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Edição 03 - Agosto de 2014 Agronegócio Internacional Recordistas de vendas no valor total exportado pelo Brasil – jan-jul 2014/2013 Ranking dos principais produtos exportados pelo Brasil em 2014 O agronegócio representou 44% das ex- portações brasileiras no acumulado de janeiro a julho, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No período, a parcipação do grupo petróleos e minérios foi de 21% e a faa de outros produtos que não do agronegócio foi de 35,1%. No acumulado do ano, as vendas externas foram lidera- das pela agropecuária, que ocupou sete posições numa lista dos dez principais produtos exportados pelo país, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exporta- ções totais alcançaram US$ 134 bilhões. A soja em grão lidera a parcipação no total das vendas externas do país, com 14,4%, seguida por minério de ferro (12,1%) e pe- tróleo em bruto (7,1%). Fonte: SECEX/MDIC - Agrostat/MAPA. * Compilação CNA Entre os produtos recordistas de vendas nos sete primeiros meses do ano, destaque para as exportações de carne bovina in natura, que alcançaram US$ 3,3 bilhões, crescimento de 16% em valor e de 34,8% em volume. Couros e peles também apresentaram bom desempenho, com aumento de 18,8% no valor das vendas externas. As ex- portações de couros e peles totalizaram US$ 2 bilhões, com destaque para os embarques para a China (US$ 470 milhões), Itália (US$ 282,3 milhões) e Estados Unidos (US$ 268,4 milhões). 1 Compilação CNA Fonte: Agrostat/MAPA

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Agronegócio Internacional

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Agronegócio Internacional

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Edição 03 - Agosto de 2014

Agronegócio Internacional

Recordistas de vendas no valor total exportado pelo Brasil – jan-jul 2014/2013

Ranking dos principais produtos exportados pelo Brasil em 2014O agronegócio representou 44% das ex-portações brasileiras no acumulado de janeiro a julho, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No período, a participação do grupo petróleos e minérios foi de 21% e a fatia de outros produtos que não do agronegócio foi de 35,1%. No acumulado do ano, as vendas externas foram lidera-das pela agropecuária, que ocupou sete posições numa lista dos dez principais produtos exportados pelo país, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As exporta-ções totais alcançaram US$ 134 bilhões. A soja em grão lidera a participação no total das vendas externas do país, com 14,4%, seguida por minério de ferro (12,1%) e pe-tróleo em bruto (7,1%).

Fonte: SECEX/MDIC - Agrostat/MAPA. * Compilação CNA

Entre os produtos recordistas de vendas nos sete primeiros meses do ano, destaque para as exportações de carne bovina in natura, que alcançaram US$ 3,3 bilhões, crescimento de 16% em valor e de 34,8% em volume. Couros e peles também apresentaram bom desempenho, com aumento de 18,8% no valor das vendas externas. As ex-portações de couros e peles totalizaram US$ 2 bilhões, com destaque para os embarques para a China (US$ 470 milhões), Itália (US$ 282,3 milhões) e Estados Unidos (US$ 268,4 milhões).

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Compilação CNAFonte: Agrostat/MAPA

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Compilação CNAFonte: Agrostat/MAPA

Em 14 de agosto, o Conselho de Ministros da Câmara de Comér-cio Exterior (Camex) autorizou o Ministério de Relações Exteriores (MRE) a abrir consultas formais à Indonésia em relação às restrições impostas pelo país asiático às im-portações de carne bovina brasi-leira. A autorização das consultas que podem levar à abertura de um contencioso na Organização Mundial do Comércio (OMC) é re-sultado de uma solicitação da As-sociação Brasileira das Indústrias

Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX1. Consulta à Indonésia

Exportadoras de Carne (ABIEC).

Em 2010, a Suprema Corte da In-donésia adotou uma decisão que proibiu a importação de carnes dos países que não são considera-dos livres de febre aftosa. De acor-do com a decisão, a Indonésia está proibida de reconhecer o princí-pio de regionalização contido no Acordo sobre Aplicação de Medi-das Sanitárias e Fitossanitárias da OMC (SPS). O princípio da regiona-lização é utilizado em países com

grande extensão territorial, como o Brasil, onde determinadas áreas geográficas são delimitadas para doenças. Isso evita que um país in-teiro seja impedido de comerciali-zar seus produtos por apresentar apenas uma região endêmica.

