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Déficit da Previdência Novo Código Civil Desenvolvimento pessoal FENACON em Ano VIII Edição 89 Maio 2003 Publicação Mensal da Federação Nacional das Empr esas de Serviços Contábeis e das Empr esas de Assessoramento, Perícias, Infor mações e Pesquisas dirigida a empr esários de prestação de serviços - Valor Unitário - R$ 2,50 Governo, após 4 meses de articulações, consegue costurar os acordos necessários para as primeiras alterações no Sistema Tributário Nacional. Em um gesto emblemático, presidente Lula desce a rampa do Palácio do Planalto, acompanhado de todos os governadores, e entrega, em mãos, projeto ‘possível’ ao presidente da Câmara dos Deputados. Agora é com o Congresso Desenvolvimento pessoal Pescando as melhores idéias Déficit da Previdência A culpa é do funcionalismo público? Novo Código Civil Novas regras para associações e fundações Reforma Tributária: parte 1 Reforma Tributária: parte 1

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Déficit da Previdência

Novo Código Civil

Desenvolvimentopessoal

FENACON emAno VIII

Edição 89

Maio2003

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2,5

0

Governo, após 4 meses de articulações, consegue costurar os acordosnecessários para as primeiras alterações no Sistema Tributário Nacional.

Em um gesto emblemático, presidente Lula desce a rampa do Palácio do Planalto,acompanhado de todos os governadores, e entrega, em mãos, projeto ‘possível’

ao presidente da Câmara dos Deputados. Agora é com o Congresso

DesenvolvimentopessoalPescando as melhores idéias

Déficit da PrevidênciaA culpa é dofuncionalismo público?

Novo Código CivilNovas regras paraassociações e fundações

Reforma Tributária: parte 1Reforma Tributária: parte 1

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Sindicatos das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento,Perícias, Informações e Pesquisas filiados à FENACON

SESCAP - AcrePres.: Sergio CastagnaAv. Getúlio Vargas, 130, sala 205 - Centro69900-660 - Rio Branco/ACTel.: (68) 223-8177/[email protected]

SESCON - AlagoasPres.: Anastácio Costa MotaR. Dr.Albino Magalhães, 18557050-080 - Maceió/ALTelefax: (82) 336-6038 / [email protected]/sescon-al

SESCAP - AmapáPres.: Aluisio Pires de OliveiraR. Professor Tostes, 1282, Altos68906-480 - Macapá/APTelefax: (96) [email protected]

SESCON - AmazonasPres.: Wilson Américo da SilvaR. Monsenhor Coutinho, 477 - sala 5 - Centro69010-110 - Manaus/AMTelefax: (92) 3087-6089 / [email protected]/sescon-am

SESCAP - ApucaranaPres.: Alicindo Carlos MorotiR. Osvaldo Cruz, 359 - Centro86800-720 - Apucarana/PRTelefax: (43) [email protected]

SESCON - BahiaPres.: Fernando César Passos LopoAv. Antonio Carlos Magalhães, 257312° andar,salas 1205/1206Candeal de Brotas40289.900 - Salvador/BATel.: (71) 452-4082Fax: (71) [email protected]

SESCON - BlumenauPres.: Carlos Roberto VictorinoR.15 de novembro, 550 - 10º andarsalas 1009/101089010-901 - Blumenau/SCTel.: (47) 326-0236 / Fax: (47) [email protected]

SESCON - Caxias do SulPres.: Moacir CarboneraR. Ítalo Victor Bersani, 1134 - Jd. América95050-520 - Caxias do Sul/RSTel.: (54) 222-7831 / 228-2425Fax: (54) [email protected]

SESCON - CearáPres.: Urubatam Augusto RibeiroAv. Washington Soares, 1.400 - sala 401,Edson Queiróz60811-341 - Fortaleza/CETel.: (85) 273-4341Fax: (85) [email protected]

SESCON - Distrito FederalPres.: Elizer Soares de PaulaSHC CR Quadra 504, Bloco C, Subsolo -loja 64, Asa Sul - Entrada W270331-535 - Brasília/DFTel.: (61) 226-2456 / 226-1485 / 226-1269Fax: (61) [email protected]

SESCON - Espírito SantoPres.: Luiz Carlos de AmorimR. Quintino Bocaiuva, 16, sala 90329010-903 - Vitória/ESTel.: (27) 3223-4936 / Fax: (27) [email protected]

SESCON - GoiásPres. Edson Cândido PintoAv. Goiás, 400 - 6º andar - sala 67 - Centro74010-010 - Goiânia/GOTelefax: (62) [email protected]/sescon-go

SESCON - Grande FlorianópolisPres.: Walter Teófilo CruzR. Felipe Schmidt, 303, 9º andar, Centro88010-903 - Florianópolis/SCTelefax: (48) [email protected]

SESCON - LondrinaPres.: Paulo BentoR. Senador Souza Naves, 289 - sobreloja86010-914 - Londrina/PRTelefax: (43) [email protected]

SESCON - MaranhãoPres. Gilberto Alves RibeiroAv. Gerônimo de Albuquerque, s/n° - sala 201Retorno do Calhau - Casa do Trabalhador65051-200 - São Luís/MATelefax: (98) [email protected]/sescon

SESCON - Mato GrossoPres.: João dos SantosR. São Benedito, 851 - 1º andar -Jardim Monumento78010-800 - Cuiabá/MTTel.: (65) 623-1603 / Fax: [email protected]

SESCON - Mato Grosso do SulPres.: Laércio José JacomélliR. Elvira Pacheco Sampaio, 681 - JardimMonumento79071- 030 - Campo Grande/MSTelefax: (67) 387.6094 / [email protected]/sescon-ms

SESCON - Minas GeraisPres.: João Batista de AlmeidaAv.Afonso Pena, 748 - 24º andar - Centro30130-003 - Belo Horizonte/MGTelefax: (31) [email protected]

SESCON - ParáPres.: Carlos Alberto do Rego CorreaAv. Presidente Vargas, 640 - 5° andarSala 01 - Campina66017-000 - Belém/PATelefax: (91) [email protected]

SESCON - ParaíbaPres.Aderaldo Gonçalves do Nascimento Jr.R. Rodrigues de Aquino, 267 -3º andar - Centro58013-030 - João Pessoa/PBTel.: (83) 222-9106Fax: (83) [email protected]/sescon-pb

SESCAP - ParanáPres.: Valdir PietrobonR. Marechal Deodoro, 500 -11º andar - Centro80010-911- Curitiba/PRTelefax (41) [email protected]

SESCON - PernambucoPres.: Almir Dias de SouzaR. José Aderval Chaves, 78, salas 407/408,Boa Viagem51111-030 - Recife/PETel.: (81) 3327-4321Telefax: (81) [email protected]/sescon-pe

SESCON - PiauíPres.: Tertulino Ribeiro PassosR. Honório de Paiva, 607 - Piçarra64001-510 - Teresina/PITelefax: (86) 221-9557 / [email protected]

SESCON - Ponta GrossaPres. Luiz Fernando SaffraiderR. Comendador Miró, 860 - 1º andar84010-160 - Ponta Grossa/PRTel.: (42) 222-1096 / Fax: (42) [email protected]

SESCON - Rio de JaneiroPres.: José Augusto de CarvalhoAv. Presidente Vargas, 542 - sala 1906 -Centro20071-000 - Rio de Janeiro/RJTel.: (21) 2233-8868Telefax: (21) [email protected]/sescon-rj

SESCON - Rio Grande do NortePres.: Edson Oliveira da SilvaR. Segundo Wanderley, 855-B, sala 122,Barro Vermelho59030-050 - Natal/RNTel.: (84) [email protected]

SESCON/ Rio Grande do SulPres.: Tadeu Saldanha SteimerR. Augusto Severo, 168 - São João90240-480 - Porto Alegre/RSTel.: (51) 3343-2090Fax: (51) [email protected]

Empresário de Serviços,entre em contato com seu

sindicato através de e-mail.É mais fácil, rápido e

econômico.Critique, reivindique, opine,

faça sugestões aos seusdirigentes. Eles queremtrabalhar por você, emdefesa de sua empresa.

2 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 89

SIECONT - RondôniaPres.: João Aramayo da SilvaAv. Carlos Gomes, 2292 - sala 04 - SãoCristóvão78901-200 - Porto Velho - ROTel.: (69) 3026-2531Fax: (69) [email protected]

SESCON - RoraimaPres.: Maria de Fátima Bezerra da SilvaAv. Getútio Vargas, 687-W - Centro/Anexo69301-030 - Boa Vista/RRTelefax: (95) [email protected]

SESCON - Santa CatarinaPres.: Vilson WegenerAv. Juscelino Kubitschek, 410 - bloco B -salas 306/30889201-906 - Joinville/SCTelefax: (47) 433-9849 / [email protected]

SESCON - São PauloPres.: Carlos José de Lima CastroAv. Tiradentes, 960 - Luz01102-000 - São Paulo/SPTelefax: (11) 3328-4900Fax: (11) [email protected]

SESCON - SergipePres.: Wladimir Alves TorresR. Siriri, 496 - sala 3 - 1º andar - Centro49010-450 - Aracaju/SETelefax: (79) [email protected]

SESCON - Sul FluminensePres. Fulvio Abrami StagiR. Orozimbo Leite, 14, 2º andar, Centro27330-420 - Barra Mansa/RJTelefax: (24) 3322-5627 / [email protected]

SESCON - TocantinsPres.: Antônio Luiz Amorim AraújoQuadra 103 Norte (ACNO I) - conjunto 2 -lote 10 - Centro77013-020 - Palmas/TOTelefax: (63) 215-5090 / [email protected]

Atualizado em 28.04.2003

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expediente

Diretoria da Fenacon 2001/2003

PresidentePedro Coelho Neto

Vice-Presidente - Região SudesteAntônio Marangon

Vice-Presidente - Região NordesteJosé Geraldo Lins de Queirós

Vice-Presidente - Região SulMário Elmir Berti

Vice-Presidente - Região Centro-Oeste/NorteAntônio Gutenberg Moraes de Anchieta

Diretor FinanceiroHorizon Donizett Faria de Almeida

Diretor AdministrativoRoberto Wuthstrack

Diretor InstitucionalHaroldo Santos Filho

Diretor de EventosJosé Rosenvaldo Evangelista Rios

Diretor de Assuntos Legislativos e do TrabalhoSauro Henrique de Almeida

Diretor de Tecnologia e NegóciosNivaldo Cleto

SuplentesJosé Eustáquio da FonsecaLuiz Valdir Slompo de LaraAnastácio Costa MotaMaciel Breno SchifflerOrival da CruzCleodon de Brito SaraivaIzabel Rodrigues LiipkeCarlos Alberto do Rego CorreaLeomir Antonio MinozzoWilliam de Paiva Motta

Conselho Fiscal

EfetivosJodoval Luiz dos SantosJosé Carmelo FariasAntonio José Papior

SuplentesIrany Barroso de Oliveira FilhoAluísio Beserra de MendonçaLuis Carlos Freitas

Representação na CNC

EfetivosPedro Coelho NetoEliel Soares de Paula

SuplentesJosé Augusto de CarvalhoMaria Elzira da Costa Editor Responsável: André Luiz de Andrade

Direção de Arte e Diagramação: Marcelo Ventura

Conselho Editorial:Pedro Coelho NetoAntonio MarangonNivaldo CletoMário Elmir BertiGerson Lopes FontelesSérgio Approbato MachadoJosé Antonio de Godoy

Tiragem: 50 mil exemplares

Secretaria de redação ◆ Anúncios

Revista Fenacon em SERVIÇOSR. Augusta, 1939, - Cjs 42 e 43

CEP 01413 - 000 - São Paulo - SPTelefax: (11) 3063-0937/3082-2218/ 3088-5774

E-mail: [email protected]

A revista Fenacon em SERVIÇOS é uma publicaçãomensal da Federação Nacional das Empresas de ServiçosContábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias,Informações e Pesquisas.

