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1 2.MAR.2012

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Em bares e até em lotéricas da Caixa Econômica Federal, a prática dos bicheiros funciona com a transparência de um negócio legal. Sustentado pela credibilidade e superstição, o jogo se prolifera. Rara é a fiscalização

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Impunidade e confiança: o segredo do sucessodo jogo do bicho

A ressaca de alegria e orgulho grená

A melhor enxadrista do mundo em Caxias

22 mil quilômetros com a realeza

A marcha dos sem-floresta no Marrecas

O caxiense que disse não à NASA

Conquista de bronze,voluntariadode ouro

A festa que não está nos guias de turismo

Cultura: o sabor da uva madura

Europeus de Júpiter

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Fotos: 6, 7, 10 e 15: Maurício Concatto/O Caxiense

R$100 para furar a fila nos Pavilhões

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Os leitores de O CAXIENSE são o que há de mais importante para nossa equi-pe, que se esforça para atender exigên-cias de diferentes nichos e em diferentes plataformas: revista impressa, site e redes sociais, iPhone, iPad e Android. O esforço é recompensado quando pode-mos medir quantitativamente (número de acessos da página online e circulação do impresso) e qualitativamente (co-mentários, avaliação e opinião direta) a reação dos nossos leitores.

As respostas positivas nos dão certeza de que focar no jornalismo local – Brasil e mundo deixamos para os veículos nacionais e internacionais – é o cami-nho. A constatação é feita na prática, mas todas pesquisas acadêmicas em Comunicação também apontam para isso. Como veículo que se esforça para estar atualizado com as tendências do segmento (mesmo que algumas ainda não sejam aplicadas no país), sentimos o retorno imediato dos leitores em rela-ção aos nossos critérios editoriais, que sempre buscam ser justos. Explico. Se o fato se enquadra no conceito de notícia e atende aos nossos critérios, pode se transformar em uma matéria no site. Se tiver mais a ser dito e aprofundado, pode se transformar em uma reporta-gem no impresso (formato e linguagem diferente do modelo de matéria, diferen-te da notícia pura e simples).

Justo significa não superdimensionar um fato isolado. Justo também é não omitir um fato que atende a todos os critérios de uma notícia. Foi seguindo essa orientação que O CAXIENSE cati-vou um público de leitores qualificados.

Dois exemplos de cobertura na medi-da e audiência qualificada. O primeiro, futebol. O esporte, em que dedicamos atenção (e torcida) exclusiva à dupla CA-JU, dá muita audiência para nosso site e mexe com o ânimo dos leitores, que nas coberturas ao vivo em www.ocaxiense.com.br não perde a linha, comenta sem ofensas – ok, pode sobrar para algum juiz, como no último jogo do Ju – e torce junto, como na vitória do Caxias na Taça Piratini.

O segundo, Festa da Uva. Igualmente nos dá audiência no site e repercussão no impresso, que já publicou reporta-gens sobre os jovens que fazem parte da organização, sobre o fundador Joaquim Pedro Lisboa e a programação cultural para facilitar a ida do leitor aos Pavi-lhões. No site, o que mais repercute é o caso das embaixatrizes que exigem a divulgação das notas do concurso e que agora estão sendo barradas nos desfiles – vide o primeiro corso, quando Lisiane Bordin desfilou a pé, impedida pela or-ganização de subir no carro das embai-xatrizes. A cobertura é justa porque não omitiu o fato, que ocorreu justamente na abertura da Festa da Uva. É notícia, sim. Infelizmente. Porque, da mesma forma como torcemos pela dupla CA-JU, torcemos pela Festa da Uva. E a mesma torcida verificamos nos nossos leitores. De modo geral, todos querem o melhor para os times e para a festa da cidade. O CAXIENSE é um espaço democrático para debater esses assuntos, em uma cobertura justa e com credibilidade.

Paula Sperb, diretora de Redação

DIGA!Resposta do leitoR| CRitéRios editoRiais| CobeRtuRa na medida | espaço paRa debateR

DIRECAO

Diretor Executivo - Publisher

Felipe BoffDiretora de Redacao

Paula SperbDiretor Administrativo

Luiz Antônio Boff

Editores-chefes

Marcelo AramisJaisson Valim

SubeditoraCarol De Barba

Fabiana SeferinGabriel IzidoroRafael MachadoRobin Siteneski

Dimas Dal RossoGesiele LordesLeonardo PortellaPaulo Pasa

Maurício Concatto

Designer

Luciana Lain

COMERCIALExecutivas de contas

Pita Loss Suani Campagnollo

ASSINATURASAtendimento

Tatyany R. de Oliveira

Assinatura trimestral: R$ 30Assinatura semestral: R$ 60Assinatura anual: R$ 120

ARTE DE CAPALuciana Lain/O Caxiense

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) |

95020-471 | Fone: (54) [email protected]

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BASTIDORESo motoRista da Realeza | antes que teRmine a festa | XadRez sem mistéRios | a bendita hoRa do almoço

Enquanto patrolas avançam sobre a mata nativa na região da represa do Sistema Marrecas, desde que o Ser-viço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) conseguiu na Justiça a liberação para derrubada de árvores, 6 biólogos e um veterinário acompanham a destruição para assegurar que ela seja menos agressiva à natureza. “Traba-lhamos para que não aconteçam danos ambientais”, explica o diretor executivo da Polar, empresa contratada para tra-balhar neste processo, Alex Neves Strey.

As plantas ameaçadas de extinção – xaxins e algumas espécies de orquídeas – são removidas do caminho, catalo-gadas e replantadas em outro local. Quando os animais são avistados, em geral gambás, pequenos roedores, aves, anfíbios, répteis e cobras de diversas espécies, a derrubada das árvores é in-terrompida e a equipe faz o salvamento.

Conforme o supervisor ambiental Gustavo Maider, os animais feridos são encaminhados para um hospital veterinário. Desde o início do desma-

tamento, no final de janeiro, a equipe já encontrou dois animais feridos – um pássaro (tiriva de barriga vermelha) e um ouriço-cacheiro, encontrado na estrada, fora da obra. Segundo os bió-logos, nenhum animal daquela região está em risco de extinção. Os bichos capturados são ressocializados na natu-reza em uma área definida pelo Ibama, entre o Marrecas e São Marcos. Mais de 7 mil unidades de plantas e cerca de mil animais já foram realocados.

Confira quais são os animais mais comuns na região do Marrecas.

Gambá de Orelha Branca (Didelphis albiventris) Essa espécie é muito comum em todo o Brasil. O gambá é encontrado em quase todos os ecossistemas, desde a caatinga até o pantanal. Normalmente este ma-mífero habita matas ou capoeiras, mas também pode se adaptar ao ambiente urbano, onde se alimenta de sobras domésticas.

Ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus) O pequeno roedor é um animal que vive nas florestas do Brasil e da Argen-tina. Como é comumente perseguido por predadores, ele se encolhe e usa os espinhos nas suas costas como forma de defesa. O animal tem hábitos noturnos e se alimenta de frutos e folhas.

Rã-cachorro (Physalaemus cuvieri) A espécie que vive em pequenos riachos perto de vegetações baixas está presen-te em quase toda a América do Sul. O animal se alimenta de invertebrados. O apelido cachorro foi dado porque a vocalização da rã é muito similar a um latido.

Jararaca (Bothropoides jararaca) A serpente sul-americana é encontrada do Rio Grande do Sul à Bahia. A cobra tem porte médio, podendo medir até 1,6 metros de comprimento. Uma substân-cia encontrada no veneno da jararaca é usada no combate à hipertensão.

Expulsos do paraíso

Rã-cachorro | Milton Menezes, Divulgação/O Caxiense

Jararaca | Milton Menezes, Divulgação/O Caxiense

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52.MAR.2012

Logo que o dia nasce, Waldir Ber-tollo, de 42 anos, está pronto para uma jornada de trabalho que só termina bem depois do pôr-do-sol. A bordo de uma “carruagem” Doblô com 22 mil km rodados a serviço da realeza, ele é o mo-torista – guardião e amigo – da rainha Roberta Veber Toscan e das princesas Aline Casagrande e Kelin Zanette, os personagens mais importantes da Festa da Uva. Na última semana antes de se despedir da função, ele relata à revista O CAXIENSE como é conduzir o reinado.

07:00Depois de tomar café, tenho a preocu-pação de deixar o carro oficial da festa organizado. Todas as manhãs, reponho as garrafas com água e algumas gulo-seimas disponíveis para as meninas no carro. Tem chocolate, balas, chicletes e barras de cereais que ajudam a enganar a fome entre um compromisso e outro. Nos coquetéis elas pouco conseguem se alimentar.

07:30Como fica mais próximo da minha casa, começo a rota pela princesa Aline, que mora perto da rótula Nelson Bazei. De-pois busco a rainha Roberta no bairro

Pioneiro. Em razão da logística, levo as duas ao cabeleireiro. Ainda falta uma peça do trio...

08:00Com a Roberta e a Aline no salão de beleza, busco a Kelin. Ela mora em Vila Seca com a família. Quando a agen-da do dia seguinte tem compromisso importante logo cedo, ela fica na casa do namorado, em Ana Rech.

09:00Enquanto Roberta e Aline já ficam prontas, dois cabeleireiros trabalham para não atrasar o cabelo da Kelin. De-pois disso, partimos para os Pavilhões. Kelin comenta que está emagrecendo com essa rotina de princesa. Aline e Roberta concordam. É o primeiro momento do dia que as 3 ficam juntas. E os compromissos da agenda novamente viram assunto no carro.

10:00Deixo o trio com a Comissão Comu-nitária e elas partem para os primeiros compromissos da manhã. Nos despe-dimos e sempre desejo sorte a elas. Eu fico com a assessoria de imprensa da festa (na entrada do Centro de Eventos).

Aproveito para fazer algums serviços para a festa, como transporte de docu-mentos. Ao entrar no carro, uma Doblô que era zero quilômetro em outubro, percebo que o odômetro já marca 22 mil quilômetros rodados.

18:20Nos dias de desfile, elas vão novamente ao cabeleireiro. Aguardo no local. De-pois, vamos direto para a Sinimbu.

22:20Uma quadra longe do encerramento do desfile, aguardo o trio com uma equipe da Guarda Municipal. Se tem show nos Pavilhões, elas voltam pra lá. Se não há nenhum compromisso no evento, elas já estão liberadas. A rotina do começo do dia se repete: deixo a Aline em casa, depois a Roberta e a Kelin.

23:00 É a minha vez de encerrar a jornada. Minha filha de 11 anos me aguarda acordada para me ouvir contar como foi o dia. É um serviço cansativo, mas que faço pelo amor que tenho pela festa. Com certeza a emoção tomará conta quando eu cumprir esta rotina pela última vez.

...motorista das soberanas da Festa da Uva1 DIA NA vIDA DO...

Waldir Bertollo | Maurício Concatto/O Caxiense

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Xeque-mate no Caminho do Saber | Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

Festa da Uva fora do roteiro convencional

Delícias da BahiaPara uma festa que busca ser cada vez mais multi-cultural, a gastronomia vai

além da típica italiana. Pela segunda vez no evento, a banca Delícias da Bahia, na Praça de Alimentação, vende tapioca e acarajé. Tanto a tapioca, uma massa feita de goma da mandioca com recheio doce ou salgado, e o acarajé, com massa de feijão-fradinho, são vendidos a R$ 8. Antonia Silva de Jesus, a dona da banca, diz que os clientes reclamam do preço, mas não do produto.

