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Porto Alegre, abril de 2012 - 2 a quinzena Ano XVII - Edição N o 608 - R$ 2,00 IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO N o 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS www.jornalsolidario.com.br Os telefOnes dO JOrnal Solidário: (51) 3211.2314 e (51) 3093.3029. e-mail: sOlidariO@pOrtOweb. cOm.br Aposentado também é traduzido, no mundo econômico, como inativo. Os termos, em geral, vêm associados com o adjetivo idoso. É o fim? Inatividade, inutilidade? Velhice, fim de ciclo existencial? Não raro, a aposentadoria assusta e pode levar à depressão. Mas não ao cristão, que deve estar sempre alegre, pois tem a promessa da ressurreição após esta vida. Depois de dar seus melhores dias para produzir a serviço do modelo econô- mico, talvez tenha chegado a hora de iniciar alguma atividade espontânea e muito mais gratificante – para viver outro tanto, quem sabe – servindo à comunidade como voluntário em troca de alegria muito maior do que o salário do fim do mês. Páginas centrais e editorial Relíquias de santa na Festa da Misericórdia em P. Alegre Está confirmado. O relicário com um pedaço de osso do corpo de Santa Faustina estará em Porto Alegre durante a festa da Divina Misericórdia. A relíquia vem da Comunidade Missionária Providência Santíssima, de Curi- tiba, que gentilmente a cedeu durante a celebração e procissão que acontece na Catedral Metropolitana e Santa Casa de Misericórdia, dia 15 de abril corrente. Santa Faustina Kowalska também é conhecida como Apóstola da Divina Misericórdia. A congregação Missionária Providência Santíssima há dez anos está presente na Arquidiocese, com comunidades nas Paróquias da Divina Providência, na Vila Elza, e N. Sra. Aparecida, no Jardim Khrae, de Viamão; e N. Sra. da Glória, de P. Alegre. Também atua junto ao Santuário de N. Sra. de Lourdes, Casa de Retiro Vila Betânia, Centro de Pastoral, Cúria Metropolitana de P. Alegre e Seminário São José, em Gravataí. O novo livro de Dom Dadeus Adultos Maiores – Cartilha da Pessoa Idosa – é a mais recente obra produzida pelo arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings. O livro, com edição da Livraria e Editora Reus, está impresso e deverá ter lançamento em breve. Terceira idade Viver a vida até o fim ou desistir Ana P. Aprato/PMPA Enir Borges PMPA Divulgação Divulgação

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Porto Alegre, abril de 2012 - 2a quinzena Ano XVII - Edição No 608 - R$ 2,00

IMPRESSO ESPECIALCONTRATO No 9912233178

ECT/DR/RSFUNDAÇÃO PRODEODE COMUNICAÇÃO

CORREIOS

www.jornalsolidario.com.br

Os telefOnes dO JOrnal Solidário:(51) 3211.2314 e (51) 3093.3029.

e-mail:sOlidariO@pOrtOweb.

cOm.br

Aposentado também é traduzido, no mundo econômico, como inativo. Os termos, em geral, vêm associados com o adjetivo idoso. É o fim? Inatividade, inutilidade? Velhice, fim de ciclo existencial? Não raro, a aposentadoria assusta e pode levar à depressão. Mas não ao cristão, que deve estar sempre alegre, pois tem a promessa da ressurreição após esta vida. Depois de dar seus melhores dias para produzir a serviço do modelo econô-mico, talvez tenha chegado a hora de iniciar alguma atividade espontânea e muito mais gratificante – para viver outro tanto, quem sabe – servindo à comunidade como voluntário em troca de alegria muito maior do que o salário do fim do mês.

Páginas centrais e editorial

Relíquias de santa na Festa da Misericórdia em P. Alegre

Está confirmado. O relicário com um pedaço de osso do corpo de Santa Faustina estará em Porto Alegre durante a festa da Divina Misericórdia. A relíquia vem da Comunidade Missionária Providência Santíssima, de Curi-tiba, que gentilmente a cedeu durante a celebração e procissão que acontece na Catedral Metropolitana e Santa Casa de Misericórdia, dia 15 de abril corrente. Santa Faustina Kowalska também é conhecida como Apóstola da Divina Misericórdia. A congregação Missionária Providência Santíssima há dez anos está presente na Arquidiocese, com comunidades nas Paróquias da Divina Providência, na Vila Elza, e N. Sra. Aparecida, no Jardim Khrae, de Viamão; e N. Sra. da Glória, de P. Alegre. Também atua junto ao Santuário de N. Sra. de Lourdes, Casa de Retiro Vila Betânia, Centro de Pastoral, Cúria Metropolitana de P. Alegre e Seminário São José, em Gravataí.

O novo livro de Dom DadeusAdultos Maiores – Cartilha da Pessoa Idosa – é a

mais recente obra produzida pelo arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings. O livro, com edição da Livraria e Editora Reus, está impresso e deverá ter lançamento em breve.

Terceira idadeViver a vida até o fim ou desistir

Ana P. Aprato/PMPAEnir Borges

PMPA

DivulgaçãoDivulgação

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Abril de 2012 - 2a quinzenaA RTIGOS 2

Fundação Pro Deo de Comunicação

Conselho DeliberativoPresidente: Agenor Casaril

Vice-presidente: Jorge La RosaSecretário: Marcos Antônio Miola

CNPJ: 74871807/0001-36

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo

Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e

Ir. Erinida GhellerSecretário: Elói Luiz ClaroTesoureiro: Décio Abruzzi

Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

RedaçãoJorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS

Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RSRevisão

Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários)

Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes

Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282

Porto Alegre/RSFone: (51) 3093.3029 – E-mail:

[email protected]

Conceitos emitidos por nossos colabora-dores são de sua inteira responsabilidade,

não expressando necessariamente a opinião deste jornal.

Conselho Editorial Presidente: Carlos AdamattiMembros: Paulo Vellinho,

Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS

Editora Adjunta Martha d’Azevedo

EditorialVoz do Pastor

Dom Dadeus GringsArcebispo Metropolitano de P. Alegre

A revolução industrial, como vimos, afetou profundamente a família. Esfacelou-a, dis-

persando seus membros, como que arrancando-os do lar e transportando-os fisicamente para longe. Migra-ções, deslocamentos, ausências...

A informática permite reagrupar no-vamente a família. Em primeiro lugar, o casal e, depois, os filhos. Não tendo mais escola distante para estudar, nem empresa fora do lar para trabalhar, é possível refazer a convivência do lar, conjugando vida familiar, trabalho e educação. Tudo vem novamente para dentro do lar.

A Igreja reaparece, neste momento, em cada lugar, como o grande encontro humano, em torno do Pai. As reuniões litúrgicas e pastorais se tornam uma necessidade de uma vida humana mais plena, uma vez que viver humanamente é conviver com os outros. É a comuni-dade religiosa que amparará as famílias. Família e Igreja formam a base da vida. Vêm, depois, os clubes e associações, a sociedade e a organização nos municí-pios, estados e nações. A vida se reor-ganiza com e a partir da revolução da informática. É possível antevê-la com mais vigor, menos assombros e maior convivência.

Todas as revoluções, que marcaram a vida moderna e influenciaram a so-ciedade, têm trazido benefícios. Cau-saram também não poucos dissabores, inseguranças e abalos. São as crises da passagem de época, iluminadas pelos faróis dos sinais dos tempos, sobre os quais escrevi o livro da Nova Época. Com a devida purificação, eliminan-do os mal-entendidos e as distorções, sobram grandes resultados positivos. Não há dúvida de que hoje, apesar das dificuldades que ainda perduram, temos melhor qualidade de vida que antes des-

As consequênciAs dA informáticA

tas revoluções; temos maior liberdade e maiores possibilidades que no passado. Separando o joio do trigo, constatamos uma boa colheita. No final do orçamento temos um respeitável superávit.

A informática, em um mundo globa-lizado, que preza as identidades particu-lares, nos garante maior estabilidade e melhores relacionamentos. Viver, como disse acima, é necessariamente conviver. Hoje, a convivência se expressa pela comunicação, pela informática. É estar conectado. O que, porém, não pode faltar é o amor, como condimento necessário para a convivência. E onde existe amor ali está Deus. S. João garante que quem ama conhece Deus, porque Deus é Amor. Por isso passa para a primeira linha, com a revolução da informática, a importân-cia da religião.

Cristo nos garante que nossa vida é eterna. S. Paulo interpreta o tempo na perspectiva da eternidade. Diz, por isso, que o tempo presente tem uma consis-tência impressionante, com um peso de eternidade. O futuro não se reduz ao uso da internet, nem se absorve na informá-tica. O futuro está em Deus: é o céu, que queremos construir aqui na Terra, pelo amor com que atuamos.

A informática revoluciona profun-damente a vida humana, principalmente as relações entre os homens. Tudo se torna virtual. Não há mais necessidade de se locomover nem para estudar nem para comprar nem para trabalhar. Tudo se pode fazer a partir do próprio lar. Cria-se assim um novo gênero de vida, como uma espécie de novo continente, sem território, que se soma às cinco ter-ritoriais. Ressalta-se o mundo criado por nós: é imaterial e onipresente. Mudam-se os valores. Tudo se globaliza. É o grande momento da Igreja para marcar sua presença.

Viva a vida até o fim! E não tente apressá-lo: o fim vem por si, naturalmente, é uma lei da natureza que ninguém e nada pode evitar.