Circulação: nacional - empresas de setores de serviçosligadas ao Sistema Fenacon, instituições de ensino superior,órgãos governamentais, representantes dos podereslegislativos e assinantes em geral.

Auditoria de Circulação: Villas Rodil Auditores Independentes

Impressão: Prol Gráfica Editora Ltda.

A Revista Fenacon em Serviços não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas matérias ou artigos assinados

■ espaço do leitor .............................................................................04■ palavra do presidente ....................................................................05

. Muito trabalho e pouca festa

■ ISS .................................................................................................06. Tributação municipal sem parâmetros

■ legislação ......................................................................................08. Aprovação da MP 107: mais um capítulo

■ novo código civil ..........................................................................10. Novas regras para associações e fundações. Fenacon/Sesc/Senac iniciam programa nacional de treinamento sobre o NCC

■ à luz do direito ..............................................................................12. Sociedade limitada: assembléia ou reunião de sócios para aprovação do balanço anual

■ livros .............................................................................................13. Representação Comercial (De acordo com o NCC - Lei 10.460, de 10/01/2002)

■ tributação ......................................................................................14. Reforma Tributária começa a sair do papel

■ opinião ..........................................................................................16. Servidor público: mais uma desculpa para o déficit da Previdência

■ previdência ...................................................................................18. Projeto de Reforma da Previdência se concentra somente no funcionalismo

■ tecnologia da informação ..............................................................19. Press Clipping da Fenacon: serviços e informações online

■ publicado & registrado ..................................................................21. IRPF, Refis e Simples na imprensa

■ 10ª Conescap ................................................................................22. ‘Dream team’ em Florianópolis

■ rápidas ..........................................................................................24. Vice-presidente da Fenacon na ACSP. Senac inaugura Centro de Tecnologia Aplicada. Visita ao secretário da Receita Federal

■ eventos ..........................................................................................24. Encontro da Mulher Contabilista. 23ª Contesc

■ regionais .......................................................................................25. Sindicatos online

■ desenvolvimento pessoal ...............................................................26. Aprenda como pescar as melhores idéias

FENACON em Ano VIII - Edição 89

S E R V I Ç O SMaio de 2003

FENACONR. Augusta, 1939, - Cjs 42 e 43CEP 01413 - 000 - São Paulo - SPTelefax: (11) 3063-0937/ 3082-2218/ 3088-5774E-mail: [email protected] page: http://www.fenacon.org.br

SubsedeSetor Comercial Norte, Quadra 1, Bloco F, salas 602 e 603CEP 70711-905 - Brasília - DFTel.: (61) 327-0002FAX: (61) 327-0042E-mail: [email protected]

índice

Capa: arte sobre fotos, respectivamente, de Wilson Dias, Roosewelt Pinheiro e José Cruz (ABr)

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4 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 89

espaço do leitor

Endereço de e-mails para esta seção: [email protected] mensagens somente serão publicadas com a devida identificação do leitor: Nome, Endereço Completo e Telefone.

Por motivos de espaço, a redação se reserva ao direito de publicar de modoresumido o conteúdo das cartas e e-mails dos leitores.

Contrato de TrabalhoGostaria de parabenizar esta entidade, seu

presidente e toda diretoria pelo belíssimotrabalho que vem apresentando na repre-sentação política junto ao Governo Federal,fortalecendo, assim, a classe contábil.

Como delegado do CRC/SP em Francae vice-presidente da Assescofran - As-sociação das Empresas de ServiçosContábeis de Franca, gostaria de solicitar,se possível e com certa urgência, cópia de‘Contrato de Trabalho entre Empresa deContabilidade e Cliente’ atualizada peloNovo Código Civil.Sergio Vanderlei CanavezEscritório [email protected]

Da secretaria da Fenacon: Prezado Sr.Sergio, agradecemos os elogios citados einformamos que, no Portal da Fenacon(www.fenacon.org.br), foi elaborado ummodelo de contrato. Para acessá-lo, bastaentrar no menu ‘Serviços on-line’. Osubtítulo é ‘Contrato de Prestação deServiços Profissionais Contábeis’.

11% ICaro Sr. Luiz Alberto Lazinho, parabéns

pelo artigo na Revista Fenacon. Solicito umaconsulta: recolhi o INSS como empresária até1996, quando tinha uma locadora de vídeo evendi. Depois, meu marido abriu uma empresaprestadora de serviços em setembro de 96, naqual sou sócia com 50%. Por medida deeconomia, foi posto que apenas meu maridotinha retirada de pró-labore. Em janeiro de2001, passei a recolher como facultativo. Possorecolher atrasado de 1996 em diante, muitoembora não fosse a gerente? O INSS diz quenão posso. Caso possa, atingirei 26 anos decontribuição, pois completei 48 anos.Cristiane [email protected]

Luiz Alberto Lazinho: Prezada SenhoraCristiane, ao contribuinte individual,facultativo, não é permitido o recolhimentoem atraso. No entanto, a Sra. afirma que‘trabalhava’. Pelo art. 12, inciso V, alínea‘f’ da Lei 8.212 de 24/07/91, acrescentadapela Lei 9.876 de 26/11/99, considera-se

contribuinte individual o sócio gerente e osócio cotista que recebam remuneraçãodecorrente de seu trabalho em empresa ur-bana ou rural.

O Regulamento da Previdência Social,aprovado pelo Decreto 3048/99, relacionaos segurados obrigatórios na condição decontribuinte individual no art. 9º, inciso V,constando na alínea ‘h’, acrescentada peloDecreto n.º 3.265, de 29/11/99, a seguinteredação: “o sócio gerente e o sócio cotistaque recebam remuneração decorrente deseu trabalho na sociedade por cotas deresponsabilidade limitada, urbana ou ru-ral”.

Na Sociedade Limitada, o sócio cotistanão poderá ser considerado empregado,passando à condição de contribuinte indi-vidual quando receber remuneração daempresa, que será considerada como ‘pró-labore’, não podendo mais ser considerado‘salário’. Parece-me que a prova efetiva daadministração dos negócios é o caminhomais adequado, em que pese o contrato so-cial classificá-la apenas como cotista.

11% IIDr. Luiz Alberto Lazinho, diante da

obscuridade até agora da MP 83/2002,solicito a gentileza, se possível, de esclarecerou dispor de material,a respeito da obri-gatoriedade das em-presas reterem 11%sobre a contratação depessoas físicas, que jádeve vigorar a partir deabril. Desde já agra-deço com muito apreçoe consideração ao ar-tigo assinado para a‘Revista Fenacon emServiços’, sob o título:‘Previdência Social: os contribuintes indivi-duais e a alíquota de 11%’.Waldiney Ferreira GuimarãesAssessor Consultores EmpresariaisDepartamento [email protected]

Da redação: Segundo o advogado LuizAlberto Lazinho ([email protected]), a

solicitação do leitor consta da IN/DC-87, quetraz a definição dos percentuais omissos naMP 83.

SimplesNa edição 44 (agosto de 1999), da

Revista Fenacon em Serviços, foi publicadoum quadro sinóptico de algumas atividadescom e sem acesso ao simples. A publicaçãofoi e continua sendo de valiosa colaboraçãona consulta para nós contabilistas. Solicitodesta revista ímpar, uma nova publicaçãoatualizada sobre o assunto.Vagner Miranda VieiraContabil [email protected]

Da redação: Caro Vagner, a RFS tentaráprovidenciar junto à Secretaria da ReceitaFederal a lista atualizada das atividadesautorizadas para acesso ao Simples.Esperamos poder atender aos leitores darevista logo que possível.

EstaçõesPrezado editor André Luiz de Andrade,

gostaria de cumprimentá-lo pela qualidade da‘Revista Fenacon em Serviços’, princi-palmente a edição n° 87. Todas as matériasestão esplendorosas, mas, o meu objetivo es-

pecial, é comentar oartigo de autoria doarquiteto Paulo Ange-lim, publicado sob otítulo ‘As nossas quatroestações’.

Enquanto a maioriados articulistas, dosadministradores e ho-mens responsáveis porconstruir um mundomelhor se apresentamcom projetos técnicos,

de qualidades e outros mirabolantes ne-cessários; a meu ver, o Paulo Angelim nosdá uma receita caseira fácil de assimilar ecom garantia de dar certo. Parabéns a elepela filosofia de vida e à ‘Fenacon em Ser-viços’ por publicá-la.Moacir Rodrigues MarquesLux Contabilidade e [email protected]

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 89 - 5

Pedro Coelho Neto

palavra do presidente

Muito trabalho e pouca festaO mês de abril, para as empresas de

prestação de serviços contábeis, apesarde ser de muito trabalho por conta doperíodo de preparação das declaraçõesde Imposto de Renda das PessoasFísicas, intercalado pelo rescaldo deencerramento dos balanços, é tambémaquele em que se comemora o ‘Dia doContabilista’ - 25 de abril.

Essa rotina estafante, imposta pelogoverno aos que militam na áreacontábil, já vem de longa data edificilmente vai ser minimizada, apesardos reclamos da sociedade contra oexcesso de burocracia que se instalouem nosso País, por conta, dentre outrosfatores, da descabida premissa de quetodos são sonegadores.

Criam-se obrigações de toda espécienas áreas federal, estadual e municipal,sem esquecer as informações que sãoexigidas por órgãos para-estatais. Isso

“Somos obrigados a prestarinformações de toda ordem,muitas delas em triplicata,pois o governo federal não

consegue conversar com osEstados e estes não interagem

com os municípios”

já seria suficiente para tornar o custoBrasil - nele incluídas obrigaçõesprincipais e as acessórias - um dos maisaltos do mundo.

Diferentemente do que acontece empaíses desenvolvidos, como é o caso dosEstados Unidos, onde se parte dapremissa de que os contribuintes sãohonestos, aqui nós somos obrigados aprestar informações de toda ordem,

muitas delas emtriplicata, pois ogoverno federalnão consegueconversar comos Estados eestes, por suavez, tambémnão interagemcom os muni-cípios, ocasio-nando ‘retra-balho’ e muitocusto de mão-de-obra e demateriais.

Nesse mo-mento, em quese vislumbra apossibilidade deuma ReformaTributária, é def u n d a m e n t a limportância quese tenha emmente a neces-sidade de sim-

plificar os procedimentos de arre-cadação, desde a padronização donúmero de inscrição nos vários órgãosaté a otimização das informaçõesgeradas pelos contribuintes, porexigência dos vários setores que com-põem a teia arrecadatória do Estado, emsuas várias esferas.

Difícil é imaginar que tenhamos umsistema tributário adequado ou,digamos, próximo do esperado, se nãoacontecer uma ampla discussão,envolvendo, principalmente, os pro-fissionais que operam o dia-a-dia dasempresas. Para isso, é preciso que aSecretaria da Receita Federal, asSecretarias da Fazenda dos Estados eas Secretarias de Finanças dos mu-nicípios abram as portas e convide-ospara sentar em torno de uma mesa paradiscutir a melhor forma de controlar aarrecadação, sem os exageros que sãoadotados atualmente.

A esperança das empresas deserviços contábeis e dos profissionaisda contabilidade é que o ‘Dia do Con-tabilista’, efusivamente comemoradonos quatro cantos do Brasil pelasentidades que congregam essa laboriosaclasse, aconteça, no futuro, sem oestresse comum do mês de abril, frutoda labuta diária a que são submetidosos contribuintes brasileiros.

Colocamo-nos a disposição dasautoridades tributárias para colaborarno aprimoramento da legislação donosso País. Assim fazemos, no intuitode contribuir para que os profissionaisda contabilidade alcancem o reconhe-cimento esperado pelo dignificante eimprescindível trabalho que exe-cutam. Para que a trabalheira desne-cessária, sem sentido e sem futuro,não venha empanar o brilho da nossamerecida festa.