EscaladaQuem gosta de aventura pode testar a força física na parede de escalada. No

sábado (25), atletas profissionais da modalidade realizam o 1° Open Serra Gaúcha de Escalada Esporti-va. O evento é aberto também para amadores, com direito a premiação em dinheiro na categoria profissio-nal, para os vencedores. O ingresso individual da brincadeira custa R$ 15. Quem leva os amigos tem desconto.

ExposiçõesAo visitar o Pavilhão 2, além dos estandes de ar-tesanato e equipamentos

domésticos e industriais, o visitante poderá ver duas exposições que

remetem à história da festa. A primeira é do artista José Antônio Bongiovanni Ribeiro, que pinta a urbanização da cidade. Um pouco mais à frente, a História da Festa é contada pelas peças de divulgação a partir de 1931: são cartazes origi-nais das 28 edições do evento.

Uva para beberCom 5,5% de teor alcoó-lico, o chopp de vinho é sucesso nos Pavilhões. En-

tre as crianças, o milkshake de uva é a bebida mais pedida. Ambos são vendidos a R$ 4 em diversas bancas espalhadas pelo parque. Turista quer comprar tudo que é de uva e, conforme uma vendedora das bebidas, o milkshake é novidade até para os nativos da terra da uva.

Uva para comerQuer saber mais sobre as variedades de uvas cultiva-das na região? Na entrada

do Pavilhão 2, é possível fazer um curso rápido, com duração de aproximadamente 15 minutos. Um vídeo mostra o cultivo da fruta e a sua importância para a economia local. No final, aula prática: uma degustação das variedades apre-sentadas. As inscrições custam R$ 5 e podem ser feitas no local. São 3 horários disponíveis de terça a domingo: 15:30, 17:30 e 19:30.

Visitar a Réplica, comer uvas, assistir a um show e, quem sabe, dar uma volta de helicóptero... O roteiro da visita aos Pavilhões da Festa da Uva pode ser diferente e mais interessante. Sem dispensar o que é obrigatório, O CAXIENSE percorreu o parque para descobrir atrações que estão fora dos guias tradicionais, mas também são imperdíveis.

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CAMPUS

Quem não se classificou no Ves-tibular de Verão 2012 da UCS tem nova oportunidade. O prazo encer-ra nessa sexta (02), às 17:00, para matrícula em cursos de graduação com vagas remanescentes. Para se inscrever, o candidato deve ter al-cançado, no mínimo, 8 acertos nas objetivas e não ter zerado na reda-ção. A inscrição deve ser feita pelo site www.ucs.br.

Segunda chance

UCS: FRANCISCO GETÚLIO VARGAS, 1.130. PETRÓPOLIS. 3218-2800 | FACUL-DADE MURIALDO: MARQUÊS DO HER-VAL, 707. 3039-0245 | FSg: OS DEzOITO DO FORTE, 2366. 2101-6000 | FACULDADE AMÉRICA LATINA: MARECHAL FLORIA-NO, 889. 3022-8600.

Na FSG, mulheres entre 60 e 75 anos, com boa saúde, podem se inscrever para fazer musculação de graça no projeto do professor de educação física Carlos Leandro Ti-ggemann. São 54 vagas para treinar nas segundas e quintas-feiras (ma-nhã ou tarde), por 20 semanas, com início em março. Para confirmar participação, é necessário entrar em contato com o professor pelo telefone (54) 9699-0279 ou pelo e-mail [email protected].

Academia de graça

O vestibular da Faculdade Amé-rica Latina é nesta quinta (8), às 19:00, na sede da instituição. A ins-crição presencial pode ser feita até a data da prova, às 17h. Pelo site, até a quarta-feira (7). O investimento é de R$ 30,00. Destaque para os no-vos cursos (noturnos) de Jornalis-mo e Publicidade e Propaganda.

Jornalismo e PP

As inscrições para o vestibular agendado vão até o dia 9. Os can-didatos podem escolher a data e horário da prova para os cursos de Administração, Agronegócio e Sistema para Internet. A inscrição é feita no site www.faculdademu-rialdo.com.br ou na instituição, das 9:00 às 12:00 e das 13:30 às 20:00.

Prova agendada

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72.MAR.2012

Em 1985, aos 9 anos – idade em que a maioria das crianças é apre-sentada a jogos de estratégia mais complexos –, a húngara Judit Polgar venceu seu primeiro campeonato mundial de xadrez. Quase 30 anos mais tarde, com diversas conquistas incríveis no currículo e a honraria de melhor enxadrista de todos os tempos, Judit inspirou-se na sua própria trajetória e nos filhos, Oliver e Hanna, para compartilhar um conhecimento que, além de ser uma ferramenta na educação das crian-ças, pode despertar grandes mestres do futuro. O livro infantil Xadrez Divertido – No Reino dos Animais, publicado pela editora caxiense Belas-Letras, foi lançado e autografa-do pela própria Judit, em Caxias, na última semana. A jogadora também participou do I Seminário Interna-cional de Xadrez 100 anos Recreio da Juventude e XII Torneio Aberto Internacional de Xadrez Festa da Uva/Recreio da Juventude 2012 .

Como é o livro?O livro é para iniciantes que já

aprenderam os movimentos básicos, é um treinamento muito útil e diver-tido que propõe a solução de mais de 150 exercícios.

A sua irmã, que também é joga-dora de xadrez, assina as ilustra-ções do livro. Os personagens são animais, e seu marido é veterinário. O xadrez é uma espécie de tradição da sua família?

O xadrez está na família. Inclusi-se, minhas duas irmãs mais velhas também são enxadristas de muito sucesso. Quanto aos animais, bem, eu também sempre amei animais, então, estou feliz de vê-los no livro.

Quando você ganhou o primeiro torneio internacional, aos 9 anos, você já sabia que queria ser uma jogadora profissional no futuro?

Eu tinha por volta de 13, 14 anos quando tive certeza de que seria uma jogadora profissional de xadrez. Aos 9 ainda era apenas um jogo.

No Brasil, é muito difícil se sustentar nessa profissão. Como foi para você?

Eu cresci em circunstâncias muito

especiais, minha família não tinha muitos recursos e quando eu comecei a jogar bem, em nível internacional, nossa situação financeira melhorou muito. Agora, pelo fato de que sou considerada a melhor jogadora de xadrez de todos os tempos, consigo levar uma boa vida com o xadrez.

Você diz que o xadrez é uma óti-ma ferramenta na educação. Então não é só um jogo para CDFs?

Eu realmente acredito que o xadrez é uma grande ferramenta educacional para todas as crianças, pois estimula o desenvolvimento da criatividade, da lógica, do pensamento estratégico, bem como ensina disciplina, respeito às regras, aos participantes e muito mais.

Você acha que partidas online contribuem para a divulgação do esporte no mundo?

Sim, eu realmente acredito que a entrada na internet ajuda o xadrez a se tornar mais popular e ainda traz muitos benefícios para quem adora ver e jogar.

O que se passa na sua mente quando você está superconcentrada nas partidas?

No xadrez, você precisa de foco e concentração, mas nem todo mo-mento é decisivo. Às vezes, enquanto meu oponente se move, eu posso simplesmente dar uma pequena ca-minhada para esticar as pernas, olhar outros jogos. É claro que eu tenho que estar atenta para notar quando há um momento crítico. Aí, sim, não há nada mais que o jogo na minha mente.

Alguns anos atrás, Kasparov, tam-bém considerado um grande mestre – que você já derrotou, aliás –, disputou partidas com um compu-tador, o Deep Blue. Você acha que computadores são mais inteligentes que as pessoas?

Eu não gosto de jogar contra computadores porque não é muito agradável jogar contra eles. O que eu adoro no xadrez é que posso jogar contra pessoas, é que ele é um jogo psicológico também, inclusive quando se trata de preparação para torneios.

Com o xadrez no sangue

Xeque-mate no Caminho do Saber | Fotos: Maurício Concatto/O Caxiense

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BOAGENTE

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“Fiquei muito feliz pela premia-ção, pois é o reconhecimento ao trabalho que realizamos na asso-ciação que defende uma causa na qual acredito”, diz o coordenador de qualidade Leonardo Siqueira Borges, 36 anos, que ajudou a As-sociação Criança Feliz, do bairro Fátima Baixo, a conquistar dois troféus de bronze (2010 e 2011) no Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP).

Há 5 anos Leonardo é voluntá-rio na entidade e, além de atuar na implantação de ações de qualidade, põe a mão na massa. Depois do temporal do dia 7 de fevereiro, aju-dou a reconstruir o prédio, a pintar paredes, a recolher donativos. Para Leonardo, o trabalho social exerci-do pela Associação Criança Feliz é uma inspiração quem deseja seguir o voluntariado: a entidade é a pro-va de que, juntas, as pessoas podem fazer de uma causa uma oportuni-dade de evolução pessoal.

Em 2011, a própria entidade re-conheceu o trabalho de Leonardo, premiando-o no projeto Sou de atitude, uma iniciativa que busca agradecer voluntários que se des-tacam na associação e pessoas da comunidade que dão apoio à causa.

Voluntáriode qualidade

Apesar da variedade gastro-nômica que Caxias oferece, é do tradicional que os turistas gostam mais. A passeio, eles costumam dormir até tarde, deixam as horas passar sem regras e esquecem de outra tradição caxiense: a sagrada pontualidade do almoço. A tolerância aumentou nos últi-mos tempos. Hoje é possível almoçar até as 15:00. Depois disso a mesa é retirada. Que esperem o jantar.

No domingo (26) à tarde, O CAXIENSE visitou 11 dos mais tradicionais restaurantes caxienses: galeterias e churras-carias. Às 13:50, na Avenida Júlio de Castilhos, entre as Ruas Feijó Jr. e Teixeira Men-des, no bairro São Pelegrino, não havia lugar para estacio-nar. Os 6 restaurantes localiza-dos neste trecho estavam lota-dos e ainda recebendo clientes. A churrascaria Imperador, uma das mais tradicionais, tinha fila de espera. Cerca de 8 pessoas, de famílias diferentes, aguardavam por uma mesa. De acordo com um funcio-nário, o movimento é sempre intenso aos domingos, mesmo quando não tem Festa da Uva.

No outro lado da cidade, no bairro Lourdes, a situação era a mesma. Na Rua Os Dezoi-to do Forte, o Triângulo do Galeto – Galeteria Alvorada, Casa Di Paolo e Galeto Brasile – continuava com as portas abertas depois das 14:30, com mesas e estacionamento quase

lotados. Por volta das 14:45, a reportagem foi a outro ponto favorável aos turistas, a Gale-teria Vêneto, estrategicamente localizada próximo aos Pavi-lhões da Festa da Uva, na Av. Rubem Bento Alves. Atrás das portas fechadas, dois funcio-nários acenavam que o local já havia encerrado o expediente. Desde as 14:00.

Depois das 15:00 os famin-tos têm que se contentar com outra culinária internacional: crepes de banca ou fast food em lanchonetes e praças de alimentação de shoppings. Os restaurantes que servem buffet a quilo também não costu-mam abrir aos domingos. Os poucos que abrem funcionam até as 14:00.

