edição 99 setembro 2014 - fenasucro 2014

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Revista Canavieiros - Setembro de 2014 1

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Revista Canavieiros - Setembro de 2014

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Revista Canavieiros - Setembro de 2014

3Editorial

Saber que ao longo dos últimos oito anos leva-mos informações rele-

vantes sobre a agroindústria canavieira através de reporta-gens, entrevistas e artigos com especialistas renomados, nos dá muito orgulho, caro leitor, principalmente ao finalizarmos a revista de setembro, a nossa nonagésima-nona edição. Por-tanto estamos muito anima-dos para preparar uma edição número 100 muito especial. Aguardem!

Neste mês, a Canavieiros traz uma cobertura especial sobre a Fenasucro 2014, que foi marca-da pela perspectiva de retomada da cadeia canavieira e serviu de palanque para candidatos à presidência da República como Marina Silva (PSB) e Aloysio Nunes (PSDB), vice na chapa de Aécio Neves. A feira - que recebeu mais de 33 mil visitan-tes de mais de 50 países, e deve gerar mais de R$ 2,2 bilhões nos próximos 12 meses, também de

serviu de palco para protesto do setor sucroenergético, que pede soluções para estancar a crise que vive devido à falta de polí-ticas públicas.

O destaque do mês fica por conta dos benefícios que a Bio-tecnologia vem proporcionan-do, principalmente ao agrone-gócio. A matéria mostra que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial dos países que cultivam variedades GM (geneticamente modificadas) e que novos eventos devem sur-gir nos próximos meses. O cui-dado na escolha de pneus que podem influenciar na produti-vidade também pode ser con-ferido nesta edição e a Gela-deiroteca, que continua sendo destaque por onde passa, como na XII Feira do Livro de Ser-tãozinho e na Fenasucro.

Além da Coluna Caipiri-nha, assinada pelo Professor Marcos Fava Neves, opina no “Ponto de Vista” Plínio Nasta-

A caminho da centésima edição

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

ri. Já o pesquisador científico do Instituto Biológico APTA/SAA-SP, José Eduardo Mar-condes de Almeida, assina ar-tigo técnico sobre os fungos entomopatogênicos como fer-ramenta no manejo integrado de pragas da cana-de-açúcar.

Também têm entrevistas com Alexandre Andrade Lima, presidente da UNIDA (União Nordestina dos Produtores de Cana), e com o ex-ministro Roberto Rodrigues, presidente do Conselho Deliberativo da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

As notícias do Sistema Co-percana, Canaoeste e Sicoob Cocred, artigos técnicos, as-suntos legais, informações se-toriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferidos na revis-ta de setembro.

Até outubro! Nossa centési-ma edição! Boa Leitura.

Expediente:Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Andréia Vital, Carla Rodrigues, Fernanda Clariano e Rafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3300 - Ramal: [email protected]

imPRessão: São Francisco Gráfica e Editora

Revisão: Lueli Vedovato

tiRagem desta edição: 22.000 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do

Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários

são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada,

desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista Canavieiros

Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008)

[email protected]

www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros

www.facebook.com/RevistaCanavieiros

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Revista Canavieiros - Setembro de 2014

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06 - Entrevista IIRoberto Rodrigues

Presidente do Conselho Deliberativo da UNICA“Faltam políticas públicas mais consistentes baseadas em

tecnologia para que o Brasil possa crescer”

- Geladeiroteca marca presença na 12ª Feira do Livro de Sertãozinho- Reuniões Técnicas Canaoeste- Canaoeste realiza reunião técnica na filial de Santa Rita do Passa Quatro- Dia de Campo de plantio de Agmusa no Sistema Meiosi- Canaoeste participa de evento sobre acidentes com queimadas- Consecana

20 - Notícias Canaoeste

Ano IV - Edição 99 - Setembro de 2014 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 27Fenasucro 2014 é marcada pela

perspectiva de retomada da ca-deia canavieira

Principal feira do setor sucroe-nergético foi palco para o fortale-cimento de negócios e do coopera-tivismo

16 - Notícias Copercana- Parceria entre a Copercana e a FMC oferece oficina e peça teatral para professores e

alunos de escolas de Sertãozinho- Unidade de Grãos da Copercana realiza treinamento sobre Controle de Pragas- Parceira entre a Copercana Seguros e Porto Seguro Auto mobiliza motoristas de

Sertãozinho

28 - Notícias Sicoob Cocred- Balancete Mensal

Pontos de Vista.....................página 08

Coluna Caipirinha.....................página 14

Destaques:Guia de Negócios CEISE Br

.....................página 40

Datagro.....................página 42

Agro SAFF DPaschoal.....................página 44

Biotecnologia na produtividade.....................página 46

Informações Setoriais.....................página 48

Artigos Técnicos:Custo de Produção

.....................página 50

Plantas Daninhas.....................página 52

Sistema de Meiosi na Cana.....................página 54

Fungos Entomopatogênicos.....................página 56

Acompanhamento da safra.....................página 60

Assuntos Legais.....................página 64

Novas Tecnologias - Atabron.....................página 66

Classificados.....................página 68

Agende-se.....................página 71

Cultura.....................página 72

Etanol “Completão”.....................página 74

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05 - EntrevistaAlexandre Andrade LimaPresidente da Unida“Uma seca só”

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5Entrevista I

Alexandre Andrade Lima

“Uma seca só”

Fernanda Clariano

A produção nordestina de cana-de-açúcar hoje é de 54 milhões de tonenaladas, o que represen-ta 9% da produção do País. Para isso, conta com 25 mil produtores independentes que fornecem para 70 unidades industriais. O Nordeste também é responsável por empregar 35% da mão de obra do setor no Brasil e tem em média 95 mil empregados por safra. A Revista Canavieiros en-trevistou o presidente da Unida (União Nordestina dos Produtores de Cana), Alexandre Andrade Lima, para falar sobre a seca que vem assombrando os produtores, estimativas de safra, eleições, dentre outros assuntos. Confira!

Revista Canavieiros: O Nordeste, assim como o Estado de São Paulo, vem enfrentado uma das maiores se-cas dos últimos anos. Como os pro-dutores de cana-de-açúcar têm lidado com essa situação?

Alexandre: Tivemos a maior seca dos últimos 50 anos, o Estado mais atin-gido foi o de Pernambuco, onde a pro-dução caiu de 17 milhões de toneladas para 13,2 milhões. Em alguns municí-pios houve perda na produção de 35%. Os produtores de cana irrigam pouco, mas esta prática está aumentando. O problema é o custo para implementação,

que é alto, hoje, nosso cus-to de produção é de R$ 85 e estamos recebendo cerca de R$ 70. Algumas usinas mais capitalizadas estão investindo em irrigação, onde alcançam produção de mais de 120 ton/ha, mas isto em irrigação ple-na. A maioria que irriga é uma irrigação de salvação.

Revista Canavieiros: Além do clima que não está favorável, o setor sucroe-nergético tem sofrido um grande descaso por conta do Governo Federal. Como andam as expectativas dos produtores nordestinos em relação às eleições?

Alexandre: Houve uma grande frustração com a mor-te de Eduardo Campos, um parceiro e conhecedor pro-fundo do nosso setor, e tinha uma relação afinada com o nosso setor. Achamos que ha-

verá mudança na política do Governo em relação ao setor, seja quem for elei-to. Outra questão é que a Petrobras não suporta mais a atual política governa-mental de subsidiar a gasolina, fóssil é insustentável. Não temos dúvidas tam-bém que haverá reajuste nos preços dos combustíveis. Temos que encaminhar nossas propostas para todos os presi-denciáveis, para que se comprometam com a volta da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) na gasolina, sem ela, fica difícil o etanol competir com a gasolina, isto daria um

reajuste de R$ 0,35 a R$ 0,38 no preço do combustível fóssil.

Revista Canavieiros: Como está a questão da subvenção para os produtores nordestinos de cana-de-açúcar e etanol?

Alexandre: A subvenção da cana para os produtores independentes já é o quinto ano consecutivo que conse-guimos. Temos uma boa relação polí-tica com o Governo Federal, além de contarmos com uma excelente relação com o presidente do Senado Renan Ca-lheiros e com o presidente da Câmara dos Deputados Henrique Alves, ambos nordestinos. Na realidade, temos um amplo apoio nas duas casas legislati-vas, até porque temos nove Estados no Nordeste e cada um tem três senadores, o que facilita a nossa articulação. Além de uma união e dedicação de todos que fazem a Unida (União Nordestina dos Produtores de Cana).

Revista Canavieiros: Qual é a estimativa da Unida para a safra 2015/2016?

Alexandre: Devemos colher aproxi-madamente a mesma safra passada, em torno de 54 milhões de toneladas, que representa 9% da safra nacional.

Revista Canavieiros: Quais as ex-pectativas dos produtores nordestinos para a próxima safra, eles irão investir na renovação antecipada do canavial?

Alexandre: Na realidade não há no-vos investimentos, só existe uma manu-tenção na área plantada e uma seleção de áreas mais adequada à topografia para o plantio de cana-de-açúcar.RC

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6Entrevista II

Roberto Rodrigues

“Faltam políticas públicas mais consistentes baseadas em tecnologia para que o Brasil possa crescer”

Andréia Vital

A declaração é de Roberto Rodrigues, que foi ministro da Agricultura e é o atual presidente do Conselho Deliberativo da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), da Academia Nacional da Agricultura e coordenador do Centro do Agronegócio da FGV - Fundação Getúlio Vargas. Ele é enfático ao afirmar a necessidade da criação de uma ampla estratégia articulada para que o avan-ço chegue mais depressa e efetivamente às diversas cadeias produtivas do agronegócio, gerando assim vantagens competitivas ao Brasil.

De acordo com Rodrigues, que recentemente participou de seminário sobre biotecnologia, rea-lizado em São Paulo-SP, a agrotecnologia é um tema central no avanço sustentável da agricultura. O ex-ministro também ressaltou a importância do setor sucroenergético para atender à demanda mundial, mas lembrou que a agroenergia foi deixada de lado pelo atual Governo. “Sem meio de campo, que é a política pública, não adianta o setor sucroenergético querer ser artilheiro porque não vai fazer gol”. Confira a entrevista:

Revista Canavieiros: Como a agrotecnologia pode ajudar no avan-ço da agricultura?

Roberto Rodrigues: A agrotecnolo-gia é um tema central no avanço susten-tável da agricultura. Novas tecnologias estão surgindo, parcerias com empresas públicas e privadas estão sendo fecha-das e isso pode garantir uma segunda

revolução verde no nosso País, ajudando com vigor ao suprimento de alimentos do mundo todo. Isso se faz com os avanços tecnológi-cos que vêm sendo liderados pela Embrapa ao longo das últimas décadas, com a con-tribuição de órgãos estaduais de pesquisa, como o nosso grande Instituto Agronômico de Campinas, o Instituto Bio-lógico, o Instituto de Zootec-nia, o Instituto de Pesca, o Instituto de Economia Agrí-cola, por universidades e por outros institutos em todos os Estados. Mas o que faltam são políticas públicas mais consistentes que permitam o avanço chegar mais depres-sa, para efetivamente gerar vantagens competitivas.

Revista Canavieiros: O

que é preciso ser feito para que essas medidas sejam criadas?

Roberto Rodrigues: Quando fui mi-nistro da Agricultura, no primeiro manda-to do presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2003, a soja transgênica representava somente 12% do que era produzido no Brasil. E existia uma resistência grande à sua produção dentro do próprio Governo,

exigindo que cientistas, liderados à época pelo atual presidente da Embrapa, escla-recessem como funcionava a transgenia. A partir deste esclarecimento, foi criada a medida provisória para a comercialização de soja transgênica, que resultou na atual legislação para o cultivo do grão, que hoje atinge 90% do total produzido no País. Portanto, fica claro que as políticas públi-cas precisam ser embasadas pela ciência para serem realistas e efetivas.

O Sistema Nacional de Pesquisa ga-rante a retaguarda técnica; as empresas e os produtores são o ataque; agora quem faz a bola chegar lá para os atacantes é o meio de campo, são as políticas pú-blicas. Portanto, regras claras baseadas em tecnologia são necessárias para que o Brasil possa crescer. O mundo espera isso da gente: que cresça o dobro do que o mundo crescerá em produção de ali-mentos em 10 anos, ou seja, que nossa produção seja 40% maior para atender à demanda do mundo.

Não podemos esquecer também a importância do setor sucroenergético para atender à necessidade mundial de energia, sobretudo renovável e limpa, mas a agroenergia foi deixada de lado e o meio de campo dela não existe mais. Perdemos a Copa do Mundo porque não tínhamos meio de campo. Sem meio de campo, que é a política pública, não adianta o setor ser artilheiro: não vai fazer gol.

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Revista Canavieiros: O setor su-croenergético brasileiro vive uma cri-se. Na sua opinião, como ficará o seg-mento diante da demanda mundial por alimentos, combustível, energia?

Roberto Rodrigues: A agroe-nergia, do meu ponto de vista, pode mudar a geopolítica global porque diferente de comida, que qualquer país pode produzir, a agroenergia só se produz onde há sol o ano inteiro. É fruto de uma relação entre a planta, a terra e o sol o ano inteiro, que se en-contra nos países tropicais, que pode ser geradora da agroenergia, que não é somente o etanol. É etanol, é bio-diesel, bioeletricidade, biorrefinaria, toda a alcoolquímica que vem atrás deste processo gigantesco de mudan-ça que o mundo vive. É renovável, gera empregos, tem muito menor emissão de CO2, há evidências cla-ras de contribuição para a mitigação do aquecimento global, para a me-lhoria da saúde pública, enfim.

É tão evidente este processo que empresas internacionais vieram investir no Brasil para aprender as técnicas e depois multiplicar em outros países. Mas o atual Governo brasileiro tirou o pé desse processo, ao contrário do que havia nos Go-vernos anteriores.

Revista Canavieiros: Quais as

ações necessárias para que o setor volte a ser competitivo?

Roberto Rodrigues: Hoje o se-tor vive uma crise sem precedentes, e é preciso resolver essa questão. E essa questão passa por três ou quatro temas centrais: o primeiro é a defini-ção da matriz energética brasileira, afinal o que é que se deseja da matriz energética e que espaço cabe para a agroenergia nesta matriz? Definido isso, devem-se estabelecer as regras de regulamentação do etanol, da ga-solina, para que haja um equilíbrio adequado de preços e a empresa bra-sileira possa continuar trabalhando. O terceiro ponto é investir em tecno-logia agrícola e industrial e também em motor de automóvel, porque hoje motor a álcool não existe, o que temos é um motor de gasolina adap-tado para o álcool. Quem sabe um motor a etanol mais específico, mais completo, possa mudar a relação de 70% do preço do etanol em relação à gasolina para ser viável. Porque

não 80%, 90% ou 100%, desde que haja um motor adequado para isso? Então há uma série de temas a serem desenvolvidos tecnicamente e cien-tificamente e que devem ser estimu-lados por políticas públicas.

Revista Canavieiros: A altera-

ção na participação do etanol na gasolina vai beneficiar o setor ca-navieiro na sua visão?

Roberto Rodrigues: O aumento da mistura é um tema técnico em avaliação da qual participam a UNI-CA (União da Indústria de Cana-de--Açúcar), a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veí-culos Automotores), o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), a Petro-bras, o Ministério de Indústria e Comércio. Há uma ampla discussão técnica para saber até quanto é pos-sível aumentar a mistura. Só vamos fazer isso quando tivermos clare-za dos efeitos que possam ter nos motores dos carros, sobretudo nos carros importados, porque os nacio-nais estão adaptados a receber 25%, então mais 2,5% não representa alto risco. Já para os carros importados é um problema a ser resolvido. Os testes estão avançando e até o final de outubro saberemos quando pode-rá entrar em vigor a nova mistura. De qualquer maneira, isso só terá validade na safra do ano que vem.

Revista Canavieiros: Há possi-

bilidades de mudança para o setor ainda neste Governo?

Roberto Rodrigues: Bem, es-tamos conversando com o ministro Mercadante sobre o setor sucroe-nergético, com um bom diálogo, daí avançou o tema da mistura e da necessidade de fazer os testes, e outros assuntos defendidos há anos pela UNICA foram resolvi-dos, como a entrada do etanol e do açúcar no Reintegra, a utilização de PIS/COFINS, a abertura de créditos para construir armazéns para as usi-nas. A questão agora é econômica, pois ninguém investe em tecnologia se tiver prejuízo. A volta da CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) é o grande tema atual, tenho esperança que a gente consiga avançar nos próximos meses nesta questão. RC

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8Ponto de Vista I

Governo avança com o projeto para elevar a mistura de etanol na gasolina

*Plínio Nastari

O Senado Federal aprovou no dia 02 de setembro o Projeto de Lei de Conversão 14/2014

decorrente da MP (Medida Provisó-ria) 647/14, que permite ao Governo elevar para 27,5% o limite de mistu-ra de etanol anidro na gasolina, desde que constatada sua viabilidade técnica. Atualmente, segundo a Lei 8.723/93, o Governo pode elevar o percentual de mistura do etanol anidro até o limite de 25%, ou reduzi-lo até 18%, limite mí-nimo que ainda foi mantido pelo novo projeto. O texto agora aguarda sanção da presidente Dilma Rousseff. A partir de então, ficará ao critério do Governo em permitir o aumento efetivo da mis-tura através de um ato administrativo, como uma portaria interministerial.

Antes que a mistura de anidro na ga-solina seja efetivamente elevada para os 27,5%, o Poder Executivo ainda aguarda-rá a avaliação com relação aos impactos dessa medida sobre o desempenho dos veículos. Os testes estão sendo realizados no Cenpes (Centro de Pesquisa da Pe-trobrás) em conjunto com o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Quali-dade e Tecnologia)e os resultados finais só deverão ser conhecidos no final de de-zembro ou início de janeiro de 2015.

A decisão em elevar a mistura tam-bém dependerá do quadro de estoques no mercado interno, uma vez que a safra 2014/15 no Centro-Sul poderá ser encer-rada antecipadamente por conta dos pro-blemas nos canaviais, estendendo, por-tanto, o período de entressafra na região. Um aumento de 2,5 pontos percentuais na mistura provocaria um acréscimo de aproximadamente 1 bilhão de litros da demanda de anidro no País. Hoje, o País consome 10,91 bilhões de litros de etanol anidro, segundo estimativa da DATAGRO, dos quais 8,22 bilhões con-sumidos na região Centro-Sul.

A demanda de combustíveis no Brasil segue em alta. Em julho, a demanda de

hidratado avançou 7,3% sobre o mês an-terior para 1,01 bilhão de litros. Compa-rativamente a agosto do ano passado, o crescimento foi de 13,4%. No somatório do ano, foram consumidos 7,05 bilhões de litros de etanol hidratado entre janei-ro e julho, 21,1% a mais que em mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, este foi maior volume consumi-do de hidratado desde 2010, quando 8,17 bilhões de hidratado foram demandados entre janeiro e julho daquele ano, perío-do em que quase 55% de toda a frota flex fuel utilizava o etanol.

O expressivo crescimento do consu-mo de hidratado não reflete, necessaria-mente, maior abrangência da competi-tividade do etanol sobre a gasolina no país. De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o etanol esteve mais competitivo que a gasolina na bomba em quatro Estados na última semana de julho: São Paulo (65,71%), Para-ná (68,69%), Goiás (68,41%) e Mato Grosso (65,50%); praticamente a mes-ma cobertura de Estados há um ano.

O aumento do consumo de hidratado está mais relacionado com a expansão da frota de veículos flex fuel. Conforme es-timativa da DATAGRO, a frota de veícu-

los flex fuel cresceu 16,1% ao término de 2013 com 20,85 milhões de unidades cir-culando nas ruas. Levando em considera-ção as vendas de veículos entre janeiro e julho deste ano, estimamos que a frota de veículos flex fuel tenha alcançado 22,13 milhões de unidades ao final de julho, au-mento de 13,6% sobre o tamanho da frota observada em mesma data do ano passa-do (19,49 milhões de unidades).

Já o consumo de gasolina A subiu 5,5% em julho para 2,736 bilhões de li-tros, totalizando 18,88 bilhões de litros acumulado de janeiro a julho, aumen-to de 11,5% sobre idêntico período de 2013, variação proporcionalmente me-nor ao registrado pelo consumo de hi-dratado. Dessa forma, a participação do etanol na matriz de consumo de combus-tíveis do ciclo Otto subiu para 35,8% na média parcial do ano, contra 33,7% em todo o ano de 2013 e 31,8% em 2012.

Diante do aquecimento do mercado interno, via expansão da frota, e das perspectivas de uma entressafra mais longa do que o normal no Centro-Sul, o Governo poderá ser levado a decidir sobre o aumento da mistura de anidro na gasolina apenas em 2015.

*Presidente da Datagro Consultoria RC

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10Ponto de Vista II

O Conto da Fazenda Experimental Bolivariana

*Marcos Fava Neves

Este conto teve uma inspiração interessante. Passando pelos canais da TV num sábado à tar-

de para achar algo que captasse minha atenção, eis que encontrei para rever, o filme “A Praia”, que tem Leonardo Di Caprio como ator principal. Para quem não viu, o filme relata as experiências de uma comunidade sonhadora de um novo mundo, que vai para uma praia deserta na Tailândia, e tenta se organi-zar coletivamente. O filme tem um ce-nário maravilhoso, e uma interpretação soberba deste ator. Vale, sem dúvida assistir. Mas o que teria a ver este filme com nosso conto, nossa ideia?

Ao perceber no Brasil um crescente movimento ideológico contra a empre-sa, contra o lucro, da demonização do empresário, pois hoje quem quer pro-duzir é quase que um criminoso am-biental, trabalhista, social e, assim por diante, depois de escutar tanta bobagem destes micropartidos na propaganda eleitoral gratuita e também estar cansa-do de gente alienada, pendurada e que só reclama, vendo “A Praia”, tive uma ideia que pode até ser interessante.

A ideia seria a de criarmos, nos mes-mos moldes do filme “A Praia”, uma fazenda experimental, servindo a diver-sos propósitos secundários, elencados ao final deste texto, mas com o propó-sito principal de mostrar a importância da agricultura e do trabalho no dia a dia de todas as pessoas, pois até que algo futurista aconteça, nossos organismos são “movidos a alimentos”.

Uma área abençoada em termos de solos, incidência de sol, regime hídrico, seria escolhida em fronteiras do Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, enfim, numa destas bênçãos divinas recebidas pelos moradores do Brasil. Cercaríamos e colocaríamos em marcha o projeto.

Mas quem iria para a Fazenda? Para lá seriam levadas para um estágio as pessoas críticas à agricultura, ao pro-dutor rural, ao agronegócio e as que têm visão deturpada ou parcial sobre o

setor. Iriam desde as que pregam a so-cialização dos meios de produção, as que são ideologicamente contra a em-presa, contra o lucro, contra a ordem e o progresso, as radicais de diversos setores, como também os invasores (ou “ocupadores”), os antiprodução, os que desejam transformar o Brasil numa me-ga-aldeia, ativistas, representantes de algumas ONG’s confinados no sempre refrigerado ambiente Brasília/cidades internacionais, filósofos de gabinete, alguns artistas globais do eixo Ipanema, Leblon, Butantã, Pompeia, que pensam que seu baby beef nasceu na cozinha do restaurante da Vieira Souto e seu chopi-nho foi gerado dentro da chopeira dos maravilhosos bares da Ataulfo de Paiva ou dos arredores de Pompeia.

Levaríamos também gente que acredita nos modelos da Coreia do Norte, Cuba e Venezuela, entre outros. Selecionaríamos parte dos 61 milhões de brasileiros em idade de trabalho, mas que não trabalham, não procuram trabalho e não estudam, entre eles os dependentes de bolsas Governamen-tais que têm habilidade, capacidade e ofertas de trabalho e os usuários do auxílio-desemprego que forçaram suas demissões. Ou seja, a geração “nem--nem” também iria, os jovenzinhos ativistas ainda pendurados nas bolsas paternas e os outros não tão jovens, em idade de trabalho, mas que esticam até os 30, 40 anos sua permanência na universidade pública, normalmente em cursos sem demanda.

Para poupar um esforço inicial dos habitantes desta fazenda, já entrega-ríamos a área com todo o cipoal de li-cenças e burocracia necessárias para se trabalhar e produzir. Teríamos uma infraestrutura coletiva de hospedagem na fazenda, com bons banheiros, po-rém, todos coletivos. Haveriam telefo-nes coletivos e uma sala de informática coletiva, com os softwares de domínio social. Produtos de limpeza, cosméti-cos básicos, medicamentos genéricos e outros suprimentos importantes seriam fornecidos gratuitamente até que o fruto

do trabalho e da produção na fazenda conseguisse comprá-los.

Um telão de TV central, apenas com os canais abertos, no refeitório seria permanentemente gratuito. Sem direito aos filmes de Hollywood, HBO e outros “lixos do império”. Nestes canais terí-amos o noticiário do Brasil e a trans-missão da TV de Cuba, da Venezuela, Coreia, e seriam reprisados todos os programas eleitorais dos micropartidos radicais, além de aulas de produção comunista gravadas e filmes da antiga DDR (Alemanha Oriental). Via assem-bleias e conselhos populares, a FEB criaria suas próprias mídias e poderia adotar até o controle social da mídia, caso esta fosse a opção vitoriosa.

