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e-mails JORGE EMIR DOS SANTOS GARCIA([email protected])Empresário TGARCAFE - Franca (SP). “Vi sua revista no Banco do Brasil, em Pa-trocínio Paulista (SP). Trabalho com café (TGARCAFE e Café Herculano) e minha esposa trabalha na Premix Nutrição de Resultados. Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.

MURILO MARQUES([email protected])Engeheiro Agrônomo - Viçosa (MG). “Já sou assinante da revista. Porém, mudei de endereço e gostaria de continuar receben-do-a”.

JONES FERNANDES([email protected])Diretor VERDE AGRÍCOLA - Horizontina (RS). “Gostaria de receber a revista”.

EVANDRO ALVES DA SILVA([email protected])Técnico em Agropecuária - Capitólio (MG). “Vi a Revista Attalea Agronegócios e achei muito interessante as matérias que são publicadas. Quero receber a revista mensalmente”.

HB CORRETORA DE CAFÉ([email protected])Empresário - Varginha (MG). “Achei muito interessante o conteúdo e notícias de sua revista. Gostaria muito de receber seus exemplares”.

AIRTON F. DE MATOS JUNIOR([email protected])Empresário - Ituverava (SP). “Tenho uma escola de equitação para crianças e adul-tos e também para alojamento de equinos. Quero receber a revista”.

CLAUDINEI DE SOUZA([email protected])Estudante de Cafeicultura - Alfenas (MG). “Gostaria de saber como faço para adquirir a Revista Attalea Agronegócios”.

ANA LUIZA SANTOS LUDOVINO([email protected])Técnica em Agropecuária - Franca (SP). “Gostaria de assinar a Revista Attalea Agronegócios”.

GUILHERME DA SILVA ROCHA([email protected])Empresário - Área de Georreferencia-mento - Barretos (SP). “Gostaria de as-sinar a Revista Attalea Agronegócios”.

JOSÉ CARLOS PONTES([email protected])Gerente de Revenda Agropecuária - Cajuru (SP). “Li e gostaria de receber a Revista Attalea Agronegócios”.

notícias

Programado para os dias 24 e 25 de maio, o 8º Fórum

Brasileiro de Agricultura Orgânica e Sustentável e o 1º Seminário Munici-pal de Agricultura serão realizados em conjunto durante a programação da Bio Brazil Fair 2012 – 8ª Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia, no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera/Porão das Artes, em São Paulo.

O fórum tem como objetivo ser uma grande plataforma de ideias so-bre práticas que promovam a democra-tização do acesso aos produtos orgâni-cos e naturais. Serão discutidas formas de implantação da Economia Verde e oportunidades para a geração de negó-cios à produção agroecológica.

A programação da Bio Brazil Fair 2012 será dividida em cinco módulos. No módulo AMBIENTE E TECNOLO-GIA, será discutido o falso dilema de que agricultura e meio ambiente se con-trapõem, que são atividades antagôni-cas. Mostrará, também, que existem tecnologias que permitem a produção se não de todos, mas de uma enorme vari-edade de produtos orgânicos compondo uma diversifi cada cesta de compras.

No módulo POLÍTICAS PÚBLI-CAS E COMERCIALIZAÇÃO, será dis-cutido como promover a democratiza-ção do Acesso aos Produtos Orgânicos e Naturais – exemplos de sucesso. Mostrará, também, a Copa Orgânica e Sustentável: Oportunidades e Desafi os para a Geração de Negócios.

No módulo PRODUÇÃO E SUS-TENTABILIDADE será mostrado o Pro-tocolo de Boas Práticas Ambientais

No módulo MERCADO INTERNA-CIONAL serão discutidos os desafi os da comercialização e de certifi cação dos produtos orgânicos italianos no Brasil.

Já no módulo ECONOMIA VERDE será mostrada um São Paulo Rural – a importância da manutenção do espaço rural de Parelheiros. Também faz parte

INFORMAÇÕESBIO BRAZIL FAIR 2012

8ª Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia

Pavilhão da Bienal do IbirapueraTel. (11) 2226-3100 - www.biobrazilfair.com.br

da discussão o PAIS – Produção Agro-ecológica Integrada e Sustentável (pro-jeto do Sebrae); e como formar uma sociedade sustentável consumidora de produtos orgânicos?

Sobre a Feira - Uma das principais feiras de negócios voltada para a cadeia de produtos orgânicos, a Bio Brazil Fair 2012 – Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia reúne 220 empresas expositoras e apresenta ali-mentos orgânicos in natura, alimentos orgânicos congelados, frutas e verdu-ras orgânicas, leites, laticínios e ovos, pães, bolos e biscoitos, carnes, sucos e bebidas, produtos medicinais, tecidos e roupas, entre outros.

Na edição do ano passado, a feira recebeu cerca de 22 mil visitantes. Além do público em geral, boa parte dos visi-tantes foi formada por compradores e profi ssionais ligados ao setor – lojas, supermercados, farmácias e drogarias, profi ssionais de saúde, restaurantes, hotéis, clínicas e escolas, e entidades,

Paralelamente à Bio Brazil Fair acontece a NaturalTech 2012 – 8ª Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde. A

Programado para

Tudo pronto para a 8ª BIO BRAZIL FAIR

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FERTILIZANTE PARA CANA DE AÇÚCARCom a expansão da cana de açú-car para regiões onde os solos apresentam fertilidade menor, a FERTEC cria o Nyon Solo Cana, para suprir as necessidades em Boro, Molibdênio e Zinco.

EUCALIPTO GANHA FORÇACOMO GERAÇÃO DE ENERGIAO plantio de eucalipto ganha out-ra alternativa. Além das tradicio-nais produções de madeira para serrarias, papel e celulose, o eucalipto pode ser utilizado como fonte alternativa de energia.

MÉTODO DE SECAGEM AFETA MASTITEArtigo de Tiago Tomazi e Mar-cos Veiga orientam os criadores de bovinos leiteiros sobre quais os métodos de secagem afetam ocorrência de mastite na lactação seguinte.

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AMSC ELEGE CONSELHO REGULADOR DE IGApós realizar Curso de Classifi -cação e Degustação, AMSC pro-move reunião e elege Diretoria Provisória do Conselho Regula-dor da Indicação de Procedência da Alta Mogiana.

CAFÉ: IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO EM MALHAArtigo aborda trabalho de pes-quisa desenvolvido na FAZU, em Uberlândia (MG), com resultados interessantes sobre a utilização da irrigação por aspersão em malha, na cultura do café.

PIUMHI (MG) SEDIA 10ª RODA DE AGRONEGÓCIOSOrganizado pelo Sindicato Rural de Piumhi, do presidente Juni-nho Tomé (foto) será realizado de 23 a 25 de maio, no Parque “Tonico Gabriel”, a 10ª Roda de Agronegócios.

AGRISHOW 2012: a maior feira do agronegócio mundialA expectativa é grande em to-dos os setores do agronegócio brasileiro e mundial. Acontece de 30 de abril a 04 de maio, em Ribeirão Preto (SP), com quase 800 expositores, a 19ª Feira In-ternacional de Tecnologia Agrí-cola em Ação - a AGRISHOW.

Colheita de café e grandes feirasMARCAM MÊS DE MAIO

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Em meio ao vai e vem dos preços do café no mercado internacional nos últimos meses, os

cafeicultores brasileiros iniciam os preparativos para a colhei-ta 2012. Nas principais regiões produtoras do país (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Ba-hia) começaram os trabalhos de contratação de mão de obra, manutenção de máquinas, or-ganização de armazéns, compra de sacarias, aluguel de serviços e máquinas.

Muita dúvida, também, com relação às previsões de safra de café, graças às diferenças de resultados entre as instituições de pesquisa e também com rela-ção aos problemas climáticos do ano passado.

Atrelado a este momento acontece a 19ª AGRISHOW, em Ribeirão Preto (SP) e a 10ª RODA DE AGRONEGÓCIOS, em Pi-umhi (MG). Eventos estes dire-cionados aos produtores rurais de todas as cadeias produtivas, com vários lançamentos de máquinas e implementos agrícolas e linhas de crédito diferenciadas.

Nesta edição apresentamos

artigo interessante sobre o uso da irrigação por aspersão em malha na cultura do café.

Destaque também para a eleição da diretoria provisória do Conselho Regulador da Indicação de Procedência da Alta Mogiana.

Artigo importante também de Armando Matielli, com infor-mações sobre os custos da cafei-cultura no país do Bolsa-Família.

Na atividade leiteira, pes-quisadores orientam criadores de gado leiteiro sobre quais os méto-dos de secagem interferem no au-mento ou diminuição da mastite na lactação seguinte.

Na cultura da cana de açú-car, destaque para os fertilizantes Nyon Solo Cana (da FERTEC) e do FF Organic (da EMBRAFÓS), empresas nacionais e de alta tec-nologia em micronutrientes.

Já o eucalipto é tema de ma-téria interessante e ganha força agora como fonte de energia.

Aproveitamos para convi-dar todos os empresários e produ-tores rurais a visitarem o estande da Revista Attalea Agronegócios durante a AGRISHOW 2012: Pa-vilhão Oeste Estande 3

Boa leitura a todos!!!

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DESTAQUE

AGRISHOW: a maior feira de AGRONEGÓCIO DA AMÉRICA LATINA

Com a crescente importância da agricultura para a econo-mia brasileira, a Reed Exhi-bitions Alcantara Machado

promove a Agrishow 2012 - 19ª Feira Internacional de Tecnologia Agrí-cola em Ação, que acontece de 30 de abril a 4 de maio, no Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios, em Ribeirão Preto (SP).

A feira concentra os principais players da indústria mundial em um ambiente de negócios profi ssional e inovador. Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estimam que o faturamento bruto da agropecuária brasileira deverá alcançar R$ 318,4 bilhões em 2012, sendo R$ 122,1 bilhões da produção da pecuária e R$ 196,4 bilhões dos produ-tos agrícolas.

A Agrishow 2012 é o princi-pal ponto de encontro para alavancar negócios do setor. Durante a feira, os compradores poderão conferir lança-mentos de produtos e serviços, assistir as demonstrações de campo e partici-par dos test-drives oferecidos.

A feira já se consolidou como o principal evento na agenda dos profi s-sionais, autoridades e empresários do segmento, e este ano deve superar os

recordes de público e negócios regis-trados na edição passada, que atingiu R$ 1,755 bilhão durante a feira em 2011.

Com o objetivo de otimizar a visita dos compradores, os organiza-dores da feira viabilizaram a entrada do evento através de duas portarias (Norte e Sul), além de concentrar os expositores por área de atuação. Neste sentido, a confi guração da planta foi regionalizada em dez segmentos: aviação, irrigação, ferramentas, cami-nhões/ônibus/transbordos, máquinas para construção, agricultura de pre-cisão, armazenagem, pecuária, pneus e automobilístico.

Este ano tanto a ocupação de área coberta como descoberta será am-pliada. Os pavilhões cobertos (Oeste e Leste) estarão situados em posições estratégicas e o pavilhão Leste terá sua área total ampliada em 25%, totalizan-do 2.250 m2.

Também serão realizadas me-lhorias em banheiros e áreas comuns: “As mudanças visam não só atender os visitantes, mas os 780 expositores da Agrishow. A feira já está praticamente comercializada e os visitantes podem esperar muitas novidades em soluções de tecnologia para seus negócios. Em

AGRISHOW: a maior feira de AGRONEGÓCIO DA AMÉRICA LATINAAGRISHOW: a maior feira de AGRONEGÓCIO DA AMÉRICA LATINAFeira atrai produtores rurais com tecnologias que aumentam a produtitivadeFeira atrai produtores rurais com tecnologias que aumentam a produtitivadeFeira atrai produtores rurais com tecnologias que aumentam a produtitivade

virtude da crescente importância do agronegócio para a economia brasilei-ra, é grande a probabilidade de super-armos os volumes de negócios registra-dos na edição passada”, afi rma o diretor da Agrishow, José Danghesi. O inter-esse internacional também pode ser visto pela participação de países como Turquia, Portugal, Áustria, Itália, Ín-dia, Estados Unidos e Argentina na feira.

Promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, o evento é uma iniciativa da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) em conjunto com a ABAG (Associação Brasileira do Agri-business), ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) e SRB (Socie-dade Rural Brasileira).

Além da presença das empre-sas de grande porte da cadeia do setor agrícola e industrial, a feira conta com a presença de agricultores, pecuaristas, executivos da agroindústria, gerentes comerciais e de marketing, pesquisa-dores, técnicos agrícolas, estudantes e profi ssionais de entidades de classe.

Lembrando que o evento é exclu-sivo para profi ssionais do setor, sendo proibida a entrada de menores de 16 anos.

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AGRISHOW19 ANOS DE SUCESSO!

O principal fator do sucesso da Agrishow foi a adoção do con-ceito de feira agrícola dinâmica, isto é, uma feira que não fosse apenas uma exposição estática, mas com demonstrações de má-quinas, equipamentos e imple-mentos agrícolas em ação. Esse novo tipo de evento, em que o produtor rural tem a oportuni-dade de avaliar o desempenho dos equipamentos em condições reais de operação, era a principal característica do Farm Progress Show, nos Estados Unidos, e da Expochacra, na Argentina.

No Brasil, a primeira ex-periência desse novo tipo de feira tinha sido feita pela Expo-dinâmica, um evento realizado em duas oportunidades – primei-ro em Londrina (PR) e depois em Uberaba (MG) – organizado por

iniciativa de Brasílio de Araújo Neto, proprietário rural e presi-dente da Sociedade Rural do Paraná, em parceria com a em-presa responsável pela organiza-ção da feira argentina.

“A Agrishow foi uma for-ma de repensar as feiras. Antes de sua criação, as feiras agrícolas eram realizadas junto com feiras de pecuária, e tinham shows de artistas, onde corria muita be-bida”, recorda Shiro Nishimura, presidente da Máquinas Agríco-las Jacto.

“Nós que vendemos bens de capital queríamos um ‘palco’ diferente. Até a Agrishow sur-gir, nós sentíamos falta de uma feira específi ca para o nosso seg-mento, porque não queríamos continuar vendendo máquinas até a meia noite. Queríamos uma feira que nos permitisse mostrar aos nossos clientes fi nais qual era a utilidade do nosso produto

DESTAQUE

para eles.O presidente da Jacto também considera que a Agrishow acabou nascendo da combinação de idéias de Ney Bittencourt, de Roberto Rodrigues, dos associados da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas e da diretoria da Abimaq.