Tudo o que nasce, um dia morre. Isso parece mór-bido, doentio, “baixo astral”; mas o que é certo e a história testemunha isso todos os dias: sempre vive melhor, mais intensamente, com mais alegria e pra-zer, quem relativiza a morte e vive a vida até o fim. Sorvendo, um a um, com gosto e verdadeiro prazer, todos os anos, todos os meses, todos os dias, todas as horas, todos os minutos da sua vida. E, a cada nova manhã, agradece ao Criador o novo dia como uma renovada oportunidade de sentir-se útil, de saber-se alguém importante e, mesmo, necessário, para al-guém. Porque, viver com sentido é isso: saber-se e sentir-se útil para o outro, para muitos outros, para todos os outros que Deus coloca em nossa vida. E morrer em vida, sem sentido nem razão, é abrigar no peito um sentimento de inutilidade. Neste sentido, o grande escritor gaúcho Erico Veríssimo definiu felicidade: “é a certeza de que nossa vida não está sendo inútil”.

Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, acaba de lançar um livro (Editora Padre Reus, 2012) onde ele aborda, com muito propriedade e detalhes, os diferentes ciclos da vida, detendo-se no ciclo das pessoas que vivem a chamada “terceira idade”. Falando de “adultos maiores”, um termo espanhol indicando as pessoas com mais de 65 anos, presu-midamente aposentadas, Dom Dadeus, 75 anos, escreve, como adulto maior, para homens e mulheres adultos maiores de 65 anos (leia a entrevista com Dom Dadeus nas páginas centrais desta edição).

Sem medo de errar, pode-se dizer que velho ou jovem se é na mente e no coração. Profissionais da psicologia humana, atestam isso: a idade cronoló-gica, mais do que um acumular anos de vida, é uma atitude de sentir-se útil, participante, alguém para alguém na vida. Em outras palavras: que a minha vida tenha sentido para alguém. E isso se pode viver em qualquer idade. Ou não. Quem se sente velho, mais do que ser pensionista de um sistema de saúde, é velho, porque sem objetivos, sem projetos, sem sonhos e, portanto, sem sentido. Mas quem, em qualquer idade, alimenta sonhos, realiza projetos, por mais simples que sejam, terá a satisfação de sentir-se protagonista, participante, útil e necessário para alguém. E vai viver a vida até o fim. E na sua despedida deste mundo, certamente, vai ouvir uma estrondosa salva de palmas e muitas vozes repetindo, alto e bom som: “obrigado... fica em paz, tua vida valeu”. ([email protected])

Que a minha vida tenha sentido para alguém

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Abril de 2012 - 2a quinzena FAMÍLIA &SOCIEDADE 3

Crack: pesadelo pessoal ou familiar?

Isabel Cristina Perceval Iracet Ferreira Bacharel em Direito

Sou funcionária pública municipal, esposa, mãe, filha, amiga, e decidi escrever sobre este assunto após passar por ex-periência com pessoas muito próximas.

Quando alguém se envolve com a droga, podem acreditar, nunca se envolve sozinho, não será um problema uno, visto que no mundo real existem pessoas, são esposas, mães, filhos, irmãos, tias, sobrinhos, cunhados, amigos – e isto se chama

FAMÍLIA.

O crack não degrada apenas os usuários, atinge com fúria os familiares

Relações problemáticas em casa podem motivar um refúgio nas drogas. Vemos hoje famílias bem constituídas, que se imaginavam distantes desta realidade, e que hoje estão sujeitas aos flagelos da droga. Quando pode-ríamos imaginar que um dos maiores vilões no tema da violência doméstica e familiar, em boa parte do mundo, mas principalmente falando do Brasil, é a maldita droga, e, em destaque, o crack ?

O Governo investe maciçamente em cam-panhas publicitárias contra o uso de drogas, e não conseguimos ver o resultado, muito pelo contrário, o que vemos diariamente são famí-lias destruídas, pessoas transformadas, psíqui-ca e também fisicamente, parecem monstros perambulando pelas ruas, são zumbis, farrapos humanos.

Não pense você que o crack é uma droga de uso exclusivo dos jovens, muito pelo contrário, tenho conhecimento de muitas pessoas, com mais de 30 anos, que por um motivo ou outro simplesmente experimentam, e agora passam pela dor e pelo sofrimento, são agonias diárias para se libertarem deste problema.

Direito ao tratamentoNa Prefeitura de Porto Alegre existe o CO-

MEN – Conselho Municipal de Entorpecen-tes – que luta para conseguir internações aos usuários. São familiares, amigos, desesperados atrás de uma esperança. São famílias buscan-do apoio para que o usuário seja internado. Existe Lei específica no Brasil que permite a internação involuntária (sem a vontade do dependente). É a Lei 10.216, de 06/04/2002, mas a grande maioria dos familiares prefere que esta internação seja por livre e espontânea vontade do usuário. Segundo especialistas, no momento que o usuário aceita a submissão ao tratamento, compromete-se.

O crack surgiu na década de 1980 entre os

É preciso que a sociedade e o Poder Público se unam no desafio de vencer o crack, lancem seus olhares e re-flexões na fonte e causa primeira do porquê da busca da droga pelo ser humano, raiz do pesadelo familiar. Sabe-se que muito ainda tem que ser debatido por especialistas, pela sociedade e pelo governo. A meu ver, é preciso recriar uma sociedade mais terna e gentil, mais meiga e dócil, mais paciente e compreensiva, onde se aprenda que homem também chora e que os filhos não devem aprender todas as lições da vida apenas nas escolas e nas ruas, mas principalmente em casa. Por mais fatigados que estejam os pais após a longa jornada de trabalho, ministrar aos seus filhos regras de convivência, e conviver amorosamente com eles, trará benefícios para toda a família e para toda a sociedade. E o nome disto é AMOR.

É preciso recriar uma sociedade mais terna e gentil, mais meiga e dócil, mais paciente e

compreensiva

moradores de rua. Trata-se da versão mais po-bre da cocaína, mas com um poder de destrui-ção muito superior. Esta droga vem avançando nas classes sociais de forma devastadora. Por ser mais barata que a cocaína, o dependente químico pode adquiri-la com baixo custo. A droga é inalada e seu efeito chega ao cérebro em segundos, portanto, a dependência do usuário é rápida. Ela destrói os neurônios e gera transtornos, de delírios a alucinações. O tratamento contra a dependência é considerado bastante complexo. Trata-se de um problema de saúde pública. Exige muita determinação do viciado, bem como, da família e de todos os envolvidos.

Tribuna MT

Crack e outras drogas vêm aniquilando com boa parce-la da nossa juventude

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Abril de 2012 - 2a quinzenaO PINIÃO 4

Antônio Mesquita GalvãoBiblista e doutor em Teologia Mortal

A cada ano, a festa da Páscoa nos sus-cita novas e ricas reflexões sobre o mistério da paixão, morte e ressur-

reição de Cristo. Um homem foi morto e levado à sepultura. Aparentemente, a histó-ria acabou e o sistema injusto que o conde-nou, coisa comum até hoje, está satisfeito.

Achando-se a pedra do sepulcro removida, e nele não sendo encontrando o corpo de Jesus, as mulheres entraram em pânico. O corpo do rabi ha-via desaparecido. Um anjo tratou de tranquilizá-las: “Por que vocês procuram entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, ressuscitou!”. Naque-le momento, para toda a comunidade apostólica, o fato de encontrarem o sepulcro vazio era ainda uma ponderável incógnita.

A descoberta do sepulcro vazio traz consigo diversos fatos capazes de confundir a comunidade apostólica. Tanto assim que Pedro não entendeu. Madalena não reconheceu Jesus, no primeiro mo-mento, nem os demais acreditaram no testemunho dela. As mulheres entraram em pânico. Os inimigos subornaram os guardas para que contassem outra história. Somente João acreditou. A Escritura diz que “...ele viu e creu” (cf. Jo 20. 8b).

Para a apologética cristã do primeiro século, o sepulcro vazio é um elemento importante para a credibilidade do anúncio da ressurreição. É um

salvar vidas ou o capital?

Frei BettoEscritor e assessor de movimentos sociais

O melhor Papai Noel do mun-do mereceram 523 instituições financeiras europeias quatro

dias antes do Natal: 489 bilhões de eu-ros (o equivalente a R$ 1,23 trilhão), emprestados pelo BCE (Banco Cen-tral Europeu) a juros de 1% ao ano!

Curiosa a lógica que rege o sistema capitalista: nunca há recursos para salvar vidas, erradicar a fome, reduzir a degradação ambiental, produzir medicamentos e distribuí-los gratuitamente. Em se tratando da saúde dos bancos, o dinheiro aparece num passe de mágica!

Há, contudo, um aspecto preocupante em tamanha ge-nerosidade: se tantas instituições financeiras entraram na fila do bolsa-BCE, é sinal de que não andam bem das pernas…

Quais os fundamentos dessa lógica que considera mais importante salvar o Mercado que vidas humanas? Um deles é este mito de nossa cultura: o sacrifício de Isaac por Abraão (Gênesis 22, 1-19).

No relato bíblico, Abraão deve provar a sua fé sacrificando a Javé seu único filho, Isaac. No exato momento em que, no alto da montanha, prepara a faca para matar o filho, o anjo intervém e impede Abraão de consumar o ato. A prova de fé fora dada pela disposição de matar. Em recompensa, Javé cobre Abraão de bênçãos e multiplica-lhe a descendência como as estrelas do céu e as areias do mar.

Essa leitura, pela ótica do poder, aponta a morte como caminho para a vida. Toda grande causa – como a fé em Javé – exige pequenos sacrifícios que acentuem a magnitude dos ideais abraçados. Assim, a morte provocada, fruto do desinte-resse do Mercado por vidas humanas, passa a integrar a lógica do poder, como o sacrifício "necessário” do filho Isaac pelo pai Abraão, em obediência à vontade soberana de Deus.

Abraão era o intermediário entre o filho e Deus, assim como o FMI e o BCE fazem a ponte entre os bancos e os ideais de prosperidade capitalista dos governos europeus – que, para escapar da crise, devem promover sacrifícios.

Essa mesma lógica informa o inconsciente do patrão que sonega o salário de seus empregados sob pretexto de capitali-zar e multiplicar a prosperidade geral, e criar mais empregos. Também leva o governo a acusar as greves de responsáveis pelo caos econômico, mesmo sabendo que resultam dos bai-xos salários pagos aos que tanto trabalham sem ao menos a recompensa de uma vida digna.