Como somos todos a favor do “Fome Zero”, a fazenda teria uma safra de cada produto adequadamente armazena-da para o consumo. Ou seja, teríamos milho, soja, hortícolas, frutícolas, açú-car, carne, cana... suficientes para uma rodada de consumo, portanto, para a segunda, teria que ser imediatamente plantado, cultivado e colhido, ou seja, trabalho pela frente aos habitantes da FEB a partir já do primeiro dia. Deixa-ríamos um rebanho bovino suficiente para um ciclo, bem como frangos, suí-nos e cordeiros e um lago com tilápias e equipamentos de pesca.

Para o plantio da safra seguinte, já deixaríamos no armazém as sementes

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padrão e as geneticamente modifica-das. Deixaríamos mudas, fertilizantes, defensivos e máquinas/implementos, desde os mais rústicos usados nos anos 30 e 40, até as máquinas com GPS uti-lizadas hoje.

A biblioteca da FEB seria completa: para tudo teríamos livros explicando desde como plantar, adubar, cultivar e colher, como manejar as máquinas, uso de defensivos, equipamentos de proteção, compostagem, doenças dos animais, enfim, em tudo teríamos o “como fazer”.

Na parte do processamento agroin-dustrial, forneceríamos também as pe-quenas agroindústrias processadoras já montadas. Um minifrigorífico, uma miniusina de cana, miniprocessado-ra de frutas, laticínio, torrefadora de café, entre outras, todas com manuais de funcionamento. Deixaríamos uma unidade de cogeração de energia, e um ano de suprimento gratuito de energia e diesel para as máquinas, até que a biomassa e o biodiesel fossem gera-dos. Galpões completos de armazena-gem e estrutura para um supermercado estariam prontas para os habitantes da fazenda trabalharem.

A comunidade discutiria e escolhe-ria quais insumos utilizaria. Se, por exemplo, as assembleias deliberarem que são contra usar os defensivos na produção da sua comida, se organiza-riam para a catação manual de lagartas e outras pragas e a captura de insetos, ratos com arapucas e outras engenho-cas. Tudo é válido. Caso a assembleia opte pelo vegetarianismo, o rebanho poderia ser transformado em instru-mento de adoração, como em outros países que conhecemos.

Uma vez pronta toda esta infra-estrutura, algo que nem de perto se oferece ao produtor rural, chega o momento de levar esta ampla comu-nidade selecionada à FEB (Fazenda Experimental Bolivariana). Na chega-da à fazenda, estas pessoas deixariam na entrada seus pertences pessoais, desde celulares, notebooks, bolsas, automóveis, afinal se são contra o progresso tecnológico, a empresa, o lucro, a multinacional, contra o “im-pério”, tem que ser coerente no com-portamento individual, o que frequen-temente não observo nestes grupos. Não podemos ser intelectualmente contra, mas transgressores na prática do comportamento individual.

A comunidade teria que se organi-zar. Imagino que sairiam à frente os “movimentos sociais”, tentando botar ordem na casa, pois têm treinamento prévio, afinal, a comida vai acabar e precisam trabalhar para ter. Poderiam criar um sistema de governo, educa-cional e universitário, com liberdade de conteúdo, bancos, partidos políti-cos, congressos, conselhões, e verifi-car como pagariam estes políticos do grupo e seus assessores com o recurso de sua própria produção, pois assim são pagos no mundo real.

Deixaríamos uma gráfica para im-pressão de uma moeda e de uma cons-tituição, se quiserem. Podem também criar Bolsas assistencialistas diversas, mas só depois que tiverem gerado ren-da para pagá-las. Afinal, para distribuir renda, alguém precisa gerar renda.

Diferentemente da situação real do produtor brasileiro, garantiríamos à FEB segurança total, sem os frequentes assal-tos que acontecem nas fazendas ou in-vasões de outros “movimentos sociais” e daríamos uma carência de três anos, pelo menos, para aplicar a atual legis-lação trabalhista, ambiental e tributária. Entregaríamos com reserva legal já aver-bada e CAR (Cadastro Ambiental Rural) preenchido. Não precisariam pagar im-postos e nos ajudar a sustentar Brasília por pelo menos 3 anos, algo que os bra-sileiros comuns dedicam mais de quatro meses de trabalho por ano.

Como não há petróleo na FEB, seus habitantes estariam livres do loteamen-to de cargos, da corrupção e dos escân-dalos advindos de uma suposta petrolei-ra que seria criada. Também é vetada a entrada de dólares, pois isto é algo que vem do Império, e desta forma não te-ríamos doleiros para trazer mais escân-dalos a FEB.

Forneceríamos o SUS (Sistema Único de Saúde) e o “Mais Médicos”, e se a comunidade aceitar (aceitasse), casos mais graves envolvendo líderes e políticos que não quiserem o SUS, cederíamos o Sírio Libanês, via cré-dito, mas para ser pago pela comuni-dade quando esta dispuser de renda.

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Não sou contra deixarmos também estoques de cachaça e uma destila-ria montada, afinal, não dá para exigir abstinência. Forneceremos também es-toques e sementes de Cannabis Sativa e fósforos. Pode inclusive ser que esta cadeia produtiva seja a primeira a se organizar na comunidade, pois é prova-velmente onde os estoques planejados para um ano mais cedo darão os sinais visíveis de escassez.

À medida que os excedentes de pro-dução advindos do trabalho e do esfor-ço dos moradores da FEB fossem sendo gerados, estes poderiam ser vendidos para fora da FEB e daríamos outra fa-cilidade: os mercados (compras) seriam por nós garantidos, com preços míni-mos estipulados. Também oferecerí-amos algo que os produtores hoje não têm: seguro sofisticado que protegesse a produção e a renda da comunidade de intempéries climáticas.

O transporte dos produtos desde a FEB até os centros de consumo nós ofe-receríamos para evitar que passem pelo descalabro logístico que nossos produto-res enfrentam, acabando com sua renda. Seguro contra os frequentes roubos de cargas, também ofereceríamos, afinal precisamos dar um impulso à FEB.

Garantiríamos o máximo esforço para utilizarmos o nosso porto em Cuba.

Com a renda criada pela venda da sua produção, fruto do seu trabalho, a comunidade poderia, aos poucos, comprar os bens de consumo essen-ciais para reposição (sabonete, sham-poo e outros) e também os produtos supérfluos hoje existentes fora da FEB. Poderiam importar desde carros Hyundai, BMW, motos Harley Davi-dson, máquinas de Nespresso, toda a parafernália da Apple, equipamentos de som Bang & Olufsen, comprar bol-sas Louis Vuitton, cosméticos MAC, TV HBO por assinatura, entre outros sonhos, e inclusive materiais de cons-trução para futuras casas individuais, que poderiam sim ser construídas em terrenos dentro da fazenda, caso ven-ça na assembleia a individualização das moradias.

Podemos sofisticar bem mais o nosso conto, mas parando por aqui para pou-par o tempo dos trabalhadores, a missão da FEB seria esta: “ensinar a parar de reclamar e trabalhar para prosperar”.

Além dos habitantes da FEB desco-brirem e reconhecerem que as coisas não caem do céu, e que tem gente suan-do forte para tentar produzir num País que a cada dia cria mais dificuldades, o estágio traria outros aprendizados à comunidade da FEB, evidências que carregariam ao resto das suas vidas:

- Não existe distribuição de renda que se sustente, sem geração de renda;

- Não existe consumo sem produção;- É difícil e custa ser contra o pro-

gresso tecnológico. Se você não gosta da tecnologia e das empresas que geram tecnologia, existem alternativas menos produtivas à disposição e podem ser usadas, mas dará mais trabalho e pode não ser suficiente;

- Algumas coisas precisam de escala para serem produzidas eficientemente, então o romantismo da família, do sim-ples, não funciona.

- Para que um sistema destes (FEB) funcione coletivamente, é preciso que todos tenham ampla propensão ao tra-balho, o que não se observa em todos os seres humanos. Este é o principal mo-tivo do fracasso de modelos coletivos que não incentivam o trabalho, a pro-dutividade individual e a meritocracia.

- Quem não trabalha, ou tem labor--fobia, está sendo sustentado por quem trabalha e se aproveita do mais produti-vo. Vai ficar evidente para todos na co-munidade literalmente quem “não vale o feijão que come”;

- Produtos são plantados, cultiva-dos e colhidos, com muito esforço por quem fez, com muito risco. Precisamos respeitar e valorizar quem produz e agradecer, pois parte do que podemos consumir no País vem da renda da ex-portação gerada por estes empreende-dores. Simplificando, nosso I-Phone 6 foi pago com... exportações de açúcar.

Vamos implementar a FEB e aguar-dar cinco anos para ver se funciona. Tenho cá um pouquinho de dúvidas se os perfis que iriam para lá têm em seu

DNA a filosofia de “agarrar no batente”, necessária quando não se têm outros fa-zendo por você, ou com a presença de um estado assistencialista, contamina-do pela política da “vitimização e da coitadização” dos seus habitantes. Mas não podemos cometer o equívoco de um pré-julgamento. Vamos aguardar e observar este laboratório a céu aberto. Acho que teremos olheiros do mundo todo observando a FEB.

Se após cinco anos a FEB der certo, minha hipótese é que a comunidade se organizou em um modelo capitalista. O sistema capitalista, com todos os seus problemas, é o melhor que a so-ciedade mundial dispõe, basta olhar os 20 países melhor ranqueados nos IDH (indicadores de desenvolvimento humano). É no que acredito, um siste-ma que promova forte inclusão social, pelo trabalho, esforço e geração criati-va de oportunidades. Se FEB der certo e for sustentável no médio prazo num modelo comunista, eu tenho que calar a minha boca e jogar fora boa parte das coisas que escrevi. Voltar a estudar, porém, outras obras.

Estou terminando o conto e esqueci de abordar o assunto fugas ou abando-nos. Fugas da FEB serão aceitas após uma entrevista onde fique provado que a pessoa aprendeu valores ligados ao trabalho, à geração da sua própria ren-da, à noção de responsabilidade e de colaboração ativa com a comunidade e o fim do pensamento de que... é vítima, um coitado, um excluído.

A última pergunta que abriria a por-teira da fazenda e traria o “febiano” de volta ao mundo externo avaliaria se o entulho intelectual, ou a alucinação bo-livariana ficou para trás, enterrado na fazenda, da mesma forma como o gran-de sonho da comunidade de Leonardo Di Caprio em “A Praia”, fracassou e ficou... na praia tailandesa.

* é professor titular de planejamen-to estratégico e cadeias agroalimen-

tares da FEA-RP/USP. Autor de 45 livros publicados em oito países. Foi

professor visitan-te da Purdue Univer-sity (Indiana, EUA) em 2013.

Ponto de Vista II

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Como está o nosso agro? Con-trariando a recuperação dos últimos meses, em agosto o desempenho das exportações do agro sofreu uma que-da considerável. As exportações, (US$ 8,89 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 10,17 bi), diminuíram 12,5%. O saldo na ba-lança do agro de agosto foi de US$ 7,48 bi, uma queda de 14,0% em relação a agosto de 2013, que foi excelente.

O valor exportado acumulado no ano (US$ 67,6 bilhões) teve queda de 2,1% quando comparado com o mesmo perío-do de 2013 (US$ 69,0 bilhões). O saldo positivo acumulado no ano foi de US$ 56,4 bilhões (2,4% menor que o mes-mo período em 2013). Se continuarmos nesse ritmo, fecharemos 2014 com um montante de US$ 101 bi, atingindo a meta dos 100 bi, porém cabe ressaltar que no acumulado de janeiro-agosto de 2013 tivemos uma exportação de US$ 69,0 bi e fechamos 2013 com a cifra de US$ 99,9 bilhões.

O ponto negativo das exportações do Brasil é justamente o complexo cana, que no ano passado, de janeiro a agos-to, havia exportado US$ 9,1 bilhões, e neste ano, apenas US$ 6,5 bilhões, 28% a menos.

Como está nossa cana? Segue firme o processamento de

cana na safra. Até o final de agosto, a produção de açúcar e etanol estava 5% maior que na safra anterior, mas sabe-mos que a atual safra será cerca de 9% menor.

Houve, a partir de agosto, grande mudança no mix em direção ao etanol (quase 55% na segunda quinzena do mês), algo que poderia ter acontecido antes se não fossem os erros do Gover-no. Agora, já comprometeu o resultado do ano.

Estimativa da JOB é que a safra do Centro Sul será de 552 milhões de to-neladas. Para a Datagro, será de 556 milhões de toneladas.

A crise vai deixar rastros fortes. Se-gundo a Orplana (Organização de Plan-tadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), a taxa de renovação dos cana-viais de produtores em 2014 foi de 12%, quando o ideal seria 17%. A quebra deve ser maior que a observada nos canaviais das usinas, algo ao redor de 15%.

Costumo dizer que a crise que o se-tor passa não é uma crise de mercado, como por exemplo se observa no suco de laranja. A crise da cana é fabricada. O fa-bricante todos conhecem: um ineficiente e caro pessoal que mora em Brasília...

Muita gente está investindo em algo que o setor sonha: a semente da cana! Vamos ter esperança.

Como estão as empresas do setor?A empresa americana BioUrja Trading

tem projeto para uma usina de etanol de milho em Chapadão do Sul, que a princí-pio processaria 343 mil toneladas do grão por ano, gerando etanol e o farelo de mi-lho de alto valor proteico (DDGS).

A Brasken, Amyris e Michelin de-senvolveram parceria para produzir um isopreno renovável, principal material usado na fabricação de pneus e outros produtos de borracha. Para a produção deste isopreno, serão utilizados açúca-res, como o da cana. É mais uma apli-cação futura para a cana.

A Odebrecht produziu nesta safra cerca de 65 toneladas por hectare. Deve moer ao redor de 26 milhões de tone-ladas neste ano. 83% da cana vai para etanol, e deve produzir 1,85 bilhão de litros. O foco da empresa agora será na melhoria dos canaviais, buscando 74 toneladas em média daqui dois anos. 80% da cana é própria, produzida em 445 mil hectares. De acordo com a em-presa, busca-se aumento de produtores independentes, visando atingir 40% do suprimento.

Ceres, dos EUA, vai colocar ênfase em investimentos de cana transgênica, visando traços de biomassa, tolerância a estresse e conteúdo de açúcar.

Como está o açúcar?Usinas estão estocando mais açúcar

e etanol com as perspectivas de melho-ria dos preços na entressafra. Diversos grandes grupos estão com estoques 100% maiores.

Coluna Caipirinha

Marcos Fava Neves

CaipirinhaOs Rastros de uma Crise Fabricada

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A Job estimou redução nas exporta-ções de açúcar este ano, devido a que-bra de safra, para 22 mi t.

O preço do açúcar chegou a 13,75 cents por libra, menor valor desde 2010. Muita gente que previa preços melhores no final do ano, como eu, caiu do cavalo nas análises.

O Governo, via Conselho Monetário Nacional, deve incluir o açúcar em li-nhas de financiamento para armazena-gem, a taxas de 4,5% ao ano, com 15 anos para pagamento e carência de 3 anos. Fora esta ação, o açúcar e o etanol foram incluídos no programa Reinte-gra, que permite às empresas recupe-rarem 3% do valor exportado na forma de crédito tributário para PIS e Cofins. Segundo o Governo, já pode ser válido em 2014, em 0,3%.

Como está o etanol?Foi aprovado o aumento da mistura

de etanol anidro na gasolina para 27,5%, provavelmente para valer a partir da sa-fra 2015/16. Falta ainda a aprovação de

testes sendo feitos em automóveis, que devem perdurar até outubro.

Segundo a Archer, o consumo de combustível no Brasil nos últimos 12 meses foi 4,4 bilhões de litros superior ao período anterior. Foram 11,8 bilhões de litros de hidratado e 43,1 bilhões de gasolina. O consumo de hidratado au-mentou 1,8 bilhão de litros entre os pe-ríodos. O petróleo caiu abaixo de 100 dólares pela primeira vez em 15 meses.

Quem é o homenageado do mês? A coluna Caipirinha todo mês ho-

menageia uma pessoa. Neste mês a homenagem vai para o Prof. José Gol-demberg. Nosso ex-reitor na USP e exemplo de carreira profissional, em todos os sentidos.

Haja Limão: Lógico que gostaria de votar numa Angela Merkel, Margareth Thatcher, Ronald Reagan, Bill Clinton, Gorbachev, Oscar Arias, entre outros estadistas que admiro. Gente que ajuda-ria a acabar com esta política nefasta de

vitimização, de coitadização, e chamaria os brasileiros a vencerem pelo trabalho, pelo esforço de todos. Entre as três op-ções colocadas para nós, para mim Aé-cio é de longe a melhor para o Brasil, pela quantidade de gente competente que está com ele e pela sua experiência e capacidade política de aglutinar. Dil-ma, tudo indica que repetiria o desastre que já conhecemos, e Marina, só se ela se transformou por completo, pois seu passado político também não contribui. Foi contra muita coisa que melhorou o Brasil e esteve confortavelmente silen-ciosa contra toda a corrupção. Conversei com muita gente, que lamentavelmente já jogou a toalha. Faltam ainda longas três semanas para a eleição, vamos, com esforço individual, brotar uma onda a favor do Brasil! Mais do nunca, precisa-mos acreditar. Acomodar jamais!

Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto.

Em 2013 foi Professor Visitante Internacio-nal da Purdue University (EUA) RC

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Parceria entre a Copercana e a FMC oferece oficina e peça teatral para professores e alunos de escolas de Sertãozinho

Notícias Copercana

Após proporcionar oficinas teatrais para aproximadamente 30 pro-fessores da Rede Municipal de

Ensino de Sertãozinho-SP, com o intuito de passar orientações vocais e desenvol-ver a habilidade de comunicação e ex-pressão dentro da sala de aula, nos dias 12 e 13 de agosto, por meio de uma parceria entre a Copercana e a FMC Agricultural Solutions, com o apoio da Secretaria Mu-nicipal de Educação da Prefeitura de Ser-tãozinho-SP, cerca de 700 alunos da Rede Municipal de Ensino da cidade, passaram pelo auditório da Escola Municipal Elvira Arruda de Souza, onde assistiram gratui-tamente ao espetáculo “Árvore da Vida”, aprovado pelo Ministério da Agricultura, através da Lei Rouanet (Lei de incentivo à cultura).

O espetáculo, de responsabilidade ambiental, foi apresentado pela Com-panhia de Teatro Sia Santa, de Cam-pinas-SP, realizado em seis sessões e teve como objetivo harmonizar entre-tenimento, conhecimento e informação de forma lúdica sobre como é possível inserir boas práticas agrícolas no dia a dia, através de uma linguagem simples visto que o público-alvo (as crianças) são multiplicadoras de conhecimentos dentro de suas casas.

Fernanda Clariano

Estiveram presentes o gerente finan-ceiro da Copercana e Canaoeste, Gio-vanni Rossanez, o representante técnico comercial da FMC, Vinícius Batista, a diretora da Escola Elvira Arruda de Souza, Luciana Fernandes Ambrósio, a produtora da Companhia de Teatro Sia Santa, Valéria Rachel, a gestora do De-partamento de Marketing da Copercana e Canaoeste, Letícia Pignata, além de professores e alunos da Rede Municipal de Ensino da cidade.

“É de grande valor para a Coperca-

na ser parceira da FMC num projeto tão importante como esse, que leva co-

nhecimento e aprendizagem de forma lúdica às crianças. Há anos a Coper-cana vem contribuindo com algumas instituições e está sempre envolvida em movimentos sociais que auxiliam no desenvolvimento da população serta-nezina e agora com essa parceria com a FMC vem trazer para os alunos da Rede Municipal de Ensino de Sertãozi-nho um momento de descontração, de diversão, mas acima de tudo, de apren-dizagem, pois através dessa peça eles saem daqui sabendo um pouco mais sobre sustentabilidade, produção de ali-mentos e responsabilidade ambiental”, pontuou Giovanni Rossanez.

O espetáculo de responsabilidade ambiental reuniu cerca de 700 alunos da Rede Municipal de Ensino de Sertãozinho durante dois dias de apresentações

Equipe da Companhia Teatral Sia Santa, com os professores que participaram da oficina Os alunos lotaram o auditório em todas as apresentações

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“Para a FMC, é importante estarmos presentes no dia a dia dos agricultores contribuindo para que eles possam pro-duzir de forma sustentável, pensando num futuro que seja melhor para o País e, consequentemente, para o mundo, pela relevância que o Brasil tem como um celeiro agrícola. Sustentabilidade é o tema central dessa peça que estamos apoiando porque acreditamos que uma agricultura sustentável é a base de tudo. Para isso, estamos contando com a par-ceria da Copercana, pois por meio dessa ação, esperamos trazer um pouco do que é a realidade da agricultura para milha-res de crianças, mostrando que é possí-vel produzir sempre de modo sustentá-vel e correto”, ressaltou Vinícius Batista.

A diretora da Escola Elvira Arruda de Souza destacou a importância de po-der receber o espetáculo. “Eu agradeço a Copercana, a FMC e a Sia Santa que foram essenciais para o acontecimento desse evento e nos presentearam com uma bela peça. Trazer o teatro para a

escola é essencial, é uma oportunidade para os alunos vivenciarem essa cultu-ra. Achei a apresentação interessante porque abordou assuntos importan-tíssimos principalmente sobre o meio ambiente, educação e leitura de uma forma bem cativante e percebi que as

Representantes da Copercana, Canaoeste e FMC entregaram uma placa de homenagem para a Companhia de Teatro Sia Santa pelo trabalho realizado.

crianças adoraram. Para nós, foi um prazer acolhê-los e poder proporcionar esse entretenimento para outras escolas que não possuem um espaço como este e, quando somos solicitados, abrimos as portas e os recebemos com muito pra-zer”, afirmou Luciana.RC

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RC

Unidade de Grãos da Copercana realiza treinamento sobre Controle de Pragas

Notícias Copercana

Por meio da parceria entre a Una-me (Unidade de Grãos da Coper-cana) e a empresa Bequisa, foi

realizado no dia 26 de agosto, no audi-tório do setor de compras da Copercana, em Sertãozinho-SP, um Treinamento de Controle de Pragas para colaboradores das áreas de Controle de Pragas, Indus-trial, Segurança do Trabalho e Qualida-de, da Uname e da filial de Tupã. Par-ticiparam também colaboradores das empresas parceiras CAP Agroindustrial de Dumont-SP e Cerealista Marani de Herculândia-SP.

O treinamento teve o acompanha-mento da coordenadora do Sistema de Segurança do Alimento da Uname, Ma-riana Rosa de Souza, e da responsável pelo Controle de Pragas da Unidade de Grãos da Copercana, Regina Del Gran-de, e contou com palestras importantís-simas sobre Controle de Pragas em Am-bientes de Armazenagem e Controle de Roedores em Ambientes de Armazena-gem, proferidas pelo engenheiro agrô-nomo supervisor da Bequisa, Hamilton Viganó Neto e pela bióloga, consultora da Bequisa, Juliana Pereira.

O controle de pragas é essencial para a manutenção de uma boa armazena-gem de grãos e conscientes disso, a Co-percana em parceria com as empresas CAP Agroindustrial e Cerealista Mara-ni, estão atentas neste quesito e garan-tem que os colaboradores envolvidos em diferentes áreas da empresa, como qualidade, armazenamento, produção e segurança do trabalho, tenham informa-ções e conhecimentos necessários para a realização de um bom trabalho.

“Organizamos este evento em con-junto com a empresa Bequisa onde o foco foi a importância da capacitação e reciclagem dos conceitos aos funcioná-rios envolvidos com o manejo integrado de pragas. Pudemos sentir um grande envolvimento dos participantes durante as palestras, além de um ótimo domí-nio do assunto pelos palestrantes, que não deixaram de atender prontamente às perguntas e esclarecimentos dos ou-vintes. Esperamos como resultado que,

Fernanda Clariano

mais conscientes da importância de um bom Controle de Pragas para a qualida-de de nossos grãos armazenados, possa-mos continuar executando um excelen-te trabalho nesta área”, disse Mariana.

“A realização deste evento foi de grande importância para os colabo-radores que estão envolvidos com os grãos armazenados na Uname. A cada ano, existem produtos novos e novas técnicas, que precisamos aprender para obtermos controle das pragas em grãos armazenados, com eficiência e sucesso, pois o nosso produto é de qualidade e esse evento foi de grande importân-cia, pois através das palestras teremos maior facilidade para combatermos as pragas que surgirem”, disse Regina.

Com o objetivo de instruir e auxiliar a equipe envolvida sobre as melhores formas de controle dentro da realidade do estabelecimento, a bióloga Juliana falou sobre Controle de Roedores em Ambientes de Armazenagem – identifi-cação dos roedores, formulações de ra-ticidas, quando, como e onde utilizá-los e como combater a praga.

