Federal quanto oSuperior Tribunal de Justiça já se ma-nifestaram contrariamente a esse sub-terfúgio legislativo, reconhecendo ainjuridicidade de tais restrições.

O secretário de Assuntos Legis-lativos, Pedro Abramovay, recebeu oofício da AASP e informou que irá anali-sar as ponderações da Instituição quandoda elaboração do parecer do Ministérioda Justiça a respeito de eventuais reco-mendações de veto presidencial.B

OIsaac Amorim/ACS/MJ

AASP está convidando a comunida-de jurídica para os eventos que a en-

tidade promoverá em comemoração ao dia11 de Agosto, data em que se celebra os182 anos de criação dos cursos jurídicos noBrasil, o dia do Advogado e do Jurista.

A programação elaborada pela associ-ação, e denominada Semana Cultural, foiplanejada para a comunidade jurídica,mas estará aberta à população, oferecen-do entre os dias 10 e 14 de agosto atraçõesna sede da entidade (Rua Álvares Penteado,151, Centro) e no Centro Cultural do Bancodo Brasil (Rua Álvares Penteado, 112,Centro).

A Semana Cultural inclui feira literária;exposição de arte; show da cantora Marina

Semana Cultural comemorao dia 11 de Agosto

De La Riva; cursos especiais de atualizaçãoprofissional, voltados para a classe (bem-estar alinhado à automassagem; oratória;e stress: Don’t worry, be happy!, com ins-crições gratuitas; e mediação e justiça jus-ta; e temas de Direito de Família), exibi-ção de filmes e documentários no cineAASP (com debates e entrada franca) eapresentação de coral.

Durante a semana cultural, o hall de en-trada da sede da associação será palco deexposição artística, com entrada franca, queapresentará uma mistura de cores, tendên-cias e estilos. A programação da SemanaCultural, que pode ser conferida no no no no no hot sitewww.aasp.org.br/semanacultural/index.aspwww.aasp.org.br/semanacultural/index.aspwww.aasp.org.br/semanacultural/index.aspwww.aasp.org.br/semanacultural/index.aspwww.aasp.org.br/semanacultural/index.asp,é a seguinte:

A

vice-presidente da República, no exer-cício da Presidência, sancionou a Lei

Federal nº 11.969, que altera a redação do§ 2º do artigo 40 da Lei nº 5.869, de 11/1/1973, que passa a vigorar com a seguinteredação: “Sendo comum às partes o prazo,só em conjunto ou mediante prévio ajustepor petição nos autos, poderão os seus pro-curadores retirar os autos, ressalvada a ob-tenção de cópias para a qual cada procura-dor poderá retirá-los pelo prazo de uma ho-ra independentemente de ajuste.”

Desde o início da tramitação do projeto,de autoria do deputado Carlos Sampaio(PSDB-SP), em 2003, agora transformado

Carga rápidaem lei, a AASP empenhou-se pela aprova-ção da carga rápida. Em 2004, a entidadeenviou ofício a todas as lideranças partidári-as, aos membros da Frente Parlamentar dosAdvogados e aos integrantes da CCJ suge-rindo a aprovação da matéria, além de solici-tar à assessoria parlamentar da associaçãoo permanente acompanhamento do projetojunto aos deputados e senadores. Quando otexto chegou à CCJ do Senado, a AASP plei-teou ao relator, senador Valter Pereira,para que não fizesse nenhuma alteração notexto, o que implicaria o retorno do projetoà Câmara. Com a sanção fica instituída a car-ga rápida, em todo o território nacional.B

or tratar-se de matéria de grandeimportância para os advogados e

constituintes, já que apresenta reflexos naprestação jurisdicional, a AASP manifes-tou ao deputado Nelson Trad (PMDB-MS) o interesse da entidade em participarda Audiência Pública, requerida pelo depu-tado Luciano Pizzatto (DEM-PR), sobre aproposta de Emenda Constitucional nº 3/2007, que trata das férias coletivas dosjuízos e tribunais de 2º grau.B

PEC nº 3/2007m atenção a manifestações de advo-gados que alegam dificuldades na ob-

tenção de Certidão Negativa de Débito detributos estaduais fornecidas pela Secreta-ria da Fazenda do Estado, a AASP solicitouao procurador-geral do Estado de São Pau-lo informações quanto à existência de proje-to de desenvolvimento de sistema que permi-ta a expedição da certidão pela internet, as-sim como já ocorre com a CND expedidapela Secretaria da Receita Federal.B

CNDs

TJ-SP: nova fachada e iluminaçãopresidente da AASP, Fábio Ferreira deOliveira, prestigiou a solenidade de inau-

guração do novo sistema de iluminação do Palá-cio da Justiça e a entrega da nova fachada doprédio, que passou por um minucioso processode restauração. Na oportunidade, o presidenteda AASP parabenizou o presidente do Tribunalde Justiça, desembargador Roberto Antonio

Vallim Bellocchi, pela realização do projeto."Esta é mais uma importante contribuição para arevitalização do centro de São Paulo, com a quala AASP também está preocupada", afirmou. Oevento foi encerrado com a apresentação da Or-questra Bachiana Jovem do Sesi-SP, integradapor 46 componentes, regidos pelo maestro e pi-anista João Carlos Martins.B

B

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5AGOSTO DE 2009

DIREITO DE FAMÍLIA - 2

ntimação para comparecimentoem hospital para coleta de ma-

terial destinado ao exame de DNA nãoviola o direito de locomoção, ainda queo local determinado seja distante. Com

Coleta para DNA

esse entendimento, a Terceira Turma doSTJ negou pedido de habeas corpus emfavor de um intimado residente emGama (DF).

Ele insurgiu-se contra acórdão doTJ-SP, que negou o pedido do examede DNA por carta precatória. O testede investigação de paternidade foi so-licitado em ação impetrada por umamulher com mais de 40 anos e dirigidacontra herdeiros do suposto pai, fale-cido há mais de 20.

O intimado disse que as despesascom a locomoção do Distrito Federalaté o local da coleta (Presidente Pru-dente-SP, a quase 1.000 quilômetrosde distância), são elevadas e que nãopoderia arcar com elas, o que, “geraviolação ao princípio da igualdade”.Alegou, ainda, haver “violação ao di-reito de locomoção”.

De acordo com a ministra NancyAndrighi, a decisão da Justiça paulistanão fere o direito de ir e vir e o não-comparecimento acarretará “a presun-ção de paternidade”. (HC 126532)B

“Adoção àbrasileira”

doção à brasileira” não pode serdesfeita após vínculo de socio-

afetividade. A decisão é da Terceira Tur-ma do STJ ao julgar um recurso de umamulher da Paraíba que pedia a anulaçãodo registro civil da ex-enteada.

A mulher alegou que o ex-marido, jáfalecido, declarou falsamente a paterni-dade da ex-enteada. O TJ-PB mantevea improcedência da ação, por falta deprovas referente à vontade do ex-espo-so em anular a adoção. Para o tribunal,o reconhecimento espontâneo da pater-nidade, mesmo o homem sabendo nãoser o pai biológico, registrando o filho deoutro, configura a adoção irrevogável.

No STJ a mulher sustentou, entreoutras coisas, que o ex-marido mani-festou ainda em vida a vontade dedesconstituir a adoção. (Processo emsegredo de Justiça)B

I

A“

partir de agora, osuposto pai envolvi-do em processo deinvestigação de pa-ternidade que se re-cusar a fazer o exa-

me de DNA poderá gerar a presunçãode paternidade. É o que determina aLei 12.004 sancionada pelo presidenteda República, alterando o artigo 2º daLei 8.560 de 1992, que regulamenta ainvestigação de paternidade de filhonascido fora do casamento.

O STJ já vinha se antecipando aoeditar, em 2004, a Súmula 301 deter-minando que “em ação investigatória,a recusa do suposto pai a submeter-seao exame de DNA induz presunçãojuris tantum de paternidade”. Destaforma, recursos análogos foram julga-dos, como um de 2000, onde o prová-vel pai recusou-se por dez vezes a re-alizar o DNA. (RESP 55958; 135361;256261; 460302; 141689)B

ASem exame, presunção de paternidade

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6 AGOSTO DE 2009

DIREITO IMOBILIÁRIO

NELSON KOJRANSKI*

nsinam os estudiosos queo protesto não cria direi-to. De fato, fundamental-mente, constitui meio deprova facultativo queatesta a falta de paga-

mento. Nem se presta à configuraçãoda mora, diante do que preceitua o ar-tigo 394 do Código Civil (mora ex re).Por isso "não é necessária nenhuma no-tificação, interpelação ou protesto paraconstituição em mora dos condômi-nos..." (conforme RT 835/274). Embo-ra seja exigível sua cobrança em seuvencimento (observados o tempo, lugare forma convencionados), a legislaçãoprocessual não credencia o condomí-nio-credor a se valer da cobrança exe-cutiva das despesas de condomínio,como foi ressaltado em artigo anterior.

Impende registrar que aqui não secuida de analisar protesto judicial, ma-rítimo ou falimentar. O tema é restrito aoexame da Lei Estadual nº 13.160, promul-gada em 21/7/2008, que faculta o pro-testo do "crédito do condomínio, decor-rente das quotas de rateio de despesas eda aplicação de multas, na forma da lei ouconvenção de condomínio, devidas pelocondômino ou possuidor da unidade". Adespeito da faculdade propiciada, tenho,para mim, que a efetivação do protestoenfrenta relevantes obstáculos legais.

Observo, de pronto, ser indispensá-vel que a ordem de protesto deva terexpressa previsão na convenção de con-domínio. Assim é, por ser imperativa aexigência legal de ser parte integranteda convenção condominial a previsãode "sanções a que estão sujeitos os con-dôminos, ou possuidores" (artigo 1.334.inciso IV). Neste passo, não se há deduvidar que o protesto, de per si, repre-senta verdadeira sanção, à vista da re-percussão negativa que aflige o deve-dor, decorrente de sua publicação juntoaos órgãos de crédito. Aduza-se, outros-sim, que, se o condomínio não tem o

O protesto das despesas de condomínio (II)direito de cobrar juros moratórios alémde 1%, senão quando previstos em con-venção (conforme §1º do artigo 1.336do CC), com maior razão, não pode sevaler do protesto das despesas condo-miniais, sem a prévia e expressa auto-rização convencional.

Por outro lado, impende considerarque o próprio texto da referida lei esta-dual subordina o protesto "de despesase da aplicação de multas, na forma dalei ou convenção de condomínio". Sig-nifica que, a rigor, os tabeliães não de-veriam aceitar o protesto de despesasde condomínio, quando não demonstra-do o requisito da expressa previsão con-vencional. Todavia, os tabeliães se li-mitam à exigência de exibição de cópiada ata da eleição do síndico, que subs-creve declaração restrita à legitimidadeda autoria do ato e de exatidão do valorda quota e sua aprovação por assem-bléia. Mas, nenhuma exigência é feitano atinente à autorização expressa daconvenção, permitindo ao síndico quese socorra do protesto. Diante desse ce-nário, conclui-se que apenas um síndi-co mal orientado ou movido por razõesemocionais se exporia, pessoalmente,ao risco de ser eventualmente conde-nado por danos materiais e morais.

Mas, ainda que haja expressa auto-rização convencional, recomendável éque o exercício dessa faculdade sejaexercida com cautela e cercada de ab-soluta segurança em relação à compo-sição do débito e de seu devedor. É que,nem sempre o devedor é o proprietário,titular da matrícula imobiliária. Se hou-ver comprovação inequívoca de plenoconhecimento do condomínio do exer-cício da posse direta por compromissá-rio comprador, ainda que seu contratonão tenha sido registrado no cartório imo-biliário, a responsabilidade pelas des-pesas é do ocupante (conforme RT 836/207, 837/222). Tenha-se presente que,a teor do artigo 1.334 do CC, são equi-

parados aos proprietários os promitentescompradores, os cessionários dos direi-tos de aquisição e, mesmo, os promiten-tes cessionários, e os sucessores here-ditários de qualquer deles, além, porexemplo, do comodatário, do fiduciário,do usufrutuário e do arrematante. Nãoimporta, pois, a natureza do título deaquisição (de propriedade ou de direitos),mas sim quem efetivamente exerce aposse direta da unidade condominial. Ficaexcluída, à obviedade, a ocupação porinquilino, posto que o mesmo não guardarelação jurídica com o condomínio.

Se a convenção adotou multa mora-tória acima de 2%, por ter sido elabora-da antes do advento do Código Civil de2002 e silenciou sobre a taxa de juros,não é dado ao síndico elaborar conta dedébito, em desacordo com as limitaçõesdo §1º do artigo 1.336 do CC. Questi-onável, também, é computar na soma-tória da dívida os honorários de advo-gado, ainda que conste da convençãoa obrigação de seu pagamento, na hi-pótese de cobrança extrajudicial pormeio de advogado, condição essa quenão é satisfeita pelo protesto.

Enfim, se um dos encargos do síndi-co é o de "cobrar dos condôminos assuas contribuições, bem como impor ecobrar as multas devidas" (artigo 1.348,VII) e se, para tanto, pretende se valerda faculdade de protestar o crédito quelhe concede a Lei Estadual 13.160/2008, abre-se-lhe duas opções para suaproteção pessoal: ou altera a conven-ção, introduzindo nela o poder de pro-testo, ou transfere a outrem "total ou par-cialmente os poderes de representaçãoou as funções administrativas..." (con-forme artigo 1.348, §2º), com o quetambém transferirá a tormentosa admi-nistração condominial.B

E

*Advogado e ex-presidente do Instituto dos Advo-gados de São Paulo (Iasp).

os contratos de financiamentoimobiliário, quando o valor da

prestação não é suficiente para cobriros juros do período, ocorre a amortiza-ção negativa. Para evitar que a dívidatorne-se impagável, com a incidência denovos juros sobre o saldo devedor esobre os juros não quitados no mês an-terior, a solução é computar os jurosnão pagos em conta separada para queincidam apenas sobre a correção mo-netária. Dessa forma, não há cobrançade juros sobre juros, prática denomina-da “anatocismo”, vedada pelo SFH.

A jurisprudência do STJ foi aplicadaem recurso do Banco Itaú, contraacórdão do TRF-4, que alegava nãohaver previsão para os juros fossemcontabilizados em contas separadas.O banco contestou, também, a deter-minação de que os encargos mensaisfossem destinados à quitação integraldos acessórios, da parcela de amorti-zação e dos juros, nessa ordem.

Para a relatora, ministra ElianaCalmon, diante da finalidade social doSFH, das normas contidas do CDC e daproibição do “anatocismo”, o cálculoseparado dos juros é a melhor solução.

A Turma deu provimento parcial aorecurso do Itaú, depois de averiguarque o TRF-4 não havia observado aregra de pagamento relativa à contaprincipal, e determinou que fosse dadaprioridade ao lançamento dos acessó-rios e da parcela de amortização, fi-cando o abatimento dos juros para ofinal. (RESP 1069774).B

Amortização negativa

N

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7AGOSTO DE 2009

DIREITO IMOBILIÁRIO

MÁRCIO RACHKORSKY*

Atuação do advogado nos condomínios edilícios

iver em condomíniorequer muito bomsenso, espírito degrupo e respeito aopróximo, além de dis-ciplina e pleno aten-

dimento às normas e regras de convi-vência. Sem falar na responsabilidadede pagar a quota condominial em dia,para não onerar o vizinho. Entretanto,o morador de condomínio há que estarpreparado para enfrentar, debater e re-solver questões bastante complexas edelicadas, tais como barulho, vazamen-tos, festas, cachorros, vagas de gara-gem, inadimplência, segurança, previ-são orçamentária, rateios extraordinári-os, dentre outras.

O Brasil viveu o maior boom imobili-

ário de sua história. Morar em condomí-nio virou sinônimo de segurança, mo-dernidade e praticidade, especialmen-te nos grandes centros urbanos. Incor-poradoras e construtoras lançaram ver-dadeiros parques residenciais, os cha-mados “condomínios-clube”, com recei-ta financeira anual de milhões de reais.E os números são impressionantes.Apenas na cidade de São Paulo, sãoquase 30 mil condomínios, que empre-gam mais de 300 mil empregados di-retos. Há condomínios que são verda-deiras cidades, alguns com mais decinco mil moradores. Sem falar naexplosão dos empreendimentos imo-biliários (condomínios e loteamentosfechados) nas cidades litorâneas e dointerior. E agora, com o programa dogoverno federal, para a construção deum milhão de moradias populares, omercado viverá novo fomento.

No atual contexto do mercado decondomínios, com a entrega dos em-preendimentos lançados nos últimosanos, obviamente o perfil do síndicomudou. O morador despreparado, quepor falta de outro candidato, assumia ocargo, deu lugar ao síndico preparado,que vislumbra a necessidade de uma

administração séria e de resultados,com trabalho de grupo e divisão detarefas. O síndico, além de represen-tante legal do condomínio, carregaampla responsabilidade civil, criminal,trabalhista, tributária e previdenciária,razão pela qual necessita realizar umagestão profissional.

Evidente que uma assessoria jurídicaespecializada é peça fundamental parauma gestão condominial mais tranquilae, sobretudo, segura! Afinal, a comple-xidade e importância dos temas aborda-dos, inerentes à vida de milhões de pes-soas, criou um amplo e vastíssimo mer-cado de trabalho aos advogados, queexige do profissional extremo conheci-mento técnico, razoabilidade, criativi-dade, bom senso e, acima de tudo, dis-ponibilidade para participar de assem-bléias delicadas, madrugada adentro.As matérias condominiais transitam peloDireito Constitucional, Direito Civil emuito especificamente na seara do di-reito de vizinhança.

Até pouco tempo atrás, os condomíni-os só contratavam um advogado paraacionar um condômino inadimplente, ouentão para atuar pontualmente numaação judicial. Mas agora, neste novo

cenário da administração de condomíni-os, a atuação do advogado nos condo-mínios abrange uma gama enorme deserviços, justificando uma Advocacia departido, valendo citar: participar de as-sembléias e reuniões do corpo diretivo;orientar o síndico preventivamente, emconjunto com a administradora; elaboraratas, pareceres e circulares;administrara carteira de cobrança judicial e extraju-dicial; analisar contratos; acionar a cons-trutora por vícios construtivos; interce-der para solucionar questões de atritoentre moradores; enviar notificações.

Cabe ainda ressaltar que a reali-zação de um bom trabalho frente aocondomínio, acaba por expandir arede de contatos comerciais do ad-vogado, a medida que os moradorescriam um vínculo de amizade e res-peito para com o profissional, e aca-bam confiando-lhe suas causas par-ticulares, sem qualquer caracteriza-ção de captação ilegal de clientela.

Assim, a Advocacia condominial re-presenta um grande mercado para a atu-ação profissional do advogado!B

*Advogado.

V

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8 AGOSTO DE 2009

NOS TRIBUNAIS

ConcursoA idade de candidatos em concursopúblico deve ser verificada na inscri-ção. Com esse entendimento, o pre-sidente do STJ, ministro Cesar As-

for Rocha, ratificou a decisão do TJ-BA, e negou asuspensão do direito de candidatos acima de 30anos de seguir no concurso para Formação de Sol-dados da Polícia Militar de 2006. (SS 2038)

MSTO Estado não pode cobrar tribu-tos quando o proprietário nãotem mais a posse e domínio doimóvel rural. Com essa decisão,

a Segunda Turma do STJ negou recurso daFazenda, contra decisão do TRF-4 que nãopermitiu a cobrança do Imposto TerritorialRural (ITR) de uma propriedade do Paraná,invadida em 1995 por 80 famílias do Movi-mento dos Sem Terra. (RESP 963499)

ISSMesmo não sendo previsto emlei, o Imposto Sobre Serviços(ISS) incide sobre serviços dereboque de navios. O entendi-

mento é da Primeira Turma do STJ que fa-voreceu o município de São Sebastião (SP),autor de ação de execução fiscal contra aPetrobras. A posição diverge da Segunda Tur-ma, que no Recurso Especial 514675 julgadoem 2003, havia decidido pela inexistência doimposto, por considerar a atividade apenas deapoio à navegação. (RESP 965583)

RoyaltiesO presidente do STJ, ministro Cesar As-

for Rocha, negou ao município de Alto Ro-drigues (RN) a suspensão da liminar queafastou a tutela antecipada que determinavaa inclusão como beneficiário dos royaltiespagos pela Agência Nacional do Petróleo(ANP). O município contestou decisão doTRT-5, alegando abrigar instalações de gásnatural, e que a suspensão do pagamentodeixaria de proporcionar benefícios à comu-nidade e de impulsionar o desenvolvimento.O ministro disse que o município não podevincular os royalties à despesas fixas, comoassistência médica, saneamento básico, etc,como alegado no processo. (SLS – 1021)

ProcuradorNomeação de candidato pormandado de segurança não geralesão à ordem pública. Com esseentendimento, o presidente do

STJ, ministro Cesar Asfor Rocha, negou pe-dido de suspensão de segurança do Estadodo Piauí, contra mandado de segurança do

TJ-PI, que garantiu o direito ao cargo de umprocurador-substituto. (SS 2041)

LicitaçãoA suspensão de licitação para 29vagas de vigilância armada desti-nadas a unidades administrativase postos de saúde de São Luis

(MA) não viola a ordem pública. O entendimen-to é do presidente do STJ, ministro Cesar AsforRocha, que negou pedido do município para re-verter decisão da Justiça estadual. (SS 2040)

ArmasO STJ validou a alteração de 0%para 150% da alíquota do impostode exportação sobre armas de fogo emunições destinadas a países da

América do Sul e Central. O tributo determinadopelo governo em 2001 era questionado pela ForjasTaurus. Para o relator, ministro Herman Benja-mim, cabe ao Judiciário apenas verificar se o Exe-cutivo determinou adequadamente a alteração daalíquota e observou o limite legal. (RESP 614890)

GestanteA exoneração de servidora comis-sionada da Assembléia Legislativade Rondônia, mesmo com gravidezconfirmada, é de competência do

STF. O entendimento é do presidente do STJ,ministro Cesar Asfor Rocha, que determinou aremessa dos autos à Corte Constitucional. OEstado de Rondônia havia apelado contra deci-são do TJ que concedeu liminar em mandado desegurança determinando a reintegração da ser-vidora e o restabelecimento dos direitos funcio-nais, desde a demissão em dezembro de 2008,por julgar que a servidora gestante, mesmo co-missionada, tem direito à estabilidade provisó-ria desde a confirmação da gravidez até cincomeses após o parto. (SS 2165)

EstágioEstágio probatório dos servido-res públicos é de três anos.Com esse entendimento, a Ter-ceira Seção do STJ negou man-

dado de segurança de uma procuradora fede-ral, em quadro de carreira desde 2000, quepretendia ser incluída em listas de promo-ção e progressão retroativas a 2001 e2002. (MS 12523)

ServidoresO presidente do STJ, ministroCesar Asfor Rocha, suspendeudecisão do TJ-RN, que havia ex-pedido mandado de segurança

determinando o pagamento em folha de grati-ficação especial de técnico de nível superior avários servidores públicos estaduais. O ministroentendeu que o cumprimento imediato da deci-são, sem previsão orçamentária, acarretaráimpacto nas finanças do Estado. (SS 2015)

ConcursoA Sexta Turma do STJ anulou,pela segunda vez, decisão do TJ-MG que entendeu ser constituci-onal o limite de idade estipulado

para ingresso na carreira de auxiliar de en-fermagem da Polícia Militar. O recurso deuma candidata (com 35 anos na época doconcurso público), questionou o edital quedeterminava a idade máxima de 30 anos. OSTJ já havia devolvido os autos ao tribunalmineiro, que persistiu no entendimento deque é razoável o limite de idade para o exer-cício da profissão na PM. Desta vez, o STJcassou a decisão e determinou que o TJ-MGreexamine o caso. (Resp 503300)B

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9AGOSTO DE 2009

INFORME PUBLICITÁRIO

Numa iniciativa da OAB SP e daCaasp, os advogados de São Pauloterão um mês inteiro de eventos paracomemorar o 11 de agosto desteano, com o tradicional baile, show,corrida pelo centro histórico, cele-brações religiosas e a tradicionalJornada Jurídica, de 3 a 14 com 30palestras previstas sobre os mais va-riados temas de interesse da Advo-cacia. “Sem dúvida, será um mêsde comemorações sem paralelo nahistória da Advocacia paulista”, res-salta o presidente da OAB SP, LuizFlávio Borges D´Urso.

O “Baile do Advogado” será no dia15 , na Expo Barra Funda (Rua Tagi-puru, 1.000), a partir das 22 horas.A trilha sonora ficará por conta dabanda Santa Maria, que promete ani-mar toda a família forense de São Paulo

Eventos e jornada culturalEventos e jornada culturalEventos e jornada culturalEventos e jornada culturalEventos e jornada culturalcomemoram o mês do advogadocomemoram o mês do advogadocomemoram o mês do advogadocomemoram o mês do advogadocomemoram o mês do advogado

com repertório eclético para celebrara data da instalação dos cursos jurí-dicos no País, 11 de agosto.

Além do baile, está previsto umshow especial com a banda minei-ra Jota Quest, que se apresenta-rá no dia 22, no HSBC Brasil (RuaBragança Paulista, 1281, ChácaraSanto Antônio), a partir das 22 horas,apresentando seus maiores suces-sos.

Dentro da programação festiva,acontecerá ainda a Corrida de Cen-tro Histórico, no dia 9 de agosto, comlargada da Rua Líbero Badaró e a ce-lebração Inter-Religiosa, no dia 11, as11 horas, no Mosteiro de São Bento .

Informação e inscrições: Eventos-Caasp (0xx11) 3291-4400 ouwww.caasp.org.br, e jornada jurídica-OABSP, www.oabsp.org.br.

O presidente da OAB SP, LuizFlávio Borges D’Urso, enviou ofícioao corregedor-geral de Justiça doEstado de São Paulo, desembarga-dor Ruy Pereira Camilo, solicitandoque seja expedido comunicado atodos os juízes do Estado para queobservem em seus cartórios a apli-cação da Lei 11.969/09, sanciona-da no dia 6 de julho.

A Lei 11.969/90 regulamenta acarga rápida, ou seja, a retirada deautos dos cartórios judiciais pelosadvogados pelo prazo de uma hora

Mais de cinco mil pessoas participaram do Baile do Advogado no ano passado

Divulgação

A Comissão de Constituição, Justi-ça e Cidadania do Senado realizou nodia 9 de julho audiência pública, na qualouviu a OAB sobre o projeto de leicomplementar 83/08, que criminalizaas violações aos direitos e prerrogati-vas profissionais da advocacia.

“Prerrogativas são um conjunto degarantias que a lei confere ao advo-gado com o objetivo de assegurar osdireitos dos cidadãos. Não são privi-légios”, explica o presidente da OABSP, Luiz Flávio Borges D´Urso.

A proposta de criminalização das

OrOrOrOrOrdem quer aplicação dadem quer aplicação dadem quer aplicação dadem quer aplicação dadem quer aplicação dalei da carlei da carlei da carlei da carlei da carga rápidaga rápidaga rápidaga rápidaga rápida

para a realização de consultas ouextração de cópias. “Apesar de a leijá estar em vigor, a OAB SP rece-beu algumas reclamações de advo-gados que ainda encontraram difi-culdades para obter cópia dos au-tos em alguns cartórios que desco-nheciam a nova regra, o que vemgerando uma burocracia desneces-sária”, afirma o presidente D´Urso.

O presidente da OAB SP acredi-ta que um comunicado da correge-doria do TJ-SP levará à aplicaçãoefetiva do procedimento.

PPPPPrrrrrojeto que criminalizaojeto que criminalizaojeto que criminalizaojeto que criminalizaojeto que criminalizaviolação às prviolação às prviolação às prviolação às prviolação às prerrerrerrerrerrogativasogativasogativasogativasogativas

violações às prerrogativas profissio-nais dos advogados foi apresentadapelo presidente da OAB SP em 2004,durante a Reunião do Colégio de Pre-sidentes dos Conselhos Seccionais daOAB. O PL 83/08 altera a Lei 8.906,de 1994, tendo sido aprovado naCâmara em abril de 2008.

Desde o ano passado, a OAB SPcoleta adesões ao seu abaixo-assina-do pela criminalização das violaçõesàs prerrogativas dos advogados. Odocumento já conta com mais de 100mil assinaturas.

ESA abre inscrições parao segundo semestre

A Escola Superior de Advocaciada OAB SP está com as inscriçõesabertas para os seus cursos de es-pecialização (lato sensu) e de aper-feiçoamento no segundo semestre.Na programação, destacam-se trêsnovos cursos de especialização: Di-reito Educacional, Direito Agrário eDireitos Difusos e Coletivos na Sus-tentabilidade da Cidade. As aulasdos novos cursos serão ministradasàs sextas-feiras, das 19h às 22h, esábados, das 9h às 13h. Além dos

novos cursos, há vagas para os de-mais cursos de especialização jáexistentes e para os cursos de aper-feiçoamento ou extensão.

Os advogados regularmenteinscritos na OAB SP poderão fa-zer suas inscrições na página daESA (www.oabsp.org.br/esa). AEscola fica no Largo da Pólvora141, sobreloja, na Liberdade. Infor-mações pelos telefones (0xx11)3346-6800/6803 ou [email protected].

Em julho, foi firmado convênio en-tre a OAB SP/Caasp e a Junta Co-mercial de São Paulo para instalaçãode um posto da Jucesp na sede daCaixa, onde o advogado poderá reali-zar todos os serviços prestados pelaJunta, como registro de contratos,abertura e encerramento de empre-sas, por exemplo.

“Os colegas poderão no próprioprédio da Caasp, com toda comodi-dade, dar andamento a uma série deserviços prestados pela Junta Comer-cial”, declarou o presidente da OABSP, Luiz Flávio Borges D’Urso.

A OAB SP, por meio da Comissãodo Meio Ambiente, requereu ao minis-tro do Meio Ambiente, Carlos Minc, queparte da madeira de extração ilegal re-colhida pelo Ibama seja usada para areconstrução das casas destruídas pelaenchente em Santa Catarina, no anopassado. Minc deu sinal verde à pro-posta. No dia 16 de maio, o presidenteda OAB SP, Luiz Flávio Borges D´Urso,e o presidente da Comissão do MeioAmbiente, Carlos Alberto Maluf San-severino, discutiram os detalhes da im-plantação do projeto com o governa-dor de Santa Catarina, Luiz Henrique.

Ministro acolheMinistro acolheMinistro acolheMinistro acolheMinistro acolhesugestãosugestãosugestãosugestãosugestão

PPPPParararararceira com aceira com aceira com aceira com aceira com aJunta ComercialJunta ComercialJunta ComercialJunta ComercialJunta Comercial

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10 AGOSTO DE 2009

SEGUROS

Antonio PenteadoMendonça*

Horizontais Verticais

1 ) Rece i ta ; Rãs ; 2 ) Emi t i r ; Beca ; 3 )Parcial; Ver; 4) Ano; Nó; EIA; 5) TC; SN;LTR; 6) Rio; Vida; 7) Ipê; Atro; 8) AAA;Raer; TD; 9) RR; Lars; Lei. B

1) Repatriar; 2) Emancipar; 3) Ciro;OEA; 4) Etc; 5) III; Vara; 6) Transitar;7) Londres; 8) Aor; 9) Revel; 10)Aceitante; 11) Sarará; DI.

ão há como uma ope-radora de planos desaúde privados geren-ciar seus produtos semque consiga o equilí-brio atuarial necessá-

rio para permitir que o faturamento seja su-ficiente para fazer frente às despesas.

O problema é extremamente sério,já que os custos da Medicina modernaestão permanentemente subindo, porconta do ritmo de progresso e desen-volvimento de novos produtos e tec-nologias alcançados pelas empresas eprestadores de serviços do setor. Deoutro lado, não há como, ainda maisem épocas de crise, como a atual,conseguir que o aumento dos preçosdos planos seja suficiente para fazerfrente ao aumento dos custos.

Assim, não apenas no Brasil, mas emboa parte do mundo, a equação desti-nada a manter o equilíbrio naturalmen-te precário da conta da saúde públicaé de transcendental importância, es-pecialmente nos dias de hoje, quandoo planeta atravessa uma de suas maisseveras crises econômicas.

Os Estados Unidos, por exemplo,têm 50 milhões de pessoas fora de qual-quer sistema público ou privado deatendimento à saúde. Quer dizer, qua-se 15% da população da maior potên-cia econômica de todos os tempos nãotêm, em termos de atendimento à saú-de, direito ao mínimo exigível para amanutenção da dignidade humana, de-pendendo dos hospitais de caridade,normalmente administrados pela Igre-ja Católica, para serem atendidos.

Não é por outra razão que a revisãodas regras atuais para a saúde públicafaz parte das prioridades do governode Barack Obama. O país mais rico domundo não aguenta mais a conta dasaúde, além do que os serviços ofere-cidos deixam muito a desejar, especi-almente se comparados com algunspaíses europeus.

De outro lado, o déficit decorrentedos altos padrões oferecidos em ter-mos de saúde pública pelas naçõesmais ricas da Europa está comprome-tendo seu desenvolvimento, bem comoo controle da inflação dentro dos parâ-metros determinados pelas autoridadesda União Européia.

Nos últimos anos a situação da saú-de pública brasileira tem se mantidodentro de patamares razoáveis e me-lhores do que em qualquer outra épocade nossa história. A razão disso é sim-ples: o País ficou mais rico, o que per-mitiu maior repasse de dinheiro para asaúde pública, enquanto os planos pri-vados, em função da demanda, auxi-liam o governo, desonerando o siste-ma público, pelo atendimento de seusclientes em unidades particulares.

Se há alguns anos várias empresasdo setor estavam em situação delica-da, no ano passado as maiores opera-

A crise e a sintonia fina dos planos de saúdedoras de planos de saúde privados apre-sentaram resultados expressivos, tan-to na linha do lucro, como no cresci-mento da massa segurada.

O problema é que este ano a situa-ção é outra e a crise, ainda que maisleve em terras brasileiras, vai fazendovítimas, especialmente na indústria, queé a grande contratadora de planos desaúde privados.

Sem recursos para manter os planosde saúde privados para sua força detrabalho, a indústria deve diminuir ospatamares dos planos oferecidos ousimplesmente deixar de conceder o be-nefício. E isso é ruim para todo o siste-ma, a começar pelo SUS, que terá suarede super utilizada em função do au-mento do número de pessoas que de-pendem dela. Do lado dos planos priva-dos o cenário também fica mais compli-cado, já que a queda no faturamento afetadiretamente os resultados da operação.

É fundamental tratar a matéria combom senso. Não adianta forçar a barra,nem exigir de quem não tem mais doque pode dar. É preciso se ter claro queo sistema de saúde privado brasileiroatende algo próximo de 40 milhões depessoas e que a pior coisa que podeacontecer é uma crise que desequili-bre as operadoras.

Neste contexto, é preciso que todosatuem com cautela. O governo deve tera sensibilidade necessária para não for-çar a barra, impondo mais custos para asoperadoras; as operadoras precisam tra-tar a questão de seus aumentos com muitocuidado para não tornar seus produtosinsuportáveis para os consumidores; e osconsumidores precisam evitar ações quepossam aumentar os custos das opera-doras, em detrimento de todos.