Pedro Coelho Netoé presidente da Fenacon

[email protected]

mundo político

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6 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 89

ISS

A majoração do Imposto Sobre Serviço(ISS) principalmente nos municípios deSão Paulo e Campo Grande/MS vem sendomuito criticada por en-tidades representativas eprofissionais liberais.Para se ter uma idéia, nacapital paulistana, a leiaprovada pela CâmaraMunicipal, a 13.476/02,regulamentada pelo De-creto 42.836/03, permitiuaumentos do imposto quevão de 196% a 492%,passando de R$ 202,54para R$ 600 anuais.

Para as sociedades, aalíquota anual passou deR$ 202,54 para R$ 1.200por profissional. EmCampo Grande, o au-mento do Imposto sobreServiço de QualquerNatureza - ISSQN foi de 151% e, assimcomo em São Paulo, houve diversasmanifestações contrárias à majoração. Nacidade de Belém/PA, o aumento de 116%também foi considerado abusivo peloSescon/PA mas, o fato do imposto terpermanecido durante muito tempo com omesmo valor, fez os profissionais acei-tarem o reajuste.

Tanto o Sescon de São Paulo como ode Campo Grande criaram um fórum comentidades representativas para debater osreflexos do aumento. Em São Paulo, o‘Fórum Permanente em Defesa do Setorde Serviços’, que conta com 14 entidadesrepresentativas, foi organizado no dia 31de março, durante o ‘Ato Público contraa Agressão Tributária da Prefeitura de SãoPaulo ao Setor de Serviços’.

Todas as quintas-feiras o fórum se reúnepara tratar sobre o assunto e traçar novasações. Uma comissão formada por AntônioMarangon, vice-presidente da regiãosudeste da Fenacon, o deputado consti-tuinte, José Maria Eymael, José Rojo

Tributação municipal sem parâmetrosProfissionais liberais organizam-se contra aumentos abusivos do ISS.Em São Paulo, o índice chegou a quase 500%

Alonso (Ibracon), Jairo Cambraia (Feco-mércio), Rui Souza Franco (Corecon-SP),Roberto de Castro Mello (IAB/Asbea) e

Dante Ancona Montag-nana (Sindhosp) ficouencarregada de levar aspropostas do Fórum aoLegislativo.

A Comissão já se reuniucom o presidente da Câ-mara Municipal, vereadorArselino Tatto e líderes dediversos partidos da Casa,como Celso Jatene (PTB);Carlos Apolinário (PDT);Manoel Cruz (Prona);Domingos Dissei (PFL);Toninho Campanha (PSB);Wanderlei de Jesus (PSL);Antonio Carlos Rodrigues(PL); Alcides Amazonas(PC do B); além de An-tonio Goulart, vice-líder do

PMDB; Ricardo Montoro, representandoo vereador Willian Woo, líder do PSDB;Uilson Biancalana, chefe de gabinete dovereador Wadih Mutran, líder do PTB, ecom o vereador Toninho Paiva.

Na ocasião, foi entregue uma cópia do‘Manifesto Contra a Agressão Tributáriada Prefeitura de São Paulo’, assinado du-rante o ato público. As reuniões foramconsideradas positivas pela Comissão.Entre os pontos principais das discussõesdestacou-se o comprometimento dopresidente da Câmara emviabilizar um canal de en-tendimento com o PoderExecutivo, com os líderesdos partidos e manter contatocom o Fórum.

Campo GrandeO ‘Fórum das Entidades

Representativas dos Profis-sionais Liberais’, de Cam-po Grande (MS), formado

por 25 entidades, entre elas o Sescon/MS, se reuniu com o prefeito da cida-de, André Pucinelli, para tratar sobrea alta majoração. Como não houvenenhuma sensibilidade nas reivin-dicações dos profissionais, resolveramcontinuar pressionando a CâmaraMunicipal e a Prefeitura e questionaro aumento judicialmente.

Segundo o presidente do Sescon/MS,Láercio J. Jacomélli, no dia 10 de abril, oFórum realizou, como forma de protesto,um dia de serviços gratuitos à sociedadepara mostrar a importância do trabalhodos profissionais liberais. Participaram: oSescon/MS com contabilistas informandosobre IRPF, abertura e encerramento deempresas; médicos realizando teste deglicemia; dentistas fazendo avaliação desaúde bucal; fisioterapeutas praticandotécnicas de alongamento; fonoaudiólogose psicólogos avaliando correção da fala eteste vocacional; engenheiros tratandosobre regularização de imóveis; eco-nomistas prestando informações sobremercado financeiro; arquitetos dandoinformações sobre a planta de imóveis, en-tre outros profissionais.

As alterações do ISSA tributação dos profissionais liberais

e das sociedades uniprofissionais, peloISS, sofreu profundas alterações em 2003por causa da lei 13.476, de 30 de dezem-

bro de 2002. SegundoAlípio do NascimentoMartins, inspetor fiscal daPrefeitura Municipal deSão Paulo, os pontos maispolêmicos são: a ma-joração do tributo acimada variação do índiceIPCA/IBGE, acumuladano ano anterior, que foi de12,53%, e a obrigatorie-dade da emissão de docu-mentos fiscais e escritu-

Láercio J. Jacomélli: protestolevou um dia de serviçosgratuitos à sociedade paramostrar a importância dotrabalho dos profissionaisliberais

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José Constantino:mandados de segurançacontra o aumentoabusivo do ISS, em SãoPaulo e Guarulhos

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por Márcia Rodrigues

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ração de livros fiscais pa-ra sociedades unipro-fissionais (art. 31).

Outros pontos obser-vados pelo inspetor fis-cal são: valores dife-renciados para o pro-fissional liberal e associedades uniprofis-sionais (art. 1º); a obri-gatoriedade da adoção doRegistro de Serviços to-mados de terceiros (mo-delo 56), para as socie-dades uniprofissionais(art.95), item IV Decreton.º 42.836, de 7 de feve-reiro de 2003, e a entregada Declaração de Ser-viços - DES, pelas sociedades unipro-fissionais, portaria SF 015/2003. Osprofissionais liberais estabelecidos e associedades uniprofissionais ainda estãosujeitos ao pagamento da Taxa deFiscalização de Estabelecimento - TFE,instituída pela lei n.º 13.477, de 30 dedezembro de 2002.

JustiçaDescontentes com as novas regras,

várias entidades se manifestaram contraas alterações impostas e foram buscarmedidas judiciais para reverter a situação,questionando, principalmente, trêsaspectos: a diferenciação de valores en-tre o profissional liberal e a sociedadeuniprofissional, invocando os parágrafos1º e 3º do art. 9º do decreto lei n.º 406/68;a exigência de emissão de documentosfiscais e escrituração de livros para associedades uniprofissionais, que nãoencontra ressonância na tributação poralíquota fixa, e o aumento do tributo acimada variação do índice IPCA/IBGEacumulada no ano anterior.

Segundo o diretor Jurídico da Fenacon,José Constantino, o Sescon-SP impetroumandados de segurança contra o aumentoabusivo do ISS, na cidade de Guarulhos ena capital paulistana. Em Guarulhos, omandado foi negado na primeira instância,mas o 1º Tribunal de Alçada Civil doEstado de São Paulo concedeu parecerfavorável na análise do recurso. A en-tidade agora aguarda decisão do mu-nicípio de São Paulo.

A Ordem dos Advo-gados do Brasil, SeccionalSão Paulo - OAB/SP, oConselho Regional deMedicina - CRM, o Con-selho Regional de Odon-tologia e o Sindicato dosHospitais, Clínicas e La-boratórios do Estado deSão Paulo - Sindhosp jáganharam liminares con-tra o aumento abusivo,mas não derrubaram asobrigações acessórias. AOAB recentemente en-trou com recurso parasuspender os efeitos dasobrigações acessórias.

Além dos aumentosO aumento do ISS não chegou ao

profissional liberal de forma isolada. Juntocom ele, as prefeituras também criaramas obrigações acessórias, que exigem a

Outros sindicatos filiados à Fenacontambém já enfrentaram problemas comas regras de cobrança e os valores do ISS.O Sescon-PI, por exemplo,impetrou ação judicialcontra a cobrança do ISSno município de Teresina,que toma por base decálculo o FaturamentoBruto e cobra o imposto auma alíquota de 6%.

A entidade questionoua forma de cobrança doImposto, exigindo o cum-primento do artigo 9° dodecreto 406. A ação levoudois anos, mas, agora, em2003, a Justiça piauiensereconheceu o direito dosassociados do sindicato derecolher o ISS conforme o decreto 406,ou seja, com base em valores anuais.

Este ano, os valores foramcorrigidos com base do IGPM (FGV).“Em relação às correções deste ano,

Problemas antigosresolvemos não recorrer por tratarem-se apenas de reposição da inflação”,destacou o presidente do Sescon/PI,

Tertulino Passos.

Belo HorizonteEm 94, a Prefeitura de

Belo Horizonte publicouLei n.º 6.810, alterando abase de cálculo do re-colhimento do ISSQNdas sociedades de pro-fissão regulamentadapara 5% da receita bruta.O Sescon/MG postuloumandado de segurançaem favor de seus asso-ciados, em maio de 95,sendo vitorioso em todas

as instâncias judiciais, inclusive no STF.Com esta vitória, o recolhimento doISSQN voltou a ser com base no númerode profissionais, como determinava alegislação anterior a de 1994.

Tertulino Passos: “Emrelação às correções desteano, resolvemos não recorrerpor tratarem-se apenas dereposição da inflação”

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emissão de documentos fiscais, es-crituração de livros e entrega de de-claração mensal de serviços por parte dassociedades, sob ameaça de multas em casode atraso no seu cumprimento.

Segundo o presidente da OAB/SP, CarlosMiguel Aidar, as obrigações acessóriasconstituem uma agressão à ordem jurídica,uma vez que os advogados e as sociedadesnão pagam ISS com base na remuneraçãodos serviços prestados. “E como não pagamISS pelo preço dos serviços prestados, nãofaz sentido serem obrigados a emitirdocumentos fiscais, manter escrituração fis-cal e entregar mensalmente uma declaraçãodos serviços prestados”, conclui.

Para tratar sobre o assunto, no dia 10de abril, representantes da OAB/SPtambém se reuniram com o presidente daCâmara Municipal, Arselino Roque Tatto.Na ocasião, Tatto se comprometeu a levaro problema à prefeita Marta Suplicy (PT),no sentido de encontrar uma solução maiscompatível com a realidade dos advo-gados para o pagamento do ISS.

Carlos Miguel Aidar: “como osadvogados e as sociedadesnão pagam ISS pelo preço dosserviços prestados, não fazsentido serem obrigados aemitir documentos fiscais,manter escrituração fiscal eentregar mensalmente umadeclaração dos serviçosprestados”

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legislação

Onde há impasse, não há consenso. Ese não há consenso, não se alcançaresultados. Esta premissa já foiconfirmada diversas vezes no Brasil dosúltimos oito anos e, agora, tudo leva a crerque se repetirá em relação à MedidaProvisória 107, que altera os dispositivosdas Leis n.º 10.637 (MP 66/02), de 30 dedezembro de 2002, e da n.º 9.317 de 5 dedezembro de 1996, que trata do RegimeTributário das Microempresas e dasEmpresas de Pequeno Porte.

Afinal, se o ex-presidente FernandoHenrique Cardoso, no apagar das luzes deseu governo, vetou 26 artigos, parágrafose incisos do Projeto de Lei de Conversão(MP 66/02), surpreendendo os deputadosdo Congresso Nacional, que aprovaram oprojeto após exaustivos meses denegociação, o texto do relator da MP 107,deputado federal Professor Luizinho (PT/SP) também desagradou diversos seg-mentos da economia.