“Explanei sobre a biologia das pra-gas quando relacionadas ao nosso dia a dia, sobre seus hábitos e comportamen-tos, medidas preventivas e corretivas (para impedir a entrada e permanência destas pragas nos estabelecimentos) e por fim o controle químico. Foi muito importante, pois tive a oportunidade de estar com uma equipe bastante interes-sada e poder auxiliá-los de alguma for-ma foi gratificante”, afirmou Juliana.

Na cadeia produtiva de alimentos, desde a produção de sementes e plan-

tio, até chegar à mesa do consumidor, são encontrados vários obstáculos. Dentro desta cadeia está o processo de armazenagem, onde encontramos um fator de extrema importância, que é o cuidado com o controle de insetos nos ambientes de armazenagem. O enge-nheiro agrônomo, Hamilton, em sua apresentação sobre o Controle de Pra-gas em Ambientes de Armazenagem, abordou a identificação das principais pragas, profilaxia, expurgo, manuseio de inseticidas, EPI (Equipamento de Proteção Individual) e envelopamento com as lonas.

“Sabemos que na produção agríco-la há muito investimento para trazer um produto de boa qualidade até as empresas que irão beneficiá-los. Cabe a nós, responsáveis pelo beneficia-mento e armazenagem desses alimen-tos, não permitir que todo esse esforço se perca, mas sim que essa qualidade seja mantida até o consumidor final. Os insetos causam danos irreversí-veis nos grãos armazenados, tantos nas questões quantitativas quanto nas qualitativas, estes ataques danificam o grão desde a sua aparência até sua capacidade nutricional. Para evitar perdas, que acabam se revertendo em grandes prejuízos econômicos, traze-mos soluções para o controle desses insetos. Para nós da Bequisa e da Bi-zarro Teixeira, ter parceiros como a Copercana é muito importante, por-que é uma cooperativa que leva muito a sério o que faz, está sempre buscan-do conhecimento para melhorar todos os processos que já vêm sendo desen-volvidos com sucesso”, ressaltou o engenheiro agrônomo da Bequisa.

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Parceira entre a Copercana Seguros e PortoSeguro Auto mobiliza motoristas de Sertãozinho

A Porto Seguro em parceria com a Copercana corretora de Seguros, realizou no dia 20 de setembro, no auto posto Copercana, em Sertãozi-nho, a campanha Transito + gentil - Ser gentil não custa nada e vale mui-to - com o objetivo de conscientizar os motoristas, sobre a importância de serem mais tolerantes uns com os outros e de manterem o respeito e a harmonia no trânsito.

Durante todo o dia de mobiliza-ção, uma equipe fez a abordagem de vários motoristas, adesivaram carros e entregaram panfletos com dicas importantes para contribuir com um transito mais seguro e tranquilo.

A entrega foi realizada pela gerente de produção da

Porto Seguro, Cristiana Xavier

Na ocasião, os motoristas abor-dados foram convidados a preen-cherem um cupom para concor-rerem a um jantar com direito a acompanhante.

O ganhador do sorteio foi, Kleber Diniz.

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Geladeiroteca marca presença na 12ª Feira do Livro de Sertãozinho

Notícias Canaoeste

Fernanda Clariano

Com o tema “Família e Educação”, a feira reuniu milhares de famílias que prestigiaram os quatro dias do evento, atraindo um grande número de visitantes

Promovida pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura e do

Departamento de Cultura e Turismo, a 12ª edição da Feira do Livro de Ser-tãozinho, aconteceu entre os dias 02 e 05 de setembro na praça XXI de Abril e contou com a participação de um público expressivo durante todos os dias da Feira.

Na abertura estiveram presentes: o prefeito, José Alberto Gimenez, o vice-prefeito, Valter Almussa, o pre-sidente da Câmara Municipal, Rogé-rio Magrini, o diretor do Departamen-to de Cultura e Turismo, João André da Rocha, o Secretário municipal de Educação e Cultura e anfitrião da Fei-ra, Alexandre Salomão Bitar, a co-ordenadora do Projeto Sol do Saber, Amália Seron, vereadores, professo-res e a população.

Além de muitos livros, palestras, oficinas e bate-papos, um dos desta-ques da Feira foi à participação ilus-tre do patrono dessa edição, Rolando Boldrin, que na oportunidade recebeu o Título de Cidadão Sertanezino.

O escritor local homenageado, mem-bro da Academia Sertanezina de Letras, Gilberto Antônio Marques Bellini, tam-bém se fez presente juntamente com 18 famílias da cidade que receberam ho-menagens por terem contribuído com a questão família-escola. Dentre as homenageadas, a família Ortolan, que

teve como representante o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, e sua esposa Sandra Mara Bernardi Ortolan.

O patrono da feira, Rolando Boldrin, falou com emoção sobre a sua participa-ção como patrono. “É difícil expressar a alegria que estou sentindo. Trabalho

O estudante e auxiliar administrativo, Eliel Ivanildo da Silva, aproveitou para conhecer a Geladeiroteca durante a Feira. “Eu achei muito bacana essa ideia porque ajuda a

incentivar a leitura, você vem, escolhe um livro e leva. É muito simples, e devolvendo ou trazendo outro livro, você ainda pode contribuir com o conhecimento de outras pessoas.

Escolhi um para levar para casa e com certeza irei espalhar essa ideia”.

Foto

: Adi

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Lope

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Após a abertura oficial da feira, o público pôde assistir à apresentação do patrono, Rolando Boldrin que contou “causos”

e cantou várias músicas de seu repertório, dentre elas a mais conhecida, “Vide vida marvada”.

O bibliotecário, Haroldo Luís Beraldo, recepcionou o públicoque visitou a Geladeiroteca na Feira

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com a emoção, gosto de trabalhar com o sentimento e me encontrar aqui na frente desse público e ter essa honraria que é ser patrono de uma festa tão bonita, de uma feira tão importante, é realmente motivo de muita alegria e muita emoção. Eu agradeço muito por lembrarem-se do meu nome”, disse o patrono.

Manoel Ortolan, ressaltou a satisfa-ção pela homenagem recebida. “É uma alegria poder ter o nome da família homenageado na Feira do Livro, mas o grande mérito é da Sandra, minha es-posa, que sempre trabalhou como edu-cadora, fazendo uma carreira muito bonita por toda a região onde foi pro-fessora, auxiliar de diretora, diretora e trabalhou também como delegada de ensino. Eu acredito que, o que a gen-te tem de mais digno para se deixar, é o nome da família por tudo o que ela proporcionou pela comunidade, enfim, pelas coisas boas que fez pelo próxi-mo”, afirmou Ortolan, que também destacou a participação da Geladeiro-teca, projeto mantido pela biblioteca “General Alvaro Tavares do Carmo”, em mais uma edição da Feira. “Este é o segundo ano em que a Geladeirote-ca se faz presente na Feira do Livro de

A família Ortolan foi homenageada pela EMEF Professora Maria Aparecida Ortolan Bellini e recebeu a homenagem pelas mãos de Rosimeire Pedro Bighetti acompanhados pelo prefeito José Alberto Gimenez e o Secretário Municipal de Educação e Cultura e

anfitrião da Feira, Alexandre Salomão Bitar

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: Adi

lson

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Sertãozinho. É uma satisfação ver que esse trabalho vem dando resultados, e que este projeto vem se destacando e se fazendo presente em eventos. A Geladeiroteca esteve na Feira do Livro de Ribeirão Preto, recebeu destaque na imprensa através de vários veículos de comunicação, marcou presença na 22ª edição da Fenasucro e agora volta à Feira do Livro de Sertãozinho, com a parceria do Lions Clube da cidade. É muito interessante que a população tem prestigiado o projeto, levando

livros para casa e, na medida do pos-sível, tem doado e essa liberdade de poder escolher um livro e levá-lo para casa sem burocracia, aumenta a satis-fação do pessoal em ler e buscar algo novo. Para nós, é motivo de alegria ver que o trabalho do Haroldo Luís Beral-do, que o bibliotecário da Canaoeste e idealizador do projeto, está dando bons resultados e, com isso, vamos ocupando o nosso espaço e quem sabe possamos espalhar ainda muitas gela-deiras por aí”, destacou Ortolan.

Da redação

Reuniões Técnicas Canaoeste

A Canaoeste, em parceria com a empresa Brasquímica, realizou no dia 21 de agosto, na fazen-

da Santa Rita, em Terra Roxa-SP, um treinamento interno para a sua equipe técnica de engenheiros agrônomos.

Na ocasião o responsável pela área de Pesquisa e Desenvolvimento da Bras-química, Guilherme Collos Nogueira, abordou assuntos referentes a aplicação de adjuvantes na cultura da cana-de-açú-car e, mais especificamente, a apresenta-ção de resultados do produto Startec. O treinamento foi dividido em duas partes, sendo uma teórica e outra prática, onde todos os participantes puderam interagir e esclarecer dúvidas. Equipes técnicas Canaoeste e Brasquímica

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Canaoeste realiza reunião técnica na filial de Santa Rita do Passa Quatro

Dia de Campo de plantio de Agmusa no Sistema Meiosi

No dia 14 de agosto, foi realiza-da, na recém-inaugurada filial em Santa Rita do Passa Quatro-

-SP, uma reunião informativa e técnica conduzida pelo engenheiro agrônomo Breno Henrique de Souza da Canaoes-te. O objetivo principal foi apresentar ao público presente a missão, visão e

valores que sustentam a Canaoeste, as-sim como o seu portfólio de serviços.

Na oportunidade, o engenheiro agrô-nomo Fábio Franzoti, da empresa Binova, apresentou novas tecnologias e ferramen-tas de manejo para aumentar a produtivi-dade agrícola e a longevidade do canavial. Estavam presentes aproximadamente 50

pessoas as quais puderam interagir com os palestrantes e esclarecer suas dúvidas so-bre os assuntos abordados.

Foi uma noite muito produtiva e todos agradeceram a oportunidade e a disponibilização de informações per-tinentes ao desenvolvimento do setor sucroenergético.

O avanço tecnológico no setor sucroenergético está trazen-do a oportunidade de alcançar

maiores produtividades, qualidade no sistema de produção da cana-de-açúcar e muitos outros benefícios. Desta for-ma, pensando em inovar e maximizar a produção, no dia 03 de setembro, foi realizado um Dia de Campo em Pontal--SP, na Fazenda Paineiras, do proprie-tário Ronaldo Armando Donati. Foram implantadas novas variedades de cana--de-açúcar com a inovação tecnológica da BASF, a Agmusa, que são mudas pré-brotadas com alta qualidade fitossa-nitária e vigor. Estavam presentes pro-dutores de cana-de-açúcar da região, re-presentantes do departamento agrícola das Unidades Industriais Bazan e Bela Vista, equipes Canaoeste, Copercana, BASF e New Holland.

O Sistema Meiosi consiste em inter-calar a cana-de-açúcar com outra espé-cie como: amendoim, soja, crotalária.

Equipes técnicas Canaoeste, Copercana e Binova Associados e futuros associados durante a reunião

Em parceira com BaSF, New Holland e Copercana, a Canaoeste apresentou inovações tecnológicas aos associados da Filial de Pontal

Neste campo, a cada uma linha de cana--de-açúcar, serão plantadas sete ruas de amendoim. As duas espécies convive-rão no local juntas até meados de abril, quando neste período o amendoim será colhido e a cana das duas ruas serão cor-tadas e plantadas nas ruas ao lado (duas ruas de cana plantadas em setembro de 2014 produzirão mudas para o plantio de 14 ruas de cana em abril de 2015).

O plantio foi realizado com um tra-tor de 215 cv da New Holland, com sis-

tema de GPS e piloto automático, o que facilita a operação e assegura o alinha-mento da sulcação. A plantadora usada foi da DMB, que necessita de um trator de no mínimo 180 cv para puxá-la.

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Notícias Canaoeste

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24Notícias Canaoeste

Canaoeste participa de evento sobre acidentes com queimadasAndréia Vital

O 1º Encontro Regional sobre Impactos Ambientais e de Se-gurança, Boas Práticas e Ações

dos Envolvidos no Setor Sucroenergé-tico, promovido pela Vianorte (Arte-ris), teve como objetivo agregar infor-mações que possam ser relevantes aos envolvidos no segmento, amenizando com isso os acidentes nas rodovias como também na natureza, além de ser-vir para a troca de experiências sobre boas práticas realizadas pelas empresas.

O evento ocorreu em agosto no Centro Empresarial Zanini, em Ser-tãozinho, e contou com a participação de representantes de usinas localizadas ao longo do trecho administrado pela concessionária na macrorregião de Ri-beirão Preto-SP, da Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), Corpo de Bombeiros, Cetesb (Com-panhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), PMRv (Polícia Militar Ro-doviária), Polícia Ambiental, Secretaria do Meio Ambiente de Ribeirão Preto e de Sertãozinho, concessionárias de ro-dovias, além do presidente da Canaoes-te (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo).

“O encontro teve o papel de cons-cientização e orientação, que são essen-ciais para a execução do trabalho diário

de forma segura e responsável”, afirma o gerente de Operações da Vianorte, Lu-ciano Louzane, explicando que o even-to foi o piloto de uma nova metodologia que a empresa quer implantar, criando assim uma rotina os debates sobre os problemas e práticas saudáveis que o setor tem feito na redução de acidentes. “Um dos focos das ações desenvolvidas pela Vianorte é a prevenção a aciden-tes envolvendo caminhões canavieiros por meio de parceria com as usinas da região e órgãos competentes, buscando minimizar a quantidade de vítimas fa-tais nestas ocorrências”.

De acordo com dados do CCO (Cen-tro de Controle de Operações) da Via-norte, em 2009 ocorreram nove mortes em acidentes assim. Em 2010, este nú-mero reduziu para três; em 2011, para um. Em 2012, não houve vítima fatal.

“Nossa intenção é estimular debates sobre prevenção de acidentes, queima-das, transporte de cargas pesadas, Ope-ração Corta-Fogo, entre outros assuntos que resultem em medidas práticas para solucionar problemas que envolvam to-dos os setores presentes. Este é um traba-lho que deve ser realizado em conjunto, pois cada um tem o seu papel. Em casos de incêndios nos canaviais que passem para a faixa de domínio das rodovias,

por exemplo, a ação das usinas é essen-cial, pois elas ajudam no fornecimento de caminhões-pipa para apagar o fogo”, ressalta o supervisor do Meio Ambiente da Vianorte, Ricardo Gerab.

Para o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, a ação incen-tiva a troca de informações relevantes e a união em prol da disseminação de boas práticas na busca de soluções para os problemas. “É importante nos apro-ximarmos mais da questão da queima, da proteção ambiental, pois os incên-dios acidentais ou propositais se pro-pagam muito rápido, principalmente nesta época de estiagem e muito vento,

Autoridades debateram sobre problemas e boas práticas

Luciano Louzane, gerente de Operações da Vianorte

Ricardo Gerab, supervisor do Meio Ambiente da Vianorte

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e isso traz sempre muito tumulto junto a sociedade”, explicou, lembrando que a Canaoeste atua em uma grande área e com o entrosamento melhor com todos os segmentos, consiga trabalhar de uma maneira diferente.

“A queima da cana-de-açúcar é um mecanismo usado para a colheita, mas praticamente acaba este ano. Quem poderá continuar queimando são os pe-quenos por um tempo, mas vale lembrar que mais de 90% da cana já é colhida crua, então o trabalho daqui para fren-te é mais no sentido de tentar prevenir, melhorar a prevenção para que ocorram cada vez menos incêndios”, constatou Ortolan. Ele pontuou também a neces-sidade de esclarecimento destes fatos, pois em muitos casos os produtores rurais enfrentam preconceito da popu-lação que credita a eles toda e qualquer queimada. “Não dá para continuar pe-nalizando os produtores de uma forma tão violenta como se faz hoje, com va-lores de multa exorbitantes que repre-sentam muitas vezes a renda do ano, ou perda da propriedade, para pagar uma multa porque houve um acidente na sua área”, explanou lembrando que o fogo acidental pode ocorrer o ano todo e em todo local devido à estiagem.

O presidente da Canaoeste ressaltou também que a associação está atuan-do na implantação do CAR (Cadastro Ambiental Rural), que contribuirá para o processo de regularização ambiental de propriedades e posses rurais. Ele informou que neste sentido, a entidade

Equipe da Canaoeste prestigiou o evento

desenvolveu uma cartilha em parceria com a ABAG RP e a Coplana, voltada para a orientação dos produtores rurais, com resumo do Código Florestal, que foi entregue para os participantes do evento.

Segundo o Capitão Luciano Fraga Maciel, da Polícia Militar Ambiental, em 2013 foram estabelecidos critérios para priorizar a fiscalização de queima-das e incêndios florestais no Estado de São Paulo, principalmente no período de abril a outubro, considerado crítico, com o propósito de minimizar os focos de incêndios, que neste ano passaram de 5.200 pontos e impactaram 42,9% dos municípios paulistas.

De acordo com Marco Antonio Ar-tuzo, gerente regional da Cetesb (Com-panhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), a maioria dos incêndios de maior proporção e descontrole nos dias atuais está envolvendo a palha da cana

Manoel Ortolan,Presidente da Canaoeste e Orplana

Capitão Luciano Fraga Maciel, da Polícia Militar Ambiental

Marco Antonio Artuzo, gerente regional da Cetesb

pós- colheita. “Então, este é um aspecto que merece reflexão e que teremos que trabalhar conjuntamente na busca de uma ação preventiva”, advertiu. Artuzo reforçou o exemplo citado pelo 1º Te-nente Jean Gomes Pinto, do Corpo de Bombeiros de Ribeirão Preto, sobre um incêndio ao lado da Rodovia Anhan-guera, entre Ribeirão Preto e Cravi-nhos, próximo a indústria Ouro Fino, que no início de agosto monopolizou todas as equipes da região e também as brigadas de incêndio das empresas locais, devido a proporção do incêndio. “O local foi foco de incêndio, não nas mesmas proporções, dos últimos dois anos, o que nos leva a crer que preci-samos intensificar ali as condições de prevenção”, contou ele, concluindo que seria interessante analisar seriamente os fatos, inclusive antecipando as questões legais estabelecidas através de acor-do firmado pelo setor produtivo, pelos plantadores de cana e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente. RC

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A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entre-gue durante o mês de SETEMBRO de 2014. O preço médio do kg de ATR para o mês de SETEMBRO, referente à Safra 2014/2015, é de 0,4637.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a setembro e os acumulados até SETEMBRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mer-cado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a setembro e os acumulados até SETEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/14, são os seguintes:

Consecana CIRCULaR Nº 09/14DaTa: 30 de setembro de 2014

Conselho dos Produtores de Cana-de-açúcar, açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

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Balancete Mensal - (prazos segregados)Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do

Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Julho/2014 - “valores em milhares de reais”

Notícias Sicoob Cocred

Sertãozinho/SP, 31 de Julho de 2014.

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29Reportagem de Capa

Diante de um cenário não muito favorável para o setor sucro-energético, a Fenasucro 2014

(22ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética) se posicionou como um vetor de soluções e plataforma de alternativas e novos negócios. Cerca de 33 mil visitantes de vários Estados bra-sileiros e de mais de 50 países, entre eles Arábia Saudita, Dinamarca, Costa Rica, Inglaterra e Estados Unidos, passaram pela feira, que nesta edição contou com 550 expositores e aconteceu entre os dias 26 e 29 de agosto, em Sertãozinho-SP.

De acordo com os realizadores do

evento, o CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) e a Reed Alcantara Exhibitios Machado, a Fenasucro deve gerar em torno de R$ 2,2 bilhões em negociações. Somente as rodadas inter-nacionais de negócios promovidas pelo Apla (Projeto Brazil Sugarcane Bioe-nergy Solution, através do Arranjo Pro-dutivo Local do Álcool) e Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de

Principal feira do setor sucroenergético foi palco para o fortalecimento de negócios e do cooperativismoAndréia Vital

Fenasucro 2014 é marcada pela perspectiva de retomada da cadeia canavieiraFenasucro 2014 é marcada pela perspectiva de retomada da cadeia canavieira

Exportações e Investimentos) registra-ram 562 reuniões comerciais entre 50 empresas brasileiras e 20 compradores de outros países e devem resultar em um volume de negócios de US$ 13,6 milhões nos próximos 12 meses.

“Atraímos clientes em potencial

vindos da Argentina, África, Belize,

Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Estados Unidos, Filipinas, Guatemala, Honduras, México, Peru, República Dominicana e Venezuela, o que mostra o interesse global nos produtos, solu-ções, tecnologias e serviços ofertados pelo mercado brasileiro”, avaliou o di-retor executivo do Apla, Flávio Caste-lar, informando que as delegações das

Abertura oficial contou com a presença de diversas autoridades

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Filipinas e do Sudão, acompanhados do embaixador do Brasil no Sudão, José Mauro da Fonseca Costa Couto, vieram em busca de eficiência e otimização. “Viemos conhecer os mecanismos bra-sileiros para melhorar a qualidade e o processamento dos produtos e sermos mais eficientes na produção de açúcar”, explicou Regina Martin, do Departa-mento de Agricultura das Filipinas.

Além da exposição de inovações e

tecnologia de ponta, os visitantes fo-ram atraídos também pelos eventos paralelos, que agregam cada vez mais conteúdo ao principal evento do setor sucroenergético. A Conferência DA-TAGRO CEISE Br abriu oficialmente a feira, com a presença de diversas li-deranças, autoridades e especialistas do setor que debateram a atual conjuntura e os impactos da indústria canavieira no desenvolvimento econômico do Brasil.

O presidente da DATAGRO, Plínio

Nastari, refletiu sobre o momento ca-ótico enfrentado por um setor tão im-portante como o canavieiro, que repre-

senta um projeto de desenvolvimento econômico para o Brasil, ao dar início ao evento, que contou com mais de 500 participantes. “Infelizmente, o setor tem sofrido muito nestes últimos anos, por distorções causadas por um viés que não deveria estar ocorrendo e desconsi-dera a grande oportunidade que o País tem de continuar desenvolvendo de for-ma eficiente e competitiva, energia lim-pa, renovável e sustentável, e que tem trazido tantos resultados positivos para o Brasil”, avaliou o consultor, lembran-do que quase US$ 300 bilhões já foram poupados em gasolina importada desde que o Proálcool foi criado, em 1975.

Antonio Eduardo Tonielo Filho,

presidente do CEISE Br, lembrou que apesar da crise, existe muita tecnolo-gia disponível para ajudar a empresa e a usina a ter mais eficiência, ao dar as boas-vindas aos participantes. Ao fazer a sua explanação, o prefeito de Sertão-zinho, José Alberto Gimenez, destacou que a crise afetou a cidade, que tem muitas indústrias de capital, contando que no período de 2004 a 2008, Ser-

tãozinho ocupava o quarto e sexto em um ranking que classificava qualidade de vida, educação, saúde, geração de emprego e renda, caindo para a 200 posição, em 2008, quando se iniciou a queda da agroindústria canavieira. “O setor só vai se desenvolver quando as políticas estiverem definidas, pois só assim voltarão a investir”, afirmou.

Para Antonio de Pádua Rodrigues,

diretor técnico da UNICA (União da In-dústria de Cana-de-Açúcar) as demandas do setor se resumem em dois fatos: “não queremos que o Governo nos atrapalhe, é fundamental que nos deixem trabalhar e produzir. O outro fato é que queremos que nos devolva o que tiraram”, disse ele se referindo à CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Discurso compartilhado com o vice-pre-sidente do CIESP (Centro das Indústrias de São Paulo), José Eduardo Mendes

Conferência DATAGRO CEISE Br

Plínio Nastari, presidente da DATAGROAntonio Eduardo Tonielo Filho,

presidente do CEISE BrManoel Ortolan, presidente da Canaoeste e da Orplana

Antonio de Pádua Rodrigues,diretor técnico da UNICA

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Camargo, que na ocasião, representou o presidente em exercício da FIESP (Fe-deração das Indústrias do Estado de São Paulo), Benjamim Steinbruch. “A indús-tria vive um momento difícil e espera-mos que tão logo se defina esse quadro político as coisas deslanchem no País”.

Já Manoel Ortolan, presidente da

Canaoeste e da Orplana, afirmou que o setor sucroenergético está fazendo a sua parte, buscando mais eficiência e produtividade, através de investimentos em novas tecnologias, mas é necessário um conjunto de regras claras para ga-rantir a retomada do setor.

Em defesa do atual Governo, o se-

nador Eduardo Suplicy (PT), o vice--presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT) e o deputado federal Newton Lima (PT), que é pre-sidente da Frente Parlamentar em Defe-sa da Indústria Nacional, alegaram que grande parte da crise do setor é causada pela situação do cenário mundial, que

enfrenta recessão e desemprego. “As políticas implementadas aqui não fo-ram suficientes para dar uma resposta àquilo que nós defendemos que é o for-talecimento do setor sucroenergético, que é da maior relevância para o futuro do País”, disse Newton Lima, fazendo coro com Chinaglia, que alegou que as circunstâncias da economia exigi-ram escolhas difíceis com tentativas de redução de juros, dando prioridade ao emprego e a conter a inflação.