À noite a realidade é pareci-da. As mesmas churrascarias e galeterias visitadas perma-necem abertas até as 23:00. Depois de assistir aos shows da Festa da Uva, uma das poucas opções é um Mc Jantar Feliz. Quem trabalha como guia turístico em Caxias também não tem outra indicação. De acordo com a proprietária da agência de turismo recepti-vo Farrapos Travel, Gisela Rodrigues, a cultura da cidade aos poucos está mudando, mas ainda está longe do para se tornar a ideal. “Muitos proprietários ainda têm a visão de cidade pequena. Porém, espero que com o tempo este costume de fechar cedo mude”, acredita.

Fartura, sim, mas com hora marcada

Casa Di Paolo | Paulo Pasa/O Caxiense

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92.MAR.2012

Os turistas que se hospedam em Caxias para a Festa da Uva têm um motivo a mais para dormir tranquilos. Em 10 hotéis, 28 policiais são acolhidos como hóspedes e cumprem sua jornada nas ime-diações do local – 2 ou 3 policiais em cada hotel se revezam 24 horas. No dia da abertura da festa, quando se hospedou no Intercity, o governador Tarso Genro aprovou a proposta: convidou os dois policiais para almoçar.

Na sexta (24) as filas para compra de ingresso nos Pavilhões da Festa da Uva ocupavam toda a área coberta do pórtico e seguiam até o estacio-namento – Capital Inicial atraiu 25 mil pessoas, show recorde desta edição. E o desânimo que a multidão causa ao último da fila é o que motivava o negócio do cambista que cobrava R$ 100 por um ingresso “fura-fila” – na bilheteria custa R$ 10. Conforme Roberto Pereira, responsável pela bilheteria, a festa vende no máximo 4 ingressos por pessoa e tenta identificar os cambistas. No entanto, a rapidez na venda é a maior arma da festa. As 16 cabines operantes na sexta-feira di-minuíam o desespero – elemento essencial para o sucesso do cambista – a 15 minutos de espera. As 17 catracas, com capacidade para passar 17 mil pessoas por hora, operavam sem filas. Se havia oferta, provavelmente havia procura, mas naque-la noite o cambista não teve sorte.

Esse foi o crescimento do grupo Randon em 2011. A receita bruta foi de R$ 6,38 bilhões, número que, devido à saída de linha de alguns produtos, não deve se repetir neste ano. Mas o grupo não desistirá de ultrapassar os R$ 6,1 bilhões previstos para 2012. Para ampliar e qualificar a produção, adquiriu a fabricante de veículos para frigorífi-cos Brantec, de Chapecó (SC), e a Controil, de equipamen-tos para freios, com sede em São Leopoldo.

A pré-história do poder

“100 pila passa direto”

Serviço de quarto

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O livro Palavra e Poder: 120 anos do Poder Legislativo em Caxias do Sul, lançado na sexta-feira (24), celebra o aniversário da Câmara de Vereadores, mas con-ta mais do que apenas a história da Casa do Povo. A pesquisa, que durou 6 meses, abrange também a administração da então Colônia

aos Fundos de Nova Palmira, im-plantada em 1875. A obra traz, ain-da, uma lista com dados completos dos políticos caxienses, imagens e diversas reproduções de documen-tos. A coordenação e o texto são da jornalista Geni Salete Onzi, res-ponsável pelo centro de memória da Câmara.

O sonho da despoluição do simbólico arroio Tega foi levantado em janeiro, quando o Samae e a prefei-tura anunciaram com gosto uma estação de tratamento lá. Mas, na sexta-feira (24), o Comitê de Gerenciamen-to da Bacia Taquari-Antas trouxe os caxienses de vol-ta à realidade. As 4 amostra das de água coletadas para análise – 3 no Tega e uma no rio São Marcos – apre-sentaram grandes quantida-des de fósforo e coliformes fecais, obtendo os piores resultados na tabela do es-tudo: notas 3 e 4 . Está mais do que na hora da ETE Tega funcionar a todo vapor.

O pesadelo do Tega PLENARIORe

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Voluntáriode qualidade

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Um descendente de português foi o responsável por idealizar a Festa da Uva, o principal marco na celebração da identidade italiana no município. Visionário, o coletor de impostos também criou a Rádio Caxias e impulsionou o tradicionalismo na capital dos CTGs

por Fabiana Seferin

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112.MAR.2012

Enquanto as máquinas caça-níqueis, um desafio para a polícia caxiense, espalham o azar escondi-das nos fundos de bares, o velho Jogo do Bicho

sobrevive. A improvável credibilidade de um papel sem carimbo ou assinatura mantém a fidelidade

de quem sonha em fazer fortuna com os números que aparecem nos sonhos: a matemática da su-

perstição. De 15 estabelecimentos visitados pela reportagem de O CAXIENSE, 10 recebiam apos-

tas no jogo do bicho. Quatro desses lugares eram agências lotéricas, órgãos da Caixa Econômica

Federal, responsável por fiscalizar o jogo ilegal

O CLANDESTINOSUSTENTADO

PELA FÉ

por Fabiana Seferin e Gesiele Lordes

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do jogo. Trocam meia dúzia de pala-vras e entregam o dinheiro. A aposta não tem valor mínimo e o máximo é até onde a fezinha alcança. A mulher escre-ve em um bloco e entrega ao apostador uma cópia feita em carbono: o número, a data, a modalidade do prêmio e o va-lor da aposta. Aquele pedaço de papel comum carrega a certeza de que, se a sorte não falhar, não há golpe que im-peça a retirada do prêmio. É essa credi-bilidade que transforma o jogo do bicho em uma das práticas ilegais mais aceitas pela sociedade.

Em uma lancheria perto dali, bastou que o proprietário que atendia no bal-cão ouvisse o nome “jogo do bicho” para que abrisse uma gaveta e puxasse um bloquinho. “Número...?”, pergun-tou ele de prontidão, caneta em punho. Apesar de o apostador (a repórter) ser curioso demais para um cliente comum, o comerciante pareceu não temer as perguntas, dignas de um investigador. Ele revelou que a comissão de 20% que lhe cabe é insignificante no faturamento do seu bar. Calcula que os apostadores lhe rendem cerca de R$ 24 por dia com o jogo, além dos produtos que conso-mem. Fala do Bicho com a transparên-cia e a tranquilidade de um respeitador das leis. É na descrição do esquema de pagamentos que o homem deixa esca-par uma sutil característica da operação das máfias. Diz que foram raras as vezes que viu o bicheiro, quem lidera todo o

esquema. Em geral, são os funcioná-rios, conhecidos como recolhedores, que passam ao final do dia para fazer o acerto. Os bicheiros, recolhedores e funcionários – responsáveis pelas apos-tas – formam a banca.

O jogo normalmente encerra às 17:30, cerca de meia hora antes de o re-colhedor passar. O valor repassado aos donos dos pontos pode variar de banca para banca. O comerciante entrevistado diz conhecer 3 bicheiros em Caxias do Sul. Sua fidelidade de mais de 30 anos à mesma banca, segundo ele, se deve ao compromisso do administrador dela. “É mais seguro do qualquer outro jogo”, ex-plica, reforçando o senso comum sobre a prática. Quando questionado sobre possíveis complicações com a Justiça, ele se defende comparando seu negócio com os estabelecimentos oficiais: “Jogo do bicho você encontra em qualquer lo-térica”, desdenha.

A reportagem visitou 7 das 24 lo-téricas de Caxias e comprovou que o homem exagerou no “qualquer”, mas tinha sua razão. “Vocês fazem jogo do bicho?”. Funcionários de 4 agências responderam positivamente à pergun-ta sem a menor cautela em esconder o jogo. As apostas foram realizadas no balcão, diante dos demais clientes de serviços legais. O bicho parecia fazer parte da rotina dos estabelecimentos. Nenhum funcionário esboçou qualquer

reação de desconfiança. Quem não faz o jogo sabe indicar quem faça. Em uma das abordagens, a atendente de uma lotérica indicou o estabelecimento ao lado: um pequeno escritório especiali-zado em jogo do bicho e venda de Tele Sena. A moça que atendia no local, com pouco mais de 20 anos, explicou à re-pórter – que se passou por apostadora – que entre as mais de 20 modalidades de aposta, as mais procuradas estão as cen-tenas e os milhares. O valor dos prêmios é definido pelas bancas, mas geralmente é de R$ 400 até R$ 1,6 mil para cada R$ 1 apostado. A funcionária esclareceu que naquela banca os sorteios aconte-cem pela Loteria Estadual do Rio de Ja-neiro, exceto nas quartas e nos sábados, quando são pela Loteria Federal. Em algumas bancas, outras loterias também são consultadas.

Segundo o supervisor de canais da Caixa Econômica Federal, Luiz Carlos Catusso, as agências que realizam a jo-gatina estão sujeitas a penas que variam desde o pagamento de multas até o can-celamento da concessão lotérica. A fis-calização é feita por auditores da Caixa. “Cabe a estes profissionais a auditoria nas agências e na rede da Caixa, na qual estão inseridas as lotéricas. Eles estão em constante observação das normas e fazendo investigações de denúncias em todo o Brasil”, explica. Nas agências visitadas, ninguém pareceu temer a fis-calização.

Através da parede de vidro de um restaurante na Rua Dr. Montaury é possível ver em um canto uma pequena mesa de madeira. Atrás desta espécie de balcão, uma mulher que aparenta ter uns 40 anos é responsável por registrar as apostas que podem significar uma virada na vida de alguém. Os clientes, na maioria homens, chegam certeiros na mesinha

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Bancas, inclusive em lotéricas, recebem apostas sem temer a fiscalização |Maurício Concatto/O Caxiense

“O máximo que o acusado pode pegar é 4 meses a um ano de prisão em

regime semiaberto. Além disso, pode pagar multas. Os valores são baixos, a

maioria não chega a um salário mínimo”, explica a promotora Simone

Martini sobre a fragilidade da legislação, que facilita o jogo

Dos 8 bares e lanchonetes a que foi reportagem, apenas dois não recebiam apostas. Embora o bicho esteja à sol-ta nas ruas, são poucas as queixas de bancas clandestinas que chegam à Po-lícia Civil. Conforme o delegado Vitor Augusto Costa Carnaúba, titular do 1º Distrito Policial, o bicho perdeu espaço, pelo menos em importância, para outro jogo de azar que, segundo ele, é o grande problema da cidade. “As máquinas caça-níqueis, se comparadas ao jogo do bicho, prejudicam mais o apostador, que perde dinheiro de forma mais rápida e repeti-damente. Ao contrário de antigamente, hoje o jogo do bicho é mais discreto, não tão visual como nas décadas passadas”, conta o delegado. Segundo ele, o núme-ro de denúncias não chega a 5 por ano. “Em função disso e também do escasso número de investigadores que contamos (são apenas 2), priorizamos os crimes mais graves, como homicídios, já que o jogo do bicho é considerado uma con-travenção à lei, não um crime de fato. Além disso, a situação da jogatina na cidade não está vinculada ao tráfico de drogas, como ocorre no Rio de Janeiro, por exemplo”, tranquiliza o delegado, que defende uma legislação mais severa, já que as penas das contravenções – in-corporadas ao Código Penal em 1941 – não assustam os bicheiros.