Aprovação da MP 107: mais um capítuloMedida provisória que restabelece pontos da MP 66 traz perdas e ganhos para as micros e pequenas empresas.Apesar das divergências nas discussões, Refis é reaberto, Simples é ampliando parcialmente, mas base decálculo da CSLL passa de 12% para 32%

Por Márcia Rodrigues

Como se sabe, o rela-tor rejeitou as propostasde emenda à MedidaProvisória apresentadaspor diversos parlamen-tares que tentavam in-cluir em sua redação,com direito de opçãopelo Simples, os setoreseconômicos que origi-nalmente faziam parteda votada e aprovadaMP 66, entre eles, as em-presas de contabilidade,corretoras de seguros,escolas de idiomas entreoutros, e que ficaram defora com o veto do ex-presidente. Apesar denão chegar a um consen-so sobre estes e outrospontos, no dia 29 deabril, o Plenário da Câ-mara aprovou o textobásico do projeto deconversão da MP 107em lei, mas com a op-ção de votação emseparado dos destaques(em sessão após o fe-chamento desta edição).

PressãoPara Sauro Henrique de Almeida,

diretor de Assuntos Legislativos daFenacon, a falta de consenso é con-seqüência da intransigência do governo,que em vez de honrar os acordos feitosno final do ano passado para a aprovaçãoda Lei 10.637, simplesmente derrubandoos vetos do ex-presidente FernandoHenrique Cardoso, optou por elaborarum novo relatório, deixando de foraalguns artigos importantes, espe-cialmente os que se referem ao segmentode prestadores de serviços.

“Após muita pressão, o governo cedeue resolveu incluir que agências de viagense turismo, creches, escolas de ensino fun-damental, agências lotéricas e franquiasdos correios possam optar pelo Simples.Mas, foi taxativo ao deixar de fora ascorretoras de seguro, hospitais, empresasde informática e de contabilidade”,salienta Almeida. A justificativa - injustana opinião dele - é que, ao incluir estascategorias, haveria o risco de admissãoindireta de outras, como corretores deimóveis e escritórios de advocacia. E,claro, a conseqüente perda de arrecadação.

“Não houve progresso em relação aoSimples. As empresas de contabilidade ecorretoras de seguro continuam de fora.

Para Sauro Henrique de Almeida,diretor de Assuntos Legislativos e doTrabalho da Fenacon, a falta deconsenso na votação da MP 107 éconseqüência da intransigência dogoverno

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Simples com alíquotas diferenciadasAo aceitar a entrada de pequenas

empresas como auto-escolas e agênciaslotéricas ao Simples, o governo pretendecobrar destes segmentos imposto superiorao estabelecido na Lei 9.317, de dezembrode 1996. O projeto de conversão em lei

da MP 107, que abrirá o Simples paraalguns segmentos de prestadores deserviço enquadra-se nas regras da lei10.034, de outubro de 2000, que instituiuo chamado Simples 2, cujas alíquotas são50% maiores do que na versão original.

Deputado Professor Luizinho,autor do projeto de lei deconversão que trouxe benefícios eprejuízos ao segmento das microse pequenas empresas

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Mas, a boa notícia éque estão previstasnos destaques queserão votados naspróximas sessões daCâmara. Apesar denão ser o melhor ca-minho, estamos oti-mistas que este im-passe será resolvido”,complementa PedroCoelho Neto, pre-sidente da Fenacon.

RefisMas se nem tudo

são flores, o setor deserviços pode ao menos comemorar umavitória: o governo permitiu que tantopessoas físicas quanto empresas possamfinanciar suas dívidas com o Fisco e aPrevidência Social em até 180 meses. Aproposta anterior estipulava 150 mesescomo prazo máximo de pagamento.“Acho que para aprovar a MP 107, ogoverno negociou alguns pontosimportantes, como o aumento do prazopara o pagamento das dívidas e permitiuque a correção seja feita com base naTJLP, como nós reivindicávamos, e nãomais pela taxa Selic, como o governopropunha”, comemora Coelho Neto.

Assim, a proposta prevê que dívidas como Imposto de Renda, com o nãorecolhimento do INSS para empregadosdomésticos e com o Imposto Territorial Ru-

ral (ITR), contraídas até31 de dezembro de2002, poderão ser pa-gas em até 180 meses.O valor mínimo dasparcelas será de R$ 50para pessoas físicas; R$100 para microem-presas; R$ 200 parapequenas empresas eR$ 2.000 ou 1,5% dareceita bruta para asdemais empresas - oque for maior. O prazode adesão ao plano derefinanciamento venceno último dia útil dosegundo mês subse-

qüente ao da publicação da lei.Outra vitória importante, na opinião

do presidente da Fenacon, é a pos-sibilidade de incluir no refinanciamentoda dívida os débitos das empresas juntoao INSS no que se refere à contribuição

laboral. Ou seja, aquela que a empresadescontou do trabalhador mas não re-passou ao INSS.

Entretanto, um ponto ainda causadiscórdia: o aumento da base de cál-culo da Contribuição Social sobre oLucro Líquido (CSLL) de 12% para32%. A oposição criticou duramenteo governo pelo aumento de carga tri-butária em um momento que se discutea reforma tributária. O PMDB pre-tende apresentar um destaque paravotação na Câmara, jus tamenterevogando o aumento da CSLL.

Copan

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novo código civil

O novo Código Civil, lei n.º 10.406,trouxe uma série de mudanças na vida dasassociações e fundações, que interferemnão apenas nas instituições que serãocriadas, mas também naquelas já cons-tituídas sob a vigência da lei atual. A maisvisível alteração foi a criação de umadisposição específica, antes indefinida nalegislação de 1916. Desde o início de suavigência, em 11 de janeiro de 2003, a novacodificação classifica as associaçõescomo “a união de pessoas que seorganizam para fins não econômicos”.Esta definição distingue de vez afinalidade das associações e encerra aconfusão que antes existia entre asso-ciações e sociedades.

Para esclarecer melhor o papel de cadauma, a nova legislaçãotrouxe dois artigos quetratam da questão separa-damente. O artigo 981, queargumenta que as socie-dades têm por objetivo oexercício de atividade eco-nômica para partilha deresultados entre sócios, e oartigo 53, que define asassociações como união depessoas para fins não eco-nômicos, como foi citadoanteriormente.

“A única expressão quedeixa uma certa dúvida deinterpretação é a de fins nãoeconômicos. Muitas asso-ciações podem realizaratividades econômicas e nãoter lucro com elas. Porexemplo, uma associaçãopode promover cursos, co-brar por eles, vender livros, fazer festasbeneficentes, bingos, que são atividadeseconômicas, mas utilizar o dinheiro paraseu benefício, sem a partilha de lucro para

Novas regras para associações efundaçõesNCC amplia participação de sócios e associados edetermina que deliberações sejam votadas emassembléia geral

seus sócios. Ou seja, háuma atividade econô-mica sem fins lucrativos.Então, ficaria mais clarona legislação se a ex-pressão mudasse parasem fins lucrativos”,explica Syllas Tozzini,sócio-fundador da Tozzini,Freire, Teixeira e SilvaAdvogados.

FundaçõesCom relação às fun-

dações, o novo Códigorestringiu a sua cons-tituição somente para fins religiosos,

morais, culturais ou deassistência, o que para al-guns especialistas é umretrocesso, já que as ca-tegorias são bastante amplase imprecisas, de modo queuma interpretação extensivado texto pode abrangeroutras finalidades não ex-pressamente indicadas nalei.

O novo Código tambémtrouxe algumas burocraciasaté então inexistentes nasassociações, ampliando opoder de decisão de sóciose associados que passam ater voz ativa na escolha dadiretoria e de todas as ati-vidades que serão desen-volvidas pela instituição.Para isso, foram intro-duzidos dois quóruns quali-

ficados: um quórum deliberativo decisório(2/3 dos presentes) e um quórum deli-berativo de instalação, ou abertura(maioria absoluta, em primeira con-

vocação, e 1/3 nas demais). Isso significaque um número mínimo de associadosdeverá participar da votação para que adecisão seja legítima.

O Código anterior não previa nenhumquórum deliberativo, deixando para oâmbito dos estatutos de cada associaçãoessa previsão. Em regra, o edital deconvocação previa, em primeira con-vocação, a maioria absoluta e, em se-gunda, a deliberação por qualquer númerodos presentes. O que resultava, no casodessa segunda deliberação, de só opresidente comparecer, votar e decidir so-zinho pelas alterações da associação.

Poderes ampliadosPelas novas regras, compete à as-

sembléia geral: eleger e destituir aadministração, aprovar contas e balançose alterar o estatuto. “Antes, nos times defutebol, por exemplo, os administradoreseram eleitos pelo conselho, o quepossibilitava a reeleição do presidentecom facilidade, caso o estatuto do clubepermitisse. Agora, a eleição deverá seraberta aos sócios, o que tornará esta

Syllas Tozzini: “A únicaexpressão que deixauma certa dúvida deinterpretação é a de finsnão econômicos. Muitasassociações podemrealizar atividadeseconômicas e não terlucro com elas”

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permanência mais difícil”, comentaTozzini.

Segundo o advogado, a nova co-dificação também possibilita que oassociado seja titular de parte dopatrimônio da associação, se ficarestabelecido pelo estatuto. “Antigamente,se a Associação dos Criadores deCachorro Fila, por exemplo, comprasseum centro de treinamento e depoisdecidisse acabar com a entidade, os benspassariam automaticamente para outraassociação. Hoje, se o estatuto estabelecerque os sócios têm uma parte do ativo, elespodem reivindicar. Mas acredito que essaespecificação seja muito teórica e não vaiacontecer, porque eu, particularmente,desconheço alguma associação que tenhasido liquidada”, diz.

O prazo de adaptação para as novasregras é de um ano após a sua entrada emvigor. Até lá, clubes de futebol, asso-ciações, fundações e Organizações Não-Governamentais (ONGs) terão queadequar seus estatutos à nova legislação,introduzindo as previsões obrigatórias ecumprir as novas regras.

Está prevista para acontecer, no dia29 de maio, às 17hs, a teleconferênciamagna sobre o ‘Novo Código Civil -Capítulo Direito da Empresa’. Oevento é uma realização Fenacon eSesc/Senac Nacional. A data aindaserá confirmada e comunicada àsempresas do comércio de bens eserviços, através dosmeios de comuni-cação das três enti-dades. A teleconfe-rência abre um pro-grama nacional detreinamento sobre oNCC, a ser execu-tado pelos sindi-

Fenacon/Sesc/Senaciniciam programa nacional de

treinamento sobre o NCCcatos filiados à Fenacon, juntamentecom as unidades estaduais do Sesc/Senac.

A palestra terá transmissão, aovivo, para as 400 salas de exibição doSesc/Senac, em todo o Brasil, a partirdos estúdios do Sistema, na cidade doRio de Janeiro. A palestra magna será

presidida pelo deputado fe-deral Ricardo Fiúza, relatordo Novo Código Civil, e terá,como comentarista, RejanneD’Arc Batista de MoraesCastro, coordenadora Ju-rídica do DNRC - Depar-tamento Nacional de Re-gistro do Comércio.

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O Novo Código Civil (NCC), trazidopela lei n.º 10.406/02, com vigência apartir de 11 de janeiro de 2003, trouxesubstantivas mudanças para a organizaçãoe funcionamento das sociedades limi-tadas. Trataremos nesta oportunidade daobrigatoriedade da aprovação das de-monstrações financeiras anuais (bemcomo aprovação das contas dos admi-nistradores), em assembléia ou reunião desócios, segundo o artigo 1.078, inciso I,do NCC.

É oportuno já alertar, nos termos doartigo 1.072, que as deliberações nas so-ciedades limitadas serão tomadas, obser-vadas as seguintes denominações: ‘Reu-nião de Sócios’ - permitida quando o nú-mero de sócios for de até 10 e ‘Assembléiade Sócios’ - obrigatória quando o númerode sócios for superior a 10.

