edição 120 - versão 11 - 3 - 2009 · carentes de corpo e de alma; 5) apesar de não saber nada...

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8 TRIBUNA POPULAR Edição N° 49 - Sábado, 03 de novembro de 2007 Espe ONG de Jaboatão envia jovens das ruas para trabalho na Esp Aluna do curso profissionalizante de auxiliar de cozinha e restaurante entre os legumes para preparar salada. As aulas são ministradas no restaurante-escola da entidade. Os alunos ainda passam por um estágio de 215 horas em restaurantes de grande porte do Recife. “Terão uma vida que nunca sonharam. Estarão trocando um ambiente de risco social por um de primeiro mundo.” PADRE RAMIRO LUDEÑA Y AMIGO VISIONÁRIO DA ESPERANÇA FOTOS MARCELO FERREIRA/LUZES Os jovens receberão o equivalente a R$ 2 mil e terão todos os direitos trabalhistas JOSÉ AMBRÓSIO [email protected] Jovens da periferia de Jabo- atão dos Guararapes que vivem em áreas de alto risco social es- tão tendo a oportunidade de de- finir uma profissão e até mes- mo de deixar o país para traba- lhar legalmente na Espanha, re- alizando um sonho que talvez nem mesmo tenha sido sonha- do por alguns, em razão da pou- ca ousadia e ausência de crença em um futuro melhor. Até o final deste ano, pelo menos 12 jovens deverão cru- zar o Atlântico para trabalhar em hotéis na terra de Miguel de Cervantes, deixando para trás adversários que longe de serem moinhos de vento, são dura- mente reais, cruéis e implacá- veis, como a falta de perspecti- va, a vulnerabilidade e o assé- dio de aliciadores do tráfico. “Estes jovens estão tendo uma oportunidade que jamais teriam caso por aqui permane- cessem. Eles terão a possibili- dade de mudar suas vidas, de suas famílias e até dos bairros onde moram, em uma ou duas décadas”, exulta o padre espa- nhol Ramiro Ludeña Y Amigo, idealizador, fundador e coorde- nador da organização não-go- vernamental Movimento de Apoio aos Me- ninos de Rua (Mamer), que funciona no bairro militar de Socorro. PRIMEIRO MUNDO - De a- cordo com o pa- dre Ramiro, a expectativa é de que se possa en- viar até 60 rapa- zes e moças pa- ra trabalhar na Espanha a cada ano. Ele explica que isso está sendo possível graças aos cursos de hotelaria que desenvolve no Mamer, que preparam os jovens principal- mente para atuarem na área de restaurantes. E diz que a entra- da dos jovens já está acertada com o governo espanhol. No momento, oito rapazes e moças já foram selecionados. Os contemplados estão tendo aulas de reforço de espanhol e ética. Eles receberão inicial- mente salários que na moeda brasileira ficarão em torno de R$ 2 mil, além de todos os di- reitos trabalhistas. “Terão uma vida que nunca sonharam. Es- tarão trocando um ambiente de risco social por um de pri- meiro mundo”, compara o reli- gioso. Atualmente, quatro turmas de 35 alunos concluem os cursos de ho- telaria, que se- gundo o coor- denador peda- gógico da insti- tuição, Fernan- do Sérgio, po- dem ser com- parados aos que são oferecidos pelo Senac. Para participar do curso, o jovem precisa ter entre 18 e 22 anos, estar estudando e a renda familiar não pode ul- trapassar a um salário mínimo. “São pessoas que não teriam acesso aos cursos do Senac e Senai”, justifica o padre Ramiro. Os cursos profissionalizantes de auxiliar de bar, de cozinha e res- taurante têm duração de seis me- ses. As aulas são ministradas no restaurante-escola da entidade. Os alunos ainda passam por um estágio de 215 horas em res- taurantes de grande porte do Recife. A maior parte dos que freqüentaram as primeiras tur- mas está atuando na área. Localizado no bairro militar de Socorro — rodeado por um cinturão de pobreza e miséria — o Movimento de Apoio aos Meninos de Rua (Mamer) atrai rapazes e moças todos os dias 9 TRIBUNA POPULAR Edição N° 49 - Sábado, 03 de novembro de 2007 cial s egressos panha Localizado em um bairro que é rodeado por um cinturão de pobreza e miséria, o Movi- mento de Apoio aos Meninos de Rua (Mamer) atrai rapazes e moças todos os dias. Muitos chegam acompa- nhados pelos pais, que vêem na instituição uma possibili- dade concreta de proteger seus filhos das ruas, como explica o padre Ramiro Ludeña Y Amigo. “Todos os dias chegam pedi- dos. Eu fico triste em ter que dizer não, pois tem muitas si- tuações de causar dó, de fome, de miséria mesmo”, conta o re- ligioso, que se encontra radi- cado em Pernambuco há 33 anos. Os candidatos a uma vaga no Mamer chegam do próprio bairro militar de Socorro (abri- ga o 14º Regimento de Infan- taria do Exército), Engenho Ve- lho, Quitandinha, Vila Pieda- de, Sucupira, Vila Rica, Dois carneiros e Cavaleiro. O Mamer, entretanto, não trabalha com meninos de rua propriamente, mas com adoles- centes que estão nas ruas de- senvolvendo alguma atividade para ajudar no sustento do lar, que ainda não se envolveram com a criminalidade ou a pros- tituição. ADOLESCENTE APRENDIZ - Além dos cursos de hotelaria, a entidade oferece o curso Ado- lescente Aprendiz, que duran- te três meses prepara o jovem para trabalhar como auxiliar administrativo em instituições financeiras. Atualmente, 116 rapazes e moças trabalham em agências da Caixa Econômica em todo o