A titular da 5ª Promotoria de Caxias do Sul, Simone Martini, que também é a favor de uma legislação com penas mais rígidas, explica o sucesso do jogo do bicho. “Por ser uma contravenção, a pena é leve. O máximo que o acusado pode pegar é 4 meses a um ano de prisão simples, ou seja, em regime semiaberto. Além disso, pode pagar multas. Os va-lores são baixos, a maioria não chega a um salário mínimo.” Os processos rela-cionados ao jogo do bicho também são poucos. No ano passado, Simone, parti-cipou de apenas dois casos envolvendo a contravenção.

Apesar de ser ilegal, a organização do jogo do bicho é eficiente, o que dá credi-bilidade aos bicheiros. A garantia de que o apostador receberá o prêmio é o ponto forte do jogo, assim como curto prazo de entrega do dinheiro, que não passa dos 15 dias depois do sorteio. Quem so-nha em ficar rico ganhando uma bolada vê na lógica do bicho, que permite diver-sas combinações de números, um bom motivo para apostar nos significados dos sonhos.

As bancas disponibilizam livros que

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sugerem números para qualquer tipo de sonho e a cultura popular também está cheia de dicas: sonhar com traição, por exemplo, é premissa para apostar na cobra. Se uma criança aparecer no sonho, o indicado é o coelho. A supers-tição é o que mantém o vício dos apos-tadores. A crendice e a confiança fazem um empresário apostar cerca de R$ 10 por dia. O homem que não quis se iden-tificar, prefere chamar o vício de hábito e diariamente encontra um sinal para jogar. Ele conta que uma vez bateu com a cabeça em uma caixa de eletricidade. Era o tal sinal. Apostou no número es-crito na caixa e ganhou. Em outro so-nho, viu a placa de uma caminhonete Mitsubishi L200, que seria de um amigo que ele não via há 30 anos. “Nem sabia que este amigo tinha uma L200 branca. Lembro que no sonho enxergava o veí-culo passar em minha frente e dentro dele este conhecido me acenava. Apos-tei na centena da placa e ganhei R$ 12 mil. Depois de uma semana encontrei o irmão deste meu amigo e contei o ocorrido. Foi muita coincidência. E me contou que realmente o irmão tinha um caminhonete com a mesma placa e mo-delo que havia sonhado”, divaga o em-presário, sobre os mistérios da sorte. No seu maior prêmio, conseguiu comprar o carro para a esposa. Embora já tenha

investido cerca de R$ 85 mil em 30 anos de apostas, ele calcula que os prêmios compensem o gasto.

Por acreditar na simbologia dos números, várias pessoas abrem mão de apostar nos jogos oficiais da Caixa Econômica Federal. Os apostadores entrevistados justificam a preferência. Alegam que os 10 tipos de jogos da Cai-xa não oferecem a mesma liberdade de escolha de números. Além disso, eles acreditam que as chances de ganhar são maiores no bicho, já que os prêmios partem de diversas fontes, enquanto na Mega Sena, por exemplo, as chances são de uma em 50 milhões, o prêmio é fixo e ainda podem ser dividido entre ga-nhadores. “Se você aposta R$ 1 na cen-tena do primeiro lugar, pode ganhar R$ 400. Se aposta no milhar, pode ganhar R$1.600. Na Sena é um prêmio único e o valor mínimo da aposta é de R$ 1,25”, explica o dono de um bar.

Para os bicheiros, o risco de ser in-vestigado pela polícia é muito menor do que o lucro. Enquanto os donos das bancas mantiverem a palavra e não de-rem com os burros n’água, tudo indica que continuarão atraindo e fidelizando apostadores. O jogo do bicho está longe da extinção, especialmente porque foi declarado o fim da temporada de caça.

Apostadores do jogo do bicho acreditam em números ditados em sonhos e em um bilhete sem nenhuma identificação |Maurício Concatto/O Caxiense

“Se você aposta R$ 1 na centena

do primeiro lugar, pode ganhar

R$ 400. Se aposta no milhar, pode ganhar R$1.600.

Na Sena é um prêmio único e

o valor mínimo da aposta é de R$

1,25”, compara um comerciante que

recebe apostas

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152.MAR.2012

O hOMEM qUE SABIA DEMAISZico Zugno, engenheiro elétrico caxiense que projetou uma máquina para a Nasa, dedicou 19 anos de pesquisas para projetar equipamentos que auxiliam portadores de necessidades especiais. Agora, explica de um modo simples por que a Terra não vai acabar com a queda de um asteroide e com o alinhamento dos astros em 21 de dezembro de 2012

Década de 1960. A industrialização desenfreada dos países em desenvolvimento, a falta de planejamento do crescimento populacional e a degradação da natureza pela utilização cada vez maior de elementos químicos nos processos de produção motivaram o surgimento de organizações ambientalistas em todo o mundo. Em Caxias do Sul, acompanhado do pai, um garoto ouvia histórias sobre plantas, animais e conselhos sobre como garantir um futuro melhor através da preservação do meio ambiente.

Ele tinha dúvidas, como todos as crianças da sua ida-de. Quantas estrelas há no céu? Quantos planetas há no universo? Por que acontecem os terremotos? Como as máquinas podem ajudar o homem a cuidar da nature-za e ter mais qualidade de vida? Todas essas questões faziam parte da sua rotina. A sorte é que ele tinha o pai para responder a todas elas. José Zugno quebrou para-digmas quando formou-se em Agronomia na Universi-dade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e História

por Rafael Machado

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Natural na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PU-CRS), em 1948. Na época, uma lei fede-ral não permitia o estudo em duas facul-dades simultaneamente. Teve que pedir autorização do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Mais do que um am-bientalista motivado, foi inspiração para toda a vida do filho, batizado com seu nome. José Zugno Filho, 55 anos, co-nhecido no meio acadêmico e científi-co pelo apelido de infância Zico, fez da causa ambiental o ponto de partida para a sua carreira. Engenheiro elétrico e ad-ministrador de empresas formado pela UFRGS, possui conhecimento e, princi-palmente, fascinação pela astronomia.

Autor dos livros 101 razões emocio-nantes para a vida continuar após 2012 e Antídoto Apocalíptico – 140 razões científicas para você se apaixonar pela vida, dedicou parte de sua trajetória a aplicar seus conhecimentos científicos em projetos de máquinas inovadoras.

“A paixão pelas invenções surgiu quando comecei a lecionar, em 1993. Antes eu já projetava várias máquinas, mas desde os primeiros alunos atendi-dos senti a necessidade de inventar apa-relhos que ajudassem as pessoas. Com o

tempo, fui desenvolvendo projetos que hoje estão em academias, hospitais, ins-tituições de ensino, entre outros lugares, e que cumprem a função social que eu quis agregar ao meu trabalho”, conta o engenheiro.

O conhecimento e a criatividade sem-pre foram os principais combustíveis para a atuação do professor. Geraram grandes histórias e um convite que, para muitos cientistas, seria irrecusável: tra-balhar para a Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. Pois em 1982, Zug-no recusou a proposta. Uma empresa americana precisava de um equipamen-to para a usinagem de ligas metálicas aeroespaciais de alta dureza e alto ponto de fusão. Harry Kern, proprietário da EDM Technology, maior empresa de eletroerosão dos Estados Unidos, ha-via recebido um pedido da Nasa para o desenvolvimento de uma máquina especial de 5 canais simultâneos de usi-nagem. Sem condições de projetar o invento, procurou outras empresas no país e no Exterior para a tarefa. Veio ao Brasil em busca da solução. Antoninho Stédile, diretor da Engemaq, de Caxias do Sul, chamou o então chefe de Pes-quisa, Desenvolvimento e Engenharia

“Eu iria morar em uma região de

muitos terremotos. Não conseguiria dormir sabendo que o teto pode cair sobre mim

a qualquer momento”, conta

Zugno, que recusou emprego nos EUA

Professor Zico Zugno exibe a cadeira de rodas que sobe escadas |Arquivo pessoal/O Caxiense

Robô manipulador que simula os movimentos da mão |Arquivo pessoal/O Caxiense

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Alunos da mecatrônica com o Arco Identificador de Campo Visual, doado à Apadev |Arquivo pessoal/O Caxiense

de Produtos, Zugno, para o desafio. O resultado agradou o americano e ren-deu um convite para ir morar na região conhecida como Elo de Fogo do Pacífi-co (Los Angeles e San Diego), para dar suporte à máquina e desenvolver pro-jetos para os clientes da EDM Techno-logy. Conhecendo as particularidades do solo local, Zugno declinou. “Eu iria morar em uma região de muitos terre-motos. Eu não conseguiria dormir mo-rando em um lugar em que eu sei que o teto pode cair sobre mim a qualquer momento”, justifica o professor.

Ao longo da carreira, Zugno depa-rou com mais oportunidades de morar fora do Brasil. Em 1986, 1988 e 1989, o Sr. Lodigiani, diretor da Comu, em-presa italiana que revendia máquinas de eletroerosão, convidou Zugno para ir morar no país europeu. “Ele queria, além de revender, começar a produzir as máquinas, e insistiu muito para que eu fosse trabalhar com ele. Já tinha até conseguido um colégio para as minhas filhas estudarem por lá”, diz.Novamente, decidiu ficar em Caxias do Sul. Desen-volveu esteira eletrônica, cadeira de ro-das movimentada por comando de voz ou por sopro, semáforo falante, campai-nha visual, entre outros inventos, que facilitaram a vida de muitas pessoas.

“A maioria dos equipamentos é ins-

pirada em pessoas com necessidades especiais. O objetivo é ajudar o maior número possível delas. Alguns foram doados para entidades, que puderam usá-los no tratamento e no diagnóstico de várias deficiências”, conta.

No segundo andar da Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Visuais de Caxias do Sul (Apadev) está um dos equipamentos desenvolvidos por Zug-no. Conforme Juliana Rejane da Cruz, optometrista da entidade, o Arco Iden-tificador de Campo Visual têm ajudado no diagnóstico de diversos problemas de visão. “Quando os alunos procuram a nossa ajuda, o primeiro passo é reali-zar o teste no arco, que mostra o campo de visão que cada um consegue iden-tificar a partir de um ponto fixo. Com esse teste, fazemos uma avaliação para definir como será feito o tratamento de cada caso, além de poder diagnosti-car doenças visuais como o glaucoma. Quando podemos ter certeza do trata-mento mais adequado, podemos dar mais qualidade de vida para os pacien-tes”, explica.

Outro equipamento importante pro-jetado pelo professor foi o Libra Lear-ning, um painel para o aprendizado da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Acoplado a um computador, ele sinali-za, através de ícones e luzes, algumas

A maioria dos equipamentos

inventados por Zugno é

inspirada em pessoas com

necessidades especiais. “O

objetivo é ajudar o maior número

possível delas”

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expressões utilizadas no dia-a-dia pe-los deficientes auditivos.

Mas o sentimento de realização por ter ajudado tantas pessoas com suas invenções inspirou um novo momento da vida do professor. Este ano, ele se desligou do curso de Mecatrônica do Senai. “Depois de 19 anos como pro-fessor, percebo que cumpri essa missão. Agora, tenho um desejo muito forte de popularizar a ciência, e por isso estou me dedicando à divulgação dos meus livros e realizando palestras gratuitas em escolas, associações e outras enti-dades. Sempre me interessei por todos os tipos de ciências, porque queria ter um entendimento completo da criação divina”, diz.