PROJETO AGRISHOW A idéia da criação de uma feira dinâmica

começou a ser formalmente tratada numa reunião realizada no dia 22 de maio de 1993. Isso acor-reu na sede da Carborundum, em Vinhedo (SP), presidida por Ivan Pupo Lauandos, diretor dessa empresa e então presidente do DNMIA – Depar-tamento Nacional de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, depois transformada na atual Câmara. Nessa reunião, que contou com a presença de representantes da Anfavea, Marchesan, Baldan e Jumil, tratou-se da Exposição Nacional Dinâmica de Máquinas e Insumos e fi cou decidido que a Abi-maq, Anfavea, Anda, Andef e Abrasem deveriam ser envolvidas no projeto, as quais seriam contata-das após a identifi cação de uma empresa organiza-dora. Também fi cou decidido que a primeira edição seria realizada no estado de São Paulo e que ela de-veria ser uma feira “essencialmente de negócios”.

Na reunião realizada em 22 de junho, na sede da Abimaq, entre representantes das enti-dades e das empresas fabricantes, foram defi nidas as primeiras providências práticas, como uma con-sulta às entidades e uma pesquisa sobre as empre-sas organizadoras com experiência para realizar o evento. “Todos os que estiveram envolvidos nessas primeiras reuniões buscavam tornar realidade uma feira dinâmica, tomando como exemplo a Farm Progress Show, que todos tínhamos visitado”, re-corda Ivan Lauandos. “Havia um consenso quanto à idéia de que deveria ser uma feira menos política e mais técnica, e que em hipótese alguma poderia ter shows, como costumava acontecer nos eventos agropecuários que se realizavam naquela época no Brasil.”

Na reunião seguinte, realizada em 27 de jul-ho, a Abag, a SRB, a Anfavea e a Abimaq confi rma-ram sua intenção de participação no evento que, naquele momento, fi cou provisoriamente denomi-nado 1ª Feira Dinâmica de Máquinas Agrícolas. Os representantes dessas entidades também decidiram reiterar o convite de participação à Anda, Andef e Abrasem.

NOME E LOCAL

O nome Agrishow, sugerido por Celso Luís Casale, foi escolhido para denominar defi nitiva-mente o evento na reunião realizada em 3 de agosto, também na sede da Abimaq. Na ocasião também se tentou defi nir o local da feira, tendo sido sugeridas, por ordem de preferência, as cidades de Ribeirão Preto, São Carlos e Araras. Embora a maioria dos presentes preferisse a primeira, ainda não

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Massey Ferguson

havia uma defi nição quanto à proprie-dade a ser utilizada.

Enquanto isso, já tinham sido re-alizadas conversações com a Embrapa para uma possível realização da feira na Fazenda Canxim, em São Carlos (SP). Deliberou-se então que a comissão se reuniria em Ribeirão Preto (SP) no dia 10 de agosto, para visitar as proprie-dades disponíveis nessa região, e que, não havendo consenso sobre um local apropriado nesse município, a feira se-ria realizada em São Carlos (SP).

A reunião realizada em 14 de setembro de 1993, na Estação Experi-mental, pode então ser considerada como a data inicial para a implantação da feira em Ribeirão Preto. “A grande realização da Agrishow foi promover a primeira grande reunião de todos os elos da cadeia produtiva do agronegó-cio do Brasil.

Isso permitiu uma aproximação maior de todas as áreas envolvidas e uma compreensão maior dos proble-mas de cada uma das áreas e a busca de soluções comuns”, declarou o ex-pres-idente da Abimaq, Luiz Carlos Delben Leite.

“A partir desse ponto, uma série

de outras etapas foram alcançadas. A Agrishow hoje é um sucesso absoluto, o que pode ser constatado pelo cresci-mento do público a cada ano.

Este sucesso foi alcançado pela utilidade que Agrishow representa para essas pessoas, porque nela se reú-nem hoje em dia todos os principais lançamentos de máquinas, implemen-tos, sementes, defensivos, fertilizantes, enfi m de todas as tecnologias que estão sendo colocadas à disposição do agri-cultor e do pecuarista brasileiros.

EVOLUÇÃO CONSTANTE A Agrishow é tradicionalmente

realizada na semana que compreende os últimos dias de abril e o início de maio, de segunda-feira a sábado. Ou seja, num período em que os agricul-tores estão terminando de colher a safra anterior e se preparam para a próxima. O momento mais indicado para a tomada de decisões sobre novas aquisições de máquinas, implementos e demais insumos. Nessa época,

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eles também têm mais disponibi-lidade de tempo para se afastar de sua propriedade e visitar a feira.

Desde 1994, os produtores rurais brasileiros têm compare-cido de uma forma maciça e crescente a Ribeirão Preto. As empresas, que logo perceberam que a feira vinha se constituindo num palco privilegiado para seus produtos e serviços, têm amplia-do sua presença no evento, como pode ser comprovado pelos números colhidos pela organiza-ção da Agrishow. Na primeira edição, realizada de 4 a 7 de maio de 1994, participaram 86 empre-sas expositoras e um público de 17 mil visitantes. Um ano depois,

Jacto Wolf Seeds

trangeiros. Também nesse ano, o Sebrae-SP pa-trocinou a presença de 48 empresas de pequeno porte, que fecharam mais de 700 negócios, com um rendimento total de R$ 903 mil, durante a feira, e expectativas de negócios futuros estimados em R$ 7,8 milhões.

A quarta edição desse segmento específi co da Agrishow Ribeirão Preto, em 2003, contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, a Pastagem e Fenação é um dos setores da feira que mostra equipamentos, insu-mos e serviços específi cos do segmento, tem uma programação própria de demonstrações dinâmicas, que permite ao pecuarista conhecer os mais recen-tes avanços.

SHOW DE DEMONSTRAÇÕES As demosntrações dinâmicas são o grande

fator diferencial da Agrishow Ribeirão Preto. O momento em que “as empresas que confi am no seu taco” – na expressão do ministro Roberto Ro-drigues – não só expõem seus produtos de forma estática, mas demonstram também a sua efi ciência e produtividade, ou seja, as qualidades intrínsecas que de fato interessam ao cliente em potencial. Para eles, é o momento de tirar dúvidas compa-rando o desempenho de equipamentos similares. Para os fabricantes, é a hora da verdade, de provar a superioridade dos seus produtos.

Desde 2004, as demonstrações são classifi ca-das em três grupos: agricultura empresarial, agri-cultura familiar e pecuária. A principal preocupa-ção dos organizadores é com o respeito às regras destinadas a garantir uma participação totalmente ética e imparcial.

A Agrishow Ribeirão Preto passará por mu-danças constantes nas próximas edições. É ne-cessário, mas sempre em função das necessidades do dinâmico setor agropecuário nacional. Todas elas, porém, deverão se condicionar ao compromisso assumido há praticamente quinze anos atrás pelas entidades organizadoras, de fazer da Agrishow uma grande e efi ciente “vitrine de tecnologia” e uma fei-ra “essencialmente de negócios”.

o número de visitantes foi da or-dem de 60 mil pessoas.

Em 2008, em sua 15ª edi-ção, o evento reuniu 774 exposi-tores nacionais e internacionais e atraiu 140 mil visitantes de diferentes países. Em 2000, aten-dendo a uma demanda que vinha sendo detectada desde a primei-ra edição da feira, os organiza-dores criaram, dentro da própria Agrishow Ribeirão Preto, a Feira de Pastagem e Fenação, um es-paço específi co para os produ-tores de insumos para gado.

Esse novo evento dentro da grande feira contou, já naquele primeiro ano de realização, com 30 expositores, que receberam 38 mil visitantes, sendo 500 es-

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EVENTOS

78ª EXPOZEBU e 42ª EXPOAGRO: oFUTURO EM BOAS MÃOSExposições de animais, leilões e torneios leiteiros

A pista principal do Parque de Exposições “Fernando Costa” abriga, todos os anos, os maio-res criadores e os melhores animais do país, em disputas supervisionadas pelas Associações de Criadores.

Os grandes criadores de bovinos de corte, bovi-nos de leite, equinos e muares do país estão em

fase fi nal de preparação para duas das mais tradicionais exposições a-gropecuárias do Brasil.

A 78ª EXPOZEBU acontece em Uberaba (MG), no Parque de Exposições “Fernando Costa” de 23 de abril a 10 de maio. Já a 43ª EXPOAGRO, acontece em Franca (SP), no Parque de Exposições “Fer-nando Costa”, de 18 de maio a 03 de junho.

A EXPOZEBU reúne mi-

lhares dos melhores exemplares de bovinos das raças Nelore, Nelore Mocho, Brahman, Guzerá, Sindi, Tabapuã, Indubrasil e Gir Lei-teiro, bem como de muares. Além dos animais, reúne centros de pes-quisa, universidades, empresas do segmento, apresentando o que há de mais inovador em termos de tecnologia avançada em pecuária.

A EXPOZEBU é conhecida por agregar grandes animais de alta qualidade e atrair os maiores investidores do ramo na seleção. Quer na pista de julgamentos, onde os critérios são rígidos, ou

nos remates e shoppings programados, a cada ano resultados surpreendentes são revelados e garantindo a valorização dos plantéis.

Isto sem contar a movimentação em torno de negócios com sêmen e embriões que segue em linha ascendente e cujas previsões são cada vez mais otimistas.

Maiores informações no site www.expo-zebu.org.br.

Em Franca (SP) - Já a EXPOAGRO, reali-zada imediatamente posterior ao término da EXPOZEBU, reúne grande parte dos criadores que passaram pelas pistas de julgamento de Uberaba (MG). Reúne cerca de 1.200 animais todos os anos, envolvendo bovinos das raças Nelore, Nelore Mocho, Gir Leiteiro e Giro-lando; e equinos das raças Árabe, Mangalarga e Mangalarga Marchador; além de abrigar uma das etapas na Copa Brasileira de Marcha de Muares, com burros e mulas de vários estados.

Destaque, ainda, para os torneios lei-teiros de Gado Gir Leiteiro e Girolando, que promovem disputas acirradas entre criadores de vários municípios e premiações atrativas, graças ao apoio do Laticínios Jussara e Rações Guabi.

Ambos os eventos tornaram-se referên-cia e que todo criador de destaque quer ter animais participando dos grandes campeona-tos das raças (julgamentos na pista).

Também, não é por menos. Premiado, o animal estará valorizado no mercado de sê-men e embriões, além de remates e shopping de animais. Este é o principal interesse da organização de uma exposição agropecuária: fomentar a criação nos municípios, promover a geração de renda e, automaticamente, a cria-ção de novos empregos.a geração de renda e, automaticamente, a cria-

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EVENTOS

Todo o setor agrícola do su-doeste mineiro tem encontro marcado em Piumhi (MG) no mês de maio. Entre os dias

23 e 25, o Parque de Exposições “To-nico Gabriel” sediará a 10ª Roda de Agronegócios, consolidando-se como um dos principais eventos técnicos e de geração negócios agrícolas da região.

Nascida por iniciativa do Sin-dicato Rural de Piumhi e gerenciada até então por esta entidade, a Roda de Agronegócios superou todas as expec-tativas e em um curto espaço de tem-po. De R$ 1,5 milhão de faturamento na primeira edição, o evento alcançou a marca de R$ 70 milhões no ano pas-sado, comprovando o potencial agrí-cola e agroindustrial que a região de Piumhi tem.

Para o presidente do Sindicato Rural de Piumhi, Rafael Alves Tomé, a instituição investiu pesado na orga-nização do evento desde a primeira

Piumhi (MG) sedia em maio a10ª RODA DE AGRONEGÓCIOSProfissionalismo e recordes marcam os dez anos do evento

edição. “E deu certo, comprovando a visão empreendedora de todas as en-tidades ruralistas da região e fazendo com que os resultados refl etissem di-

retamente no aumento da geração de renda nas propriedades rurais e tam-bém na criação de novos empregos”, explica Juninho Tomé, como é conhe-cido o presidente.

Para este ano, buscando incre-mentar ainda mais, a Comissão Orga-nizadora promoverá algumas modifi -cações na planta da feira. “Os estandes serão instalados e divididos por setores, sendo distribuídos em uma área su-perior a 60 mil metros quadrados. A proposta é fazer com que a feira fi que mais aconchegante para o visitante, fa-cilitando a visualização e o acesso aos estandes”, explica Flávio Garbin, coor-denador da Roda de Agronegócios.

Para a também coordenadora do evento, Helenice Miranda, “a inovação estrutural para 2012 proporcionará aos parceiros expositores melhores opor-tunidades para demonstração de seus produtos, permitindo aos produtores visitação em todos os estandes em um pequeno espaço de tempo, acesso às informações e tecnologias, compa-rando qualidade dos produtos, preços e condições de pagamentos, facilitando assim as negociações”.

Além de conhecer as novidades nos setores de máquinas agrícolas, fertilizantes, sementes e demais insu-mos, os produtores rurais visitantes da 10ª Roda de Agronegócios de Piumhi poderão contar ainda com a disponibi-lização de linhas de crédito. “Contare-mos com cerca de cinco agentes fi nan-ciadores: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Sicoob Cre-dialto e Sicoob Credifor. Eles esta-

Máquinas para cafeicultura, como o da Palini & Alves no ano passado, são destaques na feira.

Organização, limpeza, variedade e setorização: destaques da Roda de Agronegócios de Piumhi.

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www.revistadeagronegocios.com.brEVENTOS

rão presentes durante os três dias de evento apresentando propostas de fi -nanciamento”, explica Juninho Tomé.

Somente em suas últimas três edições, a feira movimentou algo em torno de R$ 140 milhões em negocia-ções. Destes, R$ 70 milhões apenas em

Juninho Tomé, presidente do Sindicato Rural de Piumhi (MG), mais uma vez à frente da orga-nização da Roda de Agronegócios.

INFORMAÇÕES10ª RODA DE AGRONEGÓCIOS Sindicato Rural de Piumhi (MG)

Parque de Exposições “Tonico Gabriel”Cel.: (37) 9964-2478 – Helenice Miranda

[email protected] [email protected]

www.rodadeagronegociosdepiumhi.com.br

Estande da Fertec e Embrafós na edição anterior da Roda de Agronegócios.

sua 9ª edição, no ano passado, quando cerca de 4 mil pessoas visitaram a feira.