A decisão de 2010 retirou o Brasil do mercado e beneficiou a Austrá-lia, que hoje é o principal exporta-dor de carne bovina para Indoné-sia.

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O Conselho de Ministros da Ca-mex decidiu não prorrogar a des-gravação tarifária temporária que permitia a importação de trigo com tarifa zero que, normalmen-te, é de 10%.

Segundo dados do Centro de Es-tudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a queda nos preços do trigo devem continuar, tendo em vista que há expectativa de elevação da oferta doméstica com o início da colheita no Para-ná. A demanda por farinha está elevada, mas os preços não se re-cuperam.

Mais de 90% da produção de trigo é cultivada na região Sul do país. A produção brasileira de trigo para safra 2013/2014 é estimada em 7,5 milhões de toneladas, um crescimento de 35,7%, registran-do um volume recorde no setor. A produtividade do trigo atingiu

2. Tarifa para a importação de trigo2.813 quilos por hectare (kg/ha) na safra 2013/2014.

De 2009 a 2013, o Brasil importou, principalmente, trigo da Argenti-na (total de US$ 5,3 bilhões), se-guido por Angola (US$ 1,3 bilhão) e Estados Unidos (US$ 1 bilhão). Em 2013, os Estados Unidos foram o principal fornecedor para o mer-cado brasileiro.

Importação de trigo – 2009-2013

Trigo Valor US$ bi

Peso mi t.

Argentina 5,3 19

Angola 1,3 4,3

Estados unidos 1,0 3,7

Canadá 0,8 3,2

França 0,3 1,0

Fonte: Agrostat/MAPA

A Organização das Nações Uni-das para a Alimentação e a Agri-cultura (FAO) estimou os níveis do estoque mundial de grãos na safra 2014/2015 em 604 milhões de toneladas, elevação de 5% (28 milhões de toneladas) em relação à estimativa anterior. Este volume representa um aumento de 5,3% (30 milhões de toneladas) em re-lação à safra 2013/2014.

Segundo dados do Centro de Estu-dos Avançados em Economia Apli-cada (Cepea), os preços médios da soja em grão alcançaram o menor nível em 14 meses na maioria das regiões brasileiras, pressionadas pelas estimativas de colheita re-

Estoque mundial de grãos e algodãocorde nos Estados Unidos na safra 2014/2015.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indi-ca que, neste ano, os EUA terão as melhores condições de safra desde 1997. Os vendedores bra-sileiros aproveitaram a deman-da aquecida e negociaram par-te dos estoques da soja da safra 2013/2014, porque temem queda nos preços internacionais.

O preço de comercialização do algodão no Brasil recuou nos úl-timos meses. A elevada oferta interna e as estimativas do USDA de que 54% das lavouras norte-

-americanas de algodão estão em boas condições podem reforçar a tendência de queda das cotações no mercado internacional.

Em relação ao algodão, as estimati-vas do Cepea indicam que o comér-cio internacional da safra 2014/2015 deve ser 12,4% menor que o da sa-fra anterior, totalizando 7,7 milhões de toneladas. Há expectativa de que a China reduza as importações da pluma em 41%, para 1,7 milhão de toneladas. Os estoques mundiais de passagem continuam crescendo e a previsão para a safra 2014/2015 indica que a relação estoque final/consumo será de 95%, percentual bastante expressivo.

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Boletim do Agronegócio Internacional Edição 03 - Agosto de 2014

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O veterinário e fiscal federal agropecuário do Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Guilherme Antônio da Costa Júnior, foi eleito, em julho, vice-presidente da Comissão do Codex Alimentarius. Ele recebeu 134 votos dentre os 169 países presentes à reunião do Codex, órgão do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). É responsável por definir padrões harmoni-zados para a segurança dos alimentos. Foi uma grande vitória do Brasil, que, pela primeira vez, compõe a diretoria da organização.

Guilherme da Costa Júnior tem pós-graduação em inocuidade dos alimentos, ocupou a função de coordenador-geral de negociação na OMC e de diretor do departamento de negociações sanitárias e fitossanitárias do MAPA. De junho de 2010 a julho de 2014, atuou como adido agrícola na delegação do Brasil junto à OMC, em Gene-bra. Finalizadas suas atribuições em Genebra, Guilherme retornou à coordenação-geral de negociação na OMC.