Com seus dois livros em mãos, Zug-no busca desmistificar mitos que mui-tas vezes geram medo, desconfiança e atrapalham a vida em sociedade. Em 101 razões emocionantes para a vida continuar após 2012, ele explica atra-vés de aspectos da astronomia, geolo-gia, química, física, biologia e outras ciências que o planeta Terra está natu-ralmente protegido contra os desastres que poderiam ocasionar seu fim. “Um dos maiores medos das pessoas é de que um asteroide se choque com a Terra, mas isso não acontece porque outros planetas, muito maiores que o nosso, atuam como um escudo natural e atra-em esses asteroides. Além disso, a Nasa tem o programa Space Guard, alerta o tempo inteiro”, afirma.

Um episódio relacionado a um as-teroide está marcado na memória do professor e serviu como inspiração para expor o assunto no livro. Em 1994, ao mesmo tempo em que o mundo todo concentrava as atenções na Copa do Mundo que acontecia nos Estados Uni-dos, havia o medo do asteroide SL9 (Shoemaker Levy 9) se chocar com a Terra.

“Todo mundo queria ver o seu time campeão, mas eu não estava nem me importando com o Brasil na Copa. Eu estava preocupado mesmo é com a chance desse asteroide cair aqui na Terra, porque alguns astrônomos aler-tavam para essa possibilidade”, conta o professor. “No final deu tudo certo, porque Júpiter sugou o astro. O caso foi divulgado depois de estar resolvido, inspirando filmes como Armagedon e Impacto Profundo”, complementa.

Já em Antídoto Apocalíptico – 140 razões científicas para você se apai-xonar pela vida, o professor aprofunda os assuntos abordados em sua primeira obra, explicando, por exemplo, o alinha-mento do centro massivo da Via Láctea com a Terra e o Sol no dia 21 de dezem-bro deste ano, garantindo que isso não é motivo para acreditar em um fim dos tempos. “Haverá muitas catástrofes na-turais este ano, mas elas não acontece-rão simultaneamente no mundo todo. Ocorrerão fenômenos em locais distan-tes uns dos outros. O que é certo é que as pessoas devem se afastar de locais de

risco, como bordas de placas tectônicas e proximidades de vulcões. Regiões li-torâneas também têm certo risco, pois um terremoto em um lugar distante do planeta podem provocar uma onda que invada locais em que terremotos não acontecem com frequência. Beiras de rio e de mar são lugares em que o ho-mem não deveria habitar. Deveriam ser locais turísticos, de preservação ou de investimentos agropecuários, mas nun-ca habitacionais”, analisa.

Até agora, foram 12 palestras em di-ferentes cidades do Estado, incluindo o TEDx (Technology Entertainment Design) Caxias do Sul, para divulgar a ciência. Segundo ele, a palestra mais in-teressante foi em Torres, no último dia 26 de janeiro. “Eu estava em férias por lá, me descobriram e me convidaram para dar a palestra, que aconteceu na Casa da Cultura. Estavam presentes cer-ca de 150 pessoas, que durante mais de duas horas me encheram de perguntas. O engraçado é que havia muitos ateus, e esses eram os que mais perguntavam”, conta o professor cristão.

A nova missão de Zugno é disseminar de forma fácil o que sabe. “Estou dispo-nível para compartilhar conhecimento com as pessoas e faço isso gratuita-mente. Mesmo que não dê dinheiro, é isso que eu quero fazer. Já me fizeram propostas de emprego e recusei, porque agora quero me concentrar nesse traba-lho”, diz Zico. Criatividade, certamente, não lhe faltará.

“Sempre me inte-ressei por todos os tipos de ciências, porque queria ter um entendimen-

to completo da criação divina”,

filosofa o cientista cristão

Libra Learning, painel para o aprendizado de Libras doado à Helen Keller |Arquivo pessoal/O Caxiense

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192.MAR.2012

Em novembro de 2011, quando os 7 shows nacionais foram anun-ciados, o diretor de Cultura da Festa da Uva, Antonio Feldmann, avisou: “buscamos contemplar a todos os gostos e faixas etárias. Adotamos como parâmetros a qualidade, o apelo popular e a diversidade”.

As escolhas, explicou ele, teriam se baseado também em solicitações rece-bidas via mídias sociais pela Morphi-ne, empresa responsável pelos shows. Mas muita gente chiou ao ver nomes como a banda de pagode Sorriso Maroto e o grupo de forró Calcinha Preta – que, para quem reclamou, encaixavam-se melhor no quesito apelo popular do que qualidade.

Em compensação, muitos mais vibraram com o rock do Capital Inicial – que atraiu 25 mil pessoas, a capacidade máxima do Espaço Multicural – e o samba-rock de Seu

Jorge – que, tudo indica, deve repe-tir o feito no sábado (3), às 22:00.

Uma pena só a falta de divulgação e atenção aos talentos locais. O Palco Jovem, onde ocorrem as apresentações da maioria das bandas covers e autorais caxienses – grande parte contrapar-tidas do Financiarte, aliás –, tinha uma decoração linda e um ambiente super agradável, mas ficava na saída do Pavilhão 1. Poucos, depois de percorrer toda a feira, tinham disposição para apreciar os shows. Quem parava para assitir geralmente era porque estava es-perando sua excursão chegar ou por ser amigo dos músicos. Além disso, a Festa sequer disponibilizou estacionamento gratuito para quem, como qualquer ou-tro expositor ou membro da comissão, estava indo lá trabalhar no entreteni-mento do público – e com uma boa quantidade de equipamentos, como caixas e instrumentos, para carregar.

Já o desfile cênico musical, o me-lhor dos últimos anos – com direito a Orquestra de Sopros e Coro ao vivo –, acabou prejudicado por um fator que foge ao alcance dos organizadores: o tempo. São Pedro, como bem disse o diretor de desfiles João Tonus, não foi muito amigo dos aproximadamente 1,5 mil figurantes que se mobilizaram volturiamente para enfeitar a Sinim-bu. Em razão da chuva, 2 apresenta-ções (até fechamento desta edição) foram definitivamente canceladas.

Enfim, o saldo final da progra-mação cultural da Festa da Uva é positivo. Que em 2014 ela coloque em prática toda sua experiência de balzaquiana para corrigir os erros, conte com a sorte para escapar da chuva e comprove a tese dos britâ-nicos: as mulheres atingem seu pico de beleza aos 30 anos, pouco pela aparência, mais pela personalidade.

Jovem, mas muito perto da maturidade

PLATEIAFim de Festa animado | Piada Pronta no cinema | combo de rock| História de amor no Palco

Desfile Cênico Musical |Maurício Concatto/O Caxiense

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FESTA DA UVA

SEXTA-FEIRA (2)

Corrente Sanguínea 17:30. Espaço Jovem Orquestra Sinfônica da UCS 19:00. Palco Ítalo-gaúchoVagabundos Iluminados 19:00. Espaço JovemCésar de Freitas 20:00. Espaço MulticulturarSunny Music 20:30. Espaço Jovem

Desfile Cênico Musical 20:30. Rua Sinimbu hector D’Marco 21:00. Espaço Multicultural

SÁBADO (3)

Saxofonista Paulo Johann 11:00. CoretoAmicci Dei Cuore 12:00. Palco Ítalo-gaúchoJuliano Brito 13:00. CoretoXirú Pereira 14:00. Palco Ítalo-gaúchoSaxofonista Elio Beux 15:00. CoretoVulkanianos 17:30. Espaço JovemStile Líbero 18:00. Palco Ítalo-gaúchoKaskalho 19:00. Espaço JovemBuenas e M’espalho 20:00. Palco Ítalo-gaúchoOLTZ 22:30. Espaço Jovem Desfile Cênico Musical20:30. Rua Sinimbu

Dan Ferretti 21:00. Espaço Multicultural

DOMINGO (4)

Tenor Dirceu Pastori e Banda 11:00. Palco Ítalo-gaúchoMolhados na Chuva 13:30-15:30-17:30. Centro de EventosJuliano Brito 14:00. CoretoDélcio Tavares e Banda 15:00. Palco Ítalo-gaúchoSamuel Sodré 17:30. Espaço Jovem

Depois de Luciano declarar o fim da dupla, no final do ano passado, os eternamente jovens filhos de Francisco vêm para Caxias mostrar que está tudo bem: a voz continua a mesma (já os cabelos, quanta diferença). Zezé Di Camargo e Luciano can-tam sucessos de uma carreira de 19 anos, 21 álbuns gravados, mais de 36 milhões de cópias vendidas e 2 Grammys. A última apresentação dos cantores em Caxias foi em 2009, também nos Pavilhões.

SEX. (2). 22:30. Espaço Multicultural

Aos 19 anos, Jorge Mário da Silva, criado na periferia ca-rioca, deu uma virada na vida. Virou Seu Jorge. Marcelo Yuka (ex-Rappa) deu o apelido e ou-tras parcerias renderam a fama. Desde Tem espaço na van, com Ed Motta, e Carolina, Seu Jorge vem justificando o respeitoso Seu. A parceria com outra Ca-rolina, a Ana, para a versão bra-sileira de The Blower’s daughter, de Damien Rice, está aí para mostrar que nem só de bom samba se constrói o sucesso. É isso aí...

SÁB. (3). 22:30. Espaço Multicultural

O encerramento da festa será ao som do tradicio-nalismo. Respeitados entre os mais e menos conser-vadores do tradicionalismo e sucesso dentro e fora do Rio Grande do Sul, César Oliveira e Rogério Melo comemoram os 10 anos de parceria – 9 CDs e três DVDs gravados – com o álbum Rio-Grandenses. Em 2008 o Brasil reconheceu o trabalho da dupla. Eles ganharam o prêmio TIM da música brasileira regional.

DOM. (4). 18:00. Palco Ítalo-gaúcho

Sertanejo pós-graduado

há Carolinas e Carolinas

Sul sem fronteiras

PAVILHÕES DA FESTA DA UVA SEG. a SEX. 14:00 às 22:00. SÁB. e DOM. 21:00 às 22:00.

INGRESSOS: SEG. a QUI. R$ 7 e R$ 3,50 (estudante e idosos). SEX. a DOM. R$ 10 e R$ 5 (estudante e idosos). Som e Luz: R$ 10. Shows Nacionais: Ala VIP R$ 25. Camarote Merlot (fundo) R$ 30. Camarote Cabernet e Pinot (laterais) R$ 40. Crianças até 10 anos não pagam. O ingresso para os Pavilhões dá direito aos shows (na pista). Estacionamento no Parque de Eventos: SEG. a QUI. R$ 7. SEX. a DOM. R$ 10.

DESFILE CÊNICO MUSICALIngressos à venda na Casa da Cultura, das 8:30 às 19:00. Até 20:30 em dia de desfile. Arquibancada 1: R$ 25. Arquibancada 2: R$ 15.

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212.MAR.2012

CINE

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de respon-sabilidade dos cinemas.

A INVENÇÃO DE hUGO CABRETUma das obras-primas de Scorsese, baseada no li-

vro de Brian Selznick, e uma belíssima homenagem ao cinema, que levou 5 dos 11 Oscars a que concor-ria – todos em categorias técnicas. Hugo Cabret é um órfão que vive nas paredes de uma estação de trem. Seu mais precioso bem é um autômato que o pai lhe deixou antes de morrer, e que guarda um in-crível mistério. 3ª semana.