Assim, a sociedade limitada, ao apro-var as demonstrações contábeis anuais,preparará uma Ata de Reunião de Sóciosou Ata de Assembléia de Sócios segundoa quantidade de sócios existentes. Aassembléia ou reunião de sócios paraaprovação das demonstrações financeiras

Sociedade limitada:assembléia ou reunião de sóciospara aprovação do balanço anual

“A sociedade limitada,

ao aprovar as demonstrações

contábeis anuais, preparará

uma Ata de Reunião de Sócios

ou Ata de Assembléia de

Sócios segundo a quantidade

de sócios existentes”

Por J. Miguel Silva

anuais deve realizar-se dentro dos quatromeses seguintes ao término do exercíciosocial, conforme o artigo 1.078, inciso I,do NCC.

PrazosDois temas relevantes encontram-se

em debates. O primeiro: a empresa quetem exercício findo em 31 de dezembrode 2002, teria que aprovar o balançocorrespondente até 30 de abril de 2003?O segundo: ao levar a registro a atadeliberativa, deverá anexar o balançoaprovado, bem como publicá-lo em

jornal? Vamosàs análises e àsc o n c l u s õ e s ,diante do queexige o NCC.

De acordocom o artigo2.044, o NCCentrou em vigora partir de 11 dejaneiro de 2003.Já o artigo2.031 estabele-ce que as soci-edades cons-tituídas na for-ma das leis an-teriores terão oprazo de umano para se a-

daptarem às novas disposições do NCC,ou seja, até 10 de janeiro de 2004.

O Decreto n.º 3.708/19, que até entãoregia as sociedades limitadas, não exigia aprevisão no contrato social da realização deassembléia ou reunião de sócios e, con-siderando que este contrato tem o prazo deum ano para ser reformulado, conclui-se queteremos duas situações: Uma delas é para aempresa que reformular o contrato socialantes de 30 de abril de 2003.

Neste caso, aplica-se o disposto nocontrato social reformulado, onde há deter a previsão da assembléia ou reuniãode sócios em pauta. Dessa forma, estariaa sociedade obrigada a realizar aassembléia ou reunião de sócios até 30 deabril de 2003 para aprovar as de-monstrações financeiras do exercício so-cial findo em 31 de dezembro de 2002.

A segunda situação é para a empresaque reformular o contrato social após 30de abril de 2003 - neste caso, a assembléiaou reunião de sócios é um órgão ainda nãoinstituído na sociedade e o será nareformulação a ser providenciada até 10de janeiro de 2004.

PublicidadeQuanto à necessidade ou não de

juntada do balanço à ata deliberativa e asua publicação em jornal, a resposta estáno próprio inciso I, do artigo 1.078, doNCC. Citado inciso exige que as de-monstrações financeiras do exercício so-cial findo seja objeto apenas de delibe-ração, em nenhum momento requerendoque tal demonstração seja encaminhada aregistro, quanto menos publicado.

Do exposto, a sociedade limitada,somente após reformulado o seu contratosocial, estará sujeita a aprovar as contasdos administradores e as demonstraçõesfinanceiras do exercício social encerrado.Esta aprovação será objeto de assembléiaou reunião de sócios, a qual será en-

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à luz do direito

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livros“A ata que aprovar o balanço

anual deve ser arquivada

no órgão de registro nos vinte

dias subseqüentes à data

da assembléia ou reunião

de sócios

Após a alteração daLei n° 4.886/65, que re-gula as atividades dos re-presentantes comerciaisautônomos,pela Lei n°8.240/92, o advogadoRicardo Nacim Saadlançou a primeira ediçãode seu livro, com prefáciodo Prof. Otávio BuenoMagno. De acordo comBueno, o autor trata damatéria com espíritoacentuadamente prático enunca deixa de enfrentarquestões difíceis.

Com esta terceira edição, além doscomentários sobre os vários artigos da Lei,Saad focaliza dispositivos do Novo Código

caminhada para arquivamento no órgãocompetente, não cabendo o envio dosbalanços para registro e nem tampouco asua publicação em jornal, algo exigidoapenas das sociedades anônimas.

Por fim, lembramos que a ata que aprovaro balanço anual deve ser arquivada no órgãode registro nos vinte dias subseqüentes à datada assembléia ou reunião de sócios, conformeo artigo 1.075 do NCC.

J. Miguel Silva é advogado tributaristae professor de Direito Tributário e Direito

Internacional no curso de MBA da [email protected]

Representação Comercial(De acordo com o Novo Código Civil -

Lei 10.460, de 10/01/2002)Civil que regula o contratode agência, em confrontocom a Lei n° 4.886/65.Ricardo Nacim Saad émestre em Direito doTrabalho pela Universidadede São Paulo, ex-delegadoRegional do Trabalho eadvogado da AssociaçãoComercial de São Paulo.

Título: RepresentaçãoComercial (De acordo como Novo Código Civil - Lei10.460, de 10/01/2002)

Autor: Ricardo Nacim SaadEditora: Saraiva(www.saraivajur.com.br)Páginas: 138

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14 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 89

tributação

O programa de governo do candidatoLula previa em seus itens 44 e 45 aimplementação da reforma tributária aindano primeiro ano de mandato, aliada a umarevisão do pacto federativo, com aconseqüente readequação do bolo tributárioentre municípios, Estados e União. Duranteos primeiros cem dias da novaadministração, a impressão que se teve éde que estas idéias corriam um sério riscode descansarem no mesmo túmulo dasreformas prometidas pelo ex-presidenteFernando Henrique. Pressionado por suaspróprias promessas, pela iminência dascampanhas eleitorais do próximo ano e atépor uma suposta cobrança do FMI, LuizInácio Lula da Silva chamou a res-ponsabilidade para si, reuniu-se com os 27governadores, colocou as propostas sobrea mesa e deu início a um processo inadiávelpara as necessidades do país.

Em uma reunião realizada na Granja doTorto, que durou mais de onze horas, nodia 16 de abril, o presidente conseguiucosturar um consenso que para algunsanalistas parecia impossível. Todos os go-vernadores posaram juntos para a foto tiradanos jardins da residência oficial, num gestosimbólico de que apoiariam o desenho fi-nal das propostas.

Para o governador do Rio Grande do Sul,Germano Rigotto (PMDB), o resultado da

Reforma Tributária começaa sair do papelPlanalto fecha consenso com governadores, encaminha proposta dereformas ao Congresso, mas deixa de fora da discussão temasimportantes como a reformulação do Imposto de Renda

Por Márcio Sampaio de Castro

reunião entre o presidente e os governadoresfoi bastante positivo. “Nós conseguimos umbom entendimento naquelas questões quepoderiam ser acertadas em consenso, e issorepresentou boa parte das propostas dasreformas tributária e previdenciária. Claroque algumas situações não puderam avançarporque dependem de uma análise maisaprofundada tanto por parte dosgovernadores como, de maneira mais forteainda, pelo próprio governo federal”.

As situações que não puderam avançar,as quais se refere o governador, envolviamexatamente a forma de cobrança do futuroIVA - Imposto sobre Valor Agregado, emsubstituição ao ICMS -Imposto sobre Cir-culação de Mercadorias,principal tema discutidona reunião. Para osgovernadores de Estadosmais industrializados, omelhor seria a cobrançado tributo na origem.

Segundo algumastestemunhas, a go-vernadora do Rio de Ja-neiro, Rosinha Matheus(PSB), chegou a baterfortemente na mesa du-rante a reunião paramarcar sua posição

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira dama Marisa Letícia, na rampado Palácio do Planalto, em companhia de governadores, ministros, prefeitos emembros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social

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O peso da responsabilidade: ministro-chefe da Casa Civil,José Dirceu, entrega ao presidente Lula pastas com projetosde Reforma Tributária e da Previdência. Presidentes daCâmara, João Paulo, e do Senado, José Sarney, observam

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contrária à cobrança do imposto no localde consumo, como já ocorre com o petróleoproduzido na Bacia de Campos, o que naavaliação dela é injusto. Apesar do mal estarcausado pelo gesto, as idéias dagovernadora contaram com o apoio dealguns colegas, enquanto para outros o idealseria mesmo a cobrança no local de destino,como defendia inicialmente o Planalto.

Para não perder o apoio e o consenso, aequipe de Lula inicialmente jogou adefinição deste nó górdio para leicomplementar, mas acabou surpreendendoao definir no texto final que a tributaçãoseria mesmo no Estado de origem, cabendoao de destino tributar somente sobre umaeventual diferença de alíquota. O que nãose aplica no caso dos combustíveis, quecontinuarão sendo cobrados no destino, parainsatisfação da governadora fluminense.Segundo Rigotto, mesmo com algumasdivergências, o movimento de apoio dosgovernadores ao presidente continua sendoespontâneo. “É sem toma lá, dá cá. Esseentendimento de que precisamos fazer asreformas se deve ao fato de que, mais doque ao governo federal, essas alterações sãoaltamente necessárias aos Estados emunicípios”, explica.

Para não perder este precioso apoio, Lulaconseguiu uma proeza, em se tratando deBrasília. Na véspera de um feriado (oprimeiro de maio), acompanhado por todosos governadores, ministros de Estado ealguns prefeitos, foi a um Congresso lotadoe entregou os projetos de reforma tributáriae previdenciária aos presidentes José Sarney(Senado) e João Paulo Cunha (Câmara).Empregando o termo do general romano,Júlio César, afirmou que a sorte estavalançada e politicamente dividiu o ônus pelo

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sucesso ou fracasso dasreformas com gover-nadores e congressistas.

CríticasMas como em política

nada é para sempre enenhum consenso é total,antes mesmo das pro-postas governamentaisentrarem no Congresso jásurgiam vozes disso-nantes na agora oposição,representada por nomescomo os dos senadoresJorge Bornhausen (pre-sidente do PFL) e TassoJereissati (PSDB/CE),para quem as idéias doprojeto pareceram tímidas e poucoprofundas. Um exemplo citado é o próprioimposto de renda que não deverá ser revistode imediato. Porém, o coro dos descontentesé mais amplo do que inicialmente poderiase esperar após as eleições. Não bastasse anecessidade de administrar os canhonaçosexternos, o governo acabou se vendo àsvoltas com insatisfações na base aliada edentro do próprio PT. Um dos maioresemblemas desta situação foi o própriovice-presidente, José Alencar, que veio apúblico para posicionar-se contrário àsidéias de tributação do IVA no Estadoconsumidor e perenização da CPMF, porconsiderá-la cumulativa.

Outra grande fonte de reclamações temsido a própria sociedade civil, que vemacompanhando atentamente as movi-mentações em Brasília. Se por um ladoexiste uma discreta torcida para que asreformas realmente ocorram e dêem certo,surgem também críticas quanto a formacomo elas vêm sendo conduzidas. “Até omomento as discussões têm acontecido noâmbito político ou em pequenos grupos. Épreciso que aconteça uma ampla discussão,envolvendo principalmente os aplicadores

e operadores das leis tri-butárias e que sejamapresentadas simulaçõesdos efeitos da reforma. Sóassim a sociedade serácapaz de assimilar e adotaro projeto como algo bompara o País”, comenta opresidente da Fenacon,Pedro Coelho Neto.

Já para o tributaristaSalvador Fernando Sálvia,sócio da Martins e SálviaAdvogados e membro daCESA - Centro de Estudosdas Sociedades de Ad-vogados, além do envol-vimento de especialistas,outra questão importante aser considerada seria a

reforma administrativa e a efetiva revisãodo pacto federativo. “É preciso que cadaente da Federação conheça o volume dereceita que lhe cabe para que a partir daípossa ser feita uma reforma tributária maisadequada”, observa.