Finalmente, o Poder Judiciário tempapel fundamental nesta equação. Cabea ele solucionar os problemas, que de-vem aumentar de intensidade por contada crise, de forma serena, levando emconta a realidade nacional e os pressu-postos sobre os quais se baseia a ope-ração dos planos de saúde privados.

Se de um lado é indispensável umenorme cuidado na determinação dosaumentos de preço possíveis, de ou-tro, é necessário o mesmo cuidado paraimpedir que alguns consumidores levemvantagem indevida, às custas de mi-lhares de outras pessoas, que acaba-rão pagando a conta.

Da mesma forma que é indispensá-vel que as operadoras demonstrem cla-ramente o desequilíbrio de suas cartei-ras e que ele é decorrente de aumentoda sinistralidade, é indispensável queos termos dos contratos sejam respei-tados para se evitar o aumento doscustos não cobertos.B

N

*Advogado, sócio de Penteado Mendonça Advo-cacia, professor da FIA-FEA/USP e do PEC daFundação Getúlio Vargas.

APOSENTADORIA

resgate de contribuições de planos deprevidência privada está sujeito ao

pagamento de Imposto de Renda. O enten-dimento é da Segunda Turma do STJ, aojulgar recurso de um casal alagoano queinsurgiu-se contra a tributação.

HLG e esposo investiram R$ 150mil no Plano Gerador de Benefício Li-vre (PGBL) do Bradesco Previdência eSeguros S.A., mas desistiram quatromeses depois, insatisfeitos com a ren-tabilidade do investimento. No entan-to, foram surpreendidos com a co-brança do Imposto de Renda sobre ovalor resgatado.

O casal acionou a Justiça pedindocondenação da União e o ressarcimen-

Previdência privadasofre tributação

to dos valores descontados, mas oTRF-5 (Recife) negou o pedido. Os con-tribuintes alegaram no STJ que o im-posto foi cobrado sobre uma quantiaque já integrava o patrimônio, e nãohouve acréscimo patrimonial para justi-ficar a tributação.

O relator, ministro Castro Meira, aonegar o recurso lembrou que a Lei9.250/95 (que alterou a legislação so-bre o IR de pessoas físicas), prevê aincidência do Imposto de Renda na fon-te e na declaração de ajuste anual so-bre os valores referentes ao resgatedas contribuições realizadas em planosde previdência privada complementar.(Resp 785857)B

O

DIREITO NOTARIAL

A Editora Quartier Latin está lançandoo primeiro número da Revista de Di-

reito Notarial, uma publicação do ColégioNotarial do Brasil, seção de São Paulo. Parao presidente da entidade, Ubiratan PereiraGuimarães, a revista desponta como veículocapaz de instruir, instigar, estimular o conhe-cimento, preparar e assegurar práticas. “Es-paço democrático que contém uma propostagrandiosa: transformar em assunto corrente,não só de delegados do serviço extrajudicial,mas de todos os operadores do direito e tam-bém do cidadão comum, o papel do notaria-do, suas aplicações e potencialidades paragarantia da liberdade individual e segurançajurídica nos nossos dias”, afirma.

O presidente ressaltou, ainda, que pretende

firmar a revista“como uma publi-cação de vanguar-da, destinada aservir de fonte deconsulta sobre aatividade notarialem nosso País”.

A revista apre-senta doutrina naci-onal, doutrina inter-nacional, jurispru-dência, legislação,notas em debate:segurança jurídica em crise, resenhas e lança-mento de A Vida em Bits, de Ângelo Neto Volpi,professor e tabelião de Notas em Curitiba.B

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11AGOSTO DE 2009

Co-realização:

ISFL – International Society of Family LawISFL – REGIONAL DA AMÉRICA LATINAVice-Presidente: Giselle Câmara Groeninga

Universidade Presbiteriana MackenzieReitor: Manassés Claudino FontelesDiretor da Faculdade de Direito: Nuncio Theophilo Neto

ayrespp.com.br

PATROCÍNIO: APOIO CULTURAL:

EUCLIDES BENEDITO DE OLIVEIRA. Abertura

FRANCISCO C. DE ALMEIDA SANTOS. Convenção de Haia sobre os Direitos da Criança

RENAN LOTUFO. Fundamentos constitucionais e o princípio do melhor interesse da criança

EDUARDO LEME A. MOTTA. Reprodução assistida e aproveitamento de embriões excedentários

MARIA BERENICE DIAS. Reprodução assistida na homoparentalidade – um ou dois pais, tanto faz

PAULO NADER. Responsabilidade civil dos pais

CLILTON GUIMARÃES DOS SANTOS

PAULO AFONSO GARRIDO DE PAULA

JOSÉ CARLOS FERREIRA ALVES

CLÁUDIA STEIN. O litígio conjugal: culpa, responsabilidade e a nova emenda Constitucional

LAÍS AMARAL REZENDE DE ANDRADE. A discussão da culpa na separação litigiosa

CAETANO LAGRASTA NETO. Parentes: guardar ou alienar: síndrome da alienação parental

WALDYR GRISARD FILHO. Aspectos polêmicos da guarda compartilhada

ANTONIO AUGUSTO GUIMARÃES DE SOUZA. O afeto como fundamento da adoção, com ou sem cadastro

MARTHA SOLANGE SCHERER SAAD

CARLOS EDUARDO NICOLETTI CAMILLO

ALEXANDRE ALVES LAZZARINI. Visitas dos avós aos netos: integração do menor na comunidade familiar

TÂNIA DA SILVA PEREIRA. O testemunho e a escuta da criança nos tribunais

ANA CAROLINA BROCHADO TEIXEIRA. Consentimento da criança e do adolescente em situações jurídicas não patrimoniais

ALEXANDRE MORAIS DA ROSA. Produção probatória na infância e juventude – depoimento sem dano

ADRIAAN P. VAN DER LINDEN. Mudanças no cuidado e medidas judiciais de proteção à criança na Holanda

JOSÉ FERNANDO SIMÃO. Direitos Maiores - Direito de Família e a Constituição

GISELLE CÂMARA GROENINGA. O direito à diferença no processo – apoio da psicanálise.

LUIZ EDSON FACHIN. Alimentos gestacionais, solidariedade e liberdade

FRANCISCO JOSÉ CAHALI. Aspectos processuais da ação de alimentos gravídicos e sua conversão em pensão ao nascido

OSWALDO PEREGRINA RODRIGUES. Volta à infância: assistência alimentar ao idoso

RODRIGO DA CUNHA PEREIRA. Abandono afetivo e sua responsabilização - passos e descompassos

ZENO VELOSO. O melhor do mundo são mesmo as crianças: hora e vez do futuro

ANTÔNIO CARLOS MATHIAS COLTRO. Encerramento

PALESTRANTES:

Presidente:EUCLIDES BENEDITO DE OLIVEIRAVice-Presidente:ANTÔNIO CARLOS MATHIAS COLTRODiretora Nacional da Região Sudeste do IBDFAM:GISELDA MARIA FERNANDES NOVAES HIRONAKA Direitos Maiores para Menores

Proteção jurídica da família, da criança e do adolescente

LOCAL:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:www.ibdfamsp.com.br

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TRABALHOS CIENTÍFICOS:

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AGOSTO DE 2009: DIAS 27, 28 E 29

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12 AGOSTO DE 2009

Mirkay AlfaiateMirkay AlfaiateMirkay AlfaiateMirkay AlfaiateMirkay Alfaiate2 x 152 x 152 x 152 x 152 x 15

ADVOCACIA - 1

Acordo para salvar a Carteira do Ipesp

LUIZ FLÁVIO BORGES D´URSO*

Brasil vem construindouma nova cultura previ-denciária - pública e priva-da. Contudo, nesse cená-rio promissor, os advoga-dos de São Paulo inscri-

tos na Carteira de Previdência dos Advo-gados do Instituto de Previdência do Esta-do (Ipesp) quase viram a possibilidade desua previdência ser extinta e seu direitoadquirido, ignorado diante do projeto delei enviado pelo governo de São Paulo paraliquidar a Carteira.

Isso foi superado, graças a um acordoformalizado entre as entidade representati-vas da Advocacia — OAB-SP, AASP, IASP— o Ipesp, a Assembléia Legislativa de SãoPaulo, o governo do Estado e o Ministério

da Previdência Social, que afastou a pro-posta de extinção imediata da Carteira dePrevidência dos Advogados do Ipesp, as-segurando o direito dos 38 mil colegas con-tribuintes, sendo 4 mil aposentados e pen-sionistas e 34 mil contribuintes ativos. Esseacordo manterá o Ipesp funcionando atéatender o último advogado inscrito naCarteira, pelo prazo estimado de 80 anos,quando ao final a Carteira se extinguirá de-finitivamente. Isso resultou na Lei 13.549,sancionada em 25 de maio deste ano.

O modelo concebido da Carteira dePrevidência dos Advogados estabeleciapreviamente valores fixos da contribuiçãoe dos benefícios. Contudo, a legislaçãovigente sobre previdência complementaratualmente não admite tal possibilidade.Pelo sistema atual, o dinheiro permaneceem nome do contribuinte, em forma dereserva matemática e o valor de sua apo-sentadoria resulta do montante da suacontribuição. Essa nova lei estadual aten-de à legislação federal, bem como traráequilíbrio financeiro à Carteira.

O acordo para manutenção da Carteirafoi construído ao longo dos últimos anos,depois de inúmeros encontros entre ospresidentes das três entidades,os secretá-rios de governo, os deputados estaduais,

a diretoria do Ipesp, o governador do Esta-do de São Paulo e o ministro da Previdên-cia Social. Desde o início das negociações,as entidades (OAB-SP, AASP e IASP) des-cartaram a possibilidade de liquidação daCarteira, pois o saldo atual da Carteira, queé de R$ 1 bilhão, não seria suficiente nemmesmo para garantir as aposentadorias epensões já concedidas, e os advogados ain-da contribuintes perderiam todo o dinheirode suas contribuições. Agora, graças aoacordo, todos terão seus direitos assegura-dos, confirmando que a via negocial opçãoescolhida pela OAB-SP, IASP e AASP foiacertada. Alguns ajustes tiveram de ser fei-tos para que não perdessemos tudo.

É importante esclarecer, ainda, que odesequilíbrio financeiro da Carteira de Pre-vidência dos Advogados decorreu da LeiEstadual 11.608/03, que subtraiu o repas-se à Carteira até então realizado de 17,5%sobre a arrecadação das custas processu-ais. A nossa Carteira foi criada pela LeiEstadual 5.174/59 e reorganizada pela LeiEstadual 10.394/70, sendo administradapelo Ipesp ao longo de sua história.

Na verdade, herdamos o problema daCarteira do Ipesp quando tomamos possena presidência da OAB-SP, em janeiro de2004. Imediatamente ingressamos com umaAdin contra a nova lei de custas, pelo Con-selho Federal da Ordem. Já em nossa pos-se, foi cobrado do governador Geraldo Al-ckmin uma solução e foi organizada umacomissão de trabalho, com a participaçãodo governo do Estado, OAB-SP, AASP, IA-ASP, Secretaria da Justiça e Cidadania e oIpesp, para analisar proposta visando recu-perar o retorno do dinheiro das custas paraa Carteira. Todavia, com o advento da EC45, que estabeleceu, entre outros pontos,que as custas processuais destinam-seexclusivamente à Justiça, o nosso trabalhovoltou ao ponto inicial.

Outra agravante foi a nova legislação pre-videnciária federal, que levou a AssembléiaLegislativa a aprovar a Lei Complementar1.010/07, que criou a SPPrev, um sistemapara gerir o plano de previdência do funci-onalismo público estadual, prevendo a ex-tinção do Ipesp para 31 de maio de 2009 esilenciando sobre o futuro da Carteira dePrevidência dos Advogados. Esse novoimpasse nos levou a redirecionarmos o tra-balho para três frentes: a política, a jurídica

e a legislativa. Na frente política, as entida-des buscaram a negociação com o governo,com a Assembléia e com o Ipesp, visandosalvar a Carteira financeiramente e encon-trar um gestor que pudesse administrá-la.No plano jurídico, buscou-se o amparo depareceres jurídicos dos professores AdilsonDallari, Arnaldo Wald e Wagner Balera. Euma ação judicial foi preparada, caso asnegociações não tivessem sucesso.

No plano das negociações, as três enti-dades passaram a construir — a partir de umdiagnóstico baseado no cálculo atuarial —alternativas para manter a Carteira e garan-tir o direito dos colegas. Alguns ajustes ti-veram, obrigatoriamente, de ser feitos paranão se perder tudo.

Registre-se que, embora tendo ciênciados esforços das entidades, alguns poucoscolegas, movidos por motivações eleitorais,passaram a tentar minar os avanços quevinham sendo obtidos com muito esforço,sendo que, inclusive, acabaram por gerarparecer do Ministério da Previdência nosentido de que a Carteira dos Advogadosdeveria se imediatamente extinta, obstácu-lo que quase põe a perder todo o trabalhode quase seis anos realizado pelas entida-des. Tal parecer serviu de base para a apre-sentação do Projeto de Lei 236/09 do Exe-cutivo que extinguia e liquidava imediata-mente a nossa Carteira e que levaria a pre-juízos para os 38 mil colegas inscritos naCarteira.

Felizmente, conseguimos convencer oMinistério da Previdência a mudar aqueleparecer e o governo do Estado a retomar eadmitir o acordo. Dessa forma, superandotudo isso e encontrados os pontos deconsenso temos a certeza de que a opçãopelo diálogo se mostrou acertada, assimcomo a determinação e a cooperação entreas três entidades na defesa dos advogadose na busca de uma solução justa para sal-var a Carteira de Previdência dos Advoga-dos do Ipesp e assegurar o direito doscontribuintes, ativos e inativos.

Por fim, a união de nossa classe deu-nos base para essa vitória e, assim, reitera-mos nosso propósito de continuar a lutaem defesa dos interesses da Advocacia.B

*Advogado criminalista, mestre e doutorpela USP, e presidente da OAB-SP.

O

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13AGOSTO DE 2009

EXAME DE ORDEM

penas 2.535 bacha-réis dos 2.935 habili-tados para a segun-da fase da edição de2009 do Exame deOrdem Nacional Uni-

ficado (correspondente ao 138º da OAB-SP) foram aprovados. Segundo a Comis-são de Estágio e Exame de Ordem,esse número pode ser alterado, já queos recursos devem ser julgados e divul-gados na primeira quinzena deste mês.

No Estado de São Paulo inscreve-ram-se 18.925 candidatos mas na pri-meira fase 86% foram reprovados, ín-dice comparável ao 126º exame, queteve 88% dos candidatos eliminados.

O presidente da OAB-SP, Luiz FlávioBorges D´Urso, voltou a apontar a bai-xa qualidade de ensino como respon-sável pelos números. Lembra que oúltimo concurso para o TJ-SP foramoferecidas 183 vagas, mas apenas 76candidatos foram aprovados. Segundo

Reprovação continua elevadaEm São Paulo, 86% dos bacharéis foram reprovados na primeira fase; inscrições para o próximo Exame este mês

Aele, no Ministério Público Federal nãofoi diferente. Das 148 vagas oferecidas,apenas 83 foram preenchidas. ParaD´Urso, o ensino jurídico no País preci-sa mudar. “É necessário diminuir a dis-tância entre o bacharel e o mercado.”

Para D´Urso, a qualidade do ensinoreflete-se diretamente no índice dereprovação em concursos jurídicos enos atuais exames de Ordem. “O Exa-me de Ordem não é concurso público,com números de vagas definidas. Ape-nas busca aferir se o bacharel reúnecondições profissionais mínimas paraatuar como advogado.”

De acordo com a OAB Nacional, 58mil bacharéis inscreveram-se em todoo País e apenas 13.098 foram habili-tados para a segunda fase. O Estadode Minas Gerais foi o único que nãoaderiu ao sistema unificado. As inscri-ções para o próximo Exame de Ordemestão previstas para a primeira quin-zena deste mês. B

REVISTA

Malheiros Editores estálançando o n° 105 da Re-vista de Direito Tributá-rio, publicação trimestraldo Instituto Geraldo Atali-ba – IDEPE – InstitutoInternacional de DireitoPúblico e Empresarial.Contém Cadernos de Di-reito Tributário, estudose comentár ios . I n f o r -mações pelos telefones(0xx11) 3078-7205 e3289-0811.B

A

OAB-SP critíca a qualidade do ensino

Augusto Canuto

Você cria, a Folha imprime

A Folha Grafica

homenageia os advogados,

indispensaveis a democracia e

a administracao da justica.

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14 AGOSTO DE 2009

HIC ET NUNC

PERCIVAL DE SOUZA*

Ao mestre, com carinho

Madoff e BrasilBRASÍLIA - O financista Bernard Ma-

doff foi condenado pela Justiça dos Esta-dos Unidos a 150 anos de prisão, acusadode aplicar a maior fraude financeira da his-tória. Seis meses foi o tempo gasto pelaJustiça norte-americana para isso. O juizDeny Chin considerou “extraordinariamen-te demoníaca” a estratégia Madoff. Paranós, ele seria uma espécie de 171, caput,em seus 71 anos de vida. Para os econo-mistas e sua linguagem hermética, “umponto fora da curva”. Ele enganou tantos,e ao mesmo tempo, que ficou mais óbvia anecessidade da observância rigorosa dasnormas em prática no sistema financeiro. Agênese da crise norte-americana cresceu emultiplicou-se como crise mundial, pulveri-zando ricos e pobres. Além de personagemsinistro, Madoff obriga os brasileiros apensar: por que lá o sistema judicial é rápi-do, rigoroso e eficaz, e aqui...?

E por que não?Por que lá pode e aqui não? O mantra

definitivo: Madoff já estava preso antes dasentença. Segundo, Jorge Hage, ministro-chefe da Controladoria Geral da União, “sepela ‘presunção da inocência’ se quer enten-der que o réu só pode ser preso após o últi-mo recurso e se até as pedras sabem queisso vai demorar pelo menos uns 15 ou 29anos, nada mais resta a fazer senão lamen-tar”. Hage fala de sua experiência: “Fui juizde primeiro grau e sei o tamanho da angús-tia. O criminoso, no Brasil, mesmo se conde-nado no primeiro grau e ainda que a sen-tença seja confirmada pelo TJ ou TRF, con-tinua gozando da ‘presunção de inocência’.Atente-se bem: no confronto entre dois pro-nunciamentos unânimes de duas instânciasjudiciais, de um lado, e as alegações do réu,de outra como ‘presunção de veracidade’, aversão do réu.” Hage observa o detalhe: nocaso Madoff, ele foi condenado por umaCorte de Nova York (Suprema Corte, nempensar, ainda) e foi logo mandado para umaprisão em Manhattan. Buscando respostas,o ministro-chefe da CGU indaga: “Será quepodemos acusar os EUA de não serem um‘Estado de Direito’? Será que Madoff nãoteve direito ao ‘contraditório’? E à ‘ampladefesa’? Será que lá não vigora a ‘presunçãode inocência’? Será que eles são um ‘Estadopolicialesco?”

sede da OAB em São Paulo ganhou o nome de “Goffredo da Silva Telles Jr.” Doisdias antes de morrer, aos 94 anos de idade, ele foi informado de que iria receber o

título de professor emérito da Faculdade de Direito da USP. Na verdade, tinha um títu-lo concedido pela própria universidade. Difícil acreditar, mas a verdade é que na década de80, o título da faculdade que ele tanto amava não foi concedido por pífias, medíocres erancorosas questões políticas. Seu legado é precioso, passado e presente. Da “Carta aosBrasileiros”, em 1975, à saudação aos recém-formados, em 2007, deixou a marca indes-trutível das palavras. Os calouros ouviram-no dizer: “O Direito é a disciplina da convivên-cia humana, é a ordenação da disciplina dessa convivência. Vocês sabem disso. Portanto,meus amigos, não é de estranhar que, em épocas corruptas, de mensalões, sanguessugas,etc., os setores normais da população vivam a clamar por ética. Toda corrupção constituiatentado ao respeito pelo próximo.”

Peneira de juizO Conselho Nacional de Justiça, através

da Resolução 75/2009, regulamentou osconcursos para ingresso na Magistratura.Para o ministro Luis Felipe Salomão, doSTJ, “a resolução contém algumas ‘pérolas’jurídicas”, dando como exemplo a disposi-ção de formular prova seletiva com respos-tas refletindo a posição doutrinária domi-nante, “como se a ciência do Direito pudes-se ser medida com uma régua”. Para ele,houve “usurpação da atribuição constituci-onal da Escola Nacional de Formação eAperfeiçoamento do Magistrado”. Salomãoentende que “é ainda é tempo de consertaros equívocos”, lembrando que a Associaçãodos Magistrados Brasileiros recorreu contraa resolução e o STF vai apresentar ao Con-gresso Nacional o Estatuto da Magistratura.

Atacado sim, varejo nãoNo balanço do primeiro semestre do

ano, o STF revelou que julgou 29 teses demaior envergadura. O presidente GilmarMendes interpreta: o Supremo está cami-nhando para ser uma Corte que aprecia te-mas de maior relevância e não de pilhas deprocessos menos importantes. “Aproxima-se o dia em que o Supremo realizará demaneira inconteste a sua vocação de CorteConstitucional.” Assim, segundo Mendes,chegará o tempo em que o Supremo será o“tribunal das grandes causas”, graças —acredita — à criação dos institutos “súmulavinculante” (o STF implantou 16) e “re-percussão geral” (já reconhecida diantede 137 teses).

Primeira procuradora no STFInterina no cargo de procuradora-geral

da República, Deborah Duprat foi a mulherque representou pela primeira vez, no STF,o Ministério Público Federal. Os procurado-res federais têm pela frente três processosque geram muita polêmica na mais alta Cor-te: o assassinato do prefeito de Santo An-dré, Celso Daniel; a Operação Satiagraha,da Polícia Federal; e o processo do chamado“mensalão”. Discussão central: o poder deinvestigar do Ministério Público.B

A

*Especial para o “Tribuna”.

CINPICINPICINPICINPICINPI2 x 62 x 62 x 62 x 62 x 6

NOTAS STJ

Na era digitalSTJ entrou definitivamentena “era digital”. O TJ-CE

inaugurou o sistema no dia 25 dejunho, enviando um lote de pro-cessos por meio eletrônico. Em33 minutos, dois dos quatro pro-cessos foram recebidos, registra-dos, autuados, classificados e dis-tribuídos. Se estivessem em papel,demorariam, em média, cinco me-ses para chegar ao gabinete dorelator. De acordo com o ministroCesar Asfor Rocha, presidente doSTJ, o sistema representa, alémda rapidez da prestação jurisdici-onal, a redução de despesas comCorreios, cópias xerográficas eautenticações.

Os primeiros processos ele-trônicos foram julgados por trêsTurmas do STJ. O da PrimeiraTurma refere-se ao agravo1142987 interposto pela Funda-ção ABC Hospital Universitário de SãoBernardo do Campo (SP); a Segunda Tur-ma analisou o recurso especial 1115118do Conselho Regional de Química da 9ª Re-gião, além de quatro agravos de instrumen-tos; e a Terceira julgou o agravo 1142738do Banco BMG S.A..

Dois habeas corpus foram decididos e ex-pedidos virtualmente: o julgado pela mi-nistra Laurita Vaz (HC 140219) e o peloministro Felix Fischer (HC 140472), ambosda Quinta Turma do STJ. A expectativa doministro Asfor Rocha é que, com a adesãodos Tribunais de Justiça estaduais, até o fi-nal do ano, 80% dos processos sejam enca-minhados por meio eletrônico.No TJ-RJ asremessas eletrônicas foram iniciadas dia 27de julho, acompanhadas pelo presidente doSTJ, ministro Cesar Asfor Rocha. Em quatrominutos, 100 processos foram encaminha-dos virtualmente. A previsão é que, no iníciodeste mês, mais de 20 tribunais estejam en-caminhando os processos eletronicamenteao STJ.O STJ recebe, diariamente, 1.200novos processos, sendo 900 encaminhadospelos tribunais e 300 diretamente. Mais de100 mil processos já foram digitalizados.

Biblioteca digitalA Biblioteca Digital do STJ é a primeira

a fazer parte do portal LexML Brasil, quepermite obter o conteúdo de leis, decretos,acórdãos, súmulas, etc., federais, estaduais e

municipais dos Poderes Executivo, Legislati-vo e Judiciário.

EnfamO presidente do STJ, ministro Cesar Asfor

Rocha, e o diretor-geral da Escola Nacional deFormação e Aperfeiçoamento de Magistrados(Enfam), ministro Fernando Gonçalves, assina-ram acordos de cooperação técnica para implan-tar o Núcleo de Pesquisa Jurídica da Enfam.

Gomes BarrosO ministro Humberto Gomes de Barros,

ex-presidente do STJ, foi nomeado pelopresidente Luiz Inácio Lula da Silva para aComissão de Ética Pública.

Humberto MartinsO ministro Humberto Martins assumiu a

presidência da Segunda Turma do STJ, de-vendo ficar no cargo até 2011.

Luiz FuxO ministro do STJ, Luiz Fux, recebeu no

dia 3 de julho o título de doutor na Universi-dade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), apósa defesa de tese em Direito Processual Civil.

Paulo GallottiO ministro do STJ, Paulo Gallotti, deixou

a presidência da Terceira Seção, que reúnea Quinta e Sexta Turmas (especializadas emDireito Penal), para aposentar-se.B

STJ

No Rio, o processo começou dia 27 de julho

O

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15AGOSTO DE 2009

SARAIVAFAÇA DIREITO COM

Para a Editora Saraiva todo dia é Dia do Advogado. Estamos sempre ao seu lado!

Por isso seguimos desenvolvendo inovações constantes e oferecendo o que há

de melhor em obras para todas as áreas do conhecimento jurídico,

buscando soluções efetivas para aqueles que fizeram, fazem e farão direito.

Este é um tributo dos funcionários e autores da Editora Saraiva, para todos os profissionais,

professores e alunos do Direito.

Visite nosso portal. Participe e partilhe esta nossa homenagem.

DIA DE GENTE QUE FAZ

DIREITO11 DE AGOSTO

www.saraivajur.com.br

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16 AGOSTO DE 2009

BUSTBUSTBUSTBUSTBUSTO EO EO EO EO ESOSOSOSOSOARESARESARESARESARES

1 x 61 x 61 x 61 x 61 x 6

ADVOCACIA - 2

ribunais de Justiça sãocompetentes para jul-gar mandados de se-gurança contra atosde membros dos jui-zados especiais. A de-

cisão é da Segunda Turma do STJ, em re-curso interposto pela Brasil Telecom con-testando decisão da Segunda Turma doJuizado Especial Cível do Distrito Federal,que declarou o Juizado Especial Cível com-petente para julgar ação referente à co-brança de assinatura básica em serviçosde telefonia fixa.

O Juizado Especial (antigo PequenasCausas) foi criado para julgar açõescíveis menos complexas e crimes demenor potencial. As turmas recursaissão formadas por magistrados queanalisam recursos contra decisões pro-feridas pelos juízes que atuam nessesjuizados. A lei dá autonomia aosjuizados especiais em relação à Justiçacomum. Por isso, as decisões finaisdas turmas recursais só podem sercontestadas pelas partes processuaispor meio de recurso ao STF e quandohá violação à Constituição.

A Corte Especial (órgão máximo do

TJs competentes para julgar mandadosSTJ) já havia adotado entendimentode que as turmas recursais detêmcompetência para julgar os mandadosde segurança impetrados contra atosindividuais dos magistrados que atu-am nos juizados especiais. Mas, quan-do o mandado de segurança contestaa competência dos juizados para co-nhecimento da lide (questão contro-versa sob apreciação), e não sobre omérito, cabe à Justiça comum apre-ciá-lo. O relator, ministro HermanBenjamim, ao sustentar esse entendi-mento, explicou que o mandado desegurança “não é o meio adequadopara contestar as decisões de méritoproferidas pelos juizados especiais”.

A Brasil Telecom já havia interpostoagravo no TJ-DFT sem sucesso, antesde apelar ao STJ. A Segunda Turmareformou a decisão e fixou a compe-tência do tribunal distrital para julga-mento do mandado de segurança. Oentendimento considerando a possibi-lidade de impetrar mandado de segu-rança para fins de controle da compe-tência dos juizados especiais foi firma-do pela Corte Especial no julgamentodo RMS 17524-BA (RMS 26665)B

procuração, com cláusula definindo aprevalência dos poderes para atuar

até o fim da demanda, mesmo com o prazoultrapassado, é válida para representaçãoprocessual. O entendimento é da SétimaTurma do TST que não considerou irregulara representação por uma advogada da Cal-çados Azaléia e determinou o retorno doprocesso ao TRT da 4ª Região (RS) paraanálise do recurso da empresa.

O relator, ministro Ives Gandra MartinsFilho, discordou da decisão do TRT-RS, quehavia considerado inexistente o recurso ordi-nário impetrado pela empresa, por entenderque ele teria sido assinado por advogadanão habilitada para atuar no processo. O tri-

Validade de procuraçãobunal regional havia constatado que o docu-mento tinha validade até 31/12/2006. O re-curso foi interposto em setembro de 2007.Na procuração, existia cláusula determinan-do que os advogados deveriam defender osdireitos da empresa até a instância final, oque permitiu a Turma reconhecer a validadedo substabelecimento.

Na ação, uma ex-empregada, que traba-lhou na Azaléia entre 2004 e 2005, pediu,entre outras coisas, adicional de insalubrida-de e horas extras. A 2ª Vara do Trabalho deSão Leopoldo (RS) atendeu parcialmente asreivindicações. Com a decisão do TST, o pro-cesso volta para apreciação no tribunal regi-onal. (RR-644/2006-332-04-40.3)B

T

PRECATÓRIOS

m escritório de Advocacia de SãoPaulo deverá receber mais de R$

11 milhões correspondentes a um preca-tório alimentar, conforme determinaçãoda Primeira Turma do STJ. O ministroTeori Albino Zavascki defendeu que oscréditos alimentares sejam retirados doregime de pagamento parcelado e te-nham preferência absoluta.

O débito refere-se a ação impetrada poruma empresa de limpeza contra o Hospitaldas Clínicas da Faculdade de Medicina daUniversidade de São Paulo, que tramitouna 7ª Vara da Fazenda Pública. A condena-ção resultou em dois precatórios: um de

Escritório deve recebermais de R$ 11 milhões

natureza não-alimentar, a favor da empre-sa (no valor de R$ 38.320.097,22), e ou-tro de natureza alimentar, referente a ho-norários do escritório de Advocacia, no va-lor de R$ 11.183.920,78 (atualizados até2001).

A empresa está recebendo os precató-r ios em parcelas anuais (de 2003 a2012), o que deixou os advogados incon-formados. Eles entraram com mandadode segurança, mas o TJ-SP considerounão ter havido violação da ordem crono-lógica de pagamento. Os advogados re-correram no STJ, que teve entendimentooposto. (RMS 24510)B

A U

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17AGOSTO DE 2009

Levantamento inédito realiza-do pela Serasa Experian revela quea implantação do Cadastro Positi-vo pode ampliar em 19% o acessoao crédito, incorporando parcelasda população que hoje são rejeita-das pelo sistema financeiro, apesarde possuírem histórico favorável deadimplência. Esta constatação ébaseada em simulações utilizandoos modelos de score desenvolvidospela Serasa Experian, e apresenta-da, em julho, em um encontro comjornalistas para falar sobre aspec-tos conceituais, técnicos e legais doCadastro Positivo. O evento con-tou com a participação do Presiden-te da Serasa Experian, FranciscoValim, do Presidente da unidade denegócios Pessoa Física da empre-sa, Ricardo Loureiro, e do DiretorJurídico, Silvânio Covas.

Muito se tem falado sobre as in-formações positivas, ou seja, sobreo histórico de adimplementos de pes-soas naturais e jurídicas, e as regrasque devem nortear a sua anotaçãoem bancos de dados de proteção aocrédito, haja vista que a Câmara dosDeputados aprovou, no dia 19 demaio de 2009, o Projeto de Lei n.º836/2003, que trata do CadastroPositivo, o qual foi submetido à apre-ciação e à aprovação do Senado Fe-deral, sob o n.º 85/2009.

O Cadastro Positivo é uma me-todologia moderna de conceder cré-dito, na qual é analisado todo o histó-rico de endividamento do cidadão e aforma como ele paga suas dívidascontraídas com os bancos, com as em-presas do comércio e com as de ser-viços (luz, água, telefone, gás). Avalia

também os compromissos assumidos,ainda a vencer, com essas empresas.Portanto, são valorizados os fatospositivos, os pagamentos honrados enão somente as eventuais dívidas nãopagas, que hoje no Brasil são superdi-mensionadas.

A simulação feita pela SerasaExperian aponta ainda queda dainadimplência do consumidor. A em-presa adotou a metodologia reco-nhecida do Banco Mundial, para di-mensionar o impacto do CadastroPositivo sobre a inadimplência no

Cadastro Positivo pode ampliar em 19% o acessoao crédito e derrubar a inadimplência em 45%

SERASA EXPERIAN LEGALBOLETIM JURÍDICO ANO 8 - N° 94

SERASA EXPERIAN LEGAL

Os executivos da Serasa Experian Ricardo Loureiro, Francisco Valim e Silvânio Covas (da esq. para direita), em encontropromovido em julho para falar a respeito do Cadastro Positivo.

Foto: Rosana Momi

Brasil. Esse organismo internacional,que tanto incentiva a adoção destemodelo estatístico ao redor do mun-do, estima, segundo estudo de 2001/2002, que com o Cadastro Positivoo decréscimo na inadimplência seriada ordem de 45% em nosso país.

“Apesar de ter sido elabora-do entre 2001 e 2002, o estudo doBanco Mundial não perde sua atu-alidade por conta da metodologiautilizada, baseada nos requisitosfundamentais do Cadastro Positi-vo”, afirma o Presidente da Serasa

Experian, Francisco Valim.Simulando este parâmetro

com os dados de maio do BancoCentral, com o Cadastro Positivohoje a inadimplência do consumi-dor no Brasil cairia de 8,6% para4,7 %, e o spread sairia de 37,4%para 31,1%, percentual verificadoem 2007, quando a inadimplênciaera baixa. Esses dados ilustram oreal impacto que o Cadastro Posi-tivo pode trazer para o Brasil: umcrédito mais barato, mais acessí-vel e com melhor qualidade. Da-

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18 AGOSTO DE 2009

SERASA EXPERIAN LEGAL

dos do Banco Mundial partem do prin-cípio de um compartilhamento integralde informações entre todos os setoreseconômicos.

As simulações da Serasa Expe-rian atestam também que a imple-mentação do Cadastro Positivo po-deria reduzir as taxas de emprésti-mos cobradas pelo sistema financei-ro para 62% da população que hojetoma crédito no mercado.

“Os resultados apurados pela si-mulação, no Brasil, da metodologia doBanco Mundial, ratificam que a Sera-sa Experian está no caminho certo. OCadastro Positivo é a solução para me-lhorar a qualidade do crédito no paíse ampliar sua acessibilidade,” afirmaRicardo Loureiro, Presidente da Uni-dade de Negócios Pessoa Física daSerasa Experian.