O deputado usou de uma metáfora

para explicar que o setor estava do-ente e que estava sendo tratado pelo Governo Federal, o que gerou uma pronta resposta do anfitrião do evento, Plínio Nastari. “Eu diria que são 389 pacientes e os 70 que o senhor citou já foram a óbito”, disse argumentando que a situação difícil enfrentada pelo setor canavieiro, reflete no índice pífio do PIB para este ano, que deve cres-cer somente 0,6%. “Penso nos 400 municípios do interior de São Paulo,

o estado mais desenvolvido do Brasil, maior PIB do Brasil, onde as pessoas estão sendo demitidas, não está sendo gerado emprego e nem renda, e todos perdem junto com a cana” desabafou Nastari completando. “Figuras como o senhor e outros representantes públi-cos que estão em Brasília enxergando essa situação são de grande importân-cia para contribuir com o setor”.

O pesquisador Marcos Fava Neves,

que está rodando os municípios cana-vieiros com o projeto “Caminhos da Cana”, deu um panorama sobre a si-tuação do setor, na ocasião, e declarou discordar dos deputados da bancada petista. “Nós não enfrentamos um pro-cesso de crise mundial, o mundo está crescendo, os países emergentes estão crescendo e quem está andando de lado é o Brasil”, ressaltou ele, dizendo que por equívocos de política pública e por uma má condução econômica o País está afundando. “É a primeira gestão que eu vejo, desde que sou cientista e

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que estudo, que vai entregar o País eco-nomicamente pior do que pegou”, cons-tatou ele, ao dizer que o Brasil conse-guiu em um intervalo de 10 anos, ficar mais caro do que os EUA para produzir, “foi por água abaixo a ideia de que nós somos competitivos, que temos mão de obra competitiva”, refletindo que para que isso mude é preciso voltar a ter po-líticas competitivas e gerar renda.

Participaram do evento também os

deputados federais Arnaldo Jardim (PPS), e Duarte Nogueira (PSDB), e os deputados estaduais Baleia Rossi (PMDB), candidato a federal, Welson Gasparini (PSDB) e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi.

O presidente de honra da Fenasu-

cro e também da Copercana, Sicoob Cocred e Sindicato Rural de Sertão-zinho, Antonio Eduardo Tonielo, des-

tacou a importância da Fenasucro e o esforço das unidades industriais e dos produtores rurais para manter o setor em movimento, “este setor que sozinho gera cerca de 1 milhão de em-pregos diretos, número que atinge 3,6 milhões se computarmos os empre-gos indiretos e informais”, elucidou, afirmando que o Governo Federal não tem política de apoio ao setor sucro-energético, que mesmo gerando um PIB superior a R$ 94 bilhões, sucum-be a uma dívida estimada em R$ 60 bilhões. “Esse PIB gerado pelo setor equivale ao PIB de mais de 100 paí-ses, segundo ranking do Fundo Mo-netário Internacional”, disse Tonielo, concluindo que se o setor tiver estra-tégias e planejamentos tende a crescer de forma sustentável se oportunidades de desenvolvimento houver.

O presidente da Copercana tam-

bém afirmou que não basta ter linhas de crédito atraentes, é preciso que elas sejam viabilizadas para chegar às mãos de quem precisa do dinheiro com agilidade. “Para se ter uma ideia, 80% das usinas e produtores rurais não con-seguem financiamento do Governo”, disse ele perplexo, mas mesmo dian-te do cenário atual, há esperanças de que as coisas melhorem. “Não há bem que sempre dure, nem mal que muito ature”, temos que ter perseverança, trabalhar com dedicação e acreditar que as coisas vão melhorar. E uma boa oportunidade para iniciarmos a mu-dança são as eleições que temos agora em outubro. São nas urnas que deve-mos dizer se estamos ou não satisfeitos com a situação. Essa é a melhor forma de protestar, votando”, disse ele.

PRogRAmAção PARALeLA Outros eventos ocorreram simultanea-

mente à feira como o Prêmio MasterCana, a reunião do Gerhai (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindús-tria), o Seminário Agroindustrial GEGIS (Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro), o II Seminário de Transporte e Logística ESALQ-LOG; o 2º Congresso de Automação e Inovação Tecnológica Sucroenergética: Rodadas de Negócios Internacionais; a palestra “No-vas tendências da segurança no trabalho e desenvolvimento de lideranças” e a “I Expedição Cana Substantivo Feminino”.

A STAB Nacional (Sociedade dos Téc-

nicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil) promoveu o Seminário Agroindustrial STAB, com o objetivo de reciclar e com-partilhar conhecimento com profissionais de usinas das áreas agrícola e industrial. De acordo com José Paulo Stupiello, pre-sidente da entidade, a realização do evento foi fundamental para disseminar conhe-cimento e encontrar soluções vividas nas áreas agrícolas e industriais das usinas. “A feira reúne as principais usinas do Brasil e o seminário apresenta estudos para a troca de experiências e informações”, disse.

Uma das palestras muito comentadas

abordou o “Manejo da Palhada – Efeitos sobre a ciclagem de nutrientes e produ-tividade do canavial”, apresentada pela pesquisadora da Embrapa de Jaguariúna, Nilza Ramos, que mostrou, sob diferentes pontos, o resultado da utilização da palha na proteção do solo durante o plantio.

O seminário focou em um tema muito

importante e atual afirma Tercio Marques Dalla Vecchia, CEO da Reunion Enge-nharia. “A mudança da colheita da cana queimada (manual) para a colheita da cana crua (mecânica) é um assunto que deve ser muito estudado e evoluído, pois envolve aspectos agrícolas e aspectos industriais”, analisa o engenheiro químico. Como a pa-lha já está sendo utilizada como combus-tível ou como matéria-prima para a pro-dução de etanol 2G ou outros produtos, as palestras foram esclarecedoras no sentido de mostrar os melhores métodos de manu-sear a palha e seus custos e abrem espaço para novas pesquisas na obtenção dos me-lhores resultados, conclui o executivo.

Marcos Fava Neves

Antonio Eduardo Tonielo, presidente de honra da Fenasucro e presidente da Copercana, Sicoob Cocred e Sindicato

Rural de Sertãozinho

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Como nos outros anos, o estande da Copercana (Cooperativa dos Plantado-res de Cana do Oeste de São Paulo) ficou movimentado nos quatro dias da feira, recebendo além de cooperados, diretores e gerentes do Sistema Copercana, Ca-naoeste e Sicoob Cocred e autoridades, como o prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez; o secretário de De-senvolvimento da prefeitura de Sertãozi-nho, Carlos Roberto Liboni; o presidente do CEISE Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho; o presidente do Conselho de Ad-ministração da Copersucar, Luís Rober-to Pogetti; o diretor presidente da Coper-sucar, Paulo Souza; o conselheiro fiscal da Coopercitrus, Luiz Joaquim Donega; o diretor técnico da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Antonio de Pádua Rodrigues; o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha; o presidente do SIAMIG (Sindi-cato da Indústria de Fabricação do Ál-cool e do Sindicato da Indústria do Açú-car no estado de Minas Gerais), Mário Campos, como também representantes do Banco do Brasil, Bradesco e Porto Seguro, entre outros.

Além de atendimento especial ofe-

recido pelos agrônomos e técnicos do Sistema, dos produtos vendidos no lo-cal e da network, a tradicional Noite do Carneiro contou com público seleto e foi considerada muito agradável pelo presidente da Canaoeste, Manoel Orto-lan. “É um momento para a confrater-nização, reunindo nossos associados e parceiros que contribuíram com o nosso trabalho ao longo do ano”, afirmou.

Cláudia Tonielo, diretora do Grupo Irmãos Tonielo

Estande Copercana

A noite do carneiro é marcada pelo clima familiar, afirma a diretora do Gru-po Irmãos Tonielo, Cláudia Tonielo. “O evento vem coroar com chave de ouro a Fenasucro, pois reúne todos os coopera-dos e já virou tradição”. Opinião com-partilhada com o presidente da Coper-cana e Sicoob Cocred, Toninho Tonielo. “É gratificante poder trazer por mais um

Estande da Copercana na Fenasucro 2014

ano o carneiro no estande da Copercana na Fenasucro, eu acredito que já virou tradição ou virou moda”. O ambiente familiar também foi destacado pelo dire-tor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti. “Os convidados fazem parte da família Copercana e quando recebemos a famí-lia sempre oferecemos o que temos de melhor”, afirmou ele, contando que 180 quilos da saborosa carne, mais 70 litros de cuscuz e 60 quilos de polenta foram servidos na ocasião.

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Problemas “O setor tem muitos problemas e

mesmo que o Governo tenha tomado al-gumas medidas, não foram suficientes, além disso, atendem poucas empresas que estão saudáveis”, disse André Ro-cha, presidente do Fórum Nacional Su-croenergético e dos Sindicatos da Indús-

tria de Fabricação de Açúcar e de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), que participou do evento. “É a mesma coisa quando você está resfriado, água e vitamina C resolve, quando está gripa-do, precisa tomar um antigripal, quando está com pneumonia, toma antibiótico, quando está com tuberculose tem que ter mais cuidado ainda. É assim também com o setor”, explicou, dizendo que o Governo, em muitos casos, alega que o estágio que se encontra a indústria canavieira é mais resultado de sua inefi-ciência do que por problemas causados por eles. “Quem cria estatuto do moto-rista, normas regulamentarias trabalhis-tas, ambientais, sobe juro, sobe dólar, são medidas tomadas pelo Governo e não por nós, segurar preço de gasolina, retirar imposto da gasolina, tudo isso é ruim para a nossa competitividade”, de-sabafou ele, afirmando que de fato não há nenhuma medida que permita visu-alizar o crescimento do setor. “Diante desses fatos, enfrentaremos um 2015 difícil e se demorar para alguma coisa ser feita, 2016 também será, porque não estamos dando nenhuma seguran-ça para que as empresas possam voltar a investir no plantio, na renovação”, dis-se ele, lembrando que as empresas que têm condição estão fazendo o seu dever de casa, buscando a eficiência interna. “Mas isso é muito pouco pelo conjun-to, isso não vai resolver o problema da indústria de base, porque não vão ter novas encomendas para suportar este parque”, afirmou.

Para o “cozinheiro” Valdemar To-

niello, que tem 86 anos e prepara o car-neiro desde a época que era realizado pelo Lions, e seu companheiro na em-preitada, Mário Cunha, a satisfação de preparar a comida é imensurável.

A iguaria também é aprovada por

Shalin Savegnago, diretor superinten-dente da rede de supermercados Saveg-nago. “A realização da noite do carnei-ro foi uma boa iniciativa da Copercana,

pois passou a ser ponto de encontro, além do carneiro ser delicioso”, disse.

Valdemar Toniello

Shalin Savegnago

Reportagem de Capa

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Diversos lançamentos puderam ser vistos na feira, como a Mec Colhe, uma colhedora de cana-de-açúcar de-senvolvida especialmente para suprir a necessidade do pequeno produtor. O equipamento integra um novo sistema de colheita, que inclui cinco elementos, colhedora despalhadora de comuns in-teiros, uma carreta basculante, trator de acionamento do sistema, uma carrega-dora de cana e o veículo de transporte de cana inteira. A colhedora tem capa-cidade de 15 ton/h, e capacidade opera-cional de 70 ton/dia em jornada de 10h, e caçamba recolhedora de cana, com capacidade para 1 ton e trabalha com até 30% de inclinação. De acordo com Leonel Frias Junior, presidente da ME-CMAQ – Máquinas Agrícolas, o equi-pamento custa em torno de R$ 270 mil, e foi vendido durante a Fenasucro para um produtor rural de Sergipe.

Também na linha de máquinas agrí-

colas, a FCN Tecnologia apresentou seu lançamento, um conjunto que veste um trator TCR e que pode realizar duas fun-ções: uma de corte de cana diretamente, que através da Centracana e substituindo o cabeçote frontal, se transforma em outra máquina, o Cort-I- Cana que é utilizada no adensamento de ruas para colheita mecanizada com colhedoras de tolete. Segundo Felix de Castro Neto, proprietá-rio da empresa, a participação na feira foi melhor do que na edição passada, tendo fechado negócios na ordem de R$ 800 mil, com vendas para São Paulo e Paraí-ba. Um dos interessados em sua nova má-quina foi o produtor de cana-de-açúcar e gado, Custódio Cerezer, de Capivari-SP, que participou do encontro para produto-res da Orplana e Canaoeste. Ele contou que a máquina poderia auxiliá-lo em sua propriedade de 350 hectares, mas que a compra seria feita somente no próximo ano, visto que a estiagem fez protelar seus planos de investimentos. “Ano passado produzi 28 mil toneladas de cana, este ano, devido à seca, vou produzir somente 12 mil toneladas, uma quebra de 60%”, contou afirmando que terminaria a sua safra em setembro.

Já a Teston levou para a feira seu

carro chefe, o Gigante 22.000, um transbordo com capacidade de 22 tone-ladas de carga e capacidade de agilizar a colheita e diminuir os custos para os produtores. De acordo com o diretor co-

Tecnologia de ponta mercial da empresa, Pedro Teston, está sendo preparado um novo equipamento para o próximo ano, que deverá ser lan-çado na Agrishow ou na Fenasucro.

Ainda na linha de equipamentos, a

Siemens também tinha novidades. “A Fenasucro deste ano atingiu nossas ex-pectativas de público e principalmente de troca de experiências e network com toda a cadeia produtiva do setor. Rece-bemos visitantes das mais diversas re-giões do País e do exterior, o que nos proporcionou debater, nos quatro dias de visita, os rumos e desafios da reto-mada de crescimento do segmento su-croalcooleiro”, contou Ricardo Muniz, gerente para o segmento de Açúcar & Álcool da Siemens no Brasil. Segundo ele, a multinacional levou para a feira, soluções integradas e customizadas em geração, automação e distribuição de energia para atender à todas as neces-sidades deste mercado com eficiência e qualidade. “Destacamos também a venda da maior turbina do setor a ser produzida no Brasil, como forma de im-pulsionar a indústria nacional.”, alegou.

De acordo com o engenheiro Tercio

Marques Dalla Vecchia, CEO da Reu-nion Engenharia, nesta época de crise a melhor oportunidade vem da agrega-ção de valor ao complexo agroindus-trial, por isso, sua empresa apresentou soluções que podem ajudar a reverter a situação do setor sucroenergético. “A otimização de processos visando à economia de energia e água são assun-tos fundamentais que a Reunion ofere-ce através de um programa específico como diagnósticos e apresentação de soluções apropriadas à falta de recursos financeiros generalizada do setor”. Seu estande foi um dos que receberam a vi-sita monitorada de executivas que parti-ciparam da 1ª Expedição Cana Substan-tivo Feminino.

Participando pela décima vez da

Fenasucro, a Ubyfol levou para a fei-ra uma linha de produtos altamente qualificados e atestados pelos maiores grupos de usinas do Brasil, das maio-res regiões, Nordeste e Centro-Sul. “São tecnologias usadas no tratamento de toletes e tratamento foliar, que é a base do nosso programa para cana-de--açúcar para aumento da produtivida-de”, explicou o diretor executivo Fabrí-

cio Fonseca Simões. “Essa tecnologia tem sido bastante difundida e apreciada pelos consultores, já está no mercado e é indicada para a soja e cana, asso-ciada ao Kymon, um produto orgânico, que promove enraizamento fantástico da planta e promove ganhos tanto de açúcar como de TCH”. Simões adian-tou que a empresa deverá inaugurar em breve uma nova planta de fertilizantes em Uberaba-MG.

Para a Dr. Eloisa Mocheuti Kronka,

da Alsukkar a presença na Fenasucro foi muito produtiva. “Esta foi nossa primeira participação na feira onde conversamos com diferentes setores, fizemos networking e novos contatos com outros participantes da feira, inclu-sive com empresas de outros países, em especial o Panamá, o que está nos im-pulsionando a fazer o desenvolvimen-to de novos produtos e serviços, para atender esta demanda, o que propor-cionou uma visão melhor do mercado nacional e internacional”, afirmou ela. As principais novidades que os visitan-tes encontraram em seu estande foram os kits de análises para identificação de bactérias contaminantes no proces-so de produção de etanol, nas análises modernas para controle do processo, com respostas mais rápidas e diagnósti-cos mais precisos e também pesquisa e desenvolvimento que apresentavam os antibióticos naturais.

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Cadeia produtiva da cana expõe dificuldadesem Encontro da Orplana e Canaoeste

Mais de 500 produtores rurais, li-deranças e parlamentares participaram do “XIV Encontro Anual de Produto-res de Cana-de-Açúcar”, organizado pela Canaoeste (Associação dos Plan-tadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Cen-tro-Sul do Brasil) no último dia da Fe-nasucro 2014 - Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética.

“O evento é de cunho político, pois estamos às vésperas das eleições e é im-portante compartilhar com lideranças e autoridades, além dos nossos produto-res, a situação do setor, e ressaltar que o problema que a cadeia produtiva da cana enfrenta hoje é essencialmente por falta de políticas públicas”, elucidou o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan. “Não há uma defini-ção, um plano tanto para o etanol como para energia elétrica, e com isso fica-mos sujeitos à vontade de um a vontade de outro, e o setor parou de investir”, explicou afirmando que os políticos que acompanharam e lutaram pela indústria canavieira nas últimas décadas estavam presentes no evento. “É lamentável as-sistir ao setor se definhando hoje, isso não pode continuar”, disse Ortolan.

Ismael Perina Junior, recém-eleito como presidente da Câmara Setorial

do Açúcar e do Álcool e do Sindicato Rural de Jaboticabal, também exaltou a importância do uso do voto a favor do setor, apoiando aqueles políticos que trabalham em prol da agroindús-tria canavieira e não àqueles políticos de última hora. “O setor sucroenergé-tico sempre teve pujança, mas perdeu espaço nos últimos tempos. Através da Câmara, que tem a finalidade de pro-por, apoiar e acompanhar ações para o desenvolvimento, queremos auxiliar o Governo Federal nas decisões para o setor voltar a crescer”.

Já o presidente da CNA (Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar), Ênio Jaime Fernandes Júnior, reforçou a necessidade de uma união dos envol-vidos no setor. “É preciso ter o mes-mo objetivo para demandar soluções

para a crise que enfrentamos”. A CNA congrega produtores de cana-de-açú-car de todo o Brasil, que administram cinco milhões e meio de proprieda-des. “A entidade representa o produ-tor rural a nível nacional, fazendo a interlocução do mercado com o Go-verno. Portanto, é fundamental nossa a participação neste evento para que possamos sentir, participar e entender o que está acontecendo nas bases e sa-ber demandar o que o produtor neces-sita”, explicou Fernandes Júnior, afir-mando que dos 9 milhões de hectares de cana plantadas no País, 25% estão na mão de produtores rurais.

“Estamos caminhando para um mun-do cada vez mais competitivo, mais modernizado, o que exige uma trans-formação de nossa classe, não só em questão técnica, mas também nas nos-sas relações nos sindicatos rurais, nas associações, nas cooperativas”, disse ele. “A transformação começa com a gente”, finalizou.

Antonio Pádua Rodrigues, diretor técnico da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) reforçou o discur-so da CNA, destacando a importância do encontro, pois “é fundamental a integração entre quem produz e quem processa a cana”.

Para o prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, chegou a hora das mudanças acontecerem, pois diversas tentativas de aproximação com o Go-verno foram feitas, inclusive a manifes-

Manoel Ortolan faz a abertura do Encontro de Produtores da Orplana e Canaoeste

Ismael Perina Junior, recém-eleito como presidente da Câmara Setorial do

Açúcar e do Álcool e do Sindicato Rural de Jaboticabal

Ênio Jaime Fernandes Júnior, presidente da CNA (Comissão Nacional

de Cana-de-Açúcar)

Reportagem de Capa

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tação em prol do setor na edição pas-sada da Fenasucro, mas nada evoluiu. Segundo ele, a presidência da Repú-blica se afasta cada vez mais do setor. “Parecem que não gostam de energia limpa. Ela (presidente Dilma Rousseff) gosta é de sujar as mãos com a ener-gia suja do petróleo, nossa solução é só política, tecnicamente, a capacidade do setor produzir, de criar novas tecnolo-gias, nós temos e queremos é produzir”, disse ele taxativo.

Opinião compartilhada com Anto-nio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br. “Sofremos como os pro-dutores rurais com a atual situação do setor, pois estamos na ponta da cadeia, por isso é necessário a união de toda a cadeia produtiva com o propósito de conseguir a retomada do setor”, disse ele, destacando a importância da Fe-nasucro, que injeta mais de 20 milhões na região de Sertãozinho-SP, em hotéis, serviços e toda a cadeia. A relevância da feira também foi a tônica da explanação

do presidente de honra da Fenasucro e da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Tonielo. “É muito importante que todos visitem a feira, para conhecer o que há de mais novo na área agrícola e indus-trial do nosso segmento, muita inovação tecnológica e é disso que precisamos para recuperar a nossa agroindústria”.

De acordo com Paulo Sérgio de Marco Leal, presidente da FEPLANA (Federação dos Plantadores de Cana do Brasil), as dificuldades enfrentadas pelo setor são grandes. “Foi criado o Proálcool, depois a CIDE para que houvesse uma proteção financeira ao etanol e esta contribuição deixou de existir, o que tem causado prejuízo” afirmou ele, constatando que existe cerca de 17 a 18% de diferença no cus-to entre o que o produtor recebe e o que de fato é o custo de produção da cana-de-açúcar. “Isso dá mais de R$ 5 bilhões”, analisou Leal lembrando que o setor precisou se adequar às mudan-ças ocorridas na legislação trabalhista

e ambiental e não existem políticas pú-blicas para garantir o retorno dos seus investimentos.

Além dos representantes de classe e do senador da República e candidato a vice-presidente da República na chapa de Aécio Neves, Aloysio Nunes (PSDB), outros parlamentares deixaram seu reca-do no evento, tais como o deputado fe-deral, Arnaldo Jardim (PPS); o deputado federal, Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB); o deputado federal, Milton Monte (PR); o deputado federal, Duar-te Nogueira (PSDB); deputado estadual e presidente estadual do PMDB, Baleia Rossi (PMDB); o deputado estadual e presidente da Comissão de Agricultu-ra, Itamar Borges (PMDB); o deputado estadual, Welson Gasparini (PSDB); o deputado estadual e presidente estadual do PPS, Davi Zaia (PPS). Além de lide-ranças de entidades rurais.

Na ocasião, o professor titular da USP, Alberto Matias Borges, deu um panorama econômico mundial e disse que os números apresentam situações até mais complicadas que as enfrenta-das no Brasil, por isso, considera um pouco exagero a onda de pessimismo que se instalou por aqui. “Não estamos acostumados a integração empresarial nos setores, o setor sucroenergético está se consolidando em menos unidades maiores, e isso é um processo normal, que aconteceu em praticamente todos os setores”, disse ele, explicando que o Brasil entrará em novo ciclo de cresci-mento se os empresários empreenderem e “não o Governo, que cada vez mais é coadjuvante e neste processo todo, o céu é o limite”, concluiu o consultor.

Antonio Pádua Rodrigues, diretor técnico da UNICA

José Alberto Gimenez,prefeito de Sertãozinho

Alberto Matias Borges,professor titular da USP

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Aloysio Nunes (PSDB), candidato a vice-presidente da República na

chapa de Aécio Neves,

Marina Silva, candidata a presidência da República

Candidatos buscam apoio do setor canavieiro Como tradicionalmente ocorre em

ano eleitoral, diversos candidatos com-pareceram à Fenasucro em busca de ga-nhar a simpatia do setor sucroenergéti-co e fazer alianças. Dos três principais concorrentes a presidente da República, somente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, não marcou presença.

Marina Silva, que assumiu a cabeça da chapa do PSB após a morte de Edu-ardo Campos, compareceu no segundo dia da feira, fazendo barulho, com di-versos aliados, bandeiras e esquema de segurança reforçado. A candidata, que voltou ao evento pela terceira vez – a primeira foi em 2007, como ministra do Meio Ambiente e a segunda, em 2010, como candidata à presidência – afirmou que a sua presença e do seu vice - Beto Albuquerque - seguia uma agenda que já estava acordada por Campos. “Fize-mos questão de honrar o compromisso, pela importância estratégica que tem o setor de produção de etanol. Um setor fundamental para a geração de energia limpa e renovável, que se esforçou para se adequar às exigências sociais e am-bientais. Basta ver o pacto pela meca-nização e o fim da queima da palha da cana-de-açúcar”, disse ela ao afirmar que tem conhecimento da crise viven-ciada pela indústria canavieira.

“O setor está altamente prejudicado em função das decisões equivocadas que vem sendo tomadas com o prejuízo do fechamento de 70 usinas; outras 40 usinas estão em processo de recupera-ção judicial; com a perda de milhares de empregos, e um prejuízo não só para a produção de etanol, mas também para a indústria ligada ao setor, que sofre as mesmas consequências”, analisou Mari-na, ressaltando que a intenção em par-ticipar do evento “é sinalizar muito for-temente que faremos todos os esforços para a recuperação do setor por entender sua importância estratégica do ponto de vista econômico, social e ambiental”.