A abertura da 10ª Roda de Agronegócios de Piumhi (MG) acon-tecerá no dia 23 de maio às 16 horas. Já nos dis 24 e 25 de maio, a feira funcio-nará das 12 às 20 horas. A

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Celso Luis Rodrigues Vegro - Engenheiro Agrônomo, M.S. Desen-volvimento Agrícola. Pesquisador Científi co do IEA - Instituto de Eco-nomia Agrícola - SP. [ [email protected] ] e outros.

artigo

CAFÉ PARA O CAPITAL

Na trajetória da história humana, o estágio da produção industrial é um fato recentíssimo.A herança

agrária, ao contrário, está incrustada no DNA do processo civilizatório. Disso resulta que muitas das trans-formações históricas e processos de diferenciação dos povos e civilizações devem ser perscrutados a partir da forma como singularmente se organi-zou a produção rural e a distribuição de gêneros oriundos da agropecuária (alimentares, vestuário, moradia).

Desde a revolução agrícola neolítica em que foi domesticada grande parte das espécies vegetais cul-tivadas na atualidade e, concomitan-temente, iniciou-se a seleção genética dos animais de criação; passando pelas civilizações hidroagrícolas (mesopo-tâmica; delta do Nilo; indoasiáticas); a segunda revolução agrícola no fl oresci-mento grego (introdução da charrua à tração animal e do pousio); o surgi-mento dos sistemas agropecuários in-tegrando fl orestas e criações típicos da idade média; os patamares de altitude andinos, até as revoluções agrícolas dos tempos modernos (quimifi cação, mecanização e genética – bio e nano-tecnologias), propiciaram saltos de produtividade e incremento da dife-renciação social por meio da melhoria da alimentação em quantidade, quali-dade e diversidade.

O êxito na organização de siste-

mas de produção de alto rendimento assegurava a nutrição adequada de suas populações, maior força às cidades/es-tados, de seus exércitos e condições de se fi rmar no contexto das disputas ter-ritoriais regionais.

Assim as inovações agrícolas e os sistemas de produção agropecuária vin-culada a logística de suprimentos, têm sido os propulsores de maior impacto no processo de avanço da civilização. Sobre uma sólida base agrícola foi que se gerou um futuro viável à humani-dade. Imaginar os tempos modernos apenas como retratou o insuperável Chaplin não passa de miopia histórica, enquanto que compreender acertada-mente a evolução da agricultura, suas transformações e como tais fenômenos moldam a dinâmica sócio-econômica é necessidade inescapável do cientista que tenha a intenção de analisar esse segmento.

Concentrando-se no período que vai do pós-guerra até nossos dias, pode-se caracterizá-lo como de rá-pida transição agrícola. O fenômeno que resultou no processo de industri-alização da agricultura foi imaginado, primeiramente, por Rangel (1954) quando assim o descreveu: “As tarefas de elaboração dos produtos primários são realizadas em unidades especializa-das (fábricas) o que implica em criar um setor novo, fora da agropecuária mas dentro do país. Esse setor é a man-ufatura ou no sentido corrente a indús-tria. É a criação desse setor que muda toda dinâmica da economia”1

A dinâmica da economia rural a que se refere Rangel é da substituição da centralidade político/econômica do capital agrário (propriedade fundiária) pelo capitaneado pela agroindústria. Perde relevância a Federação da Ag-ricultura do Estado de São Paulo, ga-nhando evidência a Federação da In-

dústria do Estado de São Paulo. Essa mudança de representatividade seto-rial serve como boa imagem da trans-formação ocorrida em âmbito da agri-cultura em sua orientação rumo a grau crescente de complexifi cação.

Nessa trajetória ocorre outra modifi cação igualmente crucial. A transição atual é regida pela im-posição da modalidade ampliada de reprodução do capital (pertencente à agricultura moderna de base fi nancei-ra/industrial) e supressão (por meio da concorrência em preços com auxílio de políticas públicas mal desenhadas) da reprodução simples (prevalecente na agricultura de cunho autárquico – com pouco emprego de insumos extra-seg-mento ainda que de base mercantil). Sob a reprodução ampliada do capital, avoluma-se o montante de dinheiro empregado para a produção de mais dinheiro (amortização e apuração de lucro)2 com estágio intermediário, porém necessário, na mercadoria. Esse dinheiro empregado inicialmente pos-sui uma composição orgânica em que a proporção de trabalho morto (máqui-nas, equipamentos, instalações) supera muitas vezes o de trabalho vivo (sa-lários). Sob essa determinação, a mobi-lização do capital somente acontecerá mediante “relativa” certeza de obten-ção de lucro. Assim, na agricultura moderna de base capitalista, o esforço não está direcionado para a produção de alimentos e matérias primas, mas de lucros.

A industrialização da agricultura acelera-se com a intermediação fi nan-ceira tanto por sua condição de centra-lizar capital (crédito a juro compatível) como ser racionalizadora e última ins-tância de conjunto de necessidades do padrão agrícola industrial: sustentação dos riscos de preço (hedge); uniformi-zação de qualidade (contratos

1 - José Sidnei Gonçalves. Eng. Agr., Dr.Ciências Econômicas. Pesquisador Científi co do IEA. Email: [email protected]

1 - Paulo Henrique Leme. Consultor Market-ing Estratégico no Agronegócio. P&A Marketing Internacional. Mestre e Doutorando em Adm. de Empresas. Email: [email protected]

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em bolsas) e agronômico (seguro). A racionalização fi nanceira confere a esse segmento a instância mais privilegiada e última de concentração do capital 3.

O padrão agroindustrial mo-derno ainda não está pleno em todos os segmentos, existindo espaços que, ainda, não superaram completamente os sistemas de produção tradicionais da agropecuária. A cafeicultura brasileira é um exemplo dessa dicotomia, pois percentual signifi cativo dos estabeleci-mentos 4 pertence aos cafeicultores de perfi l familiar, em que prevalece uma estratégia de reprodução familiar pautada pela diversifi cação produtiva e produção visando à possibilidade de aquisição de outras mercadorias inter-namente à propriedade não produzidas 5.

Existem do ponto de vista da re-produção do capital, dois tipos de ca-feicultores, aqueles em que a lógica fi nanceira/industrial domina a orga-nização do processo produtivo e os outros em que o foco é a manutenção familiar com sufi ciente dignidade. Esse recorte estabelecido a partir da lógica de reprodução do capital permite alo-car esforço de coordenação nos vetores de maior possibilidade de êxito. Para o primeiro caso a obtenção de graus de liberdade diante da gangorra dos preços é posicionamento estratégico mais acertado. Nesse caso o principal direcionamento consiste em elaborar uma bem traçada política comercial. Já para os familiares o empenho em co-ordenação deve focalizar as ações mu-tualísticas com ênfase nas estruturas associativas e cooperativas.

A harmonização de interesses (explícitos ou difusos) depende do reconhecimento ex ante dessas mo-dalidades de cafeicultura. Naquela in-dustrial/fi nanceira, as ações visando a melhoria do contexto de previsibili-dade de reposição do estoque de capi-tal com a captura de lucro formam as condições mais propícias para a imple-mentação de ações de coordenação, enquanto que entre os familiares com talhões de exígua dimensão podem, eventualmente, serem mobilizados mediante interesses não imediata-mente vinculados ao lucro. A certifi ca-ção de qualidade ou a criação de uma marca regional, por exemplo, podem resultar positivamente quando o rol dos interessados for majoritariamente

formado por cafeicultores familiares. Políticas de opções públicas, subven-ção para a contratação do hedge e do seguro são pilares coordenativos para os produtores empresariais com avan-çado processo de industrialização de sua cafeicultura.

A constituição dos chamados clusters produtivos (Cerrado Mineiro, por exemplo) orientam-se, justamente no sentido de criação de ambiente de negócios mais propenso à captura de lucro. A estrutura de apoio à cafeicul-tura do Cerrado Mineiro: faz assesso-ria à contratação de hedge; promove o marketing coletivo na promoção da origem e supervisão do uso do selo de identidade regional; organiza a logísti-ca de exportação e aquela destinada ao mercado interno. Esse arranjo técnico/produtivo/comercial corrobora a hipó-tese de que ao se concentrar na com-ercialização e na assessoria na mitiga-ção do risco de preço, mais propício se confi gura e mais cristalizaram os me-canismos de coordenação. Evidente-mente que cafeicultores familiares e médios cafeicultores, benefi ciam-se dessa organização (como de fato ocorre no Cerrado), mas o leitmotiv desse or-denamento é a pavimentação de um caminho que conduz ao lucro!

Ambos os modelos de cafeicul-tura subsistem nos cinturões produ-tores brasileiros. O avançado e mod-erno não logrou superar o familiar. Todavia, fatia crescente do suprimento em café ao mercado, já se origina em propriedade acima dos 30ha 6. Para es-ses, aprimorar o arcabouço das políti-cas de proteção de preço, mitigação dos riscos e estatísticas de qualidade são as formas de coordenação mais acerta-das. Situados abaixo daquela dimensão temos uma miríade de cafeicultores demandando políticas de apelo quase que social. Coordenação para esses deve ser pautada por um bom serviço de assistência técnica e extensão rural, capacitação dos jovens, organização associativa/cooperativa, ordenamento fundiário e, eventualmente, estrutura-ção de campanhas visando a concret-ização de interesses difusos (certifi -cação em grupo, unidades de preparo comunitária, criação de marca, etc...). Essas iniciativas de caráter difuso, para alcançarem êxito demandam antes o bom funcionamento das políticas públicas de base.

O domínio teórico das temáticas que se aplicam aos fenômenos sócio-econômicos é condição fundamental para que as ações implementadas não padeçam de voluntarismo. Delimitar e caracterizar com nitidez o campo de atuação sempre será a forma de melhor se movimentar, ainda mais em terreno tão pantanoso como é a cafeicultura brasileira.

Finalizando vai a dica de pesqui-sador experiente: toda a vez que tiver diante de si uma saca de café imagine imediatamente um pacote de capital!

1 RANGEL, Inácio. El desarol-lo económico en Brasil. Santiago do Chile: CEPAL, 1954, 167 p. - Nesse liv-ro é pela primeira vez delineada a idéia de industrialização da agricultura. Antes, portanto, dos estadunidenses Davis & Goldberg que, apenas em 1956, cunharam o termo agribusiness. Por princípio de justiça e de recon-hecimento a um dos mais brilhantes economistas brasileiros, abdicarei de-fi nitivamente da expressão agronegó-cios e passarei a utilizar apenas agri-cultura para signifi car o processo de inovação tecnológica e amplifi cação da produção de riquezas com elevada in-tegração em cadeias de produção como lastro de complexas redes de negócios. Para designar as atividades rurais (den-tro da porteira) utilizarei a expressão agropecuária.

2 A identidade criada por Marx D-M-D’ (reprodução ampliada) forma a base desse raciocínio.

3 Os resultados dos balanços tri-mestrais dos bancos brasileiros demon-stram essa assertiva.

4 Detalhes sobre a dimensão dos talhões podem ser obtidos no link: http://ftp.sp.gov.br/ftpiea/publicacoes/IE/2010/ie-1210.pdf

5 A outra identidade criada por Marx M-D-M’(reprodução simples) forma a base desse raciocínio.

6 Uma lavoura com 30ha de-manda, necessariamente, a introdução de máquinas em seu manejo, por isso a delimitação dessa dimensão para efeito de caracterizá-la como pertencente ao grupo da agricultura moderna.

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André Luís T. Fernandes1

Vinícius de Oliveira Rezende2

Eusímio Felisbino Fraga Júnior3

A irrigação por aspersão per-mite a utilização de água de qualidade inferior, com menores riscos de entupi-

mentos, pois os bocais dos aspersores possuem, em geral, diâmetros superi-ores às partículas presentes na água. O sistema de aspersão em malha é uma tecnologia recente no Brasil, com boa aceitação pelos produtores, principal-mente os pequenos. Neste sistema, as linhas laterais, de derivação e principal são enterradas, necessitando apenas da mudança dos aspersores. Criado ini-

Irrigação por aspersão em malha naLINHA DE PLANTIO DE CAFÉ

cialmente para pastagens, em geral, trabalha-se com um aspersor por ma-lha hidráulica, sendo necessárias várias mudanças dos aspersores para irrigar uma determinada área. Dentro deste contexto, foi desenvolvido um traba-lho de pesquisa com o objetivo de com-parar dois protótipos de sistemas de irrigação por aspersão em malha, ana-lisando-se o funcionamento dos asper-sores em dois tratamentos: o primeiro consiste em um sistema de irrigação por aspersão em malha com uma rede principal alimentando quatro malhas, sendo que cada malha opera com um aspersor; o segundo consiste em um sistema de irrigação por aspersão em malha que trabalha com os 4 aspersores em linha, necessitando de três redes principais subdividindo as malhas. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC), com 2 tratamentos e 96 repetições. Observou-se diferen-ça signifi cativa entre os tratamentos, demonstrando a superioridade do se-gundo tratamento com uma vazão de 30,01 x 29,06 litros por hora. Como a diminuição da perda de carga, ocorreu

o aumento da pressão de trabalho e da vazão. Dessa forma, é possível afi rmar que o segundo tratamento, quando im-plantado em campo, permitirá traba-lhar com um numero maior de asper-sores ou com uma moto bomba menor quando se compara à malha conven-cional.

Introdução - O entupimento é uma das maiores preocupações em ir-rigação localizada. A principal conse-quência desses entupimentos é a baixa uniformidade de emissão, causando danos a culturas em decorrência de um défi cit de água no solo em alguns pontos e excesso em outros. Quando as águas utilizadas contêm impurezas, necessita-se de sistema de fi ltragem, manutenções frequentes e custo inicial elevado. Caso a água contenha altos níveisl de ferro e carbonato, o sistema de irrigação por gotejamento torna-se inviável. (MANTOVANI, et. al, 2007). A irrigação por aspersão tolera água de qualidade inferior, com menores riscos de entupimentos, pois os bocais dos aspersores possuem, em geral, diâme-tros superiores às partículas presentes na água. (FERNANDES et al., 2005).