O deus da razão do Mercado merece, como prova de fidelidade, o sacrifício de todo um povo. Todos os ideais es-tão prenhes de promessas de vida: a prosperidade dos bancos credores, a capitalização das empresas ou o ajuste fiscal do governo. Salva-se o abstrato em detrimento do concreto, a vida humana.

O espantoso dessa lógica é admitir, como mediação, a morte anunciada. Mata-se cruelmente através do corte de subsídios a programas sociais; da desregulamentação das relações trabalhistas; do incentivo ao desemprego; dos ajustes fiscais draconianos; da recusa de conceder aos aposentados a qualidade de uma velhice decente.

A lógica cotidiana do assassinato é sutil e esmerada. Aque-les que têm admitem como natural a despossessão dos que não têm. Qualquer ameaça à lógica cumulativa do sistema é uma ofensa ao deus da liberdade ocidental ou da livre iniciativa. Exige-se o sacrifício como prova de fidelidade. Não importa que Isaac seja filho único. Abraão deve provar sua fidelidade a Javé. E não há maior prova do que a disposição de matar a vida mais querida.

A lógica da vida encara o relato bíblico pelos olhos de Isaac. Este não sabia que seria assassinado, tanto que indagou ao pai onde se encontrava o cordeiro destinado ao sacrifí-cio. Abraão cumpriu todas as condições para matar o filho. Subjugou-o, amarrou-o, colocou-o sobre a lenha preparada para a fogueira e empunhou a faca para degolá-lo.

No entanto, inspirado pelo anjo, Abraão recuou. Não aceitou a lógica da morte. Subverteu o preceito que obrigava os pais a sacrificarem seus primogênitos. Rejeitou as razões do poder. À lei que exigia a morte, Abraão respondeu com a vida e pôs em risco a sua própria, o que o forçou a mudar de território.

Se não mudarmos de território – sobretudo no modo de encarar a realidade –, como Abraão, continuaremos a prestar culto e adoração a Mamom. Continuaremos empenhados em salvar o capital, não vidas, e muito menos a saúde do planeta.

não está Aqui, ressuscitou!milagre-sinal. A ressurreição (e sua ideia-chave é o sepulcro vazio) é o ponto de partida da instauração da Igreja e da pregação do Evangelho. Não haveria Igreja, e o Evangelho perderia sua consistência sem a ressurreição de Cristo. A fé na vitória de Cristo sobre a morte é o centro axial do cristianismo. Fé aqui não retrata apenas a adesão a um conjunto de verdades reveladas, mas subentende vigorosamen-te um processo de conversão do ser humano ao projeto amoroso de Deus. O sepulcro vazio é um fato concreto, a partir do qual as perspectivas do Reino passam a assumir caráter de realização. Até então, o Reino era uma ideia, fruto da pregação, com o suporte de alguns milagres.

A partir da ressurreição, as promessas passam a se tornar realidade, quando as angústias e buscas do ser humano passam a ter respostas completas, na dinâmica da vitória da vida sobre a morte. Como nos ensina São Paulo, “... se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, acreditamos também que aqueles que morreram em Jesus serão levados por Deus em sua companhia” (1Ts 4, 14).

A vitória de Cristo mostra que a vida continua, e que a chegada do Reino demonstra que as pro-messas tornam-se realidade. É preciso intuir essa revelação, ouvindo a voz de Deus, sem endurecer o coração. Nesse particular, a ressurreição só tem sentido se revela o futuro dos que esperam em Jesus a passagem para a vida nova. Essa passagem é visível em nós?

Antônio Estevão AlgayerAdvogado

A compaixão é dor compartilhada com seres golpeados de infortú-nio. Volta-se aos que sofrem. Afeta

a mente, o intelecto e a corporeidade de quem a vivencia e evita que pessoas pa-deçam a sós, sem apoio e sem consolo.

Jesus, Deus Humanado, em suas andanças por estradas da Palestina e regiões vizinhas, sedava a dor e devolvia a saúde a pessoas acometidas por males de vária ordem e intensidade.

A compaixão de Jesus direcionava-se parti-cularmente aos pobres e a multidões humanas dispersas e fragilizadas como ovelhas sem pastor. O que em especial o movia à compaixão era ver pessoas simples consideradas massa de perdição, oneradas de pesados fardos por manipuladores das consciências e falsos mentores da fé. Constatando que cegos guias de cegos injetavam em integran-tes da plebe neuróticos sentimentos de culpa por descumprirem preceitos de invenção humana, usou Jesus de violência verbal, apodando-os de “raça de víboras, sepulcros caiados, vasos limpos por fora e sujos por dentro”.

Jesus demonstrava compaixão pela situação da mulher, demonstrada, por exemplo, no encontro com a Samaritana de Sícar, com a cura da sogra de Pedro e a terna amizade com as irmãs de Lázaro, o que ainda inspira cristãos a repensar a situação

Jesus e os excluídos

da mulher na Igreja de hoje. Em relação a isto cumpre lembrar que Jesus

fez das bravas mulheres da Galileia que o acom-panharam até o Gólgota as primeiras confidentes de sua ressurreição.

Chesterton, em seu livro Orthodoxy, sugere aparente antinomia na práxis salvífica de Jesus de Nazaré. De uma parte a Ele se reporta como “lábios de trovão”, impávido combatente, a derru-bar, de azorrague em punho, mesas de cambistas violadores da sacralidade do Templo e a proferir arrasadores discursos contra a fria e alienada re-ligiosidade de escribas e fariseus, legistas e sadu-ceus instalados no Templo-Estado de Jerusalém. De outra parte, assinala a doçura de Jesus como ser cordato, amigo dos pecadores e alinhado com os ninguéns da vida.

Este mesmo autor refere o seu assombro ante o insondável mistério de ex-abruptos afastamentos de Jesus dos caminhos humanos em demanda da solidão no ermo das montanhas. Ali, em amoroso colóquio com o Pai, dava continuidade ao projeto de redenção da humanidade. .

Foi um leigo, Francesco Carnelutti, crimina-lista italiano, quem, após ter visitado dezenas de presídios em seu pais, com luminoso discerni-mento e à luz do versículo bíblico “estive preso e me visitastes”(Mt25,36), constatou que nenhuma fantasia religiosa seria capaz de inventar um Deus que se identifica com essa obscura e desesperada humanidade que reside em nossas casas prisionais.

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Abril de 2012 - 2a quinzena EDUCAÇÃO &PSICOLOGIA 5

Cinquenta e dois milhões. Este é o número de pessoas que sofrem com a fome apenas na América Latina e Caribe, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). As causas associadas à fome e à inseguran-ça alimentar no mundo são diversas. Entre outros aspectos – como a desigualdade social e a alta dos preços dos alimentos –, catástrofes ambientais, guerras e pesca predatória são alguns dos eventos que colaboram para o aumento do problema em nível global, pois aumentam as áreas de solo e água não produtivas por até centenas de anos. Diante deste cenário, estão sendo desenvolvidas linhas de trabalho para aumentar a disponibilidade e diminuir os custos dos alimentos. Uma das mais modernas e consideradas mais eficazes, conforme especialistas, é a redução do desperdício de gêneros alimentícios.

CausasO desperdício está ligado proporcionalmentemente

ao aumento da população mundial. Quanto mais a po-pulação cresce, mais cresce o desperdício de alimentos. "Este é um dos grandes paradigmas que vive a civili-zação atual. Os ditos países ricos também desperdiçam quantidades significativas de alimentos", afirma Luiz Carlos Einloft, assessor de Projetos da Fundação Gaú-cha dos Bancos Sociais (FCBS). Ele explica que, no ciclo do desperdício de alimentos, as perdas iniciam já na semeadura, posteriormente na colheita, no transporte e armazenagem. "Após, o alimento sai das lavouras, vai para a indústria, e inicia outro ciclo de desperdício até chegar nos pontos de venda e nos lares dos consumi-dores", descreve. No Brasil, 64% do que se planta se perde em toda a cadeia produtiva. Conforme a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa», 10% do desperdício ocorrem durante a colheita, 50% no manuseio e transporte, 30% nas centrais de abaste-cimento e 10% ficam diluídos entre supermercados e consumidores.

Consumo irresponsávelA FAO observa que uma grande

parte do desperdício de comida é re-sultado do consumo incons-ciente: a população compra muito acima do que realmente consome, e no processo de preparação dos alimentos caseiros aca-ba deixando de lado gêneros em perfeito estado. Estudos indicam que 20% dos produtos comprados no Brasil acabam no lixo sem ao menos serem abertos. Mais do que nos Estados Unidos, onde esse número alcança 14%. Por outro lado, a "cultura do consumo rápido" também gera a perda de conhecimen-tos tradicionais sobre a comida e os cuidados com o manejo dos alimentos, e não incentiva a compra planejada e consciente.

A cadeia dodesperdício*

Seu impacto na Fome e na Economia mundiais e as soluções para o problemaCustos

A correção dos níveis de desperdício poderia im-pactar consideravelmente na economia de milhares de dólares a cada ano, influenciando, inclusive, no preço dos alimentos. Conforme a FAO, os custos decorrentes do desperdício ocorrem em três níveis: perda econó-mica para as famílias que compram alimentos que não consomem; custo com processamento de lixo gerado pelo desperdício; e custo para o meio ambiente por contaminação.