O que vem por aíA idéia de pacto fede-

rativo do Planalto passa nãosó pela criação do IVA comotambém pela redefinição dospapéis de municípios eEstados como fomentadoresdiretos das ações sociais,sem a necessidade deintervenção direta da União,como acaba ocorrendo namaioria dos casos atual-mente. Mas este é apenas umdos diversos conceitos quedeverão ser debatidos nospróximos meses. De con-creto mesmo figura apenasa intenção de aprovar atéoutubro o fim da renúnciafiscal (para pôr um termo à

Germano Rigotto: “Nósconseguimos um bomentendimento naquelasquestões que poderiam seracertadas em consenso, eisso representou boa partedas propostas das reformastributária e previdenciária”

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Pedro Coelho Neto: “Até omomento, as discussões têmacontecido no âmbitopolítico ou em pequenosgrupos. É preciso queaconteça uma ampladiscussão, envolvendoprincipalmente osaplicadores e operadores dasleis tributárias”

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chamada guerra fiscal entre os Estados), aperenização da CPMF, sem previsão para adiminuição da alíquota, a redução datributação sobre a folha de pagamento dasempresas de 23% para 11%, com a criaçãode um imposto sobre o faturamento, o fimda cumulatividade da Cofins, nos mesmosmoldes das transformações ocorridas como PIS, e a distribuição da Cide (Impostosobre Combustíveis) entre os Estados even-tualmente prejudicados com a criação doIVA. No caso deste último, a intenção éreduzir as atuais 44 leis que regem o ICMSpara uma única legislação e no máximocinco alíquotas. Além destes itens, o projetoapresentado pelo governo propõe alteraçõesem impostos sobre bens e propriedadescomo o ITBI, ITR e sugere a criação doImposto sobre Grandes Fortunas.

Rebatendo estas e outras críticas, oministro da fazenda, Antonio Palocci Filhotem afirmado que a opção declaradamenteassumida pelo governo é pelo caminho maissimples, pois implementar todas as reformasde uma única vez seria impraticável. Sejacomo for, se tudo correr como o desejado

por Palocci, somente em2004 se discutiriam temascomo alíquota de 35% paraquem ganha mais de dezmil reais por mês e acorreção da tabela doImposto de Renda em17,5% sobre os valoresatuais, temas igualmentefundamentais para o dia-a-dia do brasileiro médio.

Como se vê, falta per-correr um longo caminhoainda para se atingir oideal previsto por muitosempresários, especialistase trabalhadores. A criaçãoda pirâmide justa: tributarmenos, uma base maior, emais, um grupo menor.Com a palavra, o Con-gresso Nacional.

EBS Sistemas

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opinião

Para justificar o déficit da Previdência,o Governo Federal tem utilizado,sistematicamente, o servidor públicocomo bode expiatório, levando para aopinião pública a comparação dos seusbenefícios que são integrais, com os dotrabalhador da iniciativa privada que temaposentadoria limitada a R$ 1.561,56 peloINSS. Aquele que hoje tem seu benefícioameaçado, sempre pagou para ter umaaposentadoria integral.

O servidor público da administraçãoindireta, além de aposentar-se pelo INSS,paga a previdência complementar paragarantir o seu salário integral por ocasiãode sua aposentadoria. Os servidores doBanco do Brasil e da Caixa Econômica,por exemplo, têm tranqüilidade esegurança com os fundos de pensão Previe Funcef que não se houve falar em déficit,ao contrário, são eficientes e investem emvários setores da economia.

Servidor público: mais uma desculpapara o déficit da Previdência

Antes de sugerir açõesque ferem a figura do direitoadquirido, o Governo deve

fazer um discursotransparente, divulgandoamplamente os cálculosatuariais que comprovemo déficit da Previdência

Por Raimundo Cabral de Souza

Então, que diferença faz para oservidor público da administração diretapagar sua contribuição integral dire-tamente ao Governo ou pagar parte a umainstituição de previdência comple-mentar? Seria mais justo nivelar porcima, eliminando ou aumentado o limitepara aposentadoria do trabalhador dainiciativa privada, o que resolveria ao

mesmo tempo o problema de caixa daPrevidência com o aumento imediato dascontribuições previdenciárias.

Tributar o aposentado, que está háquase oito anos sem reajuste de seusproventos, com o encargo, não resolveráos problemas da Previdência, mas seráum precedente perigoso para as garantiase direitos individuais do cidadãobrasileiro previstos em nossa Cons-tituição. Antes de sugerir ações que ferema figura do direito adquirido, o Governodeve fazer um discurso transparente,divulgando amplamente os cálculosatuariais que comprovem o déficit daPrevidência e revelar como está sendocomputado no orçamento os recursosintegrais provenientes de contribuiçõescomo: Cofins, PIS, CSSL e CPMF.

Ao analisar o mercado de entidadesde previdência complementar, obser-vamos uma realidade de evolução ecrescimento, o que coloca em questão aadministração da previdência oficialbrasileira. Diversas podem ser as causasdessa situação. Uma provável é osucateamento da máquina administrativa,proveniente da colocação de servidor emdisponibilidade, sob a alegação desuposto excesso de servidores.

Outros motivos: a aposentadoria emmassa em 1994 e 1995 devido a in-corporação de função e os quintos queameaçaram a perda de direitos e demissãovoluntária que deixou em vacâncias car-gos decorrentes das aposentadorias emortes, sem considerar, ainda, a neces-sidade de mais servidores para atender ocrescimento natural da Previdência. Essaspolíticas equivocadas dificultam ocontrole interno da previdência deixando-os vulneráveis às ações fraudulentas,aumentando o déficit.

Outra questão a ser considerada paradiminuir o ‘buraco da previdência’ é a basede cálculo das contribuições. Na medidaque a folha de pagamento aumenta, cres-

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Tributar o aposentado,que está há quase oito anos

sem reajuste de seusproventos, não resolverá osproblemas da Previdência

cem também os encargos previdenciáriospara o empresário. Esse fato amplia ocontingente de trabalhadores na infor-malidade, sem nenhuma contribuição paraa previdência. Se a base de cálculo fosse ofaturamento e o governo estimulasse a to-das as empresas a ter suas operações regu-larmente contabilizadas, inibiria as sone-gações e estimularia o emprego formal.

Vale lembrar também que a Previdêncianão devia ter o papel solidário, mas sim denegócio. Outros benefícios como o Amparo

Assistência ao Idoso e ao Deficiente eaqueles concedidos ao trabalhador Rural,deveriam ser custeados por programas

Distribuição da população por faixa etária

Fonte: Texto para discussão n.º 47 - BNDES

específicos com outras fontes de recursosdo Governo. A Previdência deveria terapenas a obrigação de cumprir seus

compromissos com seus par-ticipantes/contribuintes.

O limite da contribuição até R$1.561,56, impede a Previdência dearrecadar mais com um menorcusto, considerando que a populaçãodo nosso País é ainda muito jovem,conforme quadro ao lado.

É justo o cidadão brasileiro,em especial aquele que dedicasua vida ao serviço público,levar o ônus de uma dívida quenão é dele? Nossos parlamen-tares, ao pensar na Reforma daPrevidência, não devem fazerdo servidor mais uma vítima damá administração.

Raimundo Cabral de Souza é contadore auditor aposentado do Ministério

da Saúde, membro da diretoria doSescon/RN e diretor da Cabral

AuditoresAssociados S/C Ltda.

[email protected]

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previdência

Se por um lado, o atual projeto dereforma tributária visa, no mínimo, manteros mesmos níveis de arrecadação - cercade 35% do PIB - sem com isso diminuirefetivamente a carga sobre os con-tribuintes, a reforma da Previdência tempor objetivo aumentar a economia dogoverno. Algo em torno de R$ 12 bilhõessobre os gastos atuais. Para isto, oMinistério da Previdência resolveu mexerem uma casa de marimbondos que ogoverno Fernando Henrique tentou atingirmas se viu obrigado a abandonar dianteda enxurrada de contestações judiciais quesofreu: o funcionalismo público.

Dentre as diversas idéias debatidas en-tre os técnicos e a trindade presidente Lula,Ricardo Berzoini (Previdência) e JoséDirceu (Casa Civil), com direito asugestões do ministro Antonio Palocci(Fazenda), o modelo preferido recaiu sobreas reformas que envolvam os cortes nosgastos com os servidores. Apesar de atingirum grupo que historicamente sempreapoiou a legenda petista, estrategicamente,a intenção era, além de sinalizar com apossibilidade de economia de valoressignificativos a curto e longo prazo, a deatrair os governadores para a causa. Umavez que a maioria dos Estados sofrem comuma crescente incapacidade financeiragerada por suas folhas de pagamento.

Ao receber o sinal verde dos governa-dores, o Planalto deu início a uma conten-da de resultados por ora imprevisíveis.Isto porque, dentro do seu projeto, ogoverno Lula propõe a cobrança de 11%de contribuição dos funcionários inativos,já a partir de R$ 1.058,00 reais (mesmafaixa de isenção do IR), o que deverá atin-gir uma significativa parcela de aposen-tados. Esta medida, se aprovada peloCongresso, desencadearia uma onda dereformas que atingiriam o funcionalismodentro dos Estados.

Projeto de reforma da Previdência seconcentra somente no funcionalismoEnquanto o governo propõe importantes mudanças junto ao sistema de previdência dos servidorespúblicos, questões como os altos encargos sociais para as empresas ainda não figuram na pauta dosdebates que serão travados no Congresso

Outras propostas envolvem aumentode idade mínima para aposentadoria (aexemplo do que já ocorreu com a ini-ciativa privada), redução em 30% para aspensões pagas a beneficiários diretos,estabelecimento de tetos para o fun-cionalismo dos três poderes ea instituição de aposentadoriascomplementares para os inte-ressados.

Debate simplistaPara contornar as possíveis

medidas judiciais, a intençãoé aprovar reformas que me-xam diretamente com a Cons-tituição. Tudo politicamenteperfeito não fosse por umdetalhe, dentro do próprio par-tido do Governo e de centraissindicais, historicamente li-gadas ao PT, surgiram vozesque contestam os números doprojeto. Segundo alegam alguns técnicosligados à CUT - Central Única dosTrabalhadores, a taxação dos inativos apartir de um patamar tão baixo, mediantecompensação com previdência privada, sóbeneficiaria os futuros administradoresdestes fundos de pensão, os banqueiros.Idéia rebatida pelo próprio ministroBerzoini com o argumento de que o caixado governo não pode seguir financiandoas aposentadorias do funcionalismo nosmoldes atuais. Um gasto que chega a R$64 bilhões por ano, pois para cada realdesembolsado pelo servidor o governoarca com outros dois.

Segundo o economista e professor daUnicamp, Licio da Costa Raimundo,quando se trata de reforma da Previdência,“não se pode discutir somente o focofinanceiro, pois o papel dela deixa de seranalisado como distribuidora de bene-

fícios sociais”. Em sua avaliação existeuma simplificação do debate, que corre orisco de não resolver problemas es-truturais do sistema de benefícios.

Um exemplo que pode ser citado sãoos dados fornecidos pelo IBGE, na se-

gunda quinzena do mês de abril. Deacordo com o levantamento do Instituto,somente no Estado de São Paulo, em umano, o número de contratações gerou426 mil novos postos de trabalho, emrelação ao período anterior. O únicoproblema é que 77% destas contrataçõesocorreram dentro do mercado informal(194 mil sem carteira e 133 mil ‘traba-lhando por conta’).

Em resumo: enquanto o governopropõe a legítima mudança no modelo,que chegou a criar em muitos casos umaelite de trabalhadores, deixa de atacar umaquestão gravíssima: a incapacidade demuitas empresas para contratar for-malmente novos empregados, em funçãodos altíssimos encargos sociais, que temcomo conseqüência o crescente númerode brasileiros totalmente à margem dosistema de Previdência.

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Ministro Ricardo Berzoini: funcionalismopúblico na mira

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 89 - 19

palavra do presidente

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tecnologia da informação

O Press Clipping da Fenacon, já emseu terceiro ano, além de trazer asprincipais informações do dia, de inter-esse das empresas da base derepresentação, vem, cada vez mais,tornando-se uma porta de entrada paraserviços im-portantes paraassociados efiliados do Sis-tema Fenacon,ou seja, as em-presas de ser-viços contá-beis, assesso-ramento, perí-cias, informa-ções e pes-quisas.