Francisco Valim destaca que“neste ambiente de crise global e deruptura da confiança nos mercados,o Brasil precisa se antecipar e se pre-parar para o pós-crise, com um mer-cado diferenciado nesse atributo(confiança). O momento é este paraa implantação do Cadastro Positivoe para contar com tudo o que propi-cia em benefício de toda a socieda-de. Somente dessa maneira o Paíspode se consolidar como atração deinvestimentos internacionais e ter cres-cimento sustentado.”

Mudança cultural embenefício do consumidorO Diretor Jurídico da Serasa

Experian, Silvânio Covas, salienta oaspecto da mudança cultural que re-presenta a implantação do Cadas-tro Positivo, uma vez que é o pró-prio cadastrado quem vai postular eautorizar previamente o registro desuas informações positivas. “O re-gistro de informações positivas é feitoem benefício dele, cadastrado, en-quanto o cadastro de informaçõesnegativas é feito em benefício da so-ciedade de concedentes de crédito.O registro da informação de inadim-plência não é feito em benefício docredor, como mais um passo da co-

brança, mas é feito para proteger arealização de novos negócios”, ex-plica Silvânio Covas.

É por esse motivo, afirma o Di-retor Jurídico da Serasa Experian, queo cadastro de informações negativas éconsiderado de interesse público, por-que todos os agentes econômicos con-cedentes de crédito são beneficiáriosdas informações negativas. Mas, emrelação às informações positivas, o re-gistro é feito em benefício do cadas-trado, com reflexos positivos para aeconomia de modo geral.

Trâmites legislativosA implantação do Cadastro Po-

sitivo no Brasil é objeto de dois Pro-jetos de Lei que se encontram no Se-nado Federal, o 836/2003, e o PL405/2005. Silvânio Covas recordaque o PL 836 recebeu nova redaçãopor impulso do executivo, que reme-teu à Câmara um texto que trata doCadastro Positivo e também de di-versas questões do cadastro deinadimplentes. “A versão do proje-to do executivo que seguiu para aCâmara dos Deputados nos pareceuadequada naquele momento. Mas otrâmite no Legislativo permite inter-ferências e o projeto sofreu modifi-cações desinteressantes para a in-dústria de informações e para a eco-nomia”, analisa o Diretor Jurídico daSerasa Experian.

“O Senado, onde agora tramitao projeto, tem oportunidade de corri-gir o que foi colocado na Câmara. Seo Projeto 836 for aprovado pelo Se-nado, e sancionado pelo Executivo naforma como foi remetido pela Câma-ra, não só impedirá a criação do Ca-dastro Positivo como vai onerar e li-mitar sobremaneira o já existente ca-dastro de inadimplentes”, afirma Sil-vânio Covas.

A afirmação de Covas decorredo fato de que o PL 836 saiu da Câ-mara com proibição de registro dedívidas de até R$ 60,00. “Há que seconsiderar que com o advento dasinformações positivas o tomador vaiter as portas abertas para a obten-

ção do crédito. É uma premissa doCadastro Positivo. E o mercado fi-nanceiro é um organismo vivo que seexpande e se retrai de acordo com oambiente jurídico em que ele está tra-balhando. Se o mercado não tem in-formação sobre uma parcela dosagentes econômicos, ele não conce-de crédito a essa parcela. Vai

conceder a quem ele conhece”,pondera Covas. “Quando alguémpretendeu proteger o consumidor aolimitar em R$ 60,00 o registro dasdívidas, fez exatamente o contrárioe prejudicou o pequeno tomador,que precisa ser incluído no crédi-to”, conclui o Diretor Jurídico daSerasa Experian.

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LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSANO 15 - Nº 172

AGOSTO DE 2009

MARIA TEREZA SADEK

TRIBUNA DO DIREITO

EUNICE NUNES, especial para o "Tribuna"

om mais de 20 obraspublicadas sobre o sis-tema judicial brasileiro,a cientista política Ma-ria Tereza Sadek tor-nou-se uma das maio-

res autoridades no assunto. Profes-sora de pós-graduação do Departa-mento de Ciência Política da Univer-sidade de São Paulo (USP), desde1993 dedica-se a desenvolver pes-quisas sobre o Judiciário, o Minis-tério Público e a Advocacia. Tudocomeçou no extinto Idesp (Institu-to de Estudos Econômicos, Soci-ais e Políticos de São Paulo), fun-dado pelo colega Bolívar Lamouni-er. Prosseguiu no Centro Brasileirode Estudos e Pesquisas Judiciais(Cebepej), fundado pelo jurista Ka-zuo Watanabe, onde ocupa o cargode diretora de pesquisa. Desde2004, é membro da comissão jul-gadora do “Prêmio Innovare”, e, apartir de maio deste ano, passou aintegrar também o Conselho Con-sultivo do Departamento de Pes-quisas Judiciárias do CNJ (Conse-lho Nacional de Justiça).

Sua última pesquisa foi sobre ofuncionamento das promotorias datutela coletiva do Ministério Públi-co do Rio de Janeiro. “Fizemos umlevantamento completo de tudo oque entrou nas promotorias de tu-tela coletiva e foi muito interessan-te. Descobrimos que essa atuaçãodo Ministério Público é muito sig-nificativa particularmente na áreade termos de ajustamento de con-duta. Há muitos casos em que ostermos de ajustamento de condu-ta fizeram mudar o que estava er-rado. É uma atuação em cima dedireitos sociais e que resolve osproblemas sem recorrer ao Judi-ciário, de uma maneira mais rápi-da e mais eficiente”, relata.

Maria Tereza considera a atua-ção do CNJ louvável, especialmen-

A cientista política do BrasilFotos Augusto Canuto

C

te no que diz respeito ao diagnósti-co que vem sendo feito da atuaçãoda primeira e segunda instâncias emtodos os Estados. “Hoje, tem-sedados concretos. Pode ainda havererros na coleta desses dados, mas

já tem-se um quadro muito claro.Sabe-se quais são os Estados ondehá mais problemas e onde há me-nos. Tem juiz punido, desembarga-dor afastado, ou seja, o Judiciárioestá cortando sua própria pele. São

medidas de saneamento do Judici-ário. Há casos de nepotismo cruza-do que foram descobertos aos mon-tes e estão sendo revelados. Isso éinédito na história e merece aplau-sos”, avalia.

“Hoje, tem-se dados concretos” (sobre as pesquisas feitas pelo CNJ)

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AGOSTO DE 20092TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROS

Tribuna do Direito — O Judiciáriocumpre a função de fazer justiça?

Maria Tereza Sadek — O Judi-ciário que conheci em 1993, quandocomecei minhas pesquisas na área, nãoé mais o Judiciário de hoje. Mudou in-teiramente de cara.

TD – Para melhor ou para pior?Maria Tereza – Em muitas coi-

sas, para melhor e, às vezes, diantede tantos problemas, fica difícil reco-nhecer isso. E por que digo isso? Por-que o tamanho do nó é tão grande quepor vezes perde-se a dimensão de al-gumas novidades. Uma grande inova-ção foram os Juizados Especiais, queantes da Constituição de 88 eram cha-mados de Pequenas Causas. Com elesabriu-se uma grande porta de acessoà Justiça como jamais houve. A atualConstituição reafirmou esses Juizados,que depois tiveram a competênciaampliada. O que não quer dizer queestejam bem hoje em dia, mas foram,do ponto de vista de acesso à Justiça,a grande inovação. A presença públicado Judiciário é muito intensa e vemcrescendo. É uma decorrência diretada Constituição de 88, que fortaleceuo Judiciário como Poder. Ele tornou-sede fato um Poder do Estado e, comotal, atuante politicamente. A Constitui-ção consagrou direitos, é detalhista e,com isso, toda e qualquer questão podeser judicializada. A presença pública doJudiciário é quase uma imposição dotexto constitucional.

TD — E quanto à atuação po-lítica do Judiciário?

Maria Tereza — Às vezes, osmagistrados sentem-se incomodadosquando falo que o Judiciário é politica-mente atuante. Ficam reticentes, por-que confundem político com partidário.Não é partidário. É político. Político sig-nifica dizer que tem possibilidades dealterar a vida pública, de alterar o rumode políticas públicas, de forçar que de-terminadas políticas sejam implemen-tadas e daí por diante. Como aconte-ceu nos Estados Unidos, isso demora.Não é porque está no texto constituci-onal que o Judiciário imediatamente seconsagra como um poder político defato. Ele é legalmente, mas não é naprática. Esse poder político ele vai cons-truindo, firmando aos poucos. Todos ospaíses que copiaram o modelo norte-americano têm essa potencialidade. Sea concretizam ou não é outra história,que vai depender da co-relação de for-ças. No caso brasileiro, pós Constitui-ção de 88, é visível o crescimento doJudiciário como poder político. Nos úl-timos tempos, não é possível falar emuma única política, ou uma única alte-

“ O Judiciario é politicamente“ O Judiciario é politicamente“ O Judiciario é politicamente“ O Judiciario é politicamente“ O Judiciario é politicamenteatuante... tem possibilidades deatuante... tem possibilidades deatuante... tem possibilidades deatuante... tem possibilidades deatuante... tem possibilidades de

alterar a vida pública”alterar a vida pública”alterar a vida pública”alterar a vida pública”alterar a vida pública”

ração na vida pública, de que o Judici-ário não tenha participado. O uso dascélulas-tronco em pesquisa, por exem-plo. Fora isso, ele cobre tudo o que oLegislativo deixou de examinar e onde,por isso mesmo, há um vácuo legisla-tivo. Na questão eleitoral, por exem-plo, isso é claríssimo.

TD — Não haveria aí uma in-vasão de competência?

Maria Tereza — De maneira al-guma. Não se pode deixar em aberto.Quando o Judiciário entra, está cum-prindo a sua função. Faz parte da pró-pria essência do Poder Judiciário numademocracia presidencialista. Mas issoé parte da questão. Não resolve todoo problema. É preciso analisar, depois,como é que se dá a co-relação de for-ças. Qual é a relação do Executivo, Le-gislativo e Judiciário. Se o Legislativo,por exemplo, tivesse se empenhadopara regulamentar a greve do funcio-nalismo público, o Judiciário não teriafeito a intervenção. Como não o fez,coube ao Judiciário fazê-lo. Por outrolado, as atitudes também têm a vercom a personalidade dos magistrados.Se for comparado o Supremo da EllenGracie com o de Gilmar Mendes en-contra-se diferenças. O Gilmar Men-des é muito mais pró-ativo do que eraa Ellen. Tudo isso tem consequências.A ser mais pró-ativo provoca-se maisreações e também mais mudanças na

vida coletiva. Características individu-ais contam, fazem diferença. Isso valenão só para o Judiciário como para oMinistério Público e qualquer institui-ção.

TD — O perfil dos magistra-dos tem mudado?

Maria Tereza — Com certeza.Não se tem o mesmo perfil de 20, 30anos atrás. Hoje, tem-se um quadromais heterogêneo. Tem-se duas vari-áveis. De um lado, o número de ma-gistrados multiplicou-se várias vezes.Só o fato de ter aumentado já provo-caria mudanças. Uma coisa é uma ins-tituição com cinco mil pessoas. Outracoisa é uma instituição com 15 mil. Foraisso, o recrutamento por concurso per-mite o ingresso de pessoas muito dife-rentes. Basta ver a relação homem-mulher. O número de mulheres cres-ceu enormemente. Outro dado muitoimportante é que hoje há um percen-tual muito significativo de juízes filhosde pais que não têm o primeiro graucompleto. Isso era impensável há al-gumas dezenas de anos. E esse é umdado importante porque no Brasilquem não tem escolaridade não temrenda. E a desigualdade aqui é cumu-lativa. Quem não tem renda não temeducação, saúde, moradia, transporte.Pode-se supor com alguma margem decerteza que hoje tem-se mais magis-trados que vieram dos setores mais

desfavorecidos da população, o que sig-nifica dizer que há magistrados de to-das as classes sociais. Por si só, essedado revela que a homogeneidade quehavia antigamente dentro do Judiciá-rio acabou. A heterogeneidade revela-se também nas posições. Qualquerquestão divide. Há vários grupos depensamento no Judiciário. Tem os maisgarantistas e os menos garantistas. Háos ativistas judiciais e aqueles que sãototalmente contra o ativismo judicial.Tudo divide, embora às vezes se con-siga a maioria. Uma posição que vemmudando com o decorrer do tempo ésobre o CNJ. Nas primeiras pesquisasem que se perguntava sobre controleexterno da Magistratura, a maioriaabsoluta era contra. Talvez fossem, semuito, 5% a favor. Hoje, a maioriaassimilou. Não só assimilou como vê-se um apoio claríssimo. Basta ver aquestão do nepotismo. Os juízes apoi-aram fortemente. Talvez tenha sido aprimeira instituição que entrou contra.

TD — Como a senhora avalia aatuação do CNJ e quais as inicia-tivas mais importantes do Conse-lho?

Maria Tereza — O CNJ, do pon-to de vista da transparência e de umcontrole interno do Judiciário, foi agrande revolução. O CNJ ainda não épopularmente conhecido, mas o queestá fazendo é uma grande revolução.Para começar, hoje tem-se a possibi-lidade de conseguir um diagnósticomuito mais realista do Judiciário doque no passado. Tem-se dados confi-áveis que permitem verificar ondeestão os gargalos, por que é que elesexistem, e examinar os efeitos dasmedidas adotadas. A repercussão ge-ral, por exemplo, que foi adotada peloSTF e pelo STJ, reduziu o número deprocessos de forma significativa. Tudoisso graças à iniciativa do CNJ. Nãodá para comparar o banco de dadosque tem-se hoje sobre o Judiciárionem com o que tinha-se no passadonem com o que há em outros países.Antes do CNJ, o que o Judiciário ti-nha era uma absoluta impossibilida-de de conhecer seu próprio desem-penho. Sabía-se apenas que a Justi-ça era morosa. E cada um dizia umacoisa. Era o império absoluto do “achis-mo”. Hoje, existem dados concretos.Pode ainda haver erros na coleta des-ses dados, mas já se tem um quadromuito claro. Sabe-se quais são os Esta-dos onde se trabalha mais, quais ondese trabalha menos, onde há mais juí-zes, onde há menos, onde falta vara,etc. E tudo em um período muito curtode tempo. É um avanço que precisa serreconhecido e valorizado.

“Não se tem o mesmo perfil de 20, 30 anos atrás” (sobre os magistrados)

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3AGOSTO DE 2009

LIVROSLIVROSTRIBUNA DO DIREITO

TD — E as inspeções que oCNJ vem fazendo?

Maria Tereza — São uma das ini-ciativas mais louváveis do CNJ. As ins-peções vêm sendo realizadas desde ofim de 2008 e prosseguiram em 2009.Tem-se diagnóstico das varas e dos tri-bunais. Sabe-se onde estão os proble-mas no tribunal. Constatou-se nepo-tismo, constatou-se juízes que passa-vam determinados processos na fren-te de outros, não obedecendo à ordemde entrada, casos de desvio de ver-bas, de corrupção. Há tribunais em queos militares encarregados da seguran-ça não trabalham no tribunal, mas nacasa do desembargador. Uma série desituações ilegais que estão sendo des-cobertas e que provavelmente eramde conhecimento dos juízes entre si, etambém dos membros do MinistérioPúblico, dos advogados e da popula-ção, mas que quando denunciadas ca-íam no vazio.

TD — Havia “espírito de corpo”,já que as denúncias eram julgadaspelos próprios tribunais onde acon-teciam as irregularidades?

Maria Tereza — Quando a cor-regedoria atuava, e em geral a corre-gedoria só atua em relação ao primei-ro grau e não em relação aos desem-bargadores, o espírito corporativo pre-dominava em relação ao espírito repu-blicano e democrático. Ou não aconte-cia nada ou, quando acontecia, era umareação mínima. Agora, não. Tem juizpunido, desembargador afastado, ouseja, o Judiciário está cortando a pró-pria pele. São medidas de saneamen-to do Judiciário. Há casos de nepotis-mo cruzado que foram descobertos aos“montes” e estão sendo revelados. Issoé inédito na história do País e mereceaplausos.

TD — Há também as inspe-ções nos presídios.

Maria Tereza — Presídio é outrolugar onde todo o mundo sabe o queacontece de errado. Todo mundo sabeque tem preso além da conta, que tempreso misturado — homem com mu-lher, com adolescente, até com crian-ças —, enfim, há uma lista infindávelde coisas ilegais, criminosas, dramáti-cas que não deveriam ocorrer, masocorrem nas prisões. O que foi feitoaté hoje, apesar das várias ONGs atu-ando nesse setor e denunciando tudode abominável que acontece? Agora,tem-se uma chance real de as coisasmudarem. Foram encontrados presos

provisórios há mais de cinco anos. Ti-nha preso com sentença cumprida, pre-sos sem processo. O último levanta-mento, se não estou enganada, indi-cou que em torno de 20% dos que es-tão na prisão não poderiam estar. Émuito. São milhares de erros. Acom-panhei uma inspeção e vi umas fotosque me deixaram assustada: presosdentro de contêineres, sem ventilação,sem privada e sem torneira. Um hor-ror. Alguma coisa tem de ser feita.

TD — E tem muita gente pre-sa por crimes insignificantes.

Maria Tereza — Fiquei sabendoque o número de habeas corpus con-cedido pelo Supremo já passa dos 100mil. Desses, certamente 80% referem-se a pessoas sem condições econômi-cas que estão presas. Mas o que é ex-plorado, o que se divulga com alardeé o habeas corpus que foi dado ao ban-queiro Daniel Dantas. Não digo que nãose deva fazer isso, mas é preciso daratenção ao outro lado da moeda. Hágente presa porque furtou um sabo-nete, um pacote de bolachas. Isso émotivo para se encarcerar alguém?Outra coisa importante é dar atençãoàqueles que estão saindo da cadeia.Uma iniciativa louvável que o Supre-mo tomou foi dar emprego para egres-sos do sistema penitenciário, porque

“Uma série de situações ilegais“Uma série de situações ilegais“Uma série de situações ilegais“Uma série de situações ilegais“Uma série de situações ilegaisestão sendo descobertas... isso éestão sendo descobertas... isso éestão sendo descobertas... isso éestão sendo descobertas... isso éestão sendo descobertas... isso é

inédito na história”inédito na história”inédito na história”inédito na história”inédito na história”

ninguém quer dar trabalho para essaspessoas. E, com o crescimento assus-tador da violência, o mais fácil é dizerque todo o mundo tem de ser preso,não importa o delito cometido. Mas fal-ta presídio. Para que as prisões tives-sem um padrão aceitável para tantospresidiários teria-se de construir cen-tenas deles. E aí tem-se um dilema:todo mundo quer presídio, mas nenhummunicípio quer que construam prisõesem seu território. Então, continua-sea amontoar gente dentro das prisões,misturando gente que roubou um pa-cote de biscoitos com assaltantes debanco e assim por diante. Entra porcausa de um pequeno delito e é capazde sair integrado ao crime organizado.Nessa questão penal, entra-se em umcírculo vicioso e as pessoas não perce-beram. Está-se numa situação quasesem saída. Por isso as iniciativas doCNJ são importantes. Porque podemromper esse círculo vicioso. Não é sóporque proporcionam uma radiografiaexata do sistema, mas porque tambémestão resultando em atitudes práticas,como soltar presos que não deviamestar detidos.“Agora, não. Tem juiz punido, desembargador afastado...”

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AGOSTO DE 20094TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROS

TD — Os últimos dados indi-cam que há cerca de 70 milhõesde processos em tramitação, oque dá um para três habitantes.É muito, não?

Maria Tereza — Esse dado, decerta forma, é enganador. Não é ver-dade que a cada três pessoas que forinterpelada na rua, uma tenha entra-do com um processo judicial. Tem-seos grandes litigantes, dos quais o mai-or é o poder público, tem-se os litigan-tes de má-fé, que não são punidos porisso, e a população como um todo estáexcluída do Judiciário. É um paradoxo,mas no Brasil tem-se, simultaneamen-te, acesso de mais e acesso de me-nos. Tem quem entre demais e quementre de menos. A população entra demenos. É preciso olhar as duas pon-tas, , é preciso desestimular o ingres-so quase automático do poder públi-co, é preciso punir a litigância de má-fé e é preciso incentivar quem não en-

“““““TTTTTem-se os grandesem-se os grandesem-se os grandesem-se os grandesem-se os grandeslitigantes, dos quaislitigantes, dos quaislitigantes, dos quaislitigantes, dos quaislitigantes, dos quais

o maior é oo maior é oo maior é oo maior é oo maior é opoder público”poder público”poder público”poder público”poder público”

tra. Um exemplo claro de litigância demá-fé é o da igreja que insuflou os fiéisa entrarem com ações por todo o Bra-sil pedindo indenizações contra jornaispor se sentirem ofendidos por uma re-portagem sobre as atividades empre-sariais de seus líderes. E houve algu-ma punição? Nenhuma. E o poder pú-blico, quantas vezes não litiga sem ne-cessidade, só para adiar obrigações?

TD — O que a senhora achado “Prêmio Innovare”?

Maria Tereza — É outra grandedescoberta. Não dá mais para imagi-nar que os problemas vão se resolvercom mais recursos, mais funcionários,mais juízes. O prêmio incentiva as pes-soas a tomar iniciativas no dia a diapara encontrar soluções e desafogar oJudiciário. São pequenas ideias que pro-vocam consequências e têm a possibi-lidade de serem reproduzidas em ou-tros lugares. Possuem efeito multipli-

cador. Estou no júri do “Innovare” des-de que foi criado e é uma das coisasque faço com a maior satisfação. Co-meçou só com o Judiciário, mas agoratem também o Ministério Público, aAdvocacia e a Defensoria Pública. Lem-bro-me de duas iniciativas muito “ba-canas”: a de um juiz do Maranhão quesaiu de cidade em cidade para ensinarcomo é que se vota e como identificaratos de corrupção; e a de uma juíza noAmapá que subia o Rio Amazonas debarco e atendia as pessoas. Não erasó uma vara itinerante fluvial, era maisdo que isso, porque ela levava tam-bém o representante do Ministério Pú-blico, da Defensoria Pública, gente queemitia carteira de trabalho, e ia aten-dendo as pessoas de localidade em lo-calidade, ouvindo as demandas, re-solvendo ali mesmo sem excesso deformalidades. Subi o rio com eles efoi uma das melhores experiênciasda minha vida.

ascida em São Pau-lo, filha de uma ca-rioca com um pau-lista, ambos filhosde emigrantes li-

baneses, MariaTereza Sadek é amais velha de qua-tro irmãos: umaartista plástica,uma médica e umeconomista. "So-mos uma famíliamuito unida. Meupai morreu há trêsanos, e sinto umaenorme falta deleaté hoje. Tambémsou muito ligadana minha mãe.Falo com ela to-dos os dias, duasvezes por dia, es-teja onde estiver.E quando estouem São Paulo,vejo-a diariamen-te", diz ela, quetem ainda cincosobrinhos e três

Um olhar nofuturo, ao som

de Mozart

sobrinhos-netos. Há cinco anos, Ma-ria Tereza enfrentou um câncer depulmão, felizmente detectado bem noinício. "Foi uma fase difícil. O apoioda família foi fundamental. Hoje, pas-sados cinco anos, sou consideradauma pessoa sadia", relata.

Formada pela Pontifícia Universi-dade Católica de São Paulo (PUC-SP)em 1969, Maria Tereza militou nomovimento estudantil. Logo depoisque se formou, foi trabalhar como au-xiliar de ensino na PUC-SP, numa ca-deira de Estatística. Concomitante-mente, iniciou uma especialização naUSP, onde também fez mestrado edoutorado, e onde acabou desenvol-vendo toda a carreira acadêmica.

Adora flores, que não deixafaltar nunca em casa, cujas pa-redes exibem obras de arte con-temporânea. "Gosto de olharpara meus quadros", diz ela, que,sempre que pode, participa deleilões de arte. Quando sobratempo e está em São Paulo, é as-sídua frequentadora da Sala SãoPaulo. "Ouço música o dia intei-ro, especialmente Mozart, o com-positor de que mais gosto", diz.Cinema e Literatura também ocu-pam parte destacada entre suasatividades. Atualmente, relê Ma-chado de Assis (há livros dele emduas mesinhas de sua sala deestar) e Nelson Rodrigues, os au-tores preferidos na Literaturabrasileira.(EN)�

N

Com a família, cujo apoio considera “fundamental”

No Amazonas, atendimento de barco à população ribeirinha

Álbum de Família

Álbum de Família

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5AGOSTO DE 2009

TRIBUNA DO DIREITOLIVROSLIVROS

LEUD EDITORA

Processo de Execução eProcesso de Execução eProcesso de Execução eProcesso de Execução eProcesso de Execução eCumprimento da SentençaCumprimento da SentençaCumprimento da SentençaCumprimento da SentençaCumprimento da Sentença

Humberto Theodoro JúniorHumberto Theodoro JúniorHumberto Theodoro JúniorHumberto Theodoro JúniorHumberto Theodoro Júnior

26ª edição. Alguns temas abordados:as vias de execução no processo civilbrasileiro; execução forçada; elemen-tos do processo de execução; as partesno processo de execução; cúmulo deexecuções e responsabilidade civildo exequente; competência; requisi-tos necessários para realizar qual-quer execução; títulos executivos ex-trajudiciais; certeza, liquidez e exi-gibilidade da obrigação constantedo título executivo; execução provi-sória e definitiva; responsabilidadepatrimonial; etc.

Os Planos de Assistência àOs Planos de Assistência àOs Planos de Assistência àOs Planos de Assistência àOs Planos de Assistência àSaúde e os TransplantesSaúde e os TransplantesSaúde e os TransplantesSaúde e os TransplantesSaúde e os Transplantesde Órgãosde Órgãosde Órgãosde Órgãosde Órgãos

Nazir David Milano Filho eNazir David Milano Filho eNazir David Milano Filho eNazir David Milano Filho eNazir David Milano Filho eRodolfo Cesar MilanoRodolfo Cesar MilanoRodolfo Cesar MilanoRodolfo Cesar MilanoRodolfo Cesar Milano

Apresenta 10 capítulos: os contratosde seguro-saúde e de assistênciamédica; as formas de contratos e aevolução normativa; os contratosrelativos a planos de saúde e o CDC;a vigência da Lei 9.656, de 3 de junhode 1998, e o Código de Defesa do Con-sumidor; os planos de assistência àsaúde e as doenças e lesões preexis-tentes; aspectos técnicos sobre otransplante de órgãos e sua evoluçãohistórica; definição de transplante eórgãos comumente utilizados paratransplantes; etc.

Princípio do PromotorPrincípio do PromotorPrincípio do PromotorPrincípio do PromotorPrincípio do PromotorNaturalNaturalNaturalNaturalNatural

Luiz Antônio FreitasLuiz Antônio FreitasLuiz Antônio FreitasLuiz Antônio FreitasLuiz Antônio Freitasde Almeidade Almeidade Almeidade Almeidade Almeida

Apresenta quatro partes: introdu-ção; princípio do promotor natural(conceito, análise histórica, funda-mentos para adoção, consequênciasjurídicas da inobservância, questõescontemporâneas sobre o princípiodo promotor natural); o entendimen-to do Supremo Tribunal Federal sobrea (in)existência do princípio dopromotor natural ante a Constitui-ção Federal de 1988; contrapontosaos argumentos lançados contra oprincípio do promotor natural nosjulgados do STF.

LANÇAMENTO

EDITORA PILLARES

LANÇAMENTO

Notários e Registradores —Notários e Registradores —Notários e Registradores —Notários e Registradores —Notários e Registradores —Lei n° 8.935/94Lei n° 8.935/94Lei n° 8.935/94Lei n° 8.935/94Lei n° 8.935/94

Lourival Gonçalves de OliveiraLourival Gonçalves de OliveiraLourival Gonçalves de OliveiraLourival Gonçalves de OliveiraLourival Gonçalves de Oliveira

O autor analisa, artigo por artigo, aLei 8.935/94. Temas abordados: dosserviços notariais e de registro; dosnotários e registradores; do ingressona atividade; dos prepostos; da res-ponsabilidade civil e criminal; dasincompatibilidades e dos impedimen-tos; dos direitos e deveres; das infra-ções disciplinares e das penalidades;da fiscalização pelo Poder Judiciário;da extinção da delegação; da segu-ridade social; das disposições geraise transitórias. Apresenta, também,as Leis 6.015/73, 8.935/94 e 9.492/97.

JUAREZ DE OLIVEIRA

LANÇAMENTO

Benefícios PrevidenciáriosBenefícios PrevidenciáriosBenefícios PrevidenciáriosBenefícios PrevidenciáriosBenefícios Previdenciários

Hermes Arrais AlencarHermes Arrais AlencarHermes Arrais AlencarHermes Arrais AlencarHermes Arrais Alencar

4ª edição, revista e atualizada. Oautor analisa todas as repercussõesdas alterações legislativas nosbenefícios do Regime Geral de Pre-vidência Social. Apresenta infor-mações a respeito de cálculo de bene-fícios (inclusive os decorrentes deacidente do trabalho); ações nos Jui-zados Especiais Federais (com ênfaseno sistema recursal); perda da quali-dade de segurado e “período de graça”;desaposentação; salário-materni-dade à mãe adotiva; pensão pormorte aos homossexuais; etc.

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AGOSTO DE 20096LIVROSLIVROS

TRIBUNA DO DIREITO

MALHEIROS EDITORES

Direito dos Cursos deDireito dos Cursos deDireito dos Cursos deDireito dos Cursos deDireito dos Cursos deÁgua InternacionaisÁgua InternacionaisÁgua InternacionaisÁgua InternacionaisÁgua Internacionais

Paulo Affonso Leme MachadoPaulo Affonso Leme MachadoPaulo Affonso Leme MachadoPaulo Affonso Leme MachadoPaulo Affonso Leme Machado

O autor comenta a Convenção Sobreo Direito Relativo à Utilização dosCursos de Água Internacionais paraFins Diversos dos de Navegação, a-provada pela Assembléia-Geral dasNações Unidas em 1997. Essa Con-venção foi preparada pela Comissãode Direito Internacional (CDI) que,com juristas dos mais diferentes paí-ses, discutiu a temática por mais de20 anos. O livro aborda a estruturada CDI, a soberania e os cursos deágua internacionais como recursocomum, etc.

O STF na CriseO STF na CriseO STF na CriseO STF na CriseO STF na CriseInstitucional BrasileiraInstitucional BrasileiraInstitucional BrasileiraInstitucional BrasileiraInstitucional Brasileira

Francisco Gérson MarquesFrancisco Gérson MarquesFrancisco Gérson MarquesFrancisco Gérson MarquesFrancisco Gérson Marquesde Limade Limade Limade Limade Lima

O autor sustenta que o STF, em váriasocasiões, não tem atendido aos recla-mos da população em graves ques-tões que foram submetidas à suaapreciação. Muitas vezes as de-cisões do STF afastaram-se dosanseios da sociedade, penalizan-do-a e pondo em xeque o pacto daNação. Para exemplificar exami-na, dentre outros, os casos do blo-queio de ativos financeiros, dasmedidas liminares, cautelares etutelas antecipadas contra o po-der público, etc.

Curso de DireitoCurso de DireitoCurso de DireitoCurso de DireitoCurso de DireitoConstitucional TributárioConstitucional TributárioConstitucional TributárioConstitucional TributárioConstitucional Tributário

Roque Antonio CarrazzaRoque Antonio CarrazzaRoque Antonio CarrazzaRoque Antonio CarrazzaRoque Antonio Carrazza

25ª edição, revista, ampliada eatualizada até a Emenda Consti-tucional n° 57/2008. Partindo dosprincípios constitucionais gerais e,em particular, dos princípios cons-titucionais tributários, o autor exa-mina o sistema tributário do Brasil,implantado com a Constituição de1988. A partir desses fundamen-tos estuda as competências tribu-tárias, conceitos, característicase classificação dos tributos, dis-criminação de rendas tributárias,isenções, etc.

Teoria da IncidênciaTeoria da IncidênciaTeoria da IncidênciaTeoria da IncidênciaTeoria da Incidênciada Norma Jurídicada Norma Jurídicada Norma Jurídicada Norma Jurídicada Norma Jurídica

Adriano Soares da CostaAdriano Soares da CostaAdriano Soares da CostaAdriano Soares da CostaAdriano Soares da Costa

2ª edição. Crítica ao realismo lin-quístico de Paulo de Barros Carvalho.Temas abordados: incidência e a-plicação da norma jurídica; fontesdo direito e fato jurídico: distinçãoentre "fato" e "evento"; processo depositivação do direito: o problemada norma individual e concreta; mé-todo e processo de positivação; mé-todo e cláusulas gerais: o problemada textura aberta da linguagem (direitoe complexidade: algumas linhas, lin-guagem e vagueza: a textura abertadas normas jurídicas, etc.).

Direito ConstitucionalDireito ConstitucionalDireito ConstitucionalDireito ConstitucionalDireito Constitucional

Sônia Yuriko KanashiroSônia Yuriko KanashiroSônia Yuriko KanashiroSônia Yuriko KanashiroSônia Yuriko KanashiroTanaka (coordenadora)Tanaka (coordenadora)Tanaka (coordenadora)Tanaka (coordenadora)Tanaka (coordenadora)

A Constituição é examinada porvariado prisma jurídico por 19 es-pecialistas. Os temas escolhidos co-brem os oito títulos temáticos da LeiSuprema. Alguns temas abordados:Direito Constitucional; da Cons-tituição; evolução política e cons-titucional do Brasil; teoria da incons-titucionalidade e recepção; controlede constitucionalidade; direitosfundamentais e suas garantias; direi-tos sociais; os direitos sociais dostrabalhadores; direito de nacio-nalidade; dos direitos políticos; etc.

LANÇAMENTO LANÇAMENTO

O Direito naO Direito naO Direito naO Direito naO Direito naPós-ModernidadePós-ModernidadePós-ModernidadePós-ModernidadePós-Modernidade

Eduardo C. B. BittarEduardo C. B. BittarEduardo C. B. BittarEduardo C. B. BittarEduardo C. B. Bittar

2ª edição, revista, atualizada e am-pliada. Apresenta sete partes: aproblematização do tema: crise deeficácia e pós-modernidade jurí-dica; a configuração da moderni-dade; a descrição da pós-moderni-dade; o direito na pós-moderni-dade: a questão da eficácia; direitoe pós-modernidade na realidadebrasileira; razão comunicativa, plu-ralismo religioso, democracia e di-reitos humanos; natureza e barbárieno século XXI; etc. O autor é professorda Faculdade de Direito da USP.

Tratado Luso-BrasileiroTratado Luso-BrasileiroTratado Luso-BrasileiroTratado Luso-BrasileiroTratado Luso-Brasileiroda Dignidade Humanada Dignidade Humanada Dignidade Humanada Dignidade Humanada Dignidade Humana

Jorge Miranda e MarcoJorge Miranda e MarcoJorge Miranda e MarcoJorge Miranda e MarcoJorge Miranda e MarcoAntonio Marques da SilvaAntonio Marques da SilvaAntonio Marques da SilvaAntonio Marques da SilvaAntonio Marques da Silva(coordenação)(coordenação)(coordenação)(coordenação)(coordenação)

2ª edição. A obra congrega 106 au-tores portugueses e brasileiros. Se-gundo os coordenadores, os temastratam de questões básicas da vida,por isso mesmo, fundamentais. Édiscutido o direito à moradia; a digni-dade da pessoa humana desde aconcepção; os direitos fundamen-tais e a persecução criminal; a digni-dade da pessoa e o mínimo existen-cial; a tutela jurídica do consumidore o respeito à dignidade da pessoa hu-mana; dissídios coletivos, relação deemprego e dignidade humana; etc.