★ ★ ★ ★ ★IGUATEMI 3D 13:30 15:30-17:40-19:50-22:10CINÉPOLIS 3D 13:15-16:00 18:40-21:15

L 2:06

TÃO FORTE E TÃO PERTO Baseado no livro Extremamente Alto e Incri-

velmente Perto, de Jonathan Safran Foer, o filme é a quarta indicação ao Oscar que o diretor Stephen Daldry consegue em 4 filmes. Oskar Schell (Tho-mas Horn) é uma criança que sofre de Síndrome de Asperger e tem muita dificuldade de se relacionar com as pessoas, exceto seu pai, que morre no atentado de 11 de setembro. Apesar de sua mãe, Linda Schell (Sandra Bullock), se esforçar para se aproximar dele, Oskar se vê perdido e sozinho, e mergulha em uma aventura por Nova York ao encontrar uma chave perdida no armário do pai. 2ª semana.

IGUATEMI 16:40-21:20CINÉPOLIS14:00-19:00 10 2:09

Heather ANN DAVIS. Eric CALLERO. Frank PACHECO. De Craig MOSS.

A SAGA MOLUSCO: ANOITECERA saga Crepúsculo, você já sabe, relata em 4 partes o romance entre o vampiro Edward e a

jovem Bella, que em uma delas também fica dividida pelo amor do lobisomen Jacob. Quem tiver coragem de encarar 1:23 na poltrona vai ver em A Saga Molusco: Anoitecer, de uma tacada só, sátira de todos os longas – com direito a beijo gay entre os mocinhos. Roteiro e direção de Craig Moss. Estreia.

IGUATEMI 14:45-17:00-19:20-21:10CINÉPOLIS 13:30-15:30-17:30-21:30 14 1:23

PODER SEM LIMITESNeste longa no estilo “gravações encontradas”

(tipo A Bruxa de Blair), três adolescentes são ex-postos a uma misteriosa substância e começam a desenvolver supoderes extraordinários. No começo, eles usam as habilidades por diversão em pequenas brincadeiras, até que a situação começa a fugir do controle e o lado negro de cada um emerge. Estreia.

IGUATEMI 14:10-16:20-19:00-21:30CINÉPOLIS 13:00-15:10-17:20-19:40-22:00

12 1:34

ANJOS DA NOITE: O DESPERTARQuando os humanos descobrem a existência de

vampiros e lobisomens, começa uma guerra para erradicar as duas espécies. A guerreira vampira Se-lene, que acorda após um coma de 12 anos, lidera a batalha contra a humanidade. A volta de Kate Be-ckinsale aos filmes da franquia – que engatinhou, mas já chega à quarta parte – somou US$ 54, 3 mi-lhões após 10 dias em cartaz nos Estados Unidos. Estreia.

CINÉPOLIS 14:20-16:20-18:20-20:30 SEX. e SÁB. 22:40

16 1:29

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22

MEDIANERAS: BUENOS AIRES NA ERA DO AMOR VIRTUALMedianeras narra a história de duas solitárias almas portenhas. Martin,

um escritor travado que detesta sair de seu pequeno apartamento, e Ma-riana, recém-traumatizada pelo término de um relacionamento, habitam a metropolitana Buenos Aires, mas sofrem de solidão. E nem imaginam que o amor de suas vidas pode estar a apenas uma porta de distância. 2ª semana.

★ ★ ★ ★ ★ORDOVÁS SEX.(2) 19:30 SÁB.(3) e DOM.(4) 20:00.

12 1:35

A DAMA DE FERROO longa conta a história da ex-primeira ministra britânica (e uma das

mulheres mais poderosas de sua época) Margareth Thatchter. Salvo pela brilhante atuação de Meryl Streep – que confirmou favoritismo conquis-tando o Oscar de Melhor em Atriz em um vestido Lanvin tão dourado quanto a estatueta –, o filme se perde ao tenta abordar tanto a vida pessoal quando profissional da dama de ferro. 3ª semana.

★ ★ ★ ★ ★IGUATEMI 14:30-19:10CINÉPOLIS19:20 12 1:45

MOTOQUEIRO FANTASMA: ESPÍRITO DE VINGANÇAComo a franquia não deu muito certo, os americanos tentaram – e só

ficaram na tentativa mesmo – recomeçar a saga, mudando tudo menos Nicolas Cage. Para o astro, aliás, foi um desafio interpretar um perso-nagem que é quase 70% do filme uma caveira flamejante – vai saber, né. Johnny Blaze, o Motoqueiro Fastasma, vai à Europa Oriental tentar se livrar do contrato que fez com o diabo. 3ª semana.

IGUATEMI 14:00-16:00-18:00-20:00-22:00CINÉPOLIS 13:40-15:50-18:00-20:10 SEX. e SÁB. 22:20

12 1:35

A MULhER DE PRETOBaseado no livro de terror homônimo de Susan Hill, o longa é um

suspense sobrenatural cheio dos clichês do gênero – a figura assustadora que só dá as caras no fim da história, o tema de um espírito do mal em busca de vingança, os (nada surpreendentes) momentos de susto. Daniel Radcliffe, que nos acostumamos a ver no papel do bruxo adolescente Har-ry Potter, tem o desafio de convencer no papel de um jovem advogado viúvo, pai de uma criança de 3 anos, que viaja a um remoto vilarejo para cuidar dos papéis de um cliente recém-falecido. 3ª semana.

IGUATEMI 15:45-17:50-21:45CINÉPOLIS 16:50-21:50 14 1:35

CADA UM TEM A GÊMEA qUE MERECEJack recebe a visita de sua irmã gêmea Jill para o Thanksgiving (Dia de

Ação de Graças), mas ela acaba ficando mais tempo do que o previsto. Uma das cenas mais engraçadas é quando Al Pacino, interpretando ele mesmo, se apaixona por Jill. 4ª semana.

IGUATEMI 13:40-19:40 10 1:31

PACO INDÚSTRIA METALÚRGICA S/ACNPJ/MF nº 89.562.748/0001-91. NIRE 43 3 0001968 3

ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

A Assembléia Geral Extraordinária foi realizada no dia 31 de Dezembro de 2011, às 10 horas, na sede social da Companhia, em Caxias do Sul (RS), na Estrada RST 453, s/n.°, Km 01, Pavilhão A1, Distrito Industrial, com a presença de acionistas representan-do a totalidade do capital social, todos com direito a voto. Sob a presidência e secretaria, respectivamente, dos acionistas Gustavo Miotti e Janaína Miotti, consoante ordem do dia de todos previa-mente conhecida, por unanimidade de voto, com a abstenção dos legalmente impedidos, foi deliberado: Aprovar a capitalização pro-veniente de Lucros Acumulados, no valor de R$ 14,83 (quatorze reais e oitenta e três centavos) e R$ 2.541.345,17 (dois milhões e quinhentos e quarenta e um mil e trezentos e quarenta e cinco reais e dezessete centavos) provenientes da Reserva para Doações e Subvenções, sem emissão de novas ações, com o que o capital so-cial da Companhia foi aumentado para R$ 40.584.360,00 (quarenta milhões e quinhentos e oitenta e quatro mil e trezentos e sessenta reais); em conseqüência, aprovar a alteração da redação do Artigo 5°. do Estatuto Social que passará a vigorar com o seguinte teor: “Artigo 5°. – O capital social é de R$ 40.584.360,00 (quarenta mil-hões e quinhentos e oitenta e quatro mil e trezentos e sessenta reais) dividido em 40.584.360 (quarenta milhões e quinhentos e oitenta e quatro mil e trezentos e sessenta) ações ordinárias, nomi-nativas, sem valor nominal”. Nada mais havendo, a Assembléia foi encerrada e lavrada a ata que foi lida e tida conforme em todos os seus termos, sendo assinada pelos acionistas. Gustavo Miotti, Presidente da Assembléia, Janaína Miotti, Secretária da Assem-bléia; Acionistas presentes: Espólio de Adelino Miotti, represen-tado pela Inventariante Lourdes Maria Vanin Miotti, Gustavo Miotti, Janaína Miotti, Rodrigo Miotti, Leonardo Miotti, Lourdes Maria Vanin Miotti, Luiz Antônio Boff, Silvino Gildo Agnesi Filho, Nivaldo Della Giustina, Claiton Gaieski Pires, Walter Romeu Vanin, Gus-tavo Luís Boff, Felipe Boff e Mateus Boff. Na qualidade de Presi-dente, declaro que esta ata é cópia da ata lavrada no livro próprio e autênticas as assinaturas. Caxias do Sul, 31 de Dezembro de 2011. (assinaturas): Gustavo Miotti, Presidente da Assembléia. Janaína Miotti, Secretária da Assembléia. Paulo Roberto Sachett, OAB/RS 61.071. Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul certifico o registro em: 14/02/2012 sob nº: 3588271. Protocolo: 12/046017-3, de 27/01/2012. Empresa: 43 3 0001968 3. Secretário-Geral: José Tadeu Jacoby.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação - Cível4ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 20 (vinte) dias. Natureza: Declaratória Processo: 010/1.11.0006016-2 (CNJ:.0012093-23.2011.8.21.0010). Autor: Heloise Salvador. Réu: Supertrunfonet Ltda e outros. Objeto: CITA-ÇÃO de Supertrunfonet Ltda, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAzO de QUINzE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial.

Caxias do Sul, 07 de dezembro de 2011.SERVIDOR: Osmar Cezar da Silva. JUIz: Sergio Augustin.

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

Edital de Citação de Interessados, Ausentes, Incertos e Desconhecidos - Usucapião

1ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul Prazo 20 (vinte) dias. Natureza: Usucapião. Processo 010/1.11.0018126-1 (CNJ:.0033540-67.2011.8.21.0010). Autor: Nereu Renheimer Soares. Objeto: declaração de domínio sobre o imóvel a seguir descrito: “um terreno urbano de esquina, lote n° 11 com área de 279,80m2, sito na Vila Gaúcha, Bairro Kayser, na cidade de Caxias do Sul, quadra n° 977, antiga quadra 1982, fa-zendo frente com a Rua Olímpio Rosa, esquina com a Rua Padre Ambrósio Pieratelli, medindo e confrontando: ao norte, por 21,45m, com a Rua Olímpio Rosa; ao sul, por 22,10m, sendo uma linha ao sul de 19,10m e outra linha sudoeste de 3,00m, com o lote de pro-priedade de Francisco de Oliveira Alves; ao leste, por 12,85m, com a Rua Padre Ambrosio Pieratelli; e, ao oeste, por 13,43m, com o lote nº 9, de propriedade de Luciane Alves Soares e Fabiano Alves Soares”. Prazo de 15 (quinze) dias para contestar, querendo, a con-tar do término do presente Edital (Art. 232, IV, CPC), sob pena de serem presumidos como verdadeiros os fatos alegados pelo autor.

Caxias do Sul, 20 de dezembro de 2011.SERVIDOR. Minam Buchebuan Lima. Ajudante Substituta.

JUIz: Daniel Henrique Dummer.