estado de Pernambuco. Ou- tros cinco trabalham no Banco Real e um no Itaú. Todos rece- bem um salário mínimo e mais vale-transporte e vale-re- feição. Dezenas de adolescentes aguardam uma oportunidade. O padre Ramiro Y Amigo diz que a espera dos adolescentes poderia ser abreviada caso as empresas e órgãos públicos cumprissem a legislação que determina às empresas com 15 funcionários a contratação de aprendiz. “Já propus à Prefeitura, mas nada acontece. Sei que não se pode pretender absorver a todos. Mas se um adolescente vê o seu irmão ser acolhido e constata a sua mudança de vida, passa a acreditar que também será abri- gado e que poderá ter um futu- ro melhor, fugindo do roubo, da prostituição”, ensina o padre. Adolescentes são atraídos na entidade todos os dias Fundado em 1988, o Movi- mento de Apoio aos Meninos de Rua (Mamer) vem promo- vendo o resgate e a emancipa- ção de jovens. Um bom exem- plo é o coordenador pedagógi- co da entidade, o filósofo e pedagogo Fernando Sérgio, um ex-adolescente aprendiz da en- tidade que, como muitos ou- tros, souberam aproveitar a o- portunidade e mudar de vida. Aos 31 anos de idade, Fer- nando conta que foi seleciona- do pelo Mamer em razão de seus pais não terem condições de sustentar a numerosa famí- lia de sete irmãos. Só pai traba- lhava e recebia salário de salário mínimo. Em certos momentos, o salário mínimo que recebia como aprendiz era a única fon- te de renda da família. Morador da comunidade de Vila Rica, ele admite o risco so- cial a que estava exposto e diz que a estrutura emocional, mo- ral e religiosa da família não dei- xaram que ele se aproximasse da criminalidade, que batia às portas da comunidade, até o in- gresso no Mamer. Hoje, além dos títulos de filósofo e pedagogo, Fernando estuda para concluir o curso de pós-gradu- ação em gestão educacional. Outro exemplo é a psicólo- ga Rosilene Alexandrina da Silva. Também uma ex-apren- diz, ela agora ensina e transmi- te esperança aos que chegam à entidade. “Eles se identificam conos- co, pois vêem que se nós (in- cluía o companheiro de traba- lho Fernando Sérgio) conse- guimos mudar de vida, eles também podem”, conta. ARMADILHAS Danilo da Silva Alves, de 20 anos e morador da comunida- de Engenho Velho, é um dos alunos do curso de hotelaria. Ele afirma que a oportunidade tem sido fundamental. “Estou aprendendo uma profissão e me preparando me- lhor para a vida e para o mun- do, para não cair em armadi- lhas”, diz, reconhecendo o alto risco social existente na comu- nidade aonde reside. Outra que fala com entusi- asmo da oportunidade con- seguida no Mamer é Elinne Gomes de Aaraújo, de 21 anos, residente em Socorro. Também aluna do curso de hotelaria, ela diz que sua família é pobre e que não teria como pagar um curso profissionalizante. PERCENTUAL DE SUCESSO De acordo com o padre Ra- miro Y Amigo, cerca de 90% dos que passam pela institui- ção mudam de vida. “A maioria está trabalhando”, festeja o religioso, mesmo re- clamando do pouco reconhe- cimento das autoridades e do empresariado ao trabalho de- senvolvido. Ele diz que o trabalho é co- nhecido, mas não reconhecido, porque se o fosse, com ajuda adequada poderia multiplicar a ação. “Tem muitos batendo à porta”, diz. “Todos poderiam fa- zer algo mais”, acrescenta. ONG resgata e emancipa meninos de rua Adolescente, que vai até a sexta e que corresponde à in- ternação. A primeira medida é a advertên- cia. Em seguida, vem a obrigação de re- parar o dano. De- pois, a prestação de serviços à co- munidade. No momen- to, 16 rapazes freqüentam a en- tidade, na parte da manhã. Eles rece- bem atendi- mento social, médico-odontológico e psico- lógico, além da possibilidade de passar a freqüentar um dos cur- sos profissionalizantes. Eles passam a manhã no Mamer, onde também recebem reforço escolar nas disciplinas de ma- temática e português, além de praticar esportes. Mamer acolhe jovens em programa de liberdade assistida A psicóloga Rosilene Alexan- drina da Silva (ex-aluna apren- diz do Mamer), que coordena o programa de liberdade assistida da entidade, diz que não enfren- ta dificuldades com os adoles- centes. Segundo explica, eles têm bom comportamento tan- to na entidade quanto na escola e na comunidade, onde tam- bém supervisiona a movimen- tação dos adolescentes. Confiante na recuperação dos adolescentes (é a primeira turma a receber a assistência do Mamer) a psicóloga admite que eles reagem à escola, que afirma deixar muito a desejar nos bair- ros periféricos onde residem. “Mas eu mostro para eles que eu também venho da periferia, que fui aprendiz aqui no Ma- mer e percebo que isso melhora a auto-estima da turma. Eles se identificam comigo e sentem que também podem mudar de vida”, conta Rosilene. Experiência exitosa Fernando é ex-adolescentesaprendiz que trabalha no Mamer O Movimento de Apoio aos Meninos de Rua (Mamer) também acolhe adolescentes que estão cumprindo a medi- da sócio-educativa da liberda- de assistida. A modalidade ocu- pa a quarta colocação na escala do Estatuto da Criança e do Jovens que cumprem medidas sócio- educativas recebem reforço escolar e praticam esportes, como a capoeira