Nas ediçõesdo mês de abril, por exemplo, através daferramenta, foram disponibilizados linkspara o site da 10a Conescap, para oPrograma IRPF 2003, além de dicas paraa declaração do Imposto de Renda e

Press Clipping da Fenacon:serviços e informações onlineBoletim eletrônico leva, todos os dias, a 13 mil leitores, além de links deserviços, cerca de 30 matérias e artigos dos principais jornais e revistasdo país, com notícias da área gerencial, fiscal, política, tributária,previdenciária e tecnológica

Por Nivaldo Cleto

notícias do Novo Código Civil. Através doboletim, ha ainda a possibilidade dedownload da apostila sobre ‘A Empresa noNovo Código Civil’, produzido pelaFenacon, e da Revista Fenacon emServiços, ambos em PDF.

Parceria entre a Fenacon e a empresade informações e consultoria Fiscal eTributária Fisco Soft permitiu ainda, porexemplo, pesquisa às dúvidas maisfreqüentes dos contribuintes em relação ao

IRPF disponibilizadas pela SRF. Desdesua inauguração, em 16 de maio de 2001,é, portanto, incomensurável a ajuda queo boletim online vem oferecendo aos seusrepresentados em notícias e serviços.

Em um mundo de informaçõescirculando em tempo real e fundamentaispara a agilidade e qualidade dos negócios,acredito no press clipping como umaimportante ferramenta para nós, dirigentes,que não temos tempo para acompanhar asnotícias de todos os jornais e revistas,

diariamente. Vale res-saltar que as informaçõessão selecionadas, por-tanto, direcionadas paraatender às nossas neces-sidades empresariais.

Nossa iniciativa, pio-neira, nos obriga a con-tinuar levando a você, deforma simples, ágil eeficiente, os serviços e osfatos relevantes do cenáriotributário, contábil, em-presarial e social do País.

É o nosso compromisso. Boa leitura!

Nivaldo Cleto é empresário contábile diretor de Tecnologia e

Negócios da [email protected]

Press Clipping Fenacon: diversoslinks de serviços para os usuários

Press clipping inaugural, colocado noar pelo departamento de Tecnologia daFenacon, no dia 16 de maio de 2001

Senac

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InstitucionalFenacon

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publicado & registrado

Artigo do presidente da Fenacon, PedroCoelho Neto, foi destaque no Jornal GazetaMercantil, seção ‘Cartas & Opiniões, do dia22 de abril. Com o título ‘Os vetos ao Refis eao Simples’, Pedro Coelho, avalia, em seutexto, a grande mobilização e capacidade dearticulação que o setor de serviços vem tendo

contra os vetosà MP 66,

IRPF, Refis e Simples na imprensaque prejudicou um grande contingente demicros e pequenas empresas do País.

O presidente da Fenacon também cobra noartigo maior abertura do governo para o de-bate dos temas que afetam o setor. “Negam-nos, assim, o direito de saber o que estãodecidindo sobre o futuro dos nossos negócios,a manutenção das nossas empresas e, conse-qüentemente, a sobrevivência das nossasfamílias”, afirmou.

Pedro Coelho criticou ainda a posição deabstenção do Governo atual em relação à“reativação do Refis para as empresas que seacham sufocadas pelas dívidas, bem como aampliação do Simples para todas as empresasprestadoras de serviços que permaneceminjustamente privadas desse benefício”. Oartigo também foi publicado pela RFS naedição n° 88, ‘Palavra do Presidente’.

CNCO ‘Movimento nacional contra os vetos

ao Refis e ao Simples’, que ocorreu no dia19 de abril, em Brasília (ver matéria na edição

88, da RFS) também foi abordado noinformativo da CNC, o ‘CNC Notícias’. Notexto, o presidente da Fenacon comemora amobilização de centenas de pessoas, entreparlamentares, empresários e lideranças dosetor de serviços, debatendo a MP 66.

IRPFOutro tema que levou a Fenacon à grande

imprensa, foi o IRPF 2003. Dessa vez, aentidade, através do diretor de Assuntos Le-gislativos e do Trabalho, Sauro Henrique deAlmeida, junto com outros tributaristas,respondeu às dúvidas dos leitores sobre o tema.A seção ‘Imposto de Renda - Tire suas dúvidas’saiu diariamente no caderno de Economia dojornal O Estado de São Paulo, entre os dias 6e 30 de abril.

CNC Notíciasdivulga ‘Movimentonacional contra os vetos ao Refise ao Simples’

A Fenacon, atravésdo diretor Sauro Almeida, prestou

esclarecimentos aos leitores doEstadão, na coluna ‘Imposto de Renda -

Tire suas dúvidas’

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10ª conescap

‘Dream team’ em Florianópolis

Dulce Magalhães

‘Os movimentos da mudança’Doutora em Planejamento de Carreira

pela Universidade Columbia (USA); mes-tre em Comunicação Empresarial pela Uni-versidade de Londres (Inglaterra) e pós-graduada em Marketing pela ESPM/SP.

Walter Lerner

‘Como planejar e organizarserviços altamente lucrativos’

PhD in Human Resources pela WorldUniversity Benson - Arizona-EUA, emestre pela Universidade de Extre-

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Centro Histórico de Laguna. A cidade, localizada à 120 km ao sul de Florianópolis,por sua história, seus casarões antigos e monumentos, foi tombada pelo PatrimônioHistórico Nacional. Possui população de 70 mil habitantes, na sua grande maioriade origem açoriana

Escolhidos a dedo pela ComissãoOrganizadora da 10ª Convenção Nacionaldas Empresas de Serviços Contábeis e dasEmpresas de Assessoramento, Perícias,Informações e Pesquisas - 10ª Conescap, ospalestrantes que irão integrar a programaçãotécnica serão um dos grandes destaques doevento. Considerados algumas das maioresautoridades nos assuntos ligados ao temacentral, focarão ‘A excelência na gestão dasempresas de serviços’.

Mais do que um time de estrelas, con-quistaram tais posições com reflexõesfundamentais que vêm ajudando nacompreensão e nos debates a respeito doscaminhos que devem ser seguidos pelasempresas de serviços em meio aoturbilhão de novidades que entremeiamo mundo corporativo moderno. São eles:Dulce Magalhães (Os movimentos damudança); Walter Lerner (Como planejare organizar serviços altamente lu-crativos); Paulo Stavitzki (Toque dedespertar); Nuno Cobra (A semente davitória); Carlos Alberto Júlio (Rein-ventando você!); Eugênio Mussak(Competência ou pressuposto da com-petitividade) e, por fim, a Torres JazzBand (Jazz com humor).

Palestrantes da 10ª Conescapmadura-Espanha e pela Faesp/SP. Dirigeatualmente o Centro de Estudos ePesquisas para o Aperfeiçoamento deGestões Empresariais na Associaçãodos Ex-Alunos da Fundação GetúlioVargas - FGV.

Paulo Stavitzki

‘Toque de despertar’Diretor da Evolução Treinamento

Empresarial, instrutor na área com-portamental, marketing, vendas eatendimento ao cliente. Apresentadordos vídeos empresariais: ‘É hora demotivação’ e ‘É hora de surpreendero cliente’.

A 10ª Conescap acontece de 15 a 17de outubro, no Centro de Convenções deFlorianópolis-SC. Serão disponibilizadasvagas para apenas 1000 convencionais.Vale lembrar que, até o dia 31 de maio, ovalor das inscrições para o titular é de R$250. A partir de 1º de junho, o investi-mento passa para R$ 350. Para acom-

Nuno Cobra

‘A semente da vitória’Professor, pós-graduado em Educação

Física pela USP, é respeitado mundialmentepor suas realizações. Foi preparador físico deatletas famosos, entre outros, Ayrton Senna(por mais de 10 anos) e Rubens Barichello ede executivos e empresários, dentre os quaisAbílio Diniz, um dos maiores empre-endedores do varejo de alimentos do País.

Carlos Alberto Júlio

‘Reinventando você!’Presidente da HSM Management, pro-

fessor, palestrante e consultor. Graduado

panhantes, passa de R$ 150 para R$ 250.Desde janeiro, está no ar o site

(www.conescap. com.br), com serviços denotícias, inscrições e demais informaçõessobre o evento. A convenção é umapromoção da Fenacon e realização dosSescons de Santa Catarina, GrandeFlorianópolis e Blumenau.

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 89 - 23

em Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing Estratégico pelaHarvard Business School (Boston-EUA)e pelo IMD (Lausanne-Suiça).

Eugênio Mussak

‘Competência ou pressupostoda competitividade’

Consultor de grandes empresas, é hojeum dos palestrantes brasileiros maisrequisitados do País, segundo a RevistaVeja. Formado em Medicina, é consa-grado pela sua grande capacidade decomunicação, humor e clareza com queexpõe suas idéias.

Torres Jazz Band

‘Jazz com humor’Clássica banda de Jazz dos palcos de

New Orleans-EUA, é formada por sete inte-grantes que desenvolvem um trabalho naárea de treinamento, focalizando cria-tividade, liderança e trabalho em equipe.

16h15 às 17h45 - ‘A semente da vitória’- Nuno Cobra20h30 - Jantar de confraternizaçãodançante

DIA 17/10/2003 - SEXTA-FEIRA10 às 11h30 - ‘Reinventando você!’ -Carlos Alberto Júlio11h30 às 12hs - Espaço parapatrocinadores12 às 14hs - Almoço livre14h15 às 15h45 - ‘Competência oupressupostoda competitividade’ - Eugênio Mussak15h45 às 16h15 - Intervalo16h15 às 17h45 - ‘Jazz com humor’ -Torres Jazz Band18h15 às 19hs - Encerramento oficialda 10ª Conescap

DIA 15/10/2003 - QUARTA-FEIRA19hs - Abertura oficial da 10ª Conescap20h30 - Apresentação artística21hs - Inauguração da exposiçãoe coquetel de boas vindas

DIA 16/10/2003 - QUINTA-FEIRA9 às 10hs - ‘Os movimentos damudança’ - Dulce Magalhães10 às 10h30 - Intervalo10h30 às 12hs - ‘Como planejar eorganizar serviços altamente lucrativos’- Walter Lerner12 às 12h30 - Espaço para ospatrocinadores12h30 às 14hs - Almoço livre14h15 às 15h45 - ‘Toque de despertar’- Paulo Stavitzki15h45 às 16h15 - Intervalo

Programação da 10ª Conescap

Informações: (48) [email protected]

Alterdata

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rápidas

Vice-presidenteda Fenacon naACSP

Encontro daMulher

ContabilistaEntre os dias 22 e 24 de maio,

acontece, no Ouro Minas Palace Ho-tel, em Belo Horizonte-MG, o ‘IVEncontro Nacional da MulherContabilista’. O evento é uma rea-lização do CFC e do CRC/MG e terácomo tema central ‘Mulher con-tabilista - perspectivas e desafios’. A

palestra de aberturaterá como expo-sitora a ministra deEstado da Assis-tência e Ação So-

cial, Benedita da Silva.Informações: www.cfc.org.br/crcmg.org.br ou (31) 3261-6167.

O vice-presidente da Fenacon(Região Sudeste) ,Antônio Marangon,integra, desde o dia27 de março, a di-retoria plena da As-sociação Comercialde São Paulo - ACSP.Sua nomeação acon-teceu na cerimônia deposse do presidenteda Federação das As-sociações Comerciais do Estado de SãoPaulo - Facesp e ACSP, Guilherme AfifDomingos.