Direito Recuperacional —Direito Recuperacional —Direito Recuperacional —Direito Recuperacional —Direito Recuperacional —Aspectos Teóricos e PráticosAspectos Teóricos e PráticosAspectos Teóricos e PráticosAspectos Teóricos e PráticosAspectos Teóricos e Práticos

Newton de Lucca eNewton de Lucca eNewton de Lucca eNewton de Lucca eNewton de Lucca eAlessandra de AzevedoAlessandra de AzevedoAlessandra de AzevedoAlessandra de AzevedoAlessandra de AzevedoDomingues (coordenação)Domingues (coordenação)Domingues (coordenação)Domingues (coordenação)Domingues (coordenação)

Organização de Nilva M. LeonardiAntonio. Alguns temas abordadospor especialistas: interesses transin-dividuais dos credores nas assemblé-ias gerais e sistemas de aprovação doplano de recuperação judicial; refle-xões sobre a recuperação judicial deempresas; o caso de recuperação ju-dicial da Vasp — Viação Aérea SãoPaulo S.A.; aspectos administrativos,econômicos e contábeis da Lei de Re-cuperação de Empresas e Falência;administrador judicial na recupera-ção judicial: aspectos práticos; etc.

As Grandes TransformaçõesAs Grandes TransformaçõesAs Grandes TransformaçõesAs Grandes TransformaçõesAs Grandes Transformaçõesdo Processo Civil Brasileirodo Processo Civil Brasileirodo Processo Civil Brasileirodo Processo Civil Brasileirodo Processo Civil Brasileiro

Carlos Alberto de SallesCarlos Alberto de SallesCarlos Alberto de SallesCarlos Alberto de SallesCarlos Alberto de Salles(coordenação)(coordenação)(coordenação)(coordenação)(coordenação)

Livro em homenagem ao professorKazuo Watanabe. Segundo o pro-fessor Carlos Alberto de Salles, aobra conta com a colaboração dejuristas, acadêmicos e professo-res formados na docência do ho-menageado, ex-orientados de pós-graduação e estudiosos a ele liga-dos por afinidades pessoais ou porintermédio do Centro Brasileiro deEstudos e Pesquisas Judiciais (Cebe-pej), que vem ajudando a formaruma nova consciência de pesqui-sa e análise no direito processual.

EDITORA QUARTIER LATIN

LANÇAMENTO LANÇAMENTO

FORENSE UNIVERSITÁRIA

LANÇAMENTO

O capítulo 1 trata da conceituação edas principais características doscontratos internacionais. O capítuloseguinte discorre sobre as principaisconvenções e princípios internacio-nais que versam sobre o tema, escla-recendo a relevância da uniformi-zação do direito privado no atualcenário globalizado. O capítulo 3dedica-se a questões de cunho prá-tico. O último capítulo desvela os mé-todos de solução de litígios aceitospelo sistema jurídico brasileiro, comênfase para a arbitragem.

Thaís Cíntia CárnioThaís Cíntia CárnioThaís Cíntia CárnioThaís Cíntia CárnioThaís Cíntia Cárnio

Contratos Internacionais —Contratos Internacionais —Contratos Internacionais —Contratos Internacionais —Contratos Internacionais —Teoria e PráticaTeoria e PráticaTeoria e PráticaTeoria e PráticaTeoria e Prática

EDITORA ATLAS

LANÇAMENTO

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ANO 15 - Nº 172

AGOSTO DE 2009

TRIBUNA DO DIREITO

Execução de tutela antecipada e suas astreintes

CLITO FORNACIARI JÚNIOR*

á algum tempo, o sistemaprocessual vem privilegian-do a multa cominatória(astreintes) como modo depersuadir o devedor aocumprimento de sua obri-gação. Originariamente,ela se colocava para as sen-

tenças condenatórias a adimplir obrigação de fa-zer; posteriormente, foi trazida para, quanto a essamesma obrigação, alcançar-se o atendimento datutela antecipada; e, por fim, foi estendida, emiguais situações, para a exigência das obrigaçõesde dar coisa (artigos 461 e 461-A). Julga-se seressa cominação uma forma eficaz de vencer a obs-tinação do devedor, dado que sua resistência, seinfundada, importará no agravamento de seusônus, pois, além de acudir a obrigação, terá, emfunção da demora, que suportar o pagamento daquantia resultante da aplicação da multa sobre otempo de retardo.

Quando a multa é estabelecida na sentença fi-nal, transitada essa em julgado, tem-se o título exe-cutivo, de modo que se faz possível exigir o cum-primento da obrigação e, posteriormente, conside-rando-se os dias de atraso, cobrar a multa daí re-sultante, promovendo a execução dessas verbas,conforme o rito previsto para o cumprimento dasentença. Nesse caso, já será definitiva a condena-ção ao atendimento da obrigação de fazer, não fazerou dar coisa, de modo que se fará possível tambémpostular a implementação material da sanção, queé a multa que fora colocada como meio para quese conseguisse vencer a recalcitrância do devedor.

A questão tem, entretanto, outros contornosquando a fixação de multa diária dá-se objetivandocompelir ao cumprimento de simples tutela ante-cipada, concedida, pois, antes da sentença final.Discutem-se, nesse passo, dois aspectos: a exigên-cia do cumprimento da tutela antecipada; e dian-te de sua exigibilidade de imediato, sem o cumpri-mento pelo devedor, a cobrança da multa fixada.O problema que se põe nasce, basicamente, dacircunstância de a tutela antecipada poder serrevogada ou modificada a qualquer tempo (§ 4º,do artigo 273, do CPC).

Apesar de existir quem discuta a possibilidadede execução imediata da tutela antecipada, emrazão da falta de título que se amolde ao rol doCPC, caracteriza-se inegável paradoxo admitir-sesua concessão, mas, ao mesmo tempo e sem queseja conferido efeito suspensivo a recurso interpos-to contra decisão que a concedeu, desarmá-la deeficácia, por conta de deficiências formais, o queaconteceria caso se vedasse a sua pronta execu-ção, ainda no curso do processo, antes, portanto,da sentença final e de seu trânsito em julgado.

Não há que se enfrentar o tema a partir daliteralidade do rol dos títulos executivos, pois a deli-beração que antecipa os efeitos da decisão — for-malmente, simples interlocutória — tem a mesma na-tureza do provimento final do qual ela é mera ante-cipação. Igualmente, não é bom fundamento lem-brar do risco de irreversibilidade do ato que será pra-ticado, pois essa circunstância é de ser consideradaantes da concessão da medida (§ 2º, do artigo 273),de modo que, se existir tal risco, não será caso dedeferir a tutela, não cabendo usá-lo como pretexto,quando se busca a efetivação da decisão.

Destarte, até mesmo para que se confira sensoprático à concessão da tutela antecipada, a sua exi-gência há de ser de imediato, sempre que não hou-ver recurso recebido no efeito suspensivo. Dessemodo, cientificado pessoalmente o obrigado, casonão cumpra o preceito, passa a ficar sujeito ao pa-gamento da multa diária imposta com a finalidade dedestravar sua resistência. Todavia, problema diver-so é saber quando pode ser cobrada a multa querestará acumulada pelo retardo no cumprimento daobrigação firmada pela antecipação da tutela.

Nesse ponto, o entendimento não é tranquilo. Porsimples amostragem, decisão da 12ª Câmara de Di-reito Privado do TJ-SP, relator Cerqueira Leite (Agra-vo de Instrumento nº 7313035-1, julgado em 17/6/2009), nega a possibilidade de execução, tratada comoprovisória; enquanto acórdão da 34ª Câmara, relatorGomes Varjão (Agravo de Instrumento n° 1.258.902-0, julgado em 1/6/2009), afirma ser possível a realiza-ção da execução provisória.

Não impressiona o problema do título. Relevan-te é aferir-se o objetivo da antecipação da tutela e,mais do que isso, o que sua concessão confere aoautor. Nesse sentido, há de se ter presente que, ao

se deferir a antecipação, está sendo dado aoautor, mesmo que em caráter provisório, oquanto ele pretende retirar do processo, ouseja, está se lhe dando, por antecipação, o pró-prio exercício do direito afirmado. A multacominatória, por sua vez, não lhe é oferecidacomo bem da vida próprio, porém somentecomo instrumento, como meio coercitivo paraque possa alcançar o bem da vida deferido,diminuindo a resistência do devedor.

Se a multa não é a tutela perseguida, nem leni-tivo para o descumprimento da obrigação, nemindenização pelo quanto não se fez, sua cobran-ça, antes do trânsito em julgado da sentença, re-tira o foco do requerente de sua pretensão, evi-denciando que a urgência que dizia ter talvez nãofosse tão urgente, pois está inaugurando o desviode rota, deixando à margem aquilo que veio pos-tular. Assim, tal não se permite, podendo tomar-se de empréstimo o princípio da menor restriçãopossível, de que fala Teori Zavascki, a propósitoda própria concessão (Tutela Antecipada, Sarai-va, 6ª edição, 2008, página 78): há de se dar aoautor o mínimo indispensável, nada além disso. Aexecução da multa, além da própria tutela, trariaônus em demasia ao réu, antes que se tivesse ocontraditório e a definitiva convicção do julgador.

As astreintes exercem função persuasiva, mes-mo não se pagando de pronto seus valores. Sa-berá o devedor que, se não cumprir a antecipa-ção, pagará a multa pela demora, o que é bas-tante para estimulá-lo ao cumprimento. Isso geragarantia para o processo, pois a antecipação éprovisória e pode reverter, porém existem meiosde se reporem as coisas diante da reversão. To-davia, nem sempre se terá certeza da possibilida-de de recobrar os valores recebidos em execuçãodas astreintes, daí o perigo de realizá-la, soandoprudente lembrar para não a efetivar que “en-quanto houver incertezas quanto à palavra finaldo Poder Judiciário sobre a obrigação principal,a própria antecipação poderá ser revogada, comela, as astreintes” (Cândido Dinamarco, Reformada Reforma, Malheiros, 2002, apud Revista deJurisprudência do TJ-RS, 271/138).

A execução da multa não é uma questão deconveniência. Trata-se de resguardar o proces-so e permanecer fiel ao objetivo da medida inten-tada, que era a satisfação do direito por anteci-pação e não o recebimento de um contrapeso,como substitutivo da obrigação principal.

Dessa forma, a execução da multa não temlugar enquanto não se firmar a obrigação em de-finitivo e, ainda, o seu valor. Transitada em jul-gado a decisão, aí, então, opera-se regressivamen-te, apurando-se o tempo de demora no cumpri-mento da obrigação e, a partir daí, realiza-se a exe-cução para pagamento de quantia certa.

H

*Advogado em São Paulo e mestre em Direito pela PUC-SP.

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AGOSTO DE 2009

TRIBUNA DO DIREITO

STJ e STF

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA

686

�� HC 95088/RS — Habeas corpus.Relator(a): min. Cármen Lúcia. Julgamento: 14/4/2009. Órgão julgador: Primeira Turma. Publica-ção: DJE-084. Divulg.: 7/5/2009. Public.: 8/5/2009. Ement. : Vol.: 02359-04. Pp-00609. Emen-ta: Habeas corpus. Processual penal. Alegação deabolitio criminis da majorante prevista no artigo18, inc. III, (segunda parte),da Lei n° 6.368/76:inocorrência. Substituição de pena privativa de li-berdade por restritiva de direito (artigo 44 do Có-digo Penal): impossibilidade na espécie. Ordemdenegada. 1. A majorante prevista no artigo 18,inc. III, segunda parte da Lei n° 6.368/76 não foirevogada pela Lei n° 11.343/06. 2. O paciente nãosatisfaz os requisitos objetivos e subjetivos neces-sários à substituição da pena privativa de liberda-de por restritiva de direito. 3. Habeas corpusdenegado. Decisão: a Turma indeferiu o pedidode habeas corpus. Unânime. 1ªTurma, 14/4/2009.

��HC 94848/MS — Habeas corpus .Relator(a): min. Cármen Lúcia. Julgamento:14/4/2009. Órgão julgador: Primeira Turma.Publicação: DJE-089. Divulg.: 14/5/2009.Public.: 15/5/2009. Ement.: Vol-02360-03.Pp-00436. Ementa: Habeas corpus. Contro-vérsia referente à aplicação da causa de dimi-nuição prevista no artigo 33, § 4º, da Lei11.343/06 aos crimes cometidos na vigênciada Lei 6.368/76. Impossibilidade. Precedentes.1. O entendimento deste Supremo Tribunal éno sentido de que não é possível aplicar a causade diminuição prevista no artigo 33, § 4º, daLei 11.343/06 à pena-base relativa à conde-nação por crime cometido na vigência da Lei6.368/76, sob pena de se estar criando umanova lei que conteria o mais benéfico dessaslegislações. Precedentes. 2. Ordem denegada.Decisão: a Turma indeferiu o pedido de habeascorpus. Unânime. Falou o dr. Antonio de Maiae Pádua, defensor público da União, pelo pa-ciente. 1ª Turma, 14/4/2009.

� HC 96287/SP — Habeas corpus.Relator(a): min. Cezar Peluso. Julgamento: 31/3/2009. Órgão julgador: Segunda Turma. Pu-blicação: DJE-094. Divulg.: 21/5/2009. Public.:22/5/2009. Ement.: vol-02361-04.Pp-00769.Ementa: Ação penal. Detração. Período de pri-são preventiva ou cautelar. Contagem ou cál-culo para fim de prescrição da pretensão puni-tiva. Inadmissibilidade. Medida restrita à exe-cução e cumprimento de pena. HC denegado.Inteligência dos artigos 42 e 113 do CP. Prece-dentes. O tempo de prisão cautelar não podeser computado para efeito de prescrição. Deci-são: a Turma, à unanimidade, conheceu, emparte, do pedido e, na parte conhecida, odenegou, nos termos do voto do relator. Ausen-

te, justificadamente, neste julgamento, o senhorministro Celso de Mello. 2ª Turma, 31/3/2009.

� HC 95113/RS — Habeas corpus. Relator(a):min. Cezar Peluso. Julgamento: 14/4/2009. Ór-gão julgador: Segunda Turma. Publicação: DJE-089. Divulg.: 14/5/2009. Public.: 15/5/2009.Ement.: vol-02360-03. Pp-00498. Ementa: Exe-cução penal. Pena privativa de liberdade. Regimede cumprimento. Progressão. Indeferimento.Admissibilidade. Prática de falta grave reconheci-da. Fuga do paciente. Aplicação do artigo 112 daLei n° 7.210/84 — Lei de Execução Penal. HCdenegado. Precedentes. A prática de falta grave,como fuga do estabelecimento penitenciário,acarreta recontagem do prazo para progressão deregime de cumprimento da pena. Decisão: a Tur-ma, por votação unânime, indeferiu o pedido dehabeas corpus, nos termos do voto do relator.Falou, pelo paciente, o dr. Paulo Unes. Ausentes,justificadamente, neste julgamento, a senhoraministra Ellen Gracie e o senhor ministro Eros Grau.Presidiu, este julgamento, o senhor ministro Celsode Mello. 2ª turma, 14/4/2009.

� HC 96431/RJ — Habeas corpus.Relator(a): min. Cezar Peluso. Julgamento: 14/4/2009. Órgão julgador: Segunda Turma. Pu-blicação: DJE-089. Divulg.: 14/5/2009. Public.:15/5/2009. Ement.: vol-02360-03. Pp-00613.Ementa: Crime. Condenação. Pena. Comutação.Indulto parcial. Caráter condicional. Legalidade re-conhecida. Exclusão do benefício a condenado porcrime hediondo. Ato discricionário do presidente daRepública. HC denegado. Precedente. Aplicação dosartigos 2°, I, da Lei n° 8.072/90, e 7º, I, do Decreto

3.226/99. Anistia, indulto, graça e comutação depena constituem objeto do exercício do poder dis-cricionário do presidente da República, cujo decre-to pode, observando as limitações constitucionais,prever a concessão do benefício apenas a conde-nados que preencham certas condições ou requisi-tos. Decisão: a Turma, por votação unânime, in-deferiu o pedido de habeas corpus, nos termos dovoto do relator. Ausente, justificadamente, nestejulgamento, a senhora ministra Ellen Gracie. Presi-diu, este julgamento, o senhor ministro Celso deMello. 2ª Turma, 14/4/2009.

� CC 102832/MG — Conflito de compe-tência: 2009/0016941-4 Relator(a): ministroNapoleão Nunes Maia Filho. Órgão julgador:Terceira Seção. Data do julgamento: 25/3/2009. Data da publicação/fonte: DJE: 22/4/2009. Ementa: Conflito negativo de compe-tência. Penal. Violência doméstica e familiarcontra a mulher (Lei 11.340/06). Agressão deex-companheiro aparentemente vinculada àrelação íntima de afeto do agressor com a víti-ma. Lesão corporal, injúria e ameaça. JuizadoEspecial e Vara Criminal. Previsão expressa deafastamento da Lei dos Juizados Especiais (Lei9.099/95). Artigos 33 e 41 da Lei 11.340/06.Parecer do MPF pela competência do juízo sus-citado. Conflito conhecido, para declarar a com-petência do juízo de Direito da Vara Criminal eExecução Penal de São Sebastião do Paraíso/MG, o suscitado. 1. A Lei 11.340/06 buscou pro-teger não só a vítima que coabita com oagressor, mas também aquela que, no passa-do, já tenha convivido no mesmo domicílio,contanto que haja nexo entre a agressão e a

relação íntima de afeto que já existiu entre osdois. 2. A conduta atribuída ao ex-companhei-ro da vítima amolda-se, em tese, ao dispostono artigo 7°, inciso I, da Lei 11.340/06, que visaa coibir a violência física, entendida como qual-quer conduta que ofenda a integridade ou asaúde corporal da mulher, a violência psicológi-ca e a violência moral, entendida como qual-quer conduta que configure calúnia, difamaçãoou injúria. 3. Ao cuidar da competência, o arti-go 41 da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha)estabelece que, aos crimes praticados com vi-olência doméstica e familiar contra a mulher,independentemente da pena prevista, não seaplica a Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especi-ais Criminais). O artigo 33 da citada lei, por suavez, dispõe que enquanto não estiveremestruturados os Juizados de Violência Domés-tica e Familiar contra a Mulher, as Varas Crimi-nais acumularão as competências cível e crimi-nal para conhecer e julgar as causas decorren-tes de violência doméstica. 4. Afastou-se, as-sim, em razão da necessidade de uma respos-ta mais eficaz e eficiente para os delitos dessanatureza, a conceituação de crimes de menorpotencial ofensivo, punindo-se mais severa-mente aquele que agride a mulher no âmbitodoméstico ou familiar. 5. A definição ou aconceituação de crimes de menor potencialofensivo é da competência do legislador ordi-nário, que, por isso, pode excluir alguns tipospenais que em tese se amoldariam ao procedi-mento da Lei 9.099/95, em razão do quantumda pena imposta, como é o caso de algunsdelitos que se enquadram na Lei 11.340/06, porentender que a real ofensividade e o bem ju-rídico tutelado reclamam punição mais seve-ra. 6. Conflito conhecido, para declarar a com-petência do juízo de Direito da Vara Criminale Execução Penal de São Sebastião do Paraí-so/MG, o suscitado, em conformidade com oparecer ministerial. Acórdão: Vistos, relatadose discutidos estes autos, acordam os minis-tros da Terceira Seção do Superior Tribunal deJustiça, na conformidade dos votos e dasnotas taquigráficas a seguir, por unanimida-de, conhecer do conflito e declarar compe-tente o suscitado, juízo de Direito da VaraCriminal e Execução Penal de São Sebastiãodo Paraíso/MG, nos termos do voto do sr.ministro-relator. Votaram com o relator os srs.ministros Jorge Mussi, Og Fernandes, CelsoLimongi (desembargador-convocado do TJ/SP), Felix Fischer, Laurita Vaz e ArnaldoEsteves Lima. Ausentes, justificadamente, asra. ministra Maria Thereza de Assis Moura e,ocasionalmente, o sr. ministro Nilson Naves.Presidiu o julgamento o sr. ministro PauloGallotti.

� HC 93083/RS — Habeas corpus. Relator(a): min.Cezar Peluso. Julgamento: 14/4/2009. Órgão julgador:Segunda Turma. Publicação: DJE-089. Divulg.: 14/5/2009. Public.: 15/5/2009. Ement.: vol-02360-02. Pp-00350. Ementa: Execução penal. Pena privativa de li-berdade. Regime de cumprimento. Regressão a maisgravoso. Admissibilidade. prática de falta grave reco-nhecida. Apreensão de arma em poder do condenado.Aplicação do artigo 118, I, da Lei nº 7.210/84 — Lei deExecução Penal. HC denegado. Precedentes. Éadmissível a regressão a regime mais gravoso de cum-

primento de pena, em razão do cometimento de falta grave, como a apreensão de arma empoder do condenado. Decisão: a Turma, por votação unânime, indeferiu o pedido de habeascorpus, nos termos do voto do relator. Falou, pelo paciente, o dr. Paulo Unes. Ausente,justificadamente, neste julgamento, a senhora ministra Ellen Gracie. Presidiu, este julgamento, osenhor ministro Celso de Mello. 2ª Turma, 14/4/2009.

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687AGOSTO DE 2009

STJ

TRIBUNA DO DIREITO JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA

��CC 68529/MT — Conflito de competên-cia: 2006/0182983-1. Relator(a): ministro OgFernandes. Órgão julgador: Terceira Seção.Data do julgamento: 25/3/2009. Data da pu-blicação/fonte: DJE: 24/4/2009. Ementa: Con-flito negativo de competência. Penal. Porte ile-gal de arma de fogo. Inexistência de conexãocom o delito de tráfico internacional de drogas.Competência da Justiça estadual. 1. No casovertente, o porte ilegal de arma de fogo de usorestrito ouproibido atribuído a um dos acusadosnão enseja a competência da Justiça Federal,porquanto não caracterizada a conexão com odelito de tráfico internacional de entorpecen-tes a que responde o réu e os demais agentes.2. A mera ocorrência, em uma mesma circuns-tância, dos delitos de porte ilegal de arma defogo e tráfico internacional de drogas não ensejaa reunião dos processos, pois, na espécie dosautos, um crime ou sua prova não é elementardo outro, não se vislumbrando a existência darelação de dependência entre os delitos. 3.Conflito conhecido para determinar competen-te o suscitante, juízo de Direito da 3ª Vara Cri-minal de Cáceres/MT. Acórdão: Vistos, relata-dos e discutidos os autos, em que são partes asacima indicadas, acordam os ministros da Ter-ceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, porunanimidade, conhecer do conflito e declararcompetente o suscitante, juízo de Direito da 3ªVara Criminal de Cáceres/MT, nos termos do votodo sr. ministro-relator. Votaram com o relator ossrs. ministros Celso Limongi (desembargador-convocado do TJ-SP), Felix Fischer, Laurita Vaz,Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes MaiaFilho e Jorge Mussi. Ausentes, justificadamente,a sra. ministra Maria Thereza de Assis Moura e,ocasionalmente, o sr. ministro Nilson Naves. Pre-sidiu o julgamento o sr. ministro Paulo Gallotti.

� CC 87589/SP — Conflito de competên-cia: 2007/0155487-4. Relator(a): ministro Og Fer-nandes. Órgão julgador: Terceira Seção. Data dojulgamento: 25/3/2009. Data da publicação/fon-te: DJE: 24/4/2009. Ementa: Conflito negativode competência. Penal. Interceptação telefôni-ca deferida por juízo federal. Indícios de crime derufianismo de competência da Justiça estadual.1. Embora o procedimento tenha se originadopor meio de medida cautelar (interceptação te-lefônica), deferida pelo juízo federal, se as inves-tigações lograram comprovar tão-somente aprática, em tese, do delito de rufianismo,irrelevante a alegação de existência de depen-dência com ação penal versando acerca de trá-fico de pessoas, porquanto não se verifica que asprovas produzidas tenham relação com o pro-cesso principal em curso na Justiça Federal. 2.Inocorre o instituto da prevenção previsto no ar-

tigo 83 do Código de Processo Penal porquantoinexistem dois juízos igualmente competentes.Em que pese a decretação da interceptação te-lefônica ter se dado pelo juízo Federal, óbice nãose verifica para que a apuração do suposto crimeali revelado ocorra perante a Justiça estadual porser a competente para o exame do feito, sobpena de afronta ao princípio do juiz natural. 3.Conflito conhecido para determinar competen-te o suscitado, juízo de Direito do Departamen-to de Inquéritos e Polícia Judiciária de São Paulo/SP. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos osautos em que são partes as acima indicadas,acordam os ministros da Terceira Seção do Su-perior Tribunal de Justiça, por unanimidade, co-nhecer do conflito e declarar competente o sus-citado, juízo de Direito do Departamento de In-quéritos e Polícia Judiciária de São Paulo/SP, nostermos do voto do sr. ministro-relator. Votaramcom o relator os srs. ministros Celso Limongi (de-

sembargador-convocado do TJ-SP), Felix Fischer,Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, NapoleãoNunes Maia Filho e Jorge Mussi. Ausentes,justificadamente, a sra. ministra Maria Therezade Assis Moura e, ocasionalmente, o sr. ministroNilson Naves. Presidiu o julgamento o sr. minis-tro Paulo Gallotti.

��CC 93128/MG — Conflito de competên-cia: 2008/0009241-9. Relator(a): ministro OgFernandes. Órgão julgador: Terceira Seção.Data do julgamento: 25/3/2009. Data da pu-blicação/fonte: DJE: 24/4/2009. Ementa: Con-flito negativo de competência. Processual pe-nal. Delito de trânsito. Lesão corporal culposa.Infração de menor potencial ofensivo. Compe-tência dos Juizados Especiais. 1. Lesão corporalculposa praticada na direção de veículoautomotor descreve a figura do artigo 303 doCódigo de Trânsito Brasileiro com pena máxi-

ma abstratamente cominada em 2 (dois) anos.2. Lei n° 10.259/01 e Lei n° 11.313/06conceituaram os delitos de menor potencialofensivo, alterando o artigo 61 da Lei n° 9.099/95. 3. Competência do Juizado Especial Crimi-nal para conhecer e julgar crimes de menorpotencial ofensivo, cuja pena não ultrapasse 2(dois) anos, independente de rito especial.Competência absoluta, fixada em razão da ma-téria. 4.Conflito conhecido para determinarcompetente o suscitado, juízo de Direito doJuizado Especial Cível e Criminal de Uberlândia/MG. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos,em que são partes as acima indicadas, acordam osministros da Terceira Seção do Superior Tribunal deJustiça, por unanimidade, conhecer do conflito edeclarar competente o suscitado, juízo de Direito doJuizado Especial Cível e Criminal de Uberlândia/ MG,nos termos do voto do sr. ministro-relator. Votaramcom o relator os srs. ministros Celso Limongi (desem-bargador-convocado do TJ-SP), Felix Fischer, LauritaVaz, Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes MaiaFilho e Jorge Mussi. Ausentes, justificadamente, asra. ministra Maria Thereza de Assis Moura e, ocasi-onalmente, o sr. ministro Nilson Naves. Presidiu o jul-gamento o sr. ministro Paulo Gallotti.

� CC 93596/RJ — Conflito de competên-cia: 2008/0019798-3. Relator(a): ministro OgFernandes. Órgão julgador: Terceira Seção.Data do julgamento: 25/3/2009. Data da pu-blicação/fonte: DJE: 24/4/2009. Ementa: Con-fl ito negativo de competência. Penal.Estelionato. Inexistência de crime contra o Sis-tema Financeiro Nacional. Competência daJustiça estadual. 1. A conduta dos investigadosconsistente em levar a erro instituição financei-ra visando obter crédito pessoal consignado, semdestinação específica, à revelia dos supostosbeneficiários, caracteriza o delito de estelionatoe não se subsume ao tipo penal previsto no ar-tigo 19 da Lei 7.492/86. 2. Conflito conhecidopara determinar competente o suscitado, juízode Direito da 2ª Vara Criminal da Ilha do Gover-nador/RJ. Acórdão: Vistos, relatados e discutidosos autos, em que são partes as acima indicadas,acordam os ministros da Terceira Seção do Su-perior Tribunal de Justiça, por unanimidade, co-nhecer do conflito e declarar competente o sus-citado, juízo de Direito da 2ª Vara Criminal daIlha do Governador/RJ, nos termos do voto dosr. ministro-relator. Votaram com o relator os srs.ministros Celso Limongi (desembargador-convo-cado do TJ-SP), Felix Fischer, Laurita Vaz, ArnaldoEsteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jor-ge Mussi. Ausentes, justificadamente, a sra. mi-nistra Maria Thereza de Assis Moura e, ocasio-nalmente, o sr. ministro Nilson Naves. Presidiu ojulgamento o sr. ministro Paulo Gallotti.

��CC 48178/SP — Conflito decompetência: 2005/0026678-7.Relator(a): ministro Og Fernandes.Órgão julgador: Terceira Seção. Datado julgamento: 25/3/2009. Data dapublicação/fonte: DJE: 24/4/2009.Ementa: Conflito negativo decompetênc ia .Pena l .Comer-cialização de CDs falsificados. Viola-ção de direito autoral. Ausência deinteresse da União. Competência daJustiça estadual. 1. A conduta decomercializar CDs falsificados carac-teriza apenas o delito de violaçãode direito autoral, em atenção aoprincípio da especialidade. Não ha-vendo indícios da introdução ilegalno País de outras mercadorias, afas-tada está a competência da Justi-ça Federal para o exame do feito.2. A mera confissão do acusadoquanto a origem estrangeira damercadoria é insuficiente para a con-figuração dos delitos previstos no artigo 334, caput, e alíneas do Código Penal. 3. Conflito conhe-cido para determinar competente o suscitante, juízo de Direito da 2ª Vara Criminal de Aparecida/SP. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos, em que são partes as acima indicadas, acor-dam os ministros da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer doconflito e declarar competente o suscitante, juízo de Direito da 2ª Vara Criminal de Aparecida/SP,nos termos do voto do sr. ministro-relator. Votaram com o relator os srs. ministros Celso Limongi(desembargador-convocado do TJ-SP), Felix Fischer, Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, NapoleãoNunes Maia Filho e Jorge Mussi. Ausentes, justificadamente, a sra. ministra Maria Thereza deAssis Moura e, ocasionalmente, o sr. ministro Nilson Naves. Presidiu o julgamento o sr. ministroPaulo Gallotti.

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AGOSTO DE 2009

TRIBUNA DO DIREITO

31/5/09

STJ

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA

688

Jurisprudência extraída do Boletim deJurisprudência da Procuradoria de JustiçaCriminal do Ministério Público do Estado deSão Paulo, coordenada pelos procuradoresde Justiça Júlio César de Toledo Piza (secre-tário executivo), Fernando José Marques(vice-secretário executivo) e pelos promo-tores de Justiça Antonio Ozório Leme deBarros e José Roberto Sígolo.

��CC 95343/SP — Conflito de competên-cia: 2008/0087697-3. Relator(a): ministro OgFernandes. Órgão julgador: Terceira Seção.Data do julgamento: 25/3/2009. Data da pu-blicação/fonte: DJE: 24/4/2009. Ementa: Con-flito negativo de competência. Penal. Inquéri-to. Operações de crédito realizadas em lojasvirtuais mediante a utilização de cartões mag-néticos e CPF de terceiros. Estelionato. Consu-mação. Comarcas diversas. Competência firma-da pela prevenção. 1. Indiciado que realizavacompras em estabelecimentos virtuais utilizan-do-se de dados de cartão de crédito e CPF deterceiros. Valendo-se deste ardil, induzia asempresas lesadas a entregar, voluntariamentee com o seu consentimento, as mercadoriasobjeto do crime. 2. Não sendo possível definir,até o presente momento, o local exato da in-fração, mormente a indicação de que váriasforam as vítimas e empresas lesadas, mostra-se aplicável, portanto, o disposto no artigo 70,§ 3°, c.c. o artigo 83, do CPP, segundo os quais:“incerto o limite territorial entre duas ou maisjurisdições, ou quando incerta a jurisdição por tersido a infração consumada ou tentada nas divi-sas de duas ou mais jurisdições, a competênciafirmar-se-á pela prevenção.” 3. Conflito conhe-cido para determinar competente o suscitado,juízo de Direito da 1ª Vara Criminal de JoãoPessoa/PB. Acórdão: Vistos, relatados e discu-tidos os autos, em que são partes as acimaindicadas, acordam os ministros da TerceiraSeção do Superior Tribunal de Justiça, por una-nimidade, conhecer do conflito e declarar com-petente o suscitado, juízo de Direito da 1ª VaraCriminal de João Pessoa/PB, nos termos do votodo sr. ministro-relator. Votaram com o relatoros srs. ministros Celso Limongi (desembargador-convocado do TJ-SP), Felix Fischer, Laurita Vaz,Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes MaiaFilho e Jorge Mussi. Ausentes, justificadamente,a sra. ministra Maria Thereza de Assis Moura e,ocasionalmente, o sr. ministro Nilson Naves. Pre-sidiu o julgamento o sr. ministro Paulo Gallotti.

��CC 100576/PB — Conflito de competên-cia: 2008/0243750-1. Relator(a): ministro OgFernandes. Órgão julgador: Terceira Seção.Data do julgamento: 25/3/2009. Data da pu-blicação/fonte: DJE: 24/4/2009. Ementa: Con-flito negativo de competência. Penal. Inquéri-to. Lesão corporal na direção de veículoautomotor e omissão de socorro. Competên-

cia da Justiça comum. 1. De acordo com o ar-tigo 105, inciso i, alínea “d”, da ConstituiçãoFederal, compete ao STJ dirimir conflito entreJuizado Especial e Vara Criminal da Justiça co-mum, haja vista a inexistência de vinculaçãojurisdicional entre os Juizados Especiais e o Tri-bunal de Justiça. 2. Conforme entendimentodesta Corte, embora haja divergência entre osórgãos ministeriais sobre a correta capitulaçãoda conduta, verifica-se, no caso vertente, amanifestação expressa dos juízes ao acolher apromoção do membro do Parquet atuante norespectivo juízo, o que caracteriza o incidentecompetencial e não de atribuições. 3. Uma vezconfirmado que o investigado se evadiu semprestar socorro à vítima, merece aplicação, emtese, o aumento de pena daí decorrente, pre-visto no parágrafo único do artigo 303 da Lei9.503/07, o que afasta o processamento dofeito perante o Juizado Especial, porquanto ul-trapassado o limite da pena que firmaria a com-petência da Justiça Especializada. 4. Conflitoconhecido para determinar competente o sus-citado, juízo de Direito da 1ª Vara Criminal deDelitos e Tóxicos e Trânsito de Campina Gran-de/PB. Acórdão: Vistos, relatados e discutidosos autos, em que são partes as acima indicadas,acordam os ministros da Terceira Seção do Su-perior Tribunal de Justiça, por unanimidade, co-nhecer do conflito e declarar competente o sus-citado, juízo de Direito da 1ª Vara Criminal deDelitos e Tóxicos e Trânsito de Campina Gran-de/PB, nos termos do voto do sr. ministro-relator.Votaram com o relator os srs. ministros CelsoLimongi (desembargador-convocado do TJ-SP),Felix Fischer, Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima,Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi.Ausentes, justificadamente, a sra. ministraMaria Thereza de Assis Moura e, ocasionalmen-te, o sr. ministro Nilson Naves. Presidiu o julga-mento o sr. ministro Paulo Gallotti.