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6 Edição semanal N° 120 - De 14 a 20 de março de 2009 Edição semanal N° 120 - De 14 a 20 de março de 2009 7

TRIBUNA POPULAR

Opinião

ARTIGOS Textos devem ter no máximo 30 linhas, fonte Arial, tamanho 12. O conteúdo é de total responsabilidade de seus autoresCARTAS

Dia-a-Dia

Por Wilson Firmo(81) 8871-9644 / 9480-1276 [email protected]

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Toda semana eu aguardo/ e com muita ansiedade/ a TRIBUNA POPULAR/ por informar a verdade/ tudo que você imaginar/ nele tem como encontrar/ com profissionalidade.

GERSON SANTOSé poeta e cordelista

MST passa de todos os limites TEREZINHA NUNES*

A semana terminou com o país, ainda perplexo, diante do assassinato de

quatro seguranças de uma fa-zenda de São Joaquim do Mon-te por integrantes do MST.

Há muitos anos o MST, que surgiu como um movimento legítimo a favor da Reforma Agrária, transformou-se em abrigo de pessoas de todos os matizes, inclusive foragidos da polícia que penetram no movi-mento para se esconder.

Isso não é segredo para nin-guém. Nem para o Governo Federal, nem para a Polícia e nem para a Justiça. Mas, com o aval do Governo Lula que até agora já destinou R$ 50 mi-lhões para o movimento, ele foi crescendo em número de integrantes e em ousadia.

Começou invadindo pro-priedades improdutivas que eram depois desapropriadas pelo INCRA, mas depois pas-sou a invadir as produtivas também, como tudo indica, é o

caso da fazenda de São Joa-quim do Monte.

Neste caso, não se sabe por que, a justiça deu por nove ve-zes a reintegração de posse aos proprietários, o que demons-tra que eles têm direito às ter-ras, o INCRA soube sempre que não poderia desapropriar a área, e nenhuma providência foi tomada. Deu no que deu.

Um movimento que age desta forma precisa ser enfren-tado com coragem e determi-nação e isso é o que parece es-tar faltando no caso do MST. Mas há um estado brasileiro onde o MST perdeu muita im-portância nos anos recentes, que agiu diferente dos demais e vem se dando bem. É o Rio Grande do Sul. A governadora Yeda Crusius (PSDB) fez valer sua autoridade e manda a PM fichar todo sem-terra que age ilegalmente, seja invadindo terras produtivas, seja promo-vendo baderna.

Sabendo que quem pratica

um crime é réu primário mas quem pratica dois vai para a cadeia, os sem-terra do Rio Grande só costumam ser fi-chados uma vez. Quando a Polícia registra o primeiro ilí-cito eles desistem das invasões ou passam a agir dentro da lei. Simples, não?

Os demais governadores de-veriam agir desta forma e o Governo Federal deixar de li-berar a fundo perdido recursos públicos para um movimento que, não só está espalhando o pânico pelo país, como desa-fiando os poderes constituídos como fez esta semana José Rai-nha – preso várias vezes – que tentou desmoralizar o presi-dente do Supremo, Gilmar Mendes.