SoluçõesPara atacar o problema, é necessário atuar na Pro-

dução (ampliando as boas práticas agrícolas e métodos de conservação e transporte para reduzir perdas; promo-vendo a compra de produtos locais, entre outras ações); na Venda (favorecendo os Bancos de Alimentos para a reutilização dos gêneros); e no Consumo (reciclagem de alimentos, educação para o manejo e conservação, etc). Como alternativa, os Bancos de Alimentos são sis-temas consagrados há décadas em todo o mundo. Eles recolhem os alimentos, distribuem para as comunidades locais em vulnerabilidade e fomentam a mudança de visão sobre o desperdício: de restos não aproveitáveis, para produtos com valor econômico e plenamente utilizáveis. Para o assessor da FGBS, Luiz Carlos Ein-loft, esta nova consciência do não desperdício não está somente ligada à fome existente. "E uma nova visão cultural de um mundo mais inteligente, equilibrado, humano e mais voltado ao que coletamos da natureza e a ela retornamos em forma de resíduo".

*Revista da Rede de Bancos de

Alimentos do RGS, Ano I, Nº 1, 1911

O desperdício inconsequente está presente na vida da maioria das pessoas

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Abril de 2012 - 2a quinzenaTEMA EM FOCO 6

Felicidade é a certeza que nossa vida não está sendo inútil (Érico Veríssimo)

Terceira idade: viver até o fimE agora? Chegou a tão aguardada aposentadoria. Não há mais trânsito neurótico a enfrentar para não chegar atrasado ao compromisso profissional. Não há cobrança de chefe quando se é apenas simples

funcionário ou preocupação com responsabilidades de chefia. Já não se precisa mais lidar com as oscilações de humor do patrão. O salário estará na conta no fim do mês, sem qualquer esforço. Que beleza! Liberdade! Para fazer o que e quando tiver vontade, ou até, nada fazer! Aposentadoria é uma palavra que assusta muitas pessoas.

Significado da vida“A caridade é o único te-souro que se aumenta ao dividi-lo.” (Cesare Cantú)

Sem ocupação qualquer? Nada a fazer? Quer viver até os 100 anos assim? Não! Não é possível. Sinta-se útil, trabalhe, faça alguma coisa. Inatividade total? Só se é inativo depois da morte. E assim mesmo, só aqui na terra. Pois no céu, você vai trabalhar sem hora mar-cada, sem compromissos, sem remuneração, sem retorno econômico, só sentindo-se útil: bem diferente da sociedade de consumo em que vivemos.

Por que não começar já, aqui na terra? No céu, seremos todos diáconos, voluntários, adeptos da plena gratuidade de que a vida de Jesus Nazareno foi melhor exemplo. Por isso, não sobrecarreguemos os nossos dias com preocupações desnecessárias, a fim de que não percamos a oportunidade de viver com alegria. Ajudar o próximo dá significado à vida. Ser vo-luntário pode ser um novo estilo de vida daqui para a frente. E, com certeza, razão de muita felicidade. A alegria de dar sempre é maior do que a de receber. (Caminhos para Começar no Voluntariado: Cruz vermelha: site www.cvb.org.br/; Aldeias SOS: 0800-160633; Internet: www.portaldovoluntario.org.br)

Protagonista na terceira idade

É o que defende Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, em sua próxima cartilha a ser lançada em breve pela Editora Reus, denominada Adultos Maiores.

“O envelhecimento da humanidade tornou-se uma questão social, econômica e de inclusão”, escreve Grings no capitulo 21 – Cidadania dos Idosos. Para ele, na cultura atual, os idosos estão sendo marginalizados. Se forem pobres, “perdem sua cidadania, por não se enquadrarem na zona dos ativos e consumidores”. Se tiverem recursos, apenas são lembrados enquanto consumidores e “se tornam alvo das pesquisas de mercado para investigar seu comportamento. O idoso que possui recursos econômicos é cortejado e bem tratado, porque paga pelo afeto que recebe. E sente-se sugado pela sociedade de consumo, sem estar realmente integrado na comunidade de caridade. É preciso levar os idosos a se sentirem incluídos, como pessoas que integram a socie-dade. Cabe, pois, refletir: como transformar o idoso em protagonista na sociedade”?

A verdadeira idade“Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira, é vivê-la como se os milagres não existis-

sem, e a segunda, é vivê-la como se tudo fosse um milagre” (Albert Einstein), cita Dom Dadeus. “Deve-se a Binet a decisiva e científica dissociação entre idade cronológica e idade psicológica. Há diferença entre idade cronológica, idade biológica, idade psicológica, idade social, idade religiosa, idade intelectual, idade moral. A verdadeira idade, na longevidade, está relacionada ao sentimento que cada um tem de viver e na descoberta de sua missão no mundo.

A melhor idade é agoraSolidário – Hoje diz-se ‘melhor idade’ ao referir-se ao idoso? Qual é a melhor idade? Dom Dadeus - Não é a do idoso, nem do jovem. Mas é a idade que está vivendo quando

ela é assumida. Meu tempo é o agora! Não é o passado. Se for no passado, já não tenho mais tempo. Deve-se viver para a frente e não para trás.

Solidário – Por que o título Adultos Maiores? Dadeus - No espanhol, em vez de terceira idade ou velhos diz-se adultos maiores. O adulto

maior é que tem maioridade como adulto. E faz sentido. Solidário - É quando é considerado como inativo? Dadeus - Há hora de parar para dar lugar aos mais jovens. Mas

inativo, jamais! O termo se restringe ao sentido econômico. Mas ninguém torna-se inativo porque a vida humana nunca pode ser inativa, do contrário não é vida. Por isso, temos que agir, atuar, até o fim. Não existe inativo: todos somos ativos. Mas, todos teremos a hora de parar.E aí lembro de uma belíssima frase num livro do Irmão Biazus, irmão marista já falecido: ‘Na vida estive na estação de trens e vi partir muita gente. Agora, é minha vez de partir. Ba-gagens? Bagagens! Não tenho: a bagagem sou eu mesmo. A quem vou acenar? A ninguém’.

Solidário – Como já encaminhou seu pedido de renúncia por idade ao Vaticano, logo será arcebispo emérito. Algum projeto especial?

Dadeus – Não! Como idoso, entra-se na idade do ‘jaquê”. Já que está ‘aposentado’ poderia ajudar aqui, colaborar ali, etc. Tenho convites para trabalhar, sim, inclusive em Belém do Pará, no Círio de Nazaré. Mas o futuro a Deus pertence e não podemos determinar detalhes com antecedência do que faremos. Gostei muito do que dizia Dom Aloí-sio Lorscheiter, quando veio morar na sua comunidade de frades. Perguntaram-lhe o que faria agora? ‘Agora vou ser um frade obediente. Quem vai dizer o que tem que fazer é meu superior, o provincial’. É isso: primeiro colocar-me-ei à disposição dos meus superiores. Deixa-se a ad-ministração de uma arquidiocese, mas as dimensões fundamentais ficam, toda a nossa vida de fé, de religiosidade, de busca de Deus, terei mais tempo para rezar, conversar com Deus.

Dom Dadeus Grings

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Abril de 2012 - 2a quinzena AÇÃOSOLIDÁRIA 7

Pastoral do Idoso

Na Arquidiocese de Porto Alegre, a Pastoral do Idoso é coordenada por Irmã Anita Rosso, 77 anos, da Congregação das Irmãs Escolares de Nossa Senhora. Depois de oito anos à frente da Pastoral da Criança, foi convidada por Dom Dadeus a assumir a Pastoral do Idoso, completando outros seis anos em 2013. A Pastoral do Idoso está organizada em 17 paróquias da Região Metropolitana.

Solidário - Como é desenvolvida essa pastoral?Ir. Anita - As pessoas que se apresentam para nos

ajudar são convidadas a fazer um curso de co-nhecimento e depois se integram na agenda de visitas. Adotamos muito o tema e conteúdos da Campanha da Fraternida-de de 2003 - Fraternidade e Pessoas Idosas.

Solidário – Quem atua são voluntários?

Ir. Anita – Sim. Con-tamos com mais de 100 voluntários. No mês pas-sado, visitamos 1030 casas com idosos.

Solidário - O que fazem nessas visitas? Ir. Anita – Observamos dificuldades sociais e físi-

cas, se não estão passando fome e estão com cuidados médicos e com medicação. E, principalmente, levamos conforto espiritual.

Felicidade é a certeza que nossa vida não está sendo inútil (Érico Veríssimo)

Terceira idade: viver até o fim ou desistirE agora? Chegou a tão aguardada aposentadoria. Não há mais trânsito neurótico a enfrentar para não chegar atrasado ao compromisso profissional. Não há cobrança de chefe quando se é apenas simples

funcionário ou preocupação com responsabilidades de chefia. Já não se precisa mais lidar com as oscilações de humor do patrão. O salário estará na conta no fim do mês, sem qualquer esforço. Que beleza! Liberdade! Para fazer o que e quando tiver vontade, ou até, nada fazer! Aposentadoria é uma palavra que assusta muitas pessoas.

Missão diaconal acima do voluntariado

A palavra “diácono” vem do grego – diakonos – e é encontrada mais de 30 vezes no Novo Testamento. Dela derivam diakonia – ministério ou diaconato; diakoneo – servir ou ministrar. Diácono quer dizer atendente ou servente. “Todos os cristãos devem servir uns aos outros”. (1 Pedro 4:10).

Porto Alegre tem 56 diáconos permanentes que atuam em 16 diaconias. “Mas o que é o diácono hoje? Há muita confusão. Qual é a identidade do diácono? Nossa missão se desdobra em liturgia, palavra e caridade. E a caridade, como está previsto na própria instituição em Atos dos Apóstolos, 6, é a grande missão do diácono. O diaconato é uma resposta a uma outra necessidade, além da comunidade e paróquia, e tem essa mis-são específica com a igreja no todo. Por isso, ela está acima do voluntariado. Diácono é quem se pôs à disposição de Deus”, resume diácono Carlos Prietto.

Chamado vocacionalDepois da aposentadoria, como bancário durante 36 anos,

Prietto fez quatro anos de teologia para leigos, na PUC/RS, e foi ordenado diácono em 2003. É pai de quatro filhos, “são as nossas riquezas, minhas e de minha esposa’. A família continua sempre em primeiro lugar. Pois, para ser um bom diácono na comunidade, primeiro devemos ser um bom diácono em casa, na família”, assegura Prietto.