A candidata criticou a atual política, que desconhece as potencialidades do setor e levou ao desgaste total os ganhos que o segmento havia alcançado ao lon-

go dos anos. “Além da produção de eta-nol, temos a possibilidade da cogeração pelo uso do bagaço da cana-de-açúcar e da palha da cana-de-açúcar”, disse ela, ressaltando que devido à baixa nos re-servatórios, o MWH está sendo vendido por cerca de R$ 700 mil a R$ 1700 mil. “Se tivéssemos uma política de geração de energia em função da biomassa pro-duzida pela cana-de-açúcar, teríamos esse custo reduzido para algo em torno de R$ 200 mil, ou seja, a falta de visão, a atitude do atual Governo causou um prejuízo sem precedente que precisa ser recuperado com os incentivos corretos e principalmente com a segurança da polí-tica econômica”, afirmou.

A visita na Fenasucro também ser-viu para reforçar o convite para o jantar que aconteceu na última sexta-feira de agosto, e contou com a participação de 57 lideranças do agronegócio, dentre eles, Manoel Ortolan, presidente da Ca-naoeste. De acordo com o anfitrião do encontro, o presidente da DATAGRO, Plínio Nastari, a reunião foi realizada a pedido de João Paulo Capobianco, assessor da ex-senadora e amigo do consultor, que acompanhou Marina na visita à Fenasucro. “O encontro foi po-sitivo e as pessoas ficaram impressiona-das com as propostas da candidata, que tem uma visão pró-mercado e de valo-rização da produção”, afirmou Nastari.

Já o senador da República e candi-dato a vice-presidente da República na

chapa de Aécio Neves, Aloysio Nunes (PSDB), marcou presença no encontro de produtores promovido pela Canao-este e Orplana, e saudou a todos para-benizando pelo evento ao afirmar que se sentia satisfeito ao se encontrar com pessoas que não perderam a fé e que acreditam na produção, no trabalho, no Brasil. “Eu participo deste evento em meu nome e do Aécio Neves, que já se pronunciou sobre o setor sucroenergéti-co em outras ocasiões, assumindo com clareza a sua convicção de que precisa-mos, através de uma ação positiva do Governo, resgatar este segmento de nossa economia, que é um orgulho para o Brasil”, afirmou o candidato.

Nunes também ressaltou a impor-tância da Fenasucro, vitrine para a de-monstração de avanços tecnológicos e de troca de informações, destacando

Reportagem de Capa

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que embora o cenário não seja tão bom para o setor, a movimentação na feira é sinal evidente de que é possível rees-truturar as bases tecnológicas que vêm sendo renovadas a trancos e barrancos diante da crise que envolve o setor”.

Para o candidato, a salvação do setor sucroenergético se encontra na esfera política. “A decisão de abolir a CIDE (Combustíveis, Contribuição de Inter-venção no Domínio Econômico) teve consequências nefastas. Foi uma medi-da de natureza neoliberal, populista, de curto prazo para controlar uma inflação que já atinge índices preocupantes”, dis-se Nunes, sendo irônico ao afirmar que o Governo não é capaz de entender os pro-blemas que está vivendo, portanto não tem como dar soluções a eles. “Temos propostas de curto e médio prazo para o setor sucroenergético. Penso que a pro-posta de longo prazo mais importante, é

o Governo sinalizar, claramente, qual é a importância que ele atribui ao segmento no Brasil, que hoje vive uma profunda crise”, analisou, concluindo: “Isso deve-rá vir acompanhado de medidas como, por exemplo, o aumento da mistura do etanol na gasolina, apoio à armazena-gem do açúcar, cujo o preço tem um comportamento volátil no mercado in-ternacional, um tratamento tributário ao setor, do plano de todos Estados, seme-lhante ao que o governador Alckmin dá hoje em São Paulo, que é tributado com a menor alíquota do Brasil - 12%, com o estímulo ao aumento da produtivida-de da agricultura, (produção de cana) a partir da transgenia da cana, a partir da busca de novas variedades e o apoio cre-ditício ao produtor, especialmente num momento em que ele está debilitado no ponto de vista financeiro, não apenas pelo encolhimento no mercado como pela seca também”.

O senador advertiu que é necessá-rio também olhar com carinho para a produção de energia a partir da queima do bagaço de cana. “A contribuição do setor é muito positiva, desde que tenha-mos regras adequadas para o leilão de energia, de modo a beneficiar e estimu-lar este setor a vender sua energia para as redes de distribuição”, esclareceu. Nunes lembrou que há também o pro-blema do cooperativismo agropecuário que é um fator de fortalecimento da pe-quena e média propriedade, de adensa-mento das cadeias produtivas, de ganho de economia de escala e que precisa ter um tratamento tributário adequado ao ato cooperativo.

Para finalizar, o candidato fez um alerta avisando que não acredita em conversões súbitas na política, avisan-do que ele e sua chapa sempre estive-ram a favor do setor.

Essa é a opinião diretor técnico da UNICA (União da Indústria de Cana-de--Açúcar), Antonio de Pádua Rodrigues, que esteve presente na 22ª edição da Fenasucro, maior feira mundial do setor sucroenergético que aconteceu entre os dias 26 e 29 de agosto em Sertãozinho – SP, onde concedeu uma rápida entrevista à Revista Canavieiros. Acompanhe!

Revista Canavieiros - Após esta seca, que é a maior da história, a pró-xima safra irá enfrentar dificuldades? Pode se esperar alguma mudança ex-pressiva para 2015/2016?

Pádua – Em termos de oferta de cana, as condições até agora são favoráveis para

a próxima safra. Hoje está havendo uma boa brotação de soqueira, a cana colhida está se desenvolvendo bem dadas as chu-vas do final de julho, mas vai depender muito ainda das chuvas de outubro, no-vembro e janeiro, fevereiro do ano que vem. Então pode ser sim uma safra me-lhor do que essa, com uma maior oferta de cana-de-açúcar, porém, acredito que além de ter mais cana, pode ser uma safra com preços melhores. É inevitável que passada a eleição, por outros problemas, haja uma pequena recuperação para a Petrobras dos preços da gasolina, isso vai melhorar evi-dentemente o preço de etanol. Podemos ter na próxima safra o aumento da mistura de etanol para 27,5% e com certeza o merca-do internacional de açúcar que estava com excesso de estoques pode voltar a ser um mercado deficitário e o Brasil vai ter con-dições de voltar a crescer um pouco mais na produção de açúcar, a um preço melhor do que é hoje e, ainda, podemos contar com uma mudança na taxa de câmbio e uma desvalorização do real. Existe sim uma série de fatores, uma série de con-junturas que pode ser a safra 2015/16 uma mudança, saindo de um ciclo supernegati-vo, um ciclo de baixa para um ciclo mais otimista com boas perspectivas.

Revista Canavieiros – A quantida-de de cana-de-açúcar disponível para moagem será suficiente?

Pádua – A quantidade de cana-de--açúcar sempre será suficiente, depende do tamanho do mercado que queremos. Se quisermos atender toda a frota flex, ela não vai ser suficiente. Na verdade, a frota flex vai continuar ainda uma pequena oferta de produto de etanol hidratado combustível, mas o anidro e o açúcar com certeza serão totalmente abastecidos.

Revista Canavieiros – Essa safra vai ser mais alcooleira ou mais açuca-reira?

Pádua – Essa safra será mais alcoo-leira do que a safra passada.

Revista Canavieiros – Há alguma variável que determinará a moagem da próxima safra?

Pádua – Eu diria que são exata-mente os preços baixos do açúcar no mercado internacional. O câmbio não incentiva a exportação e o etanol, mes-mo nessa condição de precificação da gasolina, hoje traz um preço melhor do que o açúcar de exportação.

Condições favoráveis para a próxima safraFernanda Clariano

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40Destaque I

Revista Canavieiros prestigia o lançamento do Guia de Negócios do CEISE Br durante a Fenasucro 2014

Na tarde de 27 de agosto, o CEI-SE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroener-

gético e Biocombustíveis), entidade representante da indústria de base e serviços da cadeia produtiva sucroe-nergética, lançou em seu estande na 22ª Fenasucro (Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética), o Guia de Negócios, elaborado com o objetivo de ser um canal de oportunidades e deman-das para o setor sucroenergético. Além de apresentar os principais fabricantes de equipamentos, produtos e serviços, o Guia também traz artigos interessan-tes assinados por especialistas do setor, como o presidente da Copercana e Si-coob Cocred, Antonio Eduardo Tonie-lo, o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, dentre outros.

Estiveram presentes no lançamen-to, o presidente do CEISE Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho, o gerente exe-cutivo do CEISE Br, Sebastião Pereira Macedo, o vice-presi-dente e o geren-te comercial da Reed Exhibitions Alcântara Macha-do, Paulo Octávio Pereira de Almeida e Paulo Montabone, respectivamente, a assistente de atendi-mento às empresas do CIEE, Fabíola Molina, o supervisor de Unida-de do CIEE, Adriel Luis Gennaro, além de empre-sários, associados, convi-dados, colaboradores do CEISE Br e a imprensa.

Durante discurso, Sebastião Mace-do destacou as dificuldades que o setor

Na oportunidade, a entidade assinou convênio com o CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) de incentivo à cultura do estágio nas indústrias

vem enfrentando, e ressaltou a impor-tância da realização da Fenasucro e do lançamento do Guia de Negócios num momento de crise, como forma de incentivo e confiança no setor. “Es-tamos vivendo um momento difícil e isso não é novidade para ninguém,

mas apesar das dificulda-des estamos presencian-do o acontecimento da Fenasucro, que traz um número expressivo de empresas participantes, apresentando seus pro-dutos e mostrando que continua acreditando, isso já é uma vitória e mais do que isso, é podermos mostrar não só para o mu-nicípio, mas para o Brasil e para o mundo, que acre-

ditamos e trabalhamos para este setor e vamos passar por

mais essa crise, crescendo. O CEISE Br orgulha-se em poder lançar o Guia de Negócios porque sabe da importância deste setor e também que seus associa-

dos têm esperanças, acreditam e lutam por dias melhores e nós como entidade de classe que representa as indústrias de máquinas, equipamentos, bens de capital, serviços, insumos e tecnologias agrícola e industrial da cadeia produ-tiva da cana-de-açúcar, sabemos que este Guia de Negócios será uma grande oportunidade para os associados e par-ceiros que estão participando”, pontuou o gerente executivo do CEISE Br.

O presidente do CEISE Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho falou sobre a oportunidade que o Guia de Negócios representa tanto para as usinas quanto para a pequena indústria. “Este Guia é muito importante porque apresenta to-das as indústrias participantes da 22ª edição da Fenasucro, todas as usinas, até a pequena indústria que não teria condições de participar, estão marcan-do presença com seu nome, pois não medimos esforços para inseri-las. O Guia será distribuído gratuitamente na Fenasucro e isso é interessante porque a feira recebe muitos visitantes, inclusive estrangeiros e o Guia de Negócios aca-ba sendo uma ferramenta para ajudar as

Fernanda Clariano

O gerente executivo do CEISE Br, Sebastião Macedo discursou durante a apresentação do Guia de Negócios

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indústrias a direcionarem o pessoal na negociação certa. Posteriormente ele será enviado para todas as usinas da América Latina, para levar o nome da Fenasucro e também dos parceiros que acreditaram no projeto, neste processo e neste setor”, disse Tonielo Filho.

Ainda durante o lançamento foi assinado um convênio com o CIEE, de incentivo à cultura do estágio nas indústrias.

“O CEISE Br é um parceiro de lon-ga data e já vínhamos trabalhando há algum tempo para incentivar a forma-ção da cultura do estágio na indústria dentro das empresas do setor. Isso be-neficia o associado diretamente, por-que a empresa que contrata o CIEE para administrar o seu programa de estágio tem uma redução significativa no valor de contribuição institucional. Através desse convênio com o CEISE BR, a empresa associada tem uma re-dução de 50% no custo. É importan-

te ressaltar que não é só o benefício pelo benefício, é incentivar a cultura, chamar a atenção do associado para a importância do estágio, a importância da formação prática”, pontuou o su-pervisor de unidade do CIEE, Adriel Luis Gennaro.

Tonielo Filho também falou sobre a parceria com o CIEE. “Este convênio que estamos assinando com o CIEE é muito importante porque acaba sendo

um benefício para os nossos associa-dos, principalmente nessa época de crise e de redução de custos que as empresas estão fazendo. Poder pro-porcionar um desconto tão expressivo como este que conseguimos através dessa parceria para algo que vai bene-ficiar as empresas é muito importante e estamos felizes com essa conquista para os nossos associados que estão precisando muito de apoio”, afirmou o presidente do CEISE Br.

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Fabiola Molina e Adriel Luis Gennaro do CIEE com Antônio Eduardo Tonielo Filho e Sebastião Macedo do CEISE Br durante a assinatura do convênio

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42Destaque II

Seca terá impacto também na colheita de 2015/16

Além do prejuízo causado à temporada atual, a estiagem prolongada prejudicará a pró-

xima safra, declarou o presidente da DATAGRO, Plínio Nastari, ao divulgar as projeções para a produção 2014/15, durante evento realizado em São Paulo--SP, no começo de setembro. A estima-tiva da consultoria, revisada pela ter-ceira vez, é que a safra no Centro-Sul tenha uma moagem de 556 milhões de toneladas de cana, cerca de 7% menor do que a de 2013/14. A produção de açúcar também caiu para 32,8 milhões de toneladas ante os 33,2 milhões de toneladas da safra anterior. Já a pro-jeção para o etanol aumentou, ficando em 24,2 bilhões contra 23,6 bilhões de toneladas registrados na safra passada.

De acordo com o presidente da con-sultoria, a situação climática tem oca-sionado uma heterogenia à safra atual, sendo que algumas regiões têm sofrido mais os efeitos da seca do que outras. “A região de Araçatuba, Presidente Pruden-te e Piracicaba estão sentindo com mais intensidade a seca. Já em Bauru e São José do Rio Preto o impacto é menor”, explicou Nastari, ressaltando que em Ribeirão Preto, embora também sinta os prejuízos da estiagem, os rendimen-tos agrícolas ainda são elevados devido, principalmente, a colheita de cana bis nesta região. “Mas é importante registrar que na próxima safra não terá mais esta cana bis”, alertou ele afirmando que isso impactará no rendimento local.

O consultor revelou ainda que as taxas de renovação em canaviais estão abaixo do normal, pois não há condição agronômica para se fazer o plantio, por-que o solo e o clima estão muito secos. “Além da crise enfrentada pelo setor, impulsionada pelo subsídio ao preço da gasolina, pelo fato da CIDE ter sido zerada, e dos preços do açúcar estarem em baixa, a condição climática tem impedido uma taxa de renovação de canaviais que no momento é menor do que seja recomendado”, disse o consul-tor, explicando que quando o relatório fechar em outubro, representará baixa

Andréia Vital

de 17%. Nastari lembrou também que a seca tem afetado a brotação da cana soca e da cana de 18 meses, plantada no período de fevereiro a abril, que não se desenvolveu como o esperado e terá o efeito de uma cana de 12 meses, na sa-fra 2015/16, tendências que têm gerado as atualizações de estimativas, explicou Nastari, argumentando que isso impac-tará a próxima safra.

Com relação às exportações, o con-sultor ressaltou que, em agosto, o Brasil exportou 2,30 milhões de toneladas de açúcar, o que representa uma queda de 7,3% sobre o volume exportado no mês anterior, julho, e queda de 30% em re-lação a agosto de 2013. No acumulado de janeiro a agosto fechou em 14,89 milhões de toneladas, o que representa uma redução 14,4% sobre o mesmo pe-ríodo de 2013, quando foram exporta-das 17, 40 milhões de toneladas.

As exportações de etanol também apresentam quedas, tendo em agosto, exportados somente 78,4 milhões de li-tros ante os 90,6 milhões de litros, em julho, e contra 486 milhões de litros, em agosto de 2013. Na soma de janeiro a agosto, o acumulado é de 948,9 milhões de litros, contra 1,993 bilhões de litros em igual período do ano passado, que representa uma queda de 52,4%. “São dados importantes, pois refletem o fato de que os mercados mundiais de açúcar estão ainda muito estocados, principal-mente na Ásia, e isso tem refletido nos

preços”, analisou Nastari, destacando que mesmo com estoques altos, a im-portação de açúcar pela China continua crescente. “O Brasil tem sido até o mo-mento o maior fornecedor de açúcar da China, sendo o responsável por 2,47 mi-lhões de toneladas, das 3,38% milhões de toneladas importadas pela China, no acumulado de outubro/13 a junho/14, o que representa 73,2% do que foi ex-portado para aquele país”. O segundo maior fornecedor para a China é Cuba, com 13,6% e a Tailândia, que aparece em quinto lugar, representa somente 2,6% das origens de açúcar importados pela China, contou o executivo.

Já o consumo de hidratado tem evo-luído segundo dados da consultoria, tendo atingido 7,05 bilhões de litros na somatória de janeiro a julho, represen-tando 21,1% sobre o mesmo período de 2013. Este aumento é atribuído ao crescimento da frota flex, que no final de julho alcançou 22,13 milhões de uni-dades. “Isso tem efeito no consumo de hidratado, como também na participa-ção do etanol no consumo de ciclo Otto do Brasil”, explicou Nastari, divulgan-do que no acumulado de janeiro a ju-lho, atingiu 35,8% mostrando recupera-ção em relação a 2013, que fechou em 33,7%, e também em relação a 2012, quando foi registrado 31,8%. “Mas ain-da está abaixo do nível de 2010, que foi de 44,6%, então tem muito espaço para o consumo de álcool crescer como tam-bém ser recuperado no Brasil”, alegou.

Plínio Nastari apresentou perspectivas para a safra

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Produção de açúcar na região Centro-Sul recua na primeira quinzena de setembro

No caso do anidro, o aumento da mistura de etanol na gasolina poderá representar 1,2 bilhão de litros de de-manda a mais por ano. Embora tenha sido aprovada a ampliação da banda para até 27,5%, a decisão de alterar o nível de mistura ocorrerá se for tec-nicamente possível e isso depende de uma decisão do CIMA (Conselho Interministerial de Açúcar e Álcool), que é coordenado pelo ministério da

Agricultura, e dos ministérios en-volvidos. “Os testes devem ser con-cluídos em outubro, e a ideia é que representantes do INMETRO divul-guem os resultados dos estudos na 14ª Conferência Internacional DA-TAGRO sobre açúcar e etanol, que acontece em São Paulo-SP, nos dias 20 e 21 de outubro”, contou Nastari, que na ocasião apresentou também calendário de eventos que devem

ser promovidos pela consultoria nos dois próximos anos, entre eles, a ISO DATAGRO Centro América, na Gua-temala, em junho de 2015, que vai abordar as questões sobre os países da América Central e do Caribe, com foco na capacidade desta geografia de atender aos mercados da Ásia e EUA e como eles estão diversifican-do as suas economias, contou o pre-sidente da consultoria.

O volume de cana-de-açúcar pro-cessado pelas unidades produ-toras da região Centro-Sul to-

talizou 39,89 milhões de toneladas na primeira metade de setembro. Esse re-sultado é 15,98% inferior às 47,48 mi-lhões de toneladas moídas na quinzena anterior e 7,44% menor em relação ao valor observado no mesmo período de 2013 (43,10 milhões de toneladas).

No acumulado desde o início da sa-fra até 15 de setembro, a moagem al-cançou 412,68 milhões de toneladas, contra 408,54 milhões de toneladas ve-rificadas em igual data de 2013.

A quantidade de açúcar fabricada atingiu 2,50 milhões de toneladas nos 15 primeiros dias do mês, ante 3,02 milhões de toneladas apuradas na quin-zena anterior (queda de 17,09%) e 2,98 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra 2013/2014 – retração de 15,92%.

Segundo o diretor Técnico da UNI-CA (União da Indústria de Cana-de--Açúcar), Antonio de Pádua Rodrigues, “essa redução na produção de açúcar reflete a menor moagem na quinzena e o fato das usinas terem priorizado a fabricação de etanol”. As condições de demanda e os preços vigentes têm ge-rado incentivos econômicos à produção do biocombustível em detrimento ao açúcar, acrescentou.

A proporção de matéria-prima des-tinada à fabricação de açúcar totalizou 43,99%, expressivo recuo em relação aos 45,22% observados na quinzena

passada e aos 49,28% verificados no mesmo período de 2013.

A queda no ritmo de produção de açúcar também pode ser observada a partir do rendimento industrial men-surado em quilos de açúcar por tone-lada de cana-de-açúcar processada. Na primeira quinzena de setembro, esse índice apresentou queda de 9,17% no comparativo com o valor registrado em igual período do último ano: 62,75 kg de açúcar por tonelada de cana, contra 69,08 kg contabilizados em 2013.

Com isso, a produção de etanol al-cançou 1,96 bilhão de litros nos pri-meiros 15 dias de setembro, ante 1,88 bilhão de litros apurados em igual pe-ríodo do último ano. Deste montante, 773,43 milhões de litros referem-se ao etanol anidro e 1,19 bilhão de litros ao etanol hidratado.

No acumulado desde o início da sa-fra 2014/2015, a produção de açúcar alcançou 23,43 milhões de toneladas, enquanto a fabricação de etanol somou 18,11 bilhões de litros, com crescimen-to de 4,82% sobre o volume observado no mesmo período de 2013.

Para Pádua, “a quantidade produzida até o momento não reflete a expectativa de menor oferta de cana-de-açúcar para essa safra”. Nos próximos meses, com o término antecipado da safra em várias regiões, o impacto da seca sobre a pro-dução ficará mais evidente, concluiu.

A quantidade de ATR (Açúcares To-tais Recuperáveis) por tonelada de ca-

na-de-açúcar processada atingiu 149,71 kg na primeira quinzena de setembro, frente a 147,11 kg por tonelada obser-vado na mesma data da safra anterior.

No acumulado desde o início da sa-fra 2014/2015 até 15 de setembro, o teor de ATR por tonelada de matéria-prima totalizou 134,44 kg, contra 131,40 kg por tonelada registrado na mesma data de 2013.

Já as vendas de etanol somaram 1,05 bilhão de litros, ante 1,04 bilhão de litros registrado no mesmo período do ano anterior. Deste total vendido, 990,03 milhões de litros destinaram-se ao mercado doméstico e apenas 57,36 milhões de litros à exportação.

No mercado doméstico, as vendas de etanol anidro totalizaram 422,05 mi-lhões de litros, com alta de 15,29% em relação aos 366,07 milhões de litros ob-servados na mesma data de 2013.

As vendas internas de hidratado, por sua vez, alcançaram 567,98 milhões de litros nos primeiros 15 dias de se-tembro, contra 541,84 milhões de litros computados na quinzena anterior (in-cremento de 4,83%) e 552,03 milhões de litros verificados em igual período da safra passada (aumento de 2,89%).

Para o executivo da UNICA, “a expectativa é de que esse aumento do consumo se acentue nas próximas quin-zenas, pois o etanol hidratado tem se apresentado economicamente vantajo-so em relação à gasolina nos principais estados consumidores”. RC

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44Destaque III

Pneus: escolha errada e falta de manutenção podem comprometer desempenho do maquinário e produtividade

A busca por mais eficiência e re-dução de custos é cada vez mais constante e, em muitos casos, o

simples fato de se fazer a opção por um equipamento e executar a manutenção adequada podem significar toda a diferen-ça. Os pneus, por exemplo, perdem cerca de 25% de sua vida útil sem um cuidado especial, e essa porcentagem é muito alta se considerar que este produto é o segundo maior custo para a maioria das frotas.

“O produtor deve ficar atento ao esco-lher o pneu a ser utilizado no campo. Esse é o primeiro e principal fator que deve ser levado em consideração, pois impactará na produtividade e também na redução ou aumento de seus custos”, afirma Stéfano Mercúrio, coordenador do SAFF – Servi-ço de Aprendizagem e Formação da Fro-ta, da DPaschoal. Ele explica ainda que o pneu é responsável pela transmissão da energia do motor da máquina para o solo, tornando-se um item de extrema impor-tância para as várias operações realizadas no campo. Segundo o especialista, exis-tem atualmente disponíveis no mercado diversas opções de pneus - diagonal ou radial - com medidas e funcionalidades variadas, que possibilitam o melhor de-sempenho na lavoura.

Andréia Vital

De acordo com Mercúrio, um pneu tem em média uma vida útil de três anos e com a recapagem pode ter uma sobrevida, mas existe um limite para o seu conserto. “Além da economia e da busca pela redução de custo, temos uma preocupação muito grande com a segu-rança, então, mesmo que o pneu seja novo, dependendo da avaria que sofreu, será indicado o seu sucateamento”, dis-se. O especialista também explica que, se o pneu que sofre um impacto muito grande, como a quebra da sua carcaça e a separação total do pacote de cintas, continuar a ser utilizado, pode gerar avaria no veículo, além de causar aci-dentes, pois parte da cinta se soltará e os pedaços chamados no meio por “ja-caré” serão encontrados nas pistas.