��CC 102723/MG — Conflito de compe-tência: 2009/0014504-9. Relator(a): ministroOg Fernandes. Órgão julgador: Terceira Seção.Data do julgamento: 25/3/2009. Data da pu-blicação/fonte: DJE: 24/4/2009. Ementa: Con-flito negativo de competência. Processual pe-nal. Remessa dos autos do Juizado Especial paraa Justiça comum, diante da complexidade dacausa, após oferecimento da denúncia. Ausên-cia de ilegalidade. 1. Ação penal instauradaperante Juizado Especial Criminal com posteri-

or remessa dos autos ao juízo comum pela ne-cessidade de realização de procedimento demaior complexidade. 2. Embora a Lei n° 9.099/95 estabeleça que a complexidade do feito deveser considerada antes do oferecimento da de-núncia, havendo complexidade da causa incom-patível com o rito dos Juizados Especiais, aindaassim deve ser a competência para processar ejulgar o feito deslocada para o juízo comum, sobpena de não se alcançar a finalidade e os prin-cípios norteadores da lei que rege os JuizadosEspeciais. 3. Conflito conhecido para declararcompetente o juízo de Direito da 4ª Vara Cri-minal de Juiz de Fora/MG, o suscitante.Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os au-tos, em que são partes as acima indicadas, acor-dam os ministros da Terceira Seção do SuperiorTribunal de Justiça, por unanimidade, conhe-cer do conflito e declarar competente osuscitante, juízo de Direito da 4ª Vara Criminalde Juiz de Fora/MG, nos termos do voto do sr.ministro-relator. Votaram com o relator os srs.

��CC 48933/RJ — Conflito de competência: 2005/0060867-2. Relator(a): ministro OgFernandes. Órgão julgador: Terceira Seção. Data do julgamento: 25/3/2009. Data da pu-blicação/fonte: DJE: 24/4/2009. Ementa: Conflito negativo de competência. Operação “Ca-valo de Aço”. Formação de quadrilha ou bando. Multiplicidade de réus. Existência de cone-xão entre crimes praticados em comarcas diversas. Peculiaridades do caso concreto. Impos-sibilidade de reunião do feito sem causar tumulto processual. 1. Em ação penal instauradaem desfavor de trinta e cinco acusados, o reconhecimento da inexistência de conexão entreas condutas de alguns investigados e os crimes perpetrados pelos demais, porquanto prati-cados os delitos em comarcas diversas, não revela hipótese de rejeição da denúncia comoentende o juízo suscitante. 2. Aferir acerca da existência de conexão, no caso vertente, émedida incabível em sede de conflito de competência, mormente a necessidade do exameapurado de provas, verificada em razão da complexidade do feito e pluralidade de réus. 3.Acrescente-se a informação de que vários dos acusados já tiveram sentença prolatada pelojuízo suscitado, encontrando-se o feito em fases processuais distintas, tudo a afastar a pos-sibilidade de nova reunião dos processos, sob pena de causar tumulto ao bom andamentoda marcha processual. 4. Conflito conhecido para determinar competente o suscitante,juízo de Direito da 2ª Vara de Valença/RJ. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos osautos, em que são partes as acima indicadas, acordam os ministros da Terceira Seçãodo Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do conflito e declarar com-petente o suscitante, juízo de Direito da 2ª Vara de Valença/RJ, nos termos do votodo sr. ministro-relator. Votaram com o relator os srs. ministros Celso Limongi (desem-bargador-convocado do TJ-SP), Felix Fischer, Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima,Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi. Ausentes, justificadamente, a sra. minis-tra Maria Thereza de Assis Moura e, ocasionalmente, o sr. ministro Nilson Naves. Pre-sidiu o julgamento o sr. ministro Paulo Gallotti.

ministros Celso Limongi (desembargador-con-vocado do Tribunal de Justiça do Estado de SãoPaulo, Felix Fischer, Laurita Vaz, Arnaldo EstevesLima, Napoleão Nunes Maia Filho e Jorge Mussi.Ausentes, justificadamente, a sra. ministraMaria Thereza de Assis Moura e, ocasionalmen-te, o sr. ministro Nilson Naves. Presidiu o julga-mento o sr. ministro Paulo Gallotti.

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7AGOSTO DE 2009

TRIBUNA DO DIREITOLIVROSLIVROS

EDITORA SARAIVA

Estatuto do DesarmamentoEstatuto do DesarmamentoEstatuto do DesarmamentoEstatuto do DesarmamentoEstatuto do Desarmamento

Renato MarcãoRenato MarcãoRenato MarcãoRenato MarcãoRenato Marcão

2ª edição, de acordo com as Leis11.706/08 e 11.719/08. Anotações einterpretação jurisprudencial daparte criminal da Lei 10.826/03. Oautor trata dos crimes e das penas:posse irregular de arma de fogo deuso permitido, omissão de cautela,porte ilegal de arma de fogo de usopermitido, disparo de arma de fogo,posse ou porte ilegal de arma de fogode uso restrito, comércio ilegal dearma de fogo, tráfico internacionalde arma de fogo. O autor é membrodo Ministério Público de São Paulo.

Comentários ao CódigoComentários ao CódigoComentários ao CódigoComentários ao CódigoComentários ao Códigode Defesa do Consumidorde Defesa do Consumidorde Defesa do Consumidorde Defesa do Consumidorde Defesa do Consumidor

Luiz Paulo da Silva Araújo FilhoLuiz Paulo da Silva Araújo FilhoLuiz Paulo da Silva Araújo FilhoLuiz Paulo da Silva Araújo FilhoLuiz Paulo da Silva Araújo Filho

2ª edição, revista e atualizada. Examinaos preceitos mais relevantes abrangidospelo texto legal, como a questão dainversão do ônus da prova, os mecanis-mos de defesa coletiva dos direitos doconsumidor, a atuação do Ministério Pú-blico, entidades oficiais e associações, aantecipação da tutela, as restrições àintervenção de terceiros e a ação regres-siva, entre muitos outros que receberamanálise minuciosa. Cada disposição daparte processual do código mereceudetida atenção e vem estampada naprópria sequência do diploma legal.

A Defesa dos InteressesA Defesa dos InteressesA Defesa dos InteressesA Defesa dos InteressesA Defesa dos InteressesDifusos em JuízoDifusos em JuízoDifusos em JuízoDifusos em JuízoDifusos em Juízo

Hugo Nigro MazzilliHugo Nigro MazzilliHugo Nigro MazzilliHugo Nigro MazzilliHugo Nigro Mazzilli

22ª edição. Cuida da defesa judicial dosinteresses difusos, coletivos e individuaishomogêneos como aqueles relacionadosà proteção do meio ambiente, ao con-sumidor, à criança e ao adolescente, aoidoso, ao patrimônio público e social.Analisa todas as questões processuaisreferentes ao tema: o inquérito civil, ointeresse de agir, a legitimação, a con-cessão de liminares e os recursos, conver-tendo a obra num autêntico manual dedefesa dos interesses metaindividuais,tutelados por meio da ação civil públicae da ação coletiva.

ArbitragemArbitragemArbitragemArbitragemArbitragem

Fábio Pedro AlemFábio Pedro AlemFábio Pedro AlemFábio Pedro AlemFábio Pedro Alem

Volume 16 da Coleção Prática doDireito, coordenada pelo professorEdílson Mougenot Bonfim. A obratrata do procedimento arbitral apre-sentado-o como uma verdadeira alter-nativa ao Judiciário na solução deconflitos. Oferece modelos de cláu-sulas, acordos e petições e, ainda, doisquadros comparativos, que facilitamo entendimento do assunto. O primeiroestabelece as mais notáveis diferençasentre ações judiciais e arbitragem, e osegundo confronta as característicasdas principais instituições arbitrais.

Introdução aos RecursosIntrodução aos RecursosIntrodução aos RecursosIntrodução aos RecursosIntrodução aos RecursosCíveis e à Ação RescisóriaCíveis e à Ação RescisóriaCíveis e à Ação RescisóriaCíveis e à Ação RescisóriaCíveis e à Ação Rescisória

Bernardo Pimentel SouzaBernardo Pimentel SouzaBernardo Pimentel SouzaBernardo Pimentel SouzaBernardo Pimentel Souza

6ª edição, atualizada de acordo comas Leis 11.672/08 e 11.697/08. DaSérie Instituto Brasiliense deDireito Público (idp). A primeiraparte dedica-se à teoria geral dosrecursos, que envolve os princípiosrecursais, os requisitos de admis-sibilidade e diversos outros temascuja análise se faz necessária paracompreensão das espécies recursais,que são objeto da segunda parte daobra. A terceira parte cuida da açãorescisória, trazendo seus antecedenteshistóricos, etc.

LANÇAMENTO

Contratos de ResseguroContratos de ResseguroContratos de ResseguroContratos de ResseguroContratos de Resseguro

Luiz BojungaLuiz BojungaLuiz BojungaLuiz BojungaLuiz Bojunga

Comentários à Lei do Resseguro (LeiComplementar n° 126/07. Apresentaduas partes: transferência de riscose resseguro (transferência de riscos,resseguro clássico, limitações datransferência de riscos tradicional,resseguro financeiro, instrumentosda Transferência Alternativa deRiscos - TAR/ART); comentários à Leido Resseguro brasileira. Em anexotraz o Decreto-Lei n° 73/66 e aResolução Susep n° 161/07. O autoré consultor independente, professoruniversitário e árbitro.

EDITORA RENOVAR

LANÇAMENTO

Mandado de SegurançaMandado de SegurançaMandado de SegurançaMandado de SegurançaMandado de Segurança

Vidal Serrano Nunes Júnior eVidal Serrano Nunes Júnior eVidal Serrano Nunes Júnior eVidal Serrano Nunes Júnior eVidal Serrano Nunes Júnior eMarcelo SciorilliMarcelo SciorilliMarcelo SciorilliMarcelo SciorilliMarcelo Sciorilli

Os autores tratam do mandado de se-gurança (conceito e natureza jurídica,cabimento, restrições ao cabimentodo mandado de segurança, legiti-midade ativa e passiva: impetrante eimpetrado, prazo para a impetração,competência, etc.); da ação civil pú-blica (conceito, interesses ou direitostutelados, inquérito civil, competên-cia, etc. ); da ação popular (conceito,finalidade e natureza dos interessestutelados, etc.); do habeas data (con-ceito, objeto e natureza jurídica, cabi-mento, etc.); do mandado de injunção.

LANÇAMENTO

EDITORA GZ EDITORA VERBATIM

Responsabilidade Civil —Responsabilidade Civil —Responsabilidade Civil —Responsabilidade Civil —Responsabilidade Civil —Teoria e Prática das AçõesTeoria e Prática das AçõesTeoria e Prática das AçõesTeoria e Prática das AçõesTeoria e Prática das Ações

Luiz Cláudio Silva e KarlaLuiz Cláudio Silva e KarlaLuiz Cláudio Silva e KarlaLuiz Cláudio Silva e KarlaLuiz Cláudio Silva e KarlaDagma Cerqueira BarrocoDagma Cerqueira BarrocoDagma Cerqueira BarrocoDagma Cerqueira BarrocoDagma Cerqueira Barroco

4ª edição, ampliada e atualizada.Temas abordados: evolução históri-ca da responsabilidade civil; nature-za da responsabilidade civil; causasde exclusão de responsabilidade civil;culpa na responsabilidade civil; im-putação da responsabilidade civil;direito de regresso; transferência daobrigação aos herdeiros e sucessorese sua limitação; responsabilidadecivil decorrente de relação de consu-mo; responsabilidade civil pela co-brança antecipada de dívida e repe-tição do indébito; etc.

Legítima Defesa noLegítima Defesa noLegítima Defesa noLegítima Defesa noLegítima Defesa noTribunal do JúriTribunal do JúriTribunal do JúriTribunal do JúriTribunal do Júri

Sônia Carvalho deSônia Carvalho deSônia Carvalho deSônia Carvalho deSônia Carvalho deAlmeida MaronAlmeida MaronAlmeida MaronAlmeida MaronAlmeida Maron

A legítima defesa, como prescritanos artigos 23 e 25 do Código Penal,é apresentada na visão geral da an-tijuridicidade, passando pela forma-ção histórica da ideia de condutacontrária ao Direito, desenvolvendo-se até as divisões doutrinárias do ins-tituto e alcançando as noções dosaspectos objetivo e subjetivo, sob oponto de vista da norma e da condu-ta. A abordagem da legítima defesaapresenta a formação histórica efundamentos, tendo como corolárioa sua aplicação no Tribunal do Júri.

LANÇAMENTO

Dispensa e InexigibilidadeDispensa e InexigibilidadeDispensa e InexigibilidadeDispensa e InexigibilidadeDispensa e Inexigibilidadede Licitaçãode Licitaçãode Licitaçãode Licitaçãode Licitação

Eduardo Martines Júnior eEduardo Martines Júnior eEduardo Martines Júnior eEduardo Martines Júnior eEduardo Martines Júnior eValdemar Latance NetoValdemar Latance NetoValdemar Latance NetoValdemar Latance NetoValdemar Latance Neto

A partir da análise de variados casosde contratação de advogados peloPoder Público com base na regra doartigo 25, inciso II, da Lei n. 8.666/93,que permite a contratação direta porinexigibilidade de licitação, conside-radas a natureza singular do serviçoa ser prestado e a notória especializa-ção do profissional contratado, o livroexamina cada um dos requisitos exi-gidos pela lei e traz estudo da juris-prudência nacional sobre esse tema.Outras hipóteses de dispensa e inexigi-bilidade de licitação são examinadas.

LANÇAMENTO

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AGOSTO DE 20098LIVROSLIVROS

TRIBUNA DO DIREITO

EDITORA SARAIVA

Em parceria com o Instituto Bra-siliense de Direito Público (IDP), aEditora Saraiva está publicando a4ª edição da obra Curso de DireitoConstitucional, atualizada até aEC n° 57/08, basicamente con-cebida a partir das aulas que sãoministradas pelos autores: GilmarFerreira Mendes, ministro do Su-premo Tribunal Federal; Ino-cêncio Mártires Coelho, ex-pro-curador-geral da República; ePaulo Gustavo Gonet Branco,procurador-regional da Repúblicano Distrito Federal. Cada um dosautores se incumbiu de um grupode tópicos. Os capítulos sobrelimites dos direitos fundamentais,direito de propriedade, direitoadquirido, direitos fundamentaisde caráter judicial, direito denacionalidade, direitos políticos,Poder Executivo e Poder Judiciário,além de toda a parte sobre controlede constitucionalidade, foramescritos por Gilmar Mendes. Oscapítulos sobre o ordenamentojurídico, fundamentos do Estadode Direito, Estado de Direito eEstado de exceção, direitos sociais,princípios constitucionais daAdministração Pública e osprincípios da ordem tributária eorçamentária, além dos tópicosde hermenêutica jurídica, coube-ram a Inocêncio Coelho. Já os ca-pítulos sobre o Poder Constituinteoriginário e Poder Constituinte dereforma couberam a Paulo Branco,responsável também pelos tópicosda teoria geral dos direitos fun-damentais, liberdades funda-mentais, Estado Federal, PoderLegislativo e funções essenciais àJustiça. A disposição temáticareflete toda a sólida experiênciados autores adquirida no âmbitoda Suprema Corte, da Advocaciae do Ministério Público Federal. Oministro Gilmar Mendes tambémé professor de Direito Constitu-cional nos cursos de graduação epós-graduação da Faculdade deDireito da Universidade de Brasília,membro do Instituto Brasiliensede Direito Público (IDP) e membroda Academia Brasileira de LetrasJurídicas. Inocêncio Coelho é doutorem Direito e professor do InstitutoBrasiliense de Direito Público.

Curso de Direito

Constitucional

Tudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaOuvir Sobre DireitosOuvir Sobre DireitosOuvir Sobre DireitosOuvir Sobre DireitosOuvir Sobre DireitosTrabalhistasTrabalhistasTrabalhistasTrabalhistasTrabalhistas

Frederico Zimmermann NetoFrederico Zimmermann NetoFrederico Zimmermann NetoFrederico Zimmermann NetoFrederico Zimmermann Neto

Temas abordados no audiolivro:Direito do Trabalho: noção e impor-tância; princípios; o empregado; otrabalho da mulher; o trabalho domenor; tipos especiais de empre-gado; os não empregados; o em-pregador; contrato individual dotrabalho: conceito e objeto; carac-terísticas e classificação do contra-to individual do trabalho; altera-ções nas condições de trabalho; sus-pensão das condições de trabalho;extinção do contrato individual detrabalho; etc.

Responsabilidade Civil dosResponsabilidade Civil dosResponsabilidade Civil dosResponsabilidade Civil dosResponsabilidade Civil dosAdministradores de S/AAdministradores de S/AAdministradores de S/AAdministradores de S/AAdministradores de S/Ae as Ações Correlatase as Ações Correlatase as Ações Correlatase as Ações Correlatase as Ações Correlatas

Marcelo Vieira Von AdamekMarcelo Vieira Von AdamekMarcelo Vieira Von AdamekMarcelo Vieira Von AdamekMarcelo Vieira Von Adamek

A obra trata do atual e instigantetema da responsabilidade civil dosadministradores de sociedades anô-nimas. Preocupado em oferecer umavisão completa do tema, o autor nãorestringiu a sua pesquisa aos pres-supostos do dever de indenizar e assuas causas extintivas; indo além,tratou também dos deveres dos ad-ministradores e das ações previstasna lei acionária para efetivá-los, coma análise dos seus pressupostos ma-teriais e processuais. Traz subsídiosde direito comparado.

Remuneração dosRemuneração dosRemuneração dosRemuneração dosRemuneração dosAgentes PúblicosAgentes PúblicosAgentes PúblicosAgentes PúblicosAgentes Públicos

Wallace Paiva Martins JuniorWallace Paiva Martins JuniorWallace Paiva Martins JuniorWallace Paiva Martins JuniorWallace Paiva Martins Junior

Dos vários temas que compõem adisciplina do Direito Administrativo,a remuneração dos agentes públicosé, decerto, um dos que estiveram ex-postos a vicissitudes e alterações. Oautor aborda o tema em oito capítulos:introdução; agentes públicos: concei-to e classificação; agentes públicosna Constituição de 1988; sistemasremuneratórios dos agentes públicos;normas constitucionais da remune-ração; irredutibilidade, piso e teto re-muneratórios; remuneração dosagentes políticos; etc.

Terras Terras Terras Terras Terras ParticularesParticularesParticularesParticularesParticulares

Humberto Theodoro JúniorHumberto Theodoro JúniorHumberto Theodoro JúniorHumberto Theodoro JúniorHumberto Theodoro Júnior

5ª edição, revista e atualizada.Apresenta 15 capítulos: noçõesgerais; demarcação de terras: ocondomínio sobre terras e sua ex-tinção; o juízo divisório; as açõesde divisão e de demarcação de ter-ras particulares — generalidades;ação de demarcação — peculia-ridades; os critérios definidoresda demarcação; ação de demar-cação — primeira fase do procedi-mento; ação de demarcação — se-gunda fase do procedimento; açãode divisão — peculiaridades; etc.

LANÇAMENTO LANÇAMENTO

Estatuto da MicroempresaEstatuto da MicroempresaEstatuto da MicroempresaEstatuto da MicroempresaEstatuto da Microempresae da Empresa dee da Empresa dee da Empresa dee da Empresa dee da Empresa dePequeno PortePequeno PortePequeno PortePequeno PortePequeno Porte

Obra coletivaObra coletivaObra coletivaObra coletivaObra coletiva

Lei Complementar n° 123/06. 3ªedição. Da Coleção Saraiva deLegislação. Edição acompanhada de:Fórum Permanente das Microem-presas e Empresas de Pequeno Porte;Lei de Falências e Recuperação deEmpresas; Lei de Licitações; micro-empreendedor individual. Incluiainda dispositivos da Constituição edo Código Civil. Obra coletiva deautoria da Editora Saraiva com acolaboração de Antonio Luiz de To-ledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dosSantos Windt e Livia Céspedes.

O Valor da Reparação MoralO Valor da Reparação MoralO Valor da Reparação MoralO Valor da Reparação MoralO Valor da Reparação Moral

Mirna CianciMirna CianciMirna CianciMirna CianciMirna Cianci

A dificuldade de apurar o valor dodano moral levou a autora a inves-tigar os critérios a serem adotadosna consecução de sua justa repa-ração. Para obter êxito nessa pes-quisa, retratou a evolução históricada ressarcibilidade de danos desde aAntiguidade até os tempos atuais,relatando a resistência doutrináriaà admissão da reparação do danomoral. Conceitua o dano moral eenfrenta questões polêmicas como odano moral à pessoa jurídica, danomoral ao alienado mental,etc.

Decisões emDecisões emDecisões emDecisões emDecisões emMatéria TributáriaMatéria TributáriaMatéria TributáriaMatéria TributáriaMatéria Tributária

Renata Elaine SilvaRenata Elaine SilvaRenata Elaine SilvaRenata Elaine SilvaRenata Elaine Silva

Toda e qualquer discussão em DireitoTributário gira em torno da inconsti-tucionalidade e constitucionalidadedos tributos. Por isso, não se pode es-tudar Direito Tributário sem ana-lisar as decisões proferidas pelos ór-gãos do Judiciário, em especial as doSTF. A autora, coordenadora e pro-fessora do curso de pós-graduaçãolato sensu em Direito Tributário daEPD, traz para sua área de especia-lidade os conhecimentos sobre con-trole de constitucionalidade colhidosna seara do Direito Constitucional.

Lei dos Juizados EspeciaisLei dos Juizados EspeciaisLei dos Juizados EspeciaisLei dos Juizados EspeciaisLei dos Juizados EspeciaisCriminais AnotadaCriminais AnotadaCriminais AnotadaCriminais AnotadaCriminais Anotada

Damásio de JesusDamásio de JesusDamásio de JesusDamásio de JesusDamásio de Jesus

11ª edição. Este trabalho chegoupela primeira vez ao mercado poucodepois da publicação da Lei 9.099/95, que instituiu os Juizados Espe-ciais Cíveis e Criminais. A obra ofereceos dispositivos penais da lei comexplanações, comentários, remis-sões à legislação e referências juris-prudenciais e bibliográfica, forneceos antecedentes do trabalho de ediçãodo diploma legal e faz uma aprecia-ção genérica acerca do procedimen-to por ele instaurado. O autor é procu-rador de Justiça aposentado.

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

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19AGOSTO DE 2009

GENTE DO DIREITO

Celso Viáfora, oadvogado que acabou

virando cantor

Celso Viáfora, nascido em São Paulo, é compositor,intérprete, violonista e arranjador. Estudoumúsica na Fundação das Artes de São Caetanodo Sul e arranjo com Nelson Ayres. Nos anos 70começou a produzir trilhas para teatro. Venceuvários festivais musicais em emissoras detelevisão. Mas, pouca gente sabe é que elecursou Direito na USP, embora nunca tenhaexercido a profissão. Foi funcionário público, maslicenciou-se para voltar à música. Em 1992,lançou o primeiro disco “Celso Viáfora” na regiãoNorte, por uma gravadora regional. O segundofoi “Paixão Candeeira”, em 1997. Depois vieramoutros, inclusive “Nossas canções”, em parceriacom Ivan Lins. O advogado que fez da música aprofissão, é autor de mais de 300 composiçõesem parceria com Vicente Barreto, EduardoGudin, Jean e Paulo Garfunkel, Ivan Lins, ChicoCésar, Nana Caymmi, Beth Carvalho, MPB-4,etc. A obra passa por todos os ritmos. Entre ascomposições destacam-se “Altares”, “Não vousair”, “Algodão doce”, “Mariana”, “Mil maravilhas”,“Algo assim de lua”, “Arte”, “Olhando Belém” e“Fatalidade”.B

Carlos Eduardo Moreira FerreiraO advogado e ex-deputado federal é o

novo integrante do Conselho Consultivo doCentro de Integração Empresa-Escola(CIEE), organização filantrópica não-go-vernamental sem fins lucrativo.

Eduardo UhleinCearense, é o novo desembargador do TJ-RS.

Leonel Pires OhlweilerLeonel Pires OhlweilerLeonel Pires OhlweilerLeonel Pires OhlweilerLeonel Pires OhlweilerFoi nomeado desembargador do TJ-RS.

Luiz Gonzaga DantasBacharel em Direito e ex-secretário exe-

cutivo do Conselho Estadual de Defesa dosDireitos da Pessoa Humana foi empossado,dia 29 de junho, como Ouvidor das Políciasdo Estado de São Paulo.

Melissa Dederian Amaral VieiraFoi contratada pelo escritório de Advoca-

cia Celso Botelho de Moraes para o Depar-tamento Cível.

Namyr Carlos de Souza FilhoÉ o novo desembargador do TJ-ES.

Ricardo Castro NascimentoFoi empossado em junho, pela segunda

vez (reeleito), como presidente da Associa-ção dos Juízes Federais de São Paulo eMato Grosso do Sul (Ajufesp)

Ricardo Tadeu Marques da FonsecaProcurador do MTP do Paraná e único

membro do Ministério Público que é cego,aos 50 anos foi nomeado juiz do TribunalRegional do Trabalho da 9ª Região (PR).B

Raquel SantosRaquel SantosRaquel SantosRaquel SantosRaquel Santos

Internet

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20 AGOSTO DE 2009

ADVOCACIA - 3

Porte de arma do advogado: questão de isonomia

VALDINAR MONTEIRO DE SOUZA*

empre defendi que oadvogado deve terassegurado instituci-onalmente o direitode, se quiser, portararma de fogo de de-

fesa pessoal, independentemente dequalquer ato formal de licença ou auto-rização. E defendo mais. O advogadodeve ter, por questão de isonomia pro-cessual com os juízes de Direito e mem-bros do Ministério Público, a prerrogati-va processual de ser julgado pelo Tribu-nal de Justiça do seu Estado.

Já escrevi sobre isso no meu blog,em 26/10/2006, quando publiquei oartigo intitulado "Prerrogativas institu-cionais e processuais do advogado", porocasião de visita do advogado HaroldoJúnior Cunha e Silva, então candidatoa presidente da subseção da Ordem dosAdvogados do Brasil de Marabá, que lo-grou ser eleito e atualmente exerce omandato. Volto a escrever agora, porconvicção pessoal e, principalmente,para atender ao pedido de colegas.

Pois bem. Faz-se necessário alteraro Estatuto da Advocacia e da Ordem dosAdvogados do Brasil (EAOAB), que é aLei nº 8.906, de 4/7/1994, para quesejam positivadas, dentre as que já sãoenumeradas expressamente no artigo 7º,duas novas prerrogativas do advogado,a primeira, institucional; a segunda,processual. São elas a prerrogativa ins-titucional de portar arma de defesa pes-soal, independentemente de qualquerato formal de licença ou autorização, e aprocessual de ser processado e julgado

perante o Tribunal de Justiça do Estado. Sou a favor de que a lei permita que

as pessoas de bem, querendo, possamportar de arma de defesa. Sempre fui,porque isso é inteiramente compatívelcom o Estado Democrático de Direito.O que não se deve tolerar é o porte ile-gal de armas, que, infelizmente, temincidência cada dia mais acentuada emtodo o território nacional. O cidadão debem anda desarmado, indefeso e inse-guro (porque o Estado não lhe dá segu-rança alguma, nem em casa, nem naIgreja, nem em qualquer outro lugar),mas, como se diz popularmente, o infra-tor da lei anda armado até os dentes.

O Estatuto do Desarmamento (Leinº 10.826, de 22/12/2003), que regulao registro, a posse e a comercializaçãode armas de fogo e munição, dispõesobre o Sistema Nacional de Armas(Sinarm) e faz tipificações penais (de-fine os crimes respectivos) constitui-seem barreira inexpugnável para o cida-dão de bem que pretenda comprar umaarma; o bandido, contudo, compra ar-mas e munições com muita facilidade.

Não é desarmando as pessoas debem ou proibindo a aquisição legal dearmas de fogo que será combatida, comourge combater eficazmente, a violência.Não, não é, porque as principais cau-sas da violência são outras. Com efei-to, se tivesse sido aprovada a proibiçãototal no referendo que foi feito há pou-cos anos, a violência teria aumentadoainda mais, pois assaltantes e outros in-fratores, que continuariam armados(como continuam e continuarão), teri-am sempre a certeza absoluta de quetodas as outras pessoas, com as rarís-simas exceções previstas na lei, estari-am desarmadas. E, assim, passariam aagir com mais audácia e sem nenhumsobrosso, sem nenhum receio, semprecertos de que não haveria resistência al-guma, em face da impossibilidade mate-rial decorrente da inexistência de arma defogo nas casas e nos locais de trabalho.

No que diz respeito ao advogado, en-tendo que o porte de arma é necessárioe inteiramente justificado. Não só pelanatureza dos serviços que presta e que,direta ou indiretamente, o expõem à vi-olência de terceiros, senão também poruma questão de isonomia perante a lei

e a Constituição. Não há qualquer ra-zão para que juízes e membros do Mi-nistério Público tenham porte de armainerente à função e os advogados nãotenham. A mesma coisa deve ser ditaem relação à prerrogativa de foro ou prer-rogativa processual.

Ambas, a prerrogativa institucional ea processual, são asseguradas aos ju-ízes e membros do Ministério Público nasleis respectivas (Lei Orgânica da Ma-gistratura Nacional, Lei Orgânica do Mi-nistério Público da União e Lei Orgâni-ca Nacional do Ministério Público). Epor que não são asseguradas, de formaisonômica, aos advogados na sua lei or-gânica, o EAOAB, que é a Lei nº 8.906?

Juízes e membros do MinistérioPúblico têm porte de arma de defesapessoal inerente à função, ou seja, in-dependentemente de qualquer ato for-mal de licença ou autorização.

O que autoriza e legaliza o porte écarteira de juiz, de procurador ou de pro-motor. Isso está previsto na Lei Com-plementar nº 35, de 14/3/1979 (artigo35, inciso V), para os juízes; na Lei Com-plementar nº 75, de 20/5/1993 (artigo18, inciso I, alínea "e"), para os procu-radores; e na Lei nº 8.625, de 12/2/1993(artigo 42), para os promotores. Da

mesma forma deve ser para os advoga-dos, quer sejam profissionais liberais,quer sejam advogados públicos. Por quenão? Qual a razão para o tratamento di-ferenciado? Nenhuma. Simplesmente,não há uma razão sequer.

Quanto à prerrogativa processualestá prevista nos mesmos diplomas le-gais. Juízes de Direito e promotores deJustiça são processados e julgados pe-rante o Tribunal de Justiça do respecti-vo Estado; juízes federais e procurado-res, perante o Tribunal Regional Fede-ral respectivo.

Assim, não resta dúvida de que sefaz imperiosa a alteração da Lei nº 8.906,para assegurar o tratamento isonômico,até porque não há hierarquia nem su-bordinação entre advogados, magistra-dos e membros do Ministério Público,como diz expressamente o artigo 6º doEAOAB.

O direito de portar arma de defesapessoal deverá estar escrito na carteirade advogado, por determinação expres-sa da lei federal, como está escrito nacarteira de juiz e de membro do Minis-tério Público.B

S*Advogado em Marabá (PA).

e faltar documento para comprovaçãodo direito pretendido, o juiz deve per-

mitir a juntada. O entendimento é da QuartaTurma do STJ, ao determinar novo julgamentode uma ação de cobrança ajuizada pelo Centrode Educação Superior de Brasília (Cesb), con-tra um aluno pelo não pagamento das mensali-dades de fevereiro a junho de 2004.

O juiz de primeiro grau havia julgado im-procedente a ação, porque, segundo ele, aescola teria deixado de anexar documentosque comprovassem os serviços prestados noprimeiro semestre de 2004. A instituição deensino apelou ao TJ-DFT, sem sucesso. Otribunal alegou que o Cesb não juntou aosautos a prova de renovação automática de

Na falta de documentodeve-se permitir a juntada

matrícula, prevista no contrato assinado en-tre as partes, e que os documentos apre-sentados não seriam novos. Para o TJ-DFT,seria inviável a produção de provas naquelemomento do processo.

No STJ, o relator, ministro Aldir Passa-rinho Junior, explicou que a falta de provas éuma irregularidade superável, "principal-mente considerando-se que o recorrentetem posse de documentos comprovando afrequência escolar do aluno", mas que foramdesconsiderados em razão da "decretação dapreclusão de sua juntada". Alegou, ainda,que a primeira instância não abriu prazopara produção de provas em primeira ins-tância. (RESP 1035955)B

S

Livraria e Editora Universitária de DireitoRua Santo Amaro, 586 – Bela Vista – São Paulo – SPwww.editoraleud.com.br e-mail: [email protected]

NOVIDADESeREEDIÇÕES

MANUAL PRÁTICO DO JÚRIRomualdo Sanches Calvo Filho1ª edição 2009

BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOSHermes Arrais Alencar4a edição 2009 Revista e Atualizada

PROCESSO DE EXECUÇÃO E CUMPRIMENTO DA SENTENÇAHumberto Theodoro Júnior26ª edição 2009

OS PLANOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE E OS TRANSPLANTES DE ÓRGÃOSNazir David Milano FilhoRodolfo Cesar Milano1a edição 2009

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21AGOSTO DE 2009

NOTAS

Concurso TJ-SPEstão abertas até o dia 18 as ins-crições, apenas pela internet(www.vunesp.com.br) para o con-curso de Oficial de Justiça do TJ-

SP. O salário inicial é de R$ 3.150,97. Se-rão preenchidas 500 vagas, sendo 100 nacapital e as demais no interior. A prova deve-rá ser dia 11 de outubro.

CNJO Senado aprovou no dia 7 de ju-lho os nomes do ministro IvesGandra da Silva Martins Filho;dos desembargadores Leomar

Barros Amorim de Souza e Milton Augustode Brito Nobre; dos juízes Morgana de Al-meida Rocha, Nelson Tomaz Braga, Paulode Tarso Tamburini Souza e Walter Nunesda Silva Júnior; do procurador José AdônisCallou de Araújo; do promotor Felipe Lo-cloe Cavalcanti; e dos advogados JeffersonLuis Kraychychyn e Jorge Helio Chaves deOliveira para compor o Conselho Nacionalde Justiça. O nome do advogado Marcelo daCosta Pinto Neves já tinha sido aprovado em17 de junho e tomou posse no dia 8 de julho.

Emerenciano, Baggio e AssociadosQue criou um blog (http://recu-peraçãojudicial.blospot.com) paraesclarecer dúvidas sobre a recu-peração judicial, inaugurou filial

em Porto Alegre, sob responsabilidade dossócios Felipe Ferreira Silva e Luiz AlbertoPereira Filho. O escritório fica na AvenidaCarlos Gomes, 466, 10°, telefone (0xx51)3073-9001.