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232.MAR.2012

Promovido desde 2007 no Brasil e realizado em mais de 200 cidades da Améri-ca Latina, o Grito Rock, festival de integração de bandas independentes, terá sua 2ª edição em Caxias, promovida pelo Manifestasol com o apoio do Circuito Fora do Eixo e Vagão Classic. Na sexta (2), noite rocker, o palco do Vagão Classic é das bandas caxienses Dones Primata e Mind Garden, Mar de Marte (Erechim) e Picanha de Chernobill (Porto Alegre). No sábado (3), grito indie, o Vagão recebe Rafael Froner, Domingos e Greek Van Peixe, de Caxias, e Wannabe Jalva, de Por-to Alegre. O circuito encerra no domingo (4), na praça Dante Alighieri, com os shows dos caxienses da Velho Hippie, Pindoralia e Cucastortas e a Bandinha Di Dá Dó, de Porto Alegre. Também haverá bancas de CDs, DVDs, livros e camise-tas de artistas independentes do Sul do país.

SEX. (2)-SÁB. (3). 23:30. R$ 15 e R$ 12. Vagão Classic.DOM. (4) 14:30. Entrada franca. Praça Dante Alighieri

Toyo Bagoso abre a sua casa de blues para celebrar os 10 anos da The Juke Joint Band, na qual toca harmônica com Fábio Henrique Posenatto (guitarra), Rafael Danenhauer (guitarra e backing vocal), Jayson Mross (bateria), Rodrigo Parisot-to (baixo) e Portuga (vocal). No repertório, clássicos de southern rock e blues, músicas de Z.Z. Top, B.B. King, Muddy Waters e Eric Clapton.

SAB. (3) 22:00. R$ 18 e R$ 12. Mississippi Delta Blues Bar

+ SHOWS

Duas noites e uma tarde de rock

Toyo em casa

MUSICA

SEXTA-FEIRA (2)

Los Infernales 22:00. R$ 10. Bier Hauss Delão e DJ Rodrigo Reis 22:00. R$ 20 R$ 10. Boteco 13 Tira Onda 23:00. R$ 25 e R$ 20. HavanahardRockers 22:00. R$ 15 e R$ 10. Mississippi Fullgas e DJ Eddy 22:00. R$ 20 e R$ 10. Portal Bowling

SÁBADO (3) Fator 80 22:00. R$ 12 e R$ 8. Aristos Ultrasonic 22:00. R$ 15. Bier HausRegra 3 22:00. R$ 20 e R$ 10. Boteco 13Novo Estima 23:00. R$ 20 R$ 15. ConDPreview Colours 23:00. R$ 40 e R$ 25. Havana Dinamyte Joe e DJ Eddy 22:00. R$ 20 e R$ 10. Portal Bowling

DOMINGO (4)

Magnitude 20:00. R$ 20 e R$ 10. Portal Bowling Domingueira Zarabatana 16:00. Entrada franca. Zarabatana

qUINTA-FEIRA (8)

Zé Bitter 22:00. R$ 5. AristosSandro e Santoro 22:00. R$ 20 e R$ 10. Portal Bowling

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Conseguir um trabalho em TV, virar DJ/presença VIP ou cair no esquecimento. Este é o futuro da maioria dos participantes do BBB. A segunda opção é caminho para a terceira. Antes que se apa-guem as luzes, Carlos Eduardo Parga, o Kadu do BBB 10, modelo e personal trainer – entre as profissões preferidas do reality – faz mais uma presença VIP. A festa conta também com a exposição fotográfica Barbies, de Andrei Cardoso, na qual 18 jovens posaram em figurino de boneca.

SAB. (3) 23:00. R$ 40 R$ 20. Pepsi

De 16 a 20 de maio, diversos artistas nacionais farão das ruas e paradas de ônibus de Caxias um palco de democratização da cul-tura. O lançamento do projeto Festival Brasileiro de Música de Rua terá o som da dupla de jazz instrumental Projeto CCOMA, que já tocou nas calçadas de vários países da Europa. Inscrições para seleção de artistas podem ser feitas no site www.festivalbrasileiro-demusicaderua.blogspot.com.

SAB. (3) 18:00. Estande da Visate – Pavilhões da Festa da Uva

18 barbies e... quem?

Parada de sucesso

A banda de blues mais aclamada do Brasil apresenta seus suces-sos. E volta a Caxias com uma ótima novidade para quem tem sede não apenas de boa música. A Blues Etílicos aproveita o show para lançar por aqui sua cerveja personalizada, a Hellbier. Um brinde ao blues brasileiro com pedigree, com um pé na terra sagrada do gênero – o vocalista da banda, Greg Wilson, é natural do Mississi-ppi (EUA).

QUI. (8) 22:00. R$ 50. Mississippi Delta Blues Bar

Blues engarrafado

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252.MAR.2012

PALCO Dança da integração

Romance à moda antiga

humor das colônias

Esta é a primeira das duas fa-ses do projeto Diversos Corpos Dançantes, da coreógrafa Carla Vendramin, com apoio do Finan-ciarte. A iniciativa é promover workshops integrando pessoas com e sem deficiência por meio da dança contemporânea. No fim, serão selecionados 10 participan-tes (5 de cada etapa) para compor um espetáculo. As oficinas desta fase são abertas à comunidade em geral e terão diversas atividades relacionadas à dança mesclando, além do contemporâneo, estilos populares. As inscrições podem ser feitas na hora.

SÁB. (3) e DOM. (4). 13:30-18:00. Livre. Ordovás. 2:00

O Grupo UEBA reapresenta em Caxias a peça que foi sucesso em diversos países sul-ame-ricanos. O espetáculo Felinícias – Histórias de Amores e Clowns é inspirado nos filmes de Federico Fellini, e conta a história de amor entre Felício e Nícia, casal que se apaixona ainda criança, porém, é separado pela vida. Na velhice eles se reencontram e vivem um romance relembrando os anos que passaram juntos.

QUI. (8). 20:30. R$ 16 e R$ 8. Teatro Municipal. 0:55

O cartunista Carlos Henrique Iotti encarna seu mais ilustre personagem e volta aos palcos com mais um stand up comedy de sucesso. Nesta edição, novos textos e personagens são a garantia de diversão em Radicci II – A Missão. Chance para rir ao vivo com o gringo mais famoso da Serra e sua família.

QUI. (8) e DOM. (10). 20:30. R$ 30, R$ 20 e R$ 10. Teatro São Carlos. 1:10

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26

ARTE

A História da Festa da Uva em cartazes está exposta em dois lo-cais. Até a segunda-feira (5), a Câmara de Vereadores exibe uma coleção de 25 originais. O mais antigo é da Festa de 1950. Outra exposição, nos Pavilhões da Festa da Uva, mostra o material de divulgação de todas as edições da festa. Entre as 29 peças da mos-tra, estão os rústicos cartazes tipográficos das primeiras edições, a qualidade artística das décadas de 60 e 70 e a decadência estéti-ca e criativa a partir da metade dos anos 90.

Em cartaz: Festa da Uva SEG-SEX. 14:0-22:00. SÁB-DOM. 09:00-22:00. Pavilhão 2 – Festa da Uva

SEG-SEX. 08:30-18:00. Câmara Municipal

História gráfica da festa

CAMARIM

De 3 a 10 de março, palhaças de todo o Brasil estarão reunidas no IV Festival de Comicidade Fe-minina, no Rio de Janeiro. E Ca-xias estará bem representada. O Núcleo Trompas de Falópio, das atrizes Aline Tanaã Tavares, Gra-siela Müller e Odelta Simonetti, leva para o festival o ótimo espe-táculo clown Cinta-liga/Desliga. Elas embarcam no sábado (3) e se apresentam na quinta (8), Dia Internacional da Mulher. Mais intercâmbio, menos ativismo é aposta de Aline.

Três garotos calçam sapatilhas, vestem as calças justas do balé e respiram fundo antes de percorrer a Sinimbu. Quem dera a tensão fosse apenas pelo nervosismo de dançar para milhares de pessoas ou pela responsabilidade de atuar em uma das melhores atrações do Desfile Cênico Musical da Festa da Uva. A cada quadra, entre os merecidos aplausos, ouvem as piadas e os insultos de quem não tolera um homem dançando balé. No corso de quarta-feira (22), a ignorância atingiu o nível mais alto, o da agressividade, e alguém jogou um cacho de uva contra os bailarinos de Dora Ballet, na dis-persão. O bailarino Elvis Barbieri, de 21 anos, que comunicou o epi-sódio à coluna, pretende continu-ar dançando, de preferência onde todos possam ver, e encorajando outros garotos a uma arte que não ameaça a opção sexual de nin-guém. É o talento que lhe dá se-gurança. Os inseguros, os amea-çados a ponto de contra-atacar (?) é que têm que ver isso aí, hein...

Cheias de graça

Coragem nas pontas

maRCelo aRamis

A Cidade Invisível Coletiva. SEG-SEX. 14:00-22:00. SÁB-DOM. 09:00-22:00. Pavilhão 2 – Festa da Uva

Arte Francesa Vanilda Lizot. A partir de QUA. (7).19:00. SEG-SEX. 09:00-18:00. Teatro São Carlos

Rascunhos e histórias Roberta Rech Mandelli. SEG-SEX. 09:00-19:00. Farmácia do Ipam

Sob a luz do luar: Entre sombras, o patrimônio se revela Coletiva. SEG-SEX. 14:00-22:00. SÁB-DOM. 09:00-22:00. Pavilhão 2 – Festa da Uva

Figurinistas de Rainhas Coletiva. TER-SÁB. 09:00-17:00. Museu Municipal

Inspire-se no PODER Feminino! Amanda Vanassi. A partir de SEG. (5). SEG.-SÁB. 10:00-22:00. DOM. 14:00-20:00. Scapularium(San Pelegrino)

Vivências Sensoriais Leituras Múltiplas – O Espumante Coletiva. SEG-SEX. 08:30-18:00. SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal

Raízes Resgatadas José Antonio Bongiovanni Ribeiro. SEG-SEX. 14:00-22:00. SÁB-DOM. 09:00-22:00. Pavilhão 2 – Festa da Uva

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272.MAR.2012

CINEMAS:CINÉPOLIS: AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEg.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 15 (NOITE), R$ 23 (3D). TER. R$ 8, R$ 12 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 17 (MATINE E NOITE), R$ 23 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CAR-TEIRINHA. gNC. RSC 453 - KM 3,5 - SHOPPING IGUATEMI. 3289-9292. SEg. QUA. QUI.: R$ 14 (INTEIRA), R$ 11 (MOVIE CLUB) R$ 7 (MEIA). TER: R$ 6,50. SEX. SAB. DOM. FER.R$ 16 (INTEIRA). R$ 13 (MOVIE CLUB) R$ 8 (MEIA). SALA 3D: R$ 22 (INTEIRA). R$ 11 (MEIA) R$ 19 (MOVIE CLUB) | ORDOVÁS. LUIz ANTUNES, 312. PANAzzOLO. 3901-1316. R$ 5 (INTEIRA). R$ 2 (MEIA) |

MÚSICA:ARISTOS. JÚLIO DE CASTILHOS, 1677. 3221-2679 | BIER HAUS. TRONCA, 3.068. RIO BRANCO. 3221-6769 | BOTECO 13. AUGUSTO PESTANA. MOINHO DA ESTA-ÇÃO. 3221-4513 | COND BAR. ÂNGELO MURATORE, 54. DE LAzzER. 3229-5377 | HAVANA. RUA DR. AUGUSTO PESTANA, 145. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3215-6619. | LEVEL CULT: CORONEL FLORES, 789. 3536-3499. | MISSISSIPPI. CORONEL FLO-RES, 810, SÃO PELEGRINO. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3028-6149 | PAVILHõES DA FESTA DA UVA. LUDOVICO CAVINATO, 1431. 3021-2137 | PEPSI CLUB. VEREA-DOR MÁRIO PEzzI, 1.450. LOURDES. 3419-0900 | PORTAL BOwLINg. RST 453, KM 02, 4.140. DESVIO RIzzO. 3220-5758 | VAgãO CLASSIC. JÚLIO DE CASTILHOS, 1.343. CENTRO. 3223-0616 | ZARABATANA. LUIz ANTUNES, 312. PANAz zOLO. 3901-1316.