O sistema de aspersão em malha foi, recentemente, adaptado pela Uni-versidade de Uberaba com boa aceita-ção pelos produtores, principalmente, os pequenos. No sistema de aspersão em malha, as linhas laterais, de de-rivação e principal são enterradas, necessitando apenas da mudança dos aspersores. Com isso, a mão-de-obra é sensivelmente reduzida em compa-ração com o sistema de aspersão con-vencional, que necessita de mudança tanto dos aspersores quanto das linhas laterais.

Na prática, em projetos de ir-rigação em malha, tem-se observado que um homem opera um sistema de 75 a 100 hectares, quando se utilizam aspersores de baixo e médio alcance. Nestes projetos, os aspersores instala-dos são espaçados desde 12 x 12 m até 24 x 24 m.Em áreas maiores, tem-se empregado mini-canhões e canhões, que são instalados em espaçamentos que variam desde 30 x 30 m até 42 x 42 m. Nesse caso, é comum um homem operar sistemas de 150 a 200 hectares. A tecnologia tem alta uniformidade de aplicação da água, tornando-se mais acessível aos pequenos produtores,

CAFÉ

1 - Engº Agrônomo, Doutor em Engenharia de Água e Solo/Unicamp, Prof. Pesquisador da Uni-versidade de Uberaba (MG), área de Irrigação e Drenagem, coordenador do Núcleo de Cafeicul-tura Irrigada da Embrapa Café, representante institucional Uniube/Embrapa Café, Pesquisador do CNPq.2 - Engº Agrônomo. Consultor em Irrigação. OR-COL Irrigação LTDA. São Paulo (SP).3 - Mestrando em Irrigação e Drenagem ESALQ/USP. Piracicaba (SP)

Pesquisa instalada em Uberlândia (MG) tem boa aceitação

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permitindo o aumento da produtividade, o que pode refl etir, substancialmente, na renda da família. (EM-BRAPA 2009). Outras van-tagens, segundo Drumond e Fernandes (2001) são: a) - utilização de tubos de PVC de baixo diâmetro, que constituem as linhas laterais que, ao contrário da aspersão convencional, são interligadas em malha; b) - baixo consumo de en-ergia, em torno de 0,60 a 1,30 CV / ha; c) - adapta-ção a qualquer tipo de ter-reno; d) - Possibilidade de divisão da área em várias subáreas; e) - facilidade de operação e manutenção; f) - possibilidade de fertirri-gação; g) - possibilidade de aplicação de dejetos; h) - baixo custo de instalação e manutenção. Dentro deste contexto, o objetivo desse trabalho foi comparar o desempenho hidráulico de um sistema de irrigação por aspersão em malha trabalhando com 2 asper-sores por anel, com um sistema de malha convencional, com um aspersor por malha hidráulica.

Material e Métodos - O trabalho foi instalado ao lado do laboratório de Tecnologia Aplicada das Faculdades Associadas de Uberaba - FAZU, loca-lizada no município de Uberaba - MG. Foi criado um protótipo de um siste-ma de irrigação em malha. A posição geográfi ca é delimitada pelas coorde-nadas 47º 57’ de latitude Sul e de 19º 44’ de longitude Oeste, com altitude média de 700 m acima do nível do mar. Para a realização das análises do exper-imento, utilizou-se um delineamento inteiramente casualizado (DIC) com 2 tratamentos e 96 repetições.

Os tubos utilizados foram de PVC, diâmetros de 25 e 50 mm; a motobomba utilizada foi a da marca Schneider, modelo BC-21 R 1 ½, ro-tor de 149 mm com 5,5 cv de potência. O espaçamento dos aspersores foi de 3 x 3 metros. Esse protótipo teve como objetivo determinar a distribuição dos canos que compõem a malha em rela-ção a vazão e pressão de trabalho em duas situações: operar com um asper-sor por malha (Figura 1) e operar com

os aspersores em linha (Figura 2).As vazões foram coletadas nos

bocais dos aspersores com o auxílio de uma mangueira, em um tempo de 10 segundo, despejada em um balde de 18 litros. O volume coletado do bocal menor foi somado com a do bocal de maior diâmetro, sendo ambos pesados com uma balança de precisão.

As diferenças hidráulicas entre as duas situações estão demonstradas nas Figuras 1 e 2, onde na primeira há ape-nas um cano de 50 mm alimentando as malha e enquanto na segunda há três tubulações de 50 mm alimentando as malhas. Os dados foram submetidos à análise de variância e depois a um teste de comparação de médias.

Resultados e Discussão - De posse das vazões coletadas no campo, foi pos-sível determinar a pressão observada em cada simulação e ponto analisado, através da equação característica do aspersor disponibilizada por seu fabri-

Figura 1 - Sistema de irrigação em malha 3x3m, um aspersor em por anel

Figura 2 - Sistema de irrigação em malha 3 x 3m, aspersores reunidos em um pasto.

Tabela 1 - Pressão e vazão obtidas nas duas simulações de malha avaliadas. Faculdades As-sociadas de Uberaba, Uberaba (MG), 2009.

cante (Equação 1)Com os dados de

vazão e pressão para os dois sistemas propostos, realizou-se uma análise de variância e teste de médias, conforme a Ta-bela 1.

Os resultados comparativos dos trata-mentos comprovam que é possível obter um sistema de irrigação por aspersão em malha que irriga por linha (no caso da cultura do café) e a-inda nesse caso têm-se um rendimento superi-or de 1,57 % em relação à malha convencional, quando se considera a pressão observada. Em relação à vazão, o vo-

lume de água na malha convencional foi de 1,87 m³ h-1, enquanto a malha com os aspersores reunidos foi de 1,90 m³ h-1, comprovando estatisticamente que quando se adicionam tubulações alimentando as malhas em dois ou mais pontos, a perda de carga é redu-zida, aumentando-se o rendimento e possibilitando-se durante a elaboração do projeto a opção de irrigar por linha de café, facilitando a operação diária do sistema.

Conclusões - Nas condições em que foi conduzido este trabalho e con-siderando-se os dados obtidos podem ser retiradas as seguintes conclusões:

• houve superioridade da malha li-near quando comparada à convencio-nal;

• quando se adicionam tubulações alimentando as malhas em dois ou mais pontos, a perda de carga é di-minuída, aumentando-se a pressão dis-ponível e possibilitando-se a irrigação por linhas.

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Com o objetivo de preparar e qualifi car profi ssionais da região a classifi car e degustar cafés fi nos, a AMSC (Associa-

ção dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana), em parceria com a Mogiana Assessoria em Cafés Especi-ais, realizou de 10 a 13 de abril a se-gunda edição do curso ‘Noções Básicas de Classifi cação e Degustação de Café’. O treinamento teve carga horária de 32 horas, com aulas teóricas e práti-cas, e foi ministrado pelos especialistas

AMSC promove curso de classificação E DEGUSTAÇÃO DE CAFÉCurso reúne 12 profissionais na Fazenda Bom Jesus

Calixto Peliciari e Julio Ferreira. Doze profi ssionais de empresas da Alta Mo-giana participaram do curso, que acon-teceu na Fazenda Bom Jesus, da Laba-reda Agropecuária.

“A classifi cação do café é uma fase muito importante no processo da comercialização. É importante e ne-cessário que o produtor conheça pelo menos um pouco do sistema, para po-der avaliar o seu produto”, destacou Calixto Peliciari, instrutor do curso.

Segundo os especialistas, a de-

terminação da qualidade do café compreende duas fases distintas: a classifi cação por bebida, que leva em consideração aroma, paladar, corpo, acidez e sabor; e a classifi cação por ti-pos ou defeitos, que é feita com base na contagem dos grãos defeituosos ou das impurezas contidas em uma amostra de 300g.

No Brasil, o café também é clas-sifi cado pelo formato das favas (graúda, boa, média, miúda) e pelo estilo dos grãos. Além disso, a classifi cação do café pela descrição também considera as seguintes características: cor/aspec-to, peneira e torração.

Além das noções de classifi cação e degustação, o treinamento abordou diversos tópicos. Foi discutido desde a história do café e como o produto chegou ao Brasil, até a variedade de grãos e a melhor maneira para realizar a colheita da safra. “A escolha da época exata da colheita é fundamental. Se os frutos não estão maduros, os grãos não estarão plenamente desenvolvidos ou amadurecidos em seu interior”, expli-cou o instrutor Julio Ferreira. A

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Formalizada diretoria do Conselho Regulador daINDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA DA ALTA MOGIANA

Em reunião realizada no último dia 13 de abril de 2012, no Auditório do Sindifranca, em Franca (SP), fi cou formalizada

a diretoria provisória do primeiro Con-selho Regulador da Indicação de Pro-cedência da Alta Mogiana.

Organizado pela diretoria da AMSC - Associação dos Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana, o evento teve por objetivo congregar instituições interessadas em efetivar a Indicação de Procedência da Alta Mo-giana, através da democratização de informações sobre os procedimentos realizados até o momento, bem como eleger uma diretoria provisória do Conselho Regulador.

Participaram do evento 14 ins-tituições: AMSC; Sindicato Rural de Franca (SP); Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca (SP); Sindi-cato Rural de Altinópolis (SP); Sindi-cato Rural de Batatais (SP); Sindicato Rural de Pedregulho (SP); Prefeitura de Franca (SP); Prefeitura de Cristais Paulista (SP); FAFRAM - Faculdade de Agronomia “Francisco Maeda”, de Ituverava (SP); UNESP - Faculdade de História de Franca (SP); COOPARAÍ-SO - Cooperativa Regional dos Cafe-icultores de São Sebastião do Paraíso (MG); COCAMOG - Cooperativa dos

Formalizada diretoria do Conselho Regulador daINDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA DA ALTA MOGIANAFormalizada diretoria do Conselho Regulador daINDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA DA ALTA MOGIANAFormalizada diretoria do Conselho Regulador daFormalizada diretoria do Conselho Regulador da INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA DA ALTA MOGIANA

Produtores de Café da Alta Mogiana; SEBRAE - Escritório de Franca (SP); Cooperfran - Cafeeira e Armazéns Gerais; e representantes de produtores da região.

De acordo com Milton Cerqueira Pucci, engenheiro agrônomo e dire-tor de relações públicas da AMSC, o papel do novo Conselho Regulador da Indicação de Procedência da Alta Mo-giana será: a) - não medir esforços para promover ações que agreguem todas as instituições envolvidas na cadeia produtiva do café na Alta Mogiana; b) - efetivar a primeira Diretoria Efetiva do Conselho Regulador; c) - elaborar toda a legislação complementar necessária.

“Nossa intenção, desde o princípio, sempre foi o de envolver todas as instituições representativas da cadeia produtiva do café na região da Alta Mogiana em prol desta conquista. Várias outras ações anteriores já sinali-zavam para esta congregação” e temos certeza de que, com o empenho e atu-ação de todas as instituições envolvi-das no Conselho Regulador, todas as pendências que porventura existirem e que interferirão no registro defi ni-tivo da Indicação de Procedência Alta Mogiana serão solucionadas”, explicou Pucci.

Segundo Lucileida Mara de Cas-

tro, diretora administrativa da AMSC, várias outras instituições foram convi-dadas para esta primeira reunião.

Foram eleitos para a Diretoria Pro-visória da Indicação de Procedência da Alta Mogiana:

a) - Presidente = André Luis da Cunha, presidente da AMSC;

b) - Vice-Presidente = Guilherme Vicentini, diretor do Sindicato Rural de Altinópolis/SP;

c) - Secretário = Pedro Geraldo Tosi, doutor e livre-docente do curso de História da UNESP de Franca/SP;

d) - 1º Conselheiro = Prefeitura de Cristais Paulista/SP;

e) - 2º Conselheiro = Cooparaíso;f) - 3º Conselheiro = Cocamog;g) - 4º Conselheiro = IAC.

A partir de agora, uma agenda de reuniões será defi nida com todas as in-stituições.

IG do Calçado - Recentemente, a diretoria da AMSC acompanhou a di-retoria do Sindifranca em uma visita técnica ao Vale dos Vinhedos, em vári-os municípios do Rio Grande do Sul. O objetivo foi o de conhecer a história do “antes e depois” daquela região, que também possui IG na produção do vi-nho, extraindo informações que auxi-liarão na região da Alta Mogiana.

Da esq. para direita. SENTADOS = Gabriel Borges (AMSC), Fernanda Raucci (cafeicultora), Lucileida Castro (AMSC). EM PÉ = Adilson Salviano (Cooparaíso), Paulo Betarello (Sind. Pedregulho), Evernon Reigada (Sebrae), Paulo Elias (Cooparaíso), Luis Cláudio Cunha (Cooperfran), Gabriel Mei (AMSC), Carlos Pasquali (Aprona), Márcio Pereira (Fafram), Guilherme Vicentini (Sind. Altinópolis), Hélio Kondo (Pref. Cristais Paulista), André Cunha (AMSC), Milton Pucci (AMSC), Roberto Toffeti (Sind. Batatais) e Pedro Tosi (Unesp). Participaram ainda da reunião: Márcio Martins Ferreira (Cocamog), José Augusto Freixes (Sind. Franca), José Henrique Mendonça (Sind. Franca), Hélio Jorge (Sindifranca), Edmilson Lima (Allmark Marcas e Patentes) e Carlos Arantes (Secretaria de Desenvolvimento - Prefeitura de Franca).

nho, extraindo informações que auxi-A

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FERTILIZANTES

Cerca de 300 participantes, entre profi ssionais, pesqui-sadores, empresários, estu-dantes e representantes de

instituições privadas e públicas são es-perados para discussão sobre mercado, novas tecnologias e aplicações dos nu-trientes na produção agropecuária, du-rante o Simpósio sobre Micronutrien-tes e Magnésio, programado para 4 a 6 de julho de 2012 , no Anfi teatro do Pa-vilhão de Engenharia, na Escola Supe-rior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP) , em Piracicaba (SP).

Sob a coordenação dos Profs. Drs. Godofredo Cesar Vitti (ESALQ/USP) e Pedro Henrique de C. Luz (FZEA/USP),, o evento tratará, entre outros temas, a negligência na adubação de Magnésio associado à crença no seu fornecimento total por meio da cala-gem, tornando sistemática a defi ciên-cia deste macronutriente nos solos brasileiros. A programação também inclui legislação nacional e mundial de fertilizantes, fontes e modos de aplica-ção, biofortifi cação e aspectos nutri-cionais, Magnésio na nutrição vegetal, além de grãos e algodão.