Quando a coisa chega a este nível não dá mais para esperar. Há que agir, antes que seja tarde.

*TEREZINHA NUNES é de-putada estadual.

Mesmo esperando uma reação de espanto e/ou indignação a res-

peito do título acima, reafirmo o que digo e acho a família ca-reta bem melhor que a dita moderninha! Chamo-os para uma reflexão: na família careta existe alguma ordem, respon-sabilidade, amor e sentimento de pertença, valores tão esque-cidos nos dias de hoje. Não falo aqui em rigidez militar, muito menos de pais sacrificiais, nem de frieza e omissão, nem em pais detetives que fuçam tudo, evitando assim uma conversa. Nem de longe aceito o moralis-mo ou o preconceito seja ele qual for, muitas vezes disfarça-do de religião.

Falo de uma família que dá amor com limites, que cuida sem suspeitar, que escuta sem julgamentos, passando um senso de proteção aos filhos. Falo em respeito dos pais para

com os filhos, dentro e fora de casa, de pais que demonstram interesse, lembrando que se in-teressar jamais será sinônimo de fiscalizar e sim de acompa-nhar, observar, dialogar, saber.

Vemos com freqüência crianças de 12,13 anos sozi-nhas freqüentando festas no-turnas, onde pais nem sabem onde os filhos estão, com quem andam, não sabem quem são seus amigos, que sites visitam na internet, nem com que rou-pas estavam vestindo quando desapareceram...

Não entendo a maior parte dessas coisas, que acontecem na família moderninha que quase sempre está nas mãos de uma gatinha vagamente idioti-zada e um gatão querendo ser adolescente. Poucos pais escu-tam a voz arcaica (porém ne-cessária) que os faria atender suas crias indefesas. Sem as desculpas de que trabalham

demais e não tem tempo, mui-to menos porque andam con-fusos e aflitos com a crise mun-dial. Quem acha que filho é mais chateação do que alegrias abandone de vez essa tarefa, pois para qual exercício não haverá jamais férias, muito menos aposentadoria.

Para ser pai e mãe é preciso estar sempre amorosamente envolvido e com coragem de dizer não na hora certa, mas quem não estiver disposto a isso, não finja que é pai ou mãe e deixe os filhos entregues à própria sorte, afirmando que a responsabilidade é da escola.

É bom começar a tentar, a vida sempre será dura e os filhos não pedem para nascer e o que temos hoje no cenário atual é um retrato da família que temos: a família é a base da sociedade.

*NADJA NASCIMENTO é pe-dagoga

Eu prefi ro a família careta NADJA NASCIMENTO*

ERRAMOS: A Coluna CARTAS publicada na página 7 do jornal Tribuna Popular errou na edição anterior, a 118, ao atribuir a ANTONINO JÚNIOR a autoria do artigo Dízimo, que na verdade foi escrito por Sebastião Ramos. A seguir, transcrevemos carta enviada à redação por Antonino Júnior, colaborador deste jornal.

Na edição de nº 118 (28/02 a 06/03/2009), um cidadão de nome Leandro – IASD, fez referências a um suposto artigo assinado por mim, acerca do Dízimo nas Igrejas. Solicito a publicação desta carta, por força do direito de resposta, uma vez que a missiva do cidadão referia-se a algo dito ou escrito por mim, sem que eu jamais tivesse externado qualquer opinião sobre o assunto. Pelos seguintes motivos: 1) Não sou contra o Dízimo, por entender que a Igreja e seus trabalhos precisam ser mantidos, sem, porém, creditar o seu recolhimento a uma exigência de Deus, que não quer saber de dinheiro, mesmo que tenha na Bíblia. Mas sou a favor dos Dízimos e Ofertas, para que as obras sejam mantidas; 2) Não sou apenas um leitor da Bíblia, como ele sugere, mas, um estudioso, buscando com profundidade as respostas aos meus questionamentos e dúvidas; 3) Não costumo discutir Igrejas, entendendo que todas foram criadas pelos homens, estando, pois, sujeitas a erros e equívocos; 4) Dízimo, para mim, é a parte menor das religiões, sendo, então, irrelevante para meus estudos; 5) Como não escrevi o artigo a que ele se reporta, afirmo não ser contra a Igreja Universal ou qualquer outra, mas, serei contra, sim, qualquer uma que explorar a boa fé dos carentes de corpo e de alma; 5) Apesar de não saber nada sobre o artigo que esse cidadão fala ser de minha autoria, cita ele um deus dos Exércitos, que não é o meu Deus. O meu é o Deus do amor; 6) Por fim, sou cristão, amo Jesus e Seu Evangelho de amor, de justiça, de igualdade.