EstagiáriosAs inscrições para estagiários deDireito na Defensoria Pública doEstado de São Paulo poderãoser feitas, gratuitamente, do dia

5 ao dia 14, das 10 às 17 horas, nas regio-nais Civil, Criminal, Norte-Oeste, de Osasco, da Região Metropolitana e de Jundiaí. Nototal, são 110 vagas. Informações emhttp://www.defensoria.sp.gov/dpesp/reposi-t o r i o / 0 / d o c u m e n t o s / c o n c u r s o s /2009_07_21edita

FGV Direito RioOs Cadernos Colaborativos daEscola de Direito da FGV do Riode Janeiro receberam o prêmioe-Learning Brasil 2009/2010. O

prêmio é nacional e anual e destina-se ainstituições que buscam o aperfeiçoamen-to, desenvolvimento e implantação de pro-gramas de aprendizado através de tecnolo-gia de ensino à distância.

Inglês para advogadosA Englishtown, escola de Inglêson line, lançou um módulo espe-cial do idioma para a área de Di-reito. A escola, criada em 1966,

tem mais de 40 anos de experiência e 15milhões de usuários em todo o mundo. In-formações em [email protected].

In memoriamFaleceram dia 28 de junho, naParaíba, aos 59 anos, o juiz JoãoBatista de Souza e, em São Pau-lo, a advogada Luciana Bandeira;

dia 2 de julho em Igarassu (PE), aos 40anos, assassinada, a advogada Karina LígiaCruz Amorim; dia 4, aos 78 anos, o advoga-do Manir Haddad; dia 5, em São Paulo, ajuíza do Trabalho Claudete Terezinha TafuriQueiroz; dia 6, aos 92 anos, em Curitiba, odesembargador Sczepan Maximiliano Stasi-ak; dia 10, em Piracicaba (SP), aos 49 anos,o advogado João Carlos de Almeida Pedroso;dia 11, em Florianópolis (SC), aos 82 anos, oex-conselheiro do TCE Milton José Cherem;em São Paulo, aos 89 anos, o advogadoFrancisco de Assis Calazans de Freitas; dia12, em São Paulo, aos 25 anos, em acidenteautomobilístico, o advogado Pedro HenriqueDavoli; dia 14, em São José do Rio Preto, aos74 anos, o advogado Paulo Roque; dia 15,em Campinas (SP), aos 92 anos, o ex-juiz eprofessor Sylvio Fernando Paes de Barros;dia 17, em São Paulo, aos 73 anos, o advoga-do Paulo Guilherme B. Cruz; dia 18, no Riode Janeiro, aos 45 anos (assassinado) o ad-vogado Bolívar Souza da Silva; dia 19, emSão Paulo, aos 69 anos, o advogado LuizEduardo Gradnjean Pinto; dia 21, em SãoPaulo, aos 81 anos, o advogado Francisco Bu-eno de Aguiar; dia 22, em Caxias do Sul(RS), aos 53 anos, o juiz aposentado do TJ-AM, Francisco de Assis Ataíde; dia 23, noCeará, em acidente automobilístico,o juizRoberto Jorge Feitosa de Carvalho; dia 24,em São Paulo, aos 61 anos, o advogadoMarcos Augusto Corsini; dia 25, aos 75anos, em São Paulo, o advogado Tomaz Fer-reira Rodrigues e o procurador de Justiçaaposentado Nicolau Zarif; dia 27 em SãoPaulo, aos 49 anos o advogado Mário Gar-cia Machado Júnior; dia 28, no Paraná, aos

65 anos, o desembargador Mario Raul.

Paulo BomfimO TJ-SP aproveitou a comemora-ção do 77° aniversário da Revolu-ção Constitucionalista de 1932para inagurar o Espaço Cultural

Sala Poeta Paulo Bomfim. O “príncipe dospoetas” é decano da Academia Paulista deLetras, é chefe do cerimonial e Relações Pú-blicas do TJ-SP e colaborador do “Tribuna”.

ProcuradorA Procuradoria Geral do Estado de SãoPaulo abriu concurso para 100 vagas deprocurador do Estado de São Paulo, nivel I.O salário inicial é de R$ 12.331,79 e as ins-

crições exclusivamente em www.concursosfcc.com.br,até o dia 14. Informações pelos telefones (0xx11)3372-6495/3286-7039.

PUC-SP 63 anosEm comemoração aos 63 anos daPontifícia Universidade Católica deSão Paulo (PUC-SP), o Centro deEx-Alunos promove dia 8, às

19h30, no teatro Tuca (Rua Monte Alegre,1.024, Perdizes), o 20° Encontro de Ex-Alu-nos, aberto a ex-alunos de todos os cursos e tur-mas Este ano, serão destacadas as turmas de1949, 1959, 1969, 1974, 1979, 1984, 1989,1994, 1999 e 2004 de todos os cursos. Serãohomenageados professores escolhidos pelasturmas aniversariantes e ex-alunos da Faculda-de de Economia, Administração, Contabilidade eAtuária (FEA), com atuação de destaque emvárias áreas. Informações pelos telefones(0xx11) 3670-8419/8420/8287.B

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22 AGOSTO DE 2009

EMENTAS

HHHHHONORÁRIOSONORÁRIOSONORÁRIOSONORÁRIOSONORÁRIOS AAAAADVOCATÍCIOSDVOCATÍCIOSDVOCATÍCIOSDVOCATÍCIOSDVOCATÍCIOS. D. D. D. D. DUUUUU-----PLICATASPLICATASPLICATASPLICATASPLICATAS EEEEE LETRASLETRASLETRASLETRASLETRAS DEDEDEDEDE C C C C CÂMBIOÂMBIOÂMBIOÂMBIOÂMBIO SASASASASA-----CADASCADASCADASCADASCADAS PELOPELOPELOPELOPELO CREDORCREDORCREDORCREDORCREDOR TÊMTÊMTÊMTÊMTÊM VEDAÇÃOVEDAÇÃOVEDAÇÃOVEDAÇÃOVEDAÇÃO

DEDEDEDEDE PROTESTOPROTESTOPROTESTOPROTESTOPROTESTO EEEEE ENDOSSOENDOSSOENDOSSOENDOSSOENDOSSO..... IIIIINAPLINAPLINAPLINAPLINAPLI-----CABILIDADECABILIDADECABILIDADECABILIDADECABILIDADE DESTADESTADESTADESTADESTA VEDAÇÃOVEDAÇÃOVEDAÇÃOVEDAÇÃOVEDAÇÃO QUANTOQUANTOQUANTOQUANTOQUANTO AOSAOSAOSAOSAOS CHEQUESCHEQUESCHEQUESCHEQUESCHEQUES

EEEEE NOTASNOTASNOTASNOTASNOTAS PROMISSÓRIASPROMISSÓRIASPROMISSÓRIASPROMISSÓRIASPROMISSÓRIAS DEDEDEDEDE EMISSÃOEMISSÃOEMISSÃOEMISSÃOEMISSÃO DODODODODO DEVEDORDEVEDORDEVEDORDEVEDORDEVEDOR.....EEEEEMISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃO DEDEDEDEDE FATURAFATURAFATURAFATURAFATURA EEEEE BOLETOSBOLETOSBOLETOSBOLETOSBOLETOS BANCÁRIOSBANCÁRIOSBANCÁRIOSBANCÁRIOSBANCÁRIOS PELOPELOPELOPELOPELO

CREDORCREDORCREDORCREDORCREDOR ÉÉÉÉÉ PERMITIDAPERMITIDAPERMITIDAPERMITIDAPERMITIDA, , , , , ATENDIDASATENDIDASATENDIDASATENDIDASATENDIDAS ASASASASAS CONDIÇÕESCONDIÇÕESCONDIÇÕESCONDIÇÕESCONDIÇÕES DODODODODO

ARTIGOARTIGOARTIGOARTIGOARTIGO 42 42 42 42 42 DODODODODO CEDCEDCEDCEDCED. V. V. V. V. VEDAÇÃOEDAÇÃOEDAÇÃOEDAÇÃOEDAÇÃO DEDEDEDEDE SEUSEUSEUSEUSEU PROTESTOPROTESTOPROTESTOPROTESTOPROTESTO.....BBBBBOLETOOLETOOLETOOLETOOLETO BANCÁRIOBANCÁRIOBANCÁRIOBANCÁRIOBANCÁRIO NÃONÃONÃONÃONÃO ÉÉÉÉÉ TÍTULOTÍTULOTÍTULOTÍTULOTÍTULO DEDEDEDEDE CRÉDITOCRÉDITOCRÉDITOCRÉDITOCRÉDITO EEEEEPODEPODEPODEPODEPODE SERSERSERSERSER LEVADOLEVADOLEVADOLEVADOLEVADO AOAOAOAOAO BANCOBANCOBANCOBANCOBANCO RECEBEDORRECEBEDORRECEBEDORRECEBEDORRECEBEDOR, , , , , DESDEDESDEDESDEDESDEDESDE QUEQUEQUEQUEQUE

AUTORIZADOAUTORIZADOAUTORIZADOAUTORIZADOAUTORIZADO PELOPELOPELOPELOPELO CLIENTECLIENTECLIENTECLIENTECLIENTE EEEEE SEMSEMSEMSEMSEM QUALQUERQUALQUERQUALQUERQUALQUERQUALQUER INSINSINSINSINS-----TRUÇÃOTRUÇÃOTRUÇÃOTRUÇÃOTRUÇÃO EMEMEMEMEM CASOCASOCASOCASOCASO DEDEDEDEDE SEUSEUSEUSEUSEU INADIMPLEMENTOINADIMPLEMENTOINADIMPLEMENTOINADIMPLEMENTOINADIMPLEMENTO. V. V. V. V. VEDAEDAEDAEDAEDA-----ÇÃOÇÃOÇÃOÇÃOÇÃO DEDEDEDEDE SEUSEUSEUSEUSEU PROTESTOPROTESTOPROTESTOPROTESTOPROTESTO..... ————— O artigo 42 do CEDdetermina a vedação de saque de títulos decrédito pela sociedade de advogados ou es-critório de Advocacia para recebimento dehonorários advocatícios, vedação esta so-mente aplicável em se tratando d issão defatura, mas se proíbe o seu protesto. Pro-testo e endosso são vedados nestes casos.Estas vedações não alcançam os cheques enotas promissórias, pois são títulos de cré-dito emitidos pelo devedor e não contem-plados no artigo impeditivo. Não há qual-quer restrição ético-legal para que o advo-gado ou sociedade de advogados utilizem deboleto bancário para recebimento de seuscréditos, limitando-se a não outorgar aobanco recebedor qualquer procedimentocontra o devedor em caso de inadimple-mento, devendo constar que o "documentonão é protestável". Proc. E-3.662/2008,v.u., em 19/11/2008, do parecer e ementado rel. dr. Carlos José Santos da Silva, rev.dr. Zanon de Paula Barros, presidente dr.Carlos Roberto F. Mateucci.

PPPPPUBLICIDADEUBLICIDADEUBLICIDADEUBLICIDADEUBLICIDADE. A. A. A. A. ANÚNCIONÚNCIONÚNCIONÚNCIONÚNCIO NANANANANA CAPACAPACAPACAPACAPA DADADADADA

LISTALISTALISTALISTALISTA TELEFÔNICATELEFÔNICATELEFÔNICATELEFÔNICATELEFÔNICA. I. I. I. I. IMPOSSIBILIDAMPOSSIBILIDAMPOSSIBILIDAMPOSSIBILIDAMPOSSIBILIDA-----DEDEDEDEDE; ; ; ; ; IIIIIIIIII) ) ) ) ) ANÚNCIOANÚNCIOANÚNCIOANÚNCIOANÚNCIO VEICULADOVEICULADOVEICULADOVEICULADOVEICULADO EMEMEMEMEM

CONJUNTOCONJUNTOCONJUNTOCONJUNTOCONJUNTO COMCOMCOMCOMCOM OUTRASOUTRASOUTRASOUTRASOUTRAS ATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADES.....IIIIIMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADE, , , , , NOSNOSNOSNOSNOS TERMOSTERMOSTERMOSTERMOSTERMOS DODODODODO ARTIGOARTIGOARTIGOARTIGOARTIGO 28, 28, 28, 28, 28, PARTEPARTEPARTEPARTEPARTE

FINALFINALFINALFINALFINAL, , , , , EEEEE PROVIMENTOPROVIMENTOPROVIMENTOPROVIMENTOPROVIMENTO 94/2000, 94/2000, 94/2000, 94/2000, 94/2000, DODODODODO CFOABCFOABCFOABCFOABCFOAB; ; ; ; ; IIIIIIIIIIIIIII) ) ) ) ) PUPUPUPUPU-----BLICIDADEBLICIDADEBLICIDADEBLICIDADEBLICIDADE. C. C. C. C. CARTÃOARTÃOARTÃOARTÃOARTÃO DEDEDEDEDE VISITAVISITAVISITAVISITAVISITA DEDEDEDEDE ADVOGADOADVOGADOADVOGADOADVOGADOADVOGADO. A. A. A. A. ATUAÇÃOTUAÇÃOTUAÇÃOTUAÇÃOTUAÇÃO

EMEMEMEMEM DIREITODIREITODIREITODIREITODIREITO PREVIDENCIÁRIOPREVIDENCIÁRIOPREVIDENCIÁRIOPREVIDENCIÁRIOPREVIDENCIÁRIO. O. O. O. O. OPÇÃOPÇÃOPÇÃOPÇÃOPÇÃO PELAPELAPELAPELAPELA UTILIZAÇÃOUTILIZAÇÃOUTILIZAÇÃOUTILIZAÇÃOUTILIZAÇÃO

DADADADADA EXPRESSÃOEXPRESSÃOEXPRESSÃOEXPRESSÃOEXPRESSÃO " " " " "APOSENTADORIASAPOSENTADORIASAPOSENTADORIASAPOSENTADORIASAPOSENTADORIAS" " " " " OUOUOUOUOU " " " " "APOSENTADORIAPOSENTADORIAPOSENTADORIAPOSENTADORIAPOSENTADORI-----ASASASASAS EMEMEMEMEM GERALGERALGERALGERALGERAL" " " " " NONONONONO MESMOMESMOMESMOMESMOMESMO, , , , , CONSAGRADACONSAGRADACONSAGRADACONSAGRADACONSAGRADA PELOPELOPELOPELOPELO USOUSOUSOUSOUSO POPOPOPOPO-----PULARPULARPULARPULARPULAR. P. P. P. P. POSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADEOSSIBILIDADE. E. E. E. E. EXCEPCIONALIDADEXCEPCIONALIDADEXCEPCIONALIDADEXCEPCIONALIDADEXCEPCIONALIDADE..... — — — — —I)Não há impedimento de o advogado anúnci-ar seu nome e suas especialidades em catá-logo telefônico onde pode aparecer o nomede todos os advogados da cidade com as res-pectivas especialidades e endereços. O anún-cio do advogado ou da sociedade de advoga-dos, na capa da lista telefônica da cidade, ul-trapassa o conceito de moderação e discri-ção, pode ensejar captação de causas e cli-entes e concorrência desleal. A lista é umcatálogo distribuído para todas as pessoasque possuem telefone, fica disponível em lo-cal visível tanto nas residências, nos estabe-lecimentos comerciais, bares, restaurantes,farmácias, escritórios de empresas e repar-tições públicas. II) Não pode o advogadoveicular o seu anúncio em conjunto com ou-tras atividades, porque o artigo 28 do CEDem sua parte final, a Resolução n° 13/97deste tribunal, e o Provimento 94/2000, emseu artigo 4º, vedam a divulgação da Advo-cacia em conjunto com outra atividade. III)A publicidade do advogado encontra limitesbem definidos no artigo 28 e seguintes doCódigo de Ética Profissional e com o deta-lhamento contido no artigo 10 e seguintes

do Provimento 94/2000 do Conselho Fede-ral da OAB. Permite a legislação a utilizaçãoindicativa de títulos ou qualificações profissi-onais e a especialização. Mesmo entre osdoutos a divisão do Direito enseja férteisdiscussões acadêmicas, não sendo a mesmanem rígida, nem definitiva, mas, ao contrá-rio, a cada época, novos segmentos surgem.Se perante grande parte da população a ex-pressão Direito Previdenciário soe enigmáti-ca, "aposentadoria", ainda que signifiqueapenas um segmento da especialidade, exte-rioriza qual o tipo de atuação daquele advo-gado. Com a vênia devida, entendemos que ouso de tal expressão, consagrada pelo usopopular e adotada no cartão de visita do ad-vogado, não representa, prima facie, afron-ta à ética profissional, principalmente se re-alizado com "discrição, moderação e com fi-nalidade exclusivamente informativa". Trata-se, pois, de uma excepcionalidade a utiliza-ção da expressão "aposentadorias" ou "apo-sentadorias em geral" no cartão de visitas,redobrando-se as cautelas na observânciados mandamentos éticos, sob pena de res-ponder o advogado disciplinarmente poreventuais excessos. Proc. E-3.676/2008,em 19/11/2008, I) quanto ao anúncio emcapa de lista telefônica ferir o princípio demoderação, v.m., do parecer e ementa doJulgador dr. Luiz Antônio Gambellli, acom-panhado pela relª drª Márcia Dutra LopesMatrone; II) quanto à proibição de publici-dade de escritórios de Advocacia em veículosde mídia, desde que apareça em companhiade publicidade de outras atividades, v.m., doparecer e ementa do julgador dr. Luiz Anto-nio Gambelli, vencida a relª drª Márcia Du-tra Lopes Matrone; III) quanto à permis-são de uso da expressão "aposentadorias",como especialidade, no cartão de visitas,v.m., do parecer e ementa do julgador dr.Fábio Kalil Vilela Leite,, vencidos a relª drªMárcia Dutra Lopes Matrone e o julgadordr. Luiz Antônio Gambelli, rev. dr. Zanon dePaula Barros, presidente dr. Carlos RobertoF. Mateucci.

CCCCCASOASOASOASOASO CONCRETOCONCRETOCONCRETOCONCRETOCONCRETO. N. N. N. N. NÃOÃOÃOÃOÃO CONHECIMENCONHECIMENCONHECIMENCONHECIMENCONHECIMEN-----TOTOTOTOTO. S. S. S. S. SITUAÇÃOITUAÇÃOITUAÇÃOITUAÇÃOITUAÇÃO REALREALREALREALREAL ENTREENTREENTREENTREENTRE ADVOGAADVOGAADVOGAADVOGAADVOGA-----DODODODODO EEEEE CLIENTECLIENTECLIENTECLIENTECLIENTE RELACIONADARELACIONADARELACIONADARELACIONADARELACIONADA COMCOMCOMCOMCOM

PRESTAÇÃOPRESTAÇÃOPRESTAÇÃOPRESTAÇÃOPRESTAÇÃO DEDEDEDEDE CONTASCONTASCONTASCONTASCONTAS..... — — — — — Pelorelato formulado na consulta, verifica-setratar de caso concreto relacionado à pres-tação de contas entre advogado e cliente,acerca de valores devidos ao cliente e ao ad-vogado, a título de honorários profissionais.Caso não resolvida amigavelmente, será ob-jeto de apreciação do Poder Judiciário. Alémdisso, formular questão relacionada à condu-ta de outro profissional, sobre suposta coa-ção, revela questão afeita a caso concretosobre conduta de terceiro e, mesmo sendoadvogado não nominado, escapa à compe-

tência deste Sodalício. Assim, não se conhe-ce da consulta formulada, nos termos do ar-tigo 49 do CED, artigo 136, § 3º, I, II e III,do regulamento interno da OAB-SP e Reso-lução 01/02 deste tribunal. Proc. E-3.686/2008, v.u., em 19/11/2008, do parecer eementa do rel. dr. José Eduardo Haddad,rev. dr. Cláudio Felippe Zalaf, presidente dr.Carlos Roberto F. Mateucci.

HHHHHONORÁRIOSONORÁRIOSONORÁRIOSONORÁRIOSONORÁRIOS.C.C.C.C.COMPETÊNCIAOMPETÊNCIAOMPETÊNCIAOMPETÊNCIAOMPETÊNCIA DODODODODO TEDTEDTEDTEDTED

PARAPARAPARAPARAPARA MEDIAÇÃOMEDIAÇÃOMEDIAÇÃOMEDIAÇÃOMEDIAÇÃO EEEEE CONCILIAÇÃOCONCILIAÇÃOCONCILIAÇÃOCONCILIAÇÃOCONCILIAÇÃO. I. I. I. I. INCOMNCOMNCOMNCOMNCOM-----PETÊNCIAPETÊNCIAPETÊNCIAPETÊNCIAPETÊNCIA PARAPARAPARAPARAPARA ANALISARANALISARANALISARANALISARANALISAR CASOCASOCASOCASOCASO CONCRECONCRECONCRECONCRECONCRE-----TOTOTOTOTO..... — — — — — Quando dúvidas e pen-

dências entre advogados, ou partilha de ho-norários contratados em conjunto ou medi-ante substabelecimento, ou decorrentes desucumbência, decorrem de caso concreto, acompetência deste sodalício é a de mediar econciliar as partes. A emissão de parecer,com declaração de direitos à respectiva verbahonorária de sucumbência, caracteriza fatoconcreto que obsta a atividade deste Tribunal.Feita a tentativa de conciliação, que resultouinfrutífera (artigo 50, IV, do CED), restará àspartes a discussão judicial. Proc. E-3.689/2008, v.u., em 19/11/2008, do parecer eementa do rel. dr. Jairo Haber, rev.dr. LuizAntônio Gambelli,presidente dr. Carlos Ro-berto F. Mateucci.

AAAAADVOCACIADVOCACIADVOCACIADVOCACIADVOCACIA. A . A . A . A . A ORDEMORDEMORDEMORDEMORDEM DOSDOSDOSDOSDOS ADVOGAADVOGAADVOGAADVOGAADVOGA-----DOSDOSDOSDOSDOS DODODODODO BRASILBRASILBRASILBRASILBRASIL NÃONÃONÃONÃONÃO TEMTEMTEMTEMTEM COMPECOMPECOMPECOMPECOMPE-----TÊNCIATÊNCIATÊNCIATÊNCIATÊNCIA PARAPARAPARAPARAPARA CONCEDERCONCEDERCONCEDERCONCEDERCONCEDER AUTORIZAAUTORIZAAUTORIZAAUTORIZAAUTORIZA-----ÇÃOÇÃOÇÃOÇÃOÇÃO PARAPARAPARAPARAPARA EXERCÍCIOEXERCÍCIOEXERCÍCIOEXERCÍCIOEXERCÍCIO DEDEDEDEDE ATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADE

RADIOFÔNICARADIOFÔNICARADIOFÔNICARADIOFÔNICARADIOFÔNICA. I. I. I. I. IMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADE DEDEDEDEDE EXERCÍCIOEXERCÍCIOEXERCÍCIOEXERCÍCIOEXERCÍCIO DEDEDEDEDE

ATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADEATIVIDADE JURÍDICAJURÍDICAJURÍDICAJURÍDICAJURÍDICA CONCOMITANTECONCOMITANTECONCOMITANTECONCOMITANTECONCOMITANTE COMCOMCOMCOMCOM PROFISSÃOPROFISSÃOPROFISSÃOPROFISSÃOPROFISSÃO

DEDEDEDEDE RADIALISTARADIALISTARADIALISTARADIALISTARADIALISTA. I. I. I. I. IMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADEMPOSSIBILIDADE DEDEDEDEDE USOUSOUSOUSOUSO DEDEDEDEDE CARIMBOCARIMBOCARIMBOCARIMBOCARIMBO

OUOUOUOUOU CARTÃOCARTÃOCARTÃOCARTÃOCARTÃO DEDEDEDEDE IDENTIFICAÇÃOIDENTIFICAÇÃOIDENTIFICAÇÃOIDENTIFICAÇÃOIDENTIFICAÇÃO COMCOMCOMCOMCOM DUASDUASDUASDUASDUAS INSCRIÇÕESINSCRIÇÕESINSCRIÇÕESINSCRIÇÕESINSCRIÇÕES

PROFISSIONAISPROFISSIONAISPROFISSIONAISPROFISSIONAISPROFISSIONAIS ( ( ( ( (OABOABOABOABOAB EEEEE CREACREACREACREACREA)))))..... — — — — — Não compete àOAB autorizar que o advogado prossiga nasua atividade radiofônica, competindo aesta entidade fiscalizar e punir a atitude doAdvogado caso a utilize em benefício pró-prio de sua atividade advocatícia ou benefi-ciando terceiros. Irrelevante o fato de nãoter escritório estabelecido, não-impeditivoda prática funcional. O advogado não pode-rá exercer atividade radiofônica, juntamen-te com a Advocacia, num mesmo local econcomitantemente, abstendo-se de patro-cinar interesses ligados a outras atividadesestranhas à advocacia, em que tambématue. Inexistem restrições para exercê-lasdentro dos limites estabelecidos. O advoga-do não pode utilizar cartão de visita ou ca-rimbo contendo os números de inscrição dedupla atividade. Proc. E-3.690/2008, v.u.,em 19/11/2008, do parecer e ementa dorel. dr. Cláudio Felilppe Zalaf, rev. dr. Gui-lherme Florindo Figueiredo, presidente dr.Carlos Roberto F. Mateucci.B Ementas do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP.

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23AGOSTO DE 2009

DANOS MORAIS

Devedor não tem direito à indenizaçãouem é registrado comomau pagador não podesentir-se moralmenteofendido por ter o nomeinscrito como inadimplenteem cadastros de proteção

ao crédito. O entendimento é da Segun-da Turma do STJ ao editar a Súmula nº385 que impede indenização por danomoral a pessoas que pedem reparaçãopela inscrição no cadastro negativo.

Dois processos do Rio Grande doSul serviram de precedentes para aedição da súmula. No primeiro, a con-sumidora ajuizou ação contra a Câma-ra de Dirigentes Lojistas (CDL) de Por-to Alegre por ter sido cadastrada semter recebido a notificação.

O STJ decidiu que a CDL, mesmodescumprindo o dever de enviar notifica-ção à requerente, não deve indenizá-ladevido a constatação de existência de ou-tros cadastros negativos contra a consu-midora.

No outro caso, um consumidor,alegando o mesmo motivo, impetrou

ação contra a Serasa. Ele, noentanto, tinha uma dívida deR$ 33,23 no Cartório deGuarulhos (SP) e outra de R$519,00 no Ponto Frio, em Por-to Alegre (RS). O pedido tam-bém foi negado.

A Súmula nº 385 tem a se-guinte redação: “Da anotaçãoirregular em cadastro de pro-teção ao crédito, não cabeindenização por dano moralquando preexistente legítimainscrição, ressalvado o direitoao cancelamento”. Serviramde referência na decisão o CDC(art.43, parágrafo 2º); CPC, art.543-C; Resolução, nº 8, de 7/8/2008-STJ, art 2º, parágrafo 1º;Resp 1.002.985/RS; Resp1.062.336/RS; AgRg no Resp1.057.337/RS; AgRg no Resp1.081.845/RS; Resp 992.168/RS; Resp1.008.446/RS; AgRGno Resp 1.081.404/RS; AgRgno Resp 1.046.881/RS.B

Auditor recebeCompanhia de Entrepostos e Arma-zéns Gerais de São Paulo (Ceagesp)

deverá pagar indenização por dano moral aum ex-funcionário por tê-lo submetido àpressão psicológica para aposentar-se. Adecisão, da Segunda Turma do TST, ratificacondenação imposta pelo TRT-2 (SP), quearbitrou em R$ 40 mil o valor a ser pago.

Ele começou a trabalhar na Ceagesp deAvaré (SP) em 1976. Em 1999, foi transfe-rido para São Paulo. Disse na Justiça que te-ria sido forçado a permanecer em São Pau-lo, “encostado em um canto”, e que, “o obri-garam a aposentar-se antes mesmo de com-pletar tempo de serviço, sob pena de demis-são”. Alegou que, além da redução salarial,teria exercido tarefas típicas de office-boy.

Os depoimentos de testemunhas confirma-ram. O TRT-SP concluiu que a Ceagesp expôso empregado à situação vexatória, “maculan-do a reputação no ambiente de trabalho ecausando-lhe dor e mal-estar psicológico, queresultaram na aposentadoria precoce, preju-ízo que, conforme dispositivos constitucionaise legais vigentes, merece reparação”. Acompanhia recorreu ao TST, que com enten-dimento idêntico, manteve a condenação.(AIRR – 2927/2005-018-02-40.9)B

Q A

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24 AGOSTO DE 2009

LEGISLAÇÃO

JUAREZ DEOLIVEIRA

Advogado em São Paulo e diretorda Editora Juarez de Oliveira Ltda.. [email protected].

AAAAACORDOSCORDOSCORDOSCORDOSCORDOS/C/C/C/C/CONVENÇÕESONVENÇÕESONVENÇÕESONVENÇÕESONVENÇÕES/T/T/T/T/TRATADOSRATADOSRATADOSRATADOSRATADOS ————— Decreton° 6.783, de 19/2/2009 ("DOU" de 20/2/2009), promulga o acordo entre o governoda República Federativa do Brasil e o gover-no da República Federal da Croácia sobreCooperação no Campo da Veterinária, firma-do em Zagreb, em 20/4/2004.

Decreto n° 6.782, de 18/2/2009 ("DOU"de 20/2/2009), dispõe sobre a execução do2° Protocolo Adicional ao Apêndice II doAcordo de Complementação Econômica n°55, firmado entre os governos da RepúblicaFederativa do Brasil e dos Estados UnidosMexicanos.

Decreto n° 6.781, de 18/2/2009 ("DOU"de 19/2/2009), dispõe sobre a inclusão noPrograma Nacional de Desestatização(PND), de empreendimentos de transmis-são de energia elétrica integrantes da redebásica do Sistema Interligado Nacional(SIN), determina à Agencia Nacional deEnergia Elétrica (Aneel) a promoção e oacompanhamento do processo de licitaçãodessas concessões, e dá outras providências.

Decreto n° 6.771, de 16/2/2009 ("DOU"de 17/2/2009), promulga o acordo sobreIsenção de Taxas e Emolumentos Devidos àEmissão e Renovação de Autorizações deResidência para os Cidadãos da Comunidadedos Países de Língua Portuguesa, assinadoem Brasília, em 30/7/2002.

Decreto n° 6.767, de 10/2/2009 ("DOU"de 11/2/2009), promulga o acordo entre ogoverno da República Federativa do Brasil eo governo da República da Coréia sobre Co-operação no Domínio da Defesa, firmado emBrasília, em 31/3/2006.

Decreto n° 6.766, de 10/2/2009 ("DOU" de11/2/2009), promulga a Convenção n° 178relativa à Inspeção das Condições de Vida ede Trabalho dos Trabalhadores Marítimos,assinada em Genebra, em 22/10/1996.

Decreto n° 6.763, de 5/2/2009 ("DOU"de 6/2/2009), dispõe sobre a execução do49° Protocolo Adicional ao Acordo de Com-plementação Econômica n° 35 (49PA-ACE35), entre os governos da RepúblicaArgentina, da República Federativa do Bra-sil, da República do Paraguai e da RepúblicaOriental do Uruguai, Estados-partes doMercosul, e o governo da República do Chile,de 25/11/2008.

Decreto n° 6.762, de 5/2/2009 ("DOU"de 6/2/2009), promulga o Acordo de Coope-

ração Técnica entre o governo da RepúblicaFederativa do Brasil e a União Africana, ce-lebrado em Brasília, em 28/2/2007.

Decreto n° 6.758, de 2/2/2009 ("DOU"de 3/2/2009), dispõe sobre a execução do50° Protocolo Adicional ao Acordo de Com-plementação Econômica n° 35 (50PA-ACE35), assinado entre os governos da Re-pública Argentina, da República Federativado Brasil, da República do Paraguai e daRepública Oriental do Uruguai, Estados-par-tes do Mercosul, e o governo da Repúblicado Chile, de 10/12/2008.

Decreto n° 6.757, de 2/2/2009 ("DOU"de 3/2/2009), dispõe sobre a execução do51° protocolo adicional ao Acordo de Com-plementação Econômica no 35 (51PA-ACE35), assinado entre os governos da Re-pública Argentina, da República Federativado Brasil, da República do Paraguai e daRepública Oriental do Uruguai, Estados-par-tes do Mercosul, e o governo da Repúblicado Chile, de 10/12/2008.

Decreto n° 6.753, de 28/1/2009 ("DOU"de 29/1/2009), promulga o Acordo para aConservação de Albatrozes e Petréis, adota-do na Cidade do Cabo, em 2/2/2001.

Decreto n° 6.748, de 22/1/2009 ("DOU"de 23/1/2009), promulga o Acordo de Coo-peração entre o governo da República Fede-rativa do Brasil e o governo da República deMoçambique sobre o Combate à Produção,ao Consumo e ao Tráfico Ilícitos de Entorpe-centes, Substâncias Psicotrópicas e sobre oCombate às Atividades de Lavagem de Ativose Outras Transações Financeiras Fraudulen-tas, firmado em Brasília, em 31/8/2004.

Decreto n° 6.747, de 22/1/2009 ("DOU"de 23/1/2009), promulga o Tratado de As-sistência Mútua em matéria penal entre ogoverno da República Federativa do Brasil eo governo do Canadá, celebrado em Brasília,em 27/1/1995.

AAAAADMINISTRAÇÃODMINISTRAÇÃODMINISTRAÇÃODMINISTRAÇÃODMINISTRAÇÃO F F F F FEDERALEDERALEDERALEDERALEDERAL — — — — — Decreto n°6.764, de 10/2/2009 ("DOU" de 11/2/2009), aprova a Estrutura Regimental e oQuadro Demonstrativo dos Cargos em Co-missão e das Funções Gratificadas do Minis-tério da Fazenda, e dá outras providências.

Decreto n° 6.752, de 28/1/2009 ("DOU"de 29/1/2009), dispõe sobre a programaçãoorçamentária e financeira, estabelece o cro-nograma mensal de desembolso do Poder

Executivo para o exercício de 2009, acres-ce § 4º ao artigo 9º-A do Decreto n° 2.028,de 11/10/1996, e dá outras providências.

Decreto n° 6.751, de 26/1/2009("DOU" de 27/1/2009), dispõe sobre o re-manejamento de Funções ComissionadasTécnicas (FCT) do Ministério do Planeja-mento, Orçamento e Gestão para a Supe-rintendência do Desenvolvimento do Nor-deste (Sudene).

AAAAAVIAÇÃOVIAÇÃOVIAÇÃOVIAÇÃOVIAÇÃO C C C C CIVILIVILIVILIVILIVIL — — — — — Decreto n° 6.780, de 18/2/2009 ("DOU" de 19/2/2009), aprova aPolítica Nacional de Aviação Civil (Pnac) edá outras providências.

CCCCCOMÉRCIOOMÉRCIOOMÉRCIOOMÉRCIOOMÉRCIO E E E E EXTERIORXTERIORXTERIORXTERIORXTERIOR - T - T - T - T - TRIBUTAÇÃORIBUTAÇÃORIBUTAÇÃORIBUTAÇÃORIBUTAÇÃO — — — — — De-creto n° 6.759, de 5/2/2009 ("DOU" de 6/2/2009), regulamenta a administraçãodas atividades aduaneiras, e a fiscalização,o controle e a tributação das operações decomércio exterior.