Informações: FEALQ - Tel. (19) 3417-6604, com Maria Eugênia; www.fealq.org.br ou [email protected]

PROGRAMAÇÃO

04 de Julho de 2012PAINEL I: Panorama mundial do mer-cado de micronutrientes

ESALQ promove Simpósio sobreMICRONUTRIENTES E MAGNÉSIO

Cerca de 300 participantes,

Especialistas abordarão temas atuais na fertilização14:00 – Abertura - Dr. José Vi-

cente Caixeta Filho (ESALQ)14:30 - Cenário nacional e in-

ternacional de micronutrientes - Eng. Agr. Franco Borsari (BBAGRO Global)

15:50 - Legislação nacional e mundial de fertilizantes - Dr. Fernan-do Carvalho (MAPA)

16:40 - Análise crítica da legisla-ção brasileira e seus impactos na agri-cultura - Dr. José Francisco da Cunha (ANDA) / Doutorando Thiago Augusto de Moura (GAPE/USP)

05 de Julho de 2012PAINEL II: Diagnóstico de reco-mendação de micronutrientes

08:00 - Micronutrientes na plan-ta: absorção e transporte: Dr. Ciro An-tonio Rosolen (FCA/UNESP)

08:50 - Dinâmica dos micronutri-entes no solo, e fatores associados à de-fi ciência e disponibilidade: Dr. Valter Casarin (IPNI)

10:10 - Métodos de avaliação da necessidade de aplicação de micronu-trientes (diagnose visual, análise foliar, análise do solo e genética da planta): Dra. Cleide Aparecida de Abreu (IAC)

11:00 - Manejo de micronutri-entes: fontes e modos de aplicação: Prof. Dr. Godofredo Cesar Vitti (ES-ALQ/USP) / Dr. Alfredo Scheid Lopes (UFLA/ANDA)

PAINEL III: Micronutrientes e quali-dade da produção agrícola

14:00 - Metais em fertilizantes

com micronutrientes - Avaliação de risco à saúde: Dr. Luiz Roberto Gui-marães Guilherme (UFLA)/ Dr. Giu-liano Marchi (UFLA)

14:50 - Novas tecnologias de uso e fontes de micronutrientes via fl uída: Dr. Arnaldo Antonio Rodella (ESALQ/USP)

16:10 - Micronutrientes na nu-trição humana: Dra. Silvia M. Francis-cato Cozzolino (USP)

17:00 - Biofortifi cação e Aspectos nutricionais das plantas x Co, Mo e Ni: Dr. Milton Moraes (UFPR/Palotina)

06 de Julho de 2012PAINEL IV: A importância do mag-nésio na agricultura tropical

08:00 - Fontes de Magnésio: Dr. Godofredo Cesar Vitti (ESALQ) / Dou-toranda Priscila O. Martins (GAPE)

08:50 - Dinâmica do magnésio no sistema solo, planta e atmosfera e suas interações com os íons do solo: Dr. Vinicius Benites / Dr. José Carlos Polidoro (EMBRAPA solos)

10:10 - Metodologias de aval-iação do Magnésio no solo x nutrição da planta Dr. Marcos Kamogawa (ES-ALQ/USP) / Dr. Pedro Henrique de Cerqueira Luz (FZEA/USP)

11:00 - Magnésio na nutrição vegetal: Dr. Ismael Cakmak (Sabanci University – Istambul)

PAINEL V: Métodos de recomendação e uso do magnésio

14:00 - Grãos e algodão: Dr. Ciro Rosolen (FCA/UNESP)

14:50 - Café e fumo: Dr. José Laercio Favarin (ESALQ/USP)

16:10 – Citros: Dr. José Antonio Quaggio (IAC)

17:00 – Frutícolas (videira, aba-caxi e banana): Dr. Luiz Teixeira Jun-queira (IAC) (a confi rmar) A

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www.revistadeagronegocios.com.brCAFÉ

O tamanho da próxima safra brasileira de café, cuja co-lheita terá início entre junho e julho, é um dos pontos-

chave da equação que está ditando os ru-mos dos preços internacionais do produ-to. Mas a colheita poderá não ser tão volumosa quanto sinalizam as estimati-vas de mercado - entre 55 milhões e 57 milhões de sacas de 60 quilos - que co-laboraram para derrubar as cotações nos últimos meses na bolsa de Nova York.

Em Minas Gerais, maior produtor nacional do grão, a safra deverá ser até 2 milhões de sacas menor que o previsto em razão da estiagem registrada em 2011 e este ano.

Levantamento da Empresa de As-sistência Técnica e Extensão Rural (Ema-ter), de Minas, realizado na 2ª quinzena de fevereiro em 93% dos municípios

Seca do ano passado pode QUEBRAR PRODUÇÃO DE CAFÉEstimativas prevêem queda em todas as regiões produtoras

do Estado apontou uma colheita de 24,6 milhões de sacas na temporada 2012/13. A projeção já é menor que a da Conab, que calculou a produção mineira em 26,3 milhões de sacas, com margem de erro de 3,01% para cima ou para baixo.

José Rogério Lara, diretor-téc-nico da Emater-MG, lembra que a seca foi severa no ano passado e pro-vocou abortamento intenso de fl ores e chumbinhos. Neste ano, após as chuvas intensas de janeiro, a estia-gem, que em algumas regiões durou de 15 a 50 dias, também prejudicou a granação dos frutos.

Na Bahia, 4º maior produtor na-cional de café, também houve seca e a quebra da produção poderá chegar a 30% na maior região produtora do Estado, a do Planalto, segundo a As-

sociação dos Produtores de Café do Estado (Assocafé). As projeções inici-ais indicavam uma colheita baiana da ordem de 2,5 milhões de sacas, 1,3 mi-lhão das quais no Planalto - onde não deverá ultrapassar 1 milhão.

Segundo João Lopes Araújo, pre-sidente da Assocafé, os produtores investiram muito na cultura no ano passado em função dos preços altos do grão e agora estão “frustrados”.

O primeiro levantamento da Conab para a nova safra, divulgado em janeiro, estimou a colheita nacio-nal entre 49 milhões e 52,3 milhões de sacas benefi ciadas. Algumas consulto-rias chegaram a estimar a produção em 55 milhões de sacas, e o Rabobank pro-jetou 57 milhões.

Paulo Etchichury, meteorolo-gista da Somar Meteorologia, acredita que, de modo geral, o clima deverá benefi ciar a cultura nos próximos me-ses. Mas a partir da metade de julho ondas de massa de ar polar elevarão o risco de geadas. Algum episódio de chuva no período também pode atra-palhar a colheita e o amadurecimento do grão na fase fi nal. “O risco é mais para o manejo”, diz. (FONTE: Valor Econômico - Carine Ferreira) A

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CAFÉ

Fernando Jardine1

Enfi m chegou a hora da colheita, que devidos aos preços da saca de café vem animando os produ-tores, principalmente os que visam uma lavoura de boa produção, com ótima qualidade, uniformidade

na granação e maior peso dos frutos.

NUTRIPLANT inova em produtoPARA FINALIZAÇÃO DE COLHEITANutri-K-Star mostra desempenho excelente no final de granação

Levando em conta esses aspec-tos, a Nutriplant - empresa pioneira no segmento de micronutrientes -, lança no mercado o fertilizante foliar Nutri-K-Star onde, nos ensaios de campo e vendas realizadas, mostrou-se um desempenho muito bom no fi nal da granação, especifi camente na colora-ção dos frutos, ajudando a melhorar a maturação de cada um.

As imagens representam um en-saio realizado no município de Presi-dente Olegario (MG), na Fazenda São Thiago, do cafeicultor Fernando Cé-zar Martins. Como podemos observar, onde foi realizado o tratamento com Nutri-K-Star foi melhor, pois obser-vamos menos grãos verde do que onde foi realizado apenas com tratamento padrão da fazenda.

Esse processo acontece através do contato direto do grão com o produto Nutri-K-Star. Ele age translocando com uma maior rapidez os carboidra-tos da folha para o fruto, a denomi-nada relação fonte-dreno, deste modo, acelera-se a maturação e a uniformi-dade, ajudando-os no aumento de peso devido a presença do macronutriente potássio (K).

1 - Engenheiro Agrônomo e Supervisor de vendas da Nutriplant em Minas Gerais, São Paulo e Goiás.

O cafeicultor Fernando Martins mostra os resultados do Fert-K-Star em um dos talhões da lavoura.

Acima, Fernando Jardine mostra os excelentes resultados do uso do Nutri-K-Star.

Acima e abaixo, detalhes de talhão sem o uso do Nutri-K-Star.

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Municípios cafeeiros seDESTACAM EM MGIDH de pólos produtores é superior à média estadual

Municípios mineiros que têm no café a base de suas economias registram Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) maior que a média do Estado. A conclusão faz parte de um estudo elaborado pela

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), abrangendo cem municípios mineiros, com área plantada acima de 5 mil hectares. As análises da Emater indicam que o IDH médio dos municípios com tradição no cultivo do café está acima de 0,756, enquanto que o IDH médio no Estado é de 0,726, com base nos últimos dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Segundo o gerente de Programas Especiais da Emater-MG, Leonardo Kalil, o tamanho da área plantada foi uma variável de-terminante para o levantamento, porque o café é uma cultura perene, associada à tradição dos municípios. “Não é uma lavoura que se forma de um ano para outro, e para que a cafeicultura atinja área sufi ciente para ter algum impacto na economia local é preciso tempo e, especialmente, estar associada à cultura da comunidade”, afi rma.

Nos municípios pesquisados, ao se comparar o IDH com as áreas plan-tadas com café, fi cou evidenciado que, quanto maior a área plantada, maior o IDH do município. “Isso não é apenas uma questão de preço e mercado”, analisa o gerente da Emater-MG.

Segundo ele, o mercado vem pas-sando por bons momentos, os estoques mundiais enfrentaram um período de

baixa, o consumo individual vem aumentando, mas a cultura está associada não apenas à geração mas tam-bém à distribuição de renda. Os cinco municípios com a maior área plantada de café em Minas Gerais em 2011 têm um índice superior à média do todo o Estado. São eles: Patrocínio (0,799); Três Pontas (0,733); Manhuaçu (0,776); Monte Carmelo (0,768) e Nepomuceno (0,747).

“É uma cultura que emprega muita mão de obra não apenas nas lavouras, mas na cadeia produtiva como um todo. Além disso, apresenta um faturamento por área muito bom, em comparação com outras atividades agropecuárias”, afi rma. De acordo com os cálculos do gerente, uma lavoura com produtividade média de 25 sacas por hectare, pode render cerca de R$ 10 mil por hectare, se cada saca for comercializada ao preço médio atual de R$ 400. “É um bom retorno fi nanceiro, se com-pararmos ao conseguido com o eucalipto, por exemplo, que na média do Estado gira torno de R$ 2,28 mil por hectare ao ano”, compara. A

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CAFÉ

Custos da cafeicultura noPAÍS DO BOLSA FAMÍLIASINCAL alerta para a dificuldade de contratação de mão de obra

Armando Matielli 1

A cafeicultura hoje passa por problemas bem distintos. Propriedades rurais que dependem praticamente

de trabalho manual, com o mínimo de mecanização, sofrem os efeitos da falta de mão de obra, principalmente por conta do Bolsa-Família. Quando conseguem contratar, produtores de regiões montanhosas, tem seus custos de produção aumentados violenta-mente em decorrência dos altos custos de mão de obra.

Aproximadamente, 72% do seg-mento utiliza trabalhadores tanto para colheita quanto serviços gerais. Calculamos a R$15,00/medida de 60 litros, que foi um valor praticamente corrente na colheita da última safra e que eleva tremendamente os custos da produção de café.

Vivemos um enorme contra-senso: O Programa Bolsa Família, para 11.000.000 de pessoas, impende o re-gistro de trabalhador. A consequência é que, infelizmente, muitos benefi cia-dos preferem não trabalhar e continuar no Programa.

Apagão de Mão de Obra Não Es-pecializada - Conforme a lei do Bolsa Família, a partir do momento que o benefi ciado for registrado, cessa-se imediatamente o vínculo com o projeto. Por outro lado, o emprega-dor prefere registrar os funcionários porque é exigência legal, além de ser mais seguro para ambos os lados. Como resolver esse impasse? Há hoje um re-posicionamento na pirâmide social do país. Representantes das classes C,D e E estão conquistando novas opor-tunidades de trabalho. No lugar dessas pessoas, trabalhadores de rendas mais baixas ocupam naturalmente esse es-paço. Essa é a dinâmica de mercado. A evolução ocorre para todos. Entretan-

to, para estas famílias que recebem o benefício, o correto seria uma outra sistemática visando continuar com o apoio do programa, mas possibili-tando o trabalho remunerado. Não é o que ocorre. Fica um abismo entre essas duas classes impactando muitos empregadores, em especial produtores rurais, que utilizam trabalhadores não especializados.

Qual a consequência do apagão da mão de obra? A invasão de estrangeiros

vindos de países onde as leis trabalhis-tas são amadoras, quando não nulas. Haitianos, paraguaios, bolivianos e outros trabalhadores vindos voluntari-amente, ou não, para preencher esse vácuo. Enquanto isso o Brasil cria um contingente de “bolsistas”, dos quais muitos perfeitamente aptos ao tra-balho, porque a conjuntura econômica permite sua inclusão profi ssional.

As 11 milhões de bolsas- famí-lia, correspondem aproximadamente a 40 milhões de brasileiros vivendo na ociosidade. E para o empregador falta mão de obra. É urgente rever os crité-rios do Programa. Corremos o risco de termos no futuro um sem número de estrangeiros se profi ssionalizando no país, enquanto os brasileiros perma-necem estagnados. Réplica do que vive a Europa hoje.