Saiba, senhor Leandro, que costumo, acima de tudo, praticar o Evangelho de Jesus em meu dia-a-dia, inclusive, por acreditar no amor, perdoando a quem me tem ofendido. Que Deus te abençoe. Antonino Oliveira Júnior - Igreja Evangélica Batista da Cohab - Cabo de Santo Agostinho/PE

POLÍTICAS PÚLICAS É realmente muito triste,

porque o que estes jovens apenas querem é ter oportuni-dades. A ociosidade, a falta de lazer, de praticar esportes, de ter direito a fazer um curso profissionalizante de qualida-de, com garantias de ser aproveitado em alguma empresa logo após a conclusão do curso. Mas quem vai se interessar em investir nestes "excluídos" e se preocupar com seu futuro? Penso eu que já está em cima da hora e a sociedade não pode mais se omitir e ficar de mera expecta-dora. Temos que nos posicionar e cobrar "políticas afirmativas já". Adeilda Durval – via email - sobre a notícia "CNBB aponta falta de políticas públicas para jovens infratores em lança-mento de campanha".

BODÃO E ELMOParabéns ao Tribuna pela

edição pós-carnaval. Agora, o que me chamou uma atenção especial foram os comentários de Bodão e Elmo de Freitas. O primeiro disse que Raimundo

desfavelou o centro do Cabo. Caro Bodão, a palavra desfave-lou não existe no nosso dicionário. Além do mais, uma coisa é tirar os ambulantes do centro, outra é forçar a saída deles. Quanto ao comentário de Elmo de Freitas ele foi muito infeliz em dizer que faltou ética aos organizadores do Bloco do Defunto. Se falta ética sobra criatividade, sucesso e irreve-rência a este bloco. E a Elmo certamente faltou humildade pra aceitar a escolha desta agremiação reconhecida por diversos veículos de comunica-ção do Brasil. Caio Rocha – via email

EDNA SECRETÁRIASe o prefeito estiver em sua

plena consciência é lógico que ele vai renomear Edna Gomes a seu cargo anterior (secretá-ria). Com isso, fortalecerá a bancada governista com sangue novo (ANDERSON BOCÃO). Silvério – via email – sobre a notícia Edna Gomes pode deixar a Câmara do Cabo e voltar à equipe de Lula Cabral.

Obras na orla de Suapeficam prontas neste mêsREQUALIFICAÇÃO/Obra contempla melhor acessibilida-de a cadeirantes.

DA REDAÇÃO DO TP

Está prevista para o final deste mês a conclusão da revitalização da orla da

praia de Suape, no Cabo de San-to Agostinho. A obra teve início em outubro do ano passado.

A requalificação da orla é uma parceria entre a prefeitura e o Governo Federal. Ao todo, foram investidos mais de R$ 550 mil na reforma do calça-dão da praia e no desvio do anel viário, além da contenção do processo erosivo que estava prejudicando a área.

“Suape é uma das praias

mais bonitas de Pernambuco. Merece ser bem cuidada. De-pois da revitalização, o calça-dão será um dos cartões pos-tais da cidade”, comentou o secretário municipal de Ge-rências Regionais, Raimundo de Souza.

Segundo o secretário, esta obra tem como finalidade hu-manizar a orla. O anel viário

foi modificado para atender melhor aos frequentadores da praia, que agora terão um aces-so mais tranquilo. Os cadei-rantes também vão ser benefi-ciados com a reforma.

A obra está sendo executada pelas secretarias de Infra-es-trutura, Manutenção e Servi-ços Públicos e Planejamento e Meio Ambiente.

BALCÃO DE DIREITOS

O serviço leva às comunidades consideradas de risco social ações como atendimento jurídico, emissão de primeira e segunda via de documentos, corte de cabelo, aferição de pressão, orientação aos consumidores e informação sobre cidadania, justiça e direitos humanos. O Ministério Público e Cartórios locais já firmaram parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos e Segurança Cidadã para garantir a continuidade do Balcão. O órgão agora busca parcerias com lideranças comunitárias.

DIREITOS DA MULHER

A Câmara Federal aprovou na terça-feira (10) a inclusão de disciplina sobre os direitos da mulher no currículo do ensino médio, tanto em escolas públicas como em particula-res. Entre outras coisas, os alunos dos últimos três anos da educação básica vão ter aulas que visem a conscienti-zação sobre os direitos da mulher, abordando os aspectos históricos, sociológi-cos, econômicos, culturais e políticos que envolvem a luta da mulher pela conquista da igualdade de direitos.

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

O secretário do Orçamento Partici-pativo, Luiz Pereira de Lima, está per-correndo os bairros do Cabo para apre-sentar o funciona-mento e a forma de participação da população na defi-nição das priorida-

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Os crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher atingiram uma triste liderança no Recife. Em 2008, do total das denúncias oferecidas pelo Ministério Público de Pernambuco na capital, 617 são relacionadas à lei federal 11.340, (Maria da Penha), em vigor desde 22 de setembro de 2006. O número corresponde a 13% do total de denúncias registradas pela Central de Inquéritos.