“Tive toda uma vida de formação religiosa estudando em colégios lassalistas e depois maristas. Na adolescência, fui coroinha. Nosso namoro foi muito enraizado dentro da paró-quia. Concursado no Banco, fui trabalhar no interior do Estado. De volta a Porto Alegre, fui coordenador da promoção humana da Área Navegantes da Arquidiocese. O chamado para ser diácono brotou quase que espontâneo. Estou realizado. Ser diácono não é profissão: é atender ao chamado vocacional”.

O maior patrimônio da IgrejaCarlos Prietto coordena um Grupo de Trabalho da Arquidiocese com objetivo de siste-

matizar e organizar todas as atividades sociais e de promoção humana. “Não se quer mudar nada. Apenas organizar de forma a permitir que se candidatem a pleitos de recursos de renúncia fiscal e auxílios públicos e privados. Assim, poderão ajudar ainda mais pessoas. Existe muita verba que não é usada porque não é pleiteada”, informa Prietto.

“Toda vez que visito um grupo ou uma paróquia saio ainda mais animado com a disposi-ção de muitas pessoas que querem trabalhar espontaneamente para fazer o bem ao próximo. Já foi provado que 80 por cento de todas as obras de promoção social no Brasil – quiçá no mundo – são de iniciativa da Igreja Católica. O voluntariado é um dos maiores patrimônios da Igreja. Não existe instituição no mundo com maior voluntariado que o da Igreja Católica, em números e principalmente em qualidade. Que trabalham silenciosa e anonimamente. Mas agora existe a necessidade de colocar apenas no papel o que já vem sendo feito. Precisamos sistematizar para otimizar. Vai trazer benefícios para todos: para os grupos e para a Igreja. Escolhemos dois caminhos: a família e o idoso.”, resume o diácono.

Irmã Anita

Carlos Prietto

Aline Gonçalves/PMPA

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Abril de 2012 - 2a quinzenaSABER VIVER 8

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antepassados, valoriza a dimensão espiritual

Luiz Carlos Tovo - 16/04André L. Birck - 21/04

Suzana Valle de Curtis - 23/04Edy Adegas - 24/04

No final de 2011, 80 índios das tribos Kaigang e Guara-ni estiveram no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) para se submeterem a exames de sangue e densitometria óssea. Os dados estão em análise pela enfermeira e doutoranda em Gerontologia Biomédica, Ana Karina da Rocha, que estuda a osteoporose associada à síndro-me metabólica em índios com 40 anos ou mais. Pela fragili-dade de sua saúde, os indígenas são considerados idosos a partir dos 45 anos. Essa população é um grupo de risco social, pois

Pesquisa estuda prevalência de osteoporose em índios idosos

o índice de mortalidade é alto antes da idade adulta. "Acredito que isso aconteça por questões culturais", observa Ana. "Ao contraírem uma doença, muitas vezes eles não procuram auxílio médico, mas o pajé da aldeia. Usam chás e os problemas aca-bam se agravando".

A pesquisa é inédita e está sendo orientada pela professora Denise Cantarelli. "Não se fala em osteoporose em índios bra-sileiros, nenhum trabalho trata do assunto. Existem pesquisas relacionando essa doença a índios norte-americanos, mas o

perfil deles é completamente di-ferente", revela Ana. Em 2009, a enfermeira trabalhou com essa população em seu mestrado. Ela pesquisou a prevalência da sín-drome metabólica em indígenas com mais de 40 anos. Durante esse estudo, foi realizado um questionário sobre os hábitos alimentares dos participantes. "Com esse material, diagnosti-camos que esse grupo não tem o hábito de tomar leite ou de comer derivados dele, por isso, resolvemos pesquisar a dosa-gem de vitamina D e as desin-tometrias ósseas para avaliar os ossos dessa população", explica a doutoranda.

Tarefa difícilTrabalhar com índios no

Brasil não é tarefa fácil. A pro-posta precisa ser aprovada por vários comitês. O processo de autorização para a pesquisa de Ana Karina demorou dois anos. Começou numa reunião com a própria tribo e terminou com a aprovação da Fundação Na-cional do Índio (Funai). Para a professora Denise, essa demora nas autorizações desestimula os pesquisadores a investiga-rem a população indígena. No mestrado, a autorização para realizar exames nos índios foi dada cerca de três meses antes da defesa da dissertação. "Eu nem sabia se ia conseguir concluir a pesquisa", lembra Ana. Além dessa dificuldade, é preciso conquistar a confiança dos indígenas. "Trabalho com esse grupo desde 2008. Tenho uma aproximação maior com eles, especialmente porque sempre explico o estudo para que saibam do que estão parti-cipando", afirma. Essa abertura facilitou a vinda dos índios idosos ao HSL.

Na PUCRS, além de fa-zerem exames, os indígenas assistiram a uma palestra sobre alimentação e participaram de uma aula de ginástica laboral. Além disso, conheceram o Mu-seu de Ciências e Tecnologia (MCT). Segundo Ana Karina, eles adoraram a visita, inclusive o trajeto feito a pé entre o HSL e o MCT. "Tiraram fotos na pas-sarela, pois nunca tinham visto nada parecido", relata Ana. No caminho, alguns sentiram dores nas pernas, somente pela cami-nhada. "Na aldeia eles têm uma vida muito sedentária", explica a doutoranda. "Acredito no tema e acho que é importante falar sobre ele, até por não exis-tir bibliografia sobre o assunto. O fato de poder apresentar um trabalho inédito me incentiva", revela.

Sobrepeso e idade podem ocasionar mal estar físico e psicológico

O sobrepeso é, realmente o terror do corpo bonito, afinal, o acúmulo de gordura causa não somente o mal estar físico, mas também o psico-lógico, simplesmente pela pessoa não se sentir bem consigo mesma. Por isso, muitas delas decidem emagrecer de vez, porém, voltam a engordar. A maioria fica nessa situação uma boa parte da vida e considera algo natural.

O que a maioria das pessoas não sabe é que essa alternância de emagrecer e engordar o tempo todo acaba prejudicando ainda mais a escultura do corpo ideal. Braços e coxas, por exemplo, acabam ficando um tanto feios por causa da pele, pois depois de ganhar peso e ‘encolher’ novamente, a pele não acompanha mais esse processo. “É comum que ocorra um abaulamento flácido da porção interna das coxas. Isto se deve ao excesso de pele formado pelo estiramento desta durante o período de sobrepeso. Devido à pele interna da coxa ser relativamente fina, ela não contrai o suficiente após a perda ponderal, acarretando o excesso de pele local”, afirma o cirurgião plástico Arnaldo Korn.

Por isso, algumas pessoas acabam optando pela cirurgia plástica, conhecida como Dermolipectomia de Coxas, que visa retirar o excesso de pele, proporcionando um contorno da coxa mais natural e menos flácido. Tudo para deixar as coisas mais ‘perfeitinhas’ e para bloquear aquele sentimento de pavor quando, no caso de uma mulher, usar uma saia ou bermudas e shorts mais colados ao corpo e não deixar transparecer a visão de gordura.

Korn ressalta ainda que com o braço acontece o mesmo problema, só que ainda há outro fator: “Além do sobrepeso, o motivo também pode ser a idade, pois a pele sofre a perda de turgor conforme passam-se os anos”, ressalta. E vem então a vergonha de usar aquela blusa regata, pois muitos homens e mulheres acabam optando por colocarem camisetas com manga mesmo no calor de 30ºC devido ao excesso de pele debaixo do braço. A cirurgia, conhecida como Dermolipectomia Braquial, objetiva a retirada desse pequeno incomodo.

O procedimento das duas cirurgias parecem semelhantes e os cuidados pós-operatórios também. Claro, não é aconselhável fazer duas plásticas ao mesmo tempo. No caso das coxas, a anestesia pode ser peridural ou geral e a internação deve ser de até 48 horas, dependendo da recuperação e da orientação médica. Com a braquial, a anestesia é local ou geral com internação de apenas 24 horas e os cuidados são basicamente os mesmos da coxa, só que aplicados aos braços. Em ambas, o tempo médio para se ter ideia do resultado definitivo é de seis meses. (Fonte: www.plastica-parcelada.com.br)

Agência Brasil

Iniciação cristã para adultosSob o título Creio em Ti, o curso é voltado para

adultos interessados nos sacramentos da iniciação cristã – batismo, crisma e eucaristia. A iniciativa é do Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS. Os encontros acontecem às segundas-feiras, das 18h15min às 19h15min, ou nas terças-feiras, das 12 às 13 horas, a partir de 27 de abril. Vagas limi-tadas. Informações: www.pucrs.br/pastoral; ou sala 101 do prédio 17 do Campus Central, Av. Ipiranga, 6681, fone (51) 3320-3576.

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Abril de 2012 - 2a quinzena ESPAÇO LIVRE 9

Humor Sem FronteirasMartha Alves D´Azevedo

Comissão Comunicação Sem Fronteiras

Leonard

O Livro da Família 2012 está à venda na Livraria Padre Reus e também na filial dentro do Santuário Sagrado Co-ração de Jesus, em São Leopoldo.Faça o seu pedido pelos fones: 51-3224.0250 e 51-3566.5086 ou através do e-mail: [email protected]

RESERVE O SEU EXEMPLAR

a defesa da vida

O nascimento de uma criança, por mais que já se tenha visto anteriormente, é um mila-gre que se realiza diante de nós sem que

se saiba como pode acontecer. Surge uma nova vida e se espera que ela seja plena de realizações e que tudo de bom lhe aconteça em sua trajetória terrestre. Quando se cumprimenta alguém no seu aniversário, formulam-se votos de saúde, felicida-de e muitos anos de vida. E esses votos estão se tornando realidade à medida em que a idade mé-dia da população está ficando cada vez mais alta.