A falta de mão de obra mata a ca-feicultura e outras atividades. E

TABELA 1 - Custo de Produção da Cafeicultura de Montanha

ITENS DE DESPESA1) - CONTROLE DO MATO a) - 2 roçadas, 2 aplicações de herbicida pós b) - limpeza manual e repasses c) - herbicidas

2) - ADUBAÇÃO a) - aplicação mecanizada (3) b) - adubo 20-5-20 c) - ácido bórico d) - calcário aplicado

3) - PULVERIZAÇÕES a) - 3 aplicações sendo 2 com fungicidas b) - micronutrientes foliares c) - fungicida a base de Triazol d) - fungicida cúprico e) - inseticida

4) - ARRUAÇÃO (Limpeza p/ Colheita)

5) - COLHEITA

6) - PREPARO (Seca/Benefi ciamento)

7) - UTENSÍLIOS

8) - OUTROS (adm., transp., impostos, retira-das para produtor, custos sociais)• Custo direto / saca = R$ 8437,00 / 22 = R$ 383,50 • Depreciação da Lavoura (20 anos) = R$ 12.000,00/20 = R$ 600,00/hectare/ano • Depreciação de Instalações = 150,00/ha/ano• Custo Financeiro (juros cap.circ.) 12% a.a sobre 50% = R$ 551,00 Custo Total despesas indiretas = R$ 1301,00 • Despesas Indiretas / saca = R$ 59,14 • Custo Total por saca (direta + indireta) = R$442,67

6 HD5 HD

4 litros

6 HT1.500 kg

15 kg500 kg

6 kg2 litros

6 HD

R$15,00/medida

R$ 25,00/saca

25%

R$ 210,00R$ 175,00R$ 30,00

R$ 210,00R$ 1.900,00R$ 75,00R$ 70,00

R$ 250,00R$ 50,00R$ 80,00R$ 90,00R$ 40,00

R$ 280,00

R$ 2.640,00

R$ 550,00

R$ 100,00

R$ 1.687,00

NECESSIDADE CUSTO TOTAL

=> HD = 35,00/Dia=> Nesses custos não levamos em consideração: Remuneração do Capital Empatado, depreciação de veículos e semoventes e despesas ambientais. AM/NL-03/2012Referência: Cultura do Café no Brasil. Matiello, Santinato, Garcia, Almeida e Fernandes. Páginas 430 e 431. MAPA/PROCAFÉ.Fonte: SINCAL - Possíveis Soluções

1 - Presidente Executivo da SINCAL. Cafeicultor em Guapé (MG). Eng. Agrônomo com MBA em Marketing na FGV

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isso é oposto ao desenvolvimento. O programa Bolsa-Família deve con-tinuar, mas com regras alinhadas ao crescimento não só de consumo, e sim de empregos.

Uma ideia viável é suspender a proibição do registro e/ou do benefí-cio em épocas de safra. O empregado tem um aumento da remuneração em 6 meses, e depois, não tendo a inten-ção de continuar trabalhando, tem seu benefício de volta assim que rescindido o contrato.

Salário Máximo, Lucro Mínimo - A crescente valorização da mão de obra na cafeicultura, impacta em até 60% no custo de produção. A econo-mia brasileira em franco crescimento, alavanca esses valores, inviabilizando diversos segmentos, entre os quais, o café. A cafeicultura é importante gera-dora de divisas e agente uma social. O país responde por cerca de 50% do mercado de café arábica mundial. É, o mundo não fi ca sem o nosso café.

Portanto, traders e torrefadores internacionais precisam enxergar a nova economia nacional. O café

brasileiro vale mais, porque tem quali-dade e segue leis rígidas trabalhistas e ambientais. Nossos custos aumentaram e precisamos do retorno desse investi-mento. O preço da matéria prima é ir-risório em comparação com o preço do produto preparado e industrializado.

A Tabela 1 apresenta o cálculo de uma produtividade de 22 sacas/ha que é aproximadamente o que produzimos. Se produzíssemos 40 a 50 sacas/ha,

como alguns veículos divulgam, tería-mos uma produção de 100.000.000 de sacas em média, o que não refl ete a re-alidade.

É crítico que toda a cadeia cafeei-ra, como comerciantes, cooperativas, exportadores e importadores, além do Ministério da Agricultura,enquanto gestor, precisam repensar essas práticas de mercado. Com um custo da saca de café apresentado acima de R$ 442, isso inviabiliza a cafeicultura nacional nos atuais patamares de preço. O produtor vendeu o café em mais de dez anos na faixa de R$ 250/saca. O discreto au-mento para R$ 400 ou R$ 500/saca, não cobre as perdas desse período, sequer investimentos futuros.

Para “afundar” ainda mais o setor, o produtor não familiarizado com cál-culos, aceita esse preço que está muito aquém do necessário para manter uma propriedade. O empregado precisa de uma política que estimule o trabalho, não a ociosidade. O empregador, es-tratégias de crescimento sólidas, não frágeis. O país, um planejamento de longo prazo sério e comprometido. Es-tamos dispostos ao diálogo. E vocês? A

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CAFÉ

Quanto teremos de café disponível paraEXPORTAR DA SAFRA 2012/13?

Cesar de Castro Alves1

Uma coisa que todo analista que gosta e acompanha o mercado de café pode é es-colher qual número nas es-

tatísticas de café gosta mais (ou odeia menos). O que não se pode é querer que estes números conversem entre si. É fato antigo que os dados ofi ciais de oferta e demanda de café do Bra-sil não batem no sentido de fechar as contas. Todavia ano após ano volta-mos ao mesmo questionamento sobre qual número está mais errado. O limite dessa discussão é o surgimento de todo e qualquer número de produção, es-toques e consumo, o que confunde os agentes do mercado, aumenta muito a especulação e penaliza os mais despre-parados. Há instituições (inclusive com grande credibilidade) que acreditam seriamente que o Brasil deva colher próximo de 60 milhões de sacas neste ano. É número pra todo gosto e a falta de uma postura ofi cial por parte do governo sobre o status atual oferta e da demanda também dá espaço para mais assimetria de informação.

A pretensão aqui é explicitar essa

diferença e jogar luz sobre este des-vio, afi nal alguém está errado. Além disso, seria formidável se pudéssemos no mínimo traçar possibilidades de cenários para o fi nal do próximo ano safra. Quanto termos de café disponí-vel para exportação até maio de 2013? O ano safra cafeeiro 2011/12 está ter-minando no Brasil, com os últimos lotes desta safra baixa sendo exporta-dos. Embora rigorosamente o ano safra comece em 1º de julho, sabemos que é possível encontrar cafés disponíveis da safra nova antes deste início ofi cial do ano-safra.

Ainda que com bastante atraso, a Conab/Ministério da Agricultura nos informou que havia no país há pouco mais de um ano (precisamente no dia 31 de março de 2011), 11,345 milhões de sacas de café em estoque, ou seja, pouco antes da entrada da safra 11/12, que foi de 43,48 milhões de sacas se-gundo a própria Conab.

Para que o balanço interno de oferta e demanda seja o menos imper-feito possível, é preciso iniciar a conta a partir da entrada efetivamente da sa-fra, de modo que não haja dupla conta-gem. Ao descontar do estoque (em 1º/mar/11) as exportações efetivas de abril e maio de 2011 (5,387 milhões de sc)

1 - Engenheiro Agrônomo, Analista da MB Agro. Email:- [email protected]

Abastecimento de café mundial tem cenárioDE PRECAUÇÃO

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e maio de 2011 (5,387 milhões de sc)

A OIC (Organização Interna-cional do Café) aumentou em 2,4 milhões de sacas, para

131 milhões de sacas a estimativa para a produção de 2011/2012, com um incremento nos volumes obti-dos nas lavouras da Índia e do Peru, país que deve ter uma produção de 5,2 milhões de sacas e que já se posiciona entre “as maiores nações produtoras do grão”.

A entidade intergovenamental também notou que a “situação do abastecimento é menor alarmante” na América Central, região em que os problemas climáticos parecem ter causados prejuízos menores que os esperados, sendo que se verifi cou, então, um aumento para estimativa de safra em países como Costa Rica, Honduras e Guatemala.

A “garantia de abastecimento regular” dessa região fez com que o mercado tivesse uma pressão menor, o que contribuiu para o de-clínio dos preços, que já caíram mais de 20% na bolsa de Nova Iorque ao longo de 2012.

No entanto, a OIC demons-trou preocupação quanto à con-tinuidade das estimativas sobre a disponibilidade cafeeira, indicando que o Brasil, que em 2012 terá um ciclo de alta, pode não ter o incre-mento de volume esperado para ou-tras origens. Por sua vez, o alto cus-to de produção e de insumos, como os de combustíveis, deve ter um impacto negativo sobre a produção, segundo a OIC, que sustenta que os cafeicultores devem “buscar reduzir o uso de vários desses insumos, o que poderá refl etir em uma retração da capacidade produtiva.”

A entidade evidencia que, di-ante desse quadro, mesmo o Brasil pode ter a garantia de uma produção consistente. A Conab avaliou que o Brasil deve produzir em 2012/2013 um montante de 50,6 milhões de sacas, 16,2% a mais que no ano an-terior, sendo 37,7 milhões de sacas de arábica e 12,9 milhões de sacas de robusta.

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mais o consumo interno equivalente a dois meses baseado na Abic (3,283 milhões de sacas = 19,7 milhões de scs * 2/12 avos) chega-se a um estoque inicial 2011/12 de 2,674 mi-lhões de sacas em 1º de junho de 2011. Uma vez “conhecido” o estoque na entrada da safra 11/12 poderíamos somá-lo à produção de 43,48 milhões de sacas e descontar o consumo interno (que a ABIC nos informou ter sido de 19,7 milhões de sacas entre out/10 e nov/11) e as exportações, que são registradas, não sendo portanto estimativas como é o caso da produção, dos estoques e do consumo. Se estes números estivessem corretos, não seria possível exportar entre 1/6/11 e 31/5/12 mais que 26,45 milhões de sacas, o que signifi caria uma queda de 23% sobre o mesmo período do ano anterior. Esta situação está exposta na hipótese 1 da Tabela 1.

Ocorre que alguma estimativa ofi cial está errada, pois já exportamos este volume até o fechamento de março/12 restando ainda dois meses até a entrada da próxima safra. E é provável assistirmos mais dois meses de exportações ao redor de 2 milhões de sacas, o que somará quase 31 milhões de sacas exportadas, o que daria uma queda de 11% (não 23%) ante 2010/11.

Um segundo exercício supõe consumo exógeno, ou seja, não o conhecemos, sendo, portanto calculado, mas sa-bemos que as exportações (aproximadamente) serão de 30,8 milhões de sacas. Seguindo o mesmo raciocínio, para zerar o estoque no fi nal de maio de 2012, não teríamos como ter consumido mais que 16 milhões de sacas. Notar que, neste caso, do estoque inicial do fi nal de março/11, devemos descontar dois meses do consumo calculado (2,7 milhões de sacas), partindo, portanto de um estoque inicial de 3,291 milhões de sacas, como apontado na hipótese 2.

E uma terceira possibilidade (hipótese 3) seria descon-fi armos do estoque inicial, o colocando como exógeno no cálculo. Neste caso, considerando o consumo da Abic, e as exportações em 30,8 milhões de sacas, o estoque inicial teria sido de 7 milhões de sacas no início de junho de 2011 ou de 15,6 milhões de sacas em 31/3/11, que é comparável aos 11,345 milhões de sacas apontado no relatório de estoques privados de 2011.

Portanto, se não há equivoco no levantamento da produção realizado pela Conab (eu acredito que o menos imperfeito dos números seja este) e considerando ser im-

possível a primeira situação, temos duas possibilidades: ou o estoque (real) de 31/3/11 foi 4,3 milhões de sacas maior do que o informado, ou o consumo interno foi 3,7 milhões de sacas menor do que o levantamento da Abic. Um pouco de erro em cada um também é factível. Tendo a acreditar mais na hipótese 2, porém o mais importante seria termos uma opinião consistente dos órgãos ofi ciais sobre seu posiciona-mento em relação à demanda também, afi nal do jeito que está uma coisa é certa: a conta não fechará. A

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FERTILIZANTES

´Fósforo Inteligente´ evita o desperdícioE INTENSIFICA AÇÃO NA CANA

A EMBRAFÓS, empre-sa nacional que atua há mais de 8 anos no agronegócio, de-

senvolveu em conjunto com as principais instituições de pes-quisas do país, produtos de alta tecnologia para o campo, como o FF Organic, também chama-do de o “Fósforo Inteligente”, que não se fi xa no solo por ser revestido por agentes quelan-tes e matéria orgânica de altís-sima qualidade, sendo liberado de forma gradual, promovendo economia para o produtor e tra-zendo uma série de vantagens e benefícios.

Normalmente, a adubação fosfa-tada na cultura da cana é realizada uma única vez ao ano, ou seja, 80% do fós-foro é aplicado durante o plantio. Na

maioria destas adubações, utilizam-se fórmulas 100% solúveis em água, dis-poníveis para absorção da cana, mas isto não ocorre, pois a planta vai ab-

sorver esse fósforo de acordo com as suas necessidades. Como a cultura tem uma vida útil de 6 a 7 anos, pesquisas indicam que 70% desse fósforo não é absorvido pelas plantas, ele acaba se fi xado no solo ou lavado pelas chuvas. Pesquisas ainda mostram que após o terceiro corte existe a necessidade de reposição de fósforo.

Neste contexto encontra-se o diferencial do FF Organic, que auxi-lia o produtor melhorando a estrutura do solo, proporcionando crescimento das raízes, potenciali-zando a capacidade de nutrição da planta, aumentando a produ-tividade, elevando a Capacidade de Retenção de Água (CRA) no solo, evitando a perda dos nutrientes por lixiviação e absorção do solo, além de contar com o MSP – Mi-croorganismos Solubilizadores de Fósforo, que liberam gradualmente o fósforo retido no solo.

Entre as instituições de pes-quisam que atuam juntas com a EMBRAFÓS, estão o CPQBA-Uni-camp, Fundação Procafé, ESALQ, UNESP, entre outras. O Produto

também é certifi cado pelo IBD, aten-dendo as normas nacionais e interna-cionais no fornecimento de produtos orgânicos. A

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Fertilizante FF Organic disponibiliza fósforo de maneira gradual

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www.revistadeagronegocios.com.brEVENTOS

9ª AGRIFAM 2012 será realizadaEM LENÇÓIS PAULISTA (SP)Maior estrutura do centro de exposições melhora o evento

A 9ª edição da Feira da Agri-cultura Familiar e do Trabal-ho Rural (Agrifam) será re-alizada neste ano na cidade

de Lençóis Paulista. O acerto ocorreu em reunião na Prefeitura Municipal de Lençóis Paulista, na tarde de 12 de abril, com a presença de Braz Alber-tini, presidente da Federação dos Tra-balhadores na Agricultura do Estado de São Paulo (Fetaesp), entidade re-sponsável pela realização da Agrifam; a prefeita do município, Izabel Cristina Campanari Lorenzetti; o presidente da Associação Rural de Lençóis, José Ulisses dos Santos; e José Oliveira Pra-do, diretor coordenador do centro de exposições que sediará a Feira, de 3 a 5 de agosto.