IMUNIZAÇÃO

A Secretaria de Saúde do Cabo imunizou contra o tétano os servidores da limpeza urbana e da defesa civil. Os funcionários da empresa Locar, que presta serviços à Prefeitura, também estão sendo imunizados.

VIOLÊNCIA

O distrito de Pontezinha, no Cabo, vai realizar a Conferência Livre de Segurança Pública. A decisão foi tomada durante reunião do Gabinete de Gestão Integrada do Município, na quarta-feira (11), quando foram discutidas ações de combate à violência.

DIA DO ARTESÃO

O Dia do Artesão (19 de março) será comemorado no Cabo de Santo Agostinho com uma exposição de artesanato, palestras e um café da manhã para os artesãos da cidade e personalidades locais. O evento, promovido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, será realizado no antigo mercado de farinha, no Centro, a partir das 10 horas, e contará com a participação de 80 artistas. Também haverá um estande onde serão exibidos e comercializados alguns produtos.

Jaboatão combate a dengueDA REDAÇÃO DO TP

A Vigilância Sanitária da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes iniciou,

na quinta-feira (12), a operação de combate ao mosquito da dengue, batizada de Dia D con-tra a Dengue, que se estenderá até 11 de abril.

O primeiro bairro contem-plado pela operação foi Cavalei-ro. Hoje é a vez de Vila Rica. Em seguida vêm os bairros de Muri-beca (26) e Jardim Jordão (28).

Em abril, mais duas locali-dades serão beneficiadas. No Curado IV, a ação acontecerá no dia 4 e no dia 11 será a vez

da comunidade Dom Helder, em Piedade.

De acordo com o gerente municipal de Vigilância Sani-tária, Alexandre Menezes, es-ses bairros foram escolhidos porque estão com um índice de infestação acima da média.

“Nessas localidades, o per-centual varia de 2,6% a 4,8%, quando a recomendação da Or-ganização Mundial de Saúde (OMS) estipula que o índice seja de até 1%. Iremos trabalhar para fazer este controle”, afirma.

Ainda segundo ele, desde janeiro foram registrados 63 casos de dengue clássica em Jaboatão dos Guararapes.

“Em 2008, foram dois mil ca-sos e cinco óbitos. A nova ges-tão está empenhada em evitar as mortes e reduzir drastica-mente o número de ocorrên-cias”, destaca.

EXÉRCITO - O Exército Brasileiro, através do 14 BI-MTz, também atuará na ope-ração Dia D. Em cada mobili-zação, 15 soldados irão orientar a população e distribuir pan-fletos com informações sobre como evitar a criação de focos do mosquito da dengue. Esse trabalho ainda terá o suporte de 30 agentes da Vigilância Ambiental e de servidores da Prefeitura.

8 TRIBUNA POPULAREdição N° 49 - Sábado, 03 de novembro de 2007 Espe

ONG de Jaboatão envia jovensdas ruas para trabalho na Esp

Aluna do curso profissionalizante de auxiliar de cozinha e restauranteentre os legumes para preparar salada. As aulas são ministradas norestaurante-escola da entidade. Os alunos ainda passam por um estágiode 215 horas em restaurantes de grande porte do Recife.

“Terão uma vidaque nunca

sonharam. Estarãotrocando um

ambiente de riscosocial por um de

primeiro mundo.”PADRE RAMIRO LUDEÑA Y

AMIGO

VISIONÁRIO DAESPERANÇA

FOTOS MARCELO FERREIRA/LUZES

Os jovens receberão oequivalente a R$ 2 mil eterão todos os direitostrabalhistas

JOSÉ AMBRÓ[email protected]

Jovens da periferia de Jabo-atão dos Guararapes que vivemem áreas de alto risco social es-tão tendo a oportunidade de de-finir uma profissão e até mes-mo de deixar o país para traba-lhar legalmente na Espanha, re-alizando um sonho que talveznem mesmo tenha sido sonha-do por alguns, em razão da pou-ca ousadia e ausência de crençaem um futuro melhor.

Até o final deste ano, pelomenos 12 jovens deverão cru-zar o Atlântico para trabalharem hotéis na terra de Miguel deCervantes, deixando para trásadversários que longe de seremmoinhos de vento, são dura-mente reais, cruéis e implacá-veis, como a falta de perspecti-va, a vulnerabilidade e o assé-dio de aliciadores do tráfico.