O que no século passado era uma raridade, alguém chegar aos 90 anos, agora está se transformando em lugar comum. Mas, esta longevidade está também se tornando um problema de difícil solução. Como cuidar de velhos que necessitam cuidados especiais, quando todo mundo está sempre muito ocupado e não dispõe de tempo para tarefas eventuais. Multi-plicam-se as casas de geriatria, que acolhem estes idosos que necessitam atendimento especializado. Alguns não passam de depósitos de velhos,como são chamados. Outros, de alto custo financeiro, procuram oferecer regalias que os tornem mais atraentes. Mas, os problemas continuam...Quem fiscaliza estas casas, estes hospitais diferenciados?

Noticias provenientes do Uruguai informam que dois técnicos de enfermagem que trabalham nos hospitais Maciel (público) e Associación Española (privado), mataram com in-jeção de ar ou de morfina nas veias, 15 pacientes idosos. Crime confessado pelos autores, desperta a dúvida sobre o número das vítimas, já que em 2010 perto de 200 pacientes morreram nestes citados hospitais. Familiares dos atuais ocupantes das duas entidades removeram os demais doentes das casas de saúde, mas que solução dar ao impasse? Os investigadores uruguaios dizem que quando um dos enfermeiros tentava matar alguém, e esse sobrevivia, ele não insistia, por pensar que “não era o momento de sua morte”.

Os enfermeiros assassinos, um deles estudando medicina, foram denominados de “anjos da morte”. Quem decide a hora da morte de alguém? Anjos ou demônios? A vida é dom de Deus, só a Ele cabe determinar o seu encerramento.

“A defesa da vida não é uma opção, mas uma obrigação para todos os que nos chamamos cristãos. A vida deve ser respeitada e defendida, independentemente de leis injustas que queiram diminuir seu valor e significado”. (Organizadores da Jornada pela Vida e pela Família - Colômbia)

cento e oitenta a zeroEgon Dionisio Heck

Povo Guarani Grande Povo

"Este país está vivendo uma crise de cumprimento de regras em relação ao direito à propriedade"

(vice-líder do PP, deputado Jerônimo Goer-gen - PP/RS). Muito mais do que isso, senhor deputado, o Brasil está há mais de 500 anos invadindo e desrespeitando a mãe terra, a sagrada terra coletiva dos povos indígenas.

Os ruralistas, corporativamente articulados no Con-gresso, são em torno de 180. E quantos parlamentares indígenas existem no Parlamento brasileiro? Nenhum (zero). Numa lógica simplificada, poderíamos afirmar que, caso a PEC 215 – que transfere as responsabilida-des da decisão sobre a demarcação das terras indígenas para o Congresso – fosse a votação, o placar inicial para qualquer reconhecimento de qualquer terra indígena neste país seria de 180 x 0 contra os índios. Poder-se-ia objetar de que a dinâmica do Congresso tem nuanças... é verdade, porém de ditadura, semiditadura, neoditadura e neocolonialismo os povos indígenas e seus aliados entendem.

A pergunta que os nobres ruralistas devem se fazer é por que em 30 anos e três meses em que a lei 6001, artigo 65, estabeleceu o tempo para que todas as terras indí-genas no país fossem demarcadas, isso não aconteceu. Ou por que, em quase 20 anos em que a Constituição estabeleceu o teto máximo de demarcação de todas as terras indígenas no país, isso não foi feito.

A questão que os ruralistas têm que responder é por que o país, tão zeloso para com a propriedade privada, não demarcou as terras indígenas conforme prevê a legislação nacional e internacional como a Convenção 169, da OIT, e a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, da ONU.

Já se perguntaram os parlamentares que querem im-pedir a qualquer custo a demarcação de terras indígenas, quantos líderes indígenas foram assassinados nestas três décadas, lutando por seu pedaço de terra? Não seria mais coerente e justo que se fizesse imediatamente cumprir a Constituição e a legislação internacional que reconhece e garante aos povos indígenas seus territórios?

Quando os senhores parlamentares receberam em seus gabinetes delegações indígenas que vinham pa-cientemente explicar o que poderá significar em termos de derramamento de sangue, sofrimento, e genocídio, a aprovação de uma lei que não permita, na prática, a urgente demarcação das terras indígenas no país, não estavam pedindo nenhum favor, apenas exercendo seu direito de cidadão originário deste país.

Senhores parlamentares, honrem esse país, re-jeitando a PEC 215 e exigindo do governo federal a imediata demarcação de todas as terras indígenas. (Fonte: Cimi MS).

SÓ PARA VELHOS AMIGOS

Uma velha senhora foi para um safári na África e levou seu velho vira-lata. Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido.

Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem leopardo o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço...

O cachorro velho pensa: – Oh, oh! Estou mesmo enrascado! Olhou à volta e viu ossos espalhados no

chão por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo, e começa a roê-lo, dando as costas ao predador... Quando o leopardo estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto: – Cara, este leopardo estava delicioso! Será que há outros por aí?

Ouvindo isso, o jovem leopardo, com um arrepio de terror, suspende seu ataque, já quase começado, e se esgueira na direção das árvores.

– Caramba! - pensa o leopardo, essa foi por pouco! O velho vira-lata quase me pega!

Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira: em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido leopardo algum... E assim, foi rápido em direção ao leopardo.

Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa: – Aí tem coisa!

O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e faz um acordo com o leopardo. O jovem leopardo fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz:

– Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!

Agora, o velho cachorro vê um leopardo furioso, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:

– E agora, o que é que eu posso fazer? Mas, em vez de correr (sabe que suas

pernas doloridas não o levariam longe...) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouvi-lo, o velho cão exclama: – Cadê o patife daquele macaco? Tô morrendo de fome! Ele disse que ia trazer outro leopardo para mim e não chega nunca!

Imediatamente, o leopardo se esquiva, sai para longe do cachorro e devora o macaco. Mo-ral da história: não mexa com cachorro velho...

Idade e habilidade se sobrepõem à juven-tude e intriga. Sabedoria só vem com idade e experiência.

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Abril de 2012 - 2a quinzenaIGREJA &CCOMUNIDADE 10

Solidário Litúrgico

Catequese

Cor: branca

29 de abril4o Domingo de Páscoa

Cor: branca22 de abril - 3o Domingo de Páscoa

15 de abril - Domingo da Divina MisericórdiaCor: branca

1a leitura: Livro dos Atos dos Apóstolos (At) 4,8-12

Salmo: 117(118), 1.8-9.21-23.26.28cd (R/. 22)

2a leitura: 1a Carta de S. João (Jo) 3,1-2

Evangelho: João (Jo) 10,11-18Comentário: A figura do bom

pastor, usada por Jesus, para muitos pode parecer demasiado agrícola, campeira, “do interior”. Mas, no contexto no qual Jesus vivia e falando para quem falava, a comparação era perfeitamente compreendida e muito bem assimilada. E lhe valeu críticas e mais perseguição, especialmente por parte daqueles que se sentiam diretamente atingidos pela parábola, sabendo que Jesus os comparava aos maus pastores, mercenários, que fugiam diante do perigo e deixavam as ovelhas abandonadas à sua própria sorte. Como bom pastor, Jesus cuida das ovelhas, as chama pelo nome, elas lhe obedecem e o seguem, sem medo, nem receio, certas de que ele as leva às melhores pastagens, lhes garante a segurança que necessitam e não as abandona jamais. E mais: dá a vida por suas ovelhas.

A imagem do bom pastor, no meio de suas ovelhas e caminhando com elas, chama à comunhão frater-na, ao diálogo, à compreensão, ao testemunho da feliz companhia do Mestre e Pastor. Para dor e escândalo de muitos, é triste, muito triste sentir o distanciamento entre a hierarquia e o povo cristão. Parece que vivem em mundos diferentes. Em muitos lugares, "pastores" e "ovelhas" mal e mal se conhecem. Há bispos que desconhecem as necessidades reais dos seus fiéis e há fiéis que não sentem o afeto de seus bispos e sua proximi-dade para lhes oferecer a orientação e o alento que necessitam. Há docu-mentos, muitos e bem elaborados, que convocam para a comunhão e participação, mas tantas vezes são “le-tra morta”, sem alma nem coração. A alma e o coração, que as convocações e documentos necessitam, somente a proximidade e o compromisso com a realidade do povo lhes pode dar.

Antônio Pagola, teólogo e escri-tor, e que inspira este comentário, é explícito quando afirma: Só pessoas de fé, cheias do Espírito do Bom Pastor, podem nos ajudar a criar o clima de aproximação, mútua escuta, respeito recíproco e diálogo humilde que tanto necessitamos. ([email protected])

1a leitura: Livro dos Atos dos Apóstolos (At) 4,32-35Salmo: 117(118), 2-4.16ab-18.22-24 (/.1)2a leitura: 1a Carta de S. João (Jo) 5,1-6Evangelho: João (Jo) 20,19-31Para uma melhor compreensão dos comentários litúrgicos leia, antes, os

respectivos textos bíblicos.Comentário:.Shalom... paz. No aramaico, falado por Jesus, “shalom” não

significa apenas paz, o que já é muito, especialmente neste nosso tempo de tanta violência, opressão, desigualdades de todo tipo, corrupção, ânsia compulsiva para enriquecer a qualquer custo e preço. Quando, na cultura judaica, alguém saúda o outro com “shalom”, ele deseja paz, prosperidade e bem-estar material e espiritual. E nos encontros pós-Páscoa, Jesus insiste, reiteradamente, em desejar a paz/shalom aos seus discípulos. E associa esta paz ao perdão dos pecados. Mais: passa a cada discípulo/discípula o poder de perdoar. Textualmente: “A paz esteja com vocês. Assim como o Pai me enviou a mim, assim eu envio vocês. Recebei o Espírito Santo. A quem vocês perdoarem os pecados, eles serão perdoados; a quem vocês não perdoarem, eles não serão perdoados” (20,22-23).