EEEEEDUCAÇÃODUCAÇÃODUCAÇÃODUCAÇÃODUCAÇÃO — — — — — Decreto n° 6.768, de 10/2/2009 ("DOU" de 11/2/2009), disciplina oPrograma Caminho da Escola.

Decreto n° 6.755, de 29/1/2009 ("DOU"de 30/1/2009), institui a Política Nacionalde Formação de Profissionais do Magisté-

rio da Educação Básica, disciplina a atua-ção da Coordenação de Aperfeiçoamentode Pessoal de Nível Superior (Capes) nofomento a programas de formação inicial econtinuada, e dá outras providências.

EEEEESTADOSTADOSTADOSTADOSTADO DEDEDEDEDE R R R R RORAIMAORAIMAORAIMAORAIMAORAIMA — — — — — Decreto n° 6.754,de 28/1/2009 ("DOU" de 29/1/2009),regu-lamenta a Lei n° 10.304, de 5/1/2001, quedispõe sobre a transferência ao domínio doEstado de Roraima de terras pertencentes àUnião, e dá outras providências.

FFFFFERROVIASERROVIASERROVIASERROVIASERROVIAS — — — — — Decreto n° 6.769, de 10/2/2009 ("DOU" de 11/2/2009), dá nova reda-ção aos artigos 5º, 6º e 7º do Decreto n°6.018, de 22/1/2007, que regulamenta aMedida Provisória n° 353, de 22/1/2007,convertida na Lei n° 11.483, de 31/5/2007,que dispõe sobre a revitalização do setorferroviário e dá outras providências.

IIIIIMPOSTOMPOSTOMPOSTOMPOSTOMPOSTO DEDEDEDEDE R R R R RENDAENDAENDAENDAENDA ————— Decreto n° 6.761,de 5/2/2009 ("DOU" de 6/2/2009), dispõesobre a aplicação da redução a zero da alí-quota do Imposto sobre a Renda incidentesobre os rendimentos de beneficiários re-sidentes ou domiciliados no exterior, e dáoutras providências. B

PPPPPESCAESCAESCAESCAESCA ————— De-creto n° 6.772, de18/2/2009 ("DOU"de 19/2/2009), dánova redação aoartigo 4º do Decre-to n° 4.810, de 19/8/2003, que esta-belece normaspara operação deembarcações pes-queiras nas zonasbrasileiras de pes-ca, alto mar e pormeio de acordos in-ternacionais.

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25AGOSTO DE 2009

DIREITO COMERCIAL

resgate da fiança bancá-ria oferecida como garan-tia da execução fiscal ficacondicionado ao trânsitoem julgado da ação. Adecisão é do STJ, ao jul-

gar processo em que uma empresa delubrificantes opôs embargos à execuçãofiscal oferecendo como garantia cartade fiança. Os embargos foram rejeitadosmotivando o Estado do Rio de Janeiro arequerer a liquidação dos valores garan-tidos pela carta de fiança.

O TJ-RJ alegou que a liquidação e orespectivo levantamento somente seri-am deferidos após o trânsito em julga-do da sentença. O Estado, por sua vez,que a execução fiscal relativa a embar-gos à execução em que foi proferida asentença de improcedência do pedidoinicial era definitiva.

Precedentes do STJ mostram que afiança bancária tem o status do depósi-to em dinheiro para efeitos de substi-tuição de penhora, sendo suficientepara a garantia da execução fiscal.Para o relator, ministro Luiz Fux, o le-vantamento só ocorrerá após o trânsi-to em julgado da sentença. (RESP1033545)B

Resgate de fiança bancária

cionistas da massa falida do Bamerinduspodem recorrer de possíveis prejuízos

com liquidação extrajudicial. Com esse entendi-mento, a Primeira Turma do STJ julgou proce-dente recurso do acionista José Eduardo de An-drade pedindo indenização do Banco Central poratos praticados durante a transferência da massafalida do Banco Bamerindus ao HSBC, após aintervenção em 1997. Segundo o autor da ação,foram vendidos cerca de dois mil imóveis do Ba-merindus, avaliados erroneamente, causando

Massa falida do Bamerindus pode recorrerprejuízos à massa falida sob intervenção.

O juízo da 9ª Vara Federal de Curitiba e oTRF-4 haviam negado o pedido sob o argumen-to de que a parte com legitimidade para propora ação seria somente o próprio banco em liqui-dação. Segundo o ministro-relator, Luiz Fux, doSTJ, a lei prevê a possibilidade de o liquidanteconvocar assembléia nos casos que julgar con-veniente para a massa falida, bem como proporações e representá-la em juízo ou fora dele.(RESP 973467)B

ompete ao juízo estadual decidir ques-tões sobre patrimônio de empresa em

recuperação judicial. Com esse entendimento,a Segunda Turma do STJ declarou competen-te o juízo da 3ª Vara de Matão (SP) para jul-gar pedido de recuperação judicial da Agri-Ti-llage do Brasil Indústria e Comércio de Má-quinas e Implementos Agrícolas Ltda..

Em 2006, o juiz da 3ª Vara de Matão de-feriu o processo de recuperação judicial daempresa, determinando a suspensão de todasas ações e execuções e prazos prescricionais.A juíza do Trabalho ao analisar os autos deação cautelar proposta pelo MP, deferiu par-cialmente a liminar e determinou a indisponi-

O

Recuperação judicialbilidade dos bens móveis e imóveis encontra-dos em nome da empresa e dos sócios, comintuito de garantir o pagamento das verbasrescisórias aos empregados demitidos.

O juízo estadual apontou conflito de com-petência, alegando que a determinação so-bre a indisponibilidade dos bens da empresapode inviabilizar o plano de recuperação. Orelator, ministro Luis Felipe Salomão, afir-mou que compete ao juízo do Trabalho ape-nas a análise da matéria referente à relaçãotrabalhista, cabendo ao juízo da recuperaçãojudicial o questionamento referente à satisfa-ção do crédito respectivo, inclusive a eventualindisponibilidade de bens. (CC 68173)B

uplicada endossada é titulo decrédito, independente do negó-

cio que a originou. Basta que conte-nha o “aceite” para que possa ser le-vada à execução judicial; e terceiroque receber o titulo por garantia nãopode responder por fatos relaciona-dos ao negócio jurídico.

O entendimento é da Segunda Tur-ma do STJ ao julgar recurso da BullTecnologia da Informação Ltda. con-testando a execução de uma duplica-ta pelo Banco Industrial e Comercial(Bicbanco). A Vgart Indústria Eletrôni-ca, repassou ao banco duplicatas emi-tidas pela Bull como garantia de em-préstimos. O não-pagamento da dívi-da levou a instituição financeira aprotestar os títulos.

De acordo com a Bull, os títulosnão poderiam ser executados por-que a mercadoria vendida pelaVgart não foi entregue. Além disso,segundo a empresa, o aceite nasdupl icatas não seria vál ido porapresentar assinatura de apenasum dos sócios da empresa.

De acordo com a ministra NancyAndrighi, do STJ, as instâncias ordiná-rias reconheceram o aceite e a boa-fédo banco. (RESP 1102227)B

Duplicata endossadaé título de crédito

C

D

valista não pode alegar falência da em-presa para se recusar a saldar compro-

missos firmados em nota promissória, mesmosendo sócio. O entendimento é da Terceira Tur-ma do STJ, que manteve decisão do TJ-SC per-mitindo a arrematação de um imóvel da massafalida do Supermercado Gomes Ltda., para o pa-gamento de dívida.

Depois que o credor da promissória impetrou,

Responsabilidade de avalistacom êxito, ação de execução, o avalista entrou naJustiça pedindo para que fosse anulada a arre-matação. O argumento foi o de que a falênciahavia sido decretada antes da distribuição daexecução, e que mesmo assim o imóvel, de pro-priedade do avalista, foi penhorado e arremata-do. O pedido foi negado em primeira instância.

A massa falida apelou, sem sucesso, ao TJ-SC. (RESP 883859)B

A

A

Internet

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26 AGOSTO DE 2009

TRABALHO

Seção Especializadaem Dissídios Indivi-duais (SDI-1) do TSTdecidiu que a tenta-tiva de conciliaçãoprévia não é condi-

ção para ação, e não cabe a extinçãodo processo sem julgamento do méri-to. A decisão uniformiza a jurisprudên-cia das oito Turmas do TST e segue oentendimento adotado pelo STF emduas ações diretas de incons-titucionalidade julgadas em maio.

O processo analisado pela SDI-1 re-fere-se à ação de uma ex-funcionáriacontra a Danisco Brasil Ltda, que foiconsiderada extinta em 2006, sem jul-gamento do mérito, pela Quarta Tur-ma do TST. Os ministros haviam en-tendido que a submissão da demandaà comissão de conciliação prévia (CCP)“seria pressuposto processual negativopara proposição da ação trabalhista”.

A ex-empregada interpôs embargosna SDI alegando divergência com deci-sões da Segunda Turma (de que a pas-sagem pela comissão seria facultativa).O relator, ministro Vieira de Mello Filho,salientou que as partes recusaram duaspropostas de conciliação formuladaspelo juízo de primeiro grau. Explicou,também, que a lei que instituiu as CCPsnão tem caráter imperativo e nem émotivo para extinção do processo apenasporque a certidão da negociação frustra-da não acompanha a petição da ação.(E-ED-RR 349/2004-241-02-00.4)B

Conciliação prévia não extingue processo

"Chapas"A Peixoto Comércio, Indústria, Serviços

e Transportes Ltda. terá de devolver a umde seus motoristas-entregadores, os valorespagos por ele aos "chapas" (mão-de-obraavulsa) para o descarregamento de merca-

dorias. A decisão é da Sétima Turma do TSTque rejeitou agravo de instrumento da em-presa que pretendia revogar a condenaçãoimposta pelo TRT-MG da 3ª Região, que en-tendeu ser responsabilidade da empresa opagamento dos "chapas", e não do funcioná-rio. (AIRR 36245/2002-900-03-00.2)

Portuário ITrabalhador portuário avulso está subme-

tido à mesma disciplina dos empregados urba-

nos e rurais, em relação ao limite de tempopara reclamar direitos na Justiça de Traba-lho, que é de dois anos. A decisão é da SétimaTurma do TST que julgou o recurso do ÓrgãoGestor de Mão-de-Obra do Trabalho Portuá-rio Avulso do Porto de São Francisco do Sul(Ogmo/SFS), de Santa Catarina, contra a sen-tença de primeiro grau, mantida pelo tribunalregional, admitindo a prescrição quinquenal.(RR 1367-2004-030-12-00.9)

AposentadoriaDirigente sindical que se aposenta esponta-

neamente e permanece trabalhando continuausufruindo da estabilidade sindical e não podeser dispensado. O entendimento é da TerceiraTurma do TST, que rejeitou recurso da Artefa-tos Plásticos Sobplast Ltda. mantendo a deci-são da Justiça do Trabalho da 2ª Região (SP),que havia determinado a reintegração de umaempregada, dirigente sindical, que após apo-sentadoria em 2002, continuou trabalhando,até ser demitida em junho daquele ano. (RR1809/2002-261-02-00.4)

VínculoA Quarta Turma do TST rejeitou agravo de

instrumento de um médico que pretendia dar se-guimento a recurso de revista trancado pelo TRTda 1ª Região (RJ) e comprovar vínculo emprega-tício com o Centro Ortopédico Botafogo, no Riode Janeiro. O médico ajuizou ação e teve reco-nhecida a relação de emprego de 1999 a 2004.A empresa recorreu e o TRT reverteu a decisãopor falta de provas. Com o recurso de revista ar-quivado, o médico entrou com agravo de instru-mento no TST, mas não obteve êxito. (AIRR1360/2005-020-01-40.5)

Doença ocupacionalA não-relação entre acidente de trabalho

e o problema de saúde de um empregado daCopagaz Distribuidora de Gás Ltda. levou aJustiça do Trabalho da 24ª Região (MS) anegar um pedido de indenização por estabili-dade provisória. A Primeira Turma do TSTmanteve o entendimento. Um ajudante decarga e descarga de botijões pediu reinte-gração ou pagamento dos salários relativos

MédicaO Estado de São Paulo foi condenado a

pagar diferenças salariais a uma médicapor serviços prestados em regime de plan-tão. A Primeira Turma do TST além de ne-gar provimento ao agravo de instrumentoda Fazenda Estadual, não permitiu o reexa-me do caso por intermédio de outro recur-so. A 23ª Vara do Trabalho havia condena-do o governo paulista a pagar a verba“plantão médico”, incorporada ao 13º sa-lário, férias, FGTS e descansos semanaisremunerados. O Estado contestou, sem su-cesso, afirmando não serem habituais osplantões. Diante das provas apresentadaspela reclamante, tanto o TRT-SP, quanto oTST decidiram manter a condenação.(AIRR – 2030/2000-023-02-40.6)

a um ano, horas extras, etc. Alegou que nãopoderia ser demitido porque na época rece-bia do INSS e gozava da estabilidade provi-sória por acidente de trabalho. O juiz cons-tatou que o afastamento e o auxílio recebi-dos foram decorrentes de lesão na coluna.Por se tratar de doença profissional, a Co-pagaz deveria pagar o período de estabilida-de. A empresa recorreu no TRT-MS alegandoque o acidente (no pé), não gerou o recebi-mento do auxílio-acidente. O tribunal reformoua sentença e negou seguimento ao recurso dofuncionário. Ele recorreu ao TST sem suces-so. (AIRR-638/2002-005-24-40.6)

VôleiPor ter assinado o termo de rescisão con-

tratual sem ressalvas um ex-técnico de vôlei doFlamengo teve os pedidos de indenização nega-dos. O técnico, demitido em 2004, sem justacausa, após a rescisão ajuizou ação na 11ªVara do Trabalho do Rio de Janeiro, pedindoanulação do acordo extrajudicial e indenizaçãopor dano moral de mais de R$ 100 mil. Alegouque fez o acordo baseado em experiênciaspassadas de colegas. O pedido foi negado emprimeiro grau. O TRT manteve a decisão por-que o técnico não colocou ressalvas no termode conciliação. No TST, o entendimento foiidêntico. (RR-6/2006-011-01-00.9)

IndenizaçãoHerdeiros de um operador de motobom-

bas, funcionário da Companhia Agrícola LuizZillo e Sobrinhos, de São Paulo, não recebe-rão indenização por morte. O empregadoentrou em uma vala para corrigir o vaza-mento na tubulação de água de uma rede, epediu ao ajudante para dirigir-se até o regis-tro e abrir a válvula. O dispositivo estourou,inundou a vala e o trabalhador morreu afo-gado. O ajudante disse que, apesar de expe-riente, o operador não respeitou a ordem daempresa de não permanecer na vala duranteabertura do registro. Para o TRT de Campi-nas, não ficou evidenciada a responsabilida-de da empresa. Os herdeiros recorreram aoTST, que teve entendimento idêntico. (RR-1192-2005-074-15-00.9)B

A

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27AGOSTO DE 2009

TRABALHO

érias convertidasem dinheiro semautorização do em-pregado devem serpagas em dobro.Com esse entendi-

mento, a Primeira Turma do TST re-jeitou recurso de revista da BoxPrint Fábrica de Embalagens e man-teve sentença da Justiça do Trabalhogaúcha.O funcionário alegou que aempresa o teria pago, sem que ele pe-disse, parte das férias em dinheiro. Aempresa foi condenada pela Vara doTrabalho de Sapiranga (RS) e o TRT-4

Pagamento deférias em dobro

manteve a decisão. No TST, a Box Printinsistiu que a conversão de dez dias deférias em dinheiro mesmo sem autoriza-ção do funcionário não significa que asférias não teriam sido concedidas. Ques-tionou, ainda, a condenação em dobroque, segundo ela, só se justificaria na hi-pótese de não-concessão das férias naépoca apropriada.

O relator, ministro Vieira de Mello Fi-lho, destacou que o direito dos trabalha-dores às férias é irrenunciável e que aconversão de parte das férias em dinhei-ro sem autorização do funcionário é ile-gal. (RR – 37913/2002-900-04-00.3)B

F

m portuário avulso de Santa Catarinafoi multado em R$ 4.410,00 pelo TRT-

12 (SC) por litigância de má-fé, após insistirem recursos sem fundamento. A sentença foiconfirmada pela Sexta Turma do TST.

O estivador pediu na Justiça do Trabalho orecebimento de férias em dobro previstas na

CLT quando o empregador impede o funcio-nário de tirar férias. O pedido foi indeferido.O trabalhador interpôs embargos de declara-ção e recurso ordinário até ser multado pelotribunal regional, que considerou a insistênciainfundada. O portuário recorreu ao TST, semsucesso.(RR – 605/2005-016-12-00.3)B

Punição por litigância de má-fé

UPortuário II

O artigo da Lei dos Portos (8.630/93),que trata da arbitragem, não impede a atua-

Dano moralA Primeira Turma do TST condenou a

Minas Pneus Ltda. ao pagamento de inde-nização de R$ 15 mil por danos material emoral a um funcionário por lesões causa-das pela explosão de um pneu duranteteste do produto. A Justiça do Trabalhoda 5ª Região (BA) havia acolhido o pedi-do do empregado, que alegou perda daaudição. Mas o TRT reformou a sentençaconsiderando que não poderia ser impu-tada à empresa a responsabilidade objeti-va e nem subjetiva. O trabalhador recor-reu ao TST, com sucesso. (AIRR-422/2004-011-05-00.3)

ção do Poder Judiciário. Com esse entendi-mento, a Sétima Turma do TST acatou re-curso de um trabalhador portuário contra oÓrgão de Gestão de Mão-de-Obra do ServiçoPortuário Avulso do Porto de Paranaguá eAntonina, e devolveu o processo ao TRT da9ª Região (Paraná) para reexame. O traba-lhador ajuizou ação trabalhista por não terrecebido vale-transporte durante cinco anos,mas a entidade contestou, afirmando que amaioria dos empregados se locomovia ape-nas de bicicleta. O TRT extinguiu o processosem julgar o mérito. No TST, a Turma en-tendeu ser facultativo ao trabalhador portu-ário, mas não obrigatório, comparecer à co-missão paritária para solução dos conflitos.(RR-2395/2006-022-09-00.7)

SegurançasA Terceira Turma do TST rejeitou agra-

vo de instrumento da Companhia Brasileirade Trens Urbanos (CBTU), de Belo Hori-zonte, contra decisão da Justiça do Trabalhoque determinou a substituição dos empre-gados terceirizados no serviço de segurançado metrô, por funcionários concursados. OMinistério Público do Trabalho moveu açãocontra a companhia alegando que empresasdo setor “devem manter corpo próprio e es-pecializado de agentes de segurança, comatuação nas áreas de serviços, especialmentenas estações, linhas e carros de transpor-tes”. Esses agentes têm poder de polícia,inclusive para prender usuários e encami-nhá-los às autoridades. Tanto o juízo de pri-meiro grau, como o tribunal regional deramprovimento ao pedido do MP. A CBTU re-correu ao TST, sem sucesso. (AIRR-1302-2005-017-03-40.6)B

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28 AGOSTO DE 2009

TRABALHO

Quarta Turma do TSTrestabeleceu senten-ça que obriga os fun-cionários da antigaFundação Legião Bra-sileira de Assistência

(LBA, entidade assistencial extinta nogoverno FHC) a devolver aos cofres pú-blicos valores ganhos indevidamente emação trabalhista que reclamava diferen-ças salariais da inflação decorrente doPlano Bresser. A Turma, ao julgar recur-so da União (sucessora da LBA), deter-minou a devolução de R$ 138 mil pagosem julho de 1998.

Em 1992, os funcionários impetraramação pleiteando diferenças salariais de-vidas à inflação de 26,06% (PlanoBresser), retroativas a junho de 1987,com incorporação aos vencimentos. A 2ªVara de Natal (RN) julgou procedente emandou pagar. A LBA recorreu, mas oTRT manteve a sentença.

Os funcionários receberam em julhode 1998. Mas antes do pagamento

Plano Bresser:TST obriga devolução

(em agosto de 1997), uma açãocautelar havia suspendido a execuçãoaté o julgamento da ação rescisória, oque aconteceu em fevereiro de 1998,decidindo-se pelo não-pagamento econsiderando improcedente a ação. Apresidência do TRT-RN determinou adevolução dos valores recebidos pelosautores da ação.

Os trabalhadores, ao serem intima-dos para fazer a restituição, entraramcom agravo de petição no TRT, alegan-do não terem dinheiro. O tribunal en-tendeu que os funcionários receberamas verbas por determinação judicial, eque ficou demonstrado “que o procedi-mento foi revestido de boa-fé”.

A União recorreu ao TST, que consi-derou que a decisão do TRT-RN violoua coisa julgada. A relatora, ministraMaria de Assis Calsing, lembrou que asuspensão da execução até o julga-mento final da rescisória foi determi-nada antes do recebimento. (RR -42/2003-921-21-40.6)B

O advogado e ex-juiz do Tribunal Re-gional do Trabalhoda 2ª Região, JoséCarlos Arouca, estálançando a Cartilhado Trabalhador – oSindicato, edição doSindicato dos Tra-balhadores nas In-dústrias da Constru-ção Civil de SãoPaulo (Sintracon-SP). Apresenta novepartes: história; O que é o sindicato?,para que serve?; O trabalhador e seu sin-dicato – associado, ativista, dirigente(sindicato e associação, o associado, oativista, o dirigente sindical, duração dosmandatos, remuneração, eleição, garan-tias, órgãos, gestão financeira, aposenta-dos); Autonomia sindical; Liberdade sindi-cal (liberdade sindical negativa, liberdadesindical positiva); Organização sindical (gru-pos, sistema confederativo, unicidade sin-dical, registro, estrutura, representativi-dade, enquadramento, base-territorial,solução dos litígios fundados em matériade natureza sindical, democracia interna,representação interna); Conflito coletivoe formas de solução (conflito coletivo, so-lução dos conflitos coletivos, negociaçãocoletiva, convenção coletiva, direito degreve, mediação, arbitragem, dissídio co-letivo); Participação nos colegiados daadministração pública destinados a discu-tir e deliberar sobre matéria trabalhistae previdenciária; sindicato rural e colôniade pescadores.B

SoropositivoA Sétima Turma do TST manteve decisão

do TRT da 2ª Região (São Paulo) que con-denou a Viação Santa Brígida a reintegrarum cobrador soropositivo. O relator, minis-tro Caputo Bastos, entendeu que a demis-são, além de discriminatória, causou prejuí-zos ao funcionário, inclusive impedindo-o dereceber o benefício previdenciário. (RR-1407/2004-062-02-00.1)

Hora de almoçoA Oitava Turma do TST condenou a

Gerdau S.A. a pagar como horas extras os30 minutos restantes para o intervalo mí-nimo de uma hora para almoço, a um ex-funcionário que trabalhou na empresa de1985 a 1996. O TRT-RS havia negado opedido. A autorização para redução do in-tervalo para 30 minutos diários ocorreu

A

em instrumento normativo em 1994, eteve adesão da empresa que tinha refeitó-rio para os funcionários. No TST, a deci-são foi favorável ao trabalhador, pois deacordo com a Turma, a redução, mesmoestabelecida em norma coletiva, não é ad-mitida pela OJ-342. (RR – 89393/2003-900-04-00.5)

Assédio sexualUma ex-empregada da Viação Itape-

mirim, do Caxingui, São Paulo (SP),não conseguiu comprovar ter sido vítimade assédio sexual, ao apresentar apenasuma testemunha na fase de instrução. Ajuíza de primeira instância rejeitou o pe-dido de indenização de R$ 40 mil, já quea testemunha não era funcionária daempresa, mas uma vizinha e amiga datrabalhadora. O TRT-SP manteve o en-

tendimento e trancou o recurso de revis-ta. A Sétima Turma do TST rejeitouagravo de instrumento e não aceitou aalegação da ex-empregada de que houvecerceamento de defesa. (RR – 1932/2004-072-02-40.9)

Justa causaA Oitava Turma do TST ratificou decisão

do TRT da 9ª Região condenando o Banco doBrasil (BB) a pagar indenização por danomoral de R$ 100 mil a um ex-gerente deagência no exterior, por ter divulgado no cor-reio eletrônico que ele foi demitido por justacausa. O funcionário foi admitido em 1983 etrabalhou em Santiago do Chile entre 2001 e2005. Em um final de semana de novembrode 2002, envolveu-se em acidente com o veí-culo do banco. Arcou com as despesas, masocultou os fatos, até a realização de uma audi-

toria em 2004. A dispensa foi revertida parademissão imotivada na primeira instância. OTRT reformou a sentença. No TST, o traba-lhador pediu o aumento da indenização, mas aTurma considerou razoável a importância fi-xada na segunda instância. (RR – 910/2005-016-10-00.6)

Adicional noturnoSe a jornada noturna de trabalho é pror-

rogada, o adicional deve ser pago sobre ashoras da prorrogação. O entendimento éda Seção Especializada em Dissídios Indivi-duais (SDI-1) do TST, ao rejeitar embar-gos da Irmandade Santa Casa de Miseri-córdia de Porto Alegre, contra acórdão daSegunda Turma que determinou o paga-mento do adicional a uma trabalhadora. Acondenação havia sido imposta no primeirograu e revogada pelo TRT da 4ª Região(RS). De acordo com a CLT, considera-setrabalho noturno o realizado entre as 22horas de um dia e as 5 do dia seguinte. Ahora-base é de 52 minutos, e o trabalhadortem direito a adicional de 20%. A SétimaTurma constatou que a empregada, além detrabalhar das 22 às 5, tinha a jornada es-tendida além desse período. (E-RR-79459-2003-900-04-00.9)

BancárioA Sexta Turma do TST condenou o Banco

Santander Meridional S.A. a pagar indeniza-ção por dano moral de R$ 20 mil a um funci-onário demitido um dia antes de ser submeti-do a uma cirurgia para correção de hérniainguinal, que o deixaria afastado do trabalhopor 60 dias. O bancário, argumentou que te-ria comunicado a instituição com antecedên-cia sobre o afastamento. Mesmo assim, o pe-dido de indenização foi rejeitado pela Vara epelo TRT da 12ª Região (SC). No TST, o re-lator, ministro Horário de Sena Pires, disseque o banco, ao exercer o direito potestativo,agiu com excesso e extrapolou os limites daboa-fé. A Turma entendeu que a intenção doSantander foi a de se eximir das obrigaçõesdecorrentes do afastamento do empregado.(RR – 810404/2001.2)

Portuário IIITrabalhador portuário avulso está sub-

metido à mesma disciplina dos empregadosurbanos e rurais, em relação ao limite detempo para reclamar direitos na Justiça doTrabalho, que é de dois anos. A decisão é daSétima Turma do TST que julgou recurso doÓrgão Gestor de Mão-de-Obra do TrabalhoPortuário Avulso do Porto de São Franciscodo Sul (Ogmo/SFS), de Santa Catarina, con-tra a sentença de primeiro grau. (RR 1367-2004-030-12-00.9)B

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29AGOSTO DE 2009

TRABALHO

Seção Especializada em DissídiosIndividuais (SDI-1) do TST rejei-

tou recurso de embargos de um ex-vigi-lante da Thor Segurança Ltda., que re-queria o pagamento de horas extras,depois de ter trabalhado em turno de12 horas de trabalho por 36 de des-canso. A Quarta Turma havia rejeitadoo recurso sob o fundamento de que aCLT não proíbe ajuste ao regime decompensação de 12x26 horas por ne-gociação coletiva.

O relator, ministro Vantuil Abdala,foi voto vencido ao mandar pagar as11ª e 12ª horas como extras. Orelator condenou a jornada 12x36,alegando que os profissionais são malremunerados e obrigados a trabalharem várias empresas para comple-mentar a renda. Para ele, o emprega-dor deve pagar as horas (acima da10ª) com adicional de 50%. O presi-dente do TST, ministro Milton deMoura, como ‘voto de minerva’, re-jeitou o pedido do empregado (E-RR –3154/2000-063-02-00.3)B

Jornada12x36

A

FerroviárioA Sétima Turma do TST negou recur-

so a um ferroviário da Companhia Pau-lista de Trens Urbanos (CPTM), queajuizou ação pedindo para que fosse re-conhecida sua promoção a maquinistaespecializado, depois de permanecersete anos no mesmo cargo. A 16ª Varado Trabalho havia deferido o pedido, masa empresa recorreu ao TRT da 2ª Região(SP) apresentando laudo de mediação earbitragem (legitimado por acordo entre aCPTM e uma comissão de empregados),constatando que o funcionário não apre-sentava requisitos, como o segundo graucompleto, para ocupar o cargo. (AIRR-2013/2003-016-02-40.3)

Depósitos recursaisDesde o dia 1º o depósito recursal para

interposição de recurso ordinário passou aser de R$ 5.621,90. A interposição de re-curso de revista, embargos, recurso ordiná-rio e recurso em ação rescisória agora custaR$ 11.243,81.

VigilanteA Sétima Turma do TST negou agravo de

instrumento da Marshal Vigilância e Seguran-ça Ltda., condenada em todas as instâncias apagar indenização de R$ 36 mil por dano mo-ral a um ex-vigilante, espancado pelo gerentee por policiais. O funcionário foi acusado de terfurtado um aparelho de TV em uma das de-pendências da Tecnocargo, onde trabalhava nodia 7/6/2002. O ex-funcionário pediu indeniza-ção de duas mil vezes o salário-base (R$ 733mil), mas o juiz da 8ª Vara do Trabalho deManaus arbitrou o pagamento de R$ 36 mil. Acondenação foi mantida pelo TRT-AM e peloTST. (AIRR-18041/2004-008-11-40.0)

Vale-transporteA Sexta Turma do TST rejeitou agravo de

instrumento da Krahne e Sommer Ltda. contradecisão da Justiça do Trabalho da 4ª Região(RS), que a obrigava a pagar indenização a umempregado menor por não ter cedido a ele ovale transporte. A empresa já havia sido conde-nada pela 25ª Vara do Trabalho de Porto Ale-gre ao pagamento do aviso prévio, adicional deinsalubridade e demais verbas rescisórias, apóscomprovar a existência do vínculo empregatício.O menor foi contratado como servente em ja-neiro de 2004, mas também prestou serviçosde pedreiro e eletricista até a demissão, emmarço de 2005. Representado pelo pai, ele ajui-zou ação pedindo reconhecimento do vínculoempregatício, com sucesso. A Krahne e Sommercontestou no TRT-RS o pagamento do vale-transporte, e, entre outros argumentos, afirmouque o empregado não solicitou o benefício. Otribunal regional manteve a condenação. O mes-mo ocorreu no TST. (AIRR-489/2005-025-04-40.1)

MultaA multa administrativa aplicada por auditor

fiscal do trabalho à uma empresa de transportecoletivo, um dia após um desentendimento comum cobrador, foi anulada pela Justiça do Traba-lho da 3ª Região (MG). A decisão foi mantidapela Segunda Turma do TST, que rejeitou oagravo de instrumento da União contra a deci-são do TRT/MG. De acordo com a Empresa Al-cino Gonçalves Cotta, de Matosinhos (MG), nodia 10/12/2002 o auditor passou a catraca doônibus sem se identificar. O cobrador teria exigi-do o pagamento da passagem. No dia seguinte,o fiscal foi ao escritório da empresa e emitiumultas que chegaram a R$ 7 mil. A 33ª Vara doTrabalho de Belo Horizonte entendeu que o au-ditor "agiu com espírito de vingança". O TRT-MG e o TST mantiveram o entendimento.(AIRR 1618/2005-111-03-40.0)

DeficienteUm motorista portador de deficiência, demi-

tido sem justa causa após 14 anos na S. A.Eletrificação da Paraíba (Saelpa), pediu naJustiça do Trabalho a reintegração ao empre-go, argumentando que a empresa contratouum eletricista deficiente visual para substituí-loe não outro motorista. A 1ª Vara do Trabalhode João Pessoa (PB) acatou o pedido, mas oTRT reformou a sentença e julgou a reclama-ção improcedente. No TST, o trabalhador,além de repetir o argumento, sustentou possuirgarantia do emprego devido à condição de de-ficiente físico, mas a alegação não foi aceita.Para a Primeira Turma, a lei não impõe à em-presa que contrate substituto para o mesmocargo, mas apenas que o novo empregado tam-bém seja deficiente físico. (AIRR-872/2002-001-13-00.3)B

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30 AGOSTO DE 2009

VIOLÊNCIA

expressão máxima da violência — o assassinato — pos-sui variantes praticamente desconhecidas. As investiga-ções, conduzidas por inquérito policial, transformam-se emprocesso criminal, tramitam pelos tribunais do júri, ondeesperam anos pelo julgamento popular.

As histórias de cada processo, convertidas em núme-ros frios, contemplam o conteúdo dos autos, deixam em segundo plano os atospraticados (personagens e circunstâncias), e colocam em posições antagônicasaqueles que, por suas respectivas performances, contribuirão para determinar sealguém é inocente ou culpado. Campeão imbatível no júri em sua época, o pro-motor Alberto Marino Junior, mais tarde desembargador pelo Quinto Constitu-cional, dizia que a vida humana se transformara no “artigo mais barato domercado”. O advogado Waldir Troncoso Peres, também excelente no júri, filo-sofava que “um escritório de Advocacia criminal é um laboratório da alma dohomem”. Por que?, quis saber um repórter curioso. Resposta-aula: “É precisoque entendam o problema do advogado: primeiro, ele tem o encargo da defesa,que é de ordem moral; em segundo lugar, tem o seu escritório, onde recebe amulher do réu, o filho do réu, o irmão do réu. Ao redor de cada homem quedelinquiu gravita um pequeno mundo, e há muita dor nesse mundo. A gente vaificando sensibilizado.”

PERCIVAL DE SOUZA, especial para o "Tribuna"

A Outro promotor, ao contrário de Waldir, orgulhava-se publicamente de seus“800 anos”, obviamente não de vida, mas do tempo que resultavam as conde-nações em casos em que ele havia atuado. E como conciliar eticamente o anta-gonismo entre Parquet e o escritório da alma humana? Um pouco enigmático,o inesquecível Waldir dizia que se permitia de vez em quando “cavalgar umagrande fantasia”. Por tudo isso, o júri, enquanto instituição, tem amigos e inimi-gos, e a ela o acadêmico de Direito Thiago de Moraes dedicou recentementeum livro – O Jury -, no qual examina o novo rito, determinado pela Lei 11.689/08. Entre novos detalhes, está o aumento de 21 para 25 do número de convo-cados para cada sessão plenária e a limitação de tempo para leitura de peçasprocessuais. Tudo para dar mais celeridade ao processo.

Diante desse cenário opaco, São Paulo celebra uma redução no númerode homicídios (65,5%), conforme os registros de 2008 comparados com oano anterior, que significam 10,76 casos para cada grupo de 100 mil habi-tantes. Mesmo assim, diante dos critérios adotados pela OrganizaçãoMundial de Saúde, o Estado paulista vive numa “zona de epidemia de ho-micídios”, ou seja, um índice ligeiramente superior a dez assassinatos para100 mil pessoas. A Secretaria da Segurança Pública explica que obteveessa redução porque apreendeu mais armas, construiu mais presídios eprendeu mais pessoas.