“Estes jovens estão tendouma oportunidade que jamaisteriam caso por aqui permane-

cessem. Eles terão a possibili-dade de mudar suas vidas, desuas famílias e até dos bairrosonde moram, em uma ou duasdécadas”, exulta o padre espa-nhol Ramiro Ludeña Y Amigo,idealizador, fundador e coorde-nador da organização não-go-vernamental Movimento deApoio aos Me-ninos de Rua(Mamer), quefunciona nobairro militar deSocorro.

P R I M E I R OMUNDO - De a-cordo com o pa-dre Ramiro, aexpectativa é deque se possa en-viar até 60 rapa-zes e moças pa-ra trabalhar naEspanha a cadaano. Ele explicaque isso estásendo possívelgraças aos cursos de hotelariaque desenvolve no Mamer, quepreparam os jovens principal-mente para atuarem na área derestaurantes. E diz que a entra-da dos jovens já está acertadacom o governo espanhol.

No momento, oito rapazes e

moças já foram selecionados.Os contemplados estão tendoaulas de reforço de espanhol eética. Eles receberão inicial-mente salários que na moedabrasileira ficarão em torno deR$ 2 mil, além de todos os di-reitos trabalhistas. “Terão umavida que nunca sonharam. Es-

tarão trocandoum ambientede risco socialpor um de pri-meiro mundo”,compara o reli-gioso.

Atualmente,quatro turmasde 35 alunosconcluem oscursos de ho-telaria, que se-gundo o coor-denador peda-gógico da insti-tuição, Fernan-do Sérgio, po-dem ser com-

parados aos que são oferecidospelo Senac. Para participar docurso, o jovem precisa ter entre18 e 22 anos, estar estudando ea renda familiar não pode ul-trapassar a um salário mínimo.“São pessoas que não teriamacesso aos cursos do Senac e

Senai”, justifica o padre Ramiro.Os cursos profissionalizantes de

auxiliar de bar, de cozinha e res-taurante têm duração de seis me-ses. As aulas são ministradas norestaurante-escola da entidade.

Os alunos ainda passam porum estágio de 215 horas em res-taurantes de grande porte doRecife. A maior parte dos quefreqüentaram as primeiras tur-mas está atuando na área.

Localizado no bairro militar de Socorro — rodeado por um cinturão de pobreza e miséria — o Movimento deApoio aos Meninos de Rua (Mamer) atrai rapazes e moças todos os dias

9TRIBUNA POPULAREdição N° 49 - Sábado, 03 de novembro de 2007cial

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Localizado em um bairroque é rodeado por um cinturãode pobreza e miséria, o Movi-mento de Apoio aos Meninosde Rua (Mamer) atrai rapazese moças todos os dias.

Muitos chegam acompa-nhados pelos pais, que vêemna instituição uma possibili-dade concreta de proteger seusfilhos das ruas, como explicao padre Ramiro Ludeña YAmigo.

“Todos os dias chegam pedi-dos. Eu fico triste em ter quedizer não, pois tem muitas si-tuações de causar dó, de fome,de miséria mesmo”, conta o re-ligioso, que se encontra radi-cado em Pernambuco há 33anos.

Os candidatos a uma vaga noMamer chegam do própriobairro militar de Socorro (abri-ga o 14º Regimento de Infan-taria do Exército), Engenho Ve-lho, Quitandinha, Vila Pieda-de, Sucupira, Vila Rica, Doiscarneiros e Cavaleiro.

O Mamer, entretanto, nãotrabalha com meninos de ruapropriamente, mas com adoles-centes que estão nas ruas de-senvolvendo alguma atividadepara ajudar no sustento do lar,que ainda não se envolveramcom a criminalidade ou a pros-tituição.

ADOLESCENTE APRENDIZ -Além dos cursos de hotelaria, aentidade oferece o curso Ado-lescente Aprendiz, que duran-te três meses prepara o jovempara trabalhar como auxiliaradministrativo em instituiçõesfinanceiras.

Atualmente, 116 rapazes emoças trabalham em agênciasda Caixa Econômica em todoo estado de Pernambuco. Ou-tros cinco trabalham no BancoReal e um no Itaú. Todos rece-bem um salário mínimo e

mais vale-transporte e vale-re-feição.

Dezenas de adolescentesaguardam uma oportunidade.O padre Ramiro Y Amigo dizque a espera dos adolescentespoderia ser abreviada caso asempresas e órgãos públicoscumprissem a legislação quedetermina às empresas com 15funcionários a contratação deaprendiz.

“Já propus à Prefeitura, masnada acontece. Sei que não sepode pretender absorver a todos.Mas se um adolescente vê o seuirmão ser acolhido e constata asua mudança de vida, passa aacreditar que também será abri-gado e que poderá ter um futu-ro melhor, fugindo do roubo,da prostituição”, ensina o padre.