Estavam presentes no evento, o presidenteda República, Luiz Inácio Lula da Silva; ogovernador do Estado, Geraldo Alckmin, e

O Senac/SP inaugurou, no dia 26 demarço, um Centro de TecnologiaAplicada que irá funcionar como uminstituto de pesquisas e um pólo irradiadorde capacitação e especialização de profis-sionais para setores de alta tecnologia. Aunidade, com capacidade para 8.520alunos, atuará como centro de referênciaem qualidade de software, prestando,ainda, consultoria e assessoria em

tecnologia da informação e telecomuni-cações. O vice-presidente da Fenacon (Re-gião Sudeste), Antônio Marangon, par-ticipou da solenidade, representando opresidente Pedro Coelho Neto.

O prédio ocupa área de 5,2 mil m2, comdez laboratórios (de testes e avaliações deprodutos), 35 salas de aulas e biblioteca comacervo de 5 mil livros. A inspiração para anova unidade veio de centros internacionais

de referência tecnológica, como o MIT -Massachusetts Institute of Technology, oGeorgia Tech - Georgia Institute of Tech-nology e o Senac College do Canadá. Aidéia é que o Senac passe a ser conhecidono País por seu aporte tecnológico, altacapacidade de integração de tecnologiasdiversificadas e por sua grande capacidadede difundir o uso de tecnologia emprocessos de gestão e controle.

Acompanhado do deputado e presidentedo Núcleo Parlamentar de Estudos Contábeise Tributários - NPECT, Gerson Gabrielle(PFL/BA), o presidente da Fenacon, PedroCoelho, participou de audiência com osecretário da Receita Federal, Jorge DeherRachid, quando reivindicou a criação de umgrupo para estudar a ampliação do Simplespara as empresas de serviços.

A pauta seria resolver o impasse emque se encontra o Simples, apresentandoa realidade das empresas do setor deserviços. Na opinião de Coelho Neto, oque ocorre é um total desconhecimentopor parte dos órgãos públicos sobre temasligados às empresas afetadas.

Senac inaugura Centro de Tecnologia Aplicada

eventos

23ª Contesc‘O contabilista e a gestão do so-

cial’ é o tema principal da 23ª Con-venção dos Contabilistas do Estadode Santa Catarina - 23ª Contesc. Oevento será na cidade de Jaraguá doSul-SC, de 17 a 19 de julho. A pro-moção é dos Sescons de SantaCatarina, Fecontesc e CRC/SC erealização do Sindicont de Jaraguá doSul. A Fenacon contará com umestande que divulgará a 10ª Conescappara os convencionais. Informações:www.23contesc. com.br.

Visita ao secretário da Receita FederalEsteve presente, também, o secretário

adjunto da Receita Federal, Carlos AlbertoFreitas Barreto, que se prontificou emanalisar as propostas anteriormenteenviadas pela Federação e marcar umanova reunião para tratar do assunto.

“O secretário foi bastante receptivo eficou de estudar a possibilidade de umencontro para que ambos os lados possamexpor seus motivos”, confirmou o pre-sidente da Fenacon. “Esta é uma formade sinalizarmos nossa disposição emdialogar com o governo para resolvermoso mais breve possível esse impasse. Ocanal de negociação começa a serconstruído”, finalizou.

O presidente Luiz Inácio Lula daSilva fala acompanhado pelo

novo presidente da ACSP,Guilherme Afif Domingos e do

governador de São Paulo,Geraldo Alckmin. No detalhe, o

presidente Lula e Afif Domingosconversam durante a solenidade

de posse

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o ministro da Integração Nacional, CiroGomes. Ao todo, cerca de 3,5 mil pessoas,entre líderes empresarias e da sociedade civil,secretários de Estado, deputados, vereadorese presidentes de Associações Comerciais deoutros Estados participaram da solenidade.

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 89 - 25

regionais

Sistema Fenacon

Economia de tempo, dinheiro, pra-ticidade. Estas são algumas das vantagensda Internet, ferramenta tecnológica, cada vezmais, imprescindível no mundo corporativoatual. Atentos a esta realidade, os sindicatosfiliados à Fenacon buscam acompanhar eoferecer o que há de melhor em informaçõese serviços desta nova mídia para as empresasassociadas e filiadas.

Um exemplo é o site do Sescon/SE(www.sescon-se.org.br), lançado no mês demarço. Além de trazer informaçõesinstitucionais, seção de serviços, abrangendocursos, convê-nio com esta-giários com aUnit e o IEL einformativosvia Internet, ahome page ofe-rece notíciasem tempo realdo site de infor-mações ÚltimoSegundo. Alémdessas facilida-des, os associados e filiados também podemconferir as edições da Revista Fenacon emServiços, disponibilizadas em extensão PDF.

Com visual moderno e utilizando-se davasta gama de recursos em HTML, o sitetraz a possibilidade de busca na web, e seçãocom orientações sobre os serviços dis-ponibilizados pelo sindicato, tais como asmesas redondas, mensais, sobre temasvariados; os cursos de aperfeiçoamento compreços diferenciados; convênio com oBanco do Estado de Sergipe (Banese), paraa aquisição de microcomputadores para os

Sindicatos onlineassociados, além deparcerias com diver-sas empresas.

Portalreformulado

Apresentandolay out arrojado e grande variedade deserviços e informações, o site do Sescon/DF foi totalmente reformulado. O site(www.sescondf.org.br) também traz linkpara o Último Segundo e uma área com

diversos serviços voltadospara associados e filiados,como ‘Legislação Tri-butária e Aduaneira’,‘Modelos de Documentos(Normas Internas, Con-trato de Prestação deServiços e Modelos deacordo com o Novo Có-digo Civil)’, ‘Balcão deEmpregos’, e ‘Conven-ções coletivas’.

Há ainda links debusca na Web (Google) e para os site doGoverno Eletrô-nico (e-gov), 10ªConescap, Fena-con, além de ser-viços como cota-ções e previsãodo tempo. Outrasseções de desta-que são as de cur-sos e eventos elinks úteis, com19 opções de por-

tais, como o daReceita Federal,DNRC, CálculosOn-line, DiárioOficial da União,bancos, jornais erevistas.

Novo site doSescon/MG

Outro site quepassou por total reestruturação foi o doSescon/MG. Com sistema de busca eextensa barra lateral de serviços einformações, o portal apresenta link denotícias; boletim eletrônico; calendáriode obrigações; calendário de eventos;cursos e palestras, com campo parainscrição online; convenções coletivas eorientações sobre os serviços e parceriasdo Sescon/MG, como, por exemplo, coma Jucemg, a Receita Federal e a Previ-dência Social.

Nessa seção, o internauta conhecetambém outros serviços do sindicato, comoos convênios com o Granada Iate Clube eo odontológico, para o empresário titular,extensivo aos filhos, cônjuge, funcionáriose aos seus clientes, com desconto especial;modelo de contrato de prestação de ser-

viços contábeis; Co-missão Paritária deConciliação Traba-lhista e participaçãoem Ações JudiciaisColetivas de inter-esse das associadas.Há ainda acesso aum balcão de em-pregos e a sites de in-teresse das empresasrepresentadas.

site do Sescon/MG

Sescon/SE on-line

Home page do Sescon/DF

CartonagemFernandez

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26 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 89

desenvolvimento pessoal

por Paulo Angelim

Aprenda como pescar asmelhores idéias

“O cérebro é como umpára-quedas: só funciona

quando está aberto!”

Brainstorming é algo facílimo deentender, mas dificílimo de praticar!Segundo o famoso dicionário em inglêsMerrian-Webster, brainstorming é “umatécnica de grupo para solução deproblemas, que envolve a contribuiçãoespontânea de idéias de todos os membrosdo grupo”. Paratentarmos aplicá-la, vou proporuma analogia:os peixessão asidéias, arede é suamente, e ospescadoresque esco-lhem os pei-xes é seu dis-cernimento.1) A rede éum objeto fu-rado, arejado,com uma tra-ma que per-mite que ospeixes sejamcapturados. Assim também devem serseus filtros mentais. Dependendo damalha que definir para sua rede mental,você pegará idéias (peixes) grandes ounão. Mas você não pode se dar ao luxo dedesperdiçar nenhuma idéia.

Diferentemente da rede de pescador, naqual todas as malhas têm o mesmotamanho, sua rede mental tem que sermultidimensional, com espaços pequenose grandes, para pegar aquelas idéias que‘parecem’ pequenas, mas podem tergrande valor. Outro aspecto é que a redeprecisa estar aberta e estendida, para quefuncione apropriadamente. Exatamentecomo deve estar sua mente (rede mental)na hora de buscar as idéias. É como diziaJames Dewar: “O cérebro é como umpára-quedas: só funciona quando estáaberto!” Seu objetivo nesta etapa doprocesso é capturar.

2) Na hora da captura, não é o momentode se fazer seleção. O nome já diz:captura. Portanto, com a rede mentalaberta, esteja pronto para receber todo tipode idéia (peixes). O momento de criticarou julgar é outro. A razão é simples: sevocê começar a meter a mão na rede paratirar aqueles peixes (idéias) que vocêjulga serem ruins, você espantará osoutros peixes (idéias) que ainda estão porvir para a rede. Exatamente comoacontece nas reuniões.

Depois da primeira crítica, as mentesdos participantes do brainstormingcomeçam a ficar inibidas, tímidas,algumas até amedrontadas. E não é issoque você quer, certo? Outro aspecto quejustifica deixar o julgamento para depoisé o fato dos peixes ainda estarem dentro

d´água, o que lhe impede dejulgar com clareza, sem

distorções. A água, muitasvezes turva por causa doambiente carregado pelosefeitos do problema vi-vido, impede que vocêdistinga se o peixe (idéia)é realmente bom ou não.3) Com a rede cheia, deixeo momento de captura ecomece o julgamento. Arede precisa estar cheiaporque se ainda existeespaço nela para trazermais peixe (idéias), por

que desperdiçá-lo? Isso se chamaprodutividade e também vale para quandose está produzindo idéias. É hora de levara rede para a praia. Veja que você nãoprecisará deixar o ambiente físico ondeestá realizando o brainstorming paracomeçar a seleção das boas idéias. Masprecisará levar sua rede mental para umaoutra postura, ou seja, você precisaráimergir agora em uma nova atitude.4) Neste momento de seleção, a atitude édiferente de quando você estava cap-turando os peixes (idéias). Na hora queestamos pegando os peixes, o silêncio da

crítica é fundamental para que os peixescontinuem chegando próximos à rede.Mas na hora da seleção, o ambiente é dediscussão mesmo. E não pode existircomplacência. Nessa situação, o barulhodas argumentações de ‘pontos-de-vista’distintos é bem-vindo. Mas, jamais abramão do bom senso na hora de julgar. Aidéia (peixe) boa fica e a ruim joga-se fora.Mas por que jogar fora? Não dava paraestocar, numa espécie de segunda lista deopções? A resposta é não!

5) Entenda! O brainstorming é um meio,uma ferramenta. O que você quer real-mente é solucionar problemas utilizando-se de boas idéias. Idéias estocadas não sãosoluções, assim como peixe ruim não servepara comer ou comercializar. Isso porquenossos recursos são limitados. No caso dopescador, ele tem cestos, uma geladeira, umcarrinho e uma banca com tamanhoslimitados e por isso não pode vender todosos peixes, apenas os melhores.

No seu caso, você não tem o tempo nemo recurso financeiro necessários para ficartestando todas as idéias. Por isso, vocêprecisa ser seletivo e usar somente aquelasidéias que julga adequadas. Idéia escritaem relatório não gera solução. Soluçõesvêm a partir de idéias em execução.Portanto, rua com as idéias ruins. É lógicoque esses cinco passos não esgotam tudoque precisamos saber sobre brainstorming.Mas, certamente, já é um bom começo paravocê ou sua empresa não correr o risco decair na rede do insucesso!

Paulo Angelim é arquiteto,pós-graduado em marketing,

palestrante especializadonas áreas de marketing,

vendas e motivaçã[email protected]

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 89 - 27

InstitucionalFenacon

10ª Conesp

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