Ser discípulo/discípula de Jesus é ser continuador/a de seu projeto, onde o perdão e a paz são centrais e necessários. Onde não há perdão, não há paz. Per-dão e paz são como uma mesma moeda com dois lados, essencialmente unidos e identificados. Mas a paz que Jesus deseja e quer é uma paz inquieta, uma paz proativa, uma paz que, no perdão, é geradora de paz na família, na comundiade, na sociedade. Aqui, com Pedro Casaldáliga, bispo/profeta de nosso tempo, nossa reflexão se faz oração para tornar-se prática de vida: Dá-nos, Senhor, aquela paz inquieta, a paz que denuncia a paz dos cemitérios e a paz dos lucros fáceis e fartos. Dá-nos a paz que luta pela paz! A paz que nos sacode com a urgência do Reino. A paz que invade, com o vento do Espírito, a rotina e o medo, o sossego das praias e a oração de refúgio. Dá-nos a paz da fome de Justiça, a paz da Liberdade conquis-tada, a paz que se faz "nossa", sem cercas nem fronteiras, que tanto é "Shalom" como "Salam", perdão, retorno, abraço... Dá-nos a tua paz, essa paz marginal que soletra em Belém, que agoniza na Cruz e triunfa na Páscoa. Dá-nos, Senhor, aquela paz inquieta, que não nos deixa em paz!

1a leitura: Livro dos Atos dos Apóstolos (At) 3,13-15.17-19Salmo: 4(5), 2.4.7.9 (R/.7a)2a leitura: 1a Carta de S. João (Jo) 2,1-5aEvangelho: Lucas (Lc) 24,35-48Comentário: Acredita-se que o evangelista Lucas escreveu seu Evangelho por

volta dos anos 80. Eram anos particularmente difíceis para um projeto religioso como o da primitiva comunidade cristã, cujo idealizador e incentivador havia morrido numa cruz, entre dois ladrões! Complicado isso. A perseguição do imperador romano Nero e a destruição de Jerusalém se situam neste contexto de dificuldades. Os apóstolos, testemunhas da ressurreição, estavam desaparecendo, um a um, perseguidos e mor-tos como o Mestre. E muitos, como os discípulos de Emaús, desanimados e tristes, haviam se dispersado e voltado a cuidar de suas coisas... Como muitos cristãos, hoje, que também desanimam e “vão cuidar de suas coisas... da sua vida”.

Os discípulos de Emaús, reconhecendo Jesus no gesto do partir e repartir o pão, voltam a Jerusalém, dispostos a anunciar este Jesus, testemunhar que ele está vivo e caminha com a gente, mesmo que isto lhes custe a vida. Na hora em que os dois reconhecem Jesus, eles como que renascem, ressuscitam. E, cheios de coragem, voltam a Jerusalém, onde continuam vivas e ativas as mesmas forças de morte que tinham matado Jesus e tinham matado as esperanças deles. Mas em Jerusalém também estão discípulos/discípulas que, embora ainda com medo, também esperam a manifestação de Jesus. E ele se manifesta do modo mais humano, mais próximo, mas íntimo, mais amigo e companheiro: Vamos... sou eu, gente! Será que vocês têm alguma coisa para comer!? E lhe deram um pedaço de peixe assado que Jesus tomou e comeu (cf 24,41-43).

As diversas manifestações de Jesus após a sua morte/ressurreição nos dão a certeza, certeza de fé inquieta, mas sempre certeza, de que ele caminha conosco em todos os momentos e situações de nossa vida. E quer que todos, como discípulos/discípulas, sejamos testemunhas de sua ressurreição, da sua vida e do seu projeto de um mundo justo, solidário, sinal do seu Reino de paz, perdão e amor.

Catequese e cotidiano

gosto muito de olhar pela janela...

Deonira L. Viganó La Rosa

Gosto muito de me aproximar da janela, principalmente à noite, olhar a cidade e ficar divagando e meditando sobre o que fazem as pessoas em suas ca-sas, atrás daquelas luzinhas que brilham. Certamente cada pessoa, conforme sua circunstância, sofre por uma doença ou por um drogado dentro de casa, festeja uma data importante, conta os trocados para comprar o que comer, reza, perde o emprego, vela um ente querido, estuda para manter a competitividade, briga, pratica algum ato ilícito, faz amor, dança, cuida e acarinha filhos e idosos, planeja ação solidária, trabalha, sofre, se alegra, dorme, acorda em sobressalto pela notí-cia de um filho acidentado...ou assassi-nado, protege-se de um tiroteio. Destes fatos é feito o dia a dia das pessoas.

E cada vez que constato isto, fico pensando: esta é a matéria da espiritu-alidade que precisa ser iluminada pelo Evangelho e oferecida a Deus, como um grande ato litúrgico. “Exorto-vos a que ofereçais vossos corpos como hóstia viva, santa e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual” (Rom 12,1). Im-porta viver este cotidiano n’Ele, por Ele e para Ele. Esta é a matéria da liturgia, da espiritualidade, quando vivida na res-ponsabilidade, no amor, na solidariedade, na justiça, na paz.

E me intriga uma grande questão: Por que temos tanta dificuldade de en-tender que é dentro desta realidade e sobre ela que precisamos fazer teologia e catequese?

Por vezes, e são tantas as vezes, fazemos liturgia, catequese e teologia, independentes deste contexto, numa abs-tração teórica, normativa, esquecendo, não ouvindo e não compreendendo as dores e alegrias do povo.

Urge mudar nossa mentalidade, chamar todos a participar e que nossos temários sejam aqueles que compõem o cotidiano das pessoas reais, que estão ali presentes. E a pessoa do Cristo seja a LUZ.

Sobretudo, atuemos junto às pesso-as que são pobres, tão desprovidas de meios para resolver situações que exigem soluções dignas e imediatas. Só quem frequenta as vilas pobres sabe... ah! e nem imaginam suas premências, os que estão fora delas.

Peçamos a Deus a capacidade de ja-mais separarmos a catequese, a homilia, os textos, a liturgia, da realidade da vida de cada pessoa, dentro do mundo de hoje.

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Abril de 2012 - 2a quinzena ESPAÇO DAARQUIDIOCESE Coordenação: Pe. César Leandro Padilha

11Jornalista responsável: Magnus Régis - ([email protected])Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e [email protected] Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa

Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre

Jornada Arquidiocesana de Juventude reúne quase mil jovens

O Domingo de Ramos, 1o de abril, foi o grande dia de encontro dos jovens na segunda edição da Jornada Arquidiocesana de Juventude (JAJ), da Arquidiocese de Porto Alegre. O encontro superou as expectativas da organização e reuniu quase mil jovens na Catedral Metropolitana e no Colégio La Salle Dores. Inspirado no salmo 24, o encontro teve como tema: “É assim a geração dos que procuram o Senhor”.

A JAJ reuniu jovens dos vicariatos da Arquidio-cese: Gravataí, Guaíba, Porto Alegre e Canoas. A Celebração Eucarística foi presidida pelo arcebispo Dom Dadeus Grings. Lembrando os ícones da Jorna-da Mundial da Juventude, os jovens conduziram uma enorme cruz e o quadro de Nossa Senhora pela Catedral e, após a missa, os ícones foram levados em procissão orativa até o Colégio La Salle Dores. A oração dos jovens quebrou o silêncio da manhã do domingo no centro de Porto Alegre.

A Celebração Eucarística começou com a con-dução da cruz e ícone de Nossa Senhora. A Catedral estava lotada. Na homilia para os jovens, Dom Dadeus destacou a presença da cruz para a comunidade cristã, lembrando “grandiosa vitória da cruz como uma vitória do bem. Esta humanidade está marcada com uma cruz no meio”

Enfatizando a simbologia da cruz, o arcebispo metropolitano disse que Jesus carregou a culpa dos filhos de Deus para dizer que sempre há uma saída para este mundo: “As vezes carregamos a nossa cruz sozi-nho, mas Jesus vai à nossa frente para que possamos vencer com Ele. Queridos jovens, é preciso perceber essa presença de Deus em nossas vidas para irradiá-la ao mundo”, finalizou.

Outro grande momento para a JAJ 2012 foi o encontro no Colégio La Salle Dores que proporcionou quase seis horas de intensas atividades como momen-tos de louvor, adoração, painéis e oficinas temáticas. A parte da tarde foi destinada às oficinas temáticas. A organização do evento oportunizou treze oficinas

NotasA Cáritas Arquidiocesana retomou as atividades 2012 com

os Encontros de Formação Social. Tradicionalmente, no primeiro encontro do ano é abordada a temática da Campanha da Fraterni-dade. O evento contou com a assessoria do médico do Sistema de Saúde Mãe de Deus, Marcelo Melgares, e do assessor da CNBB, Frei José Bernardi. Mais de 100 diáconos, sacerdotes, religiosas e leigos engajados no Serviço da Caridade das Paróquias e Comu-nidades participaram do encontro.

Cerimônia inter-religiosa - No sábado, dia 24 de março, a Catedral Metropolitana, primeira Igreja de Porto Alegre, recebeu cerimônia especial com representantes do grupo de diálogo inter-religioso, que reúne representantes de várias igrejas e crenças na Capital. A cerimônia foi abrilhantada pela Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul, sob a regência do maestro Telmo Jaconi. O culto ecumênico teve como motivação os momentos de oração em Ação de Graças, com um palavra de cada representante das religiões, em agradecimento pelos 240 anos de Porto Alegre.

Novo vigário paroquial - A comunidade da Paróquia San-tíssimo Sacramento e Santa Teresinha, em Porto Alegre, acolheu o novo vigário paroquial, Frei Marcelo Streit, apresentado durante celebração eucarística no domingo, dia 18 de março. A igreja ficou lotada. Frei Marcelo integra a Ordem dos Carmelitas Descalços. Esta foi a primeira missa celebrada pelo novo padre que foi ordena-do no dia 10 de março de 2012 em Chapada/RS, sua cidade natal.