Codex alimentarius

Dados dos cereais no mundo

Trigo 2012/13 2013/14 2014/15 Variação:

Produção Estimativa Previsão 2014/15 / 2013/14

Global 2.306,60 2.521,10 2.498,10 -0,9%

Países desenvolvidos 1.398,20 1443,8 1.446,50 0,2%

Países em desenvolvimento 908,4 1077,3 1051,6 -2,4%

Comércio

Global 309,9 346,5 332,3 -4,1%

Países desenvolvidos 126,8 107,9 108,2 0,2%

Países em desenvolvimento 183,1 238,6 224,1 -6,1%

Utilização

Global 2328,8 2412,4 2461,9 2,1%

Países desenvolvidos 1494,6 1540,3 1577,2 2,4%

Países em desenvolvimento 834,2 872,1 884,7 1,4%

Utilização per capita de cereais 152,3 152,9 153,2 0,2%

Estoques

Global 503,1 573,9 604,1 5,3%

Países desenvolvidos 385,9 433 449,3 3,8%

Países em desenvolvimento 117,2 140,9 154,7 9,8%

Fonte: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)

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A importância do mercado russo para o agronegócio brasileiro é crescente. Em 2013, a Rússia foi o sexto principal destino dos pro-dutos agropecuários e, no primei-ro semestre deste ano, ocupou o quarto lugar, atrás da China, Es-tados Unidos e Países Baixos. De janeiro a julho deste ano, as ex-portações de produtos agrícolas do Brasil para a Rússia somaram aproximadamente US$ 2 bilhões, aumento de 25%.

Desde 7 de agosto de 2014, a Rús-sia mantém embargo aos produtos alimentícios originários da União Europeia, Estados Unidos, Aus-

Rússia: abertura de mercado aos alimentos brasileiros

trália, Canadá e Noruega. Carnes bovina e suína frescas, resfriadas ou congeladas; carne e subprodu-tos de frango frescos, refrigerados ou congelados; frutas e castanhas; embutidos e preparações alimen-tícias à base de carnes, miudezas ou sangue; produtos lácteos à base de gordura animal ou vegetal e produtos hortícolas estão na re-lação de alimentos embargados, restrição que vale pelo período de um ano.

Com a imposição do embargo, in-terrompeu-se o fornecimento de produtos lácteos no valor de US$ 1,9 bilhão, além do equivalente a

US$ 1 bilhão em carnes, US$ 1,7 bilhão em frutas e US$ 400 mi-lhões em leguminosas.

O Brasil ainda possui a vantagem tarifária concedida pela União Aduaneira formada pela Rússia, Belarus e Cazaquistão, por meio do Sistema Geral de Preferên-cias (SGP). Todos os produtos alimentícios que não podem ser exportados pela União Euro-peia, Estados Unidos, Austrália, Canadá e Noruega para Moscou contam com a redução de 25% da tarifa alfandegária, normal-mente aplicada aos países de-senvolvidos.

Participação dos países embargados no mercado da Rússia – mil toneladasLácteos35.752*

*mil toneladas

Produtos hortícolas15.850*

Frutas10.867*

Fonte: Serviço Aduaneiro da Federação da Rússia

Carne bovina2.345*

Carne suína3.415*

Frango4.280*

Pescado3.444*

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Fonte: Serviço Aduaneiro da Federação da Rússia.

Principais países exportadores de produtos agrícolas para Rússia

Fonte: Serviço Aduaneiro da Federação da Rússia.

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Boletim do7

BOLETIM DO AGRONEGÓCIO INTERNACIONAL é um boletim mensal elaborado pela Superintendência de Relações Internacionais com diagramação e revisão da Comunicação da CNA, em Brasília/DF

SGAN - Quadra 601 - Módulo K70.830-021 Brasília - DF(61) 2109-4885internati [email protected]

CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL

Reprodução permiti da desde que citada a fonte.

Fonte: Serviço Aduaneiro da Federação da Rússia.

Fonte: Serviço Aduaneiro da Federação da Rússia.