TEATROS:TEATRO MUNICIPAL. RUA DR. MONTAURY, 1333. CENTRO. 3221-3697 | TEATRO SãO CARLOS. FEIJÓ JÚNIOR, 778. SÃO PELEGRINO. 3221-6387 | ORDOVÁS. LUIz ANTUNES, 312. PANAzzOLO.

gALERIAS:gALERIA MUNICIPAL. DR. MONTAURY, 1333, CENTRO, (54) 3221.3697 | gA-LERIA UCS. FRANCISCO GETÚLIO VARGAS, 1130. PETRÓPOLIS. 3218-2039 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | ORDOVÁS. LUIz ANTUNES, 312. PANAz zOLO. 3901-1316. | MUSEU MUNICIPAL. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221.2423 | PAVILHõES DA FESTA DA UVA. LUDOVICO CAVINATO, 1431. 3021-2137 | SAN PELEgRINO. RIO BRAN-CO,425. SÃO PELEGRINO. 3022.6700 | TEATRO SãO CARLOS. FEIJÓ JÚNIOR, 778. SÃO PELEGRINO. 3221-6387.

LEGENDADuração Classificação Avaliação ★ 5 ★ Cinema e TeatroDublado/Original em português Legendado Animação Ação Artes Circenses Aventura Bonecos Comédia Drama Documentário Ficção Científica Infantil Policial Romance Suspense Terror

MúsicaBlues Coral Eletrônica Erudita Funk Hip hop Jazz Metal MPB Pagode Pop Reggae Rock Samba Sertanejo Tradicionalista

DançaClássico Contemporânea Flamenco Forró Folclore Jazz Dança do Ventre Hip hop Salão

ArtesDiversas Escultura Artesanato Fotografia Pintura Grafite Desenho

ENDERECOS A

CaRol de baRba

Uma das novidades que o Inte-gramoda prepara para comemorar seu 10° aniversário é a exposição Memória Integramoda RS, duran-te o evento, quarta (7), no Samuara Hotel. A mostra terá 12 painéis com fotos e depoimentos em vídeo das palestras, desfiles, reuniões e dire-torias dos 25 anos do Comitê de Es-tilo do Fitemasul, 20 anos do Curso de Moda da UCS, 20 anos da Escola Técnica do SENAI, 19 anos do Nú-cleo de Moda do Sindivest e, é claro, das 9 edições do Integramoda. A exposição foi idealizada em parce-ria com a Túnel Design. As imagens foram selecionadas pelas entida-des, com a curadoria e tratamento digital de Duda Mangoni e da jor-nalista Valéria Alberti. A estrutura é da arquiteta e cenógrafa Roberta Tiburri. Inscrições e a programação completa do evento você confere no site www.integramoda.com.

O mood aí em cima é da nova coleção do promissor estilista Car-los Bacchi. Classudos e clássicos, inspirados em uma peça de tecido gobelin que encantou o designer, os vestidos também misturam renda e linho puro – um dos materiais fa-voritos do criador. O shape invernal tem poucos decotes – apenas nas costas, para os de festa – e abusa das mangas longas e volumes. Carlos também começa 2012 com outras novidades bem bacanas. Além de inaugurar um corner na LUAGale-ria POPArtstore, de Porto Alegre, no dia 26 de março, ele já está traba-lhando em seu novo ateliê, em Ana Rech, para atender às consumido-ras caxienses. No dia 31, o designer estreia nas passarelas do Donna Fashion e, no dia 19 de abril, desfila no Iguatemi Serra Fashion.

Memórias da moda

Carlos Bacchi

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ARQUIBANCADAUma grande mestre do xadrez | dUPla ca-JU na segUnda Fase do gaUcHão 2012 | times mUniciPais rUmo à série Prata

Melhor enxadrista de todos os tem-pos, a húngara Judit Polgar estará no 12º Torneio Aberto Internacional de Xadrez da Festa da Uva/Recreio da Ju-ventude 2012 e no I Seminário de Xa-drez 100 anos Recreio da Juventude.

SÁB. (3) e DOM. (4). 9:30. R$ 130 e R$ 180. Recreio da Juventude

Em razão da chuva, os jogos da últi-ma rodada do Campeonato Municipal de Futebol ocorre neste sábado (3). São 12 equipes que disputam uma das 6 va-gas à Série Prata.

SÁB. (3). 13:30 e 15:30. Estádio Municipal

Eliminado na semifinal da Taça Pira-tini, o Juventude busca a reação na Taça Farroupilha. Com o apoio da torcida, quer começar bem a segunda fase do Gauchão contra o Canoas, em casa.

DOM. (4). 18:30. R$ 25 e R$ 12 (meia entrada). Estádio Alfredo Jaconi

JACONI: HÉRCULES GALLÓ, 1.547. 3027-2700 | MUNICIPAL: JÚLIO DE CASTILHOS, S/N°. CINQUENTENÁRIO | EUCALIPTOS: SÃO JOSÉ, 487. | KVIVA: TEN. CEL. AL-VARENGA MAYOR, 680. 3224-3221 | PA-VILHõES: LUDOVICO CAVINATO, 1.431. 3021-2137. | JUVENTUDE: ATíLIO ANDRE-AzzA, 3.525. 3028-3555 | UCS: FRANCIS-CO GETÚLIO VARGAS, 1.130. 3218-2100.

A número 1 do xadrez Papo recebe o Canoas

PADDLE:61º Kviva Open/Troféu Festa da UvaSÁB. (3) e DOM. (4). Academia Kviva

BOCHA:Torneio e Bocha de Areia MasculinoSÁB. (3) e DOM. (4). 9:00. Parque de Eventos

LUTA:Campeonato Brasileiro de MMA Festa da UvaSÁB. (3). 18:00. Ginásio Poliesportivo da UCS

+ ESPORTE

O time grená começa a segunda fase do Gauchão 2012 com a confianda de quem sagrou-se campeão da primeira etapa, a Taça Piratini. No sábado (3), enfrenta o Avenida, fora de casa.

SÁB. (3). 18:30. Estádio dos Eucaliptos

Caxias vai a Santa CruzEm busca da prata

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292.MAR.2012

GabRielizidoRo

ARENA

Espionagem

Apoteose

Torcedor papo, esqueça por um momento o Gau-chão que só lhe traz desgosto (semifinal de turno não ser-ve, ok) e volte-se um pouco àquilo que sempre remete a um passado de glórias. Ou você nem lembra que na quarta-feira (7) tem largada na Copa do Brasil? A partir das 20:30, contra o Operário-PR. E O CAXIENSE estará no Germano Kruger, em Ponta Grossa, para trazer es-sas emoções até você.

Mas, para não deixar todos à espera do que vão encon-trar lá, acionamos uma ajuda especial. Napoleão de Al-meida, apresentador do Jogo Aberto, da TV Bandeirantes, no Paraná, mandou o servi-ço da espionagem, que chega aqui com exclusividade:

“Depois de um 2011 em-polgante, todos esperavam um Operário ainda melhor em 2012, quando o clube completa 100 anos. O Fan-tasma tem uma das maiores e mais fanáticas torcidas do Paraná. Foi o terceiro em média de público no Estado em 2011, atrás de Coritiba e Atlético. Mas decepciona no centenário. A preocupação do Operário no momento é evitar o rebaixamento para a segundona local.

Em casa, onde deveria en-golir os adversários tanto pelo formato alçapão do Ger-mano Kruger quanto pela grande presença de público, o Operário vem se dando mal desde o ano passado. Perdeu muitos pontos no Estadual e na Série D e nesse ano repete: são 3 derrotas e um empate em casa em 5 jogos.

Mesmo assim, o Juventu-de que se cuide: no banco do Fantasma está Lio Eva-risto, técnico que já dirigiu o Atlético e estava no comando do Corinthians-PR na Copa do Brasil de 2010, quando o Timãozinho venceu o Papo duas vezes por 1 a 0 e seguiu na competição.”

Quinta-feira (1º), mais ou menos 11:00, Estádio Centenário. No pátio, pe-rambulando fora de órbita em abraços entre jogadores e funcionários, Bruno Stali-vieri, um dos líderes da Fa-lange Grená. Na loja Espaço Grená, escorado em uma das prateleiras devastadas pelas compras de torcedo-res enlouquecidos em ape-nas uma manhã, Osvaldo Voges, o presidente. Pela condição das cordas vocais de um e outro, ambos susci-taram a mesma dúvida: es-tavam ali JÁ, ou estavam ali AINDA? Bruno balbuciou “ainda”. Osvaldo despistou: “Vim para render o turno do Bruno. Agora ele pode ir para casa”.

Um levantamento breve e impreciso no perímetro apurou o capitão Lacerda como provável recordista de horas dormidas após a conquista da Taça Piratini: “Umas 4 horas, até o Fabi-nho acordar e começar a telefonar para todo mundo, enchendo o saco”, brincou, diante do melhor lateral-esquerdo e forte candidato a craque do Gauchão 2012.

Jogadores, comissão téc-nica e equipe de apoio esta-vam em condição um pouco melhor. Ainda saboreando um título cujo significado talvez nem tenham assimi-lado completamente – men-surável pela quantidade de mensagens e telefonemas recebidos – com destaque para o momento Yoda com defeito do volante Mateus, que virou sucesso mundial.

Já os torcedores, que sa-bem exatamente a dimen-são do que o Caxias realizou – e principalmente, do que lhes faz agora acreditar que poderá realizar –, estes, con-siderando-se, além do seu próprio, o estado das rou-pas, pareciam zumbis num transe de felicidade. Desde a tarde anterior, haviam be-bido muito, cantado muito, gritado muito, sofrido mui-to, tomado muita chuva e muito choque da cerca inex-plicavelmente eletrificada do Estádio do Vale, além de algumas borrifadas de spray de pimenta do policiamen-to. Mas, principalmente, desde há muito tempo, eles não desfrutavam de uma ressaca de alegria e orgulho.

A diversidade no futebol gaúcho. Para desgosto de tanta gente. Inclusive no Interior – o que é triste, sob certo aspecto. Mas, digno de respeito. Assim como quem escolhe ser bravo o bastante para torcer por “time de colo-no que não ganha nada”.

No domingo (4) tem clássico já na abertura da Segundona Gaúcha (ou Divisão de Acesso, qualquer que seja o nome que permita ao Brasil-Pel participar da Série D). Às 15:30, se a FGF não mudar de novo, tem Brasil-Fa x Esporti-vo, nas Castanheiras.

A empáfia de quem não é capaz de reconhecer e respeitar a legitimidade da paixão por um “clube de colono que não ganha nada”.

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312.MAR.2012

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