Adolescentes são atraídos naentidade todos os dias

Fundado em 1988, o Movi-mento de Apoio aos Meninosde Rua (Mamer) vem promo-vendo o resgate e a emancipa-ção de jovens. Um bom exem-plo é o coordenador pedagógi-co da entidade, o filósofo epedagogo Fernando Sérgio, umex-adolescente aprendiz da en-tidade que, como muitos ou-tros, souberam aproveitar a o-portunidade e mudar de vida.

Aos 31 anos de idade, Fer-nando conta que foi seleciona-do pelo Mamer em razão deseus pais não terem condiçõesde sustentar a numerosa famí-

lia de sete irmãos. Só pai traba-lhava e recebia salário de saláriomínimo. Em certos momentos,o salário mínimo que recebiacomo aprendiz era a única fon-te de renda da família.

Morador da comunidade deVila Rica, ele admite o risco so-cial a que estava exposto e dizque a estrutura emocional, mo-ral e religiosa da família não dei-xaram que ele se aproximasseda criminalidade, que batia àsportas da comunidade, até o in-gresso no Mamer. Hoje, alémdos títulos de filósofo epedagogo, Fernando estuda paraconcluir o curso de pós-gradu-ação em gestão educacional.

Outro exemplo é a psicólo-ga Rosilene Alexandrina daSilva. Também uma ex-apren-diz, ela agora ensina e transmi-te esperança aos que chegam àentidade.

“Eles se identificam conos-co, pois vêem que se nós (in-cluía o companheiro de traba-lho Fernando Sérgio) conse-guimos mudar de vida, elestambém podem”, conta.

ARMADILHASDanilo da Silva Alves, de 20

anos e morador da comunida-de Engenho Velho, é um dosalunos do curso de hotelaria.

Ele afirma que a oportunidadetem sido fundamental.

“Estou aprendendo umaprofissão e me preparando me-lhor para a vida e para o mun-do, para não cair em armadi-lhas”, diz, reconhecendo o altorisco social existente na comu-nidade aonde reside.

Outra que fala com entusi-asmo da oportunidade con-seguida no Mamer é ElinneGomes de Aaraújo, de 21 anos,residente em Socorro. Tambémaluna do curso de hotelaria, eladiz que sua família é pobre eque não teria como pagar umcurso profissionalizante.

PERCENTUAL DE SUCESSODe acordo com o padre Ra-

miro Y Amigo, cerca de 90%dos que passam pela institui-ção mudam de vida.

“A maioria está trabalhando”,festeja o religioso, mesmo re-clamando do pouco reconhe-cimento das autoridades e doempresariado ao trabalho de-senvolvido.

Ele diz que o trabalho é co-nhecido, mas não reconhecido,porque se o fosse, com ajudaadequada poderia multiplicara ação. “Tem muitos batendo àporta”, diz. “Todos poderiam fa-zer algo mais”, acrescenta.

ONG resgata e emancipa meninos de rua

Adolescente, que vai até a sextae que corresponde à in-

ternação. A primeiramedida é a advertên-

cia. Em seguida, vema obrigação de re-parar o dano. De-pois, a prestaçãode serviços à co-munidade.

No momen-to, 16 rapazesfreqüentam a en-

tidade, na parteda manhã.

Eles rece-bem atendi-

mento social,médico-odontológico e psico-lógico, além da possibilidade depassar a freqüentar um dos cur-sos profissionalizantes. Elespassam a manhã no Mamer,onde também recebem reforçoescolar nas disciplinas de ma-temática e português, além depraticar esportes.

Mamer acolhe jovens em programa de liberdade assistidaA psicóloga Rosilene Alexan-

drina da Silva (ex-aluna apren-diz do Mamer), que coordena oprograma de liberdade assistidada entidade, diz que não enfren-ta dificuldades com os adoles-centes. Segundo explica, elestêm bom comportamento tan-to na entidade quanto na escolae na comunidade, onde tam-bém supervisiona a movimen-tação dos adolescentes.

Confiante na recuperaçãodos adolescentes (é a primeiraturma a receber a assistência doMamer) a psicóloga admite queeles reagem à escola, que afirmadeixar muito a desejar nos bair-ros periféricos onde residem.

“Mas eu mostro para eles queeu também venho da periferia,que fui aprendiz aqui no Ma-mer e percebo que isso melhoraa auto-estima da turma. Eles seidentificam comigo e sentemque também podem mudar devida”, conta Rosilene.

Experiência exitosa Fernando éex-adolescentesaprendiz quetrabalha no Mamer

O Movimento de Apoio aosMeninos de Rua (Mamer)também acolhe adolescentesque estão cumprindo a medi-da sócio-educativa da liberda-de assistida. A modalidade ocu-pa a quarta colocação na escalado Estatuto da Criança e do

Jovens que cumprem medidas sócio-educativas recebem reforço escolar e praticamesportes, como a capoeira