Um dos primeiros indícios que identi-fica se o pneu possui desgastes e precisa ser trocado é a alteração da patinagem da máquina. “A calibragem é um item fundamental para aumentar a durabili-dade do pneu e evitar problemas para o produtor. Para ser feita de maneira ade-quada deve-se levar em consideração a relação de peso equipamento/implemen-to x trabalho a ser executado”, ressalta o especialista, avisando que duas libras a

menos ou a mais em um pneu agrícola já interferem no seu desempenho, dimi-nuindo a produtividade e aumentando o consumo de combustível.

A DPaschoal desenvolve um pro-grama utilizando recursos tecnológicos avançados para análises de campo e elaboração de plano de ação corretivo e preventivo para ajudar seus clientes neste processo. “O SAFF tem foco em economia no campo, como apoio ao cliente no pós-venda”, explica Mer-cúrio. Os detalhes do programa foram apresentados, recentemente, em dia de campo Agro SAFF DPaschoal, em sua filial em Ribeirão Preto/SP e na Usina da Pedra, em Serrana/SP. Na ocasião, o executivo mostrou os diferenciais da empresa brasileira e também apresen-tou linha do tempo com sua evolução no mercado automotivo, onde atua há 65 anos, completados em 2014. Hoje, a DPaschoal possui 11 recapagens em sete Estados, mais de 200 lojas e 300 credenciadas e fornece pneu, serviços e acessórios para veículos de passeio, caminhões, ônibus, tratores, máquinas agrícolas e industriais. Também tem a Fundação Educar e as empresas Dater-ra, DPK, portal AutoZ e Rede ACC.

“Dependendo da avaria o pneu deve virar sucata”, diz Mercúrio

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Mercúrio salientou que a armazena-gem dos pneus é um fator importante a ser observado e é o primeiro ponto a ser analisado pela equipe, que vai até o cliente. “O pneu não pode ser armaze-nado próximo a produtos derivados de petróleo, pois isso vai gerar contamina-ção na borracha e acelerar o seu enve-lhecimento, tornando os pneus impró-prios para uso”, explicou ele, afirmando que normalmente as empresas não têm este conhecimento e passam a ter com a orientação do SAFF. A qualificação do funcionário, que lida com este produto, a organização da borracharia, condi-ções dos veículos e pneus inutilizados também são analisados. “Consideramos a sucata o DNA da empresa porque vai dizer exatamente se o produto foi usado do modo correto, com a pesagem corre-ta”, disse. Ele revela ainda que no cam-po, a equipe verifica alguns detalhes, entre eles, como está o lastro líquido e o sólido deste veículo, a partir daí é gera-do um relatório com um plano de ação.

Para o coordenador de manutenção agrícola da Usina da Pedra, Cleber Ro-berto de Assis, o processo de assistência à frota direciona as decisões a serem tomadas perante a análise de falhas e seus motivos apresentadas no relatório SAFF. “Trabalhando com uma calibra-ção correta, tomando todos os cuidados de manutenção para com os pneus, você consegue atingir a performance máxima deste produto, e isso nos reverte em reais por toneladas colhidas diretamente”, dis-se Assis, explicando que é um processo

de melhoria contínua, além disso, o mo-nitoramento feito por um terceiro agrega porque ajuda a usina a se autoavaliar.

“Embora existam outras variáveis envolvidas no processo, como pneu adequado, sua aplicação, a operação, velocidade de trabalho e condição de solo têm outros fatores que estão li-gados à performance total do produto, mas a manutenção correta ajuda mui-to”, analisa o coordenador. Assis afir-ma ainda que o projeto ajuda também a reduzir o problema de galope, muito preocupante para as usinas. “Mantendo um padrão de lastreamento e calibra-gem de pneu corretos é possível elimi-nar o problema de galope, além disso, acaba gerando também um ganho de rendimento operacional e economia de combustível, pois você precisa de me-nos energia para fazer o trabalho, então essa análise feita pelo SAFF é muito importante”, conclui.

A Titan Pneus também criou um ma-nual para auxiliar os produtores rurais na gestão de pneus: os “10 Mandamen-tos do Tratorista Agrícola”, que foram desenvolvidos com base nas principais falhas ocorridas no dia a dia das fa-zendas, traz cuidados básicos, muitas vezes desrespeitados e que comprome-tem a qualidade do produto e, por con-sequência, do equipamento. “O pneu é o principal elo que une a máquina ao solo. O equipamento pode ter potência, ter transmissão, mas se o pneu não esti-ver adequado não é possível transmitir

ao solo a potência gerada pelo motor e, consequentemente, o trabalho no cam-po não é realizado com eficiência”, ana-lisa Leandro Pavarin, gerente de Vendas para o Brasil da empresa.

Com três anos de atuação no País, a Titan aposta no crescimento do segmen-to de pneus para máquinas agrícolas, que representou aumento de 30% no volume de suas vendas no ano passado. Diante de um cenário futuro promissor, a empresa anunciou durante a Agrishow 2014 um plano de expansão de US$ 25 milhões, além dos US$ 16 milhões já aplicados. “Os investimentos concen-tram-se no aumento da capacidade de produção e na modernização do parque industrial. Novos equipamentos, pren-sas e moldes garantirão um maior ga-nho em escala e o lançamento de novas linhas que complementem o já extenso portfólio de todas as marcas produzidas pela Titan no Brasil,” conta Pavarin.

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Leandro Pavarin, gerente de vendas para o Brasil da empresa

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Biotecnologia é a receita para oaumento da produtividade

Destaque IV

Andréia Vital

A biotecnologia tem contribuído para melhorar a qualidade de vida ao redor do mundo, pro-

movendo o aumento da produtividade no campo, a diminuição de emissões de CO2, a preservação da biodiversidade, a racionalização das aplicações de de-fensivos agrícolas, além de amenizar as mudanças climáticas.

Devido a tantos benefícios, de acor-do com o ISAAA (Serviço Internacio-nal para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia), a adoção da trans-genia na agricultura vem ganhando mais espaço a cada ano, prova disso é que em 2013, 18 milhões de agriculto-res, sendo 90% pequenos produtores, em 27 países, fizeram uso desta tecno-logia. No ranking mundial dos países que cultivam variedades GM (geneti-camente modificadas), o Brasil ocupa o segundo lugar, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, constata a entidade.

“A biotecnologia agrícola encontrou terreno fértil no Brasil, porque o País fez a opção, há 40 anos, pelo desenvol-vimento de um conceito de agricultura baseada em ciência, basicamente por-que estávamos preparados para interna-lizar as inovações que vêm da fronteira do conhecimento” justificou o presi-dente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Maurício Antônio Lopes, durante o seminário “Biotecnologia e Inovação”, promovi-do recentemente em São Paulo/SP, pelo jornal Valor Econômico.

De acordo com o cientista, são mui-

tas as contribuições que as pesquisas agropecuárias trouxeram para o Brasil, citando, entre elas, a tropicalização e adaptação de sistemas de produção ve-getal e animal, desenvolvimento de uma plataforma inédita de práticas sustentá-veis e transformações de solos áridos e

ceito também para ajudar o setor sucro-energético”, contou.

A intensificação de parcerias com o setor acadêmico também fez parte da tônica da palestra do diretor-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz. Segundo ele, vários programas foram criados para desenvolver a educação, o que impul-sionou as atividades de pesquisas den-tro das universidades, iniciativa que ge-rou diversas empresas de biotecnologia, sendo cerca de 250 pequenas empresas na Unicamp e mais de 400, na USP. “O Programa PIPE FAPESP (Pesquisa Inovativa na Pequena Empresa) ofere-ce um financiamento não reembolsado, de até R$ 1.250 milhão por projeto às pequenas empresas com menos de 250 empregados, para estimular a cultura de inovação permanente e a procura é grande, tanto que no ano passado foram aprovados três contratos por semana”.

De acordo com o ISaaa (Serviço Internacional para a aquisição de aplicações em agrobiotecno-logia), a adoção da transgenia na agricultura vem ganhando mais espaço a cada ano

pobres em nutrientes em solos férteis. “Nenhum outro país teve sua agricultu-ra avançando de forma tão determinada na direção da sustentabilidade, como a nossa”, disse, advertindo que a agricul-tura será cada vez mais pressionada na direção da multifuncionalidade e en-frentará muitos desafios.

A junção de esforços entre a inicia-tiva privada e a pública também foi destacada pelo presidente da Embrapa, que citou, na ocasião, projeto com a UNICAMP, efetivado em 2012, no sen-tido de desenvolver uma unidade mista de pesquisa, que permitirá à entidade implantar plantas modificadas com as mais variadas tecnologias. “A agenda dessa nova unidade é a mudança de clima, nós queremos usar inovações de base biológica para ajudar a agricultura a se adaptar numa realidade de mudan-ça climática”, explicou. “Hoje usamos o milho, mas há muito interesse em usar esta base de eventuais provas de con-

Gregory Stock, Roberto Rodrigues e Maurício Lopes destacaram os avanços da biotecnologia

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fosse aprovada em 270 dias que é a prá-tica do mercado. Mas a liberação saiu somente dois anos e meio após a apre-sentação do pedido, em junho de 2013”, disse perplexo.

Coube ao médico cancerologista Drauzio Varella encerrar o seminário, explanando sobre a qualidade de vida, alimentação e transgênicos. Ele admitiu que se criou um preconceito em relação aos transgênicos, pois faltou diálogo entre a academia e a sociedade sobre a questão do uso dos transgênicos, crian-do fantasias sobre a sua segurança para a saúde humana. “As pessoas não en-tendem. Eu acho que isso é um pensa-mento quase religioso, onde acham que os genes guardam a essência da vida, portanto não podem ser modificados. É uma visão religiosa e não científi-ca”, analisou o médico, completando “Temos transgênicos usados também na medicina, como a insulina, e não te-mos até hoje uma demonstração de um efeito nocivo à saúde pela utilização do transgênico”.

Varella advertiu que os problemas que podem ocorrer na questão da ali-mentação moderna são relacionados ao excesso, já que a fartura e fácil acesso aos alimentos atualmente são fatores que já têm culminado com diversas doenças, como diabete e pressão alta. “Essas são as maiores epidemias do mundo moder-no e por serem tão frequentes, ninguém leva a sério. Precisamos cuidar do corpo, fazer exercícios, não exagerar na comi-da. Deixar de fazer isso é que não é segu-ro para a saúde”, conclui o médico.

Biotecnologia aplicada a novos usos“No futuro próximo, a tecnologia

norteará nossas vidas e os impactos dos benefícios proporcionados por ela, em diferentes áreas, serão reconheci-dos dentro de 5 a 25 anos”, concluiu o fundador do Programa de Ciência, Tec-nologia e Sociedade da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), Gregory Stock, que também participou do evento e ofereceu noções de como a inovação e ciência podem ser usadas como instrumentos de desenvolvimen-to. De acordo com ele, as novas tecno-logias, inicialmente disponibilizadas a preços exorbitantes, como o caso do celular, com a produção em massa, ten-dem a ficar mais acessíveis ao consu-midor. Opinião compartilhada com pes-quisador do IFPRI (International Food Policy Research Institute), Nicola Ce-nacchi. “O aumento da produtividade e a redução de custos serão atingidos com mais investimentos em tecnologia”. Ele comentou que o IFPRI realizou estu-do para avaliar como as tecnologias se desempenham e como podem agir em diferentes áreas do mundo e identificou que algumas delas proporcionam a re-dução em até 15% o preço do milho, em 20% do arroz e em 10% o do trigo, até 2050, o que poderá contribuir para a redução de custos.

Devido ao constante desenvolvimen-to da biotecnologia torna-se necessário alguns ajustes na legislação brasileira para atender ações internacionais, ex-plica o presidente da comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTBio), Edivaldo Domingues Velini, órgão que regulamenta a tecnologia no Brasil. “A Lei 11.105/05 é o principal marco re-gulatório que nós temos no Brasil e ela equipara o País às nações mais desen-volvidas e com maior crescimento em biotecnologia”.

De acordo com Velini, 94% das bio-tecnologias usadas no Brasil são des-tinadas à agricultura e pecuária, sendo que no ano passado, o órgão concedeu cinco liberações comerciais, duas de microrganismos, duas vacinas e uma para planta. Este ano, duas GM já fo-ram liberadas – uma de vacina e outra

de mosquito e outras 21 estão em análi-se para serem liberadas.

O executivo lembrou que o uso desta tecnologia ajudou o Pais a se destacar na agricultura. Atualmente, 91,8% da soja produzida no Brasil é genetica-mente modificada, já no caso do milho, essa porcentagem chega a 81,6% e o algodão a 65%. “Nós dobramos a pro-dução do agronegócio de 2006 a 2013, tendo um salto no superávit de US$ 40 para US$ 100 bilhões”, observa ele, ad-vertindo “O grande desafio é avançar com segurança em um cenário em que a biotecnologia assume um papel cada dia mais relevante”.

O seminário contou também com palestra do advogado Luiz Henrique do Amaral, especialista em propriedade intelectual e membro da ABPI (Associa-ção Brasileira da Propriedade Intelec-tual), que explanou sobre propriedade intelectual, sobre o cenário brasileiro e quais desenvolvimentos podemos espe-rar para os próximos anos. “A concessão de patentes faz parte do jogo da inova-ção e da tecnologia e sem ela não é pos-sível capturar todo o desenvolvimento que vem ocorrendo em biotecnologia no Brasil e em melhoria genética através de novas cultivares”, alertou o advogado.

Abordando também os gargalos re-gulatórios da biotecnologia no comér-cio, o ministro Orlando Ribeiro, chefe da Divisão de Agricultura e Produtos de Base do Itamaraty, admitiu que a sincronia de aprovação de cultivares em alguns parceiros comerciais impor-tantes do Brasil e a questão do limite de tolerância são desafios que País en-frenta e que tem travado seu desenvol-vimento nesta área. “O ritmo de apro-vação, que é diferente em cada país, tem o potencial de gerar interrupções no comércio internacional de grãos”, esclareceu, dando como exemplo o pro-cesso de aprovação da soja Intacta RR2, da Monsanto, na China. “A semente foi aprovada para uso no Brasil em 2010, na Argentina, em 2012, e postulou au-torização em novembro de 2010 junto às autoridades chinesas, esperando que RC

Drauzio Varella, médico cancerologista

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48Informações Setoriais

Chuvas de agosto e previsões climáticas para setembro a novembro

Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de agosto de 2014.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

A média das chuvas de agosto de 2014 (0mm), quase que uniforme em todos os locais observa-dos, foi semelhante ao de agosto de 2013 (1mm). Merece lembrar que, nesta região de abrangência Canaoeste, no período dezembro de 2013 a agosto de 2014, os desvios negativos de chuvas ocorreram em quase todos os meses, exceto de-zembro, abril e julho. Vide Quadro 2.

O Mapa 1 mostra que, em meados (17 a 20) de agosto, a DAAS (Disponibilidade de Água no

Solo) apresentava-se em nível baixo a crí-tico em (quase) toda área sucroenergética do Estado, com exceção de áreas próximas de Assis, Avaré e Presidente Prudente.

Os Mapas 2 e 3, correspondentes aos finais de agosto de 2013 e 2014, mos-tram semelhança entre as DAAS (Dispo-nibilidades de Água no Solo), pois aos

finais de agosto de 2013 e de 2014, qua-se toda região sucroenergética do Estado de São Paulo encontravam-se com nível entre baixo a crítico.

Os artigos de Informações Climá-ticas estão contando com o trabalho diário de anotações de chuvas dos Es-critórios Regionais e que são conden-sados em Viradouro. Estes dados são disponibilizados diariamente pelo site Canaoeste e, as suas médias mensais

e as normais climáticas, também são apresentadas no Quadro 2.

oBS:- Normais climáticas (ou mé-dias históricas) são dos locais enume-rados de 1 a 9, além do Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto.

Os dados do Quadro 2 mostram, no destaque (canto inferior direito), as ex-pressivas dife-renças observadas entre os meses de janeiro a agosto dos anos

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de agosto 2013.Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 16 a 18 de agosto de 2014

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Revista Canavieiros - Setembro de 2014

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Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de agosto 2013. Mapa 3:- Água Disponível no solo ao final de agosto 2014. Embora o mapa se refira ao período 21 a 24 de agosto, mas até os últimos dias deste mês não

ocorrência de chuvas significativas.

Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE para final de setembro e

os meses de outubro e novembro

Quadro 2:- Médias mensais e normais climáticas das chuvas de janeiro a agosto de 2013 e 2014, anotadas pelos Escritórios Regionais.

(bem) próximos são de 55mm em se-tembro, 125mm em outubro e 170mm em novembro.

Já o prognóstico climático da SO-MAR Meteorologia, face ao fenômeno El Niño já fraco, observa-se período de normalidade climática, ou seja, sem pre-dominância de El Niño ou de La Niña. Esta consultoria climática prevê que, da transição inverno/primavera a dezem-bro, as chuvas já poderão ser regulares, tornando-as próximas das respectivas médias históricas nas Regiões Centro--Oeste e Sudeste. Centro-Sul do Mato Grosso do Sul e o Estado do Paraná, as chuvas poderão continuar frequentes.

A Canaoeste recomenda especial atenção aos produtores de cana, que os solos logo estarão com melhor umidade para efetuar cultivos mecânicos, desde que necessários (se pisoteados, mas com as soqueiras no início de brotações).

Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Cana-vieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieros.com.br.

Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste. RC

2014 e 2013. O acumulado das chuvas em 2013 foi praticamente igual às das normais climáticas. Mas, em 2014, o acumulado de chuvas está pela metade da soma das normais climáticas. Este diferencial de 420mm nesta região de abrangência, pode significar perda potencial de produtividade de até 23 t cana/ha.

Estas Normais climáticas (938mm, em 2013 e 845mm, em 2014) estão di-ferentes em função das ponderações das chuvas entre os meses destes dois anos.

Para planejamentos próximo-futuros, a Ca-naoeste resume o prog-nóstico de consenso entre INMET (Instituto Nacional de Meteoro-logia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os me-ses setembro (final) a novembro, como des-crito abaixo e ilustrado no Mapa 4, a seguir:

• Nestes meses, as temperaturas tendem a ser acima das respecti-vas normais climáticas para toda Região Cen-tro Sul do Brasil, exceto nos Estados de Goiás e Mato Grosso, onde as

temperaturas poderão ser próximas das médias históricas;

• O consenso INMET-INPE prevê que as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades para as três categorias (acima, próxima e abaixo das normais climáticas) na área cinza. Na área verde, que corresponde à faixa sul e sudoeste do Estado de São Paulo, sul do Mato Grosso do Sul e Estados da Região Sul, as chuvas poderão ficar entre próximas a acima das respectivas médias;

• Tendo como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas em Ribeirão Preto e municípios

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Custos de produção de Cana-de-Açúcar

Dando continuidade ao projeto de elaboração dos custos de produção, realizado pelo De-

partamento Técnico e Agronômico em conjunto com a Gestão de Relaciona-mento Recursos e Projetos, com o in-tuito de fornecer a informação detalha-da, abordaremos nesta edição a etapa de trato de cana-planta. Ressaltamos que nas edições passadas da Revista Cana-vieiros foram publicadas as etapas de preparo do solo e plantio.

Os tratos culturais da cana-planta são necessários para proteger e ga-rantir a longevidade do canavial e têm como objetivos principais: controlar plantas daninhas, controlar pragas, nivelar a sulcação pós-plantio por meio da operação de “quebra-lombo” e fornecer nutrientes quando houver necessidade.

Para a elaboração dos custos de tra-to de cana-planta, consideramos como modelo um canavial plantado de 18 meses, nos meses de março/abril. Em função deste cenário, foram definidos os herbicidas apropriados para esta si-

Alessandra Durigan - Gestora Técnica da Canaoeste Almir Torcato - Gestor de Relacionamento, Recursos e Projetos André Bosch Volpe - Engenheiro Agrônomo da Canaoeste

tuação, herbicidas para solo úmido ou semiúmido, que serão aplicados para o tratamento da cana-planta.

Em nosso modelo, o trato de cana--planta compreende as seguintes fases:

APLICAção De HeRBICIDA: Esta aplicação é denominada aplicação pós-plantio, pois é realizada logo após o término do plantio. Esta garante que a cultura da cana se estabeleça no solo limpo, livre de plantas daninhas.

oPeRAção “QUeBRA-Lom-Bo”: Esta operação é feita com intuito

de nivelar a sulcação, linha e a entreli-nha da cana, viabilizando uma melhor qualidade das operações, principalmen-te a colheita mecanizada. Em alguns casos, nesta operação é comum realizar a chamada adubação de cobertura, pois o implemento utilizado já faz as duas funções. Neste caso, não usaremos, pois no cenário anterior, o do plantio, já foi realizada a adubação com dose cheia (N-P-K).

SegUNDA APLICAção De HeRBICIDA: Esta aplicação é feita logo após a operação de quebra-lombo. Em função do revolvimento do solo, as

Artigo Técnico I

Tabela 1:

Alessandra Durigan Almir Torcato André Bosch Volpe

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Destacamos novamente que os agrônomos da Canaoeste estão preparados para atender os associados nos escritórios (filiais), para a elaboração persona-lizada dos custos de produção de acordo com a situação de manejo de cada um.

sementes das ervas daninhas são expos-tas novamente, de maneira a ser neces-sária uma nova aplicação para garantir que estas não germinem.

CoNTRoLe BIoLÓgICo De PRAgAS: Esta operação é realizada conforme nível de infestação de broca (Diatraea saccharalis), obtido através de levantamentos de campo. Esta fase consiste em liberar copos que contenham a espécie de uma “vespinha” (Cotesia flavipes) que é predadora natural das la-gartas de broca. O controle deve ser feito

Tabela 2:

quando o canavial estiver próximo de 4 a 6 meses de idade, preferencialmente na época das chuvas e se houver infestação que justifique, geralmente acima de 800 brocas (lagartas) por hectare.

Na tabela 1, ao lado, apresentamos de-talhadamente os custos das fases descritas.

É válido salientar que neste artigo, contemplamos as operações mais uti-

lizadas no trato de cana-planta, de ma-neira generalizada, porém, as operações podem ser outras, vai depender das ne-cessidades e peculiaridades de cada produtor e lavoura.

E, para finalizar, podemos con-cluir que a etapa de trato de cana--planta custa ao produtor de cana os valores listados de forma resumida na tabela 2 abaixo.

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Tabela 1. Classificação dos herbicidas utilizados em cana-de-açúcar no Brasil de acordo com os mecanismos de ação.

Instituto Agronômico/Centro de Cana, Ribeirão Preto, 2014.

Cana-de-açúcar e a seleção das plantas resistentes a herbicidasCarlos Alberto Mathias AzaniaAndréa A. Padua AzaniaRenan Vitorino

Ana Regina SchiavetoIvo Soares BorgesTácio Peres da Silva

A extensão continental do Brasil cria diferentes ambientes de produção agrícola, cuja maio-

ria pode ter o cultivo da cana-de-açúcar realizado com sucesso. Em boa parte dos ambientes de produção da cana--de-açúcar, o regime de chuvas e as ca-racterísticas do solo são distintos, mas a temperatura média oscila entre 25 a 35°C na maior parte do ano, o que per-mite seu cultivo.

Mesmo com a diversidade de am-bientes de produção, observa-se o es-tabelecimento das mesmas espécies de plantas daninhas no agroecossistema cana-de-açúcar, independente da região produtora. No Brasil, complexos de es-pécies do gênero Ipomoea spp e Mer-remia spp (cordas-de-viola), Digitaria spp (capim-colchão), Amaranthus spp (caruru), Brachiaria spp. (capim-bra-quiária e capim-marmelada), Panicum spp (capim-colonião) e espécies como Rottboelia cochinchinensis (capim-ca-malote), Mucuna aterrima (mucuna--preta) e Ricinus communis (mamona) ocorrem em todo território nacional.

Entretanto, pequenas alterações na distribuição das plantas daninhas po-dem ser observadas em cada ambiente de produção. Há localidades que esti-mulam mais o desenvolvimento de al-gumas espécies, enquanto que em ou-tras localidades de outras. Mas, todas as espécies relatadas, em maior ou menor intensidade, podem estabelecer-se em cultivos com cana-de-açúcar.

Para o controle da diversificada flo-ra daninha, os produtores brasileiros contam com moléculas herbicidas per-tencentes a 10 diferentes mecanismos de ação (Tabela 1). As modalidades de aplicação dos herbicidas também são di-versificadas e podem ser aplicadas antes do plantio (com ou sem incorporação), após o plantio em pré-emergência, pós-

-emergência inicial ou tardia com aplica-ção em área total ou localizada.

Para obter eficácia de controle so-bre as plantas daninhas, os produtores necessitam aplicar diferentes herbici-das durante o ciclo da cultura. As apli-cações são realizadas com diferentes modalidades de aplicação. Ao associar a diversificação de herbicidas (casual-mente com mecanismos de ação dife-rentes) e modalidades de aplicação, o produtor brasileiro não tem estimulado o surgimento de plantas daninhas resis-tentes a herbicidas.