A justifi cativa da transferência para Lençóis é a estrutura a ser ofer-ecida pelo recinto e o apoio da prefei-tura. “Teremos condições de ampliar a Agrifam através da excelente estrutura que o centro de exposições oferece”, esclarece Albertini. As sete últimas edições foram realizadas em Agudos no Instituto Técnico Educacional de Trabalhadores do Estado de São Paulo (Itetresp) e a primeira em Presidente Prudente.

O presidente da Fetaesp afi rma que a transferência de cidade não al-tera as características da Feira, como entrada e estacionamento gratuitos. Segundo ele, o recinto de exposição de Lençóis irá permitir melhorias para a recepção do público visitante e exposi-

tores, pois possui uma estrutura maior, com três estacionamentos e vários pa-vilhões.

Para a prefeita de Lençóis Pau-lista, a vinda da Agrifam para o mu-nicípio completa um panorama de exposições ligadas ao setor agrícola, já que na cidade são realizadas outras fei-ras distintas, tais como a agropecuária Facilpa e a Expovelha. “A Agrifam vai ocupar um espaço que estava aberto nesse sentido, com uma feira voltada para a Agricultura Familiar”, explica. O presidente da Associação Rural en-fatiza esse aspecto. “Pela sua importân-cia no cenário municipal, regional, estadual e até nacional, ela vem para acrescentar”, admite.

Albertini destaca o apoio ofer-ecido da Prefeitura e dos diretores da Associação Rural de Lençóis. “Fomos bem recebidos e teremos menos despe-sas, porque já há área para instalação dos estandes e melhores condições para atender ao público da Agrifam”, declarou.

INFORMAÇÕES = Depto de Co-municação Fetaesp (14) 3262-9999. Email: [email protected]

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FERTILIZANTES

O aumento da demanda por açúcar e álcool fez com que a cultura da cana, antes estabelecida em so-los de maior fertilidade, precisasse expandir para solos com baixos teores de Fósforo, Boro e Zinco.

Pensando neste público, a FERTEC, empresa que oferece ao produtor/empresário brasileiro, fertilizantes diferenciados,

Para suprir solos menos férteis na cultura da cana, FERTEC APRESENTA NYON SOLO CANA e SPONGER CANACom tecnologia e eficiência no campo, produtos suprem necessidade da cultura

com tecnologia visando o aumento da efi ciência dos micronutrientes e por consequência a elevação da produtividade, apresenta o NYON SOLO CANA, para suprir todas as necessidades do solo no plantio ou na soqueira, com o fornecimento de Boro, Molibdênio e Zinco.

O produto formulado com suspensão fl uída para uso via solo, com laudo de Nano Partículas de Boro e Zinco, compatível em mis-turas com outros produtos, de-pendendo do potencial de produ-tividade e da variedade, aplica-se a dosagem de 0,4 a 0,6 litros/ha.

Com o lançamento de culti-vares mais produtivos e exigentes e principalmente com o uso mais intensivo de colheita mecanizada, a FERTEC desenvolveu produtos que induz ao maior enraizamento dos toletes ou mudas em soqueira.

O SPONGER CANA, desenvolvido com uma tecnolo-gia não hormonal, aumenta o enraizamento e proporciona a maior retenção de água, facilitando o cultivo da cana.

Este produto possui fontes de Cálcio e Magnésio, en-riquecido com substâncias húmicas, capazes de reter mais água e forçar o enraizamento dos toletes ou mudas das so-queiras. A dosagem no plantio é de 5 litros/ha, também com-patível em mistura com outros produtos. A

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www.revistadeagronegocios.com.brFERTILIZANTES

Com a renda em alta, os produtores rurais estão con-seguindo investir mais nos cuidados com as lavouras.

Prova disso está nas vendas de fertili-zantes no primeiro bimestre, que so-maram 3,59 milhões de toneladas, in-dicando aumento de 3,8% em relação ao mesmo período de 2011. Os dados são da ANDA - Associação Nacional para Difusão de Adubos e foram apre-sentados na 59ª Reunião da Câmara Temática de Insumos Agropecuários, na semana passada, em Brasília.

Em nutrientes, as entregas de fertilizantes nitrogenados (N) apresen-taram evolução de 10,7%, passando de 541 mil toneladas em 2011 para 599 mil toneladas em 2012. O aumento pode

Melhoria na renda faz expandirO USO DE FERTILIZANTESMercado de defensivos também reflete aumento na renda

ser explicado pela demanda das cul-turas de cana-de-açúcar, algodão, café, milho safrinha e arroz. No bimestre analisado, o total de nutrientes (NPK) alcançou 1,47 milhão de toneladas, com evolução de 1,3% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram entregues 1,45 milhão toneladas.

Os fertilizantes fosfatados regis-traram aumento de 1,5%, passando de 401 mil toneladas em 2011 para 407 mil toneladas neste ano, com ênfase para as culturas de milho safrinha, algodão e cana de açúcar. Nos fertilizantes potás-sicos, foi registrada redução de 8,7%, passando de 517 mil toneladas em 2011 para 472 mil toneladas este ano.

Mato Grosso concentrou o maior volume de entregas no primeiro bi-

mestre, atingindo 742 mil toneladas, seguido de São Paulo com 568 mil toneladas, Minas Gerais com 497 mil toneladas e Paraná com 458 mil tonela-das. A produção nacional do primeiro bimestre somou 1,462 milhão de tone-ladas, contra 1,364 milhão de tonela-das em 2011, representando aumento de 7,2%.

O balanço do SINIDAG - Sindi-cato Nacional da Indústria de Produ-tos para Defesa Agrícola apontou que o mercado de defensivos cresceu 11% de 2010 para 2011, chegando a R$ 14 milhões. A alta foi impulsionada prin-cipalmente pelas culturas de cana, algodão, café, trigo, soja e milho. Já a produção de calcário no Brasil atingiu 28,774 milhões de toneladas em 2011, contra 24,748 do total de 2010, au-mentando 14%.

De acordo com projeção da ABRACAL - Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola, em 2012 a produção deverá chegar a 29,5 milhões de toneladas. Os estados de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso se destacam como os maiores produtores nacionais.destacam como os maiores produtores

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PECUÁRIA

Método de secagem afeta ocorrência deMASTITE NA LACTAÇÃO SEGUINTETaxa de novas infecções é maior durante o período seco

Tiago Tomazi1 e Marcos Veiga dos Santos2

O período seco é a fase do ciclo produtivo das vacas que tem por objetivo a manutenção da sanidade do úbere, bem

como, garantir a produção de leite após o parto. Alcançar este objetivo é sempre um desafi o, pois as vacas são altamente susceptíveis a infecções in-tramamárias (IIM) durante o início do período seco e a colostrogênese.

Estudos recentes demonstram que a taxa de novas IIM é maior du-rante o período seco que durante a lactação. Infecções iniciadas durante o período seco são normalmente causa-das por agentes ambientais, e algumas destas infecções persistem durante a lactação seguinte.

Dois métodos de secagem são normalmente utilizados em proprie-dades leiteiras: o método de secagem abrupta, no qual, a ordenha é cessada no dia da aplicação do antibiótico para vacas secas; e o método de ordenha in-termitente, com redução da frequência de ordenhas na última semana de lacta-ção. O método de secagem tem relação com a produção de leite no momento de secar as vacas e exerce infl uência sobre a presença de IIM no início da lactação seguinte.

Ordenhas intermitentes podem reduzir a produção de leite, o que pode facilitar a involução dos tecidos mamários e aumentar os fatores de de-fesa naturais contidos no leite como a lactoferrina. Mesmo assim, a forma de secagem mais recomendada em reba-nhos leiteiros é a paralisação abrupta da ordenha ao fi nal da lactação. Em va-cas de alta produção, este método pode causar pressão excessiva na glândula

mamária e canal do teto, o que leva ao gotejamento de leite e permanência do canal dos tetos abertos por períodos prolongados.

Em estudo recente, pesquisa-dores dos EUA avaliaram a infl uência da produção de leite e da ocorrência de infecção no momento da secagem sobre a probabilidade de IIM no início da lactação seguinte por meio da com-paração de dois métodos de secagem. Cento e vinte sete vacas das raças Jer-sey e Holandesa, em fase fi nal de lacta-ção, fi zeram parte do estudo que teve duração de dois anos. As vacas foram agrupadas por raça e separadas ao acaso em dois grupos durante a semana ante-cedente a secagem: grupo de ordenha intermitente e grupo controle (proce-dimento de ordenha de rotina).

As vacas do grupo de ordenha intermitente foram ordenhadas pela manhã nos primeiros quatro dias, pulava-se o quinto dia, eram orde-nhadas na manhã seguinte, não eram ordenhadas por mais um dia inteiro, e por fi m, eram ordenhadas na manhã que antecedia a secagem. As vacas do grupo controle eram normalmente or-denhadas duas vezes ao dia até o dia da secagem, quando eram ordenhadas somente de manhã. Após a última or-denha, os quartos mamários de todas as vacas foram infundidos com anti-biótico para vacas secas contendo cefa-pirina benzatina.

As coletas de amostras de leite dos quartos mamários foram realizadas no dia da escolha dos animais (pré-secagem), na secagem e três dias após o parto. O leite foi então transportado ao laboratório para identifi cação micro-biológica, a fi m de caracterizar a ocor-rência da infecção no quarto mamário. A concentração de lactoferrina nos quartos mamários foi quantifi cada a partir das amostras coletadas uma se-mana antes e no momento da seca-gem. Este procedimento foi realizado para avaliação do efeito da ordenha intermitente sobre os níveis deste fa-tor de defesa natural no leite bovino. A

produção diária de cada vaca durante a semana fi nal de lactação foi registrada por meio de sistema de gerenciamento e controle leiteiro. Amostras dos quar-tos mamários foram coletadas e envia-das para análises CCS.

Ao fi nal do estudo, os dados de 112 vacas foram analisados, 56 com secagem abrupta e 56 com secagem intermitente. As vacas submetidas à ordenha intermitente produziram em média de 74 Kg, enquanto as vacas do grupo controle tiveram produção de 129 kg durante a última semana de lactação. A maioria dos quartos que es-tavam sadios na pré-secagem perman-eceram desta forma na secagem. A por-centagem total de quartos infectados, curados, persistentemente infectados, bem como os agentes causadores de mastite de ambos os grupos estão pre-sentes na Tabela 1.

A proporção de quartos infecta-dos no parto não diferiu entre os gru-pos avaliados. Nas vacas com secagem intermitente , 84% das infecções pre-sentes na secagem curaram-se durante o período seco. Da mesma forma, 85% das IIM do grupo controle curaram-se neste período. A menor taxa de cura foi observada nas infecções por S. au-reus. Não foram observadas diferenças no número de infecções novas ou per-sistentes entre os grupos (Tabela 1).

Quartos infectados por agentes primários na secagem apresentaram 7,6 vezes mais chance de permane-cerem infectados no pós-parto quando comparados com quartos não infecta-dos. Quartos infectados com agentes secundários na secagem demonstraram 3,3 vezes mais chance de permanece-rem infectados no parto que os quartos sadios.

Quartos não infectados de va-cas com produção acima de 115 kg durante a última semana de lactação tiveram 7,1 vezes mais chance de es-tarem infectados no parto que quar-tos com produção inferior a 75 kg, no mesmo período. Vacas com produção por quarto entre 75 e 115 kg durante a última semana de lactação também demonstraram tendência a apresenta-rem IIM na ordenha pós-parto quando comparadas a vacas com produção in-ferior a 75 Kg. Em contrapartida, vacas ordenhadas intermitentemente antes da secagem foram 4,2 vezes mais pre-dispostas a estarem infectadas no pós-parto que vacas do grupo controle.

Os resultados deste estudo sug-erem que o efeito protetor desenca-

1 - Médico Veterinário e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Ani-mal da FMVZ-USP, Campus de Pirassununga-SP (http://www2.fmvz.usp.br/nutricaoanimal)

2 - Professor Associado da FMVZ-USP, Campus de Pirassununga-SP Site pessoal: www.marcos-veiga.net erem que o efeito protetor desenca-

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PECUÁRIA

deado pela produção reduzida na secagem deixa de atuar em vacas que já estão infectadas. Volumes menores na secagem permitem a formação do tampão de queratina e acelera o fechamento do canal do teto, o que forma uma barreira con-tra agentes causadores da mastite.

Quartos não infectados que foram ordenhados intermitente-mente antes da secagem tiveram maior tendência a estarem infecta-dos no parto que os quartos sadios das vacas do grupo controle, quan-do se avaliou a produção de leite

no fi nal da lactação. A ordenha in-termitente parece ter dois efeitos opostos: enquanto este método de secagem reduz a produção de leite e promove um efeito protetor, pa-rece aumentar o risco de IIM no parto. Este estudo foi limitado a um único rebanho e estilo de manejo, entretanto, seus resultados confi r-mam a observação de outros estu-dos anteriores que relatam que alta produção de leite na secagem é um fator de risco para IIM no início da lactação seguinte.

Mesmo que as concentrações

de lactoferrina na secagem foram su-periores no grupo de ordenha intermi-tente que no grupo controle, este fator de defesa natural do leite não demons-trou relação com IIM na secagem e pareceu não ter efeito sobre a taxa de cura de infecções existentes ou desen-volvimento de novas infecções.

O status de infecção do quarto mamário na secagem foi um fator de risco signifi cativo sobre a ocorrência de mastite após o parto. Isto é interes-sante, pois todos os quartos de todas as vacas incluídas neste estudo foram tratadas com antibiótico para vacas se-cas, e em geral, as taxas de cura foram

Tabela 1 - Distribuição de diferentes microrganismos isolados de quartos mamários de va-cas dos grupos tratamento (ordenha intermitente) e controle (ordenha usual) provenientes de amostras coletadas na pré-secagem, secagem e três dias após o parto.