Uma grande epidemia - de crimes

o primeiro trimestre deste ano,a tendência na redução do nú-

mero de homicídios se manteve, subin-do 0,7% em relação às quedas anterior-mente registradas, paralelamente aocrescimento de casos de roubos, latro-cínios e estupros. Os números continu-am impressionando e uma sensação deinsegurança incomoda a população.

O órgão policial civil que investigaas mortes de autoria dolosa e desco-nhecida é o Departamento de Homicí-dios e Proteção à Pessoa (DHPP). Noúltimo levantamento sobre as investi-gações realizadas, o DHPP descobriu

Em São Paulo, números impressionam

que a maioria dos crimes acontece aossábados e domingos e o dia de menorincidência é terça-feira. E as motiva-ções dos assassinatos apresentampoucas variantes. A primeira razão é avingança. Em segundo, os motivosgenericamente considerados “fúteis”,seguidos pelos passionais e os relacio-nados ao tráfico e consumo de drogas,principalmente dívidas na aquisição desubstâncias entorpecentes

As armas de fogo são utilizadas em66% dos casos e em 17% as armasbrancas. Detalhe: 59,3% dos crimessão praticados em via pública e 17,4%

dentro de residências. O perfil das víti-mas indica a predominância de vítimasmasculinas (85,9% dos casos), dosquais 33,6% na faixa etária 18-25anos. Quanto às causas sociais,indicativos relevantes para análise:22,73% das vítimas ganhavam de doisa três salários mínimos e 32,6% esta-vam desempregadas. Claramenteidentificadas como usuárias de drogas,estão 15,9% das vítimas. Com trafi-cantes, exatamente 5,2% dos casos.

Detalhe curioso: as investigações doDHPP revelam que 73,9% das vítimasconheciam os assassinos, moravamperto deles e costumavam frequentaros mesmos lugares, tanto que 32,72%dos homicídios foram praticados a me-nos de 500 metros de distância da

N

Internet

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31AGOSTO DE 2009

ntes de um caso se transformar emprocesso por autoria de homicídio ou

por lesões corporais, as investigações sobrecrimes contra a pessoa se voltam bastantepara a situação específica da mulher. Emvários casos, os homicídios são crônica demorte anunciada: o companheiro ameaça,espanca, tenta matar, os fatos são registra-dos burocraticamente e o assassinato seconsuma. Em São Paulo, em episódio re-cente, uma mulher registrou três boletins deocorrência sobre graves ameaças feitaspelo namorado. O homem foi intimado pelocorreio a comparecer à delegacia no bair-ro. Não foi. Preferiu dirigir-se ao local detrabalho da mulher e matá-la lá dentro.

Não foi diferenteno caso do jornalistaPimenta Neves, quefoi ao sítio dos paisda namorada SandraGomide, em Ibiúna,tomou café com elese depois, assim que amoça chegou, matou-a com dois tiros. An-tes disso, constrangi-da e ameaçada, Sandra registrou um inútilboletim de ocorrência na delegacia do bairroonde residia. Ficou por isso mesmo. Conde-nado pelo júri, Neves continua em liberda-de, protegido pelo mantra conhecido como"aguardo do trânsito em julgado", definitivadecisão protelada diante de recursos inter-mináveis—nos quais, aliás, não existe dúvi-da alguma quanto à autoria do crime.

A lei que ficou conhecida como "Mariada Penha", promulgada há três anos com oobjetivo de reduzir os índices de violênciadoméstica, já contabiliza, em todo o País,cerca de 150 mil processos abertos e 20mil pedidos de proteção. É o caso das mu-lheres que são agredidas, muitas vezes comviolência, mas preferem perdoar o agres-sor. Elas costumam ficar em dúvida quandosão informadas de que precisam fazer umarepresentação formal contra o autor deagressões. Enquanto "pensam melhor", di-ante do prazo para tomar essa providência,muitas optam pela resignação, preocupadascom o eventual encarceramento do "pai dos

VIOLÊNCIA

CAMPUS EDITCAMPUS EDITCAMPUS EDITCAMPUS EDITCAMPUS EDITORAORAORAORAORA3 x 83 x 83 x 83 x 83 x 8

residência das vítimas e 24,46% dacasa dos autores dos homicídios. Todoesse detalhamento coloca o DHPP notopo de qualidade de Polícia Judiciária,enaltecida pelo desembargador JoséRuy Borges Pereira, do Tribunal deJustiça de São Paulo, para quem umainvestigação por conta do órgão signi-fica “a certeza de que o delito não fi-cará impune”.

Sobre os casos esclarecidos, o últimodiretor do DHPP, Carlos José Paschoalde Toledo, celebra fazendo contas a re-dução dos registros de homicídiosdolosos: queda entre 2000 (5.327 ca-sos) e 2007 (1.538 episódios). Segundoo delegado, “é um fato histórico”.

O DHPP tem uma preocupação coma qualidade de investigação. Tanto queo departamento promoveu convênioscom a Escola Superior de Advocaciada OAB-SP, a Escola Superior do Mi-nistério Público e a Escola Superior daMagistratura. Alguns temas que ali jáforam recentemente debatidos: “O in-quérito policial na visão da defesa”,conduzido por Roberto DelmantoJúnior, e “Provas e júri”, pelo juiz Gui-lherme de Souza Nucci. Teses dessemagistrado estão sendo usadas nadefinição jurídica de alguns casos. Nomês passado, por exemplo, dois policiaiscivis, usando viatura descaracterizada eem ação irregular no bairro de CapãoRedondo, zona Sul de São Paulo, deramtiros em lugar público que causaram amorte de uma mulher que trazia umbebê no colo, também baleado. Pre-texto estranho: pretendiam alvejar ummotociclista “suspeito de crimes”. De-talhe: um deles é auxiliar depapiloscopista em região do outro ladoda cidade e o outro estava de férias.Dolo eventual. O juiz Nucci foi citadono auto de prisão em flagrante dospoliciais. Segundo a direção do DHPP,intercâmbios jurídicos são de “impor-tância insofismável para o aprimora-mento profissional das autoridades po-liciais”. Várias sessões do júri popularsão acompanhadas por policiais do

DHPP, que anotam os pontos do pro-cesso mais explorados pela acusaçãoe pela defesa, bem como os detalhesque consideram vulnerabilidades da in-vestigação. Esse cuidado permite que,em investigações futuras, falhas se-jam sanadas, principalmente diantedos conceitos de prova e sua aceitaçãoou não pelo júri popular. Alguns casosde grande repercussão fazem partedessas anotações. É a história, porexemplo, do assassinato do coronelUbiratan Guimarães, da Polícia Militar,encontrado morto (completa-se trêsanos no mês que vem) no interior deseu apartamento na Rua José MariaLisboa, região dos Jardins, em SãoPaulo. O juiz do Primeiro Tribunal doJúri da Capital decidiu pela impronúnciada mulher acusada. O Ministério Públi-co recorreu. O DHPP acompanha, por-que a base da investigação está no seutrabalho, considerado insuficiente pelomagistrado para levar a acusada ajúri. Preferiu impronunciá-la. Istofoi considerado “surpreendente” e“inacreditável” pelo procurador deJustiça Rubem Ferraz de Oliveira, au-tor do recurso para o Tribunal de Jus-tiça, que ainda não decidiu se o acataou não. Ele ironiza as contra-razões(“enfadonhas, de 130 laudas”), “subs-tituindo o conteúdo pelo aparato”. Adefesa procura argumentar que nãoexistem provas contra a acusada. ODHPP assiste a tudo dentro de outraperspectiva, centrada nas provas colo-cadas à disposição do Ministério Públicoe por que se cogita de dúvidas sobreas provas consideradas técnicas.

O êxito da investigação é conside-rado duplamente importante noDHPP: "Quando um homicida é captu-rado, estamos evitando que ele come-ta mais crimes", diz o delegado JoséPaschoal de Toledo.

filhos" e o desabamento familiar. Como diza juíza Andréa Pachá, que integra o Conse-lho Nacional de Justiça, "a lei pode punir,condenar, mas não muda a cultura da soci-edade". A psicóloga Paula Mancini, quecoordena o Núcleo de Atenção à Violência,do Rio de Janeiro, tenta explicar: "A mu-lher tem, de fato, responsabilidade. Masprecisa é de ajuda. Para essa mulher po-der enxergar a gravidade da violência émuitas vezes bem difícil. Pode significarperder tudo o que tem, como ligações deafeto e proteção. Sentimentos contradi-tórios na mesma pessoa. Ela precisa serescutada."

Além das mulheres, outro tipo de agres-são e morte que preocupa envolve jovens.O Ministério da Saúde e o IBGE fizeramum estudo em 267 cidades com mais de100 mil habitantes sobre o que está acon-tecendo no Brasil na faixa 12-18 anos.Constatou-se que um pré-adolescente quetivesse 12 anos há três anos pode estarmorto antes de completar 19. E dos 12 aos18 anos, a projeção do número de mortes— sempre por assassinato —atingiria oimpressionante patamar de 33.054 execu-ções, caso sejam mantidas as taxas de ho-micídio registradas em 2006. O Rio de Ja-neiro é campeão dos números absolutos:perspectivas de 10% de todas essas mor-tes até 2012, ou seja, 4.423 casos. SãoPaulo possui menos vítimas, 1.192 casosnessa mesma projeção.

Todos esses dados assustam o repre-sentante do Brasil na Unicef (Fundo dasNações Unidas para a Infância), ManuelBuvinich: "São quase 5 mil mortes porano. Significa 22 Airbus como o da AirFrance caindo anualmente, quase doispor mês. E por que isso não impacta aopinião pública?" Ele compara o combateà mortalidade infantil com um lamento:"As crianças que o País salvou começama morrer aos 12 anos." Por trás dessasPor trás dessasPor trás dessasPor trás dessasPor trás dessasinformações sinistras, fica o enigma:informações sinistras, fica o enigma:informações sinistras, fica o enigma:informações sinistras, fica o enigma:informações sinistras, fica o enigma:desse jeito, como será, dentro de poucodesse jeito, como será, dentro de poucodesse jeito, como será, dentro de poucodesse jeito, como será, dentro de poucodesse jeito, como será, dentro de poucotempo, viver nas cidades grandes e médi-tempo, viver nas cidades grandes e médi-tempo, viver nas cidades grandes e médi-tempo, viver nas cidades grandes e médi-tempo, viver nas cidades grandes e médi-as? É um enigma, como se uma esfingeas? É um enigma, como se uma esfingeas? É um enigma, como se uma esfingeas? É um enigma, como se uma esfingeas? É um enigma, como se uma esfingedesafiasse: decifra-me ou te devoro.desafiasse: decifra-me ou te devoro.desafiasse: decifra-me ou te devoro.desafiasse: decifra-me ou te devoro.desafiasse: decifra-me ou te devoro.(PS)(PS)(PS)(PS)(PS)B

Crônica da morte anunciada

A

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32 AGOSTO DE 2009

LAZER

À MARGEM DA LEI

O juiz,o interrogatórioe os vícios*

senhor já foi preso ou pro-cessado?-Não senhor, nunca fui pre-so e esta é a primeira vezque estou respondendo aprocesso.

-Consta da denúncia deste processo queo senhor, no dia 15 de dezembro, por voltadas 20 horas, foi surpreendido por um segu-rança do estabelecimento, em flagrante delitode furto, tentando subtrair do “Supermer-cado Tudo é Eterno” duas garrafas de cer-veja e um livro de whisky. Isso é verdade?

-Não senhor, eu ia pagar pelas mer-cadorias, mas esqueci o dinheiro no carroe pretendia ir buscá-lo, voltar e passarpelo caixa.

O juiz, conhecido por sua compe-tência e severidade, inclusive emmatéria de valores, entre uma tragadae outra no cigarro, prosseguia no in-terrogatório do réu em processo crimeque corria por sua Vara.

-O senhor tem vícios? Indagou inusi-tadamente, pois se tratava de perguntaque, não relacionada diretamente comos aspectos do crime, serviria para de-finir os costumes e a personalidade doacusado, com vistas à futura dosagemda pena, no caso de condenação.

-Tenho sim senhor. Tenho dois. Eugosto de beber um pouco. E fumo.

O magistrado parou por um instante,refletindo sobre o que ouvira.

Mais uma prolongada pausa, enquantotragava.

Volta-se ao escrevente que registrava,na velha “Remington”, o interrogatório:

-O acusado tem o vício da bebidae....o hábito de fumar.B

*Extraído do livro Causas & Causos,de Jamil Miguel.

CURSOS SEMINÁRIOS

O

ADVOCACIA TRABALHISTA — A OAB-SP re-aliza de 6 a 8, na Casa do Advogado deBauru (Avenida das Nações Unidas 30-30,Bauru, SP), o "Congresso Regional de Ad-vogados Trabalhistas". Informações embauru@oabsp ou pelos telefones (0xx14)3234-9776 e 3227-3636.

DIREITO AMBIENTAL — A PUC-SP, pormeio da Coordenadoria Geral de Especia-lização, Aperfeiçoamento e Extensão(Cogeae), inicia dia 13 o módulo "TutelaProcessual Ambiental", com aulas às ter-ças e quintas-feiras, das 19 às 22 horas,na Rua da Consolação 881, São Paulo.Informações pelo te lefone (0xx11)3124-9600 ou em www.pucsp.br/cogeaee [email protected]

DIREITO DIGITAL — A Federação do Co-mércio de São Paulo (Fecomercio) pro-move dias 3 e 4 , a partir das 8h30 às 18horas, na Rua Dr.Plínio Barreto, 285,Bela Vista (SP), o congresso sobre "Cri-mes Eletrônicos, Formas de Proteção",Informações pelos telefones (0xx11)3254-1751/1754.

DIREITO DE FAMÍLIA — O Instituto Brasilei-ro de Direito da Família (Ibdfam-SP) pro-move, de 27 a 29, no campus da Universida-de Presbiteriana Mackenzie (Rua Itam-bé,135, Higienópolis, São Paulo) o III Con-gresso Paulista de Direito da Família, com

as participações, entre outros, de AdrianP.van Der unden (juiz da Infância e Juventu-de do Conselho Internacional Society of Fa-mily Law, da Holanda), Antonio Carlos Ma-thias Coltro e José Carlos Ferreira Alves(desembargadores do TJ-SP), FranciscoCláudio de Almeida Santos (ex-ministro doSTJ), Maria Berenice Dias (ex-desembarga-dora do TJ-RS), Renan Lotufo (ex-desem-bargador do TJ-SP), Zeno Veloso (professorem Belém, PA) e Rodrigo da Cunha Pereira(presidente do Ibdfam). Informações e ins-crições em www.ibdfamsp.com.br

DIREITO MUNICIPAL — A PUC-SP, pormeio da Coordenadoria Geral de Especiali-zação, Aperfeiçoamento e Extensão (Coge-ae), está com inscrições abertas para o cur-so de "Especialização em Direito Munici-pal", que será iniciado dia 20 na Rua daConsolação, 881, São Paulo. Informaçõespelo telefone (0xx11) 3124-9600 ouwww.pucsp.br/cogeae

DIREITO PENAL — A Academia Paulista deDireito Criminal (Apdcrim) promove, de 8deste mês a 5 de dezembro, das 9 às18h30, na Associação Comercial de SãoPaulo - Distrital Sudeste (Rua Afonso Celso,1.059, Vila Mariana, São Paulo), o cursode "Teoria e Prática do Tribunal do Júri".Informações e inscrições pelos telefones(0xx11) 2561-42,40 e 2963-3638 ou emwww.apdcrim.com.br

DIREITO TRIBUTÁRIO — A IBC (Internatio-nal Business Communications) promove dias25 e 26, das 8h30 às 18 horas, no HotelGryp Paulista (Rua Haddock Lobo, 294, SãoPaulo) a 3ª Conferencia Anual sobre Tribu-tação Internacional. Informações emwww.informagroup.com.br/ jur ídico,[email protected] ou pelo telefone(0xx11) 3017-6808.

LICITAÇÕES — O Instituto Brasileiro de Di-reito Público promove, de 19 a 21, no BahiaOthon Palace Hotel Salvador, das 9h30 às 19horas, o V Congresso Brasileiro de Licitações,Contratos e Compras Governamentais, com acoordenação do professor Paulo Modesto. In-formações pelo telefone 0800 7075246.

SEMANA JURÍDICA — Estão abertas até o dia 7,na OAB-Barueri (Rua Ministro Raphael deBarros Monteiro, 207, Barueri, SP),as inscri-ções para a 1ª Semana Jurídica de Barueri, queserá realizada de 10 a 12, às 19 horas na Câ-mara Municipal (Avenida Wagih Salles Nemer,200, Centro Comercial). Informações pelo te-lefone (0xx11), 4198-5222.

PODER JUDICIÁRIO — A Escola Paulista deMagistratura promove, de 3 a12, das 20 às22 horas, na Rua da Consolação, 1.483, 1°,São Paulo, o curso "Poder Judiciário paraJornalistas", com a coordenação da juízaCarolina N. Munhoz Rossi. Informaçõespelo telefone 0800-32550815.B

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33AGOSTO DE 2009

Internet

LAZER

GLADSTON MAMEDE*

ngredientes : 1 kg delombo de bacalhau;1 kg de batatas; 1litro de leite integral;500 ml de azeite deoliva; casca de um

limão; 2 cebolas médias, cortadas emrodelas grossas; 4 dentes de alho; 2galhos de hortelã. Modo de fazer: la-var o bacalhau e demolhá-lo lentamen-te. Deixar imerso em água, na gela-deira, por dois dias, trocando a águaduas vezes ao dia. No terceiro dia, co-locar o bacalhau imerso no leite, coma casca de limão, e deixar por 24 ho-ras. Cozinhar o bacalhau, imerso noleite, até levantar fervura. Retirá-lo ecolocar numa assadeira com a cebola,o alho e o hortelã, acrescentando o azei-te. Levar ao forno, pré-aquecido a 250ºC; quando o azeite levantar fervura, dei-xar por mais 5 minutos e retirar. Cozi-nhar as batatas com as cascas e sal.Quando estiverem cozidas, drenar aágua e esmurrá-las para que se abram.Dispor numa terrina as postas de baca-lhau, as rodelas de cebola e as batatascom as cascas, regando com o azeitee alho. Descartar o hortelã.

Para acompanhar, vinho tinto sóbrio eestruturado (português ou espanhol).

Sierra Cantabria, 2006, 13,5% deálcool, Rioja, Espanha (R$ 56,00).Vermelho intenso, de violetas, cas-ca de maçã, pimentão verde, ma-deira crua, pó de café e chocolate.Corpo médio, com taninos presen-

tes, mas harmônicos, sabor incomume delicioso, com referências herbáce-as, além de cereja e ameixa vermelha,e discretos cravo e canela. Bom finalde boca. Vendido pela Península:[email protected]

Escada, 2003, 14% de álcool, Dou-ro, Portugal (R$ 180,00). Rubi escuro,com aromas de couro, carne crua, em-butidos, chá, tostados e ameixas pretas

Bacalhau no azeitee batatas aos murros

em conserva. Corpo médio, bem adstrin-gente, imponente, com paladar, lembran-do chá-mate, tabaco e geléia de groselha.Final de boca impecável. Vendido pelaWorld Wine: [email protected]

Quinta da Bacalhôa, 2003, 13,5%de álcool, Terras do Sado, Portu-gal (R$ 100,00). Cabernet sauvig-non lusitano. Quase negro. No iní-cio, tem aroma herbáceo e de frutasvermelhas, evoluindo para accetobalsâmico e pau de baunilha; ao fi-

nal, predominam chocolate amargo, amei-xa e madeira tostada. Recomenda-se de-cantá-lo uma hora antes de consumir.Sabor encorpado, no início se mostra ras-cante e com taninos agressivos. Bomretrogosto.B

Gladston Mamede

*Advogado em Belo Horizonte (MG) — [email protected]

DICA: DICA: DICA: DICA: DICA: muitos preferem cozinhara batata no azeite, junto com o ba-calhau; porém, fica difícil esmurrá-las. Neste caso, é preferível colocá-las descascadas, em pedaços gran-des. Ao servir, polvilhar com salsi-nha fresca, picada. Para alterar osabor, pode-se reduzir ou aumentara quantidade de alho e de hortelã.

I

VALE A PENA

Relativamente perto de São Paulo, fácilde chegar, a poucas horas de vôo porSantiago do Chile ou de Buenos Aires,encontra-se a extensa, majestosa e ricaregião patagônica. Estive lá no mês dejaneiro, a melhor época para ver e sentira grandeza dos parques, glaciares e mon-tanhas que dominam as estepes do extre-mo Sul do continente americano. Do ladochileno, a Oeste e de frente para o Pací-fico, está Punta Arenas, de onde se vaipor terra a Puerto Natales e daí para Tor-res Del Paine, num trajeto de cerca dequatro horas. Outra opção é o barco quesai de Puerto Natales, levando um poucomais de tempo para alcançar o destino,mas com uma paisagem impressionanteda vegetação que margeia o rio. O Par-que Nacional de Torres Del Paine situa-se entre o maciço da Cordilheira dos An-des e a estepe patagônica. É um conjuntomonumental que mais parece uma explo-são de montanhas agudas, em forma detorres (daí o nome), dominando os lagose glaciares em torno, por onde se reali-zam inúmeras excursões fluviais ou cami-nhadas por trilhas bem sinalizadas, masde difícil percurso. Aventurei-me numadelas, com 18 kms na ida e volta e con-fesso que ao final da aventura, o cajadomal sustentando as pernas bambas, qua-se me arrependo da imprudência... Logodo outro lado, rumo ao Leste, chega-se àPatagônia Argentina, na simpática cida-de de El Calafate. O nome indígena sedeve aos arbustos que por ali vicejam, com

Euclides Benedito de Oliveira,Euclides Benedito de Oliveira,Euclides Benedito de Oliveira,Euclides Benedito de Oliveira,Euclides Benedito de Oliveira,advogado.

frutinhos vermelhos e folhas que serviampara tapar fendas de navios (daí a expres-são “calafetar”). O espetáculo maior,neste lugar altamente turístico da Provín-cia de Santa Cruz (terra dos Kirscheners),são os tremendos blocos de gelo entre mon-tanhas, preciosos reservatórios de águaconstituidos pelos glaciares. O mais visi-tado e com melhor infraestrutura é o gla-ciar Perito Moreno, que tem o nome dotécnico que demarcou a região e esta-beleceu as divisas entre o Chile e a Ar-gentina. Ao passeio patagônico deve,ainda, acrescentar-se uma visita ao ex-tremo sul do continente, Ushuaia, naTerra do Fogo, onde se navega pelo canalde Beagle, conhece-se o Estreito de Ma-galhães e se pode dobrar o Cabo Horn,nas paragens dos leões marinhos e dosalegres pinguins que dominam as ilhasvizinhas. Volta-se com o ânimo renova-do pela paz, quietude e grandeza desseslugares onde pode se dizer que realmen-te impera a Natureza intocada esoberana.B

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34 AGOSTO DE 2009

LAZER

KKKKKOOOOOALA TURISMOALA TURISMOALA TURISMOALA TURISMOALA TURISMO2 x 62 x 62 x 62 x 62 x 6

TURISMOTURISMO ROTEIROS E INDICAÇÕES DE MARIA MAZZA

s belezas do Canadá,os contrastes dasculturas inglesa efrancesa, formam umcenário ideal paraquem quer fazer um

passeio diferente. O Canadá é o se-gundo maior país do mundo, com9.922.385 quilômetros quadrados (temaproximadamente 30 milhões de habi-tantes), famoso pelas florestas, cordi-lheiras, lagos, rios e ilhas. Normalmen-te, os roteiros começam em Toronto eterminam em Vancouver, mas vale apena inverter essa tradição e viajarpelas montanhas rochosas.

O roteiro começa em Vancouver,passando-se pela cidade de Gastown,com ruas iluminadas por lampiões degás, repletas de boutiques, cafés egalerias de arte e por Chinatown (a ter-ceira maior das Américas). Depois, umaviagem no trem Rocky Mountaineer, queagravessa os campos de Fraser RiverValley e as altas montanhas de CostMountains até chegar no FraserCanyon. Em seguida, Kamloops, cida-de histórica, palco de entrada para aColumbia Britânica. Platôs e picos neva-dos fazem parte da paisagem, com pas-sagens por montanhas com quase 2 milmetros de altura.

A partir de Jasper, o maior parquedas Montanhas Rochosas, onde estãoos “gelos eternos”, repleto de trilhasque podem ser percorridas a pé, a ca-valo, ou de canoa, pode-se escolhervários tours (Maligne Valley, WildlifeSafan, Athabasca River Float Trip, Mile5 Run) todos com muitas atrações na-turais. Entre as opções, as cataratas eo glacial de Athabasca e o famosoLake Louise. O passeio prevê visitas a

parques, como o Yoho e o Banff. Issosem esquecer de Calgary, onde pode-se até usar um helicóptero para co-nhecer a região.

Nas montanhas do CanadáA

“Pacote”O “pacote” preparado pela Canadá Viagens e Turismo — telefone (0xx19)O “pacote” preparado pela Canadá Viagens e Turismo — telefone (0xx19)O “pacote” preparado pela Canadá Viagens e Turismo — telefone (0xx19)O “pacote” preparado pela Canadá Viagens e Turismo — telefone (0xx19)O “pacote” preparado pela Canadá Viagens e Turismo — telefone (0xx19)

3869-3300, inclui sete noites; dois cafés da manhã; três almoços; dois dias de3869-3300, inclui sete noites; dois cafés da manhã; três almoços; dois dias de3869-3300, inclui sete noites; dois cafés da manhã; três almoços; dois dias de3869-3300, inclui sete noites; dois cafés da manhã; três almoços; dois dias de3869-3300, inclui sete noites; dois cafés da manhã; três almoços; dois dias deserviços no trem Rocky Mountainner ou similar; passagem aérea São Paulo/serviços no trem Rocky Mountainner ou similar; passagem aérea São Paulo/serviços no trem Rocky Mountainner ou similar; passagem aérea São Paulo/serviços no trem Rocky Mountainner ou similar; passagem aérea São Paulo/serviços no trem Rocky Mountainner ou similar; passagem aérea São Paulo/Vancouver/Calgary, pela Air Canadá; entradas nos parques; excursão a partirVancouver/Calgary, pela Air Canadá; entradas nos parques; excursão a partirVancouver/Calgary, pela Air Canadá; entradas nos parques; excursão a partirVancouver/Calgary, pela Air Canadá; entradas nos parques; excursão a partirVancouver/Calgary, pela Air Canadá; entradas nos parques; excursão a partirde Jasper; guia em inglês; de Jasper; guia em inglês; de Jasper; guia em inglês; de Jasper; guia em inglês; de Jasper; guia em inglês; city tourcity tourcity tourcity tourcity tour em Vancouver; vôo de helicóptero; seguro- em Vancouver; vôo de helicóptero; seguro- em Vancouver; vôo de helicóptero; seguro- em Vancouver; vôo de helicóptero; seguro- em Vancouver; vôo de helicóptero; seguro-viagem; com hospedagem em apartamento duplo, a partir de U$ 3,114.00, porviagem; com hospedagem em apartamento duplo, a partir de U$ 3,114.00, porviagem; com hospedagem em apartamento duplo, a partir de U$ 3,114.00, porviagem; com hospedagem em apartamento duplo, a partir de U$ 3,114.00, porviagem; com hospedagem em apartamento duplo, a partir de U$ 3,114.00, porpessoa, mais taxas de embarque. É necessário visto de entrada.pessoa, mais taxas de embarque. É necessário visto de entrada.pessoa, mais taxas de embarque. É necessário visto de entrada.pessoa, mais taxas de embarque. É necessário visto de entrada.pessoa, mais taxas de embarque. É necessário visto de entrada.B

tendência neste mês é perduraremdias mais frios, resquícios do inver-

no. Por isso, quem não consegue ficar longeda água, pode optar pelo Magic City, com-plexo de lazer em Suzano, a 70 quilômetrosde São Paulo, equipado com piscinas aqueci-das, hidromassagem, ofurôs ao ar livre ecascatas. O complexo fica em uma área de300 mil metros quadrados, cercado pelaMata Atlântica, e reúne parque aquático, dediversões, esportes de aventura (que devemser agendados e são pagos à parte), fazen-dinha e pesqueiro. Possui, inclusive, toboá-guas, lanchonetes, restaurantes, auditório,loja de conveniência e oferece suítes paracasal e uma sala mamãe-bebê.

Neste mês, considerado “baixa tempora-

Magic City

da”, a tarifa para duas pessoas, de sexta adomingo, custa R$ 399,00 (mais R$ 160,00por pessoa extra). O “pacote” inclui pensãocompleta. Informações pelo telefone(0xx11) 4746-5800. O Magic City fica narodovia Índio Tibiriçá, quilômetro 58,5.B

A

Divulgação

Divulgação

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35AGOSTO DE 2009

PAULO BOMFIM

a sededo anti-go Au-tomóvelC l u b ,na Rua

Líbero Badaró, o retrato deJosé Pinto Alves, de auto-ria de Baloni, fitava com iro-nia as gerações de sóciosque se sucediam. Ele e"Pimpolho" de Sousa Queirós assinalamuma galeria de pessoas raras.

O apelido "Tico-Tico" veio do rostopintalgado de sardas igual ao ovo da-quele passarinho. Elegante e exótico,esse primo, filho de meus tios Nicota eValdomiro Pinto Alves, juntamente comseus amigos Fernandinho Prestes e LuísAntônio Fonseca, fizeram da cidade seuparque de diversões.

Lembro-me, quando pequeno, deacordar à noite, com tropel no cimentoda casa de meu avô, onde estava mo-rando. O primo havia desatrelado e soltoo cavalo de uma carrocinha de padeirodentro dos muros da casa dos tios.

Na década de 20, foi estudar na Ale-manha, e como estava demorando paravoltar, tio Valdomiro incumbiu seu ir-mão Carlos, de trazê-lo de volta. Aochegar a Berlim, Carlos se apaixonapela pintora Mussia, jovem baronesarussa fugitiva dos bolcheviques quemataram seu pai, almirante da mari-nha do Czar. Casa-se com ela e voltapara São Paulo. Mussia traria depoisa irmã Nina, que se casaria com Táci-to de Almeida, irmão de Guilherme deAlmeida, participante da Semana deArte Moderna e um dos fundadores daEscola de Sociologia e Política.

A figura de Carlos Pinto Alves foi bemretratada por Tristão de Athaíde, que faladesse aristocrata de hábitos francisca-nos, amigo de Murilo Mendes, IsmaelNery, Gustavo Corção e Roberto Alvim

"Tico-Tico"N

Correia."Tico-Tico", re-

gressa também aoBrasil, desembar-cando no porto deSantos acompanha-do de um secretárioe de um macacoamestrado. O ale-mão chorava tantocom saudades da

mulher que tio Valdomiro acabou man-dando buscá-la.

Certa vez, na saída de um espetácu-lo de gala no Teatro Municipal, ele e Fer-nandinho Prestes, filho de Júlio Prestes,resolveram apostar corrida à Ben Hur,em dois carros da limpeza pública puxa-dos a burro. Diante de uma plateia dejovens da alta sociedade, trajando a ri-gor, os dois dispararam da Praça Antô-nio Prado ao Largo Paissandu.

Quando o ioiô e a raquete com elás-tico que segurava uma bolinha, chega-ram a São Paulo, "Tico-Tico" podia servisto na Praça do Patriarca, praticandoeximiamente os dois jogos.

Em suas motocicletas possantes, ounas baratinhas último tipo, estava sem-pre competindo em audácia com os"Bororós" da família Amaral.

Inspirou paixões avassaladoras, amoue foi amado pelas moças mais belas daépoca. A todas tia Nicota advertia: "Josénão nasceu para se casar.”

Esse primo inesquecível viveu seus40 anos de vida a custa dos cafezaisque produziam para que ele não preci-sasse trabalhar. No brasão da família,dizia ele, deveria constar um terço, umbaralho e uma saia de mulher.

No dia de sua morte, homens elegan-tes, chorosas damas enlutadas, prostitu-tas, boêmios e garçons acompanharamseu enterro no Cemitério da Consolação."Tico-Tico" deixou o que sobrou de suafortuna para o albergue noturno.B

Internet

LAZERM. AMY

C R U Z A D A S

HorizontaisHorizontaisHorizontaisHorizontaisHorizontais

1- Na linguagem jurídica,quantia integrante de um patri-mônio; (Dir.Comp.) Chefe etíope.

2-Colocar em circulaçãopública, moedas,títulos de va-lor ou de crédito; (Dir.Proc.)Toga, veste talar.

3- Na linguagem jurídica,parte de um todo; Notar, deduzir.

4- Medida de tempo corres-pondente a 12 meses;(Dir.Marít.) Unidade náutica develocidade que corresponde a

Públ.) Sigla da Organização dos EstadosAmericanos.

4- Escreve-se para abreviar.

5- Três,em algarismos romanos;(Dir.Proces.) Cargo ou função de juiz, auto-ridade judicial.

6- (Dir.Civ.) Tráfego de veículos.

7- Capital da Inglaterra.

8- No ocultismo, a luz, a primeira mani-festação do Verbo Criador.

9- (Dir.Proces.) Réu que deixa o proces-so correr à revelia.

10 - (Dir.Civ.) O que assume uma obrigação.

11 - (Sociologia Geral) Mestiço de cor clarae cabelo ruivo; Símbolo químico do Didímio.B

uma milha por hora; (Dir.Amb.)Sigla de Estudo Prévio de Impacto Ambiental.

5- Tribunal de Contas (sigla); Símbolo doEstanho; Consoantes de "lutar".

6- (Dir.Civ.) Corrente de água doce;(Dir.Civ.) Espaço de tempo entre o nascimen-to e a morte de uma pessoa; Rio da Suíça.

7- Árvore da flora brasileira; Tenebroso.

8-Associação dos Alcoólatras Anônimos;Vassourar o forno depois de aquecido; Jor-nal jurídico "Tribuna do Direito" (sigla).

9- Sigla do Estado de Roraima; ...Grael,famoso velejador brasileiro; (Teor.Ger. doDir.) Produto da legislação.

VerticaisVerticaisVerticaisVerticaisVerticais

1-(Dir.Int. Priv.) Fazer regressar ao país natal.

2-(Dir.Civ.) Tornar-se livre do pátrio poder.

3-...o Grande, rei da Pérsia; (Dir. Int.

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POESIAS

com satisfação e gostoQue parabenizo todos os advogados,

Pelo dia 11 de agosto,Sejam recém-formados ou renomados.

Parabéns por exercerEssa digníssima profissão,Em cada novo amanhecer,Com intensa adoração.

Parabéns por facilitarO acesso à JustiçaE lutar contra a injustiçaQue jamais pode reinar.

Parabéns por fazer cumprirOs direitos de cada cidadãoE, consequentemente inibirA falta de informação.

Parabéns por ser integranteDa mais importanteEntidade da sociedade civilOrganizada no Brasil.

Parabéns por cada vitóriapor cada cliente conquistado!Que sua vida seja repleta de glória,e atinja tudo que houver almejado!B

Parabéns advogado

EThais Fernanda Bizarria,

(Advogada)

Page 48: Edição Agosto 2009 - nº 196

36 AGOSTO DE 2009