Mas, acreditar que os cultivos da cana-de-açúcar no Brasil estão livres das plantas daninhas resistentes é equí-

Artigo Técnico II

Carlos Alberto Mathias Azania

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voco. Enquanto o produtor brasileiro necessitar diversificar herbicidas (com mecanismos diferentes) e modalidades de aplicação para conseguir conter o estabelecimento de plantas daninhas, o risco de resistência é baixo. No mun-do, Echinochloa colona (2009 no Irã) e Chloris barbata (1987 nos EUA) são resistentes ao mecanismo de ação que inibe o fotossistema II, enquan-to que Commelina diffusa (1957 nos EUA) é resistente a auxinas sintéticas (www.weedscience.com).

No Brasil, o risco mais próximo de introdução de plantas daninhas resisten-tes a herbicidas em cana-de-açúcar é a disseminação de espécies já resistentes em outras culturas para a cana-de-açú-car. Também, por questão econômica, o produtor passa a cultivar cana-de--açúcar em substituição a culturas que

1 Bidens pilosa acetato lactato sintase (ALS)2 Euphorbia heterophyla acetato lactato sintase (ALS) protoporfirinogênio oxidase (PPO ou PROTOX)3 Bidens subalternas acetato lactato sintase (ALS) 4 Urochloa plantaginea acetil-coenzima-A carboxilase (ACCase) 5 Eleusine indica acetil-coenzima-A carboxilase (ACCase) 6 Digitaria insularis enolpiruvil shiquimato fosfato sintetase (EPPSPs) 7 Digitaria ciliaris acetil-coenzima-A carboxilase (ACCase)8 Conyza bonariense enolpiruvil shiquimato fosfato sintetase (EPPSPs)

já tenham a resistência instalada.

Ao tomar a cultura da soja como exemplo, são identificadas 17 espécies de plantas daninhas com resistência a herbicidas no Brasil. Entretanto, 08 des-sas espécies (Tabela 2) também podem se estabelecer em ambientes de produção de cana-de-açúcar. O risco de dissemina-ção ao passar a cultivar cana-de-açúcar em áreas de soja que já tenham as plan-tas daninhas resistentes introduziria o problema no cultivo de cana-de-açúcar.

Um risco mais distante de introdu-ção de plantas daninhas resistentes a herbicidas é a seleção dos biótipos dentro do próprio cultivo da cana--de-açúcar. A expectativa que até 2020 se tenha algum cultivar de ca-na-de-açúcar resistente a herbicidas, particularmente a glyphosate e aos inibidores da ALS, pode estimular o

Tabela 2. Espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas na cultura da soja no Brasil e com potencial para disseminação em cana-de-açúcar.

Instituto Agronômico/Centro de Cana, Ribeirão Preto, 2014.

produtor a fazer aplicações sequen-ciais com os herbicidas de mesmo mecanismo de ação, induzindo a se-leção de plantas daninhas com resis-tência aos herbicidas inibidores de ALS e EPSPs.

A tecnologia transgênica deve ser adotada entre os produtores, porém, a conscientização de continuar o uso de diferentes mecanismos de ação e moda-lidades de aplicação da atualidade será necessária. Com a promessa de transgê-nicos resistentes a herbicidas, o produ-tor ainda terá que manter o revezamento de no mínimo 02 mecanismos de ação e modalidades de aplicação para man-ter o risco de resistência entre baixo a médio. Mesmo assim ainda terá ganhos econômicos por reduzir algumas apli-cações durante o ciclo da cultura. Caso contrário, o produtor colaborará para o surgimento dos biótipos resistentes ao mecanismo de herbicida utilizado se-quencialmente, a exemplo do ocorrido em outras culturas.

Como mensagem final, o produtor deve sempre manter o conceito de que a prevenção à seleção de plantas dani-nhas resistentes a herbicidas somente é possível enquanto for praticada a diversidade no uso de herbicidas com mecanismos de ação diferentes e mo-dalidades de aplicação (PPI, pré ou pós-emergência). RC

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Sistema de Meiosi na Cana-de-açúcar

Antônio Pagotto - Engenheiro Agrônomo da Canaoeste de Viradouro com apoio da gestora técnica da Canaoeste, Alessandra Durigan

O sistema conhecido como MEIOSI (Método Interro-tacional Ocorrendo Simul-

taneamente) foi desenvolvido pelo Engenheiro Agrônomo José Telles de Barcelos, no início da década de oitenta, na estação experimental do Planalsucar, em Uberlândia-MG, tendo como objetivo viabilizar a con-sorciação racional da cana-de-açúcar com culturas anuais e/ou adubos ver-des em áreas de reforma, buscando minimizar os custos de produção (Landell, 1998).

Neste sistema, a produção de mu-das ocorre no próprio local onde se pretende instalar o canavial (figura 1). Após o preparo do terreno, sulcam-se duas linhas de cana e deixa-se um espaço sem sulcar, correspondente a oito linhas, o qual pode ser utilizado para o cultivo intercalar de amen-doim, soja ou adubo verde (figuras 2 e 3). Aos aproximadamente oito meses após o plantio, as duas linhas de cana serão suficientes para completar o es-paço remanescente. A principal vanta-gem é a inexistência do transporte das mudas para o local de plantio. Desta maneira é possível reduzir custos de implantação do canavial, melhorar o sistema de logística e promover a me-

Artigo Técnico III

Excelente opção para renovação de canaviais

Figura 2: sistema de plantio de meiosi: cana-de-açúcare amendoim plantadas simultaneamente.

Figura 3: sistema de plantio de meiosi: cana-de-açúcar e sojas plantadas simultaneamente.

Figura 1: esquema de implantação da MEIOSI

lhora do local de cultivo (condições químicas e físicas do solo).

O sistema proposto é o plantio de cana de ano e meio, com o início de uma parte do plantio em setembro/outubro, numa proporção de 2:8, com o objetivo de produzir, nestas duas linhas, mudas suficientes na própria área de renovação para o plantio do restante da área em março/abril. Neste espaço intercalar, cria-se possibilidade da instalação de culturas que tenham ciclo compatível ao do sistema meiosi, ou seja, culturas

Antônio PagottoEngenheiro Agrônomo da Canaoeste

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Figura 1: esquema de implantação da MEIOSI

Vantagens do Sistema Meiosi em Cana

Conclusão

que possam ser plantadas e colhidas du-rante o período do desenvolvimento da muda de cana-de-açúcar. O plantio da área total com cana-de-açúcar é realiza-do a partir das linhas de cana plantadas em setembro/outubro, as quais serão cortadas e as mudas distribuídas nos sulcos vizinhos entre março e abril.

As vantagens qualitativas na adoção deste método estão relacionadas à ida-de das mudas (seis a oito meses), signi-ficando maior vigor, maior velocidade de brotação, diminuição do consumo de mudas (menor quantidade de ge-mas/metro linear), aumento do rendi-mento de corte e, consequentemente, a garantia da qualidade de plantio.

Atualmente, com a nova tecnolo-gia de produção de MPB (mudas pré--brotadas) desenvolvida pelo IAC, o plantio de meiosi voltou a ser uma prática interessante para o produtor de cana-de-açúcar e para as unidades industriais por viabilizar a implanta-ção de viveiros e também o plantio de áreas de renovação do canavial com material (cultivar) não convencional com elevado padrão de fitossanidade, vigor e uniformidade de plantio.

A possibilidade de marcação de linhas de plantio com o uso de GPS torna a operação precisa e proporcio-na a garantia do alinhamento da sul-

- Formação de mudas com grande sanidade e alto vigor, produzindo gemas com alto índice de multiplicação.

- Grande velocidade de crescimento e perfilhamento das mudas.- Nas áreas com sistematização de talhões proporciona melhor conservação do

solo e diminui os riscos de erosão.- Diminuição de tráfego de veículos e tratores pesados.- Redução de problemas com a legislação trabalhista (diminuição da mão-

-de-obra).- Decréscimo nos custos de implantação do canavial, principalmente devido a

economia com o transporte de mudas.

A cana-de-açúcar é uma cultura semiperene e sua implantação e condução en--volvem diversos fatores que podem elevar a vida útil do canavial pelo aumento do número de cortes (longevidade). É de muita importância atentar-se às novas tecnologias disponíveis visando sempre aumentar a produção e reduzir custos.

Um plantio realizado sem planejamento e com mudas de baixa qualidade acar-reta altos índices de falhas, incidências de pragas e doenças, e a necessidade de renovação precoce da área.

Devido as vantagens evidenciadas e a considerável redução de custos, pode-se afirmar com segurança que o sistema meiosi tem um grande potencial para ajudar os produtores de cana a ter canaviais mais sadios, produtivos e rentáveis.

Figura 4: plantio de meiosi com MPB (mudas pré-brotadas). Figura 5: plantio de meiosi concluído

cação. Muitos produtores e unidades industriais estão adotando o método de meiosi e tendo ótimos resultados.

Com a adoção de mudas pré-brota-das podem ser plantadas duas ruas de mudas em agosto/setembro e deixar es-paço correspondente a 10 ou 12 ruas de cana para a rotação com leguminosas e posterior plantio em março/abril. A

taxa de multiplicação aumenta devido ao alto vigor das mudas pré-brotadas (crescimento e perfilhamento rápidos).

Ressaltamos que a melhor época de plantio de mudas de cana neste siste-ma, MPB e meiosi, é entre agosto e setembro, com a necessidade de irri-gação localizada nos sulcos de plantio até o pegamento das mudas.

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Fungos Entomopatogênicos como ferramenta no manejo integrado de pragas da Cana-de-AçúcarJosé Eduardo Marcondes de AlmeidaPesquisador Científico Instituto Biológico/APTA/SAA-SP

O Manejo Integrado de Pragas foi desenvolvido há mais de 30 anos e tem como principal filo-

sofia o uso de várias técnicas culturais, varietais, biológicas e químicas para o controle de pragas nas culturas de inte-resse econômico, tendo como princípio a utilização das técnicas mais sustentá-veis tais como: variedades resistentes, técnicas culturais, monitoramento das pragas, os agentes de controle biológi-co e, por fim, os inseticidas químicos de preferências os menos tóxicos, devendo ser aplicados quando o nível de contro-le da praga atinge um patamar perigoso para a cultura. Porém, essa metodolo-gia de manejo nem sempre é levada em consideração, pois muitas vezes se desconhece esses níveis de controle e danos econômicos da maioria das cul-turas, sendo que aplica-se inseticidas químicos de maneira discriminada.

Os fungos entomopatogênicos são agentes de controle biológico importantes para o manejo de pragas na cana-de-açúcar, pois essa cultura é conhecida como a que mais tem suportado o uso de controle biológico de pragas com sucesso, principalmente no Brasil.

O Estado de São Paulo produz meta-de da cana do Brasil, o restante está em torno de 30% no Nordeste, e 20% no Centro-Oeste e Paraná. Pelo menos 5% do custo de produção de açúcar e álcool é atingido pelas pragas.

As principais pragas da cana-de--açúcar são:

1. A broca da cana, Diatraea sac-charalis, é considerada a principal pra-ga desta cultura, ocorrendo em todas as áreas onde se planta cana-de-açúcar no mundo. As lagartas causam prejuí-zos diretos ao colmo, abrindo galerias que causam perda de peso da cana,

Artigo Técnico IV

provocando também morte das gemas, causando falhas de germinação. Os prejuízos indiretos são causados pela infecção de fungos que penetram na galeria e causam a podridão vermelha, tais como: Colletotrichum falcatume Fusarium moniliforme, que invertem a sacarose, diminuindo a pureza do caldo e dando menor rendimento em açúcar e álcool. De acordo com resultados de pesquisas sobre o prejuízo causado pela broca, 1 % de infestação da praga causam prejuízos de 0,25% de açúcar, 0,20% de álcool e 0,77% de peso.

O principal método de controle é o biológico, através da vespinha Cotesia flavipes, introduzida no Brasil desde 1974. Nos últimos anos, esse parasitoi-de reduziu perdas de até 100 milhões de dólares por ano, sendo 20 milhões em São Paulo, diminuindo a infestação da praga de 10% para 2%. O parasitoide de ovos Trichogramma galloi também tem sido usado no controle da broca, poden-do chegar a 60% de controle quando associado à C. flavipes.

Nas áreas de expansão da lavoura de cana, o fungo Beauveria bassiana pode ser utilizado para o controle de lagar-tas da broca da cana no primeiro instar, devendo ser pulverizado na dosagem de 6x1012 conídios//hectare pelo menos.

2. Cupins - também são pragas importantes que precisam ser levadas em consideração. Atualmente não se sabe corretamente quais os prejuízos causados por cupins na cana. Estima--se que os danos chegam a 10 ton/ha/ano, mas com a proibição dos clo-rados em 02 de setembro de 1985, a população de cupins nos canaviais aumentou, sendo maiores os prejuí-zos, pois esses inseticidas, aplicados em área total faziam apenas o efeito de barreira, não conseguindo eliminar as colônias de cupins na área.

A espécie Heterotermes tenuis é a mais frequente e de maior distribuição, sendo que os danos atingem 10 t/ha/ano para a cana. O controle químico geral-mente é feito com aplicação em área to-tal, pulverizando o solo no momento do preparo dos sulcos para o plantio.

As iscas para cupins subterrâneos ainda estão em fase de estudos, porém possuem um potencial grande de utili-zação, pois são capazes de atrair gran-des quantidades de insetos, utilizam os aspectos de biologia,comportamento de trofalaxia e tunelamento dos cupins e ainda podem levar um agente químico ou biológico, com o fungo B. bassiana, para dentro da colônia, disseminando--o e eliminando a rainha e o ninho do cupim, além de se constituir em uma alternativa barata e ecológica.

3. Cigarrinha da raiz - a cigarri-nha da raíz, Mahanarva fimbriolata, é considerada uma das pragas mais im-portantes da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo e no Nordeste do Brasil. As ninfas ao se alimentarem ocasionam a “desordem fisiológica” em decorrên-cia de suas picadas que, ao atingirem os vasos lenhosos da raiz, o deterioram, impedindo ou dificultando o fluxo de água e de nutrientes. A morte de raízes

José Eduardo Marcondes de Almeida

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ocasiona desequilíbrios na fisiologia da planta, caracterizado pela desidratação do floema e do xilema que darão ao colmo características ocas, afinamento e posterior aparecimento de rugas na superfície externa. Os adultos ao injeta-rem toxinas produzem pequenas man-chas amarelas nas folhas que com o pas-sar do tempo tornam-se avermelhadas e, finalmente, opacas, reduzindo sensi-velmente a capacidade de fotossíntese das folhas e o conteúdo de sacarose do colmo. As perfurações dos tecidos pe-los estiletes infectados provocam con-taminações por micro-organismos no lí-quido nutritivo, causando deterioração de tecidos nos pontos de crescimento do colmo e, gradualmente, dos entrenós inferiores até as raízes subterrâneas. As deteriorações aquosas apresentam cores escuras começando pela ponta da cana e podem causar a morte do colmo.

M. fimbriolata possui ninfas especi-ficamente radicícolas e se desenvolvem sobre as raízes superficiais ou raízes

adventícias inferiores das gramíneas hospedeiras. Sugam a seiva segundo a sua idade, envolvendo-se numa espuma branca, espessa e que serve como pro-teção a inimigos naturais. Os adultos são de hábitos crepusculares-noturnos, ficando escondidos dentro das olhadu-ras ou no enviés das folhas durante o dia. O dano mais importante que as ci-garrinhas causam é a “queima da cana”, sendo consequência direta ao ataque das folhas, devido à injeção de subs-tâncias tóxicas da saliva da cigarrinha, além de diminuir o teor de sacarose. Causam também a redução no tamanho e grossura dos entrenós da cana grande e a morte de rebentos jovens.

O controle biológico com macro ou microrganismos é um dos principais componentes do manejo integrado de cigarrinhas. O controle biológico não é poluente, não provoca desequilí-brios biológicos, é duradouro e apro-veita o potencial biótico do agroecos-sistema, não é tóxico para o homem

e animais e pode ser aplicado com as máquinas convencionais, com peque-nas adaptações.

O IB (Instituto Biológico) tem de-senvolvido pesquisas de controle bio-lógico de M. fimbriolata com o fungo Metarhizium. O projeto temático, fi-nanciado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), cuja coordenação foi do IB, contou com a parceria da ESALQ/USP e UFSCar - Araras-SP.

Concentração recomendada de Meta-rhizium anisopliae em arroz esporulado:

Mínimo de 1 x 109 conídios de fun-go/grama de arroz esporulado.

Recomendação:- Iniciar as aplicações tratorizadas

com jato dirigido com 0,5 a 1 ninfa/me-tro linear utilizando a concentração de 2 a 3 x 1012 conídios/ha (aproximadamen-te 2 a 3 kg/ha) a partir de outubro.

- Reaplicar 2 a 3 x 1012 conídios/ha em dezembro ou janeiro nas variedades

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precoces ou preferidas.- Acima de 5 ninfas/metro linear

aplicar 1 x 1013 conídios/ha (10 kg/ha) a partir de dezembro.

- Aplicação aérea granulada utilizar 8 x 1012 a 1 x 1013 conídios/ha (8 a 10 kg/ha).

- Aplicação aérea líquida utilizar 5 x 1012 conídios/ha.

Em aplicação tratorizada o fungo deve ser aplicado na vazão de 300 Li-tros de água/ha, utilizando um trator com bicos em pingente, com jato diri-gido para a soca da cana, de preferência após às 16 horas para evitar a alta in-cidência de raios ultravioleta, chegan-do até a madrugada, período em que a umidade relativa está alta e a tempera-tura mais amena, facilitando o controle microbiano com o fungo.

A aplicação aérea ainda está em estu-do, porém essa poderá ser utilizada com vazão de 40 a 50 litros/ha, com gotas grandes e altura de 2 metros da cultura.

Desde a constatação do problema, há cerca de seis anos, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Esta-do de São Paulo, através do Instituto Biológico/APTA, vem desenvolven-do ações de pesquisa para fomentar o uso do fungo Metarhizium, conhecido agente biocontrolador de insetos-praga e que é utilizado, com sucesso, no nor-deste brasileiro para controlar popu-lações da cigarrinha da folha da cana, Mahanarva posticata.

A produção do fungo no período de 2002/2003, por empresas e usinas se-diadas no Estado, foi de 268 toneladas, das quais 164 toneladas (67%) foram produzidas por organizações que tem projetos em desenvolvimento com o Instituto Biológico. O valor médio de comercialização foi de R$ 10,00 o qui-lograma e a receita bruta no período foram de R$ 2.680.000,00. A atividade gerou 148 empregos diretos e a área de cana tratada atingiu 161.910 ha. O va-lor médio do tratamento/ha foi de R$ 40,00, enquanto o tratamento químico, teve custo de R$ 160,00. A economia média gerada por hectare foi de R$ 120,00, totalizando uma economia glo-bal de R$ 19.429.200,00, além do fato

de que 3.238 toneladas de inseticidas deixaram de ser aplicadas.

No período de 2013/2014 a área aplica-da com o fungo foi de aproximadamente 350.000 ha, sendo que mais uma biofábri-ca iniciou a produção. O custo da aplica-ção e o valor do bioinseticida comerciali-zado não variaram do período anterior.

4. Sphenophorus levis - O besouro da família Curculionidae é outra praga que tem causado grandes prejuízos para a cultura canavieira, principalmente na região de Piracicaba e Jaú-SP, destruin-do as soqueiras e causando a morte des-ta. As larvas perfuram o rizoma da cana ao longo de seu ciclo biológico, causan-do diminuição na produção da cana.

O controle químico é o mais utiliza-do, sendo aplicado em iscas de toletes de cana cortados previamente tratados com inseticidas como carbaril 850 PM, sendo aplicadas 200 iscas/ha. Atual-mente se pesquisa o uso de fungo ento-mopatogênico, Beauveria bassiana em iscas e nematoides entomopatogênicos, tais como Steinernema spp.

5. Migdolusfrianus - têm sido men-cionados como causadores de prejuí-zos econômicos nas seguintes culturas: cana-de-açúcar, amoreira, eucaliptos, café e feijão. Os danos são provocados pelas larvas que são subterrâneas e cujo o hábito alimentar destroem o sistema radicular das plantas. Dentre as cultu-ras citadas, Migdolus spp. têm mais importância para a cultura canavieira. Levantamentos efetuados pela Coper-sucar (Cooperativa Central dos Produ-

tores de Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo) em 1992 apontaram uma área atingida pelo inseto em torno de 50.000ha, com prejuízos da ordem de U$ 45 milhões de dólares, o que aponta prejuízos de 25% da produção nas áreas afetadas. Em 1995 incluindo todas as regiões produtoras estimou-se que as áreas atingidas por Migdolus spp. ultra-passou a 100.000 ha de cana-de-açúcar.

O principal método de controle é a aplicação de 500 g por hectare do inse-ticida fipronil, no momento do plantio da cana. Novas tecnologias com fero-mônio e armadilhas foram desenvol-vidas, mas são usadas principalmente para monitoramento. Ainda são neces-sárias pesquisas de controle biológico com fungos para M. frianus.

A falta de conhecimento para uso de fungos entomopatogênicos para o con-trole biológico de pragas da cana ainda é um fator importante do pequeno uso desses agentes de controle biológico, sendo importante a divulgação de técni-cas de aplicação desses fungos em área total ou através de iscas ou sistemas avançados, de modo a atingir as pragas da cana, já que os fungos atuam por contato no corpo do inseto.

São necessárias pesquisas para o desenvolvimento de novos isolados, formulações, armadilhas, iscas ou ou-tras estratégias adequadas para o con-trole das principais pragas da cana, mas sem dúvida, os fungos entomo-patogênicos já são uma importante ferramenta para o Manejo Integrado de Pragas da cana-de-açúcar.

Artigo Técnico IV

José Eduardo Marcondes de Almeida durate o Insect Show 2014

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60Safra

Acompanhamento da safra 2014/2015

Thiago de Andrade SilvaGestor de Planejamento, Controle

e Topografia da Canaoeste

Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelosfornecedores de cana da Canaoeste das safras 2013/2014 e 2014/2015

Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste,até a segunda quinzena de agosto, da Safra 2013/2014.

A seguir, são apresentados os dados obtidos pe-los fornecedores de cana até a segunda quin-zena de agosto, referentes à safra 2014/2015,

em comparação com os da safra 2013/2014, no mes-mo período. Na Tabela 1, encontra-se o ATR médio

acumulado (kg/tonelada) do início da safra até a se-gunda quinzena de agosto desta safra em compara-ção com o obtido na safra 2013/2014, sendo que o ATR da safra 2014/2015 está 7,42 Kg acima do obti-do na safra 2013/2014 no mesmo período.

Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2014/2015 e 2013/2014

Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste,até a segunda quinzena de agosto, da safra 2014/2015

As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da qua-lidade tecnológica da matéria-prima nas safras 2013/2014 e 2014/2015, respectiva-mente, no período de abril a agosto de 2014.

O gráfico 1 contém o comporta-mento do BRIX do caldo da safra 2014/2015 em comparação com a sa-fra 2013/2014.

O BRIX do caldo da safra 2014/2015 fi-cou equiparado no mês de março e na segunda quinzena de maio, ficando acima no mês de abril, na primeira quinzena de maio, nos me-ses de junho, julho e agosto com maior acentuação a partir da segunda quin-zena de junho em relação ao da Safra 2013/2014. Na média, o BRIX do caldo obtido nesta safra está 6,4% superior ao da safra 2013/2014.

O gráfico 2 contém o comportamen-to da POL do caldo na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

Pode-se observar que a POL do cal-do apresentou o mesmo comportamen-to do BRIX do caldo, sendo que na média, nesta safra de 2014/2015 a POL do caldo está 5,8% superior a da safra 2013/2014.

O Gráfico 3 contém o comportamen-to da Pureza do caldo na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

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Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014 Gráfico 4 – Comparativo da fibra da cana

Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014 Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2014/2015 e 2013/2014

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62Safra

Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica por trimestre, em 2013 e 2014.

Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2013 e 2014

A pureza do caldo da safra 2014/2015 ficou muito abaixo da obtida na Safra 2013/2014 no mês de março, ficando acima nas duas quinzenas do mês de abril, ficando próximo no mês de maio e pouco abaixo nos meses de junho, ju-lho e agosto, equiparando na primeira quinzena de agosto.

O gráfico 4 contém o comportamen-to da fibra da cana na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

A fibra da cana na safra 2014/2015 ficou muito acima daquela obtida na safra 2013/2014, com menor acentu-ação no mês de maio, abaixo no mês de junho e acima nos meses de julho e agosto, ficando na média 0,3% superior a observada na safra 2013/2014.

O gráfico 5 contém o comportamen-to da POL da cana na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

A POL da cana na safra 2014/2015 ficou muito abaixo da obtida na safra 2013/2014 no mês de março, ficando acima no mês de abril, na primeira quin-zena de maio e nos meses de junho, ju-lho e agosto, se equiparando na seguda quinzena de maio e na média encontra--se 5,8% superior a da Safra 2013/2014.

O Gráfico 6 contém o comportamen-to do ATR na safra 2014/2015 em com-paração com a safra 2013/2014.

O ATR, expresso em kg/t de cana na safra 2014/2015, ficou muito abaixo do obtido na safra 2013/2014 no mês de março, muito acima nos meses de abril, junho, julho e agosto, se equiparando no mês de maio, apresentando, portanto, um comportamento semelhante ao da POL

da cana, tendo em vista que a mesma participa com 90% do ATR. Na média, o teor de ATR desta safra está 5,6% su-perior ao da safra anterior.