No dia 26 de março, o coordenador da Pascom, Pe. Cesar Leandro Padilha, entregou ao arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, o primeiro exemplar do Guia da Arquidiocese 2012, que é referência para endereços, dados e responsáveis pelos organismos, paróquias, movimentos e pastorais da Igreja local, além de dados do clero e suas atribuições.

A edição 2012 é o resultado de um trabalho mi-nucioso de coleta de dados, realizado pelo chanceler da Arquidiocese, cônego Luiz Vunibaldo Melo da Silveira, que obteve as informações, fez a revisão e as atualizações. O Guia se configura como base de dados para o trabalho na Arquidiocese. Na chegada do material, o Pe. Melo, como é conhecido, não se encontrava na Cúria, pois estava em atividade pasto-ral em Glorinha, mas ao chegar, durante a tarde, com alegria e entusiasmo, distribuiu os exemplares entre os funcionários da Cúria, sabendo da importância do livro para o dia-a-dia das atividades exercidas no espaço.

Neste ano de 2012, ainda está em voga na Arqui-diocese a celebração do Ano Vocacional, motivo pelo

Porto Alegre e Catedral festejam os 240 anos

Nelson. S. Pereira

Juntamente com a capital dos gaúchos, a Catedral Metropolitana de Porto Alegre também celebrou seus 240 anos de sua fundação. Surgindo e evoluindo junto com a cidade, a Igreja Mãe de Deus foi a primeira paróquia da capital. Para celebrar esta marca signi-ficativa, um celebração eucarística ocorreu na noite do domingo, dia 25 de março.

A missa foi presidida por Dom Dadeus Grings, arcebispo Metro-politano de Porto Alegre, Dom Altamiro Rossato, arcebispo emérito, e concelebra pelos padres Gustavo Haas (pároco da Catedral), Laê-nio Custódio (Paróquia Coração de Jesus), João Picolli (Paróquia Santo Antônio Pão dos Pobres), por diáconos e acólitos. Também os porto-alegrenses compareceram à Catedral para fazer uma prece especial pela cidade, pelo seu povo e pelo futuro da cidade.

Sobre a Catedral, o arcebispo destacou a importância do tem-plo, fazendo referência à história do espaço e o grande marco que é a presença da Igreja na Sociedade. Dom Dadeus lembrou ainda a forte devoção dos católicos à padroeira da Arquidiocese: Nossa Senhora Mãe de Deus ou Madre Deus, nome oficial da devoção à Padroeira como foi instituída em 1772.

Além da presença da comunidade da Catedral, também auto-ridades políticas estiveram presentes e elevaram a Deus seu agra-decimento pela data que renova o compromisso com esta cidade e também destacaram a importância do templo como referência em sua paisagem, marcando com fidelidade a Igreja Católica e a fé deste povo.

dentre elas: Rede sociais e evangelização da geração Y, YouCat (Catecismo jovem), João Paulo II, o amigo da juventude, dentre outras. As palestras foram bastante prestigiadas.

Integrante do CLJ da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, a jovem Amanda Gonçalves destacou que a JAJ se aperfeiçoou e melhorou em relação à edição passada: “A Jornada Arquidiocesana cresceu muito e melhorou desde o ano passado. Está mais organizada e as palestras oferecidas foram bem pensadas e, por isso, gostei bastante”, disse.

Também integrante do CLJ da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, a jovem Ana Paula disse não ter participado da edição passada, mas aprovou a segunda jornada: “Gostei das palestras porque têm tudo a ver com a nossa realidade”. Amanda e Ana Paula disseram que com a finalização da JAJ, o compromisso que fica é o de estar na comunidade, apoiando e ajudando na realização dos projetos que auxiliem a juventude.

Vanessa Justem é da equipe Arquidiocesana de Juventude e membro da Comissão Organizadora da JAJ. Quando questionada sobre uma avaliação sobre o evento, ela foi enfática: expectativas superadas. A organizadora destacou o espírito do encontro: “A gente viu uma juventude mais mobilizada e animada em prol da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Este foi um espírito que a gente tentou criar na nossa Arquidiocese. Com certeza saímos daqui com muito mais bagagem e experiência, como equipe e como jovem para levar essa juventude toda para o Rio de Janeiro”, disse.

Vanessa informou que o fechamento oficial de par-ticipantes não foi feito, porém, as inscrições recebidas antes do encontro somavam quase 800 participantes. Já no dia da JAJ, estima-se que quase 100 jovens tenham efetuado a inscrições para participar do evento.

A Jornada Arquidiocesana de Juventude foi con-cluída no final da tarde com adoração e bênção do Santíssimo.

Lançado oficialmente o Guia 2012 da Arquidiocese

qual a Barca Vocacional, símbolo deste tempo, estampa a capa do Guia 2012. Na contracapa aparece o Semi-nário de Gravataí e os novos padres da Arquidiocese. Já nos "espelhos" da impressão aparecem os dados de acesso da Cúria Metropolitana, seus principais serviços e também a comemoração dos 240 anos da Catedral Metropolitana. O Guia da Arquidiocese já pode ser adiquirido na Cúria Metropolitana ou na livraria do Centro de Pastoral.

Representantes da Pascom com Dom Dadeus

Imagens: Pascom

Celebração marcou 240 anos da Arquidiocese

Jovens foram em procissão até o Colégio La Salle Dores

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Porto Alegre, abril de 2012 - 2a quinzena

Leitor assinanteAo receber o doc, renove a assinatura: é presente para sua

família. No Banrisul, a renovação pode ser feita mesmo após o vencimento. E se não receber o jornal, reclame, trata-se de serviço terceirizado. Fones: (51) 3211.2314 e (51) 30.93.3029.

Proposta para consertar o Congresso Brasileiro Lei de Reforma do Congresso de 2012 (emenda da Constituição do Brasil)

1. O congressista receberá salário somente durante o mandato. E não terá direito a aposentadoria diferenciada em decorrência do mandato.2. O Congresso contribui para o INSS. Todo o fundo (passado, presente e futuro) atual no fundo de aposentadoria do Congresso passará para o regime do INSS imediatamente. O congressista participa dos benefícios dentro do regime do INSS exatamente como todos os outros brasileiros. O fundo de aposentadoria não pode ser usado para qualquer outra finalidade.3. O congressista deve pagar para seu plano de aposentadoria, assim como todos os brasileiros.4. O Congresso deixa de votar seu próprio aumento de salário, que será objeto de plebiscito.5. O congressista perde seu seguro atual de saúde e participa do mesmo sistema de saúde como o povo brasileiro.6. O congressista está sujeito às mesmas leis que o povo brasileiro.7. Servir no Congresso é uma honra, não uma carreira. Parlamentares devem servir os seus termos (não mais de 2), depois ir para casa e procurar emprego. Ex-congressista não pode ser um lobista.8. Todos os votos serão obrigatoriamente abertos, permitindo que os eleitores fiscalizem o real desempenho dos congressistas.A hora para esta emenda na Constituição é AGORA.

(Fonte: Província N. Sra. da Penha do NE do Brasil - Recife-PE - blog: proneb-capuchinhos.blogspot.com).

Impunidade no trânsitoAgora virou norma: pode tomar todas e sair dirigindo por aí. ‘Não dá nada’,

é jargão. Se provocar alguma acidente, inclusive com morte, basta não aceitar se submeter ao teste do bafômetro e não deixar coletar sangue. Feito! Nada pode ser provado porque as provas testemunhais não são mais aceitas. A Lei Seca está ‘fa-zendo água’ a partir da decisão do Supremo Tribunal de Justiça no dia 28 de março último. O motorista, mesmo flagrantemente embriagado, agora só sofrerá punições administrativas, isto é, perda de pontos e suspensão de carteira de habilitação. O voto de desempate do ministro foi assim justificado: "O Poder Executivo editou decreto e, para os fins criminais, há apenas o bafômetro e exame de sangue. Não se admitem critérios subjetivos. Mais de 150 milhões de pessoas não podem ser simplesmente processados por causa de uma mera suspeita”. Outro ministro assim justificou seu voto: "Não é crime dirigir sob efeito de álcool. É crime dirigir sob efeito de mais de um mínimo de seis decigramas de álcool por litro de sangue”. Em resumo: o crime de lesão corporal leve pode ser provado por vários meios. Mas a embriaguez ao volante, de maior potencial ofensivo, não! O motorista só pode ser processado criminalmente por embriaguez no trânsito (art. 306 do CTB) se provado que conduzia veículo automotor quando superado o limite de álcool por litro de sangue (0,6 grama).

Enquanto isso, 40 mil brasileiros morrem no trânsito por ano e outros 800 mil se ferem, 200 mil dos quais, com lesões irreversíveis e em cadeiras de rodas.

Conclusão: péssima redação de uma lei permite a continuidade da matança generalizada. Pode? O que têm a dizer os 513 deputados e 81 senadores eleitos para representar os brasileiros no parlamento federal?

Solidário

Celebração pascal na Rede S. Francisco

Diversas atividades religiosas alusivas à data envolveram alunos, professores e funcionários da Rede de Escolas S. Francisco durante a última Semana Santa. A Rede é constituída pelo Instituto de Educação São Francisco, Escola São Francisco Santa Fé, Instituto São Francis-co de Cachoeirinha, Escola São Francisco Zona Sul e Instituto São Francisco Santa Família. Igualmente, algumas paróquias se somaram à iniciativa. Na Paróquia Santa Rosa de Lima aconteceu Vigília Pascal ao amanhecer do Domingo de Ramos e inédita procissão luminosa das cruzes, às 20 horas. Para tanto, os alunos das classes iniciais foram preparados, trabalhando os símbolos da Semana Santa e seus significados (foto acima). Também houve campanha de doações de utensílios para os asilos e ovos de páscoa para as creches.

Inst. São Francisco