ECN – Estafi lococos coagulase negativa; PI – Quartos mamários persistentemente infectados; IIM – In-fecções intramamárias; Outras – Arcanobacterium pyogenes, Nocardia spp. e leveduras. FONTE: Adaptado de Newman et al. (2010).

relativamente altas (84-85%). Para maximizar o benefício da terapia de

vaca seca e minimizar a frequência de trata-mentos durante a lactação, que normalmente não são efetivos, é importante identifi car cuidadosamente as vacas que têm alta proba-bilidade de cura. Sugere-se que vacas velhas, com alta CCS, histórico de mastite clínica e infecções crônicas por Streptococcus. aureus sejam candidatas ao descarte.

Além disso, a redução da produção de leite antes da secagem das vacas é uma prática que pode ser utilizada como uma estratégia de manejo para a redução de IIM no início da próxima lactação.de manejo para a redução de IIM no início da

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www.revistadeagronegocios.com.brPECUÁRIA

Alimentação de Precisão para novilhas,ESTRATÉGIAS E RECOMENDAÇÕES

Junio Cesar Martinez1

Custos com recursos humanos para manejo, com constru-ções de instalações e princi-palmente com a alimenta-

ção fazem da categoria novilha uma grande consumidora de dinheiro em uma granja leiteira. Estes custos são alto pois o manejo a ser dado às novi-lhas deverá ser o sufi ciente para se pro-duzir a melhor vaca possível, do ponto de vista produtivo e reprodutivo. Para atingir esse objetivo, alguns pontos im-portantes do ponto de vista nutricio-nal deverão ser observados, alguns dos quais discutiremos a seguir.

Embora o sistema de criação in-terfi ra no desenvolvimento da novilha, são os fatores dietéticos que causam grande impacto no desempenho pon-deral as mesmas. O tipo de alimento que é fornecido às novilhas afeta dire-tamente a efi ciência com que estes são utilizados para o crescimento e desen-volvimento das estruturas orgânicas, dentre elas a glândula mamária.

Dietas com Alto Concentrado - A alimentação balanceada é facilitada quando a dieta é fornecida no cocho, onde o fornecimento de ração total fa-cilita o suprimento preciso de nutrien-tes. Pesquisas recentes recomendam o seguinte:

1) - Balanceamento Protêico =a) - Fornecer entre 14 a 15% de pro-

teína bruta na dieta de novilhas antes da puberdade, fornecendo alimentos a 2,15% do Peso vivo (CMS=consumo de matéria seca);

b) - Reduzir para 13 a 14% de pro-teína bruta depois da puberdade das novilhas, reduzindo o CMS para 1,65% do Peso vivo;

c) - Manter de 30 a 35% de proteína solúvel nas rações o tempo todo;

d) - Não exceder a proteína não de-gradável no rúmen em 25 a 30%.

Os animais nesta fase requerem quantidades muito especifi cas de nu-trientes diariamente, em especial a proteína. Logo, a manutenção de uma rotina alimentar bem defi nida é uma das chaves do sucesso para uma boa criação de novilhas.

2) - Balanceamento Energético =As exigências por energia de-

pende principalmente do tamanho das novilhas, da taxa de crescimento e das condições ambientais onde elas são criadas. Existem duas estratégias para suprir as necessidades de energia das novilhas. Primeiro, as dietas podem ser formuladas com densidade energética variável e fornecidas livremente, para que as novilhas selecionem o consumo de energia.

Na segunda estratégia, as dietas podem ser formuladas para conter uma quantidade fi xa de energia, geralmente alta. Independentemente da estratégia de alimentação, a concentração de e-nergia deverá permitir ganho de peso variando entre 800 a 900 gramas por dia de peso vivo, ou ainda, fornecer 130 kcal de energia metabolizável para cada meio quilo de peso vivo metabóli-co (peso vivo vezes 0,75). A segunda estratégia de alimentação é recomen-dada, pois facilita o fornecimento pre-ciso dos demais componentes da dieta.

3) - Teores de Fibra na Dieta =Mesmo para os programas mais

avançados em nutrição de bovinos, como o NRC, os teores de fi bras para novilhas leiteiras ainda não foram exa-tamente explicadas pelos experimentos científi cos.

Historicamente o nível de fi bra depende principalmente da qualidade do alimento, e consequentemente in-terfere na densidade energética da dieta.

Os requerimentos por FDN (fi bra em Detergente Neutro) para novilhas em crescimento ainda não estão com-pletamente estabelecidos, principal-mente no que se refere ao limite míni-mo. Portanto, prudência é requerida, não fornecendo dieta com FDN menor que 19%, visando evitar problemas de laminite, dentre outros. Entretanto, recomendações abaixo de 19% de FDN não são recomendados devido aos pou-cos experimentos realizados, o que é importante, pois o teor de FDN da dieta é um dos fatores que controla o consumo de alimento.

Principais Recomendações - 1. - Pese as novilhas frequente-

mente. O monitoramento do peso dos animais é a forma mais barata e muito efi ciente de verifi car se o manejo ali-mentar está adequado, principalmente depois que as novilhas estão prenhas. A pesagem uma vez por mês é sufi ci-ente para as checagens necessárias.

2. - Separe as novilhas por gru-po em função do tamanho. Facilita o manejo alimentar, uma vez que um dos fundamentos básicos da nutrição é o oferecimento de alimento em fun-ção do Peso Vivo. Se possivel, permitir uma variação máxima de 90kg dentro do lote.

Considerações Finais - Cada pro-priedade e grupo de animais possuem particularidades, que se não atendidas poderão depreciar a futura vaca. Pro-cure um profi ssional que possa avaliar cuidadosamente o manejo adotado, o padrão dos animais, a infraestrutura da fazenda e assim, defi nir o melhor manejo alimentar a ser adotado para as novilhas de reposição.

1 - Doutor em Ciência Animal e Pastagens (ES-ALQ), Pós-Doutor pela UNESP e Universidade da California-EUA. Professor da UNEMAT. A

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SILVICULTURA

Nada de plantar eucalipto para as tradicionais produções de madeira para serrarias, papel e celu-lose. O novo apelo para o cultivo desta árvore de origem australiana que chegou ao Brasil no início

do século passado é a geração de energia, como alternativa renovável ao petróleo e ao carvão mineral. As experiências nesta área são poucas, mas algumas empresas encontraram na energia fornecida pela queima da madeira plantada uma forma de abastecer o mercado europeu. A meta da Europa até 2020 é ter pelo menos 20% de sua matriz vinda de fontes renováveis.

Por enquanto, a Suzano Energia Renovável é a única empresa que planeja investimentos nesta frente com foco em seus negócios. A subsidiária recém-criada da Suzano Pa-pel e Celulose passará a produzir pellets (pequenos pedaços cilíndricos de serragem compactada para queimar e gerar energia) a partir do corte de eucaliptos. Alemanha, Reino

Eucalipto ganha força como fonteDE GERAÇÃO DE ENERGIAMercado na silvicultura ainda é pouco explorado

Unido, Bélgica e Holanda são clientes em potencial.

Segundo André Dorf, presidente da subsidiária, o continente precisará de 12 milhões de toneladas de madeira por ano para ajudar a suprir sua de-manda energética. Motivo mais do que sufi ciente para levar a Suzano a plane-jar aportes de US$ 1,3 bilhão até 2019 na produção de pellets em uma fábrica no Maranhão que deverá entrar em

operação em 2014. Até o fi m da década, o objetivo é atingir uma produção de 5 milhões de toneladas por ano.

“A pretensão da companhia é tornar-se líder mundial no setor”, declara Dorf. A mesma unidade maranhense de-verá comportar também a produção de lignina, substância que confere rigidez à madeira usada na fabricação de in-sumos químicos e com potencial de cogeração de energia elétrica, como já informou o Valor.

O projeto da subsidiária da Suzano nasceu por meio de uma pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu (SP). A Fibria, empresa de papel e celulose, e a Duratex, produtora de chapas de madeira para a indústria moveleira, também são parceiras do estudo. Por enquanto, a produção de ambas é direcionada para cogeração própria. As indústrias investem, ainda, em plantios próprios, sem contar com terras de agricultores independentes.

O vínculo do setor privado com a universidade está amparado no pioneirismo da pesquisa que encurtou o tradi-cional ciclo de sete anos do eucalipto, quando acontece o primeiro corte, para um período de 18 a 24 meses a partir de um plantio adensado. “Usamos diferentes espaçamentos entre mudas, com até cinco vezes mais árvores por hectare”, explica Saulo Guerra, coordenador do programa.

O estudo testa três diferentes distâncias entre árvores: de 1,5 metro, 1 metro e 0,5 metro, em comparação aos cos-tumeiros 2 metros. O “aperto” é para forçar o crescimento dos eucaliptos, que competirão por luminosidade. Ao espi-char, eles se tornarão árvores mais altas e magras. “O diâ-metro não é importante porque não buscamos lenha ou ma-deira para serraria”, diz Saulo Guerra.

Segundo o professor, um hectare de plantio tradicional rende, por ano, cerca de 45 m3 de madeira. No espaçamento de 1 metro, por exemplo, é possível extrair em torno de 56,5 m3 do produto. Bem antes da colheita, os pesquisadores asseguram-se que as mudas cultivadas em estufas climatiza-das tiveram umidade controlada e adubação adequada para serem plantadas aos 60 dias. Quando crescidas, a equipe tem a função de medir o diâmetro e a altura das árvores a cada seis meses, e de contabilizar as perdas.

Antes mesmo que as plantações testadas pela univer-sidade atinjam sua escala comercial, a New Holland, divisão da múlti americana CNH e também parceira na pesquisa, trabalha na adaptação de um equipamento que realiza o corte de seis a oito árvores de uma só vez e tritura a madeira formando cavacos (pequenos pedaços) em plena colheita. É a partir deles que são fabricados os pellets. “Estamos fazen-do alterações porque o eucalipto plantado no Brasil é mais duro”, diz Samir Fagundes, coordenador de marketing da New Holland. Ele estima que a máquina será vendida por R$ 900 mil. A

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artigo

Olivier Genevieve - presidente da ONG Sucre-Ethique e Profes-sor na Escola de Comércio INSEEC. Lyon - Paris. [[email protected] / [email protected]]

O ETANOL: MILAGRE OU MIRAGEM? A NOSTALGIA DO FUTURO “XISTO”

A

Alguns anos atrás um executi-vo da empresa agroalimentí-cia Kellogs tinha falado, no encontro anual da organiza-

ção internacional, da especulação em cima do Etanol. Um mercado criado pelas legislações nacionais obrigando as companhias de petróleo a misturar o petróleo com fontes de energias agri-colas. E investidores, como o famoso Georges Soros, querendo somente re-vender o que se valorizaria até a bolha especulativa explodir... talvez um dia não será mais o problema dos especu-ladores, mas das próximas gerações.

Nestes últimos anos, o interior do Estado de Sao Paulo virou a « Cali-fórnia brasileira », assim como regiões do MS, GO e MG…. num mar de cana de açúcar indo até no Tocantins. Os investimentos na última década per-mitiram criar uma “indústria industri-alizante” ou seja, um setor industrial criando empregos tanto no campo do na cidade.

O setor canavieiro está, de fato, ligado ao petróleo quase no mesmo nivel do que o setor alimentar. A nos-talgia bem brasileira do futuro indi-cava que a cana seria para abastecer o mercado de automóveis: o etanol ia para a conquista do mundo…da África para a China.

Todavia, neste sistema de apostas, esqueceu o próprio petróleo e as fontes possíveis disponibilizadas pelos avan-ços tecnológicos, Ordem e Progresso. Entrou na jogada, a poucos anos, o fenômeno do petróleo de xisto. Isso não teve o eco no Brasil, focalizado em cima da herança da cana que os Portugues trouxeram da India e fi xados nas fontes maravilho-

sas a 5.000 metros de profundidades no Oceano Atlântico… O orgulho nacio-nal e a Petrobrás garantem um futuro para o país.

Com o xisto, quem notou no Brasil que os Estados Unidos este ano será autosufi ciente em petróleo? Isso é realmente uma revolução, tanto para o crescimento da primeira economia mundial do que para os relacionamento confl ituosos do Tio Sam com a Venezu-ela ou o Irã (por nao falar os integristas sunitas da Arábia Saudita, os salafi stas). Esta nova carta no jogo mundial da primeira potência econômica e política do planeta afetará indiretamente o uso do etanol e, de fato, o Brasil.

Será que no futuro o mercado de locomoção precisará cada vez mais de etanol caso o xisto traga uma alterna-tiva economomicamente viável?

Em 2010, 76 bilhões de dólares foram criados pelo xisto. E isso em pouquíssimos anos: a tecnologia de ex-trair petróleo do xisto a partir de es-cavação horizontal não existia cinco anos atrás! Os especialistas (tem tantos que não se deve pensar que as expecta-tivas são sérias) apostam para 2015 um faturamento de 118 bilhões e a criação de 870.000 empregos somente nos Es-tados Unidos. Ja a Romênia e a China

- via a companhia Shell - apostam no Xisto. A França recuou com as pressões de ambientalistas amigos do José Bove, famoso altermondialista e deputado eu-ropeu, devido aos riscos potenciais do meio ambiente. Esta tecnologia pode ter impactos nas águas subterrâneas porque a escavação horizontal implica uma injeção de produtos químicos a fi m de fazer explodir as rochas de xisto que contém o petróleo. No estado de Dakota, que é muito agrícola, já teve casos de envenamento da água. Fazer crescer beterraba açucareira que o Da-kota produz poderá ser um problema a longo prazo, como fazer o gado beber uma água contaminada. Mas não para o progresso... Sem ordem, até teve ter-remotos por utilizaçao desta técnica do futuro.

Para o mercado energético, o petróleo de xisto via escavação poderia ser considerada quase como a invenção da Internet, acabando com o sistema francês do Minitel em alguns anos.

Então, entre o deserto de cana ou a exploraçao do subsolo qual é o me-lhor ? Qual será o vencedor? Espero que seja o homem, que poderá tirar a sua existência da Terra com consciên-cia, isso é o problema!

O progresso é somente positivo com ordem ou seja para a so-ciedade toda. E não somente para uma minoria capitalizan-do os benefícios e um maioria mutualizando os riscos.

A batalha do etanol ver-sus xisto somente começa e acho que quem ganhará sera aqueles com mais sustenta-bilidade, ou seja, criação de emprego, respeito à natureza e com um modelo econômico viável a longo prazo…

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