O Gráfico 7 contém o comportamento da precipi-tação pluviométrica regis-trado na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

A precipitação pluviomé-trica média observada nos meses de janeiro, fevereiro, março, maio e junho de 2014 ficaram muito abaixo da ob-tida em 2013 e abaixo no mês de abril. A precipitação pluviométrica ficou acima somente no mês de julho e equiparada no mês de agosto.

O gráfico 8 contém o comportamento da precipi-tação pluviométrica acumu-lada por trimestre na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

Em 2014, observa-se um volume de chuva muito abai-xo no primeiro trimestre, mui-to abaixo no segundo trimestre e equipara-do no terceiro trimestre até o momento, se comparado aos volumes médios de 2013.

O baixo índice de precipitação plu-viométrica de 2014 continua impactando diretamente no crescimento vegetativo do canavial e também na brotação de novos plantios. A precipitação na segunda quin-zena de julho refletiu pouco na primeira quinzena de agosto devido ao volume RC

e o tempo de escassez de chuva. Com isso, a produtividade continua em queda, devido ao estresse hídrico ocasionado pela estiagem e o teor de ATR continua subindo com menor proporção que a ob-servada no mês de julho, se equiparando ao teor médio de ATR registrado na safra 2013/2014. Levando-se em conta todo o cenário, o ATR médio ficou 7,42 kg aci-ma do obtido na safra 2013/2014, até a segunda quinzena de agosto.

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Recuperação Judicial regras alteradas privilegiando as micro e pequenas empresas

STJ decide: crime decorrente de edificação em área de preservação permanente prescreve em quatro anos da data da construção

Assistimos, presenciamos ou pelo menos ouvimos falar, de recuperações judiciais de

empresas, principalmente no setor su-croalcooleiro. Este setor, claramente prejudicado por ações desastrosas do Governo Federal, que literalmente deu--lhe às costas ao privilegiar uma matriz energética poluidora em detrimento da ambientalmente mais sustentável.

Pois bem! No último dia 07 de agosto, foi publicada no Diário Ofi-cial da União, a Lei Complementar n. 147/2014, que incluiu mais de 140 se-tores e atividades no Simples Nacional, regime diferenciado de tributação, além de ter alterado as regras para a recupe-ração judicial de micro e pequenas em-presas, notadamente a inclusão em seu plano de recuperação de praticamente todos os créditos, não apenas os chama-dos créditos quirografários de credores sem garantia alguma, como vigorava até então.

Por esta nova lei, poderão as micro e pequenas empresas que precisarem socorrer-se da recuperação judicial, in-cluir todos os créditos no seu plano de

Recente decisão do Superior Tri-bunal de Justiça, última instân-cia para discussão de matéria

infraconstitucional, decidiu recente-mente que os crimes decorrentes da construção/edificação realizados em área de preservação permanente assim definidas pela revogada Lei n. 4.771/65 (antigo Código Florestal) e pelo atual Código Florestal Lei n. 12.551/2012), tipificados no artigo 40, da Lei n. 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) prescrevem quatro anos da data da construção irregular.

Parece redundante falar nisso, porém travava-se no Judiciário a discussão so-bre o início da contagem do prazo para a prescrição, (i) se era da data da cons-trução ou (ii) da data em que o Poder Público tomou ciência desta.

Reafirmou o STJ, no Recurso Espe-cial n.1.402.984-DF, o entendimento

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Assuntos Legais

pagamento, como fazem as recupera-ções judiciais de companhias de médio e grande portes. Só ficarão de fora as exceções previstas no artigo 49 da Lei de Falência e Recuperação Judicial (Lei nº 11.101/2005 – crédito garantido por penhor, alienação fiduciária, etc.). Até então, os planos dos pequenos empresá-rios só poderiam abranger os chamados créditos quirografários - formados por credores sem qualquer tipo de garantia.

Outra novidade foi a possibilidade de negociação de desconto no valor das dívidas, bem como a redução do cus-to do administrador judicial que passa a receber até 2% do valor do passivo, contra os 5% previstos nas recupera-ções de médias e grandes empresas.

Uma outra alteração mais impactante reside na criação de uma nova categoria de credores nas recuperações judiciais. Agora, os micro e pequenos empresá-rios passarão a figurar na quarta posi-ção de preferência no recebimento dos créditos em caso de falência (antes es-tavam em sexto lugar).

Explicando melhor, isto significa que até então existiam três classes de

já proferido pelo próprio STJ, no Re-curso Especial n. 897.426-SP., de que “este delito praticado contra o meio ambiente é instantâneo de efeitos permanentes, ressaltando que não se pode confundir crime permanen-te, em que a consumação se protrai no tempo, com delito instantâneo de efeitos permanentes, em que as con-sequências são duradouras”.

Ressaltamos, porém, que este argu-mento de defesa pode e deve ser utili-zado para os casos de edificações feitas após 22 de julho de 2008, uma vez que as que foram feitas antes de tal data certamente estão autorizadas pelo novo Código Florestal, que visando corri-gir o histórico de ocupação territorial brasileira, consolidou as edificações construídas em áreas de preservação permanente de áreas rurais, conforme disposição do § 12, do artigo 61-A:

credores: (i) trabalhadores, (ii) credores com garantia real e (iii) demais credores (quirografários). A partir desta nova lei, existe também a classe iv., composta pe-los micro e pequenos empresários que, na prática, terão mais representatividade nas discussões de recuperações judiciais.

Estas são, portanto, as alterações mais significativas para os micro e pe-quenos empresários no tocante a recu-peração judicial de empresas, seja parti-cipando como credores de empresas em recuperação, seja requerendo a própria recuperação judicial.

RC

“Art. 61-A. Nas Áreas de Preserva-ção Permanente, é autorizada, exclusi-vamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consoli-dadas até 22 de julho de 2008.

§ 12. Será admitida a manutenção de residências e da infraestrutura associada às atividades agrossilvipastoris, de eco-turismo e de turismo rural, inclusive o acesso a essas atividades, independen-temente das determinações contidas no caput e nos §§ 1º a 7º, desde que não estejam em área que ofereça risco à vida ou à integridade física das pessoas”.

Nestes casos, proprietários rurais que edificaram em áreas de preservação per-manente antes de 22/07/2008 e que este-jam respondendo ação criminal, devem pedir extinção do processo em razão da retroatividade da Lei n. 12.651/2012, por ser mais benéfica ao réu.

RC

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Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

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Arysta LifeScience lança novo inseticida para o combate à broca da cana-de-açúcar

No dia 03 de setembro aconte-ceu no Hotel JP, em Ribeirão Preto-SP, o lançamento nacio-

nal do mais novo inseticida da Arysta LifeScience para o combate da broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis): o Atabron 50 EC.

O evento de lançamento teve como mestre de cerimônia a ex-BBB Cláudia Colucci (Cacau) e contou com a presen-ça do gerente de marketing (cana) da Arysta, José Renato Gambassi, do dire-tor de marketing de produtos da Arysta, Marcelo Zanchi, do especialista de pro-duto e mercado (cana) da Arysta, Edi-valdo Panini, e do gerente de desenvol-vimento de mercado Brasil para todas as culturas da Arysta, Joelson Mader.

Durante o evento, palestrantes reno-mados como o especialista em controle de pragas da Araújo & Macedo, Dr. Newton Macedo e o consultor coordenador de cursos e treinamentos da Fermentec, Dr. Dinalilson Corrêa de Campos, abordaram os temas Manejo Integrado da Broca da Cana-de-Açúcar e O Impacto da Broca da Cana sobre a Eficiência Industrial.

O mais novo princípio ativo para a broca da cana foi apresentado pelo ge-

rente de marketing (cana) da Arysta. “Com este lançamento, a Arysta inicia efetivamente sua participação no merca-do de inseticidas que até então era uma empresa reconhecida muito fortemente pela linha de herbicidas. O Atabron 50 EC é um inseticida fisiológico inibidor da síntese de quitina com ação rápida por contato e ingestão e ação seletiva, ideal para o programa de MIP (Manejo Integrado de Pragas), preservando os inimigos naturais”, disse Gambassi.

“O Atabron é uma molécula que esta-mos trazendo para o mercado de cana-de--açúcar, mas que é consagrada em outros segmentos como soja, milho, algodão. Ele é considerado um dos melhores pro-dutos fisiológicos do mercado destacado

O evento reuniu cerca de 150 convidados entre agrônomos, produtores, consultores, associações, cooperativas e a imprensa, que puderam conhecer um pouco mais sobre o novo princípio ativo para o mercado canavieiro

em resultados em todos os segmentos por sua rapidez de controle e menor impacto ambiental”, afirmou o diretor de marke-ting de produtos da Arysta, Marcelo Zan-chi, que aproveitou para noticiar a vinda de novos produtos para o ano que vem. “O que tem pautado a Arysta nos últimos anos é a busca por soluções cada vez mais integradas e, para 2015, estamos na bus-ca de dois novos lançamentos, serão dois novos herbicidas, aguardem”, disse.

Ainda durante o lançamento, agrôno-mos, produtores, consultores, associa-ções e cooperativas presentes puderam debater sobre os assuntos apresentados e tirar dúvidas sobre o Atabron.

Na apresentação sobre Manejo in-tegrado da broca da cana-de-açúcar,

Novas Tecnologias

José Renato Gambassi, gerente de marketing (cana) da Arysta

Mestre de cerimônia, Cláudia Colucci (Cacau)

Dr. Newton Macedo

Fernanda Clariano

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Dr. Newton Macedo falou sobre suas experiências para o controle da praga e sobre o Atabron. “Eu tive oportunida-de de trabalhar com o Atabron em la-boratório e estou muito entusiasmado, pois esse produto vem num momento oportuno para enriquecer o portfólio dos inseticidas para controlar essa pra-ga que realmente causa um prejuízo assustador no Brasil. Vivemos um mo-mento que se falam muito em produ-tividade e sabemos que não podemos pensar em melhorar o ganho do setor, se não investirmos em produtividade”.

O especialista em pragas também articulou sobre a importância de se tra-balhar o controle químico com produ-tos seguros e estratégias, bem como as épocas críticas para o controle químico. Dr. Newton ainda apresentou parâme-tros importantes sobre as perdas por ataque da broca tanto no campo quanto na indústria. Segundo ele, a cada 1% de intensidade de infestação no campo, perde-se 1,14% do peso. Já na indústria, a cada 1% de intensidade de infestação

perde-se 0,42% na produção de açúcar e 0,25% na produção de etanol.

O impacto da broca da cana sobre a eficiência industrial foi explanado pelo Dr. Dinailson Corrêa de Campos, que mostrou como a qualidade da matéria--prima interfere na qualidade industrial, e como ela acaba afetando a qualidade dos processos e dos produtos. O consul-tor também pontuou os principais preju-ízos causados pela broca, como a perda de produtividade no campo (menor TCH e menos ATR), perdas na qualidade da matéria-prima (podridão e inversão sa-carose), redução no BRIX e na POL, infecções nos processos industriais fer-mentação e cor do açúcar) e aumento dos custos de controle de contaminações.

Ele também apontou a importância do controle da broca para reduzir perdas diretas e indiretas, minimizar a deterio-ração da cana, preservar o açúcar até o seu processo, maximizar o desempenho da indústria, reduzir custos de produção de açúcar e etanol.

Dr. Dinailson Corrêa de Campos“A broca da cana-de-açúcar tem

sido a principal praga dos canaviais e costuma causar grandes danos dire-tos e indiretos para a cultura e, con-sequentemente, na qualidade e quan-tidade dos produtos finais. Quando a cana chega contaminada, quando ela está com nível de broca acima do aceitável, se perde muito e, em muitos casos, mesmo dentro do considerado normal, as perdas são significativas”, destacou Campos. RC

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VeNDem-Se - Fazenda na região de Rancharia-SP,

620 alqueires, 500 alqueires em cana pró-pria primeiro e segundo corte, próximo a Usina Cocal, estuda prazo e permuta;

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30’, marca Dedini;- 02 picadores para moenda 18’ x 30”,

marca Caldema;- Garra hidráulica alimentadora, fa-

bricação Criferp;- Esteira de alimentação de moenda,

16,30 metros, completa;- 02 esteiras intermediárias de borracha;- Esteira de bagaço com talisca de

madeira, 20,70 metros;- Cush-cush de garapa com tela inox

2500x50mm, furo 0,08mm;- Transformador trafo trifásico, marca

Zago de 112,5 kva, 13200/380-220v;- Edifício em estrutura metálica de

19x9 metros com ponte rolante – capa-cidade para 6 toneladas;

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cidade de produção a vapor 4000 kg/h;- 05 dornas com piso de operação e

escada de acesso 50m³;- Conjunto hidráulico tombador de

cana (sem uso);

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tros comprimento;- Destilaria para produção de aguar-

dente compacta – capacidade para 2000ls/h - Codistil - nova sem uso;

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nhas, plantio direto, ano 2004;- Colheitadeira Massey Ferguson

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telefones: (16) 3947-5268 (16) 9 9253-9266 ou (16) 9 9455-0990

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ne (17) 9 9117-0767

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telefones: (16) 9 9101-5687 (16) 3946-4200 (ramal 141)

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canavieiro 6x4, cana picada;- Carreta de dois eixos, cana picada

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Revista Canavieiros - Setembro de 2014

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zado na praia de Astúrias, com quatro

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2009, - 7700, esteira, motor Cummins M11, máquina utilizada na última safra.Valor: R$ 145.000,00;

- Colheitadeira Case A8800, ano 2011, esteira máquina na colheita de cana funcionando 100%, rolos preenchi-dos. Valor: R$ 270.000,00;

- Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania, motor novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$ 130.000,00;

- Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 260.000,00.

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VeNDem-Se -VW 15-180/12 Borracheiro móvel

Gascom;- VW 13-180/11 Tanque 10.000 li-

tros pipa bombeiro;- VW 31-320/10 Tanque 20.000 li-

tros Gascom pipa bombeiro;- VW 15-180/10 Comboio Gascom

para abastecimento e lubrificante;- VW 13-180/09 Comboio Gascom

para abastecimento e lubrificante;- VW 31-310/05 Tanque 20.000 li-

tros pipa bombeiro;- VW 12-140/96 Oficina Móvel Gas-

com;- MB 1718/10 Comboio Gascom para

abastecimento e lubrificante;- MB 2423/04 Basculante 12m³;- MB 1214/97 Baú oficina móvel;- MB 2318/94 Tanque 15.000 litros

pipa bombeiro;- MB 2318/94 Tanque 12.000 litros

pipa bombeiro;- MB 2213/81 Tanque 14.000 litros

pipa bombeiro;- MB 1113/72 Tanque 7.000 litros

pipa bombeiro;- MB 1111/69 Chassi;- F.Cargo 1719/13 Chassi 4x2;- F.Cargo 2622/09 Tanque 15.000 li-

tros pipa bombeiro;- F.Cargo 2626/05 Tanque 16.000 li-

tros pipa bombeiro;- F.Cargo 2628/07 Basculante 12m³;- F.Cargo 1317/07 Munk CNG mo-

delo 20.000;- F.Cargo 2425/02 Betoneiro 8m³;- F-14000/90 Tanque 9.000 litros

pipa bombeiro;- GM S-10, executive, 2007, prata

4x4, diesel;- Toyta Hilux SRV, 2010, prata, au-

tomática;- Munk Hincol 43.000;- Munk Hincol 31.000;- Munk Masal 12.000;

- Munk Munck 640-18;- Caçamba Basculante 12m³; - Caçamba Basculante 5m³;- Carroceria Graneleira para cami-

nhão truck;- Carroceira Graneleira para cami-

nhão toco;- Carroceria ferro para ¾;- Tanque de Fibra Revisado 16.000

litros;- Tanque de Fibra usado 16.000 li-

tros;- Tanque de ferro revisado 15.000

litros;- Comboio para ¾ Gascom fechado;- Baú Sider;- Baú Alumínio; Contato Alexandre (16) 3945-1250,

9 97669243 (oi), 9 92402323 (claro), WhatsApp: 78133866 e id: 96*81149 nextel.

VeNDe-Se - Trator Valtra Modelo BH 180, ano

2006, com 7055 horas trabalhadas, “ca-binado” de fábrica, completo 4x4 com kit de freio boca de lobo (para puxar carreta).

Tratar com Marco Antônio Oliveira pelo telefone: (16) 9 9166-4286.

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ne: (16) 3839-7506.

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capacidade para 4000 litros, ano 2004 seminovo R$12.000,00;

- Grade niveladora de arrasto com 42 discos de 18 polegadas R$2.500,00;

- Bazuca com capacidade de 6.000 Kg R$ 4.000,00;

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flow, ano 2010 com 4.241,3 horas de uso R$ 120.000,00;

- Trator modelo BH 205, cabinado completo com ar condicionado e hi-flow, ano 2010 com 5.356,1 horas de uso R$ 120.000,00.

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entre Sertãozinho e Pitangueiras, (Vale do Mogi) área: 1.200 m²;

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2006, motor com 1000 horas, em boas condições;

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VeNDem-Se - Cultivador e sulcador de cana

DMB, com marcador de pistão comple-to para cana crua e queimada, ano 2004;

- Grade Aradora Tatu, 14x28 espaça-mento 270mm, ano 2004;

- Grade aradora Civemasa, 16x34 es-paçamento 360mm (semi nova);

- Carreta de plantio de cana-de-açú-car, com assoalho novo, comprimento 4 metros com um eixo e dois pneus 900x20;

- Plantadeira PH 2700 de 4 linhas plantio convencional, toda reformada e revisada;

- Grade Niveladora Piccin 48x22, grade conversada.

Tratar com Waldemar pelos tele-fones: (16) 3042-2008/ 99253-6989 /(16) 98186-9035 (Tim) / 99739-6005 (Vivo).

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Revista Canavieiros - Setembro de 2014

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Eventos de outubro de 2014II eNCoNTRo TéCNICo SoBRe PRAgAS DA

CANA-De-AçúCARData: 09 de outubro Hora: 7h30 às 12h30Local: Auditório Canaoeste “Fernandes dos Reis” Cidade: Sertãozinho/ SP

IV SemINáRIo De BIoeLeTRICIDADeData: 9 de outubro Hora: 9h às 12hLocal: Auditório do Centro Empresarial Zanini Cidade: Sertãozinho/ SPmais informações: [email protected]

III SemINáRIo TRABALHISTA SINDICAL – CeISe BR e geRHAI

Data: 17 de outubro Hora: 8h às 14hLocal: Auditório Canaoeste “Fernandes dos Reis” Cidade: Sertãozinho/ SPmais informações: [email protected]

14º CoNfeRêNCIA INTeRNACIoNAL DATAgRo SoBRe AçúCAR e eTANoL

Data: 20 e 21 de outubro Hora: 13h às 20h30 - dia 20 08h às 18h – dia 21Local: Grand Hyatt Hotel São Paulo Cidade: São Paulo/ SPTelefone: 11- 4133-3944email: [email protected] informações: www.datagroconferences.com

II ReUNIão CANAPLAN – ReAVALIAção DA SAfRA 2014/15 e VISão INICIAL DA 2015/16 – CeNTRo-SUL

Data: 22 de outubro Hora: 8h às 15h30Local: Centro de Convenções da Cana (IAC) Cidade: Ribeirão Preto/ SPmais informações: www.canaplan.com.br

IRRIgACANA – I SemINáRIo BRASILeIRo De IRRIgAção De CANA-De-AçúCAR Com ágUA.

Data: 29 e 30 de outubro Hora: a partir das 8hLocal: Centro de Eventos Pereira Alvim Cidade: Ribeirão Preto/ SPmais informações: www.gifc.agr.br

Anuncie no classificados da Canavieirosentre em contato pelo fone

(16) 3946-3300 - ramal: 2208ou e-mail: [email protected]

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Revista Canavieiros - Setembro de 2014

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

“Meu coração tem asas, minha razão anda a pé!”Fernanda Mello

Cultivando a Língua Portuguesa

1-) Dizem que ele é “anti-social”.Será?!

O correto é: antissocial.

Regra fácil: Segundo o Novo Acordo Ortográfico, que entrou em vigor em ja-neiro de 2009, o hífen é utilizado apenas quando o prefixo termina com a mesma letra que começa a segunda palavra ou quando a segunda palavra começa com h.

Exemplos: anti-inflamatório, anti-higiênico.Em todas as outras situações, o prefixo é escrito junto à palavra já existente.

Salienta-se que nas formações em que o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com as consoantes r ou s, estas consoantes deverão ser duplicadas. Exemplos: antissocial, antirrugas.

2-) Maria sentiu muito “enjôo” na gravidez.… mas nada de enjoo com a Nova Grafia!

O correto é: enjoo (sem acento)

Regra fácil: Segundo a Nova Grafia: Deixaram de existir os acentos circunfle-xos nos hiatos - uma repetição de vogais que pertencem a sílabas diferentes, como por exemplo: enjoo (as sílabas da palavra são en/jo/o) (existem mais casos)

3-) Eles não conseguiram “apazigúar” a situação.…com a grafia incorreta ficou difícil apaziguar!

O correto é: apaziguar (sem acento)

Regra fácil: Segundo a Nova Grafia: as letras U e I tônicas deixam de ser acen-tuadas nas sílabas que, qui, gue, gui de verbos como o verbo apaziguar.

Biblioteca “General Álvaro

Tavares Carmo”

Direito ambiental empresarial

“O livro é um grito de alerta e de espe-rança, ao analisar, sem receios, a realidade como ela se apresenta, mas à luz dos me-canismos legais, de sugestões estimuladoras no mercado globalizado, realçando a partici-pação das empresas na recuperação do meio ambiente.”

Referência:TRENNEPOHL, Terence Dorneles.

Direito ambiental empresarial. São Paulo: Saraiva, 2010.

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem

procurar a Biblioteca da [email protected]

www.facebook.com/BibliotecaCanaoesteFone: (16) 3524-2453

Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP

Renata Sborgia

Coluna mensal* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de

vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

PARA VOCÊ PENSAR:“PROMESSA - FUTUROPrometo não te ligarNão escutar aquela músicaNão olhar aquela fotoQue eu roubei de você.Prometo nem mais te amar.Segunda-feira eu começo.

Fernanda Mello

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Com um tom leve e uma linguagem bem-humorada, o filme mostra um pai dirigindo com seus dois filhos no banco traseiro do carro. De repente, em uma rua tranquila, o automóvel para sozi-nho, as portas travam automaticamente e o computador de bordo começa a con-versar com eles, como se fosse a cons-ciência do carro. Ela incentiva a escolha do etanol no abastecimento do veículo como uma opção inteligente e reforça todas as vantagens do produto. Até os carros de hoje, cheios de tecnologia, já sabem quanto o etanol é melhor.

A criação é da agência Borghi/Lowe,

responsável também pelas primeiras fa-ses da campanha. Para conferir a cam-panha acesse o link:

www.youtube.com/UNICAcana

Campanha do etanol “COMPLETÃO” está de volta

A UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) lançou no último domingo de setembro,

uma nova fase da campanha publicitá-ria “Etanol, o combustível completão”. Focada principalmente no estado de São Paulo, a ação tem como objetivo reforçar os impactos positivos do etanol para a economia e o meio ambiente, e incentivar seu consumo.

“Com a retomada da campanha que-

remos relembrar aos consumidores as vantagens e os benefícios do biocom-bustível. O etanol gera ganhos ambien-tais, sociais e promove o crescimento econômico de forma significativa em mais de mil municípios brasileiros”, diz a presidente da UNICA, Elizabeth Farina.

O etanol é um combustível mais po-

tente e limpo, uma vez que é produzi-do a partir de uma fonte renovável, a cana-de-açúcar. Além de reduzir em até 90% as emissões de gases de efeito es-tufa quando comparado com a gasolina. O biocombustível de cana possui ainda tecnologia nacional, gerando cerca de 1 milhão de empregos diretos e oferece oportunidades de avanços sociais e eco-nômicos para o Brasil.

Quando lançada pela primeira vez,

em novembro de 2012, a campanha ala-vancou as vendas de etanol no estado de São Paulo, que em apenas um mês de veiculação cresceram 10%. No ano passado, a ação publicitária também chegou a outros três estados: Paraná, Goiás e Minas Gerais.

Peças publicitárias para TV e rádio mostram o biocombustível de cana como uma opção inteligente e reforçam suas vantagens

Campanha

“Neste momento, o preço do etanol está mais vantajoso do que o da gasoli-na para o consumidor, ou seja, a pari-dade de 70% já foi atingida em alguns estados, mesmo assim a demanda pelo produto não reagiu como se esperava. Isso reforça o nosso diagnóstico de que o contato direto com o público deve ser constante”, afirma Farina.

A CAmPANHACom o slogan “Coloca Etanol, o

combustível completão”, já utilizado nas fases anteriores da campanha e que intensifica o posicionamento do biocom-bustível e seus inúmeros benefícios, a estratégia de comunicação é composta por um filme de 30” para TV aberta e a cabo, patrocínio de programas de televi-são e rádio, jingle marcante, ações onli-ne e presença em redes sociais.

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